Hoje Macau SociedadeEconomia | Investimento directo externo caiu 79,9 por cento [dropcap]O[/dropcap] investimento directo do exterior em Macau sofreu uma queda de 79,9 por cento em 2017, atingindo 3,01 mil milhões de patacas. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a descida ficou a dever-se à redução do montante reservado para o reinvestimento, causada pela acentuada distribuição de dividendos por parte das empresas concessionárias do jogo, e ao reembolso de empréstimos junto dos investidores directos do exterior e das sociedades parceiras externas. Em termos de fluxos por actividade económica, os sectores financeiros e da construção registaram em 2017 valores de 5,37 mil milhões e de 1,13 mil milhões de patacas, respectivamente, enquanto o jogo teve um valor negativo (-3,05 mil milhões de patacas). A maior parte do investimento directo do exterior em Macau chegou das Ilhas Virgens Britânicas (6,11 mil milhões), da China (3,56 mil milhões) e de Hong Kong (3,33 mil milhões). O rendimento do investimento directo do exterior cifrou-se em 58,65 mil milhões de patacas, traduzindo uma subida de 20,4 por cento face a 2016.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBolsas | Quebras globais e acções dos casinos a seguir a tendência Depois de uma quarta-feira com quebras acentuadas em Wall Street, os mercados asiáticos seguiram a mesma tendência. As operadoras de jogo também não ficaram imunes com as quebras do valor das acções a variarem entre os 6,72 e 4,05 por cento [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi no início da semana que Pansy Ho afirmou estar optimista face à guerra comercial e anteviu um teste para o turismo de Macau. Contudo, ontem, a directora executiva da MGM China talvez tenha reconsiderado as declarações, depois das acções da operadora norte-americana terem afundado 5,07 por cento na Bolsa de Hong Kong. Após uma sessão de quarta-feira em que Wall Street sofreu quebras significativas, devido a um anormal volume de vendas de acções ligado a empresas de novas tecnologias, o índice Nasdaq registou uma quebra de 4,08 por cento e o Dow Jones desvalorizou 3,15 por cento. A tendência reflectiu-se na Ásia. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve uma quebra de 3,8 por cento e alcançou o valor mais baixo desde Maio de 2017. Logo no outro lado da fronteira, em Shenzhen, as perdas foram ainda mais acentuadas com descidas de 5,5 por cento, o pior resultado desde Outubro de 2014. Em Xangai o cenário não foi diferente e a bolsa afundou 4,3 por cento, naquele que foi o nível mais baixo registado pela principal bolsa chinesa nos últimos quatros. Nos outros mercados da Ásia, como o Japão ou a Coreia do Sul, o cenário não foi diferente. “As quebras devem-se a várias razões: as perdas de Wall Street, as alterações nas taxas de juro a longo prazo, uma nova inquietação renovada sobre as relações comerciais entre a China e os Estados, assim como uma atitude mais prudente dos accionistas após a divulgação dos resultados de vários empresas” afirmou Juichi Wako, analista do banco de investimento Nomura, em declarações à Bloomberg. Em declarações ao Financial Times, Medha Samant, directora do departamento de investimento da empresa Fidelity International, explicou a tendência com os receios face ao “crescente sentimento de proteccionismo” e “valorização do dólar”. “O grande aumento no volume de vendas no mercado norte-americano assustou as pessoas e fez com que se recordassem de sessões como as do início do ano, em que também houve forte quebras. É muito provável que o sentimento negativo continue a afectar os mercados asiáticos durante o curto prazo”, acrescentou ainda a entrevistada. Sangria nas operadoras A desvalorização de ontem também se fiz sentir nas operadoras do jogo listadas em Hong Kong, com o valor das acções a afundar entre 4,05 por cento e 6,72 por cento. A maior quebra foi registada pela operadora Sociedade de Jogos de Macau Holdings, cujo valor das acções começou o dia nos 6,850 dólares de Hong Kong por título e acabou a sessão nos 6,390 dólares. A desvalorização foi sentida pela Wynn Macau, com os títulos a quebrarem 6,02 por cento de 16,940 dólares para 15,920 dólares. Ainda na escala dos resultados negativos, seguiu-se a MGM China, com as acções a caírem de 12,220 dólares para 11,600, o que equivale a 5,07 por cento. Galaxy e Sands foram as empresas que obtiveram os resultados menos negativos. No caso da operadora ligada a Lui Che Woo, a quebra foi de 4,78 por cento de 44,950 dólares para 42,8. Finalmente, a Sands China, representação local da Las Vegas Sands, viu o valor cair 4,05 por cento de 34,550 dólares para 33,150 dólares. A operadora Melco, como não está listada em Hong Kong, não foi afectada. Contudo, o valor dos títulos da operadora Melco tinham caído 4,01 por cento, na quarta-feira, em Nasdaq, para os 18,18 dólares norte-americanos.
Diana do Mar SociedadeEconomia | Comércio externo aumentou 21,7% até Agosto [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] comércio externo de Macau totalizou 66,52 mil milhões de patacas até Agosto, traduzindo um aumento de 21,7 por cento face ao período homólogo do ano passado, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Macau exportou bens avaliados em 8,13 mil milhões de patacas (+7,9 por cento) e importou mercadorias avaliadas em 58,39 mil milhões de patacas (+24 por cento) nos primeiros oito meses do ano. Por conseguinte, o défice da balança comercial nos oito primeiros meses agravou-se 27 por cento, atingindo 50,25 mil milhões de patacas. As exportações de Macau para a China (1,37 mil milhões de patacas) caiu 3,6 por cento, à semelhança do que sucedeu com as destinadas aos Estados Unidos (90 milhões de Patacas), que diminuíram 19,4 por cento em termos anuais. Em contrapartida, as vendas para Hong Kong (5,06 mil milhões de patacas) e União Europeia (132 milhões de patacas) subiram 12,9 e 8,4 por cento, respectivamente, em termos anuais. Já as importações de Macau de produtos da China (19,80 mil milhões) aumentaram 27,8 por cento, em linha com as compras à União Europeia, que cresceram 27,8 por cento, entre Janeiro e Agosto de 2018. As trocas comerciais entre Macau e os países de língua portuguesa atingiram 549 milhões de patacas – contra 418,7 milhões entre Janeiro e Agosto do ano passado. As exportações de Macau para o universo lusófono ascenderam a 24 milhões de patacas, (contra 700 mil patacas), enquanto as importações cifraram-se em 525 milhões de patacas, contra 418 milhões em igual período de 2017.
