Macau Jockey Club | Falta de preparação coloca em causa próxima época

Envios de cavalos cancelados, falta de preparação da próxima época de corridas e rumores de cortes no pessoal traçam um cenário de incerteza quanto ao futuro do Macau Jockey Club. Além disso, as dívidas acumuladas nos últimos anos representam um fardo pesado, aliado às promessas feitas na renovação da concessão que continuam por cumprir

No mês passado, foi cancelado o envio para o território de três dezenas de cavalos que se encontravam em instalações de quarentena animal em Sidney e em vias de serem enviados para Macau. O cancelamento do envio dos animais fez soar alarmes entre especialistas do sector sobre o futuro das corridas de cavalos em Macau.

Os cavalos retidos na Austrália representaram mais um sinal de problemas no horizonte, mas o portal da especialidade Asian Racing Report enumera ainda relatos de fontes do sector que indicam que a próxima época de corridas não está a ser preparada e que se fala em corte de mão-de-obra.

“Ainda não sabemos nada, nem quando se realiza o primeiro evento da próxima época, algo que seria normal sabermos por esta altura. Também ouvimos falar que podem estar para breve cortes no pessoal. Não fazemos ideia do que se passa. Será que o Macau Jockey Club está a cortar custos para sobreviver, ou isto é um sinal de que o fim está próximo?”, questionou-se um treinador, em condição de anonimato, em declarações ao Asian Racing Report. A mesma fonte indicou que nem altos quadros sabiam o que se passava.

Segundo o portal, foi marcada para ontem uma reunião entre responsáveis do Macau Jockey Club (MJC) e treinadores, mas até ao fecho desta edição não foram reveladas quaisquer informações.

Em vias de extinção

A evolução das últimas duas décadas demonstra a decadência das corridas de cavalos em Macau. Actualmente, existem no território 220 cavalos de competição e as corridas foram reduzidas para um evento por semana na época que termina no próximo sábado.

Há duas décadas, na época 2003/2004, existiam em Macau 1.200 cavalos de competição e eram organizadas mais de 1.200 corridas por ano, ultrapassando, por exemplo, a dimensão do sector em Hong Kong. No final dessa época, o MJC tinha um volume de negócios que ultrapassava 9 mil milhões de patacas.

No ano passado, o MJC registou apenas 47 milhões de patacas de receitas e prejuízos acumulados que superam 2,1 mil milhões de patacas.

Recorde-se que em 2018, o contrato de concessão da Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o MJC, foi prorrogado por 24 anos e seis meses. À altura, o secretário para a Economia e Finanças Lionel Leong justificou o longo período de concessão com a promessa de um forte investimento da empresa concessionária, incluindo na componente extrajogo.

Uma das teses avançadas pelo Asian Racing Report é que o MJC não tem cumprido as promessas feitas, e que a presidente da administração, Angela Leong, terá sido chamada a apresentar justificações para a inacção nos últimos cinco anos de operações.

Ficou acordado que a empresa concessionária iria restaurar as bancadas e os estábulos, assim como construir um complexo com duas unidades hoteleiras e um parque temático com foco equestre. O plano de investimento teria um volume de cerca de 1,5 mil milhões de patacas.

22 Ago 2023

Morgan Stanley | Prevista subida de 12% em receitas

A Morgan Stanley prevê que as receitas brutas do jogo estejam a crescer ao ritmo de 12 por cento no terceiro trimestre em comparação com o trimestre anterior. A estimativa foi feita através de um relatório divulgado na segunda-feira e citado ontem pela edição online da revista Macau Business.

No segundo semestre, as receitas foram de 45,5 mil milhões de patacas, o que significa, com um crescimento de 12 por cento, um salto para 51,0 mil milhões de patacas. De acordo com a mesma fonte, o crescimento das receitas brutas deverá ainda representar um aumento de 17 por cento ao nível do EBITDA (valor antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) das operadoras.

O relatório assinado pelos analistas Praveen K. Choudhary e Gareth Leung aponta ainda que a população mais rica do Interior continua a viajar e a fazer compras de produtos de luxo: “estão a gastar tanto ou mais do que antes da covid-19”, pode ler-se no relatório.

22 Ago 2023

Suicídio | Trimestre com o valor mais alto desde 2018

Entre Abril e Junho deste ano, contabilizaram-se 24 suicídios no território, naquele que é o valor mais elevado para o segundo trimestre, pelo menos desde 2018. Nem durante a pandemia e o período das pesadas restrições de circulação se registaram tantos suicídios

 

No segundo trimestre do ano, o número de suicídios subiu para o nível mais elevado desde 2018, de acordo com os dados revelados pelos Serviços de Saúde. Com um total de 24 ocorrências entre Abril e Junho, o registo é mais mortal do que o verificado no ano de 2018, quanto tinham sido registadas 20 mortes, no segundo trimestre.

Quando a comparação é feita com o segundo trimestre de 2022, o corrente ano apresenta mais cinco mortes por suicídio, face às 19 que registadas no ano passado.

Embora não haja uma plataforma permanente com a disponibilização dos dados sobre as mortes por suicídio, os Serviços de Saúde disponibilizam pelos menos desde 2018, os números trimestrais através de diferentes comunicados. Os dados compilados pelo HM, apontam para que este ano se tenha registado o segundo trimestre mais mortal pelo menos desde 2018, quanto morreram 20 pessoas.

No segundo trimestre de 2019, o número de mortes por suicídio tinha sido de 14 ocorrências, subindo para 19 casos entre Abril e Junho de 2020. No segundo trimestre de 2021, a situação registou uma melhoria com 12 ocorrências, mas degradou-se em 2022 com 19 mortes no segundo trimestre.

Semestres negros

A nível semestral, a situação não sofreu alterações do ano passado para este, apesar de ter havido um levantamento das restrições relacionadas com a pandemia e o território ter entrado numa fase de recuperação económica. Segundo os dados oficiais, na primeira metade do ano tiveram lugar 47 óbitos por suicídio, que resultaram do somatório dos 24 casos do segundo trimestre com 23 casos entre Janeiro e Março.

Em relação à primeira metade do ano passado, o número de suicídios manteve-se estável, embora em 2022 o primeiro trimestre (28 mortes) tenha sido mais mortal do que o segundo (19 mortes). Se por um lado, a situação do suicídio numa análise semestre não apresenta uma degradação, por outro, não deixa de estar em valores historicamente altos.

As primeiras metades deste ano e do ano passado foram as mais trágicas desde 2018. Na primeira metade desse ano, cometeram suicídio 32 pessoas. Entre Janeiro e Junho de 2019, a situação melhorou, com 29 casos. A tendência de redução manteve-se em 2021, com 22 ocorrências. Porém, em 2022, registou-se uma degradação significativa, com mais do dobro das ocorrências (47).

