Wynn Macau | De volta aos lucros em 2023 após três anos

A concessionária de jogo Wynn Macau apresentou ontem os resultados financeiros referentes a 2023 com lucros de 465,7 milhões de dólares, registo que significou o retorno ao terreno positivo depois de prejuízos acumulados durante a pandemia.
A empresa sublinhou que “um aumento das receitas operacionais” ajudou a inverter um prejuízo de 627,6 milhões de dólares em 2022, de acordo com um comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong.
Os dois projectos operados pela Wynn Macau registaram receitas de 3,36 mil milhões de dólares em 2023, cinco vezes mais do que no ano anterior. Os casinos Wynn Macau e Wynn Palace foram responsáveis pela maioria do volume de negócios da empresa, arrecadando 2,44 mil milhões de dólares em receitas, seis vezes mais do que em 2022.
Os casinos da região fecharam o ano de 2023 com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que no ano anterior e 62,6 por cento do montante registado no mesmo período de 2019.
Tendo em conta a análise aos segmentos de jogo, a Wynn Macau registou receitas por 2,28 mil milhões de dólares no mercado de massas, enquanto o bacará VIP atingiu 575,3 milhões de dólares. Recorde-se que em 2019 as grandes apostas geravam quase metade das receitas totais dos casinos do território.

Estrelas no céu
“O forte impulso que ganhámos ao longo de 2023 continuou durante o quarto trimestre”, disse, na mesma nota Craig Billings, o director executivo da empresa-mãe, a Wynn Resorts, que inclui propriedades nos Estados Unidos.
“Estes resultados impressionantes realçam o compromisso incessante das nossa equipas em proporcionar um serviço de hospitalidade de cinco estrelas, que continua a elevar as nossas propriedades acima dos seus pares enquanto destino de clientes que procuram luxo em Las Vegas, Boston e Macau”, acrescentou o responsável da concessionária de jogo.
Craig Billings sublinhou que o lucro da Wynn Resorts antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos de reestruturação ou de arrendamento (EBITDAR, na sigla em inglês) atingiu “um novo recorde histórico”. O EBITDAR da Wynn Macau atingiu 953,9 milhões de dólares em 2023, invertendo o prejuízo de 220,6 milhões de dólares no ano anterior.
Os resultados das concessionárias de jogo no ano passado beneficiaram com grande empurrão do retorno à normalidade nas fronteiras. O território recebeu em 2023 mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior e um valor que representa 71,6 por cento do registado antes do início da pandemia de covid-19.

10 Fev 2024

Lucros do BNU crescem 62% para 587,3 milhões de patacas

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) anunciou ontem lucros líquidos de 587,3 milhões de patacas relacionados com o ano passado, naquele que foi um crescimento de 62 por cento. Em 2022, os lucros líquidos tinham sido de 224,5 milhões de patacas.

O desempenho do banco do grupo Caixa Geral de Depósitos foi superior à média do sector no território. Segundo a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), em 2023 os lucros dos bancos em Macau tiveram uma redução de 53,5 por cento para 6,14 mil milhões de patacas. A principal razão apontada para a queda dos lucros foi uma redução de 11,4 por cento, para 19,5 mil milhões de patacas, na margem de juros, a diferença entre as receitas dos empréstimos e as despesas com depósitos.

No entanto, os resultados apresentados ontem pelo BNU mostram uma tendência diferente, que até resultou do “aumento da receita líquida de juros”. “O desempenho financeiro do Banco em 2023 foi impulsionado pelo aumento da receita líquida de juros de 242,6 milhões de patacas ou 31 por cento, devido principalmente ao aumento das taxas de juros”, foi indicado.

Comissões a cair

Contudo, as receitas líquidas com as comissões caíram 19 por cento: “A receita líquida de comissões caiu 19,2 milhões de patacas ou 19 por cento em relação ao ano anterior, reflectindo uma maior concorrência de outros bancos, de novas formas de pagamentos e de outros canais disponíveis para investimentos”, foi atirado.

Por outro lado, as despesas operacionais “aumentaram três por cento em relação a 2022”, o que foi explicado com o facto da maior aposta na digitalização não ter compensado totalmente. “As despesas operacionais aumentaram 3 por cento em relação a 2022, uma vez que as iniciativas de redução de custos apenas compensaram parcialmente o aumento das despesas com a digitalização para melhorar a experiência do cliente e aumentar a eficiência interna” foi apontado.

8 Fev 2024

Consulado | Atendidos quase 34 mil pedidos de passaportes e CC

No ano passado, 1.297 utentes não compareceram no consulado depois de terem feito marcação para tratar de assuntos relacionados com cartões de cidadão e passaporte. Os números foram indicados pelo consulado português

 

Ao longo do ano passado o Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong atendeu quase 34 mil pedidos relacionados com cartões de cidadãos e passaportes. Os números foram revelados ontem, através de um comunicado distribuído à imprensa.

O maior número de pedidos relacionou-se com passaportes (17.708), seguindo-se os cartões de cidadão (15.869), num total de 33.577 atendimentos. A estes, junta-se ainda um total de 1.297 marcações agendadas, mas em que as pessoas não compareceram no consulado.

De acordo com os dados oficiais, no ano passado registou-se um aumento dos atendimentos em comparação com 2022 (17.617) e também 2019 (28.408), o último ano anterior à pandemia.

Segundo a mesma fonte, actualmente numa semana de cinco dias, o consulado tem capacidade para lidar com os pedidos relacionados com documentos de 800 pessoas, uma média de 160 marcações por dia, quando até Março o registo era de 130 marcações por dia. As marcações podem ser feitas à quinta-feira, para a semana homóloga do mês seguinte.

A nível do Registo Civil, houve 265 pedidos de nacionalidade através do casamento. Os números disponibilizados não fazem a comparação com os anos anteriores. Além disso, foram feitos 1.059 registos de nascimento, 657 transcrições de casamento e 61 transcrições de óbito.

Em relação ao procedimento de certidões, o consulado explicou que em 2023 implementou o procedimento de emissão “na hora”, que demora dois dias úteis, depois de o pedido ser feito através de correio electrónico.

 

Mais vistos e aumentos

Além disso, na área dos vistos de entrada para Portugal e para o espaço Schengen, tiveram lugar 658 solicitações, das quais 349 vistos nacionais e 309 para o espaço Schengen, que permite circular entre 27 países.

Sobre a solicitação, o consulado indicou que no ano passado tomou medidas para se adaptar face à extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, embora as medidas não tenham sido especificadas. Foram ainda eliminados procedimentos considerados “desnecessários e redundantes”, como as traduções para língua portuguesa de documentos emitidos em inglês.

No que diz respeito aos recursos humanos, o consulado indicou que há 22 funcionários, dos quais 11 exercem funções na Chancelaria e 11 foram contratados localmente. Em 2010, o número de funcionários era de 27. Houve também uma redefinição das tarefas internas, com o cônsul-geral, Alexandre Leitão, a assumir a área dos vistos, e o Coordenador Técnico, Ricardo Silva, a assegurar a coordenação específica da área de notariado, assuntos eleitorais e assuntos sociais.

Também no ano passado, foi indicado que “houve um aumento salarial significativo” dos funcionários, que tem como objectivo reduzir “o fosso para os salários médios praticados na RAEM”. Contudo, a proporção dos aumentos não foi declarada.

A nível do apoio social, o consulado acompanhou a situação de seis detidos portugueses em Hong Kong, tendo assistido às sessões dos julgamentos e visitado todos os reclusos, à excepção de um.

João Santos Filipe

8 Fev 2024

Táxis | Bandeirada sobe para 21 patacas

Com a nova tabela de preços que entra hoje em vigor, uma viagem de 3,6 quilómetros vai ficar cerca de 3,5 patacas mais cara, um aumento que ronda os 10 por cento

A partir de hoje, apanhar um táxi em Macau vai ficar mais caro com a bandeirada a subir de 19 patacas para 21 patacas. Os aumentos dos preços foram publicados ontem no Boletim Oficial e foram justificados pela Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) com o facto de não haver um “ajuste” desde 2017.

