CAM | Nomeados membros do conselho de administração e conselho fiscal

[dropcap]F[/dropcap]oi ontem publicado em Boletim Oficial um despacho, assinado por Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, que nomeia membros do conselho de administração da CAM — Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, S.A.R.L.

Ma Iao Hang foi o nome escolhido para o cargo de presidente, enquanto que os administradores Deng Jun, Chu Tan Neng, Kan Cheok Kuan e Lei Si Tai foram nomeados para a comissão executiva da empresa. Lo Keng Chio foi designado como presidente da mesa da assembleia-geral da CAM. No que diz respeito ao conselho fiscal da CAM, foram nomeados Iong Kong Leong para o cargo de presidente e Vong Man Kit como membro. A semana passada foi divulgado um relatório do Comissariado de Auditoria (CA) que acusou a CAM de má gestão financeira e de ter uma “atitude passiva” perante os problemas detectados.

Em causa está um sistema de gestão de bagagens que custou 70 milhões de patacas, mas que nunca foi devidamente implementado, causando graves problemas de segurança. O CA também analisou a construção de um hangar provisório onde foram gastos 240 milhões de patacas para um período de apenas oito anos.

26 Mar 2020

Estacionamento | DSAT promete mais lugares para motociclos

[dropcap]D[/dropcap]e forma a responder ao aumento da procura de lugares de estacionamento para motociclos, o Governo comprometeu-se a aumentar “a proporção de lugares destinados a motociclos e ciclomotores”, aquando do planeamento de novos parques de estacionamento público. A prioridade estende-se também a ajustamentos aos actuais parques de estacionamento públicos. Este é um dos pontos de destaque da resposta da Direcção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego (DSAT), divulgada ontem, a uma interpelação assinada por Sulu Sou.

O deputado havia sublinhado que até ao terceiro trimestre de 2019 existiam 49.145 lugares públicos de estacionamento, além das áreas de estacionamento nocturno com capacidade para 17.420 motas, oferta que não é suficiente para as 123.466 motas registadas em Macau.

Além da promessa de ter em conta as duas rodas na construção futura de parques de estacionamento, a resposta assinada pelo Director da DSAT, Lam Hin San, refere que o Governo vai encorajar construtoras de prédios privados para aumentarem a proporção de lugares de estacionamento destinados a motociclos. A resposta do Governo não especifica através de que meios irá encorajar os privados.

Os restantes pedidos de deputado foram rejeitados pela DSAT. Nomeadamente, a instalação de zonas de espera prioritárias para motas nos semáforos, corredores na faixa de rodagem mais à esquerda e a substituição de lugares de estacionamento em paralelo por lugares em espinha.

26 Mar 2020

Hong Kong e Taiwan | Quebra de entradas superior a 90 por cento

[dropcap]A[/dropcap]pós a entrada em vigor das restrições para os visitantes vindos de Hong Kong e Taiwan, o número de entradas de pessoas destas regiões registou uma quebra superior a 90 por cento.

Entre a meia-noite e as 14h00 de ontem, as pessoas de Hong Kong que entrarem em Macau foram 72, quando no dia anterior tinha sido de 1964, o que equivale a uma redução de 96,3 por cento. Já as pessoas de Taiwan a entrarem ontem foram 8, face às 106 que tinham entrado no dia anterior, uma redução de 92,5 por cento.

26 Mar 2020

Quarentena | Mais duas pessoas furaram obrigação

[dropcap]U[/dropcap]m residente e um trabalhador não-residente do Nepal estão a ser acusados de terem furado a quarentena a que estavam obrigados.

No caso do residente, trata-se de um homem que terá saído de casa, onde estava isolado, e ido a Zhuhai. Já o nepalês declarou uma residência falsa na declaração de saúde. Ambas as situações foram detectadas pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) quando fez as habituais inspecções.

Os casos foram entregues ao Ministério Público e os dois arriscam uma pena que pode chegar a 1 ano de prisão ou 120 dias de multa.

26 Mar 2020

Covid-19 | IAS dá dicas para harmonia familiar devido ao isolamento voluntário

[dropcap]O[/dropcap] facto de as famílias passarem muito tempo em casa preocupa o Instituto de Acção Social, que deixou dicas na conferência de ontem para evitar conflitos no seio das famílias.

“Nos últimos meses as pessoas estão mais concentradas em casa. Quando se encontram com maior frequência poderão ser gerados conflitos na família. Por isso vale a pena realizar algumas reuniões para pacificar as situações”, afirmou Tang Yuk Wa, vice-presidente substituto do IAS.

O responsável sugeriu várias actividades: “Também se pode tentar organizar algumas sessões e passar algum tempinho em família a cozinhar. Reparei que nestes últimos dias há muitas pessoas a cozinharem juntas e a fazerem bolos. Porque não se convoca toda a família e se mete mãos à obra? Ou assistir-se a um filme em conjunto? As famílias também podem organizar actividades para as crianças”, propôs. Porém, realçou que é fundamental que haja tempo para cada pessoa estar sozinha.

O discurso sobre a “construção da harmonia familiar” teve por base cerca de 30 telefonas recebidos pela linha de apoio psicológico do IAS sobre conflitos familiares, durante o período da epidemia. “Como os pais passam mais tempo em casa, porque precisam de tomar conta dos filhos, começam a aperceber-se de certos hábitos que antes não reparavam. Isto faz com que haja hábitos diários com que não se concorda e isso pode criar conflitos”, explicou sobre o aumento de distúrbios domésticos. Até ontem todos os conflitos tinham sido considerados “leves”.

26 Mar 2020

Covid-19 | Os estudantes da RAEM que preferem não regressar ao território

Jason Chao, activista ligado à Associação Novo Macau, decidiu mudar-se para Londres, para fazer o doutoramento, e não vê motivos para regressar. Cheong Kin Man vive em Berlim desde 2013 e, apesar de estar chocado com os alemães por não usarem máscaras, não quer deixar a vida que tem. Jeffrey Ho está em Taiwan e mostra plena confiança na forma como a Presidente Tsai ing-wen tem lidado com a pandemia

 

[dropcap]M[/dropcap]acau tem recebido, por estes dias, centenas de estudantes que escapam ao caos gerado pela pandemia de covid-19, com particular incidência na Europa. Muitos regressam de Portugal ou Reino Unido, onde frequentam cursos superiores, e procuram refúgio num território que soube controlar a crise e que tem 30 pessoas infectadas (à hora do fecho da edição), depois de 40 dias sem novas infecções.

