SCMP | Casinos terão influenciado decisão dos SMG

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo o jornal South China Morning Post, os casinos terão influenciado o trabalho dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) no que diz respeito à previsão do sinal do tufão Hato.

Fontes citadas pelo jornal, “com conhecimento dos planos do serviço de protecção civil” afirmam que os SMG só içaram o sinal 8 de tufão na passada quarta-feira para evitar que as concessionárias pagassem horas extra aos seus funcionários.

“A partir do momento em que o sinal 8 é içado, os casinos são obrigados a pagar a todos os funcionários as horas extras. Enquanto que esta é uma questão com a qual as grandes operadoras de jogo conseguem lidar, o mesmo não acontece com os casinos de menor dimensão, ligados às sub-concessionárias”, lê-se na notícia do jornal de Hong Kong.

A mesma fonte adiantou que “não é necessária uma pressão directa e feita abertamente, mas não há dúvida de que o ‘factor casino’ tem um papel importante naqueles que tomam as decisões relacionadas com os sinais de tempestade que são içados”.

Ao mesmo jornal, o politólogo Larry So considerou que o “Governo não consegue dar resposta às expectativas das pessoas numa cidade que se auto-proclama de primeira classe”.

Bens alimentares e medicinais reaproveitados são um risco

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois da passagem do tufão Hato e com os danos nas várias lojas de alimentos e produtos de medicina tradicional chinesa, muitos são os comerciantes que estão a tentar reutilizar bens alimentares e medicinais que podem estar seriamente estragados. José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) admite a situação.

Visitei algumas zonas afectadas e reparei que algumas lojas de medicina tradicional chinesa estão a secar os seus produtos na rua”, disse o responsável ontem em conferência de imprensa. José Tavares considera que “não é correcto” e afirma que o procedimento não é permitido, sendo que a situação pode estar a repetir-se depois dos danos causados ontem pela passagem do tufão Pakhar no território. No entanto, o responsável refere que se tratam de “produtos muito caros e que a sua perda implica muitos custos”, deixando um apelo aos comerciantes para que não façam o seu reaproveitamento.

No que respeita a produtos alimentares o responsável do IACM aponta que “muitos deles não são recuperáveis e já foram mesmo para o lixo porque não é possível o seu reaproveitamento”.

“Há sacos de arroz e peixe que estão visivelmente estragados e que não podem ser consumidos”, referiu. Quanto a medidas a tomar, José Tavares afirma que há muito para fazer e que serão feitas inspecções.

Já o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, reitera que serão feitas mais inspecções, especialmente na zona do Porto Interior e apela à sensatez, até porque alimentos estragados “é algo muito sério e têm de ter um tratamento correcto não sendo possível consumir os estragados”, sublinhou. S.M.M.

28 Ago 2017

Uber | Serviços gratuitos disponibilizados para ajudar Macau

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]ão foi por ter sido expulsa de Macau que a UBER não esteve presente quando foi necessário. Com as carências em várias frentes impostas pela devastação do tufão Hato, a Uber esteve activa e os serviços foram todos gratuitos. Alguns taxistas locais tiveram a mesma atitude

Há uns meses as multas venceram e conseguiram levar a Uber a optar por deixar de prestar serviço no território. Com o tufão Hato e o caos instalado na cidade, a companhia de transportes particular foi bem-vinda para dar ajuda. Os serviços, que duraram até ontem à noite, decorreram sem percalços e sem cobrança alguma. O objectivo foi simples: ajudar no que fosse preciso.

Com os estragos que o Hato deixou, a ideia de colocar a Uber em Macau online foi imediata. “Mandámos um questionário aos nossos motoristas no território para perceber a sua disponibilidade em prestar serviço gratuito”, disse a directora de comunicação da companhia em Hong Kong, Katie Lee, ao HM.

Com o elevado número de ex-motoristas da Uber dispostos a dar o seu contributo, a plataforma online foi activada para quem precisasse de se deslocar e com um serviço “totalmente grátis”, confirmou a responsável.

Neste momento Katie Lee ainda não tem noção da quantidade de serviços prestados nos dias que sucederam ao Hato. “Ainda não tenho as actualizaões comigo e a operação ainda está a decorrer” disse ao HM, ontem, antes do fim da iniciativa que terminou ontem ao final do dia. “Estamos a pensar fechar o serviço no final do dia de domingo, sendo que, se for necessário e se os motoristas considerarem que o melhor é continuar a ajudar até que o território esteja em melhores condições, podem fazê-lo a título individual, sendo que iremos desligar o portal online de novo”, explicou.

A tragédia aconteceu em Macau, mas Katie Lee não deixa de referir a importância do sentido de entreajuda. Com as notícias do estado do território, “foi bom ter tido uma oportunidade de dar apoio aos motoristas de Macau que estavam empenhados em contribuir para um melhor funcionamento nos dias de caos que se seguiram ao Hato”, referiu. Até porque, “as pessoas precisavam de transportes para se poderem deslocar numa cidade ainda com muitos obstáculos”.

Também houve taxistas locais que desligaram o taxímetro e transportaram pessoas de forma gratuita.

Regresso incerto

No que respeita a uma retomada dos serviços da Uber no território, a responsável de Hong Kong ainda não dá uma resposta clara. Para já o mais importante é ajudar. “Neste momento o que queremos é ajudar a cidade a recuperar dos danos causados pelo tufão”, disse, sendo que, sublinha, a acção da empresa teve uma única intenção: “ajudar a comunidade”, apontou Katie Lee.

No entanto, não descarta a hipótese de um regresso. “Relativamente ao serviço normal, e apesar e termos sido quase banidos, gostaríamos de conseguir entrar em diálogo com as autoridades”, remata a responsável.

A empresa de transporte anunciou a suspensão da sua actividade em Macau no mês passado. A operar na ilegalidade e já com muitas multas acumuladas ao longo dos dois anos que esteve em funcionamento, a solução foi abandonar, pelo menos temporáriamente, o território.

“Ao fazermos uma pausa, esperamos poder abrir portas a um diálogo construtivo com todos os accionistas em Macau e termos a capacidade de criar um ambiente de negócio que traga benefícios para todos”, apontou, na altura a empresa.

28 Ago 2017

Hato trouxe destruição mas também rumores e desmentidos

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois da tempestade vem o boato. Um soldado do Exército de Libertação Popular (ELP) que matou um residente, portadores de passaporte português que não foram dados como vítimas do tufão Hato, vítimas mortais devido a avaria de elevador no “Edf. Jardim Hon Hau” que não existe. Muitos foram os rumores a circular no território após a passagem do tufão Hato. O Governo já se manifestou e avisa que estas são situações que podem ser alvo de acusação criminal.

