Sofia Margarida Mota SociedadeTaxista condenado a pagar 70 mil patacas por agressão a passageira [dropcap]S[/dropcap]etenta mil patacas é o valor que um taxista vai ter que pagar de indemnização por ter agredido uma passageira que recusou pagar uma tarifa excessiva. A sentença foi dada pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI) e o caso que remonta a 2016 quando a vítima e o taxista entraram em discussão por estar a ser pedido um valor acima da tarifa normal. De acordo com o acórdão do TSI, a passageira “quis pedir ajuda, por telefone, à polícia e o réu saiu do táxi, entrou para o banco traseiro e deu, com o punho direito, três socos fortes e consecutivos no rosto esquerdo” da passageira. A agressão resultou numa equimose na orelha, “inchaços e escoriações”. Depois da agressão, a vítima dirigiu-se ao Centro Hospitalar Conde de S. Januário para receber tratamento. No processo penal que correu no Tribunal Judicial de Base (TJB), o taxista foi condenado pela prática de um crime de ofensa simples à integridade física a uma pena de multa 12 mil patacas. A vítima, independentemente do processo penal, intentou também uma acção de indemnização cível no TJB que decidiu fixar o montante dessa indemnização, por danos não patrimoniais, em 25 mil patacas. Inconformada, a passageira interpôs recurso para o TSI, entendendo que o réu deveria ser condenado ao pagamento de 100 mil patacas de indemnização, “pelos danos morais sofridos”. Notícia alterada às 15h30, com a data da ocorrência ser corrigida de 2006 para 2016.
Juana Ng Cen SociedadePedofilia | Lam Lon Wai quer penas de acordo com idade das vítimas Lam Lon Wai considera que a idade das vítimas devia ter relação directa com as penas aplicadas neste tipo de crimes sexuais. Foi desta forma que o deputado dos Operários comentou os dois casos relevados na segunda-feira, cujos arguidos ficaram em prisão preventiva [dropcap]O[/dropcap] deputado Lam Lon Wai considera que as penas para crimes sexuais com crianças devem estar relacionadas com as idades das vítimas. Foi esta a ideia defendida pelo membro da Assembleia Legislativa ao jornal Ou Mun, na edição de quarta-feira. Segundo as ideias defendidas pelo legislador, que é também professor, as leis actuais deviam ser alteradas para adaptar penas e punir de forma distinta os criminosos de acordo com as diferentes idades das vítimas. Lam afirmou também que deviam ser criadas directrizes para apressar os processos de investigação. Segundo o código penal, o crime de violação de menores de 16 anos é punido com uma pena de prisão que pode chegar aos 16 anos. Já o abuso sexual de criança é punido com uma pena de 1 a 8 anos de prisão. Se houver agravantes pode chegar aos 13 anos e 4 meses. As declarações de Lam foram proferidas no contexto dos alegados casos de violação de menores e abuso sexual de menores, que envolvem duas vítimas de seis anos e que foram revelados pela Polícia Judiciária (PJ) na segunda-feira. Sobre estes incidentes, o deputado eleito pela via indirecta disse condená-los veemente e sublinhou que ambas as vítimas não tinham qualquer capacidade para resistirem aos ataques. Por outro lado, o professor frisou que as escolas têm a responsabilidade de realizar actividades e cursos de educação sexual para crianças, assim como promover acções de prevenção destinadas aos encarregados de educação. Suspeitos em preventiva Em relação aos casos comentados pelo deputado ligado aos Operários, o Ministério Público (MP) emitiu ontem um comunicado a revelar as medidas de coacção. No primeiro caso, que envolve um trabalhador de limpeza de um edifício, foi aplicada como medida de coacção a prisão preventiva. O trabalhador não-residente terá alegadamente violada uma criança de seis anos, quando esta pediu para utilizar a casa-de-banho comum do prédio onde o alegado violador trabalhava. Por isso, está indiciado pela prática do crime de violação de menor de forma agravada, que é punida com uma pena máxima de 16 anos. O segundo caso envolve um pai que terá abusado sexualmente da filha, enquanto a mãe estava a trabalhar. Depois da ocorrência, o homem fugiu para o Interior da China, mas terá sido detido quando reentrou em Macau. O homem é suspeito de ter cometido o crime de abuso sexual de criança, de forma agravada por ser pai, o que poderá levar a que seja castigado com uma pena máxima de 13 anos e 4 meses. Segundo o comunicado do MP, na aplicação da medida de coacção de prisão preventiva, o Juiz de Instrução Criminal teve em conta “a gravidade dos actos praticados e a sua natureza perversa”. Por outro lado, pesou igualmente para a decisão “o perigo de perturbação do decurso do processo e o perigo de fuga para fora de Macau”. No comunicado emitido ontem, o organismo liderado por Ip Son Sang garantiu ainda que “presta uma atenção reforçada a este tipo de crimes e tratá-lo-á com seriedade”, devido aos “efeitos negativos graves” que têm para o desenvolvimento físico e mental e da personalidade dos menores.
Hoje Macau SociedadeAeroporto de Macau cancela 100 voos devido a greve de companhia aérea de Taiwan [dropcap]O[/dropcap] Aeroporto Internacional de Macau anunciou o cancelamento de 100 voos entre hoje e 17 de Julho devido à greve dos tripulantes de cabine da companhia de Taiwan Eva Air. Os voos em causa dizem respeito a ligações para as cidades taiwanesas de Taipé (capital), Taichung e Kaohsiung, segundo informação que consta no ‘site’ do aeroporto. A greve dura desde 20 de Junho e é já a mais longa da história de Taiwan. Os 2.300 trabalhadores que aderiram à greve reivindicam melhores salários e condições laborais, além de envolvimento na gestão da empresa.
