Manuais de História | Beatriz Basto da Silva critica “descontextualização inoportuna”

Beatriz Basto da Silva considera “descontextualizadas” e “inoportunas” as referências a actos de corrupção durante a fixação dos portugueses no sul da China nos novos manuais escolares. A historiadora lamenta o desconhecimento sobre os primórdios de Macau

 

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi sobretudo o termo “corrupção” que desassossegou Beatriz Basto da Silva quando, a Coimbra, lhe chegaram as notícias sobre a forma como aparecem descritos os portugueses durante o período de fixação no sul da China nos novos manuais escolares. Apesar do anúncio de que as referências negativas vão ser eliminadas dos livros a introduzir, a partir do próximo ano lectivo, nas escolas secundárias, a historiadora critica a abordagem leviana que, a seu ver, reflecte o desconhecimento sobre os primórdios de Macau de quem tem responsabilidade na matéria.

“Corrupção é uma palavra com uma conotação lexical actual muito negativa, ligada ao crime, à pulhice, que naquele tempo não existia. É um termo descontextualizado para a época porque estamos a falar de oportunidades fáceis para trocas comerciais não legalizadas”, afirma Beatriz Basto da Silva. Segundo a autora da “Cronologia da História de Macau”, o que havia era uma “busca pelo negócio possível em águas que não pagavam tributo ao imperador da China”. “Nós não tínhamos licença para penetrar num comércio mais fixo, pelo que as trocas eram combinadas, na chamada ilha do encontro, de um ano para o outro, pelos interessados em comprar e em vender, pelo que o comércio era naturalmente tão clandestino da nossa parte como da parte dos chineses do sul. Éramos ambos meridionais e por isso entendíamo-nos muito bem”, sublinha. “Acha que naqueles tempos do século XVI alguém saía prejudicado daquele pequeno comércio?”, questiona.

Em paralelo, “o próprio imperador da China estava interessadíssimo em que os portugueses permanecessem nessa clandestinidade para que lhe levássemos o ambicionado âmbar cinzento, como refere o historiador Wu Zhiliang no livro ‘Segredos da Sobrevivência’”, complementa. À semelhança de Tereza Sena, reconhece actividade ilícitas mas, ao contrário da também historiadora que, aos microfones da Rádio Macau, desvalorizou o termo corrupção, Beatriz Basto da Silva fala de uma certa “perversidade” na utilização da palavra, até porque os manuais têm com destinatários jovens em idade escolar.

“Não estou a dizer que não houve, mas não seria corrupção como hoje a designamos”, pelo que “ensinar às crianças que fomos corruptos é de uma agressividade e de uma falta de senso enorme. Vão crescer a pensar coisas terríveis e cada vez mais distantes da verdade”, argumenta.

Neste sentido, a também ex-directora do Arquivo Histórico defende que se mostre aos estudantes a herança do contacto. Assim, sugere designadamente visitas ao Museu de Macau, em cuja feitura esteve envolvida, por ser fruto da preocupação de deixar “uma memória colectiva de encontro e não de confronto”.

“Há muitas pessoas que se auto-denominam de chineses de Macau, porque é um sítio diferente, com as suas características. Macau não é só China – é China mais qualquer coisa. Um qualquer coisa que interessou preservar desde o século XVI até hoje”, apesar das “cotoveladas comuns entre irmãos”, ocorridas em determinadas épocas da história comum.

“A nossa relação começou bem e tanto assim foi que progrediu e chegou aos dias de hoje. Os chineses não gostaram de nós em vários sítios. Em Lampacau, por exemplo, mandaram-nos dar uma curva, mas em Macau consentiram, permitiram e depois foram tirando partido”, contextualiza.

“A nossa presença em Macau interessou não só a Macau, mas à China toda”, enfatiza Beatriz Basto da Silva, para quem “dá a impressão de que há autoridades com vontade de fazer uma lavagem cerebral aos jovens que serão o futuro de Macau”.

“Parece que estamos a encontrar uma terminologia inoportuna propositadamente para criar conflitos”, sustenta a historiadora, deixando um conselho: “Se querem realmente fazer qualquer coisa leiam e estudem primeiro”.

Questão de perspectiva

Os manuais de História da China, elaborados pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) em colaboração com a editora People’s Education Press, que funciona sob a tutela directa do Ministério da Educação chinês, geraram controvérsia por alegadamente darem uma visão parcial e tendenciosa no que concerne à História de Macau, incluindo passagens com referências negativas aos portugueses.

Segundo o Jornal Tribuna de Macau (JTM), os livros escolares, que vão integrar os currículos do 7.º ao 12.º ano, vão ser adoptados por mais de metade das escolas secundárias a partir do próximo ano lectivo.

Segundo o JTM, os manuais associam os primeiros portugueses que chegaram à China a actividades de contrabando e de pirataria, bem como a crimes de corrupção. A título de exemplo, o manual do 10.º ano diz que os portugueses obtiveram autorização para usar os portos de Cantão e praticar actividades comerciais no âmbito de um esquema de corrupção que envolveu oficiais de Guangdong e que permitiu a vinda gradual de portugueses, segundo o mesmo jornal. Ora, na perspectiva de Beatriz Basto da Silva, esse “esquema de corrupção” não era mais do que “conveniência mútua”.

Após a celeuma, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, anunciou que essas passagens negativas relativamente aos portugueses, em concreto a associação a actividades de contrabando e corrupção, vão ser eliminadas da versão final dos manuais escolares.

A produção de manuais de História com conteúdos uniformizados com os da China foi anunciada em Novembro de 2016 pelo Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On.

19 Jun 2018

Ministério Público | Taxista investigado por suspeita de sequestro

[drocpap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério Público (MP) está a investigar o caso de um taxista suspeito de sequestro, por se ter recusado a transportar os passageiros ao destino pretendido e tê-los trancado dentro do veículo.

De acordo com o canal de rádio da TDM, referindo-se a uma nota do MP, o juiz de instrução criminal optou por aplicar ao arguido as medidas de coação de termo de identidade e residência, apresentação periódica às autoridades e pagamento de caução. No comunicado, o MP lembra que, nos termos do artigo 152.º do Código Penal, quem cometer o crime de sequestro é punido com pena de prisão de um a cinco anos.

Se o crime for considerado agravado, é punido com pena de prisão de cinco a 15 anos. O MP acrescenta que, em relação aos “vários” alegados casos de taxistas suspeitos de cobrança de tarifas abusivas e que trancam passageiros no interior dos veículos, vai “exigir a responsabilidade penal” dos arguidos em causa, “nos termos da lei em vigor”, refere a mesma fonte.

19 Jun 2018

Manifestação | Milhares pediram demissões de Raimundo Rosário e Lam Hin San

Entre 2500 e 3500 pessoas manifestaram-se no sábado e pediram as demissões do secretário para os Transportes e Obras Públicas e do Director da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego. A família Ma foi também alvo das críticas de alguns manifestantes

 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre 2.500 e 3.500 pessoas saíram à rua para protestar as políticas de trânsito e exigiram as demissões do director da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, e Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas. O protestou começou por volta das 15h, no Jardim Vasco da Gama, e terminou junto à Sede do Governo, às 18h. Em causa estiveram as multas de estacionamento e a falta de lugares para os residentes.

“Um dos problema prende-se com o facto da quantidade dos lugares de estacionamento não ser suficiente. O outro é que a distribuição nas várias áreas não é boa”, disse, ao Canal Macau, o deputado Ng Kuok Cheong, um dos responsáveis pelo protesto, a par de Au Kam San.

“Por isso, [os governantes] não se devem limitar a oferecer estacionamento em quantidades suficientes, mas também fazer uma distribuição mais razoável pelas várias zonas de Macau. Só assim podemos resolver o problema”, acrescentou.

Segundo Ng Kuok Cheong, citado pelo Canal Macau, é compreensível aumentar as multas para as pessoas que conduzem embriagadas, mas não é aceitável que as penalizações para o estacionamento subam outra vez.

Ao longo da parada, que terminou à frente da Sede do Governo, ouviu-se várias vezes: “Lam Hin San, demite-te” ou “Raimundo do Rosário, demite-te”. Houve também cartazes satíricos que apontaram críticas à Família Ma, que controla a Companhia de Parques de Macau. Um dos demonstrantes levou ao longo do protesto um cartaz onde se podia ler “Venha Almoçar com a Família Ma”, numa referência a um programa televisivo de Hong Kong. Além disso podia também ler-se: “Agora também na Bolsa de Hong Kong, com o patrocínio de Lam Hin San”. Recentemente, a Companhia de Parques de Estacionamento, que tem como sócios Ma Iao Lai, Ngan Yuen Ming, e os filhos, começou os procedimentos exigidos para entrar na Bolsa de Hong Kong.

Números da discórdia

Segundo os organizadores, o número de participantes ultrapassou os 3.500. Contudo, os números dados pelas autoridades apontam apenas para 2.500 pessoas. Para o deputado José Pereira Coutinho os participantes chegaram aos 8.000.

“Participaram cerca de oito mil pessoas e a manifestação ultrapassou as expectativas. Esperávamos uma das maiores adesões de sempre, porque as pessoas estão revoltadas com as medidas que têm sido tomadas, e foi o que aconteceu”, disse o membro da Assembleia Legislativa, em declarações ao HM.

“Não sei o que o Governo vai fazer agora, mas as pessoas estão muito chateadas, revoltadas. Falta cerca de um ano para o Chefe do Executivo deixar as suas funções e acredito que não gostaria de deixar esta má imagem”, sublinhou.

