Covid-19 | Hong Kong ultrapassa os sete mil casos. China envia reforços

O número de casos de covid-19 em Hong Kong não pára de subir e hoje atingiu um total de 7.533 novas infecções. Uma bebé de 11 meses faleceu no domingo. Nesta fase, a China tem enviado reforços e profissionais para acompanhar os trabalhos de controlo da pandemia, pautada pela variante Ómicron

 

O panorama da pandemia em Hong Kong está longe de mostrar sinais de melhoria. Dados oficiais, noticiados pelo canal de rádio e televisão RTHK, mostram que o número de novos casos atingiu os 7.533 esta segunda-feira, além de que se registou a morte de uma bebé de 11 meses este domingo.

Lau Ka-hin, responsável pela Autoridade Hospitalar da região vizinha, explicou em conferência de imprensa que a bebé teve febre e convulsões quando foi levada ao hospital Tseung Kwan O. A menina foi entubada e internada na unidade dos cuidados intensivos no hospital Queen Elizabeth, tendo sido medicada com retrovirais. No entanto, a sua condição de saúde deteriorou-se, tendo sofrido uma paragem cardiorespiratória. O mesmo responsável explicou que a bebé foi infectada pelos seus familiares.

Albert Au, do Centro para a Protecção de Saúde, disse estimar que o número de casos de covid-19 continue a aumentar, registando-se também uma crescente transmissão comunitária do novo coronavírus.

China envia ajuda

Entretanto, a agência Xinhua noticiou hoje que duas delegações de médicos da China continuaram a inspecção aos tratamentos e trabalho de prevenção da pandemia realizados pelos profissionais de Hong Kong. A equipa, composta por epidemiologistas, trocou informações com os representantes de entidades como o Departamento de Saúde de Hong Kong, entre outras.

Nesta reunião entre profissionais foram discutidas medidas sobre a realização de quarentenas e a operacionalização da linha de apoio 24 horas para garantir a funcionalidade do esquema “StayHomeSafe”.

Sophia Chan, secretária para a Segurança Alimentar e Saúde do Governo de Hong Kong adiantou que as autoridades vão estudar e implementar as recomendações feitas pelos peritos chineses.

“O Governo de Hong Kong vai realizar todos os esforços para implementar estratégias de controlo da pandemia que sejam efectivas, com focos específicos e as mais adequadas à situação de Hong Kong com o objectivo de cortar as cadeias de transmissão o mais rapidamente possível e colocar sob controlo a quinta vaga da pandemia”, frisou.

Outra das delegações reuniu ainda com profissionais da Autoridade Hospitalar de Hong Kong, tendo sido trocadas informações sobre a quinta vaga da pandemia. Foram também realizadas visitas a alguns hospitais. Estes especialistas, vindos da província de Guangdong, estiveram em Hong Kong entre quinta e sexta-feira.

21 Fev 2022

Hong Kong a debelar o vírus

O número de novos casos de coronavírus em Hong Kong caiu desde há vários dias para um dígito. Os peritos da cidade têm salientado que Hong Kong tem agora a oportunidade atingir as “zero” infecções e conseguir eliminar a transmissão local. São sem dúvida boas notícias para Hong Kong.

Após ter vivido um período de caos e destruição da segurança pública, promovido pelos “homens de preto”, o surto epidémico veio agravar seriamente a economia de Hong Kong. Não estamos a exagerar se dissermos que houve uma “recessão em todos os sectores” para descrever a situação. Os negócios estiveram parados e os trabalhadores ficaram sem emprego. Embora o Governo de Hong Kong tenha alocado por várias vezes fundos para ajudar a suavizar a crise, este esforço só por si não foi suficiente para resolver todos os problemas. Esta ajuda, por maior que tenha sido, acabou por ser apenas “uma gota no oceano” em relação às necessidades económicas da cidade.