Causas variadas

O comunicado emitido na segunda-feira, apenas em língua chinesa, pelos Serviços de Saúde não aponta as causas do suicídio por ocorrência, pelo que não se sabe qual foi a principal. No entanto, a nota indica que os suicídios no segundo trimestre se ficaram a dever a “doenças mentais”, “doenças físicas”, e a “problemas do jogo ou financeiros”.

Ainda de acordo com os Serviços de Saúde, as causas do suicídio são “complexas e frequentemente envolvem doenças mentais, factores psicológicos, factores socio-económicos, factores familiares, factores de relações humanas e factores genéticos biológicos”. Por isso, os SS apelam “a todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados e desesperados para ligar para a Linha Aberta Esperança de vida da Cáritas através do n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional”.

22 Ago 2023

População mais focada na poupança depois da crise pandémica, diz académico

Apesar dos sinais de recuperação económica no pós-pandemia, os dados oficias mostram que a confiança dos consumidores continua baixa. Ao jornal Ou Mun, o presidente do Instituto de Gestão de Macau, Samuel Tong, explicou que a situação não deve mudar tão depressa porque a população está focada em poupar, depois de ter perdido parte da sua riqueza durante a pandemia.

Segundo Samuel Tong, o comportamento dos consumidores é afectado principalmente pelo nível dos rendimentos, como o salário, e as expectativas sobre a evolução da economia.

Actualmente, a economia até está a dar sinais de recuperação e os rendimentos da população estão a aumentar gradualmente. No entanto, justificou o economista, como durante os três anos muitos tiveram de recorrer às poupanças, e várias indústrias sofreram “ajustamentos estruturais”, como aconteceu com a promoção do jogo, os rendimentos “ainda não chegam aos níveis pré-pandemia”. Este é um cenário que afecta as pessoas, que com menos dinheiro do que no passado, têm mais cuidado na altura de gastar.

Por outro lado, o presidente do Instituto de Gestão de Macau explicou também que com o “impacto contínuo da pandemia”, a mentalidade dos residentes alterou-se e as pessoas revelam-se agora mais prudentes. Para explicar a falta de confiança, Samuel Tong apontou ainda a situação do mercado imobiliário e do mercado bolsista em Hong Kong, com as perdas recentes, que não contribuem para melhorar as expectativas sobre a situação da economia no futuro.

Interior preocupa

O artigo publicado no jornal Ou Mun aponta também que os residentes estão preocupados com a situação da economia no Interior, com a desvalorização do yuan, os problemas com várias empresas do imobiliário e outros factores que afectam os rendimentos dos turistas.

Segundo a publicação com maior circulação do território, outro dos aspectos que preocupa os economistas locais passa pelo impacto no poder de compra dos turistas, pelo aumento do desemprego no Interior, assim como os custos de viagem para Macau, que estão cada vez mais caros, uma vez que a indústria aérea ainda não está ao nível pré-pandémico, praticando preços mais altos. Ao mesmo tempo, a desvalorização do yuan faz com que os jogadores tenham menos dinheiro quando convertem os yuan para dólares de Hong Kong ou patacas, duas moedas anexadas ao dólar americano.

22 Ago 2023

Jogo | SJM reduz em metade prejuízo no primeiro semestre

A concessionária do jogo em Macau SJM Holdings anunciou um prejuízo de 1,3 mil milhões de dólares de Hong Kong na primeira metade do ano, menos 54,1% em termos homólogos. A empresa indicou na segunda-feira que o EBITDA (valor antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) voltou a terreno positivo, com um valor de 461 milhões de dólares de Hong Kong.

“Os resultados da SJM Holdings para o primeiro semestre de 2023 revelam o primeiro semestre de EBITDA ajustado positivo desde 2019”, sublinhou, num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a presidente da operadora, Daisy Ho Chiu Fung.

A SJM, fundada pelo falecido magnata Stanley Ho Hung Sun, sublinhou que as receitas subiram 126,7% em comparação com a primeira metade de 2022, para 9,4 mil milhões de dólares de Hong Kong. “À medida que Macau recupera gradualmente da pandemia, estamos a encarar o futuro com otimismo”, disse no comunicado Daisy Ho, filha de Stanley Ho.

Com o alívio das medidas, Macau registou nos primeiros sete meses deste ano 14,4 milhões de visitantes, quatro vezes mais do que em igual período de 2022, mas ainda longe dos 23,8 milhões contabilizados no mesmo período de 2019.

Com mais turistas, tanto a taxa de ocupação hoteleira como o preço por noite quase duplicaram nos dois principais hotéis da SJM, atingindo 1.360 dólares de Hong Kong no Grand Lisboa Palace Resort e 87,8% de ocupação no Grand Lisboa Hotel.

Em resultado, entre janeiro e julho, as receitas da indústria do jogo cresceram 263%, em comparação com igual período de 2022, atingindo 96,8 mil milhões de patacas, contra 174 mil milhões de patacas arrecadados em igual período de 2019.

No comunicado, Daisy Ho garante que a SJM já lançou “um programa de eventos e investimentos não jogo sob a nova concessão e continua o desenvolvimento do Grand Lisboa Palace Resort”, que abriu em julho de 2021, em plena pandemia.

22 Ago 2023

Padaria da Guia | Queixas sobre loja online que vende produtos falsos

A Companhia de Lembranças Guia Limitada, empresa proprietária dos vários estabelecimentos da Padaria da Guia em Macau, publicou ontem uma declaração no jornal Ou Mun a queixar-se da existência de uma loja online, que usa o mesmo nome da marca, design e que vende produtos supostamente confeccionados em Macau.

“A nossa empresa, apenas opera em Macau, não abriu lojas noutras regiões. Quem usar a nossa marca da Guia, alegando que os seus produtos e bolos lunares são produzidos em Macau, é suspeito de burlar os consumidores e violar os direitos de autor e propriedade intelectual da nossa marca”, pode ler-se na declaração.

A Companhia de Lembranças Guia Limitada apelou aos clientes para não caírem em falsa publicidade e serem prudentes na escolha dos produtos que consomem.

A empresa sublinhou ainda que tem direito exclusivo à utilização da marca e na produção e venda dos seus produtos, incluindo pastelaria, panificação e bolos lunares confeccionados em Macau.