Hoje Macau SociedadeÓbito | Universidade de Macau recorda trabalho do historiador António Hespanha [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) emitiu hoje uma nota pelo falecimento do historiado António Hespanha esta segunda-feira, em Lisboa, aos 74 anos de idade, vítima de cancro. Hespanha foi coordenador científico da área de ciências jurídico-históricas e filosóficas do Curso de Direito e da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, tendo mantido “estreita cooperação” com a Faculdade de Direito da Universidade de Macau, entre 1990 e 2000, onde desenvolveu “actividades lectivas e de investigação de relevo, dando também especial atenção aos temas da formação jurídica”, aponta a UM. O comunicado destaca o facto de António Hespanha ter publicado “várias obras e artigos de relevo com especial interesse para Macau”, tal como a obra Panorama da História Institucional e Jurídica de Macau, edição da Fundação Macau, em 1995, traduzido para chinês e publicado numa edição da mesma Fundação Macau. O autor publicou ainda inúmeros artigos, como “O Direito e a Justiça num Contexto de Pluralismo Cultural”, “Linhas de força da cultura chinesa contemporânea” e “Direito e poder na cultura chinesa” na Revista Administração, uma publicação dos Serviços de Administração e Função Pública. Hespanha lançou ainda, no rescaldo da transferência de soberania do território, o livro “Feelings of Justice in the Chinese Community of Macao, An Inquiry”, uma edição da Imprensa de Ciências Sociais, em Lisboa, com base num estudo apresentado em Macau em 2000. O historiador escreveu também as obras “Panorama Histórico da Cultura Jurídica Europeia”, “Fórum da História”, “Publicações Europa-América”, livro que ganhou uma versão em língua chinesa pela Universidade de Direito e Ciências Sociais, em Pequim, em 1998. Fora de Macau, Hespanha deu aulas na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Faculdade de Direito de Lisboa e na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.
Hoje Macau SociedadeDSAT | Recebidas quatro propostas para instalar e reparar semáforos [dropcap]A[/dropcap] Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) recebeu quatro propostas para o concurso público relativo à assistência, reparação e manutenção de semáforos entre 2020 e 2022. As propostas variam entre 6,77 milhões e 9,43 milhões de patacas. Entre as quatro propostas foram aceites à condição e têm de apresentar os documentos necessários até hoje na Divisão de Relações Públicas da DSAT. A abertura das propostas foi presidida pelo presidente da Comissão e Subdirector da DSAT, Chiang Ngoc Vai.
Hoje Macau SociedadeEmpresário de Macau investe em vinhos na zona de Alenquer [dropcap]W[/dropcap]u Zhiwei, um empresário de Macau, está a apostar nos vinhos portugueses e já produz actualmente “mais de cem mil garrafas”, na zona de Alenquer, a 50 quilómetros a norte de Lisboa. “Há mais de dez anos já tinha em mente investir em Portugal. Uma ideia que foi amadurecendo”, disse Wu Zhiwei, em entrevista à Lusa. No entanto, o investimento só se concretizou em 2015, à “boleia” do projecto chinês “Uma Faixa, Uma Rota” e depois de uma viagem por Portugal para conhecer grandes produtores de vinho. “Os vinhos portugueses têm elevado valor e são bons. Pena que apesar de terem qualidade não sejam, de um modo geral, conhecidos em outros países”, afirmou o empresário, que pretende dirigir os seus vinhos sobretudo para os mercados europeu e chinês. Uma quota de 20 por cento da produção total fica para comercializar em Portugal, “todo o resto é para exportação”, disse. Sem precisar o montante investido, Wu Zhiwei quer criar, a longo prazo, uma marca reconhecida mundialmente, que traduza a qualidade do vinho português. “Qualquer empresário quer ter lucros e ninguém investe para ter prejuízos, mas sendo de Macau quero que o vinho português seja mundialmente conhecido”, afirmou.
Hoje Macau SociedadeCrime | Chantageia “ex” com vídeo de sexo [dropcap]U[/dropcap]m homem, de 28 anos, foi detido depois de ter chantageado a ex-namorada, com cerca de 20 anos, com um vídeo de cinco segundos dos dois a ter relações sexuais. O caso foi divulgado, ontem, pelas autoridades e o indivíduo pretendia que a ex-mulher voltasse para ele, depois da relação de nove meses ter chegado ao fim. Segundo a notícia do jornal Exmoo, o caso foi reencaminhado para o Ministério Público (MP). De acordo com o relato, o homem trabalhava como mediador de seguros e tinha vivido nove meses na Taipa com a mulher até que a relação chegou ao fim. Perante esta realidade, a ex-namorada mudou-se e nessa altura acabou por ser chantageada. Como o homem pretendia que ela regressasse a casa, ameaçou divulgar o vídeo de cinco segundos. A mulher acedeu ao pedido, no início, mas depois acabou por relatar o sucedido às autoridades, que prenderam o homem.
Raquel Moz SociedadeAssociação das Mulheres pede mais educação sexual para crianças A Associação Geral das Mulheres de Macau reagiu ontem à notícia de dois casos de violação de menores e pediu ao Governo que aposte na educação sexual das crianças de forma a prevenir mais casos de violência sexual [dropcap]A[/dropcap] coordenadora do Centro de Apoio à Família “Alegria em Abundância”, Chu Oi Lei, da Associação Geral das Mulheres de Macau (AGMM), expressou ontem, em declarações ao Jornal do Cidadão, a sua preocupação com os casos de abuso sexual recentemente ocorridos. A responsável espera que o Governo aumente no futuro a divulgação e promoção da educação sexual, criticando igualmente os pais, que devem prestar mais atenção aos filhos e ensiná-los a desenvolver uma consciência de auto-protecção. Chu Oi Lei acredita que o abuso sexual causa danos irreversíveis às crianças e tem um profundo impacto no desenvolvimento mental. A mesma mencionou que a Associação tem uma série de cursos de educação sexual para crianças e para pais, com vista a reforçar a consciencialização destes para o perigo. Mas o Governo deverá realizar mais acções de sensibilização, destinadas a crianças, jovens e pais de diferentes idades, informando como se deve proceder para pedir auxílio e para garantir a auto-protecção quando existirem situações de violência, defende a coordenadora. Resto a dirigente associativa defende que cabe às autoridades públicas assegurar mais serviços sociais de acompanhamento às vítimas. A representante da AGMM recordava ontem a recente notícia de dois casos sucessivos de abuso sexual, envolvendo meninas de seis anos de idade: um com uma criança que, à chegada da escola, utilizou a casa de banho do escritório de administração do edifício onde habitava, tendo sido violada por um trabalhador de limpeza não residente; outro com uma criança que foi abusada pelo próprio pai, encontrando-se este desempregado e, alegadamente, embriagado. De acordo com a Polícia Judiciária (PJ), no ano passado, houve um total de 33 casos de violação sexual envolvendo menores de 16 anos de idade, número que está a aumentar. Além disso, acredita-se que o local de abuso sexual infantil tem quase sempre incidência em ambientes com os quais os menores estão familiarizados. A maioria dos criminosos também são familiares ou conhecidos, o que dificulta o estado de alerta por parte das crianças. Suspeitos já detidos A Polícia Judiciária comunicou, esta segunda-feira, a ocorrência dos dois casos de violação, actualmente sob investigação. O primeiro caso foi o da criança abusada pelo pai enquanto dormia, após uma denúncia da progenitora na última sexta-feira, em resultado do relato da filha que revelou sentir dores e acabou por confessar o sucedido. Segundo o jornal em língua inglesa, The Macau Post Daily, a vítima foi conduzida pelas autoridades ao hospital, para fazer um exame médico, revelando a existência de provas físicas de violação sexual. O pai da menina, ao tomar conhecimento da denúncia, tentou fugir do território pelas Portas do Cerco ao final do dia, mas acabou por ser interceptado pela PJ. O indivíduo foi, entretanto, transferido para o Ministério Público, onde aguarda investigação, devendo enfrentar uma acusação de violação, que pode ir de 3 a 12 anos segundo o Código Penal de Macau, com pena agravada já que a vítima tem menos de 16 anos e é descendente em linha directa do agressor. Entretanto, a Polícia Judiciária deteve também, este domingo, um trabalhador não-residente acusado de abusar sexualmente de outra criança de seis anos, na casa de banho de um prédio onde esta habitava e aquele prestava serviços de limpeza. O infractor, oriundo da China, trabalhava ilegalmente desde Março de 2017 no território. A vítima, que à chegada da escola procurou de urgência a casa-de-banho da portaria do prédio, acabou por ser agredida num momento em que o porteiro se ausentou do local e o infractor aproveitou para arrombar a porta. A criança tentou defender-se em vão do atacante, segundo a PJ, mas só viria a revelar o sucedido aos pais no domingo à tarde, que imediatamente denunciaram o caso às autoridades. O suspeito foi entregue ao Ministério Público, e está a aguardar investigação, podendo vir a cumprir pena de prisão de 16 anos.
