Pequim mantém objectivo de crescimento de 6,5 por cento em 2018

[dropcap style =’circle] A [dropcap] China renovou para 2018 o seu objectivo de um crescimento económico anual “de cerca de 6,5 por cento”, segundo o texto do discurso do primeiro-ministro, Li Keqiang, divulgado antes da abertura da sessão anual do parlamento chinês

 

 

O gigante asiático manteve também em “cerca de 3 por cento” o nível estimado de inflação para este ano.

Nenhum novo valor de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) a longo prazo foi definido no Outono, no congresso quinquenal do Partido Comunista (PCC), em conformidade com a ideia de que Pequim estava preparada para assistir a uma redução do crescimento do país.

O seu orçamento militar, o segundo maior do mundo, a seguir ao dos Estados Unidos, aumentará 8,1 por cento em 2018, um ritmo de crescimento superior ao do ano passado.

Esta taxa de crescimento, mais elevada que em 2017 (+7 por cento), foi anunciada pelo Governo chinês num relatório divulgado pouco antes da abertura da sessão anual do parlamento.

O orçamento atinge os 142 mil milhões de euros, segundo a agência Nova China.

 

Aposta militar

A China gastou em 2017 um total de 122 mil milhões de euros com as suas Forças Armadas, segundo um recente relatório do Instituto Internacional para os Estudos Estratégicos (IISS), um organismo especializado sediado em Londres – quatro vezes menos que os Estados Unidos (489 mil milhões de euros).

Pequim aumenta a despesa com a Defesa desde há mais de 30 anos para compensar o atraso em relação aos exércitos ocidentais.

O aumento anual atingiu quase 18 por cento no final dos anos 2000 e, nos últimos anos, a taxa de crescimento do orçamento militar é mais ou menos coordenada com a do PIB (que foi de 6,9 por cento em 2017).

Em Outubro, Xi Jinping instou o exército a concluir a sua modernização até 2035 e a ser “de nível mundial” até 2050.

O exército chinês ainda está pouco presente em cenários internacionais: além das participações em missões de manutenção da paz da ONU, tem 240 militares na única base militar que até agora instalou no estrangeiro (em 2017, no Djibuti) e a sua marinha patrulha o golfo de Aden para operações de escolta antipirataria, segundo o IISS.

Por sua vez, os Estados Unidos têm cerca de 200.000 militares destacados em cerca de 40 países dos cinco continentes.

 

6 Mar 2018

Economia | Xi Jinping escolhe Liu He como homem das finanças chinesas

Liu He é o homem designado por Xi Jinping para resolver os principais problemas da segunda maior economia mundial. Entre a hostilidade financeira de Washington e os desafios domésticos, o economista que representou a China em Davos terá muito que fazer

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]rande parte da gestão económica chinesa poderá estar nas mãos de Liu He, tal é a confiança que Pequim tem no economista formado em Harvard. Depois de ter sido uma das estrelas do Fórum Económico Mundial, reunido no mês passado em Davos, Liu He apresentou-se como o principal conselheiro económico chinês e traçou no seu discurso o programa económico para os próximos cinco anos. A prestação na Suiça vincou a sua posição como um dos 25 mais poderosos membros do Politburo.
Prevê-se que o natural de Pequim seja nomeado no próximo mês como um dos quatro vice-Primeiros-Ministros a trabalhar debaixo de Li Keqiang.

A subida vertiginosa na hierarquia do Partido Comunista Chinês acontece aos 66 anos para o economista que se formou na prestigiada Universidade de Harvard e espera-se que se torne um dos mais poderosos vice-ministros das últimas duas décadas.
De acordo com analistas, Xi Jinping poderá mesmo delegar alguns dos maiores desafios económicos na equipa liderada por Liu, “ultrapassando as competências do Primeiro-Ministro”, refere Steve Tsang, director da SOAS China Institute de Londres ao South China Morning Post. O analista prevê mesmo que o economista não avance com nenhuma reforma económica que desagrade a Xi Jinping.

Tecnocratas ao poder

Liu continuará a dirigir uma entidade que funciona como um conselho económico nacional em Pequim e deverá ficar à frente da Comissão de Desenvolvimento e Estabilidade Financeira, uma agência que ultrapassa os reguladores financeiros na supervisão dos riscos económicos.

A equipa liderada por Liu He é composta por uma equipa de tecnocratas oriundos da banca e sistema financeiro chinês, incluindo alguns nomeados no banco central nacional, assim como players nos mercados de valores e na indústria de seguros.
Entre os maiores desafios económicos da equipa de Liu está o avassalador crescimento económico, que em média se tem situado nos 9,8 por cento todos os trimestres desde Março de 1992, e que fez crescer a economia chinesa até se tornar a segunda maior do mundo. Ultimamente, este grau de crescimento tem abrandado para 7,2 por cento nos últimos cinco anos. Uma situação que o Governo categorizou como “a nova normalidade”.

23 Fev 2018

Fitch prevê que mercado do jogo cresça ao ritmo de 13 por cento este ano

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência de notação financeira Fitch Ratings prevê que o sector do jogo registe um crescimento de 13 por cento ao longo do ano, segundo os dados de um relatório publicado ontem. No ano passado, as receitas na principal indústria do território foram de 265,7 mil milhões de patacas, e um crescimento de 13 por cento significa que em 2018 o montante gerado pelos casinos atingirá os 300,3 mil milhões de patacas.

“Estamos a prever um crescimento nas receitas do jogo de 13 por cento para 2018. Esta previsão encara com alguma moderação o crescimento de 36 por cento registado em Janeiro e tem em conta o aumento do número de mesas de jogo e dos quartos dos hotéis mais focados no segmento premium do mercado de massas”, é explicado no relatório.

“A previsão inclui a abertura do MGM Cotai, que aconteceu este mês, assim como a abertura na Primavera da Torre Morfeu [no casino City of Dream] e a conversão de vários quartos do Parisian em suites, ao longo de 2018”, é acrescentado.

A longo prazo, a agência de notação financeira aponta como factores promotores de crescimento “os melhoramentos nas infraestruturas” em Macau e nas regiões circundantes, assim como o desenvolvimento a classe média chinesa “mais propensa a viajar”.

Riscos para o sector

Em relação aos riscos enfrentados pela indústria, a Fitch refere algumas das consequências da dependência dos turistas do Interior da China, assim como o desenvolvimento de mercados em países como Filipinas, Austrália e Coreia do Sul.

Para a Fitch, os riscos e constrangimentos para o mercado de Macau incluem a “vulnerabilidade às políticas do Continente, que podem afectar de forma adversa o sector do jogo”, como campanhas contra a corrupção, dificuldades no acesso ao crédito e acesso nos vistos dos turistas chineses de entrada em Macau, a “susceptibilidade à concessão de crédito e às condições macroeconómicas da China”, “a natureza limitada do prazo das concessões”, “a mão-de-obra limitada”, entre outros.

Em relação aos factores que contribuem para o crescimento da indústria a longo prazo, a agência destaca a abertura do Grande Lisboa Palace, assim como as segundas fases dos casinos no Cotai das operadoras Melco, Wynn e Galaxy.

22 Fev 2018

China | Xinhua faz balanço do ano económico

Se a China fosse uma companhia gigante, teria impressionado o público com seus principais resultados anuais para 2017. Ao manter um crescimento estável, melhorou a qualidade dos activos, reduziu os riscos de dívida, e trouxe novo ímpeto para o crescimento a longo prazo e sustentável

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] PIB da China PIB cresceu 6,9% anualmente nos primeiros três trimestres, dado superior à meta do governo de cerca de 6,5% para o ano. O FMI reviu a sua previsão pela quarta vez este ano, para 6,8% para 2017 e 6,5% para 2018. “Sob a pressão da reforma estrutural, a China conseguiu manter o crescimento médio-alto com poucas flutuações. Isso é algo raro tanto no mundo como na própria história de desenvolvimento da China”, disse Pan Jiancheng, do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

O crescimento foi alcançado com ajuda de política monetária prudente e neutral, assim como a política fiscal mais proactiva e efectiva, como determinado pela reunião central de trabalho económico no ano passado.

Em vez de ajustar taxas de juros ou reservas obrigatórias, o banco central da China dependeu cada vez mais de operações no mercado aberto este ano para a gestão de liquidez. A forte dinâmica económica ajudou os fluxos de capitais transfronteiriços tornarem-se mais estáveis e equilibrados, contribuindo para uma acumulação gradual em reservas de divisas, que aumentaram pelo 10º mês consecutivos chegando a US$ 3,1193 biliões no fim de Novembro.

Consumo rex

Apenas três minutos depois da entrada no Dia dos Solteiros da China, em 11 de Novembro, as vendas no site de compras online TMall, da Alibaba, atingiram 10 mil milhões de yuans. O entusiasmo dos consumidores pelo evento de fazer compras demonstra como o país está a fazer a transição para uma economia impulsionada pelo consumo de uma economia abastecida pelo investimento.

Wang Tao, economista-chefe do UBS China, estimou que o consumo crescerá a uma taxa anual de pelo menos 7% nos próximos dois anos graças aos crescentes rendimentos e procura por alta qualidade de vida.

