João Santos Filipe Manchete SociedadeCaso Suncity | Condenada a nove meses de prisão por recusar testemunhar A informação foi revelada pelo Ministério Público e envolve o processo do empresário Alvin Chau. As autoridades estão ainda a investigar o alegado instigador da recusa em testemunhar O Ministério Público anunciou que uma mulher foi condenada com uma pena de prisão de 9 meses, suspensa pelo período de dois anos, após ter recusado testemunhar no âmbito da investigação à Suncity. Apesar de o MP não ter adiantado qual o processo em causa, o jornal All About Macau apontou para a empresa local promotora de jogo e o empresário Alvin Chao. “Durante a investigação, uma testemunha de sexo feminino de apelido Ho, recusou-se a prestar declarações e mesmo depois de a polícia e o Delegado do Procurador insistirem em lhe dar conhecimento dos seus direitos e deveres, a mesma continuou a recusou-se a depor”, escreveu o Ministério Público. “Posteriormente, o Ministério Publico ordenou a sua detenção em fragrante delito e encaminhou-a para os Juízos Criminais do Tribunal Judicial de Base para ser julgada em processo sumário”, foi acrescentado. A data do julgamento em primeira instância não foi revelada, apenas se indicou que o caso aconteceu “há dias”. Por outro lado, foi adiantado que “a sentença ainda está a aguardar o trânsito em julgado nos termos legais”, o que pressupõe que tem menos de 15 dias. A informação revelada mostra ainda que a pena ficou suspensa na condição de a mulher pagar 5 mil patacas à RAEM, no prazo de três meses. De acordo com a moldura penal, as testemunhas que se recusem depor, sem justa causa, são punidas com pena de prisão de 6 meses a 3 anos, ou com pena de multa “não inferior a 60 dias”. Como o MP acredita que a mulher foi instigada a não cooperar com a justiça, vai ainda decorrer outra investigação. “Há indícios de a arguida ter sido instigada à referida infracção, pelo que o Ministério Público requereu legalmente ao Tribunal Judicial de Base para que fosse extraída a respectiva certidão dos autos, a fim de ser autuada como inquérito, efectivando a responsabilidade criminal do instigador”, foi explicado. Detenção surpreendente Alvin Chau Cheok Wa, presidente e proprietário do grupo Suncity, o maior promotor de jogo VIP de Macau foi detido na RAEM, e encontra-se na Prisão de Coloane desde o final de Novembro do ano passado. A detenção foi realizada pelas polícias locais, devido a uma investigação que só foi revelada após a emissão de um mandado de captura internacional. Na altura, foi indicado que Alvin Chau está indiciado pela prática de associação criminosa, onde era o cabecilha, que implica uma pena mínima de 8 anos e máxima de 15 anos de prisão, que ainda pode ser agravada em um terço. Além deste crime, Chau foi igualmente indiciado pela exploração ilícita de jogo, o que implica uma pena máxima de três anos, sem agravantes, e branqueamento de capitais (pena máxima de três anos de prisão).
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeJogo | Steve Vickers prevê maior controlo do fluxo de capitais As autoridades deverão focar atenções este ano no fluxo de capitais oriundo da China, apostando nos pagamentos digitais como forma de controlo e em mais transacções em yuan. Estas são algumas das conclusões do relatório do analista Steve Vickers sobre os riscos para a zona da Ásia-Pacífico em 2022 Steve Vickers, especialista em consultoria política e corporativa, estima que a “preocupação de 2022 será o tratamento do fluxo de capitais da China para Macau”. A informação consta no relatório “Asia Risk Assessment Report” divulgado ontem que, tal como o nome indica, traça os grandes riscos económicos e geopolíticos para a zona da Ásia-Pacífico. Para o analista, “as autoridades do continente e de Macau podem procurar garantir que o máximo da actividade de jogo seja [transaccionada] em yuan (não afectando a balança de capitais da China) e que as transferências sejam feitas através de meios digitais (e desta forma mais rastreados)”. Tal abordagem “pode reforçar o controlo do Governo, mas irá danificar os interesses do sector do jogo”, lê-se. No capítulo dedicado a Macau, Steve Vickers destaca a detenção de Alvin Chau, CEO do grupo Suncity como um acontecimento que sugere que “os governos de Pequim e Macau não vão mais permitir que o modelo dos junkets continue a operar segundo o formato actual”. “Os investidores devem preparar-se para obter menos receitas”, aponta o relatório, uma vez que as mudanças no sector VIP, como consequência desta detenção, “vão prevenir uma crescente escalada de infracções ao controlo sobre os capitais chineses”. Relativamente à revisão da lei do jogo, cujo processo de consulta pública terminou há semanas, Steve Vickers chama atenção para as tentativas de controlo público sobre o pagamento de dividendos aos accionistas das concessionárias, algo que “vai afectar a indústria”. “As operadoras de jogo norte-americanas vão estar em grande desvantagem com estas mudanças”, refere ainda o analista, que critica a “falta de clareza” das informações sobre os direitos das concessionárias ou o futuro concurso público para as novas licenças. Zero absoluto Ainda relativamente ao sector do jogo, o relatório refere que “o iminente fim das concessões de jogo, em meados deste ano, e a intensa repressão dos promotores de jogo constituem presságios para um ano extremamente desafiante para o sector, e por sua vez para a economia”. Steve Vickers revela também dúvidas “sobre o grau de autonomia que Macau terá dentro da política ‘Um País, Dois Sistemas’, tendo em conta a ênfase dada pelo Governo Central à iniciativa da Grande Baía”. Em termos gerais, o relatório não esquece o impacto da covid-19 na região, nem “a baixa taxa de vacinação em alguns países (como a Indonésia) e a emergência de novas variantes”. O analista alerta também para o impacto económico da política de “zero casos” adoptada pela China, Macau e Hong Kong e “que a sua continuação pode levar a um processo de dissociação económica”.
João Luz Manchete SociedadeSuncity | Dívida milionária coloca credores como accionistas maioritários Uma nota da Suncity Group Holdings Ltd à bolsa de valores de Hong Kong indica que devido à falta de pagamento de uma dívida de 313,6 milhões de dólares de Hong Kong o controlo accionista da empresa pode mudar. Os credores afirmaram “não ter alternativa” a não ser aceitar três quartos do capital social do grupo fundado por Alvin Chau Na semana passada, a Suncity Group Holdings Ltd dava conhecimento à bolsa de valores de Hong Kong de uma dívida de 313,6 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) e da notificação apresentada pelos credores do prazo de cinco dias úteis para a liquidação. Como o HM noticiou, o prazo começou a contar no dia 8 de Dezembro e terminou no final da semana passada, levando a nova comunicação do grupo fundado por Alvin Chau à bolsa da região vizinha. A Suncity Group Holdings Ltd dá conta da iminente troca de controlo accionista, citando os representantes legais dos credores que afirmam “não terem alternativa” para recuperar o crédito. Como tal, a Suncity Group Holdings afirma que este panorama “pode levar à mudança do controlo da empresa”, se a Wooco Secretarial Services Ltd, enquanto agente que representa os interesses dos credores, exercer essa opção. Três quartos Segundo o acordo firmado entre os credores e o grupo Suncity, uma das garantias do empréstimo foram acções que representam 74,85 por cento do capital social. “À data deste anúncio, a Suncity Group Holdings Ltd não foi informada da forma como os credores vão executar o acordo”, acrescenta a empresa que chegou a representar perto de um quarto de todas as receitas da indústria do jogo de Macau. O valores da participação social que poderá passar para o controlo dos credores, desconhecidos até ao momento, eram detidos em partes iguais por Alvin Chau, através da empresa Fame Select Ltd, e Cheng Ting Kong, empresário de Hong Kong próximo de Chau, investigado pelas autoridades australianas por suspeitas de operar um esquema de lavagem de dinheiro. Na semana passada, o Grupo Suncity Holdings chegou a acordo para vender um jacto particular por 10 milhões de dólares americanos, o equivalente a cerca de 77 milhões de dólares de Hong Kong.
