Nunu Wu SociedadeMais de 5000 estabelecimentos comerciais inspeccionados num ano A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) inspecionou 5.320 estabelecimentos comerciais e mais de 52.130 produtos entre 1 de Maio de 2020 e 24 de Março deste ano. A informação foi prestada pelo director da DSEDT, Tai Kin Ip, em resposta a interpelação de Leong Sun Iok. O deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau perguntou se, “para evitar o aumento dos preços e conseguir estabilizá-los, o Governo iria reforçar a inspecção e a fiscalização” devido às medidas de apoio ao consumo. Tai Kin Ip respondeu que desde o ano passado o Governo intensificou as inspecções de mercados, frutarias, padarias, restaurantes, farmácias, entre outros tipos de estabelecimentos. O director dos serviços de economia escusou-se a responder a algumas questões do deputado, por estas incidirem ainda nos entretanto extintos cupões de desconto por pagamento electrónico, medida que ficou na gaveta. Além destas inspecções aos locais, o Governo vai monitorizar as redes sociais, em busca de publicações que mencionem situações de preços anormais e queixas da população. Por outro lado, é afirmado que o Conselho dos Consumidores actualiza constantemente a aplicação “Posto de Informações de Preços de Macau”, assim como a lista de custo de produtos no portal online, permitindo à população pesquisar o preço máximo e mínimo, a diferença de preços e o sítio de venda de mesmo produto. Além disso, o consumidor tem ainda à disposição a plataforma electrónica “Consumidor Online”, onde se podem apresentar queixas (e consultar o andamento dos processos) e emitir opiniões. Ontem e na quarta-feira, o Governo organizou três sessões de esclarecimento sobre o plano de benefícios de consumo por meio electrónico no Centro de Actividades do Patane, com o objectivo de apresentar aos representantes das instituições de serviço social o conteúdo do plano, a forma de inscrição e utilização.
Salomé Fernandes Manchete SociedadeJogo | Sands China com prejuízo de 213 milhões no primeiro trimestre As receitas da Sands China no primeiro trimestre do ano fixaram-se em 771 milhões de dólares. Apesar dos prejuízos no início de 2021 e de indicar que as restrições de viagens para Macau dificultam o desempenho financeiro, o CEO da Las Vegas Sands mostrou confiança na recuperação A operadora de jogo Sands China anunciou ontem um prejuízo de 213 milhões de dólares no primeiro trimestre, devido ao impacto causado pela pandemia. Em comunicado, a empresa avançou ainda que o total das receitas diminuiu 4,6 por cento, em comparação ao mesmo período do ano passado, arrecadando 771 milhões de dólares. Já as perdas no EBITDA – os lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciações – atingiram os 100 milhões de dólares, o que representa um aumento de 49,2 por cento, já que no período homólogo de 2020 se ficou pelos 67 milhões de dólares. “Continuamos confiantes na recuperação eventual dos gastos com turismo e viagens nos nossos mercados. A procura pela nossa oferta por parte dos clientes que puderam visitar [os casinos] continua robusta, mas as restrições de viagens relacionadas com a pandemia, particularmente em Macau e Singapura, continuam a limitar visitas e a dificultar o nosso desempenho financeiro”, afirmou Robert G. Goldstein, presidente e director-executivo da Las Vegas Sands, a empresa norte-americana que detém a maioria do capital da Sands China. Apesar disso, afirmou que os responsáveis estão “entusiasmados com a oportunidade de receber mais clientes (…), à medida que um número maior de visitantes pode viajar para Macau, Singapura e Las Vegas”. A nível hoteleiro, o relatório mostra que o Venetian contou com uma taxa de ocupação de 47,2 por cento, enquanto a ocupação do Sands Macau se fixou em 71,5 por cento. Dar sem receber A despesa de capital em Macau da Sands no primeiro trimestre deste ano envolveu custos de construção, desenvolvimento e manutenção no valor de 268 milhões de dólares americanos. Recorde-se que a empresa inaugurou em Fevereiro a primeira fase do hotel e casino The Londoner, um investimento de cerca de 15,2 mil milhões de patacas. Os resultados mostram que no primeiro trimestre do ano o casino do The Londoner gerou receitas de 91 milhões de dólares. O GGRAsia noticiou ontem que as receitas do segmento de massa premium da Sands China chegaram quase a metade dos níveis pré-covid-19, enquanto o mercado VIP ainda enfrenta dificuldades. As diferenças na trajectória de recuperação foram explicadas por Grant Chum Kwan Lock, director operacional da empresa, com uma “mudança estrutural” no mercado de Macau que levou a que “mais clientes lidassem directamente com operadores de casino”.