João Santos Filipe SociedadeApontada má atitude e fraco controlo emocional a alunos locais As facilidades no acesso ao emprego fazem com que os estudantes locais não desenvolvam capacidades essenciais no mundo do trabalho globalizado. O aviso vem de um académico da Universidade Cidade de Macau, que alerta para possíveis problemas na eventualidade de uma mudança no ambiente económico ou de políticas laborais do Governo [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] protecção laboral em Macau faz com que os alunos do ensino superior apresentem uma má atitude no emprego, pouco controlo emocional e uma fraca capacidade de trabalho em equipa. Esta é a principal conclusão de um artigo publicado por Chen Wei-Nien, professor na Universidade Cidade de Macau, na revista académica Journal of Research in Business Economics and Management. De acordo com as conclusões do trabalho de Chen, o facto de Macau ter um ambiente muito protector do emprego para os residentes locais, faz com que estes não tenham de se preocupar tanto com as saídas profissionais e os desafios para encontrar emprego, num ambiente altamente competitivo, depois de terminarem os estudos. “Neste tipo de ambiente, os estudantes locais do ensino superior têm tendência para se preocuparem menos com o emprego, o que lhes retira características naturais de alerta para eventuais crises. Por isto, os alunos tendem a demonstrar um pior desempenho no trabalho ao nível da atitude, controlo das emoções e da capacidade de trabalho de equipa”, escreve o académico. O académico defende que esta realidade tem um impacto directo na cultura de contratação de empregados locais, que faz com que estas características, tidas como pontos fracos, sejam mais valorizadas. “Estas características tornaram-se assim as mais importantes ao nível da empregabilidades dos alunos locais no ensino superior de Macau, que relegam para segundo plano outros aspectos, como o conhecimento ou a capacidade de inovação”, explica. Segundo os dados mais recentes da Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre Maio e Julho a taxa de desemprego total cifrou-se nos 1,8 por cento, entre residentes a percentagem era de 2,4 por cento. Preparar o futuro Traçado o estado do ensino e a necessidade de dotar os alunos com maior capacidade para lidarem com eventuais problemas no trabalho, Chen Wei-Nien sugere que as universidades tenham em conta este problema. “Primeiro, é necessário promover junto dos alunos que as crises no mercado do trabalho acontecem. A globalização e a competição entre talentos globais tornou-se uma tendência que tomou o mundo de rompante. No futuro, quando houver mudanças no ambiente económico, ou houver uma alteração nas políticas governamentais, vai haver impactos muito sérios nas oportunidades de emprego e no espaço em que vivemos”, justificou o académico. “É preciso ir mais longe, devemos mudar a nossa formação mental e o mentalidade herdada e trabalhar de forma continuada para melhorar todos os dias, cultivar uma melhor cultura de trabalho, aperfeiçoar o controlo emocional, reforçar a capacidade de fazer trabalho em equipa e elevar a capacidade de resposta perante problemas”, conclui. O estudo foi publicado na edição de Setembro da revista com o título Pesquisa sobre a Empregabilidade dos Estudantes Locais do Ensino Superior em Macau [Research on the Employability of Local College Students in Macau, em inglês]”.
Hoje Macau Manchete SociedadeUM prevê crescimento de 8,3 por cento este ano e de 7,1 por cento em 2019 A guerra comercial e os efeitos da Administração Trump podem influenciar de forma negativa o crescimento da economia de Macau no próximo ano. No pior cenário, a UM coloca em cima da mesa a possibilidade de haver uma quebra no PIB de 2,6 por cento [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] economia do território vai crescer 8,3 por cento durante este ano e 7,1 por cento no próximo. São estas as previsões apresentadas ontem pelo Departamento de Economia e pelo Centro de Estudos da Universidade de Macau. Contudo, os académicos da UM deixam um alerta: durante o próximo ano existe o perigo real da economia sentir as consequências da guerra comercial, assim como do abrandamento do crescimento da economia chinesa. O Interior da China é o principal mercado de jogadores nos casinos. “No horizonte está um clima de incerteza económica. A Reserva Federal Norte-Americana deve continuar a aumentar a taxa de juros de forma conteinua. A Administração de Donald Trump tem criado fricções no comércio entre os EUA e os outros países”, é apontado no documento. “A zona euro continua a enfrentar a crise das dívidas públicas e a economia do Interior da China vai abrandar, ao mesmo tempo que o Governo Central vai tentar implementar políticas monetárias e fiscais para estabilizar o crescimento económico. Estes são factores que podem afectar o crescimento da economia de Macau em 2019”, é acrescentado. Em relação ao próximo ano, os economistas da UM acreditam que no pior cenário o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau vai sofrer uma quebra de 2,6 por cento, já nas previsões mais optimistas terá um aceleramento de 16,6 por cento. Porém, o mais provável é que o crescimento fique na ordem dos 7,1 por cento. Na base desta previsão está a expectativa que a exportação de serviços seja de 8,7 por cento, enquanto a exportação de bens crescerá 5,7 por cento. No que diz respeito à inflação ao longo de 2019, esta deverá situar-se pelos 3,9 por cento, enquanto que a taxa de desemprego deverá ficar nos 1,9 por cento. Se forem tidos apenas em consideração os residentes, a taxa de desemprego será de 2,5 por cento. Por sua vez, a mediana dos salários subirá para 16.638 patacas por mês e o consumo interno deverá crescer ao ritmo de 5 por cento. Meta mais elevada em 2018 No que diz respeito às previsões de 2018, os economistas da UM dizem que no pior cenário, o crescimento vai cifrar-se nos 5,1 por cento, no melhor, o Produto Interno Bruto (PIB) vai saltar 11,6 por cento. No entanto, a maior probabilidade é que a taxa de crescimento se fique por um valor próximo dos 8,3 por cento. Ainda no que diz respeito a este ano, a taxa de inflação deverá atingir 3,3 por cento, enquanto que a taxa de desemprego deverá ficar pelos 2 por cento. Finalmente o consumo interno deverá crescer 5 por cento, enquanto a exportação de serviços vai saltar 13,6 por cento e a de produtos 18,1 por cento. Em relação à mediana dos salários, o ano deverá terminar com um valor de 16.077 patacas por mês.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | PE preocupado com investimentos chineses na UE [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Parlamento Europeu (PE) manifestou ontem preocupação com os investimentos chineses na União Europeia (UE), que podem “pôr em causa os interesses estratégicos”, defendendo a partilha de dados entre os Estados-membros e com as instituições comunitárias. Num relatório aprovado ontem sobre o estado das relações entre a UE e a China, os eurodeputados consideraram que os investimentos chineses fazem parte de uma estratégia global no sentido de empresas controladas ou financiadas por Pequim assumirem o controlo dos sectores bancário e energético e de outras cadeias de abastecimento. O PE mostrou-se preocupado com as “aquisições orquestradas pelo Estado [chinês], susceptíveis de pôr em causa os interesses estratégicos, os objectivos de segurança pública, a competitividade e o emprego na Europa”. Os dados sobre todos os investimentos chineses em infra-estruturas nos países da UE devem ser partilhados com as instituições europeias e os outros Estados-membros, defendeu o PE. Segundo o relatório, investigações recentes revelaram que, desde 2008, a China adquiriu activos na Europa no valor de 318 mil milhões de dólares, montante que não inclui várias fusões, investimentos e empresas comuns. Em 2017, 68 por cento dos investimentos chineses na Europa vieram de empresas públicas. “Perante a grande indiferença da Europa, os líderes chineses têm vindo a intensificar, progressiva e sistematicamente, os seus esforços para converter o seu peso económico em influência política, em particular através de investimentos estratégicos em infra-estruturas e novas ligações de transporte, bem como mediante comunicações estratégicas destinadas a influenciar os decisores políticos e económicos europeus, os meios de comunicação social, as universidades e as revistas científicas e o público em geral”, lê-se no relatório da comissão parlamentar dos Assuntos Externos, aprovado em plenário por 530 votos a favor, 53 contra e 55 abstenções.
