Farol da Guia | Mastro com sinais de tempestade derrubado pelo tufão Hato ainda por repor

O Farol da Guia continua sem o mastro usado para içar os sinais de tempestade tropical, que se partiu na sequência da passagem do Hato. A obra de reparação deve ser concluída dentro de dois meses, ou seja, em plena temporada de tufões

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Farol da Guia continua sem o mastro usado para içar os sinais de tempestade tropical, derrubado há oito meses pelo tufão Hato. A informação foi confirmada pela Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) ao HM. A reparação, que entretanto foi adjudicada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), vai demorar dois meses.

A obra de reparação do mastro foi adjudicada, no início do mês, à Companhia de Engenharia C & S Limitada por 106.100 patacas, o valor mais baixo entre as cinco empresas alvo de consulta escrita pela DSSOPT. As propostas das cinco empresas, das quais uma acabou por não ser admitida, oscilavam entre 106.100 e 680.000 patacas. Apesar da diferença de preços, todas as empresas propuseram um prazo de execução de 60 dias.

Segundo o calendário, a obra de reparação só deve ficar concluída no final de Junho, apesar da temporada de tempestades tropicais ir de Maio a Novembro. De acordo com previsões recentes da Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Macau vai registar entre cinco e sete tufões este ano, devendo o primeiro chegar em meados de Junho.

Os sinais de tempestade tropical são erguidos no Farol da Guia, o mais antigo do Extremo Oriente, para alertar a população da aproximação das intempéries e sobre a sua intensidade. Depois de o mastro se ter partido com o Hato, o tufão seguinte, que chegou três dias depois, o Pakhar, foi o primeiro a atingir Macau sem que ali tenham sido hasteados os respectivos sinais físicos. Um feito único pelo menos nas últimas duas décadas, indicou, na altura, a DSAMA.

O Farol da Guia não é, no entanto, o único local onde os sinais físicos são içados em Macau, podendo também ser avistados na Fortaleza do Monte.

A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10, hasteados tendo em conta a proximidade da tempestade e a intensidade dos ventos. Esse sistema de aviso por código de sinais numerados foi adoptado pela Capitania dos Portos (actual DSAMA) em 1912, “em consonância com os sistemas usados nas zonas costeiras da China e de Hong Kong”, segundo dados constantes do catálogo de uma exposição realizada, em 2014, pelo Arquivo Histórico, subordinada àquele que constitui o “mais comum desastre natural que ameaça Macau”. Mas, nem sempre foi assim. Em tempos idos “o aviso de aproximação dos tufões aos habitantes e gentes do mar era feito com hasteamento de bandeira e com tiros de canhão quando o ciclone caía sobre a cidade”.

Novo código de sinais

A escala mantém-se, mas desde 12 de Abril encontra-se em vigor uma ordem executiva com um novo código dos sinais de tempestade tropical. A classificação, com base na força do vento máximo sustentável próximo do centro da tempestade tropical, passou de quatro para seis categorias, com a introdução de “tufão severo” (de 150 km/h a 184 km/h) e de “super tufão” (185 km/h ou superior).

26 Abr 2018

Lucros líquidos da Wynn Macau mais do que duplicaram

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s lucros líquidos da Wynn Macau mais do que duplicaram no primeiro trimestre do ano para 227,1 milhões de dólares norte-americanos, anunciou ontem a operadora de jogo num comunicado.

As receitas operacionais da Wynn Macau ascenderam a 1,28 mil milhões de dólares norte-americanos, traduzindo um aumento de 27,8 por cento face ao primeiro trimestre do ano passado. As receitas de jogo representaram mais de 86,2 por cento do total, subindo 28 por cento em termos anuais homólogos para 1,10 mil milhões de dólares norte-americanos.

Já a empresa mãe, a Wynn Resorts, registou prejuízos líquidos de 204,3 milhões de dólares norte-americanos entre Janeiro e Março, contra lucros de 100,8 milhões de dólares apurados em igual período do ano passado.

Não obstante, as receitas operacionais do grupo cresceram 20,5 por cento para 1,72 mil milhões de dólares norte-americanos. Um aumento que, de acordo com os resultados não auditados do grupo, advém do aumento de 279 milhões de dólares das receitas nas operações de Macau e de 12,8 milhões em Las Vegas.

As receitas operacionais da Wynn Macau, que opera dois casinos no território, representaram 74,4 por cento das registadas pela Wynn Resorts no primeiro trimestre do ano.

Na videoconferência com analistas após o anúncio dos resultados, o CEO da Wynn Resorts, Matthew Maddox, revelou um plano para remodelar as instalações do Wynn Macau, avaliado em 100 milhões de dólares. “Redefini prioridades e acelerei as oportunidades de investimento”, indicou o mesmo responsável.

Matthew Maddox sublinhou ainda que a Wynn Resorts “não está à venda” na sequência da saída de Steve Wynn. O magnata de jogo, de 76 anos, deixou em Fevereiro a liderança e todos os cargos que ocupava no grupo na sequência do escândalo de alegados abusos sexuais nos Estados Unidos. Em Março, o magnata deixou de ter qualquer participação na empresa que fundou. “Como CEO, não estou interessado em olhar pelo retrovisor (…), estou apenas focado no futuro”, afirmou, sublinhando que foram feitos “progressos significativos”. “A administração executiva não tem estado apenas focada em manter e melhorar as operações (…), mas também em reduzir o ruído em torno do nosso negócio”, apontou o CEO da Wynn Resorts.

Sobre a aquisição de 4,9 por cento da Wynn Resorts pela Galaxy Entertainment, anunciada no mês passado, Matthew Maddox sinalizou a possibilidade de as duas operadoras poderem trabalhar juntas em busca de oportunidades em novos mercados, apesar de ressalvar que não existe qualquer acordo para o efeito.

Com a compra das acções, a Galaxy Entertainment ficou com 4,9 por cento do capital da Wynn Resorts que, por sua vez, detém 72 por cento da Wynn Macau, na qual passa a ter então uma fatia na ordem dos 3,5 por cento.

26 Abr 2018

Universidades privadas recebem 122 milhões para pagar estragos

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Fundação Macau (FM) concedeu um total de mais de 122 milhões de patacas às fundações ligadas a universidades privadas do território para o financiamento de obras de reparação devido à passagem do tufão Hato. Os montantes serviram também para custear projectos das mesmas instituições do ensino superior. Os valores foram atribuídos o ano passado, mas só agora foram tornados públicos, graças à publicação do despacho em Boletim Oficial com os subsídios atribuídos pela entidade relativos ao primeiro trimestre deste ano.

No caso da Fundação Católica de Ensino Superior Universitário, entidade que tutela a Universidade de São José (USJ), foi recebida uma tranche superior a 15 milhões de patacas referente à segunda prestação do “apoio financeiro para o plano de actividades referente ao ano lectivo 2017/2018”. Já o financiamento para colmatar os estragos causados pelo tufão Hato no campus da USJ na Ilha Verde foi superior a 13 milhões de patacas, tendo este valor sido atribuído em Dezembro do ano passado.

A Fundação Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM) recebeu um total de 50 milhões de patacas para “custear o plano de 2017/2018 da UCTM, do Hospital Universitário, da Escola Internacional de Macau e da Faculdade das Ciências de Saúde da MUST”. A fundação da MUST recebeu também 10,3 milhões de patacas para financiar o “projecto de melhoramento das instalações da MUST após a passagem do tufão Hato”.

Já a Fundação da Universidade da Cidade de Macau (UCM) recebeu 36 milhões de patacas como “apoio financeiro para custear as despesas com o apoio aos estudos e publicação, actividades pedagógicas, equipamentos e apoio, obras de decoração e subsídios aos estudantes referente ao ano lectivo de 2017/2018”.

Ainda no âmbito dos estragos causados pelo Hato, a fundação da Deusa A-Má de Macau recebeu mais de 25 milhões de patacas para custear as “obras de restauração da aldeia cultural de A-Má”.

26 Abr 2018

Empresa ligada a piloto Henry Ho investe na Austrália

A companhia HoHo Brothers, através do H Group Australia, comprou um edifício de escritórios em Melbourne por 244,4 milhões de patacas. A empresa local tem como accionistas o piloto de Macau Henry Ho e o irmão Jeffrey

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] empresa HoHo Brothers, ligada à família do piloto Henry Ho, comprou um edifício em Melbourne por 40 milhões de dólares australianos, o equivalente a 244,4 milhões patacas. O negócio foi noticiado na imprensa australiana e confirmado ontem ao HM por Henry Ho, que não quis fazer mais comentários sobre o assunto.

