EPM | Nova petição junta mais de 100 assinaturas

A agitação na Escola Portuguesa de Macau tarda em acalmar, e uma nova petição dirigida às autoridades locais vem pedir a continuidade dos professores e da psicóloga dispensados. Além disso, os signatários apelam ao respeito pela lei local

 

O respeito pela lei de Macau, a manutenção dos professores e da psicóloga dispensados e a continuidade da disciplina do português como língua não materna. São estes os pedidos que constam de uma nova petição sobre a Escola Portuguesa de Macau (EPM), dirigida às autoridades de Macau, que está a circular online e que ontem tinha mais de 100 assinaturas.

O texto escrito em nome dos “residentes” do território defende a “manutenção dos professores e da psicóloga dispensados”, o que é justificado com o “saber acumulado ao longo de muitos anos” do exercício das funções em Macau. Este pedido é igualmente fundamentado com o “profissionalismo e empenho” dos visados pelas dispensas, sendo considerado que a sua continuação vai permitir o “sucesso nos estudos” e “numa língua curricular” que “na maioria das vezes” não é a língua materna dos alunos.

Outro dos aspectos mencionados, passa pela defesa da continuidade da disciplina do português como Português como Língua Não Materna (PLNM). Segundo o texto que reuniu mais de 100 assinaturas, o PLNM “permite aos alunos” da “comunidade que frequentam a EPM e que não são de língua materna portuguesa (muitos deles alunos inclusivos), imersos no seu dia-a-dia em línguas e culturas tão diversas, aprenderem o português de forma gradual, sistemática e consolidada, alicerçando o estudo das restantes disciplinas do currículo português”.

Em relação ao PLNM, numa resposta recente da escola à associação de pais, foi reafirmado o compromisso com a manutenção da disciplina.

Por último, a petição apela ao “respeito pela lei da RAEM, nomeadamente no que diz respeito às orientações da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) relativas ao pagamento do trabalho realizado pelos professores com os alunos do ensino inclusivo”.

O texto aponta também que o pagamento visa permitir que os alunos sejam “devidamente acompanhados nas suas necessidades educativas” e que possam cumprir a “escolaridade obrigatória na EPM”, permitindo assegurar a “salvaguarda do princípio da inclusão, da defesa da multiculturalidade e da igualdade de oportunidades para todos”.

10 Jul 2024

Deficiência | Desemprego piorou face a 2019

Hetzer Siu, presidente da associação Macau Special Olympics, dá conta de que o panorama de desemprego para portadores de deficiência está ainda pior do que no ano de 2019, ou seja, no período pré-pandemia.

Ouvido pelo jornal Ou Mun, Hetzer Siu explicou que, apesar de a economia ter registado alguma recuperação, o foco manteve-se nas actividades ligadas ao sector do turismo, pelo que é difícil aos portadores de deficiência acederem a este tipo de trabalhos sem o tempo de formação adequado, pois têm mais dificuldades em realizar tarefas de forma rápida num curto espaço de tempo.

O responsável apontou ainda que as pequenas e médias empresas locais não conseguem proporcionar acções de formação no local de trabalho, além de que muitos empregadores esperam que os portadores de deficiência sejam produtivos no imediato, mas a verdade é que depois de serem contratados deixam de ter formações.

Outra questão mencionada por Hetzer Siu ao Ou Mun, prende-se com a falta de abrangência do cartão de registo de avaliação de deficiência do Instituto de Acção Social, uma vez que existem muitas pessoas com a formação feita em escolas de ensino especial, mas que não conseguem obter esse cartão por não cumprirem os requisitos, o que lhes aumenta as dificuldades no dia-a-dia.

9 Jul 2024

Turismo | Pedida proibição de excursões de baixo custo

O presidente da Associação para a Promoção do Desenvolvimento Regional de Macau considera que o território tem de apostar nos turistas disponíveis a gastar mais dinheiro durante as viagens

 

O presidente da Associação para a Promoção do Desenvolvimento Regional de Macau, Chan Tak Seng, defende a proibição das excursões a Macau de baixo custo, por considerar que acrescentam muito pouco à economia local. A posição do ex-mandatário da candidatura de Chan Meng Kam a deputado foi tomada em declarações ao jornal Exmoo.

“[Estes turistas] não gastam muito dinheiro depois da entrada, e quando saem do território, apoiam [os grupos de contrabando] ao transportarem cigarros, álcool ou outros produtos [para o Interior]”, afirmou Chan Tak Seng, entre os argumentos contra o turismo das excursões baratas.

Chan considerou ainda que estas excursões criam um ciclo vicioso, porque não só afectam a imagem de Macau como destino turístico, mas porque também afectam a imagem da qualidade do turismo.

O presidente associativo defendeu que com este tipo de turistas as Pequenas e Médias Empresas não vão conseguir sobreviver, porque as pessoas tendem a ter gastos muito reduzidos: “Não devemos apenas focar-nos na quantidade de turistas, temos de ter qualidade”, justificou.

Outros riscos

Chan Tak Seng apelou ao Governo para arranjar soluções para o problema do contrabando promovido pelos turistas de baixo custo, que são pagos para saírem com produtos da RAEM, que depois entregam às redes de contrabando no Interior.

O dirigente associativo prestou estas declarações ao Exmoo, depois do Governo Central ter anunciado que desde o início do mês os turistas do Interior passam a ter uma isenção fiscal de 12 mil renminbis nas compras feitas em Macau. Até ao início do mês, a isenção era de 5 mil renminbis.

No entanto, para Chan Tak Seng, a medida de incentivo ao maior consumo em Macau pode promover ainda mais o contrabando da RAEM para o Interior. A medida tida como benéfica, deve assim ser acompanhada de uma inspecção principalmente dos carros com matrícula dupla e dos que circulação para Cantão.

Além disso, o também ex-candidato à Assembleia Legislativa alertou que há uma grande proximidade entre as trocas de dinheiro ilegais e o contrabando, sendo frequente que as pessoas envolvidas num dos tipos de ilícito também a pratiquem o outro.