Hoje Macau SociedadeBanco da China | Esperada muita procura por títulos de dívida [dropcap]A[/dropcap] emissão dos títulos de dívida da República Popular da China através de Macau começa sexta-feira e a directora do departamento do mercado financeiro do Banco da China em Macau, Grace Ng, espera uma grande procura. Segundo a responsável, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, os investidores institucionais e cidadãos estão atentos ao produto e por isso prevê-se uma procura maior do que a procura. Neste cenário, Ng explicou que a sucursal de Macau vai fazer um sorteio para distribuir os títulos aos compradores. Em relação à atractividade do produto, a representante do Banco da China explicou que a dívida nacional chinesa é um produto de investimento quase sem risco, o que faz com que seja atraente. Sobre a taxa de retorno, Ng afirmou que a informação deverá ser divulgada hoje pelo Ministério das Finanças.
Hoje Macau SociedadeHomem pega fogo a lanterna nas Portas do Cerco [dropcap]U[/dropcap]m homem do Continente foi detido na sexta-feira passada, no Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, por alegadamente ter incendiado lanternas comemorativas do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), devido à frustração de ter perdido dinheiro nos casinos. Uma das lanternas foi queimada a 30 de Setembro do ano passado, tinha a forma de um coelho e comemorava o Festival do Bolo Lunar. Segundo o Governo, o fogo causou um prejuízo de 56,8 mil patacas devido ao material da lanterna. Após o caso, em 2018, a Polícia Judiciária iniciou a investigação e identificou um homem com um isqueiro a pegar fogo várias vezes ao “coelho”. Porém, antes de ser detido, o homem, com 37 anos, passou a fronteira. No sábado voltou a Macau pelas Portas do Cerco e foi detido. Segundo a PJ, o homem é desempregado e vai ser acusado por cometer casos de incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas. O suspeito arrisca-se a uma pena até 10 anos de prisão.
Hoje Macau SociedadeCabo Verde | Jornal fala de “chantagem” de David Chow, que reduz investimento O empresário David Chow vai reduzir o investimento prometido para o complexo turístico do Ilhéu de Santa Maria, em Cabo Verde, por ainda não ter sido aprovado o seu projecto de erguer um novo banco no país. O jornal local A Nação fala de chantagem por parte do CEO da Macau Legend Development [dropcap]R[/dropcap]edução drástica do investimento de David Chow”. É desta forma que o jornal cabo-verdiano “A Nação”, citado pela Macau News Agency, fala do novo capítulo relativo aos investimentos do CEO da Macau Legend Development no projecto do Ilhéu de Santa Maria, na cidade da Praia, em Cabo Verde. O projecto, pensado para acolher um aglomerado turístico com jogo, está a sofrer mudanças e, segundo noticiado pelo jornal cabo-verdiano, o empresário de Macau está a chantagear as autoridades cabo-verdianas. “Do orçamento inicial de 250 milhões de euros (2.34 mil milhões de patacas), David Chow vai agora investir apenas 90 milhões (800 milhões de patacas) no projecto Ilhéu de Santa Maria, na cidade da Praia. Colocado perante a situação, o Governo não teve outra saída senão aceitar. As demais fases do projecto ficam sujeitas às condições de mercado e às ‘novas políticas’ adoptadas pelo Executivo cabo-verdiano. Ou seja, é clara a chantagem de David Chow”, lê-se na notícia online do jornal. Em causa estará o facto de o banco Sino-Atlântico, outro projecto pensado por David Chow para Cabo Verde, não ter sido ainda aprovado. O HM tentou obter uma reacção do empresário David Chow, mas até ao fecho desta edição não foi possível chegar à fala com o CEO da Macau Legend Development. Atrasos e mais atrasos O projecto para o Ilhéu de Santa Maria tem estado envolto em polémica desde o início. Primeiro foi criticado por um grupo de activistas que defendem que o complexo turístico vai descaracterizar o local e danificar o meio-ambiente. Depois, têm sido notícia os constantes atrasos no projecto que foi anunciado em 2015. Em Novembro do ano passado, foi noticiado que o Banco de Cabo Verde (BCV) ainda não tinha dado autorização ao estabelecimento do Banco Sino-Atlântico pelo facto de David Chow não ter entregue todas as informações pedidas. Também aqui o jornal “A Nação” escreveu que “o BCV se apresenta, neste momento, como um obstáculo intransponível para o banco Sino-Atlântico”. O BCV alegou que, à data, não constavam “todos os elementos legalmente exigidos, razão pela qual, até hoje, não permitiu a devida análise e correspondente decisão por parte do banco”. A conclusão do projecto do Ilhéu de Santa Maria está prevista para 2021 e conta com um investimento inicial que equivale a 15 por cento do Produto Interno Bruto do país.