Salomé Fernandes SociedadeCigarros Electrónicos | Relatório sugere proibir a importação O relatório de acompanhamento e avaliação do regime de prevenção e controlo do tabagismo recomenda o aumento do imposto sobre os cigarros e proibir a importação de cigarros electrónicos. “De uma forma geral, o relatório demonstra que a execução da nova lei do controlo do tabagismo é satisfatória e atende aos critérios de aplicação da Convenção Quadro para o Controlo do Tabaco da Organização Mundial da Saúde”, comunicaram os Serviços de Saúde de Macau (SSM). O documento revela que a taxa geral de consumo de tabaco por maiores de 15 anos caiu 11,2 por cento em 2019. Outra boa nova revelada é que “em apenas 8 anos, há uma redução relativa de 33,7 por cento o que permitiu atingir a meta da Organização Mundial da Saúde de reduzir a taxa de consumo de tabaco local em 30 por cento em 2025”. Perante os resultados, os SSM indicam ainda que é preciso “dar continuidade e atenção às questões mais problemáticas”, como o consumo de cigarro electrónico entre os jovens, venda de produtos na internet e fumar a andar na rua. Além disso, os Serviços de Saúde incumbiram uma agência de fazer inquéritos e testes à qualidade do ar em casinos. Mais de 90 por cento dos trabalhadores de jogo entrevistados concordaram que a qualidade do ar nos locais de trabalho era “boa”, “muito boa” ou “extremamente boa”. “As amostras de ar estão em conformidade com os indicadores da qualidade do ar em recintos fechados públicos gerais de Macau”, apontam os SSM.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSAMA | Jantar de 8 mil patacas terminou com prendas Chanel a funcionários O CCAC acredita que os funcionários da DSAMA fecharam os olhos a várias irregularidades da empresa estatal China Overseas, a troco de presentes. Funcionária da empresa mandava oferecer prendas para depois pedir “favores” O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) acredita que o jantar de 8.400 patacas em que participaram quatro funcionários da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), e em que foram distribuídas malas da Chanel, foi essencial para a China Overseas conseguir um contrato de 38,4 milhões de patacas para dragagem. A tese foi avançada ontem no Tribunal Judicial de Base, em que cinco funcionários e ex-funcionários, entre os quais Vong Kam Fai, ex-subdirector, respondem pelo crime de corrupção passiva para acto ilícito, cuja pena pode chegar a oito anos de prisão. Segundo o depoimento da testemunha Lei Tong Leong, investigador do CCAC, a empresa tinha sido contratada em 2014, para fazer uma dragagem junto à Central Térmica de Coloane. Todavia, ao longo do primeiro contrato de 54,7 milhões de patacas, que se prolongou entre Março e Dezembro de 2014, China Overseas utilizou embarcações sem licenças, não cumpriu os requisitos a nível da profundidade das águas nem as datas do contrato, trabalhando além do previsto. Apesar das falhas apontadas pelo CCAC, a empresa recebeu uma adjudicação directa para continuar o serviço, a troco de 38,4 milhões de patacas. O investigador do CCAC defendeu que o segundo contrato só foi possível por adjudicação directa porque a empresa tinha oferecido vários presentes aos trabalhadores da DSAMA. Para sustentar a tese, foram mostradas imagens do jantar num restaurante de marisco, em que participam os arguidos Kuok Kuong Wa, ex-chefe de departamento, Tong Vun Ieong, chefe de divisão, Lao Weng U, ex-chefe de divisão e Kuok Wang Ngai, ex-funcionário da DSAMA. Além das refeições, os funcionários deixaram o espaço com um saco oferecido, que a investigação concluiu ter malas e perfumes da marca Chanel, além de garrafas de vinho. “A sugestão para a adjudicação directa assumia que os trabalhos tinham sido bem executados, em condições de segurança”, afirmou Lei Tong Leong. “Mas, não era verdade, porque nunca foi assegurada a largura de 2,5 metros no canal, uma exigência do contrato inicial. Os funcionários sabiam que as embarcações estavam a navegar sem licenças e que os trabalhos se prolongaram além do prazo”, acrescentou. O jantar de 8.488 patacas foi pago pela China Overseas e pelo funcionário Meng Ke, assim como as prendas adquiridas no New Yaohan, com os custos a entrar na contabilidade da empresa. O subdirector Vong Kam Fai foi o único que não participou no jantar. Escutas telefónicas Além das provas do jantar, o CCAC apresentou também escutas telefónicas que permitem ouvir Wong Cheong Chau, funcionária da empresa que alegadamente dá as ordens para corromper, mas não está acusada, dizer a um funcionário que era preciso oferecer uma prenda mais cara a Lao Weng U. “O presente para Lao tinha pouco valor. Uma mala é mais apropriada. O valor é tão pouco, tão diminuto, que não dá para depois pedir um favor”, ouviu-se na escuta. Lao terá recebido uma mala de 28 mil patacas e Tong um produto semelhante, mas com o valor de 38 mil patacas. “As chamadas mostram que Lao e Tong tinham conhecimento que iam receber prendas e que queriam recebê-las”, disse o investigador. Lei revelou ainda que a investigação foi iniciada depois de terem sido recebidas denúncias para o favorecimento da China Overseas. O primeiro concurso foi realizado por convite e a empresa estatal ganhou com um preço superior a 50 milhões de patacas, enquanto as outras duas concorrentes, excluídas, cobravam 36 milhões e 9 milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeGalaxy | Apresentado esquema de reforma antecipada para funcionários A presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, indicou, na terça-feira, que alguns funcionários do Galaxy tinham sido convocados para uma reunião onde lhes foi apresentado um esquema de reforma. A iniciativa é dirigida a