22 Ago 2023

Macau Dome | Sugerida melhor utilização do complexo

O deputado Pereira Coutinho considera que o Macau Dome poderia ter um papel de maior relevo na indústria das convenções e exposições, recuperando a importância enquanto infra-estrutura fundamental para o território. Além disso, quer saber se o Governo teve em conta o impacto ambiental na decisão de construir uma pista de gelo

Quando foi inaugurada em 2005, a Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Ocidental representava para Macau um salto quântico em termos de infra-estruturas desportivas. Mesmo apesar da derrapagem orçamental de mais de 80 por cento do valor inicialmente previsto de 701 milhões de patacas com o acréscimo de 558 milhões. No final, a estrutura mais conhecida como Macau Dome custou cerca de 1.259 milhões de patacas aos cofres públicos.

Face a este historial e às necessidades do território devido à escassez de locais para eventos, Pereira Coutinho pediu ao Governo para que considere promover o papel do Macau Dome no sector das exposições e convenções, uma das indústrias prioritários no plano de diversificação económica da RAEM.

Como tal, o deputado perguntou ao Governo, numa interpelação escrita divulgada ontem, que medidas vão ser “implementadas para uma maior e melhor utilização de todos os recintos da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental (Macau Dome) vocacionada para a realização de grandes eventos, tais como Convenções Internacionais, Centro de Exposições, Salão para banquetes”. Pereira Coutinho não esqueceu também o retorno ao local de eventos desportivos de grande envergadura.

Recorde-se que o Macau Dome é composto por quatro espaços independentes nomeadamente a Arena, Coliseu, Centro de Exposições e Centro de Convenções Internacional de Macau. Além disso, a estrutura foi renovada em 2018 na sequência de infiltrações de água e desnivelamentos e abatimentos do piso, trabalhos que custaram perto de 30 milhões de patacas.

Macau no gelo

Além do aproveitamento do Macau Dome, depois de tanto dinheiro gasto, Pereira Coutinho pergunta o que aconteceu ao rinque de pista de gelo que foi instalado na Nave Desportiva, e que razões levaram ao seu desmantelamento, numa altura em que o Instituto do Desporto afirmou querer construir um novo rinque de gelo.

Aquando da realização em Macau dos Jogos Asiáticos em recinto coberto, a RAEM adquiriu uma “viatura geradora de gelo, separadores, plataformas, geradores eléctricos, para realização de jogos de hóquei em gelo incluindo curling. Agora que se fala em dotar o território de uma nova pista, Pereira Coutinho pergunta que fim foi dado a estes equipamentos.

Outra questão que preocupa o deputado é o impacto ambiental da construção de uma nova pista de gelo, além do custo que terá para o erário público. Assim sendo, pergunta se foram feitas “estimativas orçamentais para a construção e manutenção deste novo ringue de gelo incluindo os custos mensais com a gastos de electricidade”.

21 Ago 2023

Economia | Receitas de impostos do jogo cresceram 13,9 mil milhões

Com o fim da política de zero casos de covid-19, as receitas fiscais arrecadadas com impostos directos e indirectos do jogo apresentam uma tendência positiva. Na primeira metade deste ano, os cofres públicos mais que duplicaram os níveis de 2022

 

Até fim de Junho as receitas da Administração Pública com os jogos de fortuna e azar registaram um crescimento de 13,9 mil milhões de patacas, de acordo com os números da execução orçamental, publicados pela Direcção de Serviços de Finanças.

Com o fim das restrições ligadas à política de zero casos de covid-19, as receitas de jogo cresceram 205,1 por cento até Junho para os 80,1 mil milhões de patacas e este número reflecte-se nos impostos cobrados pela Administração.

Enquanto na primeira metade do ano passado o montante com impostos não tinha ido além dos 12,9 mil milhões de patacas, este ano, até Junho, o montante é de 26,8 mil milhões de patacas.

Até ao fim da primeira metade do ano, o Executivo amealhou 52,7 por cento dos 50,9 mil milhões de patacas que espera cobrar com os jogos de fortuna e azar ao longo deste ano.

Apesar desta melhoria, no início do mês, quando Ho Iat Seng foi à Assembleia Legislativa, explicou aos deputados que até 2025 o orçamento da RAEM deverá ser deficitário, uma vez que o equilíbrio só deverá chegar quando as receitas brutas do jogo chegarem aos 200 mil milhões de patacas. Até essa altura, o Governo precisa de recorrer à reserva financeira para equilibrar as contas públicas.

A estimativa para este ano apontava que as receitas brutas do jogo ficassem nos 130 milhões de patacas, mas ao ritmo dos primeiros seis meses o valor final poderá aproximar-se dos 160 mil milhões de patacas.

Ainda no que diz respeito às receitas correntes até Junho, os impostos directos, indirectos e as “taxas, multas e outras penalidades pecuniárias” mostram uma tendência de crescimento, para 2,1 mil milhões de patacas, 1,6 mil milhões de patacas e 702 milhões de patacas, respectivamente.

Ao nível das receitas a maior diferença prende-se com as “outras receitas de capital”, onde se registou uma quebra de 32,1 mil milhões de patacas para 10,2 mil milhões de patacas. Contudo, esta redução de receita é uma boa notícia, uma vez que é nesta rubrica do orçamento que entram as injecções de capital feitas com dinheiro da reserva financeira acumulada.

Menor despesas

Os dados publicados no final da semana passada mostram igualmente que o Governo está a gastar menos dinheiro com as despesas com o pessoal. No ano passado, até esta altura, as despesas eram de 7,6 mil milhões de patacas. Contudo, este ano o montante caiu para 7,2 mil milhões de patacas, o que representa uma poupança de quase 400 milhões de patacas. O valor de 7,2 mil milhões de patacas representa uma execução orçamental de 44 por cento do valor autorizado para todo o ano.

No pólo oposto, o Governo está a gastar mais com o “funcionamento” da Administração e obras, através do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração.

Os custos com o funcionamento subiram de 1,9 mil milhões de patacas para 2,2 mil milhões de patacas, o que representa uma taxa de execução de 33,3 por cento. Em relação ao PIDDA o crescimento foi mais acentuado, estando nos 9,2 mil milhões de patacas, quando no ano passado por Junho estava nos 6,5 mil milhões de patacas.

Com um total de 43,5 mil milhões de patacas em receitas, que inclui injecções de capital da reserva financeira, e 40,9 mil milhões de patacas em despesas, nos primeiros seis meses o orçamento da RAEM apresentou um lucro de 2,6 mil milhões de patacas.

21 Ago 2023

Jogo | Sector com menos trabalhadores, mas com maiores salários

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) relativos ao segundo trimestre mostram que o sector do jogo contava com 23.675 croupiers, menos 418 em termos anuais. Em termos gerais, o sector dos casinos, lotarias e outro tipo de apostas contava com um total de 51.693 trabalhadores a tempo completo, menos 1.899, em termos anuais.

