Tufão Hato: Casinos fecharam pela primeira vez devido a cortes e inundações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Hato vai também ficar na história por ter afetado a sua principal indústria, com alguns casinos quase vazios ou fechados por cortes de electricidade ou inundações.

Um apagão atingiu todo o território às 12:24. A energia foi sendo reposta gradualmente, com as autoridades a darem prioridade às habitações. Esta noite parte dos grandes complexos turísticos – hotéis e casinos – continuava sem electricidade, assim como pelo menos 20 por cento das habitações.

As autoridades não avançaram números, mas disseram à agência Lusa que os casinos sem electricidade foram obrigados a fechar.

“Para assegurar que os jogos nos casinos são conduzidos de forma justa e honesta e também para garantir a segurança das pessoas (…), a DICJ [Direção de Inspecção e Coordenação de Jogos] ordenou aos casinos que foram afetados pelos cortes de eletricidade a suspensão das atividades de jogo e a disponibilização da ajuda necessária às pessoas no interior dos casinos”, disse uma porta-voz do organismo.

No Porto Interior, uma das zonas mais afectadas por inundações na península de Macau, o Ponte 16, era, esta tarde, um dos casinos encerrados ao público. A entrada estava bloqueada com uma barreira do sistema de proteção de cheias, tendo um polícia no local confirmado à Lusa o encerramento do espaço.

Horas depois do pico de maior intensidade do tufão, mas ainda com o sinal 08 içado, o hotel Grand Lisboa, também na península, estava às escuras e tinha entrada vedada a quem não era hóspede, explicaram dois porteiros à agência Lusa.

Numa altura em que o serviço de autocarros públicos não tinha sido ainda retomado, no exterior do Grand Lisboa, alguns turistas formavam filas para apanhar os autocarros do casino, outros tentavam apanhar um táxi, e havia ainda quem se aventurasse de riquexó pelas ruas da cidade.

Outros exploravam a pé os estragos do tufão, registando em fotografia ou vídeo as árvores caídas e postes tombados na estrada que separa um dos hotéis do grupo de Stanley Ho do Clube Militar, um edifício histórico do tempo da administração portuguesa no centro da cidade.

Uns metros à frente, o Hotel Lisboa – dos primeiros espaços de jogo em Macau fundado por Stanley Ho – evidenciava estragos numa das entradas, deixando a olho nu a escuridão no interior.

Em frente, no Wynn, empreendimento da operadora de jogo do magnata norte-americano Steve Wynn, o registo das entradas e saídas dos hóspedes era feito sob a luz de lanternas, enquanto ‘croupiers’ se mantinham a postos nas mesas de jogo, totalmente vazias de apostadores.

Já do outro lado da rua, no Starwold, da operadora de jogo com interesses de Hong Kong Galaxy Entertainment, os apostadores mantinham em funcionamento grande parte das mesas do primeiro piso, e ainda manifestavam interesse pelas ‘slots’ instaladas no terceiro andar, apesar de as escadas rolantes não estarem a funcionar e de alguns hóspedes se concentrarem no bar no lobby.

O apagão afectou também outros casinos fora da península, nomeadamente na ‘strip’ do COTAI, entre as ilhas da Taipa e Coloane.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostravam, por exemplo, que o corte de electricidade afectou as mesas de jogo no Venetian, o maior empreendimento de jogo da operadora Sands, do magnata norte-americano Sheldon Adelson.

24 Ago 2017

Tufão Hato: SMG dizem que trajectória mudou de repente. Registados 390 incidentes

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Hato foi o mais forte desde que há registos, ou seja, há meio século, de acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG).

“Desde que começamos a fazer registo foi a primeira vez que um tufão foi tão forte”, afirmou o director dos SMG, Fong Soi Kun, confirmando também que foram batidos recordes em termos das rajadas de vento – que chegaram a ser superiores a 200 quilómetros horários (km/h).

As estatísticas disponíveis no portal dos SMG listam tempestades tropicais desde 1968. Segundo os registos, em 49 anos, o sinal máximo de tufão (10) apenas foi içado quatro vezes, todas no tempo da administração portuguesa, a mais recente às portas da transferência, em 1999.

Estes dados revelam que as rajadas de vento – durante o mesmo período – nunca superaram os 200 km/h. Até hoje, as rajadas mais fortes tinham sido registadas em 1999 (181 km/h).

Entretanto o serviço de protecção civil anunciou que, até às nove da manhã de hoje, registaram-se um total de 390 incidentes, incluindo 25 casos de danificações de edifícios, quedas de reboco e objectivos, bem como 78 casos de objectos suspensos, incluindo “queda de reclamos, toldos, placas metálicas, varas de ferro e janelas”. Há 84 casos de quedas de fios de antenas e árvores.

Segundo um comunicado, os serviços de protecção civil continuam a acompanhar “os técnicos das companhias da água, electricidade e telecomunicações que procedem a trabalhos de recuperação dos respectivos serviços, o mais rápido possível, com o objectivo do território e população retomarem a vida com normalidade”.

“Os trabalhos de limpeza das estradas continuam a ser desenvolvidos para que os veículos possam voltar a circular em segurança. Apela-se à população para permanecer em locais seguros e evitar circular na rua”, lê-se ainda.

SMG explicam

Macau içou o sinal 3 de tempestade tropical às 03:00 (20:00 em Lisboa), elevando-o a 8 seis horas depois. Passada uma hora e meia foi hasteado o sinal 9 e somente 45 minutos depois içado o sinal máximo (10).

O curto intervalo de tempo entre sinais, em particular atendendo à velocidade a que se movia o tufão, fez gerar dúvidas sobre a capacidade de previsão dos SMG.

Confrontado com uma série de perguntas, Fong Soi Kun argumentou que houve uma mudança repentina da trajectória do Hato além de a tempestade tropical se ter fortalecido mais do que aquilo que se previa, ao ponto de até ser designada na vizinha Hong Kong de ‘supertufão’.

“O tufão mudou de repetente o seu trajecto” e também, “de um momento para o outro, num curto de espaço de tempo tornou-se muito mais forte do que se previa de manhã cedo”, explicou o director dos SMG.

“As previsões meteorológicas nem sempre conseguem dar resposta a estas mudanças tão repentinas dos ciclones ou dos tufões”, sublinhou.

O mesmo responsável garantiu que “foram seguidos todos os procedimentos e orientações” ao nível da divulgação de alertas ao público, incluindo os referentes à subida do nível da água (o sinal máximo de ‘storm surge’ foi içado pelo meio-dia), dado que o Porto Interior inundou.

O portal dos SMG esteve em baixo durante um largo período de tempo na sequência do ‘apagão’ que afectou toda a cidade de Macau. Os canais de rádio e televisão públicos também sofreram interrupções, pese embora a Protecção Civil recomende aos cidadãos que estejam atentos aos seus noticiários especiais.

Fong Soi Kun reiterou não ter qualquer problema em pedir desculpa à população, mas que o nível de imprevisibilidade é elevado. “O tufão é um fenómeno natural, mas não tenho qualquer problema em pedir desculpa a todos”, afirmou, acrescentando: “Fazemos o melhor possível”.

24 Ago 2017

Número de mortes sobe para oito. Chefe do Executivo lamenta vítimas

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo informação dos Serviços de Polícia Unitários o número de mortos causados pela passagem do tufão Hato aumentou para oito.

Além dos cinco mortos reportados em Macau na quarta-feira, durante a madrugada de hoje foram encontrados dois cadáveres em parques de estacionamentos de edifícios residenciais e outro numa loja, disse à Lusa o responsável dos Serviços de Polícia Unitários.

O balanço anterior das autoridades dava conta de cinco mortos e 153 feridos, causados pela passagem do tufão Hato.

Na mesma nota, o COPC acrescentou que os Serviços de Alfândega e o Corpo de Bombeiros continuavam no local e prosseguiam os trabalhos para drenar a água.

Entretanto, o Chefe do Executivo de Macau lamentou “as vítimas” do tufão Hato e as “perdas avultadas” provocadas pela tempestade tropical. Quando Chui Sai On fez a declaração o número de mortes era cinco, enquanto os feridos eram 153 feridos.

Chui Sai On falava durante uma visita ao Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), durante a tarde de quarta-feira para avaliar as consequências da pior tempestade tropical dos últimos 18 anos em Macau e verificar os trabalhos de recuperação.

O Governo está a prestar atenção “às consequências causadas pelo tufão Hato, tendo conhecimento de situações de inundações surgidas em várias zonas do território, vidros partidos e outros danos, o que afectou a vida da população”, destacou, de acordo com um comunicado oficial.

Em “desastres naturais e estados de emergência, tem de se dar prioridade à segurança da população”, sublinhou.

Os serviços estão coordenados para resolver os problemas e “iniciar as reparações” para garantir o abastecimento de água, eletricidade e telecomunicações, que sofreram cortes devido ao tufão, afirmou.

Chui Sai On, que se deslocou à zona do Jardim Cidade das Flores, na ilha da Taipa, para conhecer a situação no terreno, acrescentou que os vários organismos vão fazer um balanço da tempestade, rever os mecanismos vigentes e procurar aperfeiçoar os trabalhos de protecção civil.

Por seu lado, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, garantiu o empenho do sistema de Saúde na prestação de cuidados médicos aos feridos causados pela passagem do tufão Hato, após uma visita ao serviço de urgência do centro hospitalar Conde de São Januário.

O responsável destacou “a mobilização de maior número de mão-de-obra efectiva” e “a activação atempada de produção eléctrica” para responder ao corte de energia ocorrido no território e garantir “o funcionamento normal do hospital” e a “prestação de assistência médica a um número de feridos relativamente grande”, de acordo com um comunicado oficial.