De acordo com a nova tabela, a bandeirada pelos primeiros 1,6 quilómetros de circulação sobe 21 patacas, o que representa um crescimento de 10,5 por cento. Também as fracções, a distância efectivamente percorrida vai ser aumentada. Neste caso, a cobrança de duas patacas passa a ser feita a cada 220 metros, quando anteriormente era feita a cada 240 metros.

Com as novas alterações, um cliente que faça uma viagem com 3,6 quilómetros metros vai pagar cerca de 39,2 patacas, que resultam do preço de 21 patacas pelos para os primeiros 1,6 quilómetros, da bandeirada, e ainda de cerca de 18,2 patacas para os restantes 2 quilómetros. Com a tabela anterior, o preço da mesma viagem era de 35,7 patacas, 19 patacas pelos para os primeiros 1,6 quilómetros, da bandeirada, e 16,7 patacas para os restantes 2 quilómetros. Neste caso a diferença é de cerca de 10,1 por cento.

Também o preço do tempo de espera é aumentado, através de uma redução do tempo de cobrança. Antes dos novos preços, por cada minuto de espera os clientes tinham de pagar duas patacas. No entanto, as duas patacas começam agora a ser cobradas a cada 55 segundos. Esta cobrança aplica-se quando a viatura está parada por ordem do cliente ou devido a paragens no trânsito durante o percurso.

 

No topo

O maior aumento dos preços surge ao nível das taxas extra, aplicadas quando o táxi é apanhado em alguns locais específicos do território.

A partir de hoje, quem apanhar um táxi no aeroporto, no terminal marítimo da Taipa, nas fronteiras da Ilha da Montanha ou da Ilha Artificial da ponte para Hong Kong vai ter de pagar mais três patacas em relação ao preço antigo. A taxa acrescida para os táxis nestes locais sobre para oito patacas, face às anteriores cinco patacas, no que é uma escalada do preço de 60 por cento. A nível da taxa mais cara, destaca-se que o preço de apanhar um táxi na Universidade de Macau, que antes acompanhava o praticado dos outros locais, vai manter-se nas cinco patacas.

Sem alterações, permanece o preço da bagagem transportada no porta-bagagens, que continua a ser de três patacas por cada peça. Também as deslocações da Taipa para Coloane mantêm a taxa de duas patacas, assim como as de Macau para Coloane, que custa cinco patacas.

Num comunicado publicado após os preços terem sido anunciados, a DSAT revelou que os aumentos resultam das “exigências e sugestões” da indústria dos taxistas e que também foi tido em conta o facto de não haver ajustes desde 2017. A DSAT indicou igualmente que foi “ponderada” a capacidade da população para pagar os preços, assim como os custos de exploração dos taxistas.

8 Fev 2024

Kevin Ho diz que solução para Global Media ainda está longe

A solução para as dificuldades financeiras do Global Media Group (GMG), que inclui o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e a TSF, ainda está longe, disse ontem o accionista Kevin Ho King Lun.

Um acordo “está ainda numa fase muito prematura”, disse Kevin Ho aos jornalistas em Macau, à margem de um evento na Fundação Rui Cunha.

“Estivemos muito perto de assinar um memorando de entendimento, mas ainda estamos longe de um acordo”, explicou o empresário.

Na sexta-feira, o empresário Diogo Freitas, da Officetotal Food Brands, disse à Lusa que o acordo para a compra de alguns jornais e revistas do GMG e da rádio TSF “está fechado”, mas que faltava ainda ser assinado.

Diogo Freitas lidera um grupo de investidores e empresários de Portugal que tinha manifestado interesse em 12 de Janeiro em comprar o Jornal de Notícias (JN), O Jogo, JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta do Mundo, assim como a maioria do capital da Sociedade Notícias Direct, bem como a TSF.

Kevin Ho não confirmou esta informação, sublinhando que “há muitas diferentes opções” em cima da mesa, que serão discutidas “ao longo das próximas semanas”.

O empresário garantiu, no entanto, que os actuais accionistas pretendem “continuar fortemente envolvidos nas marcas” do GMG.

Por outro lado, Ho não garantiu que os salários em atraso seriam pagos até quarta-feira, 07 de Fevereiro.

“Esperamos até amanhã”, disse o empresário.

Na sexta-feira, Ho e os outros accionistas do GMG, Marco Galinha, Mendes Ferreira e José Pedro Soeiro tinham dito que estava “previsto o pagamento dos salários até ao dia 07 de Fevereiro, estando a ser avaliados mecanismos para a regularização do subsídio de Natal”.

Na sexta-feira, a assembleia de trabalhadores da TSF discutiu a “possibilidade da suspensão dos contratos de trabalho” caso o pagamento dos salários não for efetuado nos prazos previstos.

Face à promessa dos accionistas, os trabalhadores do Diário de Notícias suspenderam, até 07 de Fevereiro, uma greve que estava marcada para a passada sexta-feira, 02 de Fevereiro.

Por outro lado, Kevin Ho negou ontem que o GMG tenha uma dívida no valor de 2,1 milhões de euros em Macau.

“Temos simplesmente, como qualquer empresa, fornecedores a quem é preciso, empréstimos de accionistas”, disse.

Outros passos

A 10 de Janeiro, o presidente da Comissão Executiva do GMG, José Paulo Fafe, disse na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que o grupo tinha dívidas no valor de 2,1 milhões de euros em Macau e de 700 mil euros em Malta, “em empresas de jogo ‘online’ que nunca funcionaram, ou melhor, de licenças de jogo ‘online'”.

Em 31 de Janeiro, Fafe apresentou a demissão por considerar “estarem esgotadas” as condições para exercer as funções.

Está marcada para 19 de Fevereiro uma assembleia-geral extraordinária de accionistas do GMG, a pedido da KNJ, empresa de Kevin Ho, e de José Pedro Soeiro, com cinco pontos na ordem de trabalhos, entre eles a destituição do actual Conselho de Administração e um aumento de capital de cinco milhões de euros.

O empresário Marco Galinha detém uma participação efetiva de 50,25 por cento no GMG, através da Páginas Civilizadas (41,51 por cento) e da Grandes Notícias (8,74 por cento), enquanto a KNJ detém 29,35 por cento e José Pedro Soeiro 20,4 por cento.

7 Fev 2024

Wan Kuok Koi ligado pela Deutsche Welle a fraudes telefónicas

Wan Kuok Koi, conhecido como Dente Partido, foi associado pela pública alemã Deutsche Welle (DW) ao Parque KK, no Myanmar, onde estão instalados vários centros de fraudes por telefone e aplicações móveis que se aproveitam de pessoas na China, Europa ou Estados Unidos.

Numa investigação que originou um documentário, a DW conseguiu seguir o rasto do dinheiro das burlas, através de diferentes contas em criptomoeda. Uma das contas que recebeu várias transferências feitas a partir do Parque KK foi aberta com o nome do empresário Wang Yi Cheng, cidadão chinês radicado na Tailândia.

Segundo a DW, Wang Yi Cheng faz parte de uma rede criminosa mais alargada que controla o Parque KK, na qual também consta o nome de Wan Kuok Koi. O canal cita fontes anónimas no que diz respeito à informação que inclui o residente de Macau na rede de burlas.

Esta rede opera com a protecção da Força de Guarda Fronteiriça, que costumava ser um grupo rebelde no Myanmar, mas decidiu aliar-se à Junta Militar do Governo, em troca do controlo total sobre a área geográfica perto da fronteira com a Tailândia, onde s esitua o Parque KK.

Além disso, ao mesmo tempo que recebia as transferências do dinheiro das burlas, Wang Yi Cheng era também vice-presidente da Associação de Intercâmbio Económico da Tailândia, que tem como objectivo a promoção das relações entre a Tailândia e a China.