José Pereira Coutinho defendeu também a demissão de Raimundo do Rosário e de Lam Hin San: “Ambos deviam sair dos cargos. Se não conseguem sentir o pulso da população e gostam de ser ditadores, é melhor pedirem a demissão e fazer algo diferente, porque nestes cargos não conseguem resolver os problemas dos cidadãos”, vincou.

Também Agnes Lam compareceu no protesto. “Não deviam aplicar estas multas desta forma, porque são um fardo para muitas das pessoas com rendimentos mais baixos”, justificou, em declarações ao Canal Macau. “Muitas pessoas utilizam usam viaturas privadas não por ser um luxo, mas porque é algo necessário”, acrescentou.

 

Pedido de debate na AL

José Pereira Coutinho fez entrar, na sexta-feira, um pedido de debate na Assembleia Legislativa sobre os motivos que estiveram na origem da manifestação do fim-de-semana. “Na sexta-feira fiz entrar na Assembleia Legislativa um pedido de discussão sobre a questão do estacionamento, inclusivamente com o pedido de responsabilidades pelo facto de se ter lançado um consulta pública e depois se ter voltado atrás. Espero que o presidente da AL leve esta discussão a votação o mais depressa possível”, revelou, em declarações ao HM.

 

Chui Sai On promete ouvir queixas

Ontem, à margem das corridas dos Barcos Dragão, Fernando Chui Sai On prometeu ouvir os manifestantes e considerou o trânsito “um assunto importante”. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o Chefe do Executivo reconheceu que a situação do trânsito “está longe de corresponder às expectativas dos residentes”. Chui Sai On, que assinou anteriormente o despacho que agravou as penalizações por estacionamento ilegal, disse também que o Governo concorda com as opiniões que criticaram o agravamento das multas e que no futuro as alterações só vão ser propostas depois de consultas públicas.

19 Jun 2018

Distinção | Empresária Pansy Ho recebe a mais alta condecoração francesa

[dropcap style=’circle’] P [/dropcap] ansy Ho foi condecorada pelo Presidente da França com o Chevalier de L’Ordre Nacional de la Légion d’Honneur pela sua contribuição na promoção do comércio franco-chinês, turismo, artes e cooperação cultural e intercâmbio. Além do seu generoso envolvimento na organização do Le French May, Pansy Ho trouxe importantes exposições de arte francesa, como a Bienal dos Leões, Edgar Degas: Figuras em Movimento e Um Modo de Vida de Ouro – Très’Ors a Macau para tornar a arte e cultura francesa mais acessível às comunidades de Hong Kong e Macau. Desde a sua nomeação como Embaixadora do Louvre na China em 2012, Pansy Ho tem sido incansável na defesa da arte e cultura francesas. Também fundou a Câmara de Comércio da França em 2008 para fazer negócios em rede em Macau, Hong Kong e França.
“Esta é uma condecoração que o presidente francês concede a mim por reconhecer o papel humilde que eu tenho tido em defesa da arte e da cultura francesa, e a promoção do intercâmbio cultural e desenvolvimento económico entre a França e a China, Hong Kong e Macau.” Descrevendo a influência da arte e da cultura francesa sobre ela, Pansy Ho disse: “Mal sabia eu que minhas visitas de infância evoluiriam para uma jornada vitalícia de promoção da arte e cultura francesas, abrangendo minha carreira, diferentes empresas e sectores industriais, diferentes regiões, e por uma infinidade de boas razões … A minha experiência com arte e cultura tem sido uma jornada de despertar, inspirada pela arte e cultura francesas como manifesta em suas artes e arquitectura, literatura, culinária e vinho, moda e estilo ”. Pansy Ho partilhou seus últimos pensamentos sobre receber a honraria: “Conectar pessoas e nações e promover o desenvolvimento comum e a paz são tarefas enormes que exigem esforços individuais e colaborativos. Mas, para mim, não há alegria maior do que poder oferecer serviço para benefício comum por meio da partilha de arte e cultura ”. A Ordem da Légion d’Honneur foi criada por Napoleão Bonaparte em 1802. É o maior prémio civil dado pela República Francesa por excelentes serviços prestado à França.

15 Jun 2018

Economia | Taxa de juro de referência sobe para 2,25%

[dropcap style=’circle’] R [/dropcap] esidentes e pequenas e médias empresas têm de estar cientes da probabilidade de aumento dos juros na hora de contrair empréstimos, afirmou o Secretário para a Economia e Finanças, embora sem antecipar um grande ou imediato impacto decorrente da subida
A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) elevou ontem em um quarto de ponto percentual a taxa de juro de referência para 2,25 por cento. O aumento, o segundo desde o início do ano, surge depois de a Autoridade Monetária de Hong Kong ter feito o mesmo na sequência da decisão anunciada pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed).
“Claro que [a subida da taxa de juro de referência] vai influenciar as pequenas e médias empresas e a população”, afirmou o Secretário para a Economia e Finanças, aos jornalistas, à margem de uma reunião na Assembleia Legislativa. “Já disse muitas vezes que há sempre essa probabilidade de aumento, mas a influência não é imediata”, sustentou Lionel Leong.
“Se o sector bancário considerar que em termos de capital tem suficiente, eles não tem necessariamente de seguir essa taxa”, reiterando que, na hora de contrair empréstimos, tanto a população em geral como as pequenas e médias empresas têm de “ter em conta” uma eventual subida que, caso acompanhada pelos bancos, traduzir-se-á em “maiores encargos”.
A pataca encontra-se indexada ao dólar de Hong Kong e, por essa via, ao dólar norte-americano, pelo que “a uniformidade da evolução da política da taxa de juros” tem “a finalidade de salvaguardar o funcionamento eficaz do regime de indexação cambial, como referiu, em comunicado, a AMCM, que funciona como o “banco central” de Macau.
Trata-se do segundo aumento da taxa de juro de referência desde o início do ano. Segundo a AMCM, desde a última subida, a 22 de Março, a taxa de juros do mercado monetário tem-se caracterizado por “um crescimento geral”, pelo que “prevê-se o ajustamento gradual por parte dos bancos locais da taxa de juros dos depósitos e dos empréstimos ao nível de retalho”.
Neste sentido, a AMCM também “alerta a população em geral para o facto de, no futuro, a taxa de juros dos empréstimos hipotecários subir gradualmente, implicando um aumento dos encargos extraordinários a reflectirem-se nas prestações dos empréstimos”.
“Os cidadãos ao adquirirem bens imóveis com empréstimos hipotecários devem ponderar com prudência sobre a sua própria capacidade de pagamento das prestações”, adverte. O alerta estende-se aos os financiados por outras categorias de empréstimos, com a AMCM a recomendar que prestem “grande atenção aos riscos financeiros eventualmente resultantes da subida da taxa de juros” no sentido de “assegurar uma análise dos custos e do plano dos fluxos de caixa”.
Já o sector bancário “deve proceder à avaliação da sua situação de funcionamento face aos impactos emergentes da evolução da taxa de juros, assegurando uma boa gestão dos potenciais riscos”, sublinha a AMCM.
Potencial impacto no fim do ano
O deputado Ip Sio Kai, que é presidente da Associação de Bancos de Macau, também não antecipa uma subida imediata da taxa de juro dos empréstimos hipotecários. “Actualmente ainda há fundos suficientes no mercado”, afirmou, ressalvando ser preciso observar a situação no final do ano. “A diferença entre os ‘spreads’ de dólares de Hong Kong e dólares norte-americanos tem-se ampliado e actualmente é de quase 2%”, observou o também vice-director-geral da sucursal de Macau do Banco da China.
Neste sentido, “não é possível deixar que haja uma grande diferença entre as taxas de juro e não avançar com um ajustamento, pelo que há uma grande probabilidade de se aumentarem as taxas de juro este ano”, indicou Ip Sio Kai, dando conta de um potencial aumento em Setembro.

15 Jun 2018

Galgos | ANIMA prepara-se para apoiar ocupação do Canídromo por mais tempo

[dropcap style=’circle’] S [/dropcap] em corridas, exportação de galgos para o Interior, e com a Yat Yuen a assumir todos os custos. São estas condições da ANIMA para engolir o “sapo” da ocupação do Canídromo pela empresa. Já Lionel Leong diz que não vê “qualquer possibilidade de prologar o período de uso”

A ANIMA aceita que a empresa Companhia de Corridas de Galgos (Yat Yuen) continue a ocupar o espaço do Canídromo durante mais um ano, na condição de acabarem as corridas de galgos e não serem enviados cães para o Interior da China e outras jurisdições sem leis de protecção dos animais. Esta é uma das duas alternativas apresentadas pela associação, num carta enviada ao Chefe do Executivo, e que foi explicada ao HM, pelo presidente, Albano Martins.
“É uma das duas opções e a mais viável nesta altura. Os funcionários do Canídromo podem continuar a ocupar o espaço e a tratar dos animais, com os custos a serem da empresa. Contudo, tudo tem de ser tudo feito com a supervisão do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), em parceria com outras associações locais”, afirmou Albano Martins, presidente da ANIMA.
“Tivemos de engolir um sapo com esta segunda alternativa. A forma como o Governo fez as coisas levou a que, nestas condições, esta fosse a solução mais viável. Mas tem de haver garantias que acabam com o jogo, que não há adopções no Continente e que a empresa paga o pessoal, enquanto as outras associações trabalham em parceria nas adopções”, defendeu.
A outra alternativa, que já era conhecida, passa por ser a ANIMA a assegurar a manutenção dos cães no Canídromo, enquanto tenta arranjar pessoas que adoptem os animais, no espaço de um ano. A empresa tem cerca de 400 potenciais adoptantes.
“A opção de sermos nós a tomar conta dos animais no Canídromo ainda é possível, mas ficou mais complicada porque o Governo não tomou essa decisão com antecedência”, reconheceu Albano Martins. “Se tivéssemos sido avisados desta opção há meio ano era mais fácil, porque precisamos de contratar mão-de-obra. O Governo sabe que não dos deu a chance de nos prepararmos. Mas se for esta a opção, nós arranjamos maneira de se concretizar”, explicou.