Hospital sem luz

Na sequência de um corte de energia, sentido em todo o território durante a tarde de quarta-feira, o centro hospitalar Conde de São Januário, o único hospital público de Macau, informou ter ativado o “gerador ‘backup’ para o fornecimento de iluminação de emergência e eletricidade, tendo assim os serviços básicos sido assegurados”.

O hospital indicou que a interrupção de energia afetou os sistemas de gás, de abastecimento de água, de proteção contra incêndios, de segurança, alguns equipamentos de imagiologia e de ar condicionado, mas todos voltaram a funcionar após ser ligado o gerador.

Alexis Tam reuniu-se ainda com o diretor dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, o diretor do São Januário, Kuok Cheong U e o responsável do serviço de urgência, Lei Wai Seng, para abordar os trabalhos de acompanhamento durante a passagem por Macau da pior tempestade tropical dos últimos 18 anos.

O responsável pediu ainda a todos os serviços e entidades sob a sua tutela para “trabalharem em conjunto” na resposta aos efeitos do tufão.

Marcelo envia condolências

O Presidente da República enviou hoje “sentidas e sinceras” condolências ao chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, lamentando as “trágicas consequências” da passagem do furacão Hato, que provocou pelo menos cinco mortos e 153 feridos.

“Foi com a maior tristeza que tomei conhecimento das trágicas consequências da passagem em Macau do furacão Hato”, lê-se na mensagem enviada por Marcelo Rebelo de Sousa ao chefe do Executivo e que foi divulgada no ‘site’ da Presidência da República.

Na nota, o chefe de Estado transmite ainda “as mais sentidas e sinceras condolências” aos familiares das vítimas mortais e “votos de rápidas melhoras para todos os feridos” causados pela passagem da tempestade tropical pela Região Administrativa Especial de Macau.

“Quero expressar a Vossa Excelência, em meu nome e em nome do povo português, a nossa profunda solidariedade para com todos os macaenses”, é ainda referido na mensagem.

24 Ago 2017

Tufão Hato: Governo apoia pequenas e médias empresas afectadas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou ontem que vai abrir uma linha de crédito, sem juros, para as pequenas e médias empresas afectadas pelo tufão Hato até ao montante máximo de 600 mil patacas.

“Para ajudar as PME (Pequenas e Médias Empresas) a ultrapassarem as dificuldades”, o Governo da RAEM lançou o “plano de apoio às PME afectadas pelo tufão Hato” que oferece um “empréstimo sem juros no montante máximo de 600 mil patacas, com um prazo de reembolso de oito anos”, de acordo com um comunicado oficial.

Os candidatos podem apresentar os pedidos à Direcção dos Serviços de Economia, que actuará “o mais rapidamente possível, no sentido de aliviar a pressão operacional” causada pelo temporal.

23 Ago 2017

Tufão Hato: Número de mortos sobe para cinco. Há 153 feridos registados

Cinco pessoas morreram e 153 ficaram feridas, a maioria sem gravidade, devido à passagem hoje em Macau do tufão Hato, o mais forte desde há 18 anos, avançaram as autoridades locais.

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] informação anterior dava conta de três mortos à passagem da tempestade tropical, a pior dos últimos 18 anos.

Grande parte da cidade continua sem eletricidade. Em comunicado, o Centro Hospitalar Conde de São Januário, o único hospital público de Macau, informou que ativou o “gerador ‘backup’ para o fornecimento de iluminação de emergência e eletricidade, tendo assim os serviços básicos sido assegurados”.

O hospital informa que a interrupção de energia afetou o sistema de gás, abastecimento de água, de proteção contra incêndios, de segurança, alguns equipamentos de imagiologia e o sistema de ar condicionado, mas todos voltaram a funcionar após ser ligado o gerador.

A intensidade da tempestade fez suspender as ligações entre a península de Macau e a Taipa, as ligações aéreas e marítimas, e obrigou ao encerramento das fronteiras. No entanto, ao início da noite foram parcialmente reabertas as pontes e reiniciadas as viagens de avião e barco.

A circulação no tabuleiro superior da ponte de Sai Van continua, no entanto, interdita a motociclos, enquanto o tabuleiro inferior, em túnel, foi encerrado. Este tabuleiro é habitualmente aberto em caso de tufão, quando a parte superior é fechada ao trânsito.

Na ponte da Amizade só foi reaberta a faixa no sentido Taipa-Macau, enquanto na ponte Nobre de Carvalho foi totalmente reposta a circulação, indicou o Centro de Operações da Proteção Civil (COPC) em mensagem telefónica.

As instalações dos postos fronteiriços da Flor de Lótus e da Zona Industrial Transfronteiriça da parte de Zhuhai, adjacente a Macau, sofreram danos e as autoridades remeteram o anúncio da reabertura para data posterior.

Na mesma mensagem, o COPC informou que ainda não tinham sido reabertas as instalações danificadas do terminal marítimo do Porto Exterior e do Pac On, na Taipa.

A passagem do Hato originou um corte de energia que afectou parcialmente os serviços de telecomunicações, que ainda não foram restaurados.

Chefe do Executivo fez visita

Ontem o Chefe do Executivo, Chui Sai On, realizou uma visita ao serviço de protecção civil e ao jardim Flower City, na Taipa, para se inteirar dos estragos e para acompanhar os trabalhos de acompanhamento.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, fez ainda uma visita ao hospital público, tendo referido, segundo um comunicado, que todos os departamentos da sua tutela devem “unirem-se e trabalharem juntamente com vista à reparação dos efeitos e ajudarem a diminuir, na medida do possível, os prejuízos causados pelo tufão”.

Entretanto o COPC emitiu ontem um outro comunicado sobre um grupo de pessoas que “alegadamente terá ficado encurralado nos edifícios Classic Bay, Grandeur Heights e Hang Tak”. Nele se afirma que “os Serviços de Alfândega e o Corpo de Bombeiros, mal receberam o pedido de ajuda, destacaram imediatamente socorro para o local, nomeadamente um veículo autobomba e outros equipamentos para drenar água”.

“Até este momento, ainda ninguém foi encontrado, contudo os meios deslocados para o local vão continuar as buscas. Se houver informação adicional, será prontamente divulgada ao público”, acrescenta o mesmo comunicado.

O COPC fez ainda um esclarecimento sobre “rumores que circulam na internet sobre um intenso cheiro a gás em várias zonas da região”. “Após vistorias organizadas pelo Corpo de Bombeiros, não foi detectada nenhuma fuga de gás, contudo as autoridades vão manter-se atentas à respectiva situação”, lê-se.

23 Ago 2017

Hong Kong | Associação alerta para quebra na liberdade de imprensa

O relatório da Associação de Jornalistas de Hong Kong alerta para uma redução da liberdade de expressão e de imprensa na região vizinha, com o surgimento de novos media online com mais independência. José Carlos Matias, da AIPIM, diz que Macau tem diferentes especificidades

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se “Dois sistemas sob cerco – Pequim com maior controlo sobre os media de Hong Kong” e é o mais recente relatório da Associação de Jornalistas de Hong Kong (HKJA, na sigla inglesa) relativo a este ano.

As conclusões são demolidoras, com a associação a considerar que “nos últimos 20 anos tem-se registado uma regressão na liberdade de expressão em geral e na liberdade de imprensa mais em particular, apesar das tentativas dos trabalhadores dos meios de comunicação social de lutarem contra esta tendência”.

Alertando que esta situação “tem sido exposta em diversos relatórios publicados por observatórios de media”. Na visão da HKJA, “não há dúvidas de que a pressão de Pequim é a principal razão para a erosão da liberdade de imprensa”.

“O aumento da pressão é reflexo da mudança da política de Pequim face a Hong Kong nos últimos anos e o facto das tensões entre os dois sistemas terem aumentado”, lê-se ainda.

Dados citados no relatório mostram que “oito dos 26 meios de comunicação social estão sob controlo da China ou têm accionistas chineses”. Além disso, “a situação de auto-censura tem vindo a piorar”.

Um inquérito realizado pela HKJA, em parceria com a Universidade de Hong Kong, revela que 30 por cento dos jornalistas correspondentes fazem auto-censura. “Um nível semelhante foi revelado em 2006 com um questionário realizado também pela associação, mas é, contudo, uma tendência preocupante”, lê-se no documento.

Outros dados mostram que “72 por cento dos jornalistas que responderam ao questionário afirmam que a liberdade de imprensa tem-se deteriorado no último ano, tendo apontado o caso do desaparecimento dos cinco livreiros, no final de 2015, como a maior preocupação”.

Diferenças de cá

Contactado pelo HM, José Carlos Matias, presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês (AIPIM) lembrou que Hong Kong “tem especificidades advindas da situação política e social que não são exactamente as mesmas de Macau”.

“Haverá alguns problemas que são semelhantes e outros que são diferentes relativamente aos obstáculos do trabalho do dia-a-dia”, apontou ainda José Carlos Matias, que defendeu que a dificuldade de acesso às fontes seja um dos problemas mais sentidos.

“Naturalmente que o acesso às fontes é um factor que condiciona tudo o que podia ser um exercício mais robusto do jornalismo e da liberdade de imprensa”, disse.

O presidente da AIPIM referiu que “muito em breve” será tornado público o relatório sobre o inquérito efectuado pela associação a cerca de 40 jornalistas e que poderá “tornar mais clara a situação” dos media locais.

Batalhas online

O relatório da HKJA dá ainda conta do surgimento de vários meios de comunicação social nas plataformas online como forma de resposta ao aumento dos constrangimentos nos media tradicionais.

Estes “têm surgido como cogumelos” mas enfrentam “duas batalhas”: a “pressão financeira e a política do Governo”, uma vez que não têm o reconhecimento oficial que os outros media têm, nem têm o mesmo acesso à informação, denota o relatório.

Também em Macau a situação é bem diferente, pois o surgimento de websites informativos está numa fase embrionária, notou José Carlos Matias.

