DSEJ | Aplicação para aprender português disponível a partir de Julho

A DSEJ vai lançar uma aplicação que usa termos do quotidiano para ensinar português. A app também terá conteúdos para quem quiser aprender mandarim. Entretanto, no actual ano lectivo 6700 alunos frequentaram aulas de português no ensino não superior

 

[dropcap]A[/dropcap]prender as bases da língua portuguesa vai ser mais fácil. A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) prepara-se para lançar no “final de Junho, início de Julho” uma aplicação móvel para os interessados que se queiram iniciar na aprendizagem da língua portuguesa. A informação foi deixada ontem pelo director do Centro de Difusão de Línguas da DSEJ, Wong Chang Chi, durante o Fórum para a Promoção do Ensino do Português na Grande Baía, que teve lugar ontem no Instituto Politécnico de Macau.

“Esta aplicação serve para quem quer aprender português tendo em conta uma aprendizagem inicial”, disse o responsável na sua comunicação.

Para facilitar o uso da aplicação, os conteúdos foram divididos por temas usados no quotidiano, como turismo, compras, viagens, restaurantes etc., e fornece não só as frases mais utilizadas nestes contextos como gravações áudio.

Mandarim disponível

Além de possibilitar competências em português, os conteúdos estão também disponíveis em mandarim. O objectivo é proporcionar uma plataforma para “as pessoas de língua materna portuguesa que queiram iniciar a aprendizagem do mandarim”, acrescentou.

Paralelamente a esta iniciativa, Wong Chang Chi sublinhou o papel da DSEJ na promoção e divulgação da língua portuguesa. Reflexo deste trabalho são os números apresentados pelo responsável. Actualmente, a língua é administrada em 37 escolas privadas e oito escolas públicas.

“Neste momento, há 45 escola locais a ensinar a língua portuguesa. No presente ano lectivo o total de alunos de língua portuguesa foi de 6700, apontou Wong Chang Chi.

17 Mai 2019

Ensino | Grupo especializado no içar da bandeira estreia a 4 de Maio

A equipa de estudantes escolhida pela DSEJ vai realizar a estreia em cerimónias oficiais do içar da bandeira. Os 40 alunos de “elite” nesta tarefa foram treinados pelo Exército de Libertação do Povo Chinês

 

[dropcap]O[/dropcap] território vai celebrar o centenário do 4 de Maio – movimento estudantil de 1919 que teve na origem no reconhecimento da ocupação pelo Japão de partes da China – e a oportunidade vai servir para estrear a equipa escolar especializada em cerimónias do içar da bandeira. O cenário foi traçado, ontem, pelo Conselho da Juventude e os estudantes escolhidos para a cerimónia são considerados aqueles que melhor desempenho obtiveram na tarefa.

“É a primeira equipa escolar [do içar da bandeira]. A Direcção de Serviços de Educação e Juventude [DSEJ] deu formações às escolas sobre a cerimónia e depois foram escolhidos os alunos com melhor desempenho para fazerem parte desta equipa”, explicou Cheong Man Fai, chefe do Departamento da Juventude da DSEJ. “Espera-se que nas actividades oficiais e de grande envergadura que haja uma equipa escolar para o içar da bandeira”, foi acrescentado.

De acordo com Cheong Man Fai, o objectivo da cerimónia passa por promover os valores do patriotismo e do amor pela pátria. A equipa em causa foi escolhida entre 65 alunos propostos por 30 escolas, com 40 estudantes a serem escolhidos para a formação da DSEJ que é feita em conjunto com o Exército de Libertação do Povo Chinês. Entre estes, 30 vão fazer parte da equipa e os restantes 10 vão ser suplentes. A Escola Portuguesa de Macau e a Escola Internacional de Macau (TIS) também foram convidadas a propor nomes de alunos, mas optaram por não o fazer. “É uma participação voluntária”, apontou Cheong.

Patriotismo e democracia

Ainda em relação ao centenário vão ser organizados fóruns, exposições, cerimónias de hastear da bandeira e emissão de produtos filatélicos. “Espera-se que a realização destas actividades, para além de constituírem uma forma de comemorar este movimento patriótico, possam incentivar os jovens e Macau a divulgarem e a transmitirem o espírito do Movimento: ‘Patriotismo, progresso, democracia e ciência’”, foi sublinhado no final do Conselho de Juventude.

Na reunião de ontem foram abordadas as linhas gerais de planeamento para a integração dos jovens de Macau na Grande Baía. Em relação a este assunto, o Governo acredita que deve haver uma intensificação das relações entre as escolas locais e as do Interior da China. Segundo os dados avançados, há 84 escolas com parcerias do outro lado da fronteira e cada instituição de Macau recebe 80 mil patacas para eventos conjuntos. Os apoios representam uma despesa de 6,72 milhões de patacas, valor que deverá sofrer um aumento.

Estreia de Calvin Chui

Esta foi a primeira reunião do Conselho de Juventude com a participação do sobrinho de Chui Sai On, Calvin Chui Tin Lop. O novo membro do conselho que substituiu Lei Iok Pui, que está a ser julgado no âmbito do caso John Mo e que foi ilibado na primeira instância. Sobre a situação de Lei, Cheong Man Fai, chefe do Departamento da Juventude da DSEJ, explicou que a nomeação foi feita de acordo com as leis vigentes e que mesmo que o ex-membro seja considerado inocente, tem de aguardar um período de dois anos para poder voltar ao conselho. Contudo, a responsável explicou que a situação não está a ser equacionada.

27 Mar 2019

DSEJ vai instruir escolas para realizar cerimónia do içar da bandeira semanalmente

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) vai lançar orientações para as escolas que incluem realizar a cerimónia do içar da bandeira uma vez por semana. As instruções, que vão ser plasmadas num “guia” a distribuir pelas instituições de ensino, resultam da recente alteração à lei relativa aos símbolos nacionais.

“Esperamos que possam hastear a bandeira uma vez em cada semana, se tiverem condições” e que “a possam exibir todos os dias, conforme a lei”, explicou ontem o chefe da divisão de ensino secundário e técnico-profissional da DSEJ, Leong I On, em conferência de imprensa, após a primeira reunião plenária do ano do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior. O principal conteúdo das instruções foi transmitido em duas sessões destinadas a todas as escolas, apontou, dando conta de que vai ser distribuído um guia para as escolas saberem “claramente” como as cumprir.

EPM sem condições

As novas instruções aplicam-se igualmente à Escola Portuguesa de Macau (EPM) que, no entanto, “não tem condições” para as cumprir – pelo menos actualmente. “Neste momento, a escola não tem condições para levar a cabo a cerimónia uma vez por semana e ter a bandeira hasteada todos os dias” de aulas, afirmou o presidente da direcção da EPM, ao HM. Manuel Machado concretizou. “Não temos um mastro para proceder à cerimónia e, neste momento, não há muito espaço para poder fazê-la, em termos físicos”, mas tal “não significa que não haja crianças que não saibam cantar o hino”, ressalvou.

Não obstante, o presidente da direcção da EPM indicou que a escola está em condições de, “quando a lei o exige, de “expor a bandeira nas instalações da escola”. “Temos pequenos mastros para colocação interior em determinadas zonas, mas não [temos condições] no sentido de a ter hasteada num mastro alto e visível de fora de todos os lados da escola”.

A pensar nas escolas sem condições para hastearem a bandeira e realizarem a cerimónia, foi lançado um subsídio pelo Fundo de Desenvolvimento Educativo. No ano lectivo 2017/2018, foram aprovados 119 pedidos de financiamento das 75 unidades escolares, destinado à instalação das bandeiras nacional, regional e escolar e respectivas hastes e às despesas de aquisição das mesmas, cujo montante total ascendeu a 3,5 milhões de patacas.

A DSEJ reconheceu, porém, que “a instalação de equipamentos em algumas escolas implica obras e alterações de maior envergadura”, mas entende que, “actualmente, todas as escolas de ensino secundário e primário têm condições para hastearem e exibirem a bandeira”.

6 Mar 2019

Ensino | Desde 2015 apenas um trio de escolas deixou de funcionar em pódios de edifícios

Desde o lançamento, no final de 2015, do projecto denominado “Obra de Céu Azul”, pensado para pôr termo ao funcionamento de escolas em pódios de edifícios, apenas três instituições de ensino mudaram-se já para instalações adequadas

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma por ano. Três escolas deixaram de funcionar em pódios de edifícios habitacionais e comerciais desde que o Governo lançou, no final de 2015, o projecto “Obra de Céu Azul”. Ficam a faltar 13 ao abrigo do plano que, à luz das mais previsões do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, pode ter o prazo encurtado de 15 para 10 anos, ou seja, ser concluído até 2025.