Governo prepara-se para ceder
O Governo tinha dado à Companhia de Corridas de Galgos (Yat Yuen) até 21 de Junho para desocupar o Canídromo e arranjar uma nova casa para os animais. No entanto, no primeiro plano apresentado pela empresa, que tem como directora executiva Angela Leong, constava o pedido de prolongamento do prazo em um ano. O projecto foi chumbado pelo IACM. No segundo plano, a empresa pediu um prolongamento do prazo por mais três meses, que o IACM rejeitou. A segunda proposta da Yat Yuen sugeriu ainda a realocação de cães para o Jóquei Club
Ontem o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, comentou o caso recusou a possibilidade da empresa Yat Yuen continuar no Canídromo pelo prazo de mais três meses: “A DICJ [Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos] ainda não recebeu nenhum pedido sobre esse assunto. A nível do governo, em termos das corridas de galgos, já dissemos muitas vezes que eles terão de sair do local”, começou por dizer. “Ainda não recebemos nenhum pedido e não estou a ver qualquer possibilidade de prologar o período de uso”, acrescentou.
O mesmo vai acontecer em relação à realocação dos galgos para o Jóquei Clube, sendo que até ao momento ainda não houve nenhum pedido. “Temos de avaliar a situação de acordo com o contrato, concessão e os diplomas legais”, apontou.

15 Jun 2018

Vasco Becker-Weinberg, sobre Mar do Sul da China | “Não é possível satisfazer todas as reivindicações”

[dropcap style=’circle’] M [/dropcap] acau tem uma oportunidade única para se destacar na área de gestão marítima. A opinião é do especialista em Direito do Mar, Vasco Becker-Weinberg, que está no território para um seminário promovido pela Direcção de Serviços para os Assuntos de Justiça. Ao HM, o académico falou ainda do Mar do Sul da China e da cooperação entre estados e deixou o alerta para o combate à pesca ilegal, muitas vezes associada à exploração e tráfico de seres humanos.

A área marítima de Macau é agora de 85 quilómetros quadrados. Este aumento de jurisdição sobre o mar traz que tipos de desafios ao território?

Antes de avançar é preciso perceber o que de facto se está a tratar. Há um processo muito interessante relativamente a Macau em particular: a área marítima que está sob a gestão da RAEM é uma área que integra – se quisermos fazer o paralelismo com a situação portuguesa em termos de território – aquilo que poderá ser o domínio público marítimo que para já ainda não existe aqui. O domínio público marítimo – entendido conforme o caso de Portugal, por exemplo – é da República Popular da China e o Governo da RAEM exerce, mediante delegação de poderes concedidos, o direito de gestão de uma parte com apenas 85 quilómetros quadrados. O que é interessante é nós colocarmos as coisas na sua verdadeira perspectiva e na sua escala. Macau tendo um território com a dimensão que tem, passa a ter uma área onde ponde intervir , onde pode exercer determinados direitos de gestão, superior à do seu território terrestres. Nesta medida, é desde logo uma vantagem muito competitiva no que respeita à diversificação da economia da RAEM. Os desafios que se colocam são tantos quanto as oportunidades. Julgo que sempre que um estado costeiro tem a capacidade de desenvolver actividades económicas no mar, acaba não só por diversificar estas actividades, mas também vê abrirem-se perante si um conjunto de outras oportunidades.

O que é que é esperado que Macau faça nesse sentido?

Se pensarmos em termos de desafios de sustentabilidade do próprio território, a densidade populacional a e consequente e crescente urbanização de Macau, a possibilidade de termos aqui uma área de expansão onde podemos desenvolver actividades na área das energias renováveis offshore, é uma ideia muito interessante. Associado a isto ainda há um conjunto de iniciativas que podem ser incrementadas como é, por exemplo, a náutica de recreio. É uma actividade económica muito importante para a economia do mar de qualquer território e que aqui também tem uma boa hipótese de desenvolvimento nestes 85 quilómetros quadrados. Também podemos ter em conta a responsabilidade na conservação e protecção do meio ambiente marinho.

Falou da questão da exploração das energias renováveis no mar. Como é que isto poderia ser feito em Macau?

O que estou a verificar com as sessões que estamos a desenvolver no âmbito do seminário, tem sido um grande interesse para discutir estas matérias, não só em tentar perceber o que existe como também no que é possível ser feito. Se olharmos para as energias renováveis em determinados países, sobretudo no norte da Europa mas também com uma crescente presença no sul, verificamos que estamos a falar de energia eólica e energia das ondas e não estamos a falar de matérias que ocupem muito espaço para serem eficientes. Em Macau há uma possibilidade única. Aqui há a realidade da China já com tecnologia na área de construção deste tipo de infra-estruturas que pode ser aproveitada. É fundamental que se saiba que quando se pensa em energias renováveis estamos a falar de estruturas que têm que ser colocadas no mar. A locação de plataformas obriga a que a proposta de lei trate das matéria ligadas ao ordenamento e à gestão do espaço marítimo. Aqui tem que haver uma análise muito cuidada e um debate sério e rigoroso. Se olharmos para o processo legislativo em Macau, desde que começou para a fase em que está agora, podemos dizer que é muito promissor. Estamos numa fase pós consulta pública em que há uma proposta de lei que como sempre é susceptível de melhoramento e aperfeiçoamento mas o que é fundamental é que sejam feitas opções legislativas que permitam um correcto desenvolvimento sustentável desta área marítima.

E o que é que é necessário para o efeito?

Este desenvolvimento sustentável tem que ter três componentes: a ambiental, a social e a económica. Temos que ser capazes de desenvolver actividades no mar que são ambientalmente sustentáveis, mas estas actividades têm que ter em conta a sua integração face ao contexto social e, um aproveitamento económico em que exista o equilíbrio entre diferentes actividades no mar. A grande diferença da economia do mar é precisamente a capacidade de termos no mesmo volume ou área actividades complementares ou concorrentes, coisa que em terra não pode acontecer devido às características do próprio território. No caso das energias renováveis penso que é um dos aspectos a ser considerado. Quando estava a  pensar no que é que a RAEM pode fazer em 85 quilómetros quadrados que, face ao território terrestres é muito, mas que em termos de dimensão é o que é, temos ainda de perceber que esta área marítima se insere numa maior, a da RPC. É muito importante que as opções legislativas e administrativas nesta matéria tenham em conta esta interligação e o que já existe na legislação chinesa há muitos anos. Esta complementaridade e esta percepção de que o espaço marítimo é tridimensional e que há inter-cooperatividade, ou seja o que acontecer do lado chinês, afectará sempre este e vice versa, é um assunto regional e global. Hoje sabemos que tudo o que acontece no ecossistema marinho está interligado. Por outro lado, no caso da RAEM, estamos perante uma oportunidade única. A RAEM está numa situação fantástica para desenvolver um modelo que possa ser um bom estudo de caso. A RAEM com estes 85 quilómetros pode mostrar que na sua escala pode fazer um trabalho fantástico, por um lado na articulação entre mar e terra e, por outro, entre o próprio mar.

Dá formação nesta matéria na China continental. Como é que vê a gestão marítima por parte da RPC e que prioridades tem o país?

Para a China é muito importante a cooperação marítima não só na sua sub-região do Mar do Sul da China, mas na grande região Ásia-Pacífico e ainda numa perspectiva global. Podemos falar da conhecida política que está a avançar “Uma faixa, Uma Rota” e no aspecto menos conhecido da mesma, que é a rota marítima que lhe está associada, e que é uma política que tem uma ambição global. Nessa perspectiva, o que a China apresenta como modelo de desenvolvimento é o modelo da cooperação, o que é bom porque convoca todos os estados e todos o interessados numa iniciativa que está muito vocacionada para as questões ambientais. Outro aspecto em que a China tem vindo a ter um cada vez maior interesse prende-se com o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais marinhos. A pesca neste caso é muito importante. É bom não esquecer que o acesso à proteína de peixe é fundamental para a própria segurança alimentar, não só da China mas de toda esta região. Outro aspecto em que a China está a investir tem a ver com a protecção dos direitos humanos no mar, nomeadamente no combate à pirataria mas também a outros fenómenos que preocupam todos os estados.

Estamos a falar de tráfico humano?