Para atender à procura, a fábrica do mundo está a actualizar o que coloca nas prateleiras. A produção dos bens de consumo de baixo valor agregado está a ser substituída gradualmente pela manufactura de alto nível, com as remessas de smartphones da China respondendo por um quarto do total do mundo.

O “‘Made in China ‘ não mais significa ‘barato’. Os caminhos de ferro de alta velocidade, energia nuclear, e produtos electrónicos da China estão todos a fazer rupturas nas indústrias mundiais de nível médio e alto”, disse Chen Dongqi, economista da Academia de Pesquisa Macroeconómica.

Enquanto a manufactura de alta tecnologia regista um rápido crescimento, o país também fez progresso em eliminar a capacidade de produção excessiva, uma dos principais tarefas na actual reforma estrutural no lado da oferta.

A China realizou os seus planos de cortar a capacidade anual de produção de aço por cerca de 50 milhões de toneladas e carvão por pelo menos 150 milhões de toneladas este ano, segundo o DNE.

Controlo de riscos

Talvez uma das realizações mais notáveis que a China fez em 2017 não foi a taxa de crescimento em si, mas como realizá-la com regulamentos mais rigorosos para conter riscos.

No último ano, os líderes da China colocaram a estabilidade financeira como uma máxima prioridade e fizeram um progresso notável em evitar os maiores “rinocerontes cinzentos”, geralmente levados pelos bancos-sombra e que representam uma ameaça significativa para a economia.

As autoridades endureceram a administração em actividades interbancárias e produtos de gestão de riqueza de elementos extrapatrimoniais e expandiram restrições em compras de casas para combater as bolhas do mercado imobiliário.

Ao mesmo tempo, o país também está a tentar ter um balanço geral mais saudável, cortando a alavancagem ao reduzir o endividamento. Estabeleceu tectos de dívidas para os governos locais, e introduziram um programa de troca de dívida a bónus.

Segundo a agência mundial de avaliações Moody’s, o desempenho económico e fiscal dos governos locais chineses eram estáveis nos primeiros três trimestres de 2017, e a meta para o ano inteiro será cumprida.

26 Dez 2017

Xi Jinping: Desenvolvimento da economia é crucial

As finanças não chegam. Para a China é fundamental uma economia baseada na produção de bens e serviços

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente Xi Jinping sublinhou a importância do desenvolvimento da economia real na terça-feira durante a sua primeira ronda de inspecção desde o 19º Congresso do Partido, que teve lugar em Outubro. Xi visitou o grupo Xuzhou Construct Machinery, um dos líderes da indústria de maquinaria de construção da China, situado em Xuzhou, na província de Jiangsu.

“Como um grande país, a China tem de continuar a enfatizar o desenvolvimento da economia real”, disse Xi, acrescentando que “a manufactura é essencial para a economia real, que, por sua vez, deverá ser impulsionada pela inovação e tecnologias-chave”. A economia real compreende sectores associados à produção de bens e serviços, em oposição à actividade em mercados financeiros.

Na empresa, Xi entrou numa cabine de controlo de uma grua que deu recentemente entrada no mercado e perguntou pelas suas funcionalidades, produção e preço, tendo sido informado que a grua foi desenhada de forma independente e produzida pela XCMG, usando mais de 30 patentes e sendo vendida em vários países desenvolvidos.

A XCMG, fundada em 1943, é a 5ª maior empresa de maquinaria de construção do mundo e está situada em 65º lugar na lista do top 500 de empresas da China, informou a empresa.

Durante a viagem, Xi visitou a aldeia de Mazhuang em Xuzhou, onde os aldeãos produzem sacos perfumados com ervas usadas na medicina tradicional chinesa. “Quando custa? Gostaria de comprar para apoiar o vosso negócio”, disse Xi a Wang Xiuying, uma aldeã de 80 anos responsável pela produção e venda dos sacos como lembrança. Wang respondeu que seria um presente para Xi, mas o presidente insistiu em pagar 30 yuan.

Xi afirmara que o desenvolvimento das aldeias rurais não deve se focar apenas em aumentar o rendimento dos camponeses mas também em melhorar o seu bem-estar espiritual.

Na quarta-feira à tarde, Xi inspecionou uma companhia do ELP, onde o soldado herói Wang Jie serviu. Em 1965, Wang, de 23 anos, morreu após usar o seu corpo para cobrir uma bomba que explodiu num acidente durante uma operação de treino, salvando a vida de 12 soldados.

26 Dez 2017

Receitas dos casinos subiram 22,6%

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s casinos de Macau fecharam Novembro com receitas de 23.033 milhões de patacas, mais 22,6% relativamente ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais. Segundo dados publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), os casinos registaram no acumulado de Janeiro a Novembro receitas de 243.043 milhões de patacas, mais 19,5 % do que nos primeiros onze meses do ano passado.

Novembro marcou o 16.º mês consecutivo de subida das receitas da indústria do jogo. Tratou-se do segundo melhor desempenho em 2017, a seguir a Outubro, altura em que as receitas dos casinos ascenderam a 21.362 milhões de patacas, o melhor resultado desde o mesmo mês de 2014.

As receitas dos casinos cresceram sempre a dois dígitos em termos homólogos em 2017, à excepção do primeiro mês do ano (+3,1%).

A indústria de jogo começou a recuperar em Agosto de 2016, altura em que pôs termo a um ciclo de 26 meses de consecutivos de quedas anuais homólogas das receitas. Apesar da recuperação, as receitas dos casinos de Macau recuaram pelo terceiro ano consecutivo em 2016, registando uma queda de 3,3% que se seguiu a uma descida de 34,3% em 2015 e de 2,6% em 2014.

Arrastada pelo desempenho do sector do jogo, a economia de Macau contraiu-se em 2016 pelo terceiro ano consecutivo e o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 2,1% em termos reais, com a recuperação da indústria a ser insuficiente para permitir uma retoma. Este resultado representou uma significativa melhoria depois da diminuição de 21,5% em 2015.

4 Dez 2017

Economia | PIB em altas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] economia de Macau cresceu 6,1 por cento, em termos reais, no terceiro trimestre do ano, comparativamente a igual período do ano passado, impulsionada pelo desempenho da indústria do jogo e do turismo.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), “a taxa de crescimento estreitou-se”, no segundo trimestre tinha sido de 11,5 por cento, “principalmente devido à elevada base de comparação, pois no terceiro trimestre do ano anterior a economia tinha voltado a crescer”.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu principalmente devido ao aumento de 14,6 por cento das exportações de serviços impulsionadas pelas subidas homólogas de 18,4 por cento nas exportações de serviços de jogo e de 9,4por cento das exportações de outros serviços turísticos, indicou a DSEC.

O deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou um crescimento anual de 2,8 por cento.

As remunerações dos empregados aumentaram, por seu turno, 2 por cento.

A diminuição anual do investimento foi motivada por uma queda anual de 32,2 por cento no sector privado, “observando-se descidas de 35,7 por cento no investimento em construção privada e de 4,5 por cento no investimento em equipamento, devido à sucessiva conclusão de obras dos grandes empreendimentos turísticos e de entretenimento”.

Já o investimento no sector público “assinalou um brusco crescimento anual de 79,0 por cento, graças ao enorme investimento do governo em diversas obras de infraestruturas”.

No comércio de mercadorias, as importações de bens desceram 6,8 por cento “dada a lenta subida da despesa de consumo privado e a notória descida do investimento”, e as exportações subiram 18,9 por cento “em virtude do sólido aumento da procura externa”.

24 Nov 2017

Jogo | Governo receia que concorrentes imitem o novo modelo de Macau

O Executivo vai aproveitar a atribuição das novas licenças do jogo para definir os novos moldes da indústria do jogo, mas recusa revelar, por agora, os critérios. Em causa está o medo que os concorrentes sigam o mesmo modelo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo está preocupado com a concorrência regional e por essa razão não vai revelar as exigências para o novo concurso de atribuição das licenças do jogo às operadoras. Segundo Lionel Leong, há mesmo uma preocupação: que o modelo desenhado por Macau para implementar no futuro seja imitado pelas jurisdições vizinhas. A confissão foi feita, ontem, no primeiro dia dedicado à discussão das Linhas de Acções Governativa para as áreas das Finanças e Economia.

“Muitas pessoas estão preocupadas com o fim das licenças de jogo e a necessidade das operadoras de jogo terem de assumir uma maior responsabilidade social. Mas, neste momento, ainda estamos a ouvir as opiniões da sociedade. É um sector muito importante e fundamental para a economia”, começou por dizer Lionel Leong.

“Temos de manter as nossas competências no sector e a nossa competitividade face à concorrência internacional. Enquanto pensamos os critérios para o concurso, também temos de pensar na concorrência. Se lançarmos as regras do concurso demasiado cedo para as licenças, as outras jurisdições vão copiar Macau e vamos criar uma concorrências mais severa”, apontou.

O secretário prometeu depois que as regras vão ser conhecidas em tempo oportuno, para “garantir o desenvolvimento saudável e sustentável do jogo”. Lionel Leong recordou também que apesar das concessões começarem a expirar em 2020, que podem ser prorrogadas, por decisão do Chefe do Executivo, durante um prazo que pode ir até aos cinco anos.