 

Espaços comuns

Segundo a DW, a Associação de Intercâmbio Económico da Tailândia partilha o edifício com a associação Centro de Trocas Culturais Ultramarinas de Hongmen, em Banguecoque. O edifício foi alvo de uma rusga no ano passado por parte da polícia tailandesa, assim como outra sede ligada ao movimento Hongmen, na mesma cidade, devido a ligações com as tríadas chinesas.

Como parte deste movimento Hongmen, em 2018, Wan Kuok Koi fundou a Associação Mundial de História e Cultura de Hongmen.

O artigo da DW apresenta ainda depoimentos de vítimas de tráfico para o Myanmar, obrigadas a trabalhar no esquema de fraudes. Segundo estes relatos, o parque é controlado por cidadãos chineses, e as pessoas são obrigadas a trabalhar 17 horas por dia. Quando pediam para serem libertadas eram ameaçadas de morte.

7 Fev 2024

Cartões de Crédito | Pagamentos em atraso crescem 8,7 milhões

Cerca de 79,5 milhões de patacas em dívidas ligadas aos cartões de crédito estavam por pagar há mais de três meses. No espaço de um ano, registou-se uma subida de 8,7 milhões neste valor

 

Os pagamentos em atraso durante mais de três meses relacionados com os cartões de crédito cresceram cerca de 12,3 por cento no quarto trimestre do ano passado, face ao período homólogo, de acordo com os dados publicados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Entre Outubro e Dezembro, o montante das dívidas relacionadas com cartões de crédito que ficaram por pagar mais de três meses cresceu para 79,5 milhões de patacas. Em comparação com o período de 2022, quando as dívidas por saldar há mais de três meses se cifraram em 70,8 milhões de patacas, registou-se um crescimento de 12,3 por cento, o que significa 8,7 milhões de patacas.

A diferença é maior quando a comparação é feita com o último trimestre de 2019, o último ano antes de se sentirem os efeitos da pandemia da covid-19. No quarto trimestre desse ano, as dívidas que estavam há mais de três meses por pagar relacionadas com os cartões de crédito não iam além dos 61,4 milhões de patacas. Entre 2019 e 2023, deu-se assim um aumento de quase 30 por cento, ou 18,1 milhões de patacas.

No que diz respeito “rácio de débito não pago” a situação apresenta uma melhoria. Segundo esta métrica, entre o total das dívidas dos utilizadores destes cartões, 2,8 por cento estão por pagar há mais de três meses. Este número significa que por cada 100 patacas em dívida, apenas 2,8 patacas estão por pagar há mais de três meses. Em comparação com 2022, entre o total das dívidas ligadas aos cartões, estavam por pagar há mais de três meses 3,1 por cento das dívidas.

Apesar da melhoria, a situação está longe do cenário do último trimestre de 2019, quando o rácio de débito não pago não ia além de 1,61 por cento.

 

Maior procura

As estatísticas publicadas ontem pela AMCM mostram também que se está a registar um maior recurso ao crédito, através dos cartões, em Macau.

No último trimestre de 2023, o valor total do crédito utilizado atingiu 6,24 mil milhões de patacas, um aumento de 25,1 por cento, em comparação com o último trimestre de 2022. Nesse período, o crédito utilizado tinha sido de 4,99 mil milhões de patacas. Ambos os valores ainda estão abaixo do que acontecia nos finais de 2019, em que o montante do crédito utilizado era de 6,30 mil milhões de patacas.

No que diz respeito aos pagamentos móveis, apesar de os últimos três meses de 2023 terem registado um aumento do número de transacções, o valor utilizado foi menor. O valor total das transacções ficou assim nos 7,13 mil milhões de patacas, uma redução face ao período homólogo de 2022, quando o montante tinha sido de 7,28 mil milhões de patacas. Entre Outubro e Dezembro de 2023, havia uma média de 89 patacas por cada pagamento móvel. Em comparação, em 2022, a média era de 100 patacas por cada pagamento móvel.

7 Fev 2024

Jogo | Receitas dos primeiros quatro dias do mês “desafiam” sazonalidade

As receitas brutas dos casinos de Macau durante os primeiros quatro dias de Fevereiro atingiram cerca de 2,5 mil milhões de patacas, valor que significa quase 625 milhões de patacas por dia, segundo a JP Morgan Securities. Os analistas destacam a boa performance apesar da normal sazonalidade antes do Ano Novo Lunar

 

A proximidade do Ano Novo Lunar parece representar a continuação de bons presságios ao nível das receitas da indústria do jogo. Segundo uma nota da JP Morgan Securities, durante os primeiros quatro dias do mês de Fevereiro os casinos de Macau facturaram 2,5 mil milhões de patacas em receitas brutas. Feitas as contas, os analistas do banco de investimento apontam para receitas brutas diárias de 625 milhões de patacas.

“Estes valores são semelhantes ao registo diário de Janeiro de 624 milhões de patacas, que já foi uma performance forte. Mas são impressionantes considerando tratar-se de um período de normalmente afectado pela sazonalidade antes dos feriados do Ano Novo Lunar”, concluem os analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li, citados pelo portal GGR Asia.

A equipa de analistas concluiu que as receitas no arranque deste mês representam uma recuperação de mais de 110 por cento do segmento de massas face aos níveis registados antes da pandemia, enquanto o jogo VIP “deverá recuperar para perto de 20 por cento” do volume de negócios antes da pandemia.

A JP Morgan refere ainda que, de acordo com informação de fontes da indústria, um número considerável de jogadores VIP reservou quartos de hotel em Macau durante os feriados do Ano Novo Lunar.

A verificar-se um nível de receitas durante os feriados semelhante aos primeiros dias de Fevereiro, os casinos de Macau podem apurar mais de 650 milhões de patacas por dia, o que ao longo de oito dias de feriados significa resultados que ultrapassam o mesmo período de 2019.

 

Reservas lotadas

Com as unidades hoteleiras geridas pelas concessionárias de jogo a registarem lotação esgotada para a semana do Ano Novo, estão lançados os dados para bons resultados nos casinos.

Já os analistas do Citigroup estimaram um aumento de receitas brutas em Fevereiro para 19,5 mil milhões de patacas, e que durante os dias 12 e 17 de Fevereiro os casinos devem apurar cerca de 900 milhões de patacas por dia.

Recorde-se que as receitas do jogo atingiram em Janeiro 19,3 mil milhões de patacas, mais 67 por cento do que em igual mês de 2023.

Em Janeiro do ano passado, as receitas dos casinos tinham sido 11,6 mil milhões de patacas, de acordo com a informação da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos.

Apesar do aumento em termos anuais, o valor de Janeiro de 2024 representou ainda 77,5 por cento do registado em igual mês de 2019, antes do início da pandemia de covid-19. Em Dezembro, as receitas do jogo tinham atingido 18,6 mil milhões de patacas, o segundo valor mais elevado desde o início da pandemia.

7 Fev 2024

Hospital das Ilhas | Exigida prioridade na contratação de locais

O deputado Pereira Coutinho afirma que falta transparência ao processo de recrutamento de pessoal para o Hospital das Ilhas e pede prioridade para a contratação de profissionais locais. Além disso, defende o acesso gratuito de idosos aos serviços do novo hospital e o alívio da sobrecarga de trabalho no Hospital São Januário

 

A abertura do novo Hospital Macau Union, que tem sido designado como Hospital das Ilhas, vem acrescentar uma nova estrutura que irá disponibilizar alguns serviços médicos que até agora não existiam no território. Porém, pode também representar uma série de oportunidades perdidas, algo que o deputado Pereira Coutinho tentou combater através de uma interpelação escrita divulgada ontem.

A primeira situação que o legislador analisa é o processo de recrutamento de profissionais para o novo hospital, exigindo que seja dada prioridade aos trabalhadores locais. “A prioridade na contratação de residentes no ‘Hospital Macau Union’ é uma medida importante para promover o emprego local e oferecer oportunidades de trabalho para os residentes de Macau principalmente os licenciados em medicina e enfermagem”, afirma.