As autoridades de Macau esperam receber, até final do mês, um total de 1.674 residentes, com base na inscrição feita junto do Gabinete de Gestão de Crises de Turismo para o transporte especial do aeroporto internacional de Hong Kong para Macau. Destes, 860 são estudantes, segundo números anunciados esta terça-feira.

Mas no meio desta vaga de idas e regressos há estudantes que optam por ficar. É o caso de Jason Chao, activista ligado à Associação Novo Macau e que está em Londres a fazer o doutoramento. No passado dia 16, Chao partilhou no Facebook uma imagem da sua secretária de trabalho, em casa, com a seguinte mensagem: “trabalho a maior parte das vezes a partir de casa, em Londres. Vou manter-me na Europa, independentemente do que venha a acontecer”.

À conversa com o HM, Jason Chao assegurou que não vai mudar de ideias. “Em primeiro lugar, a decisão de não voltar para Macau deve-se ao facto de ter decidido mudar-me para a Europa. Também tenho confiança na forma como o Governo britânico está a lidar com esta crise. Claro que também me preocupo com a minha segurança. Mudei-me para a Europa, é agora a minha casa. Não há razões para sair”, completa.

Em Inglaterra, o primeiro-ministro Boris Johnson causou polémica por não ter tomado, numa primeira fase, quaisquer medidas para controlar a covid-19, numa altura em que países como Itália ou Espanha já se defrontavam com centenas de mortes por dia. Agora o cenário mudou de figura. Esta segunda-feira, Johnson decretou o confinamento domiciliário obrigatório, de onde só poderão sair para fazer compras de bens essenciais.

Foram também encerradas lojas que não vendem bens essenciais, como roupa ou produtos electrónicos, bibliotecas, parques infantis, locais de culto e ginásios ao ar-livre e cancelados eventos, como casamentos e baptizados.

“Os parques vão continuar a estar abertos para exercício, mas os ajuntamentos serão dispersos”, vincou. O primeiro-ministro lamentou ter de tomar estas medidas, mas admitiu que “não existem opções fáceis” e que o caminho pela frente “é difícil e muitas vidas ainda vão ser perdidas”.

Jason Chao explicou que os britânicos estão a cumprir as regras que lhes foram impostas. “Há muitas pessoas a seguir as medidas do Governo para ficarem em casa. Há uma semana havia algumas críticas face à inacção, mas podemos ver que universidades e empresas seguiram as instruções do Governo. Todos os teatros fecharam depois do anúncio oficial, alguns jovens que andam por aí, ficam no parque. Também observei que alguns supermercados estão a esvaziar e pode ser difícil comprar alguns vegetais, mas a situação está controlada.”

A rotina de doutorando de Jason Chao prossegue sem grandes alterações. Faz investigação em casa e apenas se viu obrigado a cancelar algumas conferências. “A minha rotina não foi severamente afectada. Sem a crise do coronavírus estaria a viajar dentro de meses, mas nesta fase todas as conferências foram canceladas.”

Questionado sobre as recentes restrições fronteiriças decretadas pelo Executivo de Macau, o activista do campo pró-democracia lamenta que tais medidas sejam discriminatórias.

“O Governo de Macau tem recursos suficientes para colocar os estudantes em hotéis, não é uma má política, mas estou preocupado com o tratamento discriminatório em relação aos portadores de blue card e também para quem não tem a residência de Hong Kong. É injusto para aqueles que têm de trabalhar.”

Apesar de concordar com as “medidas draconianas que estão a ser tomadas numa altura de crise”, Jason Chao alerta para o facto de “a discriminação com base na cidadania poder ser dificilmente justificável”.

A vida em Berlim

É em Berlim, capital da Alemanha, que o doutorando Cheong Kin Man vive desde 2013. Na cidade fez o mestrado e acabou por casar. Depois de uma breve viagem à China e a Macau, quando a pandemia da covid-19 não tinha ainda começado, regressou à Alemanha, apesar do medo que sente devido à pouca frequência com que vê alguém usar máscara na rua.

“Tenho a minha vida cá. Cada país e a região têm as suas estratégias para enfrentar este problema, e na Alemanha as pessoas não usam máscaras. Isto é muito estranho e assustador para os meus amigos e família em Macau.”

A fazer isolamento social voluntário, Cheong Kin Man começa a ter sentimentos negativos. “Fico em casa a maior parte do tempo a escrever, mas é muito stressante. Fico deprimido. Há muito menos pessoas nas ruas, mas parece tudo mais ou menos normal.”

Esta terça-feira, a Alemanha atingiu a fasquia de 172 mortos, tendo registados 34.009 casos de covid-19. A Alemanha continua a registar uma taxa de mortalidade baixa em relação a países como Itália, Espanha ou França.

Cheong Kin Man acha “surpreendente” que não haja isolamento obrigatório das populações. “Angela Merkel [chanceler] diz que a Alemanha é uma democracia e não quer obrigar as pessoas a ficar em casa. Respeito esta decisão, mas às vezes é difícil porque as pessoas comparam com outros lugares do mundo, como Macau, por exemplo.”

Sobre o facto de centenas de estudantes do ensino superior estarem a regressar à RAEM, Cheong Kin Man diz “não querer julgar”, mas relata vários episódios de discriminação nos países ocidentais que podem ter levado muita gente a voltar à terra natal.

“Não quero julgar porque a decisão de voltar deve ser muito pessoal, mas às vezes penso que existe um tipo de conflito cultural. Ouvi falar de casos de racismo, em que pessoas asiáticas, inclusivamente de Macau, se depararam com situações racistas. Não sei se é uma questão política ou cultural, mas a maioria das pessoas não quer usar máscaras. Eu próprio não tenho máscaras, é difícil”, contou.