“Aqui ainda existe um modelo um pouco tradicional. Sei que em chinês estão a surgir alguns sites informativos online que começam a ter alguma expressão. Temos alguns meios de audiovisual ou imprensa escrita, e ainda não estamos ao nível de outros territórios e jurisdições. Não existe ainda um enquadramento formal para os meios que funcionam estritamente online”, concluiu.

Para a HKJA, o Governo liderado por Carrie Lam deve reconhecer que “os meios de comunicação online fazem um trabalho jornalístico legítimo e que têm igual acesso às instalações governativas e à informação que é transmitida à imprensa”.

Pede-se ainda que o Governo de Hong Kong adopte “uma forma mais aberta de lidar com os meios de comunicação social”, pois, nos últimos anos, “tem realizado poucas conferências de imprensa para anunciar grandes políticas”.

23 Ago 2017

Fórum Macau | Nove propostas para construção do complexo

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m total de nove propostas de orçamento foram ontem abertas nos serviços de Obras Públicas e Transportes referentes à construção do futuro complexo do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua (Fórum Macau) na zona do lago Nam Van, junto à Assembleia Legislativa.

 De acordo com a informação divulgada pelo canal de rádio da TDM, as propostas, com valores que variam entre 598 milhões e 1,06 mil milhões de patacas, serão conhecidas até à manhã desta quarta-feira. Só após a análise da comissão técnica haverá a decisão sobre qual a empresa responsável pelo projecto, que deverá ser ainda iniciado este ano.

O novo complexo será edificado em dois lotes de terreno com 14 mil metros quadrados, terá uma altura variável entre os 14 e os 21 metros e dois pisos em cave para estacionamento.

De acordo com o caderno de encargos, o novo edifício vai albergar todas as plataformas do Fórum Macau incluindo os centros de exposição de produtos dos países de língua portuguesa, de serviços para empresas, de formação e o pavilhão de exposições de relações económicas e da cultura lusófona.

A obra deverá estar concluída ainda a tempo de receber a sexta conferência ministerial que deverá ter lugar no final do ano de 2019, quando se celebrarem os 20 anos da transferência da administração de Macau de Portugal para a China.

23 Ago 2017

Ella Lei destaca a importância da estabilidade nos benefícios do Fundo de Segurança Social

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) realizou ontem um seminário presidido por Ella Lei, que se debruçou sobre a sustentabilidade do sistema de segurança social.

O objectivo do seminário organizado pela FAOM foi dar a conhecer aos participantes o passado do sistema de benefícios sociais, assim como lançar uma perspectiva do seu futuro.

Em primeiro lugar, Ella Lei destacou que é necessário que o Governo avance com medidas eficazes para tornar a segurança social num mecanismo com estabilidade para se sustentar a longo prazo, de forma a assegurar e apoiar a vida dos residentes reformados de Macau.

No que diz respeito ao desenvolvimento do regime de previdência central, a deputada entende que existe ainda um caminho que precisa ser trilhado.

No capítulo das insuficiências existentes no regime de segurança social, Ella Lei pegou no exemplo da reversão de direitos para passar a sua mensagem.

“As pessoas são autorizadas a obter 30 por cento do fundo com três anos de trabalho e 40 por cento quando completarem quatro anos, mas para quem não tem um emprego estável, ou seja, os trabalhadores que têm o período de trabalho muito curto têm dificuldades no acesso ao regime”, revelou a deputada.

Produtos perigosos

Neste aspecto, Ella Lei entende que devem ser tomadas medidas que resolvam os problemas oriundos da precariedade laboral, dos trabalhadores que permanecem com um vínculo instável. A representante dos FAOM deu o exemplo dos operários que trabalham nos sectores da construção civil e restauração, que devem ter condições de acesso aos benefícios da segurança social.

Numa perspectiva de melhorar o sistema de Macau, a deputada entende que o Governo deve ter em consideração os exemplos das regiões vizinhas, tanto no bom como no mau sentido.

Ella Lei mostrou em declarações ao HM alguma preocupação com o depósito do fundo de segurança social uma vez que, no seu entender, os produtos de investimento podem trazer despesas elevadas na administração do fundo. As consequências deste aspecto financeiro podem fazer-se sentir na diminuição dos montantes finais atribuídos aos beneficiários. Para a deputada, este é um dos desafios que a segurança social pode enfrentar no futuro.

23 Ago 2017

Planeamento Urbanístico | Deputado quer discussão sobre novo posto de gasolina

O deputado Leong Veng Chai não está satisfeito com a construção do posto de abastecimento de gasolina à entrada da Taipa e pede que haja uma discussão no seio do Conselho do Planeamento Urbanístico

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] construção de uma nova bomba de gasolina na estrada Almirante Marques Esparteiro, à entrada da Taipa, continua a não gerar consenso. Depois de vários protestos de residentes, o Governo decidiu mesmo dar o aval ao projecto, mas o deputado Leong Veng Chai considera que o projecto deveria ser alvo de debate por parte dos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU).

“O Governo vai ponderar a inclusão dos referidos projectos na lei do planeamento urbanístico e o estabelecimento de regras para que esses projectos possam ser discutidos no CPU e permitir uma maior participação da população?”, questionou em interpelação escrita.

Na visão do deputado à Assembleia Legislativa, o debate sobre este assunto é importante porque “em Macau os terrenos são poucos e os habitantes são muitos”, sendo que alguns projectos, “como os postos de gasolina ou as estações de tratamento de águas residuais têm de ficar afastados de zonas residenciais”.

Leong Veng Chai considera ainda que é importante tornar público o relatório de impacto ambiental relativo ao projecto de construção. Em Janeiro deste ano, foi notícia um aviso do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) quanto à aprovação das obras.

Protestos ignorados

Na sua interpelação escrita, o deputado lembra a contestação social que houve nos últimos anos sobre a construção de uma nova bomba de gasolina numa zona residencial.

“Em Junho de 2014 o Governo, sem qualquer consulta pública, autorizou a Caltex Oil Macau a construir um posto de abastecimento de gasolina num local de lazer (além de ser uma zona residencial, existe nas imediações um hotel e zonas pedonais).”

Além disso, “o referido lote de terreno fica muito perto de uma zona de queima de panchões, que é aberta durante o ano novo lunar”. Portanto, “se o fumo e as chamas chegarem ao posto, as consequências podem ser desastrosas”.

A obra chegou a ser suspensa, tendo sido autorizada sem que tenha existido um anúncio oficial sobre o assunto.

“Em Junho de 2014 as obras de construção do referido posto de gasolina pararam devido à grande oposição de alguns deputados e moradores da zona. Depois disso o local de lazer não voltou a ser aberto para a utilização dos moradores”, lembrou Leong Veng Chai.

As obras decorrem agora a bom ritmo e, segundo anunciou o IACM em Janeiro, exigiram a queda de algumas árvores para a construção do edifício.

23 Ago 2017

Sinal de tempestade vai baixar para 3. Previstos aguaceiros com ventos esta noite e amanhã

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) prevêem, segundo a Rádio Macau, a ocorrência de aguaceiros e ventos durante a noite de hoje e a manhã desta quinta-feira. A partir do fim da tarde de hoje o sinal de tempestade vai baixar de 8 para 3.

“Durante esta noite e a manhã de amanhã, ainda se prevê que as bandas externas de pressão [do tufão] possam afectar a região. Ainda são esperados alguns aguaceiros e algum vento, não tão fortes como os desta manhã e tarde”, disse à Rádio Macau a porta-voz dos SMG, Vera Varela.

A tempestade que durou cerca de hora e meia provocou três mortos e vários feridos, tendo o sinal 10 de tufão sido içado a partir das 11h30. Nas redes sociais foram publicadas fotografias e vídeos da zona da avenida de Almeida Ribeiro ou junto ao Mercado Vermelho totalmente inundada, sendo que nas zonas do Porto Interior e Ilha Verde ocorreram “graves” incidentes do género.

No final do dia não eram visível a circulação de táxis ou autocarros, sendo que casinos como o Grand Lisboa tinham as portas fechadas. A queda de várias árvores na zona da avenida da Praia Grande levou ainda ao corte temporário de estradas.

A fronteira das Portas do Cerco, em Macau, foi reaberta pelas 15:30, após ter estado fechada durante duas horas e meia devido à aproximação do tufão Hato, informou o Centro de Proteção Civil (COPC).

A fronteira terrestre mais movimentada de Macau é a única das três reaberta: a de Flor de Lótus e a do Parque Industrial Transfronteiriço permanecem fechadas desde as 13:00.

As ligações marítimas e aéreas continuam suspensas. Cerca de 100 voos previstos para hoje foram cancelados ou adiados e os Serviços do Aeroporto Internacional de Macau deverão manter-se suspensos até às 19:00.

23 Ago 2017

Tufão “Hato”: Três mortos não são de nacionalidade portuguesa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s três pessoas que morreram hoje em Macau, na sequência da passagem do tufão Hato, não são cidadãos portugueses, disse à Lusa o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno.

“De acordo com as autoridades de segurança de Macau, nenhum dos três mortos confirmados e dos dois desaparecidos é cidadão português”, afirmou o diplomata, acrescentando ter já comunicado a informação ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.

Fonte dos Serviços de Polícia Unitários disse à agência Lusa que um homem, de 62 anos, residente em Macau, morreu quando “caiu de um prédio”, um outro, de 45 anos, turista da China, foi “atropelado por um camião”, e um terceiro, de 30 anos, trabalhador não residente no território, “estava na rua e não resistiu ao vento forte e bateu contra uma parede”.

Na zona de Fai Chi Kei, no norte da cidade, duas pessoas foram dadas como desaparecidas.

A passagem do tufão Hato obrigou os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau a emitirem, pela primeira vez desde 1999, o sinal 10, o máximo numa escala formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10.