João Luz Manchete SociedadeDSAL | Abre hoje balcão exclusivo para funcionários da Suncity Na sequência do anúncio do fim das actividades da empresa de promoção de jogo do Suncity Group, o Governo declarou que vai abrir hoje um balcão exclusivo para os trabalhadores afectados. Entretanto, uma empresa de Alvin Chau foi notificada do vencimento de um empréstimo de mais de 300 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) que pode mudar o destino do grupo Abre hoje, às 09h, um balcão exclusivo de apoio “aos trabalhadores influenciados pelo incidente do Suncity Group” no “Centro de Formação Profissional (Istmo de Ferreira do Amaral, n.os 101 a 105A, Edifício Industrial Tai Peng, 1.ª Fase, rés-do-chão)”, informou a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Num comunicado conjunto com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), a DSAL afirmou ontem que o balcão pretende “disponibilizar serviços de apoio sobre consulta dos direitos e interesses laborais e de registo aos trabalhadores em causa”, além do auxílio à “procura de emprego e de prestação de informações sobre formação profissional”. Com funcionamento entre as 09h e as 18h30, os serviços requerem o registo dos trabalhadores, que precisam entregar “original e cópia do bilhete de identidade e cópias dos eventuais contratos, recibos de vencimento ou demais documentos relevantes”. É também possível fazer o registo on-line, através da leitura de um código QR. Quem queira apresentar queixa pode fazê-lo na sede da DSAL. Ambas as direcções sublinharam que “têm mantido contacto estreito com os responsáveis do Suncity, tomaram conhecimento sobre os pormenores do caso e procederam ao acompanhamento da situação”. Céu nublado Na sexta-feira, o Suncity Group Holdings Ltd enviou um comunicado à bolsa de valores de Hong Kong a afirmar ter recebido uma carta a alegar o vencimento de um empréstimo e o pagamento integral de 313,6 milhões de dólares de Hong Kong (HKD). O empréstimo terá sido contraído pela Star Soul, empresa detida por Alvin Chau, à Wooco Secretarial Services Ltd, uma empresa sediada em Hong Kong que executa dívidas. A identidade dos credores não foi, contudo, revelada. A nota enviada à bolsa de Hong Kong identifica Manuel Assis da Silva como um dos directores executivos da Suncity Group Holdings Limited, depois de ter sido responsável pelo departamento de inspecção da DICJ entre 2003 e 2016. O alegado credor deu cinco dias úteis à Suncity, a contar da passada quarta-feira, para saldar a dúvida, o que pode levar à transacção de acções do grupo para os credores, alterando o controlo do grupo fundado por Alvin Chau. Entretanto, a Sun City Gaming Promotion Company Limited, a empresa de promoção de jogo registada em Macau, encerrou oficialmente as suas operações. A notícia foi avançada em comunicado da empresa divulgado na sexta-feira, dirigido aos funcionários: “Depois de sermos notificados da suspensão de colaborações com concessionárias, e com o processo judicial a decorrer, a empresa não consegue operar. Devido a estes factores de força maior, lamentamos declarar que, a partir de hoje, damos por terminados os negócios da empresa.”
Pedro Arede Manchete SociedadeSuncity | Alvin Chau diz adeus. Suncity Holdings demarca-se do caso O Grupo Suncity Holdings confirmou que Alvin Chau deixou os cargos de presidente da direcção e director executivo da sociedade gestora de participações sociais do grupo. Em comunicado, a empresa demarca-se ainda das actividades da “Sun City Promotora de Jogos”, ligadas ao mercado junket e não comenta a questão de funcionários alegadamente forçados a entrar em regime de layoff Desde quarta-feira que Alvin Chau deixou de exercer os cargos de presidente da direcção e director executivo do Grupo Suncity Holdings, a sociedade gestora de participações sociais criada pelo próprio. Em comunicado, a direcção da empresa gestora aponta ter recebido o pedido de demissão de Alvin Chau e que tal, “vai ao encontro dos melhores interesses da empresa”, tendo em conta o processo legal que envolve o ex-presidente. “A demissão [de Alvin Chau] vai (…) ao encontro dos melhores interesses da empresa e irá permitir a dedicação de mais tempo à resolução de assuntos pessoais. O Sr. Chau confirmou à direcção da empresa não ter qualquer tipo de divergência com a direcção e, por isso, não há qualquer assunto relacionado com a sua demissão que mereça atenção por parte dos accionistas da empresa”, pode ler-se na nota emitida na noite de terça-feira. A direcção do Grupo Suncity Holdings apontou ainda que a nomeação do novo presidente da direcção e director executivo da empresa será anunciada “em altura apropriada” e que, após a suspensão de transacções de acções do grupo na bolsa de Hong Kong, a actividade foi retomada às 9h00 de ontem. Recorde-se que desde a meia-noite de terça-feira, todas as salas de jogo VIP em Macau do grupo Suncity foram encerradas, e que a reboque disso a transacção de acções foi suspensa pela segunda vez. Sem levantar ondas No comunicado, o Grupo Suncity Holdings faz questão de sublinhar claramente que a sua actividade nada tem a ver com a exploração de salas VIP em Macau, e que esse pelouro é exclusivo da “Sun City Promotora de Jogos – Sociedade Unipessoal Limitada”, da qual Alvin Chau é o único accionista. “A direcção gostaria de clarificar que o Grupo não participa em qualquer negócio VIP em Macau, e que essa actividade é explorada pela ‘Sun City Promotora de Jogos’, detida na sua totalidade pelo Sr. Chau Cheok Wa [Alvin Chau]”, pode ler-se na nota. A direcção da empresa fez ainda questão de frisar que, nos últimos dias, a comunicação social tem vindo a reportar sobre da situação dos trabalhadores das salas VIP do grupo, entretanto encerradas. Nomeadamente, que os funcionários teriam sido forçados a entrar em regime de licença sem vencimento. Contudo, uma vez mais, o Grupo Suncity Holdings desmarca-se e não tece qualquer comentário. “A direcção prestou atenção à cobertura mediática sobre o negócio VIP em Macau, explorado pela ‘Sun City Promotora de Jogos – Sociedade Unipessoal Limitada’, que terminou no dia 1 de Dezembro de 2021. Alguns artigos na imprensa mencionaram que esse negócio era explorado pela Suncity Holdings e que os funcionários das salas VIP estariam sujeitos a licenças sem vencimento”, começou por apontar a empresa. “Dado que o negócio VIP não é explorado pelo grupo [Suncity Holdings], não estamos em posição de comentar sobre o assunto”, é acrescentado. Cinema | Rejeitadas ilegalidades com investimentos da Sun Entertainment A produtora de filmes patriotas Bona Film Group explicou ontem que o investimento prometido pela Sun Entertainment Culture, fundada por Alvin Chau, acabou por não ser feito no tempo previsto, pelo que a empresa não teve qualquer retorno. Esta explicação surge depois do portal chinês Guancha ter publicado um artigo sobre a possibilidade de Alvin Chau, CEO do grupo Suncity recentemente detido, ter branqueado dinheiro através do patrocínio de filmes patriotas. A produtora adiantou também que sempre respeitou a lei e promoveu o amor à Pátria, tendo sempre operado de forma legal nos projectos que desenvolve em parceria com a Sun Entertainment Culture. No entanto, faltam explicações para o facto de o nome desta empresa aparecer na lista de créditos dos filmes produzidos pela Bona Film Group. Dois exemplos de filmes patriotas produzidos por esta empresa são “Operação Mar Vermelho” e “Operação Mekong”. Media | CEO do grupo do jornal Exmoo também detido Tim Chau, presidente do UO Group detentor do jornal Exmoo, foi um dos detidos no passado fim-de-semana no caso que colocou Alvin Chau atrás das grades em prisão preventiva. Dois jornais de Hong Kong, HK01 e o Citizen News noticiaram o caso, incluindo que cerca de meia centena de funcionários do grupo liderado por Tim Chau, incluindo trabalhadores do jornal local Exmoo, não receberam salário por faltar a assinatura do CEO. No domingo, a Polícia Judiciária apenas referiu que entre os detidos se contava um residente de Hong Kong, de apelido Chau, funcionário administrativo sénior.