No que respeita à acusação feita ao ELP, “o Governo da RAEM critica duramente as declarações irresponsáveis, desprovidas de qualquer fundamento e inverídicas”, lê-se em comunicado aos jornalistas.

Vítimas com passaporte português não se registaram.  A suspeita foi levantada com um comentário no facebook de Vitório Rosário Cardoso em que se lia: “Não estarão a ser contabilizadas as vítimas portuguesas com dupla nacionalidade (feridos ou mortos)”. O Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong desmente. A informação é divulgada publicamente no site do consulado. “O Senhor Secretário para a Segurança expressou o seu veemente repúdio a quem, através das redes sociais, ou por qualquer outro meio, propaga informações falsas, causando alarme social, sobre a existência de vítimas de nacionalidade portuguesa ou outra, para além das que são fornecidas oficialmente”, refere Vitor Sereno, Cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong referindo-se ao conteúdo do encontro que teve com o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

Já a avaria no elevador que fez vítimas mortais também parece não se aplicar à realidade. A situação teria acontecido no “Edf. Jardim Hon Hau” e de acordo com o Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), a construção não existe. “Este edifício não existe e também não recebeu qualquer informação sobre mortes devido a avaria de elevadores”, lê-se.

Em resposta aos rumores divulgados nas redes sociais sobre as zonas da Praia de Manduco e de Ponte e Horta terem sido classificadas pela autoridades competentes como áreas endémicas, os Serviços de Saúde esclarecem que nenhuma área de Macau foi classificada como tal.

28 Ago 2017

Tufão Hato | Voluntários ajudaram a limpar as ruas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ssociações e cidadãos arregaçaram as mangas para ajudar a limpar uma cidade que se transformou, sexta-feira e sábado, num sítio nauseabundo. A limpeza era urgente antes da chegada do tufão Pakhar

Fosse a recolher lixo ou a distribuir comida e água, centenas de voluntários fizeram “o que podiam e o que não podiam” pelo regresso à normalidade em Macau, após a passagem do tufão Hato.

As zonas mais afectadas pelas inundações foram invadidas por verdadeiros ‘exércitos’ empenhados em remover as toneladas de lixo amontoado nas ruas.

Tsé Fung foi um dos muitos jovens que trocou o refrescante conforto do ar condicionado de casa pelo intenso calor da rua. Por volta das 16h00 encontrava-se pela Rua dos Ervanários.

“A minha casa não foi afectada, mas este é o meu bairro, por isso, tinha de vir ajudar”, disse o estudante de 19 anos à agência Lusa, com a voz abafada pela máscara que usa a cobrir a boca e o nariz, como tantos outros, para não respirar o cheiro nauseabundo, durante uma pausa ao fim de seis horas consecutivas de labuta.

Sio, de 37 anos, pôs mãos à obra na véspera. Faz-se o que pode e o que não pode pela terra onde nasceu: “Se vês algo [como isto] tens de reagir”.

“Não há recursos humanos suficientes para dar resposta a tudo”, lamentou, enquanto ajeita as luvas de borracha que vão até ao cotovelo.

“As pessoas estão simplesmente a seguir os seus instintos porque não esperam – nem podem esperar – nada. Só se valem a si próprias”, sublinhou, antes de voltar a pegar na vassoura.

“Um trabalho excepcional”

Não muito longe andava Sandra Carrilho, de 45 anos, que também começou na sexta-feira a ajudar a remover o lixo, inserida num grupo que conheceu na véspera nestas andanças.

“Hoje há imensa gente na rua”, comparou, antes de fazer um ponto da situação: “Não se podia circular aqui, mas os voluntários limparam isto tudo e no Porto Interior, onde moro, o trabalho também foi excepcional”.

“As pessoas têm noção da gravidade, havia comida solta, dispersa na rua, daí o esforço enorme para se recolher todo o lixo até porque pode voltar a haver inundações”, observou.

Enquanto filas de dezenas de contentores aguardavam vez para serem ‘tombados’ para o camião do lixo, chegaram “reforços” sob a forma de carrinhas de caixa aberta de particulares e empresas que estacionam ao lado de mobílias e electrodomésticos sem salvação.

A onda de voluntariado não se cingiu apenas à recolha de lixo, uma vez que houve também muita gente a distribuir comida e água.

Ana Cristina Vilas, por exemplo, além de recolher lixo, foi distribuir água em Coloane na sexta-feira. No sábado, com o apoio de amigas, decidiu ajudar outros e de outra forma: comprou centenas de tecidos da loja onde se costuma abastecer, gastando mais de quatro mil patacas.

Isto além de ter lançado antes um apelo pelo Facebook nesse sentido para que “a única loja de tecidos do centro da cidade”, que estava a vender “tudo ao desbarato não feche as portas”.

“Esta é a única forma de ajudar os pequenos comerciantes” afectados pelas inundações, sublinhou Ana Cristina Vilas, mostrando os panos húmidos dentro do ‘trolley’ de compras que, quando estiverem secos, vão servir o “Dress a Girl Around the World”, pelo qual é responsável em Macau desde Abril.

“São pessoas que conheço há 30 anos”, enfatiza a funcionária pública que, depois da experiência de trabalho que viveu na quinta-feira, o dia a seguir à passagem do tufão Hato, decidiu tirar um dia de férias na sexta-feira.

“Não tínhamos água nem ar condicionado. Não tínhamos condições para trabalhar. Chegámos ao mais baixo possível e por isso fui antes ajudar quem precisa”, realçou.

Por todo o lado

A Associação dos Jovens Macaenses (AJM) também organizou acções de rua. Na sexta-feira, a partir das 18h00, cerca de 70 pessoas ajudaram a limpar a zona adjacente ao Mercado Vermelho. No sábado houve outras tantas na zona da Almeida Ribeiro.

Ontem foi dia de “andar a correr de um lado para o outro a distribuir comida aos idosos ou a limpar as ruas”, contou ao HM Guiomar Pedruco, presidente da AJM.

“Não houve muita destruição mas houve muito lixo. As pessoas das lojas estavam desesperadas”, recorda Guiomar Pedruco, que tece uma crítica à actuação do Executivo.

“Houve gabinetes que não tiveram água e electricidade e o Governo deveria ter reunido esses funcionários públicos para ajudarem a limpar as ruas, em vez de estes ficarem sentados nos seus gabinetes.”

Guilherme e Cíntia Leite Martins, criadores do projecto Mana Vida, também organizaram uma acção de limpeza na vila de Coloane, que ficou também bastante afectada.

