Obras | Trabalhadora ilegal morre após queda em altura no Morfeu

Uma mulher de 32 anos, trabalhadora ilegal, morreu no domingo na construção da torre Morfeu, do casino City of Dreams. Esta é a segunda vítima mortal nestas obras do casino da operadora Melco. A DASL promete uma investigação profunda

 

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma trabalhadora ilegal, com 32 anos, perdeu a vida, no Domingo, após uma queda em altura, quando participava nas obras da Torre Morfeu do casino City of Dreams. A informação foi avançada pela Polícia de Segurança Pública e confirmada pela Direcção para os Serviços dos Assuntos Laborais (DSAL). Segundo o comunicado da entidade que inspecciona as questões laborais, a trabalhadora estava a realizar trabalhos num tecto falso, no quinto andar, quando o tecto cedeu e a mulher do Interior da China caiu de uma altura de cerca de sete metros.

“Após uma investigação, foi descoberto que a trabalhadora não era nem residente, nem uma trabalhadora estrangeira em situação legal. A DSAL está altamente preocupada com este acidente”, afirmou a entidade, em comunicado.

“De forma a garantir a segurança dos outros trabalhadores, a DSAL ordenou, com efeitos imediatos, que a construtora pare todos os trabalhos que decorrem no quinto andar”, foi acrescentado.

A DSAL promete igualmente uma investigação rigorosa à utilização de mão-de-obra ilegal. “A DSAL vai acompanhar a situação de acordo com as suas competências e investigar de forma séria a responsabilidade das partes envolvidas”, é frisado.

A punição para a contratação de mão-de-obra ilegal vai até dois anos de prisão, no caso de haver reincidência a pena é agravada para um período que vai dos 2 aos 8 anos de prisão.

Segundo acidente

Este é o segundo acidente mortal na construção da Torre Morfeu, que pertence à Melco Resorts e Entertainment. Também no ano passado, um trabalhador de 33 anos tinha perdido a vida, depois de ter sido atingido por uma viga de aço. Ontem, em resposta às questões do HM, a Melco emitiu um comunicado a lamentar a situação.

“Confirmamos que houve acidente no local da construção do novo hotel, que está a ser gerido por um empreiteiro. Uma trabalhadora viu-se envolvida num acidente e infelizmente acabou por falecer. Neste momento, os nossos pensamentos estão com ela e com a sua família”, diz o comunicado da operadora.

“Estamos a disponibilizar a assistência necessária ao empreiteiro e vamos cooperar com as autoridades locais para garantir que uma investigação profunda é realizada”, é acrescentado no comunicado.

20 Mar 2018

25.º aniversário da promulgação assinalado com actividades de divulgação

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]rrancaram ontem as actividades comemorativas do 25.º aniversário da promulgação da Lei Básica. As iniciativas, organizadas pela Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau, em parceria com a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), vão custar 4,5 milhões de patacas.

O programa inclui uma série de actividades, que arrancaram ontem com o primeiro de três cursos de formação previstos na celebração. Na Quinta-feira tem lugar um seminário intitulado “Avançar para o novo caminho da implementação do princípio ‘um país, dois sistemas’”, que vai juntar académicos de Macau, Hong Kong, Taiwan e China, enquanto que para Sexta-feira está agendado um espectáculo nocturno. No dia seguinte, Sábado, decorre um fórum sobre a educação da ‘miniconstituição’ de Macau nas escolas e a abertura de uma nova exposição na Galeria Comemorativa da Lei Básica, que celebra cinco anos.

O programa de comemorações, que inclui ainda jogos e concursos, direccionados para as escolas, mas também para o público em geral, decorre todo o ano.

Na conferência de imprensa de apresentação do programa, foram feitas perguntas sobre temas da actualidade relacionados com a Lei Básica, como a eventual necessidade de revisão da Lei relativa à defesa da segurança do Estado ou o cancelamento da vinda de escritores ao Rota das Letras após indicação do Gabinete de Ligação. No entanto, ficaram sem resposta, por serem um “assunto não relacionado”.

20 Mar 2018

Governo diz que nova concessão tem plano de pagamento de dívidas

Chui Sai On diz que o Jockey Clube de Macau tem um plano para o pagamento das dívidas ao Governo, que faz parte do contrato da renovação da licença para ocupar o terreno. Por outro lado, o Chefe do Executivo promete um maior foco governativo nos jovens

 

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Jockey Clube de Macau tem dívidas ao Governo mas o novo contrato que prolongou a concessão do terreno prevê um plano para que os pagamentos em falta sejam saldados. A explicação foi avançada, ontem, pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, no aeroporto, antes de partir para Pequim.

“Nesse contrato consta que há um período para o pagamento das dívidas ao Governo. É um acordo entre as partes”, afirmou Chui Sai On, que sublinhou que a concessionária teve perdas de 3 mil milhões de patacas no total. “No novo contrato também foi prometido um novo investimento, mas os pormenores terão de ser revelados através da pasta da economia”, acrescentou.

Apesar de reconhecer as dívidas totais da empresa, Chui Sai On não avançou com o valor em falta perante o Governo. A empresa encontra-se com impostos em atraso. No entanto, ao contrário do noticiado, a renda do terreno está em dia.

À partida, Chui Sai On foi igualmente questionado sobre a probabilidade de ser definido um limite máximo para a construção dos edifícios, de forma a garantir que a vista para a Ermida da Penha, Património Mundial da Unesco, não é bloqueada.

O Chefe do Executivo não conseguiu responder à pergunta, mas deixou uma certeza: “Se quer que eu diga aqui se posso fazer um despacho sobre a construção em altura, não consigo responder à pergunta. É difícil, mas estamos a auscultar opiniões”, frisou.

“A possibilidade de decretar um limite para a construção em altura naquela zona através de despacho vai depender de vários factores. Temos feito vários trabalhos de protecção do Património Mundial, com a contribuição da comissão e de vários especialistas”, acrescentou.

Outro dos assuntos focados foi a ocupação ilegal de terrenos em Coloane e o desaparecimento das zonas verdes. Em relação a este assunto, o Chefe do Executivo prometeu mão forte e recuperação das terras, quando forem detectadas ilegalidades.

“Segundo os dados que tenho sobre os terrenos, aqueles que não estão a ser aproveitados de acordo com a lei vão ser recuperados pelo Governo. Mas vou tentar perceber essa questão junto dos meus colegas. Sei que algumas ilegalidades foram resolvidas”, começou por dizer. “A ocupação ilegal dos terrenos é um problema muito grave”, ressalvou.

 

Foco nos jovens

 

Por outro lado, Fernando Chui Sai On prometeu um Governo a trabalhar cada vez mais em prol dos jovens, destacando que as necessidades desta geração são diferentes das anteriores.

“O Governo vai focar-se nas questões relacionadas com o crescimento dos jovens, como o empreendedorismo, habitação e ter mais atenção sobre os jovens”, apontou. “Muitos estudos científicos revelam que agora há muitas coisas que são normais para os jovens, mas que no passado não eram. Há outras oportunidades de educação e em Macau já conseguimos alcançar esse objectivo. Em princípio, todos os jovens tem oportunidades no ensino, independentemente da capacidade económica”, destacou.

Ao mesmo tempo, Chui Sai On disse que o Governo vai aumentar a coordenação entre os diferentes secretários, com o objectivo de criar mais oportunidades de desenvolvimento na carreira para os jovens locais.

20 Mar 2018

Solidariedade | Casa de Portugal entregou dinheiro a casal vítima de incêndio

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] casal Pereira, que a 10 de Janeiro teve um incêndio na casa arrendada à secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, e ao marido, já recebeu os donativos que foram amealhados pela Casa de Portugal. De acordo com a presidente da instituição, Amélia António, a transferência bancária foi realizada na Sexta-feira.