Agora, se Hong Kong conseguir erradicar por completo a epidemia, pode retomar a sua actividade económica. Se o distanciamento social for sendo levantado, as pessoas vão poder retomar o contacto e as actividades regressam ao normal. Deixar de haver casos de COVID em Hong Kong é também um dado fundamental para que as fronteiras com a China continental e com Macau reabram. Com a abertura das fronteiras regressa o comércio com a China e com Macau. Para Macau vai significar o regresso dos turistas de Hong Kong aos casinos. A epidemia isolou os residentes de Hong Kong e de Macau e tornou-se quase impossível viajar. Os casinos de Macau perderam grande parte da sua clientela. Quando as fronteiras abrirem, os turistas de Hong Kong vão começar a chegar um a um aos casinos de Macau.

Para recuperar a economia de Hong Kong não basta a abertura das fronteiras. Hong Kong é actualmente o maior centro que a China utiliza para transicionar a sua moeda, o renminbi. As instituições financeiras da China, de Hong Kong, e de Macau já promoviam os seus produtos cotados em renminbis, antes da pandemia. Hong Kong é um centro financeiro internacional. Não existe controlo nas entradas e saídas de fundos. Um sólido sistema jurídico garante uma protecção sólida. Esta é a grande vantagem de promover produtos financeiros em RMBs. Além disso, Hong Kong tem muitos anos de experiência em planeamento financeiro, quer seja em fundos, seguros, ou obrigações. Vários projectos de gestão financeira, ou métodos de gestão financeira, como protecção de bens, avaliação de investimentos, heranças, etc., podem ser assegurados por instituições financeiras da Área da Grande Baía. No pós-pandemia, se Hong Kong continuar a apostar em produtos financeiros cotados em renminbis, recuperará a sua economia mais rapidamente. Para a China e para Macau, a experiência financeira de Hong Kong será uma mais valia. Numa perspectiva de cooperação em termos de desenvolvimento financeiro, Hong Kong tem uma palavra a dizer na Área da Grande Baía.

Embora existam várias formas de revitalizar a economia, Macau pode tirar partido da experiência de Hong Kong. Macau depende da indústria do jogo, durante a epidemia deixou de haver turismo e esta indústria foi naturalmente afectada. Este foi o resultado da aposta do Governo numa única fonte de rendimento. O mesmo se passa em Hong Kong, que depende quase exclusivamente do sector financeiro. Assim, depois da epidemia, o Governo de Hong Kong deve tentar perceber seriamente qual a indústria que lhe pode proporcionar uma fonte de taxação estável. Com um rendimento estável, Hong Kong pode desenvolver o seu sistema de segurança social e garantir que os seus residentes possam viver e trabalhar em paz.

Até ao momento, o número de pessoas vacinadas em Hong Kong e em Macau não é muito grande e isso é reflexo dos receios que as vacinas inspiram. Com as contínuas mutações do vírus, resta saber se as vacinas vão ser eficazes contra as novas variantes. Só quando o vírus estiver completamente controlado é que a economia mundial pode recuperar. Se Hong Kong quiser recuperar a sua economia, tem de esperar pela oportunidade e redobrar os esforços.

25 Mai 2021

Covid-19 | Ligações com Hong Kong dependem de 14 dias sem casos, diz Ho Iat Seng

O Chefe do Executivo confirmou as conversas com a congénere de Hong Kong para o estabelecimento de uma bolha de viagem, mas o processo depende do combate à pandemia na região vizinha

 

O estabelecimento de uma bolha de viagem com Hong Kong está dependente da região vizinha alcançar a marca de 14 dias sem casos de infecção de covid-19. A condição foi traçada por Ho Iat Seng, chefe do Executivo, à margem das comemorações do Dia do Trabalhador promovidas pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

De acordo com o comunicado do Executivo, Ho Iat Seng “destacou um intercâmbio que teve recentemente na província de Hainão” com Carrie Lam, líder do Governo de Hong Kong, em que o tema da bolha de viagens foi abordado. Ho Iat Seng confirmou a informação que tinha sido revelada anteriormente pelas autoridades da RAEHK.

Contudo, o Chefe do Executivo de Macau sublinhou que antes da criação da bolha “Hong Kong deve registar 14 dias consecutivos sem casos locais de Covid-19”. Mesmo que a meta seja atingida, o processo não vai ser automático, e é apenas um ponto de partida para “haver condições para negociar o próximo passo”.