28 Ago 2017

Tufão Hato | Pedidos de apoio isentos de apresentação do registo predial

[dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]u Zilliang, presidente do conselho de administração da Fundação Macau (FM), esteve ontem reunido com associações e organismos públicos para melhor decidir a concessão de apoios a quem sofreu estragos causados pela passagem do tufão Hato.

Segundo um comunicado, quem quiser pedir subsídio para a reparação de estragos em edifícios residenciais “fica dispensado de apresentar as informações escritas do registo predial, pois a FM vai obtê-las directamente junto dos serviços públicos competentes”. Esta medida foi tomada em parceria com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça.

Wu Zilliang esteve ainda reunido com o presidente da Associação dos Engenheiros Electrotécnicos e Mecânicos de Macau, Wu Chou Kit. Ficou decidido que “as obras de consolidação provisória respeitantes às portas e janelas danificadas serão abrangidas pelo Projecto de Ajuda Especial aos prejuízos causados pela passagem do tufão”.

É ainda sugerido que “os residentes que pretendam solicitar subsídio para estas obras devem guardar os recibos de pagamento acompanhados das fotografias justificativas dos danos sofridos e das obras realizadas”.

Além disso, a FM anuncia que vai criar um “grupo de trabalho específico” e promover a participação de representantes da referida associação neste grupo, “de modo a analisar e avaliar os processos recebidos e proceder à fiscalização e para acompanhar e verificar as obras subsidiadas”.

A própria associação vai criar um “grupo de voluntários qualificados para prestar apoio aos trabalhos da FM neste âmbito”.

A associação considera que “devido ao elevado número de residências que sofreram danos é bastante difícil levar a cabo, em tempo recorde, todas as obras de recuperação integral das habitações”.

27 Ago 2017

Tufão Pakhar | Sinal 3 içado às 13h00 deverá manter-se “durante algum tempo”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau baixaram hoje o alerta de tempestade tropical para sinal 3 depois de o tufão Pakhar, o segundo em menos de uma semana, ter ‘tocado’ terra na província de Guangdong.

O sinal 8 de tempestade tropical foi substituído pelo sinal 3 pelas 13:00, quando o Pakhar se localizava a cerca de 150 quilómetros de Macau, movendo-se a uma velocidade de 25 km/h em direção a noroeste.

O sinal 3 significa que o centro da tempestade tropical movimenta-se de forma a que se façam sentir em Macau ventos entre 41 km/h e 62 km/h com rajadas de cerca de 110 km/h.

O sinal 3 vai continuar içado “por mais algum tempo”, segundo os SMG, sendo que os serviços sugerem ainda à população que evite andar na rua, pois poderão ocorrer ventos e chuvas fortes. 

O tufão Pakhar ‘tocou’ terra na cidade de Taishan em Guangdong, província adjacente a Macau, uma hora antes do previsto.

O aviso de grau amarelo de ‘Storm Surge’, o mais baixo de uma escala de 3, continua em vigor, mas os Serviços Meteorológicos e Geofísicos não descartam a possibilidade de o substituir por um grau mais elevado devido ao nível da água.

O aviso ‘Storm Surge’ de nível amarelo indica a possibilidade de que “o nível de água atinja valores inferiores a 0,5 metros acima do nível do pavimento”.

Segundo o Centro de Operações de Proteção Civil (COPC), até às 12:30 foram registados 95 incidentes na sequência da aproximação a Macau do Pakhar, incluindo 16 devido a inundações.

Em comunicado, o COPC reportou ainda quatro casos de incêndio em caixas elétricas e dois casos de corte de energia, a somar a dez ocorrências de queda de árvores e cabos elétricos e a uma de deslizamento de terras.

Um total de 140 voos cancelados

Pelo menos 140 voos foram hoje cancelados até às 06:00 em Hong Kong devido à passagem do tufão Pakhar, informou a autoridade aeroportuária da antiga colónia britânica.

Ventos fortes continuam a afetar as partidas e chegadas nas pistas do aeroporto e as condições vão continuar instáveis durante a tarde, disse a autoridade aeroportuária, citada pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

A tempestade tropical provocou quedas de árvores, de andaimes e inundações, causando o bloqueio de algumas estradas, incluindo na ilha de Hong Kong e nos Novos Territórios.

Os serviços de autocarros e de metro também foram afetados.

Tanto em Hong Kong como em Macau, os serviços meteorológicos disseram que o tufão Pakhar já tocou terra em Taishan, na província chinesa de Guangdong, e que ponderam substituir o sinal de alerta pelo número 3 ao início da tarde de hoje, quando os ventos fortes já não afetarem os dois territórios.

27 Ago 2017

Inundações voltam a Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Pakhar volta a inundar algumas zonas da cidade. De acordo com um comunicado da Polícia de Segurança Pública (PSP), as inundações são de diferentes níveis. Os locais afectados são o Terminal de autocarros das Portas do Cerco, a Rua da Missão de Fátima, a entrada da Ponte de Sai Van junto ao Bairro da Barra, o túnel da Praça do Lago Sai Van. Os estaleiros da estação do metro ligeiro na Barra também foram afectados por inundação junto da porta principal e no Silo Jai Alai.
Nas Ilhas, as águas subiram na Rotunda do Aeroporto, Estrada da Baía de Nossa Senhora da Esperança, Rotunda do Istmo, no troço entre a Rotunda da Central Térmica de Coloane e Avenida do Aeroporto.
Segundo o comunicado da PSP, as inundações ligeiras que se verificaram no tabuleiro inferior da Ponte Sai Van, no sentido Taipa-Macau e junto à Avenida Panorâmica do Lago Nam Vam já diminuíram. A polícia aconselha prudência e atenção aos condutores.

27 Ago 2017

Pakhar | Tufão já atingiu terra. Sinal 3 antes das 13h.

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Pakhar, que hoje levou os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau a hastear o sinal 8, já tocou terra na província chinesa de Guangdong, devendo baixar para sinal 3 antes das 13:00

“A pior parte do tufão já passou. Atingiu terra. O sinal 8 continua içado um pouco mais por medida de precaução e para deixar que o conjunto do sistema do sistema do tufão se dissipe ou entre em terra”, disse à agência Lusa a porta-voz dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, Vera Varela.

Este é o segundo tufão a atingir Macau em menos de uma semana, depois de a tempestade tropical Hato ter causado dez mortos.

A passagem, na quarta-feira, do tufão Hato, o mais forte em 50 anos a atingir a cidade, levou as autoridades a hastear o sinal máximo (10), o que não sucedia desde 1999.