Os dados foram facultados ontem, em conferência de imprensa, pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), na sequência da assinatura de uma carta de intenções por parte de cinco escolas para a participação no projecto “Obra de Céu Azul”. Das cinco escolas, duas (Escola Xin Hua e Escola Concórdia para o Ensino Especial) vão ocupar parte do terreno do Canídromo, como anteriormente anunciado, enquanto outras tantas (Escola dos Moradores do Macau e Escola da Associação para Filhos e Irmãos dos Agricultores) irão ser transferidas para a zona A dos novos aterros, para onde se encontra planeada uma aldeia escolar com capacidade para acolher um máximo de 13 mil estudantes, à luz do projecto abordado no seio do Conselho do Planeamento Urbanístico. Já a Escola Kao Yip vai aproveitar o próprio terreno, explicou o chefe da divisão de equipamentos educativos da DSEJ, Wong Chio In.

Carta de intenções

As cinco escolas juntam-se a outras quatro instituições de ensino que, até ao final do ano passado, firmaram uma carta de intenções para participar no projecto “Obra de Céu Azul”. Já relativamente a duas (a Escola Tak Meng e o Jardim de Infância Inglês de Santo António) ainda não foi firmado acordo. Para já, não há planos para a transferência, mas as negociações estão em curso com vista a um consenso. “Estamos a ter intercâmbios adequados com as escolas que ainda não assinaram [a carta de intenções]”, afirmou Wong Chio In. “Desde o lançamento, já negociámos com todas as escolas formas de resolver o problema, também tem a ver com a dimensão da escola. Temos de ver todas as etapas de desenvolvimento da escola, por isso, há escolas que assinaram e outras não”, complementou o mesmo responsável, explicando ser “preciso um plano concreto” para a carta de intenções ser assinada e que a sua ausência também não significa que essas instituições de ensino não venham a aderir ao projecto.

Até ao momento, as três escolas que deixaram de funcionar em pódios de prédios foram a da Associação Geral das Mulheres, a da Caritas e a São João de Brito, sendo que as duas últimas estavam instaladas no mesmo local.

Subsídios escolares vão subir 9% em 2019/20

O Governo estima gastar, no próximo ano lectivo, aproximadamente 4 mil milhões de patacas em quatro subsídios, valor que traduz um aumento de 9 por cento. “Tendo em consideração a situação financeira do Governo e os factores que influenciam as despesas com a educação, no ano lectivo de 2019/2020, será aumentado, de forma adequada, o montante de alguns subsídios”, afirmou o chefe de divisão da DSEJ, Sit Weng Tou, em conferência de imprensa, após a primeira reunião plenária do ano do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior. Assim, os valores dos subsídios de escolaridade gratuita vão variar entre 1,01 e 1,52 milhões por turma; enquanto os de propinas entre 20.300 e 24.810 por pessoa. Já o subsídio para actividades extracurriculares corresponderá a 26.500 patacas por turma, mantendo-se inalterado relativo à melhoria do rácio turma/professor.

6 Mar 2019

DSEJ aguarda relatório de escola sobre caso de ‘bullying’

Um relatório sobre o caso de ‘bullying’ e extorsão de que foi vítima uma aluna de 12 anos por parte de colegas vai ser entregue à DSEJ, na próxima semana, pela escola frequentada pelos jovens. Os estudantes, que foram encaminhados para o MP, depois de o caso ter chegado à PJ, arriscam a aplicação de medidas tutelares educativas

[dropcap]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) está a aguardar pelo relatório exigido à escola frequentada por uma aluna de 12 anos que foi vítima de ‘bullying’ e de extorsão por parte de nove colegas, que vai ser entregue na próxima semana. Os jovens, cinco raparigas e quatro rapazes, com idades entre os 11 e os 14 anos, foram encaminhados para o Ministério Público (MP), que irá decidir se lida com o caso de acordo com o Regime Tutelar Educativo dos Jovens Infractores.

Segundo informações da Polícia Judiciária (PJ), tudo começou depois de a menina ter partilhado com uma colega de turma que outra rapariga fumava a qual, após ter ficado a saber, decidiu vingar-se. No sábado, a vítima foi chamada a um restaurante de ‘fast food’, onde a rapariga e outros oito estudantes a forçaram a acompanhá-los a um centro comercial nas imediações.

Num canto do ‘shopping’ lançaram-lhe água, colocaram-lhe gelado na cabeça, obrigaram-na a fumar e a comer batatas fritas queimadas, enquanto fotografavam e filmavam. Imagens que utilizaram para depois a chantagear, forçando-a a pagar-lhes 6.000 patacas.

Actos que, segundo a PJ, os jovens admitiram após terem sido ouvidos na esquadra na sequência da queixa apresentada, na passada segunda-feira, pelo pai da vítima. Os jovens foram encaminhados para o MP que irá então decidir se lida com o caso de acordo com o Regime Tutelar Educativo dos Jovens Infractores. A lei em questão é aplicável a jovens que pratiquem um crime ou uma contravenção e que à data dos factos tenham 12 anos e ainda não tenham perfeito 16. Existem oito tipo de medidas tutelares educativas, que vão desde a advertência policial até ao internamento, competindo ao juiz escolher a mais adequada, de acordo com a natureza e gravidade da infracção, a personalidade e antecedentes do jovem e os prejuízos causados ao ofendido.

Em comunicado, divulgado ontem, a DSEJ, que afirmou estar “atenta” ao incidente, indicou ter destacado, de imediato, agentes de aconselhamento escolares para acompanharem a situação, prestando o “apoio necessário” a alunos e encarregados de educação. Além do relatório sobre o caso, a DSEJ também exigiu à escola o reforço de acções de educação e de prevenção e o acompanhamento e aconselhamento da reconciliação entre os jovens envolvidos.

22 Fev 2019

Ensino | Programa de desenvolvimento contínuo pode vir a ser regular

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, abriu ontem a porta à possibilidade de o programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo ganhar um carácter permanente. “Acho que deve passar a ser medida regular”, afirmou ontem Alexis Tam, na Assembleia Legislativa, após dar conta dos resultados do programa, criado em 2011, que terá, pelo menos, uma quarta fase, após o termo da terceira, em 2019.

Relativamente à possibilidade de rever em alta o montante de apoio (actualmente de 6.000 patacas), Alexis Tam foi cauteloso, afirmando que tal pode ser equacionado após “uma ponderação prudente e de uma análise do desenvolvimento socioeconómico”, enquanto o director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) foi categórico ao defender que o valor do subsídio é “suficiente”. Isto porque, em média, foram gastas 3.000 patacas na primeira fase do programa e 4.000 na segunda e terceira, indicou Lou Pak Sang, ressalvando, no entanto, que vão esperar pelo resultado da avaliação intercalar.

Até ao momento, o programa, para o qual são elegíveis os residentes com idade igual ou superior a 15 anos, contou com 440 mil participantes, na sua maioria jovens, adiantou Alexis Tam, indicando que no conjunto das três fases predominaram os cursos técnico-profissionais (uma média de 61 por cento), mas que foram subsidiados mais de 85 mil cursos do ensino superior e cursos e exames no exterior.

31 Jan 2019

DSEJ exige a centros de explicações base de dados sobre docentes

Governo não se compromete com instalação de videovigilância nos centros de explicações, mas encoraja criação de base de dados com informações dos explicadores para apertar o aparato de segurança

 

[dropcap]A[/dropcap] Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) exige aos centros de explicações a criação de bases de dados actualizadas sobre os formadores e que a informação seja actualizada constantemente. Esta é uma das medidas adoptadas pelo Governo para combater o fenómeno dos abusos sexuais nos centros de explicações.

“A DSEJ continua a aperfeiçoar o mecanismo de verificação [de qualificação dos formadores], exigindo aos centros de explicações que actualizem, atempadamente, a informação relativa ao estado do exercício de funções do pessoal docente, criando uma base de dados sobre os seus formadores”, pode ler-se no documento de resposta às perguntas do deputado Lam Lon Wai.

Aos centros é ainda pedido que “recolham as queixas e opiniões dos cidadãos” sobre o seu funcionamento de forma a propiciar “um ambiente pedagógico seguro, confortável e excelente aos alunos”.