A aquisição foi feita através da empresa H Group Australia, segundo o portal Financial Review, que tem como beneficiário final a empresa familiar de Macau HoHo Brothers. Esta é uma companhia ligada à família Ho, que além de Henry conta pelo menos com mais um accionista, Jeffrey Ho, irmão do piloto. O principal ramo de actividade dos irmãos, que são filhos do empresário Ho Chun, é o mercado imobiliário.

O edifício em causa tem 11 andares com escritórios e, segundo a imprensa australiana, a empresa ligada ao piloto de Macau conseguiu antecipar-se a outras 14 ofertas, provenientes de regiões como Hong Kong, Alemanha, Malásia ou Singapura.

A aquisição foi intermediada pela agência imobiliária de Melbourne CBRE, sendo que o edifício está arrendado durante 10 anos a uma empresa especializada no aluguer de escritórios: a Christie Spaces.

Ao portal Macau News Agency, fonte da CBRE Melbourne admitiu que nos últimos tempos foram vendidos três edifícios a compradores de imobiliário, incluindo esta operação, por um valor de 250 milhões de dólares australianos, o equivalente a 1,52 mil milhões patacas.

 

À venda em Fevereiro

O edifício de escritórios em Melbourne foi comprado pela empresa com investidores de Macau, depois de ter sido colocado à venda no mês de Fevereiro. Já na altura, os agentes da empresa imobiliário esperam um grande interesse do mercado.

“Tendo em conta o apetite pelo mercado de escritórios de Melbourne e a localização do edifício, apontamos para que este negócio desperte um interesse muito significativo entre os investigadores”, afirmou Josh Rutman, agente da imobiliário, na altura em que o edifício foi colocado à venda.

Por outro lado, o facto do espaço ter uma renda de 10 anos foi encarado pelos agentes imobiliários como uma vantagem: “Com o mercado de Melbourne a mostrar uma recuperação de volta ao momento de 2007, o facto dos espaços estarem arrendados durante 10 oferece uma oportunidade para os investidores se precaverem contra uma eventual volatilidade no mercado a médio e longo termo”, notou o também agente da CBRE Kiran Pillai.

26 Abr 2018

Internacionalizar a língua pode potenciar a economia, diz Isabel Pires de Lima

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ex-ministra da Cultura Isabel Pires de Lima defendeu ontem, em Macau, a importância de internacionalizar a língua portuguesa, pois a “língua tem um potencial económico extraordinário”, sobretudo quando também transporta cultura.

Convidada a discursar no encerramento da conferência “Diálogos Contemporâneos”, promovida pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), a professora emérita da Universidade do Porto defendeu que a internacionalização da língua “permite transportar a economia e a cultura portuguesa para espaços e patamares muito importantes”.

A língua portuguesa tem, na sua opinião, a vantagem de estar presente em três países com um grande crescimento demográfico: Brasil, Angola e Moçambique. “O futuro poder da língua portuguesa depende do desenvolvimento desses países e da sua capacidade de exportarem as suas culturas”, disse.

Num discurso marcado, em grande parte, pela inclusão da literatura no ensino da língua, Pires de Lima defendeu uma “prática de tradução que não seja funcionalista, mas cultural”. “O movimento migratório que o mundo vive é uma oportunidade para a Europa, pois transporta diversidade cultural, versões alternativas da vida, narrativas de interpretações do mundo que nos podem estimular e acabar com o vazio ideológico em que estamos mergulhados”, sublinhou.

Quanto ao trabalho desenvolvido pelo IPM na projecção da língua portuguesa no mundo, Pires de Lima elogiou “um esforço extraordinário difícil de classificar”. Na opinião da ex-ministra, o papel de Macau como plataforma entre a China e os países da língua portuguesa tem sido “absolutamente extraordinário, sobretudo na formação de professores”. “Estamos a assistir a um trabalho aqui no instituto que já envolve níveis de mestrado e níveis de doutoramento”, destacou.

Questionada sobre os planos de apoio à Cultura, que motivaram manifestações nas últimas semanas, a ex-ministra do sector considerou que o “orçamento para a cultura continua a ser ridículo, o adjectivo não pode ser senão esse”. “Não há nenhuma mudança de filosofia deste Governo relativamente a todos os anteriores no que diz respeito à valorização da cultura”, frisou.

Pires de Lima defendeu, no entanto, que “este ou qualquer outro ministro [da cultura] não tem nada a ver com os resultados do concurso, uma vez que se limita a nomear um júri que depois faz a selecção e distribui o dinheiro”.

Durante dois dias, especialistas em tradução e interpretação portugueses debateram, no IPM, as “linhas de actuação” para melhorar a formação “integral e específica” dos estudantes da língua portuguesa.

25 Abr 2018

Justiça | Tribunal define pensão de alimentos para pai em parte incerta

O Tribunal de Segunda Instância considera que, mesmo que um pai esteja em parte incerta, é legítimo que seja definido o valor da pensão dos alimentos, a partir do património em Macau

[dropcap style =’circle’]M[/dropcap]esmo que um pai esteja em parte incerta, através dos bens que possui em Macau é possível definir o valor da pensão dos alimentos. É esta a principal conclusão de um acórdão do Tribunal de Segunda Instância, que foi revelado, ontem, pelos tribunais na RAEM.

O caso envolve uma família que se casou em 2006 e que teve um filho. No entanto, em 2008, o pai decidiu regressar para o Interior do Continente, onde vive actualmente, nunca mais tendo entrado em contacto com o filho menor.

Perante esta atitude do pai, a mãe da criança decidiu ir para tribunal para que fosse definida uma pensão de alimentos para a criança. A progenitora justificou ainda o pedido com o facto de atravessar uma situação financeira complicada.

No entanto, o Tribunal Judicial de Base, numa decisão de 2016, considerou que como o pai não esteve presente em conferência em que ia ser definido o valor, que não era possível tomar a decisão. Isto apesar do pai ter feito questão de não estar presente.

A decisão da primeira instância foi tomada com base em dois pressupostos: não haver meios para contactar o pai e não ser possível contabilizar todo o seu património, uma vez que grande parte deste está no Interior da China, tornando-a inacessível às autoridades de Macau.

Recurso

Inconformada com a decisão, a mãe decidiu recorrer para o Tribunal de Segunda Instância, onde a decisão acabou por ser diferente. O acórdão teve Vasco Fong como principal juiz.

Por sua vez, o TSI considerou, devido à existência de uma casa comum em nome da mãe e do pai – arrendada a troco de sete mil dólares de Hong Kong –, que esse elemento é suficiente para definir uma pensão dos alimentos. “Julgamos poder tomar uma decisão relativamente aos alimentos do menor, porque assim fica melhor salvaguardado o interesse do mesmo [filho]. Aliás, é também este o objectivo principal do processo”, sublinha o acórdão.

O documento vinca também que o pai não se interessou muito pelo estado do filho menor, visto não estar em contacto com ele desde 2008, e que não quis colaborar com a Justiça de Macau. Assim, a pensão dos alimentos foi estabelecida em sete mil dólares de Hong Kong, dos quais 1.750 vêm directamente do valor da renda da casa comum do casal. O restante montante é para ser pago pelo pai, apesar de ele se encontrar em parte incerta.

25 Abr 2018

Alunos da EPM simulam amanhã audiência e julgamento na Fundação Rui Cunha

O Centro de Reflexão, Estudo, e Difusão do Direito de Macau (CRED-DM) da Fundação Rui Cunha organiza amanhã mais um programa “Fazer Justiça”. Desta feita, alunos do ensino secundário da Escola Portuguesa de Macau (EPM) vão simular uma audiência e julgamento sobre a violência no namoro.

[dropcap style =’circle’]A[/dropcap] iniciativa, que se realiza desde 2013, tem como objectivo dar a conhecer aos jovens estudantes os fundamentos essenciais da lei e da justiça, bem como ajudá-los a compreender o sistema jurídico de Macau. “Todos os anos escolhemos um tema e os miúdos são preparados desde Janeiro, por mim e pelo juiz Carlos Carvalho, para simular uma sessão de audiência e julgamento”, contextualizou a coordenadora do CRED-DM, ao HM, sublinhando que os tópicos são escolhidos em função das preocupações típicas da idade dos estudantes. “Tentamos sempre ir buscar um tema que seja importante para a adolescência. Já fizemos sobre tráfico e consumo de droga e sobre bullying, por exemplo. Serve como uma chamada de atenção e alerta para mudarem determinados tipos de comportamento e como forma de os prevenir”, sustentou Filipa Guadalupe.