João Santos Filipe SociedadeDirecção de Mi Jian nega ilegalidades e promete investigar o autor da carta enviada ao CCAC [dropcap]M[/dropcap]entiras, calúnias, ataques pessoais com o objectivo de destruir a harmonia da sociedade de Macau. Foi desta forma que a Direcção dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional (DSEPDR) reagiu à carta enviada por um trabalhador anónimo ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC). Na missiva foram relatadas várias ilegalidades nestes serviços. “As acusações falsas, caluniosas e os ataques pessoais mencionados na ‘carta anónima’ não só afectaram o normal funcionamento desta direcção, como também danificaram a imagem da Direcção, o que causa efeitos sociais negativos”, é escrito no documento, que ontem à hora de fecho não tinha versão portuguesa. “A sociedade de Macau é harmoniosa e esta carta anónima’ tem como objectivo criar um mau ambiente em Macau, confrontos e uma narrativa ficcionada para criar ressentimento entre os colegas desta Direcção, com o objectivo de minar a união, respeito mútuo e harmonia que reina nesta Direcção há muito tempo”, é acrescentado. Após a carta, o director Mi Jian terá mesmo convocado uma reunião com os trabalhadores onde a carta foi lida. Segundo o comunicado da DSEPDR, todos os funcionários presentes terão condenado o texto de forma unânime. “O bom ambiente e a tradição desta Direcção não só não vai ser destruído como ainda vai ser reforçado”, foi escrito no comunicado. No entanto, os serviços liderados por Mi Jian não explicaram se os funcionários votaram para condenar o texto através do mecanismo de braço no ar ou com recurso a voto secreto. Apenas se refere que a condenação foi geral. Por outro lado, a Direcção dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional diz que sempre cumpriu com as leis do território, mesmo quando ainda era apenas um Gabinete, e promete cooperar nas investigações para apontar o autor. A carta em questão foi revelada no sábado e o CCAC prometeu investigar as acusações. No documento, Mi Jian era acusado de contratar familiares, encomendar estudos a gabinetes no Interior da China de conhecidos seus, com valores que permitiam evitar concursos públicos, utilizar fundos para gastos privados, viagens desnecessárias e ainda de fumar em lugares proibidos.
Hoje Macau SociedadeDSSOPT | Conclusão do Túnel da Guia sem data [dropcap]O[/dropcap] Governo desconhece quando a obra do Túnel Pedonal da Guia vai ficar concluída, uma vez que ainda falta terminar o projecto de concepção e lançar o concurso público para adjudicar os trabalhos. O esclarecimento foi prestado pelo Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai. “Findo o aludido projecto de concepção preliminar, serão necessários cerca de 15 meses para a conclusão do projecto de execução e dos respectivos procedimentos concursais”, é explicado. “Neste contexto, é de realçar que o prazo de conclusão de toda a empreitada, depende do prazo de execução proposto, no âmbito do concurso pelos concorrentes, sendo, portanto, necessário aguardar pela adjudicação da empreitada para se poder definir, em concreto, uma data para a conclusão”, é acrescentado. Segundo o estudo de viabilidade apresentado pela DSSOPT, o túnel vai fazer a ligação para peões entre a Avenida Horta e Costa e o NAPE. Com esta construção, o Circuito de Manutenção da Guia, o Reservatório e o Parque Marginal da Areia Preta ficam interligados. Por outro lado, Li Canfeng explica que o projecto ainda está a ser concebido e que neste momento “estão a ser introduzidos os devidos ajustamentos” com base nos pareceres de diferentes entidades. O director não aponta uma data concreta para o fim da concepção do projecto, mas acredita que poderá ficar concluída “até finais do corrente ano”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeIIM | Irmãos Marreiros ganham Prémio Identidade por “obra de reconhecida qualidade” Vítor Marreiros, designer, e Carlos Marreiros, arquitecto, são os vencedores da edição deste ano do Prémio Identidade 2019 do Instituto Internacional de Macau, por serem “duas personalidades bem conhecidas de Macau” e “dois casos de sucesso”. Carlos Marreiros diz que a distinção é o mote para continuarem a fazer um bom trabalho [dropcap]O[/dropcap] Instituto Internacional de Macau (IIM) decidiu atribuir este ano o Prémio Identidade aos irmãos Vítor Marreiros, designer, e Carlos Marreiros, arquitecto. De acordo com um comunicado do próprio IIM, a distinção justifica-se com o facto de os dois irmãos serem “indiscutivelmente dois grandes talentos de Macau e duas notáveis histórias de sucesso, como inspirados criadores, artistas consumados e profissionais respeitados, com obra de reconhecida qualidade realizada e, ambos, com significativa projecção no exterior, o que tem prestigiado Macau, sua terra natal, além-fronteiras”. O facto de já terem trabalhado juntos em inúmeros projectos faz com que se enquadrem “perfeitamente no espírito do galardão que lhes foi agora atribuído”. O prémio será entregue no próximo Encontro das Comunidades Macaenses, que se realiza no território na última semana de Novembro deste ano. Em declarações ao HM, Carlos Marreiros mostrou-se satisfeito por ser um dos nomes escolhidos. “Há tanto anos que tenho trabalhado de forma desinteressada para a formação da identidade macaense que naturalmente fico feliz e contente por ser recipiente deste prémio. É uma honra. Claro que não trabalhamos para prémios, mas quando somos distinguidos aceitamos e vemos isso como um incentivo para continuar a trabalhar, mais e ainda melhor.” Carlos Marreiros destaca o facto de ter ganho o prémio com o irmão, “um grande designer e artista”. “Fizemos trabalhos em conjunto nos últimos 35 anos e vamos continuar a ter projectos. Poder receber esse prémio juntamente com os nossos irmãos macaenses que estão cá em Macau é um sinal de alegria. Vamos recebe-lo com humildade e sabemos que doravante ainda temos de nos esforçar para trabalhar melhor”, frisou. O HM tentou chegar à fala com Vítor Marreiros, mas até ao fecho da edição não foi possível estabelecer contacto. Provas dadas Carlos Alberto dos Santos Marreiros é arquitecto, urbanista, artista plástico e gestor cultural, com formação superior obtida em Macau, Portugal, Alemanha e Suécia. Além de arquitecto muito conceituado, com cerca de duzentas obras concebidas em Macau, Hong Kong, China, Portugal e Austrália, e de docente universitário e orador em conferências internacionais, desempenhou cargos em organismos públicos e da sociedade civil, entre os quais os de presidente do Instituto Cultural de Macau (1989-1992). Preside, actualmente, ao Albergue SCM, e é igualmente curador da Fundação Macau, membro do Conselho Consultivo da Cultura, do Conselho do Ambiente e do Conselho para as Indústrias Criativas da RAEM e presidente honorário da Associação de Engenharia e Construção de Macau. O IIM recorda que, como artista plástico, protagonizou mais de duas dezenas de exposições individuais e participou em mais de cinquenta colectivas em várias partes do mundo. Nesse aspecto, impossível não mencionar que foi o artista escolhido para representar Macau na 55.ª Exposição Internacional de Arte de Veneza, em 2013. Victor Hugo dos Santos Marreiros é considerado um dos melhores designers de Macau, tendo-se notabilizado no ramo do design gráfico e como artista, com trabalhos de elevado mérito, muitos dos quais reflectindo a identidade cultural de Macau, que contribuiu para valorizar enormemente, descreve o IIM. Foi director artístico do Instituto Cultural, bem como da Revista de Cultura do mesmo organismo e da TDM – Teledifusão de Macau, além de fundador do Círculo dos Amigos da Cultura, da MARR Design e da Victor Hugo Design e membro da Associação de Design de Macau. Participou em exposições e eventos culturais realizados em vários países.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Nelson Kot diz que preços altos afectam pernoitas em Macau [dropcap]N[/dropcap]elson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau, defende que o Governo deve estabelecer um mecanismo de controlo dos preços dos quartos de hotel, como garantia de que não existe grande diferença de preços entre os feriados e os dias normais. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) revelou, no “Estudo e análise sobre a optimização das actividades e produtos turísticos realizadas à noite”, que são pedidas mais actividades nocturnas no território para que os turistas possam permanecer por mais tempo. Contudo, Nelson Kot acredita que os preços dos hotéis são a maior influência no facto da maioria dos turistas não dormir mais do que uma noite no território. O mesmo responsável alerta ainda para o incremento de actividades nocturnas poder afectar a vida dos moradores. Nesse sentido, a qualidade dos serviços turísticos deve ser melhorada, além de ser necessária maior razoabilidade de preços no que ao alojamento diz respeito, frisou Nelson Kot.