Como o novo valor da isenção de entrada no Interior a ser apenas aplicado aos residentes do Interior, e não aos de Macau ou Hong Kong, teme-se que haja cada vez mais excursões baratas a serem utilizadas para este propósito.

Segundo o jornal Exmoo, actualmente quando os turistas vêm a Macau são abordados por membros de grupos de contrabando que lhes pagam imediatamente 100 renminbis para transportarem, no regresso, produtos para o Interior.

9 Jul 2024

EPM afirma que Português como Língua Não Materna continua a ser leccionado

Apesar das dúvidas que surgiram nas últimas semanas, a Escola Portuguesa de Macau (EPM) garante que o Português como Língua Não Materna (PLNM) vai continuar a ser ministrado. A garantia foi deixada junto da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EPM (APEP), que emitiu um comunicado para os seus associados com a posição da escola.

“O PLNM continuará a ser ministrado na EPM, de acordo com o que está previsto na legislação aplicável. Iremos desenvolver o projecto de apoio às línguas portuguesa e chinesa nos 1.º e 2.º anos do 1.º CEB [Ciclo do Ensino Básico], com o necessário envolvimento dos Pais e Encarregados de Educação”, é citado como resposta da escola à questão levantada nos últimos dias, a que o HM teve acesso. “Nenhum aluno deixará de ter o apoio necessário em todas as áreas, designadamente, aquela que condiciona todas as aprendizagens, o domínio da língua portuguesa, na medida em que o curriculum é o português”, foi acrescentado.

Recentemente, a TDM noticiou que a direcção da EPM instaurou um processo interno por considerar haver desvios no programa da disciplina do Português como Língua Não Materna. Em causa, estará o facto de haver alunos sem o português como língua materna que passam de ano, sem conseguir a aprovação necessária ao nível de proficiência do português, como exigido pela legislação aplicável.

A questão de um eventual facilitismo é também abordada na resposta à APEP. “Não obstante, não será tolerada a subversão, em nome de ‘pretensos bons resultados’, das regras”, foi indicado. “Iremos desenvolver todos os esforços, com o apoio da nossa equipa docente, para que os resultados académicos, sociais e humanos sejam os melhores”, foi frisado.

Receios fundados

O ensino do PLNM levantou várias preocupações nos últimos tempos, principalmente junto dos pais que terão inclusive colocado a circular uma carta aberta que foi enviada à direcção da escola. De acordo com o documento, citado pelo jornal Ponto Final, a disciplina do PLNM é tida como “essencial para uma educação inclusiva e equitativa, respeitando as diferenças linguísticas e culturais dos alunos”.

Os pais relatam também as dificuldades dos alunos de Macau em aprender português, porque “o chinês é a língua dominante na comunidade extracurricular em que se inserem” e “o inglês é a língua de comunicação entre os jovens alunos da EPM”.

9 Jul 2024

EPM | Porta-voz do PSD de Macau envia queixa a ministro

O porta-voz da Secção de Macau do PSD enviou uma carta ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação a apresentar uma queixa formal contra o director da Escola Portuguesa de Macau. Na missiva, assinada em nome pessoal, é indicado que o corpo docente vive num “ambiente de terror”, sem receber horas extra e subsídio de ensino inclusivo

 

O porta-voz da Secção de Macau do PSD, António Bessa Almeida, enviou em nome pessoal, no final da semana passada, uma carta ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre em que apresenta uma “queixa formal contra o director da Escola Portuguesa de Macau por má conduta e intimidação aos professores e funcionários”. A carta dirigida a Fernando Alexandre, a que o HM teve acesso, descreve um “ambiente de terror”, que “provoca a degradação crescente do ambiente na escola, numa altura de avaliações finais, vigilâncias de exames e fecho do ano lectivo”.

António Bessa Almeida refere que Acácio de Brito “mencionou irregularidades cometidas por professores sem nunca especificar qualquer uma e, portanto, sem dar aos professores a possibilidade de contraditório”, e acusa os dirigentes da escola de denegrirem a imagem e honra dos docentes dispensados.

Corda ao pescoço

O porta-voz da Secção de Macau do PSD afirma que “os professores não se sentem respeitados, são sistematicamente tratados como incompetentes”, e sentem-se pressionados e vivem num clima de medo por temerem ser despedidos ou alvos de processos disciplinares.

É também indicado que não são pagas horas extraordinárias desde Janeiro deste ano, assim como os subsídios de ensino especial e ensino inclusivo.

Em relação ao ano lectivo que se avizinha, António Bessa Almeida refere que até à data do envio da carta, o passado dia 4 de Julho, o corpo docente da escola ainda não tinha conhecimento da distribuição de serviço lectivo para o próximo ano.

Por fim, o representante do PSD de Macau declara que, face à “degradação que, há mais de um mês, se agrava progressivamente na EPM” é solicitado ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação, “que tome as providências necessárias com a maior urgência, sob pena de os danos já causados se tornarem irreversíveis para a imagem e bom nome da escola e dos seus professores”.

9 Jul 2024

FM | Candidaturas a planos de apoio a projectos académicos este mês

A Fundação Macau (FM) vai criar no próximo ano três modelos de apoio financeiro para projectos académicos, actividades comunitárias e intercâmbios, cujas candidaturas começam a 15 de Julho. Segue-se ainda um plano de apoio destinado a actividades comunitárias, nomeadamente a realização de palestras, acções de formação, exposições ou workshops, entre outros, com ligação aos bairros de Macau. Haverá ainda um plano de apoio financeiro para a realização de acções de intercâmbio com o interior da China, Hong Kong, Taiwan e outros países e regiões.

Segundo um comunicado da FM, o dinheiro será atribuído mediante a apresentação, por parte dos candidatos, de um projecto planeado com “qualidade e rigor”, sendo que este deve trazer “benefícios para a sociedade”. Além disso, deve existir “razoabilidade do orçamento”, além de que a entidade concorrente deve ter “capacidade e experiência”, entre outros critérios.

No próximo dia 11 de Julho irá decorrer, no Centro de Ciência, uma sessão de esclarecimento para que os interessados conheçam o processo de candidatura e inscrições. A sessão começa às 16h30.