Em relação à instalação de câmaras de videovigilância nas salas de explicações, com o objectivo de evitar situações de abusos, a DSEJ não toma uma posição, apenas frisa que é preciso respeitar a lei: “A instalação deve observar as disposições da lei de protecção de dados pessoais, bem como obter o consenso do sector e, ainda, ter em consideração o equilíbrio entre a prevenção de incidentes e a protecção e respeito da privacidade”, é referido. Por outro lado, a DSEJ deixa em aberto a possibilidade da CCTV ter efeitos negativos, apontando que compete às instituições de ensino “avaliar a influência da vigilância no crescimento mental das crianças, desde terna idade e a longo prazo”.

Ainda neste capítulo, a DSEJ deixa um aviso aos centros de explicação com CCTV, apelando para o cumprimento das leis.

Revisão da lei

Segundo a resposta do Governo, assinada pela subdirectora da DSEJ, Leong Vai Kei, o Executivo está neste momento a trabalhar para rever o regime de licenciamento e fiscalizar os centros particulares de apoio pedagógico complementar.

Segundo a informação revelada, os requisitos das habilitações académicas, distribuição de pessoal, aumento das multas, cancelamento de registos, e fiscalização de serviços de refeições e transporte são algumas das áreas que vão sofrer alterações. O Governo diz que o objectivo passa por fazer entrar na Assembleia Legislativa o documento com “a maior brevidade”.

A interpelação de Lam Lon Wai foi escrita em 23 de Novembro, após ter sido revelado um caso em que um explicador de Hong Kong terá, alegadamente, abusado de cinco alunos. Todas as vítimas tinham menos de 14 anos.

22 Jan 2019

DSEJ | Defendido subsídio para estágios em cursos técnico-profissionais

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude mostra-se favorável à criação de subsídios para estágios no âmbito dos cursos técnico-profissionais, bem como mudanças nos currículos. Este é um dos resultados do relatório da consulta pública para a revisão da lei do ensino técnico-profissional

 

[dropcap]O[/dropcap]s alunos dos cursos técnico-profissionais podem vir a receber um subsídio quando realizarem o estágio. Esta é uma das principais conclusões do relatório da consulta pública sobre a revisão da lei do ensino técnico-profissional, um processo promovido pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

No documento, lê-se que o Governo é favorável a essa medida. “Propõe-se que a legislação seja revista de maneira a permitir que os alunos-estagiários possam receber eventuais subsídios concedidos, de livre vontade, pelas instituições que oferecem o estágio.”

Esta hipótese surgiu porque “algumas empresas se mostraram inclinadas a conceder um subsídio aos alunos-estagiários que acolherem”, uma vez que este “poderá beneficiar a realização das actividades de estágio”.

Ainda sobre o estágio, o relatório da consulta pública dá conta da possibilidade das escolas e instituições de ensino virem a elaborar “conjuntamente um programa de estágio profissional”, medida que tem como objectivo incrementar a flexibilidade do processo. “O momento de realização do estágio deve ser mais flexível, não sendo apenas concentrado no terceiro ano, e a instituição onde esse estágio é realizado deve disponibilizar instrutores experientes para a orientação dos alunos-estagiários.”

Mais qualidade e formação

Actualmente existem em Macau 33 cursos técnico-profissionais. Um terço das opiniões recolhidas durante o processo de consulta pública, de um total de 298 opiniões, destaca a necessidade de reforçar os apoios financeiros e técnicos deste sistema de ensino, de forma a assegurar maior qualidade.

“A qualidade geral dos alunos e a formação da sua capacidade profissional deve ser incrementada através de mudanças ao nível da estrutura curricular dos cursos de ensino técnico-profissional e em consonância com a situação real de Macau, com as exigências do desenvolvimento social e económico, e as exigências do mercado de trabalho.”

Além de se exigir maior ligação com o ensino superior, foi pedido o reforço “da formação do pessoal docente do ensino técnico-profissional, impulsionando, de forma continuada, o seu desenvolvimento profissional, através da criação de mais e melhores condições”.

Outra das ideias apontadas prende-se com a extensão do ensino técnico-profissional a outras áreas da educação. “Há a possibilidade de o ensino técnico-profissional poder ser aplicado ao ensino especial. O desenvolvimento dos cursos com carácter de aplicação profissional revela-se muito adequado aos alunos das turmas pequenas do ensino especial”, lê-se no documento.

As opiniões apresentadas também dão conta da necessidade acabar com o preconceito que ainda se sente em relação ao ensino técnico. “Hoje em dia os estereótipos e os efeitos da rotulação dos encarregados de educação, relativamente aos alunos do ensino técnico-profissional, ainda existem. Por isso, a modificação da percepção dos encarregados de educação sobre o ensino técnico-profissional não pode ser ignorada”, refere o relatório da consulta pública.

14 Jan 2019

Ensino | Macau e Portugal preparam-se para ter mais cinco escolas geminadas

[dropcap]M[/dropcap]acau e Portugal vão ter, em breve, mais cinco escolas geminadas. Representantes de escolas do território deslocam-se ao Porto, no próximo mês, por ocasião do Ano Novo Chinês, com o reforço da cooperação na agenda.

Escola Hou Kong, Escola da Ilha Verde, Escola dos Moradores, Escola Gonzaga Gomes e Colégio de São José pretendem geminar-se com a Escola Secundária Carlos Amarante (Braga), a Escola Secundária Augusto Gomes (Matosinhos), a Escola Secundária Oliveira Júnior (São João da Madeira), a Escola Secundária Eng.º Calazans Duarte (Marinha Grande), e a Escola Secundária D. Duarte (Coimbra).

Actualmente, existem duas escolas de Macau geminadas com estabelecimentos de ensino de Portugal (Escola Oficial Zheng Guanying e Pui Ching).

A informação foi revelada ontem pelo director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Lou Pak Sang, num encontro com jornalistas, em que explicou que os representantes das cinco escolas integram uma delegação de Macau, composta por aproximadamente 80 alunos e professores, que vai deslocar-se ao Porto.

Esta visita, durante a qual vão ter lugar espectáculos protagonizados por estudantes, figura como uma das actividades delineadas pelos 40 anos do restabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a China.

11 Jan 2019

Costa Nunes | Governo vai atribuir quase um milhão por turma

A entrada do jardim de infância D. José da Costa Nunes na rede pública de ensino gratuito vai significar a atribuição de 950 mil patacas a cada turma a partir do próximo ano lectivo. Fátima Oliveira, presidente da associação de pais, espera mais melhorias na escola

 

[dropcap]O[/dropcap]s responsáveis da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) anunciaram ontem mais detalhes sobre a entrada do jardim de infância D. José da Costa Nunes na rede pública de ensino gratuito. Kong Ngai, chefe de departamento do ensino da DSEJ, disse ontem que cada turma do jardim de infância vai receber, por ano, um total de 950 mil patacas, o que irá permitir uma total isenção de propinas para os encarregados de educação, uma vez que cada aluno terá direito a 19.140 patacas. Actualmente o Costa Nunes tem, no total, dez turmas distribuídas por três anos de escolaridade.

“A escola vai receber mais subsídios do Governo depois da adesão à rede escolar. Os cursos serão de Macau e não vai haver qualquer alteração do programa curricular. Com esta adesão o jardim de infância não vai poder cobrar mais propinas aos encarregados de educação”, apontou o responsável.

Os dados relativos ao financiamento foram ontem anunciados depois da reunião dos Conselhos de Educação para o Ensino Não Superior e de Juventude.

Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação de Promoção da Instrução dos Macaenses (APIM), responsável pela gestão da instituição, disse esta terça-feira ao HM que o objectivo primordial desta medida era garantir a estabilidade financeira da escola.

Ao HM, Fátima Oliveira, presidente da associação de pais do jardim de infância, congratulou-se com a medida, esperando mais investimentos e melhorias na instituição de ensino.

“Uma das coisas que transmitimos à APIM e à direcção da escola foi o aproveitamento da estabilidade financeira para fazer mais e melhor, seja ao nível do ensino especial, que é excelente, seja ao nível de outros projectos.”

Em prol do português

A integração do Costa Nunes na rede pública de ensino gratuito tem vindo a ser discutida nos últimos dois anos, um plano que contou com a colaboração da associação de pais. Fátima Oliveira assume que nunca lhe chegou nenhum caso de dificuldades de pagamento das propinas por parte dos pais, mas assume que possam ter ocorrido.

