Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHepatite C | Afinal doente a ser tratado com Sofosbuvir está em Hong Kong Os Serviços de Saúde confirmam que, para já, apenas um doente de Hepatite C está a tomar o novo medicamento, mas em Hong Kong. o Sofosbuvir chega a Macau em Janeiro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Sofosbuvir, o novo medicamento que promete uma cura total e sem efeitos secundários para a Hepatite C, já estará a ser administrado a um único doente, mas em Hong Kong. A confirmação foi feita ao HM pelos Serviços de Saúde (SS). “A Junta para os Serviços Médicos no Exterior do Centro Hospitalar Conde de São Januário autorizou um doente em quadro clínico grave a ser encaminhado para Hong Kong, onde irá receber o novo medicamento “Sofobuvir” para tratamento da Hepatite C. O doente em questão dispõe de indicações e foi sujeito a um período de tratamento, sendo as despesas do tratamento no valor de cerca de 800 mil patacas”, lê-se em resposta escrita. O novo medicamento, que promete uma cura de 90%, sem efeitos secundários, chega ao serviço público de saúde em Janeiro. “O Centro Hospitalar Conde de São Januário encontra-se de momento na fase de aquisição do referido medicamento, prevendo-se a sua utilização a partir de Janeiro do próximo ano. O Hospital irá elaborar um programa de tratamento para cada doente consoante o estado concreto do mesmo”, é referido na resposta. Na edição de ontem, o HM publicou a notícia com base em informações fornecidas pelo gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que dava a entender que o medicamento já estaria em Macau. “O Governo presta muita atenção a esta situação e os pacientes devem ser primeiro consultados pelo corpo médico do Centro Hospitalar Conde de São Januário, para que seja decidido o melhor tratamento. No entanto, pacientes locais estão já a ser tratados com a hepatite C com o novo medicamento”, confirmou o Secretário. Antes de receber a confirmação final do Executivo, o HM contactou outros doentes que já estão a ser tratados em Portugal, tendo os mesmos feito um pedido de esclarecimento junto do São Januário. Na tarde de ontem, não foram avançadas informações a esses pacientes. “Fomos falar com os médicos da especialidade [de Infecciologia] e nenhum deles tinha conhecimento de que o medicamento está disponível. Ligou-se para a farmácia do hospital, mas foi-nos dito que não tinha sido feito um pedido do medicamento. Eles não dão mais informações porque são privadas, mas é um pouco estranho”, disse ao HM João Castro, doente de Hepatite C que está em lista de espera para receber o Sofosbuvir de Portugal. “Não percebo como é que já existe uma pessoa a ser tratada e nem na farmácia, nem os médicos têm conhecimento disso”, adiantou João Castro, em lista de espera para obter o Sofosbuvir em Portugal.
Leonor Sá Machado SociedadeTrânsito | Número de passageiros de autocarros cresce 9% O número de passageiros dos autocarros públicos aumentou quase 9%, situando-se nos 15,5 milhões no ano passado [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau teve, em 2014, uma média mensal de 15,5 milhões de passageiros a viajar nos transportes públicos da cidade. A informação surge num relatório dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que faz um balanço dos trabalhos, enquadrados na Política Geral do Trânsito e Transportes Terrestres, efectuados no ano passado. Em 2014, foram então “optimizadas” 45 carreiras de autocarros, com 27 destas a serem alteradas ou introduzidas. O mesmo documento avança ainda que foram concluídas uma série de passagens pedonais para facilitar a deslocação dos residentes e reduzir a quantidade de carros nas estradas. “É de referir que, com o Plano de Embelezamento da Rua da Encosta e do Acesso Pedonal de Ligação entre a ZAPE e a Colina da Guia, a distância e o tempo de circulação pedonal entre a ZAPE e a Zona da Colina da Guia foram encurtados significativamente, tratando-se de mais uma opção para deslocação da população”, refere a DSAT em comunicado. A política determina a conclusão, até 2020, de quatro planos de acção em oito domínios com 61 medidas de acção em causa. “Em retrospectiva aos anos mais recentes, o público, apesar de se identificar com a necessidade de controlar o crescimento do número de veículos particulares, foca-se, na sua maioria, na procura pela melhoria dos transportes públicos”, adianta a DSAT. Além disso, a mesma entidade prepara-se para criar a já anunciada via exclusiva de transportes públicos que vai da Barra à Doca do Lam Mau. Em termos de automóveis, a DSAT sublinha a abertura do novo parque de estacionamento no edifício Lok Kuan e na Ponte Negra da Taipa, mas também o aumento do número de lugares disponíveis para automóveis ligeiros no parque de Comendador Ho Yin. Fala-se ainda na “aplicação de modalidades diferentes de pagamento de tarifas devidas pela utilização de lugares de estacionamento nos horários diurnos e nocturnos no Auto-Silo Pak Leng e da Rua da Ponte Negra” e na “instalação de parquímetros para motociclos e ciclomotores em locais adequados”. O documento pode ser consultado no website oficial da DSAT e os residentes podem expressar a sua opinião no mesmo local.
Flora Fong Manchete SociedadeAeroporto | Mudanças, satisfação e melhorias no futuro são promessas do 20º aniversário O Aeroporto já viu algumas melhorias, mas tem de dar mais passos nesse sentido. A concorrência está aí e é preciso elevar a qualidade. É o que defendem entrevistados na análise aos 20 anos do aeroporto [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi em Dezembro de 1995 que o Aeroporto Internacional de Macau foi inaugurado oficialmente. Este ano, faz 20 anos que a infra-estrutura está em funcionamento e, para a CAM – Sociedade do Aeroporto, o espaço actual satisfaz a necessidade dos passageiros, ainda que a expansão das instalações – a acontecer – seja “imprescindível”. Um analista do sector e passageiros esperam melhorias. Em Novembro de 1989 deu-se início àquele que foi considerado, na altura ainda da administração portuguesa, um dos grandiosos projectos de Macau. Seis anos depois, em Junho de 1995, consegue, com sucesso, fazer-se o primeiro voo. A cerimónia de inauguração acontece, então, no dia 8 de desse mesmo ano. “O que queríamos era construir um aeroporto de boa qualidade dentro de um curto prazo. Este foi um recorde: demorou menos de quatro anos para a construção, porque a maioria de trabalhos foi feita entre 1992 a 1995”, disse António Diogo Pinto, director da CAM na altura. Mudanças a acontecer Sandro Kou, director do Departamento do Desenvolvimento de Infra-estruturas, da Sociedade do Aeroporto, falou com o HM sobre as mudanças nas infra-estruturas do Aeroporto ao longo dos últimos 20 anos e aponta que estas tiveram em conta, sobretudo, as necessidades da sociedade. “As infra-estruturas do Aeroporto passaram por muitas mudanças, correspondendo às necessidades de funcionamento e desenvolvimento dos negócios desde 1995. Muitos equipamentos foram instalados e renovados. Em 2005, criámos um centro logístico e de transporte de bens e expandimos as portas do aeroporto. Até agora, existem 24 portas, que conseguem satisfazer o volume máximo de passageiros, que é de seis milhões por ano”. Desde 2009 que a CAM implementou o sistema “Comunicação, Navegação e Supervisão” (CNS). O director explica-nos que esta é uma instalação que ajudou e muito na gestão do transporte aéreo. Todo o plano ficou concluído entre 2012 a 2013, aumentando “de larga forma a eficácia do Aeroporto”, bem como a segurança da aviação. As obras não param por aqui. No próximo ano, a CAM vai construir um hangar de aviação comercial para desenvolver, estacionar e reparar mais jactos corporativos. Mas Sandro Kou prefere destacar a expansão da zona norte do Edifício do Terminal, que já começou em Novembro. O planeamento já começou há dois anos, mas é urgente até porque a CAM quer mais pessoas a passar por cá. “O actual Edifício do Terminal tem uma capacidade máxima de volume de seis milhões de passageiros por ano. Mas este ano o volume de passageiros já ultrapassou os 5,5 milhões. Nos futuros dois anos, quando os negócios se desenvolverem de forma estável, é possível ultrapassarmos o número máximo, o que vai fazer com que o edifício actual fique saturado.” Negócios e bens Sandro Kou já trabalha na CAM há nove anos e diz que, assim que houver a expansão do terminal – que termina no fim do próximo ano – a capacidade de volume de passageiros poderá atingir os 7,5 a 8,5 milhões por ano. Regressando ao passado, Samuel Tong Kai Chung, director da Associação de Estudo de Economia Política de Macau, explica que as funções do Aeroporto Internacional de Macau eram mais para serviços “políticos” do que económicos. “A primeira fase da aviação de Macau concentrava-se em actividades grandes para preparar a Transferência de Soberania de Macau. Na altura, como ainda não existia ligação directa entre a China continental e Taiwan, a maioria dos voos servia a comunicação indirecta de pessoas dos dois lados, bem como o transporte de bens”, disse ao HM. Tong explica que, antes da abertura do Aeroporto Internacional de Macau e dos voos directos entre Taiwan e China em 2008, muitos comerciantes de Taiwan ou as pessoas cujos familiares estavam na China continental tinham que fazer escala em Hong Kong. Mas depois muitos acabaram por escolher Macau. “Na altura já existia uma medida que permitia que os passageiros não tivesse de voltar a fazer check-in das bagagens na escala”, explica. O também membro do Centro de Estudos de Políticas de Aviação Ásia-Pacífico da Universidade Chinesa de Hong Kong relembra o porquê da necessidade de mudança do modelo de operação. “Devido ao desenvolvimento económico da China continental, a procura de viagens para o estrangeiro cada vez aumentou mais. Macau, sendo um destino de turismo, pôde ter um aeroporto que serve mais para os viajantes do continente”. Boas notícias para uns, mas nem tanto para outros. Três anos depois da inauguração do Aeroporto, em 1998, a Companhia de Transportes Aéreos de Portugal (TAP) suspende os