O exemplo de Taiwan

Além de Macau, outro bom exemplo no combate à pandemia da covid-19 é Taiwan, que desde cedo colocou restrições à entrada de turistas. A Ilha Formosa reportava ontem 19 casos de novas infecções, num total de 235.

Jeffrey Ho, estudante de Macau a frequentar estudos em literatura estrangeira, ainda ponderou viajar para a terra natal para renovar o bilhete de identidade de residente, mas mudou de ideias devido à pandemia. Em Taiwan sente-se seguro. “Penso que a situação aqui é mais segura do que em Macau porque Taiwan fechou as fronteiras com todos os países. Penso que essa é uma medida correcta, sobretudo fechar a fronteira com a China, onde o vírus teve origem.”

De frisar que, esta semana, o Chefe do Executivo da RAEM, Ho Iat Seng, alargou as proibições de entrada a residentes da China continental, Hong Kong e Taiwan que tenham estado em países estrangeiros nos 14 dias anteriores à viagem.

Ho diz que o Executivo de Macau tem tomado “boas” medidas, mas lamenta que a comunidade internacional não coloque os olhos na actuação do Governo de Tsai ing-wen.

“Os países estrangeiros, a Organização Mundial de Saúde [OMS] e outras organizações internacionais têm sido injustas por não olharem para o exemplo de Taiwan. Quando a crise surgiu, todos sabíamos que tinha sido feito um trabalho bom e honesto.”

O estudante critica o facto de as autoridades chinesas terem escondido factos relacionados com a covid-19 no início da pandemia. “A China sempre fez um bom trabalho de propaganda, mas o sistema de saúde na China não é bom. Confio no sistema de saúde em Taiwan e, pelo menos, não estão a tentar esconder nenhuns dados da população, mas a OMS e a China fazem o oposto”, rematou.

26 Mar 2020

Covid-19 | Residente vindo de Nova Iorque constitui 31º caso de infecção

O aumento dos casos importados levou a que o Alto de Coloane passasse também a receber pessoas infectadas desde ontem. Macau tem 72 ventiladores para o território

 

[dropcap]O[/dropcap] número de casos registados em Macau subiu para 31 com o anúncio de mais cinco casos desde a noite de terça-feira. Na madrugada de hoje o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou o 31º caso de infecção pela covid-19.

Trata-se de doente do sexo masculino, 27 anos de idade, residente de Macau, que veio num voo da Cathay Pacific Airways dos Estados Unidos (Nova Iorque), e chegou ao Aeroporto de Hong Kong no dia 25 de Março. Devido à apresentação de sintomas – febre – foi imediatamente encaminhado à Emergência especial do Centro Hospitalar Conde de São Januário para realização de zaragatoa nasofaríngea. Esta quinta-feira, o resultado da amostra revelou positivo para o novo tipo de coronavírus e foi confirmada como pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus.

Antes do anunciado esta madrugada, o último a ser revelado envolve um turista australiano que conseguiu ficar vários dias no território, antes de ser diagnosticado.

O homem entrou na RAEM, vindo de Londres, a 16 de Março e permaneceu no território até dia 20. Ficou hospedado na Pousada de Coloane, onde esteve a maior parte do tempo, além de uma deslocação, no dia 19, ao Venetian, onde não conseguiu entrar no casino por falta de passaporte. Nessa noite, depois de apanhar o autocarro 26A, jantou ainda no restaurante La Gondola, na praia de Cheoc Van.

Finalmente, no dia 20 tentou seguir para a Austrália, através de Hong Kong, mas foi impedido de entrar no território vizinho. Por este motivo, teve de voltar para Macau e acabou a cumprir quarentena no Grande Coloane, onde foi diagnosticado com o novo coronavírus.

Ontem, na conferência de imprensa, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, apontou que ao fim de tantos dias o risco de contágio deve ser mais reduzido. Porém, alertou para que quem tenha frequentado esses locais nos dias em questão que se apresentasse no hospital, em caso de apresentar sintomas.

“Como é estrangeiro gosta muito de ar-livre e passeou muito tempo na praia, além das refeições no hotel. […] Esteve principalmente ao ar-livre, onde o risco de contaminação é muito baixo, e utilizou quase sempre máscara”, explicou Leong Iek Hou.

O tempo passado entre os dias em que esteve na comunidade e o diagnóstico fazem com que seja cada vez menos provável o contágio. “Depois de ter deixado o hotel até ter sido diagnosticado já há uma distância temporal. Mas as pessoas que estiveram no hotel, caso estejam preocupadas, devem medir a temperatura de forma regular e em caso de sentirem qualquer sintoma ir ao hospital”, indicou.

Em relação aos restantes quatro casos, tratam-se todos de residentes e têm em comum terem viajado do Reino Unido. O 26.º é uma estudante local de 17 anos, que estava em quarentena desde 23 de Março. Como antes da entrada já tinha avisado as autoridades para eventuais sintomas, teve direito a um transporte especial. Os 27.º, 28.º e 29 casos, são dois homens, com 28 e 18 anos, que estavam em quarentena, e uma jovem com 15 anos, que foi diagnosticada logo à entrada.

Mudanças nos hospitais

Entre os 31 casos registados, 10 estão recuperados, mas 21 ainda precisam de tratamento. Este aumento no número levou a alterações no funcionamento do sistema de resposta e a que os casos mais leves de infectados fossem transferidos do Centro Hospitalar Conde de São Januário para o Alto de Coloane.

“Antes era um centro clínico para acolher os contactos próximos e aqueles que estão em isolamento e convalescência. Com o aumento dos casos confirmados vamos ter de usar o Centro Clínico no Alto de Coloane para isolar os casos mais leves”, apontou Alvis Lo Iek Lo, médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Segundo os dados oficiais, neste momento, há 232 camas de enfermaria para isolamento, entre as quais 112 no Centro Hospitalar e 120 no Alto de Coloane. Macau tem ainda 72 ventiladores, alguns dos quais estão a ser utilizados para pessoas com outras necessidades, mas Alvis Lo indicou que existem pulmões artificiais que também podem ser utilizados.