“A concretização deste projecto vai ser um passo importante para a estabilidade financeira da escola. Transmitimos desde a primeira hora as nossas preocupações no sentido de assegurar que esta entrada para a rede pública do ensino gratuito não mudaria a matriz do jardim de infância, uma escola especial, por ser a única de língua portuguesa em Macau.”

Fátima Oliveira adiantou que não está em causa uma maior selecção dos candidatos em prol da sua nacionalidade, mas sim a manutenção da língua portuguesa.

“O que nos interessa é que seja mantido o português como língua veicular do jardim de infância e que este continue a poder ter a liberdade de estabelecer o seu projecto pedagógico e a manter a qualidade”, rematou.

 

DSEJ |Professores de português suficientes

Os responsáveis da DSEJ afirmaram ontem que existe em Macau um número suficiente de docentes de português, numa altura em que 37 escolas ensinam a língua oficial. Nas escolas privadas existe meia centena de professores, enquanto que nas escolas públicas o número cai para 40. No total, existem 4500 alunos, quando há dez anos existiam apenas mil.

 

Ensino infantil |  Dados de inscrições a partir de dia 1

Tang Wai Keong, inspector da DSEJ, anunciou as datas relativas ao sistema de registo central para quem entra no ensino infantil pela primeira vez. Os primeiros dados sobre a inscrição dos alunos serão conhecidos já no dia 1 de Janeiro, sendo que entre 4 e 20 de Janeiro terá inicio o registo central. A publicação, por parte das escolas, da publicação dos resultados e entrevistas acontece entre os dias 20 e 23 de Fevereiro. “Queremos publicar o mais depressa possível a lista de alunos admitidos e em espera, e por isso optimizamos os procedimentos”, disse o inspector, que lembrou que, o ano passado, cerca de 90% dos pais preencheram de forma errada os impressos, o que afectou o sistema.

6 Dez 2018

Educação Sexual | DSEJ afasta a criação de disciplina escolar

[dropcap]O[/dropcap] director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Lou Pak Sang, considera que não deve existir uma disciplina independente dedicada à educação sexual.

De acordo com o Jornal Ou Mun, o responsável justificou a decisão por se tratar de uma matéria em que estão envolvidos conhecimentos de várias áreas. Lou Pak Sang acrescentou que a DSEJ elaborou quatro materiais auxiliares para a abordagem da educação sexual que estão a ser adoptados por 90 por cento das escolas.

3 Dez 2018

Formador suspeito de abuso sexual de menores em centro de explicações

Um homem, de 35 anos, oriundo de Hong Kong, foi detido pela suspeita de abuso sexual de cinco menores de idade num centro de explicações, onde era formador

 

[dropcap]C[/dropcap]inco menores de idade terão sido vítimas de abusos sexuais por parte de um formador do centro de explicações que frequentavam no Fai Chi Kei. O homem, detido na segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ), é suspeito da prática de violação, coacção sexual e abuso sexual de crianças. O HM contactou o Ministério Público (MP) para saber as medidas de coacção aplicadas, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta.

O caso – tornado ontem público – foi reportado à PJ por uma das alegadas vítimas no domingo. Segundo a PJ, o rapaz, de 14 anos, que fez a participação, afirmou que o formador o obrigou a fazer sexo oral, por seis vezes, desde Outubro, sob a ameaça de que revelaria aos seus pais que tinha uma namorada. Na sequência da investigação, a PJ chegou a outros quatro menores – também todos do sexo masculino – que também terão sido forçados a práticas como sexo oral e masturbação. Segundo a PJ, o explicador, de 35 anos e oriundo de Hong Kong, tê-los-á intimidado, dizendo que contaria aos seus progenitores que não estavam atentos nas aulas ou que os seus resultados académicos eram fracos.

A PJ entrou em contacto com os pais dos quatro meninos, todos com mais de 10 anos, bem como com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) que convocou uma conferência de imprensa para prestar mais esclarecimentos relativamente ao caso.

Actividades suspensas

Os alegados crimes ocorreram dentro do centro de explicações, localizado no Fai Chi Kei e com alvará desde 2015, cujas actividades foram entretanto suspensas. Segundo o chefe do Departamento de Ensino da DSEJ, Kong Ngai, o organismo tentou ontem contactar o proprietário da instituição particular, mas sem sucesso. A última vistoria ‘in loco’ levada a cabo ao centro de explicações, com capacidade máxima para 24 alunos, foi realizada em Outubro.

Relativamente ao formador, trabalhador não residente de Hong Kong, a DSEJ indicou que o suspeito, que não está inscrito noutras instituições de ensino, vai ver o seu nome suspenso do registo. Existem, no entanto, divergências relativamente à data em que o formador começou a trabalhar no centro de explicações: a PJ diz que foi em 2016, enquanto DSEJ referiu 2017. Um cenário que levou Wong Chi Iong, chefe da Divisão de Extensão Educativa da DSEJ, a colocar a possibilidade de o suspeito ter trabalhado ilegalmente durante um período.

Após ter sido informada pela PJ, a DSEJ iniciou uma investigação administrativa para apurar “mais detalhes” sobre o formador e os alunos, no âmbito da qual serão convidados a prestar declarações os demais tutores do centro de explicações. De resto, a DSEJ – que “censura veemente” o caso – garante que irá prestar “todo o apoio necessário” aos estudantes e promete mais acções de sensibilização no quadro da educação sexual, colocando a tónica na importância de se ensinar às crianças a auto-protecção.

Na conferência de imprensa, a DSEJ sublinhou que actua com base no regime do licenciamento e fiscalização dos centro de apoio pedagógico complementar particulares, um decreto-lei de 1998 que, segundo adiantou, se encontra actualmente a ser revisto.

20 Nov 2018

Alunos do programa de aperfeiçoamento contínuo obrigados a mostrar BIR em todas as aulas

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) garantiu que vai proceder a uma maior fiscalização dos cursos de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo. A medida vai passar pela obrigatoriedade de apresentação do BIR por parte dos alunos em todas as aulas, uma vez que, actualmente, só é preciso mostrar o cartão de identificação no acto da inscrição, sendo que nas aulas é apenas necessária uma assinatura na folha de presenças.

A ideia foi deixada na passada sexta-feira, numa conferência de imprensa organizada pelos serviços em resposta ao caso divulgado no dia anterior relativo a uma burla que lesou a RAEM em 3,1 milhões de patacas.
O caso divulgado pelo Jornal Tribuna de Macau, apontava que, segundo uma investigação da Polícia Judiciária (PJ), três indivíduos passaram por funcionários de uma instituição educativa e conseguiram obter os dados de pessoas num parque situado na zona da Areia Preta. Esses dados pessoais foram depois entregues à instituição que os usou para pedir subsídios relativos ao plano de aperfeiçoamento e desenvolvimento contínuo.

A PJ descobriu ainda que a mesma instituição de ensino submeteu 1.623 pedidos de financiamento no âmbito do programa de formação da DSEJ, entre Janeiro a Agosto, e recebeu 3,1 milhões de patacas. A mesma instituição terá ainda falsificado os registos de presença e assinaturas.

De acordo com a mesma fonte, a PJ estima que 70 por cento dos cursos ministrados por esta escola dentro do plano do Governo sejam falsos, mas não foi ainda detido nenhum suspeito do estabelecimento de ensino. Já os três suspeitos identificados foram encaminhados para o Ministério Público.

Na conferência de imprensa do final da semana passada, a DSEJ informou ainda que até ao final do mês passado e no âmbito do programa de desenvolvimento contínuo, efectuou cerca de 2500 vistorias in loco, 18 mil verificações por amostragem e enviou 200 cartas de advertência escrita relativas a cursos que violaram as normas.

A entidade submeteu ainda 27 casos aos órgãos judiciais devido “a circunstâncias graves de infracção envolvendo falsificação de documentos, burla e realização fraudulenta de cursos”.

12 Nov 2018

TIR para instrutor de música suspeito de abuso sexual

[dropcap]O[/dropcap] instrutor, de 78 anos, que terá alegadamente tocado nas partes íntimas de duas irmãs, de 8 e 9 anos, foi sujeito a três medidas de coacção: Termo de identidade e residência (TIR), apresentação periódica mensal às autoridades e proibição de contacto com as vítimas e os seus familiares.

O caso, tornado público no início do mês depois de a mãe das meninas o ter participado à Polícia Judiciária (PJ), remonta às férias de Verão. Tudo terá acontecido durante aulas de música e de desenho, que as meninas frequentavam desde Abril, organizadas por uma entidade particular na freguesia de Santo António.
A informação foi facultada ao HM pelo Ministério Público (MP) que indicou que recebeu recentemente os autos remetidos pela PJ e decidiu “instaurar um inquérito para proceder às diligências de investigação”.