Hoje Macau SociedadeMeteorologia | Sinal 1 de tempestade tropical emitido ontem à noite [dropcap]O[/dropcap] sinal 1 de tempestade tropical foi emitido ontem à noite. De acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos, a razão para tal prende-se com o facto de “uma vasta área de baixa pressão sobre a parte norte do Mar do Sul da China se estar a desenvolver gradualmente, para uma depressão tropical” dirigida a Hainan. O sinal 1 pode ser içado devido à “circulação externa deste sistema” que pode resultar em aguaceiros fortes e frequentes acompanhados de trovoadas. Entretanto, e devido a influência da maré astronómica, esperam-se cheias nas zonas baixas entre hoje e sábado. Até à hora do fecho da edição, os serviços adiantavam que a possibilidade de emitir sinal mais alto era baixa.
Hoje Macau SociedadeBrasileiro trazia no corpo 1,3 milhões de patacas em cocaína Um homem de 34 anos foi detido no Aeroporto Internacional de Macau, no sábado, com 408 gramas de cocaína escondidas no corpo. Pelo serviço de “mula” ia receber 30 mil patacas [dropcap]U[/dropcap]m indivíduo de 34 anos, com o apelido Ramos, foi detido no Aeroporto Internacional de Macau quando transportava 408 gramas de cocaína, com um valor de mercado de mais de 1,3 milhões de patacas. A revelação foi feita ontem pela Polícia Judiciária (PJ), que relevou tratar-se da maior apreensão deste ano. Segundo a informação citada pelo canal chinês da Rádio Macau, o homem tinha sido contratado no Brasil para o serviço e, caso fosse bem-sucedido, ia receber 30 mil patacas, pelo transporte dos 408 gramas. Segundo os dados fornecidos pela PJ, ao HM, e anteriormente reportados, entre Janeiro e o fim de Maio deste ano, tinham sido apreendidas 355 gramas de cocaína, pelo que esta apreensão sozinha, é superior ao apreendido em cinco meses. No entanto, o que surpreendeu as autoridades foi o facto de o homem ter um trajecto pouco comum para este tipo de casos. De acordo com a PJ, normalmente as pessoas envolvidas neste tipo de tráfico vêm para Macau vindos da Tailândia. Contudo, o homem viajou primeiro para a Etiópia, de onde seguiu para Xangai. Foi depois de chegar à “capital financeira” chinesa que embarcou com destino a Macau, no sábado passado. Por este motivo, a PJ acredita que o destino final não seria a RAEM, mas apenas um dos vários pontos de passagem. A investigação terá sido iniciada devido a uma denúncia anónima, que levou as autoridades a conduzir o homem a uma máquina de Raio-X, que indicou o transporte de objectos estranhos. Durante o exame, as autoridades detectaram 34 cápsulas de plástico com droga no interior. Cerca de 30 das cápsulas estavam na roupa e meias e quatro dentro do corpo do homem. À PJ o homem terá explicado que trazia todas as cápsulas dentro do corpo mas que ao longo da viagem, principalmente em Xangai, que se sentiu mal e acabou por expelir 30 cápsulas. Assim, apenas quatro cápsulas acabaram por permanecer no seu organismo e só foram expelidas já no território, depois de ter sido detido. Por outro lado, o sujeito admitiu que antes do transporte já tinha recebido 2 mil dólares americanos, o equivalente a cerca de 16 mil patacas. De acordo com os dados da PJ até Maio, a cocaína era a droga mais apreendida com 355 gramas, no valor de 1,065 milhão de patacas. A droga que ocupava o segundo lugar do pódio em apreensões é a quetamina, com 72 gramas no valor de 72 mil patacas. A medalha de bronze foi para a metanfetamina, mais vulgarmente conhecida por ice, com 29 gramas apreendidas no valor de 88.200 patacas.
Hoje Macau SociedadeGoverno diz que há sete projectos de prevenção de cheias [dropcap]C[/dropcap]heong Chui Ling, chefe de gabinete do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, disse, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei, que actualmente estão em curso sete projectos de infra-estruturas de prevenção de cheias, seis deles coordenados pela Secretaria para os Transportes e Obras Públicas e um pelo Instituto de Assuntos Municipais (IAM). A obra que está sob responsabilidade do IAM é a instalação de uma box-culvert da estação elevatória de águas pluviais do Porto Interior, cujo projecto foi iniciado em Fevereiro de 2019 e deve estar concluído em 2021. Ella Lei pediu um calendário específico ao Governo, mas Cheong Chui Ling disse que não podem ser adiantadas datas sem ter a certeza dos detalhes dos vários projectos. O chefe de gabinete de Raimundo do Rosário deu mesmo como exemplo o projecto de requalificação dos estaleiros de Lai Chi Vun, que está dependente do processo de classificação de património cultural.