25 Mar 2020

Justiça | TSI dá razão a empresa junket em caso de imóveis

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão a uma empresa junket que opera na área da concessão de créditos para jogos num clube VIP do Sands Cotai Central, num caso onde esta exige a anulação da compra e venda de imóveis por parte de um jogador que contraiu uma dívida pelo empréstimo de 3.500 milhões de dólares de Hong Kong.

Este montante foi emprestado ao jogador em fichas de jogo, tendo este prometido a devolução do dinheiro no prazo de 15 dias. No entanto, apenas devolveu 200 mil dólares de Hong Kong e não mais atendeu telefonemas da empresa.

Esta resolveu exigir, em Dezembro de 2015, junto do Tribunal Judicial de Base (TJB), o pagamento da dívida, tendo descoberto que, antes, o jogador e a esposa tinham vendido dois lugares de estacionamento e um apartamento. O jogador alegou “que já não tinha bens suficientes para pagar as respectivas dívidas”, pelo que a empresa junket exigiu a declaração de nulidade ou ineficácia das transacções.

Em 2018 o TJB decidiu a favor da empresa, pois ficou provado que “nas duas transacções de compra e venda de imóveis, tanto os compradores como os vendedores não tinham a vontade de comprar e vender os imóveis, nem o preço foi pago pelos compradores, sendo manifesta a sua intenção de impossibilitar que a Autora [empresa junket] executasse coactivamente os referidos imóveis do 1.º réu.”. O jogador recorreu então para o TSI, alegando que “os registos das transacções bancárias e os comprovativos de depósitos bancários podiam demonstrar que pagaram os preços das transacções e, por conseguinte, as transacções haviam sido reais”.

Contudo, o TSI determinou que “não se provou que os aludidos registos das transacções bancárias visavam o pagamento dos preços para a compra e venda de imóveis, sendo correctas a apreciação da matéria de facto e a aplicação do Direito, efectuadas pelo Tribunal a quo [TJB], devendo, em consequência, ser consideradas nulas essas transacções”.

25 Mar 2020

Jogo | Agências estimam perdas maiores do que o previsto

[dropcap]C[/dropcap]om vista a “reflectir a desaceleração económica global com maior consciência sobre distanciamento social e restrições de vistos/viagens”, o ramo de corretagem do Jefferies Group LLC aumentou em 29 pontos percentuais a sua previsão para a contração na receita bruta do jogo em Macau, noticiou ontem o GGRAsia. A empresa estima agora que o declínio anual seja de 45 por cento. Anteriormente, a instituição tinha previsto uma queda de 16 por cento este ano, e de 9,2 por cento em 2021.

Em nota emitida na segunda-feira, o analista Andrew Lee indicou que a Jefferies mantém uma posição conservadora em relação às perdas do sector pela crença de um aliviar nas restrições de viagens.

Por sua vez, a agência corretora Sanford C. Bernstein Ltd disse num memorando que estimava que a receita bruta do jogo entre 1 e 22 de Março era de aproximadamente quatro mil milhões de patacas, com uma taxa média diária mensal de cerca de 182 milhões, escreveu o GGRAsia. Isto reflecte um decréscimo de 78 por cento comparativamente a Março do ano passado. Sanford Bernstein notou ainda que a média “piorou” para 164 milhões durante a semana de 16 a 22 do mês em análise.

25 Mar 2020

Covid-19 | Entidades unem-se para apoiar Portugal

Para permitir a aquisição de material necessário em Portugal no combate ao novo tipo de coronavírus, 17 entidades e associações uniram-se numa Comissão Solidária de Macau e estão a organizar uma angariação de fundos

 

[dropcap]E[/dropcap]stá aberta uma angariação de fundos para permitir a aquisição de equipamento a enviar para Portugal, com o objectivo de apoiar o combate à covid-19. O movimento de solidariedade arranca com uma Comissão Solidária de Macau que reúne 17 entidades. O que se pretendeu foi agregar um “querer colectivo de tentar fazer alguma coisa para ajudar a situação que se vive em Portugal”, descreveu Amélia António, presidente da Casa de Portugal. Espera-se assim conseguir adquirir material constante de uma lista do Ministério da Saúde que aponta o que faz falta.

Em primeira instância, o apoio será dirigido à obtenção de material de protecção para todos os que estão na primeira linha de combate à doença. De acordo com Amélia António, as informações recebidas pela Comissão é de que existe falta de batas, viseiras, óculos, máscaras e outro material destinado a estes profissionais. Numa segunda linha, mas “não menos importante”, procura-se enviar kits e o conjunto de coisas necessárias para que sejam realizados testes, uma vez que a Organização Mundial de Saúde “parece concluir que onde se fazem mais testes tem-se conseguido dominar melhor a questão”, explicou Amélia António ontem em conferência de imprensa.

Para este efeito foi aberta uma conta no BNU, gerida exclusivamente pelo banco, cujo nome é “COVID19 – Portugal Conta Solidariedade” com o número “MOP 9016556516”. A conta deverá permanecer aberta até ao dia 5 de Abril, uma vez que “isto é importante e é urgente”, frisou a representante da Casa de Portugal. Por sua vez, Miguel de Senna Fernandes notou que as previsões apontam que o pico em Portugal será em meados de Abril para explicar que há tempo para agir, acrescentando posteriormente que “é importantíssimo que o façamos já”.

Solidariedade “prática”

Como Portugal tem adquirido material na China, e está também a receber ofertas de instituições e particulares deste país, “tudo isso estará a ser congregado de maneira a poder voar para Portugal da forma mais eficiente e mais rápida”, disse Amélia António. Além do BNU, prestam apoio a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e as representações diplomáticas de Portugal em Macau e na China. Note-se que a distribuição do material em Portugal será feita pelo Ministério da Saúde.