Desde o juiz ao arguido, passando pelas testemunhas, todos os intervenientes são estudantes. Este ano, pela primeira vez, um aluno de nacionalidade chinesa vai assumir o papel de juiz presidente numa sessão que, à semelhança da realidade, conta com tradução, explicou a mesma responsável, indicando que a iniciativa é feita em conjunto com o Clube de Filosofia da EPM. “Os miúdos gostam muito, temos sempre imensos candidatos, mas este ano porque foram os 20 anos da EPM e eles estiveram envolvidos em muitas actividades extracurriculares, pensei que não ia conseguir fazer”, contou.

Lei Básica para os mais pequenos

Já o programa “O CRED-DM vai à Escola” elegeu os 25 anos da Lei Básica como tema da sexta edição. As actividades, destinadas a alunos do 4.º ano da EPM, Escola Oficial Zheng Guanying, Escola Hou Kong e Escola Luso Chinesa da Flora, reuniram “por volta de 180 crianças” na segunda e na terça-feira, indicou Filipa Guadalupe. Hoje realiza-se uma sessão com 27 crianças, entre os oito e os 13 anos, da Escola Concórdia para Ensino Especial, o que sucede pela primeira vez, enfatizou a coordenadora do CRED-DM.

“Estamos muito contentes [com o programa]. Temos cada vez mais escolas a quererem participar. O ‘feeeback’ é positivo, sobretudo das escolas chinesas, porque as actividades que fazemos aqui fogem completamente ao que estão habituados”, sublinhou. Apesar de o resultado ser positivo, o objectivo é ir mais longe: “A ideia era conseguirmos apoios para o programa funcionar durante o ano inteiro, com o CRED-DM a levar o Direito a diferentes instituições de ensino”. No entanto, tal exige financiamento, porque “são necessários recursos humanos e materiais”. “Era engraçado conseguirmos esse apoio e, na minha opinião, este ano, demos um passo de gigante porque o tema da Lei Básica foi muito feliz e as entidades governamentais vieram ver ‘in loco’ como funciona e gostaram. Vamos ver se é desta que conseguimos arrancar”, afirmou Filipa Guadalupe.

Os 25 anos da Lei Básica também vão estar em foco amanhã, pelas 18h30, numa sessão na Fundação Rui Cunha, desta feita destinada a adultos. A iniciativa tem como oradores Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau e membro da Comissão de Redacção da Lei Básica, e Leonel Alves, advogado e vice-presidente da Associação para a Divulgação da Lei Básica.

25 Abr 2018

Educação | EPM já recebeu pedido de esclarecimento do Governo português

 

A Escola Portuguesa de Macau recebeu uma carta do Ministério da Educação de Portugal sobre as queixas para dois episódios de violência. O presidente da EPM confirmou a recepção do documento ao HM

[dropcap style =’circle’]A[/dropcap] Escola Portuguesa de Macau (EPM) já recebeu a carta do Ministério da Educação de Portugal a pedir esclarecimentos sobre dois episódios de violência que ocorreram no estabelecimento. Ao HM, o presidente da EPM, Manuel Machado, confirmou a recepção da carta, mas não quis adiantar informações sobre os casos em questão.

No entanto, o HM sabe que o assunto da carta são as duas queixas apresentadas à Inspecção Geral de Educação e Ciência. Em causa estão dois casos de violência, o primeiro caso que ocorreu em finais de 2016, quando um docente promoveu agressões entre alunos. O segundo episódio ocorreu a 14 de Março deste ano, quando houve uma troca de agressões entre dois estudantes de 15 e 13 anos e que terminou com um aluno internado, na sequência de lesões na cabeça.

“Posso confirmar que houve do Ministério da Educação um pedido de esclarecimento sobre a questão. Mas neste momento, sobre este assunto, prefiro não adiantar mais desenvolvimentos. Poderei fazê-lo mais à frente”, disse Manuel Machado.

Segundo o HM conseguiu apurar, a correspondência recebida pela Escola Portuguesa de Macau terá saído de Lisboa há cerca de duas semanas e enquadra-se nos trâmites processuais da análise de queixas sobre episódios de violência.

Também ao HM, a Inspecção Geral de Educação e Ciência já tinha confirmado que as queixas em questão estavam a ser analisadas. Porém, este é o primeira contacto entre as duas partes, no âmbito da análise aos dois casos.

25 de Abril na EPM

Também ontem, a Escola Portuguesa de Macau celebrou o 25 de Abril, uma vez que o estabelecimento de ensino se encontra hoje encerrado, por ser feriado nacional em Portugal. No âmbito das celebrações da revolução de 1974, que abriu o caminho para a implementação de um sistema democrático, houve um encontro entre os alunos e João Soares, deputado português e filho do ex-presidente de Portugal Mário Soares, e com o Coronel Manuel Geraldes, um dos intervenientes na Revolução dos Cravos.

“Celebrámos hoje [ontem] o 25 de Abril com a presença do Dr. João Soares, que está cá em Macau, e do Coronel Manuel Geraldes. Houve uma reunião com os alunos da Escola sobre a temática do 25 de Abril, em que eles falaram da sua experiência. Um como militar interveniente na revolução e outro, como um estudante, na altura, da oposição e da situação política antes do 25 de Abril”, contou Manuel Machado.

Além do encontro, estão em exposição na escola trabalhos elaborados pelos alunos sobre a revolução dos cravos.

25 Abr 2018
Alfândega | Serviços planeiam a criação de equipa para zonas marítimas

[dropcap style =’circle’]V[/dropcap]ai ser criada uma nova equipa de operações para actuar na orla marítima de Macau. De acordo com um comunicado dos Serviços de Alfândega, o objectivo é combater irregularidades e efectuar trabalhos de salvamento nas zonas marítimas. Os Serviços de Alfândega de Macau tiveram um encontro a 17 de Abril com a Polícia para os Assuntos Marítimos de Hong Kong, no sentido de trocar informação sobre os modelos adoptados e experiências de gestão dos assuntos policiais nas zonas marítimas. A entidade local revela ainda que em 2017 foram registados 118 casos de entradas ilegais que envolveram 30 embarcações e 286 imigrantes. De Janeiro a Março, o Executivo detectou 26 casos de entradas ilegais, em que foram detidos 49 imigrantes.

Formação | Curso bilingue na área do comércio arranca amanhã na UM

[dropcap style =’circle’]O[/dropcap] Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português da Universidade de Macau vai organizar um curso de formação em português na área do comércio. O curso, que arranca amanhã e decorre até 17 de Maio, destina-se a tradutores de chinês-português, professores de português e outros profissionais que trabalham com a língua portuguesa e vai ser ministrado por Ye Zhiliang, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (actualmente a leccionar na Universidade de Macau). A formação vai realizar-se à segunda-feira e à quinta-feira (18h30-20h30) e ao sábado (10h-12h).

Segurança | Governo não prevê serviço de fiscalização a elevadores

[dropcap style =’circle’]O[/dropcap] Executivo não tem calendário para a criação de um serviço de fiscalização na área eletromecânica. A ideia foi dada ontem pelo gabinete do secretário para a Segurança, em resposta a uma interpelação da deputada Ella Lei. De acordo com a réplica emitida pelo Governo, “o conteúdo da interpelação da deputada Ella Lei não está no seu âmbito de competências, como tal, a informação dada tem por base os dados obtidos com a Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e do Corpo de Bombeiros”. Segundo os mesmos, o grupo de trabalho interdepartamental para optimização actualmente existente já concluiu o seu trabalho e, neste momento, a DSSOPT está a consultar a opinião do sector, sendo que para já não há um calendário para a criação de um serviço específico de fiscalização de elevadores.

25 Abr 2018

Canalização | Bloqueio nos esgotos levou dejectos humanos a invadir ruas

Um bloqueio na rede de esgotos à frente da antiga residência do General Ye Ting fez com que surgissem à superfície dejectos humanos, durante a manhã de ontem, quando se registou uma forte chuvada. A questão foi resolvida e as ruas foram abertas ao trânsito por volta das 14h

[dropcap style =’circle’]A[/dropcap]pós a intensa chuvada que se abateu no território, durante a manhã de ontem, dejectos humanos surgiram à superfície no cruzamento entre a Rua do Almirante Costa Cabral e a Estrada de Adolfo Loureiro, junto à antiga residência do General Ye Ting. Ao HM, um porta-voz do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais esclareceu que a situação está completamente resolvida e que foi causada por um bloqueio na rede de esgoto.

Na altura da ocorrência, por volta das onze da manhã, sentiu-se um cheiro intenso na área e as estradas tiveram de ser encerradas à circulação. Segundo a explicação oficial, publicada em comunicado, o caso teve na origem numa concentração excessiva de gordura e óleos naquela zona da rede de esgotos.