Neste domínio, Pereira Coutinho revela ter recebido relatos de residentes que se queixaram da falta de transparência no processo de recrutamento por não terem sido informados sobre “os valores salariais correspondentes a cada função, a duração do período experimental, a duração do contrato de trabalho e os descontos para o regime de previdência social no sistema privado”. Aliás, o deputado denuncia a existência de informação diferente, “variando arbitrariamente”, de acordo com cada entrevistado.

Recorde-se que no final do passado mês de Outubro, o hospital lançou duas fases de recrutamento de pessoal para 170 vagas para áreas tão diversas como “técnicos de laboratório e radiologia, profissionais para a área jurídica, administradores hospitalares, engenheiros especializados em base de dados e sistemas de informações, engenheiros médicos, pessoal administrativo, profissionais de relações públicas, produção multimédia, fotografia, gravação de vídeo e cobradores”.

 

Para quem precisa

O acesso aos serviços do novo complexo hospitalar, o maior do território, é outro dos pontos salientados pelo deputado, em particular para os mais velhos que usufruem de cuidados de saúde gratuitos. Conforme foi anunciado pelo Governo, “estes utentes só poderão recorrer aos serviços gratuitos do Complexo de Saúde das Ilhas se forem encaminhados pelos Serviços de Saúde”. Na óptica de Pereira Coutinho, este requisito introduz “um sistema discriminatório” no acesso à saúde, em particular de idosos residentes em lares e em complexos habitacionais sociais das ilhas, especialmente em casos de urgência médica.

O deputado defende que a população das Ilhas da Taipa e de Coloane deveria ser atendida nos serviços do novo hospital, amenizando dessa forma a carga de trabalho do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Coutinho destaca a situação crítica de sobrecarga das “estruturas físicas, logísticas, equipamentos e recursos humanos” do hospital público. “A equipa que trabalha no hospital está sobrecarregada de trabalho devido ao aumento do volume de pacientes causado pelo crescimento da população e do turismo e a situação tem-se vindo a agravar ainda mais pelo facto dos funcionários activos estarem a acumular o serviço dos trabalhadores que se aposentaram, ou que deixaram definitivamente as funções”, indicou na interpelação escrita. Como tal, questiona se está a ser estudada a possibilidade de lançar um “programa de formação ou capacitação para suprir a falta de pessoal resultante da saída de trabalhadores que se aposentaram, ou que deixaram definitivamente as funções”.

7 Fev 2024

Lucros da banca em Macau caem para menos de metade em 2023

Os bancos de Macau registaram lucros de 6,14 mil milhões de patacas em 2023, menos 53,5 por cento do que no ano anterior, de acordo com dados oficiais divulgados ontem.

Segundo dados da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), a queda deveu-se a um desempenho negativo no último trimestre do ano passado, período em que a banca da região chinesa perdeu 4,09 mil milhões de patacas.

Nos primeiros nove meses de 2023, os bancos de Macau tinham acumulado lucros de 10,2 mil milhões de patacas, mais 10,2 por cento do que em igual período do ano anterior.

A principal razão para a diminuição dos lucros foi uma queda de 11,4 por cento, para 19,5 mil milhões de patacas, na margem de juros, a diferença entre as receitas dos empréstimos e as despesas com depósitos.

Isto apesar da AMCM ter aprovado três aumentos da principal taxa de juro de referência em 2023, a última das quais uma subida de 0,25 pontos percentuais, introduzida em maio, seguindo a Reserva Federal norte-americana.

Os empréstimos ao sector privado em Macau, a principal fonte de receitas da banca a nível mundial, diminuíram 14,2 por cento em comparação com o final de 2022, fixando-se em 1,09 biliões de patacas.

Também os depósitos junto dos bancos do território caíram 3,1 por cento durante o ano de 2023, para 1,22 biliões de patacas.

 

Em recuperação

O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau cresceu 116,1 por cento nos primeiros nove meses de 2023, em comparação com igual período de 2022, após quase dois anos consecutivos em queda, uma recuperação “impulsionada pelo desempenho” do turismo e do jogo.

Ainda assim, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos sublinhou em Novembro que a economia da região administrativa especial chinesa ainda só representa 77,4 por cento dos níveis registados antes da pandemia de covid-19.

A região administrativa especial de Macau tem dois bancos emissores de moeda: a sucursal local do banco estatal chinês Banco da China e o Banco Nacional Ultramarino (BNU), que pertence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos.

O BNU anunciou em Outubro lucros de 459,9 milhões de patacas nos primeiros nove meses de 2023, um aumento homólogo de 102 por cento, apesar de “incertezas no crescimento económico”.

6 Fev 2024

Ano Novo Lunar | Reservas hoteleiras indiciam ocupação elevada

O volume de reservas para o período do Ano Novo Lunar está a deixar o sector do turismo optimista e a perspectivar taxas de ocupação hoteleira entre 80 e 90 por cento. Em relação aos preços dos quartos de hotel, especialistas apontam para uma possível subida entre 20 e 30 por cento

 

A azáfama turística que habitualmente enchia as ruas de Macau parece estar de regresso, em particular na indústria da hotelaria. Entre os dias 9 e 18 de Fevereiro, a véspera de Ano Novo Lunar e o nono dia do Ano Novo, as unidades hoteleiras das seis concessionárias de jogo já estão totalmente lotadas.

O optismismo é alargado aos hotéis de menor dimensão, onde o volume de reservas parece apontar para taxas de ocupação na ordem dos 80 a 90 por cento, entre os dias 11 e 14 de Fevereiro, indicou ao jornal Ou Mun o presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, Lou Chi Leong.

O representante do sector considera que o tempo de estadia média dos visitantes vindos do Interior da China poderá ser influenciado pela época festiva. Desta forma, não só os turistas chineses que chegam a Macau de províncias mais longínquas devem ficar na RAEM entre um a dois dias, como também os provenientes de cidades da Grande Baía vão optar por pernoitar ao contrário da tendência natural de regressar a casa no fim do dia.

Face à elevada procura, Lou Chi Leong prevê que findas as contas os preços dos quartos de hotel em Macau subam entre 20 a 30 por cento durante o Ano Novo Lunar. “Existem mais de 40 mil quartos de hotel disponíveis em Macau e as dinâmicas que mexem com a oferta e a procura estão menos constritas em relação a anos anteriores”, indicou.

 

A diferença que faz

No passado fim-de-semana, a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, afirmou que o Governo prevê que entrem em Macau uma média de 120 mil turistas por dia durante os feriados. No total, Helena de Senna Fernandes estima que o número de turistas se aproxime de um milhão no cômputo dos oito dias do período festivo, mais do dobro do registo do ano passado.

Durante a semana de Ano Novo Lunar do ano passado, Macau registou 451 mil visitantes, quase o triplo de 2022, mas ainda assim menos 62 por cento do que em 2019, o último ano antes da pandemia de covid-19. Aliás, no ano passado as autoridades celebravam um recorde diário de entrada de turistas, no terceiro dia do Ano Novo Lunar, quando atravessaram a fronteira para Macau mais de 90 mil pessoas.

6 Fev 2024

HK | Piloto Anson Wong morre durante detenção policial

O piloto de Hong Kong de 57 anos participou em pelo menos 24 edições do Grande Prémio de Macau e representou as cores da equipa Son Veng, com sede em Macau. Segundo a versão da polícia da RAEHK, Wong morreu 20 minutos depois de ser dominado e algemado por três agentes

 

O alegado traficante de droga que morreu na semana passada 20 minutos depois de ser dominado pela polícia de Hong Kong, foi identificado como Anson Wong, piloto que correu no Grande Prémio de Macau pelo menos 24 vezes. A informação sobre a morte de um suspeito de estar envolvido numa rede de tráfico de cocaína foi revelada na quinta-feira, mas a identidade apenas foi tornada pública no sábado.