Hoje Macau SociedadeGuerra comercial sem impacto nas licenças de jogo, diz cônsul dos EUA [dropcap]A[/dropcap] guerra comercial que se vive entre os Estados Unidos da América e a China não terá impacto na indústria do jogo de Macau, não comprometendo a atribuição de licenças em 2022. A ideia foi defendida pelo cônsul-geral dos Estados Unidos para Hong Kong e Macau, Kurt Tong, à Rádio Macau. “A minha expectativa é a de que as pessoas que vão tomar as decisões em 2022 o façam com base unicamente nos investimentos que poderão ser feitos. O que quero dizer é que espero que o processo seja transparente”, disse me entrevista à mesma fonte. A certeza advém das “garantias de toda a gente em Macau de que o processo vai ser justo e transparente”. Neste sentido, “quem procura fazer negócios aqui vai tomar a sua decisão com base no retorno que esperam obter dos investimentos e as pessoas que vão atribuir as licenças vão olhar para o desempenho passado, perspectivas futuras e tomar decisões racionais”, acrescentou. Como tal, Kurt Tong considera que “o processo não vai, de todo, ser afectado pelas negociações entre Washington e Pequim”. O diplomata reconhece que Pequim tem uma palavra a dizer, mas insiste que o que importa é que o processo seja transparente. “O Governo Central tem um interesse legítimo na forma como Macau se desenvolve e certamente vai interessar-se pelo assunto, mas espero que tudo seja feito de forma transparente e que esteja focado, em primeiro lugar, no desenvolvimento da indústria e da economia”, referiu. Kurt Tong está de saída, deixando o cargo de cônsul-geral dos Estados Unidos para Hong Kong e Macau ao fim de três anos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeVistos Gold | Sócio de Stanley Ho ligado a alegada burla na compra de armazéns O Ministério Público português está a investigar um alegado caso de burla na compra de armazéns em troca de vistos gold. Investidores chineses pagaram milhões por lojas, mas perceberam mais tarde que compraram armazéns. Choi Man Hin, sócio de Stanley Ho, está por detrás deste negócio, bem como um escritório de advocacia com ligações a Macau. O advogado Rui Cunha nega qualquer envolvimento no caso [dropcap]O[/dropcap] diário português Público noticiou este sábado que o Ministério Público (MP) em Portugal está a investigar uma suspeita de alegada burla que envolve a compra de armazéns em troca da atribuição de vistos gold. Os investidores chineses queriam adquirir lojas, mas perceberam mais tarde que tinham comprado armazéns à POAO II – Investimentos Imobiliários, que tem como um dos sócios-gerentes Choi Man Hin, sócio de Stanley Ho e presidente do conselho de administração do Grupo Estoril Sol, que opera casinos em Portugal. Oito investidores apresentaram queixa às autoridades por se sentirem alvos de burla e especulação dos valores pagos pelos armazéns que, na verdade, não pretendiam comprar. “O MP está a investigar os contornos que envolveram a construção do Centro POAO, o megacentro comercial chinês grossista no Porto Alto, Samora Correia, concelho de Benavente, que foi anunciado em 2016 como um investimento de 40 milhões de euros”, lê-se no jornal, que escreve ainda que muitos dos que investiram não receberam o visto gold como prometido. Jin Wenjun, uma das investidoras, disse ao Público que, nos contratos, “em português está escrito armazém, mas em chinês está loja”, adiantando que “jamais compraria um armazém”. Esta disse ainda que “acreditava estar a comprar ‘duas lojas num conceituado centro comercial perto de Lisboa por mais de 551 mil euros’ e não ‘dois armazéns num centro grossista, onde só podem ir lojistas e que, neste momento, parece um local-fantasma, porque são poucos os armazéns ocupados’”. Rui Cunha nega envolvimento As queixas foram apresentadas contra a POAO II – Investimentos Imobiliários, os seus sócios e gerentes, os advogados que a representam, Rui Cunha, Glória e Associados, assim como a tradutora. Numa oferta de emprego online, o escritório de advocacia em causa afirma servir de “ponte entre a RAEM e Portugal, através da assessoria jurídica de clientes que pretendam estabelecer negócios em Portugal”. Ao HM, o advogado Rui Cunha, que em Macau detém o escritório de advocacia C&C, garantiu nada ter a ver com este caso. “Não tenho dados do escritório nem do que terá sido publicado. Pessoalmente, nada tenho a ver com esse assunto e com essas pessoas”, disse. Glória Ribeiro, advogada, também não quis fazer comentários ao Público. A empresa do sócio de Stanley Ho prometeu aos investidores arrendar os armazéns a um valor de quase 14.000 patacas mensais durante cinco anos, sendo que depois iriam comprar esses mesmos armazéns pelo valor de aquisição. Uma das queixosas teme não ver o investimento de volta, uma vez que a POAO II está com um pedido de insolvência em tribunal desde 2017. O jornal aponta que, depois da compra dos armazéns, “a POAO II contraía empréstimos e hipotecava as fracções que já estavam vendidas.” Segundo o Público, os contratos com hipoteca para a concessão de crédito “não eram do conhecimento dos compradores, que nunca deram o seu consentimento de forma a que aqueles bens servissem como garantia”.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Centro médico fecha devido a suspeita de irregularidades [dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde suspenderam a actividade de um centro médico situado no NAPE por um período de 30 dias. Em causa está a suspeita de prática ilegal de actos médicos, administração de medicamentos não autorizada e ampliação de estruturas não licenciadas, apontam em os serviços em comunicado. A medida foi tomada após inspecção, realizada na passada quinta-feira, em que foi detectado um “stock de medicamentos suspeitos de importação ilegal, incluindo injecção de timosina, injecção de placenta, injecção de hormonas de crescimento, injecção de andrógeno e 93 doses de injecção de glutationa “somente para uso hospitalar”, assim como dois tipos de vacinas (dez vacinas contra o pneumococo e cinco vacinas contra o cancro do colo do útero)”, apontam os SS. Os trabalhadores do centro também alegaram que médicos não registados em Macau têm prestado serviços de diagnóstico e prescrição de medicamentos a pacientes que ali vão diariamente. Por outro lado, os compartimentos do centro médico também não estavam em conformidade com o projecto aprovado, nomeadamente no que diz respeito a “uma expansão significativa do local para outra fracção autónoma”.