Hoje Macau Manchete SociedadeCaso Suncity | Mais promotoras de jogo sob investigação no Interior da China Intervenientes de peso no mercado junket como a Tak Chun, Guangdong Club ou Meg Star estão referenciados desde 2020 em investigações do Ministério Público do Interior da China por facilitar a vinda de jogadores a Macau. Todas as salas de jogo da Suncity estão encerradas, numa altura em que a transacção do grupo na bolsa de Hong Kong voltou a ser suspensa. Albano Martins crê que Pequim quer acabar com o sector do jogo em Macau Os efeitos colaterais do caso Suncity parecem estar a chegar aos restantes promotores de jogo de Macau. Desde 2020 que alguns dos principais intervenientes no mercado de junkets aparecem referenciados em investigações no Interior da China, levadas a cabo pelo Ministério Público de províncias localizadas do lado de lá da fronteira. O economista Albano Martins acredita que a queda do grupo Suncity vai deixar o sistema financeiro de Macau “descalço” e que Pequim quer acabar com o sector do jogo no território. Segundo apurou o portal GGR Asia, que teve acesso à documentação em questão, promotoras de jogo como a Tak Chun, Guangdong Club ou Meg Star são mencionadas nas investigações, a par com alguns indivíduos que surgem identificados como agentes cuja função passava por “facilitar as viagens de jogadores do Interior da China para frequentar a salas VIP de grupos de renome”, não só em Macau, mas também noutros destinos. Segundo a mesma fonte, os casos envolvem, sobretudo, suspeitos das províncias de Jiangsu, Zhejiang, Fujian, Henan e Guangdong. Numa das acusações referente a Dezembro de 2020 e divulgada em Setembro de 2021 na província de Jiangsu, vários suspeitos do Interior da China estão indiciados pela prática do crime de “estabelecimento de casino”, por alegadamente terem facilitado apostas numa sala de jogo nas Filipinas, através da promotora Tak Chun. A revelação acontece poucos dias depois de o director executivo do grupo Suncity, Alvin Chau, um dos mais influentes promotores de jogo de Macau, ter sido colocado sob prisão preventiva, devido a um caso de exploração ilícita do jogo e branqueamento de capitais, anunciado pelo o Ministério Público do território. Sempre a descer Além disso, segundo o canal chinês da TDM-Rádio Macau, desde a meia-noite de ontem, todas as salas de jogo VIP em Macau do grupo Suncity foram encerradas. Recorde-se que, as salas do grupo Suncity, estão presentes em mais de 40 por cento dos casinos de Macau. Um porta-voz do Galaxy Entertainment Group confirmou à agência Lusa que as salas de jogo do Suncity nos ‘resorts’ do grupo fecharam àquela hora, ao contrário do grupo Suncity, que não respondeu a pedidos de esclarecimento e cujo site se encontra “offline”. A reboque do encerramento de todas as salas VIP do grupo Suncity, a transacção de acções do grupo Suncity de Macau na Bolsa de Valores de Hong Kong voltou ontem a ser suspensa pouco antes do início da sessão. Recorde-se que a negociação das acções já tinha sido suspensa na segunda-feira e que, no dia seguinte, caíram 48 por cento, com as restantes operadoras a sofrer também perdas significativas. Ontem, dois dos três operadores de casinos que possuem capital norte-americano registaram as maiores perdas: Wynn Macau (-8,63 por cento) e Sands China (-4,24 por cento). Já a MGM China foi das únicas a ficar no “verde”, sem grandes alterações (+0,6 por cento). A Melco (-1,63 por cento), SJM (-4,14 por cento) e Galaxy (-2,93 por cento) também encerraram a sessão no negativo. Futuro incerto O economista Albano Martins disse ontem à Lusa que a queda do grupo Suncity, deixará “descalço” o sistema financeiro em Macau e que Pequim quer acabar com o jogo no território. “Para além da questão do emprego, há uma situação mais complicada: o dinheiro que vinha para Macau através do Suncity, e que passava pelo sistema financeiro, vai deixar o sistema financeiro descalço”, antecipou. Albano Martins afirmou ainda que a queda do grupo “vai provocar um grande abalo na indústria do jogo em Macau”. Isto porque, sublinhou, “vai-se estender para o sistema financeiro e isso vai ser aterrador”, lembrando que se está a falar de um grupo que estava a posicionar-se para concorrer a uma das novas licenças de exploração do jogo, a atribuir em 2022. Além disso, frisou o economista, as políticas do jogo estão a ser determinadas por Pequim: “é uma questão interna da China, Macau não tem muita palavra”. “Esta é uma perspectiva muito pessoal: o jogo não é algo muito bem visto pelo Governo central. Está a perder força e tenho a ideia de que a China não terá problema em acabar com uma coisa que não é produtiva, sendo que em Macau ainda não se percebeu muito bem isto. E por isso há tanta insistência no discurso da diversificação da economia”, argumentou. Recorde-se que, desde o pedido das autoridades chinesas para que o director-geral do Suncity se entregasse, até à prisão preventiva de Alvin Chau, pedido de demissão e encerramento das salas e suspensão da venda de ações, não passou uma semana. Emprego | Funcionários do Suncity queixam-se à FAOM Em resposta ao jornal Ou Mun, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) assegurou que, até à passada terça-feira, não recebeu qualquer queixa ou pedido de ajuda, por parte de trabalhadores do grupo Suncity. Contudo, o organismo diz estar atento ao encerramento das salas VIP e que já contactou o grupo para se inteirar do estado dos trabalhadores envolvidos. Por seu turno, o deputado Leong Sun Iok indicou que, nos últimos dias, a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) tem recebido queixas de funcionários do grupo Suncity que demonstraram ter medo de vir a ser despedidos ou forçados a entrar em regime de layoff. Isto, quando apenas foram informados oralmente pelos chefes de departamento de que não tinham de trabalhar. Além de não terem sido notificados oficialmente sobre a sua situação laboral, os trabalhadores queixaram-se ainda de não terem conseguido contactar o departamento de recursos humanos da empresa. Hong Kong | Membro principal do grupo detido desde 2020 Além de pedir a Alvin Chau para se entregar às autoridades e cooperar na investigação do grupo Suncity, o mandado de captura emitido pela província de Wenzhou revelou também que, Zhang Ningning, membro principal do grupo e residente de Hong Kong, encontra-se detida desde Julho de 2020. De acordo com o jornal HK01, só recentemente é que os pais da detida tomaram conhecimento de que o caso estava relacionado com o jogo, alegando não ter conseguido visitar a filha ao longo do último ano. Além disso, alegaram ainda não ter recebido qualquer anúncio oficial por parte das autoridades, sendo o único ponto de contacto o advogado da suspeita, recrutado pelo grupo Suncity. Dado que Zhang Ningning é titular do bilhete de identidade de Hong Kong, a família espera agora que o caso seja tratado no território. Por seu turno, o Departamento de Segurança de Hong Kong confirmou ter sido notificado pelas autoridades do Interior da China em Julho do ano passado. DICJ não comenta A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) revelou ter recebido na terça-feira uma comunicação das operadoras de jogo a dar conta da suspensão da sua cooperação com o promotor de jogo Suncity, bem como do funcionamento das respectivas salas VIP. Em comunicado, a DICJ sublinha ainda que “não irá tecer qualquer comentário acerca das recentes suspeitas de crimes relacionados com o jogo, que se encontram em investigação judicial, sob o princípio do segredo de justiça” e que as operadoras e promotores de jogo devem desenvolver as suas actividades em “estrito cumprimento das leis”.
Hoje Macau SociedadeDetenção de Alvin Chau com impacto imediato no emprego, diz especialista O especialista em jogo Ben Lee disse ontem à agência Lusa que o cenário de desintegração do grupo Suncity, o maior angariador de apostadores do mundo, vai ter impacto imediato no emprego em Macau. “O encerramento [de salas de jogo] vai ter impacto imediato na perda de emprego local, já que o Suncity é um grande empregador de Macau”, presente em mais de 40 por cento dos casinos de Macau, salientou Ben Lee, analista da consultora de jogo IGamix. “Sobretudo quando a economia está em baixo e a taxa de desemprego tem estado ligeiramente acima do que é habitual e tem sido motivo de preocupação” das autoridades, acrescentou. “A outra implicação, agora é muito claro para nós, é que a China incluiu Macau no alcance da lei anti-jogo e na anunciada ‘lista negra’ de jurisdições”, sublinhou, numa referência à legislação de 2019 com a qual as autoridades chinesas procuram apertar o controlo à saída de capitais. O especialista afirmou que, até agora, “havia uma zona cinzenta” e que se considerava que “a promoção do jogo em Macau era tolerada por Pequim”. Mas, agora, “parece que ficou tudo ‘preto no branco’” para Macau, o único território na China onde o jogo é legal, concluiu. Por outro lado, Ben Lee disse que outra das consequências passa “pela diminuição ainda maior do segmento VIP, algo que já estava a acontecer, mas que vai ser ainda mais acelerada”, lembrando que este segmento chegou a ser responsável por 70 por cento das apostas. Mas não só, considerou: “Antecipo que vai ter mais implicações nos esforços de ‘marketing’ dos casinos e na concessão de crédito para jogar”. Em transformação Finalmente, a queda do grupo Suncity pode ter impacto na redefinição dos operadores da indústria do jogo, numa altura em que as autoridades se preparam para lançar o concurso público para novas licenças de exploração de casinos, argumentou. “Após o anúncio [da consulta pública para as novas concessões], a reacção dos mercados não se fez esperar”, e agora, com novas perdas na transacção das acções na bolsa de Hong Kong, estando “mais baratas do que alguma vez estiveram”, isso pode abrir ainda mais o caminho para os operadores locais garantirem uma maior fatia do mercado, à custa dos interesses norte-americanos presentes no território (Sands, MGM e Wynn), afirmou. A transacção de acções do grupo Suncity de Macau na Bolsa de Valores de Hong Kong voltou ontem a ser suspensa pouco antes do início da sessão [ver texto principal]. A suspensão surge depois de todas as salas de jogo VIP em Macau terem sido encerradas e da prisão preventiva do director-geral do grupo Suncity, Alvin Chau, que pediu a demissão do cargo. O Ministério Público defende a existência de indícios suficientes da prática dos crimes de participação em associação criminosa (punível com pena de prisão até 10 anos), chefia de uma associação criminosa (até 12 anos de prisão), branqueamento de capitais (até oito anos de cadeia) e de exploração ilícita do jogo (até três anos).