Ho Iat Seng comentou igualmente os casos das regiões perto de Macau onde a pandemia está descontrolada e que são encaradas como um risco: “Macau não só precisa de avaliar, de forma mais cautelosa, a viabilidade de importar trabalhadores não residentes domésticos vacinados com as duas doses, como também, ponderar os canais de deslocação para Macau, face às medidas das autoridades de Hong Kong que accionaram o mecanismo de suspensão de voos regionais, por causa das novas situações epidémicas registadas no exterior”, afirmou.

Cartão de Consumo em discussão

Na ocasião, Ho Iat Seng revelou também que o “programa de benefícios de consumo por meios electrónicos” vai ser discutido no Conselho Executivo esta semana. Após a reunião, haverá uma conferência de imprensa do órgão que tem André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, como porta-voz. “Após a discussão e a aprovação do mesmo, será convocada de imediato uma conferência de imprensa para anunciar à sociedade o referido conteúdo”, prometeu.

Sobre a economia local, Ho Iat Seng mostrou-se agradado com os números do turismo no 1.º de Maio, e destacou que os hotéis registaram “uma taxa de ocupação bastante positiva” com as previsões a apontarem para “um aumento de 20 por cento” dos visitantes face ao “recorde recente”.

Em relação ao turismo, Ho assumiu o compromisso de se empenhar para que as pessoas vacinadas contra a covid-19 possam circular entre o Interior e Macau sem a necessidade de fazerem testes de ácido nucleico a cada sete dias.

4 Mai 2021

Cidadão de Hong Kong regressado de Espanha é primeiro caso oficial de re-infecção mundial

[dropcap]U[/dropcap]m homem de 33 anos natural de Hong Kong será o primeiro caso oficial de re-infecção pelo novo coronavírus no mundo, segundo investigadores da Universidade de Hong Kong, citados ontem pelos ‘media’ desta região administrativa especial chinesa.

O doente em questão teve alta após ter sido declarado curado da doença covid-19 em Abril passado, mas no início deste mês o homem voltou a testar novamente positivo depois de ter regressado de uma viagem a Espanha, relatou a televisão pública local RTHK.

Inicialmente foi equacionado que este homem poderia ser um “portador persistente” do SARS-CoV-2, o novo coronavírus responsável pela doença covid-19, e como tal mantinha o agente infeccioso no seu organismo desde a altura em que foi infetado, segundo indicaram as autoridades sanitárias de Hong Kong.

No entanto, os investigadores da Universidade de Hong Kong afirmam agora que as sequências genéticas das estirpes do vírus contraídas pelo homem em abril e em agosto são “claramente diferentes”.

Esta descoberta poderá representar um revés para quem defende uma estratégia contra a atual pandemia sustentada na aquisição de uma presumível imunidade após a doença ser superada.

“Muitos acreditam que os doentes de covid-19 recuperados têm imunidade contra as re-infecções porque a maioria desenvolveu uma resposta sustentada em anticorpos neutralizantes em soro”, observou o estudo da Universidade de Hong Kong.

Os investigadores recordaram, no entanto, que “existem evidências de que alguns doentes apresentam níveis decrescentes de anticorpos passados poucos meses”. Este estudo foi aceite pela revista médica “Clinical Infectious Diseases”, publicada pela universidade britânica de Oxford.

De acordo com os investigadores da Universidade de Hong Kong, “o SARS-CoV-2 poderá persistir entre a população mundial, como é o caso de outros coronavírus humanos comuns associados a gripes e constipações, apesar de os doentes terem conseguido adquirir imunidade através de uma infecção natural”.

Como tal, os peritos recomendam que os doentes recuperados continuem a usar máscaras de protecção individual e a respeitarem as regras de distanciamento físico.

Da mesma forma, os especialistas frisam, e perante a potencial ausência de uma imunidade natural de longa duração, que os doentes recuperados também devem ser abrangidos por uma futura e eficaz vacina contra a covid-19.

“Como a imunidade pode durar pouco (…), também deve ser considerada a vacinação para aqueles que tiveram um episódio de infeção”, indicaram os especialistas.

Em meados de Julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou esperança de que os doentes de covid-19 recuperados pudessem manter um certo grau de imunidade durante vários meses.

A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 809 mil mortos e infectou mais de 23,4 milhões de pessoas em todo o mundo, desde Dezembro, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

25 Ago 2020