voos directos entre Macau e Lisboa. A ideia principal mantinha-se, segundo António Barros, director do Aeroporto, que falou na semana passada à Lusa: “atrair voos internacionais de longo curso”. Algo que, diz, é muito difícil. “Normalmente as companhias têm tendência em procurar ‘placas giratórias’ regionais capazes de gerar tráfico para rentabilizar as rotas. Não é o nosso caso, somos um aeroporto muito pequeno. Os voos de longo curso são bem-vindos, mas não temos tido grande sucesso. Já houve e tem havido contactos com vários destinos e agências, estudos de mercado, mas o transporte aéreo é um negócio e ninguém vai operar se não tiver lucros”, acrescentou. Mesmo assim, Barros acredita que “com um bom estudo de mercado e uma boa política de marketing” seria possível a TAP regressar ao território. Problemas críticos Nem tudo são rosas. Samuel Tong já trabalhou numa companhia aérea de Taiwan e é assessor de estratégias da CAM há vários anos. Do seu ponto de vista, existem três elementos importantes que decidem o desenvolvimento do Aeroporto. “Primeiro, os hardware, incluindo o corredor, o espaço do terminal, movimentos de voo, a entrada e saída de passageiros e o movimento de bens.” Depois, os direitos de voar. “Mesmo que a Autoridade de Aviação Civil (AACM) já tenha assinado contrato de cooperação com mais de 40 regiões, na prática, todas as ‘liberdades do ar’ emitidas por Macau são monopolizadas pela Air Macau. Isto porque o contrato de exclusividade foi concedido pelo Governo, todos os voos que partem em Macau pertencem à mesma empresa, as empresas aéreas de outros países que assinaram contratos de voos bilaterais só podem chegar a Macau.” O analista aponta que existem investidores que querem criar empresas aéreas sediadas no território e criar voos com partida de Macau, mas tem sido “impossível” e acabaram por desistir, porque o direito de exclusividade está na Air Macau. “Não é uma boa situação”, defende. Samuel Tong considera que o Governo precisa de fazer melhor se quer atrair mais companhias que prestem serviços em Macau. A dificuldade em desenvolver voos de longo curso, contudo, está precisamente em não se quebrar o monopólio dos direitos do ar, porque não há competição. “Isso é uma restrição ao desenvolvimento de Macau”, aponta. O terceiro elemento importante tem a ver com a área de voos – a zona do Delta do Rio das Pérolas está tão densa que começa a haver engarrafamentos. Situação tal e qual como nas estradas, diz. “Os atrasos nas partidas ou chegadas de voo podem não ser um problema das empresas, mas dessa situação. Hong Kong, Macau, Zhuhai e Shenzen são tão perto que os movimentos de voo influenciam-se uns aos outros. A área aérea é limitada, é preciso coordenação de cada parte”, indicou. Competição e desafio “Raramente existe um aeroporto tão lotado numa cidade tão pequena na zona do Delta do Rio das Pérolas”, avança Samuel Tong, que considera que a competição em redor da região tem aumentado. Tanto que, avisa, se o aeroporto de Macau não tiver voos frequentes ou bilhetes mais baratos, os passageiros preferem passar a ir apanhar aviões a Hong Kong ou Shenzhen. Sandro Kou, director do departamento de infra-estruturas “Em 1995, o Aeroporto era pequeno, mas comparado com os das regiões vizinhas, já era mais moderno e confortável. E agora, se fizermos a comparação novamente com os outros do interior da China, de Hong Kong, de Singapura, de Incheon, na Coreia de Sul, onde a qualidade dos serviços aumentou muito rápido? Como é que fica Macau? No âmbito de hardware, é preciso satisfazer mais a necessidade dos movimentos de voo e de bens e, ao mesmo tempo, melhorar a experiência dos turistas, incluindo os serviços comerciais, os transportes dentro da cidade”, disse, explicando que tudo está interligado. “Se os passageiros chegarem a Macau mas demorarem muito tempo a esperar por autocarros, além dos autocarros de casinos, precisam de chamar táxis ou carros privados e isso afecta a sua experiência em Macau, levando a que eles não pensem no futuro vir a Macau. Escolhem outros aeroportos”. Além disso, Samuel Tong frisa ainda outro desafio que o aeroporto enfrenta: a conclusão da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. “Quando as pessoas de Macau ou da China continental conseguirem chegar a Hong Kong em 30 minutos, em vez de apanharem ferry, ainda haverá mais competição para Macau”. O analista sugere uma separação de trabalhos entre vários aeroportos. “Fiz um estudo, acho viável fazer como se faz em Londres: os aeroportos da zona do Delta podem [formar sinergias]. Por exemplo, Hong Kong responsabiliza-se por voos internacionais, Macau pode fazer mais voos de baixo custo e voos comerciais que servem para as MICE e Jogo”. Tong admite que é difícil chegar a esse ponto, devido aos interesses de cada parte. Um mini-aeroporto O director do Departamento de Infra-estruturas da CAM assegura que uma das grandes preocupações da empresa são os passageiros. Macau, contudo, não é tão difícil de agradar como os grandes aeroportos na opinião do responsável, precisamente pelo tamanho. “A nossa vantagem é ser pequeno. Sendo um aeroporto de dimensão pequena conseguimos fornecer serviços facilitados e eficazes para os passageiros. Além disso, introduzindo um sistema informático para criar um Aeroporto mais tecnológico, diminuímos o tempo de espera dos passageiros. A criação de um “aeroporto verde” é também um dos trabalhos principais da CAM. Sandro Hou explicou que, no ano passado, a Associação Internacional de Aeroportos emitiu um certificado de redução de emissões. Samuel Tong “Melhorámos o sistema do ar-condicionado há vários anos. Utilizamos lâmpadas LED e uma parte dos carros eléctricos funcionam no hangar de aviação, assim como adquirimos uma máquina que transforma restos de comida em adubo. Tudo isso é para a protecção ambiental”. Na zona de Chegadas do Aeroporto, encontrámos Vivian e Lilian. São amigas, proveniente de Cantão. A primeira impressão do Aeroporto para elas? É pequeno, mas vale a pena vir a Macau para apanhar voos baratos para viajar para a Tailândia, por exemplo, até porque a diferença de preços face a Cantão é de centenas de patacas. Vivian elogia ainda o transporte entre o Aeroporto e as Portas do Cerco. Lilian considera que o Aeroporto de Macau é mais moderno, ainda que comparado com o de Cantão, “seja apenas um mini-aeroporto”. Falta é, dizem, adicionar um tapete rolante para facilitar o transporte de bagagens. Na fila de espera do check-in, encontrámos o senhor Ho, um comerciante local, que tem de viajar seis vezes por mês por causa do trabalho. Diz que o aeroporto de Macau é demasiado simples e não se mostra muito satisfeito com a segurança. “Os funcionários são mal-educados. Só verificam as bagagens mas parece que são superiores a nós. É preciso melhorar. Este residente de meia-idade considera que o Aeroporto de Macau não se pode comparar com o de Hong Kong, nem de Singapura. Ainda assim, elogia a zona de fumadores: o ventilador tem boas condições. O senhor Ho diz ainda que não gosta que existam poucos restaurantes. Além de lojas isentas de imposto no terminal, não há mais instalações, diz, tendo ainda outras queixas. “A Air Macau é famosa pel atraso de voos”, avançou Ho, que já teve várias experiências destas. Chon é também residente de Macau e não gosta do Aeroporto pela sua “impressão demasiado simples e por não ter quase nada”. Contudo, o facto do Aeroporto ser mais pequeno, faz com que seja mais fácil chegar ao avião. “Não é como noutros aeroportos, onde é preciso gastar muito tempo à procura da porta”. Mais lojas é um dos pedidos da jovem.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeIAS | Jogo problemático sai da alçada da Toxicodependência A partir de Janeiro, o Instituto de Acção Social (IAS) vai passar a ter a Divisão de Prevenção e Tratamento do Jogo Problemático, saindo do actual departamento da Toxicodependência. Será ainda criada a Direcção dos Serviços Correccionais [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]fusão da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) com a Direcção dos Serviços de Reforma Jurídica e de Direito Internacional (DSRJDI) vai levar a mudanças internas no Instituto de Acção Social (IAS). A principal prende-se com a criação de uma divisão exclusiva para lidar com o vício do Jogo, que até então funcionava sob alçada do departamento que lida com casos de droga. Segundo a apresentação ontem feita em conferência de imprensa do Conselho Executivo, vai ser criada a Divisão de Prevenção e Tratamento do Jogo Problemático, incluída no Departamento de Prevenção e Tratamento da Dependência do Jogo e da Droga. O mesmo departamento vai ainda incluir a Divisão de Tratamento e Reinserção Social, bem como a Divisão de Educação para o Combate à Toxicodependência. O Governo entende que “com o desenvolvimento da indústria do Jogo e de entretenimento, os problemas causados [pelo vício do jogo] a indivíduos, a famílias e à sociedade tornam-se cada vez mais complexos, pelo que é necessário alargar a dimensão dos trabalhos de prevenção, aprofundar os trabalhos sobre aconselhamento para a abstenção, promover o jogo responsável, dar atenção à população de alto risco e prestar os serviços de apoio aos trabalhadores da indústria do Jogo”, lê-se num comunicado divulgado. O IAS vai ainda acolher o Departamento de Reinserção Social, que até então estava sob alçada da DSAJ, ficando com um total de seis departamentos e 17 divisões. O número de trabalhadores passará dos actuais 192 para 232. O Executivo também decidiu criar uma nova direcção de serviços onde ficarão integrados o Instituto de Menores (IM) e o Estabelecimento Prisional de Macau (EPM). É a Direcção dos Serviços Correccionais, que vai assegurar “a gestão dos serviços prisionais e a execução de medidas tutelares dos jovens internados”. A nova direcção ficará encarregue de gerir o Fundo Correcional, ficando com um total de 139 trabalhadores. Já o corpo de guardas prisionais da direcção vai contar com 617 profissionais. Esta alteração prevê ainda a revogação do regulamento administrativo sobre o EPM, que data de 2003.