Até às 15:30, o Centro de Proteção Civil (COPC) tinha registado 168 incidentes, incluindo 38 casos de quedas de fios de antenas e árvores, 35 de anúncios, toldos e janelas e seis de andaimes.

A fronteira das Portas do Cerco, em Macau, foi reaberta pelas 15:30, após ter estado fechada durante duas horas e meia devido à aproximação do tufão Hato, informou o COPC.

A fronteira terrestre mais movimentada de Macau é a única das três reaberta: a de Flor de Lótus e a do Parque Industrial Transfronteiriço permanecem fechadas desde as 13:00.

As ligações marítimas e aéreas continuam suspensas. Cerca de 100 voos previstos para hoje foram cancelados ou adiados e os Serviços do Aeroporto Internacional de Macau deverão manter-se suspensos até às 19:00.

As autoridades deram ainda conta de que um barco se afundou no Porto Interior.

Fonte da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) disse à agência Lusa que o barco de pesca, que se encontrava atracado no porto, “agora está submerso”. Duas pessoas foram resgatadas da água e transportadas para o hospital.

23 Ago 2017

Sinal de tempestade vai baixar para 3. Previstos aguaceiros com ventos esta noite e amanhã

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) prevêem, segundo a Rádio Macau, a ocorrência de aguaceiros e ventos durante a noite de hoje e a manhã desta quinta-feira. A partir do fim da tarde de hoje o sinal de tempestade vai baixar de 8 para 3.

“Durante esta noite e a manhã de amanhã, ainda se prevê que as bandas externas de pressão [do tufão] possam afectar a região. Ainda são esperados alguns aguaceiros e algum vento, não tão fortes como os desta manhã e tarde”, disse à Rádio Macau a porta-voz dos SMG, Vera Varela.

A tempestade que durou cerca de hora e meia provocou três mortos e vários feridos, tendo o sinal 10 de tufão sido içado a partir das 11h30. Nas redes sociais foram publicadas fotografias e vídeos da zona da avenida de Almeida Ribeiro ou junto ao Mercado Vermelho totalmente inundada, sendo que nas zonas do Porto Interior e Ilha Verde ocorreram “graves” incidentes do género.

A fronteira das Portas do Cerco, em Macau, foi reaberta pelas 15:30, após ter estado fechada durante duas horas e meia devido à aproximação do tufão Hato, informou o Centro de Proteção Civil (COPC).

A fronteira terrestre mais movimentada de Macau é a única das três reaberta: a de Flor de Lótus e a do Parque Industrial Transfronteiriço permanecem fechadas desde as 13:00.

As ligações marítimas e aéreas continuam suspensas. Cerca de 100 voos previstos para hoje foram cancelados ou adiados e os Serviços do Aeroporto Internacional de Macau deverão manter-se suspensos até às 19:00.

 

23 Ago 2017

Reconhecimento facial em Macau faz disparar levantamentos em Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] introdução da tecnologia de reconhecimento facial – uma medida delineada para garantir a segurança do sistema financeiro de Macau e de combate ao branqueamento de capitais – está a ter impacto na vizinha Hong Kong.

Segundo a edição de ontem do South China Morning Post, a instalação do sistema de reconhecimento facial em Macau fez disparar os levantamentos na rede de multibancos da antiga colónia britânica com cartões UnionPay emitidos por instituições bancárias da China.

A Autoridade Monetária de Hong Kong não confirmou essa informação ao jornal em língua inglesa, que citou uma fonte não identificada, para dar conta de “um impressionante” aumento dos levantamentos tanto em termos de volume como em número.

A antiga colónia britânica não tem planos para avançar com um sistema idêntico ao de Macau, indicou uma porta-voz da Autoridade Monetária de Hong Kong ao South China Morning Post.

Em Dezembro, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou a imposição de um limite de 5000 patacas por levantamento nos multibancos do território aos portadores de cartões emitidos por bancos da China, mantendo-se a quota diária máxima de 10.000 renminbi.

Oito em dez

Cerca de mil caixas multibanco de Macau têm instalado o sistema de reconhecimento facial para os portadores de cartões UnionPay emitidos por bancos da China, ou seja, mais de 80 por cento, segundo indicação da Autoridade Monetária.

Fonte da AMCM disse à agência Lusa que, até ao momento, cerca mil caixas multibanco de um universo de aproximadamente 1.200 tinham instalado o novo sistema que permite reforçar a confirmação da identidade do utilizador.

A introdução faseada da tecnologia “Know your customer” (KYC, “Conheça o seu cliente”) em todas as caixas automáticas ATM de Macau foi anunciada no início de Maio, “com o objectivo de garantir a segurança do sistema financeiro”, não se aplicando a cartões bancários emitidos em Macau ou em outras regiões.

A AMCM tinha indicado anteriormente que espera a conclusão ainda este ano do processo de instalação da KYC. A partir de 4 de Julho, as máquinas ATM sem a nova tecnologia deixaram de prestar serviço de levantamento em numerário aos cartões UnionPay emitidos na China.

Crime | Dois agentes detidos por auxílio à entrada e saída de imigrantes ilegais

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram detidos, no domingo, por suspeita de envolvimento num esquema de entrada e saída de imigrantes ilegais do território, dois agentes, do Departamento de Migração da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Os agentes, com 29 e 32 anos, terão alegadamente recebido subornos de, pelo menos, 300.000 dólares de Hong Kong, disse fonte da PJ à agência Lusa.

Ambos foram detidos no Posto Fronteiriço do Cotai na madrugada de domingo pela PJ, com a ajuda da PSP, tendo sido também detida uma residente de Macau, de 33 anos, num apartamento na Taipa, por alegado envolvimento no caso, indicou a mesma fonte.

Segundo a investigação da PJ, que teve início em Junho, os dois agentes dos Serviços de Migração proporcionariam a entrada ou saída de imigrantes ilegais, de carro, através do Posto Fronteiriço do Cotai quando um deles se encontrasse de serviço. Tal sucedia na sequência de telefonemas de imigrantes ilegais para um dos agentes – apontado pela PJ como cérebro da operação – ou para a mulher suspeita de envolvimento na mesma rede.

Segundo a PJ, foram ainda detidos três imigrantes ilegais em dois hotéis em Macau, além de um cidadão da China que seria supostamente responsável por transferir os subornos pagos pelos imigrantes ilegais para a referida rede criminosa.

Um dos imigrantes entrou e saiu de Macau ilegalmente por sete ocasiões, desde Dezembro de 2016, mediante o pagamento de 10.000 a 30.000 dólares de Hong Kong de cada vez.

O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, reagiu com tristeza face a utilização de competências dos agentes policiais para o fim de actividades criminosas.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, Wong Sio Chak, alertou os restantes serviços públicos para tomarem este caso como exemplo.

22 Ago 2017

Amamentação | Função Pública já terá 70 salas disponíveis

Segundo um relatório da associação conjunta de um bom lar, os departamentos do Governo já terão 70 salas abertas às mães que ainda dão de mamar aos seus filhos. A maioria pertence à tutela do secretário Alexis Tam

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng, que lidera a associação da construção conjunta de um bom lar, emitiu um comunicado onde cita um relatório realizado pela associação sobre o panorama das salas de amamentação nos serviços públicos.

O documento revela que a Função Pública já conta com um total de 70 salas abertas ao público nos departamentos que pertencem às cinco tutelas do Executivo, sendo que a tutela liderada por Alexis Tam, dos Assuntos Sociais e Cultura, lidera o processo, ao deter cerca de 90 por cento do total dos espaços.

No seguimento deste relatório, Wong Kit Cheng entregou um questionário sobre o uso das salas de amamentação em mais de 70 entidades públicas.

Apesar dos números, a deputada lembra que ainda são poucos os locais onde as mães podem amamentar os seus filhos. Wong Kit Cheng conta ainda que recebeu uma queixa de uma funcionária pública que não só falou das poucas salas existentes como dos conhecimentos insuficientes sobre o processo de amamentação.

Neste caso, afirma o comunicado, as chefias não tiveram em consideração as necessidades de amamentação da trabalhadora. Na visão de Wong Kit Cheng, é necessário reforçar o apoio por parte dos residentes sobre esta matéria, além do uso de equipamentos necessários.

Espaços no novo terminal

Além da Função Pública, também o novo terminal marítimo vai passar a contar com salas de amamentação para as mães que viajam com os seus filhos.

De acordo com a responsável da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong, já estão a ser feitos trabalhos nesse sentido.

“Vamos instalar salas de amamentação, uma ou duas, no terminal da Taipa e vamos fazer o mesmo no terminal do Porto Exterior, porque é uma necessidade social do momento”, disse ontem a responsável à margem da cerimónia de apresentação da quarta estação de tratamento de água de Macau.

Susana Wong não anunciou, contudo, uma data para a criação das referidas salas de amamentação.

22 Ago 2017

Seac Pai Van | Nova estação de tratamento de águas no final de 2019

Vai custar cerca de mil milhões de patacas. É a nova estação de tratamento de águas situada em Seac Pai Van. A infra-estrutura pretende equilibrar a distribuição de água no território e está prevista a sua conclusão no final de 2019

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai dispor de mais uma estação de tratamento de água. Localizada em Seac Pai Van, a planta da infra-estrutura foi ontem oficialmente apresentada numa cerimónia para o efeito. A ideia é que a estação esteja pronta no final de 2019. No entanto, e de acordo com a responsável da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong, ainda há “alguns obstáculos a ser superados” para que a obra possa ter início.

A decisão de ter uma estação de tratamento de água na zona de Seac Pai Van tem que ver com o colmatar das necessidades crescentes na Taipa. Para Susana Wong, a Taipa e o Cotai já são espaços com muito comércio e indústria hoteleira e, como tal, tem que existir um planeamento de distribuição e tratamento de águas para aquela área. Por isso, afirma, “procurámos um espaço para fazer uma estação com uma escala apropriada às dimensões das necessidades”, disse a responsável ao HM, após a sessão de apresentação do projecto.