Apesar de se pretender que a ajuda seja principalmente financeira, não se exclui a possibilidade de as pessoas contribuírem com material físico, ainda que isso obrigue a uma “logística maior”.

Amélia António frisou que se está a trabalhar para que a solidariedade “tenha uma expressão real, prática, que seja possível as pessoas sentirem que ela existe e se manifesta”. E lançou um alerta, indicando que a comunidade de língua portuguesa “tem tempo de criticar o que tiver de criticar”, mas que “nenhum país estava preparado para isto”. No seu entender, a energia deve estar concentrada na luta contra o inimigo: “e o inimigo neste momento é o vírus”.

A responsável avançou ainda que representantes da iniciativa foram ontem recebidos pelo Chefe do Executivo, tendo sido acolhidos com grande “simpatia” e “expressão de apoio”.

25 Mar 2020

Biodiversidade | Governo divulga estudo até fim de Junho

[dropcap]E[/dropcap]m resposta a uma interpelação de Lei Chan U, o Governo garantiu estar atento ao impacto da urbanização na ecologia de Macau e que, até ao final do primeiro semestre de 2020, será publicado o primeiro estudo sobre a biodiversidade no território.

O estudo, realizado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), foi realizado entre 2017 e 2019 e intitula-se “Inquérito e Normas de Gestão sobre o Sistema Ecológico de Macau”, assumindo-se como um dos projectos de investigação que visam “recolher os dados fundamentais no âmbito da investigação ecológica e do estudo da biodiversidade em Macau”, pode ler-se na resposta a Lei Chan U.

Quanto à questão levantada pelo deputado acerca da fraca consciencialização da população para o tema da protecção da biodiversidade, o Governo assegurou que através do IAM e da DSPA têm vindo a ser organizadas actividades como a “Semana Verde” e ainda exposições, workshops ou palestras “a fim de sensibilizar o público para a protecção de animais e plantas”.

25 Mar 2020

Covid-19 | MP quer rapidez nos casos relacionados com prevenção

[dropcap]O[/dropcap] Ministério Público (MP) adoptou medidas para acelerar a investigação de infracções a regras de prevenção da propagação do surto do novo tipo de coronavírus. A informação foi avançada ontem através de uma nota oficial, onde o MP divulga também a conclusão da investigação de dois inquéritos relacionados com a prevenção da covid-19.

O primeiro caso diz respeito a falsas declarações prestadas pelo arguido sobre os locais visitados anteriormente. Ao entrar em Macau, o suspeito não declarou fielmente a história da sua viagem, nomeadamente a estadia na Coreia do Sul, com o propósito de escapar à observação médica. O arguido foi acusado de prática de crime de infracção de medida sanitária preventiva e pode ser condenado a pena de prisão até seis meses.

O segundo caso diz respeito ao uso abusivo de bilhete de identidade alheio para a compra de máscaras fornecidas pelo Governo. Após investigação, o arguido foi acusado da prática de dois crimes, podendo ser condenado a uma pena de prisão até um ano para o primeiro crime e até três anos para segundo.

25 Mar 2020

Covid-19 | Macau anuncia 26º caso de infecção

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram hoje mais um caso de contágio da Covid-19, elevando o número de infectados para 26 desde o início do surto do novo coronavírus. Trata-se de uma jovem de 17 anos, residente de Macau, estudante no Reino Unido, que a 20 de Março viajou a partir de Londres para a Hong Kong, informou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Quando chegou a Macau, no dia 22 de Março, domingo, apresentava sintomas como corrimento nasal e dor de cabeça, tendo sido levada de ambulância para o hospital publico para exames. O primeiro teste que realizou foi negativo, contudo um segundo teste realizado 48 depois, hoje, confirmou positivo para o novo tipo de coronavírus, acrescentaram as autoridades.

Este é o 16.º caso detectado pelas autoridades em pouco mais de oito dias, depois de Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infeção.

Macau registou uma primeira vaga de dez casos de infeção pela covid-19 em fevereiro, que já tiveram alta hospitalar. Após a deteção de novos casos, as autoridades reforçaram medidas de controlo e restrições fronteiriças e a obrigatoriedade de quarentena de 14 dias imposta a praticamente toda a gente que entra em Macau.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

24 Mar 2020

TJB | SSM com razão em caso de recusa de isolamento

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal Judicial de Base (TJB) deu razão aos Serviços de Saúde de Macau (SSM) em três casos em que foi decretado isolamento obrigatório de pessoas com suspeita de infecção e que recusaram tal medida. De acordo com um comunicado, um dos casos ocorreu a 24 de Janeiro deste ano, estando, por isso, relacionado com a covid-19.

Em causa estavam “suspeitas de que os respectivos indivíduos pudessem estar infectados com doenças transmissíveis constantes na lista da Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis”. O TJB “confirmou judicialmente as medidas de isolamento obrigatório determinadas pelos SSM em todos os processos acima referidos”.

De frisar que, além do caso relativo à covid-19, há mais dois processos ligado ao vírus H7N9, relativos a 17 de Março de 2014 e 5 de Fevereiro de 2016. Neste último processo, o indivíduo chegou a recorrer para o Tribunal de Segunda Instância (TSI), que manteve a decisão da primeira instância.

24 Mar 2020

Turismo | Residentes pressionam agência a cancelar tour em Macau

Continuam a ser vendidos tours de Macau, pelo menos a turistas de Hong Kong. Uma agência em particular, viu-se forçada a cancelar os pacotes que tinham Macau como destino devido à reacção de residentes nas redes sociais. Entretanto, as restrições de entrada em Hong Kong podem encarregar-se por si de impedir as tours

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar das circunstâncias pandémicas, Macau continua a ser apelativo para turistas. Exemplo disso é a forma como agências de turismo continuam a vender pacotes que têm a RAEM como destino, apesar do aumento dos casos de infecções pelo novo coronavírus.