funcionários que querem reformar-se antecipadamente ou mudar de emprego. A mensagem foi divulgada por Cloee Chao através do “Youtube”. “Achamos que o esquema é de boa-fé. Em primeiro lugar, não é obrigatório, em segundo lugar, oferece uma indemnização”, adiantou a responsável. Cloee Chao exemplificou que os supervisores podem obter 380 mil patacas, enquanto os gestores de projecto podem receber 520 mil patacas. A indemnização para os croupiers ainda não é conhecida, mas a líder associativa recebeu a dica de que pode rondar as 260 mil patacas. “Estimamos que o montante seja semelhante a 13 meses de salário”, apontou. Lei Man Chao, vice-presidente da associação, pediu atenção aos detalhes da proposta. “Superficialmente, é mais atractivo do que a indemnização da Lei laboral. Mas ainda precisamos de saber os detalhes, como as alíneas, a duração e as condições”, avisou. “Sobre o esquema de reforma lançado de boa-fé para reduzir os recursos humanos, a associação mostra-se a favor, mas tal como Lei disse, é preciso saber que alíneas compõem o acordo. Diz-se sempre que o diabo está nos detalhes”, frisou Cloee Chao. A responsável associativa recordou que durante a pandemia a associação recebeu queixas sobre empresas de jogo, por exemplo, que transferiram funcionários para outros cargos de modo a forçá-los a apresentar demissão.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Angela Leong pede mais serviços de apoio psicológico A saúde mental da população em contexto de pandemia levanta preocupações à deputada Angela Leong, que quer saber se foram criados serviços específicos a nível de aconselhamento psicológico nos hospitais e centros de saúde. “A epidemia, além de constituir uma ameaça à saúde física e mental da população, afecta ainda o desenvolvimento socioeconómico, sendo fácil provocar turbulência emocional entre as pessoas”, aponta numa interpelação escrita. Esta é a primeira interpelação escrita submetida por Angela Leong na sessão legislativa corrente, sendo preciso recuar a Julho do ano passado para encontrar registo da última. A preocupação manifestada pela deputada passa pela possibilidade de as pessoas voltarem “a ter ansiedade antes de se livrarem das emoções negativas”, tendo em conta alterações à situação da epidemia no Interior da China e em Macau e a um quarto surto no exterior. A deputada aponta que foi criada uma linha aberta destinada a estudantes e operadores de jogo, questionando o Governo se foram “criados serviços de apoio e de aconselhamento psicológicos que correspondam à natureza e ao conteúdo do seu trabalho” para os trabalhadores da linha da frente, como profissionais de saúde e polícias. No seu entender, “é mais fácil” que estes profissionais enfrentem problemas físicos e psicológicos por causa dos riscos que correm. Angela Leong refere que uma instituição educativa realizou recentemente um inquérito sobre o estado de saúde mental da população devido à pandemia, tendo os resultados mostrado que “70 por cento considera que a pandemia afecta profundamente a sua vida” e mais de um quarto tinha cansaço médio a alto depois do pico da pandemia. Entre os participantes, foram também registados casos de depressão, e de ansiedade.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Governo avança com plano para acelerar vacinação Para contrariar a fraca adesão às vacinas, o Governo vai dar início a um plano de proximidade para inocular a população por grupos sociais. Em primeiro lugar serão vacinados professores e alunos do ensino superior, numa segunda fase trabalhadores de empresas de “larga escala” e, mais tarde, pessoal e pacientes de lares de idosos Até agora, apenas 8 por cento da população de Macau tomou a primeira dose da vacina contra a covid-19, o que corresponde a cerca de 57 mil pessoas, números que não correspondem às expectativas do Governo. Assim sendo, vai arrancar o plano de proximidade, para vacinar sectores da sociedade por etapas, revelou ontem o coordenador do Plano de Vacinação contra a covid-19, Tai Wa Hou, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. “A primeira fase será dirigida ao ensino superior, já entrámos em contacto com as universidades e depois passamos para vacinação em empresas de grande escala. Os lares de idosos ficam para uma fase posterior”, informou o responsável, citado pela TDM – Rádio Macau. O plano de proximidade, como foi designado, não será aplicado aos restantes níveis de ensino, porque as vacinas disponíveis em Macau só podem ser administradas a jovens com mais de 16 e 18 anos. Quanto à vacinação de idosos, Tai Wai Hou recordou a inversão da admissibilidade de administrar vacinas a maiores de 60 anos, depois do parecer da Comissão Nacional de Saúde, e que apenas podem ser vacinados em Macau pessoas maiores de 60 anos depois de avaliadas pelas autoridades e comprovada a sua boa saúde. Nem te reconheço Para já, Tai Wa Hou avançou que as autoridades estão a avaliar a possibilidade de acrescentar locais onde são administradas vacinas, depois de ser anunciado que o Hospital de Kiang Wu passaria a estar incluído no plano. Uma coisa é certa, o Governo quer inverter a baixa taxa de vacinação, que o coordenador considera “prejudicial à prevenção da pandemia” e um empecilho ao reconhecimento mútuo das vacinas com o Interior da China. Até ontem, o centro de coordenação de contingência do novo tipo de coronavírus contou ontem 145.906 agendamentos para tomar a vacina e 86.653 doses administradas. No total, apenas 30.902 tomaram a segunda dose da vacina. Até ontem, as autoridades de saúde reportaram um total 373 casos de reacções adversas às vacinas, dois deles considerados graves.