Diana do Mar SociedadeEconomia | Comércio entre Macau e PALOP foi quase nulo em 2017 Cabo-Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe não venderam nem compraram absolutamente nada a Macau em 2017. Dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) apenas Angola e Moçambique entraram nas contas e só do lado das exportações. Timor-Leste também não existe no mapa das trocas comerciais de Macau, circunscritas praticamente ao Brasil e a Portugal [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]comércio entre Macau e os países de língua portuguesa atingiu 648,8 milhões de patacas em 2017, ficando limitado praticamente ao Brasil e a Portugal. Dados disponibilizados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam zero trocas comerciais com quatro dos oito países do universo da lusofonia (Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste). Já Moçambique e Angola entraram na rota comercial, mas somente do lado das exportações. Macau vendeu a Maputo bens avaliados em 273.042 patacas – ainda assim o equivalente a um terço das exportações para o universo lusófono – e a Luanda mercadorias de 31.873 patacas, ou seja, sensivelmente 3,9 por cento das exportações. Em ambos os casos, as vendas circunscreveram-se a produtos farmacêuticos. Já as importações de Macau, tanto a Angola como a Moçambique, foram uma miragem em 2017. Medalha de prata Do universo da lusofonia, Portugal emerge como o segundo parceiro comercial de Macau, a seguir ao Brasil. O comércio bilateral com Portugal atingiu 267,5 milhões de patacas (41,2 por cento do total das trocas comerciais com a lusofonia), numa balança comercial favorável a Lisboa. Macau comprou a Portugal bens na ordem dos 267,1 milhões em 2017 e vendeu produtos avaliados em apenas 413.329 patacas. Já as trocas bilaterais com o Brasil totalizaram 380,9 milhões de patacas, ocupando um peso de 58,7 por cento, com as vendas de Macau a não chegarem sequer a 100 mil patacas. Os dados relativos aos primeiros oito meses de 2018 atestam que a ausência de trocas comerciais com metade dos países da língua portuguesa no ano passado não foi conjuntural. Entre Janeiro e Julho, Macau não comprou nem vendeu nada a Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Já para Timor-Leste apenas exportou, enquanto do Brasil apenas importou. Só com Portugal é que houve comércio nos dois sentidos. Em Outubro, numa intervenção num fórum económico integrado na Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês), o economista Félix Pontes assinalou precisamente a “dimensão frustrante” do comércio entre Macau e os países de língua portuguesa. “É um facto indesmentível que o relacionamento comercial entre Macau e os países de língua portuguesa tem tido uma dimensão frustrante, não traduzindo em nada as expectativas emergentes das frequentes manifestações políticas nesse sentido”, observou.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Excedente comercial com EUA atinge máximo em Agosto O excedente da balança comercial da China com os Estados Unidos subiu em Agosto para um novo máximo, de 26,7 mil milhões de euros, numa altura em que estes países enfrentam uma guerra alfandegária [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egundo dados divulgados pela Administração-geral das Alfândegas da China, este excedente subiu 18,7 por cento face ao período homólogo, tendo também aumentado comparativamente a Julho deste ano, em resultado das exportações daquele país asiático. As exportações subiram, assim, 5,4 por cento para 1,3 mil milhões de euros entre Janeiro e Agosto deste ano em relação ao mesmo período de 2017, enquanto as importações subiram 13,7 por cento para 1,15 mil milhões de euros. Por seu lado, o comércio externo daquela que é a segunda maior potência económica do mundo, a China, subiu 9,1 por cento neste período, alcançando os 2,45 mil milhões de euros. Os analistas esperam, contudo, que o comércio externo da China seja afectado no segundo semestre deste ano, em resultado da guerra comercial com os Estados Unidos. Há três semanas, entraram em vigor novas taxas alfandegárias de 25 por cento sobre parte das importações oriundas dos Estados Unidos e da China, penalizando principalmente bens industriais, incluindo tractores, tubos de plástico ou instrumentos de medição. Como medida de retaliação, a China impôs taxas semelhantes aos produtos oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos energéticos, como o carvão, e automóveis. Onde dói mais Esta guerra comercial começou em Julho passado, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas adicionais de 25 por cento sobre um conjunto de produtos chineses. A primeira ronda de taxas afectou sobretudo os sectores da aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica e máquinas, demonstrando que Washington quer impedir Pequim de competir, no futuro, naqueles sectores de alto valor agregado. Pequim retaliou com taxas alfandegárias sobre o mesmo valor de bens importados dos Estados Unidos, afectando sobretudo produtos agrícolas, de forma a atingir a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Donald Trump. Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o ‘yuan’, desvalorizou-se mais de 8 por cento, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12 por cento. Na passada sexta-feira, Donald Trump voltou a ameaçar a China com taxas adicionais, num valor de 230 mil milhões de euros, que se somariam aos 43 mil milhões de euros impostos desde Julho passado e aos 172 mil milhões de euros que a administração norte-americana está a preparar. No ano passado, os Estados Unidos importaram um total de 435 mil milhões de euros da China. “Estou a ser duro com a China porque tenho de ser. Estão a arrecadar [mais de] 500 mil milhões de dólares daqui. Não posso deixar que isso aconteça”, vincou Donald Trump numa declaração feita na sexta-feira.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Trump sugere à Apple que produza nos Estados Unidos O presidente norte-americano, Donald Trump, sugeriu ao grupo tecnológico Apple que produza nos Estados Unidos e não na China, a melhor forma de evitar as consequências da guerra comercial em curso com Pequim. Entretanto, a Exxon-Mobil prepara um investimento multimilionário na China [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s preços [de produtos] da Apple podem aumentar por causa das enormes tarifas que podem ser impostas à China”, sublinhou Trump, na rede social Twitter, depois de ter ameaçado na sexta-feira taxar a totalidade das importações provenientes da China, que acusa de práticas comerciais “desleais”. “Mas há uma solução fácil”, acrescentou, sugerindo: “Fabriquem os vossos produtos nos Estados Unidos e não na China. Comecem a construir já novas fábricas”. A Apple está dependente do gigante asiático para o fabrico de muitos dos seus aparelhos, podendo vir a sofrer o impacto do conflito comercial entre os dois países. O líder do grupo, Tim Cook, considerou recentemente que as tarifas impostas à China pela administração norte-americana parecem “taxas sobre o consumidor”. Capital móvel Entretanto, outro colosso empresarial prepara-se para estreitar relações com Pequim. O presidente da petrolífera norte-americana ExxonMobil, Darren Woods, foi recebido na passada sexta-feira pelo primeiro-ministro chinês, com quem analisou um investimento multimilionário no sul da China, de acordo com informação veiculada pela agência Xinhua. Na reunião, o governante chinês sublinhou que o investimento mútuo entre as duas principais economias mundiais contribuirá para um desenvolvimento global estável. Li Keqiang também afirmou que serão bem-vindos mais investimentos da ExxonMobil na China, numa altura em que a empresa norte-americana está a negociar a construção de um grande projecto petroquímico com um capital de 8,6 mil milhões de euros na província de Cantão. “A China vai facilitar ainda mais o acesso ao seu mercado, tratar as empresas domésticas e estrangeiras com igualdade”, garantiu o primeiro-ministro no encontro com Darren Woods.