Relativamente aos salários pagos, excluindo as remunerações irregulares, dos trabalhadores a tempo inteiro, foi de 24.730 patacas, mais 6,3 por cento, em termos anuais. Destaque ainda para o facto de o salário médio de um croupier ser de 20.300 patacas, mais cinco por cento face ao segundo trimestre do ano passado.

No fim do trimestre em análise, existiam 113 postos vagos no sector das lotarias e outros jogos de aposta, correspondendo a um crescimento homólogo de 94. Os dados da DSEC mostram também que o número de trabalhadores recrutados foi de 986 e o de trabalhadores que deixaram o emprego correspondeu a 1.220. A taxa de recrutamento de trabalhadores foi de 1,9 por cento e a taxa de rotatividade de trabalhadores foi de 2,4 por cento, com aumentos de 1,6 e 0,9 pontos percentuais, respectivamente, em termos anuais. A taxa de vagas foi de 0,2 por cento.

A DSEC explica, em comunicado, que “estes indicadores reflectem que os recursos humanos foram relativamente estáveis no sector”.

21 Ago 2023

Rua da Felicidade | Via vai fechar ao trânsito a partir de 29 de Setembro

Segundo as propostas da Wynn Macau, que vai financiar o projecto da Rua da Felicidade, a revitalização pode passar pela instalação de canteiros de flores, como acontece no casino da concessionária, a criação de uma “Vila de Delícias” e ainda a instalação de lanternas vermelhas

 

A partir de 29 de Setembro, data de celebração do Festival do Bolo Lunar, a Rua da Felicidade vai passar a estar fechada ao trânsito, à excepção do período entre a 1h da manhã e as 11h. O Plano de Revitalização da Zona Pedonal da Rua da Felicidade vai funcionar de forma experimental, tendo sido apresentado ontem, numa conferência de imprensa no Centro Cultural de Macau.

O projecto para a Rua da Felicidade tem por base a experiência de encerramento ao trânsito da Avenida de Almeida Ribeiro, no início deste ano, e propõe vários objectivos, no seio da política de revitalização dos bairros antigos, como explicou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U.

“A revitalização dos Bairros Antigos é um dos objectivos importantes do Governo da RAEM”, afirmou Elsie Ao Iong. “Através de planos como este, pretendemos um melhor aproveitamento dos bairros antigos, dos elementos culturais da zona, revitalização da economia, descentralização dos turistas, captação de novos visitantes e incentivar os negócios das Pequenas e Médias Empresas”, acrescentou.

No início, o projecto vai funcionar de forma experimental, sem que haja uma data para a conclusão do período da experiência. Contudo, o Governo deixou o desejo de que os resultados sejam apurados até ao final do ano, altura em que se tomará uma decisão sobre o futuro da Rua da Felicidade.

A iniciativa de revitalização vai ficar a cargo da concessionária Wynn Macau, que assume os custos com a operação, sob a “orientação do Governo”. Esta é uma tarefa que resulta dos novos contratos de concessão que entrarem em vigor no início deste ano, como explicou a secretária. “No âmbito das novas concessões, as operadoras têm de apresentar planos de revitalização dos bairros antigos e com a sua experiência comercial esperamos que lancem planos comerciais para estas zonas”, explicou a governante. “É o conceito das grandes empresas a ajudarem as pequenas”, destacou.

Durante a conferência de imprensa, Elsie Ao Ieong U reforçou que o projecto parte da Wynn Macau, entidade responsável pelo orçamento da iniciativa, que, no entanto, não foi revelado.

Planos de concepção

Apesar de ontem ainda não terem sido avançados planos concretos sobre o futuro da rua, a Wynn Macau apresentou “três projectos” de concepção.

Na primeira sugestão, a concessionária pretende criar na Rua da Felicidade espaços com canteiros de flores, que vão assumir o mesmo estilo dos ornamentos do Casino Wynn Cotai. Esta proposta é tida como positiva, por poder criar mais um ponto de interesse, principalmente para os turistas “poderem tirar fotografias”.

O segundo projecto de concepção passa pela criação de “uma vila de delícias”, com oferta de espaços com comida.

Finalmente, foi também proposta a instalação de várias lanternas vermelhas por cima da rua, no que a concessionária defendeu ser um sinal da “longevidade e saúde” da população local.
“A rua da felicidade é antiga, tem um valor histórico e cultural muito rico, com as suas características. Esperamos maximizar estes efeitos, congregar os vários elementos culturais e criar um novo ambiente”, afirmou Linda Chen, presidente da Wynn Macau. “Esperamos maximizar o plano económico, utilizar os recursos económicos locais para revitalizar os bairros antigos e atrair mais turistas, com produtos culturais, para aumentar a capacidade para receber visitantes”, acrescentou.

Moradores apoiam

Após a polémica com a construção da estátua gigante de Kun Iam e do Campo de Aventuras Juvenis, ontem o Governo destacou ter avançado com esta proposta, em que apenas surge como coordenador, depois de ter falado com os moradores e residentes da Rua da Felicidade e zonas adjacentes.

“Entre os moradores e comerciantes, 80 por cento apoiam o projecto. Se consideramos aqueles que não se opõem, então mais de 95 por cento não se mostraram contra esta iniciativa”, afirmou a secretária.

Por sua vez, Deland Leong, presidente do Instituto Cultural, explicou que a consulta junto da população foi feita com base na “Associação de Mútuo Auxílio do Bairro” e que grande parte dos ouvidos até fizeram sugestões sobre o que esperam ver implementado.

No âmbito dos novos arranjos da Rua da Felicidade, o trânsito vai circular no sentido contrário, quando a rua estiver aberta. Quando a rua estiver fechada, a zona de cargas e descargas, assim como as paragens para os autocarros de turismo, passam para a Rua da Alfândega.

20 Ago 2023

MP | Prisão preventiva para suspeito de burla telefónica

O Ministério Público (MP) revelou em comunicado que um indivíduo suspeito de um tipo de burla telefónica vulgarmente conhecido como “Adivinha quem sou eu” ficará em prisão preventiva a aguardar julgamento.

O Juiz de Instrução Criminal justificou a medida de coacção como forma de prevenir a fuga do arguido, para evitar “a continuação da prática de actividade criminosa da mesma natureza e a perturbação da ordem pública e tranquilidade social”.

Segundo o relato do MP, o arguido “terá cooperado com outros indivíduos que estão em fuga para praticar a burla com recurso a telefone fazendo passar-se por genro do ofendido”. Parte do esquema inclui a deslocação a Macau do arguido para receber da vítima cerca de 100 mil patacas.

Durante a investigação, verificou-se que o arguido esteve envolvido num caso de mesmo género, ocorrido em Março deste ano, que está a ser investigado.