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTurismo | Rede de transportes “insatisfatória” penaliza Macau e Zhuhai Um estudo de dois académicos da Universidade de Jinan indica que Macau e Zhuhai precisam de melhorar a rede de transportes e a ligação a outras regiões do Interior, para se desenvolverem como núcleo de turismo da Grande Baía Para verdadeiramente se tornarem num dos grandes eixos de turismo na Grande Baía, Macau e Zhuhai vão ter de melhorar acessos para turistas, a nível dos transportes. A conclusão é de um estudo do Academic Journal of Humanities & Social Sciences intitulado “Pesquisa sobre Acessos de Transporte e Desejo de Turismo na Grande Baía”, da autoria de Li Tsanman e Chen Qiudi, dois académicos da Universidade de Jinan. No documento publicado este mês, os académicos utilizaram duas fórmulas para comparar os acessos de transporte às 11 principais cidades da Grande Baía e avaliar a vontade dos turistas de visitarem essas cidades. A vertente dos transportes é a que mais penaliza Macau. A RAEM surgem no 10.º lugar ao nível de acesso e é ainda destacada como o único destino turístico que não têm uma ligação directa da rede ferroviária de alta velocidade. Apesar destes constrangimentos, Macau bate Zhuhai, que dispõe de uma ligação de alta velocidade. No entanto, as cidades são as piores classificadas. Guangzhou, Shenzhen, Foshan, Zhongshan e Hong Kong ocupam os primeiros lugares da tabela, por esta ordem. Os autores consideram assim que núcleos de turismo Guangzhou-Foshan e Shenzhen-Hong Kong estão bem definidos e que podem ser o principal motor da indústria na Grande Baía. Caso as ligações de transportes melhorem, Zhuhai e Macau podem assumir um papel semelhante. “A pesquisa indica que Zhuhai e Macau podem servir como um núcleo de turismo, mas as acessibilidades a nível de transportes não são satisfatórias”, é sublinhado. “Todavia, o problema está identificado e o Governo está gradualmente a resolvê-lo através da construção da Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau e de mais linhas ferroviárias”, é acrescentado. O quinto mais desejado No ranking que mede a vontade para visitar as cidades como turista, Macau surge no quinto lugar. O ranking tem por base 523 questionários. No primeiro lugar volta a surgir Guangzhou, seguida por Shenzhen, Foshan e Hong Kong. Para os autores, Macau e Hong Kong beneficiam do princípio “Um País, Dois Sistemas” e da mistura de culturas chinesa e ocidentais. “Hong Kong consegue um melhor ranking que Macau porque beneficia da proximidade com Shenzhen e oferece aos turistas melhores facilidades a nível de transporte e passagem nas fronteiras”, é explicado. Por outro lado, os académicos defendem que Zhuhai tem beneficiado muito da proximidade com Macau. Devido à necessidade de parar em Zhuhai para se deslocarem à RAEM, os turistas do Interior sentem-se mais tentados a fazer uma paragem no outro lado da fronteira, com ganhos para a cidade vizinha.
Hoje Macau SociedadeJogo | Última semana confirma tendência de recuperação A semana de 12 a 18 de Abril voltou a registar melhorias nas receitas da indústria do jogo, de acordo com analistas da JP Morgan Securities e Sanford C. Bernstein. Segundo os analistas da JP Morgan, na semana passada os casinos de Macau tiveram receitas brutas diárias de 300 milhões de patacas por dia, “um dos registos mais elevados para períodos fora de feriados no período depois do início da pandemia”, parcialmente empurrado pelos resultados do sector VIP, cita do portal GGRAsia. A consultora afirma que a procura no mercado do jogo de Macau “está a recuperar confortavelmente”, com uma receita bruta nos primeiros 18 dias de Abril estimada em 5,5 mil milhões de patacas, ou 280 milhões por dia. Números mais optimistas face aos registados nos meses anteriores, 260 e 270 milhões de patacas por dia, apesar de não se estar em época alta. As melhorias, de acordo com a Sanford C. Bernstein, resultaram, principalmente, no aumento da entrada de visitantes durante o fim-de-semana e consequência da boa performance do sector VIP. Os analistas referem que, apesar a primeira metade da última semana ter sido mais calma, a chegada de visitantes na sexta-feira, dia 16, foi a melhor dos últimos 15 meses, com 34,252 entradas. A média diária de turistas que chegaram a Macau entre 9 e 15 de Abril foi de 27.404.
Hoje Macau SociedadeIPM | Docente diz que moeda digital vai prejudicar salas VIP Zeng Zhonglu, professor do Centro Pedagógico e Científico na Área do Jogo do Instituto Politécnico de Macau, acredita que as salas VIP vão sofrer um golpe nas receitas devido à possível implementação de moeda digital. Ho Iat Seng admitiu na Assembleia Legislativa que o Executivo está a planear alterar a legislação em vigor para regular as moedas digitais, que assim poderá ser implementada em Macau. Na sequência deste desenvolvimento, Zeng afirmou ao jornal Ou Mun que a indústria do jogo está em mutação, devido ao combate contra o jogo transfronteiriço no Interior, e que devido ao efeito dissuasor da criminalização da actividade que o volume de apostas nas salas VIP está em quebra. Apontando que as receitas das salas VIP apenas representam 38 por cento do total, Zeng alertou para uma quebra maior neste volume, que poderá ser crítica para os casinos, no caso de a troca de fichas ser substituída por uma moeda digital. Por outro lado, Zeng Zhonglu defendeu que o Governo de Macau deve esclarecer muito bem a futura lei das moedas digitais, antes do lançamento, e que deve clarificar se o Governo Central vai ter a possibilidade de controlar as transacções e aceder aos dados das transacções. Finalmente, em relação à adopção da moeda digital, Zeng considerou que esta deve ser uma possibilidade para os jogadores, mas que não deve representar o abandono da moeda física.