A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10. Os sinais são hasteados tendo em conta a proximidade da tempestade e a intensidade dos ventos.

“Devido à rápida movimentação durante o seu trajecto o tufão Pakhar já atingiu terra em Taishan, na província de Guangdong. Na passada hora atingiram-se ventos médios [nas pontes] na ordem dos 85 quilómetros horários e rajadas de vento de 110 quilómetros por hora”, afirmou Vera Varela.

Apesar de o tufão já ter tocado terra, “é possível que os ventos se façam sentir em Macau, por esse motivo vai-se manter o sinal número 8 içado por mais algumas horas”, adiantou.

“Agora parece tudo mais sereno. Aliás, consegue ser visível na rua que a chuva e o vento passaram”, afirmou.

27 Ago 2017

Jornalistas de Hong Kong impedidos de entrar em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] jornal South China Morning Post noticiou hoje que quatro jornalistas de Hong Kong foram impedidos de entrar em Macau, com as autoridades locais a confirmarem a proibição de entrada, mas sem esclarecer se eram os repórteres.

De acordo com o ‘site’ do diário da antiga colónia britânica, as autoridades de Macau justificaram a proibição de entrada por os jornalistas representarem uma ameaça à segurança interna.

Questionado esta tarde, o coordenador do Centro de Operações da Proteção Civil (COPC) de Macau afirmou: “Até este momento, não sei se essas pessoas são ou não jornalistas”.

Ma Io Kun sustentou que as autoridades “respeitam a liberdade de imprensa” e que apenas é proibida a entrada de quem pode representar uma ameaça. “O Governo e o pessoal militarizado respeitam imenso a liberdade de imprensa. Temos quase todos os dias conferências de imprensa”, disse.

“Em princípio, proibimos a entrada de pessoas que possam causar perigo à ordem pública e à ordem da sociedade. É de acordo com a lei que proibimos a entrada dessas pessoas”, afirmou o mesmo responsável.

De acordo com o ‘site’ do jornal, um fotógrafo do South China Morning Post (SCMP), dois do Apple Daily e outro do portal HK01 pretendiam fazer a cobertura das operações de limpeza que decorrem um pouco por todo o lado em Macau.

O fotógrafo do SCMP foi ‘barrado’ à entrada pelas autoridades por volta das 14h, indicou o jornal de Hong Kong, dando conta de que Felix Wong recebeu uma declaração escrita dos Serviços de Migração de Macau, referindo que “representa um risco para a estabilidade da segurança interna” da RAEM.

Tammy Tam, chefe de redação do SCMP, manifestou “profunda preocupação” por o fotógrafo ter sido detido pelas autoridades de Macau.

“Opomo-nos firmemente à detenção dos nossos jornalistas, que levam a cabo o seu dever de informar o público. Eles não representam nenhuma ameaça à segurança, a ninguém nem a nada”, afirmou.

O chefe de redação do Apple Daily, Ryan Law Wai-kwong, também lamentou o sucedido, apontando que a justificação dada pelas autoridades de Macau é “completamente ridícula” e que não vê de que forma pode a cobertura por parte dos ‘media’ constituir uma ameaça à segurança interna de Macau.

A interdição de entrada em Macau de políticos, ativistas ou jornalistas da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong acontece com alguma regularidade em momentos considerados potencialmente sensíveis, com a grande maioria dos casos a serem tornados públicos pelos próprios visados.

26 Ago 2017

Governo recebeu mais de 700 pedidos de apoio financeiro para PME

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau recebeu, até sexta-feira, mais de 700 pedidos de apoio para Pequenas e Médias Empresas (PME), depois de ter lançado dois planos para ajudar os negócios a recuperar dos estragos provocados pelo tufão Hato.

Até às 18h de sexta-feira, a Direção dos Serviços de Economia distribuiu dois mil boletins de candidatura aos apoios – um na forma de empréstimo, outro de abono – e recebeu “mais de 732 pedidos”, segundo um comunicado enviado na noite de sexta-feira.

Após a passagem do Hato, o mais forte tufão a atingir Macau em 50 anos, o Governo de Macau lançou uma linha de crédito, sem juros, para as PME afetadas até ao montante máximo de 600 mil patacas. Anunciou ainda um pacote de “Medidas de abono” paras as empresas “responderem às situações emergentes”, “de natureza pós-calamidade” com um limite máximo de 30 mil patacas.

26 Ago 2017

Bombeiros continuam trabalhos de drenagem e buscas em três auto-silos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s bombeiros de Macau continuam hoje a fazer trabalhos de drenagem e buscas em três parques de estacionamento, depois de quatro cadáveres terem sido encontrados em auto-silos, na sequência da passagem do tufão Hato.
As buscas dos bombeiros foram motivadas por cidadãos que alertaram para a possibilidade de terem ficado presas pessoas em parques de estacionamento na sequência da passagem da pior tempestade tropical dos últimos 50 anos, que causou pelo menos dez mortos e mais de duas centenas de feridos.
Numa conferência de imprensa esta tarde, o comandante do Corpo de Bombeiros, Leong Iok Sam, explicou que dos quatro parques de estacionamento onde foram efectuadas buscas, um, na avenida Almirante Lacerda, foi drenado e ninguém foi encontrado.
Há três auto-silos ainda com água, para onde as autoridades já enviaram mergulhadores, não encontrando qualquer nova vítima até ao momento. Num deles, na rua de João de Araújo, os bombeiros foram alertados para a possibilidade de mais de dez pessoas estarem presas.
“Não conseguimos encontrar qualquer pessoa. Já fomos ao piso mais inferior e não vimos ninguém”, disse Leong, explicando que, neste momento ainda há 1,5 metros de água acumulada no local. “Já fomos ver e não há ninguém lá dentro”, frisou.
Já num parque de estacionamento na zona do Fai Chi Kei há “ainda água estagnada com dois metros”. “A drenagem é incessante, os trabalhos continuam”, disse.
Por fim, no auto-silo do mercado de São Lourenço, “os mergulhadores fizeram uma primeira busca, a água já baixou mas ainda faltam dois andares de água”, indicou o comandante, acrescentando que, até ao momento, não foram encontrados quaisquer corpos no local.
Na mesma conferência de imprensa, um representante da PSP deu conta dos trabalhos de limpeza das vias, dizendo que “90 por cento das faixas de rodagem têm condições de circulação”.
“Apelamos à população para que não faça deslocações desnecessárias”, avisou, informando que cerca de 80 semáforos continuam ainda avariados.
Quanto ao lixo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais recolheu, desde sexta-feira, 2600 toneladas, acima das 1200 consideradas normais.
“O lixo tem de ser recolhido o mais rapidamente possível por causa do novo tufão”, disse o representante presente na conferência, referindo-se à tempestade Pakhar, que deverá sentir-se com mais intensidade em Macau no domingo.
Já o chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Lam Cheong, disse que “até ao momento” não foi verificada “qualquer situação de propagação de doenças”, indicando que para evitar a proliferação de casos de febre de dengue foram realizadas acções de eliminação de mosquitos nalgumas zonas.