8 Jul 2024

Exportações | Volume de encomendas preocupa empresas

O insuficiente volume de encomendas foi o principal problema das empresas exportadoras de Macau, durante o primeiro trimestre deste ano, de acordo com os resultados apurados pelo “inquérito de conjuntura ao sector industrial exportador”. O inquérito foi publicado na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT).

Entre as empresas inquiridas, 59,2 por cento identificaram como principal desafio o facto de não terem um volume de encomendas suficiente para os próximos meses de actividade. Dado que os inquiridos podem escolher mais do que uma opção sobre o principal problema, 49,2 por cento referiram os preços mais competitivos no estrageiro e 41,5 por cento mencionaram os preços cada vez mais elevados das matérias-primas.

Em relação às perspectivas de negócio, no primeiro trimestre a maiorias das empresas esperava que o volume de negócios se mantivesse estável, face aos níveis anteriores. Foi essa a resposta de 43,1 por cento dos empresários questionados. Ao mesmo tempo, 36,4 por cento dos inquiridos mostrava-se optimista face a um aumento do volume de negócios e 20,5 por cento tinham uma perspectiva negativa.

Ainda de acordo com inquérito elaborado pelo Governo, o mercado de exportador que teve melhor desempenho foi a União Europeia, o único em que se registou um crescimento acima de 1 por cento. No pólo oposto, os mercados de “outros países americanos”, dos quais se excluem os Estados Unidos, apresentou uma redução das encomendas de 21,1 por cento.

8 Jul 2024

Troca de dinheiro | Desmantelados bancos clandestinos ligados a Macau

De acordo com a informação das autoridades do Interior, os três bancos desmantelados tiveram lucros anuais de cerca de 1,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, não só com trocas de dinheiro, mas também devido a empréstimos com juros “muito elevados”

 

O Ministério da Segurança Pública chinês anunciou na sexta-feira ter desmantelado três bancos clandestinos ligados a câmbio ilegal de dinheiro em Macau e congelados fundos no valor de 3,9 milhões de yuan. Numa conferência de imprensa em Pequim, o director adjunto do Gabinete de Segurança Pública de Zhuhai disse que a polícia da cidade vizinha lançou uma operação que culminou com a detenção de 13 suspeitos.

Niu Yanjun sublinhou que entre os detidos estão Chen Mouxia e Li Mouwei, considerados os cabecilhas de dois grupos que se dedicavam à troca ilegal de dinheiro junto às Portas do Cerco.

Niu acrescentou que na operação foram apreendidos 100 mil dólares de Hong Kong, telemóveis, máquinas de pagamento electrónico e cartões bancários, além de terem sido congelados fundos em contas bancárias.

Na mesma conferência, o director adjunto do Gabinete de Investigação Criminal do ministério disse que a escala deste tipo de grupos criminais “cresceu rapidamente” nos últimos anos.

Cheng Shiqu explicou que os grupos têm conseguido lucros anuais de cerca de 1,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, vindos não apenas da troca de dinheiro, mas também da usura, o empréstimo de dinheiro a juros muito elevados.

Males maiores

Os juros elevados terão encorajado a prática de outras actividades ilegais, incluindo “crimes violentos, fraude, roubo e contrabando, afectando de forma grave a segurança e a estabilidade social” em Macau, lamentou Chen.

O dirigente disse que o Ministério da Segurança Pública pediu às forças de segurança de Macau e do Interior que reforçassem a cooperação para “combater de forma severa” o câmbio ilegal de dinheiro na região.

Em 3 de Junho, a agência de notícias oficial chinesa Xinhua avançou que o ministério organizou “uma reunião especial de trabalho a nível nacional” dedicada ao câmbio ilegal em Macau.

O ministério indicou na altura que o câmbio ilegal está ligado ao branqueamento de capitais e a bancos clandestinos que têm servido para transferir dinheiro entre diferentes jurisdições, nomeadamente entre Macau e o Interior da China.

O Governo de Macau anunciou no final de Maio que a criminalidade relacionada com o sector do jogo em casino mais que duplicou no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, de 158 para 351 casos.

As forças de segurança admitiram um aumento do câmbio ilegal de dinheiro e falaram de uma tendência de “agrupamento e profissionalização”. Entre Janeiro e Março, foram identificadas 1.292 pessoas ligadas a esta actividade, sendo que 1.227 foram expulsas do território.

8 Jul 2024

Curso de Verão de português da UM arranca com 350 alunos

O 38.º Curso de Verão de Língua Portuguesa da Universidade de Macau (UM) vai contar com cerca de 350 alunos, mais 70 do que na edição de 2023, anunciou na sexta-feira a instituição. A UM referiu que o curso vai arrancar na segunda-feira e decorrer até 26 de Julho com estudantes de Macau, Hong Kong, Interior da China, Coreia do Sul e Vietname.

A edição de 2023, a primeira a decorrer de forma presencial, depois de três anos de versões ‘online’, atraiu 280 alunos, de Macau, Interior da China e Coreia do Sul, um número aquém dos cursos realizados antes da pandemia da covid-19, de acordo com um comunicado.

As três anteriores edições do curso de Verão, organizado pelo departamento de Português da UM, decorreram à distância, devido às restrições à entrada em Macau durante a pandemia, e contaram com uma média de 300 participantes.

A última edição em formato presencial tinha sido em 2019, quando vieram à região chinesa cerca de 500 alunos.

Abordagem plural

Em Maio, a UM revelou que o programa inclui, durante as manhãs, cursos de língua portuguesa e cursos temáticos, que totalizam 15 horas, em áreas como literatura, história, relações internacionais e tradução.

Os alunos podem participar ainda em “clubes nocturnos” dedicados a expressões artísticas associadas aos países e territórios lusófonos, como dança, música, poesia, linguagem corporal, gastronomia, enologia e cultura macaense.

Os cursos de língua, com duração entre 45 e 60 horas, estão organizados em quatro níveis: iniciação, básico, intermédio e avançado, complementados com sessões de estudo autónomo orientado pelos professores.

Além de ajudar a desenvolver as competências linguística e sociolinguística dos alunos, a UM sublinhou que o curso de Verão quer ainda reforçar a “consciência intercultural” dos participantes. Este curso integra ainda os programas de formação de “talentos bilingues” da instituição.