Quando a morte foi comunicada pelas autoridades, a polícia de Hong Kong defendeu-se ao apontar que o homem tinha oferecido resistência face a uma tentativa de detenção, em que três agentes teriam ficado feridos. O relato inicial indicava igualmente que o suspeito tinha cooperado com as autoridades no início das buscas, mas que se tornou violento, quando os polícias começaram a investigar o carro onde seguia. Também nessa altura, indicaram as autoridades da região vizinha, Anson Wong terá tentado arrancar com a viatura, o que levou a que fosse detido com uso da força por três agentes.

Segundo a versão da polícia de HK, a morte não terá acontecido quando os agentes recorreram à força para fazer a detenção, mas 20 minutos depois, supostamente quando Anson Wong estava algemado e foi “encontrado inconsciente” dentro de uma viatura da polícia.

A vítima mortal foi levada para um hospital em Tuen Mun, nos Novos Territórios, onde foi declarado morto pelas 11h48 de quinta-feira. Logo desde o início, as autoridades indicaram que a morte do homem de 57 anos se tinha devido a problemas cardíacos.

 

Rede de 100 milhões

Anson Wong era suspeito de estar envolvido numa rede de tráfico de cocaína avaliada em 100 milhões de dólares de Hong Kong.

O piloto foi abordado pelas autoridades no âmbito de uma operação resultou na detenção de mais três indivíduos, entre os quais uma mulher com 75 anos, que alegadamente liderava o grupo. Estes estariam ligados a um contentor que chegou a Hong Kong vindo da América do Sul com cerca de 150 quilos de cocaína.

Após a morte, as autoridades de Hong Kong prometeram investigar a ocorrência, para depois submeterem um relatório para tribunal de Coroner, em Hong Kong, para onde são encaminhadas as mortes consideradas suspeitas.

Aos 57 anos, Anson Wong era uma cara bem conhecida do panorama do automobilismo local, dadas as ligações à equipa Son Veng, com a qual competiu várias vezes

Sgundo o jornal The Standard, Wong participou pelo menos 24 vezes no Grande Prémio de Macau com vitórias em diferentes categorias. Além disso, participava em várias provas no Interior, em campeonatos como o de Carros de Turismo da China.

5 Fev 2024

SMG | Temperaturas devem subir 1,3 graus entre 2041 e 2060

Com a temperatura em Macau a aumentar, os SMG prevêem que os “fenómenos meteorológicos de temperatura elevada” também se tornem mais frequentes. As previsões foram realizadas com base no relatório sobre alterações climáticas 2023, do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas

 

As temperaturas médias máximas anuais em Macau, em meados do século XXI (2041-2060), devem subir cerca de 1,3°C e 1,6°C, respectivamente, em relação à média de 1995-2014, de acordo com as autoridades locais.

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau afirmaram que a temperatura global em Macau vai continuar a aumentar e os fenómenos meteorológicos de temperatura elevada vão tornar-se mais frequentes no século XXI.

Os serviços de meteorologia basearam-se no relatório sobre alterações climáticas 2023, do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), para projectar as alterações climáticas de Macau no século XXI sob diferentes cenários de emissões, de acordo com a informação publicada no ‘site’ da DSMG na quinta-feira.

Assim, no futuro, o número de dias muito quentes em Macau vai aumentar à medida que a temperatura global subir.

“No cenário de emissões médias, o número de dias muito quentes em meados do século XXI (2041-2060) vai aumentar para 77,7 dias por ano, em comparação com a média de 27,8 dias por ano em 1995-2014, e o número de dias muito quentes no final do século XXI (2081-2100) deverá ultrapassar os 100 dias por ano”, indicaram.

 

Menos CO2 só após 2050

Os SMG previram ainda que, com base nas actuais medidas globais de redução de emissões, se verifique um declínio gradual das emissões de CO2, depois de um pico em meados do século XXI.

“No entanto, se o público for pró-activo na redução das emissões de gases com efeito de estufa e atingir os objectivos do Acordo de Paris o mais rapidamente possível, ainda é possível limitar o aquecimento futuro de Macau a um nível mais baixo”, consideraram.

O Acordo de Paris é um tratado internacional juridicamente vinculativo sobre as alterações climáticas.

Foi adoptado por 196 Partes na Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP21), em Paris, França, a 12 de Dezembro de 2015, tendo entrado em vigor a 4 de Novembro de 2016.

O objectivo global é manter “o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2°C” em relação aos níveis pré-industriais.

No entanto, nos últimos anos, os líderes mundiais têm sublinhado a necessidade de limitar o aquecimento global a 1,5°C até ao final deste século, de acordo com a ONU.

5 Fev 2024

Saúde | Contratação de médicos portugueses fracassada

A contratação de médicos portugueses para trabalhar em Macau falhou, depois de uma sucessão de declarações de governantes que admitiram desistências de clínicos em processo de recrutamento. O facto de os restantes candidatos terem BIR remeteu-os para uma situação fragilizada, obrigando-os a estagiar e a fazer internato e exames

 

O recrutamento de médicos portugueses para reforçar o sistema de saúde de Macau fracassou por completo, depois de várias notícias que foram apontando a desistência e diminuição de candidatos.

Segundo noticiou o jornal Plataforma de Macau, a contratação do pessoal clínico esbarrou numa questão legal devido ao facto de os profissionais serem portadores de BIR. Como o estatuto de residente da RAEM não foi previsto no enquadramento legal para contratar pessoal clínico, os médicos portugueses, apesar de residentes, ficariam obrigados a passar num exame de especialidade para poder trabalhar em Macau. Além disso, ficariam ainda obrigados a um ano de internato, o que implicaria a realização de exames em todas as aéreas da medicina, um pouco à semelhança do que acontece com médicos acabados de sair da faculdade.

O retrocesso a nível de progressão profissional acabou por deitar por terra o recrutamento destes médicos, apesar de o processo ter sido tratado ao mais alto nível político.

O Plataforma de Macau acrescenta ainda que não há sinal de que o Governo inicie um novo processo de candidaturas para contratar clínicos de Portugal.

 

Episódios anteriores

O processo de contratação de médicos lusos começou com a visita de Ho Iat Seng a Portugal em Abril do ano passado, naquela que seria a primeira saída do Chefe do Executivo desde o levantamento das restrições fronteiriças impostas pela política de zero covid-19.

No mês seguinte, a secretária dos Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, visitou Portugal com a contratação de médicos na agenda de trabalho. Assim sendo, a secretária reuniu com o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, e discutiu “a situação de emprego em Macau” assim como “a possibilidade de médicos portugueses virem trabalhar para o território”. Foi através desta reunião que surgiram os 12 nomes para reforçar o sector da saúde da RAEM.

Já com os recrutamentos em andamento, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, revelava já a desistência de candidatos, sem especificar quantos.

Inicialmente, 12 médicos mostraram interesse em serem recrutados pelos Serviços de Saúde para trabalhar em Macau. Contudo, após o processo de selecção, a lista ficou a reduzida a oito, pelo facto de os restantes não cumprirem as exigências locais.

Porém, no passado mês de Novembro, Alvis Lo reconheceu que entre os oitos profissionais que cumpriam os requisitos legais, alguns não aceitaram a mudança para a RAEM, sem especificar quantos.

“Esses candidatos por motivos familiares ou razões pessoais optaram por não trabalhar em Macau. Tudo depende da escolha deles”, afirmou o também médico.

Recorde-se que o Governo da RAEM solicitou o auxílio institucional do Governo de Portugal, incluindo do à altura Ministro da Saúde Manuel Pizarro e à Ordem dos Médicos de Portugal.

Cerca de um mês depois da admissão de Alvis Lo, os Serviços de Saúde indicavam que seriam contratados apenas dois profissionais especialistas de Medicina Interna.