26 Ago 2017

Tufão Hato: Mais de 100 residentes afectados por cancelamento de voos já regressaram

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete de Gestão de Crises do Turismo de Macau recebeu 19 pedidos de assistência devido ao cancelamento dos voos de regresso por causa do tufão Hato, envolvendo 130 residentes, dos quais 106 já voltaram a ‘casa’.

Os restantes 24 residentes vão regressar hoje e na segunda-feira, indicou o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo de Macau (GGCT) em comunicado, dando conta do ponto de situação relativo aos 19 pedidos de assistência recebidos até às 12:00 (05:00 em Lisboa).

Segundo o GGCT, 29 dos 38 residentes de Macau que estavam em Banguecoque (Tailândia) já regressaram, enquanto em Danang (Vietname), onde estavam 50 pessoas em excursão, 35 voltaram durante a manhã e as restantes 15 têm regresso previsto para esta noite.

Em Fukuoka (Japão) estava um grupo com 36 residentes que regressou na sexta-feira a Macau via Coreia do Sul. No mesmo dia, regressaram também seis residentes procedentes de Kaohsiung (Taiwan).

“O GGCT continuará a seguir de perto a situação dos residentes de Macau que se encontram impossibilitados de regressar do exterior”, sublinhou.

No mesmo comunicado, o GGCT informou ainda ter contactado a família do turista do interior da China que morreu num acidente de viação durante o tufão em Macau e que “irá prestar assistência adequada, tomando em consideração o desejo dos familiares”.

26 Ago 2017

Tufão Hato: Autoridades não encontraram novos corpos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] pessoal do Corpo de Bombeiros e Serviços de Alfândega anunciaram que não foram encontrados corpos no parque de estacionamento do edifício Classic Bay. Os trabalhos de drenagem e buscas foram concluídos esta tarde, por volta das 14h10.
Foram também feitas buscas no parque de estacionamento do mercado de São Lourenço, depois do Corpo de Bombeiros ter recebido “informações a relatar suspeitas de pessoas encurraladas” no local.
“Foi dada resposta imediata com pessoal e viaturas de socorro. Contactado o porteiro de serviço no dia do tufão referiu não haver pessoas encurraladas no mesmo auto-silo”, lê-se em comunicado. As acções de busca, no entanto, continuam, sendo que as autoridades prometem divulgar novos dados “o mais breve possível”.

26 Ago 2017

Tufão Hato: MGM China doa 30 milhões de patacas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s empresas MGM China e MGM Resorts, bem como a “equipa de Pansy Ho” decidiram doar 30 milhões de patacas para a recuperação dos inúmeros estragos causados pela passagem do tufão Hato pelo território, que já causou um total de dez mortos e inúmeros feridos.
Segundo um comunicado, “a distribuição do montante será decidida nos próximos dias e meses com a coordenação do Governo de Macau, tendo em conta as áreas com maior necessidade”.
Além disso, “os funcionários do MGM e as necessidades das suas famílias serão tidas em conta na alocação destes fundos”, aponta a concessionária de jogo.
Citada pelo mesmo comunicado, Pansy Ho, directora-executiva da MGM China, referiu que os funcionários da empresa têm sido “excepcionais, contribuindo com o seu tempo e esforços para enfrentar estes desafios”.
“Estamos prontos para utilizar os nossos recursos de forma a que possamos garantir uma recuperação sustentável da comunidade local”, disse ainda.

26 Ago 2017

Tufão Pakhar: Sinal 3 içado “esta noite ou madrugada”. Sinal 8 amanhã de manhã

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) acabam de informar que o sinal 3 de tempestade tropical deverá ser içado “esta noite ou madrugada”, graças à passagem do tufão Pakhar pelo território.
“Espera-se que os ventos se fortaleçam gradualmente já esta noite e amanhã”, aponta a entidade.
Amanhã, domingo, durante o período da manhã, “perto do meio-dia”, o tufão aproximar-se-á de Macau “cruzando a cerca de 100 ou 150 quilómetros a sudeste”.
Os SMG ponderam ainda içar o sinal 8 amanhã de manhã.
“Na altura, será um momento alto do impacto do ciclone tropical para o território. Aguaceiros e ventos vão tornar-se mais frequentes. Desde modo, os SMG não descartam a hipótese de içar o sinal de tempestade tropical 8, amanhã de manhã”, lê-se no comunicado.

Mais inundações

Os SMG prevêem também a ocorrência de “ligeiras inundações” nas zonas situadas perto do Rio das Pérolas. Hoje as limpezas dos destroços e do lixo continuam para que se possa prevenir a propagação de doenças. O trabalho tem sido feito não só pelo serviço de protecção civil bem como por vários grupos de voluntários.
Deverá ser içado o sinal amarelo de “storm surge” “em breve”. “Recomenda-se à população que toma medidas preventivas contra a tempestade tropical e inundação”, alertam os SMG.
Por volta das 14h00 a tempestade tropical estava localizada a cerca de 720 quilómetros de Macau, à medida que se movimenta em direcção à costa oeste da província de Guangdong.

26 Ago 2017

IACM diz que limpeza das ruas é o mais urgente nas próximas horas

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) de Macau definiu a recolha do lixo como prioridade “número um” nas próximas 24 horas face à aproximação de nova tempestade tropical, lançando apelos à população para cooperar.

[dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap] higiene é, neste preciso momento, o ponto fulcral no nosso trabalho”, afirmou, na noite de sexta-feira, o presidente do IACM, José Tavares, sublinhando a importância de se “aproveitar as tais 24 horas douradas para recolher o máximo de lixo possível e desinfetar o máximo possível”, dado que a situação se vai “complicar” com a aproximação da tempestade tropical Pakhar.

A nova tempestade tropical deve atingir Macau no domingo, sem que os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) afastem a possibilidade de içar o sinal 8 (numa escala máxima de 10) quatro dias após a passagem do tufão Hato que provocou dez mortos e mais de 240 feridos, segundo o mais recente balanço.