O Governo de Macau tem defendido publicamente a formação de quadros com conhecimento de chinês e de português como uma prioridade.

8 Jul 2024

Ilha do Pico | Último bispo português de Macau homenageado

Arquimínio da Costa é recordado na terra de origem como “um homem humilde, simples e altruísta”. Vai ser homenageado no dia em que se assinalam os 100 anos do seu nascimento

 

O último bispo português de Macau, Arquimínio Rodrigues da Costa, é homenageado, hoje, na sua terra natal, na ilha do Pico, nos Açores, onde é recordado como um homem humilde, simples e altruísta.

“Um homem extraordinário, de uma santidade profunda, era uma figura que se dava aos outros, um altruísta puro, que, mesmo bispo, ajudava os sacerdotes das freguesias, substituía-os com imenso gosto. E às vezes ficava até aborrecido quando não o convidavam”, recordou, em declarações à Lusa, Manuel Goulart Serpa, que conheceu bem o antigo bispo de Macau.

Esta segunda-feira, dia em que se assinalam os 100 anos do seu nascimento, Arquimínio Rodrigues da Costa será homenageado na freguesia onde nasceu, São Mateus, no concelho da Madalena, para onde regressou quando deixou de ser bispo em Macau e onde morreu aos 92 anos.

Segundo uma nota divulgada pelo sítio Igreja Açores, será descerrada uma placa evocativa na casa onde nasceu Arquimínio Rodrigues da Costa, seguindo-se uma missa, presidida pelo bispo de Angra, Armando Esteves Domingues, no Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso.

Haverá ainda uma sessão solene, com uma conferência de Manuel Goulart Serpa sobre a vida e obra do homenageado. Manuel Goulart Serpa, que foi padre, professor e deputado, conheceu Arquimínio Rodrigues da Costa, quando ele ainda passava férias no Pico e tinha como passatempo preferido a pesca.

Mudança precoce

O antigo bispo tinha apenas 14 anos quando se mudou para Macau, onde completou os estudos eclesiásticos em teologia e foi ordenado sacerdote, mas “nunca perdeu a ligação ao Pico”. Para Manuel Goulart Serpa, a homenagem que agora é prestada é “muito merecida” e demonstra a “gratidão de todo o povo do Pico” por “uma das grandes figuras” da ilha.

“É uma figura que se deu aos outros, de uma humildade extraordinária e de uma simplicidade que chocava até”, frisou. “Ele visitava os enfermos, quando alguém falecia, ia ao terço a casa das pessoas nessa semana. Ele vivia para os outros”, acrescentou.

É também assim que o recorda o reitor do Santuário do Bom Jesus Milagroso, Marco Martinho. “Era um homem muito simples e que estava ao dispor desta igreja e deste povo no que era necessário”, contou.

Apesar de ter sido bispo em Macau, estava “sempre disponível para colaborar com os párocos” do Pico e para passar os seus conhecimentos às gerações seguintes.

“Tinha habilidade para a música. Era um exímio tocador de órgão e tocava órgão quando não havia organistas na celebração da eucaristia. E quantos jovens ensinou a tocar órgão na sua própria casa, gratuitamente”, lembrou Marco Martinho.

Homem do seminário

Na casa de família, que recuperou quando regressou ao Pico, em 1989, dedicava à agricultura numa pequena quinta.

“Gostava muito do seu passeio diário pelas estradas de São Mateus, conversando com as pessoas, com o seu típico chapéu de palha. Era um homem do povo e toda a gente tinha um grande carinho por dom Arquimínio”, salientou o pároco.

Quando, em 1976, o Papa Paulo VI o nomeou bispo de Macau, Arquimínio Rodrigues da Costa era professor no seminário e por lá continuou.

“Ele vivia no seminário, como professor, e quis continuar a residir no seminário e não ir para o paço episcopal. Continuava com o seu quarto e a atender todos aqueles que lhe batiam à porta. Era um homem extraordinário na sua simplicidade”, disse Marco Martinho.

O pároco do Pico destacou ainda a “visão estratégica” de Arquimínio Rodrigues da Costa para a Diocese de Macau.

“Ele contava-nos que ao ver que Portugal iria entregar Macau à administração chinesa, chegava à altura, antes de isso acontecer, de Macau já ter um bispo macaense. E foi isso que ele pediu à Santa Sé e resignou antes da idade canónica, explicando essa sua intenção”, partilhou.

O último bispo português de Macau morreu em 2016, com 92 anos, na ilha do Pico. Em 1988 tinha sido condecorado pelo então Presidente da República, Mário Soares, com o grau da Grã-Cruz da Ordem de Mérito.

8 Jul 2024

Turismo | Mais de um milhão de estrangeiros em seis meses

Nos primeiros seis meses deste ano, Macau recebeu 1,1 milhões de visitantes internacionais, segundo dados provisórios avançados ontem pelo subdirector dos Serviços de Turismo (DST) ao canal chinês da Rádio Macau. Face aos números do primeiro semestre, Ricky Hoi demonstrou optimismo em relação à superação da meta de dois milhões de turistas estrangeiros este ano.

Recorde-se que em 2023, Macau recebeu mais de 1,4 milhão de turistas internacionais, fasquia que continua distante dos mais de três milhões de visitantes estrangeiros registados em 2019.

Ricky Hoi adiantou que uma das estratégias da DST para alargar o leque de turistas estrangeiros passa pelas parcerias estabelecidas com Hong Kong, por exemplo ao nível da captação de turistas que chegam à região vizinha em rotas de cruzeiros. O responsável adiantou que actualmente seis cruzeiros que param em Hong Kong organizam visitas de um dia a Macau, trazendo para o território visitantes da Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Seguindo o objectivo de alargar a visibilidade de Macau em mais mercados internacionais, a DST está a preparar uma campanha de promoção turística de larga escala para a segunda metade de 2024.

8 Jul 2024

Turismo | Mais de 200 participantes em conferência

Termina hoje a conferência anual da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (APTA), que decorre no Centro Internacional de Convenções da Galaxy, e que teve início na quarta-feira.

