Alunos do programa de aperfeiçoamento contínuo obrigados a mostrar BIR em todas as aulas

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) garantiu que vai proceder a uma maior fiscalização dos cursos de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo. A medida vai passar pela obrigatoriedade de apresentação do BIR por parte dos alunos em todas as aulas, uma vez que, actualmente, só é preciso mostrar o cartão de identificação no acto da inscrição, sendo que nas aulas é apenas necessária uma assinatura na folha de presenças.

A ideia foi deixada na passada sexta-feira, numa conferência de imprensa organizada pelos serviços em resposta ao caso divulgado no dia anterior relativo a uma burla que lesou a RAEM em 3,1 milhões de patacas.
O caso divulgado pelo Jornal Tribuna de Macau, apontava que, segundo uma investigação da Polícia Judiciária (PJ), três indivíduos passaram por funcionários de uma instituição educativa e conseguiram obter os dados de pessoas num parque situado na zona da Areia Preta. Esses dados pessoais foram depois entregues à instituição que os usou para pedir subsídios relativos ao plano de aperfeiçoamento e desenvolvimento contínuo.

A PJ descobriu ainda que a mesma instituição de ensino submeteu 1.623 pedidos de financiamento no âmbito do programa de formação da DSEJ, entre Janeiro a Agosto, e recebeu 3,1 milhões de patacas. A mesma instituição terá ainda falsificado os registos de presença e assinaturas.

De acordo com a mesma fonte, a PJ estima que 70 por cento dos cursos ministrados por esta escola dentro do plano do Governo sejam falsos, mas não foi ainda detido nenhum suspeito do estabelecimento de ensino. Já os três suspeitos identificados foram encaminhados para o Ministério Público.

Na conferência de imprensa do final da semana passada, a DSEJ informou ainda que até ao final do mês passado e no âmbito do programa de desenvolvimento contínuo, efectuou cerca de 2500 vistorias in loco, 18 mil verificações por amostragem e enviou 200 cartas de advertência escrita relativas a cursos que violaram as normas.

A entidade submeteu ainda 27 casos aos órgãos judiciais devido “a circunstâncias graves de infracção envolvendo falsificação de documentos, burla e realização fraudulenta de cursos”.

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