No entanto, o último donativo terá sido recolhido entre Quarta e Quinta-feira. Amélia António não quis especificar o montante total das pessoas que aderiram à causa, mas explicou que o valor transferido ronda as 90 mil patacas. “O nosso muito obrigado a todos os que se associaram a esta causa”, disse a instituição num comunicado. O casal português tinha dito que necessitava de 200 mil patacas, só para reparar a casa.

20 Mar 2018

Tufão Hato | Fundação Macau tem ainda 30 por cento dos pedidos por aprovar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação Macau (FM) reuniu ontem com órgãos de comunicação social e Wu Zhiliang, presidente do conselho de administração, adiantou que ainda há 30 por cento dos pedidos de apoio financeiro no âmbito do tufão Hato por aprovar.

De acordo com um comunicado, “existem dúvidas sobre e legalidade e a complexidade das obras a executar com os subsídios solicitados bem como questões relacionadas com os direitos de propriedade”. Foi ainda referido que 28 por cento dos pedidos não reúnem ainda todos os documentos necessários.

Relativamente ao “Projecto de Ajuda Especial aos Prejuízos Causados pela Passagem do Tufão Hato”, a FM recebeu um total de 6600 pedidos, “registando um aumento significativo de pedidos recebidos em comparação com os anos anteriores, implicando uma grande carga de trabalho para os trabalhadores da fundação”, explicou Wu Zhiliang. Quanto aos pagamentos dos subsídios de morte para as dez vítimas mortais do tufão Hato, foram feitos em Setembro.

O prazo para a entrega do pedido de apoio financeiro chegou ao fim a 30 de Dezembro do ano passado, tendo a FM recebido um total de 6344 pedidos. No que diz respeito aos apoios financeiros no geral, a FM concedeu, o ano passado, cerca de 1100 milhões de patacas para apoiar cerca de 2222 acções, tendo sido a maior parte daquele valor aplicado em acções no âmbito da educação e investigação (44 por cento), seguido de serviços de assistência social (15 por cento) e de actividades de caridade e voluntariado (11 por cento). Por outro lado, o valor atribuído a título de bolsas de estudo atingiu 74 milhões de patacas.

20 Mar 2018

Turismo | Estaleiros Lai Chi Vun com hotéis e museu

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau está a ponderar construir hotéis de pequena dimensão e um museu sobre a indústria de construção naval em Lai Chi Vun.

A hipótese foi avançada no Sábado por Deland Leong Wai Man, após uma sessão de consulta pública. Segundo a vice-presidente do Instituto Cultural foram recebidas mais de 200 opiniões, que agora vão ser analisadas.

Ainda de acordo com Leong quase todas as opiniões reconhecerem o valor cultural de Lai Chi Vun. A responsável sublinhou também a intenção de criar vários elementos culturais e turísticos na zona.

19 Mar 2018

Subsídios | Detectadas violações graves com vales de saúde nas policlínicas

Os Serviços de Saúde anunciaram que foram detectadas “graves violações” no uso de vales de saúde por parte de policlínicas. Em resposta, decidiram excluir do programa os estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde, passando a aceitar apenas colaborações com profissionais que podem aderir individualmente

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós a descoberta de “graves violações” no uso de vales de saúde por parte das policlínicas, os Serviços de Saúde decidiram excluir os estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde do programa criado em 2009. A medida foi anunciada na Sexta-feira após uma reunião com o Conselho para os Assuntos Médicos, presidido por Lei Chin Ion.

Datas de impressão anteriores aos dias de consulta, processos clínicos com dados incompletos aquando da consulta ou um irracional número de pacientes face aos vales de saúde recebidos figuram entre os exemplos das “graves violações”, com os Serviços de Saúde a darem ainda conta de casos de policlínicas que emitiram novas inscrições após terem sido encerradas.

Essas irregularidades ficaram, contudo, impunes. “A autoridade administrativa não conseguiu verificar” quem foram os profissionais de saúde ao serviço das policlínicas que violaram as normas de uso dos vales de saúde, pelo que “não foi possível proceder à aplicação das sanções dissuasoras”.

Desde que o Programa de Comparticipação nos Cuidados de Saúde foi criado, o uso de vales de saúde nas policlínicas sofreu um aumento progressivo. Em 2009 representava 17 por cento, enquanto que no ano passado a proporção aumentou para 55 por cento, o que significa, na prática, “um apoio monetário superior a 100 milhões” de patacas, de acordo com dados facultados pelos Serviços de Saúde em comunicado.

Fora do programa

Na sequência das irregularidades detectadas, o organismo decidiu introduzir mexidas no programa, pelo que vai deixar de aceitar pedidos de acesso por parte dos estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde. Assim, apenas serão aceites colaborações com profissionais que preencham os requisitos, sendo que o valor do subsídio financeiro a atribuir vai passar a ser transferido para as suas respectivas contas bancárias.

“Com esta medida pretende-se ainda que sejam os profissionais de saúde a usufruir dos subsídios e não as clínicas. Os profissionais de saúde que sejam empregados das policlínicas podem aderir, de forma individual, a este programa”, clarificam os Serviços de Saúde, deixando a garantia de que não haverá qualquer impacto na qualificação de adesão ao programa nem no uso dos vales de saúde com as mexidas.

Segundo o organismo, a maioria dos membros do sector de profissionais médicos concorda com o projecto de aperfeiçoamento do Programa de Comparticipação nos Cuidados de Saúde, considerando que o novo modelo pode “combater a violação de uso dos vales de saúde”, permitir “alcançar o objectivo real de programa”, saudando o apoio directo aos prestadores de cuidados de saúde.

Actualmente, os Serviços de Saúde encontram-se a elaborar instruções, estando a decorrer acertos com os Serviços de Finanças relativamente à simplificação de procedimentos para que os profissionais de saúde, empregados das policlínicas, possam declarar a sua contribuição na qualidade de trabalhador por conta própria.

O Programa de Comparticipação nos Cuidados de Saúde vai sofrer outras mexidas, anunciadas anteriormente e com entrada prevista para 1 de Maio. Os vales vão passar a ser electrónicos e ter a validade alargada de um para dois anos e podem ser acumulados. Em paralelo, para aumentar a flexibilidade do uso, o valor nominal de cada vale de saúde vai passar das actuais 50 patacas para uma pataca.

Aos vales de saúde, atribuídos anualmente e cujo valor corresponde a 600 patacas, são elegíveis apenas os titulares de Bilhete de Identidade de Residente Permanente.

O Programa de Comparticipação nos Cuidados de Saúde foi lançado com o objectivo de “apoiar o exercício das actividades dos profissionais de saúde do sector privado, disponibilizando mais recursos médicos para a comunidade”, nomeadamente com o intuito de “criar o conceito de médico de família” e a pensar na prestação de “cuidados de saúde periódicos”.

19 Mar 2018

Cultura | Fundação Oriente é membro da Ordem do Infante D. Henrique

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou a Fundação Oriente (FO) com o grau de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique, numa cerimónia no Museu do Oriente, em Lisboa.

“Trinta anos volvidos, o que conta é a obra feita e cabe ao Presidente da República manifestar publicamente o que Portugal deve ao trabalho da Fundação e do seu Museu, e de o manifestar condecorando-a, sob proposta do Primeiro-Ministro, com o grau de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique”, afirmou hoje Marcelo Rebelo de Sousa numa cerimónia de comemoração do 30.º aniversário da FO e do 10.º do Museu do Oriente.

A condecoração foi entregue ao presidente da fundação, Carlos Monjardino, que, para o Presidente da República, “nestas três décadas juntou ao seu permanente empenho cívico uma inquestionável visão cultural a um tempo nacional e cosmopolita”.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o acervo do Museu do Oriente e os objectivos da FO “confundem-se com dois dados que nenhum português pode esquecer”.