Flora Fong SociedadeEscola Sam Yuk | Pais exigem mudança de directores [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m grupo de pais dos alunos da Escola Secundária Sam Yuk revelam estar insatisfeitos com o ensino, a qualificação dos professores e os donativos cujos alunos serão obrigados a conceder à instituição. Segundo uma carta da autoria dos pais, divulgada pela Macau Concelears, os encarregados de educação exigem a saída dos actuais directores da escola, Brian Yuen Yau Wong e Wai Si Man. Os pais estarão mesmo a ponderar pedir uma investigação ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC), já que suspeitam da existência de relações de interesse. Os encarregados de educação queriam avançar com uma recolha de assinaturas em frente à escola para a saída dos actuais directores, mas segundo disse ao HM Choi, mãe de um aluno, a acção foi cancelada por temerem que a iniciativa prejudicasse os estudantes. A acção está a ser agora seguida por advogados. Em Maio deste ano, a escola Sam Yuk foi acusada de obrigar os alunos a doar 4500 patacas para um projecto de produção de biogás em Sichuan, China, quando fizeram a visita de estudo paga pelos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). Apesar da DSEJ ter obrigado a escola a devolver o dinheiro pago pelos alunos, conforme uma carta também divulgada pela Macau Concelears, os pais afirmam que os alunos “sofrem pressões vindas da escola”. “Depois da descoberta desse caso, a direcção da escola deu a entender que os alunos que prejudicam a reputação devem ser excluídos”, pode ler-se. Ao nível da qualidade do ensino, os pais revelam ter muitas dúvidas, sobretudo na área do ensino especial. “A educação especial da escola não atingiu a maturidade, mas continua a receber alunos com necessidades educativas especiais, o que aumenta a pressão sentida pelos professores e o progresso no estudo dos outros alunos”, refere a carta. Mesmo que a Sam Yuk tenha assistentes sociais, os pais indicam que “os professores não deixam os assistentes sociais contactar os alunos”, sendo que terá sido pedido a estes profissionais para “piorar a avaliação dos alunos de educação especial”. A realização de visitas de estudo também não agrada os pais. “Quando os professores acham que as agências de viagens escolhidas não têm boa qualidade e começam a compará-las com outras, os responsáveis da escola pedem a esses professores para que não coloquem demasiadas questões”, apontam. Além disso, a qualificação de professores também não satisfaz os pais. A carta avança que a escola “decide à vontade a mudança de um professor da secção chinesa da escola para a secção inglesa”. “São duas secções diferentes, ao nível dos modelos de ensino e das línguas. Como é que a escola pode fazer isso, sob a implementação do Quadro Geral do Pessoal Docente das Escolas Particulares do Ensino Não Superior? Será que a DSEJ acompanha com a situação?”, lê-se na carta. A DSEJ foi chamada a intervir no caso no ano passado, tendo até alertado a instituição.
Joana Freitas SociedadeMagistrado que tem de deixar Macau recebe Louvor do MP [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]procurador do Ministério Público (MP), Ip Son Sang, atribuiu um certificado de louvor ao magistrado português Vítor Coelho, que vai sair de Macau devido à ausência de autorização do Conselho Superior do Ministério Público de Portugal para se manter em funções. Vítor Coelho é magistrado do MP há 16 anos e deixa a RAEM no final deste mês, para regressar a Portugal. “[O magistrado] dedicou-se empenhadamente ao exercício das suas funções e contribuindo com a sua rica experiência e conhecimento profissional para o trabalho do Ministério Público, pelo que lhe é conferido louvor”, refere um despacho ontem publicado em Boletim Oficial e assinado pelo Procurador, Ip Son Sang. O despacho indica que o procurador-adjunto voltará para Portugal “devido a motivos pessoais”. Este é, contudo, um dos procuradores que vai regressar a Portugal devido à exigência de Portugal para que regressem ao país, não lhes renovando a licença especial para exercerem no território, nem permitindo outras licenças. O MP já disse que vai abordar o assunto com as entidades portuguesas. O HM tem tentado, sem sucesso, obter esclarecimentos de Portugal desde a semana passada.
Tomás Chio SociedadeTribunal | Agentes envolvidos em agressão condenados a sete anos de prisão [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s quatro agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) envolvidos num caso de agressão a um homem da China continental foram condenados pelo Tribunal Judicial de Base (TJB) a sete anos de prisão. A decisão é final, depois de ter sido interposto um recurso para o Tribunal de Segunda Instância (TSI), que confirmou a sentença do TJB e devolveu o caso ao TJB. O caso remonta a 2007, quando o homem da China continental foi detido pela polícia e, no Comissariado para onde foi levado, foi agredido, quando estava a ser interrogado e depois de ter partido o nariz a um dos agentes. O suspeito ainda foi levado ao hospital, mas acabou por morrer. A defesa do suspeito pedia condenação por homicídio, mas o tribunal considerou que este não se deu como provado, condenando os polícias por crime de ofensa grave à integridade física. De acordo com o jornal Ou Mun, o juiz manteve a decisão de punir os agentes com pena de prisão e com o pagamento de uma indemnização de 1,7 milhões de patacas, um aumento de 500 mil patacas face à primeira sentença antes do recurso. “Apesar do advogado [dos polícias] ter trazido mais testemunhas durante o processo, estes não são fortes e o tribunal não tem a certeza que os quatro agentes foram os perpetradores do homicídio. Mas os agentes sabiam que o homem foi agredido e precisava e assistência médica não lhe prestaram qualquer tipo de auxílio até à morte, pelo que foram considerados culpados pelo crime de ofensa grave à integridade física”, disse o colectivo do TJB, citado pelo Ou Mun. O relatório da autópsia apontou para um cenário de agressão violenta contra o suspeito, que apresentava feridas no peito, mãos e pés.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHepatite C | Novo medicamento estará disponível no São Januário, mas doentes dizem que não sabem de nada O Sofosbuvir – medicamento que promete a cura total da hepatite C sem efeitos secundários – já estará disponível no Hospital Conde de São Januário. No entanto, os doentes negam a informação e dizem nada saber, sendo que muitos já estão a ser tratados em Portugal [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo parece finalmente ter desbloqueado o processo para a chegada do novo medicamento contra a Hepatite C em Macau, de nome Sofosbuvir. A informação foi confirmada ao HM pelo Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, depois de muita polémica devido à ausência no mercado. “O Governo presta muita atenção a esta situação e os pacientes devem ser primeiro consultados pelo corpo médico do Centro Hospitalar Conde de São Januário, para que seja decidido o melhor tratamento. No entanto, pacientes locais estão já a ser tratados com a hepatite C com o novo medicamento”, confirmou o Executivo através de resposta escrita. O Secretário assegurou, há poucos meses, que já tinha autorizado a proposta, mas que faltava um parecer dos Serviços de Saúde (SS) para avançar com o processo. Agora, garante que já há doentes a serem tratados com o medicamento. “É mentira”, dizem os doentes Apesar das declarações de Alexis Tam, um paciente e uma ex-portadora de Hepatite C dizem nada saber e afirmam que “é mentira”. João Castro e Ana Rute Santos, que tiveram conhecimento da notícia pelo HM, mostraram-se surpreendidos e afirmam que vão hoje deslocar-se ao hospital público para terem mais informações. “Acho muito estranho que isso seja assim. Não há doente nenhum a ser tratado com o Sofosbuvir. Se isso for verdade, acho muito estranho que a Dra. Filomena [Barros, do serviço de Infecciologia do São Januário] me tenha omitido isso. O que sei pela Dra. Filomena é que foi proposta a aquisição do medicamento. Que ele está a ser dado, é mentira”, disse João Castro ao HM. Este paciente, que já sofre de problemas renais derivados da falta de tratamento da Hepatite C, está em lista de espera para ter acesso ao medicamento em Portugal, que é comparticipado. “Tive consulta com a médica Filomena [Barros] e ela não me disse nada. Ninguém está a ser tratado. Escrevi uma carta ao Secretário [Alexis Tam] em finais de Setembro e dei-lhe conhecimento da minha situação. O Secretário dirigiu a resposta ao director do hospital [Kuok Cheong U], que me respondeu que a hepatite C não era considerada uma doença urgente e que teria de aguardar a aquisição do medicamento”, explicou ainda. Ana Rute Santos, que já foi doente de Hepatite C e cujo marido tem a mesma patologia, garante que não sabe de nada. “Tivemos consulta e a médica não lhe disse nada. Há outra senhora que está a fazer o tratamento em Portugal e agora, em finais de Novembro, a própria médica [Filomena Barros] pediu-me para encaminhar um doente para ser tratado em Portugal, pelo facto do medicamento não lhe ser dado”, disse. “Penso que existe uma contradição, porque a médica viu o meu marido na primeira semana de Dezembro e ela não disse nada. Marcou nova consulta para Janeiro. Mas se isso é verdade, é a resposta aos desejos do meu coração”, adiantou Ana Rute Santos, que foi tratada em Macau com o medicamento Interferon, que possui vários efeitos secundários e que não pode ser administrado em todos os doentes. O HM confrontou o Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura com as declarações dos doentes, mas até ao fecho desta edição não foi obtida uma resposta. Pedido de apoio Desde Fevereiro que o Sofosbuvir é totalmente comparticipado em Portugal, apesar do elevado preço, tendo já garantido a cura de muitos doentes. Em Macau, o fármaco já existe no hospital Kiang Wu a 500 mil patacas (o seu preço original ronda os 41 mil euros). A situação dos doentes de Macau tem sido acompanhada de perto pela Associação SOS Hepatites, que foi também questionada sobre a chegada do Sofosbuvir ao território. Contudo, até ao fecho desta edição, não foi obtido qualquer esclarecimento. Há cerca de uma semana, Emília Rodrigues, presidente da Associação, disse existir a ideia de contactar o Governo de Macau para dar apoio financeiro aos doentes locais. “Estou a tratar de fazer esse contacto, enviei um email para a Associação dos Médicos de Língua Portuguesa para conseguirmos trazer os doentes a Portugal. Neste momento tenho três doentes portugueses em Macau a fazer o tratamento. Eles estão a chegar a Portugal num estado muito avançado da doença, como por exemplo doentes com cirrose, cujo único tratamento será o transplante. Neste momento temos o medicamento que cura e temos de chegar aos doentes e não deixarmos que a doença avance, para que possam ser tratados”, referiu a responsável, que está a fazer este pedido em conjunto com Rui Tato Marinho, médico do serviço de Gastrenterologia e Hepatologia do Hospital de Santa Maria e também presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. “Sem esse apoio [financeiro], a maioria dos doentes não conseguirá vir cá e, havendo essa possibilidade, seria óptimo. O medicamento é completamente grátis, temos é a deslocação do doente, a comida, a viagem e essa parte é que nos preocupa, porque nem todos os doentes vão ter dinheiro para isso”, rematou.