Hoje Macau SociedadeJogo | Académico diz que indústria não é alvo de campanha Qu Xinju, professor na Universidade da China de Ciências Políticas e Direito, em Pequim, considera que o mandado de captura as autoridades chinesas para a detenção de Alvin Chau faz parte de uma campanha contra o jogo transfronteiriço, que não vai afectar o normal funcionamento da indústria em Macau. As declarações do académico do Interior foram publicadas pelo Diário do Povo, órgão do Partido Comunista da China, citadas em Hong Kong pelo jornal Sing Tao. Segundo o académico, “nos últimos anos o jogo transfronteiriço e os gangues de jogo online tornaram-se um problema cada vez mais proeminente na China”. Por isso, devido à acção destes grupos aumentaram as ocorrências de actividades que atentam à harmonia social e afectam os interesses económicos do país, como a “lavagem de dinheiro, detenções ilegais, raptos e homicídios”. Foi neste sentido que Qu Xinju explicou a intervenção das autoridades nacionais. O académico avisa ainda que as autoridades têm uma nova política de tolerância zero para actividades de promoção do jogo por grupos do exterior e que a detenção de Alvin Chau é o “traçar de uma linha vermelha”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSuncity | Empresa reconhece que sem dinheiro de Alvin Chau o futuro é incerto Após a confirmação da prisão preventiva, Alvin Chau apresentou a intenção de se demitir da Suncity. As acções do grupo voltaram a ser negociadas em Hong Kong e caíram para quase metade do preço O futuro do Grupo Suncity está em causa, após a detenção de Alvin Chau. O reconhecimento foi admitido em comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, na segunda-feira à noite, pelo do Grupo Suncity Holdings, a sociedade gestora de participações sociais criada por Alvin Chau. De acordo com a nota emitida, neste momento, mais nenhum membro da direcção da empresa gestora de participações sociais está implicado nas investigações que decorrem em Macau e no Interior. Além disso, Alvin Chau apresentou a demissão: “Como informado pelo senhor Chau, ele tem a intenção de se demitir dos cargos de presidente da direcção e de director executivo”, foi revelado. O grupo que admite estar dependente do financiamento do promotor de jogo mais famoso de Macau. Alvin Chau é único accionista da Sun City Promotora de Jogos – Sociedade Unipessoal Limita, por onde passa o negócio junket. Terá sido com as receitas deste negócio que o agora arguido fez vários empréstimos a nível pessoal à “holding”. “O grupo está dependente do apoio financeiro do senhor Chau e das suas empresas. Caso o Grupo perca o apoio do senhor Chau, por qualquer razão, a posição financeira, os negócios e as operações vão ser afectados de forma adversa”, é reconhecido. Ontem, após um dia de suspensão, as acções do grupo voltaram a ser negociadas em bolsa e registaram nas primeiras horas da manhã uma quebra de 48 por cento, para o valor de 0,13 dólares de Hong Kong por acção. A vertente mais visível do Grupo Suncity está relacionada com o jogo, ao deter indirectamente participações nos casinos Tigre de Cristal, na Rússia, e no Hoiana, na cidade vietnamita de Hoi An. Além dos projectos em operação, a empresa está a construir o hotel e casino Westside City, em Manila. Para as operações na RAEM, a sociedade gestora de participações apresenta-se como proprietária das empresas Suncity Group Management and Consultancy Limited e Sun Travel, além de investimentos no imobiliário no Interior e outros negócios em Hong Kong. Preventiva confirmada Também na noite de segunda-feira, o Ministério Público (MP) confirmou a prisão preventiva de Alvin Chau e outros quatro arguidos. No total dos 11 envolvidos, seis vão aguardar julgamento em liberdade, mas sujeitos ao termo de identidade e residência, de prestação de caução, de apresentação periódica e de proibição de ausência do território. De acordo o MP, a alegada associação criminosa liderada por Chau tinha base em Macau e “criou nas Filipinas uma plataforma ilícita online de apostas com transmissão ao vivo, no sentido de atrair, através dos ‘cenários de transmissão ao vivo’, os residentes do Interior da China, como a principal fonte de clientes, a apostar em jogos ilícitos online”. É ainda indicado que “os produtos ilícitos foram transferidos através das contas de empresas de Macau recorrendo à banca ilegal”. Os envolvidos estão assim indiciados da prática do crime de participação em associação criminosa, (pena máxima de prisão até 10 anos), chefia de associação criminosa (pena de prisão até 12 anos), branqueamento de capitais (pena máxima de 8 anos) e de exploração ilícita de jogo (pena máxima de 3 anos). ONU liga Chau a droga Após a detenção de Alvin Chau, um representante das Nações Unidas associou o junket ao tráfico de droga e lavagem de dinheiro no Sudeste Asiático. “A detenção de Chau está a causar ondas de choque não só entre o crime organizado de Hong Kong e Macau, mas também no Camboja, Laos e Filipinas”, afirmou à Reuters, Jeremy Douglas, representante do Gabinete de Drogas e Crime das Nações Unidas para o Sudeste Asiático e Pacífico. Segundo Douglas, há vários anos que a Suncity está ligada ao principal tráfico de droga e lavagem de dinheiro na região.
João Santos Filipe PolíticaSecretário promete tolerância zero para caso da detenção de Alvin Chau À margem da apresentação das Linhas de Acção Governativa do sector, e em resposta aos jornalistas sobre o caso que envolveu exploração ilícita de jogo, Wong Sio Chak adiantou que as autoridades policiais, de acordo com as provas recolhidas pela investigação criminal, iniciaram investigações aos visados. Acrescentou que irá apurar todas as responsabilidades às alegadas infracções contra as leis estipuladas em Macau, e que, perante este tipo de caso, a tolerância será zero. Frisou ainda que os trabalhadores do sector do jogo devem cumprir escrupulosamente a lei. Foi ainda adiantado que a Polícia Judiciária detectou, durante as informações recolhidas em 2019, que havia um grupo criminoso a aproveitar as operações das salas VIP para criar redes de plataformas de jogo para angariar residentes do interior da China para jogo online ilícito. Após aprofundas averiguações as autoridades conseguiram identificar os principais membros do grupo criminoso tendo, na madrugada do passado dia 27 de Novembro, levado a cabo uma operação e detido, com sucesso, o cabecilha e os principais 10 membros do grupo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSuncity | Chau em prisão preventiva, Ho Iat Seng foi avisado antes da detenção Depois de mais de 14 horas de interrogatório, Alvin Chau foi enviado para o Estabelecimento Prisional de Coloane onde está em prisão preventiva. Antes da detenção, Ho Iat Seng foi avisado por Wong Sio Chak. O secretário para a Segurança considera não ser “estranho” a detenção do empresário ter ocorrido no dia seguinte à polícia de Wenzhou ter emitido um mandado de captura Tudo de acordo com a lei. A frase foi repetida ontem por Wong Sio Chak em comentário à detenção do presidente do grupo Suncity, Alvin Chau. Em declarações à margem da apresentação das Linhas de Acção Governativa da sua tutela, o secretário para a Segurança revelou ter avisado o Chefe do Executivo antes de Alvin Chau ser detido. “Agimos sempre de acordo com a lei. Claro que face a crimes comuns não precisamos avisar ou dizer ao Chefe do Executivo. Mas, neste caso específico falámos com o Chefe do Executivo. Claro que não posso divulgar o teor da nossa conversa e não posso comentar mais”, afirmou Wong Sio Chak. Questionado sobre a coincidência temporal entre o mandado de captura da polícia de Wenzhou, província de Zhejiang, e a detenção em Macau (no dia seguinte), o secretário para a Segurança repetiu a fórmula. “Não, não acho estranho. Após uma investigação que durou mais de um ano, a Polícia Judiciária levou o tempo necessário e decidiu fazer a detenção.” Quanto à possibilidade de extraditar ou acusar alguém por crimes praticados no Interior da China, o governante seguiu a linha de argumentação habitual. “Cumprimos a lei em vigor, só executamos a lei. Fizemos a detenção, de acordo com a lei”, afirmou sem responder à possibilidade de entregar o empresário às autoridades chinesas. Entretanto, Alvin Chau está no Estabelecimento Prisional de Coloane em prisão preventiva, decretada ontem pelo Juiz de Instrução Criminal, depois de um interrogatório que se alongou por mais de 14 horas, avançou a TDM – Rádio Macau. Choques na bolsa Após a notícia da detenção, o conselho de administração do grupo Suncity emitiu um comunicado no domingo a afirmar que os negócios iriam continuar. “Queremos enfatizar que as notícias que vieram a público dizem respeito à vida pessoal do Sr. Chau. O conselho de administração entende que este caso não tem impacto material na posição financeira, nos negócios e operações do grupo”. O comunicado acrescentava que os investidores e accionistas iriam ser actualizados em relação a qualquer desenvolvimento. Esse desenvolvimento chegou ontem, com o anúncio de que as empresas do grupo suspenderam as negociações na bolsa de valores de Hong Kong. Entretanto, as acções das operadoras de jogo de Macau reagiram mal ao caso e seguiram uma tendência de queda no mercado bolsista de Hong Kong, com destaque para a desvalorização dos títulos da MGM China em 11 por cento, Wynn Macau caiu 9 por cento, a Galaxy Entertainment Group 8,8% e a Sands China 6 por cento. Sobre a possibilidade de contágio sistémico na principal indústria do território, o consultor de jogo Carlos Lobo afirmou à agência Reuters que “o impacto na indústria do jogo é enorme … Mas (a Suncity) já não é demasiado grande para falhar, o sistema não entrará em colapso”. Porém, alertou para dimensão do grupo na economia local, que representa mais de metade do mercado junket de Macau, “cerca de 50 por cento das receitas de jogo, ou seja, a Suncity é responsável por aproximadamente 25 por cento das receitas do sector”. Trabalhadores da empresa muito preocupados com o futuro Os trabalhadores do Grupo Suncity temem pelos empregos depois da detenção de Alvin Chau e face às perspectivas de colapso da empresa. É esta situação descrita por vários empregados, que pediram para permanecer anónimos, numa reportagem publicada ontem no jornal Ou Mun. Segundo um funcionário, que trabalha numa das salas VIP do grupo, ainda não se sente um forte impacto da detenção, porque as pessoas estão a trabalhar dentro da normalidade. Porém, as conversas reflectem um pessimismo e o receio de despedimentos, numa altura em que o mercado de trabalho é encarado como estando numa situação “muito preocupante” pela falta de oportunidades. À publicação, um outro empregado explicou que o impacto em termos do volume de negócio não tem sido significativo, porque a pandemia já tinha desviado muitos clientes das salas de jogo. Este explicou que há cerca de seis meses houve uma grande reestruturação