“Que somos um país antigo, que andámos por todo o mundo e que disso se mantêm os textos, os objectos, os laços, a boa vontade, e o diálogo aberto com o outro, como se comprovou uma vez mais com esta exposição de José de Guimarães [‘Um Museu do Outro Mundo, que fica patente a partir de Sexta-feira e até 3 de Junho]”, disse.

Para o chefe de Estado, a FO “cumpriu de forma esplêndida” o papel de “fazer dessa memória um museu”. “Nomeadamente no contexto da Expo’98, mostrando aos portugueses e ao mundo que a nossa história ultramarina de séculos não se pode julgar apenas no saudosismo imperial de uns, já poucos, ou na culpabilidade, tantas vezes descontextualizada, de outros”, declarou.

No discurso, Marcelo Rebelo de Sousa fez referência ao antigo Presidente da República Mário Soares, que morreu no ano passado.

“Resta-me acrescentar uma referência àquela personalidade que todos gostaríamos que aqui estivesse, e não está, e que tanto gostaria de aqui estar: o Presidente Mário Soares. É impossível não o lembramos neste momento e neste local”.

Nas comemorações do 30.º aniversário da FO e dos 10 anos do Museu Oriente estiveram também, entre outros, o primeiro-ministro, António Costa, o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, o antigo presidente do BES Ricardo Salgado e o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.

19 Mar 2018

Educação | IAS e MCDA com versões diferentes sobre financiamento da associação

Enquanto a Associação para o Desenvolvimento Infantil de Macau se queixa que o financiamento prestado pelo Instituto de Acção Social não é suficiente para manter a associação a funcionar, o vice-presidente do instituto público afirma que nunca se equacionou a redução dos apoios prestados. Aliás, Wilson Hon Was argumenta que o subsídio só tem aumentado

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] discórdia entre a Associação para o Desenvolvimento Infantil de Macau (MCDA na sigla em inglês) e o Instituto de Acção Social (IAS) continua.

Enquanto a presidente da associação, Eliana Calderon reitera que as ajudas do Governo não chegam para manter a organização a funcionar, o Governo, na pessoa do vice-presidente do IAS, garante que dará todo o apoio a instituições que se dediquem a ajudar crianças com necessidades especiais. Um propósito partilhado com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

Numa altura em que se ultimam detalhes para a abertura de um centro, a presidente da MCDA defende que os apoios que a associação recebe não são suficientes para cobrir os custos de actividades e terapia que as crianças que tem a ser cargo necessitam. A associação trabalha com crianças com transtorno do espectro do autismo, com problemas dislexia, epilepsia, etc.

Actualmente, a associação conta com o apoio do IAS e da Fundação Macau. Wilson Hon Wai, vice-presidente do IAS, argumenta que nunca se equacionou retirar o subsídio à MCDA. Pelo contrário. De acordo com o dirigente, o apoio financeiro à associação tem vindo a aumentar desde a sua fundação. Aliás, com a abertura do novo centro, o valor do subsídio mensal à MCDA através do IAS será aumentado para 350 mil patacas mensalmente.

No entanto, Eliana Calderon entende que a associação a que preside não consegue sobreviver com o subsídio anual de 4,2 milhões de patacas. De acordo com a presidente da MCDA, com a abertura do novo centro, a associação necessita de 13 milhões de patacas para manter a operacionalidade.

Diz que disse

Outra das questões em controvérsia prende-se com a comunicação entre o IAS e a MCDA. Nesse ponto, Wilson Hon Wai releva que nos últimos dois anos entre as duas partes foram trocados cerca de 150 emails e realizaram-se 24 reuniões. Uma média de uma reunião por mês. “Nos últimos seis meses, eu próprio, participei em três reuniões com a presidente do MCDA”, conta o vice-presidente do IAS defendendo que há “empenho e o máximo esforço para apoiar a MCDA”.

Quanto ao novo centro da associação, Wilson Hon Wai revela que o IAS “alocou recursos para ajudar à criação” da infraestrutura.

Uma das queixas da presidente do MCDA prende-se com a alegada falta de financiamento para as actividades e terapia de crianças a partir dos três anos.

Neste aspecto, Wilson Hon Wai explica que no que respeita a “crianças com idade superior a três anos, a responsabilidade de apoio à da DSEJ”. O vice-presidente do IAS justifica esta circunstância com o facto de ser a entrada na idade escolar.

O dirigente do IAS pediu ainda informações sobre as crianças que aguardam serviço de intervenção precoce e que “estão registadas na MCDA, mas não no IAS”.

Actualmente, o IAS apoia cerca de duas centenas de crianças com necessidades especiais até aos três anos de idade. O vice-presidente do instituto refere que não existem dados sobre crianças com idade superior a três anos.

Finalmente, numa conferência a que a própria Eliana Calderon assistiu, Wilson Hon Wai referiu que entre o IAS e o MCDA “não há conflito” e que “a principal tarefa do momento é esperar que o centro possa entrar em funcionamento o mais rapidamente possível”.

19 Mar 2018

Macau Jockey Club | Renda de terreno por pagar desde 2009

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Companhia de Corridas de Cavalos não paga renda pelo terreno do Jockey Club desde 2009, noticiou ontem a Rádio Macau. A revelação surge depois de a empresa ter visto recentemente o contrato de concessão renovado por 24 anos e meio.

Tanto o Governo como a concessionária recusam revelar o valor da dívida e justificar os motivos para o incumprimento no pagamento de impostos e de outras obrigações. Segundo a emissora pública, estão por cobrar as taxas devidas sobre o montante das apostas relativas a mais de uma década, sendo que a única receita arrecadada pelo Executivo de Fernando Chui Sai On relativa à concessão do Macau Jockey Club diz respeito a prémios não reclamados pelos jogadores.

A Companhia de Corridas de Cavalos fechou 2016 com prejuízos acumulados de mais de 4 mil milhões de patacas. De acordo com as contas auditadas e aprovadas pela assembleia-geral de accionistas, em finais de Março do ano passado, registou também um passivo de 1,3 mil milhões de patacas.

Os dados relativos ao exercício de 2017 ainda não são conhecidos. Neste momento, sabe-se apenas, por via dos dados publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que as receitas das corridas de cavalos foram de 104 milhões de patacas – menos 26,2 por cento face aos 141 milhões arrecadados no ano anterior –, tendo o volume de apostas caído de 709 milhões para 517 milhões.

19 Mar 2018

Transportes públicos | Sinistros causados pelas operadoras cresce 30 por cento

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]os primeiros dois meses do ano o número de acidentes causados pelas três operadoras de autocarros cresceu 30 por cento, de 67 acidentes em 2017 para 88. Também 40 por cento dos veículos pesados falham as inspecções da DSAT sobre as emissões de gases.

O número de acidentes com autocarros públicos causados pelas operadoras teve um crescimento de 30 por cento nos dois primeiros meses do ano. Os dados foram revelados pelo director da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Lam Hin San, no final de mais uma reunião do Conselho Consultivo do Trânsito.

“Os acidentes que envolveram autocarros aumentaram em dois casos, de 142 para 144. Dentro dos acidentes com autocarros, as companhias foram responsáveis por 88, quando no mesmo período do ano anterior tinham sido responsáveis por 67 acidentes”, disse Lam Hin San.

“Ainda temos 10 meses até ao final do ano e vamos trabalhar passo a passo para que as companhias elevem a segurança das operações e reduzam o número de acidentes rodoviários”, garantiu.