Um parágrafo

Apesar do jogo ser o principal sector da actividade económica de Macau, e das várias questões colocadas por deputados como Ng Kuok Cheong, José Pereira Coutinho, Davis Fong ou Leong Sun Iok, o secretário não mostrou muita vontade de aprofundar o tema. Uma postura que esteve de acordo com o conteúdo do discurso que leu na abertura da sessão.

Ao longo de 12 páginas de discurso, na versão portuguesa, Lionel Leong apenas referiu o sector do jogo num parágrafo que não chegou a ocupar uma página. Nessa secção, o secretário reafirmou o objectivo de manter “uma taxa anual não superior a 3 por cento em relação ao crescimento do número total das mesas de jogo nos dez anos contados a partir de 2013” e um reforço da fiscalização e revisão dos diplomas legais para o sector.

Em resposta a uma pergunta de José Pereira Coutinho, o secretário garantiu que as concessionárias do jogo vão continuar isentas do pagamento do Imposto Complementar de Rendimentos. Lionel Leong explicou que a taxa de impostos pagos pelas operadoras já é bastante elevado.

“Como sabem as operadoras têm de pagar taxas de imposto sobre o jogo muito altas. Os impostos que elas pagam são calculados com base nas receitas brutas, que são muito elevadas. Para manter que se garante a competitividade temos de garantir que se diminui o peso dos impsotos”, justificou.

“É razoável que seja assim. Se cobrarmos o imposto sobre as receitas brutas e o Imposto Complementar de Rendimentos, pode dar-se o caso de haver dupla tributação”, frisou.

24 Nov 2017

Orçamento votado na segunda-feira

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados à Assembleia Legislativa vão votar, na próxima segunda-feira, na generalidade, a proposta de Lei do Orçamento para o próximo ano.

Segundo a proposta de Orçamento para 2018, o executivo de Macau prevê que as receitas globais ascendam a 119,16 mil milhões de patacas – mais 15,76% do que o previsto para este ano.

Dentro das receitas globais esperadas para o próximo ano, 91,4 mil milhões de patacas) correspondem a impostos directos, com a grande fatia a resultar dos 35% cobrados sobre as receitas brutas dos casinos.

A Administração espera arrecadar com o imposto directo sobre o jogo 80,5 mil milhões de patacas – contra 71,8 mil milhões de patacas que previu para o corrente ano.

Já a despesa global vai aumentar 14,5% para 109,61 mil milhões de patacas, com o PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas da Administração) a representar quase um quinto desta rubrica: 21,14 mil milhões de patacas contra 15,25 mil milhões de patacas do Orçamento de 2017.

Segundo a proposta de Orçamento para o próximo ano, o Governo estima terminar o próximo ano com um superavit de 9,55 mil milhões de patacas, ou seja, mais 32,39% do que o previsto no Orçamento de 2017.

Outros votos

No mesmo dia, a AL vota também, na generalidade, uma proposta de lei de alteração ao Regime de Garantia de Depósitos, que visa simplificar o cálculo da compensação a pagar aos depositantes.

O diploma introduz mexidas nos critérios a observar na determinação do valor da compensação a pagar, deixando cair a dedução das eventuais dívidas do depositante à respectiva instituição aquando do accionar da garantia pelo Fundo de Garantia de Depósitos (FGD).

Assim, são apenas levados em conta os saldos dos depósitos garantidos do depositante na entidade participante em causa, acrescidos dos respectivos juros contados até àquela data.

O actual regime prevê um limite máximo de reembolso de 500 mil patacas  a cada depositante e por banco.

Todos os bancos autorizados a exercer actividade em Macau (com a excepção dos ‘offshore’) e a Caixa Económica Postal são obrigados a participar no Regime de Garantia de Depósitos, cuja gestão e financiamento é da competência do FGD, apoiado técnica e administrativamente pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

A garantia é accionada oficiosamente pelo FGD quando o chefe do Executivo aprovar uma deliberação do Conselho de Administração da AMCM que considere que a entidade participante não tem ou revela não ter a possibilidade de reembolsar os respectivos depositantes, ou quando for declarada a falência por sentença judicial.

17 Nov 2017

Países emergentes vão crescer 6,4% em 2017

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s países emergentes da Ásia, incluindo a China, Índia e as economias do Sudeste Asiático, vão crescer 6,4% este ano, acima de 1,1% na América Latina e de 3,4% em África, afirmou ontem a OCDE.

As previsões constam do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) intitulado “Prognóstico económico para o Sudeste Asiático, China e Índia: promovendo o crescimento através da digitalização”, apresentado ontem em Manila, nas Filipinas, no âmbito da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

“Em 2017, prevê-se que o crescimento na China e na ASEAN se mantenha devido a um renovado e robusto consumo doméstico, enquanto se antecipa que o crescimento na Índia desacelere ligeiramente devido às reformas fiscais e monetárias”, detalha Mario Pezzini, assessor especial da OCDE no documento.

Segundo o relatório, a rápida normalização da política monetária nos países desenvolvidos, o crescimento da dívida do sector privado e as expansivas restrições comerciais são os principais riscos para o crescimento.

A OCDE prevê que a economia chinesa cresça 6,8% em 2017 – abaixo da média de 7,9% que a segunda potência mundial registou entre 2011 e 2015 –, prognosticando ainda um abrandamento do crescimento até 6,2% para o período 2018-2022.

A OCDE atribui a moderação do crescimento chinês a problemas de capacidade e vulnerabilidade do mercado financeiro, ao passo que o consumo privado, os investimentos e as exportações manter-se-ão em alta.

Já o Produto Interno Bruto (PIB) da Índia vai aumentar 6,6% este ano – contra 7,1% em 2016 –, enquanto a projecção para o período 2018-2022 é de 7,3%.

O relatório avalia ainda positivamente a liberalização em algumas indústrias indianas, apesar de alertar que “maus activos” nos bancos podem limitar a procura.

No caso da ASEAN, a OCDE prognostica para este ano um aumento de 5,1% do PIB do bloco regional e de 5,2% para o período 2018-2022.

O Myanmar, com 7,2%, é o país que mais vai crescer no seio do bloco de dez nações, seguindo-se o Camboja (7,1%), Laos (6,9%), Filipinas (6,6%), Vietname (6,3%), Malásia (5,5%), Indonésia (5%), Tailândia (3,8%), Singapura (3,2%) e Brunei, com crescimento zero.

 

Outros avanços

A ASEAN, que este ano celebra o seu 50.º aniversário, ainda deve fazer mais progressos na eliminação de impostos comerciais, digitalizar a sua economia, liberalizar serviços e permitir o movimento de profissionais para avançar rumo à sua integração efectiva”, de acordo com a OCDE.

O organismo multilateral realça a importância da digitalização da economia asiática, com a emergência do desenvolvimento de ‘software’ no Vietname, o sector de serviços na Internet nas Filipinas ou o pagamento digital na China.

Contudo, assinala que a Internet, pré-requisito para a digitalização, tem uma presença desigual na região: desde 81% em Singapura a 22% no Laos.

“A promoção do crescimento inclusivo através da digitalização exige reformas nas políticas de comércio e investimento, o desenvolvimento de infra-estruturas e que se enfrentem os desafios do mercado laboral”, de acordo com o relatório da OCDE.

15 Nov 2017

PME | Governo aponta gestão moderna para ultrapassar desafios

O director da Direcção de Serviços de Economia diz que o Executivo está atento ao possível aumento das rendas e promete um Governo a trabalhar para ajudar as pequenas e médias empresas a ultrapassarem esses obstáculos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo aposta em criar condições para que as pequenas e médias empresas possam ser mais competitivas e, dessa forma, ultrapassar a questão dos elevados custos das rendas. A estratégia foi apontada, ontem, pelo director da Direcção de Serviços de Economia (DSE), Tai Kin Ip, quando questionado sobre os efeitos do crescimento do jogo.

“O Governo está atento e acompanha de perto o andamento da economia e os efeitos que podem recair sobre as pequenas e médias empresas. Os custos com as rendas também acontecem em outros locais e zonas com elevado nível de vida. Mas as empresas desses locais conseguem sobreviver porque apostam no aumento da produtividade”, disse Tai Kin Ip.

“Temos a responsabilidade como Governo de criar as condições e apoiar as pequenas e médias empresas para que possam aperfeiçoar as respectivas técnicas de produção ou as estratégias de marketing e gestão da empresa”, acrescentou.

O director da DSE sublinhou igualmente que mesmo entre os negócios familiares existe uma maior tendência para que haja uma gestão mais moderna e corporativa, ao invés da gestão tradicional familiar.

No que diz respeito aos negócios tradicionais de Macau, o Executivo lançou ontem o “Grupo de Apoio a Lojas Antigas Típicas” com o objectivo de ajudar este tipo de negócios a modernizar-se e expandir as operações. No futuro, os estabelecimentos comerciais que forem classificados “lojas antigas típicas” vão receber apoios do Executivo.

A cerimónia de lançamento do grupo de trabalho decorreu ontem com a assinatura do protocolo entre a Direcção de Serviços de Economia e a Associação Macau Chain Stores and Franchise.