“Se a higiene e limpeza não estiverem bem feitas, o novo tufão que vier só vai disseminar mais a contaminação, por isso, o nosso objetivo neste presente momento é recolha de lixo e fazer o melhor possível”, insistiu.

Só na quinta-feira foram recolhidas 1.500 toneladas de lixo, “mais 700 do que é o normal”, enfatizou José Tavares que falava numa conferência de imprensa que juntou, entre outros, a Proteção Civil.

As dificuldades relacionadas com o processamento do lixo verificam-se em toda a linha — da recolha, ao transporte até ao tratamento.

Não obstante as “tarefas constantes” e os “reforços” — nomeadamente de centenas de voluntários ou dos militares da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo chinês que participaram em trabalhos de resposta à catástrofe — José Tavares observou que “é preciso uma certa cooperação por parte do público”.

“Sem essa cooperação a nossa tarefa torna-se muito mais difícil, portanto, esta nova ideia que lançamos agora de manter 40 pontos diferentes de recolha de lixo é para facilitar”, realçou o presidente do IACM, após o anúncio na conferência de imprensa dessa medida.

Assim, as pessoas saberão onde colocar o lixo, sendo que nessas zonas estarão ainda “alguns contentores com rodas para facilitar o transporte”, ou seja, a pessoa pode empurrar o contentor até junto da sua casa/loja, por exemplo, depositar o lixo no interior, e conduzi-lo de volta ao local definido como um desses novos “pontos”.

“O que estamos a ver agora é que há uma propagação de lixo. Porquê? Porque as pessoas apenas despejam para a rua”, salientou José Tavares, descrevendo o cenário registado nomeadamente no Porto Interior, uma das zonas afetadas pelas inundações, onde os produtos que ficaram molhados foram atirados para a rua “sem qualquer critério”.

Neste sentido, o presidente do IACM apelou à população para cooperar de modo a que se possa “restabelecer a normalidade”.

26 Ago 2017

Tufão: DSAMA diz que “grande parte da cidade” voltou a ter água canalizada

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços dos Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) afirma em comunicado que “grande parte da cidade” recuperou o abastecimento de água, com a excepção de “alguns locais e edifícios altos devido à falta de pressão ou falha da bomba de água”.

“A fim de garantir o abastecimento aos residentes e reduzir a necessidade de retirar das bocas de incêndio, o Governo de Guangdong disponibiliza ao Governo da RAEM viaturas de abastecimento temporário de água, prevendo que cheguem esta tarde às várias zonas afectadas e assim prestar apoio à população”, lê-se ainda no comunicado.

A DSAMA aponta ainda que, de momento, “não se prevê qualquer medida de suspensão de abastecimento de água em toda a cidade e a qualidade da mesma corresponde às normas de segurança exigidas.”

É ainda referido que “os cidadãos não devem acreditar em rumores infundados”.

26 Ago 2017

Tufão Pakhar | Içado sinal 1 de nova tempestade 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] sinal 1 de tempestade, o mais baixo numa escala de 10, foi esta manhã içado em Macau, devido à aproximação do tufão Pakhar, três dias após o Hato ter feito dez mortos.

De acordo com a página dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), o sinal foi içado às 11:30, localizando-se nessa altura a cerca de 780 quilómetros de Macau. A tempestade encaminhava-se para a costa oeste da província de Guangdong.

A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10.

Hoje, a Direção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte emitiu um comunicado apelando aos cidadãos para que procedam “com a maior brevidade possível à reparação das janelas danificadas e a consolidação das instalações exteriores na fachada, de modo a evitar mais estragos no interior das casas devido a ação da chuva e do vento, e eliminar os riscos subjacentes”.

Na sexta-feira, quando já se previa a chegada do Pakhar, os SMG explicaram à Lusa que a tempestade deve passar próxima de Macau às 12:00 (05:00 em Lisboa) de domingo.

Previam-se “altas possibilidades de ser içado sinal superior” ao 1, mas a subida até ao 8 era ainda improvável, apesar de não descartada.

“Devido à incerteza da trajetória e força da tempestade tropical não está descartada” essa hipótese”, caso o tufão “se desvie mais para oeste, ou seja, para próximo de Macau”, ressalvou na altura a porta-voz dos SMG, Vera Varela.

O Pahkar deve ‘tocar’ terra entre Zhanjiang (na província vizinha de Guangdong) e Macau.

As autoridades alertam para riscos de inundação e aceleraram a recolha do muito lixo disperso pelas ruas devido ao impacto do tufão Hato, que atingiu a cidade na quarta-feira e deixou um rasto de destruição.

Na quinta-feira o Governo anunciou que o diretor dos SMG apresentou demissão. O seu serviço tem sido alvo de duras críticas devido ao ‘timing’ do hastear dos sinais de tufão, que, consoante a intensidade, permitem ativar uma série de medidas, como encerramento de escolas e serviços públicos.

Na sexta-feira, a substituta de Fong, Florence Leong, indicou que “a possibilidade de se içar o sinal 03 no domingo é de 70%”.

Leong disse considerar ser necessário melhorar a prevenção e a comunicação nos alertas à população, mas sem alterar o funcionamento deste departamento.

“Vamos rever o mecanismo e melhorar os nossos trabalhos de previsões”, relativamente à nova tempestade tropical Pakhar.

 

26 Ago 2017

Abastecimento de água normalizado daqui a “um ou dois dias”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Macau Water acaba de emitir um comunicado onde aponta que “o reabastecimento de água em Macau [deverá] voltar à normalidade dentro de um ou dois dias”.

“Após a reparação das instalações afectadas da Estação de Tratamento de Águas da Ilha Verde, uma bomba de água voltou a falhar. Contudo, aquela Estação já se encontra em condições mínimas de voltar a entrar em funcionamento, ou seja, o reabastecimento de água deverá voltar, de forma gradual, à normalidade. Porém, é necessário tempo para estabilizar a pressão de água.”

Foi feita a instalação de oito postos de abastecimento de água de emergência, que estão situados nos seguintes locais:

  1. Beco do Padre António Roliz
  2. Rotunda de Carlos da Maia
  3. Zona entre a Avenida de Horta e Costa e a Rua de Manuel de Arriaga
  4. Zona entre a Travessa da Barca e a Rua de Manuel de Arriaga
  5. Entrada principal do Edifício Mong Sin, bloco 1, na Avenida de Venceslau de Morais
  6. Junto ao McDonald’s do Fai Chi Kei
  7. Junto à passagem superior para peões do One Oasis Cotai South de Seac Pai Van
  8. Entre os blocos 1 e 2 do Supreme Flower City.