João Santos Filipe SociedadeDirector e jornalista da WMG “absolvidos” do crime de calúnia e publicidade O TJB deu como provado que os arguidos não estavam em Macau entre 28 e 29 de Janeiro de 2016 quando o artigo da polémica foi escrito e editado. Também o facto de não haver uma condenação no exterior contribuiu para que o processo fosse extinto [dropcap]A[/dropcap]ndrew Scott, director-executivo da empresa O Media, que detém a revista especializada em jogo World Gaming Magazine (WGM), e Ben Blaschkle, jornalista da publicação, foram absolvidos num processo em que eram acusados dos crimes de publicidade e calúnia. De acordo com o Tribunal Judicial de Base (TJB), não ficou provado que os dois arguidos estavam em Macau quando foi publicado um artigo no portal da revista sobre a empresa Ho Tram Project Company. Como tal, as leis que os poderiam condenar em Macau não se podem aplicar. De acordo com o artigo publicado no portal da revista a 28 de Janeiro de 2016, e corrigido no dia seguinte, teria havido um acidente de viação com trabalhadores da Ho Tram, no Vietname. Deste acidente teria resultado a morte de três operários, entre eles uma mulher grávida. No dia seguinte, a revista corrigiu a informação e relatou que afinal só tinha morrido uma pessoa. Face à acusação, o Tribunal considerou, na sexta-feira, que “não se provou que os arguidos estivessem em Macau” nos dias em causa, pelo que as leis de Macau não se podem aplicar. O facto de a acusação não ter focado a revista World Gaming Magazine, que está registada na RAEM, contribuiu igualmente para que a publicação não tivesse de assumir as responsabilidades, assim como também contribuiu a ausência de uma condenação fora da RAEM, numa jurisdição onde um dos dois estivesse. No entanto, a juíza do processo deixou reparos ao artigo, em si, e considerou que caso fosse possível aplicar as leis de Macau que o resultado seria diferente. “O artigo pode levar as pessoas ao erro e a considerarem que há uma ligação entre a administração da empresa e o acidente, o que é susceptível de transmitir uma imagem negativa”, foi dito durante a leitura da sentença. “Há dolo eventual”, acrescentou a magistrada. Ainda na avaliação das provas, a juíza desvalorizou um email apresentado pela defesa, que seria correspondência interna da Ho Tram, e que poderia provar dolo no transporte dos trabalhadores. Isto porque o jornalista optou por proteger a sua fonte e não revelou o enderenço electrónico do correspondente. Scott feliz No final do julgamento, Andrew Scott mostrou-se satisfeito com o desfecho. “Estou muito feliz com a decisão. O tribunal considerou que não havia nada que justificasse uma resposta do ponto de vista criminal”, disse, ao HM. “Estamos felizes que o caso esteja terminado e que possamos seguir em frente”, acrescentou. Em relação aos reparos feitos pela juíza, o director da publicação preferiu não comentar, por considerar que são assuntos do Direito, que não domina. “Não vou entrar nas tecnicidades da decisão, porque não sou um advogado. O que posso dizer é que saio do tribunal como um homem livre e estou feliz com esta decisão. É o que importa para mim”, sublinhou. O director fez ainda questão de afirmar que a revista actuou sempre de boa-fé ao longo do processo e que corrigiu a informação errada. Por sua vez, a advogada da Ho Tram Project Company, Sofia Nunes, estranhou a decisão e frisou que a responsabilidade criminal ficou provada. “Foram dados como provados os factos e a responsabilidade criminal. A única razão que o tribunal considerou para a extinção do processo é o caso de ser um artigo publicado online. Os tribunais de Macau não terão competência [nessas situações]”, defendeu, em declarações ao HM. “Estranho a decisão porque há aí uma fuga. Qualquer pessoa que publique um artigo online no portal de uma revista e que não se encontre em Macau será desresponsabilizada”, apontou. Ainda quanto à decisão judicial, Sofia Nunes admitiu que tenha pesado a ausência do território dos arguidos, na altura da publicação e, depois, da correcção. A decisão vai agora ser analisada com o cliente para se decidir se será interposto recurso. A contestação para o Tribunal de Segunda Instância tem de ser apresentada num prazo de 20 dias.
Hoje Macau SociedadeFórum Macau | Xu Yingzhen reconhece que organismo precisa de mais projecção O Fórum Macau precisa de projecção. Quem o diz é a secretária-geral, Xu Yingzhen, que admite que só assim poderá servir melhor as relações comerciais entre a China e os países de língua portuguesa. Entretanto, o mais recente país a entrar no Fórum Macau, São Tomé e Príncipe, é anfitrião de mais um encontro do organismo [dropcap]A[/dropcap] secretária-geral do Fórum Macau, Xu Yingzhen, reconheceu, em entrevista à Lusa, a necessidade de maior projecção e melhores canais de informação para “servir melhor” as relações comerciais entre a China e os países lusófonos. Apesar de sublinhar os esforços feitos nos últimos anos, Yingzhen disse que o Fórum, criado em 2003, ainda “precisa de chegar a mais pessoas” para “servir melhor a cooperação e implementar mais resultados” concretos. “Através de vários canais de divulgação, podemos dar maior conhecimento ao mundo exterior deste Fórum de Macau”, reconheceu a secretária-geral, sublinhando que as crescentes deslocações às províncias do interior da China têm sido promovidas com esse objectivo. Encontro especial Entretanto, o encontro empresarial que se vai realizar a 8 e 9 de Julho em São Tomé e Príncipe – o último país a aderir ao Fórum Macau, em 2017, meses depois de cortar relações diplomáticas com Taiwan – é, na sua opinião, uma oportunidade para aumentar a eficácia do Fórum. “Acho que podemos, através destes encontros, nomeadamente este primeiro encontro que se vai realizar em São Tomé, promover um maior conhecimento entre as empresas da China e os países de língua portuguesa”, disse. Sem adiantar muitos detalhes sobre o 14.º Encontro Empresarial China-Países de Língua Portuguesa, o primeiro realizado naquele país africano, Yingzhen enalteceu “a importância” do evento. “É um país que aderiu um bocadinho tarde ao Fórum Macau, por isso a realização deste encontro empresarial chama muito à atenção. O secretariado permanente dá enorme atenção e importância a este encontro”, afirmou. Participam neste 14.