interna, com a empresa a oferecer a possibilidade de os trabalhadores se demitirem em condições favoráveis ou serem demitidos. Contudo, apesar da proposta de despedimento, a situação agora é vista de uma forma diferente, muito mais preocupante, porque se acredita que o resultado do caso para a imagem do grupo é real e mais difícil de ultrapassar. Arrependimentos Houve também quem se tivesse mostrando arrependido de não ter aceite o programa de despedimentos com condições vantajosas. Foi o caso de um funcionário que explicou que há cerca de seis meses preferiu optar por permanecer com a empresa “nos tempos difíceis”, em vez de se demitir. Segundo este trabalhador, na altura não quis abandonar o grupo quando este estava em baixo e por acreditar que depois da pandemia a situação iria normalizar-se. Agora, teme ter cometido um grande erro: “Se perder o meu emprego, acho que não vou conseguir regressar ao mercado do trabalho tão depressa, o que vai colocar a minha família a uma situação financeira muito complicada. Estou numa situação que me deixa muito stressado”, admitiu. Por outro lado, o Ou Mun adianta que há muitos trabalhadores disponíveis para mudarem de emprego. O problema, consideram, é a crise económica que não lhes deixa alternativas. “As pessoas querem mudar de emprego, só que não há alternativas”, explicou o funcionário. Horas extra Wong Sio Chak ao comentar ontem de forma indirecta a detenção de Alvin Chau afirmou que o caso levou a um acréscimo dos trabalhos para os agentes da Polícia Judiciária. “Nestes últimos dias com aquele caso tão importante, houve muita gente que trabalhou muitas horas”, reconheceu. “Mas, as horas extra que trabalham por semana nunca vão chegar a 80 ou 90 horas”, sublinhou. O tema foi trazido para o debate após José Pereira Coutinho ter pedido um mecanismo mais justo do pagamento das horas extraordinárias para os agentes da polícia.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSuncity | Alvin Chau indiciado por associação criminosa, jogo ilegal e branqueamento Em menos de 48 horas as regras do jogo mudaram para sempre. Alvo de um mandado de captura no Interior desde sexta-feira, Alvin Chau, presidente da Suncity, foi detido em Macau. Caído em desgraça, o magnata arrisca uma pena de prisão pesada A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção Alvin Chau Cheok Wa, presidente e proprietário do grupo Suncity, o maior promotor de jogo VIP de Macau. A operação contra a maior operadora junket foi revelada ontem, com poucos pormenores além dos dados sobre os nove arguidos e dois suspeitos. De acordo com a informação apresentada pela PJ, Alvin Chau, de 47 anos, está indiciado pela prática de associação criminosa, onde era o cabecilha, que implica uma pena mínima de 8 anos e máxima de 15 anos de prisão, que ainda pode ser agravada em um terço. Além deste crime, Chau está indicado por exploração ilícita de jogo, que implica uma pena máxima de três anos, sem agravantes, e branqueamento de capitais (pena máxima de três anos de prisão). Porém, a sanção por lavagem de dinheiro pode ser agravada para oito anos de prisão, caso as autoridades considerem que Alvin tirou proveito do crime ou que dissimulou a origem ilícita do dinheiro, para evitar que os envolvidos respondessem criminalmente. A detenção do presidente do Grupo Suncity aconteceu no sábado de manhã, no dia em a polícia fez buscas no escritório da empresa, no NAPE, e na residência do arguido, em Coloane. Além de Chau, foram detidos 10 indivíduos, entre os quais oito são arguidos pelos mesmos crimes e outros dois são apenas “suspeitos”. Os envolvidos fazem parte da estrutura de direcção da empresa. “Após a investigação preliminar, os arguidos confessaram que tinham criado uma plataforma que permitia que pessoas fora de Macau pudesse apostar nos casinos do território, e ainda para outras actividades de jogo electrónico”, afirmou Chong Kam Leong, porta-voz da PJ. “No entanto, os arguidos recusaram cooperar com outras investigações”, acrescentou. Procurado desde sexta-feira A operação em Macau foi para o terreno depois de no dia anterior, na sexta-feira à noite, as autoridades do Interior terem revelado a existência de um mandado de captura para Alvin Chau. Em causa estaria uma investigação iniciada em Junho do ano passado. De acordo com a informação das autoridades de Wenzhou, na província de Zhejiang, o presidente da Suncity era acusado de “ameaçar seriamente a ordem social do país” através da criação de uma associação para “jogo transfronteiriço”, que envolvia clientes do Interior e “quantidades enormes” de capital. Ao empresário de Macau era ainda pedido que se entregasse voluntariamente para receber “um tratamento leniente”. As autoridades do Interior acusavam a organização de Chau de envolver cerca de 199 accionistas e representantes, mais de 12 mil promotores de jogo e ainda uma rede com mais de 80 mil jogadores no Interior. Afinal havia outra Só depois da situação no Interior ter sido tornada pública é que as autoridades de Macau foram para o terreno. No entanto, ontem, a PJ falou numa investigação feita com base nos dados das polícias locais. “A PJ inicia as suas investigações com base nas informações que recolhe… Recolhe sempre diferentes tipos de informações através da cooperação com diferentes jurisdições por todo o mundo, incluindo com o Interior”, respondeu Chong Kam Leong sobre a operação. Sobre possíveis ligações à investigação do Interior, o porta-voz da PJ não respondeu, limitando-se a dizer “que não disponha” dessa informação. Ainda de acordo com a PJ, a investigação que culminou com a detenção teve origem em Agosto de 2019, quando alegadamente a polícia foi informada de que Alvin Chau estaria a liderar uma associação criminosa que operava no Interior. Porém, as movimentações só chegaram mais tarde: “O processo foi instaurado em Abril de 2020. Após uma investigação que demorou um tempo oportuno, e a 27 de Novembro de 2021 [no sábado] foi realizada a operação”, justificou Chong. “A operação resultou na detenção do cabecilha do grupo, assim como em outros 10 membros chave. As buscas foram feitas num edifício comercial no ZAPE e numa habitação na Zona de Coloane”, explicou. Milhões e material electrónico As apreensões da PJ resultaram em 3 milhões de dólares de Hong Kong, em diferentes moedas como patacas, dólares de Hong Kong e libras esterlinas. Ao mesmo tempo, as autoridades dizem ter apreendidos materiais electrónicos que permitiam operar a plataforma de apostas online para residentes do Interior. “Na operação foi feita a apreensão de um grande número de dispositivos electrónicos, como computadores, servidores e outros materiais para criar redes”, foi explicado. Além de Alvin Chau, o caso implica mais 10 pessoas. Entre estas, oito são arguidos e há dois suspeitos, que ontem à tarde ainda não tinham o estatuto de arguidos. Os envolvidos têm idades entre os 30 e 57 anos, sendo que são oito homens e duas mulheres. Filantropia | Um historial de patriotismo e caridade Alvin Chau nasceu em Macau, tem 47 anos e um considerável historial de caridade não só com instituições locais, mas também no Interior, contribuindo na resposta a desastres naturais e campanhas nacionais. No perfil do grupo Suncity, Alvin Chau apresenta-se como um homem “dedicado à nação” e destaca que “o sucesso da pátria” é uma condição fundamental para a estabilidade e prosperidade de Macau. Por isso, em Julho deste ano, durante a exposição de fotografia comemorativa do 100.º aniversário do Partido Comunista da China, Alvin Chau liderou uma comitiva com cerca de 50 pessoas. Em sintonia com o discurso oficial, em Junho, após as cheias que massacraram a província de Henan, o empresário doou 3 milhões de patacas para os trabalhos de reconstrução. Este não é um caso único, quando surgiu a covid-19, a Suncity fez donativos de 30 milhões de patacas para comprar equipamento médico para a província de Hubei. As doações não se ficaram apenas pelo grupo empresarial, Alvin Chau contribuiu, do seu bolso, com 30 milhões de patacas. A caridade foi reconhecida pelo Governo Central, que em Julho de 2020 recebeu o empresário na sede do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Yao Jian, vice-director do Gabinete de Ligação na altura, entregou uma placa de agradecimento ao empresário. Ainda no princípio do ano passado, Alvin Chao fez um donativo de 20 milhões de renminbis para a campanha nacional da China Foundation for Disabled Persons, entidade para a qual foi nomeado um dos directores. Em termos das instituições locais, além de contribuir para eventos do Governo da RAEM, a Suncity tem apoiado ao longo do anos a Santa Casa da Misericórdia de Macau, Cáritas, Associação Geral de Macau de Respeito pelos Cidadãos Seniores, Associação de Reabilitação Fu Hong de Macau, Associação de Apoio aos Deficientes Mentais de Macau, União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Cruz Vermelhas, Fundo de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun, entre outras. Um grupo com um império vasto Fundado em 2007, sob a liderança de Alvin Chau, o Grupo Suncity é actualmente um império que se estende a vários ramos. Além da promoção do jogo em vários locais como Macau, Filipinas, Coreia do Sul ou Austrália, a operadora lançou-se com a construção de um casino em Hoi An, no Vietname, e, mais recentemente, adquiriu o casino Tigre de Cristal, na Rússia, que começou como um investimento de Lawrence Ho. Outra das áreas em que a Suncity investiu foi no entretenimento, muitas vezes em parceria com o Governo da RAEM. O grupo foi o principal organizador do Festival Internacional de Cinema de Macau, em conjunto com os Serviços de Turismo, e foi o principal patrocinador em várias edições do Grande Prémio de Macau, com contratos que superaram os 20 milhões de patacas por edição. O apoio não se repetiu no evento deste ano, que decorreu há duas semanas. Na área do entretenimento musical, a Suncity trouxe a Macau alguns dos maiores nomes da indústria em mandarim, como Jay Chou, que em 2019 esgotou quatro dias de concertos na Cotai Arena, e ainda o veterano Fei Yu-ching. No canto pop Aaron Kwok é um dos principais artistas do grupo. A restauração é outro sector em que o grupo marca uma grande presença. Na península de Macau detém os restaurantes Sky21, no edifício AIA, e ainda Tian Chao, Champion Congee, no NAPE. Em Coloane e Seac Pai Van, é responsável pelas operações dos espaços Hot Pot Master, Bottles, Sun Cafe e ainda Jam & Butter. A Suncity é ainda proprietária de um stand de automóveis virado para o mercado de luxo, denominado Sun International Automobile, que além de vendas assegura a manutenção de viaturas. As consequências da detenção de Alvin Chau no emprego ainda são incertas. Os accionistas e as subsidiarias do grupo tem influência em outras áreas, como a comunicação social. O jornal Exmoo é um dos exemplos de uma empresa cuja sobrevivência está dependente do grupo Suncity.