Após a investigação preliminar, o arguido foi indiciado da prática do crime de burla de valor elevado, punível com pena de prisão até 5 anos.

20 Ago 2023

UE | Passaporte da RAEM com pedido de autorização em 2024

Os portadores de passaporte de Macau e Hong Kong vão ser obrigados a pedir autorização para entrar na União Europeia a partir do próximo ano. A autorização implica a cobrança de uma taxa de 7 euros e dá acesso a todos os países membros da União Europeia e Espaço Schengen

A partir do próximo ano, os portadores de passaportes da RAEM e de Hong Kong precisam de pedir autorização para entrar nos países-membros da União Europeia (UE), incluindo Portugal, e no Espaço Schengen. A proposta para a entrada em funcionamento do Sistema Europeu de Autorização e Informações de Viagens (ETIAS na sigla em inglês) estava na gaveta desde que foi finalizada em Novembro de 2016 pela Comissão Europeia, mas arranca a 1 de Janeiro de 2024.

A novidade implica a verificação de credenciais de segurança e a cobrança de uma taxa a viajantes que visitam países membros da UE a negócios, lazer, para tratamentos médicos ou escalas. A medida aplica-se a pessoas entre 18 e 70 anos que não precisam de visto para entrar no espaço europeu e Schengen e implica a cobrança de uma taxa de sete euros. Menores de idade e pessoas com mais de 70 anos estão isentos do pagamento de taxa para solicitar o pedido.

Vão estar obrigados a pedir autorização portadores de passaporte dos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Coreia do Sul, Reino Unido, Austrália, Timor-Leste, Japão, Singapura, Taiwan, entre outros numa lista com seis dezenas países e regiões, que abrangem cerca de 1,4 mil milhões de pessoas.

De acordo com as autoridades europeias, o pedido de autorização demora perto de 20 minutos a ser solicitado, dependendo do volume de informações e campos a preencher, e a autorização é enviada por e-mail em documento PDF. É acrescentado pelas autoridades europeias que não é necessário imprimir ou apresentar documentos, “pois o ETIAS é armazenado electronicamente junto com os dados do passaporte no sistema europeu de imigração”.

A autorização será válida por um período de três anos, a partir da data de emissão, pode ser usado para várias entradas com duração de 90 dias e não estabelece uma garantia de entrada na Europa, decisão que continua a caber ao “pessoal de segurança da fronteira do país europeu de chegada”.

Razões várias

Para já, o website do ETIAS ainda não está a funcionar, mas a UE indica que o requerente deve preencher dados como identidade, data e local de nascimento, sexo, nacionalidade actual, nomes dos pais, morada, contactos de e-mail e telefone, estado-membro da primeira entrada pretendida e grau de educação e profissão actual.

Além daquilo a que as autoridades de Bruxelas chamam de “perguntas básicas sobre antecedentes e elegibilidade do ETIAS”, os requerentes podem ser interrogados sobre condições médicas ou outras doenças parasitárias infecciosas ou contagiosas, antecedentes criminais, histórico de distribuição de drogas ilegais, viagens a países em guerra, assim como histórico de imigração ou viagem anterior que resultou em deportação ou rejeição de entrada num país-membro da UE”.

A medida tem como “objectivo seleccionar viajantes que chegam do exterior” e responder “ao aumento mundial de actividades terroristas”.

20 Ago 2023

Cancro | SSM apontam baixa taxa de mortalidade

Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) asseguram, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Wong Kit Cheng, que “as taxas de morbilidade e mortalidade padronizadas por idade, em Macau, são relativamente mais baixas do que as taxas da maioria dos países economicamente desenvolvidos do mundo”.

Tal é sinal, segundo a resposta assinada pelo director dos SSM, Alvis Lo, de que os mecanismos de rastreio e prevenção funcionam. “Tendo como exemplo o cancro colorrectal, em 2022, após o rastreio de 2700 pessoas elegíveis, foram realizadas 179 colonoscopias com resultados positivos, sendo que oito tiveram o cancro colorrectal como diagnóstico. A percentagem de cancro colorrectal detectado através da colonoscopia foi de 4,5 por cento, o que reflecte a eficácia do rastreio”, aponta a resposta.

Relativamente ao cancro da mama, a taxa de sobrevivência da doença é de 88,5 por cento. Relativamente ao novo hospital das ilhas, foi referido que o futuro Centro Médico de Macau do Peking Union College entrará em funcionamento de forma faseada em finais de Dezembro.

Numa primeira fase terá um centro de gestão de saúde, seguindo-se um centro de ambulatório especializado e ainda um centro de tratamento de doenças oncológicas. O objectivo é “aumentar a actratividade dos serviços médicos especializados de Macau e promover o desenvolvimento da indústria do turismo médico”.

20 Ago 2023

Inflação | Taxa sobe 0,78%, a vigésima subida mensal consecutiva

A taxa de inflação em Macau voltou a subir em Julho pelo vigésimo mês consecutivo, num ciclo que começou em Dezembro de 2021, depois de três trimestres de deflação provocada pela paralisia económica resultante do combate à pandemia.

Segundo os dados avançados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o índice de preços no consumidor cresceu em Julho 0,78 por cento, face ao mesmo mês do ano passado. Em relação a Junho deste ano, a inflação 0,06 por cento no mês em análise.

A DSEC refere que o crescimento foi “impulsionado, principalmente, pela ascensão dos preços das refeições adquiridas fora de casa, excursões, quartos de hotéis, vestuário” e pelo aumento das propinas escolares. No pólo oposto, a DSEC destaca a diminuição das rendas de casa e a redução dos preços dos bilhetes de avião, que “compensaram parte do crescimento do índice de preços”.

20 Ago 2023

Galaxy volta aos lucros e distribui dividendos

A concessionária Galaxy anunciou um lucro de 2,9 mil milhões de dólares de Hong Kong na primeira metade do ano. Os resultados foram apresentados ontem pela concessionária.

O lucro contrasta com as perdas de 850 milhões de dólares, registados na primeira metade do ano passado, numa altura em que ainda vigoravam no território as medidas de restrições de circulação.

Para estes resultados, contribuiu o facto de a Galaxy, que gere o casino com o mesmo nome, ter registado receitas líquidas de 15,7 mil milhões de Hong Kong, em seis meses, o que significa um aumento de 141 por cento, face ao período homólogo.

Em relação apenas aos números do jogo, excluindo os elementos não jogo e o segmento de construção civil da empresa, as receitas brutas foram de 13,7 mil milhões de dólares de Hong Kong, um crescimento de 187 por cento face ao período homólogo. O mercado de massas foi responsável por 11,2 mil milhões das receitas, e o segmento VIP por 1,7 mil milhões de dólares de Hong Kong. As slots machines contribuíram com 780 milhões de dólares de Hong Kong.