“O nosso objectivo nesta primeira fase passa por fazer um inventário das lojas antigas que podem e pretendem ser classificadas. Depois vamos lançar uma série de medidas de apoio a estes estabelecimentos comerciais. No entanto, as medidas de apoio ainda estão a ser estudadas”, afirmou Tai Kin Ip.

Por agora, o Governo ainda está a trabalhar para definir os critérios que vão ser utilizados na classificação. Esta é uma tarefa em que a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) também vai auxiliar.

Orçamento de 800 mil

Na mesma cerimónia, a DSE assinou com Federação da Indústria de Comércio de Guangdong e Macau, presidida pelo deputado Si Ka Lon, uma parceria para a criação de um “Centro de Serviços de Orientação para o registo dos Assuntos Comerciais no Interior da China”.

Estas são políticas que fazem parte do Plano Quinquenal definido pelo Executivo para o desenvolvimento da região e têm como objectivo aprofundar a integração de Macau no Interior do Continente e facilitar a entrada das empresas locais na Ilha da Montanha. O centro em questão está situado no edifício China Civil Plaza e entrou em funcionamento ontem.

“Queremos que as empresas de Macau acompanhem o desenvolvimento e também sejam beneficiadas com a criação da Grande Baía. Com estes serviços poupa-se muito trabalho em burocracias para a entrada no mercado da Ilha da Montanha”, explicou Si Ka Lon, na condição de presidente da Federação da Indústria de Comércio de Guangdong e Macau.

De acordo com a informação avançada por Tai Kin Ip estas parcerias vão ter um custo de 800 mil patacas, na primeira fase, sendo que cerca de 500 mil patacas são para o Centro de Serviços, montado em cooperação com a federação presidida por Si Ka Lon.

7 Nov 2017

Análise | Futura crise chinesa pode ter consequências severas para Macau

Apesar das taxas de crescimento e do índice de confiança dos consumidores, a China enfrentará no futuro consequências de problemas económicos endémicos que necessitam de reforma. Opacidade do sistema bancário, dívida galopante, taxa de desemprego manipulada podem empurrar o gigante chinês para uma depressão que arrastará Macau se nada for feito

[dropcap style≠’circle’]À[/dropcap] medida que a China se prepara para reformular o seu tecido económico, não se baseando exclusivamente nas exportações, mas optando pela tradicional via da economia sustentada no consumo interno, alguns fantasmas começam a surgir no horizonte. Uma das prioridades de Xi Jinping é a preparação para um abrandamento do crescimento do produto interno bruto (pib) chinês. Outra das grandes políticas das próximas décadas é a criação de uma rede de segurança social que proteja os mais velhos, principalmente tendo em conta o envelhecimento populacional e a diminuição da força produtiva com menos pessoas a trabalhar.

Além disso, existe uma grande opacidade a vários níveis económicos que podem esconder autênticas armadilhas futuras e consequentemente desencadear uma diminuição do consumo interno dos chineses. Ora, estas podem ser más notícias para a saúde financeira e social de Macau devido à óbvia dependência e exposição ao que se passa na China, principalmente ao nível das receitas apuradas pelo sector do jogo e turismo os dois pilares económicos locais.

Para já, a segunda maior economia mundial encontra-se de boa saúde, com indicadores que continuam a desafiar expectativas. Mas até que ponto este crescimento é sustentado?

Albano Martins entende que “a China tem o problema de ter crescido mas não se ter desenvolvido, isto porque o desenvolvimento não implica apenas a componente económica mas também social, cultural, assim como uma série de componentes que são difíceis de medir no espaço chinês”. A opacidade do sector bancário, os números do desemprego que não contabilizam as áreas rurais, o crédito malparado que é um incógnita e a falta de uma rede de segurança social que proteja os mais velhos são alguns dos problemas apontados pelo economista. Se juntarmos a isto uma gigantesca bolha imobiliária, a nebulosa política cambial e uma possível futura queda do consumo interno, temos lenha suficiente para queimar Macau economicamente.

Agora, ok la

Para já, a economia chinesa está de boa saúde com o Partido Comunista Chinês a dar uma lição de capitalismo ao mundo financeiro. Ainda assim, o terceiro trimestre deste ano foi de ligeiro abrandamento do crescimento, como era esperado, à medida que Pequim tenta controlar o mercado imobiliário e a exposição à dívida. Em relação ao período homólogo do ano passado, o terceiro trimestre de 2017 teve um crescimento de 6,8 por cento de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.

O número ficou um pouco aquém do previsto pelo governador do Banco Popular da China que havia previsto que o PIB cresceria a uma taxa de 7 por cento na segunda metade deste ano. O abrandamento do crescimento tem sido algo previsto pelos analistas que explicam o fenómeno com o desaceleramento em investimentos imobiliários e construção à medida que cada vez mais cidades tentam limitar os preços do mercado. Outro factor é a campanha de Pequim para controlar empréstimos arriscados, aumentando os custos de acesso ao crédito.

Ao mesmo tempo, aumentam as preocupações com o crescente papel do Estado no crescimento económico, com o investimento público a ultrapassar o privado no passado mês de Setembro. Esta política motivou os alertas do Fundo Monetário Internacional para que Pequim tenha atenção aos métodos usados para fixar as taxas de crescimento económico com estímulos sustentados no aumento da dívida pública.

No discurso de abertura do XIX Congresso do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping prometeu profundas reformas económicas e a abertura dos mercados ao investimento estrangeiro, alterando o paradigma do crescimento rápido para o crescimento de qualidade. Ao mesmo tempo, o secretário-geral expressou vontade de fortalecer as empresas estatais, o que parece enunciar mais investimento público.

“Para não baixar os índices de crescimento o Estado chinês inunda a economia com fundos colossais que substituem a procura que privadamente não existiria, cria procura porque injecta dinheiro no mercado que depois volta a entrar no sistema”, explica Albano Martins.

Impacto demográfico

Um dos factores que pode afectar o consumo interno chinês, assim como a economia de Macau, é o envelhecimento populacional sem a existência de uma rede de segurança social. Mesmo que o turismo e o jogo que alimentam o território não sejam suportados primordialmente por idosos, as faixas etárias mais novas terão custos acrescidos de impostos para fazer face à bomba demográfica que está armada. Seguindo uma tendência mundial, aliado ao aumento da esperança de vida a baixa da natalidade foi um dos resultados óbvios das políticas do filho único.

O académico Newman Lam recorda que “no panorama global, o maior boom de natalidade ocorreu em 1957, o que significa que de 2023 em diante estaremos no pico da crise das reformas”. O docente da Universidade de Macau prevê que “a China ainda vai conseguir seguir a actual onda económica por mais quatro ou cinco anos depois disso, até os problemas começarem a emergir”. Problemas esses que se estenderão a Macau.

“A implicação é simples, quando se tem uma população envelhecida tem-se muito maior percentagem de reformados do que a população activa empregada,  isso vai trazer um maior fardo nas finanças públicas”, explica Newman Lam. O académico acrescenta que esta realidade pode levar “ao aumento significativo dos impostos o que traz um problema maior: o declínio de consumo interno”.

O professor universitário entende que “Macau está a chegar a um ponto em que se nada for feito as consequências podem ser severas. Provavelmente não será nos próximos anos, mas dentro de uma década poderá ser problemático”.

Albano Martins afina pelo mesmo diapasão. “A experiência aqui ensina-me que quando a China tem problemas, Macau tem problemas. É quase imediato”, explica. O economista recorda que “nos anos 90 tivemos uma recessão de vários anos, na sequência do fecho de portas do sistema chinês à vinda de capitais para Macau, o que resultou na morte do imobiliário”. O mercado do jogo VIP também foi severamente afectado.

Dar a volta

“A China precisa de reestruturar a sua economia e Macau tem de fazer o mesmo, ou entramos em declínio”, comenta Newman Lam. O académico defende que o Governo deve dar passos firmes na reestruturação do sector do turismo para preparar um arrefecimento do consumo chinês, algo que tem vindo a ser projectado pelas autoridades.

Um dos chavões mais ouvidos em Macau é o da diversificação económica, algo que terá de sair do plano abstracto se se quiser atacar uma crise vindoura. Nesse aspecto, as teorias económicas colocam o Governo num papel de fomentador da iniciativa privada que ficou debilitada pela falta de liquidez. Neste sentido, Albano Martins entende que caberá ao Governo intervir na economia criando procura e oferta e dinamizar o empreendedorismo chamando os agentes económicos a participarem na vida activa. Porém, o economista alerta que esta intervenção tem de ser feita de forma inteligente, saindo do paradigma de “uma economia que está totalmente nas mãos de um punhado de empresários próximos do poder”, ou seja, longe de “uma diversificação ilusória”.

O economista acrescenta que estes “são períodos temporários em que o Governo tem de injectar dinheiro na economia, esse dinheiro não se vai perder”. Esta espécie de lei de Lavoisier económica só é possível devido aos cofres recheados que a RAEM tem. “Temos centenas de biliões arrecadados, esse dinheiro é para ser posto a funcionar em períodos difíceis”, comenta Albano Martins.