Salomé Fernandes Manchete SociedadeToxicodependência | Registo apresenta quebra no número de casos O Instituto de Acção Social indica que o número de toxicodependentes registados em Macau no ano passado caiu quase 37 por cento em comparação a 2019. No entanto, foi deixado um alerta para possíveis casos ocultos de consumo de droga. O grupo de trabalho que acompanha a situação dos jovens propôs dar atenção à sua saúde mental No ano passado foram registados 219 toxicodependentes no “Sistema de Registo Central dos Toxicodependentes de Macau”, número que contrasta com as 346 pessoas registadas em 2019, representando uma descida de 36,7 por cento. Os números do Instituto de Acção Social (IAS) foram apresentados ontem no seguimento da sessão plenária da Comissão de Luta contra a Droga. As medidas de prevenção contra a covid-19 tiveram influência, através do encerramento temporário de instituições de serviços sociais e medidas de controlo do fluxo de pessoal. De acordo com o IAS, isso levou a que “o número obtido em todo o ano apresentasse um notável decréscimo em relação ao ano transacto”. Cheang Io Tat, chefe do departamento de prevenção e tratamento da dependência do jogo e da droga, associou a quebra de casos ao longo dos últimos cinco anos aos “resultados nas medidas de prevenção” do Governo, mas salientou que existe “uma tendência que merece a nossa atenção, que são casos ocultos de consumo de droga”. Em comunicado, o IAS garante que mantém a cooperação com as 22 unidades de serviços que comunicam os casos, e que “foram convidadas” outras entidades para aderir. Um dos objectivos passa por alargar o sistema a instituições de trabalho comunitário ou de trabalho com a família, por causa da frequência em que os casos ocultos são detectados nas famílias. Assim, o IAS espera “detectar o mais rapidamente possível casos latentes na sociedade” de forma a poder “dar mais apoio”. Note-se que o presidente da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM), Augusto Nogueira, alertou anteriormente que este sistema não reflecte o universo de consumidores de droga no território. Isto porque se baseia nos consumidores detidos pelas autoridades policiais e por quem se dirige a instituições e organizações privadas à procura de tratamento. Das 219 pessoas registadas no ano passado, 16 eram jovens com menos de 21 anos, representando uma descida para quase metade do número face ao ano anterior. Apesar disso, aumentou a proporção de estudantes. A maioria dos toxicodependentes registados no sistema eram residentes de Macau e apenas um quinto do consumo aconteceu fora do território. No geral, a metanfetamina, vulgarmente conhecida por “ice”, foi a droga mais consumida, representando mais de um terço. Seguiram-se a cocaína (19,2 por cento) e a canábis (11,2 por cento). Em 41 por cento dos casos, o consumo aconteceu dentro do lar, sendo a casa de amigos e discotecas ou karaokes os outros locais mais comuns. A média das despesas mensais com o consumo de drogas fixou-se em 3.331 patacas. Atenção à saúde mental O grupo de trabalho que acompanha a problemática da droga relativamente aos jovens, apresentou um estudo sobre a “tendência do consumo de drogas, procura dos serviços de desintoxicação e o plano de desenvolvimento”. Foi proposto que “seja dada atenção à saúde mental dos jovens, à relação entre educação familiar e o risco do consumo de drogas, sendo ainda referido que o mesmo “vai continuamente desenvolver junto dos jovens, encarregados de educação e dos profissionais” acções de prevenção”. Cheang Io Tat, chefe do departamento de prevenção e tratamento da dependência do jogo e da droga, disse que o Governo coopera com uma associação de jovens num plano de formação profissional para quem faz desintoxicação. Entre 2019 e 2020 realizaram-se mais de duas dezenas de cursos de formação, que contaram com a participação de 92 jovens. De acordo com o representante do IAS, 90 por cento dos participantes “não voltou a ter contacto com a droga”. Recorde-se que no ano passado foi também lançado o programa de estágio profissional “Hold on to hope”, ligado à ARTM. O chefe de departamento disse que se pretende dar a conhecer “o trabalho de reabilitação dos toxicodependentes de Macau” e promover a sua reintegração social.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHomem falsificou documentos para seduzir quatro mulheres Um motorista fez-se passar por funcionário público bem pago para seduzir amantes e terá, alegadamente, falsificado certificados de emprego para justificar à esposa deslocações a Hong Kong A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de um homem que se fazia passar funcionário público de Macau em Hong Kong, e que utilizou o esquema para manter relações com pelo menos quatro mulheres. A notícia foi avançada ontem, em conferência de imprensa, pela PJ e o residente de 25 anos, motorista de profissão, está indiciado pela prática de cinco crimes. De acordo com a versão da PJ, apresentada na manhã de ontem, o homem falsificou vários documentos, como o certificado de licenciatura em Direito chinês, e um cartão de trabalhador da administração pública. Apesar de ser casado com uma residente de 23 anos, os documentos eram utilizados para manter contacto com mulheres em Hong Kong. Segundo a informação avançada pela PJ, o homem apresentou-se a 30 mulheres desta forma e manteve relações com pelo menos quatro. A PJ revelou também que o suspeito falsificava certificados de emprego de