As três medidas de coacção foram aplicadas pelo juiz de instrução criminal, após proposta do MP, “no sentido de se realizar mais diligências de investigação e obtenção de provas”. “Caso se recolham indícios criminais suficientes, o delegado do Procurador titular do inquérito irá acusar o arguido da prática de dois crimes de abuso sexual de crianças”, diz a mesma resposta.

Após ter estalado o caso, uma jovem denunciou nas redes sociais ter também sido vítima de abusos sexuais por parte do mesmo homem há oito anos. Essa jovem, que pelo menos até ao início do mês não tinha participado a ocorrência à PJ, alegou ter dado conta do episódio a um assistente social em 2016 que, por sua vez, o terá supostamente comunicado à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). Em conferência de imprensa, no dia seguinte à publicação da denúncia nas redes sociais, a DSEJ garantiu desconhecer por completo o caso.

24 Out 2018

Assédio sexual | Alexis Tam aplaude grupo recém-criado por associação de estudantes

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura aplaudiu, na terça-feira, a iniciativa da Associação de Estudantes Chong Wa que criou, na semana passada, um grupo para ajudar na prevenção dos casos de assédio sexual.

Alexis Tam evitou, porém, tecer comentários sobre a proposta defendida pelo recém-criado grupo para que o crime de importunação sexual passe a ser tipificado como público, em vez de semipúblico, de modo a não ficar dependente da apresentação de queixa por parte da vítima. “Não posso pronunciar-me. Os meus assessores jurídicos vão analisar o assunto, porque está ligado a muitos serviços. Acho que é melhor os Serviços dos Assuntos de Justiça pronunciarem-se”, afirmou, em declarações reproduzidas pela Rádio Macau.

Recentemente vieram a público novas denúncias de abuso sexual, alegadamente praticados por um instrutor de música, de 78 anos. Um dos casos diz respeito a duas irmãs, de 8 e 9 anos, reportado pela mãe das alegadas vítimas à Polícia Judiciária (PJ) que, entretanto, o reencaminhou para o Ministério Público.

Após ter estalado o caso, que terá ocorrido durante actividades recreativas no Verão, uma jovem denunciou nas redes sociais ter também sido vítima de abusos sexuais por parte do mesmo homem há oito anos. Essa jovem, que não participou a ocorrência à PJ, alegou ter dado conta do episódio a um assistente social em 2016 que, por sua vez, o terá supostamente comunicado à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). Em conferência de imprensa, no dia seguinte à publicação da denúncia , a DSEJ garantiu desconhecer por completo o caso.

A Associação de Estudantes Chong Wa indicou, no final da semana passada, ter acompanhado um total de oito denúncias de assédio sexual desde o início do ano, contra dez em 2017.

18 Out 2018

Crime | Autoridades investigam denúncias de abuso sexual de menores

As autoridades estão a investigar novas denúncias de abuso sexual de menores, após um caso de que terão sido vítimas duas meninas durante actividades recreativas durante o Verão

[[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) garantiu ontem estar a acompanhar as denúncias de abusos sexuais recentemente tornadas públicas. O suspeito não é professor do ensino regular nem figura no registo dos formadores do programa de desenvolvimento contínuo, indicou o organismo em conferência de imprensa, dando conta de que os alegados abusos não ocorreram em recintos escolares.

O caso remonta ao início das férias de Verão, altura em que um residente, de 78 anos, terá alegadamente tocado nas partes íntimas de duas irmãs, de 8 e 9 anos, após lhes ter pedido para se sentarem no seu colo, durante aulas de música e desenho que as meninas frequentavam desde Abril, organizadas por uma entidade particular na freguesia de Santo António. Acusações que, segundo a imprensa, o homem refutou, argumentando tratar-se de contactos normais para as crianças ajustarem a postura de aprendizagem.

A mãe das duas meninas apresentou queixa à Polícia Judiciária (PJ) a 26 de Setembro e, uma semana depois, a 4 de Outubro, o homem foi ouvido pela PJ que, entretanto, encaminhou o caso de alegado abuso sexual de crianças para o Ministério Público (MP), desconhecendo-se, porém, que medidas de coacção foram aplicadas.

#MeToo

Novas denúncias contra o mesmo homem surgiram na noite de quarta-feira, desta feita através das redes sociais, com uma jovem a contar ter sido vítima de abusos sexuais há oito anos. A DSEJ indicou ontem ter comunicado o relato à PJ que, por seu turno, contactou a jovem, cuja idade não foi revelada. A PJ indicou que a investigação se encontra em curso, pelo que, neste momento, não pode facultar mais detalhes.

“Nós estamos muito atentos a este casos”, afirmou o subdirector substituto da DSEJ, Kong Ngai, realçando tratar-se de um caso “sério e importante” e que mantém estreito contacto com as autoridades. Não obstante, o mesmo responsável reconheceu ser “difícil” detectar este tipo de situações, mesmo com “um mecanismo muito rigoroso”. “Os encarregados de educação devem procurar instituições educativas de renome para as actividades recreativas das suas crianças”, recomendou o responsável.

24 casos desde 2015

Desde o ano lectivo 2015/2016 foram sinalizados 24 casos de abuso sexual de menores, de acordo com a DSEJ. Em 2015/2016 o número fixou-se em 14, em 2016/2017 três e em 2017/2018 sete. A DSEJ não especificou, no entanto, quantos foram de violação, por exemplo, esclarecendo apenas que nenhum implicou professores. “Não encobrimos nenhum caso”, garantiu.

Neste âmbito, a DSEJ destacou a importância de reforçar o “importante” e “contínuo” trabalho da educação sexual. “Realizamos gradualmente esses trabalhos, especialmente para as crianças e famílias para ensinar os pais a ajudar os alunos a auto-protegerem-se”, afirmou Kong Ngai, indicando que serão distribuídos folhetos.


Alexis Tam insta à denúncia

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que também condenou ontem o caso, apelou às vítimas, em linha com a DSEJ, para que reportem. “Espero que as vítimas denunciem o seu caso à tutela ou à polícia, porque este tipo de actos são intoleráveis”, disse à margem de um evento, apontando ser preciso punir os autores dos crimes levando-os à justiça. “Vamos envidar todos os esforços para ajudar as vítimas”, salientou, instando ainda os pais a estarem atentos aos sinais dos filhos.

12 Out 2018

Abuso sexual | DSEJ diz estar atenta a alegado caso em escola

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) disse ontem, em comunicado, estar atenta ao caso suspeito de abuso sexual que terá sido cometido por um professor. As vítimas são dois alunos que participavam numa aula de actividades extra-curriculares.

Após a recepção da denúncia, a DSEJ entrou em contacto com a escola, propondo prestar assistência e apoios às duas crianças e respectivas famílias. A DSEJ apontou ainda que vão continuar a organizar actividades de prevenção e aconselhamento de diferentes temas nas escolas para aumentar a consciência dos estudantes sobre a problemática e ensinar formas de pedir ajuda.

A autoridade educativa também espera que os pais prestem mais atenção à vida dos filhos e ao seu comportamento, ensinando-lhes a necessidade de protecção e defesa.

11 Out 2018

DSEJ | Macau sem alunos classificados como sobredotados

Não há alunos classificados como sobredotados em Macau. A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude garante estar a desenvolver instrumentos padronizados de avaliação, dispondo já de mecanismos no domínio da criatividade

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ctualmente, não existem alunos classificados como sobredotados na base de dados de avaliação da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). Em resposta ao HM, o organismo garante estar a trabalhar no desenvolvimento de instrumentos padronizados de avaliação, dispondo já de ferramentas em determinadas áreas.

“A DSEJ está a desenvolver, sucessivamente, instrumentos padronizados de avaliação em diferentes domínios para este tipo de alunos e, até ao momento, desenvolveu quatro conjuntos no domínio intelectual e da criatividade”. Ferramentas que permitem ao pessoal docente ou de aconselhamento avaliar alunos, caso sinalizem características de sobredotação, aferindo capacidades e necessidades de aprendizagem, indicou o organismo liderado por Lou Pak Sang.