Distribuição de dividendos

A apresentação dos resultados da Galaxy ficou marcada pela promessa de distribuição de dividendos no valor de 0,2 dólares de Hong Kong por acção.

A empresa de Hong Kong torna-se assim a primeira concessionária a distribuir dividendos desde a pandemia, quando o sector acumulou perdas. E este aspecto não deixou de ser destacado por Lui Che Woo, presidente do Grupo.

“Neste período, Macau continuou em recuperação e nós tivemos como principal foco a execução operacional, recrutamento e desenvolvimento do nosso projecto”, afirmou Lui, em comunicado. “O nosso voto de confiança para Macau é demonstrado pelo facto de sermos a primeira concessionária de Macau a atribuir dividendos e a devolver retornos do investimento feito pelos nossos accionistas, depois da reabertura das fronteiras”, acrescentou.

Por outro lado, Lui Che Woo frisou o alinhamento total com o Governo da RAEM: “Acreditamos que o segmento não jogo é o futuro de Macau, que vai conduzir a uma maior estadia dos visitantes e uma base mais diversificada, o que está em linha com a visão do Governo, de construir Macau como Um Centro Mundial de Turismo”, vincou.

18 Ago 2023

Restauração | Negócios crescem mais de 100%

O volume de negócios do sector da restauração registou uma subida, em termos anuais, de 104,5 por cento em Junho, enquanto o sector do retalho registou um crescimento de 80,6 por cento no volume de negócios, também em termos anuais.

Os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam ainda que 36 por cento dos donos de restaurantes inquiridos previram um crescimento do negócio em Julho, “destacando-se que as proporções dos proprietários dos restaurantes chineses e dos proprietários dos restaurantes japoneses e coreanos foram ambas de 41 por cento”.

Por sua vez, 19 por cento dos empresários da restauração previram quebras mensais no volume de negócios para Julho. Relativamente ao comércio a retalho, 31 por cento dos retalhistas entrevistados previram que o volume de negócios para Julho crescesse em termos mensais, descreve a DSEC.

18 Ago 2023

TSI | Reduzidas penas de condenados por agressão a jovem no NAPE

O Tribunal de Segunda Instância reduziu a pena de três homens condenados na sequência de uma agressão bárbara que deixou um jovem menor em coma. Apesar dos antecedentes criminais dos indivíduos, o tribunal concluiu que as penas entre 1 e 10 anos eram demasiado pesadas

 

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) reduziu a pena da três dos cinco homens condenados por um ataque violento que deixou um jovem de 17 anos em coma, no final de 2021. Dois dos arguidos condenados pela prática do crime de ofensas qualificadas à integridade física a nove e 10 anos de prisão efectiva na primeira instância viram os seus recursos aceites e as penas reduzidas para sete e oito anos, respectivamente.

Um terceiro condenado no mesmo processo pela prática do crime de omissão de auxílio, viu reduzida a pena de um ano de prisão efectiva para cinco meses.

O TSI analisou os recursos dos outros dois e arguidos, sem lhes dar provimento, com as penas a manterem-se em 3 anos e seis meses para cada um.

De acordo com o acórdão da decisão do TSI, o colectivo de juízes decidiu que a pena aplicada ao primeiro condenado, de 10 anos, era demasiado pesada e que seria injusto o segundo condenado ter uma pena mais elevada.

O acórdão revela que todos os indivíduos condenados na sequência da agressão ao jovem de 17 anos tinham antecedentes criminais. O homem condenado à pena mais pesada já havia cumprido uma pena de 9 anos e três meses de prisão pela prática dos crimes de tráfico de droga, roubo e burla e saiu em liberdade em Outubro de 2017.

O indivíduo condenado à segunda pena mais pesada neste processo, e que viu a pena reduzida pelo TSI, já havia sido condenado a 11 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de violação agravada e abuso sexual de crianças.

Encontro violento

O infeliz episódio aconteceu no dia 19 de Novembro de 2021, quando o jovem de 17 anos, acompanhado por um amigo, passou perto do Centro Cultural de Macau. À altura, a Polícia Judiciária revelou que, sem aparente motivo, um grupo de cinco homens terá interpelado de forma hostil e agressiva os dois jovens, abordagem que assustou um dos jovens que fugiu do local.

O jovem que permaneceu foi apanhado pelo grupo e agredido na cabeça com o skate que trazia consigo. Os golpes desferidos provocaram uma laceração no crânio do jovem, que ficou inanimado no chão, enquanto o grupo de agressores abandonou o local em direcção a um bar. O jovem que havia escapado à agressão voltou para socorrer o amigo e chamou uma ambulância e as autoridades policiais.

O rapaz agredido ficou em estado de coma, apresentando um estado clínico grave quando deu entrada no hospital, onde foi imediatamente submetido a intervenção cirúrgica.

18 Ago 2023

APOMAC | Associação junta-se a iniciativa para criar Seminário

Jorge Fão apela à população para apoiar a iniciativa que precisa de quase 6 milhões de patacas, e recorda o papel histórico de Macau na formação de membros do clero na Ásia e o legado educativo do catolicismo ainda hoje presente em várias escolas

 

A Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) apela à população para apoiar a criação de um novo Seminário Pastoral, que vai ser instalado ao lado do edifício da Paróquia de São Francisco Xavier. Em declarações ao HM, Jorge Fão, presidente da Assembleia-Geral, recorda o papel histórico de Macau, como centro de formação do clero na Ásia.

A necessitar de um investimento de quase seis milhões, o Seminário Pastoral vai ficar localizado no edifício ao lado da paróquia de S. Francisco Xavier, em Coloane. No entanto, as instalações estão num estado avançado de degradação e precisam de obras de restauro, que implicam a substituição de portas e janelas, intervenção nos aposentos e casas-de-banho, e ainda a criação de uma capela privada e uma biblioteca.

Para a APOMAC, esta é uma iniciativa que merece ser apoiada, não só devido ao papel histórico que Macau assumiu na formação do clero para a Ásia, mas também devido à importância da Diocese Católica na educação local, que ainda hoje está muito presente.

“Tive um encontro com o padre Tiago do Santos [pároco de São Francisco Xavier], que não conhecia, e ele explicou-me o projecto e a intenção de montar um Seminário Pastoral”, começou por contar Jorge Fão. “A ideia é muito interessante porque no passado, depois da chegada dos portugueses, Macau era a primeira escola de aprendizagem para o clero na Ásia, primeira pela Escola/Igreja de São Paulo, e depois através do Seminário e Colégio de São José, onde muitos conterrâneos, colegas e amigos estudaram”, justificou.