No âmbito da promessa, o director da DSAT falou da implementação de sistemas de monitorização dos condutores, quando estão ao volante dos veículos pesados: “Por exemplo, queremos que seja implementado um sistema com base em câmaras de vigilância que vai permitir detectar quando os motoristas estão demasiado cansados ou quando utilizam o telemóvel. Nestes casos, o sistema alerta o motorista. Também servirá para evitar acelerações bruscas ou excesso de velocidade”, explicou. “Mesmo nos casos em que os autocarros circulem demasiado perto dos peões, o sistema lançará avisos”, acrescentou.

 

40 por cento passam inspecção

A reunião de ontem serviu ainda para abordar as crescentes exigência face aos gases emitidos pelos veículos que circulam no território. Em relação a este tópico, Lam Hin San mostrou-se preocupado com o facto de apenas 40 por cento dos veículos pesados inspeccionados conseguirem ir ao encontro das exigências.

“Verificamos que apesar de passarem as inspecções gerais, quando fazemos inspecções aleatórias só 40 por cento dos veículos pesados são aprovados. Apelamos para que as pessoas tomem as medidas adequadas para que os veículos pesados cumpram as exigências”, revelou.

No entanto, já a partir de Maio, as concessionárias do jogo vão colocar a circular cerca de 50 ou 60 autocarros shuttles movidos a gás ou energia eléctrica, que representam 15 por cento, do total de 400 shuttles. O objectivo é que até 2023 todos os shuttles tenham de adoptar energias renováveis e os autocarros adoptem o padrão Euro 5, ao nível das emissões, ou seja critérios mais exigentes que o actual modelo Euro 4.

Ainda no que diz ao novo regulamento em que o Executivo está a trabalhar e que define padrões mais exigentes ao nível das emissões, o Governo estima que 100 mil veículos já cumprem com os novos critérios.

 

Novas licenças de táxis com 130 candidaturas

Apesar do sector dos táxis se queixar da obrigatoriedade de fazer circular veículos eléctricos, o concurso público para a atribuição de 100 licenças já conta com cerca de 130 participantes. A informação foi revelada, ontem, por Lam Hin San, que explicou também que o número pode aumentar, uma vez que houve cerca de 200 organizações ou pessoas a pagarem a caução para participarem no concurso público. “Houve 200 candidatos que pagaram a caução. Mas as propostas concretizadas são cerca de 130”, afirmou o responsável da DSAT.

16 Mar 2018

Agressão | DSEJ exige investigação à Escola Portuguesa de Macau

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]overno quer receber um relatório sobre o confronto entre dois alunos, que resultou no internamento de um deles. No dia em que a vítima da agressão teve alta, a direcção da EPM emitiu um comunicado a dizer que as situações de violência entre alunos são “residuais”

A Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) exigiu à Escola Portuguesa de Macau um relatório de investigação sobre a agressão que resultou no internamento hospitalar de um aluno de 13 anos, com lesões na cabeça. O pedido foi revelado pelo Governo, em resposta às questões do HM, sobre o caso do estudante, que teve ontem alta hospitalar.

“A DSEJ está muito preocupada com o confronto físico que ocorreu entre estudantes na Escola Portuguesa de Macau. Depois de ter tido conhecimento da situação, a DSEJ entrou imediatamente em contacto com a direcção da escola para se inteirar da situação e pediu que fosse enviado um relatório de investigação tão rapidamente quanto possível”, afirmou a entidade do Governo.

“O incidente está actualmente a ser investigado pela polícia. A DSEJ vai manter-se em contacto com a escola e apela para que seja disponibilizada aos alunos a assistência necessária”, é acrescentado.

Ontem à tarde, o estudante de 13 anos, que foi agredido na quarta-feira por um colega de 15 anos, já tinha tido alta hospitalar, contou, ao HM, o pai da vítima: “O meu filho já está em casa. Regressou ao final da tarde e vai estar em repouso absoluto durante três semanas. Não vai voltar à escola antes do final do segundo período escolar”, comentou Ricardo Pontes, ao HM.

“Já apresentou melhorias, ainda que poucas, em relação à amnésia parcial, mesmo assim é um bom sinal porque está melhor. Agora é necessário tempo para recuperar. Estamos muito optimistas”, acrescentou o encarregado de educação.

 

Situações residuais

Também ontem à tarde, a direcção da Escola Portuguesa de Macau tomou uma posição em relação ao caso. Afirma a EPM que as situações de violência entre alunos são “residuais”.

“Ocorrendo situações de violência entre alunos – residuais nesta Escola –, são adoptados todos os procedimentos necessários ao apuramento dos factos e aplicadas as medidas previstas no Regulamento Interno desta instituição”, é afirmado.

“Nestas circunstâncias, entende a Direcção da Escola Portuguesa de Macau deve ser privilegiada a componente formativa do carácter dos alunos, no respeito pela reserva da sua vida privada e da sua integridade física e moral, com vista ao seu desenvolvimento integral e equilibrado”, é acrescentado.

A Escola Portuguesa de Macau defende ainda que tem “tomado diversas medidas no sentido de garantir a segurança dos alunos e de prevenir episódios de violência”.

Ao HM, Ricardo Pontes contou ainda que recebeu um telefone do director Manuel Machado, que lhe manifestou todo o apoio necessário. Além disso a directora de turma do seu filho acompanhou de muito perto a situação, desde quarta-feira quando ocorreram as agressões. No entanto, ontem à noite, os pais do rapaz de 15 anos ainda não tinham entrado em contacto com a família do agredido.

16 Mar 2018

Efeméride | Restaurante “A Vencedora” celebra 100 anos

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] um dos restaurantes de comida portuguesa mais antigos de Macau. O letreiro amarelo para lá aponta: 1918. De portas abertas há 100 anos “A Vencedora”, localizada na central Rua do Campo, podia ser um estabelecimento de comidas chinês igual a tantos outros que se encontram facilmente ao virar de uma esquina. Mas não é: a distinção faz-se à mesa com um menu de comida portuguesa.

Um século é muito tempo. Tanto que a Lam Kok Veng faltam pistas sobre a data precisa da fundação d’ “A Vencedora”: “Não sei dizer em que dia abriu. Só sei que mudamos para aqui em Junho de 1992. Antigamente a casa ficava ali ao lado”. Também pouco ou nada se sabe sobre o significado por detrás do nome. Só que foi “escolhido por amigos” do avô de Lam que foi quem teve o rasgo de abrir o negócio no ano que ficaria marcado no mundo pelo fim da I Guerra Mundial.

Em tempos em que os negócios tradicionais se vêem obrigados a sucumbir à voracidade do mercado imobiliário, “A Vencedora” faz jus ao nome com que a baptizaram. E não se limita a sobreviver. Pelo menos a olhar pela azáfama que toma conta do modesto espaço principalmente ao almoço, que acolhe gente de todas as franjas da sociedade. “Hoje tem entrecosto, bacalhau cozido com grão de bico…” – a ementa chega, a alto e bom som, pela voz do irmão de Lam e em português. De bloco na mão, à medida do tamanho do bolso do pólo onde o enfia depois de anotar os pedidos, é o mestre de cerimónias d’ “A Vencedora”.

À hora de almoço, praticamente não pára: anda de trás para a frente, orientando a dúzia e meia de funcionários, a maioria mulheres. Da cozinha, ouvem-se campainhas – mais uma refeição pronta a seguir. Quando o movimento amaina, sossega-se junto à porta e vai ver quem passa. Quem chega de fora dificilmente imagina que ali se serve feijoada ou iscas, aprendidos pelos antepassados junto de antigos patrões portugueses. À parte da gastronomia lusa, que ali encontra “variantes”, e dos “fai chi” que dão lugar a um garfo e a uma colher, tudo o resto é chinês. Lam fica na caixa, ao lado da mulher, a acompanhar de perto a clientela. A receber quem chega e a cumprimentar quem vai, mas só depois de pagarem a conta, claro. É que nem sempre foi assim.