5 Fev 2024

Ano Novo Lunar | Previstos 111 mil passageiros e 860 voos

A companhia China Southern Airlines planeia lançar, no primeiro trimestre de 2024, duas ligações, uma desde Istambul e outra desde Moscovo

 

O Aeroporto Internacional de Macau prevê processar cerca de 860 voos e 111 mil passageiros durante o período do Ano Novo Lunar, de 10 a 14 de Fevereiro, informou ontem a empresa gestora da infra-estrutura.

Num encontro com os jornalistas, o director do departamento de Marketing da CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, Eric Fong, disse acreditar que “cerca de 24 mil passageiros viajem através do Aeroporto Internacional de Macau durante o período de pico num único dia” e que sejam operados “80 voos adicionais durante os cinco dias de férias”.

O Ano Novo Lunar celebra-se este ano a 10 de Fevereiro, e inaugura o Ano do Dragão. Durante este período de férias, dá-se a maior migração anual do mundo, com milhões de pessoas na China a viajarem para celebrar a ocasião com família e amigos.

Ao prever 860 ligações e 111 mil passageiros durante a época festiva, Fong notou que os números representam uma subida de 110 por cento e 140 por cento, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado, e uma recuperação de 77 por cento e 74 por cento dos valores de 2019, antes do início da pandemia de covid-19.

Actualmente, o aeroporto só tem ligações para o Interior e outros destinos asiáticos. Em termos de passageiros, 46 por cento e 16 por cento são provenientes do Interior e de Taiwan, respectivamente, enquanto outras regiões e países asiáticos representam os restantes 38 por cento, números “semelhantes a 2019”, declarou Fong.

No primeiro trimestre de 2024, o aeroporto irá operar 271 voos adicionais, cobrindo 11 destinos internacionais e regiões do Interior, incluindo Seul, Hanói, Banguecoque, Phnom Penh, Taipé e Xangai, nomeadamente “para atrair ainda mais os viajantes internacionais”, afirmou.

 

Alta cooperação

Ainda de acordo com o responsável, a CAM “está a cooperar proactivamente com o Governo da região administrativa especial para desenvolver um turismo abrangente e uma indústria de lazer”, além de “expandir as fontes de passageiros aéreos do Sudeste Asiático e do Nordeste Asiático”.

Neste sentido, frisou o director, a companhia aérea China Southern Airlines planeia lançar, no primeiro trimestre de 2024, duas ligações, uma desde Istambul e outra desde Moscovo, em direcção a Pequim e com transferência para Macau.

Já a AirAsia Camboja planeia, na mesma altura, inaugurar um voo diário entre Phnom Penh e Macau.

Em Novembro, Ho Iat Seng garantiu que o aeroporto vai lançar “mais voos internacionais directos”. Já as obras de aterro e ampliação da infra-estrutura, serão lançadas na segunda metade deste ano.

O aeroporto, actualmente com uma pista, tem capacidade para receber até 9,6 milhões de passageiros, mas a taxa de utilização é de “apenas 60 por cento”, lamentou Ho Iat Seng.

“Espero que a Air Macau possa adquirir aviões maiores, para realizar voos de longo curso”, sublinhou o Chefe do Executivo, referindo-se à companhia aérea de bandeira do território.

Em Junho, a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, descreveu o lançamento de voos directos entre Macau e Portugal como “um sonho”, mas lembrou também ser possível trabalhar com os aeroportos vizinhos de Hong Kong, Cantão e Shenzhen.

4 Fev 2024

Jogo | Receitas nos casinos sobem 67% em Janeiro

Com uma receita mensal de 19,3 mil milhões de patacas em Janeiro, a indústria do jogo registou o melhor resultado dos últimos três anos, à excepção de Outubro do ano passado

 

As receitas do jogo atingiram no primeiro mês do ano 19,3 mil milhões de patacas, mais 67 por cento do que em igual mês de 2023, anunciaram ontem as autoridades.

Em Janeiro do ano passado, as receitas dos casinos tinham sido 11,6 mil milhões de patacas, de acordo com a informação da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Apesar do aumento em termos anuais, o valor de Janeiro de 2024 representa ainda 77,5 por cento do registado em igual mês de 2019, antes do início da pandemia de covid-19.

Em Dezembro, as receitas do jogo tinham atingido 18,6 mil milhões de patacas, o segundo valor mais elevado desde o início da pandemia.

O recorde pós–pandemia, 19,5 mil milhões de patacas, foi fixado em Outubro, na chamada ‘semana dourada’ do 1.º de Outubro, quando se assinala o aniversário da implementação da República Popular da China, um dos picos turísticos do país.

Macau fechou 2023 com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que no ano anterior, mas apenas 62,6 por cento da receita acumulada registada em 2019, de acordo com os dados do regulador do jogo.

No ano passado, o território recebeu mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior e 71,6 por cento do registado antes do início da pandemia.

 

A crescer

Macau, que à semelhança do Interior seguiu a política de ‘zero casos de covid’, reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo turistas, em Janeiro de 2023, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

Contudo, o principal motor da recuperação da maior indústria da RAEM foi o fim das restrições de circulação no Interior, que permitiram que os jogadores voltassem ao território.

Entre Fevereiro de 2020, quando se começaram a sentir os efeitos da pandemia, e Dezembro de 2022, quando foram levantadas as restrições contra a covid no Interior, apenas por uma vez as receitas brutas do jogo ultrapassaram os 10 mil milhões de patacas, o que aconteceu em Maio de 2021.

Também entre Março de 2022 até Dezembro as receitas mensais nunca foram superiores a 3,7 mil milhões de patacas. Contudo, com o fim das restrições no Interior, o cenário mudou dramaticamente, e as receitas nunca mais ficaram abaixo de 10 mil milhões de patacas.

O recorde mensal das receitas de jogo foi estabelecido em Fevereiro de 2014, antes de uma campanha contra o segmento VIP. Nesse mês, que coincidiu com as celebrações do Ano Novo Chinês, os casinos registaram receitas brutas de 38 mil milhões de patacas.

4 Fev 2024

Jockey Club | Proprietários de cavalos desesperam por compensações

Numa reunião com os proprietários dos animais, a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau recusou ter disponibilidade para pagar compensações por danos gerados pelo encerramento do Macau Jockey Club

 

Os proprietários dos cavalos que correm no Macau Jockey Club esperam que a empresa apresente uma proposta de compensação, pelos danos causados com o fim das corridas. A informação foi divulgada ontem pelo Canal Macau e tem por base uma reunião entre os proprietários dos animais e a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau que decorreu na sexta-feira.

Segundo a emissora, que cita “várias fontes” não identificadas, os proprietários dos cavalos saíram “muito chateados” da reunião que tinha como objectivo discutir o destino a dar aos animais, após o Jockey Club encerrar. Entre os protestos, houve proprietários que se queixaram de terem comprado animais a pensar que a empresa ia cumprir não só o calendário anual das corridas, mas também funcionar durante os próximos 24 anos, como previsto no contrato assinado com o Governo.

Contudo, no encontro, a empresa terá afirmado que não tem intenções de pagar qualquer compensação aos proprietários pelo encerramento abrupto do espaço. A situação afecta alguns proprietários que trabalham com Companhia de Corridas de Cavalos de Macau há pelo menos 20 anos e sentem que estão a ser tratados injustamente.

As fontes citadas, indicam também que apesar do Jockey Club saber há muito tempo que ia fechar as portas, não se coibiu de ao longo dos últimos dois anos, quando já negociava com o Governo o encerramento do espaço, de incentivar à compra de mais cavalos para as corridas.

Ajudas de custos

Segundo a TDM, em relação às compensações, entre os proprietários dos animais há quem esteja aberto a receber apenas ajudas para os custos no envio dos cavalos para países como a Austrália ou a Nova Zelândia.

No entanto, os proprietários consideram também que a companhia lhes mentiu, uma vez que quando foi confrontada com a possibilidade de encerrar antes do final do contrato, definiu as informações como rumores. Na altura, também o Executivo recusou comentar um cenário de rescisão do contrato de concessão, quando decorriam negociações para que fosse terminado antecipadamente.