“O IACM tratou a situação com carácter de emergência e foi tudo normalizado por volta das 14h. Após ter sido identificada a situação, foi enviado pessoal para o local e entrou-se em contacto com a CSR [Companha de Sistemas de Resíduos] para que tudo fosse limpo”, afirmou a fonte do IACM, ao HM.

“Desde as 14h que está tudo limpo e que a situação está normalizada, com os esgotos e as estradas em normal funcionamento”, foi acrescentado pelo porta-voz.

Também segundo o comunicado do IACM, como parte dos trabalhos para o restabelecimento da normalidade, foram feitas inspecções à rede de esgotos naquele local e estiveram no local camiões com bombas para que tudo ficasse limpo.

Investigação posterior

Na mensagem publicada pelo Governo é igualmente referido que a rede de esgotos é limpa pelo menos uma vez por mês. Por outro lado, o IACM comprometeu-se a proceder a uma investigação mais profunda sobre aquela zona da rede de esgotos e das áreas mais próximas.

Ainda assim, é igualmente feito um apelo para que a prevenção destes incidentes comece com a conduta dos cidadãos, quando utilizam os esgotos. O IACM apela para que “todos os sectores da comunidade trabalhem juntos na protecção da rede de esgotos e que evitem os bloqueios, causados por lixos domésticos e gorduras”.

O incidente ocorreu perto da antiga casa do General Ye Ting, que viveu em Macau entre 1932 e 1942. Ye Ting foi um dos generais que participaram na revolta de Nanchang, naquele que é considerado o momento da fundação do Exército de Libertação do Povo, a 1 de Agosto de 1927.

25 Abr 2018

Cinema | 25 de Abril, um dos epicentros de inspiração para Ivo Ferreira

O 25 de Abril é daqueles marcos históricos que pode ser visto sob várias perspectivas. O realizador local, Ivo Ferreira, tem abordado, espontaneamente, o período antes, durante e após a revolução. De momento, o cineasta está a começar a trabalhar em “Projecto Global” que vai tratar do período quente do PREC, mais precisamente os episódios que tiveram as FP-25 como protagonistas

[dropcap style =’circle’]”S[/dropcap]im, sou fascinado por estes desastres melancólicos” começa por dizer o realizador Ivo Ferreira ao HM, quando se fala da sua abordagem aos períodos pré, durante e pós 25 de Abril.

No filme premiado “Cartas de Guerra”, Ivo Ferreira trouxe para o ecrã os tempos coloniais do Estado Novo, enquanto que em “Águas Mil” deu a sua visão da revolução dos cravos. O realizador local está agora a trabalhar num projecto que pretende ver nas salas de cinema em 2020. É o filme “Projecto Global” que trata o período pós revolução dos cravos e depois a ressaca violenta do PREC, tendo como protagonistas as Forças Populares 25 de Abril (FP-25).

De acordo com Ivo Ferreira o filme, que ainda está em esboço, pode ser a concretização do seu primeiro projecto cinematográfico. “Quando era miúdo assisti a algumas prisões de pessoas que conhecia, assisti a pessoas a saírem das cadeias e foi daqui que surgiu a ideia. A primeira vez que pensei em cinema, ainda muito miúdo, a ideia era lidar com este assunto”, contou ao HM.

A película não pretende tratar de uma posição política ou ideológica passada para a tela. “O filme não tem nada que ver com nenhum tipo de apologia de alguma coisa”, esclarece. A obra pretende abordar a luta armada que se seguiu ao 25 de Abril, um tema que sempre disse bastante ao realizador local. “Sempre quis saber porque é que as pessoas, de repente, mudam completamente a sua vida dando uma ideia de reacção”, diz ao HM.

Com a película, o realizador pretende chamar para a discussão o aparecimento destas forças armadas clandestinas. “As FP-25 aparecem numa altura, após o 25 de Novembro, em que à partida estavam todos convencidos que poderia existir um golpe de direita capaz de repor o regime fascista anterior”, contextualiza. Pensando desta forma, considera que até é fácil perceber o aparecimento do grupo terrorista, sendo que o filme “é uma forma de pensar a sociedade portuguesa pós 25 de Abril”, refere.

Loucos 80’s

Por outro lado, Ivo Ferreira afirma que “Portugal era um país cansado de uma ditadura de quase 50 anos e de uma revolução à qual se seguiu um PREC. Chegámos a uma altura em que as pessoas queriam era um micro-ondas e ter a possibilidade de fazer uma viagem ao Brasil” aponta em tom de metáfora para descanso.

Portugal estava nos anos 80 e a “contra-ritmo, numa altura em que já não havia sonhos dado o cansaço do fascismo, do PREC, de tudo”. Mais do que uma desilusão com a revolução, para Ivo Ferreira estava em causa, “sobretudo, o cansaço”. “As pessoas queriam era descanso e uma casa no Algarve”, aponta.

A década dos anos 80 também é muito cara ao realizador. “É uma época de hedonismo, que também aparece em reacção, em que as pessoas só queriam estar bem. É o fim de um processo revolucionário e o aparecimento de uma Lisboa a sair para a rua”, diz.

Com a abordagem das FP-25 Ivo Ferreira quer, acima de tudo, lançar a discussão “sobre o que são as construções de um futuro, o que são as ideologias, até onde vão e que sentido fazem”, aponta.

“Projecto Global” gira em torno de um triângulo amoroso, em que há um grupo de pessoas que não estava contente com a situação e queria mudá-la, apesar de querem fazer já fora do tempo. “É um filme que se centra numa das células da organização armada e que aborda a existência de quem optou por existir na clandestinidade envolta de não verdades de identidades, nos nomes, nas vidas”, revela.

Antes de Abril

Se o pós revolução ainda está para vir, o pré revolução de Ivo Ferreira foi um sucesso.

“Cartas de guerra” inspirou-se no livro “D’este viver aqui neste papel descripto – Cartas de guerra”, que inclui as cartas que o escritor António Lobo Antunes escreveu à primeira mulher, de 1971 a 1973, durante o tempo em que esteve em Angola, a servir o exército, na guerra colonial.

“É, sobretudo, uma história de amor e isolamento e de como um Estado pode privar mais de um décimo da população das suas vidas, contaminando um país inteiro. É uma declaração de amor e uma questão de sobrevivência”, explicou o realizador à agência Lusa quando o filme esteve em Berlim.

O cineasta referiu ainda que, apesar de se focar num tema importante da História de Portugal, como é o caso da Guerra do Ultramar, o filme não deve ser entendido como uma lição de história.

“Não é um filme didáctico, mas o facto de tratar os assuntos e tirá-los das prateleiras é positivo para gerar conversas à sua volta, que ainda é tabu. Depois do 25 de Abril, foi atirado para o caixote das histórias más. Em 1971, no período em que o filme se passa, já toda a gente tinha consciência política de que aquilo era um disparate e uma agonia”, declarou o cineasta em Berlim.

Os dias de 1974

Em contraciclo cronológico, antes de “Cartas de Guerra”, o cineasta focou-se na revolução. “Águas mil” é a segunda longa-metragem de Ivo Ferreira e foi exibido em estreia nacional a 25 de Abril de 2009 no Festival IndieLisboa.

No filme, Ivo Ferreira conta a história de Pedro, que revolve o passado à procura do pai, desaparecido quando ele era criança.

Ao volante de uma velha caravana, Pedro faz o mesmo percurso que o pai fez até Espanha, encontrando dois camaradas de Eduardo dos tempos em que faziam parte de uma organização armada, nos anos seguintes ao 25 de Abril.

Em entrevista à Lusa, Ivo Ferreira referiu que à medida que acompanha a história de Pedro, o filme procura desvendar alguns “silêncios e segredos” do período pós-revolução em Portugal.

“Essa fatia da história foi eclipsada. A Revolução dos Cravos foi uma grande festa que deu uma grande ressaca, e eu queria saber o que se construiu depois disso”, explicou o realizador.

O filme é um olhar, com “alguma mágoa, mas também com grande ternura”, para a geração que fez a revolução de Abril.

Nos filmes de Ivo Ferreira, e nestes três em particular, ressoam as histórias que não se aprendem na escola. “Sou fascinado pelos episódios que estão obscuros na nossa história”, refere ao HM. “Na escola aprendemos a segunda guerra mundial, depois passamos de uns senhores nuns tanques com cravos na boca para uma página com doze estrelas amarelas. Não estou dizer que trato de territórios novos mas interesso-me por esses assuntos que não são talvez tão explorados”. E é com este mote que se serve da sétima arte. “O cinema é uma forma de pensar e propor assuntos na mesa para que estejam disponíveis para discussão”, remata.