O evento, co-organizado pela Universidade de Turismo de Macau, conta com mais de 200 participantes, incluindo académicos, líderes da indústria, decisores políticos e profissionais do sector provenientes de toda a região da Ásia-Pacífico. Esta é a segunda vez que Macau acolhe um encontro da APTA, tendo a primeira edição sido organizada em 2010, pelo anterior Instituto de Formação Turística.

Segundo um comunicado da organização, a conferência APTA 2024 debate “questões críticas que o sector enfrenta”, relacionadas com “a gestão de destinos, o marketing turístico, o comportamento do consumidor, a gestão cultural e do património, a gestão do alojamento e a educação em turismo e hotelaria”.

Não são esquecidas temáticas como o “impacto da transformação digital e do empoderamento feminino”, mostrando, assim, “o cenário em evolução da indústria e a necessidade de soluções inovadoras para manter a competitividade num mercado global”.

A realização da APTA no território visa ainda “impulsionar a economia local através do aumento do consumo associado ao turismo”, além de reforçar “a reputação de Macau como um destino preferencial para eventos MICE”.

5 Jul 2024

IPIM | Jackson Chang condenado a mais três anos de prisão

O antigo presidente do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau, Jackson Chang, foi condenado, em Segunda Instância, a uma pena de prisão efectiva de oito anos, apesar de ter sido absolvido de três crimes de abuso de poder. Na Primeira Instância, a condenação, em 2022, foi de cinco anos

 

Jackson Chang, também conhecido por Cheong Chou Weng, antigo presidente do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), viu a pena de prisão aumentar com a avaliação do seu recurso por parte do Tribunal de Segunda Instância (TSI).

Segundo o acórdão ontem divulgado, o arguido passa a ser condenado a uma pena de prisão efectiva de oito anos, por cúmulo jurídico, mais três anos em relação à condenação decretada no segundo julgamento do Tribunal Judicial de Base (TJB), em Maio de 2022.

Nessa altura, o antigo dirigente foi também condenado por três crimes de abuso de poder, em autoria material e forma consumada, sendo agora absolvido pelo TSI desses crimes. Porém, o recurso foi negado no que diz respeito aos crimes de corrupção passiva e prática de branqueamento de capitais.

O TSI decidiu, assim, condenar o antigo presidente do IPIM pelos quatro crimes de corrupção passiva para acto ilícito, aplicando-lhe uma pena de três anos e três meses de prisão por cada crime. Jackson Chang foi ainda condenado por três crimes de branqueamento de capitais, dois deles em co-autoria e de forma consumada, a dois anos de prisão por cada crime. Além disso, o arguido foi também “condenado pela prática de três crimes de inexactidão dos elementos, na pena de sete meses de prisão cada”.

Recorde-se que, no julgamento repetido no TJB, em Maio de 2022, Jackson Chang tinha sido condenado a um crime de corrupção passiva, três crimes de branqueamento de capitais e ainda três crimes de abuso de poder.

Empresário condenado

O TSI rejeitou ainda o recurso apresentado pelo arguido Ng Kuok Sao, condenando-o a 24 anos de prisão efectiva pela prática de quatro crimes de corrupção activa, três crimes de branqueamento de capitais, um crime de associação criminosa e de 23 crimes de falsificação de documento. Desta forma, aumenta a pena aplicada em um ano de prisão face ao segundo julgamento no TJB.

Recorde-se que ficou provado que Ng Kuok Sao, empresário, criou uma associação criminosa juntamente com a mulher, Wu Shu Hua, para vender autorizações de fixação de residência em Macau. Os crimes de que é acusado o antigo presidente do IPIM também estão relacionados com a atribuição de Bilhetes de Identidade de Residente de forma ilícita. Também o Ministério Público recorreu da segunda decisão do TJB, juntamente com os arguidos Ng Kuok Sao e Jackson Chang.

5 Jul 2024

UM | Recebido acervo de antigo dirigente chinês

O acervo de Kang Jimin, que liderou a representação chinesa no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês na preparação para a transição de Macau, foi doado à Universidade de Macau pela viúva do diplomata. Atas de reuniões e notas ilustram o processo que iria culminar na implementação da RAEM

 

A Universidade de Macau (UM) recebeu o acervo do diplomata Kang Jimin, antigo líder da parte chinesa no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês, que preparou a transição de administração da região em 1999.

A UM declarou que realizou uma cerimónia em que recebeu o acervo, doado por Han Jianli, viúva de Kang Jimin (1930-2018), de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira. O acervo está dividido em 31 categorias, que incluem atas de reuniões e notas escritas por Kang Jimin, que “têm grande importância para a investigação académica sobre o regresso de Macau e a elaboração da Lei Básica”, disse a UM.

Durante a cerimónia, o presidente da Fundação Macau, Wu Zhiliang, elogiou o trabalho de Kang Jimin na liderança da parte chinesa no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês, entre 1988 e 1993. “Com a sua rica experiência diplomática, ele deu o seu melhor para ultrapassar dificuldades e resolver problemas, estabelecendo uma boa base para uma transição de Macau e a criação da Região Administrativa Especial”, disse Wu.

Han Jianli afirmou que era a vontade do marido que este acervo fosse entregue a uma instituição educacional ou cultural do território para servir como “uma referência importante para a investigação sobre o desenvolvimento social e cultural de Macau”.

O Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês foi criado no âmbito da Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre a Questão de Macau de 1987, que abriu caminho à transição da administração do território. O grupo chegou a acordos que garantiram, entre outros, o estatuto do português como língua oficial de Macau, a proibição da pena de morte e a participação da região na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Antes de liderar o grupo, Kang Jimin foi vice-director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Espólio precioso

No início deste mês, a UM anunciou a aquisição de uma reedição de 1491 dos Elementos de Euclides, matemático da Grécia antiga considerado o pai da geometria. Na altura a universidade sublinhou que apenas 84 bibliotecas no mundo possuem esta edição de 1491, sendo a única existente na China.

Em 2022, a UM tinha adquirido um raro manuscrito português com o relatório oficial da embaixada, liderada por Alexandre Metello, enviada pelo rei D. João V à China em 1725, a única embaixada europeia recebida pelo imperador chinês Yongzheng.