Ainda de acordo com a emissora, a empresa tem até amanhã para apresentar uma proposta de compensação. No caso de não o fazer, os proprietários ameaçaram falar publicamente e iniciar os procedimentos legais para serem compensados pelos danos.

Os proprietários indicaram também que o processo de encerramento do Jockey Club deveria estar a ser controlado pelo Governo, porque consideram que o Executivo foi o principal responsável por permitir que a empresa continuasse a operar, em 2018, quando a concessão foi renovada, mas também pelo encerramento abrupto, anunciado no início do mês passado.

31 Jan 2024

Turismo | Associação espera um ano melhor face a 2023

Luís Herédia, presidente da Associação de Hotéis de Macau, disse à TDM Rádio Macau, disse esperar um ano ainda melhor no que ao turismo diz respeito, dizendo mesmo que se pode esperar “um ano à Dragão”, com alusão ao signo do zodíaco chinês de 2024. “A cidade continua animada mesmo nos dias de semana, com bastante gente, e se continuar assim o Ano Novo Chinês irá constituir um pico alto [em termos de turismo]. Aí os preços sobem, mas também os recursos. Esperemos que comece assim [um ano à ‘Dragão’].”

O responsável adiantou ainda que 2024 poderá ser um ano mais positivo em termos turísticos, face a 2023, pois “há mercados que vão voltar”, além de que se vão “estabelecer alguns transportes aéreos e vamos ter mais entretenimento, pelo que o produto se torna mais completo e mais atractivo, e acreditamos que será ainda melhor [o ano]”.

Contudo, Luís Herédia diz que vão sempre faltar quartos “para alguns segmentos”, ainda que haja um aumento face a 2019, mas que pode não corresponder totalmente à procura, dada a pequena dimensão do território. Isso explica o aumento dos preços dos quartos por noite. “Pode acontecer haver falta de quartos para alguns segmentos, mas a área de Macau é assim. Temos mais sete mil quartos em relação a 2019 e, mesmo assim, vendem-se. Temos um produto muito atractivo, não só como destino em si, com oferta cultural e de entretenimento, e temos quartos de qualidade. Falta-nos ainda mais entretenimento e, aí, faltam-nos quartos.”

31 Jan 2024

AL | Obras Públicas voltam a não consultar autor antes de renovações

A Direcção dos Serviços das Obras Públicas enviou ao autor do projecto da Assembleia Legislativa um pedido de consulta sobre a pintura das fachadas em pedra do edifício já depois de iniciados os trabalhos. Não é a primeira vez que o arquitecto Mário Duarte Duque é convidado a pronunciar-se sobre obras já concluídas no edifício

 

A Direcção dos Serviços das Obras Públicas (DSOP) voltou a pedir um parecer prévio ao autor do projecto da Assembleia Legislativa (AL) depois de iniciar uma obra. Desta vez, o motivo do pedido de consulta de opinião foi a “renovação das fachadas do edifício” da AL, uma obrigação legal que implica a indeminização do autor se a obra avançar sem o seu aval prévio.

O HM confrontou a DSOP com o sucedido, mas ficou sem resposta desde o envio do primeiro e-mail no passado dia 14 de Novembro, apesar de várias indicações da direcção de serviços de que o envio das respostas estaria para breve.

Não é primeira vez que esta situação se verifica. O mesmo sucedeu com a instalação de grades nas janelas em saídas de emergência e a ampliação do parque de estacionamento subterrâneo da AL, com o autor a ser convidado a pronunciar-se já depois de feitas as obras. Aliás, só até 2015 o edifício foi alvo de 34 intervenções de remodelação, sem que o autor da obra tenha sido consultado.

“No que ser prende com a consulta ao autor da obra de arquitectura a respeito de intervenções nessas obras, depois de terem já sido decididas e realizadas, é um hábito que se instaurou no Departamento de Edificações Públicas da extinta DSSOPT, cujos técnicos e chefias transitaram para a nova DSOP, dirigida pelo Eng. Lam Wai Hou”, afirmou ao HM Mário Duarte Duque. O arquitecto deu nota ao director da DSOP que “essas consultas não se pautaram pela boa-fé”, desejando o futuro não traga “mais do mesmo”.

Idade da pedra

Outro aspecto que importa salientar em relação às obras de renovação das fachadas da AL, prende-se com a própria natureza da intervenção, que passou pela pintura da pedra em vez da limpeza da superfície das fachadas.

“A proibição de pintar as partes de edifícios em cantaria, que vigora em Macau desde 1963, é de mera cautela a actos de obra menos esclarecidos. A pedra é dos materiais mais dispendiosos da construção, seja na sua aquisição seja pela forma como é trabalhado. Confere carácter nobre às edificações e à paisagem urbana onde essas edificações existem. Por isso, pintar trabalhos de cantaria é um tratamento avesso às características próprias do material e reduz valor à edificação e à paisagem urbana. Sendo certo que não se pintam metais preciosos, também a pedra não se pinta, antes se limpa”, refere o arquitecto.

Porém, Mário Duarte Duque salienta que “não há tradição, nem conhecimento” sobre a limpeza de fachadas de edifícios, nomeadamente em pedra, surgindo a pintura como o único recurso. O arquitecto ressalva que estas práticas não ocorrem em edificações sob a alçada do Instituto Cultural.

“Espera-se que futuras gerações de administradores de obras públicas se imbuam de outra cultura, e saibam como tratar estes edifícios que vêm sendo pintados e lhes devolvam a fisionomia das suas cantarias”, acrescentou.

31 Jan 2024

Crimes graves | Taxa mantém-se baixa em 2023

A Polícia Judiciária considera que a ocorrência de crimes graves em Macau se manteve num nível baixo, durante o ano passado. Em 2023, a PJ registou quatro casos de homicídio, 45 de fogo posto e 33 de roubo, não havendo registos de ofensas corporais graves ou de rapto, foi indicado num comunicado.

“Na maior parte dos crimes, tais como aqueles ligados ao jogo, aos estupefacientes, a roubo e furto, entre outros, embora se tenha registado um aumento do número de processos face ao ano anterior, este número ainda é inferior ao de 2019”, referiu.

No pólo oposto, as burlas que envolvem telecomunicações e crimes cibernéticos mantiveram “uma tendência de aumento gradual”, superior ao do período antes da pandemia de covid-19, informou a força policial.

No ano passado, a PJ instaurou 12.390 processos criminais, uma subida de 43,9 por cento relativamente a 2022, de acordo com a mesma nota. Em comparação com 2019, registou-se uma descida de 20,5 por cento, salientou.

Dos 12.390 processos, “6.804 são inquéritos e denúncias, o que representa uma subida de 52,2 por cento face a 2022, também uma subida de 7,1 por cento em relação a 2019”. Em 2023, 2.516 indivíduos foram encaminhados para os órgãos judiciais, de acordo com o documento “Trabalho da PJ – instauração de processos, trabalhos de execução da lei e policiamento de proximidade em 2023”.

“Face às alterações da situação criminal, a PJ (…) com foco no melhoramento das acções em resposta ao aumento dos riscos da criminalidade transfronteiriça, o reforço do combate aos crimes relacionados com o jogo e o aprofundamento multidimensional do trabalho anti-burla, lançou muitas medidas de prevenção e controlo e conquistou alguns resultados, conseguiu-se assim salvaguardar a segurança da comunidade e proteger os direitos e interesses da população”, destacou no comunicado.

31 Jan 2024

Suicídio | Recorde anual batido em 2023 com 88 mortes

Nos últimos três meses do ano passado, 26 pessoas suicidaram-se em Macau, encerrando um ano que superou as piores estatísticas da última década. O Governo destaca entre as principais causas doenças mentais, doenças crónicas ou fisiológicas e problemas financeiros

 

Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram ontem um dos mais trágicos capítulos estatísticos do território. No ano passado, 88 pessoas suicidaram-se em Macau, total que representa um aumento anual de 10 por cento em relação a 2022, que já tinha sido um ano dos mais mortais dos últimos 10 anos.