Em resposta a uma interpelação escrita apresentada pelo deputado Ho Ion Sang, a subdirectora da DSEJ, Leong Vai Kei, revelou que, em Junho, solicitou apoio a uma instituição de consultadoria (não especificada) para a elaboração de normas de classificação dos alunos sobredotados. “Após a conclusão dos trabalhos, serão elaborados modelos de desenvolvimento do ensino dos alunos sobredotados, as estruturas de suporte e o estudo e definição das respectivas instruções para servir de referência às escolas para que possam detectar e preparar os alunos sobredotados”, afirmou.

Na mesma resposta, datada de meados de Julho, Leong Vai Kei cita, entre os instrumentos de avaliação já aplicados pela DSEJ, as escalas de inteligência de Wechsler, bem como o Teste de Pensamento Criativo de Torrance.

Formar para identificar

Em paralelo, considerando que o corpo docente desempenha um papel fundamental, a DSEJ realça que tem organizado, “periódica e sistematicamente”, acções de formação relacionadas com a educação de alunos sobredotados, bem como sobre a utilização dos instrumentos de avaliação “com vista a aumentar a capacidade de identificação de alunos sobredotados”. Mais de 200 professores receberam este tipo de formação até ao momento, de acordo com a DSEJ que não menciona quando arrancaram estas iniciativas.
Ao HM, a DSEJ explica que o primeiro passo quando são identificados sinais que apontam que uma criança pode ser sobredotada é requerer, junto do organismo, “uma consulta profissional do ensino especial, para que este tenha conhecimento da situação dos alunos, através de entrevistas e preste apoio e [dê] sugestões sobre como promover o desenvolvimento das potencialidades destes alunos”. Algo que pode ser solicitado tanto pelos docentes e agentes de aconselhamento como pelos próprios encarregados de educação.

“Caso [os alunos] não possuam resultados satisfatórios nos estudos ou na sua adaptação e se forem identificados com necessidades educativas especiais, após a avaliação, a DSEJ sugere a frequência em escolas regulares, na qualidade de aluno inclusivo, recebendo apoio adicional na escola”.

A DSEJ enfatiza que, neste caso, além de atribuição de apoio financeiro extraordinário à escola, envia ainda periodicamente funcionários, “no sentido de discutirem com os docentes ajustamentos ao currículo dos alunos ou a prestação de apoio extra para que estes usufruam de um ensino apropriado”.

Aliás, argumenta, no Guia de Funcionamento das Escolas sugere-se já concretamente às escolas que “procedam ao ajustamento e apoio aos alunos sobredotados e que apresentem dificuldades na aprendizagem ou na adaptação”.

12 Set 2018

Educação | DSEJ segura Leong Vai Kei apesar de declarações polémicas

O director dos Serviços de Educação e Juventude afastou a hipótese da subdirectora Leong Vai Kei abandonar o posto e elogiou o trabalho e experiência da colega

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Lou Pak Sang, garante que a subdirectora Leong Vai Kei vai continuar no cargo e que foi mal-entendida, quando afirmou que a homossexualidade precisa de ser diagnosticada e tratada. À margem de uma reunião do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior, Lou Pak Sang sublinhou ainda o contributo de Leong Vai Kei para o sector local, assim como a experiência da responsável.

“A subdirectora Leong tem muita experiência e reconhecemos a sua capacidade no cumprimento das suas funções. Na verdade, tanto como chefe de divisão e de departamento, ela contribuiu imenso para os nossos trabalhos, com muitas opiniões válidas e um trabalho reconhecido na relação com as escolas”, afirmou Lou Pak Sang, afastando a hipótese de Leong Vai Kei abandonar o posto.

Ao mesmo tempo, negou que a subdirectora Leong tenha mencionado que o facto de duas pessoas do mesmo género se sentirem atraídas seja uma doença: “Queria esclarecer que ela nunca falou da homossexualidade como uma doença. Ela só disse que se há um aluno que não sabe definir a sua orientação sexual, que pode pedir apoio e ser transferido para ser acompanhado por médico”, sublinhou.
Ainda em relação às declarações da mesma subdirectora de que o sexo só deveria ser praticado depois do casamento, Lou escusou-se a fazer qualquer consideração. “Não vou falar sobre esse tema. Mas há certos princípio legais que devem ser respeitados”, apontou.

A ‘número dois’ da DSEJ também mereceu a confiança do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Em declarações aos jornalistas, no sábado, Alexis Tam afirmou apoiar a continuidade da subdirectora, sublinhando que Leong Vai Kei exerce funções na DSEJ há mais de uma década e que possui vasta experiência na administração pública, destacando-se pelo trabalho e pelas boas habilitações académicas.

Hino em mandarim

Outro assunto abordado pelo director da DSEJ foi a lei do hino nacional, que vai implementar o ensino da Marcha dos Voluntários nas escolas. Lou Pak Sang afastou o cenário das escolas internacionais de Macau ficarem isentas da medida e a hipótese da letra do hino ser ensinado em outra língua que não o mandarim, mesmo para não falantes do idioma.

“É uma medida que abrange todas as escolas do ensino não-superior, incluindo as internacionais. Se for o hino da República Popular da China, obviamente, que tem de ser cantado em mandarim”, disse Lou.

Contudo, a DSEJ garantiu que vai prestar o apoio necessário às instituições de ensino para a aplicação da medida, nomeadamente através da criação de um livro com orientações para o efeito. “Vamos apoiar a escolas para alcançarem esse objectivo. Vamos ter um manual para ajudar as escolas em relação ao hino nacional, à bandeira e ao símbolo. Para que as escolas possam ter mais informações para os alunos”, foi explicado.

Lou comentou ainda o andamento dos trabalhos sobre o diploma que vai regular o ensino profissional em Macau. O director da DSEJ revelou que já foi feita a consulta pública e que no primeiro semestre do próximo ano o diploma deve entrar em processo legislativo.

10 Set 2018

DSEJ | Ano lectivo arranca com 80.556 alunos

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]já amanhã que arranca oficialmente o ano lectivo. Setenta escolas preparam-se para abrir as portas a 80.556 alunos, cujo universo aumentou pelo quinto ano consecutivo. Segundo dados preliminares facultados pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) ao HM, o número de estudantes tem vindo a aumentar desde 2013/14. Face ao ano lectivo anterior (2017/18) a subida foi de 1,9 por cento ou de 1.464 estudantes. Igual aumento sofreu o corpo docente, com a DSEJ a estimar em 7.751 o número total de professores no arranque do novo ano escolar, ou seja, mais 145 do que no transacto. O ano lectivo 2018/19 arranca faseadamente. Segundo o calendário, em grande parte das instituições de ensino as aulas têm início amanhã e na segunda-feira, com as últimas escolas a abrirem portas no próximo dia 14 de Setembro. Na Escola Portuguesa e no Jardim de Infância D. José da Costa Nunes o novo ano lectivo tem início na próxima quarta-feira, dia 5.

31 Ago 2018

Videojogos | Do uso lúdico à dependência

A Organização Mundial de Saúde adicionou, no final do ano passado, a dependência de videojogos no manual de diagnóstico de doenças mentais CID-11. Entre os jogadores, há quem modere com sucesso o tempo de jogo, mas há também quem perca o controlo. A psicóloga Nadia Chan entende que é necessário agir preventivamente e perceber que transtornos estão por detrás da dependência

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ntónio (nome fictício) tem 20 anos. Terminou em Julho o 12º ano e passou parte da adolescência trancado no quarto a jogar videojogos. Começou, com tenra idade, na companhia do pai. Nessa altura, conseguia separar a vida jogada da vivida e saía com a família, ia ao cinema e ao teatro, brincava com amigos na rua e jogava frequentemente à bola com o pai. Tudo normal.

A adolescência chegou e com ela o intercalar entre consolas e outras actividades foi-se tornando mais raro. Os dias começaram a ser passados no quarto e os jogos passaram a ser a única ocupação. Amigos, namoradas e família passaram para segundo plano e o tempo para a escola também começou a ser cada vez menos, o que lhe valeu dois chumbos. As noites eram pouco ou mal dormidas. “Começou a jogar a noite toda e a ter os horários trocados, dormia com o computador ligado. Alterou a vida toda à conta do jogo”, contou o pai de António ao HM.

De manhã dormia. As refeições eram quando a mãe aparecia para as preparar e pôr na mesa. Caso os pais estivessem a trabalhar fora, ficava sem comer. “Alimentava-se quando as pessoas lá em casa lhe davam comida e muitas refeições ficavam para trás”, acrescentou o pai.

As chamadas telefónicas muitas vezes ficavam por atender porque o jogo não podia ser interrompido. “Eles jogam online em equipas que dependem uns dos outros e estão a jogar ao mesmo tempo, e ás vezes queria falar com ele e não podia”, explicou o pai.