companhias áreas de Hong Kong, para justificar à mulher as deslocações à região vizinha e esconder o propósito das “escapadas” românticas. A polícia ainda está a investigar se o homem terá utilizado esta forma para cometer burlas. A investigação partiu da denúncia de uma dessas mulheres, que entrou ao contacto com o Comissariado contra a Corrupção sobre a possibilidade de lhe ter sido apresentado um cartão de funcionário público falsificado. Porém, a queixosa não denunciou qualquer outro crime. Face à queixa, a PJ investigou o homem e descobriu que tinha vindo para Macau de Hong Kong no dia 4 de Abril, pelo que só foi contactado a 18 de Abril, após terminar a respectiva quarentena. Acto de contrição No final da quarentena, o homem foi interrogado e confessou a autoria dos crimes. À PJ, o residente reconheceu igualmente ter cometido outras ilegalidades, ao fazer-se passar por mulher nas redes sociais. Através da criação de um perfil falso, o alegado criminoso manteve uma relação com dois homens locais a quem terá burlado no valor de 500 mil patacas. Num dos casos, o motorista, fazendo-se passar por mulher, pediu 300 mil patacas emprestadas com a justificação que eram para pagar tratamentos de saúde a um familiar. O dinheiro nunca foi devolvido. Face a este historial, a PJ diz que o homem está indiciado pela prática dos crimes de falsificação de documento (pena até 3 anos de prisão), falsificação de documento de especial valor (até 5 anos de prisão), usurpação de funções (até 2 anos de prisão), contrafacção de selos, cunhos, marcas ou chancelas (até 5 anos de prisão). Além disso, está também acusado do crime de burla informática, que acarreta uma pena que pode chegar aos 5 anos de prisão. A operação resultou igualmente na detenção da mulher do principal suspeito, indiciada pela prática de um crime de falsificação de documento (pena até 3 anos de prisão). A mulher de 23 anos, residente e desempregada, falsificou um documento de identificação para circular entre Macau e o Interior, com o objectivo de importar bens de forma ilegal para a RAEM.
João Luz Manchete SociedadeAmbiente | Temperatura média em 2020 caiu 0,3º em relação a 2019 No ano passado, a temperatura média em Macau foi de 23,3º, menos 0,3º face 2019. A tendência de decréscimo é transversal a dados como o dia mais quente, mais frio, precipitação, consumo de água e resíduos sólidos tratados na central de incineração. O único indicador das estatísticas do ambiente de 2020 que aumentou foi o que mede o número de dias com boa qualidade do ar Uma das vantagens da paralisia a que a pandemia votou o mundo foi o abrandamento dos factores que normalmente ameaçam o ambiente. Sem referir causas, esse é o silencioso fio condutor que guia as estatísticas do ambiente referentes a 2020, divulgadas ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No ano passado, Macau registou uma temperatura média de 23,3º, menos 0,3º em relação a 2019. O mês de 2020 em que o mercúrio dos termómetros subiu mais alto foi Julho, quando a temperatura chegou aos 35,5º, o que representou uma ligeira descido, 0,2º, em relação ao ano anterior. Quanto à temperatura mais baixa, a variação foi mais acentuada. Em Dezembro do ano passado, registou-se o dia mais frio, com 6,7º, menos 1,7º relativamente ao dia mais frio de 2019. Também choveu menos no ano passado, com a precipitação total a atingir 1.713,2 milímetros, menos 534,8 milímetros em comparação com 2019. No capítulo dos tufões, 2020 manteve o registo de 2019, com um total de cinco tempestades tropicais. Destas, a mais grave foi o tufão “Higos”, que obrigou as autoridades a hastearem o sinal nº 10 de tempestade tropical, e Macau a resistir a rajadas máximas na ordem dos 215,6 quilómetros por hora. O “Higos” registou uma velocidade média máxima do vento de 138,6 quilómetros por hora durante 10 minutos. Um fenómeno muito mais severo do que o ciclone tropical Wipha, o mais grave de 2019, que teve a rajada máxima de 100,1 quilómetros por hora e a velocidade média do vento, durante 10 minutos, alcançou 67,3 quilómetros por hora, não ultrapassado o sinal nº8. Descanso aos pulmões Quanto à qualidade do ar, a poluição atmosférica diminuiu no ano passado. “O número de dias com qualidade do ar ‘bom’ observado em todas as estações de monitorização de Macau em 2020 foi superior ao registado em 2019. Relativamente ao número de dias com qualidade do ar ‘insalubre’, realça-se que em todas as estações se observaram decréscimos significativos do número de dias. Em relação às partículas inaláveis em suspensão (PM10) e às partículas finas em suspensão (PM2,5), nenhuma estação registou valores superiores ao respectivo valor padrão em nenhum dia de 2020. Importa referir que as normas de qualidade do ambiente de Macau foram alteradas, tornando-se mais exigentes, mas apenas foram adoptadas oficialmente a partir de 1 de Janeiro de 2021. Também o consumo global de água diminuiu no ano passado, em relação a 2019, atingindo os 85.515.000 metros cúbicos, uma redução de 7,9 por cento. Ainda assim, o consumo doméstico aumentou 9,4 por cento (42.816.000m3), provavelmente reflectindo a maior permanência de pessoas em casa. No que diz respeito aos resíduos sólidos urbanos, no ano passado a central de incineração tratou 437.592 toneladas, menos 19,8 por cento em termos anuais. Finalmente, a DSEC dá conta do aumento da densidade populacional em Macau durante 2020, com o registo de 20.800 pessoas por km2, mais 400 pessoas que em 2019.