Apesar de haver reservas suficientes para segurar a saúde da economia de Macau durante anos, estas injecções de capital devem ser feitas de forma racional, escapando às lógicas de compadrio entre o sector empresarial e o Governo.

26 Out 2017

Economia | Produto Interno Bruto subiu 11,5 por cento

Os dados mais recentes mostram que o desempenho do sector do jogo levou a uma subida do Produto Interno Bruto no segundo trimestre deste ano

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] economia de Macau cresceu 11,5 por cento, em termos reais, no segundo trimestre do ano, face a igual período do ano passado, impulsionada pelo desempenho da indústria do jogo.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a um ritmo superior ao do primeiro trimestre (10,3 por cento) devido principalmente “às subidas das exportações de serviços e da despesa de consumo privado”.

No primeiro semestre do ano, a economia de Macau registou um crescimento homólogo de 10,9 por cento, em termos reais, com o PIB a alcançar 95.055 milhões de patacas no final de Junho.

A procura externa manteve-se em alta no segundo trimestre do ano, impulsionando o crescimento anual de 18,8 por cento das exportações de serviços, destacando-se os aumentos homólogos de 19 por cento nas do jogo e de 22,1 por cento nas de outros serviços turísticos, além de uma ligeira subida de 0,5 por cento das exportações de bens, informou a DSEC.

A procura interna subiu consistentemente, enquanto a despesa de consumo privado e as importações de bens cresceram respectivamente 3,4 por cento e 2,4 por cento, em termos anuais.

Menos bens e serviços

Em sentido inverso, a despesa de consumo final do Governo e o investimento sofreram descidas, ambos de 2,4 por cento em termos anuais. Tal foi inferior à do primeiro trimestre (mais 4,8 por cento) em consequência da notável descida de 11,0 por cento nas aquisições líquidas de bens e serviços.

O deflector implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou um crescimento anual de 2,2 por cento.

Já a despesa de consumo privado aumentou “à medida da recuperação económica, do abrandamento da inflação e do contínuo comportamento satisfatório do mercado de emprego”, os quais “suportaram o crescimento anual de 3,4 por cento da despesa de consumo privado, que superou o do primeiro trimestre (1,6%)”, acrescentou.

A despesa de consumo final das famílias cresceu 2,5% no mercado local e 5% no exterior.

As remunerações dos empregados aumentaram, por seu turno, 2,7 por cento.

A DSEC indicou ainda que o investimento abrandou, com a formação bruta de capital fixo, que o reflecte, a registar uma contracção homóloga de 2,4 por cento, contrastando com o primeiro trimestre (+7,1 por cento), devido à “contínua conclusão das obras de grande envergadura de construção de instalações do turismo e entretenimento”.

O investimento do sector privado registou um recuo homólogo de 8,8 por cento, salientando-se as quedas de 7,3 por cento no investimento em construção e de 20,2 por cento no investimento em equipamento.

Em contrapartida, o investimento do sector público aumentou significativamente (73,1 por cento) devido ao acréscimo substancial de 84,1 por cento em obras públicas.

Em alta manteve-se também o comércio de mercadorias, com as exportações e importações de bens a registarem crescimentos de 0,5 e 2,4 por cento, respectivamente, em termos anuais homólogos, graças aos aumentos da despesa de consumo privado e da despesa dos visitantes no segundo trimestre.

Também segundo a DSEC, devido ao acréscimo do número de visitantes e da respectiva despesa, o aumento homólogo das exportações de serviços passou para 18,8 por cento no segundo trimestre, realçando-se os aumentos de 19% nas exportações de serviços do jogo e de 22,1 por cento nas de outros serviços turísticos, superiores aos do primeiro trimestre (mais 11,3 e 20,9 por cento).

Quanto às importações de serviços, a subida homóloga foi de 15,1 por cento.

29 Ago 2017

China | Economia cresce 6,9% no segundo trimestre

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China, segunda maior economia do mundo, cresceu 6,9%, no segundo trimestre do ano, mais duas décimas do que no mesmo período de 2016, anunciou ontem o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês. O Produto Interno Bruto (PIB) do país mantém assim o ritmo de crescimento, face ao primeiro trimestre do ano, e supera em uma décima a previsão dos analistas.

A liderança do país pretende manter a economia estável, a poucos meses de se realizar o congresso do Partido Comunista Chinês, o mais importante acontecimento da agenda política do país, que se realiza de cinco em cinco anos.

No próximo congresso, o Presidente chinês, Xi Jinping, deverá coordenar a remodelação do Comité Central do Politburo, a cúpula do poder na China, numa altura em que analistas ocidentais admitem que este ficará no poder além do período previsto de dez anos.

Nos últimos meses, os principais índices da economia chinesa têm apresentado resultados positivos. Analistas previram, no entanto, um abrandamento, à medida que Pequim torna mais difícil o crédito, visando travar o aumento do endividamento das empresas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que a economia chinesa mantenha, em 2017, o ritmo de crescimento atingido no ano passado, de 6,7%, estimulado pelo investimento público.

No segundo trimestre do ano, o consumo interno e as exportações aceleraram, compensando o abrandamento do crescimento no sector secundário, imobiliário e outros ativos fixos.

O sector retalhista cresceu 10,4%, na primeira metade do ano. As exportações e importações aceleraram entre maio e junho. O investimento, que continua a ser o principal motor da economia chinesa, cresceu 8,6%, entre janeiro e junho.

Desde a crise financeira global de 2008, a China tem recorrido ao crédito para estimular o crescimento económico. No total, a dívida não-governamental cresceu do equivalente a 170% do PIB, em 2007, para 260%, no ano passado, um valor considerado bastante alto para um país em desenvolvimento.

Em Maio passado, a agência de notação financeira Moody’s baixou a classificação da dívida chinesa a longo prazo e o FMI urgiu Pequim a controlar o crescimento da dívida.

Os reguladores chineses apontaram a redução dos riscos no sistema financeiro do país como uma prioridade para este ano. Os bancos foram incitados a controlar de perto várias empresas que fazem investimentos além-fronteiras, para ter a certeza de que conseguem respeitar os seus compromissos.

No relatório do Governo apresentado este ano à Assembleia Nacional Popular, o legislativo chinês, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, defendeu que um crescimento económico de 6,5% para este ano “é alcançável”, confiando que os vários riscos para a economia podem ser atenuados.

18 Jul 2017

Economia | Taxa de inflação a subir

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de inflação em Macau fixou-se em 1,37 por cento nos 12 meses terminados em Maio em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados oficiais ontem divulgados.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou sobretudo por causa dos aumentos nas secções de bebidas alcoólicas e tabaco (+9,99 por cento), da educação (+7,75 por cento) e dos transportes (+6,12 por cento).

Só em Maio, o IPC geral médio registou um aumento 0,95 por cento em termos anuais homólogos, devido principalmente ao aumento dos preços das refeições adquiridas fora de casa e das consultas externas, bem como das propinas escolares, segundo a DSEC.

Em relação a Abril, o IPC geral, que permite conhecer a influência da variação de preços na generalidade das famílias de Macau, cresceu 0,28 por cento.

Em 2016, a taxa de inflação de Macau foi de 2,37 por cento, a mais baixa desde 2009, ano em que se fixou em 1,17 por cento.

Segundo as projecções do Fundo Monetário Internacional, a taxa de inflação de Macau deve fixar-se em dois por cento este ano, em 2,2 por cento no próximo e em três por cento em 2022.

22 Jun 2017

Mais de metade das famílias jovens passa dificuldades financeiras

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação da Construção Conjunta de Um Bom Lar realizou um inquérito com o objectivo de perceber a situação das famílias jovens no território. A entidade ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau revelou que mais de 55 por cento dos agregados ouvidos vivem uma situação de dificuldade financeira. Noutro patamar, cerca de dez por cento das famílias inquiridas têm extremas dificuldades financeiras, nomeadamente no que toca a dar resposta a despesas com os filhos, habitação e refeições diárias.

O inquérito relevou que alguns dos aspectos que contribuem para o stress das jovens famílias é o acesso à habitação, a inexistência de apoio financeiro, a falta de lugares em creches e um ambiente de trabalho adverso à vida em família, assim como a necessidade de cuidados de familiares idosos.

Outro dos resultados que salta à vista foi o grau de insatisfação dos pais em relação ao pouco tempo que têm com os filhos.

Ieong Man Kit, responsável pelo inquérito, observa que, apesar do desenvolvimento de Macau, as gerações que nasceram nos anos 80 e 90 têm de enfrentar os problemas da inflação e as consequências do envelhecimento populacional.

Neste contexto, Wong Kit Cheng, directora da Associação Geral das Mulheres de Macau e deputada, acha fundamental o Governo implementar políticas que facilitem a vida familiar. A começar pela licença de paternidade e alargamento da licença de maternidade, passando pela melhoria da oferta dos serviços de creches e pelas políticas de protecção dos idosos.

A deputada considera que o Executivo precisa focar-se nestes tópicos, de forma a reduzir a pressão sobre as famílias mais jovens.

