Mais de metade das empresas financiadas pelo Fundo de Indústrias Culturais sem lucros

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 60 por cento dos projectos financiados pelo Fundo das Indústrias Criativas (FIC) ainda não está a obter lucros. A informação foi deixada ontem por um membro do fundo, Davina Chu num encontro com a comunicação social.

“Neste momento só temos os relatórios de 70 projectos e destes mais de 60 por cento mostram que as empresas não têm tido lucros”, afirmou a responsável.

São 70 empresas ligadas às indústrias criativas, de entre os 133 projectos, que receberam financiamento desde 2013 do fundo criado para ajudar no desenvolvimento das indústrias culturais, de acordo com a política ligada à diversificação da economia.

A justificação para a falta de lucros dada por Davina Chu tem que ver com o facto de as empresas terem iniciado a actividade ainda “há pouco tempo”.

Os projectos que já apresentam resultados positivos são aqueles que “iniciaram actividade há mais tempo, por exemplo há dois anos, ou que já estavam activos antes mesmo de pedir apoio ao FIC”, referiu.

Apoios aos milhões

De Janeiro a Outubro deste ano, o FIC avaliou um total de 62 projectos candidatos a financiamento em que 53 foram aprovados, obtendo, no total, um apoio de 124 milhões de patacas. Deste montante, 76 milhões foram concedidos enquanto subsídio a fundo perdido e 47 milhões como empréstimos sem juros.

As áreas mais apoiadas pelo FIC, este ano, foram as do design criativo e media digital, e grande parte dos projectos aprovados é de empresas criadas recentemente, muitas delas no último ano.

De acordo com Davina Chu, “há cada vez mais empresas a recorrer ao financiamento disponibilizado pelo FIC o que mostra um interesse cada vez maior no investimento das industrias criativas locais”.

Desde que começou com o programa de apoios à indústrias culturais, o FIC apoiou um total de 133 projectos tendo disponibilizado 263 milhões de patacas. Destes apoios, mais de metade foi a fundo perdido e o restante em empréstimos sem juros.

O FIC não detectou até agora nenhuma falha nos compromissos assumidos pelas empresas ou irregularidades no cumprimento das suas obrigações.

No entanto, salientou a representante do Fundo, “caso venham a ser registadas situações que não estejam em conformidade com as regras do financiamento, o apoio é imediatamente cancelado e os valores adiantados têm de ser devolvidos”. Davina Chu esclareceu ainda que o FIC tem um processo de fiscalização que acompanha os trabalhos das empresas que financia.

O FIC tem um orçamento anual de 200 milhões de patacas e o financiamento a cada empresa tem um tecto máximo de nove milhões de patacas.

Futuro integrado

Para 2018, o Fundo pretende apoiar projectos mais específicos e as apostas são direccionadas a empresas com iniciativas comunitárias para “encorajar as empresas nos bairros a aperfeiçoar os programas culturais”. Outra das prioridades é o apoio na constituição de marcas locais, nomeadamente nos sectores do design de moda, exposições e espectáculos culturais ao mesmo tempo em que incentiva as empresas a adaptarem os seus produtos às políticas “Uma Faixa , Uma Rota”, e “A Grande Baía Guandong-Hong Kong-Macau”. De acordo com Davina Chu, a ideia é promover planos de apoio às empresas “que reúnam as condições para executarem projectos de cooperação”.

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