Pedro Arede Manchete SociedadeServiços de Saúde confiam que não haverá desperdícios de vacinas contra a covid-19 O coordenador do plano de vacinação assegura que, ao ritmo de 500 inoculações diárias, as 40 mil doses da BioNTech que estão em Macau serão utilizadas antes de expirar o prazo de validade em Agosto. A partir de hoje, o Hospital de Kiang Wu passa a integrar a lista de postos de vacinação disponíveis A ordem é para não desperdiçar. O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19, Tai Wa Hou assegurou ontem que o Governo está em contacto com a BioNTech para evitar desperdícios em Agosto, altura em que expira o prazo de validade do segundo e terceiro lotes do fármaco. Isto, quando existem actualmente em Macau 40 mil doses da vacina da BioNTech que, segundo o responsável, estão a ser utilizadas ao ritmo de 500 doses por dia e que o primeiro lote de 100 mil vacinas, que continua por utilizar e em processo de negociação, fica fora destas contas, após os defeitos detectados nas tampas das embalagens. No total, o Governo acordou comprar 400 mil doses da vacina da BioNTech que serão agora encomendadas em pequenas quantidades e em função das necessidades da população. “De acordo com [o ritmo da] vacinação até agora, prevemos que, até Agosto, as doses do segundo e terceiro lotes acabem. Por isso, em princípio, vamos encomendar doses da vacina da mRNA em pequenas quantidades, distribuídas por vários lotes. Se houver maior procura, vamos pedir ao fornecedor para enviar mais doses, mas se a procura não for assim tão relevante podemos suspender a entrega das encomendas. Em princípio, o número irá bater certo entre as necessidades e quantidades em stock”, explicou ontem Tai Wa Hou, por ocasião da habitual conferência de imprensa dedicada à covid-19. Toca a vacinar O mesmo responsável aproveitou para apelar, uma vez mais, à vacinação, recordando que um eventual reconhecimento mútuo de vacinas com o Interior da China está dependente da taxa de vacinação da população de Macau. “Quero deixar aqui um apelo para as vacinas que nós temos. Estes são materiais preciosos e o Chefe do Executivo também já disse que estamos a manter uma comunicação estreita com o Interior da China sobre o reconhecimento mútuo das vacinas. Quando atingirmos uma determinada taxa de vacinação da população é que podemos continuar essa negociação, por isso, os cidadãos devem ser vacinados o mais rapidamente possível”, vincou. Sobre o anúncio da suspensão da encomenda da vacina da AstraZeneca, Tai Wa Hou detalhou que não se trata de um ”cancelamento ou violação de contrato” e que a entrega está a ser negociada para o próximo ano. Já quanto à possibilidade de vir a ser obrigatória a toma de uma terceira dose da vacina da BioNTech, o coordenador apontou que os Serviços de Saúde estão a acompanhar a situação. Durante a conferência, Tai Wa Hou anunciou ainda que a partir das 10h de hoje o Hospital Kiang Wu passa a integrar a lista de postos de vacinação contra a covid-19. O novo posto de vacinação destinado a menores de 60 anos fica no primeiro andar do estabelecimento, e tem capacidade para inocular 180 pessoas por dia.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMedia | Shun Tak avança para a compra de acções da Phoenix TV A empresa controlada por Pansy Ho vai expandir a natureza dos investimentos para a área da comunicação social. Com a entrada no canal Phoenix TV, Pansy Ho passa a ser parceira de negócios do Estado chinês A Shun Tak, empresa fundada por Stanley Ho e actualmente controlada pela filha Pansy Ho, avançou para a compra de parte da estação televisiva estatal Phoenix Tv. O anúncio foi feito pela Shun Tak, no domingo, num comunicado à Bolsa de Hong Kong e o vendedor é o empresário Liu Changle. A empresa dominada por Pansy Ho vai comprar uma participação de 16,93 por cento, o equivalente a 845,44 milhões de acções, num negócio avaliado em 515,7 milhões de dólares de Hong Kong. Segundo a Shun Tak, o preço de compra acarreta um desconto de 21,8 por cento face à cotação na bolsa, uma vez que se vai pagar 0,61 dólares de Hong Kong por acção, quando na sexta-feira anterior ao anúncio a Phoenix estava avaliada em 0,78 dólares de Hong Kong por acção. Após o negócio ter sido tornado público, a Shun Tak afirmou ir assumir o papel de “accionista passivo”, que definiu como sem qualquer “intervenção directa” na “gestão e operações” do canal televisivo. Entre as razões para a compra do canal televisivo, a Shun Tak explicou que a Phoenix é “uma das entidades mais bem estabelecidas [no Interior] e influente com uma audiência internacional”. O canal está presente não só no Interior, mas também em Hong Kong, Taiwan e Macau. Além disso, a companhia de Pansy Ho destacou ainda que a Phoenix “é um conglomerado de entretenimento de massas que lidera a produção de conteúdos multimédia, para a internet, digitais e culturais”. Com