25 Abr 2018

Ensino Superior | Criada associação de antigos alunos da Universidade Católica

[dropcap style =’circle’] A [/dropcap] Associação dos Antigos Alunos da Universidade Católica Portuguesa é um dos movimentos associativos mais recentes do território. O objectivo passa por promover as relações entre os alunos e ajudar também na formação de quadros locais.

Desde sábado que a Universidade Católica Portuguesa conta com uma associação de antigos alunos no território. A ideia para a criação da Associação dos Antigos Alunos da Universidade Católica Portuguesa surgiu depois de uma visita a Macau da reitoria da instituição de ensino portuguesa.

“A ideia para a criação da associação surgiu após uma visita da reitora da Universidade Católica Portuguesa. Nessa altura, houve um encontro entre antigos alunos e foi sugerida a criação de uma associação que os pudesse representar”, afirmou Bruno Nunes, membro do movimento recém-criado.

“Depois de tomada a decisão, partiu-se para a concretização da ideia e os elementos presentes começaram a preparar a documentação e a recolher os dados sobre o número de ex-alunos da Universidade Católica que estão em Macau”, explicou.

Segundo a informação disponibilizada por Bruno Nunes, nesta altura, o levantamento feito aponta para 120 ex-alunos. No entanto, a lista de potenciais candidatos ainda não está concluída e a associação está aberta a contactos de ex-alunos da instituição.

Quanto aos objectivos da nova associação, Rui Nunes explicou que o essencial passa por agregar todos os ex-alunos da universidade e fazer a ligação com as entidades do Governo da RAEM.

“Neste momento, há muitos alunos de Macau que frequentam cursos da Universidade Católica. Com esta associação também queremos promover a imagem da universidade junto da comunidade educativa. Queremos que saibam na altura de escolher o local onde vão prosseguir os estudos que existe esta alternativa”, clarificou.

 

Formação de locais

Em relação a perspectivas futuras, Bruno Nunes admite que gostava de ver a Universidade Católica assumir um papel importante na formação dos quadros locais, nomeadamente através do envio de estudantes para Portugal: “seria interessante a vinda de professores de Portugal para Macau para leccionarem em sistema de intercâmbio. Para mim, as actividades da associação deveriam focar sempre a formação”, apontou.

Para o membro da associação, uma das vertentes que poderia beneficiar Macau ao nível de cooperação com a Universidade Católica era na área da gestão: “é considerada uma das melhores do mundo neste sector”, justificou.

Para este sábado está agendada uma Assembleia Geral, às 15h no Auditório da Universidade de São José, na qual vão ser eleitos os órgãos sociais da associação. Segundo a informação da associação, vai estar presente a Reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Maria de Oliveira Capeloa Gil, que é igualmente Presidente Honorária da Assembleia Geral.

 

24 Abr 2018

Idosos | Programa de avaliação de saúde vai ser lançado até ao fim do mês

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s Serviços de Saúde anunciaram ontem que vão lançar, até ao final do mês, um programa de avaliação de saúde dos idosos. A iniciativa destina-se aos residentes com idade igual ou superior a 65 anos que não possuam registo de consulta externa no último ano.

A adesão é voluntária e gratuita, podendo a marcação ser efectuada nos centros de saúde. O programa tem como objectivo ajudar os idosos a compreender os factores que influenciam física e psicologicamente a sua saúde. Segundo um comunicado, divulgado ontem pelos Serviços de Saúde, a avaliação vai permitir antecipar e detectar potenciais riscos para a saúde, possibilitando diagnósticos e tratamentos precoces.

O programa prevê a realização de uma série de exames, incluindo análises ao sangue e à urina, medição da pressão arterial ou do índice de massa corporal, bem como radiografias ao tórax e um ‘check up’ dentário, entre outros. De acordo com o resultado clínico da avaliação de saúde, os idosos serão então encaminhados para os respectivos serviços, indicaram os Serviços de Saúde no mesmo comunicado.

24 Abr 2018

Justiça | Ex-chefe do Departamento da Capitania dos Portos condenado

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Tribunal Judicial de Base deu como provado que o ex-chefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos, Ip Va Hong, cometeu um crime de corrupção passiva para acto ilícito e um crime de abuso de poder. Foi condenado com uma pena de dois anos e seis meses.

O ex-chefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos, Ip Va Hong, foi condenado com uma pena efectiva de dois anos e seis meses, devido à prática de um crime de corrupção passiva para acto ilícito e por um crime de abuso de poder. A decisão foi proferida ontem à tarde, no Tribunal Judicial de Base, e foca actos praticados por Ip Va Hong durante o desempenho das suas funções, entre 2012 e 2015.

“Muitas vezes, na qualidade de chefe do departamento exigiu benefícios para que fizesse tarefas que faziam parte das suas obrigações. Também no desempenhar dos serviços relacionados com o terminal [marítimo da Taipa] causou prejuízos à RAEM”, afirmou a juíza Ka Cheng Ha, durante a leitura da sentença.

“Consideramos que exigiu a terceiros benefícios e que alterou documentos para que a companhia [Cotai Chu Kong] vencesse concursos públicos. Fez com que a Capitania dos Portos tivesse confiança naquela companhia e continuasse a escolhê-la nos concursos”, ficou referido na sentença.

Em tribunal ficou ainda provado que Ip Va Hong ajudou uma empresa a conseguir um contrato de prestação de serviços no terminal marítimo, mesmo quando as regras exigiam que nenhuma parte dos serviços prestados pudesse ser subadjudicada. Segundo o tribunal, Ip foi fundamental para que a empresa ganhasse o concurso, apesar de subadjudicar serviços de segurança.

Em relação ao crime de abuso de poder, Ip foi considerado culpado por ter tido a intenção de pedir à STDM a reserva de alguns espaços no terminal marítimo, como lojas ou farmácias, para arrendar a uma amiga. O arrendamento nunca foi feito, mas o ex-chefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos foi considerado culpado. “As lojas não foram arrendadas mas o abuso de poder é um crime de dolo. Logo, havendo a intenção, existe o crime”, justificou Ka Cheng Ha, que é casada com o deputado e advogado Chan Wa Keong.

Pela prática do crime de corrupção passiva para acto ilício, Ip Va Hong foi condenado a dois anos e três meses, pelo crime de abuso de poder a nove meses, o que dá um cúmulo jurídico de dois anos e seis meses.

A juíza condenou o ex-chefe com uma pena efectiva, mas como a defesa de Ip decidiu recorrer da sentença, o arguido vai ficar em liberdade até haver uma decisão do Tribunal de Segunda Instância.

 

Mais condenações

Os outros dois arguidos do processo foram igualmente condenados. Li Mianxiong, de 52 anos, foi condenado com a pena de um ano, pela prática de um crime de corrupção activa. “Ofereceu bilhetes de barco, refeições, entre outros, ao primeiro arguido [Ip] para que fosse ajudado a alterar documentos e pudesse obter contratos”, justificou a juíza. Neste caso, também foi uma condenação com pena efectiva, mas o arguido encontra-se em parte incerta.

Já o terceiro arguido, Yang Xing, de 25 anos, foi condenado por um crime de falso testemunho com uma pena de nove meses de prisão, suspensa durante 18 meses. Em causa esteve o facto de Yang ter negado conhecer Ip Va Hong, quando foi chamado a prestar declarações no Comissariado Contra a Corrupção. Apesar de ter sido advertido pelas autoridades, Yang Xing, que é irmão da mãe de um dos filhos de Ip Va Hong, negou sempre conhecer o ex-funcionário público. Também Yang se encontra em parte incerta.

 

24 Abr 2018

Criptomoedas |PJ detém residente de Macau por suspeita de falsas informações

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]  Polícia Judiciária anunciou na sexta-feira a detenção de um residente por alegado envolvimento na prestação de informações falsas para atrair subscritores para uma criptomoeda supostamente concebida para ser usada em transacções em casinos, escreve o GGRAsia. A empresa denominada de Lantai Digital Application Technology confirmou, posteriormente, sob a forma de um pedido de desculpas no seu ‘site’, ter lançado um evento para a subscrição na cidade na terça-feira. A PJ ficou a saber pelas notícias que, aquando do lançamento, a empresa afirmara que os ‘tokens’ digitais podiam ser trocados por fichas de jogo e usados em todo o mundo, bem como no jogo ‘online’. A empresa também indicou ter uma relação de cooperação com promotores de jogo VIP. “Não descobrimos nenhum ‘junket’ de Macau que tenha trabalhado com esta empresa relativamente ao desenvolvimento da sua criptomoeda. Acreditamos haver pessoas a usar falsas informações para atrair o público a subscrever”, indicou a porta-voz da PJ, citada pelo mesmo portal, adiantando que a polícia procura ainda pelo menos dez outras pessoas, a maioria das quais supostamente da China.