A península de Macau continua a ser a área mais afetada, mas a agência Lusa também confirmou a existência de casas sem água na Taipa e em Coloane.

A origem do problema na península está na estação de tratamento de águas da Ilha Verde. Fonte da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) disse à Lusa esta manhã que, apesar de a estrutura ter sido reparada na noite de quinta-feira, estima-se que entre 10 a 15% da população não tenha água, ressalvando que se trata de um número pouco preciso.

A mesma fonte alertou para a elevada probabilidade de o abastecimento total só ser conseguido no sábado. “Se tivermos sorte há uma oportunidade de ficar solucionado à meia-noite. [Mas] não há garantias para hoje”, disse.

A dificuldade em determinar quantas pessoas estão ainda com os canos a seco prende-se com o volume reduzido de água que está a ser fornecido. Assim, há prédios já com água, mas a falta de pressão impede-a de chegar aos andares mais elevados, disse a mesma fonte.

Duas das três estações de tratamento de água voltaram a funcionar pelas 19:00 no dia do tufão, mas a estação da Ilha Verde, que abastece mais de metade da península de Macau, ficou danificada e apenas na quinta-feira à noite foi reparada.

As reparações das duas bombas de água da estação permitiram que se recomeçasse “parcialmente o abastecimento de água, com várias zonas da cidade a recuperar gradualmente”, de acordo com um comunicado enviado esta manhã pelo Centro de Proteção Civil.

Luz ainda a meio gás

Em termos de fornecimento de energia, a Companhia de Eletricidade de Macau (CEM) informou que às 10:00 de hoje 5.500 de clientes estavam ainda sem luz, 2,2% do total, nas zonas da Almeida Ribeiro, Fai Chi Kei e Ilha Verde.

“Como 36 postos de transformação foram seriamente danificados pelas inundações, vai ser necessário mais tempo para substituir as instalações. Estamos a colocar todos os nossos esforços de modo a completar a reparação ainda hoje”, de acordo com um comunicado da empresa.

Esta manhã, o Centro de Proteção Civil disse que continua a acompanhar os técnicos das companhias da água, electricidade e telecomunicações que procedem a trabalhos de recuperação dos respectivos serviços.

25 Ago 2017

Tufão Hato: IC vai analisar quase duas dezenas de monumentos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Hato também causou estragos em alguns monumentos, tal como a Fortaleza da Guia, incluindo a capela e as galerias subterrâneas, o edifício da Rua das Estalagens dedicado a Sun Yat-sen, a Casa de Penhores na avenida Almeida Ribeiro ou o Centro Ecuménico Kun Iam, entre outros.

Outros locais como o Armazém do Boi, que já sofria com a antiguidade das instalações, também foram afectados. No total, foram quase duas dezenas a ser danificados. Segundo o IC, estes espaços vão fechar portas por tempo indeterminado, sendo que “os detalhes da reabertura dos locais acima referidos será anunciada posteriormente”.

Será “executada uma fiscalização e recuperação mais aprofundadas, sendo as mesmas reabertas o mais breve possível após a conclusão dos devidos trabalhos”.

Hoje estão abertos ao público locais como a Casa do Mandarim, a Casa de Lou Kau, as Ruínas de São Paulo ou o Museu de Arte de Macau, entre outros espaços. “O Conservatório de Macau e as três escolas reentrarão em funcionamento normal”, sendo que “o Teatro Dom Pedro V abre ao público mas de forma limitada”, aponta o IC.

O organismo vai ainda retirar “objectos indesejáveis” da Academia Jao Tsung-I e do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, pelo que estes espaços vão fechar portas hoje e amanhã.

Bibliotecas danificadas

As bibliotecas públicas estiveram ontem fechadas ao público devido à “realização de trabalhos de inspecção em detalhe e limpeza”, sendo que a “maioria” abre hoje portas. “Devido à influência do tufão, as bibliotecas do Patane, Mercado Vermelho, de Coloane e a biblioteca itinerante estão seriamente danificadas, sendo as suas datas de reabertura serão anunciadas posteriormente”, informa o IC.

Encontram-se ainda encerradas ao público as bibliotecas localizadas nos parques, como é o caso das bibliotecas do Jardim Comendador Ho Yin, de Wong Ieng Kuan no Parque Dr. Sun Yat Sen e biblioteca de Wong Ieng Kuan no Jardim Luís de Camões. Os parques em questão também se encontram encerrados.

25 Ago 2017

Análise | As deficiências de construção dos prédios de Macau

O tufão de quarta-feira colocou a nu problemas de base da construção de Macau. Apesar dos regulamentos exigentes, a precariedade foi visível e revelada pelos muitos apartamentos destruídos depois das janelas terem cedido à pressão provocada pelos ventos

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau é desde quarta-feira uma cidade repleta de vidros partidos, muitos deles provenientes de janelas que não aguentaram a pressão dos ventos do tufão. Além de espalhar vidro pelas ruas, esta situação trouxe o Hato para dentro de muitas casas.

Esta situação releva um problema estrutural de construção, que se verificou inclusive em prédios recentes como o One Oasis, onde os danos foram consideráveis.

Algumas janelas estilhaçaram-se devido a detritos, mas uma grande parte cedeu com a pressão e força do vento. Quanto às razões para esta situação, Tiago Pereira, engenheiro civil, interpreta que “ou o vidro não era adequado, ou foi problema de armação, de caixilharia”.

Neste capítulo importa referir que as exigências da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes são mais dirigidas para as superestruturas dos edifícios, relegando a responsabilidade para o construtor de tudo quanto é acessório, onde se incluem as janelas.

“É suposto as janelas resistirem a isto, não é suposto as pessoas terem de andar a colar fita-cola, é suposto que as janelas resistam a esta pressão do vento”, explica Tiago Pereira.

Entre problemas de material ou de projecto, o facto é que muitos residentes de Macau ficaram com as suas casas num caos total.

Na opinião dos especialistas ouvidos pelo HM, as caixilharias e o reforço com vidros duplos capazes de aguentar pressões de ventos fortes fazem parte das respostas que deveriam ser dadas nos edifícios danificados.

Seguros contra todos

Não é por falta de legislação ou regulamentos que a qualidade da construção em Macau é má. Aliás, as leis do território para combater a acção do vento impõem exigências mais apertadas do que em Hong Kong. Porém, falta fazer cumprir a lei.

Outra das questões que se impõe rever diz respeito aos seguros contra tufões. Neste domínio, as seguradoras protegem os seus interesses impondo valores incomportáveis. Em Portugal, por exemplo, a lei impõe a compra de um seguro contra sismos o que leva o construtor a cumprir critérios rigorosos de construção.