Os calotes

Dos tempos em que os militares frequentavam o sítio ficaram dívidas nunca cobradas. “Nunca contei o valor”, diz o proprietário d’ “A Vencedora”. Os calotes, manuscritos em folhas soltas dentro de diminutos envelopes, acumulam pó numa caixa de madeira agastada que retira de uma gaveta do balcão. Lam, de 66 anos, puxa do primeiro exemplo que descobre entre uma série de papéis amarelados. O senhor António, cujo apelido deixou de ser legível, ficou a dever à casa 80 patacas a 3 de Março de 1979. “Era muito dinheiro na altura, uma parte do salário”, realça Lam. Essa informação é a única que consta dessa nota escrita há quase quatro décadas, sem indicação de morada ou de um contacto de telefone fixo. A pensar naqueles que eram, afinal, os seus principais fregueses, “A Vencedora” disponibilizava vales de refeição a cobrar em épocas mais prósperas. “Mesmo no final do mês não tinham dinheiro para pagar”, conta Lam, traulitando o verso concebido a pretexto, teoricamente pelos endividados: “Português de Portugal, come bem e paga mal”.

“A maioria dos tropas nunca mais voltou” nem ali nem a Macau, até porque, argumenta, apenas duas circunstâncias os fariam permanecer nesta terra: emprego ou casamento. Lam tem mais senhas em casa. Não sabe quantas nem quanto totalizam as dívidas: “Nunca contei o valor”, diz, entre risos.

João de Almeida Santos, que chegou a Macau em 1967, era um dos militares que frequentava “A Vencedora”: “Eu não tinha vales, paguei sempre tudo a pronto”. “Antigamente, a malta portuguesa vinha cá toda”, diz um dos habitués do espaço, remetendo para os “souvenirs” expostos na vitrina ofertados à casa por amigos portugueses e macaenses. Entre as criações bordalianas figura precisamente um Zé Povinho que com o seu característico manguito responde “Toma!” à pergunta “Se queres fiado?”. Na montra há uma miscelânea de artefactos, como típicas peças de cerâmica com a forma de folhas de couve, jarras, canecas e travessas, grande parte dos quais com as cores, letras ou emblemas que remetem para Portugal.

Um lugar de convívio

Uma série de memórias perdeu-se, mas ainda há muitos clientes que privaram com as diferentes gerações de homens d’ “A Vencedora”. Cristina Ferreira, por exemplo, lembra-se bem dos tempos em que o então jovem Lam “apenas ia ajudar o pai no restaurante à noite depois de terminar expediente como motorista numa agência de turismo”. Ultimamente frequenta “A Vencedora” com mais regularidade, acompanhada por colegas, dada a proximidade ao local de trabalho. Mas vai naturalmente também pela comida – gosta particularmente das lulas – e pelo par de irmãos “simpáticos e cativantes” que conhece desde quase sempre, dado que viveu toda a vida em Macau à excepção de uns anos passados no Brasil.

É também mais pelo “ambiente” , pela “convivência” e pela proximidade que José Mário Drogas ali vai há cinco anos – há tantos quantos chegou – e não tanto pela relação qualidade/preço. As preferências ora vão para a costeleta panada (41 patacas), para o peixe cozido (100 patacas) ora para o bacalhau com grão de bico (130 patacas), como reza o menu, também disponível em português. À regra portuguesa escapam outros pratos como o típico minchi macaense, sobre o qual recaiu a escolha na mesa ao lado.

“Não é caro nem barato”, observa José Sales Marques, acabado de chegar. “Há pessoas que vêm ao almoço e ao jantar. É como uma cantina”, diz, descrevendo-se como “um adepto incondicional”. “Há muito tempo que venho e gostava de vir mais vezes, porque esta casa é uma instituição”, sublinha. “Aprecio muito o peixe, porque é tudo fresco do mercado ali ao lado”, afirma o macaense. “Venho pela convivência, pelos amigos, mas também gosto da forma exemplar e autêntica como servem”, diz, apontando para a lata de azeite recém-colocado sobre a mesa cor-de-rosa.

Já para Ieong, de 55 anos, “A Vencedora” tem dias quase religiosamente reservados. “Vem sempre duas ou três vezes por mês”, garante a filha, de 19 anos, que o acompanha e ajuda no processo de tradução. “Gostamos muito da comida portuguesa, sobretudo da feijoada”, conta a jovem. O pai não nega, porém, que apreciava mais quando “A Vencedora” era quase exclusivamente frequentada por locais: “Agora há muitos turistas, o restaurante está sempre cheio, preferia quando era mais sossegado”.

Andy Cheng veio de fora, mas perdeu o estatuto de turista. Afinal, volta sempre que tem de vir a Macau por motivos de trabalho desde que amigos lhe deram a conhecer o restaurante central há sensivelmente cinco anos. “Talvez o preço seja ligeiramente elevado, mas gosto do ambiente, da cultura e da comida”, diz o jovem de 35 anos, natural da vizinha Hong Kong.

O próprio Lam reconhece, porém, que “o ambiente de antigamente era muito diferente – mais animado e engraçado. Todos se conheciam, vinha o pai, o filho… Agora, há uma mistura de tudo: portugueses, macaenses, chineses”, diz em português, uma língua que aprendeu em pequeno “de ouvido” entre as paredes brancas d’ “A Vencedora”, que atravessou três gerações sem sangue lusitano.

De facto, Lam entusiasma-se mais com o passado do que com o presente, embora pouco tenha mudado naquelas bandas além do figurino da carteira de clientes, como evidenciam as imagens de outrora. Tais como as de um recorte de que remonta ao início dos anos 1920 e que exibe com orgulho. Da página encadernada consta um anúncio da “Loja Vencedora”, que tem “vinhos, azeite, conservas portuguesas, chouriços de sangue e de carne”, e “fornece no seu estabelecimento e aceita comensais de fora”.

Num século de vida, “A Vencedora” apenas fechou portas uma vez, “por uma semana”, durante aquele que foi um dos episódios mais tensos do século XX em Macau: os motins do “1, 2, 3”, de 3 de Dezembro de 1966. Isto segundo a memória de segundo a memória de Lam, que era um adolescente na altura. “São muito anos, estou velho”, mas de “boa saúde”, ressalva de seguida, apesar do “muito trabalho”, já que “A Vencedora” abre todos os dias, à excepção de terça-feira, funcionando das 11h45 às 22h00. Lam tem dois descendentes (um em Macau outro no estrangeiro), mas nenhum parece inclinado para seguir as pegadas dos pais e tomar conta do característico restaurante. “O meu filho está em Inglaterra, a minha filha em Macau, mas acho que ela não gosta [do negócio]. Acha muito complicado”, diz.

16 Mar 2018

Ex-responsável da ONU para as Alterações Climáticas principal oradora no MIECF

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ex-secretária executiva da Convenção-quadro da ONU para as Alterações Climáticas Christiana Figueres vai apresentar, em abril, em Macau, as linhas orientadoras da proteção ambiental e desenvolvimento sustentável mundial, foi ontem anunciado.

A intervenção, que incluirá as principais tendências globais de desenvolvimento das cidades ecológicas e da Economia Verde, vai decorrer na edição deste ano do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa), no qual Figueres vai ser a principal oradora.

O MIECF, organizado pelo Governo de Macau, decorre de 12 a 14 de abril, sob o tema “Construir Cidades Sustentáveis para uma Economia Verde Inclusiva”, de acordo com um comunicado.

Enquanto secretária executiva da UNFCCC (2010-16), Figueres conseguiu aprovar o histórico acordo de Paris, no qual 195 países concordaram limitar o futuro aquecimento global futuro abaixo dos 2° centígrados.