Economia |Taxa de inflação atingiu 1,62 por cento em Março

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] taxa de inflação atingiu 1,62 por cento nos 12 meses terminados em Março em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os maiores aumentos do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foram registados nos índices de preços das secções da educação (+5,53 por cento) e da saúde (+4,76 por cento). Só em Março, o IPC geral, que permite conhecer a influência da variação de preços na generalidade das famílias de Macau, subiu 2,66 por cento em termos anuais – um crescimento inferior ao de Fevereiro (3,12 por cento). No primeiro trimestre, o IPC geral cresceu 2,51 por cento em termos anuais homólogos. Macau fechou 2017 com uma inflação de 1,23 por cento, a mais baixa taxa desde 2009.

Urbanismo | DSSOPT considera limitar altura de edifícios nos lagos Nam Van

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) considera que a limitação de altura dos edifícios nas zonas C e D do Lago Nam Van é uma medida a ter em conta. A informação foi deixada em resposta à interpelação escrita do deputado Ng Kuok Cheong, que se mostrava preocupado com o bloqueio dos corredores visuais em Macau. De acordo com a resposta da DSSOPT, a limitação de altura dos edifícios daquela zona vai permitir ter uma vista ampla da Colina da Pena a partir das zonas B, C e D dos novos aterros e da zona costeira norte da Ilha da Taipa.

23 Abr 2018

Macau contesta relatório “irresponsável” do Departamento de Estado norte-americano

Restrições às liberdade de imprensa e académica, a incapacidade dos residentes mudarem o seu Governo e o tráfico humano figuram como os principais problemas apontados pelos Estados Unidos a Macau no domínio dos direitos humanos. A RAEM rejeita os “irresponsáveis comentários” de Washington

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Departamento de Estado norte-americano publicou, na sexta-feira, o mais recente relatório sobre os direitos humanos no mundo, apontando a Macau as restrições à liberdade de imprensa e académica, as limitações na capacidade dos cidadãos mudarem o seu Governo e o tráfico humano como as “principais questões” de direitos humanos no ano passado. O Executivo de Fernando Chui Sai On contesta o teor do documento.

O relatório “tece comentários irresponsáveis sobre a RAEM, o qual representa um assunto interno da China”, pelo que o Executivo “manifesta a sua forte oposição”, diz um comunicado divulgado pelo Gabinete do Porta-voz. “Os amplos direitos e liberdades, gozados pela população da RAEM, são plenamente garantidos, nos termos da Constituição e da Lei Básica”, refere a mesma nota oficial, sublinhando que “trata-se de uma realidade testemunhada por todas as pessoas sem preconceitos”.

Washington tem, no entanto, uma perspectiva diferente, sustentando que, apesar das liberdades de expressão, incluindo a de imprensa, estarem consagradas na lei, “o Governo procurou ocasionalmente restringir esses direitos”.

 

A autocensura

A prática de autocensura pelos ‘media’ volta a estar em foco, com o Departamento de Estado norte-americano a apontar que tal sucede, “em parte, porque o Governo subsidia fortemente os principais jornais que, em assuntos politicamente sensíveis, tendem a seguir de perto a política do Governo da República Popular da China”. Neste âmbito, Washington recorda que a Associação dos Jornalistas de Macau declarou que pelo menos cinco editores de órgãos de comunicação locais receberam mensagens dos seus superiores instruindo-os a fazer uma cobertura noticiosa “mais positiva” sobre o tufão Hato, menos focada na responsabilidade do Governo, especialmente dos titulares de altos cargos. Outro dos pontos de destaque é a nota de protesto da Associação de Imprensa Portuguesa e Inglesa de Macau relativamente ao pedido da Comissão de Assuntos Eleitorais para que um jornal (o semanário Plataforma) removesse uma entrevista publicada com um candidato à Assembleia Legislativa do seu ‘site’.

“Os ‘media’ locais expressaram uma ampla gama de pontos de vista, mas o Governo deu passos para restringir uma cobertura noticiosa desfavorável”, sintetizou o Departamento de Estado norte-americano. Washington faz referência ao caso de quatro jornalistas de Hong Kong que foram proibidos de entrar em Macau para fazer a cobertura do pós-tufão, citando ainda o relatório da Federação Internacional de Jornalistas que condenou a decisão do Governo de interditar a entrada a 15 jornalistas de Hong Kong, dos quais alguns pretendiam cobrir as eleições para a Assembleia Legislativa em Setembro. Também é referida a detenção de duas pessoas por terem alegadamente disseminado informações falsas durante a passagem do tufão Hato.

Em paralelo, o documento sinaliza que académicos têm reportado autocensura e que, “muitas vezes, foram impedidos de estudar ou falar sobre tópicos controversos relacionados com a China”, mencionando relatos anteriores de que foram advertidos a não se pronunciarem em eventos politicamente sensíveis ou em nome de determinadas organizações políticas.

No plano da liberdade de reunião e de associação, o Departamento de Estado diz que, regra geral, o Governo respeita estes direitos, embora note “esforços para desencorajar a participação em manifestações pacíficas”. “Activistas alegam que as autoridades estão a fazer um esforço concertado para usar tanto a intimidação como processos-crime”, refere o documento, mencionando o caso de Sulu Sou, cujo mandato de deputado foi suspenso após ter sido acusado de desobediência qualificada durante um protesto pacífico contra o Chefe do Executivo. Sobre a liberdade de movimentos, o Departamento de Estado lembra que vários políticos e activistas de Hong Kong foram proibidos de entrar sob o argumento de que representavam uma ameaça à segurança interna.

O Departamento de Estado refere ainda as limitações à participação política, face à ausência de sufrágio universal na escolha do líder do Governo, que é eleito por um colégio composto por 400 membros. Já no que diz respeito às eleições para a Assembleia Legislativa, realizadas em Setembro, Washington observa que, em termos gerais, foram “livres e justas”, embora notando que “as rigorosas regras relativas à campanha limitaram a capacidade de novos candidatos se apresentarem à corrida”. Sobre a participação política, volta a recuperar o caso de Sulu Sou, sublinhando que críticos do Governo alegam que a acusação e suspensão do mandato do jovem deputado foram “politicamente motivadas”.

 

Crianças e migrantes vulneráveis

Washington aponta ainda que “as crianças e os migrantes são vulneráveis à prostituição e ao trabalho forçado” e que, embora “o Governo tenha investigado casos, não houve qualquer condenação” no ano passado. Segundo o relatório, entre Julho de 2016 e Junho de 2017, os inspectores da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) descobriram dois casos de violação à lei que proíbe o trabalho infantil que resultaram em multas de 40 mil patacas. Já sobre os trabalhadores não residentes, Washington reitera serem frequentes as queixas de discriminação no local de trabalho e ao nível dos vencimentos.

No capítulo dos direitos dos trabalhadores, o destaque vai para as desigualdades salariais entre homens e mulheres, com o Departamento de Estado a assinalar que continuam a existir, embora o fosso tenha diminuído de 2500 patacas em 2011 para 1700 patacas em 2016.

No tocante ao tráfico humano, o Departamento de Estado remete para o seu relatório especialmente dedicado ao tema, que teve a mais recente edição em Junho, em que Macau caiu para a lista de vigilância.

Apesar das críticas, o documento saúda a atitude do Governo relativamente a investigações por parte de organizações locais ou internacionais, sustentando que “operam sem restrições”, “investigando e publicando as suas descobertas relativamente a casos de direitos humanos” e que, “na maioria das vezes, as autoridades cooperam e reagem de forma apropriada às suas opiniões”.

23 Abr 2018

Português rouba táxi em Hong Kong, tem acidente e acaba detido

Um cidadão de Portugal, acompanhado por um amigo sul-africano, está envolvido num roubo de táxi, após uma noite na zona de Lan Kwai Fong. Os dois estavam alcoolizados e o incidente ocorreu depois de verificarem que não tinham dinheiro para pagar ao taxista

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]a noite de 17 de Março, um cidadão português, de 28 anos, e um colega de trabalho sul-africano, de 26 anos, foram beber uns copos para a zona de Lan Kwai Fong e acabaram detidos depois de uma noite digna de filme. Segundo a notícia veiculada pela publicação Asia Times, os dois amigos acabaram bêbedos dentro de um táxi, sem que tivessem dinheiro para pagar os 100 dólares de Hong Kong que constavam no taxímetro.