A EGL Tours, uma agência de turismo de Hong Kong com uma loja em Macau, acabou por cancelar as excursões programadas depois de ser severamente criticada online e ameaçada de boicote. “Depois de ontem termos ouvido tantos amigos, e após cuidadosa ponderação, decidimos cancelar imediatamente todas as tours em Macau. Pedimos desculpas a todos os cidadãos de Macau e Hong Kong.” Começa assim a mensagem da agência de Hong Kong, escrita na caixa de comentários na publicação em que publicitava as tours em Macau.

A EGL Tours acrescenta que na altura de conceber o produto turístico ainda não se tinha dado a segunda vaga de infecções e que a gravidade da pandemia foi subestimada. A agência refere também que tem como prioridade a segurança do pessoal da linha da frente e que espera que a indústria consiga ultrapassar este período complicado.

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST), em resposta ao HM, revelou ontem que tem seguido de perto a situação, e que contactou no domingo várias agências de turismo para compreender melhor a situação. Inês Chan, que lidera o Departamento de Licenciamento e Inspecção da DST, revelou que a delegação dos serviços de turismo de Macau em Hong Kong chamou a atenção às agências no sentido de reforçar a ideia de parceria no combate à pandemia.

Aliás, a situação foi resolvida, inadvertidamente, por Carrie Lam. “Às 15h [de ontem], as autoridades de Hong Kong anunciaram novas medidas. Todos os residentes que regressam de Macau ficam em quarentena obrigatória de 14 dias. Por isso, é impossível a realização de excursões”, referiu Inês Chan na habitual conferência de imprensa sobre a situação do combate ao novo coronavírus.

Reino de fantasia

Pouco antes do anúncio do Executivo de Hong Kong, o HM falou com a representante da agência Best Funny Holiday, que vende viagens de Hong Kong e marcações de hotéis, sem tour. A agência sublinhou que não cancelou produtos turísticos que têm Macau como destino e que tinha muitas reservas, todas marcadas por residentes de Hong Kong, considerando não ser oportuno revelar os números exactos de reservas.

Regressando à EGL Tours e ao produto turístico que foi massacrado nas redes sociais por residentes de Macau, é de salientar que as viagens foram promovidas com a salvaguarda de que “não passavam por locais afectados pelo surto epidémico”.

Além disso, a EGL garantia a desinfecção do autocarro que iria transportar os turistas, a medição da temperatura antes da entrada na viatura, refeições tomadas em mesas separadas, e o fornecimento de máscaras e desinfectante de mãos. Além disso, nas tours estavam também previstas viagens no Metro Ligeiro.

24 Mar 2020

FMUP | Director diz que Marcelo Rebelo de Sousa deve pedir ajuda a Macau 

[dropcap]A[/dropcap]ltamiro da Costa Pereira, director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), defendeu, numa carta aberta publicada no semanário Expresso, que o Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, deveria pedir ajuda a Macau no combate à pandemia da covid-19.

“Apelo-lhe, como português e cidadão europeu, para que exerça a sua enorme influência simbólica e diplomática, junto de países ou regiões que têm partilhado com Portugal relações históricas, comerciais e de entre ajuda, há já mais de 500 anos, para que nos auxiliem agora, neste momento de enorme necessidade.”

O responsável máximo pela FMUP refere-se “ao Japão e República Popular da China, com especial destaque para a Região Administrativa Especial de Macau”. “Na verdade, fruto de terem tido que lidar com a epidemia de SARS no início deste milénio e agora com a de covid-19, a China e suas Regiões Administrativas Especiais estão preparadas como nenhum outro país – com as possíveis excepções do Japão e da Coreia do Sul – para nos ajudar neste combate que, tendo chegado agora de forma avassaladora até nós, não irá tão cedo deixar-nos dormir descansados”, acrescentou.

Altamiro da Costa Pereira defende que esta ajuda “não deverá ser apenas de natureza material, com os seus equipamentos de protecção, de diagnóstico e de tratamento (por exemplo, máscaras, medicamentos e ventiladores) de que já temos e teremos cada vez mais falta no nosso SNS [Serviço Nacional de Saúde], à medida que a situação vá piorando, mas também e, talvez sobretudo, deverá ser através da partilha de conhecimento epidemiológico e de saúde pública”.

24 Mar 2020

PME | Quase três mil candidaturas ao plano de apoio financeiro

[dropcap]U[/dropcap]m total de 2994 pequenas e médias empresas (PME) candidataram-se ao Plano de Apoio a PME concedido pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE) no âmbito das respostas à crise causada pela pandemia da covid-19.

Estes números dizem respeito ao período compreendido entre o dia 1 de Fevereiro e 20 de Março, sendo que 20 por cento das candidaturas foram apresentadas via online. Um total de 1 556 candidaturas já têm o processo de apreciação concluído.

Em comunicado, a DSE explica que “desde que sejam entregues todos os elementos necessários, é muito provável que os trabalhos de apreciação e aprovação sejam concluídos dentro de 10 dias”. Para se candidatarem, as PME devem cumprir quatro passos para ter acesso a um empréstimo sem juros até 600 mil patacas, com um prazo de reembolso de oito anos. No que diz respeito ao plano de bonificação de juros, até ao dia 20 de Março a DSE recebeu um total de 622 pedidos, com o prazo de candidaturas a terminar a 17 de Setembro.

24 Mar 2020

Santa Casa da Misericórdia de Macau envia um milhão de máscaras para Portugal

Entrega deverá demorar pelo menos três semanas e vai ter um custo de cerca de dois milhões de patacas. As máscaras vão ser confiadas à União das Misericórdias Portuguesas, a pensar nos serviços destas instituições mais ligados à saúde

 

[dropcap]A[/dropcap] Santa Casa da Misericórdia de Macau vai enviar um milhão de máscaras para Portugal, através da União das Misericórdias Portuguesas. A informação foi confirmada ontem ao HM pelo provedor António José de Freitas.

“Esta doação de um milhão de máscaras para as Misericórdias portuguesas, através da União das Misericórdias, traduz-se num acto de solidariedade institucional da Irmandade de Macau”, disse António José de Freitas. “Também se pode considerar uma ajuda humanitária porque estamos preocupados com a situação em Portugal. O cenário é cinzento. Vimos o que está a acontecer, a evolução do dia-a-dia e tudo nos diz que o pior ainda está para chegar”, sublinhou.