Estamos a falar da associação do trabalho forçado e do tráfico de seres humanos com a pesca ilegal. Isto acontece muito no sudeste asiático. Temos provas disso. Não há nenhuma região no mundo que não se veja perante esta catástrofe associada ao trabalho forçado e nesta região é mais evidente. Tem também sido feito um grande esforço em que a China participa. Temos a tendência em pensar que a RPC tem uma visão tímida face às questões ligadas ao mar. Esta visão é totalmente errada. Neste momento há um esforço regional em pôr esta questão em cima da mesa. É uma questão incómoda porque não podemos tratar deste tema ignorando a responsabilidade do consumidor. Hoje em dia esta matéria divide-se em dois temas muito difíceis: o da pesca ilegal, e o do trabalho forçado e tráfico de seres humanos. A pesca ilegal, enquanto fenómeno por si só, é de uma enorme complexidade que se prende com a forma como os estados exercem a sua jurisdição no mar. Há Estados de bandeira que criam um ambiente permissivo para que as suas embarcações não respeitem as regras internacionais aplicadas à pesca. Os Estados costeiros têm uma capacidade muito limitada de intervenção, por exemplo no alto mar onde muita pesca ilegal acontece. Os Estados costeiros que não intervém com medidas de fiscalização da pesca na sua Zona Económica Exclusiva (ZEE) também criam um ambiente permissivo para que aí se desenvolva a pesca ilegal. A par desta realidade há depois a dificuldade que os Estados bandeira têm de controlar todos os navios que levam a sua bandeira e também não é possível exigir aos estados costeiros que consigam ter uma intervenção quando um navio está na sua ZEE a pescar ilegalmente. Isto acontece, ou por falta de recursos, ou porque para atacarmos este flagelo dependemos necessariamente de cooperação e da partilha de informação entre estados. É aí que está a ser feito um grande trabalho com a participação da China. O fenómeno do tráfico de seres humanos ou do trabalho forçado a bordo dos navios que praticam a pesca ilegal é terrível quando pensamos no impacto humano em que há pessoas que estão nestes navios que muitas vezes não têm uma bandeira e portanto está numa situação que lhe permite fugir a muitos dos controlos. Estas pessoas não vão a terra durante semanas, meses e à vezes anos a fio. São exploradas no contexto dramático e de desespero absoluto em que as famílias não sabem o que lhes acontece. No sudeste asiático, muitas destas pessoas são migrantes que foram levados ou recrutados num país a pensar que iam para uma determinada actividade noutro país e onde iriam melhorar a sua vida, o que não acontece e, quando chegam ao barco são colocados numa situação impossível. Na mesma indústria mas em terra há os casos que se dirigem mais às mulheres, que são vítimas e sujeitas, nas comunidades piscatórias, a fenómenos de abuso sexual. É necessário ter medidas de cooperação regional e internacional, seja a lidar com a pesca ilegal, seja a lidar com o trabalho forçado e com este fenómeno que convoca estas duas realidades. Não sou ingénuo ao ponto de pensar que um dia se vai acabar com a pesca ilegal, por uma razão simples: é altamente proveitosa a nível económico. Quando temos um aumento da população muito superior à capacidade de renovação dos stocks estamos numa situação de grande desequilíbrio em que a população cada vez mais precisa de peixe.

 Falou da exploração abusiva de recursos do mar nomeadamente do peixe. Há a possibilidade de se esgotarem efectivamente?

Espero que não. Hoje em dia temos muitos stocks ameaçados em condições muito precárias de sustentabilidade mas estou convencido de que ainda vamos a tempo de, não diria reverter totalmente a situação, mas de promover medidas que salvaguardam a sustentabilidade destes stocks. Mais uma vez a solução passa pelos hábitos dos consumidores e na promoção a educação alimentar.

Como vê as disputas do Mar do Sul da China?

No que diz respeito ao Mar do sul da China as disputas acontecem quando dois Estados não estão de acordo acerca da delimitação de fronteiras. Isso pode acontecer porque o espaço marítimo não permite satisfazer as delimitações de dois estados porque há regras especificas para a extensão dos diferentes espaços. Outro aspecto fundamental, e que aqui tem interesse, é a titularidade sobre território terrestre, ou seja a discussão sobre a soberania terrestre a partir da qual se projectam os espaços marítimos. O conflito tem uma dimensão marítima, mas na sua génese está uma dimensão de disputa territorial, nomeadamente relativa a ilhas. No caso do Mar do Sul da China não é possível satisfazer todas as reivindicações. Há disputa em torno de formações como as ilhas e quanto à classificação dessas ilhas porque implicam a atribuição de diferentes áreas de mar. Mas há aqui um fenómeno muito importante e que é de sublinhar. No sudeste asiático a via seguida pelos Estados é a da cooperação, e temos que ser capazes de também respeitar esta realidade que é diferente da Europa. No caso da arbitragem do Mar do Sul da China que foi interposta pelas Filipinas e na qual a China não quis participar, a verdade é que hoje estamos numa fase de cooperação entre a China e as Filipinas relativamente às suas questões marítimas. Não quer dizer que não existam outras formas de resolver disputas, mas parece-me que, neste caso em concreto, estes dois estados entendem que o processo será resolvido através de negociações e que estas negociações não impedem a cooperação. É muito importante conhecer a história. No que respeita a esta disputa, já o presidente Deng Xiaoping disse que a abordagem deveria ser a de colocar os conflitos na prateleira e procurar ter uma maneira de conviver através da cooperação. Julgo que esta abordagem, que é amplamente partilhada por muitos Estados, pode ter sucesso.

15 Jun 2018

Neto Valente nega que se tenha metido no caso Sulu Sou

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Associação dos Advogados de Macau, Jorge Neto Valente, nega que se tenha imiscuído no caso ou discutido os méritos da defesa de Sulu Sou. Foi desta forma que Jorge Neto Valente respondeu, através da TDM, às declarações de Jorge Menezes. O advogado do deputado suspenso tinha questionado, em declarações ao HM, as razões que levaram o presidente da AAM a comentar os casos de outros colegas de profissão.

“Não estou a imiscuir-me, obviamente, na posição de nenhum colega, nem vou discutir os méritos da defesa. Não tenho nada a ver com isso e nem quero ter. Agora, os tribunais funcionam como funcionam”, disse Neto Valente. “A pergunta que me foi feita de raspão é se o tribunal pode ou não pode mudar a qualificação dos factos que lhe foram submetidos. E eu disse que sim: pode. E continuo a dizer que sim: pode. Agora, não vou entrar em pormenores até porque não conheço o caso suficientemente para dar uma opinião abalizada”, acrescentou.

Jorge Neto Valente defendeu ainda que os comentários feitos ao HM foram em abstracto: “Pronunciei-me em abstracto e não me pronunciarei sobre nenhum caso em concreto que esteja submetido aos tribunais”, sublinhou.

Com olhos de Macau

No domingo, à margem das celebrações do Dia de Portugal, Neto Valente tinha dito sobre a questão: “É um assunto que não é jurídico, não vale a pena estarmos a pensar nisso. É um processo com contornos claramente políticos, e a AL não tem de se mexer e o tribunal não tem nada a ver com a AL”.

As declarações foram prestadas horas depois de Sulu Sou ter dito que considerava, assim como a sua defesa, que o tribunal não o podia ter julgado pelo crime de manifestação ilegal, uma vez que a sua imunidade parlamentar tinha sido levantada para enfrentar o julgamento pelo crime de desobediência qualificada.

Ainda à TDM, o presidente da AAM aconselhou as pessoas a encararem a realidade de Macau: “É preciso compreender como é que funciona Macau, a sociedade de Macau. Repare, isto é um problema que está a afligir mais os portugueses do que a comunidade chinesa que não está nada preocupada com isso”, considerou. “Exportam muitas vezes a maneira de ser de Portugal para Macau. É preciso ver Macau com olhos de Macau – é o único conselho bom que eu posso dar”, acrescentou.

14 Jun 2018

Gás natural | Sinosky com prejuízos em 2017

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sinosky fechou 2017 com perdas de 4,94 milhões, elevando os prejuízos acumulados desde 2006 para 265 milhões de patacas. Segundo o relatório do conselho de administração da empresa, anexo ao balanço, publicado ontem em Boletim Oficial, as receitas da venda de gás natural foram de 487,62 milhões e os custos de 462,09 milhões de patacas.

Em 2017, A Sinosky abasteceu 178 milhões de metros cúbicos de gás natural. No ano passado, a empresa continuou a vender gás natural pelo “gate price” de 2,7357 patacas por metro cubico, aprovado pelo Governo há uma década. Até 31 de Dezembro, os activos da Sinosky totalizavam 173,89 milhões de patacas, enquanto o passivo era de 327,04 milhões.

14 Jun 2018

Comércio entre China e países de língua portuguesa subiu 25,9% até Março

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 30,18 mil milhões de dólares norte-americanos no primeiro trimestre, traduzindo um aumento de 25,9 por cento em termos anuais homólogos.

Dados dos Serviços de Alfândega da China, publicados no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 21,01 mil milhões de dólares – mais 24,3 por cento – e vendeu produtos no valor de 9,17 mil milhões de dólares – mais 29,6 por cento em termos anuais homólogos.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 21,47 mil milhões de dólares entre Janeiro e Março, um valor que representa uma subida de 27,9 por cento face a igual período do ano passado.

As exportações da China para o Brasil atingiram 7,47 mil milhões de dólares, reflectindo um aumento de 32,9 por cento; enquanto as importações totalizaram 13,99 mil milhões de dólares, mais 25,46 por cento comparativamente aos primeiros três meses do ano transacto.

Com Angola, o segundo parceiro lusófono da China, as trocas comerciais cresceram 22,4 por cento, atingindo 6,80 mil milhões de dólares.

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 481 milhões de dólares – mais 16,82 por cento – e comprou mercadorias avaliadas em 6,32 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 22,8 por cento.

Com Portugal, terceiro parceiro da China no universo dos países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se até Março em 1,34 mil milhões de dólares – mais 15,3 por cento – numa balança comercial favorável a Pequim.

A China vendeu a Lisboa bens na ordem de 815 milhões de dólares – mais 13,3 por cento – e comprou produtos avaliados em 528 milhões de dólares, mais 18,6 por cento face aos primeiros três meses do ano passado.

14 Jun 2018

Canídromo | Yat Yuen garante estar em busca de espaço adequado para os galgos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Canídromo garante estar à procura de um destino para os mais de 600 galgos, após o encerramento da pista de corridas, no próximo mês. Num comunicado, publicado no seu ‘site’, a Yat Yuen relata ainda as dificuldades que tem encontrado para arranjar adoptantes para os cães, dando conta de que apenas um dos mais de mil boletins que distribuiu para o efeito foi preenchido.