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Chan Meng Kam negoceia cooperação com Guiné-Bissau [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, encontrou-se com Chan Meng Kam, o novo cônsul honorário daquele país em Macau, para negociar a cooperação e intercâmbio entre Macau e a Guiné-Bissau. O encontrou decorreu durante o Fórum de Cooperação China-África organizado em Pequim. José Mário Vaz sublinhou a longa história da amizade entre a China e a Guiné-Bissau e agradeceu a Pequim os apoios concedidos para o desenvolvimento da economia do país e para a construção de instalações básicas, referia ontem o Jornal do Cidadão. O presidente guineense manifestou ainda vontade de concretizar uma ligação cada vez mais estreita entre a China e a África através de um futuro partilhado. De acordo com a mesma fonte, Vaz fez uma apresentação a Chan Meng Kam das políticas sobre benefícios fiscais para investimentos estrangeiros bem como as vantagens dos recursos naturais da Guiné. O objectivo foi motivar investimento de Macau naquele país. Chan Meng Kam agradeceu a confiança do presidente, e adiantou que quatro alunos da Guiné Bissau seguiram os seus estudos na Universidade de Macau financiados por bolsas atribuídas pela fundação que detém . Chan fez ainda questão de sublinhar que liderou um grupo de 80 empresários locais que participaram numa feira de investimento organizada pela Guiné-Bissau em Pequim. O cônsul honorário da Guiné-Bissau em Macau acrescentou ainda que vai fazer o que estiver ao seu alcance para fomentar a cooperação entre Macau e a Guiné-Bissau nas áreas de economia, educação, turismo e cultura.
Hoje Macau PolíticaEconomia | Lionel Leong quer ajudar PME lusófonas a entrar na China [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo reiterou ontem o empenho em exercer uma plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, nomeadamente para impulsionar a entrada das Pequenas e Médias Empresas (PME) no gigante asiático. “O território está empenhado em desempenhar o papel de plataforma, a fim de ajudar mais e melhor as pequenas e médias empresas dos países de língua portuguesa a entrar no mercado da China interior”, afirmou o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, de acordo com um comunicado oficial. Lionel Leong falava na província de Cantão na véspera da 12.ª edição do Fórum para a Cooperação e Desenvolvimento da região do Pan-delta do Rio das Pérolas. Numa reunião com o governador de Jiangxi, Yi Lianhong, o secretário destacou o empenho de Macau em “propiciar a ligação com os países de língua portuguesa e a União Europeia”, para que as empresas daquela região do Rio das Pérolas possam “atrair investidores estrangeiros e conquistar mercados noutros países”, refere a mesma nota. Os dois governantes discutiram ainda uma “cooperação mais profunda” na área da medicina tradicional chinesa, para a qual Macau tem trabalhado também como plataforma entre a China e o os países lusófonos, nomeadamente na formação de especialistas. Neste sentido, Leong garantiu que o Parque Industrial de Medicina Tradicional Chinesa já se “encontra numa fase de captação de investimento, apresentado sucesso no que diz respeito à colocação de produtos desta natureza nos mercados internacionais”. Este parque, instalado na ilha da Montanha (Hengqin), adjacente a Macau, promove a cooperação na área com os países lusófonos, no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi Jinping e Guterres unidos contra o proteccionismo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, concordaram que é necessário promover o multilateralismo face a correntes proteccionistas que “danificam a ordem internacional”, informou ontem a agência Xinhua. O encontro decorreu no domingo, na véspera do arranque do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que traz a Pequim dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos. Citado pela Xinhua, Xi Jinping afirmou que a ONU continua a ser a “bandeira do multilateralismo” e que o mundo precisa do organismo “mais do que nunca”. “É necessário uma ONU mais forte, face à ascensão do unilateralismo e do proteccionismo, que constituem um duro golpe para a ordem internacional e o sistema global de governação”, afirmou. O líder chinês garantiu ao secretário-geral da ONU que Pequim não deseja obter contrapartidas políticas ou privilégios em África. Citado pela agência, o português afirmou que a ONU valoriza a cooperação entre a China e o continente africano, assinalando que o crescimento do país asiático é uma “tendência imparável” e de grande importância para o desenvolvimento e paz mundiais. Pequim tem vindo a reclamar maior protagonismo na governação de assuntos globais, desde a ascensão ao poder, em 2017, do Presidente norte-americano, Donald Trump, que rasgou compromissos internacionais sobre o clima, comércio livre, migração ou nuclear.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim procura recuperar valor da sua moeda [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]valor da moeda chinesa, o yuan, subiu ontem 202 pontos base, ou 0,29 por cento, face ao dólar norte-americano, segundo o Sistema de Comércio de Divisas da China (CFETS). Um dólar valia ontem 6,85 yuan, após aquele organismo ter anunciado que os bancos chineses reiniciaram o ajuste “anticíclico”, como parte do mecanismo de fixação de preços de paridade do yuan face ao dólar. Segundo o CFETS, a maioria dos bancos de divisas realizaram o ajuste por iniciativa própria, desde princípios de Agosto, para contrariar o sentimento pró cíclico, face a um yuan debilitado no mercado de divisas. Nos últimos meses, o yuan experimentou uma tendência negativa, em parte devido ao dólar norte-americano mais forte e a um “clima volátil no comércio mundial”, segundo a entidade, face à guerra comercial instalada entre Pequim e Washington. “O ajuste terá um papel activo para ajudar o yuan a manter-se estável num nível razoável e equilibrado”, indica o regulador. Em Maio de 2017, o regulador de divisas da China introduziu o facto de ajuste anticíclico no modelo de fixação dos preços, para travar flutuações no mercado de divisas. Após o mercado voltar à normalidade, com fluxos de capital equilibrados, os bancos reduziram o ajuste e colocaram o factor anticíclico em nível neutro. A taxa de paridade do yuan, face ao dólar, baseia-se na média dos preços oferecidos antes da abertura do mercado interbancário e pode oscilar, no máximo, 2 por cento por dia.