Depois de explicarem a situação ao condutor, foram levados a uma caixa de multibanco para levantar o dinheiro em falta. Aí, o português saiu do carro e como não voltou em cinco minutos, o taxista foi à sua procura. Por sua vez, o sul-africano aparentava estar a dormir no carro.

Contudo, depois de o motorista ter saído do táxi, o sul-africano pegou no volante do carro, arrancou e parou para apanhar o amigo português. Os dois fugiram depois na viatura, até que sofreram um acidente em Morrison Street. Como nessa altura, o taxista roubado já tinha dado o alerta para as autoridades, os dois acabaram detidos em Connaught Road West.

No local, o sul-africano fez o teste ao álcool, que acusou um valor acima do permitido. Por esta razão, vai ter de responder pelas infracções de condução sob o efeito do álcool, roubo de veículo, recusa de pagamento e fuga, e, ainda por não ter parado após o acidente. Já o português é acusado de ser cúmplice no roubo de veículo e da prática de recusa de pagamento e fuga.

Julgamento a 29 de Maio

Segundo o jornal Observador, que cita fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o cidadão português é natural da Póvoa do Varzim. Ao HM, o Cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, explicou que o processo está a ser acompanhado desde o início.

“O caso foi registado a 17 de Março e desde essa altura que o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong tem estado a acompanhar a situação ao pormenor. Houve logo uma primeira visita ao cidadão português, depois foi acompanhada a audiência de julgamento, a 16 de Abril, e haverá também presença do pessoal do consulado no julgamento, que está marcado para 29 de Maio”, afirmou Vítor Sereno, ao HM.

Ainda de acordo com o Observador, que cita o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, também em Portugal foi estabelecido o contacto com a família do cidadão detido.

23 Abr 2018

Mais de 500 casos de uso indevido de subsídios para aquisição de produtos ecológicos

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]esde que foi criado, em 2011, o Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética, que atribui apoios financeiros para a aquisição ou substituição de produtos e equipamentos, descobriu mais de 500 casos de utilização indevida das verbas atribuídas. Os dados foram facultados pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) em resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang.

Após a descoberta dos casos de uso do montante concedido “para fins diferentes dos fixados”, o Fundo “procedeu, nos termos legais, ao cancelamento, total ou parcial, das respectivas concessões do apoio financeiro e exigiu a restituição”, indicou o director da DSAP, Raymond Tam. O responsável não facultou, contudo, mais pormenores, como os valores envolvidos.

Segundo dados apresentados por Ho Ion Sang, desde que o Fundo foi criado, até Junho do ano passado, o montante total concedido foi na ordem de 400 milhões de patacas, tendo beneficiado 4900 empresas e/ou associações. O apoio financeiro a conceder por cada pedido tinha um limite de 500 mil patacas. O prazo para a apresentação de candidaturas terminou a 31 de Dezembro de 2015, tendo o Governo optado por não o prolongar.

O apoio financeiro destinava-se principalmente a subsidiar os projectos cujas despesas decorrem da aquisição ou substituição de produtos e equipamentos que possam contribuir para a melhoria da qualidade do ambiente, o reforço da eficiência energética ou a poupança de água, excluindo os encargos suportados com obras de instalação, de manutenção ou de reparação.

20 Abr 2018

Combustíveis voltam a aparecer na Praia de Hác Sá

A Praia de Hác Sá voltou ontem a ser invadida por combustíveis. Ontem, ao final da tarde, o areal já tinha sido limpo, porém, esta é a segunda vez que um incidente do género acontece no espaço de dois meses

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Praia de Hác Sá voltou a ser invadida por combustíveis durante o dia de ontem, de acordo com a informação da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). O incidente ocorreu durante a tarde de ontem e a origem do combustível ainda não é conhecida.

“Houve combustível a aparecer novamente na Praia de Hác Sá. O combustível foi avistado à tarde na praia”, disse um porta-voz da DSAMA, ao HM. “Enviámos alguns navios para navegarem à volta da praia e tentarem encontrar a origem do combustível, mas até ao momento ainda não conseguimos detectar qual foi a fonte”, acrescentou.

Logo ontem, a empresa Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) foi chamada ao local para proceder à limpeza, e as operações ficaram concluídas antes do final da tarde.

No entanto, durante o dia de hoje, a DSAMA vai continuar a acompanhar o caso do derrame de combustíveis: “Vamos continuar a acompanhar a situação amanhã [hoje] de manhã. E como parte das operações de limpeza a CSR foi chamada ao local imediatamente”, explicou a fonte da DSAMA.

Apesar do incidente, o Governo considera seguro que as pessoas se desloquem à praia, desde que não se aproximem da zona onde chega a água na altura de maré alta: “As pessoas podem ir à praia. Podem estar no areal. A situação apenas se registou na zona que é coberta pela água. O combustível esteve limitado a essa zona. As pessoas podem ir normalmente à praia, mas precisam de ter cuidado nessas áreas. É aconselhável que não vão a essa zona até haver mais instruções”, foi clarificado.

 

Caso repetido

Esta não é a primeira vez que a Praia de Hác Sá é afectada por incidentes do género este ano. Já em meados do mês passado, um pai se tinha queixado da existência de combustíveis na praia. Na altura, o homem partilhou nas redes sociais fotografias dos pés do filho, que ficaram negros quando brincava na areia.

Na altura, o caso não se limitou à Praia de Hác Sá e as autoridades revelaram que também na praia de Cheoc Van tinham sido encontrados resíduos combustíveis. Em consequência do sucedido, foram colocados avisos nas praias para que os residentes e turistas não fosse às zonas afectadas.

No entanto, o surgimento de combustíveis na praia acontece numa fase em que se está perto de iniciar a época balnear.

20 Abr 2018

Universidades discutem ensino do português no Interior

O Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa realiza hoje um encontro com a participação de 31 universidades do Continente, com o objectivo de discutir problemas e ouvir sugestões para melhorar o ensino do português

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s alunos que forem aprovados em todos os cursos de formação contínua em língua portuguesa do Instituto Politécnico de Macau vão ter uma certificação da instituição e do Instituto Camões. Esta é uma proposta que está em cima da mesa e que vai ser discutida, ao longo do dia de hoje, numa reunião entre o Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa (CPCLP) do IPM e 31 universidades do Interior da China, onde se ensina a língua portuguesa.

“Uma das ideias que vai ser discutida passa pelo facto dos cursos de formação contínua passarem, quando todos somados, a atribuir uma certificação do Instituto Politécnico e do Instituto Camões”, disse Carlos André, director do CPCLP, ao HM. “Esta proposta tem como grande vantagem para quem completa os cursos uma certificação pela entidade portuguesa que gere o ensino da língua no estrangeiro. Será a grande novidade da reunião”, explicou.

Segundo os moldes actuais da formação contínua de português do IPM, há um conjunto de 12 módulos, dois quais 9 são de formação obrigatória. No entanto, caso optem, os alunos podem completar mais três módulos, opcionais. Será depois de completarem os diferentes módulos que terão acesso à certificação. No total, as formações englobam, 360 horas de aulas.

O encontro que vai decorrer ao longo de todo o dia de hoje tem como objectivo discutir os problemas que as diferentes instituições que ensinam português no Interior da China atravessam. Segundo Carlos André, existem actualmente 38 instituições a ensinar português no Interior da China, das quais 31 vão estar presentes. Um número visto como muito satisfatório.

“Este encontro pode ser muito proveitoso para fazermos um balanço do trabalho feito, sendo que ao mesmo tempo que permite um olhar retrospectivo, também esperamos que permita um olhar prospectivo. Temos de saber até que ponto o que fazemos corresponde às expectativas das instituições no Interior da China”, considerou o director do CPCLP.

 

Participação positiva

“Considerei que seria muito importante juntar todas as instituições. A primeira coisa que me surpreende nesta reunião é o número de participantes. Vêm cá 31 instituições, mas posso dizer que segundo os levantamentos que fiz até agora, são 38 as instituições que têm português no Interior da China”, reconheceu o director.

“Das sete instituições que ficaram de fora, quase todas só começaram a ensinar português de uma forma incipiente. Estão a dar os primeiros passos. Por isso também não fazia muito sentido começarem a discutir problemas que ainda não enfrentam”, clarificou.

Em relação ao dia de discussões, Carlos André deixou o desejo de que as conversações resultem em várias sugestões, que depois poderão ser adoptadas. O encontro é organizado pelo IPM, com o apoio do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior.

20 Abr 2018

Marcelo Rebelo de Sousa destaca papel da EPM

Numa mensagem enviada à Escola Portuguesa de Macau (EPM), o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicita a instituição de ensino pelo vigésimo aniversário de “uma vida dedicada à educação e ao ensino”.