No comunicado, publicado apenas em língua chinesa, a empresa, do universo da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), salienta que tem vindo a “elaborar directrizes de trabalho” em conformidade com o anúncio da saída do actual espaço, o que incluiu, nos últimos dois anos, uma série de deslocações “a vários sítios para arranjar alojamento adequado para alojar os galgos”. “Tentámos procurar um espaço apropriado que mereça a concordância tanto do Governo como da sociedade. Até pensamos na hipótese de [alojar os cães] em prédios industriais, mas não era viável”, salienta a Yat Yuen.

Relativamente à adopção dos animais, a empresa argumenta que trata-se de um processo sem precedentes, atendendo a que estão em causa mais de 600 galgos, contestando também a ideia de que teve dois anos para o fazer. “Nós, enquanto uma empresa que assume as responsabilidades, garantimos o emprego dos trabalhadores e, por isso, mantemos o funcionamento das corridas”, afirma a Yat Yuen.

Na mesma nota, a empresa diz ainda que, apesar dos diversos apelos para adopção lançados na página do Canídromo, nas redes sociais ou nos jornais, os resultados têm sido fracos. “Nós distribuímos mais de mil boletins para a adopção dos galgos a várias organizações de defesa dos animais”, mas, até ao momento, só recebemos [de volta] um”.

Neste âmbito, a Yat Yuen puxa das próprias estatísticas oficiais para ilustrar as dificuldades, indicando que, em média, por ano, são adoptados apenas cerca de 200 cães: “Por isso, esperamos que se compreenda que não é fácil arranjar um espaço adequado nem fazer com que sejam adoptados mais de 600 galgos”.

A fechar, a Yat Yuen garante que não pretende adiar a data de saída, marcada para 21 de Julho. A ideia de pedir ao Governo para permanecer por “mais algum tempo” no espaço – primeiro, por mais um ano, e, depois, por três meses – surgiu devido a “vários factores”. O objectivo passa por “organizar melhor os trabalhos em prol do futuro dos galgos”, alega a empresa, sustentando ainda ser melhor para os animais ficarem a aguardar no Canídromo até serem adoptados, por ser o local onde estão habituados a estar.

Exportação em jogo

Além do programa de adopção, a Yat Yuen diz estar a cooperar com projectos de desenvolvimento turístico de grande dimensão do exterior, através dos quais espera arranjar um espaço para os cães. A empresa não especifica, porém, a localização em concreto. Adianta, com efeito, que prevê que os processos relativamente à transferência dos galgos para fora de Macau e à quarentena possam ficar concluídos dentro de três meses.

“Nós vamos aos sítios ‘in loco’ e daremos seguimento aos casos dos cães por adoptar e aos adoptados”, afirma a empresa. Nos próximos domingos 17 e 24, o Canídromo vai ser palco de um actividade que visa precisamente convencer os residentes a adoptar galgos.

Segundo a Yat Yuen, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) aprovou a entrega de mais de 100 galgos para a adopção.

14 Jun 2018

Zona A | Conselho do Planeamento Urbanístico queixa-se de informações vagas

Vários membros do Conselho do Planeamento Urbanístico confrontaram ontem as Obras Públicas com a ausência de um projecto tridimensional e informações mais concretas sobre a zona A dos novos aterros. A necessidade de uma melhor ligação aos transportes públicos foi outro dos pontos abordados

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) debruçou-se ontem sobre a planificação de nove lotes de terrenos da zona A dos novos aterros, mas os seus membros queixaram-se da ausência de informações detalhadas.

O arquitecto Rui Leão questionou mesmo as razões para a não existência, a esta altura do campeonato, de um projecto tridimensional com os edifícios, ruas e ligações a transportes públicos.

“Acho estranho que, ao longo do processo do planeamento dos novos aterros, nunca nos tenha sido mostrado um modelo tridimensional. Só vemos números. Essa é a prática de planeamento num lote de terreno isolado, mas aqui falamos de um lote de aterros”, apontou.

O arquitecto exigiu mesmo uma mudança de atitude por parte da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). “Este plano tem sido muito estranho e durante as três consultas públicas realizadas não mostraram nada de pormenor. Um jovem estagiário consegue em dois dias fazer um plano tridimensional. Ninguém está a perceber qual é a proposta espacial e urbana da zona A. É importante porque é uma densidade muito grande.”

Críticas atrás de críticas

Também Paul Tse, empresário ligado ao imobiliário e membro do CPU, criticou a postura do Executivo. “Além destes números não temos mais nada que sirva para a nossa análise. Não sei onde vai ficar o mercado e quantas escolas vão lá estar. Não vale a pena ouvir a mesma lengalenga da DSSOPT de que temos de esperar pelo plano director e depois planear.”

O responsável frisou que não devem ser cometidos os mesmos erros de planeamento que foram cometidos no passado. “Parece que temos um planeamento, mas na realidade não temos nenhum.”

Do lado da DSSOPT, os seus representantes prometeram a realização de um novo workshop com novos dados, mas muitos membros exigiram dados mais detalhados face ao que foi apresentado no passado.

Manuel Wu Ferreira questionou o Governo sobre as datas do plano director do território. “Vai ou não nascer? Antes de termos este plano temos de discutir as plantas de cada lote, mas este é um projecto de aterros aprovado pelo Conselho de Estado da China. O planeamento de uma cidade não deve ser só olhar para as alturas e sombras dos edifícios.”

Terraços com o metro

Além das críticas lançadas, a DSSOPT foi confrontada com muitas dúvidas sobre o funcionamento do sistema de transportes na zona A dos novos aterros, numa altura em que se prevê que o metro ligeiro comece a funcionar na Taipa em 2019. Foi também pedida a construção de uma “galeria técnica” subterrânea com sistema de esgotos e outras “infra-estruturas públicas”.

“O que é que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) já tem planeado para a zona A? Temos de ter um centro modal para os transportes, tendo em conta o metro ligeiro”, propôs o engenheiro e deputado Wu Chou Kit.

Sobre este ponto, o arquitecto Rui Leão sugeriu a ligação de terraços e pódios dos edifícios às estações do metro ligeiro. “Se os terraços estiverem articulados com o metro ligeiro podem servir para atravessar a cidade. Vemos isso em Hong Kong. E isso só é possível se houver uma negociação entre a concessionária do metro e quem faz os edifícios. Ambos saem a ganhar com este tipo de abordagem. Mas isso deveria estar previsto nas plantas de condições urbanísticas, e se não está escrito o Governo não consegue definir padrões mínimos de negociação com os proprietários”, alertou.

Excesso de habitação pública?

Rui Leão deixou ainda outro alerta quanto à necessidade de se construírem casas privadas na zona A, por esta ser “uma proposta de uma nova centralidade e um novo acesso à cidade, num contexto de articulação regional”.

“Acho excessivo e incorrecto que seja tudo para habitação pública. Não faz sentido não haver lotes para desenvolvimento de habitação privada numa zona de nova centralidade. Não é só uma questão de bom senso mas também porque irá assegurar o sucesso da zona A. Se houver só habitação pública, a população que lá irá habitar não vai transformar essa zona num novo elo de ligação à cidade”, adiantou.

O representante da DSSOPT garantiu que na zona sul da zona A irão existir terrenos para habitações privadas, bem como actividades comerciais. “Teremos o eixo leste-oeste para o metro ligeiro e vamos ter as paragens para a mudança de transporte colectivo com algumas actividades comerciais.”

No que diz respeito ao sistema de transporte público, haverá “quatro centros de gestão dos transportes em zonas diferentes”. Estes centros vão servir como equipamento para apoiar o funcionamento do metro ligeiro e vão ficar ao lado das paragens do metro ligeiro no eixo central e nas avenidas marginais”, rematou o funcionário da DSSOPT.

14 Jun 2018

Macau assinou memorando de pesquisa sobre gastronomia na Rota da Seda

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau assinou um memorando relativo ao projecto de pesquisa “História das Relações baseadas na Cultura da Comida na Rota da Seda”, com mais oito Cidades Criativas da UNESCO, anunciaram as autoridades da região.

De acordo com o comunicado da Direção dos Serviços de Turismo de Macau (DST), este memorando, assinado na Polónia na segunda-feira, tem como finalidade o estudo da história da gastronomia e cultura nas Cidades Criativas de Gastronomia ao longo da antiga rede comercial (Rota da Seda), terrestre e marítima.

No ano passado, Macau entrou para a Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) na área da Gastronomia.

“Macau tornou-se numa das cidades parceiras do projecto de pesquisa dada a sua história única como porto ao longo da Rota da Seda Marítima inteiramente representada pela sua culinária macaense”, pode ler-se no comunicado.

Os pratos dos sete

A directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, assinou este memorando em conjunto com os representantes das cidades de Gaziantep e Hatay (Turquia), Shunde (China), Jeonju (Coreia), Östersund (Suécia) e Rasht (Irão), apontou o comunicado.

A assinatura deste memorando antecedeu a participação de Macau na 12.º Reunião Anual da Rede das Cidades Criativas da UNESCO, que arrancou na terça-feira em Cracóvia, Polónia.

De acordo com a DST, a responsável deste serviço vai apresentar, numa das sessões agendadas para quarta-feira, “as iniciativas e os planos agendados para a cidade no futuro”, assim como rever o trabalho que foi feito nas iniciativas da região como Cidade Criativa de Gastronomia.