Diana do Mar Manchete SociedadeEconomia | PIB cresceu 6 por cento no segundo trimestre Crescimento económico de Macau abrandou face aos primeiros três meses do ano [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 6 por cento em termos reais no segundo trimestre, mas ficou aquém do desempenho dos primeiros três meses do ano, em que registou uma subida de 9,2 por cento. Os dados foram divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) que atribui o abrandamento à desaceleração das exportações de serviços e à diminuição acentuada do investimento. Segundo a DSEC, a procura externa manteve-se em alta, com um acréscimo anual de 13 por cento nas exportações de serviços, a principal força motriz do crescimento económico, apesar da contracção da subida (menos 3 por cento face ao trimestre anterior). Na alavanca esteve o desempenho da indústria do jogo e do turismo: as exportações de serviços do jogo subiram 13,7 por cento, enquanto as de outros serviços turísticos aumentaram 13 por cento. Já a procura interna sofreu um descida ténue, arrastada essencialmente por uma contracção anual de 11,9 por cento no investimento. A despesa de consumo privado registou um crescimento estável (de 5,3 por cento), atribuída à situação favorável do emprego, com subida no número total de empregados e dos rendimentos. Segundo a DSEC, a despesa de consumo final das famílias também aumentou: 4,9 por cento no mercado local e 3,3 por cento no exterior. O deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou um crescimento anual de 3,5 por cento. A despesa de consumo final do Governo também esteve em alta: subiu 5,1 por cento em termos anuais, acima do primeiro trimestre (2,2 por cento). Nesta rubrica, destacam-se acréscimos nas remunerações dos empregados e nas aquisições líquidas de bens e serviços, respectivamente, de 3,3 e de 8,8 por cento. Investimento público em alta O investimento privado diminuiu, com o agravamento do decréscimo do investimento global em activos fixos que desceu 11,9 por cento em termos anuais, uma queda muito acentuada em comparação com a registada no trimestre precedente (menos 1,9 por cento). O investimento em activos fixos do sector privado também desceu substancialmente (18,9 por cento), cenário justificado com a conclusão sucessiva de obras de grandes empreendimentos turísticos e de entretenimento, bem como de edifícios residenciais. Segundo a DSEC, o investimento em construção recuou 22 por cento no segundo trimestre, amortizado pelo aumento de 7,4 por cento do investimento em equipamento. Já o investimento do sector público subiu, com diversos projectos de infra-estrutura a impulsionarem um crescimento anual de 28,9 por cento no investimento em activos fixos. Destacam-se os aumentos em obras públicas (mais 21,8 por cento) e em equipamento (mais 154,7 por cento). A DSEC assinala ainda o crescimento significativo do comércio externo de mercadorias: as exportações aumentaram 30 por cento, enquanto as importações subiram 10, em termos anuais, acima das subidas do primeiro trimestre. No primeiro semestre do ano, a economia registou um crescimento homólogo de 7,6 por cento em termos reais, atingindo 212.271 milhões de patacas.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Ministro japonês diz que Trump não compreende o comércio livre [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ministro do Comércio do Japão disse ontem que a política de tarifas aduaneiras do Presidente dos Estados Unidos reflecte uma incompreensão grave da importância do comércio livre e da contribuição das empresas japonesas para a economia norte-americana. Hiroshige Seko, ministro da Economia, Comércio e Indústria, advertiu que o Japão pode tomar medidas se os Estados Unidos cumprirem a ameaça de impor uma tarifa de 25 por cento às importações de automóveis do Japão. O ministro não quis dar pormenores sobre uma tal resposta, mas não excluiu a adopção de tarifas retaliatórias. “Os fabricantes de automóveis japoneses são grandes contribuintes para a economia norte-americana”, disse Seko. “Se a indústria automóvel japonesa for enfraquecida, não terá capacidade para investir nos Estados Unidos”, acrescentou. “Isso não tem qualquer vantagem para a economia mundial. As empresas japonesas estão a enviar peças para a China para serem transformadas em produtos que são exportados para os Estados Unidos, e os efeitos já se fazem sentir”.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | PM da Malásia espera que Pequim entenda crise fiscal no país O primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, disse ontem esperar que a China entenda os problemas fiscais do seu país, após ter suspendido projectos avaliados em milhares de milhões de dólares apoiados pela liderança chinesa [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, Mahathir disse esperar o apoio da China, enquanto lida com uma dívida enorme e outros problemas económicos deixados pelas administrações anteriores. “Esperamos também que a China perceba os problemas que enfrentamos. E acredito que a China vai olhar com simpatia para os problemas que temos de resolver e talvez nos ajude a resolver alguns dos nossos problemas fiscais internos”, afirmou. Mahathir, que é um crítico do investimento chinês no seu país, suspendeu a construção de várias infra-estruturas financiadas pela China. O líder malaio espera renegociar os termos daqueles contratos durante as reuniões com os líderes chineses. Antes de viajar para Pequim, Mahathir afirmou que quer cancelar um projecto ferroviário ao longo da costa leste da península da Malásia, avaliado em 17,5 mil milhões de euros, e dois oleodutos, construídos por empresas apoiadas pelo Executivo chinês. O novo Governo da Malásia apelou a cortes drásticos, face à subida acentuada dos custos dos projectos, estimados, no total, em 22 mil milhões de dólares. Algum desse dinheiro já foi pago e pode ser difícil de recuperar. Rota acetinada Pequim considera que esses projectos trazem benefícios para ambos os lados e que qualquer disputa deve ser resolvida pelas partes comerciais envolvidas. Os projectos são parte-chave da iniciativa chinesa Nova Rota da Seda, lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, e então percorridas por caravanas. Os projectos são sobretudo construídos por empresas chinesas e financiados pelos bancos estatais da China, estendendo-se à Europa, Ásia Central, África e Sudeste Asiático. Na sua primeira deslocação oficial à China, desde que ganhou as eleições, há três meses, Mahathir visitou a sede do grupo de comércio electrónico Alibaba Group, na cidade de Hangzhou, leste do país, onde reuniu com o fundador, Jack Ma. O líder malaio também visitou a Geely, um dos principais fabricantes de automóveis privados da China.