Filipa Araújo Manchete SociedadeIC | Primeiros dez imóveis entram em processo de classificação Já está pronta a lista dos primeiros dez imóveis propostos para classificação como Património Cultural. Templos, casas e antigas muralhas foram as prioridades do IC, que espera agora pelos resultados da avaliação do Conselho do Património Cultural e da consulta pública que arranca no final do mês [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) já decidiu: da lista dos 70 imóveis não incluídos na Lista de Património Cultural, dos quais metade pertencem a privados, o instituto avançou com a classificação de dez imóveis. Apenas um deles é privado e, entre todos, inclui-se a sede do Instituto de Acção Social. “Estes são os primeiros [imóveis], depois vamos avançar com os outros. Precisamos de recolher mais informações”, explicou Guilherme Ung Vai Meng, presidente do IC, durante uma conferência que inaugurou o processo de classificação. O responsável justifica a escolha pelo facto de os imóveis estarem “ameaçados ou em estado urgente de conservação”. Rezas e paisagens Neste primeiro grupo proposto para classificação de bens imóveis de Macau estão incluídos quatro templos de Foc Tac Chi, o Deus da Terra, situados no Bairro da Horta da Mitra, Rua do Teatro, Rua do Patane e na Rua do Almirante Sérgio. A antiguidade, urgência e importância foram os critérios, explicou o presidente, da escolha do IC. O instituto propõe a classificação destes templos como monumentos. Antiga farmácia Chong Sai As antigas muralhas da cidade são também imóveis apontados pelo Governo para serem alvo de classificação. “As muralhas foram, no passado, importantes na defesa militar de Macau. Durante um longo período na história, desempenharam um papel fundamental na manutenção da segurança da cidade”, argumenta o IC. A característica de construção europeia é também um dos pontos de argumentação usados por Guilherme Ung Vai Meng. “Para mim o mais importante são as muralhas. Uma obra do século XVII, de construção europeia. Ninguém mais tem isto”, defendeu o presidente. A antiga farmácia Chong Sai, local de trabalho do líder da revolução chinesa, Sun Yat-sen, é um imóvel “extremamente importante”, tendo sido construído em 1892. Agora poderá entrar na lista do património. “Este foi também o local de uma das primeiras farmácias e consultório privado de medicina ocidental explorada por um chinês na história de Macau, representando uma plataforma para o contacto entre os chineses e a medicina ocidental”, defendeu o IC. A sede do IAS, conhecida como Casa Azul O antigo Estábulo Municipal de gado bovino (conhecido como Armazém do Boi) e o Canil Municipal de Macau fazem também parte da lista de candidatos, sendo que o seu espaço poderá ser, indicou o presidente, aproveitado para actividades culturais. A famosa Casa Azul, ocupada por alguns serviços do Instituto de Acção Social (IAS) na Estrada do Cemitério e a antiga residência do general Ye Ting terminam as candidaturas de imóveis públicos para classificação. O que é meu é teu O único imóvel de tutela privada proposto para integrar a lista é o número da Rua de Manuel de Arriaga, muito polémico por ter sido alvo de uma demolição parcial. Guilherme Ung Vai Meng indicou que ontem, no dia que arrancou o processo de classificação de património, também o proprietário do edifício foi avisado. O nº 28 da Manuel de Arriaga é o único imóvel privado na lista Assim, seguindo a lei vigente, se a partir deste momento o proprietário quiser avançar com alguma obra no imóvel terá de informar de antemão o IC, para que sejam autorizadas ou não. As obras de manutenção estão também em cima da mesa, pois, como explicou o presidente, qualquer proprietário que se recuse a fazê-las passa essa responsabilidade para o IC, ainda que seja o proprietário quem terá que as pagar. Caso o proprietário avance com as obras de manutenção, este poderá contar com o apoio material – e não monetário – do IC. Ainda assim, garante o presidente, há dinheiro do Governo disponível para ajudar a suportar os custos. O processo de classificação desta primeira lista de imóveis terminará nos próximo 12 meses. “Até ao final do próximo ano teremos uma decisão”, garantiu Guilherme Ung Vai Meng, que adiantou ainda que esta lista vai a consulta pública, a partir de dia 28.
Flora Fong SociedadeInquérito mostra falta de conhecimento profissional sobre drogas [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m inquérito da Associação de Promotora de Saúde de Macau mostra que os profissionais de saúde não têm conhecimentos suficientes sobre o abuso de drogas, nem conseguem emitir alertas aos toxicodependentes. O Instituto de Acção Social (IAS) quer reforçar a formação. Segundo o Jornal Ou Mun, a Associação publicou na terça-feira o resultado da investigação dos “Conhecimentos de Profissionais de Saúde de Macau sobre o Abuso de Drogas”, onde conseguiu cerca de mil questionários feitos aos profissionais de saúde de hospitais e de instituições comunitárias. O resultado mostra que apenas 56,7% dos profissionais de saúde entrevistados conseguem observar se os pacientes consomem drogas através de sintomas físicos ou sinais de comportamento. U Wai Ang, presidente da Associação, acha que os alertas de profissionais de saúde aos toxicodependentes não são suficientes. O inquérito mostra ainda que apenas 14,9% dos profissionais entrevistados tem conhecimentos correctos sobre o assunto, sendo que a nota média dos conhecimentos básicos dos profissionais sobre o abuso de drogas é de 3,78 pontos (o máximo é seis pontos). Outros 32,2% dos profissionais afirmam desconhecer que consumir drogas é ilegal. Pun Sio In, vice-presidente da Associação, aponta que os conhecimentos destes profissionais de saúde devem ser mais abrangentes, para que possam ser fornecidas instruções o mais rapidamente possível sobre a matéria. Hoi Pou Wa, chefe substituta do Departamento de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência do IAS, concorda que é necessário reforçar a formação dos profissionais de saúde devido aos “fracos conhecimentos básicos sobre o abuso de drogas”, sobretudo sobre os novos tipos de estupefacientes e a legislação existente.