João Luz Manchete SociedadeVIP | Alvin Chau diz que revisão da lei do jogo não vai afastar junkets O líder da Suncity Group acredita que as novas propostas para a revisão da lei do jogo, não têm como objectivo expulsar junkets do mercado de Macau. Alvin Chau encara as regulações em consulta pública como uma forma de controlar a origem do capital usado nas salas VIP e credibilizar o sector Quando foi divulgado o documento, que está em consulta pública, sobre a revisão da lei do jogo soaram alarmes em vários sectores da indústria mais lucrativa e característica de Macau. Um deles foi o do jogo VIP, que tem sofrido com a crise gerada pela pandemia e as restrições nacionais à saída de capitais. Ainda assim, o CEO do grupo Suncity, Alvin Chau, não está preocupado, nem encara as medidas propostas como uma forma de o Governo se “livrar dos junkets no mercado local”. Em declarações ao Hong Kong Economic Journal, Alvin Chau afirmou que encara as propostas do Governo como uma forma para diferenciar o capital usado pela indústria, excluindo o que é proveniente ou usado com intenções ilegítimas. “Não é para excluir completamente a entrada de fundos de clientes. Se os clientes não nos pagam, como poderemos comprar fichas de jogo em seu nome?”, comentou o CEO ao jornal de Hong Kong, citado pelo GGRAsia. O documento que levanta a ponta do véu sobre o que poderá ser o futuro regime legal que irá regular o jogo em Macau coloca os promotores de jogo, como o grupo Suncity, debaixo de maior escrutínio. Purificar o mercado Ainda sem se conhecer o formato, o documento revelado na semana passada parece seguir o caminho da credibilização dos junkets e outros operadores que desempenham cargos na concessionária ou nas sociedades gestoras. Aliás, durante a conferência de imprensa que anunciou a consulta pública sobre a revisão da lei do jogo, o secretário da Economia e Finanças apontou a via para assegurar a defesa da lei. “Queremos que haja um mecanismo de verificação de idoneidade dos promotores de jogo porque eles também são intervenientes do sector. Através da apreciação da sua idoneidade, vamos assegurar a sua legalidade em vários aspectos como a capacidade financeira. Queremos aperfeiçoar o mecanismo de fiscalização”, sublinhou Lei Wai Nong. Seguindo as declarações do governante, Alvin Chau entende que “o Governo não pretende banalizar ou expulsar os junkets, mas regular o sector para que não prejudique a reputação de Macau”. Nos últimos anos, Macau registou vários roubos de quantias elevadas de depósitos em salas VIP, alguns envolvendo profissionais de junkets. Alvin Chau comentou a situação exemplificando como uma das áreas em que o Governo deverá implementar novas medidas, remediando os danos que provocam à credibilidade da indústria.
Hoje Macau SociedadeSuncity | Alvin Chau defende maior regulação do capital vindo da China Alvin Chau, CEO do grupo Suncity, defendeu, em entrevista à revista Inside Asian Gaming, uma maior regulação do capital oriundo da China usado nos casinos de Macau. O empresário deseja combater as chamadas “zonas cinzentas” e canais ilegais por onde circula o dinheiro. O CEO defende também a emissão de cheques viagem para jogadores a fim de garantir uma maior supervisão [dropcap]R[/dropcap]egular e supervisionar. São estas as palavras de ordem de Alvin Chau, CEO do grupo Suncity, que, em entrevista à edição de Setembro da revista Inside Asian Gaming, defendeu uma nova regulação do dinheiro oriundo da China e que é gasto nos casinos de Macau. “É necessária regulação para supervisionar os jogadores chineses ao nível da qualidade do capital, incluindo as fontes de capital dos casinos e salas VIP, à medida que se recolhem dados sobre os fundos do jogo em Macau”, disse na entrevista. Alvin Chau disse ainda que o novo sistema regulador poderia “evitar que as pessoas autorizadas ou entidades que gerem casinos ou salas VIP em Macau caiam em zonas cinzentas no que diz respeito às leis que vigoram na China”. O empresário fala numa actual falta de transparência e clareza. “A falta de clareza entre os dois sistemas tem criado dificuldades aos operadores de jogo para cumprirem as leis. Espero que as entidades em Macau possam estabelecer um conjunto de estratégias e canais financeiros que estejam de acordo com as leis de ambos os lados.” À Inside Asian Gaming, Alvin Chau vai mais longe e diz que a manutenção de canais ilegais usados para fluxo de dinheiro acaba por beneficiar o sector do jogo, apesar de as autoridades chinesas terem conseguido pôr um fim a muitos deles. “Precisamos de canais financeiros apropriados. No passado, a maior parte dos fluxos de capital vinham para Macau através de canais ilegais para apoiar o desenvolvimento da indústria do jogo de Macau. O capital chega a Macau através de canais ilegais e não podemos negar que o negócio legal do jogo beneficia desse capital, por isso este é um tema muito sensível.” O empresário acrescentou ainda que “devido ao facto de as autoridades chinesas terem de travar os fluxos ilícitos de capital oriundos da China, tal tem um impacto indirecto negativo à indústria do jogo em Macau e causa um enorme golpe na economia de Macau”. O olhar dos bancos Ainda no campo da supervisão, Alvin Chau defendeu a emissão, por parte dos bancos da China, de cheques de viagem individuais para serem usados nos casinos de Macau, salas VIP e bancos. “Com esta medida, os bancos poderiam verificar a qualidade do capital dos indivíduos que usam os cheques enquanto que os bancos e as autoridades chinesas poderiam também supervisionar o estatuto financeiro de cada jogador. Isto iria também reduzir as possibilidades das operadoras de jogo de Macau emprestarem grandes quantias de dinheiro a jogadores e reduzir o risco de mau crédito”, apontou. Alvin Chau disse ainda que o montante usado nas apostas de jogo também deveria ser sujeito a uma regulação. “Talvez o crédito possa ser limitado um certo número de cheques de viagem ou a uma quantia. Através desta medida poderíamos ver claramente quem providencia o crédito e quanto é que é providenciado, e também o que é legal.” O empresário referiu também que as apostas por jogada deveriam ser limitadas a um valor máximo de 1.5 milhões de dólares de Hong Kong.
Hoje Macau Manchete SociedadeDirector-executivo do grupo Suncity desmente ser alvo de investigação chinesa [dropcap]O[/dropcap] maior angariador do mundo de grandes apostadores e que explora mais de 40% dos casinos em Macau desmentiu no domingo ser alvo de qualquer investigação por parte das autoridades chinesas. O director-executivo, Alvin Chau, desmentiu “rumores falsos” que apontavam a empresa como alvo de uma operação anti-crime a nível nacional conduzida pelas autoridades chinesas e que o grupo estivesse a dar qualquer apoio aos manifestantes pró-democracia na vizinha cidade de Hong Kong. “Os últimos rumores do grupo Suncity a subsidiar manifestantes em Hong Kong são extremamente absurdos e ilógicos. Profundamente enraizado em Macau, com uma devoção sincera à pátria, o Grupo Suncity nunca apoia ações que possam prejudicar o país”, assegurou Chau, citado num comunicado enviado à Lusa. O mesmo responsável desmentiu também que as autoridades policiais da China continental possuam informações de clientes da empresa Suncity VIP Club, que gere o negócio em vários territórios asiáticos. “Como uma instituição legalmente registada em Macau e regulamentada pela Lei de Proteção de Dados Pessoais de Macau, o Grupo Suncity está estritamente proibido de divulgar arbitrariamente qualquer informação dos clientes”, de acordo com a nota, a qual sublinha não existir registo de qualquer ataque informático que possibilitasse o roubo de dados. O grupo salientou ainda a sua robustez financeira, negando ainda rumores de que a alegada investigação tivesse levado a uma corrida dos clientes para levantarem o dinheiro depositado. O Suncity VIP Club possui uma reserva fiscal de 10,58 mil milhões de dólares de Hong Kong e o total de ativos compensa os depósitos dos clientes, perdas previsíveis e dívidas incobráveis, garantiu o grupo. A Direcção de Coordenação e Inspecção de Jogos (DICJ) disse já desconhecer quaisquer irregularidades relacionadas com as atividades do grupo em Macau, noticiou o portal Macau News Agency. Há um ano, representantes do grupo foram ouvidos pela DICJ por alegada promoção ilegal do jogo ‘online’. O Suncity também negou ter cometido qualquer ilegalidade, após um artigo do Economic Information Daily, um jornal afiliado da agência de notícias oficial chinesa Xinhua, ter denunciado o recrutamento de apostadores no interior da China por parte do grupo para atividades proibidas em Macau. A 21 de Maio, em declarações à Lusa, o director executivo do Suncity anunciara a pretensão do grupo de concorrer às concessões de novas licenças de jogo em Macau, em 2022. O concurso público para exploração do jogo em Macau está previsto para 2022, existindo actualmente três concessionárias (Sociedade de Jogos de Macau, Galaxy e Wynn resorts) e três subconcessionárias (Venetian, MGM Resorts e Melco).