A política de habitação foi um dos temas que teve pior pontuação no inquérito, recebendo 1,98 pontos numa escala de cinco. Nesse aspecto, Wong Kit Cheng é da opinião de que o Governo deve responder à necessidade de habitação pública com mais construção de fracções para famílias jovens.

2 Jun 2017

Economia | PIB aumentou 10,3 por cento no primeiro trimestre

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] economia de Macau cresceu 10,3 por cento em termos reais no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016. O PIB está a ser impulsionado pelo crescimento do jogo e as melhorias do investimento.

Os dados são da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC): o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros três meses deste ano foi de 10,3 por cento, em comparação com o mesmo período do ano passado, superior ao do quarto trimestre do ano passado, altura em que se fixou em sete por cento.

A contínua melhoria das exportações de serviços e do investimento foi um dos factores apontados para justificar o crescimento da economia, a par da menor base de comparação no primeiro trimestre do ano passado.

“A procura externa manteve-se expandida, impulsionando o crescimento anual de 13,4 por cento das exportações de serviços. Destacam-se os aumentos de 11,3 por cento nas exportações de serviços do jogo e de 20,9 por cento nas exportações de outros serviços turísticos, tendo subido 9,7 por cento as exportações de bens”, lê-se num comunicado da DSEC.

Por outro lado, a procura interna subiu, “com acréscimos anuais de 1,6 por cento na despesa de consumo privado, de 4,8 por cento na despesa de consumo final do Governo e de 4,6 por cento no investimento, tendo também subido 5,2 por cento as importações de bens”.

“Simultaneamente, o deflator implícito do PIB, que mede a variação global de preços, ascendeu ligeiramente 0,5 por cento, em relação ao mesmo trimestre de 2016”, refere.

Mais gastadores

Já a despesa do consumo privado “aumentou 1,6 por cento, face ao primeiro trimestre de 2016, invertendo a tendência decrescente do trimestre anterior, devido ao panorama favorável do mercado de emprego, ao alívio da pressão resultante da inflação e ao ambiente de consumo durante as festividades”.

“A despesa de consumo final das famílias cresceu 1,3 por cento no mercado local e 4,9 por cento no exterior”, acrescenta.

A despesa de consumo final do Governo registou um “aumento anual de 4,8 por cento no primeiro trimestre de 2017”, contrastando “com o crescimento nulo do quarto trimestre de 2016”.

Além disso, “salientam-se as subidas de 3,7 por cento nas remunerações dos empregados e de 6,5 por cento nas aquisições líquidas de bens e serviços”.

“O investimento continuou a melhorar. A formação bruta de capital fixo (que reflecte o investimento) registou uma subida homóloga de 4,6 por cento, superior à do quarto trimestre de 2016 (+0,2 por cento)”, refere a DSEC.

No mesmo período, o investimento do sector privado aumentou um por cento em termos anuais, e o aumento do investimento em construção abrandou para 3,3 por cento, “devido principalmente à redução do investimento em obras de grandes empreendimentos de turismo e entretenimento”, tendo sido ainda registada uma queda de 13,3 por cento no investimento privado em equipamento.

“Em termos anuais, subiu significativamente (75,3 por cento) o investimento do sector público, impulsionado pelos acréscimos substanciais de 73,9 por cento em construção e de 132,6 por cento em equipamento”, adianta.

No primeiro trimestre deste ano, o PIB de Macau situou-se em 93,58 mil milhões de patacas. Em 2016, o PIB de Macau foi de 358,2 mil milhões de patacas.

31 Mai 2017

Chui Sai On cauteloso quanto à economia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo de Macau alertou para um aumento dos factores de risco na economia do território, não se prevendo uma “perspectiva mais clara do desenvolvimento”. Chui Sai On falava na Federação das Associações dos Operários de Macau, no âmbito das comemorações do Dia Internacional do Trabalhador, de acordo com um comunicado.

O responsável acrescentou que se assiste a “um aumento de factores de risco e de dificuldades, persistindo uma sobreposição de problemas velhos e desafios novos”.

A “conjuntura interna e externa continua complexa e inconstante, não se prevendo, ainda, uma perspectiva mais clara do desenvolvimento”, acrescentou.

“A economia de Macau apresenta actualmente uma tendência visível de crescimento contínuo”, que Chui Sai On atribuiu “aos bons resultados alcançados na fase preliminar” da aplicação do Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM.

O Chefe do Executivo destacou a acção do Governo na formação de trabalhadores de elevada qualidade para impulsionar um desenvolvimento económico mais diversificado.

O Executivo vai continuar “empenhado em intensificar” o aperfeiçoamento do regime jurídico das relações de trabalho e legislação complementar, a optimização do mecanismo de gestão de importação de trabalhadores não residentes e o combate firme ao trabalho ilegal.

Chui Sai On lembrou a aposta de Macau na construção de “um centro, uma plataforma” (“centro mundial de turismo e lazer” e “plataforma de serviço comercial entre a China e os países de língua portuguesa), esperando que os vários sectores da sociedade local saibam aproveitar “as novas oportunidades” para conquistar um espaço mais alargado na cooperação regional, e apoiar o desenvolvimento sustentável da sociedade e economia do território.

2 Mai 2017

Inflação em Macau fixou-se em 1,69 por cento em Março

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de inflação em Macau subiu 1,69 por cento nos 12 meses terminados em Março em relação ao período homólogo imediatamente anterior. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu devido aos aumentos registados nas secções de bebidas alcoólicas e tabaco (mais 14,62 por cento), educação (mais oito por cento) e transportes (mais 6,92 por cento).

Só no mês passado, o IPC geral médio aumentou 0,72 por cento em termos anuais. O crescimento homólogo em Março foi impulsionado principalmente pelo aumento dos preços das refeições adquiridas fora de casa e das propinas escolares e da gasolina, informou a DSEC.

Nos primeiros três meses, o IPC geral – que permite conhecer a influência da variação de preços na generalidade das famílias de Macau – cresceu 0,95 por cento em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

Em 2016, a taxa de inflação de Macau foi de 2,37 por cento, a mais baixa desde 2009, ano em que se fixou em 1,17 por cento.

Segundo as projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas na semana passada, a taxa de inflação de Macau deve fixar-se em dois por cento este ano, em 2,2 por cento no próximo e em três por cento em 2022.

24 Abr 2017

Jogo | Fitch prevê crescimento de 12 por cento

A Fitch prevê um crescimento de 12 por cento nas receitas de jogo de Macau em 2017. A agência de notação financeira espera um contributo semelhante do mercado de massas e do segmento VIP para este aumento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s previsões da Fitch, apresentadas num relatório divulgado esta semana, tiveram em consideração um eventual agravamento da política monetária e aumento das restrições imobiliárias que possam fazer abrandar o crescimento económico na China.

“Esperamos uma contribuição igual do mercado VIP e do mercado de massas para a previsão de crescimento de 12 por cento”, indica uma nota publicada na página de Internet da agência de notação sobre o relatório.

O desempenho do jogo VIP dos casinos de Macau excedeu as expectativas da Fitch, com as receitas deste segmento a crescerem 16,8 por cento no primeiro trimestre, em termos anuais homólogos, atingindo 35,491 mil milhões de patacas, indicaram dados oficiais divulgados na passada quarta-feira.

De acordo com o site da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), os lucros do jogo VIP (angariados nas salas de grandes apostas) representaram 55,9 por cento das receitas brutas arrecadadas pelos casinos entre Janeiro e Março, contra 54 por cento no primeiro trimestre de 2016.

A percentagem de crescimento das receitas do segmento VIP nos primeiros três meses do ano foi o dobro do registado no mercado de massas. As receitas do jogo de massas, incluindo as das slot machines, subiram 8,5 por cento, em termos anuais homólogos, para 27,988 mil milhões de patacas.

Trata-se de um sinal positivo para o segmento VIP que, apesar de deter a ‘fatia de leão’, tem visto a proporção nas receitas totais da indústria do jogo a diminuir nos últimos anos: em 2016 foi de 53,2 por cento, em 2015, 55,3 por cento, e em 2014, 60,4 por cento – isto quando chegou a ser superior a 77 por cento.

Dar a volta

Para a melhoria do desempenho do mercado VIP, a Fitch destacou factores como “a melhoria dos indicadores económicos no interior da China, a habituação dos apostadores às iniciativas de combate à corrupção e ao combate pelas autoridades chinesas ao marketing dos casinos por empresas estrangeiras [até à data com sede fora de Macau]”.

“A receita bruta do jogo VIP tem actualmente um nível similar ao de 2010”, adiantou a agência de notação financeira, indicando que “há uma boa margem de crescimento”.

A Fitch afirmou esperar que os investimentos fixos na China, um importante motor para o jogo VIP, cresçam 4,3 por cento em 2017, abaixo dos 5,7 por cento em 2016. Mas a agência sublinhou “a natureza opaca” deste segmento, o que justifica uma análise cautelosa.

Já no que respeita ao mercado de massas, a agência de notação referiu que este segmento vai ser impulsionado pelos “gastos saudáveis dos consumidores”, para os quais a Fitch previu “um crescimento de 7,5 por cento” este ano, e pelo “aumento da capacidade de alojamento, que “incentiva a estadas mais longas”.