Leonor Sá Machado Manchete SociedadeEcologia | SJM está disponível para aderir a shuttle bus eléctricos Ambrose So concorda com a introdução de shuttle bus eléctricos na frota dos casinos e é apologista de políticas que melhorem a qualidade do ambiente [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Sociedade de Jogos de Macau (SJM) está aberta à ideia de substituir a sua frota de shuttle bus por automóveis eléctricos. A confirmação vem do director executivo da empresa, Ambrose So, que garantiu ao HM que a SJM “está aberta para pensar em novas ideias de ajudar o meio ambiente”, incluindo implementar shuttle bus ecológicos. “Claro, estou mais do que aberto à ideia e até já se ofereceram para me dar um carro para experimentar”, disse, acrescentando que é, aliás, oportuno fazê-lo. “Macau tem condições para implementar, nas empresas de Jogo, o uso de shuttle bus eléctricos. É uma terra pequena e a única coisa que é preciso é resolver o problema da demora no tempo de recarregamento das baterias”, explicou Ambrose So. Em declarações ao HM na abertura do Fórum sobre Energias Verdes, So adiantou, no entanto, que estava ali presente um especialista que já sabia como resolver esta problemática. Estes veículos podem então ser recarregados em 20 minutos e andar até 180 quilómetros por hora. Questionado sobre o que é necessário para que esta ideia passe do papel à prática, o líder da SJM fala de “colaboração entre entidades privadas e o Governo” e diz que “as operadoras vão ter que aderir a isto um dia”. Na opinião de Ambrose So, os actuais shuttle bus são “poluentes”. Agora partirá apenas dos utilizadores em aceitar a ideia, dos responsáveis pelo fornecimentos dos carros em aderir à política e dos casinos em substituir a frota. A cor da esperança “Proteger o globo é uma responsabilidade de todos nós, tudo isto é essencial para preservar o planeta”, disse Ambrose So. O responsável vai mais longe e prevê mesmo que o sector das energias renováveis se torne, num futuro próximo, “uma das grandes economias emergentes”, algo que justifica com a premente necessidade de apostar numa melhoria da qualidade do ar e da vida dos cidadãos. “Penso que a China tem vindo a esforçar-se bastante, mas também a poluir bastante por ser uma das maiores potências mundiais. Estão é a perceber agora que isto é insustentável a longo prazo e por isso acredito que vão seguir as guias às quais se comprometeram”, acrescentou ao HM. Questionado sobre se acredita que a China vai mesmo ser capaz de cumprir tudo isto, o director executivo apenas lançou um “tem mesmo que o fazer”. Os painéis que ontem deram início ao Fórum sobre Energias Verdes – que decorre até hoje no Sands Cotai – focaram-se no uso do carvão, de luz solar e outras energias. O Fórum vem precisamente na linha da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), que teve lugar em Paris. Em cima da mesa estiveram vários problemas, nomeadamente a poluição provocada pela China e a assinatura de um acordo onde vários países deixaram a promessa de contribuir para um futuro mais verde.
Joana Freitas SociedadeMacau poderá integrar lista de cancros mais comuns em países desenvolvidos [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]Macau poderá vir a ser incluído no mapa dos locais com cancros mais comuns em países desenvolvidos. A análise foi feita por Roberto Zanetti, presidente da Associação Internacional de Registos de Cancro, que esteve em Macau para uma reunião com o Chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Lam Chong, e os representantes do Núcleo de Prevenção de Doenças Crónicas e Promoção de Saúde. Segundos os dados entregues ao responsável, o cancro do cólon e da mama já se tornaram nos principais cancros em Macau e, ainda que o trabalho de prevenção e tratamento de cancro tenha sido “elogiado”, Zanetti assegura que existe uma tendência de que Macau “passe a fazer parte do mapa de cancros dos países desenvolvidos”. Os tipos de cancro mais comuns nesses países são o do fígado e do estômago, que também integram a lista dos que mais acontecem em Macau. “[Os dados] demonstram que o mapa de cancros de Macau [ainda] detém características dos países em desenvolvimento, todavia, Zanetti elogiou Macau devido às altas taxas de sobrevivência dos principais cancros no prazo de cinco anos, revelando que o nível de prevenção e tratamento de cancro em Macau atinge um nível internacional avançado”, pode ler-se num comunicado dos Serviços de Saúde. Macau conseguiu, por isso mesmo, incluir-se na última publicação de “Incidência de cancro em cinco Continentes (CI5)”, um sistema utilizado em diversas regiões mundiais para efeitos de vigilância da situação epidemiológica do cancro durante cinco anos consecutivos.
Joana Freitas Manchete SociedadeMagistrados | MP vai “discutir” questão de regresso com autoridades O MP vai discutir com Portugal a questão de regresso de magistrados, mas de lá ainda não se ouviram quaisquer declarações sobre o caso [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Ministério Público (MP) assegurou ontem em resposta ao HM que vai discutir com Portugal a questão do regresso de magistrados portugueses em Macau ao país. Numa resposta que chegou tardia face ao pedido de esclarecimentos feito pelo HM na semana passada, o MP não adiantou pormenores sobre quando o irá fazer. “Com base no regulado pela Lei de Bases da Organização Judiciária e Estatuto dos Magistrados, o Ministério Público da RAEM irá discutir atempadamente com Portugal sobre este assunto”, pode ler-se na resposta, que não adianta, contudo, se Macau foi informado da decisão de Portugal anteriormente. A notícia avançada pelo HM na semana passada dava conta, recorde-se, que Portugal não está a renovar as licenças para que os magistrados possam exercer em Macau, fazendo com que não tenham outra hipótese se não o regresso ao país – isto porque também outras licenças e vias estão a ser negadas. Da parte de Portugal ainda não há – apesar das diversas tentativas do HM – um esclarecimento. O HM sabe que, além de Vítor Coelho, também Joaquim Teixeira de Sousa se terá de despedir de Macau em Agosto de 2016. Os outros dois magistrados estão na mesma situação, ainda que tenham outras vias que ainda lhes permitam cá ficar mais tempo do que Coelho e Teixeira. Já Macau garante querer magistrados portugueses por cá. “Existem quatro magistrados do Ministério Público de Portugal que estão a prestar serviço no Ministério Público da RAEM, dois dos quais vão voltar para Portugal no fim deste ano e em Agosto de 2016, respectivamente. Considerando a relação histórica entre Macau e Portugal, são bem-vindos os magistrados de Portugal para virem trabalhar em Macau”, pode ler-se. Em declarações à Lusa na sexta-feira, o presidente da Associação dos Advogados de Macau confirmou que há menos licenças emitidas e renovadas por Portugal para magistrados e funcionários públicos exercerem funções em Macau, o que considerou “um desastre” para a presença portuguesa na região.
Tomás Chio SociedadeGabinete de Taipei em Macau nega problemas com estudantes [dropcap style=’circle’]L[/dropcap]u Chang-Shui, director do Gabinete da Delegação Económica e Cultural de Taipei em Macau, disse ao HM que a carta publicada por Sou Ka Hou na imprensa chinesa, a propósito de alegadas burocracias que prejudicam estudantes de Macau em Taiwan, não passam de uma “difamação”. Lu Chang-Shui considera que os estudantes têm de seleccionar a forma certa para se inscreverem no ensino superior da Ilha Formosa. “Temos o privilégio de ter estudantes de Macau a estudar no ensino superior de Taiwan, porque são alunos com boa personalidade e um bom comportamento. Mas eles têm de escolher a forma certa para se matricularem”, considerou. “O exame de admissão é só para os estudantes chineses ultramarinos, residentes de Macau com passaporte de Macau e aqueles que obtiveram o passaporte português antes da transferência de soberania. Quem tenha obtido o passaporte português depois de 1999 é identificado como um estudante estrangeiro e não precisa de participar no exame de admissão, podendo inscrever-se directamente nas universidades”, explicou Lu Chang-Shui ao HM. O responsável pelo gabinete acredita que os “estudantes devem ler os regulamentos com mais cuidado e compreender as instruções e, caso haja alguma confusão, podem consultar-nos”. Contudo, diz, os alunos devem “clarificar a sua identidade”. “Os nossos funcionários também verificam a identificação dos estudantes de Macau quando eles entregam as informações para o exame e as regras são explicadas de forma clara”, disse ainda Lu Chang-Shui. “Vamos auxiliar todos os estudantes que estudam em Taiwan que tenham o problema de identificação e o nosso departamento de educação está a rever a regulação para os estudantes chineses ultramarinos. Quando existir alguma revisão vamos dizer ao Governo da RAEM. Nunca pediríamos aos estudantes para abandonarem a sua nacionalidade portuguesa. Este tipo de rumor é fabricado e errado e é uma difamação para nós”, rematou o responsável. Sou Ka Hou, ex-presidente da Associação Novo Macau (ANM) e actual estudante de mestrado em Taiwan, publicou uma carta no Jornal do Cidadão onde refere que, devido aos problemas burocráticos, muitos estudantes acabaram por deixar os estudos superiores ou terão sido aconselhados a porem de lado o passaporte português.