15 Mar 2018

Tribunal considera que Wynn Macau transmitiu dados de forma ilegal

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] juízes do Tribunal Judicial de Bases deram como provado que a operadora Wynn Macau transmitiu os dados pessoais de Rogelio Yusi Bangsil Jr sem autorização do visado e num acto que violou a Lei de Protecção de Dados Pessoais. Em causa está o diferendo em que o ex-regulador filipino exige uma compensação de 10 milhões de patacas à operadora devido a danos causados pela transmissão dos dados para a elaboração de um relatório sobre práticas suspeitas.

A decisão não implica que Rogelio Bangsil Jr vai ter de ser compensado, apenas se relaciona com a matéria de facto provado. Agora, os deputados vão ter um prazo de 20 dias para se pronunciarem sobre os factos e só depois haverá uma decisão final.

“O tribunal deu como provado que a Wynn Macau transferiu os dados pessoais do senhor Bangsil contra a vontade dele, sem que tivesse havido uma autorização e em violação da Lei de Protecção de Dados Pessoais. A Wynn Macau foi inclusivamente punida pelo Gabinete de Protecção de Dados Pessoais por essa mesma infracção”, afirmou José Leitão, advogado do Rogelio Bangsil Jr, ao HM. “Não é a decisão final, mas é uma decisão que, pelo menos neste aspecto, confirma o que sempre foi a nossa posição”, acrescentou.

Defesa “não está insatisfeita”

Por sua vez, Rui Simões, advogado que representa a operadora, escusou-se a fazer comentários, mas recusou estar insatisfeito com a decisão: “Não comento, por questões deontológicas, processos que se encontram a decorrer”, afirmou, ao HM. “Mas não estou insatisfeito com a decisão”, reconheceu.

Os juízes confirmaram a versão do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais, que logo em Março de 2012 tinha multado a operadora Wynn Macau em 20 mil patacas, por duas violações à Lei de Protecção de Dados Pessoais.

No processo que agora decorre nos tribunais, Rogelio Yusi Bangsil Jr exige uma indemnização de 10 milhões de patacas à concessionária Wynn por danos materiais e não-materiais. Em causa está um relatório publicado em 2012 nos Estados Unidos, em que consta que um dos accionistas da Wynn na altura, Kazuo Okada, teria feito ofertas suspeitas a reguladores filipinos. Entre os nomeados está Bangsil, assim como a esposa e a filha. O queixoso diz que o documento forçou a sua saída da Pagcor, regulador do jogo das Filipinas.

15 Mar 2018

Comércio | Aumenta procura no sector a retalho

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á mais vagas por preencher no comércio a retalho, sinalizando um aumento da procura por recursos humanos num sector que paga, em média, 14.200 patacas

O comércio a retalho tinha 2.781 vagas por preencher no final do ano passado, mais 319 em termos anuais homólogos, indicam dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No topo da lista de pré-requisitos figuram os conhecimentos linguísticos, em particular o domínio do mandarim (73,6 por cento dos postos vagos) e a experiência profissional (59,2 por cento).

Em Dezembro, o retalho empregava 37.050 trabalhadores (mais 2,2 por cento), representando quase dois terços do total de mão-de-obra ao serviço do comércio. A remuneração média correspondia a 14.200 patacas, sendo que, à luz dos dados de Dezembro, os residentes ganhavam mais 4.830 patacas do que os portadores do chamado ‘blue card’.

Já o sector dos transportes, armazenagem e comunicações empregava 11.360 trabalhadores – mais 1,6 por cento em termos anuais homólogos. Por preencher estavam 650 vagas (menos 84), exigindo-se em metade habilitações inferiores ou iguais ao ensino secundário geral, com apenas duas em cada dez vagas a requerem ensino superior. A experiência profissional era o segundo critério mais valorizado na hora do recrutamento.

A remuneração média correspondia a 21.470 patacas, mas no caso concreto dos condutores de veículos de passageiros ou de mercadorias dos transportes terrestres era 5.000 patacas mais elevada, de acordo com a DSEC. Num comentário aos dados, Lei Kit Meng, da Associação dos Motoristas, defendeu que o sector tem visto menos desemprego, considerando que Macau conta actualmente com profissionais do volante suficientes atendendo à dimensão da cidade.

Nas actividades de segurança laboravam 10.862 pessoas – mais 2,4 por cento face ao período homólogo de 2016. Ao contrário do comércio e dos transportes, a remuneração média diminuiu (2,1 por cento) para 13.250 patacas, sendo que os guardas em específico ganhavam, em média, 11.420 patacas. No total, existiam 1.023 vagas.

No tratamento de resíduos sólidos e líquidos públicos trabalhavam 862 pessoas, estando apenas disponíveis 41 vagas. A remuneração média era de 18.130 patacas, valor que traduz um aumento anual homólogo de 2,3 por cento.

Segundo a DSEC, no quarto trimestre do ano passado, 28.812 pessoas dos quatro ramos de actividade económica frequentaram um total de 1.100 cursos. Mais de 60 por cento dos formandos frequentaram cursos pagos pelos empregadores.

15 Mar 2018

Idosos | Serviços médicos em lares à experiência a partir deste mês

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde e o Instituto de Acção Social vão lançar, este mês, um projecto piloto que prevê a introdução de serviços médicos em lares de idosos. Para a primeira fase do projecto foi escolhido o Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Pou Tai”.

Ao abrigo do programa vão ser facultados cuidados a idosos que tenham sido atendidos nas Urgências ou tenham estado internados no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) em especialidades como Geriatria, Medicina Interna, Psiquiatria, Urgências e Medicina Física.

No ano passado, aproximadamente 200 idosos recorreram ao serviço de urgência, enquanto 100 foram internados, afirmou ontem o chefe do serviço de Geriatria do CHCSJ, Lo Iek Long, em declarações à Rádio Macau à margem do programa Fórum Macau da Ou Mun Tin Toi.

Após a fase piloto, os Serviços de Saúde e o Instituto de Acção Social vão avaliar a eficácia do programa, sendo o objectivo alargá-lo, de forma gradual, aos 11 lares financiados pelo Governo.

“Depois de obter essa experiência é que nós podemos prever o futuro. Temos de prever de acordo com a prática, de acordo com a eficácia e também o investimento recursos”, afirmou.

Segundo o mesmo responsável, existe uma equipa de quatro profissionais (dois enfermeiros e dois médicos) dedicadas em exclusivo a este serviço. Um eventual aumento dos recursos humanos, referiu, vai depender desta experiência.

15 Mar 2018

Elevadores da Rua Ferreira do Amaral vão funcionar

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo comunicado da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte (DSSOPT), os elevadores da passagem superior para peões da Rua de Ferreira do Amaral entram em funcionamento no início de Maio.

Os serviços adiantam que a empreitada de melhoramento das instalações da passagem superior para peões na Rua de Ferreira do Amaral foi concluída, conforme previsto, no início do mês passado. No entanto, durante a vistoria a DSSOPT verificou defeitos de qualidade na execução da obra, tendo exigido ao empreiteiro o cumprimento das exigências estipuladas.

A empreitada teve início a 7 de Fevereiro do ano passado, com um prazo de execução de 300 dias para reformular as escadas existentes na passagem superior para peões, instalar elevadores nos dois lados da passagem superior e optimizar os arruamentos envolventes.

Inicialmente, a data de conclusão prevista no contrato da empreitada era 27 de Janeiro deste ano, mas a DSSOPT aprovou a prorrogação até ao dia 21 de Fevereiro devido à ocorrência de chuvas no decorrer da execução da obra. Posteriormente, concluída a empreitada no início de Fevereiro, o empreiteiro solicitou a vistoria.