5 Jul 2024

CTM | Obras na via pública danificam ligações de internet

A Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) emitiu ontem um alerta sobre os estragos causados às instalações subterrâneas de telecomunicações devido à realização de obras nas vias públicas. Mais concretamente, o comunicado destaca os casos recentes, ocorridos entre o mês passado e ontem, em que cabos de fibra subterrâneos foram danificados devido a trabalhos de construção de estradas junto à Ponte 6B e Ponte 5B, no Porto Interior, na Rua das Lorchas e Rua do Comandante João Belo.

A CTM diz ter enviado equipas técnicas aos locais assim que os incidentes foram reportados para proceder a trabalhos de reparação para que as ligações de internet voltassem à normalidade. A concessionária defende também que os empreiteiros devem “supervisionar as operações e reforçar a formação para evitar causar danos às instalações do serviço de utilidade pública, acabando por afectar a vida quotidiana dos residentes”.

É também pedida a intervenção do Governo, para que exija “aos empreiteiros que supervisionem os trabalhos de construção com orientações cuidadosas e minuciosas para garantir a integridade das instalações de serviços públicos, com o objectivo de proteger os interesses do público em geral”.

5 Jul 2024

Obras ilegais | Quase 130 demolições na primeira metade de 2024

Durante os primeiros seis meses deste ano foram registados 127 casos de demolição voluntária de obras ilegais, “número que tem vindo a aumentar”, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU).

No mesmo comunicado, as autoridades dão o exemplo mais recente de obras ilegais no terraço de um edifício na Rua de Marques de Oliveira, na Freguesia de Santo António, onde encontraram uma construção ilegal renovada na sequência de uma queixa.

A construção era composta “por coberturas metálicas, vedações e portões e também estava em curso a renovação de uma outra construção ilegal composta por um suporte metálico e uma cobertura.

A DSSCU emitiu uma ordem de embarga à obra e exigiu aos infractores que demolissem, por sua iniciativa, a construção, repondo as partes comuns do edifício ao seu estado original. Como a ordem da DSSCU não foi acatada, as autoridades procederam à sua demolição.

5 Jul 2024

TUI mantém condenações no caso Suncity

O Tribunal de Última Instância (TUI) decidiu manter todas as penas aplicadas aos arguidos do caso Suncity, antiga empresa de promotores de jogo liderada por Alvin Chau.

Segundo o acórdão ontem divulgado, foram negados os recursos apresentados por Alvin Chau, Si Tou Chi Hou, Cheung Yat Ping Ellute, Ali Celestino, Cheong Chi Kin, Chau Chun Hee, Lou Seak Fong, Wong Pak Ling Philip e Leong Su Weng relativamente às penas decididas pelos juízes da Segunda Instância.

Desta forma, Alvin Chau terá mesmo de cumprir a pena de 18 anos de prisão, seguindo-se a pena de dez anos de prisão para Si Tou Chi Hou, outros dez anos para Cheung Yat Ping Ellute, 12 anos e seis meses de prisão para Ali Celestino, Cheong Chi Kin, Chau Chun Hee e Philip Wong Pak Ling, enquanto Leong Su Weng terá mesmo de cumprir a pena de nove anos de prisão. O arguido Lou Seak Fong terá ainda de cumprir a pena de 12 anos e três meses de prisão a que foi condenado.

Compensação de quase 25 milhões

Destaque também para o facto de o TUI ter revogado a decisão do TSI no que diz respeito ao valor compensatório a pagar à RAEM por parte de todos os arguidos. Assim, deverá ser pago o montante de 24.865 mil milhões de dólares de Hong Kong pelos “produtos ilícitos obtidos através da exploração ilícita de jogo”.

Foi ainda revogada a decisão do TSI “na parte em que condenou os arguidos no pagamento solidário à RAEM das vantagens obtidas através das actividades de branqueamento de capitais”.

Mantêm-se ainda as restantes decisões do TSI, nomeadamente a que obriga Alvin Chau a prestar uma caução económica mínima de 6,5 mil milhões de dólares de Hong Kong, bem como o arresto de contas bancárias e bens imóveis que o arguido possui juntamente com a empresa “Sawalana Limited” em Londres.

4 Jul 2024

Vila da Taipa | Novos investimentos em turismo e lazer até 2025

A Sniper Capital, empresa de investimentos imobiliários, anunciou ontem a aposta em seis novos projectos ligados às áreas da restauração, lazer e turismo no coração da vila da Taipa, que deverão estar concluídos até 2025. Trata-se de mais 50 mil pés quadrados de área comercial com “amplos terraços ao ar livre”, onde o retalho também tem lugar

 

A histórica vila da Taipa vai receber, até 2025, seis novos empreendimentos ligados às áreas da restauração, retalho e lazer, com um total de 50 mil pés quadrados. Os projectos devem-se ao investimento da empresa de investimentos imobiliários Sniper Capital, que anunciou ontem esta aposta onde se promete revitalizar alguns espaços desta zona antiga e um dos pontos centrais para quem visita o território.

Segundo um comunicado ontem divulgado, “os novos empreendimentos apresentam amplos terraços ao ar livre” e espaços “concebidos tanto para operações de restauração e bebidas como de retalho”, sendo inspirados “na rica história mercantil da vila da Taipa”.

Um dos projectos consiste num edifício espelhado de cinco andares, localizado numa pequena rua da vila, que irá disponibilizar lojas e restaurantes, com 30 mil pés quadrados de dimensão. Seguem-se mais cinco projectos em outras zonas da vila da Taipa com um total de 20 mil pés quadrados.

Design e história

Apesar de assumirem a inspiração na história de uma zona tão visitada em Macau, a Sniper Capital explica que estes novos empreendimentos terão “um design mais contemporâneo, proporcionando áreas comerciais luminosas e espaçosas, bem como terraços abertos e arejados que visam atrair marcas e estabelecimentos que procuram espaços operacionais atraentes e flexíveis”.

Esta não é a primeira vez que a Sniper Capital investe na vila da Taipa, tendo-o feito já em parceria com a Taipa Village Destination. Pamela Chan, directora-geral desta entidade, destacou, citada pela mesma nota, que “os últimos empreendimentos representam um investimento substancial no futuro da Vila da Taipa”.