Nesta sessão, a directora da DST vai ainda expor aos restantes participantes o plano de trabalho que está agendado para os próximos quatro anos relativo ao tema em discussão.

O fórum, coorganizado por Cracóvia e Katowice, Cidades Criativas da Literatura e da Música, respectivamente, termina amanhã.

14 Jun 2018

Ponte do Delta | Quotas de circulação limitadas a residentes de Macau com relações laborais em Hong Kong Hong Kong

Encontram-se abertas até ao próximo dia 26 as inscrições para as 600 quotas, a atribuir mediante sorteio, para a circulação de automóveis na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Os requisitos foram publicados ontem em Boletim Oficial

 

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai atribuir, mediante sorteio, 600 quotas (300 para particulares e 300 para empresas), com a validade de um ano, a automóveis ligeiros que pretendam circular na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. O prazo de candidaturas abriu ontem e termina no próximo dia 26.

No entanto, há uma série de requisitos a cumprir. Segundo as regras, publicadas ontem em Boletim Oficial, no caso de uma quota particular, o candidato “deve ser residente permanente” de Macau e “ser empregado remunerado ou com empresa registada em seu nome” em Hong Kong. Já no caso das quotas destinadas a entidades comerciais, além de ter de estar registada em Macau, a empresa requerente tem de “possuir mais de 50% das acções da sua empresa filial” em Hong Kong.

Ao abrigo das regras, no caso das quotas destinadas a particulares, podem ser indicados no máximo dois condutores, entre os quais o próprio requerente; enquanto no das empresas podem ser indicados três funcionários. Em ambos os casos, todos os os condutores indicados devem ser residentes permanentes e titulares de carta de condução para automóveis da RAEM válida.

Os candidatos a uma quota devem entregar um formulário junto da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) até ao próximo dia 26, sendo a lista dos contemplados publicada três dias depois, ou seja, dia 29.

As 600 quotas vão ser atribuídas mediante sorteio informático. Tal como anunciado anteriormente, a participação no sorteio custa 500 patacas. Já os contemplados têm de pagar 30 mil patacas pela quota regular que lhes permitirá fazer múltiplas viagens com destino a Hong Kong através da nova ponte. No caso de substituição do veículo, de matricula ou do condutor autorizado a circular, ficam obrigados ao pagamento de 1.000 patacas.

De acordo com estimativas oficiais, o volume diário de tráfego deve atingir os 29.100 veículos em 2030 e 42.000 em 2037, enquanto o volume diário de passageiros pode vir a rondar os 126.000 e os 175.000, respectivamente.

Não há ainda, contudo, data oficial de abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

14 Jun 2018

Salário mínimo | Regime vai excluir empregadas domésticas e deficientes

A maioria das opiniões da população sobre a implementação de um regime de salário mínimo pleno é a favor da medida. No entanto, empregadas domésticas, trabalhadores não residentes e deficientes deveriam estar fora da medida. Os dados forma ontem divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais no relatório referente à consulta pública sobre a proposta de lei do salário mínimo pleno. Há quem lamente as exclusões

 

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram recebidas 2461 opiniões entre 13 de Novembro e 27 de Dezembro no processo de consulta pública acerca da proposta de lei do salário mínimo. Na sua maioria – 90,4 por cento – concordam com o estabelecimento do referido regime mas com excepções.

De acordo com os dados do relatório referente à consulta pública sobre a proposta de lei do salário mínimo pleno, divulgado ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), das 2389 opiniões válidas sobre o âmbito de aplicação do regime, quase 90 por cento das pessoas que se manifestaram, referiram a necessidade de excluir alguns sectores e destinatários.

A maioria das opiniões recolhidas aponta que os trabalhadores domésticos, os não residentes e as pessoas portadoras de deficiência – um total de 2336 – não devem usufruir da medida que pretende dar uma base mínima salarial aos trabalhadores.

As razões apontadas para a exclusão das empregadas domésticas estão relacionadas com as diferenças da “natureza do trabalho destes trabalhadores e a dos trabalhadores em geral”, refere o relatório que aponta as 1818 opiniões favoráveis à sua exclusão.

Por outro lado, a população justifica ainda que, nestes casos, o empregador não tem o objectivo de explorar a actividade doméstica com fins lucrativos e “se o regime do salário mínimo for aplicado aos trabalhadores domésticos poderá causar pressão económica sobre as famílias que contratam estes trabalhadores”, lê-se no mesmo documento.

Entre os pouco mais de 10 por cento de opiniões que se mostraram a favor da inclusão do trabalho doméstico no regime do salário mínimo pleno, as razões apontadas têm a ver com a premissa de que “todos os trabalhadores devem gozar da protecção salarial básica, reflectindo assim, o principio da equidade”.

Os de fora

Houve também um grande número de opiniões que consideraram que os trabalhadores não residentes também não deveriam ser abrangidos pelo regime do salário mínimo, sendo que acham que deve ser uma política apenas dirigida aos trabalhadores locais. As opiniões neste sentido são justificadas com o facto de “o salário que os trabalhadores não residentes ganham em Macau é muito mais elevado do que o do seu local de origem, por isso não há necessidade de serem abrangidos pelo salário mínimo”, lê-se no relatório. No total foram 418 opiniões neste sentido.

De acordo com o sociólogo Larry So esta exclusão não deveria considerada. Apesar de se mostrar satisfeito com a ideia do avanço de um regime que legisla o salário mínimo para quase todos, Larry So considera que “não deve existir diferenciação dos trabalhadores quando se fala deste assunto porque estamos sempre a falar de uma força de trabalho, independentemente do sector e todos devem estar protegidos por este regime”, refere ao HM.

No que respeita às empregadas domésticas que na sua maioria são também trabalhadores não residentes, “penso que este regime não deve ser feito apenas para proteger os trabalhadores locais até porque se trata de um sistema de protecção em que o trabalho é reconhecido com o pagamento e uma certa quantia de dinheiro”, referiu.

Para o sociólogo, “se estamos a excluir estes dois grupos, quer dizer que o trabalho destas pessoas não vale assim tanto o que não é justo”, disse.

Larry So está esperançado que numa próxima revisão do regime estas exclusões voltem a ser alvo de discussão e deixem de existir. “Espero que numa revisão deste regime nos próximos anos esta discussão possa ter lugar outra vez, que possamos modificar esta diferenciação e incluir toda a gente neste regime em que estejam todos os que trabalham nesta comunidade e prestam serviço à sociedade”, sublinhou.

Deficiências relativas

Sugeridos para ficarem de fora do diploma foram ainda os portadores de deficiência com cerca de 400 opiniões neste sentido. Há quem considere que o âmbito da protecção do salário mínimo deve ter em conta a capacidade de trabalho e a produtividade desta população, sendo que “se for igual às de um trabalhador comum deve ficar abrangida pelo regime”, aponta o relatório.

Das opiniões recolhidas, foi sugerido que o salário mínimo aplicado aos trabalhadores com deficiência, deve incluir um regime de avaliação da produtividade, por escolha voluntária, para que este possa receber uma determinada percentagem do salário em função dos resultados dessa avaliação.

Houve ainda opiniões que consideraram que o salário mínimo vai enfraquecer a competitividade dos trabalhadores com deficiência, diminuindo a vontade dos empregadores de os contratarem.

Os do contra

As opiniões contra o estabelecimento do regime do salário mínimo representaram 9,6 por cento, sendo foram justificadas com “o aumento da inflação com o salário mínimo, o que irá afectar a vida dos cidadãos e pôr fim à sobrevivência das pequenas e médias empresas. Por outro lado, o salário dos trabalhadores em geral já é superior ao valor do salário mínimo, sendo que o Governo necessita apenas de atribuir um subsídio complementar aos trabalhadores locais que auferem um rendimento baixo. Há ainda quem considere que o salário dos trabalhadores deve ser ajustado livremente pelo mercado, não sendo necessária a implementação do regime do salário mínimo pleno.

De acordo com o mesmo relatório, as opiniões mostraram-se favoráveis no que diz respeito ao período de revisão e de entrada em vigor do regime. Para o primeiro a DSAL aponta para uma revisão da lei pelo menos uma vez em cada dois anos.

Já sobre a implementação, a ideia da população é na sua maioria – 76,3 por cento – a favor do estabelecimento de um período entre três e seis meses para a entrada em vigor do regime depois de aprovado na Assembleia Legislativa.

 

Maioria excluída

De acordo com o documento de consulta pública em que foram apresentados dados estatísticos de 2016 acerca do número de trabalhadores pertencentes do sector do trabalho doméstico, existiam em Macau 25 300 empregadas domésticas em que 100 são residentes e as restantes 24 200 são estrangeiras. Destas, 23 700 auferiam menos de 30 patacas por hora em que 100 eram residentes e 23 600, trabalhadoras não residentes. Macau tem em vigor, desde 01 janeiro de 2016, um salário mínimo para trabalhadores de limpeza e pessoal de segurança na actividade da administração predial. O diploma fixou o salário mínimo para estas duas profissões em 30 patacas por hora, 240 patacas por dia ou 6.240 por mês.

 

Veredicto da DSAL

Depois de recolhidas as opiniões, a DSAL concorda com a exclusão dos trabalhadores domésticos e dos portadores de deficiência da proposta de lei a ser elaborada pelo Governo. “O salário mínimo deve ser aplicado aos trabalhadores de todos os sectores, no entanto, tendo em consideração a especificidade da natureza ou das condições de trabalho de alguns sectores, propõe-se que dois tipos de trabalhadores sejam excluídos da aplicação do salário mínimo”, referem os serviços considerando os trabalhadores domésticos e deficientes.