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim tenta travar especulação com yuan face a desvalorização [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] banco do povo chinês (banco central) anunciou que a partir de ontem os bancos terão de ter um depósito de 20 por cento para contratos de compra ou venda de yuan no futuro. A medida aumenta os custos de apostar na desvalorização do yuan, visando travar a negociação especulativa. Na sexta-feira passada, a moeda chinesa chegou a cair 0,7 por cento, face ao dólar norte-americano, atingindo o valor mais baixo desde maio de 2017. Desde o início de Fevereiro, o yuan caiu já cerca de 8 por cento face ao dólar. A queda apoia os exportadores chineses face à subidas das taxas alfandegárias nos EUA, ao reduzir o preço dos seus bens na moeda norte-americana, mas encoraja os investidores a tirar dinheiro da China, levando a um aumento nos custos de financiamento de outras indústrias domésticas. As crescentes fricções comerciais com Washington sugerem que Pequim continuará a desvalorizar a sua moeda. Analistas afirmam que a desvalorização tem sido suscitada também pelo abrandamento do ritmo de crescimento da economia chinesa e as diferentes direcções das taxas de juro nos EUA e na China. No mês passado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 34 mil milhões de dólares (mais de 29 mil milhões de euros) de importações oriundas da China, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. Pequim retaliou aquelas medidas, levando Trump a ameaçar penalizar mais 200 mil milhões de dólares (173 mil milhões euros) de produtos chineses. A liderança chinesa tem tentado manter os seus planos de desenvolvimento económico a longo prazo, resistindo à exigência de Trump para que altere as suas políticas para a tecnologia, que outros governos acusam de violar os compromissos da China com a abertura do seu mercado. Moeda isolada Jingyi Pan, analista na IG Asia, empresa líder nas transacções de derivados, afirma que o banco central chinês tem sido “muito tolerante” face à desvalorização do yuan, mas que as últimas medidas “sugerem preocupações com a fuga de capital”. Pequim impôs medidas semelhantes em Outubro de 2015, após uma mudança no mecanismo da taxa de câmbio ter levado os mercados a apostar na queda do yuan. A moeda estabilizou temporariamente, mas desvalorizou no ano seguinte. Tornar a aposta na queda do yuan mais difícil “não isola [a moeda] da guerra cambial”, afirma em relatório Philip Wee e Eugene Leow, do banco de Singapura DBS Group. A eficácia dos novos controlos deverá ser limitada, segundo analistas, face às diferentes tendências nas taxas de juro na China e EUA. A Reserva Federal norte-americana está a aumentar as taxas de juro, enquanto Pequim tem impulsionado o acesso ao crédito, visando estimular o crescimento económico. Isto encoraja os investidores a converter o dinheiro em dólares, visando obter maiores lucros.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | UE e Japão assinam acordo de comércio livre contra proteccionismo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] União Europeia (UE) e o Japão assinaram ontem, em Tóquio, um acordo de comércio livre que o presidente do Conselho Europeu considerou ser uma “mensagem clara” contra o proteccionismo. “Enviamos uma mensagem clara de que fazemos uma frente comum contra o proteccionismo”, disse Donald Tusk, em conferência de imprensa após a assinatura do acordo. A UE e o Japão assinaram ontem um Acordo de Associação Económica que, segundo uma declaração conjunta dos três líderes signatários, “envia uma mensagem poderosa de promoção do comércio livre, justo e regrado, e contra o proteccionismo”. Este é o maior acordo comercial negociado pela UE e que liberaliza a maior parte das trocas comerciais com o Japão. O documento foi assinado por Donald Tusk, pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, concluindo um processo negocial que se iniciou em 2013.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Crescimento económico de 6,7 por cento no segundo trimestre A economia chinesa cresceu 6,7 por cento, no segundo trimestre de 2018, duas décimas acima da meta definida pelo Governo para este ano e uma décima menos do que no primeiro trimestre [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s previsões apontavam já para um ritmo de crescimento menor no segundo trimestre, depois de Pequim ter restringindo o crédito bancário, visando travar o aumento da dívida, e ainda antes do início das disputas comerciais com os Estados Unidos. A actividade económica deverá continuar a abrandar, à medida que a procura global pelas exportações chinesas recua e as restrições ao crédito atingem o sector da construção e o investimento, importantes motores de crescimento. Pequim reagiu anteriormente a reduções no ritmo de crescimento económico com um aumento do crédito para o sector estatal, mas o subida dos níveis de endividamento levou já as agências de ‘rating’ internacionais a reduzir a nota da dívida do Governo chinês. Os líderes chineses estão a preparar uma transição no modelo económico, com o objectivo de transformar o consumo interno no principal motor de crescimento, em detrimento das exportações e investimento. Em Junho, as vendas a retalho subiram 9 por cento, em termos homólogos, impulsionadas por um rápido aumento do consumo de produtos de alta qualidade, incluindo cosméticos e equipamento de vídeo. O investimento em activos fixos, como fábricas ou imobiliário, cresceu 6 por cento na primeira metade do ano, face ao mesmo período de 2017, mas com o ritmo dos últimos três meses ficaram 1,5 por cento abaixo da média do semestre. Guerra e tarifas As disputas comerciais com Washington ameaçam também atingir a economia chinesa. Este mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 34 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de importações chinesas, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. A China retaliou com o aumento dos impostos sobre o mesmo valor de importações oriundas dos EUA. Trump ameaçou impor mais taxas alfandegárias, de 10 por cento, sobre um total de 200 mil milhões de dólares de produtos chineses e, caso Pequim volte a retaliar e recuse aceder às exigências norte-americanas, subirá para 500 mil milhões, cerca da totalidade das importações norte-americanas oriundas do país asiático. Analistas preveem que aquelas medidas, case se concretizem, levariam a um abrandamento de mais de 0,3 por cento no ritmo de crescimento da economia chinesa.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeRelatório | Hong Kong é a cidade mais cara do mundo. Macau ainda fica atrás O mais recente relatório da consultora Mercer revela que Hong Kong é a cidade mais cara do mundo, destronando Luanda, capital de Angola, que liderava o ranking no ano passado. Macau, onde o preço da habitação é um dos problemas mais prementes, não está, contudo, ao mesmo nível do território vizinho, apontam analistas [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]uanda, capital de Angola, já não é a cidade mais cara do mundo para um expatriado viver. De acordo com o mais recente relatório da consultora Mercer, Hong Kong acaba de subir ao primeiro lugar, depois de ter ocupado, o ano passado, a segunda posição. A conclusão está no estudo que comparou mais de 200 parâmetros económicos em 375 cidades, que incluem o alojamento, transporte, alimentação, vestuário e entretenimento. Este ano, Luanda desceu para o sexto lugar. Nos restantes lugares do ranking ficam uma série de cidades asiáticas: Tóquio, capital do Japão, fica em segundo lugar, seguindo-se Singapura, Seul, na Coreia do Sul, Luanda, Xangai, Ndjamena, no Chade, e Pequim. De acordo com o relatório, Hong Kong tornou-se mais dispendioso, em primeiro lugar, pelo facto da capital angolana ter descido no ranking “devido, em parte, à tendência de queda do mercado imobiliário”. O lugar cimeiro no ranking é também explicado por “uma regulamentação monetária chinesa mais forte, uma economia florescente e uma pressão para ter o yuan chinês como moeda internacional”, referiu Tiago Borges, da Mercer. Este responsável salientou que esses factores “impulsionaram as cidades chinesas no ‘ranking'”. Macau, que não é uma praça financeira mas cuja economia tem vindo a crescer desde a liberalização do jogo, é também um território onde existe carestia de vida. Contudo, de acordo com analistas ouvidos pelo HM, está ainda uns bons passos atrás para ser considerada uma das cidades mais caras do mundo. “Ainda falta muito para Macau chegar ao nível de preços de Hong Kong. Hong Kong é uma cidade muito mais cara até pelo tipo de serviços que tem, como é o caso dos bens transaccionáveis, o imobiliário, e que pesa muito nos rankings internacionais. São os problemas das rendas, os preços do imobiliário