Pedro Arede SociedadeAlvin Chau não afasta envolvimento na empresa gestora da Cinemateca Paixão [dropcap]O[/dropcap] empresário Alvin Chau não nega estar envolvido com a Companhia de Produção e Entretenimento e Cultura In Limitada. Num primeiro momento, os representantes do grupo Suncity garantiram ao HM, por escrito, que Alvin Chau não é “accionista” nem “director” na empresa que vai gerir os destinos da Cinemateca Paixão. A informação prestada corresponde ao registo comercial da empresa, que apenas apresenta como accionistas Ieong Chan Veng e Ho Sio Chan, em regime de bens adquiridos, e ainda Tung Wing Ha. No entanto, quando o HM insistiu se havia “qualquer outro tipo de envolvimento” do proprietário do grupo Suncity com a In, a pergunta ficou sem resposta. Por outro lado, o também presidente da Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau (MFTPA, na sigla inglesa) negou haver ligação entre a colectividade e a In. “A Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau não é uma investidora nem accionista na Companhia de Produção e Entretenimento e Cultura, nem esta envolvida nos negócios da In”, foi clarificado. A MFTPA faz parte da organização do Festival Internacional de Cinema de Macau e no seu portal não divulga os órgãos sociais. Até 2018, teve como presidente do Conselho Fiscal Lei Cheok Kuan, que é o proprietário do espaço onde a In estabeleceu sede, no Pátio Travessa da Fortuna. 15,43 milhões para três anos Entre as cinco propostas que concorreram ao concurso público promovido pelo Instituto Cultural para a gestão da cinemateca, a Companhia de Produção e Entretenimento e Cultura In Limitada foi a vencedora com um preço de 15,43 milhões de patacas para um contrato com três anos. O preço era um dos principais factores a considerar para a adjudicação, com um peso de 40 por cento na avaliação das propostas. Por sua vez, a Cut Limitada, empresa que forneceu o serviço anteriormente, apresentou um valor de 34,81 milhões de patacas, ou seja, superior em quase 20 milhões de patacas. Quanto às concorrentes Criação Surpreendente Limitada e Grupo de Convenções Internacionais Macau China, Limitada, apresentaram propostas com orçamentos de 27,80 milhões e 22,94 milhões de patacas, respectivamente. A empresa O2 Media também participou no concurso, com uma proposta de 7,86 milhões de patacas, mas acabou excluída, por não apresentar um documento que provava que mais de 50 por cento do capital social da companhia pertencia a um residente de Macau. Recolha de memórias O movimento “Macau Cinematheque Matters” (em português “A Cinemateca de Macau Importa”), constituído por aficionados e profissionais do cinema, está a pedir às pessoas que escrevam cartas que descrevam as memórias que têm da Cinemateca Paixão. Os textos são depois partilhados nas redes sociais, numa campanha de solidariedade contra a decisão de entregar a gestão do espaço à empresa In e, com a autorização dos autores, enviados para o Executivo de Ho Iat Seng. A campanha tem como nome “Uma Pessoa, Uma Carta”. Anteriormente, o grupo foi responsável pela entrega de uma petição ao Governo a contestar o resultado do concurso público. A petição foi entregue a 19 deste mês, com mais de 250 assinaturas, mas até ontem não era conhecida uma resposta oficial.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCinemateca | Dono de sede da In faz parte da associação presidida por Alvin Chau Lei Cheok Kuan é o proprietário do imóvel onde fica a nova sede da Companhia de Produção e Entretenimento e Cultura In Limitada. Além disso, pelo menos até 2018, fez parte dos órgãos sociais da Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau, liderada por Alvin Chau [dropcap]A[/dropcap] nova sede da Companhia de Produção e Entretenimento e Cultura In Limitada, que vai gerir a Cinemateca Paixão a partir de Agosto deste ano, pertence a uma pessoa com ligações à Associação de Cultura e Produções de Filmes e Televisão de Macau (MFTPA, em inglês), presidida por Alvin Chau. Lei Cheok Kuan e a esposa, Hun Lai Chan, são os proprietários da fracção situada no rés-do-chão do Edifício Kai Fu, no Pátio da Fortuna. Apesar de os órgãos sociais da MFTPA não serem divulgados no portal da associação, várias notícias online mostram que Lei Cheok Kuan ocupou o cargo de presidente do Conselho Fiscal da associação, pelo menos até 2018. Durante essa altura, Alvin Chau, principal proprietário do grupo Suncity, já era o presidente da associação que faz parte da organização do Festival Internacional de Cinema de macau. Os dois foram fotografados juntos, em várias ocasiões no âmbito das actividades da MFTPA. O HM contactou Lei Cheok Kuan ainda antes de conhecer as ligações com Alvin Chau. Na altura, Lei, que é também vice-presidente da União Geral das Associações de Moradores (Kaifong), afirmou desconhecer a empresa In Limitada. “Não conheço a empresa com o nome Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada”, limitou-se a afirmar. Em relação ao arrendamento da fracção, admitiu que foi um negócio tratado recentemente, com o envolvimento de um amigo e apelou ao direito à privacidade para não fornecer mais informações sobre o assunto. Momentos depois, o HM voltou a tentar contactar o vice-presidente dos Kaifong para esclarecer a relação com o empresário Alvin Chau, mas após o primeiro telefonema, e apesar das várias tentativas, Lei recusou as chamadas e nunca mais atendeu o telemóvel. Por sua vez, os representantes do grupo Suncity foram contactados na quarta-feira passada em relação a eventuais ligações entre o grupo ou o proprietário com a empresa In Limitada, mas, até ontem, o HM ficou sem resposta. O vice-presidente dos Kaifong é o proprietário da fracção que serve de sede da Companhia de Produção e Entretenimento e Cultura In Limitada desde Fevereiro de 2013. A compra foi feita em regime de comunhão de bens adquiridos, facto que leva a que a esposa Hun Lai Chan seja igualmente proprietária do imóvel. Um concurso, muitas dúvidas Na semana passada, a In Limitada foi escolhida como vencedora do concurso para assumir a gestão da Cinemateca Paixão a partir de Agosto até 2023. Com uma proposta de 15,4 milhões de patacas, a empresa bateu a Cut Limitada, que geriu até ao final do ano passado a Cinemateca Paixão e que tinha uma proposta de 34,8 milhões de patacas. No entanto, e apesar de ter vencido o concurso público, a informação sobre a In Limitada é limitada, sabe-se que tem como accionistas Ieong Chan Veng, em regime de bens adquiridos com a esposa Ho Sio Chan, e Tung Wing Ha. Também o Instituto Cultural (IC) não se mostrou disponível para fazer uma apresentação da empresa, remetendo qualquer questão para uma alegada funcionária, que até ontem ainda não tinha respondido às questões enviadas pelo HM. Até 8 de Junho a morada da empresa era no edifício Tong Nam Ah, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção. No entanto, segundo a actualização do registo comercial, divulgada ontem pelo Ponto Final, foi alterada para o Pátio da Fortuna.
Hoje Macau SociedadeSector do jogo angaria mais de 180 milhões para combater o surto [dropcap]A[/dropcap]o todo, seis concessionárias do jogo em Macau, juntamente com outros grupos, doaram um total de 180 milhões de patacas para apoiar os esforços de controlo e de propagação do novo tipo de coronavírus no Interior da China. Segundo a lista do Gabinete de Ligação do Governo Central chinês em Macau, citada pelo Inside Asia Gaming, no topo das doações está o Suncity Group, com uma oferta no valor de 41,5 milhões de patacas. De referir que neste valor estão incluídos 11,5 milhões de patacas oferecidos a título pessoal pelo director Executivo do Suncity Group, Alvin Chau, à sua terra natal, Zhaoqing, na província de Guangdong. As seis concessionárias de jogos fizeram doações semelhantes, com o Galaxy Entertainment Group, MGM China, SJM e Wynn Macau a doar 20 milhões de patacas cada, ao passo que o Sands China doou, além dos 20 milhões destinados ao continente chinês, outros cinco milhões dedicados a apoiar a comunidade de Macau. Já a Melco Resorts fez uma doação no valor de 20,5 milhões de patacas às Cruz Vermelha da província de Hubei. O Grupo Tak Chun anunciou também ter feito uma doação no valor de 20,5 milhões de patacas para a compra de 100 mil máscaras cirúrgicas para a província de Hubei e outras 100 mil para Macau. Já o Meg-Star Group fez uma doação no valor de 10 milhões de patacas para a criação de um fundo especial de apoio dedicado ao novo tipo de coronavírus que tem como objectivo acelerar a implementação de medidas anti-epidémicas na região. O contributo foi articulado com o Gabinete de Ligação do Governo central chinês na RAEM, para “ajudar a província de Hubei a combater a epidemia”, de acordo com o comunicado. Impacto imediato Após o anúncio do encerramento dos casinos decretados pelo Governo, a consultora Fitch Solutions não tardou em rever em baixa, na passada semana, a previsão para a evolução da economia de Macau, agravando a previsão de recessão de 3,2 por cento, em 2019, para 3,8 por cento este ano, devido ao novo coronavírus. No mesmo dia, a agência de notação financeira Fitch Rating apontou que os casinos de Macau, capital mundial do jogo, podem perder três mil milhões de euros nos próximos seis meses.