Durante a vistoria, a DSSOPT verificou defeitos nos acabamentos da passagem superior, exigindo assim ao empreiteiro a realização de trabalhos rectificativos. Presentemente, o empreiteiro está a realizar os respectivos trabalhos e comprometeu-se a concluí-los até ao final de Abril. Segundo a estimativa, os elevadores poderão entrar em funcionamento no início de Maio após teste e vistoria.

15 Mar 2018

Tailândia | Voluntárias de Macau vestiram crianças refugiadas

As voluntárias do projecto “Dress a girl around the world – Macau” foram à zona Mae Ai, no norte da Tailândia, entregar roupas e material escolar a tribos de refugiados, oriundos do Myanmar e China, que vivem sem documentos e numa situação de escravatura. Ana Cristina Vilas não esquece a enorme pobreza que viu

 

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]agueiam por ali, com roupas velhas e chinelos nos pés. Não têm documentos que os identifique, não sabem a sua idade, e os pais, devido ao facto de não terem cidadania, vivem numa condição de quase escravatura, trabalhando a terra dos outros e vivendo daquilo que ela dá. Os vegetais são a base da sua alimentação.

Esta é a vida das tribos que habitam na zona de Mae Ai, localizada entre Chiang Mai e Chiang Rai, no norte da Tailândia, composta por pessoas que saíram do Myanmar e China e que ali encontraram uma espécie de refúgio, sem possibilidade de fuga.

Foi por estas crianças refugiadas que o grupo de voluntárias do projecto “Dress a girl around the world – Macau” se deslocaram à Tailândia. O objectivo foi levar vestidos, calções e material escolar a quem não tem quase nada. A acompanhá-las esteve Eliza Vilaça, da Casa de Portugal em Macau (CPM), que levou o teatro de marionetas a estas tribos.

Ana Cristina Vilas, mentora do projecto “Dress a girl around the world – Macau”, voltou da Tailândia no domingo e as emoções ainda estão à flor da pele. Registou os rostos de cada criança perante os presentes dados, o primeiro contacto com um mundo de brincar que provavelmente não mais voltarão a ver.

Tudo começou com os primeiros contactos com os missionários do projecto Tree of Life, que está presente na Tailândia, Cambodja e Laos. “Toda a gente me perguntava ‘Tailândia? Mas porquê? Há lá pobres?’. É difícil explicar, não há palavras, não há fotografias, não há nada que explique o que vimos e sentimos ali. A Tailândia não é só praias, compras, tem outra parte, e há tanta prostituição por algum motivo. Fomos encontrar uma pobreza total, de pessoas, de crianças sem documentos, que atravessam as montanhas, que vivem de um lado do rio da vila Mae Ai, e vivem no máximo da pobreza”, contou ao HM.

Quatro aldeias, dois dias

Nos dois dias em que o grupo esteve no terreno foram feitas visitas a quatro aldeias. Na primeira mora a tribo La Hu, composta por pessoas que saíram da China e que atravessaram o Myanmar. “São pessoas muito fechadas, que não permitem que toquemos nelas. Havia uma senhora, sentada no meio, com a expressão muito fechada, e eu dizia que era a matriarca. As crianças eram de difícil acesso quando chegamos.”

Com a apresentação do teatro de marionetas, tudo mudou. “Aí começamos a ver uns sorrisos e umas gargalhas e conseguimos quebrar a barreira da comunicação.”

Seguiu-se a segunda aldeia, que serve de abrigo à tribo Palaung, oriunda do Myanmar, que tem seis mil pessoas a viver na Tailândia e 600 mil em todo o mundo. Na terceira tribo, que Ana Cristina Vilas descreve como sendo a mais pobre de todas, residem pessoas das tribos Chane e La Hu, também do Myanmar. Na quarta aldeia as voluntárias já encontraram uma ou outra casa, uma antena parabólica, telemóveis. São pessoas que pertencem à divisão da tribo Chan, que passou a chamar-se Thai Luuh.

Quem chega a este local dificilmente consegue sair, pois a escola acaba por volta do sexto ano. Não há posses para mais e a nova escola fica a quase uma hora de caminho. Ana Cristina Vilas descreve que não só as autoridades tailandesas nada fazem para dar cidadania a estas pessoas como as perseguem.

“Sabemos que nestas aldeias os pais, quando há rusgas da polícia, pelo facto de não terem documentos, fogem para as florestas e as crianças ficam sozinhas nas aldeias, e são os mais crescidos que tomam conta dos mais novos. Às vezes são roubados, as raparigas são vendidas para prostituição e os rapazes para trabalhos escravos, desde pequenos. Não conhecia essa realidade e não estávamos à espera.”

Ana Cristina Vilas conta o caso de um menino cuja origem todos desconhecem, incluindo os missionários do projecto Tree of Life. Os pais fugiram às autoridades e ele ficou numa das aldeias, sem lugar onde dormir, completamente sozinho. As crianças não sabem que idade têm mas, ainda assim, foi fácil deixar uma peça de roupa para cada um.

“Levamos também umas bonecas e uns carrinhos. Parte do coração ainda está lá e é difícil. Não podemos salvar o mundo, mas durante o tempo em lá tivemos, cerca de uma hora em cada aldeia, pelos menos levamos alguma coisa”, adiantou Ana Cristina Vilas, visivelmente emocionada.

O grupo Tree of Life tem representações no Cambodja e no Laos e, para este ano, já está a ser pensada outra viagem do género. “Sei que o Laos é considerado o sítio mais difícil para entrar, a todos os níveis. O facto de eles [Tree of Life] quererem evangelizar parte da população, os que estão dispostos a isso, torna as coisas mais difíceis. Talvez o próximo destino será o Myanmar ou o Cambodja.”

“Dress a girl around the world – Macau” existe em vários lugares do mundo, e no território celebra um ano de existência no próximo dia 4 de Abril. Nas instalações da CPM já foram costurados 280 vestidos e 110 calções. Em Junho está prevista uma nova campanha para recolha de materiais que vão vestir crianças pobres desta zona do mundo.

15 Mar 2018

Turismo | Iniciado programa de formação de profissionais de Timor e PALOP

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] website Macauhub noticiou ontem que teve início, esta segunda-feira, um programa de formação destinado a funcionários governamentais de turismo de Países de Língua Portuguesa.

Esta iniciativa conta com organização da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) em cooperação com o Fórum Macau, de acordo com informação oficial. A DST informou ainda que entre Março e Julho serão organizadas três sessões de estágios, com a duração de duas semanas cada, envolvendo um total de cerca de 30 funcionários governamentais de turismo de países de língua portuguesa.

O primeiro grupo, que inclui participantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, iniciou segunda-feira as actividades programadas para este ano, sendo que um segundo grupo deverá chegar a Macau em Maio próximo e um terceiro em Julho. O programa de estágio visa inteirar os formandos sobre a actividade diária da DST e o desenvolvimento turístico de Macau, pretendendo a DST reforçar a aprendizagem mútua e o intercâmbio na área do turismo entre Macau e os países de língua portuguesa.

Visa ainda contribuir para a formação e desenvolvimento dos recursos humanos do sector dos países envolvidos, em sintonia com o objectivo de transformar Macau num centro mundial de turismo e lazer e numa plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa. A DST assinou memorandos de entendimento para a cooperação em matéria de turismo com Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, em 2010, com Timor-Leste em 2013 e com Angola em 2015.

15 Mar 2018

EPM | Agressão acaba com aluno internado no São Januário

Um desentendimento na cantina fez com que um aluno de 13 anos tivesse de ser internado no Hospital Conde São Januário com falhas de memória. A situação foi relatada ao HM pelo pai da vítima, Ricardo Pontes, que apresentou queixa na PSP. A direcção da escola esteve incontactável durante o dia de ontem

[dropcap style’circle’]U[/dropcap]m aluno de 13 anos da Escola Portuguesa de Macau passou a noite no Hospital Conde São Januário, com lesões na cabeça e falhas de memória, após ter sido agredido por um colega de 15 anos. A situação foi relata, ao HM, pelo pai da vítima, Ricardo Pontes, que desconhece o que esteve na origem do desentendimento entre os estudantes. No entanto uma versão ouvido pelo HM aponta para uma situação que terá começado das redes sociais.