Jorge Fão recordou igualmente o legado da “Missão Católica”. “No passado, o domínio eclesiástico era proveniente de Macau, com os padres a serem depois despachados para outros locais. Por isso, tivemos um bom seminário. Porém, o domínio católico em Macau foi reduzido e o seminário deixou de existir”, reconheceu. “Mas, apesar da perda de influência da Diocese Católica, há um legado muito profundo da missão católica em Macau a nível da educação, como se pode ver com as muitas escolas no território, onde há um legado ainda é muito significativo. Consideramos todos estas aspectos e decidimos apoiar a iniciativa”, vincou.

A APOMAC pede que se apoie o projecto com qualquer contributo: “Grão a grão, a galinha enche o papo. Nem que seja com 10 patacas, todos vamos ajudar e vamos conseguir montar o projecto”, apelou o dirigente associativo.

Atenção à comunidade

Por outro lado, o presidente da Assembleia-Geral da APOMAC destacou que a autorização para lançar o Seminário Pastoral em Macau terá partido do Vaticano, não se limitando a ser um projecto da iniciativa do Bispo Stephen Lee: “A abertura deste seminário tem de ser uma iniciativa do Vaticano, de Sua Santidade, e não do Bispo. Se o Papa Francisco decidiu colocar aqui um centro pastoral é por ter as suas razões e eu comungo totalmente das razões, é uma boa intenção de Sua Santidade”, vincou.

Em declarações ao HM, Jorge Fão não deixou de pedir ao Bispo de Macau, Stephen Lee, mais atenção à comunidade católica luso-descendente e portuguesa, por considerar que foi relegada para segundo plano, apesar da sua importância histórica.

“Actualmente não vejo apoio do Bispo em relação à comunidade luso-descendente e portuguesa. As missas em português foram reduzidas para quatro por semana, enquanto em cantonês há 20 missas e até em outras línguas há mais do que em português”, apontou Jorge Fão. “O Bispo não está a dar o apoio à comunidade luso-descendente e portuguesa, parece que se esqueceu por completo do grande contributo da comunidade para a Diocese em Macau. Parece que não sabe ou não quer saber”, indicou.

Neste sentido, o dirigente associativo espera que um apoio da comunidade ao projecto possa mudar a situação, não deixando de apontar que é expectável que Stephen Lee assuma uma posição diferente: “Ele veio de Hong Kong e talvez por isso tenham trazido umas ideias diferentes […] mas deve adoptar uma postura diferente na forma como lida com a comunidade portuguesa e luso-portuguesa”, considerou.

18 Ago 2023

Turismo | Número de visitantes sobe 24,9% face a Junho

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que o número de turistas aumentou 24,9 por cento em termos mensais, entre Junho e Julho.

No mês passado Macau recebeu um total de 2.759.544 visitantes, sendo que este número cresceu 28,1 por cento em termos anuais devido “ao aumento do número de visitantes e pelo facto de a base de comparação, de Julho de 2022, ter sido relativamente baixa”. Em Julho, o território recebeu 1.431.681, mais 55,6 por cento, e 1.327.863, excursionistas, com uma subida inferior, de 18,3 por cento em termos anuais. Os visitantes do interior da China continuam a dominar o mercado, tendo Macau recebido, em Julho, 1.910.371 oriundas desta zona do país, mais 25,9 por cento em termos anuais. Destaque para o facto de que 1.087.315 desses visitantes tinham visto individual, o que mostra que as excursões continuam a ocorrer em menor número face a este tipo de viagem.

O território recebeu ainda 865.698 pessoas das nove cidades que fazem parte do projecto da Grande Baía, sendo que 23,6 por cento vieram de Zhuhai, num total de 204.191 pessoas.

Relativamente aos primeiros sete meses do ano, Macau recebeu 14.405.421 visitantes, mais 314,6 por cento, face ao período homólogo do ano transacto.

18 Ago 2023

Turistas | Gastos mais que quadruplicaram no 2º trimestre

No segundo trimestre deste ano, a despesa total feita por turistas que visitaram Macau, excluindo as despesas no jogo, foi de 17,48 mil milhões de patacas. Os dados revelados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC) apontam para um aumento de 354,6 por cento, face ao trimestre homólogo de 2022.

A despesa total dos turistas (14,58 mil milhões de patacas) e a dos excursionistas (2,90 mil milhões de patacas) tiveram aumentos de 415,0 por cento e 186,2 por cento, respectivamente. Os aumentos contrastam com um período em que o território tinha grandes restrições de circulação, justificadas com a política de zero casos de covid-19.

Apesar do aumento, no segundo trimestre, a despesa per capita, a dos turistas (4.251 patacas) e a dos excursionistas (889 patacas) baixaram 9,3 por cento e 13,8 por cento, respectivamente, face ao segundo trimestre de 2022.

Em termos de origens dos visitantes, a despesa per capita dos visitantes do Interior fixou-se em 3.261 patacas, mais 31,8 por cento, em termos anuais. A despesa per capita dos visitantes do Interior com visto individual (3.385 patacas) caiu 31,1 por cento, enquanto a despesa per capita dos visitantes de Hong Kong foi de 1.140 patacas e a dos visitantes de Taiwan cifrou-se em 2.595 patacas.

Por sectores, os turistas gastaram mais dinheiro, principalmente, em compras (48,5 por cento da despesa per capita), seguindo-se despesas em alojamento (24,5 por cento) e em alimentação (17,4 por cento). A despesa per capita dos visitantes em compras cifrou-se em 1.266 patacas, menos 20 por cento, em termos anuais.

Em relação às despesas para a primeira metade do ano, a despesa total dos visitantes totalizou 32,46 mil milhões de patacas, mais 210,9 por cento, face ao mesmo semestre de 2022.

17 Ago 2023

Ambiente | Fórum Internacional prevê sessão focada nos países lusófonos

Num ano em que o número de expositores cresce quase 50 por cento, devido ao fim das restrições de circulação ligadas à pandemia, o MIECF vai ter uma sessão para potenciar os negócios verdes com os países de língua portuguesa

O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, em inglês), que tem início hoje, vai ser dedicado à inovação e prevê uma sessão para potenciar “negócios verdes” com os países de língua portuguesa, anunciou a organização.

A sessão agendada para amanhã tem como objectivo “ajudar as empresas a criar conjuntamente oportunidades de negócios verdes através das bolsas de contactos”.

Também amanhã, num painel dedicado à inovação e desenvolvimento, está prevista a participação do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, José Carlos Pimenta Machado, e do presidente do Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável, Ricardo Guggisberg.