A responsável não esqueceu a proximidade ao Cotai. “As nossas propriedades foram cuidadosamente seleccionadas para satisfazer os visitantes que afluem à vila da Taipa. Com o espaço adicional que os nossos projectos estão a trazer para a área, combinado com o aumento de visitantes mais jovens a este bairro vibrante, a vila da Taipa está preparada para uma década emocionante, à medida que continua a evoluir como um dos principais destinos de Macau.”

4 Jul 2024

Animais | Lançada campanha de incentivo à adopção e vacinação

No próximo dia 20 de Julho, junto ao Jardim da Cidade das Flores da Taipa, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) irá organizar uma “aula preparatória de adopção de animais de estimação”. No local serão também montadas tendas de jogos e organizadas “actividades de pintura à mão e exposições”. Além disso, o organismo liderado por José Tavares apresentará como chamariz o sorteio de 40 cupões de supermercado no valor de 200 patacas.

Na ocasião, serão prestados “serviços de consulta de adopção e de vacinação anti-rábica. Os donos podem levar os seus cães ao local da actividade, para proceder à vacinação anti-rábica, mediante marcação prévia através do “Sistema de Marcação Prévia via Internet” do IAM”.

O organismo liderado por José Tavares indica também que os “cães e gatos destinados para adopção nos Canis Municipais são, na sua maioria, rafeiros chineses (Tong dog) e gatos domésticos de pêlo curto, de raça mestiça e que, devido à diversidade de genes, possuem uma constituição física mais robusta e adaptam-se mais facilmente às características do clima local, sendo adequados para adopção como animais de companhia”.

Os interessados em adoptar são bem-vindos a participar nas duas palestras de partilha de experiências sobre adopção de cães e gatos, que terão lugar no dia 27 de Julho no Canil Municipal de Macau, na Avenida do Almirante Lacerda, em Macau, das 10h às 11h15 e das 11h45 às 13h horas, respectivamente.

4 Jul 2024

MP | Homem que furtou num avião ficou em prisão preventiva

O Ministério Público (MP) revelou ontem que o indivíduo que a polícia deteve por ter subtraído “bens alheios num voo” que tinha Macau como destino foi presente a um juiz de instrução criminal que lhe aplicou prisão preventiva como medida de coacção enquanto durar o processo que irá culminar em julgamento.

A prisão preventiva foi aplicada “tendo em conta a natureza e a gravidade dos factos, o modus operandi, a motivação e a ilicitude da conduta” do arguido, e para evitar a “fuga, perturbação da ordem pública e tranquilidade social, bem como a continuação da prática de actividade criminosa da mesma natureza”, descreveu o MP.

O arguido, residente do Interior da China, terá aproveitado a ocasião em que outros passageiros estavam a dormir para se apropriar dos seus bens num voo que partiu de Singapura para Macau. O arguido furtou bens de três ofendidos guardados no compartimento para bagagem ou junto a eles, causando-lhes prejuízos no valor total de 2.400 renminbis, 15.500 dólares de Hong Kong e 800 dólares de Singapura.

O homem arrisca a condenação a cinco anos de prisão pelo crime de furto qualificado, uma vez que o delito terá acontecido num transporte colectivo.

4 Jul 2024

CEM | Calor leva a novo recorde no consumo de energia

O consumo de energia atingiu um novo recorde histórico em 2023, devido às temperaturas mais elevadas e à recuperação da economia após a pandemia de covid-19, disse ontem a Companhia de Electricidade de Macau

 

De acordo com o relatório financeiro anual da Companhia de Electricidade de Macau (CEM), publicado ontem no Boletim Oficial, o consumo bruto de energia chegou a 5.935,9 gigawatts-hora (GWh), mais 9,1 por cento do que em 2022. A empresa justificou o aumento com a subida das temperaturas no ano passado.

Em 2023, Macau registou o terceiro ano mais quente desde que a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) foi criada, em 1952, com uma temperatura média de 23,3ºC, mais 0,7 graus do que no ano anterior.

O território registou apenas 26 dias frios (quando a temperatura mínima é igual ou inferior a 12ºC), menos 13 dias do que os valores médios climáticos, e 15 noites quentes (com temperatura máxima igual ou inferior a 28ºC), mais 3,5 do que a média.

“O aumento do número de noites quentes e a diminuição do número de dias frios são sinais de aquecimento do clima”, disseram os SMG em Janeiro.

Aliás, ontem os SMG voltaram a lançar um alerta à população para se acautelar devido às temperaturas quentes. “Prevê-se que o tempo na região continue muito quente e a temperatura máxima atinja os 33ºC ou valores superiores”, foi indicado.

Com “a dissipação gradual da sombra da pandemia, a economia e o desenvolvimento social recuperaram de forma robusta, levando a um aumento geral na procura de energia em Macau”, indicou a CEM.

A tendência de aumento no consumo de energia mantém-se este ano, com a procura a atingir 1.258 GWh, mais 9,5 por cento do que no primeiro trimestre do ano passado, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos.

Poder de encaixe

A produção de energia eléctrica em Macau aumentou 7,2 por cento em 2023, para 435,5 GWh, mas representou somente 7,3 por cento do total, com mais 2,9 por cento a vir da incineradora, referiu a CEM.

A esmagadora maioria da electricidade consumida no território (89,7 por cento) continuou a vir da China continental, subindo 9,3 por cento para 5.327,3 GWh, um novo recorde histórico, sublinhou a empresa.

Ainda assim, a CEM destacou que o primeiro projecto solar com capacidade para gerar pelo menos um megawatt de electricidade foi oficialmente ligado à rede, aumentando a geração solar de energia em 130 por cento.

A empresa referiu também que já disponibiliza mais de dois mil espaços para carregamento de veículos ligeiros eléctricos em 60 parques de estacionamento públicos e seis lugares de estacionamento na via pública em Macau.

4 Jul 2024

Lisboa | Restaurante “Patuá” fecha portas

O restaurante “Patuá”, localizado em Lisboa e que servia comida macaense, fechou portas devido ao aumento da renda do espaço. A notícia foi divulgada pelos proprietários nas redes sociais.