No computador faziam-se os amigos e a vida social existia entre cognomes e aventuras comuns. Lá fora, na rua não havia nada de interessante.

Ao contrário de colegas que também jogam mas que não deixaram de fazer outras coisas, como “sair, ir ao cinema, estar com amigos”, exemplifica o progenitor, António personifica os sintomas que a Organização Mundial de Saúde, no início do ano, classificou como integrantes de um novo distúrbio mental, a dependência de jogos. A patologia consta agora do manual da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, CID-11, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em Macau, não há pesquisa a incidência da dependência e das suas consequências, mas a consideração dentro do espectro clinico é vista com bons olhos até por quem vive desta actividade.

Prevenção interna

Para Frederico Susano, membro da direcção da “Grow uP eSports”, a organização multinacional de jogos electrónicos com sede em Macau e Portugal, a incorporação da dependência de videojogos na CID-11 é “absolutamente justificável, até porque tudo o que é em excesso tem as suas consequências”, referiu ao HM.

É por isso que a organização também se empenha em iniciativas de prevenção da adição. “Para já, temos feito mais coisas em Portugal com a realização de vários workshops, conduzidos por profissionais de áreas diferentes para sensibilizar pais e jogadores, alguns mesmo que já jogam a nível profissional, para terem certos cuidados”.

Descanso, horas de sono e mesmo lições de nutrição fazem parte dos conteúdos partilhados nestas actividades com pais e jogadores. “Em causa está a garantia de que quem joga tem o tempo de descanso necessário diário, que tem uma alimentação conveniente e que mantem a saúde. Mesmo para quem joga, a nível profissional ou não, é necessário um certo regime que tem de ser saudável”, disse.

Para Frederico Susano, apesar do videojogo funcionar essencialmente a nível psicológico e não precisar de esforço físico, é necessário cuidar do corpo.

Além dos cuidados com a saúde física, a “Grow uP eSports”, promove ainda alerta e apoio para outras actividades que, entretanto, acontecem online. A título de exemplo, Susano refere o bullying virtual.

Benefícios colaterais

Se por um lado os videojogos em excesso podem trazer isolamento e a interrupção da vida funcional, por outro podem também ser uma ajuda no tratamento de certos síndromas sociais e mesmo no desenvolvimento de funções cognitivas. “Existem diversos estudos a esse respeito e que mostram a eficácia dos videojogos em termos terapêuticos”, avança. Além disso, Frederico Susano acrescenta que “está provado que os videojogos também facilitam o desenvolvimento de determinadas capacidades, nomeadamente a capacidade de concentração”. O também jogador explica que “o foco de um “gamer” [expressão utilizada pelos jogadores de videojogos] casual acaba por ser muito superior do de pessoas que tenham outro tipo de actividades, porque o cérebro durante o jogo está a receber muita informação que exige rapidez a filtrar essa informação sem perder a concentração e o objectivo”.

No que respeita às capacidades sociais, os jogos virtuais também ajudam no contacto com outras pessoas de diferentes partes do mundo, aprofundando competências linguísticas e outros benefícios, considera o dirigente da “Grow uP eSports”.

A história de Frederico Susano foi particularmente influenciada por esta realidade. Foi um jogo que o trouxe à China e que o levou a licenciar-se em tradução e interpretação de mandarim/português. “Este gosto pelo oriente foi desencadeado por um jogo, que falava dos três reinos, uma história chinesa. A maneira como era fiel à história deixou-me curioso para perceber a cultura, quem eram estes heróis. Fui estudar chinês e agora estou cá”, conta.

Sem problemas

“Há jogos que valem a pena que se viva para eles”. Esta é a opinião de Rui Pita. A qualidade, os desafios que impõem, o raciocínio e a destreza mental que exigem são factores que têm feito com que o designer gráfico viva intermitentemente entre períodos em que joga quase sem parar e outros em que não joga, como actualmente.

Para Rui Pita “estas coisas dos jogos já tem uns anos”, confessa. “Penso que já foram bem mais problemáticas do que aquilo que são”, diz recordando que cresceu em salas de jogo e que “o momento mais feliz da vida” foi quando teve o seu primeiro Spectrum.

Mais tarde comprou um PC e descobriu os RPG (Role-Playing Game), “um outro mundo que não tem fim”, diz.

Para Rui Pita, que tem hoje 44 anos, o jogo é mais do que um hobby, é uma presença diária. A caminho do trabalho levava dezenas de páginas impressas, tiradas de fóruns online, com explicações para os jogos do momento.

Os prazos para cumprir missões faziam com que a vida tivesse de ser programada. “Tínhamos, por exemplo, uma semana para chegar a determinado lugar. Isto implicava um trabalho de equipa em que ninguém podia faltar e se faltasse uma pessoa já não se conseguia. O resultado, [quando se joga em equipa], é que todos dependem de todos e cria-se uma espécie de elite em que se sabe com quem se pode contar”, explica ao HM.

Mas Rui Pita nunca deixou de trabalhar, nem de sair ou ir a festas. Mesmo nos períodos em que só pensava e falava em jogos, os amigos continuaram a existir. Por isso, refere sem dúvidas, que “jogar, na realidade não é um vício”. Aliás, no seu caso pessoal e tendo em conta que neste momento praticamente não joga, os tempos que passou a faze-lo são recordações que não vai esquecer. “Mesmo não jogando estou sempre a pensar no jogo, até porque faz parte de uma fase muito boa da minha vida”, revela.

Para ilustrar esta “idade de ouro”, Rui recorda uma altura em que jogava Lineage: “Foram uns três anos em que não tinha outro assunto de conversa. Estava sempre com o jogo na cabeça. Costumava parar num café com amigos e tínhamos um manual, com cerca de 3000 páginas, com a descrição dos bichos do jogo e com o que tínhamos de explorar”, recorda.

Por outro lado, e visto ter feitos amigos também dentro do ecrã, Rui considera que “estes jogos são uma forma de pôr os miúdos a socializar”, até porque, “amigos existem sempre e se uma pessoa se fecha em casa a jogar pode ter outro problema de fundo que deve ser resolvido.” Nesse sentido, “o escape do jogo pode ser bom e uma forma de crescer de outra maneira”, refere.

Diagnósticos paralelos

A classificação da dependência de videojogos no manual de diagnóstico psiquiátrico é bem vista pela psicóloga Nadia Chan, que aponta que o condicionamento da vida pelos jogos muitas vezes traduz a presença de outros problemas. “Se uma pessoa sofre deste tipo de desordem, enquanto profissionais, temos de estar atentos a muitas outras coisas”, começa por dizer ao HM.

Em causa, considera, “podem estar subjacentes quadros clínicos que apontem para a depressão ou transtornos de ansiedade”, pelo que “para perceber o que se está a passar realmente é necessário ter acompanhamento clínico”.

Ainda assim, a psicóloga sublinha que a adição a videojogos é um comportamento problemático que suscita a necessidade de mais investigação, nomeadamente no contexto de Macau.

Entretanto, é preciso prevenir, diz, admitindo que se trata de uma situação que não é fácil de resolver. Os pais actualmente não podem privar o acesso dos filhos à tecnologia até porque as actividades que se fazem hoje têm todas alguma ligação com o mudo digital. “Combinar encontros sociais é através da internet, fazer trabalhos de casa também, e por aí fora”, acrescenta.

No entanto, cabe aos adultos questionaram se o seu comportamento enquanto pais são exemplo para os seus filhos, especialmente no uso da tecnologia. “Muitas vezes os pais são os primeiros a proibir o uso do telefone, mas será que também deixam os seus dispositivos para passar tempo com os filhos?”, questiona retoricamente.

Para a psicóloga é importante que estas coisas se equilibrem e que os pais disponham de mais tempo para estar com as suas crianças.

“A questão não se é o fácil acesso à tecnologia é bom ou mau, mas a forma e o tempo como a utilizamos”, refere.

Quanto a medidas preventivas, a psicóloga é clara sublinhando que são medidas não só aplicáveis aos problemas relacionados com os videojogos mas com todo um espectro que interfere com a saúde mental.

“Em primeiro lugar deve existir uma maior promoção da saúde mental e do que lhe diz respeito em todas as vertentes. Não só com problemas mentais já considerados mas na ajuda a dificuldades do dia-a-dia e que precisam de solução ou alívio que deve ser feito tanto a nível familiar como comunitário.”