O fórum, que vai ocupar uma área de mais de dez mil metros quadrados, conta “com mais de 400 expositores (…) oriundos de vários países e regiões, num total de cerca de 500 stands, entre os quais 40 expositores estrangeiros”, informou a organização em conferência de imprensa.

Durante os 20 fóruns e conferências previstas, vão intervir cerca de 30 inovadores na área ambiental, responsáveis de empresas multinacionais e decisores políticos de vários países e regiões, nomeadamente do Interior da China, Europa, países de língua portuguesa, nações do Sudeste Asiático, Hong Kong e Macau.

O Fórum, cujo tema é “Construir uma civilização ecológica através de iniciativas inovadoras”, tem também como objectivo “promover o intercâmbio internacional e a cooperação em matéria de protecção do ambiente entre diferentes sectores, incluindo governos, indústrias, universidades, institutos de investigação, utilizadores e investidores”.

Vários lançamentos

“Haverá uma série de lançamentos de novos produtos, como soluções de energia digital, tecnologia não convencional de neutralidade de carbono e outros produtos ambientais”, prometeu o presidente da Promoção do Comércio e Investimento de Macau, U U Sang, na conferência de imprensa.

O fórum, que vai realizar-se no Cotai Expo do Venetian, é organizado pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau, co-organizado pelos governos provinciais e regionais da Região do Delta do Rio das Pérolas e coordenado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau e pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental.

A exposição está organizada em sete áreas, os Pavilhões da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, a Área de Exposição das Indústrias de Protecção Ambiental da China, a Área de Exposição Internacional das Indústrias de Proteccão Ambiental, a Área de Exposição das Indústrias de Protecção Ambiental de Macau, a Zona de Exposição Premium, a Zona de Vida Verde e a Zona de Projectos Verdes e com Baixo Teor de Carbono.

17 Ago 2023

Burla | Residente perde 2,38 milhões de patacas

Uma mulher de 35 anos, oriunda do Interior da China, foi detida por suspeitas do crime de burla, em que a vítima terá sido um residente de 20 anos, desfalcado em 2,38 milhões de patacas. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o caso começou em 2021, quando ambos se conheceram num casino.

A mulher terá seduzido o jovem com a proposta de venda de moeda digital no valor de seis milhões de dólares americanos, mas estaria com dificuldade em pagar os respectivos emolumentos e taxas relacionadas com o processo de transacção. Por isso, pediu um empréstimo à vítima, que começou por ceder 805 mil patacas.

A alegada burlona afirmou depois que a sua conta de moedas digitais tinha sido hackeada, perdendo todo o dinheiro, pedindo mais 1,58 milhões de patacas como empréstimo para pagar as referidas taxas, alegando que, mais tarde, iria receber parte do património de um amigo.

A mulher prometeu ainda reembolsar as seis milhões de patacas depois de receber a referida herança. O jovem acabou por denunciar o caso às autoridades após os reembolsos dos empréstimos serem adiados consecutivamente pela mulher.

17 Ago 2023

Língua Portuguesa | Governo lança curso de formação de quatro anos

Os alunos de Macau interessados em estudar em Portugal vão poder frequentar um curso, com a duração de quatro anos, para adquirir um nível mais elevado de português. O programa arranca no próximo ano lectivo com 180 vagas

 

A partir do próximo ano lectivo, as escolas secundárias passam a disponibilizar um programa de formação em língua portuguesa, para os estudantes que pretendem prosseguir os estudos em terras lusas. A intenção tinha sido anunciada anteriormente pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, mas foi detalhada ontem por Luís Gomes, chefe do Departamento do Ensino Não Superior, em declarações à Rádio Macau.

De acordo com as explicações de Luís Gomes, o objectivo passa por preparar os alunos que frequentam o ensino em língua chinesa para que obtenham uma base para estudar em Portugal. “Nas escolas particulares há alunos que querem estudar em Portugal, mas como optaram pelo ensino em língua chinesa não têm tanta possibilidade para estudar em português”, reconheceu o chefe do Departamento do Ensino Não Superior, ao canal chinês da Rádio Macau. “Este curso de quatro anos em língua portuguesa serve para os alunos terem uma base e estudarem em Portugal. Também acrescentámos uma componente de cultura portuguesa e vamos organizar exames linguísticos”, frisou.

A formação destina-se às escolas privadas, que escolhem os alunos que vão poder frequentar o curso de língua portuguesa, a partir do oitavo ano de escolaridade.

“Há quatro níveis de ensino da língua. Os dois primeiros níveis têm 60 vagas disponíveis. Depois, os níveis mais elevados, que correspondem a A2 e B1, disponibilizam 30 vagas, cada, o que significa um total de 180 vagas”, esclareceu Luís Gomes.

Curso de Verão na Católica

Além do curso de formação com a duração de quatro anos, o chefe do Departamento do Ensino Não Superior acrescentou que desde “Maio do ano passado” os alunos locais podem frequentar um curso intensivo em língua portuguesa durante o Verão.

Este curso é o resultado de uma parceria com a Universidade Católica Portuguesa, e também visa aumentar o nível de português dos alunos locais.

Caso os alunos de Macau obtenham um nível de português suficiente, o que deverá ser avaliado através de um teste, podem frequentar directamente o primeiro ano do ensino superior na Universidade Católica Portuguesa, sem que tenham de cumprir, previamente, um curso preparatório.

17 Ago 2023

Burla | Mulher enganada em compra de malas online

A Polícia Judiciária (PJ) recebeu uma queixa de burla online, após uma mulher ter comprado algumas malas online, no valor de 41 mil dólares de Hong Kong, de acordo com a informação citada pelo Jornal Ou Mun.

Segundo o relato, a mulher encontrou um portal online com malas de luxo do Japão, onde os preços eram metade dos praticados nos lugares de venda habituais. Atraída pelo preço, registou-se no portal e fez uma encomenda no valor de 41 mil dólares de Hong Kong.

No entanto, após falar com os serviços de atendimento ao cliente, a mulher foi informada que o pagamento tinha de ser feito através da transferência bancária para uma conta, não podendo ser feito no próprio site.

A mulher não viu problemas neste método e pediu ajuda ao marido para fazer a transferência. Porém, este desconfiou do método e contactou o apoio ao cliente sobre a prática pouco habitual. Do outro lado da linha, foi informado que se fizesse a transferência bancária não teria de pagar os impostos, pelo que o preço seria mais barato.

Pressionado pela mulher o homem concordou com o pagamento, mas continuou a verificar o portal. Nessa altura, percebeu que havia algo de errado e tentou pedir um reembolso, porém do outro lado ninguém atendeu a chamada. Por isso, acabou por apresentar queixa junto da PJ que está a investigar o caso, sem que tenha havido qualquer detenção.

16 Ago 2023