Neste momento ainda não é certo quando é que o material vai estar disponível para ser enviado. Isto porque foi feita uma encomenda a uma fábrica na província de Anhui, no valor aproximado de 2 milhões de patacas e é necessário aguardar pela produção e envio.

“O contrato foi assinado com uma fábrica na China, situada na Província de Anhui. Ainda vai levar algum tempo para completar a produção. Depois é preciso aguardar pelo transporte, que mesmo quando acontece pela via área está sujeito às formalidades e burocracias”, explicou o provedor.

Segundo António José de Freitas a estimativa da SCM é que o material esteja nas mãos da União das Misericórdias Portuguesas num período de três semanas.

Uma vez em Portugal, a distribuição vai ter como prioridade os serviços das Misericórdias, como unidades de cuidados continuados, lares de terceira idade, entre outros, onde se considere haver necessidade de auxílio.

“Consoante as necessidades de outras misericórdias espalhadas por território nacional, a União vai fazer a distribuição. Será utilizado nos serviços mais relacionados com a saúde, como cuidados continuados e também lares de terceira idade ligados às Misericórdias”, indicou.

Manter a tradição

Esta não é a primeira vez que a Santa Casa da Misericórdia de Macau se mobiliza no sentido de ajudar as congéneres portuguesas. A última vez que uma campanha do género tinha sido posta em acção foi em 2017, quando os incêndios no país vitimaram mais de 100 pessoas. Nessa altura, a SCM enviou uma ajuda financeira no valor de 200 mil euros, que ao câmbio de ontem equivalia a cerca de 1,7 milhões de patacas.

Também em 2010, quando se verificaram cheias na madeira que fizeram cerca de 47 vítimas mortais, a SCM desenvolveu uma operação de auxílio semelhante.

Para António José de Feitas, a ligação entre a Santa Casa da Misericórdia de Macau e as Misericórdias de Portugal fazem com que este tipo de ajuda acabe por ser natural. “Não podemos ser alheios ao que se passa em Portugal. Há sempre uma ligação, um cordão umbilical, que liga as Misericórdias de Portugal com a de Macau”, apontou. “É bom não esquecer que a Misericórdia de Macau, apesar de estar numa conjuntura socioeconómica diferente, é sempre uma instituição de matriz portuguesa. E continuará a ser sempre”, vincou.

24 Mar 2020

Covid-19 | Serviços de saúde passam a realizar testes nos hotéis onde se efectuam quarentenas

[dropcap]A[/dropcap]lvis Lo, médico dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), anunciou ontem que as autoridades vão adoptar novas medidas de despistagem de infecção com a covid-19 para todos os que estão sujeitos a quarentena obrigatória à chegada ao território.

Neste sentido, são os próprios profissionais de saúde que irão aos hotéis onde se encontram estas pessoas a fim de realizarem testes de ácido nucleico. Este método já foi usado no hotel Golden Crown China Hotel.

“Antes apenas retirávamos amostras de saliva, mas verificámos que demorava mais tempo a fazer o teste em laboratório. Verificámos que é mais fácil enviar pessoas para os hotéis para realizarem testes de ácido nucleico, por isso mudámos a forma de fazer os testes. No futuro vamos usar este método para aplicar em outros hotéis”, frisou o médico.

Alvis Lo adiantou também que esta medida foi adoptada oficialmente este domingo, depois de terem sido testadas duas pessoas a cumprir quarentena obrigatória no hotel Golden Crown China Hotel.

24 Mar 2020

Covid-19 | Lei Chin Ion diz que novos casos de infecção estão dentro das previsões do Governo

[dropcap]O[/dropcap]s novos casos de infecção de covid-19 registados nos últimos dias estão dentro das previsões do Executivo, declarou Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM).

“Temos muitos estudantes que vão regressar de zonas de alto risco para Macau, por isso os cinco novos casos estão dentro das nossas previsões. São apenas oito estudantes e, por isso, a proporção é inferior a 1 por cento [é 0,9 por cento].”

Lei Chin Ion assegurou ainda que não há risco de infecção comunitária através destas pessoas que regressam do exterior, uma vez que foram detectadas e observadas a tempo as pessoas com contacto próximo.

“Nos últimos dias houve muitos residentes a regressar a Macau, mas acredito que esses números vão diminuir. Nos últimos dois dias foi o pico do regresso dos estudantes, hoje [segunda-feira] e amanhã [hoje] há menos estudantes a regressar. Com menos pessoas a regressar o número de casos também vai diminuir. Conseguimos encontrar casos nos hotéis e fronteiras e isso não traz qualquer risco à comunidade”, rematou o director dos SSM.

24 Mar 2020

Covid-19 | Macau regista 25º caso de infecção. Doente é trabalhador não residente da Indonésia

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram esta segunda-feira mais um caso de contágio da covid-19, elevando o número de infectados para 25 desde o início do surto do novo coronavírus. Trata-se de um indonésio, de 41 anos, “marido do 14.º caso e pai do 17.º caso confirmado em Macau”, informou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O trabalhador não residente do território, no dia 17 de Março, “apanhou o voo CX718 (com o assento n.º 47D) da companhia aérea Cathay Pacific, com a sua mulher e seu filho, com partida de Jacarta, Indonésia e destino Hong Kong”. Apesar de ter logo registado febre, os primeiros dois testes deram negativos, mas hoje foi submetido a um terceiro teste e o “resultado revelou positivo para o novo tipo de coronavírus”, acrescentaram as autoridades.

Este é o 15.º caso detectado pelas autoridades em pouco mais de uma semana, depois de Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infecção.

Ontem foi anunciado o 24º caso de contágio com a covid-19, e que diz respeito a um estudante no Reino Unido, residente de Macau, de 21 anos de idade que viajou de Londres para Hong Kong. Na fronteira, declarou ter sentido febre nos 14 dias anteriores à entrada no território. Os testes realizados posteriormente confirmaram a infecção.