“Não pode ser muito grande mas tem de ser suficiente. Temos uma pequena estação em Coloane mas não chega para o crescimento desta zona”, justifica.

Por outro lado, o abastecimento de água do território tem sido concentrado essencialmente na península, o que, para a responsável, “não é saudável para o bom desenvolvimento da região”.

“O rápido crescimento económico na última década, especialmente nas duas ilhas, onde se verificou o maior número de consumo de água, impulsionou uma demanda cada vez maior”, sublinha Susana Wong.

De acordo com a DSAMA, está previsto um crescimento anual médio no consumo de água de  dois a quatro por cento.

Muito para fazer

A planta está feita, o local está escolhido e já há até calendário para o final das obras. No entanto, o investimento, de cerca de mil milhões de patacas, tem de ultrapassar alguns obstáculos para que se comece a materializar. A responsável está optimista e acredita que a construção esteja concluída, tal como esperado, no final de 2019.

De acordo com a Susana Wong, a ideia é promover no território “um serviço de abastecimento de água seguro, estável e de qualidade”, até porque estes são factores essenciais ao desenvolvimento de Macau “como destino turístico internacional”.

A infra-estrutura tem uma área de 17 mil metros quadrados e constitui “uma instalação de tratamento de água ecológica e de alto nível”. A nova estação terá uma capacidade diária de abastecimento de 130 mil metros cúbicos de água.

A Macao Waters tinha apontado para um aumento da taxa de serviço de 6,2 por cento, mas o Governo baixou a fasquia para os 5,9 por cento. A razão apontou a directora da Macao Water, Kuan Sio Peng, tem que ver com o facto de o Executivo considerar que é prioritária a optimização dos procedimentos deste serviço. “O Governo acha que devemos optimizar os procedimentos e actos internos primeiro, sendo que, claro, podemos sempre fazer melhor”, disse Kuan Sio Peng.

Paralelamente continua em acção o plano de poupança deste recurso. “Uma das nossas principais preocupações é a poupança de água e estamos neste momento com a implementação de um plano neste sentido. A acção tem vindo a ser posta em prática de forma gradual e a ideia é que quem mais consome mais paga”, referiu Susana Wong.

Terminal pouco acabado

À margem da cerimónia de ontem, Susana Wong fez um pequeno balanço do funcionamento do novo Terminal Marítimo da Taipa. Depois de muitos anos à espera para entrar em funcionamento, a estrutura ainda apresenta algumas deficiências e tem sido alvo de queixas por parte da população.

A grande dimensão do terminal e o tempo que leva a percorrer tem estado no centro das reclamações. Susana Wong considera que estas queixas não têm fundamento visto que “o tempo que se demora a chegar da entrada do terminal à sala de embarque é muito pouco”, disse.

Por outro lado, afirmou, têm sido feitas melhorias nas instalações, nomeadamente no que respeita à sinalização. “Por ser um local grande tivemos de aumentar o tamanho das placas de informação”, comentou. “No início as indicações eram muito pequeninas e insuficientes”, justificou Susana Wong ao HM.

A utilização do espaço também está a ser alvo de análise pela DSAMA. Quanto à demora para se passar pelos serviços de emigração, associada a postos fechados, Susana Wong avança que vão ser feitas obras de aperfeiçoamento do serviço de modo a ter mais postos abertos na altura das chegadas dos turistas.

A DSAMA está ainda a tentar promover o novo terminal da Taipa enquanto centro de negócios para captar investimento para o local. Em causa estão vários serviços ligados à hotelaria e comércio. “Queremos que as empresas instalem os seus negócios no terminal”.

22 Ago 2017

Saúde | Governo promete mais apoio a doentes terminais

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]ei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde (SS), garantiu, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Zheng Anting, que os doentes de cancro, em fase terminal, terão acesso a uma maior oferta de cuidados paliativos.

“Futuramente os SS irão estar atentos à situação da utilização dos serviços de tratamento de alivio e planeiam o aumento de camas para cuidados paliativos ou o aumento de enfermarias para doentes em fase terminal, em diversas especialidades, com vista a responder à procura de tratamento de cancro e de serviços na fase terminal pela sociedade”, lê-se na resposta.

Além do sector privado, encontra-se em funcionamento o centro paliativo Hong Neng, que abriu portas em 2000 e que, o ano passado, contava com uma taxa de ocupação na ordem dos 84,3 por cento, com um total de 55 camas. A partir de 2006, “os SS começaram a subsidiar entidades privadas para a criação de centros de recuperação que recebam doentes”.

Lei Chin Ion disse ainda que a formação de pessoal médico e de enfermaria é outro dos objectivos para os próximos anos. “O Governo irá, face à procura de serviços de tratamento de alívio, reforçar de forma continuada a devida formação de pessoal, efectuando atempadamente a revisão e o aperfeiçoamento e proporcionar serviços atempados e apoio a doentes em fase terminal e à respectiva família.”

Economia | Taxa de inflação situada nos 1,18 por cento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de inflação em Macau fixou-se em 1,18 por cento nos 12 meses terminados em Julho em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados oficiais ontem divulgados.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou sobretudo devido a subidas nos índices de preços das secções da educação (+7,53 por cento), bebidas alcoólicas e tabaco (+5,94 por cento) e transportes (+5,37 por cento).

Só em Julho, o IPC geral, que permite conhecer a influência da variação de preços na generalidade das famílias de Macau, cresceu 1,03 por cento em termos anuais.

Tal deveu-se principalmente ao aumento dos preços das refeições adquiridas fora de casa, das consultas externas, do calçado e das propinas escolares, indicou a DSEC. Em relação a Junho, o IPC geral sofreu um crescimento ligeiro de 0,02 por cento.

Em 2016, a taxa de inflação de Macau foi de 2,37 por cento, a mais baixa desde 2009, ano em que se fixou em 1,17 por cento.

Segundo as mais recentes projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de inflação de Macau deve fixar-se em 2 por cento este ano, em 2,2 por cento no próximo e em 3 por cento em 2022.

22 Ago 2017

Ensino inclusivo | Ella Lei pede mais professores com formação

Apesar de em Macau haver 38 instituições de ensino que incorporam nas suas classes alunos com necessidades especiais, há falta de professores especializados na área. Ella Lei interpelou o Governo a dar resposta a esta lacuna do sistema de ensino

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo o plano de financiamento do ensino inclusivo para o ano lectivo de 2016/2017, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) disponibilizou apoios em termos financeiros, técnicos e de formação às escolas particulares que acolhem alunos com necessidades especiais. Apesar desta medida por parte do Governo, Ella Lei entende que a educação inclusiva em Macau deixa muito a desejar, o que a motivou a elaborar uma interpelação escrita.

De momento, existem no território um total de 38 escolas particulares e públicas que implementaram a educação inclusiva. Porém, a qualidade dos serviços prestados deixa de lado o apoio técnico específico com este tipo de alunos precisa.

Ella Lei diz ter recebido várias solicitações de pessoal docente destas escolas que apontam dificuldades na execução prática do ensino inclusivo. Estas queixas motivaram a interpelação ao Governo onde a deputada pede medidas que colmatem a falta de professores nesta área.

Contrato difícil

Na interpelação escrita refere-se que, apesar de o Governo proporcionar apoios para incentivar as escolas a contratar os professores necessários, devido à insuficiência deste tipo de quadros técnicos no território as escolas enfrentam dificuldades de contratação.

De forma a combater esta carência, a responsabilidade de adequar as aulas para os alunos com necessidades especiais passa a ser assumida pelo pessoal docente original, o que aumenta o volume do trabalho do corpo docente.

Ainda assim, Ella Lei diz também que apesar do Governo ter convidado profissionais da educação especial a dar formação nas escolas de Macau, no final, como os convidados não permanecem quadros docentes, o problema na educação inclusiva continuam sem solução.

Para além da questão da falta de recursos técnicos, a deputada revela que os alunos inclusivos ainda necessitam de tratamentos adicionais por parte de terapeutas de forma a resolver os problemas quotidianos e no estudo. Além disso, Ella Lei lamenta que faltem apoios aos alunos com necessidades especiais.

Nesse sentido, a deputada sugere que o Governo contrate directamente para os quadros das escolas, ou através de instituições sociais, professores com as valências técnicas que permitam oferecer um ensino inclusivo no sistema educativo de Macau.

No âmbito da falta de terapeutas, Ella Lei quer que as autoridades avancem com medidas que resolvam o problema, nomeadamente através do incentivo às instituições locais de ensino superior na abertura de cursos de licenciatura para formar terapeutas em Macau.

22 Ago 2017

Governo Central | Mais estudos à quarta ponte que liga Macau à Taipa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]

Questões de segurança justificaram a decisão do Governo Central em não autorizar a construção da quarta ponte. Não foi citada qualquer razão relacionada com a Ponte em Y. Um especialista ouvido pelo HM entende que o plano inicial de construção deve sofrer apenas ligeiras alterações.

Antes de se começar a falar na quinta travessia, o Governo Central travou a construção da quarta ponte entre Macau e a Taipa. De acordo com declarações à TDM – Rádio Macau do coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estruturas (DGI), Chao Vai Man, o chumbo de Pequim ficou a dever-se a razões de segurança. Em questão está a futura localização da ponte que atravessa uma via navegável de alta velocidade.

Entretanto, o Executivo avançou com a adjudicação dos serviços de fiscalização, gestão do projecto e preços para a obra, que vai custar mais de 188 milhões de patacas. O contrato foi para a empresa Ove Arup & Partners Hong Kong Limited.