º Encontro Empresarial delegações de empresários dos países lusófonos, instituições públicas de promoção de comércio e de investimento e ainda empresários de municípios e províncias do interior da China, adiantou Xu Yingzhen. Já sobre a possível adesão da Guiné Equatorial, Xu Yingzhen não afastou a hipótese. “O nosso fórum é uma plataforma aberta, se a Guiné Equatorial quiser aderir pode apresentar um pedido de adesão”, disse, escusando-se a debater o assunto. De olho na Baía Para Xu Yingzhen, outra grande oportunidade de promoção do Fórum surge com a Grande Baía, o projecto de Pequim para criar uma metrópole a nível mundial, que junta as regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong e nove cidades chinesas da província de Guangdong (Dongguan, Foshan, Cantão, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai). “Nas linhas gerais do planeamento para a Grande Baía, consta claramente o posicionamento de Macau enquanto plataforma de serviços”, o que obriga o Fórum a “envidar mais esforços para desempenhar o papel do Governo” neste projecto, acrescentou. O projecto de Pequim prevê igualmente a construção de um corredor tecnológico e “Macau pode desempenhar um papel importante neste aspecto, nomeadamente na área da medicina tradicional chinesa”, elencou. A estratégia de promover a medicina tradicional chinesa nos países lusófonos, utilizando Portugal como porta de entrada para a Europa, e Angola e Moçambique para África, é encarada como um dos eixos centrais de actuação para 2019 pelas autoridades de Macau. “Na conjuntura do desenvolvimento da Grande Baía, Macau pode desempenhar um papel mais importante” enquanto plataforma, assumiu. Bendita peste A secretária-geral do Fórum Macau considerou ainda que a crise de peste suína na China pode beneficiar a produção agropecuária brasileira, reforçando as relações comerciais entre os dois países. “A peste suína aumentou a necessidade de importação, o que pressupõe oportunidades alargadas para os países exportadores de carne de porco, como o Brasil”, disse Xu Yingzhen. As importações de carne suína da China dispararam em Maio, numa altura em que o gigante asiático está a ser afectado por uma peste suína que está a ter efeitos inflacionários a nível mundial. “A expectativa é grande, até porque temos observado que a relação entre a China e o Brasil está num caminho de crescimento constante”, destacou Xu Yingzhen. As exportações do Brasil parecem beneficiar também das tensões diplomáticas com o Canadá: Pequim bloqueou recentemente o mercado a três exportadores canadianos, numa altura de tensões com Otava devido à detenção de uma executiva da Huawei. Questionada sobre a área em que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau) mais intervém na relação entre os dois países, Xu Yingzhen não hesitou a apontar o empreendedorismo. “No futuro, achamos que a cooperação entre a China e o Brasil vai focar-se no âmbito do empreendedorismo e da inovação entre jovens empresários”, afirmou.
Andreia Sofia Silva SociedadeAPN | Kevin Ho substitui Ho Iat Seng depois de falhar eleições de 2017 Kevin Ho, sobrinho de Edmund Ho e vice-presidente do grupo Global Media, foi nomeado delegado de Macau à Assembleia Popular Nacional, em substituição de Ho Iat Seng, que se candidata a Chefe do Executivo. Em Portugal, o grupo Global Media está na mira do Sindicato dos Jornalistas por não pagar a trabalhadores nem dar explicações [dropcap]K[/dropcap]evin Ho, empresário e vice-presidente de um dos maiores grupos de media em Portugal, foi nomeado delegado de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) da China, noticiou sábado o semanário Plataforma. O empresário substitui, naquele que é o mais alto órgão consultivo político chinês, Ho Iat Seng, que se demitiu do cargo após ter anunciado a candidatura a chefe do Governo de Macau, cujas eleições estão agendadas para 25 de Agosto. “Estou extremamente honrado e o meu empenho em servir Macau e a China sai reforçado”, disse ao Plataforma o vice-presidente do conselho de administração da Global Media Group, que detém títulos como o Jornal de Notícias, TSF, O Jogo, Diário de Notícias, Dinheiro Vivo e também o Plataforma Media. Kevin Ho é presidente da KNJ Investment Limited, empresa que detém 30 por cento do capital do Global Media Group. Já em 2017, Kevin Ho foi candidato nas eleições para a escolha dos membros deste órgão político da China. Dessa vez, Ho Iat Seng seria eleito com o maior número de votos de todos os candidatos de Macau, com um total de 440, enquanto que Kevin Ho não conseguiu ser eleito, recolhendo apenas 288 votos. Salários por pagar Entretanto, em Portugal, Kevin Ho está a ser acusado pelo Sindicato de Jornalistas (SJ) português de não pagar salários aos trabalhadores do grupo Global Media. De acordo com um comunicado do SJ, emitido na sexta-feira, não só estão por pagar salários do mês de Junho como não foram dadas explicações por parte dos membros do conselho de administração do grupo Global Media. “A administração do Global Media Group tem ignorado os trabalhadores, recusando-se a prestar esclarecimentos quer ao SJ quer aos delegados sindicais sobre a degradação financeira das empresas de comunicação social que detém. Ao mesmo tempo, e pela primeira vez, os salários de Junho não foram pagos no penúltimo/último dia útil do mês (consoante os bancos), como é habitual há anos”, lê-se. Nesse sentido, o SJ lamenta que, “mais uma vez, a administração opte por ignorar os funcionários do universo do grupo”, uma postura que “já não é nova”, uma vez que “o SJ e os delegados sindicais de JN, DN, TSF e O Jogo têm vindo a solicitar reuniões com a administração desde o início de Janeiro, face às notícias de estar a ser preparada uma reestruturação, que poderia implicar o despedimento de 100 a 200 trabalhadores. Nunca obteve resposta”. O SJ também pediu “reuniões na sequência do agravamento de problemas de tesouraria, que levaram a atrasos no pagamento aos colaboradores, desde Novembro passado. Nunca chegou uma resposta”. O mesmo comunicado dá conta que “a situação financeira do Grupo Global Media está a deteriorar-se”, acusando os gestores da Global Media de “falta de ética ao ignorar quem trabalha no grupo, não respondendo aos emails enviados nomeadamente um abaixo-assinado de 234 trabalhadores solicitando uma reunião entre a administração e os delegados sindicais de JN, DN, TSF e O Jogo”. Na última visita do Chefe do Executivo, Chui Sai On, a Portugal, Kevin Ho foi questionado sobre o projecto de reestruturação do grupo de media, mas poucos esclarecimentos foram dados. “Não se trata apenas de despedimentos ou de recursos humanos, mas é algo que tem a ver com a reestruturação de todo o grupo. Todas as empresas vão passar por fases de reestruturação e há necessidades de mudança em todas elas. O processo de restauração ainda está a decorrer. Não se foquem no número de pessoas que vamos despedir, talvez até venhamos a contratar mais”, disse, à margem de um evento de apresentação dos seus investimentos na cidade do Porto.