Já no que respeita às sugestões para a ausência dos não residentes do regime, o Governo defende que isso não vai acontecer. “Dado que o objectivo da implementação do regime do salário mínimo pleno é proporcionar a todos os trabalhadores uma protecção salarial básica, e tendo em conta o princípio de salário igual para trabalho igual e o princípio da igualdade salarial, tanto os trabalhadores residentes como os trabalhadores não residentes têm direito a gozar da mesma protecção salarial, devendo assim o salário mínimo ser aplicado a ambos”, lê-se.

14 Jun 2018

De Macau para a Arábia Saudita

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] advogado Pedro Ribeiro e Castro, que exerceu em Macau, é actualmente advogado na sociedade Al Tamimi & Company, que representa o clube na pessoa de Sami AL Jaber (presidente do Al-Hilal), foi um dos responsáveis, a par de Luís Miguel Henrique e Manuela Glória, consultores da Macedo Vitorino & Associados, pela negociação do vínculo contratual de Jorge Jesus com o clube saudita por uma época.

13 Jun 2018

Governo desincentiva uso de casaco e gravata para poupar energia

[dropcap style≠‘circle’]M[/dropcap]acau quer sensibilizar a população para a poupança energética e vai, a partir de hoje, reduzir o consumo dos aparelhos de ar condicionado dos escritórios e desincentivar o uso de gravata e casaco no trabalho.

O Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético de Macau (GDSE) divulgou um comunicado sobre o combate às alterações climáticas “através da promoção de uma cultura de roupa leve, do desincentivo, sempre que possível, ao uso de gravata e de casaco, e do controlo da temperatura do ar condicionado para não menos de 25º celsius”, de forma a poupar energia.

A preocupação com o consumo energético levou as autoridades a lançarem uma campanha que incentiva os funcionários públicos a usarem roupas mais frescas e informais, para que desta forma o ar condicionado nos serviços não esteja tão frio e a consumir tanta energia. A campanha vai decorrer até ao dia 31 de agosto.

“Os trabalhadores das empresas privadas, das organizações industriais e comerciais e das associações são também convidados a participar nesta acção, a fim de se promover, conjuntamente, a cultura de conservação energética e de se criar um ambiente de poupança”, pode ler-se no comunicado.

 

Medida já aplicada

Esta medida não é inédita na Ásia. Todos os verões, geralmente muito quentes e húmidos, funcionários públicos e restantes trabalhadores do Japão são incentivados a deixar em casa o casaco e a gravata para um uso mais racional do ar condicionado nos locais de trabalho.

Esta semana decorre ainda em Macau a “Semana da Conservação Energética de Macau 2018” e por isso, no primeiro dia da semana, as autoridades do território instigaram a sociedade civil e as empresas a desligarem todas as luzes desnecessárias, em casa, nos casinos e nas empresas para promover uma cidade mais amiga do ambiente.

Segundo o GDSE inscreveram-se “seis casinos, vários hotéis, bancos, estabelecimentos comerciais e alguns locais turísticos”. A iniciativa “Desligar as luzes durante uma hora” decorreu entre as 20:30 e as 21:30.

13 Jun 2018

DSEJ esclarece alegado caso de abuso sexual na Sam Yuk

O caso de alegado assédio sexual na Escola Secundária Sam Yuk não tem sido divulgado conforme os factos, o que está a contribuir para preocupações desnecessárias. A ideia é deixada pela DSEJ que assegura nunca ter existido contacto físico

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Direcção do Serviços da Educação e Juventude (DSEJ) esclarece as medidas tomadas desde que teve conhecimento do caso de alegado assédio sexual na Escola Secundária Sam Yuk. Em comunicado, os serviços desmentem as afirmações da imprensa relativamente a comportamentos indevidos e à falta de acção do próprio Governo.

De acordo com o chefe do departamento de ensino da DSEJ, Kong Ngai, a informação citada na comunicação social como sendo proveniente do Governo é “falsa e causou preocupações desnecessárias aos estudantes, professores e residentes, pelo que é necessário dar esclarecimentos”.

O Executivo tem estado atento à situação e tratado do caso de forma rigorosa, referiu o responsável. “Nunca pedimos aos alunos para comunicarem com o professor como o que está dito no artigo em causa”, refere Kong, sendo que “durante todo o processo, além de estar assegurada a privacidade dos alunos, a DSEJ tem mantido uma comunicação estreita com a escola, alunos e agentes de aconselhamento dando seguimento imediato aos procedimentos necessários”.

 

A ordem dos factos

No final do mês de Abril, dois alunos do sexo masculino da Escola Secundária Sam Yuk dirigiram-se à DSEJ para declarar que um dos professores daquela instituição andaria a ter actos impróprios.

Com o conhecimento da situação, a entidade do Governo entrou em contacto com a escola tendo tido encontros com agentes de aconselhamento e reuniões com alunos de modo a compreender melhor a situação. “Na altura a escola respondeu que tinha iniciado uma investigação interna e tinha tido uma reunião com o professor”, refere Kong Ngai.

As alegadas acusações dizem respeito às queixas efectuadas por duas alunas que disseram que se sentiam constrangidas quando o professor em causa, enquanto dava instruções de estudo, se aproximava muito delas. Depois de uma reunião plenária da escola, a situação não voltou a acontecer.

De acordo com a DSEJ, é de salientar que “durante a reunião, as alunas implicadas nunca referiram que tivesse existido qualquer contacto físico por parte do docente”. Os comportamentos referentes a possíveis contactos físicos foram dados por um órgão de comunicação social acerca de uma aproximação do rosto do professor do das alunas, e do toque nas costas ou no pescoço, “não correspondem à realidade”, sublinhou o chefe do departamento de ensino da DSEJ. Segundo o mesmo responsável, o Governo vai exigir à escola a apresentação de um relatório.

Entretanto, a DSEJ já organizou uma actividade dirigida aos estudantes de modo a promover a sensibilização para possíveis actos de aproximação indevida. “Reitero que não toleramos os actos de assédio sexual e de abuso sexual”, disse Kong.

A Macau Concealers, que avançou com a notícia do alegado assédio sexual na Sam Yuk, referiu que escola alegou que se trata de um professor que vem de uma cultura diferente, sendo que terá dito aos queixosos para não divulgarem a situação.

13 Jun 2018

Governo ameaça tomar “outras acções” caso Polytex não indemnize proprietários do Pearl Horizon

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Governo endereçou ontem uma carta aberta à Polytex, empresa responsável pelo projecto do Pearl Horizon, em que volta a instá-la a indemnizar os compradores das fracções adquiridas em planta, sob pena de “vir a tomar outras acções”.

“Caso a Sociedade de Importação e Exportação Polytex, Limitada enfrente a questão da indemnização com uma atitude negativa, prejudicando os interesses dos compradores das fracções autónomas em construção”, o Governo “não exclui a possibilidade de vir a tomar outras acções”, diz a missiva, sem, no entanto, especificar.

Na carta aberta, divulgada pelo gabinete do porta-voz do Governo, o Executivo insta a Polytex “a cumprir o espírito do contrato e as responsabilidades legal e social, indemnizando os compradores das fracções autónomas em construção de forma activa e o mais breve possível”.

Em Maio, o Tribunal de Última Instância (TUI) negou provimento ao recurso interposto pela Polytex que pretendia a anulação do despacho do Chefe do Executivo, de Janeiro de 2016, que declarou a caducidade do contrato de concessão provisória do terreno localizado na Areia Preta.

Apelo idêntico foi feito na semana passada por parte de 27 dos 33 deputados à Assembleia Legislativa que assinaram uma carta enviada à Polytex a exigir a devolução do dinheiro aos promitentes-compradores das fracções.

O Pearl Horizon era para ser um empreendimento de luxo, que acabou por não ser construído, uma vez que o prazo de aproveitamento do terreno expirou antes da obra ser erguida.

Segundo a imprensa chinesa, a Polytex apresentou entretanto propostas para a devolução dos montantes pagos aos lesados. Em declarações ao jornal Ou Mun, Kou Meng Pok, presidente da União Geral dos Proprietários do Pearl Horizon, admitiu que nenhuma lhe enche as medidas e que não vai aceitar o que foi sugerido.

Entretanto, após a decisão do TUI, a Polytex revelou que planeia avançar com uma acção judicial para exigir ao Governo uma compensação de pelo menos 60 mil milhões de patacas. Segundo indicou anteriormente o advogado da Polytex, Leonel Alves, a empresa pretende a “reposição do equilíbrio económico e financeiro do contrato de concessão (…) devido aos atrasos muito anormais e significativos produzidos pelos serviços administrativos do Governo”.

 

Wong Kit Cheng reuniu-se com lesados

A deputada Wong Kit Cheng reuniu-se ontem com oito proprietários de fracções do Pearl Horizon para abordar a questão da indemnização. Segundo o Jornal Ou Mun, os lesados queixaram-se do apoio do Governo, com um dos proprietários a afirmar que ficou desiludido com a assistência jurídica prestada aos compradores por parte do Executivo que, a seu ver, é apenas um espectáculo para mostrar à sociedade. Os lesados criticaram ainda a Polytex, argumentando que nenhuma das duas propostas de devolução os satisfaz, além de que não incluem o pagamento de juros. Wong Kit Cheng concordou que as propostas não são pragmáticas, tendo manifestado que vai continuar a apoiar os lesados na sua luta para reaver o dinheiro e obter uma indemnização.

13 Jun 2018

Macau aumenta número de alertas à subida do nível das águas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo anunciou ontem que vai alterar os avisos de ‘storm surge’ [subida do nível das águas] dos atuais três para cinco graus, uma medida que já está em vigor.