Filipa Araújo Manchete SociedadeCaso Dore | Lesados criticam investigação e ausência de respostas As vítimas do caso Dore criticam a ausência de respostas das autoridades no caso e criticam a investigação. Para Pereira Coutinho, é preciso resolver esta questão para sempre [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s lesados do Caso Dore criticaram ontem a investigação levada a cabo pelas autoridades, dizendo que há coisas que ficaram por explicar. Sem desistir daquilo que dizem ser os seus direitos, as vítimas do caso da sala VIP no casino Wynn voltaram ontem a chamar a atenção aos governantes de Macau. “Entregámos uma carta na sede do Governo, dirigida ao Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, e ao director da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogo (DICJ), Paulo Chan”, indicou ao HM Lou, uma trabalhadora de uma sala VIP, envolvida no caso. Os lesados dizem estar com muitas dúvidas no processo de investigação. Lou indica que a falta de uma investigação à própria empresa, a Dore Entertainment, levanta muitas suspeitas. “Porque é que só foi investigada a contabilista que furtou o dinheiro? E o que é que se passa com a Polícia Judiciária (PJ), que já passaram três meses e a nossa queixa ainda não recebeu qualquer feedback?”, queixou-se Lou. “O director da DICJ disse, na Assembleia Legislativa, que o depósito do nosso dinheiro é legal, então porque é que ainda não tratou da nossa questão? Porque é que só defende que o depósito com juros altos têm riscos? Mas quem é que lhe disse isto? Muitos lesados como eu colocaram o dinheiro na sala VIP por causa do trabalho, ou seja, muitas vezes temos clientes que querem jogar nas salas VIP da Dore e, assim, os trabalhadores podiam levantar logo o dinheiro para eles jogarem”, argumenta a funcionária. Das autoridades, conta, só chegam desculpas de “coordenação de trabalhos”. “A [PJ] diz que é preciso coordenar com as autoridades internacionais, mas não dizem até quando. Eu pergunto: até quando?”, remata. Apoio incondicional O deputado José Pereira Coutinho, apoiante da causa desde início, explicou que também desta vez a Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM) voltou a marcar o seu apoio aos queixosos. “Esta é uma situação que não se pode repetir. Situações desta natureza em que as pessoas saem prejudicadas não podem voltar a acontecer. Se pensarmos bem, e não é preciso muito, este não é o primeiro caso em que os cidadãos ficam prejudicados. Como por exemplo, o jogador que ganhou o primeiro prémio numa slot-machine e depois é que lhe disseram que ela estava avariada. Isto não está certo”, explicou o também presidente da Associação. Situações destas, diz o também deputado, descredibilizam o sector do Jogo. “Pior que isto é ainda a inércia do Governo. Não faz nada. É uma falta de responsabilidade e de regulamento da indústria do Jogo”, argumentou, frisando a necessidade de um maior controlo. Os lesados têm avançado com protestos e actividades de luta pelos seus direitos ao longo das últimas semanas, algo que para o deputado é perfeitamente razoável. “Não tenho acompanhado todas, mas apoio a sua causa, porque acho toda esta situação injusta, acho que estes trabalhadores foram muito prejudicados. É preciso resolver este assunto de forma perpétua. Eles manifestam-se em vários sitos e muitas vezes e eu apoio”, rematou. O caso Dore diz respeito ao desvio de cerca de dois mil milhões de dólares de Hong Kong pela contabilista chefe da sala VIP, Chao Ioc Mei, há cinco meses. A Wynn Macau garantiu há uns meses estar a acompanhar a situação da empresa junket e diz que a própria em nada está envolvida do caso de desvio de dinheiro. Já foi entregue meia centena de queixas à PJ, mas ainda não há quaisquer resultados, sabendo-se apenas que a funcionária deixou o território.
Flora Fong SociedadeCapitol | Dono fala de ocupações ilegais e concordância na renovação [dropcap style=’circle’]W[/dropcap]illiam Kuan Vai Lam, director-geral da empresa de desenvolvimento proprietária do Centro Comercial Teatro Capitol, disse que 80% dos proprietários concordam com a renovação do espaço. Os cinco vendilhões, diz ainda, têm “obstruído os espaços de forma ilegal”. Em entrevista ao HM, a família Leong, arrendatária dos cinco espaços de venda de sumos e comida rápida, explicou que a empresa nunca falou dos projectos de renovação do espaço, sendo que tiveram conhecimento da notícia pela TDM. Desde então têm sido acusados de ocupar os espaços públicos, tendo sido exigida a sua saída em Janeiro. Já ao jornal San Wa Ou, William Kuan disse que a maioria concorda com os projectos de renovação, que estarão ligados às indústrias culturais e criativas, estando prevista a reconstrução de um cinema. “Já gerou consenso o facto da empresa de gestão original querer reorganizar as bancas dos vendilhões que ocupam os corredores e a entrada sem a autorização da comissão de gestão. Como todos sabem, são espaços públicos e as bancas têm obstruído a vista do centro e o corredor”, explicou o empresário que também já foi candidato a deputado à Assembleia Legislativa. Apesar de William Kuan falar de ocupação ilegal, a verdade é que a família de vendilhões tem pago rendas pelos espaços desde 1998, os quais têm sido geridos pela agência imobiliária Hang Kei Property Management. Contudo, os vendilhões de nada sabiam quanto à mudança para a comissão de gestão gerida por Tsui Meng Wa. William Kuan disse ainda ao San Wa Ou que a comissão de gestão é composta por todos os proprietários e funciona há dois anos, já estando a resolver o conflito sobre as despesas de condomínio, estando previsto o recrutamento de uma nova empresa.
Joana Freitas SociedadeEPM | Instituição assegura médias acima das nacionais no cômputo geral [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Escola Portuguesa de Macau (EPM) defende a qualidade de ensino na instituição, contradizendo o ângulo dos números apresentados pela Sic e Expresso, e citados pela Rádio Macau, que apresentam uma descida vertiginosa nas médias do 12º ano da instituição. Num comunicado enviado ao HM, a EPM assegura ter feito as contas: estas, diz, apresentam “resultados acima da média nacional em seis disciplinas num universo de oito disciplinas”, sendo que o “resultado obtido em Português influencia significativamente a média global da Escola”. Assinado pelo presidente da escola, Manuel Machado, o documento sublinha que, quando consideradas as 632 escolas que realizaram mais de uma centena de exames, a EPM ocupa o 197º lugar do ranking e não o 237º, como foi indicado pela imprensa portuguesa e citado pelo HM. A lista, elaborada pelo semanário Expresso e pela estação de televisão SIC com base em dados do Ministério da Educação, juntava mais de 500 escolas e indicava que, de um ano para o outro, a EPM tinha caído do 62º lugar para o 237º. A imprensa indicava ainda que a média mais alta foi de 12,78 valores, tendo sido obtida a Matemática, e que o Português foi a única disciplina com média negativa, de 9,97 valores. A EPM explica outras questões e contextos – tem uma média de 10,88 numa geral de 11,11 a nível nacional se forem contadas “oito disciplinas”. Ainda que não negue que a média é de 9,97 a Português quando contadas apenas quatro disciplinas, demonstra valores acima da média nacional em Biologia e Geologia, Física e Química A, História A e Geometria Descritiva A. A direcção tem também justificações para as quebras na média do Português. “Para o resultado acima referido contribuíram, na análise da Direcção da EPM, o número crescente de alunos cuja língua materna é o Chinês e, além disso, o facto de a maioria dos alunos de língua materna portuguesa ser já nascida em Macau e estar, por isso, imersa num meio que não é falante de Português. Pese embora este contexto, a Direcção da EPM sublinha que a média obtida pela escola nos exames nacionais é, na maioria das disciplinas, superior à nacional, o que demonstra a eficácia do ensino da Língua Portuguesa como meio de instrução”, apresenta o documento. A instituição diz ainda que também o quarto ano de escolaridade subiu 512 lugares de acordo com o ranking publicado pelo semanário Expresso, tendo obtido médias superiores às nacionais a Português e Matemática. “A EPM obteve a média de 73,4% a Português e de 68,9% a Matemática, ao passo que as médias nacionais foram de 65,6% e de 59,6% a Português e Matemática, respectivamente”, pode ler-se no comunicado. O nono ano subiu também, 32 lugares, com a média dos alunos a atingir os 68,9% a Português e de 70,1% a Matemática. “A média nacional é de 58% e de 48% a Português e Matemática”, relembra a escola, que indica uma descida de 72 lugares nas médias do sexto ano, onde, ainda assim, a média foi superior à nacional, chegando quase aos 60%.
Tomás Chio SociedadeTaiwan | Alunos prejudicados por terem passaporte português [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ou Ka Hou, ex-presidente da Associação Novo Macau (ANM), sugeriu ao Governo local que clarifique a identificação dos jovens de Macau que estudam no ensino superior de Taiwan, exigindo ainda uma simplificação dos processos. Numa carta enviada ao Jornal do Cidadão, Sou Ka Hou explica que recebeu muitos pedidos de informação de estudantes chineses ultramarinos de Taiwan sobre a sua identificação e como podem lidar com os processos burocráticos. Segundo o jornal, “muitos estudantes de Macau têm passaporte português por causa dos pais e aqueles que querem estudar em Taiwan têm de participar no exame de admissão, sendo que precisam de assinar uma declaração que comprove o nascimento em Macau”. Por serem portadores de passaporte português, estes alunos precisam de entregar uma prova em como os seus documentos foram feitos antes de 1999, ano da transferência de soberania de Macau para a China. Contudo, “o departamento de emigração não implementou esta medida com os mesmos padrões nos últimos 16 anos”. “À maioria dos estudantes com passaporte português não tem sido pedida a prova para o exame, mas nos últimos dois anos o departamento executou a medida com muito rigor. Normalmente os estudantes só entregam a prova com a orientação da Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) e enviam-na para o departamento de emigração, mas não existem instruções claras para eles e o processo é um pouco complicado, causando um problema de dupla identidade, de Macau e de Portugal”, escreve Sou Ka Hou na sua carta. Abandono forçado O antigo presidente da ANM disse ainda que “o maior problema é a identificação dos estudantes, pois os que têm passaporte português são considerados estudantes internacionais, mas estudam em Taiwan na qualidade de chineses ultramarinos”. O activista e estudante defende que muitos deles foram forçados a deixar os estudos na Universidade de Taiwan “por causa do problema da nacionalidade”. Sou Ka Hou frisou ainda que existem rumores de que “os funcionários do departamento de emigração de Taiwan terão dito aos estudantes que o problema se iria resolver caso estes abandonassem a sua identidade portuguesa”, o que terá causado confusão aos alunos. Estudante na Ilha Formosa, Sou Ka Hou rematou que “o Governo deve resolver este problema antes da realização do exame de admissão, clarificando a identidade destes alunos e deve discutir com Taiwan para se avançar com a simplificação do processo”.