Na missiva, o Presidente da República destaca que, ao longo dos 20 anos, o espaço de ensino tem “contribuído decisivamente para a difusão da língua e cultura portuguesas, sublinhando a importância dos valores do humanismo, em particular o respeito pela diferença e pelo próximo”, de acordo com informação veiculada pela Rádio Macau.

Sublinhando que a EPM “é hoje uma das instituições mais respeitadas pelas comunidades residentes de Macau”, o Marcelo Rebelo de Sousa realça o contributo da instituição de ensino para o papel pioneiro de Portugal “no estabelecimento de pontes e plataformas de comunicação entre o ocidente e o oriente”.

19 Abr 2018

Subiu o número de dias com qualidade do ar insalubre em 2017

Dados oficiais divulgados ontem indicam que, no ano passado, houve um aumento do número de dias com qualidade do ar considerada “insalubre”

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s estações de monitorização de Macau registaram, ao longo do ano passado, aumentos do número de dias com qualidade do ar considerada “insalubre”, face a 2016. A Taipa foi a mais atingida: registando 28 dias “insalubres”, a somar a um “muito insalubre”, ocorrido no mês de Setembro, revelam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

O índice da qualidade do ar baseia-se na concentração de poluentes do ar (como partículas inaláveis em suspensão, dióxido de enxofre, dióxido de azoto, monóxido de carbono e ozono), medindo-se através dos valores observados durante 24 horas nas estações de observação (actualmente existem seis, das quais uma funciona apenas desde Agosto). Este indicador é composto por um total de seis níveis – do bom (0-50) ao muito perigoso (401-500), sendo que, quanto mais elevado for, maior é a poluição atmosférica.

Em contrapartida, na Rua do Campo – um dos ‘pontos negros’ da cidade devido ao intenso tráfego e falta de circulação de ar – houve mais sete dias com qualidade do ar “bom” e mais 28 na estação de alta densidade da zona norte, de acordo com as Estatísticas do Ambiente referentes ao ano passado.

Durante dois dias foi detectado excesso de partículas inaláveis em suspensão (PM10) em Ká-Hó, contra zero em 2016. Já as estações da Rua do Campo, a da alta densidade habitacional da zona norte e da Taipa registaram um dia cada, à semelhança do ano anterior. No caso das partículas finas em suspensão (PM2.5) houve uma diminuição em toda a linha. A estação de Coloane (no parque industrial da Concórdia) sinalizou o maior número de dias com níveis acima dos valores normais (foram cinco, contra sete no ano anterior). Já o fenómeno da chuva ácida verificou-se durante 66 dias, um número idêntico a 2016.

A fechar o capítulo do ar, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) recebeu 562 reclamações relativas à poluição atmosférica – mais 73 em termos anuais. Quatro em cada dez denúncias estavam relacionadas com o fumo e os cheiros provenientes de espaços de restauração.

 

Agosto mais quente desde 1930

No que diz respeito ao clima, em 2017 verificou-se uma temperatura média de 23 graus centígrados, o que representou um ligeiro aumento de 0,4 ºC. Com efeito, em Agosto, mês em que Macau foi atingido pelo Hato, o termómetro chegou a marcar 38 ºC – a temperatura mais elevada registada naquele mês desde 1930. Já Dezembro registou a temperatura mínima (7,1 ºC ou mais 5,5 ºC, em termos anuais).

Segundo os mesmos dados, choveu menos do que no ano anterior – foram 142 dias ou menos 19 do que em 2016 –, com Setembro a figurar como o mês com maiores níveis de precipitação. Em sentido inverso, aumentaram as horas de insolação, com Agosto a assinalar o período mais longo (217,7 horas).

O ano que volveu ficou ainda marcado por oito tempestades tropicais, incluindo o Hato, que obrigou ao içar do sinal número 10, o que não sucedia desde 1999.

 

Lixo a aumentar

Os dados revelados ontem dão ainda conta de que a Central de Incineração de Resíduos Sólidos tratou 510702 toneladas de lixo, ou seja, mais 1,6 por cento em termos anuais. O volume de resíduos especiais e perigosos também cresceu 11,5 por cento para 3751 toneladas. Em contrapartida, foram transportados para aterro 2933.000 metros cúbicos de resíduos de materiais de construção – menos 7,3 por cento face a 2016.

Ao longo do ano passado, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e a DSPA recolheram 278,9 toneladas de resíduos de materiais plásticos – mais 12,1 por cento em termos anuais. Em sentido inverso, diminuiu a quantidade recolhida de papel (2571 toneladas ou menos 11,1 por cento) e metal (153,4 toneladas ou menos 18,6 por cento). Queda maior verificou-se na quantidade de vidro recolhida, que caiu 25,6 por cento para 491,5 toneladas. O decréscimo pode ser explicado, pelo menos parcialmente, com o facto de ter sido suspenso, em Outubro, o plano de reciclagem de garrafas de vidro. Em paralelo, no primeiro ano completo de implementação do plano de recolha de baterias e pilhas, lançado pela DSPA em Dezembro de 2016, foram recolhidas 6,5 toneladas.

Em alta esteve também o consumo de água que atingiu 88436.000 metros cúbicos, ou seja, mais dois por cento face a 2016, com aumentos em todas as frentes, ou seja, desde o consumo doméstico, ao comercial e industrial, até ao dos organismos públicos. Já os resíduos líquidos processados nas cinco Estações de Tratamento de Águas Residenciais diminuíram 8,1 por cento, de acordo com os mesmos dados.

A área de solos de Macau era de 30,8 quilómetros quadrados em 2017, mais 0,3 do que em 2016. A densidade populacional também diminuiu em termos anuais, passando de 21400 para 21300 pessoas por quilómetro quadrado.

19 Abr 2018

Hainão dá isenção por um mês a portugueses

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] ilha de Hainão vai autorizar estadas turísticas até um mês sem necessidade de visto para cidadãos oriundos de 59 países, incluindo Portugal e Brasil, informaram ontem as autoridades chinesas.

A medida entra em vigor no próximo mês e converte Hainão na província chinesa mais aberta ao turismo estrangeiro, a par das regiões especiais administrativas de Macau e de Hong Kong.

Até agora, Hainão dava isenção de visto, para estadas de entre 15 e 21 dias, a turistas oriundos de 26 países, mas apenas para viagens em grupo. Os novos regulamentos excluem a última regra.

Cidadãos de Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, França ou Rússia são também beneficiados pela normativa.

O anúncio surge uma semana depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, visitar Hainão, onde participou no Fórum Económico Boao.

O Governo chinês anunciou ainda planos para converter a ilha numa ampla zona de livre comércio, que acolherá sedes de grandes empresas estrangeiras.

Hainão, que até há poucas décadas vivia da pesca e agricultura, converteu-se nos últimos anos num dos principais destinos turísticos do país.

Pequim e Xangai têm já políticas de isenção de visto, mas por um período máximo de 72 horas.

19 Abr 2018

FMI prevê crescimento de 7 por cento em Macau

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipou que o crescimento da economia de Macau será de 7 por cento este ano e 6,1 por cento em 2019, numa redução do ritmo de crescimento relativamente aos 9,3 por cento em 2017.

De acordo com o relatório Previsões Económicas Mundiais (‘World Economic Outlook’, em inglês), divulgado na sede da instituição, em Washington, a estimativa para o crescimento da economia de Macau em 2023 é de 4,3 por cento.

O FMI previu ainda uma subida dos preços de 2,2 por cento em 2018 e 2,4 por cento no ano seguinte. Em 2017, o índice dos preços no consumidor teve uma variação de 1,2 por cento.

Já a taxa de desemprego não deverá sofrer qualquer alteração em relação aos 2 por cento registados no ano passado.

No relatório Previsões Económicas Mundiais, a instituição internacional antecipou que o crescimento do Produto Interno Bruto da região asiática será de 5,6 por cento este ano e no próximo, face aos 5,7 por cento em 2017.

O FMI espera que a economia mundial cresça 3,9 por cento este ano, melhorando uma décima face ao crescimento de 2017, ano que registou o maior crescimento desde 2011.

“O crescimento mundial fortaleceu-se em 2017 para 3,8 por cento, com uma recuperação notável do comércio mundial, e foi liderado pela recuperação do investimento nas economias avançadas, pela manutenção do crescimento forte na Ásia, uma notável aceleração na Europa emergente, e sinais de recuperação em vários exportadores de matérias-primas”, de acordo com as Previsões divulgadas na terça-feira.

19 Abr 2018