Por outro lado, tanto os pais como as escolas deveriam informar sobre o uso apropriado e equilibrado da tecnologia. “A solução não passa pelo evitar a tecnologia, mas pelo acompanhamento da exposição dos mais novos a isso”, remata.

Atentos mas sem dados

Em Macau a dependência de jovens à internet e aos videojogos é colocada no mesmo saco. É de referir que o assunto é acompanhado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude ainda que de uma forma formativa.

Neste sentido, e de acordo com a informação fornecida pelos serviços ao HM, os currículos escolares incluem disciplinas sobre o bom uso da internet e cibersegurança de modo promover “a compreensão de matérias ligadas aos perigos dos jogos online para a saúde física e mental”.

No que respeita a acções de formação, a DSEJ destaca que existe um departamento para o aconselhamento individual de estudantes com problemas de dependência da internet de modo “a que reconstruam a sua vida normal”, lê-se.

No ano lectivo de 2016/102017, as acções de formação promovidas pela DSEJ chegaram a mais de 185 mil estudantes. Quanto ao número de casos detectados ou pedidos de ajuda respondidos, a DSEJ não especificou.

28 Ago 2018

Educação sexual | DSEJ distribui panfletos aos pais até final deste ano

 

Depois das polémicas declarações da sua sub-directora, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude prepara-se para lançar novos panfletos de educação sexual dirigidos aos pais até finais deste ano. Christiana Ieong, directora do Zonta Clube de Macau, entende que os métodos de contracepção devem ser abordados nos currículos

 

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]han Ngai Hong, director do Centro de Educação Moral da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), revelou ontem, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, que até finais deste ano serão distribuídos panfletos sobre educação sexual destinados aos pais de estudantes com menos de 18 anos.
A ideia é que as famílias possam debater as mudanças que o corpo dos adolescentes sofrem até chegar à idade adulta, incluindo questões ligadas às relações amorosas e casamento.
Chan Ngai Hong adiantou também que a disciplina de educação sexual nas escolas tem sido desenvolvida nos últimos tempos, nomeadamente através da realização de vários workshops com famílias, além de palestras e transmissão de vídeos sobre o assunto.
No que diz respeito ao aconselhamento prestado aos alunos, o responsável da DSEJ frisou que, nos anos 80, eram poucos os profissionais disponíveis, mas que esse número já ultrapassou a fasquia das 220 pessoas. O trabalho foca-se nos alunos do ensino básico, recorrente e especial.
Leong Vai Kei, sub-directora da DSEJ, disse na passada quinta-feira que a educação sexual nas escolas iria promover o sexo só depois do casamento, pois “na sociedade é assim que se pensa”. “É também uma questão de ética. Em Macau, a maioria da população é chinesa. Em cada país ou região, há uma idade para o casamento. Em Macau, são 18 anos. Todas as pessoas acham que a prática sexual deve ser feita depois do casamento”, acrescentou.
À margem de um evento público, Leong Vai Kei referiu que os alunos com uma orientação sexual diferente seriam encaminhados para aconselhamento. Isto apesar de a Organização Mundial de Saúde ter deixado de considerar a homossexualidade uma doença em 1990. Ontem, a sub-directora da DSEJ frisou que tudo não passou de um “mal-entendido”.
“O que eu disse foi que se os alunos precisarem de ajuda avançada, podemos transferi-los para profissionais. Se tiverem uma situação grave e acharmos que precisam de um psicólogo clínico podemos transferi-los [para esses profissionais]. Quero esclarecer isto”, referiu.

Zonta contra DSEJ

Contactada pelo HM, Christiana Ieong, presidente do Zonta Clube de Macau, associação ligada aos direitos das mulheres, mostrou-se contra a posição assumida pela DSEJ. Para Christiana Ieong, é mais importante ensinar os adolescentes quanto às consequências negativas de não usar métodos contraceptivos.
“Estou mais preocupada com a idade em que os alunos iniciam a sua vida sexual, e estes têm de saber que uma gravidez na adolescência traz consequências para o futuro. Já visitei o Centro do Bom Pastor e conheci muitas adolescentes grávidas, e isso afectou as raparigas e os rapazes. Não discordo do sexo antes do casamento, mas o que importa é a idade com que se inicia a relação sexual. Penso que deveriam ser educados para as consequências e como se podem proteger.”
A presidente do Zonta Clube de Macau lembrou que “têm ocorrido muitos casos de assédio sexual nas escolas”, pelo que é importante que os adolescentes saibam o que está em causa nestas situações.
Christiana Ieong acredita que “hoje em dia a maior parte das famílias chinesas pensa que o sexo antes do casamento é normal”, mas continuam a existir “pessoas muito religiosas que acreditam no sexo só depois do casamento”.
“Se o Governo está a promover a ideia de que não se deve ter sexo antes do casamento, não concordo com essa noção. Além disso, hoje em dia as pessoas casam cada vez mais tarde, ou não casam, de todo. O sexo é algo muito natural”, rematou.

21 Ago 2018

Subdirectora da DSEJ diz que comentário sobre homossexualidade foi um “mal-entendido”

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]subdirectora dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Leong Vai Kei, veio a público afirmar que as declarações sobre a homossexualidade proferidas na passada quinta-feira foram fruto de um “mal-entendido”. A controvérsia instalou-se depois de, na quinta-feira, ter afirmado aos jornalistas que os jovens que se declarem homossexuais serão encaminhados para aconselhamento.
“É possível que tenha havido um mal-entendido durante o processo que gerou a ideia de que encaminhamos os estudantes homossexuais para diagnósticos. Não era isso que queríamos dizer”, sublinhou Leong Vai Kei, em declarações aos ‘media’ chineses. “O que eu disse foi que se os alunos precisarem de ajuda avançada, podemos transferi-los para profissionais”, vincou a mesma responsável, apontando que “é possível que os alunos estejam incomodados pela atitude da família e dos amigos” face à sua orientação sexual e “os agentes de aconselhamento escolares têm capacidade para tratar disso”. “Se tiverem uma situação grave e acharmos que precisam de um psicólogo clínico podemos transferi-los [para esses profissionais]. Quero esclarecer isto”, acrescentou.
“Nunca dissemos que a homossexualidade é uma doença”, insistiu a subdirectora da DSEJ que garantiu ainda que os alunos são incentivados a aceitar todas as orientações sexuais. “Também quero dizer que, no nosso currículo, ensinamos as crianças na escola primária a respeitar e aceitar diferentes tipos de pessoas. Nas escolas primárias e secundárias também falamos aos estudantes sobre os diferentes géneros e sexualidades”, afirmou, segundo declarações reproduzidas pela TDM. “Durante o ensino secundário complementar até temos um capítulo dedicado ao preconceito contra os homossexuais para que os estudantes tenham um entendimento objectivo”, salientou.

20 Ago 2018

Sub-directora da DSEJ defende sexo só depois de casamento e aconselhamento para homossexuais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]sub-directora dos Serviços de Educação e Juventude, Leong Vai Kei, resolveu tecer algumas considerações sobre sexualidade dignas de outros tempos. A população de Macau é contra as relações sexuais antes do casamento e a educação sexual nas escolas vai reflectir essa posição. É este o entendimento da sub-directora dos Serviços de Educação e Juventude que se pronunciou, ontem, sobre educação sexual nas escolas de Macau. Nas mesmas declarações aos jornalistas, a número dois do pelouro da educação do Executivo acrescentou que os jovens que se declarem homossexuais serão encaminhados para aconselhamento, de acordo com a Rádio Macau.
Leong Vai Kei começou por notar que, no que toca ao casamento, “na sociedade é assim que se pensa. É também uma questão de ética. Em Macau, a maioria da população é chinesa. Em cada país ou região há uma idade para o casamento. Em Macau, são 18 anos. Todas as pessoas acham que a prática sexual deve ser feita depois do casamento”, salientou.
Como tal, a DSEJ não vai convidar “os homens a fazer relação sexual com uma senhora sem ser a esposa”.
Leong Vai Kei também considera que “as jovens mulheres devem evitar envolvimentos sexuais com os seus parceiros se não forem casadas”. “Na escola e na sociedade nós vamos ensinar sobre educação sexual. Se nós sabemos que os alunos já tiveram relações sexuais”, precisou, “então vamos ter uma educação diferente da das outras pessoas”.
Leong Vai Kei referiu-se ainda aos alunos que se declarem homossexuais. De acordo com a Rádio Macau, nesses casos, “é disponibilizada assistência de especialistas para orientação segundo as necessidades destes alunos homossexuais”.

17 Ago 2018