De acordo com as informações publicadas hoje no Boletim Oficial, as autoridades decidiram aumentar os níveis de alerta emitidos pela direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos a “fim de assegurar a proteção da vida e bens da população, bem como de alertar o público para o nível de ameaça e o risco de ser afetado por um ‘storm surge'”.

“O ‘storm surge’ é o aumento anormal do nível da água quando uma tempestade tropical se aproxima das áreas costeiras e que pode ocasionar inundações em zonas baixas. Coincidindo com a maré astronómica, o nível da água pode elevar-se repentinamente e causar grandes inundações numa vasta zona”, explicou o governo, na nota publicada.

As autoridades decidiram alterar os valores do terceiro grau e acrescentar mais dois. O terceiro grau passa a ser emitido quando se prevê que “o nível de água acima do pavimento atinja valores entre um metro e um metro meio”.

O quarto grau, quando as previsões apontarem para a possibilidade dos níveis de água entre 1,5 metros e 2,5 metros.

Já o quinto e último grau, o grau preto, quando “o nível de água acima do pavimento atinja valores superiores a 2,5 metros”.

O grau mais elevado ainda em vigor, correspondia a todos os valores acima de um metro.

Os graus do aviso são emitidos para que a população possa adotar, atempadamente, as medidas de prevenção adequadas.

Depois da emissão do terceiro, quarto ou quinto grau, as autoridades do território aconselham a população a não estacionar os carros em parques de estacionamento, a não utilizarem elevadores – uma vez que o fornecimento de eletricidade pode sofrer cortes devido às inundações – e a manterem-se em lugares afastados das zonas baixas da cidade.

No ano passado ocorreram oito tempestades tropicais e, durante a passagem do tufão Hato, o pior nos últimos 53 anos, as rajadas máximas de vento atingiram os 217,4 quilómetros por hora.

12 Jun 2018

DSEJ | Programa de aperfeiçoamento contínuo poderá ser “medida regular”

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude pondera transformar o programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo numa medida permanente, sem necessidade de apresentação das diferentes fases. Até 30 de Abril deste ano participaram no programa 90 mil pessoas, tendo sido atribuídos subsídios na ordem das 330 milhões de patacas

 

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]riado em Julho de 2011 com o intuito de fomentar a formação pós-laboral dos residentes, através de cursos promovidos por universidades e associações, o programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo poderá ganhar um formato permanente.

A entidade que tutela este dossier, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), assume estar a ponderar esta possibilidade, de acordo com uma resposta de Lou Pak Sang, director da DSEJ, ao deputado à Assembleia Legislativa, Leong Sun Iok.

“A DSEJ vai realizar a avaliação intercalar da terceira fase do programa, e, conforme esta avaliação, vai estudar as medidas de aperfeiçoamento para a próxima fase do programa ou a viabilidade de se tornar uma medida regular.”

Até ao momento foram lançadas três fases do programa, que prevê o pagamento de um subsídio a cada residente, permanente e não permanente, no valor de seis mil patacas. “Através de um planeamento e preparação com antecedência esperamos que o lançamento da próxima fase do programa possa ser articulado com a anterior, proporcionando uma maior conveniência aos residentes e instituições”, além de promover “a aprendizagem permanente dos residentes”.

Na resposta que deu ao deputado ligado ao universo da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), o director da DSEJ garantiu que a ideia de partir para a implementação de um programa permanente é fruto das avaliações positivas da primeira e segunda fase.

“O Governo lançou, em Julho de 2011 e Abril de 2014, duas fases do programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo, tendo sido reconhecida a sua eficácia por parte dos sectores sociais. De acordo com o relatório de avaliação intercalar da segunda fase do programa, a maioria dos entrevistados acharam que este tem promovido a prática de aprendizagem na sociedade e teve um efeito positivo na melhoria das qualidades e competências dos residentes.”

Houve um aperfeiçoamento “das medidas de execução”, estando a terceira fase do programa em preparação. “Incentivamos a que mais instituições criem cursos e exames de credenciação relacionados com a área técnico-profissional, desenvolvendo opções diversas para exames de credenciação profissional em Macau”, lê-se ainda na resposta à interpelação escrita de Leong Sun Iok.

Fiscalização mais rigorosa

Até 30 de Abril deste ano, e desde Abril do ano passado, que o programa de desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo contou com a participação de 90 mil pessoas, tendo sido atribuídas 330 milhões de patacas em subsídios. “Em comparação com o período homólogo das duas primeiras fases do programa, tanto o número de participações de residentes como o número de pessoas registaram um aumento”, aponta a DSEJ.

Depois da publicação de um relatório do Comissariado de Auditoria, em 2012, que revelou falhas no funcionamento do programa e dos cursos, a DSEJ garante que os mecanismos de fiscalização foram reforçados desde então.

“Para assegurar o uso racional do erário público, a DSEJ tem apreciado e autorizado os pedidos sobre os cursos apresentados pelas instituições com rigor. Tem efectuado uma ponderação das qualificações dos formadores, propinas e organização dos cursos e das instalações educativas, entre outros factores, que, caso não estejam conforme os critérios de apreciação e autorização, não são aceites para serem subsidiados.”

No que diz respeito à terceira fase do programa, foram reforçadas “as medidas de fiscalização”, tendo sido adicionados “exames aleatórios de casos, verificação de documentos, entrevistas e tratamento de queixas, entre outros, o mecanismo das declarações electrónicas.”

“[Com este mecanismo] a DSEJ exige às instituições a introdução do registo de assiduidade dos alunos, num período fixado, no sistema informático através da internet, para que a DSEJ possa fiscalizar atempadamente e de forma eficaz, dominando completamente a situação do curso organizado pelas instituições”, conclui ainda o organismo.

12 Jun 2018

Canídromo | Yat Yuen pediu para colocar galgos no Jockey Club. IACM recusou adiar prazo por mais três meses

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]em mais um dia. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) rejeitou parte do novo plano apresentado pela companhia de corridas de galgos de Macau (Yat Yuen), que pedia uma extensão do prazo para a utilização do canídromo por três meses.

Num comunicado ontem divulgado, é referido que os 600 galgos deverão ser enviados para “instituições do interior da China”, sendo que, para os colocar no Macau Jockey Club, a Yat Yuen “deve obter autorização prévia da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos”.

A empresa indicou que “terá lugar a adopção pública dos galgos e colaborará principalmente com instituições do interior da China para a colocação dos respectivos cães”, tendo pedido “o prolongamento do prazo de arrendamento do referido local, por mais três meses e para ocupar cavalariças vazias do Macau Jockey Club para colocar os galgos temporariamente caso necessário”.

Na resposta, o IACM afirma “suportar a proposta apresentada pela Yat Yuen nos termos da lei de protecção dos animais e espera que essa empresa efectue activamente o trabalho, prometendo ainda prestar apoio nas acções de inspecção sanitária ou importação de galgos”.

No que diz respeito ao prazo de três meses, o IACM compromete-se a não alterar o prazo já imposto pelo Executivo há dois anos. “De momento a decisão mantém-se inalterada. O IACM salienta não apoiar que qualquer empresa ou indivíduo desista de criar os seus cães ou outros animais de estimação, e espera que todos os galgos da Yat Yuen possam ser alojados ou adoptados de forma adequada, estando disposto a fornecer apoio técnico.”

12 Jun 2018

Macau quer ser centro de comércio de diamantes e pedras preciosas

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau assinou um acordo com a Bolsa de Diamantes de Xangai para ser um centro de comércio de diamantes, aproveitando o papel de plataforma entre a China e os países lusófonos, que têm matéria-prima em pedras preciosas.

O acordo de cooperação foi assinado no final da semana passada entre o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e a Bolsa de Diamantes de Xangai para desenvolver a indústria de diamantes e jóias no território, diz o IPIM em comunicado.

“As redes doméstica e internacional já estabelecidas pela Bolsa de Diamantes de Xangai, os recursos de matérias-primas abundantes de pedras preciosas dos países de língua portuguesa” e o turismo da região são os principais factores que, de acordo com o IPIM, vão contribuir para o desenvolvimento da indústria da joalharia de Macau.

Na assinatura do acordo estiveram presentes, entre outros, a vice-ministra do Comércio da China, Gao Yan, o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, o presidente do IPIM, Jackson Chang, e o presidente da Bolsa de Diamantes de Xangai, Lin Qiang.

Segundo o IPIM, Xangai é já um “dos cinco maiores centros de negócios de diamantes no mundo, juntamente com Antuérpia, Nova Iorque, Bombaim [Mumbai] e Joanesburgo”

“A Bolsa de Diamantes de Xangai constituiu a segunda maior plataforma de importação de diamantes mundial, cujo valor de transações ultrapassam os cinco mil milhões de dólares”, apontou o IPIM.

12 Jun 2018

Caso suspeito de assédio sexual na escola Sam Yuk

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi ontem denunciado um caso de alegado de assédio sexual na Escola Secundária Sam Yuk de Macau. De acordo com a Macau Concealers, um aluno da escola declarou que um professor, em serviço desde Março, terá tido gestos suspeitos para com alunas e professoras. Estes gestos incluem aproximações e contacto físico durante as aulas.

Perante as acusações, a escola alega que se trata de um professor que vem de uma cultura diferente, sendo que terá dito aos queixosos para não divulgarem a situação.

Dois alunos foram queixar-se à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) que afirmou que iria estar atenta ao caso. Segundo a mesma fonte, o professor continua a exercer funções sem ser punido, pelo que os alunos decidiram divulgar o caso através dos meios de comunicação social.

12 Jun 2018