Addy Chan, vice-presidente da Associação dos Engenheiros de Macau, considera todo este processo normal. “Todas as construções ribeirinhas e de beira-mar precisam da aprovação do Governo Central, porque são obras que afectam a direcção e velocidade das águas”, comenta.

Como tal, admite não ter ficado surpreendido. Para o engenheiro é necessário também avaliar o impacto deste tipo de obras nas cidades vizinhas.

Crescei e multiplicai-vos

Apesar do projecto estar próximo da zona onde chega a Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau, nem o coordenador do DGI, nem Addy Chan acham que possa haver qualquer incompatibilidade entre ambas as construções.

“Não me parece que haja relação, pois essa ponte está praticamente em fase de conclusão”, explica o engenheiro.

As decisões do Governo Central devem ter em consideração construções futuras, além de se aferir quais os impactos ambientais num sentido global na área envolvente. Nesse sentido, “a Ponte em Y já afecta um pouco”, considera o especialista. Há que ter em consideração que do lado continental, há mais um projecto de grande envergadura a ligar Shenzhen a Zhongshan.

Em relação ao trabalho que falta, Addy Chan não entende que seja “uma coisa assim tão complicada, sendo de esperar que os estudos finais não demorem muito a serem realizados”.

No que diz respeito ao projecto final da quarta ponte que liga Macau à Taipa, o vice-presidente da Associação dos Engenheiros de Macau diz que “não deve sofrer alterações drásticas de design, não deverá ser algo completamente novo”.

Gastos dos visitantes de Macau fora dos casinos sobem 17,5 por cento

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s gastos dos visitantes de Macau, fora dos casinos, aumentaram 17,5 por cento no segundo trimestre deste ano, em relação ao período homólogo de 2016, indicam dados oficiais sexta-feira divulgados.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a despesa total dos visitantes efetuada fora dos casinos ascendeu a 13,75 mil milhões de patacas, traduzindo uma subida de 2,2 por cento relativamente aos primeiros três meses do ano.

A despesa ‘per capita’ dos visitantes situou-se em 1787 patacas, reflectindo em linha com o comportamento global uma subida de 11,7 por cento em termos anuais homólogos e de 4,6 por cento em termos trimestrais.

A maior despesa per capita foi efetuada pelos visitantes da China, o maior mercado emissor de Macau, que ascendeu a 2162 patacas entre Abril e Junho, mais 16,8 por cento face a igual período do ano passado.

A despesa ‘per capita’ dos visitantes provenientes da Malásia aumentou 8,2 por cento, em termos anuais, ao passo que a dos visitantes de Singapura, de Hong Kong e de Taiwan diminuiu 3,9 por cento, 8,2 por cento e 6,9 por cento, respectivamente, de acordo com a DSEC.

Em baixa esteve também a despesa ‘per capita’ dos visitantes da Austrália (menos 21,7 por cento) e a dos procedentes dos Estados Unidos (menos 0,6 por cento) e Reino Unido (menos 4,4 por cento).

Às compras

Segundo a DSEC, os visitantes gastaram essencialmente em compras (43 por cento), alojamento (25,6 por cento) e alimentação (23,1 por cento).

A despesa ‘per capita’ em compras atingiu 768 patacas (81,1 euros), mais 10,7 por cento em termos anuais, destacando-se no ‘cabaz’ os alimentos/doces (229 patacas), cosméticos/perfumes (191 patacas), produtos em que os gastos aumentaram 17,8 por cento e 18,6 por cento, respectivamente.

Os resultados do inquérito às despesas dos visitantes indicaram ainda que o principal motivo da vinda a Macau foi para passar férias (49,7 por cento do total), mas que foram os que vieram participar em convenções/exposições que gastaram mais, com uma despesa ‘per capita’ de 3304 patacas, apesar de representarem só 0,7 por cento dos visitantes.

De acordo com os mesmos dados, 17,6 por cento utilizaram o território apenas como ponto de passagem, enquanto 8,4 por cento dos inquiridos foram atraídos pelas compras e 8 por cento pelo jogo.

Visitar familiares e amigos e tratar de negócios e assuntos profissionais foram outras das motivações dos que escolheram deslocar-se a Macau entre Abril e Junho.

No segundo trimestre do ano, Macau recebeu 7,69 milhões de visitantes, um aumento de 5,3 por cento em termos anuais homólogos, segundo dados oficiais divulgados anteriormente.

No ano passado, a despesa total, excluindo o jogo, dos visitantes, atingiu 52,66 mil milhões de patacas, aumentando 3 por cento face a 2015, ano em que os gastos dos visitantes de Macau caíram pela primeira vez desde 2010, ou seja, desde que existe registo.

O visitante refere-se a qualquer pessoa que tenha viajado para Macau por um período inferior a um ano, um termo que se divide em turista (aquele que passa pelo menos uma noite) e excursionista (aquele que não pernoita).

21 Ago 2017

Habitação | Revisão de regime deve incluir estabilidade nas listas de espera

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]lterar o regime de admissão à habitação pública sem garantir a estabilidade das listas de espera não faz sentido para alguns dos membros da Associação Novo Macau. Para Sulu Sou e Paul Chan Wai Chi esta matéria merece uma intervenção urgente.

A Associação Novo Macau não está satisfeita com as declarações do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, no que respeita a soluções para a falta de habitação social no território.

O secretário anunciou, na semana passada, que o regime para admissão de candidaturas a habitação económica irá ser alterado e, com as mudanças, vai ser retomado o sistema de pontuação. No entanto, mais pormenores só quando o diploma for à Assembleia Legislativa.

Ontem, em conferência de imprensa, Sulu Sou e Paul Chan Wai Chi, membros da Associação Novo Macau revelaram o seu descontentamento com as declarações de Raimundo do Rosário.

Depois de terem participado num programa da TDM em que manifestaram as suas opiniões relativamente à habitação económica, Sou Ka Hou, vice-presidente da Novo Macau, afirmou que a resposta do secretário sobre a estabilidade das listas de espera é insuficiente. “A situação parece um pato manco” contou aos jornalistas. A razão, apontou o responsável, tem que ver com a falta de garantias na estabilidade das listas considerando que não é útil que se apaguem os seus dados sempre que se sabe de resultados das candidaturas.

Alterações inúteis

Sulu Sou salientou ainda que, caso não venham a existir listas de espera permanentes, a alteração à lei de habitação económica não terá grandes efeitos positivos. “Vai ser mantida a situação que existe actualmente em que os candidatos que não pertençam a um agregado família nuclear vão continuar a acompanhar na corrida”, disse.

Já Paul Chan Wai Chi acrescentou que com a falta de listas de espera estáveis os serviços públicos têm muito mais trabalho a fazer, sem esquecer que, com o aumento da instabilidade do mercado imobiliário, pode ter consequências para a sociedade local em geral.

O também antigo deputado acha ainda que a manutenção das listas é uma medida que pode dar à comunidade uma previsão do tempo que tem de aguardar para ter acesso a uma casa económica e, desta forma, poderem planear a vida.

Os responsáveis estavam de saída do programa da TDM, “Fórum Macau” em que o membro do Conselho para os Assuntos de Habitação Pública, Ip Kin Wa, criticou a utilização de dinheiros públicos para facilitar a compra de casas económicas e considera que Macau não deve desenvolver este sector.

O subcoordenador do Conselho para os Assuntos Sociais dos Kaifong, Ho Weng Hong, destacou a importância da divulgação de dados sobre as necessidades de habitação pública em Macau e lamenta que o Governo não tenha as informações necessárias. Ho Weng Hong espera que seja criada uma base de dados com estas informações.

Dengue | Registado sexto caso em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau registaram, no sábado, o sexto caso local de febre de dengue, na mesma zona onde foram assinalados os outros cinco.

Este sexto caso foi detectado numa mulher com 36 anos, moradora na zona da Praia do Manduco, onde moram ou estiveram os cinco casos confirmados anteriormente.

Os Serviços de Saúde consideram que o caso é local, apesar de a mulher se ter deslocado à China no dia 9 de Agosto. Os primeiros sintomas – febre, dores articulares e musculares – surgiram no dia 12, tendo sido aliviados após uma ida ao hospital. No entanto, no dia 18 a doente apresentou uma erupção cutânea em todo o corpo e decidiu recorrer novamente ao hospital, tendo sido confirmado o resultado positivo do teste ao tipo II do vírus da febre de dengue.

“Apesar da deslocação ao Interior da China, a doente não viajou para outras regiões durante os 14 dias antes da manifestação de sintomas”, indicam os Serviços de Saúde, em comunicado.

“De acordo com a análise epidemiológica, o caso foi classificado como o sexto caso local da febre de dengue registado na Região Administrativa Especial de Macau este ano”, informa o mesmo comunicado.

O estado de saúde da doente melhorou e os seus familiares não apresentam sintomas de febre de dengue.

Além dos seis casos locais, as autoridades registaram até agora outros seis casos de febre de dengue importados, o último dos quais confirmado na quarta-feira, numa mulher que chegou recentemente das Filipinas para visitar a família em Macau.

No ano passado, foram registados 11 casos de febre de dengue, todos importados.

Burlas | Estudantes universitários são mais vulneráveis

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]erca de 30 por cento das vítimas de burla telefónica no território são estudantes do ensino superior. Estes são os resultados da análise das denúncias apresentadas à Polícia Judiciária entre 20 de Julho e 9 de Agosto. De acordo com os dados apresentados em comunicado das autoridades, esta faixa da população mostra não estar sensibilizada para as situações de burla, pelo que é necessário chamar uma maior atenção dos jovens. De acordo com o mesmo comunicado, e “com o objectivo de sensibilizar os estudantes do ensino superior a tomarem medidas preventivas contra burlas e não caírem em armadilhas, a PJ teve uma reunião urgente com o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) e várias instituições do ensino superior, para discutir a realização de campanhas de sensibilização e prevenção de burlas telefónica nas instalações académicas”.