“Caros comensais. É com muita tristeza que o Patuá fecha permanentemente. Queremos agradecer todas as vezes que vieram, os amigos que trouxeram, o bocadinho das vossas vidas que partilharam connosco e o carinho que nos deram e fizeram, connosco, o Patuá acontecer. Como costumamos dizer, ‘sobrevivemos à covid-19, mas não sobrevivemos à especulação imobiliária'”, pode ler-se.

Numa entrevista realizada em 2021 com o HM, Francisco Rodrigues e Daniela Silvestre falavam dos segredos do espaço e de como queriam contribuir para a preservação da gastronomia macaense. Francisco Rodrigues, com família macaense, mas que nunca viveu em Macau, trazia aos clientes sabores exóticos para uns, bem conhecidos de outros. Na rua Ilha de São Tomé, eram servidos o tradicional minchi, mas também caril de quiabos ou bacalhau macaísta, entre tantos outros.

2 Jul 2024

Dinheiro | Combate a casas de câmbio pode afectar fluxo financeiro

Vitaly Umansky, analista de jogo da Seaport Research Partners, emitiu uma nota esta segunda-feira onde alerta para o impacto negativo do combate que se avizinha às casas de câmbio, locais onde muitas vezes acontecem trocas ilegais de dinheiro.

Segundo noticiou o portal Macau News Agency (MNA), este combate pode afectar o fluxo de dinheiro que circula no território, bem como levar a um adiamento das viagens a Macau. “Muitas dessas redes recorrem à criptomoeda para transferência de dinheiro (algo que ganhou maior atenção das autoridades na China) juntamente com actividades de agiotagem”, escreveu o analista.

Vitaly Umansky apontou ainda que Macau “tem registado um aumento da actividade criminosa relacionada com a troca ilegal de dinheiro ao longo do último ano. Este problema foi elevado a um nível nacional em conjunto com as autoridades chinesas que analisam o uso contínuo de criptomoeda para mover dinheiro para fora da China, não estando necessariamente vinculado a Macau”.

Esta repressão às casas de câmbio pode acontecer “nos próximos um ou dois meses”, sendo que se espera uma diminuição a curto prazo. “Esperamos que a liquidez em Macau não seja significativamente afectada a médio prazo”.

No início de Junho, a agência de notícias oficial chinesa Xinhua avançou que o Ministério da Segurança Pública da China organizou “uma reunião especial de trabalho a nível nacional” dedicada ao câmbio ilegal em Macau.

A tutela da segurança alertou que a escala dos grupos dedicados a esta actividade “cresceu rapidamente” nos últimos anos, “graças aos enormes lucros” vindos não apenas da troca de dinheiro, mas também da usura, o empréstimo de dinheiro a juros muito elevados.

2 Jul 2024

Imobiliário | Mercado industrial e de lojas em quebra

Apesar de alguma recuperação na venda de apartamentos, principalmente imóveis a estrear, o mercado imobiliário continua em queda no que diz respeito a fracções industriais e lojas. As conclusões foram retiradas do balanço trimestral da agência Centaline, que destaca também o aumento de escritórios desocupados, em parte, devido ao teletrabalho

 

Se por um lado, o volume de vendas de fracções para habitação passou para o dobro entre o primeiro e o segundo trimestre do ano, o mercado de transacções de imóveis para fins industriais, comerciais e escritórios continua em queda. É o que indica o relatório de actividade da agência imobiliária Centaline referente ao segundo trimestre do ano.

Em relação aos escritórios, o director regional responsável pelos mercados industriais e comerciais, Jack Lei, salientou a debilidade do segmento, que não deverá chegar às 50 transacções na primeira metade de 2024. “Não só é por causa da fraca economia global. Desde a pandemia, em muitas empresas passou a ser normal o trabalho à distância, o que ajudou a que exista muito mais oferta do que procura no mercado. A taxa geral de desocupação de escritórios aumentou no segundo trimestre para 12,4 por cento”, revelou o responsável.

Em relação à perspectiva para o terceiro trimestre deste ano, Jack Lei não espera grandes novidades ou evolução.

Quanto às vendas de lojas, a Centaline revelou dados díspares. Se por um lado, nos primeiros seis meses do ano foram vendidas 173 fracções, com aumento anual de 26 por cento, os preços dos imóveis caíram por necessidade de liquidez dos proprietários. A imobiliária refere também que a redução de preços e a busca de vendas rápidas fez com que surgissem no mercado mais lojas em zonas nobres, ou de grande fluxo de turistas, o tipo de imóveis para comércio que raramente surgia para venda.

Por outro lado

Porém, se as vendas de lojas aumentaram, os arrendamentos caíram 42 por cento no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2023. Neste caso, Jack Lei salienta o grande aumento de lojas vazias, por arrendar, nos bairros comunitários, algo que justificou com o aumento do consumo para lá da fronteira.

Além disso, revelou que no cômputo geral, as rendas de lojas aumentaram 10 por cento em termos anuais devido ao encarecimento nas zonas turísticas, enquanto nos bairros comunitários se acentuou o declínio do valor das rendas na altura de renovar o contrato.

O mesmo se verifica nas vendas de fracções em edifícios industriais. Porém, como parece haver menos vontade dos proprietários destes imóveis em baixar muito os preços, a ocupação nestes edifícios caiu. Algo que a Centaline aponta como pista para a futura queda de preços já no terceiro trimestre deste ano.

Ainda assim, a queda do valor destes imóveis levou ao aumento de cerca de 70 por cento ao ano do número de transacções nos primeiros seis meses de 2024.

Em relação ao mercado da habitação, a Centaline destaca o aumento das vendas depois de terem avançado os benefícios fiscais, que terá levado muitos promotores a aproveitarem a oportunidade para limpar o inventário com descontos. No entanto, as transacções foram mais no mercado de apartamentos novos, com o mercado a registar mesmo preços mais baratos do que em casas já usadas. No segundo trimestre, as vendas de fracções em segunda mão foram apenas 25 por cento de todas as transacções.

2 Jul 2024