por metro quadrado, e Macau nunca chegará ao nível de Hong Kong”, referiu José Pãosinho, economista. Para Pãosinho, nem mesmo o facto de Macau estar a caminho da integração regional, devido a políticas como a Grande Baía Guandgong-Hong Kong-Macau, pode levar a um maior aumento do custo de vida. “Isso aconteceria se houvesse aquilo a que se chama na economia uma arbitragem, ou seja, as pessoas que são confrontadas com preços mais altos numa região mudariam para outra e começariam a comprar aí. Ora grande parte de quem sustenta a procura de alguns produtos em Hong Kong nunca o irá fazer em Macau. Penso que os preços vão continuar a subir em Macau, mas nunca vão subir ao ritmo de Hong Kong.” Apesar do Governo ter vindo a falar na necessidade de uma maior aposta no desenvolvimento do sector de serviços financeiros, José Pãosinho acredita que vão continuar a existir diferenças consideráveis face à região administrativa especial vizinha. Em causa estão critérios como os salários e a “exigência de determinado tipo de profissões”. “Há umas profissões que não existem em Macau e que dificilmente irão existir, sobretudo ao nível do mercado financeiro. São profissões ligadas a um determinado tipo de actividades que eu duvido que venham a existir em Macau”, apontou. Em Hong Kong as rendas têm tido um aumento anual de 5,9 por cento, mas, de acordo com o jornal South China Morning Post, produtos de consumo como comida rápida, cervejas ou mesmo uma ida ao cinema continuam a custar menos no território do que em outras cidades listadas no ranking. A título de exemplo, uma cerveja de 33 centilitros pode custar 1.30 dólares em qualquer supermercado, uma vez que não há impostos sobre a importação de vinhos e cervejas. Em Singapura, a mesma cerveja custa 2.44 dólares, e 4.18 dólares em Sidney, na Austrália. Dados recentes da Direcção dos Serviços de Finanças revelam que, actualmente, o preço médio, por metro quadrado, de um apartamento no território ronda as 109,986 mil patacas. Actualmente, um apartamento de 265 pés quadrados em Hong Kong custa 5.6 mil milhões de dólares de Hong Kong. Isto num dos lugares mais densamente povoados do mundo, onde a falta de espaço também contribuiu para colocar o território no topo deste tipo de rankings. Olhar a especulação Duarte Trigueiros, professor na Universidade de São José na área da gestão de empresas, e investigador do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, defendeu ao HM que “em média, Hong Kong continua mais caro [do que Macau]”. “Essa é uma impressão que pode ser verificada utilizando os mesmos índices que estão disponíveis. Além disso, em Macau é mais fácil fazer uma vida minimamente digna, mas de boa qualidade, sem gastar muito dinheiro. Em Hong Kong isso está a tornar-se, no mínimo, impossível, e há um drama para muitas famílias.” O docente lembra que, para se comparar a carestia de vida entre os dois territórios, é necessário olhar para a habitação e o mercado imobiliário, cujos preços continuam a subir, sem que se combata de forma eficaz a especulação, frisou. “A especulação imobiliária, nos últimos oito a dez anos, é também fruto da fuga de capitais da China. Tem sido uma forma de tirar dinheiro da China. Os preços são empolados não apenas devido à pressão demográfica, já de si grande, mas também devido ao crescimento da economia. Ambas as economias são vibrantes.” Para Duarte Trigueiros, “a liberalização do jogo levaria, por si só, a uma pressão demográfica grande que notamos no número de pessoas que habitam em Macau e que levaria ao mesmo tipo de pressão em Hong Kong”. O académico estabelece um ponto de comparação com Singapura, uma cidade-Estado que também ocupa os lugares cimeiros dos rankings dos lugares mais caros para expatriados, mas que possui há décadas uma política de habitação social para os seus habitantes. “Embora seja imperfeita em muitos aspectos, Singapura é o exemplo mais bem sucedido em termos de política de habitação virada para a sociedade e não para a especulação. É um exemplo mais bem sucedido do que Macau e Hong Kong. Têm tamanhos mínimos para apartamentos, têm um mercado muito regulado. Em Singapura é muito claro que a habitação serve para habitar e não para especular. Isto consegue-se pelo meio de legislação, como foi feito em Singapura e noutros sítios. Singapura fez aquilo que Hong Kong não quis fazer e que Macau também não tem feito.” Neste ponto, Duarte Trigueiros refere-se ao “combate à especulação imobiliária com medidas drásticas”. Ainda assim, o professor universitário não está a recomendar a construção de mais casas públicas, pois são sempre “um remédio a curto prazo”. Ainda de acordo com o relatório da Mercer, Zurique, na Suíça, continua a ser a cidade europeia mais cara, enquanto que a capital, Berna, está em décimo lugar no ranking e é a segunda cidade mais cara na Europa. Segue-se Genebra. Esta última cidade “caiu quatro lugares relativamente ao ano passado, sobretudo devido à tendência de queda do mercado imobiliário da cidade”. Na América do Sul, São Paulo, no Brasil, ficou na 58ª posição e é a cidade mais cara da região, seguindo-se Santiago do Chile. Apesar do aumento de preços em bens e serviços em países como Brasil, Argentina e Uruguai, a maioria das cidades sul-americanas saiu na classificação. Lisboa subiu 44 posições, registando a maior subida de sempre. A capital portuguesa é a actual 93.ª na classificação relativa a 2018. O Estudo Global da Mercer, que utiliza Nova Iorque (13.ª, a mais cara nos Estados Unidos) como cidade base e a referência na avaliação o dólar norte-americano, é um dos mais abrangentes do mundo e foi desenvolvido para ajudar empresas multinacionais e Governos a definirem estratégias.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim e Bruxelas rejeitam protecionismo de Donald Trump [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hina e União Europeia (UE) condenaram ontem as acções unilaterais e proteccionistas no comércio internacional, numa referência às políticas do Presidente norte-americano, Donald Trump, que atingem Pequim e os países europeus. “As duas partes acordaram em opor-se ao unilateralismo e ao proteccionismo” nas relações comerciais, afirmou o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, após reunir-se com o vice-presidente da Comissão Europeia para o Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade, Jyrki Katainen. Numa declaração conjunta à imprensa, em Pequim, Liu afirmou que a China e a UE querem evitar que essas práticas “tenham impacto na economia global” ou inclusive que resultem numa “recessão”. A reunião entre responsáveis económicos da UE e da China ocorre depois de o Governo dos EUA ter anunciado nas últimas semanas taxas alfandegárias sobre importações oriundas dos dois blocos económicos. Em represália, Pequim e Bruxelas adoptaram também taxas alfandegárias sobre produtos oriundos dos EUA. Liu lembrou que a China e o bloco europeu defendem um sistema de comércio multilateral centrado na Organização Mundial do Comércio (OMC) e baseado em regras. Katainen afirmou que as questões comerciais foram amplamente abordadas durante a reunião, mas recordou que “é preciso fazer mais do que falar”. “É preciso demonstrar que o actual sistema comercial é justo e beneficia ambas as partes”, afirmou. Katainen aludiu às diferenças comerciais que a UE mantém com a China, incluindo a dificuldade no acesso ao mercado chinês por parte de empresas e produtos europeus, ou as preocupações geradas pelo programa “Made in China 2025”. A iniciativa de Pequim inclui a atribuição de subsídios a empresas chinesas de alta tecnologia, visando transformar o país numa potência tecnológica, capaz de competir nos sectores de alto valor agregado, e é também a principal fonte de tensões entre a China e os EUA.