21 Ago 2017

Renovação urbana | Definidas percentagens de concordância para obras

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho da Renovação Urbana chegou a consenso sobre a percentagem de concordância de condóminos para a realização de obras dos edifícios. Os prédios entre 30 e 40 anos necessitam da aprovação de 85 por cento dos moradores

A renovação das zonas mais antigas do território poderá ser uma realidade nos próximos anos. Ao fim de vários meses de discussão, o Conselho da Renovação Urbana (CRU) chegou finalmente a um consenso quanto à percentagem de concordância dos moradores dos edifícios que necessitam de obras.

Segundo adiantou ontem o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, será necessária a concordância de 85 por cento dos moradores para edifícios que tenham entre 30 a 40 anos. Esta percentagem será também aplicada caso se tratem de “edifícios especiais, em ruínas ou com interesse público”.

Caso os edifícios tenham mais de 40 anos, será exigida a concordância de 90 por cento dos moradores. Para os edifícios com uma idade inferior a 30 anos, continua a ser necessária a concordância de todos os moradores, regra que até então tem sido seguida para todos os prédios.

Tratando-se o CRU de um conselho de carácter consultivo, caberá agora à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes elaborar uma proposta, que terá de obter a aprovação do Chefe do Executivo.

Ajudas para alojamento

Além das percentagens, a reunião de ontem do CRU serviu ainda para definir o conceito de alojamento temporário, que reuniu o consenso de todos os membros. Tal conceito significa que, caso um edifício necessite de obras, os seus moradores podem ter direito a alojamento temporário.

“Não decidimos ainda quais os terrenos ou locais [onde estes edifícios serão construídos], mas no caso de haver a reconstrução de um edifício as pessoas temporariamente podem ficar alojadas nestes espaços. As pessoas têm o direito de trocar uma casa por outra ou receber uma indemnização. Esse conceito será também submetido para aprovação superior”, acrescentou Raimundo do Rosário.

As comissões especializadas do CRU discutiram ainda a questão da alteração da finalidade dos edifícios industriais, para que haja uma reutilização dos espaços que ficaram vazios nos últimos anos. Contudo, o secretário garantiu que não houve qualquer conclusão. O CRU já reuniu com vários serviços públicos sobre esta matéria, mas está ainda tudo por decidir.

Entrada de Macau na Global Media adiada para Setembro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] negócio que irá permitir à KNJ Investment Limited controlar 30 por cento do grupo português Global Media deve ser fechado em Setembro, disse ontem o administrador da empresa de Macau. “Estamos a tratar de documentos jurídicos entre as duas partes. Espera-se que esteja terminado em Setembro”, afirmou Kevin Ho, numa resposta enviada por e-mail à Agência Lusa.

A assinatura do contrato esteve inicialmente prevista para Março. Sem entrar em detalhes, o administrador da empresa explicou não haver “uma razão específica” para o atraso: “Houve outra transacção na qual tivemos de trabalhar, por isso o processo abrandou um pouco. Nada de especial”.

O anúncio de que a KNJ ia fazer uma injecção de capital de 17,5 milhões de euros na Global Media, passando a controlar 30 por cento do grupo de media, foi feito em Outubro, altura em que foi firmado um memorando de entendimento entre as partes.

Segundo garantiu Kevin Ho, “os planos diferem um pouco [face ao inicialmente previsto], por diversas razões, mas o principal foco não mudou e será uma quota de 30 por cento. Outros detalhes serão anunciados assim que [o negócio] for concluído”.

A injecção de capital da KNJ deverá implicar a redução das participações actuais dos empresários António Mosquito e Joaquim Oliveira (27,5 por cento cada um), de Luís Montez (15 por cento), do Banco Comercial Português (15 por cento) e do Novo Banco (15 por cento).

Kevin Ho mantém que as negociações do acordo em si não contemplam uma redução de postos de trabalho no grupo que inclui o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF. No entanto, o futuro investidor do Global Media advertiu que “qualquer aumento ou redução dos empregos vai depender das necessidades do negócio e planos futuros”. “Neste momento, não posso garantir nada, mas não vejo necessidade de qualquer redução”, concluiu.

A Macau KNJ Investment Limited é liderada por Kevin King Lun Ho e, segundo o registo comercial, foi fundada em 2012, dedicando-se ao investimento imobiliário, médico e de saúde, bem como à restauração. Kevin Ho é sobrinho do antigo Chefe do Executivo, Edmund Ho.

20 Ago 2017

Animais | IACM diz que já há resultados desde entrada em vigor da lei

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntrou em vigor em Setembro do ano passado. A lei de protecção dos animais já começa a dar frutos com o registo de menos abandonos. Com o fecho do Canídromo, os 600 galgos que ainda não têm destino poderão contar com o apoio do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais

A lei de protecção dos animais entrou em vigor há quase um ano e é tempo de balanço. O diploma parece começar a dar frutos em vários sentidos, mas o chefe de Divisão de Inspecção e Controlo Veterinário do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Choi U Fai, destaca a diminuição dos abandonos.

A razão, apontou ontem, tem que ver com dois factores. Por um lado, a introdução do pagamento de mil patacas, o que pode constituir um obstáculo aos donos que querem abandonar os seus bichos de estimação e, por outro, mas não menos importante, a noção de que se o animal abandonado não conseguir ser adoptado, será abatido.

Para o responsável, “a lei está a ser muito efectiva para educar os donos e para a protecção dos animais”, disse ontem Choi U Fai em conferência de imprensa.

Em números, os cães entregues ao IACM forma menos 40 por cento, desde que a lei entrou em vigor, e o número de gatos decresceu mais de 80 por cento, o que se reflectiu proporcionalmente no número de animais abatidos pelo Canil Municipal.

No entanto, dos estudos feitos pelo organismo, Choi U Fai aponta para a existência de cerca de 30 mil cães no território em que metade estará por licenciar. A razão, apontou, tem que ver ainda com muita falta de informação, especialmente junto de uma faixa etária mais velha. “Os mais jovens têm mais consciência, mas os mais velhos, muitas vezes, nunca ouviram falar de licenciamentos”, disse. O desconhecimento não pode, de acordo com o responsável, justificar o não cumprimento da lei. Para melhorar a situação, Choi U Fai considera fundamental a promoção de campanhas de divulgação.

Desde que a lei entrou em vigor, as multas por falta de licenciamento foram 517. “Não há perdão”, afirmou o responsável. “Se nas nossas fiscalizações encontrarmos animais não licenciados as pessoas têm de pagar imediatamente”, referiu. Esta, considera, é também uma medida que ajuda a promover a legalização dos animais de estimação.

Choi U Fai alertou ainda para o facto de que as fiscalizações podem acontecer também nos espaços privados caso existam queixas, pelo que chama a atenção da população para a importância em licenciar os animais e em agir de acordo com a lei, até porque, “recorrendo ao IACM e aproveitando para fazer a esterilização, o processo fica barato”, explicou.

Galgos à deriva

São mais de 600 os galgos que não têm destino após o encerramento do Canídromo de Macau. O IACM está atento e quer saber o que vai acontecer.

Para o feito e ainda este mês, apontou o chefe de Divisão de Inspecção e Controlo Veterinário, o organismo vai enviar uma carta ao Canídromo a pedir esclarecimentos quanto aos planos para estes animais. “Queremos saber como é que o Canídromo vai gerir um número tão elevado de cães depois de encerrar”, disse Choi U Fai.

Apesar das limitações físicas do Canil Municipal, que tem uma capacidade máxima para acolher 100 animais, o IACM está disposto em colaborar no que for necessário para a melhor resolução possível quanto ao destino dos galgos.

Choi U Fai aponta já algumas acções em que o IACM poderá estar envolvido, entre as quais, destacou o responsável, na ajuda nas campanhas de adopção e com a colaboração das instituições locais que se têm dedicado à protecção e acolhimento de animais.

No que respeita às condições em que vivem os galgos do Canídromo, o responsável assegura que, “não se tratando de um hotel de cinco estrelas, estão garantidos os cuidados básicos”, sendo que as equipas de fiscalização do Governo não apontaram falhas nas condições definidas legalmente.

Agressão a cão | Agente da PJ multado em 35 mil patacas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] agente da Polícia Judiciária que foi filmado a maltratar um cão foi punido com uma multa de 35 mil patacas, disse ontem o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). O agente, alvo de um processo disciplinar na sequência do caso que aconteceu Janeiro, foi sancionado à luz da Lei de Protecção dos Animais.

Respondeu por infracção administrativa (maus tratos a animais) e não por uma infracção penal (crime de crueldade contra animais), a qual poderia resultar numa pena de prisão até um ano, ou de multa até 120 dias. Isto porque a infracção penal encontra-se reservada a “quem, com a intenção de infligir dor e sofrimento a animal, o tratar por meios cruéis ou violentos ou por meio de tortura, que resultem em mutilações graves, perda de órgãos importantes ou morte”.

O valor da multa aplicada – e já paga – foi facultado pelo chefe da Divisão de Inspecção e Controlo Veterinário do IACM. Choi U Fai informou que, desde a entrada em vigor do diploma, foram sinalizados dois casos de maus tratos – incluindo este – e outros tantos de crueldade contra animais, ambos sob investigação por parte da Polícia de Segurança Pública.

O caso do agente da PJ tornou-se conhecido depois de ter sido posto a circular nas redes sociais um vídeo que mostrava um homem, no terraço de um prédio, a agarrar um cão e atirá-lo violentamente para o chão, desferindo depois vários golpes contra o animal. Só mais tarde se veio a saber que se tratava de um agente da PJ, o que desencadeou uma série de reacções, nomeadamente do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

No início de Julho, o secretário para a Segurança afirmou que “devido à regulamentação legislativa, não seria adequado divulgar a duração da pena de suspensão” imposta ao agente de investigação criminal da PJ, ressalvando que o processo ainda não tinha sido concluído, por o agente gozar do direito ao recurso.