Flora Fong Manchete SociedadeRecebidos 15 pedidos de ajuda de “jovens anónimos” em cinco meses Não saem de casa e, alguns, são viciados na internet. Os jovens anónimos continuam a ser um problema, tanto que – em cinco meses – quem os apoia já recebeu mais de uma dezena de pedidos de ajuda [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ó durante os últimos cinco meses, o Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui já recebeu 15 casos de “ jovens anónimos”– jovens problemáticos, que se fecham em casa, e outros que são viciados na internet – havendo ainda mais seis em avaliação. A maioria dos casos vieram de pedidos de ajuda dos pais, sendo que os responsáveis da associação entendem que a questão tem que ver com contextos familiares complicados. Os jovens anónimos caracterizam-se por adolescentes com tendência para não sair de casa e não ter vida social, sendo alguns deles viciados na internet e utilizadores frequentes de salas de chat e jogos online. O HM quis saber mais sobre esta realidade e Cabell Hoi, chefe dos serviços da associação, referiu que, até Dezembro, o Gabinete recebeu 15 casos – sete jovens anónimos e oito viciados na internet – e seis casos ainda não confirmados sob avaliação. “São três jovens com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos. Outros seis deles têm entre 16 e 20 anos, cinco têm entre 21 e 24 anos e um outro é mais velho”, começou por dizer. “De entre esses 15 casos, apenas um deles envolve uma rapariga”, continuou. Carson é um dos assistentes sociais da linha frente a contactar com os jovens anónimos e explica que o primeiro passo é tentar criar relações com eles. Elogiar para fazer viver O programa piloto para ajudar jovens anónimos e viciados na internet a minorar a dependência foi lançado em Agosto deste ano e conta com o apoio do Instituto de Acção Social (IAS), além dos Serviços Sociais Sheng Kung Hu, que dizem que fazer actividades é um dos primeiros passos para tal. “Por exemplo, fomos ao festival de gastronomia, jogámos basquetebol e computador com os adolescentes. Os serviços são feitos de forma personalizada, dependendo das suas necessidades. Através dos processos de criação de relações percebemos o que os jovens gostam de fazer, ou o que gostariam de fazer, mas nunca fizeram”, exemplifica Carson. “Assim damos-lhes mais energia positiva e confiança, elogiamo-los”, sublinha o responsável. Cabell Hoi e Carson Além disso, Carson conta que é muito importante fazer companhia aos jovens anónimos, algo justificado pela constante necessidade que têm de apoio. “Às vezes as famílias pedem-lhes que procurem emprego, mas não têm uma rede à volta, podem não ter confiança em seguir em frente para a entrevista de emprego”, diz, acrescentado ainda que é necessário “encorajá-los” e aconselhá-los, chegando mesmo a ser preciso fazer o acompanhamento na entrevista. Carson refere também que os serviços do Gabinete não se ficam por aí, abrangendo também os pais. “Não basta que os assistentes sociais contactem os jovens, até porque a esmagadora maioria do tempo é passado com a família, pelo que o apoio desta é muito importante”, confessa Carson ao HM. “Às vezes os membros das famílias preocupam-se muito com a situação, precisam também de aconselhamento emocional e temos de os visitar e conversar com eles”, indicou. As visitas periódicas também são importantes, sendo que a frequência mensal é uma das necessidades. Grandes dificuldades Questionado sobre a motivação dos jovens em pedir ajuda, Cabell afirma que a maioria dos casos veio de denúncias feitas pelos pais ou foram transferidos de outras entidades como do IAS. “Quando recebemos pedidos dos pais, normalmente, a situação já é grave, com casos de filhos que não saem de casa, nem contactam com outras pessoas. Só quando conseguimos fazer uma visita domiciliar e falar com os jovens é que o programa de ajuda realmente tem início”, frisa. Na verdade, a aceitação destes casos pela associação só acontece quando estes são realmente graves. “No início não nos deixaram sequer entrar em casa, tínhamos que voltar mais vezes e às vezes não podemos usar directamente o papel de assistente social, temos que mudar e tornarmo-nos amigos deles”. Nalgumas situações, os adolescentes já comunicavam com os assistentes, mas dispensavam a intervenção no seu dia-a-dia. Carson avançou que até ao momento apenas um jovem viciado na internet rejeitou a ajuda dos assistentes. “Foi a tia de um rapaz de 14 anos que nos pediu ajuda, mas quando fomos lá a casa, a mãe rejeitou abrir a porta. Neste caso, como a família não quer que ajudemos e acredita que não é grave, apenas observamos a situação de longe e damos a situação como encerrada, se não forem detectados incidentes”, disse. O choque do real O que mais chocou a chefe dos serviços foi o facto dos jovens anónimos poderem não ser completamente anti-sociais. Ainda que correspondam à imagem de jogador compulsivo de computador, alguns deles são até informados acerca das notícias da actualidade e de assuntos sociais. Outros criam redes de amigos nas redes sociais, mas nunca frente a frente. O objectivo disto, esclarece a responsável, é sempre o de evitar o choque com a realidade. “Muitos jovens fogem de más relações ou discussões com as famílias. Noutros casos é na escola que não têm amigos”, explica. “Fecham a porta do quarto, podem não só ir à internet, mas também ver televisão ou fazer outras coisas que os seus familiares desconhecem. Descobrimos que, no caso dos jovens anónimos, muitos dos contextos familiares são complicados”, lamenta. O alerta principal para detectar se um jovem deve ser considerado “anónimo” é a reclusão doméstica por pelo menos um mês com um elevado grau de desconexão social. E um mês pode significar apenas o início. “Há casos de pessoas que não saem de casa há mais de três meses e até mesmo anos, como o de um jovem com mais de 20 anos que permaneceu anónimo durante dez anos”, conta ao HM. Segundo a responsável, este só abandona o domicílio para ir ao supermercado, mas a ajuda da família livrava-o quase sempre de ter que sair. Embora o público-alvo deste programa vá dos dez aos 24 anos, a associação confessa estar a tratar do caso de uma pessoa com 40 anos. “Mesmo que não esteja na nossa rede de idades, esperamos poder continuar a observá-lo, pois não queremos excluir o caso devido à idade”, disse Cabell. A chefe referiu que ainda não consegue analisar as causas concretas do problema. No entanto, revelou que 2016 e 2017 vão ser anos de estudos mais avançados, que servirão para perceber bem as razões e tendências por detrás deste fenómeno social. Os últimos dados mostram que Macau conta com cerca de 70 jovens anónimos e mais de mil adolescentes em risco de caírem nessa situação.
Joana Freitas Manchete SociedadeGalgos “não precisam de passaporte” para entrar em Macau, explica IACM [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s galgos que têm estado a chegar a Macau exportados da Austrália não estão entrar na RAEM de forma ilegal. Quem o diz é o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), que esclarece numa resposta ao HM que estes cães não precisam do passaporte de corrida para entrar no território. Na sexta-feira, recorde-se, o HM escrevia – com base numa reportagem da ABC australiana – que galgos que são demasiado “lentos” para correr na Austrália estavam a ser exportados para Macau. Fruto de uma investigação de meio ano, que contou com “provas” da associação Animals Australia em Macau, China e Vietname, um relatório apontava que há dezenas de treinadores e donos de cães a exportá-los para a Ásia. A actividade não é, por si, ilegal, mas é proibido enviar os animais sem que estes tenham um passaporte. Do lado da Austrália, quem for apanhado a enviar os cães sem esse passaporte é punido. Já o IACM explica que estes animais não necessitam de passaporte para entrar no território, o que faz com que a actividade seja legal na RAEM. “Um passaporte de corrida para um cão de corrida não é um documento requerido quando os animais são importados por Macau”, esclarece o instituto numa resposta ao HM. “O IACM é responsável pela inspecção à saúde dos cães de corridas e pela quarentena quando vêm para Macau.” De acordo com a lei, como indica o instituto, todos os cães têm de requerer um pedido de importação e tem de ser emitido um certificado de saúde internacional. “O cão é inspeccionado à chegada ao aeroporto ou às fronteiras e tem de estar de boa saúde e livre de qualquer sintoma de doenças”, acrescenta o IACM, que explica que a vacina anti-rábica é obrigatória trinta dias antes do animal chegar. A Austrália baniu a emissão de passaportes para a exportação de galgos para Macau, devido à falta de condições da RAEM. Para a Animals Australia, o envio destes animais para o território é o mesmo que sentenciá-los à morte. As más condições oferecidas aos galgos não são novidade para os residentes de Macau, tanto que a ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais e outras associações da área estão constantemente a fazer pedidos para que o espaço feche e para que os cães possam ser adoptados. Contudo, os animais que estão a ser exportados para Macau podem entrar sem o passaporte, algo que não impede, portanto, que a lei australiana seja quebrada: os galgos precisam de passaporte para sair do país, mas em Macau não precisam dele para entrar. O presidente da ANIMA – Sociedade Protector dos Animais relembrou a semana passada ao HM que a sociedade está a cooperar com a Animals Australia sobre o caso e disse ainda que a ANIMA vai “escrever uma carta ao primeiro-ministro australiano para contar as más condições do Canídromo e para pedir a proibição de exportação de animais” para a RAEM. “Estamos fartos de pedir ao Governo [de Macau] para não autorizar mais a importação de animais, mas o Governo leva tempo a decidir”, disse, na altura, Albano Martins. Entretanto, a Qantas, companhia de bandeira da Austrália, já disse que vai acabar com o transporte destes galgos para a Ásia, depois de ter visto a reportagem da ABC sobre o assunto. De acordo com a cadeia de televisão, a Greyhounds Australasia e a Animals Australia pediram ao Ministro da Agricultura Barnaby Joyce para impedir a exportação, mas este “ainda não agiu”. Os animais chegam a ser comprados por um mínimo de 16 ou 19 mil dólares de Hong Kong em hasta pública, podendo os valores chegar aos 80 mil.