Entre Outubro e Dezembro do ano passado, tomaram a sua própria vida em Macau 20 pessoas do sexo masculino e seis do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 20 e os 85 anos. Os SS acrescentam que entre as 26 pessoas que se suicidaram no último trimestre de 2023, cinco não tinham estatuto de residente.

Quando comparado com 2021, o ano passado registou um aumento de suicídios de 46 por cento, e um aumento de 31 por cento face ao total de suicídios registados em 2019. Analisando os dados de 2023 trimestralmente, os últimos três meses foram os mais trágicos, com 26 suicídios, seguido do segundo trimestre quando se registaram 24 suicídios.

“Segundo a análise dos dados, neste trimestre (o último de 2023), as possíveis causas do suicídio são principalmente resultantes de doenças mentais, doenças crónicas ou fisiológicas e problemas de jogo ou financeiros”, indicaram ontem os SS. Além disso, o Governo acrescenta que “as causas do suicídio são complexas e frequentemente envolvem doenças mentais, factores psicológicos, socioeconómicos, familiares, de relações humanas e factores genéticos biológicos”.

Os mais próximos

Durante a sessão de respostas a questões dos deputados durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa, no passado dia 15 de Novembro, o Chefe do Executivo lamentou o aumento dos suicídios em Macau e relativizou a situação traçando uma comparação com outros países. “Os casos de suicídio são infelizes e o Governo sente tristeza face a eles. (…) A taxa média anual é de nove casos por cada 100 mil pessoas e nós estamos com uma taxa um pouco superior, pois em 2022 a taxa foi de 10,5 casos por cada 100 mil e em 2021 de 7,8. Nos Estados Unidos a taxa é de 14,5 casos por cada 100 mil pessoas e no Canadá é uma média de 10,5 casos por cada 100 mil. A taxa de Macau é elevada, mas nesses países a população é maior”, declarou Ho Iat Seng.

Face à gravidade da situação, o Governo apela à prevenção e empatia da população. “Para reduzir a incidência de suicídio, os residentes devem contactar, comunicar e preocupar-se mais com as pessoas que estão ao seu redor, com as suas vidas diárias e incentivar aquelas que estão com problemas emocionais a procurar activamente ajuda profissional”, referem os SS.

Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

31 Jan 2024

Burla | “Polícia de Fujian” leva 2 milhões de HKD

Um homem foi burlado em 2,2 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) depois de ter acreditado que estava a ser contactado pelas autoridades do Interior. O caso foi revelado pela Polícia Judiciária ontem e citado pelo jornal Ou Mun.

Os primeiros contactos com o homem foram feitos em Dezembro do ano passado, quando a vítima recebeu uma chamada de alguém que se apresentou como empregado da China Mobile. Nessa conversa, o burlado fpoi informado de que tinham sido detectadas várias chamadas fraudulentas com origem no seu telemóvel.

Face a essa informação, o falso empregado da China Mobile encaminhou a chamada outra pessoa, que se apresentou como parte da polícia de Fujian. Esta segunda pessoa disse à vítima que estava em curso uma investigação e que era necessário depositar dinheiro em contas bancárias do Interior e de Hong Kong, para que a origem dos fundos fosse verificada.

Sem suspeitar de que estava a ser burlado, o homem foi fazendo várias transferências até chegar à quantia de 2,2 milhões de dólares de Hong Kong. Além disso, a vítima tinha ainda de ligar à “polícia de Fujian” todos os dias para declarar o seu paradeiro, o que também fez.

Sem mais dinheiro, o homem recusou continuar com as transferências bancárias. Foi também nessa altura falou com amigos sobre o caso, e lhe foi indicado que possivelmente tinha caído num esquema de burla. O homem ainda tentou voltou a ligar alegadamente para Fujian, mas como não conseguiu estabelecer o contacto acabou por apresentar queixa junto das autoridades.

31 Jan 2024

Caso Obras Públicas | TUI recusa pedido de habeas corpus de William Kuan

A defesa de William Kuan entende que o empresário está preso ilegalmente, mas o Tribunal de Última Instância tem uma leitura diferente. Os fundamentos da decisão não são conhecidos

 

O Tribunal de Última Instância (TUI) recusou um pedido de habeas corpus interposto pela defesa de William Kuan, empresário envolvido no caso que também tem como arguido o ex-director das Obras Públicas Li Canfeng. A informação consta do portal do TUI, onde se pode ler que a decisão foi tomada na passada sexta-feira.

O habeas corpus é um instrumento jurídico utilizado para libertar uma pessoa que se encontra a cumprir uma pena de prisão ilegal ou quando esta se encontra detida ilegalmente. No caso da prisão ilegal, o pedido é motivado por três situações: quando a prisão é efectuada ou ordenada por uma entidade sem poderes para tal, quando a prisão resulta de um facto que não tem como consequência pena de prisão, ou quando a pessoa é detida além dos prazos fixados pela lei ou por decisão judicial.

No caso da detenção ilegal, o pedido pode ser apresentado em quatro situações: quando é excedido o prazo para a entrega ao poder judicial da pessoa, quando a detenção acontece fora dos locais legalmente permitidos, quando a detenção é executada por uma autoridade sem poder, ou quando a prisão é feita devido a um facto para o qual não está prevista a detenção.

O portal do TUI apenas indica que foi “declarada extinta a instância”, sem que tenha sido colocado online o acórdão com os fundamentos que levaram à recusa do pedido.

À espera

No julgamento do Tribunal Judicial de Base, William Kuan tinha sido condenado com uma pena efectiva de 18 anos, por um crime de sociedade secreta, três crimes de corrupção activa e três crimes de branqueamento de capitais.

Contudo, mais tarde, foi absolvido pelo Tribunal de Segunda Instância de um crime de sociedade secreta e de um crime de branqueamento de capitas. Mesmo assim, não deixou de ser condenado por três crimes e corrupção activa, e dois crimes de branqueamentos de capitais, o que resultou numa pena de cinco anos e seis meses de prisão.

Neste momento, William Kuan ainda aguarda o desfecho de parte da acusação no que diz respeito ao crime de sociedade secreta, uma vez que o Ministério Público (MP) recorreu para o TUI, para que garantir a condenação por este crime. Ainda não há uma decisão final.

No âmbito deste processo, os ex-directores das Obra Públicas, Li Canfeng e Jaime Carion foram condenados com penas de 24 e 20 anos, respectivamente. Apenas Li Canfeng apresentou recurso da primeira condenação, com a pena a ser reduzida para 12 anos de prisão efectiva, uma vez que caíram crimes como o de sociedade secreta. Também neste caso, aguarda-se o desfecho do recurso do MP que foi assinado por Ip Son Sang.

31 Jan 2024

DST | Turistas estrangeiros com viagens grátis de Hong Kong para Macau

A partir de 1 de Fevereiro, o Governo vai lançar a “oferta de bilhetes de autocarro directo e de barco gratuitos de Hong Kong para Macau, destinada a visitantes internacionais que visitam Hong Kong”, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). A campanha contará com a parceria óbvia das empresas de transporte de passageiros de autocarro e de barco entre as duas regiões.

A medida tem como objectivo “alargar as fontes de visitantes e promover o turismo e a economia”, indica a DST. A campanha é limitada apenas à viagem no sentido Hong Kong para Macau e, devido ao limite no número de ofertas, os bilhetes são processados por ordem de chegada.

As promoções têm duração diferente consoante o transporte usado. O serviço de autocarro gratuito irá funcionar de 1 de Fevereiro a 31 de Agosto deste ano. Para tal, é preciso mostrar o documento de viagem e cartão de embarque para obter o bilhete gratuito no terminal de transferências SkyPier do Aeroporto Internacional de Hong Kong. Quanto aos ferries, a promoção estará activa entre 1 de Fevereiro a 31 de Julho deste ano.

31 Jan 2024