Além de apontar que o mercado de massas continua por desenvolver na região da Ásia-Pacífico, a Fitch observou também as mais-valias das infra-estruturas em curso em termos de acessibilidade: “Apesar do atraso, os projectos de infra-estruturas pendentes, como a ponte Zhuhai-Hong Kong-Macau, o terminal marítimo da Taipa, a ligação ferroviária ao aeroporto de Zhuhai e o metro ligeiro em Macau deverão tornar a cidade mais acessível”.

No final de Março, Macau contava 6423 mesas de jogo e 16.018 slot machines, distribuídas por 39 casinos.

21 Abr 2017

Economia | Acelera este ano, abranda em 2018

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a projecção de que a economia de Macau vai voltar a crescer este ano, mas antecipou uma desaceleração para o próximo, indicou a instituição no World Economic Outlook.

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em termos reais de 2,8 por cento em 2017 foi conhecida, em Fevereiro, num relatório da instituição financeira sobre a RAEM. Nesse documento, o FMI reviu em alta a projecção de crescimento, avançada em Outubro, que era de 0,2 por cento.

Para o próximo ano, o FMI antecipou um abrandamento, com um aumento do PIB de 1,7 por cento em termos reais. Já para 2022, o World Economic Outlook previu uma recuperação, ao calcular um crescimento de 3,8 por cento para esse ano.

A economia de Macau contraiu-se em 2016 pelo terceiro ano consecutivo, apesar da recuperação da indústria do jogo.

O documento do FMI reiterou previsões anteriores relativamente à taxa de desemprego de Macau, calculando que se mantenha na ordem dos dois por cento este ano e no próximo. As taxas de inflação também se deverão manter baixas: dois por cento em 2017, 2,2 por cento em 2018 e três por cento em 2022.

No World Economic Outlook, publicado em Washington, o FMI melhorou ligeiramente a previsão de crescimento económico mundial para os 3,5 por cento em 2017 (contra os 3,4 por cento anteriormente previstos), projectando um crescimento de 3,6 por cento em 2018.

20 Abr 2017

O crescimento sustentável

“The triple bottom line (TBL) thus consists of three Ps: profit, people and planet. It aims to measure the financial, social and environmental performance of the corporation over a period of time. Only a company that produces a TBL is taking account of the full cost involved in doing business. In some senses the TBL is a particular manifestation of the balanced scorecard. Behind it lies the same fundamental principle: what you measure is what you get, because what you measure is what you are likely to pay attention to. Only when companies measure their social and environmental impact will we have socially and environmentally responsible organisations.”
“The Economist Guide to Management Ideas and Gurus” – Tim Hindle

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grande tema revisitado do capitalismo nos velhos países industrializados, é reduzir os funcionários, aumentar o impacto da tecnologia e percentagem das pessoas idosas, sem um rendimento que lhes permita uma vida digna, o que por si deve ser a mola suficiente para promover um plano de reformas ao capitalismo, que faça que a economia crescer de forma sustentável. O historiador inglês, Eric Hobsbawm, no seu livro “The Age of Extremes: The Short Twentieth Century, 1914 -1991”, referia-se à história do século XX, como sendo o século curto, porque tinha começado em 1914, com a I Guerra Mundial e terminado em 1989, com o colapso da União Soviética.

Afirmava Hobsbawm que a versão oposta à soviética também estava falida, pois a fé teológica em uma economia que afectava totalmente os recursos à economia, através de um mercado sem restrições, em uma situação de concorrência ilimitada; um estado de coisas que se acreditava que não só produzia o máximo de bens e serviços, mas também o auge de felicidade era o único tipo de sociedade que merecia o epíteto de livre. Os seus críticos reagiram imediatamente, considerando uma vingança do velho marxista, aludindo ao pensamento político do historiador. Passados mais de vinte anos, damos conta que o capítulo desse livro intitulado de “Rumo ao milénio”, tem alusões proféticas, e que teria sido excelente ter levado em consideração.

O livro assinala os problemas fundamentais da actualidade, como o demográfico e o ecológico. Era essencial determinar como alimentar-se-ia uma população mundial dez anos maior em número, com cerca de nove a dez mil milhões de pessoas em 2050, sabendo que um quinto será de idosos, ou seja, cerca de dois mil milhões de pessoas. Os países ricos enfrentarão a imigração em massa, que iriam causar graves problemas políticos internos, o que soa familiar, ou munir-se de barricadas inúteis para protegerem-se dos imigrantes.

Quanto aos problemas ecológicos entendia como cruciais, mas não tão explosivos a curto prazo. Se o indicador de crescimento económico se mantivesse indefinidamente nos níveis da segunda metade do século passado, teria consequências irreversíveis e catastróficas para o ambiente natural do planeta. O que obrigaria a ter uma política ecológica radical e realista por sua vez. Tudo o que reforça o conceito de economia sustentável é ferramenta importante para a abertura do caminho almejado. Enquanto isso, o progresso tecnológico incessante continuou a deslocar e a transformar empregos.

A globalização fez mudar as indústrias do centro para a periferia à procura de custos mais baixos e enfraqueceu mecanismos estatais para gerir as consequências sociais dos novos processos económicos e houve uma enorme transferência de indústrias procurando mão-de-obra barata, desde os países mais ricos aos mais pobres, com todas as suas indesejáveis consequências sociais.

O mesmo ocorreu, também, no interior de cada país rico e esta é uma boa explicação para entender a reacção dos ingleses ao votar a saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE). Até agora não existia nenhuma ameaça credível que impulsionasse o capitalismo e os seus principais actores, a procurar reformas rápidas e eficientes e em certa medida, o Brexit, ou abandono britânico da UE, pode comparar-se com a queda da União Soviética, não importando apenas o que aconteça no Reino Unido, pois mais grave seria a fractura e a desintegração do velho projecto de unidade continental.

As organizações supranacionais enfraqueceram a noção de Estado-Nação, mas também o fizeram as forças internas com movimentos autonómicos, como a Escócia na Grã-Bretanha, ou a Catalunha em Espanha. O que se divisa com claridade, é que muitas pessoas não estão de acordo com a globalização, porque não entendem a sua utilidade ou conveniência na sua vida diária. Sentem-se assustadas pelos avisos, acrescidos de ameaças, e sobretudo, estão com ira. É o que se observa no momento de votarem, e com transparência afirmam, que votam contra as elites dirigentes, governantes, teóricos, empresários e em especial bancos que os submetem a uma vida pior que a prometida, e para se libertarem sentem necessidade de resgatar o poder entregue a essas elites, ainda que seja, para cair nas mãos de uma nova burocracia. A situação real observada apresenta matizes graves do jogo perigoso político e societário em este momento da história.

Os autores e consultores defendem que as empresas devem assumir a liderança de uma das batalhas mais concretas que se tem travado em matéria de protecção ambiental. Não é uma opinião unânime. Muitos críticos defendem que não é uma boa estratégia, pôr a raposa em frente do galinheiro, pois o que dizem, e existe alguma razão é de que não se pode omitir o facto de a história revelar os danos e negligências das empresas em matéria ambiental. Há que fazer muito mais e rapidamente para alterar essas práticas prejudiciais. É certo que pela primeira vez, os países se uniram com solenidade, para atingirem metas como as de travar ou reverter a deterioração climática e combater o efeito dos gases de estufa, que o Presidente Donald Trump afirma serem de mera falácia, apregoando o abandono do Acordo de Paris pelos Estados Unidos.

Todavia, existe um longo caminho a percorrer das palavras às acções, mesmo com os prazos a reduzir. Os principais países em processo de industrialização aderem às metas de modo estridente, mas pouco fazem para as cumprir. Primeiro, querem obter um nível de desenvolvimento que detém os países industrializados. Até há pouco tempo as preocupações conservacionistas eram cheias de boas intenções. O sociólogo inglês John Elkington introduziu o conceito de “Triple Bottom Line (TBL)”, pela primeira vez, em 1994, e usado mais tarde no seu livro “Cannibals With Forks: The Triple Bottom Line Of 21st Century Business,” publicado em 1997, demonstrando como todas as empresas podem e devem ajudar a sociedade a alcançar três objectivos interligados, que são a prosperidade económica, protecção ambiental e equidade social, questões que estão no topo da agenda corporativa.

O TBL mede o grau de responsabilidade social de uma empresa, o seu valor económico e o impacto ambiental. O desafio é representado pela dificuldade de medir os objectivos social e ambiental, o que exige que os três objectivos sejam avaliados pelos seus méritos. O empresário alemão Jochen Zeitz, que usa a sua fortuna para alterar as opiniões mundiais sobre as alterações climáticas, publicou o primeiro relatório no âmbito do TBL concluindo que para realizar uma economia sustentável, os líderes das empresas devem assumir os três objectivos definidos como metas.

O livro “The Breakthrough Challenge: 10 Ways to Connect Today’s Profits with Tomorrow’s Bottom Line”, que tem como autores John Elkington e Jochen Zeitz, publicado em 2015, defende a ideia de que o ataque crescente à globalização, o maior poder das empresas multinacionais e a incidência de uma recessão generalizada tornam mais difícil a acção dos governos. O argumento tem sentido. Se há catástrofes naturais e deterioração do ambiente e, se as pessoas não têm emprego e não tem recursos, e se o sistema financeiro entra em colapso, estão em sério perigo os lucros das empresas. As empresas devem tentar, pelo menos, uma economia sustentável não pela filantropia, mas na procura dos seus interesses. Todavia, em momento algum subestimam os referidos autores, o esforço a realizar.