Ora, por cá até assegurar um automóvel contra danos provocados por tufões sai caro. “Apesar de haver muitos tufões em Macau, quase nunca são tão graves como este, então as pessoas acabam por optar não contrair seguros contra tufões”, explica João Palla, arquitecto, acrescentando ainda que os escalões praticados “não são razoáveis”.

Esta situação abre o problema complicado de saber quem tem responsabilidades por estes danos. Se o proprietários, ou o construtor.

Quando se pede uma licença de obra é necessário juntar a declaração de responsabilidade do construtor e do director técnico da obra e seguro. O técnico da obra é responsável durante os primeiros cinco anos depois da licença de utilização.

Além destes mecanismos, as janelas são calculadas, o fornecedor do material procede ao ensaio para certificar a resistência à pressão imposta pela legislação e, finalmente, são aprovadas. Estas regulações são cumpridas, pelo menos nos projectos do Governo, segundo fonte ouvida pelo HM.

João Palla considera que em Macau “há uma situação de luxo aparente que não é proporcional à sua qualidade construtiva, principalmente quando comparamos com os padrões de qualidade de Hong Kong ou da Europa”.

O arquitecto entende que “uma cidade como esta, vulnerável a tufões, com os códigos e regulamentos de construção e exigências normativas, tem de equipar os edifícios com melhores caixilharias, isolamento térmico, vidros e portas”.

As consequências do Hato não foram uma surpresa para João Palla, que vê na catástrofe um possível momento de aprendizagem. Mas para isso algo tem de mudar. “Isto não pode ficar assim, isto tem de ser debatido, em termos de construção as coisas têm de andar para frente, porque ainda construímos como se construía há 30 anos atrás”, conta o arquitecto.

25 Ago 2017

Caritas precisa de voluntários para apoiar famílias em necessidade

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sequência dos cortes de energia, muitas pessoas ficaram presas em casa sem acesso a comida ou água. Na zona do Fai Chi Kei, o tufão deixou muitos idosos isolados. Um grupo de voluntários prestou-se a levar-lhe as primeiras duas refeições de ontem, sobrando apenas o jantar. Precisavam de seis centenas de refeições, pedido respondido por alguns empresários da restauração.

Este exemplo ilustra um pouco do que se tem passado em Macau desde que o Hato assolou o território.

A Caritas, também a braços com os danos, tem estado na linha da frente a apoiar quem precisa. “Neste momento, estamos a contactar aqueles que recorrem aos nossos serviços, levando refeições, auxiliando pessoas isoladas e prestando apoio psicológico às vítimas”, conta Alan Oho da Caritas.

A instituição ainda está a quantificar os danos que os seus equipamentos sofreram, mas houve veículos para transporte de pessoas em cadeiras de rodas que foram atingidos por árvores e detritos.

Também a Santa Casa da Misericórdia sofreu danos, principalmente na loja social da Ilha Verde que ficou inundada tendo sido destruídos todos os cabazes alimentares que estavam prontos para ser distribuídos daqui a uma semana.

Mais ajuda

Alan Oho, da Caritas, confessa que a instituição atravessa uma fase em que precisa de ajuda. “Estamos a tentar angariar voluntários que possam complementar o nosso pessoal para ajudar as famílias”.

O funcionário da Caritas conta que um dos maiores problemas é fazer chegar a ajuda a pessoas com problemas de mobilidade que ficam presas em edifícios em elevadores, como o caso de um casal que usa cadeiras de rodas e vive num 21º andar.

Uma das situações mais dramáticas que Alan Oho enfrentou na noite de quarta-feira foi a necessidade de ter de ir buscar três idosos ao hospital depois de feita a hemodiálise. “Passámos por áreas cheias de vidros e detritos, chapas de metal, pedaços de árvores, eu, que sou um condutor experiente, senti-me muito inseguro”, conta. Apesar da incerteza do que se lhes deparava pelo caminho, conseguiram transportar os idosos de regresso ao lar. A etapa seguinte foi transportá-los ao longo de seis lances de escadas.

Se por um lado o Hato trouxe ao de cima alguma das melhores características das gentes de Macau, também houve o reverso. Com a água potável a escassear nas prateleiras dos supermercados, houve quem pusesse à venda duas garrafas de água pela módica quantia de 150 patacas.

25 Ago 2017

Casinos | Sinal 8 de tufão foi içado tarde demais, diz Cloee Chao

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]avia suspeitas, mas a verdade é que os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) só decretaram o sinal 8 de tempestade tropical às 9h00 de quarta-feira, o que fez com que muitos trabalhadores do jogo se apresentassem ao serviço.

É esta a ideia de Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo. Ao HM, a responsável considera que o Governo reagiu de forma errada em resposta aos danos causados pelo tufão Hato, tendo adiantado que este não é caso único.

“O sinal 8 não é içado com base na realidade e na necessidade. Em vez disso, é içado segundo um tempo bem organizado em prol dos benefícios das operadoras de jogo”, defendeu Cloee Chao.

Cloee Chao aproveitou ainda para divulgar a carta que enviou ontem à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), onde se manifestou contra as regras adoptadas pelas operadoras de jogo em períodos de tufões.

“Toda a gente sabia o que ia acontecer na quarta-feira, mas as operadoras de jogo alertaram os trabalhadores de que, caso não viessem trabalhar, iriam tratar o caso como se fosse uma falta ou dia de férias sem remuneração”, apontou.

Casinos reagem

Entretanto, as operadoras de jogo MGM e Melco Crown já reagiram ao tufão Hato que levou ao inédito encerramento dos casinos.

“As operações no Cotai continuam a decorrer normalmente”, aponta a Melco Crown, que lembra as dificuldades de acesso ao local de trabalho na manhã de quarta-feira.

“Compreendemos que os nossos empregados passaram por dificuldades para chegar ao trabalho devido aos impactos do tufão. Para mostrarmos o nosso apoio, vamos ser flexíveis nos horários de entrada nos próximos dias.”

Também a MGM afirma ter vindo a trabalhar com o Executivo para “restaurar as operações e proteger os nossos trabalhadores e hóspedes”. “Registamos alguns danos no edifício de pequena dimensão, mas acreditamos que não vai ter qualquer impacto no nosso regresso às operações”, apontou ainda a operadora.

Entretanto, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) disse estar “a prestar estreito acompanhamento sobre os assuntos de indemnizações [a trabalhadores], tendo mantido contactos com a Associação de Seguradoras de Macau”.

25 Ago 2017