Filipa Araújo SociedadeATFPM | Debate com jovens sobre condições para o futuro [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) realiza hoje um encontro entre jovens e o presidente, José Pereira Coutinho, para debater “sobre o futuro”. “A nossa Associação tenta, de forma periódica, falar com os jovens sobre os temas que mais os preocupam. O que vai acontecer é uma troca de opiniões, uma conversão com os jovens de Macau sobre os temas sociais e políticos que mais os preocupam”, indicou Pereira Coutinho ao HM. O presidente explica que “são muitas as dúvidas que chegam à ATFPM” desta faixa etária. “Chegam-nos vários pedidos de esclarecimento e ajuda sobre diversos temas. Falamos de tudo, tendo sempre como base a importância de responder às perguntas dos jovens, saber o que os preocupa, o que eles têm em mente”, explica. Com uma postura de “abertura total”, como diz o também deputado, o encontro pretende dar respostas às preocupações dos jovens de Macau, passando-lhes a mensagem da “necessidade de uma maior atenção às questões sociais” do território. A habitação é o tema mais questionado pelos jovens, diz Pereira Coutinho. “A habitação é de facto a temática mais falada pelos jovens. A maneira como os salários estão a progredir faz com que dificilmente tenham capacidade de comprar uma casa no sector privado, porque os preços da habitação estão ainda num patamar fora do alcance dos jovens, mesmo que estes trabalhem dez ou 15 anos. Nem assim vão conseguir comprar casa e isso preocupa-os ”, indicou. O sector do trabalho é a segunda maior preocupação dos jovens, segundo indica o representante da ATFPM, argumentando que o crescimento dos trabalhadores não residentes torna “evidente o não aumento dos salários”. O encontro decorre nas instalações da Associação e começa às 18h30.
Leonor Sá Machado SociedadeÍndice de Felicidade | População menos feliz. A culpa é da queda das receitas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]população local está não só menos feliz, como também sofre mais de stress. Estas são conclusões de um estudo feito pelo Instituto Politécnico de Macau durante o passado mês de Novembro. Joey Lao, professor responsável pelo estudo, explicou que a diminuição do grau de felicidade entre os habitantes locais está directamente relacionada com a queda das receitas dos casinos. É que este factor desencadeia problemas económicos globais, mas também para as famílias, sem esquecer que pode interferir nos números de desemprego. “Houve uma queda significativa nos números registados no ano passado”, começou Lao por dizer ontem, enquanto anunciava os resultados. Macau encontra-se em 18º lugar no Índice de Felicidade da OCDE, com 6,89 pontos. Os grupos mais afectados por esta tendência são os solteiros, cidadãos com um background académico menos forte, casais com filhos, os jovens e os mais idosos. Por quê? A resposta é simples: acreditam que a queda das receitas trará austeridade económica e uma série de outros problemas como falta de oferta de emprego ou cortes nos salários. No entanto, Joey Lao acrescenta que “Hong Kong está um pouco pior do que nós” em termos de felicidade dos seus habitantes. Naquela região vizinha, a subida mais visível refere-se à propensão dos jovens para se envolverem e se interessarem por questões relacionadas com as políticas praticadas na RAEHK. Apontado como primeiro problema pela população – há já vários anos – está a questão dos transportes. O mesmo estudo sugere, assim, uma série de medidas que devem ser empregues pelo Governo para colmatar os problemas. Nesta matéria, as soluções podem passar por criar “diferentes rotas para o trabalho, escola e casa”, ou minorar o número de obras nas estradas da cidade. Em seguida, Joey Lao fala da urgência em pedir ajuda ao Governo Central. Mas só se as receitas continuarem a descer. “É preciso pedir ao Governo Central que emita mais opiniões ao Governo de Macau”, explicou. Para o académico, “se houver uma descida de 10% a 20% na economia, vai ser mesmo preciso implementar mais medidas”. O Governo Central já disse que o iria fazer. Só não disse como.
Joana Freitas SociedadeBranqueamento de capitais | Participações sobem 3,8% [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades registaram, no primeiro semestre do ano, 910 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terrorismo, uma subida de 3,8% face ao período homólogo de 2014. Dados publicados pelo Gabinete de Informação Financeira (GIF) indicam que, do universo de 910 participações entre Janeiro e Junho – mais 33 do que na primeira metade de 2014 –, 60 foram enviadas para o Ministério Público para investigação. A indústria do Jogo manteve-se como a actividade que deu origem ao maior número de denúncias (682 ou 74,9% do total), seguindo-se o sector financeiro, da banca e seguradoras (219 ou 24,1%). As restantes (9 ou 1%) foram apresentadas por outras instituições. O total de participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terrorismo tem vindo a subir ao longo dos últimos anos. O número aumentou de 725 em 2007 para 1840 em 2012. Com efeito, em 2013 diminuiu para 1595 denúncias, mas voltou a subir para 1812 em 2014. Os sectores referenciados, como os casinos, são obrigados a comunicar às autoridades qualquer transacção de montante igual ou superior a 500 mil patacas. A Lei sobre a Prevenção e Repressão do Crime de Branqueamento de Capitais está a ser revista há anos, com o objectivo de observar padrões internacionais que podem mexer nos limites das transacções, mas ainda não há data para a revisão do diploma.
Joana Freitas Manchete SociedadeMetro | Consulasia revê e ajusta projecto do parque e da oficina A empresa de engenharia e gestão Consulasia vai rever o projecto do parque e da oficina do metro ligeiro, depois de ter sido anunciado que a obra vai ficar a cabo de uma nova construtora. O Governo fez ainda uma alteração ao pagamento das carruagens da Mitsubishi: este vai ser realizado até 2027 [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Consulasia – Consultores de Engenharia e Gestão, Limitada vai ser a empresa responsável pela revisão do projecto do Parque de Materiais e da Oficina do metro ligeiro. A empresa já tinha concorrido – através da operadora mãe, a Consulgal – à construção da primeira fase do metro com a MTR, a empresa detentora do metropolitano de Hong Kong. Um despacho publicado ontem em Boletim Oficial, e assinado pelo Chefe do Executivo, dá conta que a Consulasia vai receber cerca de 35 milhões de patacas pelo serviço, tendo como missão “rever e ajustar” o projecto. A Consulasia é uma empresa com raízes lusitanas que se estabeleceu em Macau há mais de uma década. O parque de materiais e a oficina do metro ligeiro tem causado polémica devido aos constantes atrasos, que fizeram com que as carruagens não possam sequer ser armazenadas em Macau. A discordância entre as empresas responsáveis pela construção e o Governo não ajudou a resolver o problema, sendo que, agora, o projecto vai ser construído por outra companhia. No segundo semestre do próximo ano o Governo vai abrir um novo concurso para a construção destas infra-estrutura, que deveria já estar concluída. Um total de 13,9 milhões de patacas vai ser pago ainda este ano à Consulasia, sendo que a empresa recebe a última tranche do pagamento em 2019. Este é o ano em que Raimundo do Rosário prevê que o metro da Taipa entre em operação. Pagamentos extensivos No Boletim Oficial de ontem ficou ainda a saber-se que o Governo alterou o escalonamento do pagamento fixado no contrato com a Mitsubishi para a aquisição das carruagens adicionais. Ainda que o montante se mantenha o mesmo do início – 822 milhões de patacas -, o pagamento para “a aquisição dos comboios adicionais, equipamentos, sobressalentes e serviços de manutenção” vão ser pagos até 2027. A justificação do Governo prende-se com a “força do progresso dos trabalhos ajustados” para as alterações ao período de pagamento. A empresa japonesa recebeu 205 milhões em 2013, sendo que vai receber 287 milhões em 2017, estes os maiores valores a ser pagos de uma só vez. O restante dinheiro vai ser entregue até daqui a 12 anos. Empresa ligada ao metro ganha concurso para Seac Pai Van A Sociedade de Consultadoria em Engenharia Civil Limitada, cujo director é Chan Mun Fong, ganhou o concurso público para a elaboração do projecto dos equipamentos de tráfego e sociais do lote CN6b do complexo de habitação pública de Seac Pai Van, em Coloane. Segundo o despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO), o valor do projecto cifra-se nos 7,8 milhões de patacas. A Sociedade de Consultadoria em Engenharia Civil Limitada já está ligada a algumas obras do metro ligeiro, sendo esta uma das empresas que fiscalizou as obras do parque de materiais e da oficina. O seu director, para além de docente na Universidade de Macau, é ainda membro de vários conselhos consultivos.