Hoje Macau PolíticaVisita a Portugal | Lionel Leong discute dupla tributação [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, deu ontem alguns detalhes sobre a viagem que realiza a Portugal entre os dias 19 e 26 deste mês. “Vamos a Portugal e ao Brasil em visita oficial e vamos ter contactos e comunicação com vários serviços. [Vamos discutir], por exemplo, como evitar a dupla tributação e talvez teremos mais acordos, mas nesta fase ainda estamos em negociações com Portugal. Vamos aproveitar esta oportunidade para alcançar esse objectivo, para responder a algumas instituições internacionais em termos de impostos e troca de informações”, disse ontem Lionel Leong à margem da reunião de comissão na Assembleia Legislativa. De acordo com o canal de rádio da TDM, além de Lionel Leong vão participar na delegação o presidente do IPIM, da Autoridade Monetária, a secretária geral do Fórum Macau, os deputados Pereira Coutinho e José Chuí Sai Peng. Os empresários Kevin Ho, Frederic Ma e Pansy Ho vão só a Lisboa, onde vai decorrer o encontro dos empresários da China e países de língua portuguesa. Integram também a comitiva Artur Santos, do Banco Well Link, Carlos Cid Álvares, novo presidente executivo do BNU e Rita Santos, conselheira das comunidades portuguesas. Recorde-se que Edmund Ho vai liderar uma outra delegação que vai estar em Lisboa também nos dias 20 e 21 de Junho. Está previsto um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. No encontro dos empresários em Lisboa participa o vice-ministro do Comércio chinês. O encontro contará com uma intervenção do secretário de Estado da Internacionalização do governo português, Eurico Brilhante Dias.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Moody’s prevê crescimento a médio prazo para Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência de notação financeira Moody’s atribuiu a Macau a nota “Aa3”, o que significa que o território é um emissor de dívida a longo prazo “com perspectivas de estabilidade no futuro”, uma vez que “o Governo tem registado lucros financeiros e não tem quaisquer dívidas”. Isto significa que Macau se encontra no grupo dos países e regiões “com investimentos de alta qualidade e com risco de incumprimento de crédito muito reduzido”. De acordo com o comunicado emitido pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM), “com base no apoio de crescimento do jogo e do turismo não-jogo, a Moody’s prevê que a economia manterá o seu crescimento a médio prazo”. “Segundo a Moody’s, durante o período de ajustamento económico, ocorrido entre o início de 2014 e meados de 2016, a RAEM conseguiu manter uma capacidade financeira e estado de receitas e de despesas sólidos, factos estes que salientaram a sua alta capacidade para aliviar o impacto económico”, explica o comunicado.
Hoje Macau SociedadePIB subiu 9,2 por cento em termos reais no primeiro trimestre [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 9,2 por cento, em termos reais, no primeiro trimestre do ano, alcançando os 107.409 milhões de patacas. Dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicam que o aumento – acima do trimestre anterior (8 por cento) – foi impulsionado, principalmente, pelas exportações de serviços, onde entra o desempenho da indústria do jogo, e pelo consumo privado. A procura externa manteve-se em alta, alavancando o aumento anual de 16 por cento nas exportações de serviços, entre as quais se destacam as de serviços do jogo (mais 16,5 por cento) e as de outros serviços turísticos (mais 19,6 por cento). Já as exportações de bens registaram um crescimento de 12 por cento em termos anuais homólogos. A procura interna voltou a subir. A despesa de consumo privado cresceu 4,8 por cento, em termos anuais, o que, segundo a DSEC, ficou a dever-se ao aumento da população e dos salários. Já a despesa de consumo final do Governo cresceu 4,8 por cento, com a DSEC a destacar as subidas das remunerações dos funcionários (mais 2,5 por cento) e das aquisições líquidas de bens e serviços (mais 1,6 por cento). Em sentido inverso, o investimento sofreu uma queda de 1,9 por cento. Se, por um lado, o investimento em activos fixos do sector público registou um aumento significativo de 132,5 por cento, por outro, o do sector privado sofreu uma diminuição anual de 16,4 por cento. Segundo a DSEC, o aumento do investimento do sector público deveu-se ao crescente investimento na zona de administração de Macau na ilha fronteiriça artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau; enquanto a descida do investimento do sector privado resultou da conclusão das várias obras de grandes empreendimentos turísticos e de entretenimento, bem como de edifícios residenciais. Já o comércio externo de mercadorias manteve “um comportamento satisfatório” no primeiro trimestre do ano, com a DSEC a assinalar os aumentos homólogos de 12,8 por cento nas exportações e de 7 por cento nas importações. O deflactor implícito do PIB – que mede a variação global de preços – registou um crescimento anual de 3,4 por cento, segundo a DSEC. Em 2017, a economia de Macau cresceu 9,1 por cento em termos reais, pondo termo a três anos de contracção.