“Hoje [Ontem] de manhã, no intervalo entre as 09h30 e as 11h50, na cantina, um colega mais velho e o meu filho trocaram verbalmente insultos. Depois, cobardemente, esse colega deu um soco ao meu filho, que estava de costas, e atingiu-o no maxilar inferior esquerdo”, começou por contar Ricardo Pontes.

“Depois de levar um murro, perder os sentidos e cair no chão, o agressor ainda lhe deu um valente empurrão, o que fez com que batesse com a cabeça ainda com mais violência no chão”, acrescentou.

Após a situação, os dois alunos foram levados para o enfermeiro e, posteriormente à direcção da escola. No entanto acabaram por regressar às aulas. Só da parte da tarde, quando Rodrigo, o agredido, mostrou estar com amnésia, é que o encarregado de educação foi chamado à escola.

“Recebi uma chamada da escola, porque a professora estava preocupada que o meu filho só lhe dizia que não se lembrava de nada. Fui buscar o meu filho e fiquei bastante assustado porque ele perguntava-me de cinco em cinco minutos o que se passava. Respondia-lhe, mas passados dois minutos ele fazia as mesmas perguntas e não se lembrava”, revelou Ricardo Pontes.

Assim que chegou ao Centro Hospitalar Conde São Januário, o aluno de 13 anos foi imediatamente atendido e foi-lhe realizado um exame TAC (tomografia axial computorizada). “Foi-lhe feito muito rapidamente um exame TAC, que revelou a existência de lesões. Presume-se que sejam duas lesões e ele teve de ficar internado. Pelo menos uma noite vai passar internado. Poderá ter de ficar outra noite no hospital, mas isso vai depender da reavaliação”, explicou o encarregado de educação.

“Na parte exterior da face ficou com um grande hematoma e na parte interior no maxilar e no lábio, ficou ainda pior. A parte exterior da face apresenta melhorias significativas porque ele esteve a fazer gelo constantemente desde que deu entrada nas urgências às 13h50”, acrescentou.

Queixa na PSP, escola incontactável

Devido à natureza das lesões, Rodrigo Pontes decidiu apresentar queixa da Polícia de Segurança Pública. “Horas mais tarde, o agressor enviou mensagem ao meu filho a pedir-lhe os meus contactos. Mas recusámos qualquer contacto porque tendo em conta a gravidade das agressões, eu e a minha mulher decidimos que era melhor apresentar queixa na PSP”, revelou.

“Vamos ver quais as consequência das lesões. Só o tempo dirá se haverá lesões permanentes. Não passa pela cabeça de ninguém que jovens desta idade se comportem desta maneira. É importante haver um castigo”, defendeu o pai do agredido.

Ricardo Pontes mostrou-se igualmente muito agastado por considerar que “havia uma relação de amizade” entre o seu filho e o agressor que chegaram a jogar na mesma equipa de futebol, na Escola Portuguesa.

O HM tentou contactar a Escola Portuguesa de Macau que se mostrou incontactável. Por sua vez, a presidente da Associação de Pais da EPM, Valeria Koob, ainda não tinha conhecimento do caso. Mas prometeu que o problema vai ser abordado com a direcção.

Por sua vez, Manuel Gouveia, ex-candidato à Associação de Pais, mostrou-se preocupado com o comportamento dos alunos e aponta o dedo à direcção da EPM: “Não há consequências, não há disciplina nem direcção na Escola Portuguesa de Macau”, apontou. “Um dia destes em vez de amnésia vai acabar um aluno ao cemitério. Depois há umas lágrima de crocodilo e palavras de circunstância”, acrescentou.

15 Mar 2018

GDI | Coordenador faleceu por motivos de doença

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hau Vai Man, coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), faleceu no passado dia 6 de Março por motivos de doença. Numa nota emitida ontem, o GDI afirma que todos os seus trabalhadores “expressam os mais profundos pêsames pelo falecimento e dirigem as suas sinceras condolências aos seus familiares”.

O website do GDI estará a preto e branco até esta sexta-feira como sinal de pesar. O mesmo comunicado aponta que Chau Vai Man “foi um trabalhador da Função Pública com profissionalismo e capacidade de liderança, possuindo em simultâneo licenciaturas nas áreas profissionais de engenharia civil e Direito”. O trabalho na Administração começou em Junho de 1999 no GADA – Gabinete para Apoio ao Desenvolvimento dos Aterros Taipa-Coloane, serviço que daria origem ao actual GDI.

14 Mar 2018

Assembleia Legislativa | Sete propostas admitidas para construir estacionamento

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ealizou-se ontem o acto público da abertura das propostas para a “empreitada de concepção e construção do parque de estacionamento da Assembleia Legislativa”, tendo sido admitidas pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) um total de sete propostas, além de que foram rejeitadas duas. De acordo com um comunicado oficial, os valores das propostas a concurso variam entre 81 e 150 milhões de patacas.

A obra será realizada no relvado, actualmente sem utilização, localizado ao lado do hemiciclo, estando a ser planeada a construção de um “auto-silo subterrâneo misto para o uso exclusivo da Assembleia Legislativa”, composto por dois pisos. A obra deverá começar no segundo semestre deste ano, esperando-se que dure cerca de um ano. A DSSOPT acredita que o novo parque de estacionamento disponibilize 200 lugares de estacionamento para veículos ligeiros e 50 para motociclos.

É também esperada a criação de 80 postos de trabalho. De frisar que, aquando da discussão deste projecto no Conselho de Planeamento Urbanístico, não houve consensos quanto à utilização do parque. Chan Tak Seng, um dos membros, lembrou que “os funcionários do tribunal não têm um local para estacionar”. “Com um parque tão grande, não me parece que seja nem justo, nem razoável não ser aberto aos moradores da zona e aos funcionários dos serviços”, acrescentou. Li Canfeng, director da DSSOPT, frisou que “a AL não tem lugares de estacionamento suficientes”, além de que “não há muitos moradores ali e, como os funcionários da AL vão começar a usar o novo parque, os lugares de estacionamento no exterior ficarão vagos”.

14 Mar 2018

Empréstimos para habitação sobem 15%

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s novos empréstimos para a compra de casa em Macau aumentaram, em Janeiro passado, 14,9% relativamente ao mês anterior, indicaram dados oficiais ontem divulgados. De acordo com a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), os bancos concederam em Janeiro 3,6 mil milhões de patacas em empréstimos, dos quais 97,5% aos residentes de Macau, mais 15,2% em relação ao mês anterior.

Em Janeiro, os empréstimos a não-residentes subiram 5,5% para 89,9 milhões de patacas. No período entre Novembro de 2017 e Janeiro último, os novos empréstimos para habitação registaram uma subida de 8,2%, numa média mensal de 3,6 mil milhões de patacas, em relação ao período anterior, entre Outubro e Dezembro de 2017.

Os novos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias aprovados em Janeiro atingiram os 13 mil milhões de patacas, mais 135% em relação ao mês anterior, indicou a AMCM. No final de Janeiro deste ano, o saldo bruto dos empréstimos hipotecários para habitação registou uma ligeira subida de 0.1% em relação ao mês anterior para 189,7 mil milhões de patacas, enquanto o dos comerciais alcançou 183,3 mil milhões de patacas, mais 2,6% comparativamente a Dezembro de 2017.

14 Mar 2018