No domingo foi também detectado o 21º caso positivo numa mulher de 19 anos, regressada do Reino Unido via Tailândia, e que chegou a Macau dia 18, estando actualmente em tratamento. No sábado, foi detectado o 22º caso de infecção, respeitante a um homem de 44 anos, residente de Macau, que viajou de Dublin, Irlanda, para Macau via Frankfurt. Quando chegou à fronteira, para cumprir quarentena, declarou ter corrimento nasal, tendo feito testes no Centro Hospitalar Conde de São Januário.

O doente “apresentou sintomas de pneumonia”. Por sua vez, o 23º caso diz respeito a um estudante, residente de Macau, que chegou de Hong Kong na sexta-feira, dia 20. O teste de ácido nucleico deu positivo, mas o raio-x não comprovou a evolução para pneumonia.

24 Mar 2020

Covid-19 | Macau anuncia novo caso e eleva total para 24

[dropcap]M[/dropcap]acau anunciou hoje mais um caso de contágio da covid-19, elevando o número de infectados para 24 desde o início do surto do novo coronavírus.

Um estudante de 21 anos no Reino Unido, que viajou de Londres para Hong Kong, entrou no território no domingo, “tendo declarado, junto do pessoal de quarentena no posto fronteiriço dos Serviços de Saúde, que tinha manifestado febre nos 14 dias anteriores à entrada em Macau”, indicou, em comunicado, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O estudante, residente de Macau, foi levado para o Centro Hospitalar Conde São Januário (CHCSJ) para realizar análises, “cujo resultado de ácido nucleico relevou positivo para o novo tipo de coronavírus”, acrescentou.

Este é o sétimo caso detectado pelas autoridades em pouco mais de 24 horas e o 14.º em cerca de un semana, depois de Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infecção. Macau registou uma primeira vaga de dez casos de infecção pela Covid-19 em Fevereiro, que já tiveram alta hospitalar. Após a deteção de novos casos, as autoridades reforçaram medidas de controlo e restrições fronteiriças.

Desde a passada quinta-feira só é possível a entrada de residentes de Macau, Hong Kong, Taiwan e China continental. Mesmo estes passaram a estar sujeitos a uma quarentena obrigatória de duas semanas, caso tenham estado nos 14 dias anteriores em qualquer território ou país.

Segundo os últimos dados do Governo de Macau, estão 1.394 pessoas isoladas em sete hotéis que o Governo de Macau decidiu converter em centros de quarentena.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir actualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infectados já estão curados.

23 Mar 2020

Turismo | Número de visitantes da China caiu 100% em Fevereiro

[dropcap]M[/dropcap]acau registou menos 95,6 por cento de visitantes em Fevereiro, devido ao impacto causado pelo Covid-19 no território, que manteve os casinos fechados durante metade desse mês, segundo dados oficiais.

“Em Fevereiro do corrente ano chegaram a Macau 156.394 visitantes, tendo-se observado um decréscimo significativo de 95,6 por cento, face ao mês homólogo de 2019, devido ao contínuo impacto gerado pela epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus”, anunciaram as autoridades de Macau, em comunicado.

Com os vistos turísticos da China para Macau suspensos, o número de visitantes provenientes do interior da China caiu drasticamente em Fevereiro: 72.307, “tendo descido notavelmente 97,2 por cento”, apontaram as autoridades da capital mundial do jogo.

“Destaca-se ainda que o número dos visitantes do Interior da China que tinham visto individual (5.822) baixou 99,6 por cento e que o número dos visitantes oriundos das nove cidades do Delta do Rio das Pérolas da Grande Baía (23.907) decresceu 97,6 por cento”, detalharam as autoridades.

Também de Hong Kong entraram menos 90,5 por cento (62.489) e de Taiwan (5.967) menos 92,8 por cento. As autoridades de Macau acrescentaram ainda que nos dois primeiros meses do ano “entraram no território 3.006.859 visitantes, menos 56,9 por cento, face ao período homólogo do ano transato”.

Em 2019, Macau recebeu mais de 39 de milhões de visitantes, um aumento de 10,1 por cento em relação ao ano anterior e um novo recorde para a cidade.

23 Mar 2020

Crime | Trabalhador explica exposição imprópria com calças largas

[dropcap]U[/dropcap]m operador de máquinas foi detido na sexta-feira por ter exposto o órgão sexual em três dias diferentes à mesma mulher. O caso foi revelado pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e o suspeito, filipino de 28 anos, está indiciado pela prática do crime de “actos exibicionistas”.

O alerta foi dado no dia 16 deste mês, pelas 08h, quando a mulher caminhava para o trabalho perto do Colégio D. Bosco. Nessa altura, viu o homem a subir a camisola preta e a baixar as calças para exibir o órgão sexual. Face a este comportamento, a mulher correu em busca das autoridades, que encontrou na Avenida Horta e Costa.

A vítima, uma mulher do Interior com 30 anos, admitiu que a situação já tinha acontecido em outras duas ocasiões, nos dias 28 de Fevereiro e 10 de Março. Nesses dois encontros, apesar do choque, a mulher terá abandonado o local e esquecido a situação, a pensar que não se repetiria.
Porém, no passado dia 16 decidiu finalmente apresentar queixa junto das autoridades para o que se estava a passar.

Após o alerta, as autoridades começaram à procura do homem, que foi apanhado no dia seguinte, nas imediações do Jardim da Montanha Russa, o local no crime onde terá alegadamente acontecido a exposição.
Interrogado pela polícia, o homem não negou ter mostrado as suas partes privadas à mulher, mas justificou-se com a qualidade das calças. Segundo a versão do indivíduo, como ia trabalhar, e havia a possibilidade de ficar sujo ao operar máquinas, optou por vestir calças de má qualidade, demasiado largas, que não se seguravam na cintura.

Depois da investigação policial, o homem acabaria mesmo por confessar intencionalidade. O suspeito arrisca pena de prisão que pode chegar a um ano ou então 120 dias de multa.

23 Mar 2020