João Luz SociedadeJogo | Alvin Chau espera que contracção continue até ao fim do ano [dropcap]A[/dropcap]s receitas do segmento de apostas VIP seguem em rota descendente no terceiro trimestre, tendência que deve continuar até ao final do ano, de acordo com Alvin Chau, CEO da maior empresa junket de Macau. O homem forte da Suncity Group especificou ao Hong Kong Economic Journal, citado pelo portal GGRAsia, que se estava a referir ao mercado inteiro e não aos resultados da sua empresa. De acordo com Alvin Chau, o mercado VIP em Macau pode sofrer um declínio na casa dos 15 por cento no trimestre corrente, quando comparado com o período homólogo do ano passado, e uma quebra de 20 por cento no último trimestre de 2019. O decréscimo na frequência de viagens de apostadores VIP a Macau e dos pedidos de crédito aos operadores junket, na opinião de Alvin Chau, são reflexo do receio dos apostadores VIP de serem investigados pelas autoridades do Interior da China, que prometeram combater as actividades criminosas relacionadas com tríades. Alvin Chau destacou ainda ao Hong Kong Economic Journal que o tempo que os apostadores de grandes quantias demoram a pagar empréstimos se alargou. Situação explicada pela tendência de depreciação do yuan, porque as apostas em Macau são feitas em dólares de Hong Kong, à desaceleração económica da China, e ao controlo apertado da fuga de capitais para fora do continente. A prestação negativa deste mercado reflecte-se na queda de 15,6 por cento das receitas apuradas no bacará no segundo trimestre do ano, o que correspondeu a 34,6 mil milhões de patacas.
João Luz SociedadeJogo | Alvin Chau espera que contracção continue até ao fim do ano [dropcap]A[/dropcap]s receitas do segmento de apostas VIP seguem em rota descendente no terceiro trimestre, tendência que deve continuar até ao final do ano, de acordo com Alvin Chau, CEO da maior empresa junket de Macau. O homem forte da Suncity Group especificou ao Hong Kong Economic Journal, citado pelo portal GGRAsia, que se estava a referir ao mercado inteiro e não aos resultados da sua empresa. De acordo com Alvin Chau, o mercado VIP em Macau pode sofrer um declínio na casa dos 15 por cento no trimestre corrente, quando comparado com o período homólogo do ano passado, e uma quebra de 20 por cento no último trimestre de 2019. O decréscimo na frequência de viagens de apostadores VIP a Macau e dos pedidos de crédito aos operadores junket, na opinião de Alvin Chau, são reflexo do receio dos apostadores VIP de serem investigados pelas autoridades do Interior da China, que prometeram combater as actividades criminosas relacionadas com tríades. Alvin Chau destacou ainda ao Hong Kong Economic Journal que o tempo que os apostadores de grandes quantias demoram a pagar empréstimos se alargou. Situação explicada pela tendência de depreciação do yuan, porque as apostas em Macau são feitas em dólares de Hong Kong, à desaceleração económica da China, e ao controlo apertado da fuga de capitais para fora do continente. A prestação negativa deste mercado reflecte-se na queda de 15,6 por cento das receitas apuradas no bacará no segundo trimestre do ano, o que correspondeu a 34,6 mil milhões de patacas.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeSuncity Group | Alvin Chau impedido de entrar na Austrália Alvin Chau está proibido de entrar na Austrália pelo Ministério do Interior australiano, por suspeita de ligação a organizações criminosas envolvidas em lavagem de dinheiro em larga escala. Chau reagiu, afirmando que não pretende ir à Austrália nos próximos doze meses [dropcap]O[/dropcap] presidente executivo do Suncity Group, Alvin Chau, foi impedido de entrar na Austrália pelas autoridades locais. O motivo apontado foi o alegado envolvimento da maior empresa de junkets que opera em Macau em crimes de branqueamento de capitais, em associação com a operadora Crown Resorts Limited que explora os casinos australianos, revela o jornal The Age. A suspeita partiu de uma investigação jornalística que envolveu as plataformas The Age, The Sydney Morning Herald e o 60 Minutes que ligava a Crown a associações criminosas, com as quais mantinha esquemas de lavagem de dinheiro. De acordo com as reportagens, uma entidade ligada ao jogo em Macau teria sido directamente licenciada pela Crown para operar na Austrália e exercer a actividade de junket, atraindo grandes apostadores. A investigação baseou-se no acesso a e-mails internos, documentos privados e depoimentos de ex-trabalhadores do grupo Crown. Alerta dado Os media australianos revelam ainda a ligação da Crown com o Suncity Group, comprovada por um relatório interno do Hong Kong Jockey Club de Maio 2017 em que, as autoridades australianas indiciam os responsáveis do grupo junket como suspeito de ligações a figuras do crime organizado relacionadas com “operações de lavagem de dinheiro em larga escala”. O relatório avança que “as entidades responsáveis do Suncity Group (…) [incluindo] Alvin Chau (…) colocam riscos criminais e de reputação ao clube [Hong Kong Jockey]”. “As personalidades-chave da Suncity Group demonstraram ligações com numerosas tríades de sociedades e figuras do crime organizado”, dizia o relatório, acrescentando que Chau e um colega eram supostamente membros da tríade de 14K. Segundo o The Age, a parceria entre o Suncity Group e a Crown estende-se à exploração de jogo VIP no Crown Casino Melbourne, e também ao seu rival na Austrália, o The Star. Em resposta às acusações, a Crown Resorts Limited acusa o trabalho dos jornalistas de ser “sensacionalista” e “infundado”. Já Alvin Chau reagiu ontem através de um comunicado enviado pelo grupo Suncity à Bolsa de Hong Kong a referir que não tinha qualquer conhecimento da investigação por parte das autoridades australianas e que não pretendia deslocar-se àquele país nos próximos doze meses. O melhor parceiro Para aumentar as receitas do jogo VIP proveniente de jogadores internacionais, a direcção executiva da Crown Resorts Limited começou, em 2014, a reforçar os laços com o Suncity Group, refere a mesma fonte, acrescentando que, “como muitos dos principais operadores de casinos, a Crown contorna as leis chinesas que proíbem o fluxo de grandes somas de dinheiro da China continental”. O Suncity Group traz assim apostadores de alto risco, oferece empréstimos sem juros e faz a cobrança das dívidas, contextualiza o The Age. Na altura, o chefe de marketing internacional da Crown Resorts Limited, Michael Chen afirmava que “O Suncity é o maior grupo de junkets em Macau e está a tornar-se numa peça importante no sector do jogo”. “A sua abordagem agressiva, a projecção de marca e orientação de serviço fazem deles um óptimo parceiro para a Crown”, acrescentava um memorando da operadora. Por cá tudo bem Recorde-se que o Suncity Group foi, no mês passado, acusado por um jornal do grupo da agência estatal chinesa Xinhua de ter um mega-esquema de jogo online no Interior da China, com recurso a cartões de telemóvel de Macau, para a realização de apostas à distância. Depois da publicação do artigo no Economic Information Daily, o Suncity Group emitiu um comunicado a negar qualquer prática ilegal. Após a notícia, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos reuniu com um representante da companhia de junkets e avisou a que mesmo as actividades fora de Macau podem fazer com que lhe seja retirada a licença para operar como promotora do jogo.
Hoje Macau SociedadeGrupo Suncity | Governo reuniu com operadoras de jogo [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) reuniu ontem com representantes das seis operadoras de jogo depois de ter sido noticiado o alegado envolvimento do Grupo Suncity na gestão de uma rede de jogo online ilegal na China, apesar da empresa liderada por Alvin Chau ter negado essas informações. Paulo Martins Chan, director da DICJ, referiu que “a exploração de qualquer actividade relacionada com jogos de fortuna ou azar online na RAEM pode constituir um crime”, uma vez que “o Governo não permite ao sector do jogo efectuar qualquer promoção de jogos de fortuna ou azar on-line, de colocação de apostas via telefónica e outras actividades relacionadas, através dos casinos da RAEM”. Paulo Martins Chan esclareceu também que “as actividades de promoção de jogo exploradas dentro e fora da RAEM têm sido alvo de atenção do Governo”, havendo “ainda a necessidade de relembrar os respectivos sócios para o cumprimento rigoroso das normas legais”. Do lado dos junkets, ficou a promessa de que as empresas “irão reforçar, junto dos respectivos sócios e dos seus colaboradores, a ideia da necessidade de que a exploração da actividade de promoção de jogos decorra dentro dos parâmetros das normas legais”.