Os trabalhos pendentes incluem o impulso de novas estruturas como as Empresas B que reinvestem todos os seus lucros no crescimento da firma, princípios contáveis sólidos e verdadeiros, cálculo real dos verdadeiros retornos, alcançar benefícios no plano humano, social e do planeta, eliminação de subsídios ou incentivos com efeitos destrutivos, transparência plena, alterar a forma como se educam e formam os líderes empresariais do futuro e eliminar o curto prazo. Esses são os requisitos a cumprir. O uso generalizado das mídias sociais e da análise de dados torna cada vez mais fácil seguir e observar o comportamento de uma empresa.

A grande parte das pessoas declara que suportam as suas decisões de compra neste tipo de informação que recolhem, e que é designado por “transparência radical”, conforme alcunhou Allen Hammond, um dos ex-Chefe do Departamento de Comunicação do World Resources Institute. A informação obtida na Internet permitiria aos ambientalistas procurar maiores padrões éticos das empresas, mas tudo indica que a grande alteração não é a nova ferramenta que dispõem os activistas para exercer maior pressão. É especialmente efectiva entre os clientes e compradores, sobretudo, os geracionalmente que fazem parte da geração do milénio, ou seja, os nascidos entre 1980 e 2000.

A expectativa dos consumidores é de que as marcas sejam totalmente transparentes nas suas práticas comerciais, pois fazem um uso intenso das mídias sociais, permitindo que um potencial cliente se torne amigo da marca, e a expectativa é que a marca se comporte como uma amiga. Este novo conceito de “transparência radical”, onde todos sabem tudo, o que todos fazem, apresenta uma dificuldade, pois existem muitas empresas que não estão preparadas para fazer as alterações que esta nova situação exige. As empresas que prefiram ganhar confiança junto dos seus clientes, têm que aceitar e facilitar o escrutínio público, que é algo mais que melhorar as práticas habituais. É mostrar sem reservas o que ocorre dentro da empresa.

A economia global, começa lentamente a recuperar e a melhorar, em algumas áreas geográficas, de forma mais clara que outras, pois durante a recessão, a situação válida foi sobreviver. A atenção, actualmente, concentra-se no crescimento, um motor moldado por forças externas com capacidade para transformar a sociedade e os negócios. O novo cenário é definido pelo trabalho de cinco tendências globais, como os avanços tecnológicos, alterações na demografia, ciclos económicos globais, urbanização, escassez de recursos e alterações climáticas. O impacto que podem ter essas tendências está a mudar de forma drástica as expectativas que a sociedade tem sobre o mundo dos negócios. Quando uma empresa funciona de forma coerente com essas tendências, adquire fiabilidade que é a base de toda a relação e transacção em qualquer mercado. É como se adquire a famosa licença para exercer a actividade.

O curto prazo por mais tentador que seja, não funciona. Não existe medicação para se voltar ao inicio e todos os líderes empresariais devem concentrar-se no TBL. É essencial saber que a forma de fazer negócios incide sobre o nível de utilidades, a comunidade onde está inserida e o impacto sobre o ambiente e planeta, apesar de nos últimos anos, as sondagens terem revelado que aumentou de forma sustentável a fé e confiança que o público tem nas empresas, e muitos líderes do sector continuam empenhados em reduzir o que entendem como sendo a ausência da verdade.

17 Mar 2017

Jornal inglês Guardian publica texto sobre “lado negro” da economia de Macau

Gente sem outra opção que não viver em Zhuhai, pessoas que vivem em casas modestas mas que trabalham em hotéis de luxo. A inflação, as ruas pobres, o contraste com a riqueza. O Guardian decidiu olhar para a Macau além casinos
Versão online do artigo do The Guardian

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se Auyeung Lai-sung e serve de pivô a um longo texto através do qual o Guardian tenta mostrar que existe outra realidade em Macau além do luxo. É com a história desta mulher que o artigo começa: Auyeung Lai-sung veio clandestina para Macau, numa tentativa de escapar à extrema pobreza na China rural. Entrou ilegal no território mas, em vez de um futuro brilhante, “nunca conseguiu passar da cozinha de um dos mais lucrativos casinos do mundo”.

A entrevistada acorda de madrugada para fazer ‘dim sum’ para um restaurante de cinco estrelas, enquanto à noite janta noodles instantâneas para poupar dinheiro, para dar apoio à família. “Vejo as pessoas no restaurante e interrogo-me como é que conseguiram ganhar tanto”, comentou. “Eu queixo-me, mas é inútil. Nada vai mudar.”

O Guardian enquadra depois Macau: é o terceiro sítio mais rico do mundo. Está à frente de Singapura, Noruega ou Suíça, e atrás apenas do Luxemburgo e do Qatar. Seguem-se os números do jogo, a noção de que houve uma quebra “ligeira” em 2015, e a ideia de que o sector está em recuperação. O dinheiro dos casinos constitui 70 por cento das receitas do Governo e “os cofres públicos beneficiaram do crescimento económico da China, com mais milionários a querem viajar para o único local do país onde as apostas nas salas de jogo são legais”.

O texto inclui uma alusão ao facto de ter sido a cidade onde viveu Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur no mês passado. “É também um destino de eleição para funcionários corruptos do Governo chinês”, apesar de esta tendência ter sido alterada com a campanha de luta contra a corrupção no Continente.

“Mas ao lado dos muito ricos de Macau, estão os muito pobres”, escreve o diário. As estatísticas oficiais dizem que 2,3 por cento da população vive em situação de pobreza, mas “essa percentagem é baseada nos rendimentos, não tendo em conta a espiral do custo de vida que acompanhou o boom da indústria dos casinos”.

Ouvidos de mercador

A Caritas estima que 10 por cento da população vive na pobreza, com sete por cento a lutar para garantir necessidades básicas, como a alimentação. A este propósito, o Guardian cita o político e “líder de uma força pró-democrática” Pereira Coutinho: “O Governo não pode fazer nada para ajudar os pobres porque a corrupção é desenfreada. Só os ricos é que são ouvidos pelo Executivo, enquanto os pobres são ignorados e sofrem”.

No artigo faz-se ainda referência à distribuição anual de nove mil patacas, com a entrevistada central do texto, Auyeung Lai-sung, a lamentar a falta de apoios sociais em continuidade. “É notório o contraste entre o apartamento onde vive e os halls dos opulentos casinos”, lê-se.

O autor do texto passou pelo Cotai mas também visitou o Iao Hon, bairro onde “um terço da população trabalha em casinos”. O local “não tem o glamour dos casinos ou o charme colonial por norma associados à cidade”. O secretário-geral da Caritas, Paul Pun, é citado para explicar que o fosso entre ricos e os pobres é grande, “o Governo tem consciência do problema, mas precisa de ter coragem para o enfrentar e para lidar com os investidores do sector imobiliário”.

Entrevistado é também um homem que, durante 40 anos, trabalhou na construção civil. Não teve possibilidade de comprar uma casa e, há quatro anos, mudou-se para Zhuhai. Para o homem, que tem agora 83 anos, foi a única forma de evitar ficar sem um tecto. “Sinto-me só aqui, todos os meus amigos estão em Macau e não tenho com quem conversar. Trabalhei muito toda a minha vida. Nunca imaginei que Macau pudesse mudar tanto.”

O artigo do Guardian contava ontem com quase uma centena de comentários, de leitores que lamentam os estragos provocados pelo desenvolvimento do jogo, mas também de quem considera que o texto reúne apenas lugares-comuns.

14 Mar 2017

Exportações | Comércio externo caiu em Janeiro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] comércio externo de mercadorias de Macau em Janeiro atingiu 7,53 mil milhões de patacas, registando uma queda de 2,6 por cento em termos anuais homólogos, indicam dados oficiais ontem divulgados.

Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), Macau exportou bens avaliados em 971 milhões de patacas – menos 0,4 por cento face a Janeiro de 2016 – e importou mercadorias no valor de 6,56 mil milhões de patacas, menos 2,9 por cento face ao período homólogo do ano passado.
Consequentemente, o défice da balança comercial de Janeiro alcançou 5,59 mil milhões de patacas, indicou a DSEC.
Em termos de destino, verificou-se em Janeiro uma descida de 19,8 por cento nas exportações para a China, num total de 111 milhões de patacas, e uma ligeira subida para Hong Kong (1,4 por cento), para um total de 643 milhões de patacas.
Em contrapartida, os bens vendidos para a União Europeia (22 milhões de patacas) e Estados Unidos (21 milhões de patacas) registaram aumentos de 21,6 por cento e 110,2 por cento, respectivamente.
Já do lado das importações, registou-se uma descida de 13 por cento nas compras à China (2,33 mil milhões de patacas) e uma subida de 6,4 por cento nas aquisições à União Europeia (1,68 mil milhões de patacas).

1 Mar 2017