Burlas | PJ cria mecanismo de prevenção e cria linha aberta

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]evido às rápidas adaptações ao ‘modus operandi’ das burlas telefónicas que têm invadido Macau, a Polícia Judiciária (PJ) decidiu avançar com uma campanha de informação para prevenir este tipo de crimes. Como tal, em colaboração com o Corpo de Polícia de Segurança Pública e os Serviços de Alfândega (SA), será feita uma campanha de divulgação e alerta contra as burlas telefónicas nos vários postos fronteiriços de Macau.

Foi também colocada à disposição da população uma linha aberta (com o número 88007777), já em funcionamento.

Apesar da atenção das autoridades, os casos de burlas telefónicas em que os criminosos se fazem passar por funcionários dos serviços públicos continuam a aumentar. Entre 20 de Julho e a passada quarta-feira, as autoridades registaram um total de 2894 casos através de denúncias. De entre estes casos, 49 resultaram em prejuízos num montante total de cerca de 12,5 milhões de patacas.

Com o intuito de prevenir estes casos, a PJ criou o mecanismo de prevenção conjunta contra burlas, em colaboração com a Autoridade Monetária de Macau, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior e as operadoras de telecomunicações.

Desse trabalho conjunto resultou a suspensão de várias transferências bancárias relacionadas com o crime em questão. O mecanismo estabelece uma comunicação urgente entre os diversos serviços quando os burlões usem um número de telefone de Macau. O número em questão é encerrado, assim como o contrato de compra e venda.

Foi também criado um mecanismo de comunicação directa entre o sector bancário local e o centro contra a burla telefónica e informática da China Continental.

20 Ago 2017

Contas | Preço da habitação cai ligeiramente em Julho

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] preço médio do metro quadrado das casas em Macau atingiu 97.502 patacas no mês passado, um valor ligeiramente inferior ao apurado em igual período do ano passado, indicam dados oficiais. Segundo estatísticas publicadas no site da Direcção dos Serviços de Finanças, em termos anuais homólogos, verificou-se uma diminuição ligeira do preço médio por metro quadrado (menos 179 patacas) e uma subida de 739 para 764 do número de fracções transaccionadas.

Das três áreas de Macau, a ilha de Coloane era a mais cara, com o preço médio do metro quadrado a fixar-se em 131.808 patacas, seguindo-se a da Taipa, 99.026 patacas, de acordo com os mesmos dados respeitantes às transacções de imóveis destinados a habitação que foram declaradas para liquidação do imposto de selo.

Com o preço médio do metro quadrado mais baixo, 95.302 patacas, a península foi onde se registou o maior número de fracções transaccionadas em Julho (632 contra 448 em Julho de 2016), seguindo-se a ilha da Taipa (118 contra 278) e Coloane (com 14 contra 13).

Em Maio, o preço médio do metro quadrado de fracções autónomas destinadas a habitação no território galgou a barreira das 100 mil patacas, pela primeira vez desde o início do ano. A última vez que tal tinha sucedido foi em Dezembro de 2016, mês em que atingiu 103.805 patacas.

17 Ago 2017

Acidentes | DSAL vai rever regras na construção civil no próximo ano 

No próximo ano, deverá ser apresentada uma proposta de revisão dos regulamentos de segurança nas obras de construção civil. A ideia é dar resposta aos muitos acidentes que têm acontecido

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] notícia foi avançada pela Rádio Macau, que cita o canal chinês da emissora: a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) pretende apresentar, no próximo ano, uma proposta de revisão dos regulamentos de segurança nas obras de construção civil. Trata-se da resposta da Administração aos acidentes frequentes que se têm verificado, muitos deles fatais. O Governo tem como objectivo reforçar as regras de segurança que vão ser exigidas aos empreiteiros.

A proposta de revisão do Regulamento de Higiene no Trabalho da Construção Civil deve ser conhecida no próximo ano, referiu a subdirectora dos Assuntos Laborais, Ng Wai Han. Uma das alterações prende-se com os deveres dos empreiteiros: hoje em dia, os responsáveis por obras com 100 ou mais trabalhadores por dia devem ter ao seu serviço um encarregado de segurança com reconhecida competência. O Governo quer que estes encarregados sejam presença obrigatória em obras com 20 ou mais trabalhadores.

Deverá ser feito ainda um reforço da formação dos encarregados de segurança e criado um sistema de registo do qual podem ser excluídos, caso falhem nas avaliações periódicas a que serão submetidos.

No programa de antena aberta da emissora em língua chinesa, foram ouvidos também responsáveis pela Associação de Saúde e Segurança Profissional de Macau, que explicaram que há trabalhadores não residentes que não dominam o idioma local, pelo que é difícil explicar a importância de segurança e saúde ocupacional a esses operários.

Este ano morreram já nove operários em obras de construção civil, muitos deles trabalhadores não residentes. Os dois acidentes fatais mais recentes registaram-se no estaleiro do Grand Lisboa Palace e do Hotel Morpheus, no City of Dreams. As duas obras já foram retomadas. No entanto, explica a Rádio Macau, a DSAL diz que ainda não foi apurado se houve ou não violação das regras de segurança nestes dois casos.

17 Ago 2017

Deficientes | Macau vai ter mais dois centros de acolhimento

Até ao final do ano vão entrar em funcionamento dois centros para acolher pessoas com deficiência cognitiva. O mesmo prazo é dado, pela Comissão para os Assuntos de Reabilitação, para que estejam definidas as normas arquitectónicas para a concepção de design livre de barreiras

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]á estão construídos e podem entrar em funcionamento dentro de dois meses. São dois centros de acolhimento de pessoas portadoras de deficiência cognitiva. A informação foi adiantada ontem pelo chefe de Departamento de Solidariedade Social, Choi Siu Un, após a reunião plenária da Comissão para os Assuntos de Reabilitação.

“São dois novos lares para pessoas com necessidades especiais ao nível cognitivo”, disse Choi Siu Un. Uma das instituições, situada na zona norte, está disponível para receber 100 utentes com diagnósticos considerados graves, e a outra, destinada a pessoas em processo de reabilitação, vai ter 112 vagas. “As obras já estão concluídas e vão entrar em funcionamento dentro dos próximos dois meses”, avançou Choi Siu Un.

Um dos assuntos em cima da mesa neste segundo encontro plenário do ano foi o andamento dos trabalhos no que respeita às normas arquitectónicas para a concepção de design universal e livre de barreiras na RAEM.

As directrizes já deveriam estar prontas no final de Setembro mas, pelos vistos, vão esperar mais um trimestre. O chefe de departamento aponta, ainda assim, que os trabalhos têm sido feitos com alguma rapidez. “Levámos nove meses até agora e é preciso ver que não se trata de um trabalho fácil, mas sim muito complexo”, justificou.

Neste momento, a comissão considera que já muito trabalho foi feito neste sentido e que “foram concluídas obras de melhoramento de instalações”. Entre elas, foram feitas melhorias na Avenida Nossa Senhora de Fátima e “no âmbito da acessibilidade à informática foi lançado o programa de formação de intérpretes de linguagem gestual”.

Ainda este mês, terminará a terceira fase de consulta pública no que respeita a normas de acessibilidade, sendo que, até à data, já foram ouvidos os sectores de arquitectura e de engenharia. “Esperamos que, antes de 2018, tenhamos condições para concluir esta matéria”, disse o chefe de departamento de Solidariedade Social.

Devagar, devagarinho

No que respeita à acessibilidade de circulação para pessoas portadoras de deficiência motora, os trabalhos estão em andamento. Neste momento 60 por cento dos autocarros já apresentam pisos mais baixos para facilitar o acesso, apontou o representante da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego. “Já existem cinco táxis destinados a estas pessoas e que estão munidos de rampas e de cintos de segurança adequados”, completou.

Vai ainda ser criado mais um serviço de transporte público com dois percursos: um na península e outro na Taipa e Coloane. “Estes autocarros vão circular pela cidade para apanhar os utentes e vão estar disponíveis ainda no final deste ano”, referiu o responsável.

Para já, os cerca de quatro mil portadores de deficiência motora, caso consigam sair de casa, têm dois serviços básicos de apoio. “Temos um serviço domiciliário que faz entregas de alimentos e de compras para quem tem mais dificuldades de deslocação, e já há um serviço de transporte para aqueles que precisem de aceder a serviços médicos”, acrescentou Choi Siu Un.

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) afirma que tem feito trabalhos neste sentido. “Este ano já foi aplicado pavimento táctil e criámos mais condições para facilitar a mobilidade das pessoas com deficiência. Por exemplo: baixámos o nível do chão em algumas zonas”, referiu o responsável do IACM presente na reunião. O organismo não deixou de sublinhar que “faz uma avaliação anual das condições de uma determinada área no território de modo a ter noção das necessidades de melhoramento em termos de acessibilidade”.

Deficientes auditivos e visuais serão cerca de cinco mil no território e, para esta população, a comissão avança que vai instalar equipamentos de informação.

No que respeita às condições dos próprios edifícios, a prioridade imediata é munir as instalações públicas de condições de acesso a todos. “As normas definidas irão ser aplicadas, em primeiro lugar, nos edifícios públicos e subsidiados”, disse Choi Siu Un. No que respeita ao sector privado, a comissão espera “que as empresas possam colaborar”.

De salientar, para Choi Siu Un, é que o melhoramento das condições de acessibilidade e circulação em Macau não é apenas dirigido às pessoas portadoras de deficiência. “São também normas que têm em conta as necessidades da população idosa e de turistas que precisem de cuidados especiais”, rematou o responsável.

16 Ago 2017