este investimento, a Shun Tak, que conta com vários investimentos, como os negócios de ferries entre Macau e Hong Kong, os hotéis Mandarim Oriental e Grand Coloane, uma participação na STDM, ou vários projectos de imobiliário em Pequim, Xangai ou Singapura, avança para uma nova área. Negócio maior Além da Shun Tak, também a empresa Bauhinia Culture vai comprar acções da Phoenix a Liu Changle, num total de 1,04 milhões de acções, que representam 21 por cento do capital social. A Bauhinia Culture é liderada por Mao Chaofeng, antigo vice-governador da província de Hainão, e faz parte do maior conglomerado de média em Hong Kong, que dá pelo nome de Sino United Publishing. Como parte desta estrutura, a Bauhinia Culture publica a revista Bauhinia, com uma linha editorial pró-Pequim. Nos últimos anos, a Phoenix tem somado resultados negativos e no ano passado registou perdas de 1.04 mil milhões de yuan. Os resultados negativos contribuíram para agravar a situação da empresa, que em Outubro do ano passado tinha dívidas de 10 mil milhões de yuan. A Pheonix foi fundada por Liu Changle em 1996 e assumiu a presidência da empresa em Fevereiro de 2020, cargo que deixou em Fevereiro deste ano. Liu é ainda membro do Comité Permanente da Comissão Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
Andreia Sofia Silva SociedadeARTM apresenta trabalho desenvolvido com toxicodependentes na ONU Uma delegação da China, onde se incluem representantes do Governo de Macau, participou na 64.ª sessão da Comissão dos Estupefacientes da Organização das Nações Unidas (ONU), que aconteceu online entre os dias 12 e 16 de Abril em Viena. Segundo um comunicado, a Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) apresentou também o trabalho que tem vindo a desenvolver no território através da intervenção “Reforçar o apoio comunitário ao tratamento e à reabilitação”. Foi apresentado o programa de estágios e de formação profissional desenvolvido pela ARTM, intitulado “Segurar na Esperança”. Tudo para que “as acções de reintegração social dos toxicodependentes da RAEM possam ser conhecidas a nível internacional”, aponta o mesmo comunicado. A delegação da República Popular da China foi liderada pelo secretário-geral adjunto da Comissão Nacional para Combate às Drogas, e também director do Departamento Anti-drogas do Ministério da Segurança Pública, Leong Wan. Este declarou que “as drogas sintéticas são de diferentes tipos e são também variadas as novas formas do seu tráfico”, sendo que a pandemia “veio trazer novos desafios e exigências ao trabalho no combate às drogas”. Mais substâncias Leong Wan declarou também que o trabalho de combate à droga na China “teve novos progressos” que passam por uma maior divulgação de informação nos meios digitais, uma “diminuição do número de pessoas consideradas como sendo toxicodependentes” e o uso de “mega dados para combater a criminalidade relacionada com a droga”. Macau fez-se representar por seis personalidades, incluindo Hoi Va Pou, vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS). Segundo o mesmo comunicado, “a participação dos representantes da RAEM, como membros da delegação da China, na 64.ª sessão, reforçará a cooperação e o intercâmbio com a Comissão Nacional de Controlo de Estupefacientes e com a RAEHK”. A 64.ª sessão da Comissão serviu para a apresentação da situação de implementação dos tratados internacionais de controlo de drogas, bem como a apreciação e aprovação de oito novas substâncias controladas e três que continuam a ser supervisionadas, entre outros temas.
João Luz Manchete SociedadeJustiça | Wong Wai Man diz-se inocente e quer recorrer para o TUI O Tribunal de Segunda Instância confirmou a condenação de Wong Wai Man, conhecido por vestir fardas militares, por perturbação de reunião de propaganda eleitoral numa acção de campanha da Novo Macau. O ex-candidato a deputado continua a assumir-se como inocente e promete recorrer da sentença “Como posso assumir algo que não fiz?”, interroga-se Wong Wai Man reagindo ao HM da decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que manteve a sua condenação pela prática do crime de perturbação de reunião de propaganda eleitoral. “Estou inocente, a sentença foi injusta e por isso vou recorrer para o Tribunal de Última Instância”, garantiu o ex-candidato das eleições de 2017 para a Assembleia Legislativa. Wong já havia sido condenado a pagar uma multa de 10.800 patacas na sequência de um desacato que numa acção de campanha da lista ligada à Associação Novo Macau, que viria a eleger Sulu Sou. O caso remonta a 13 de Setembro de 2017, quando, segundo a sentença, Wong Wai Man utilizou um carrinho-de-mão com um altifalante para acusar Sulu Sou de ser “um falso democrata” e “homossexual”. Em declarações ao HM, Wong defendeu-se afirmando que se limitou “a reagir como uma pessoa normal quando é provocada”. Recorde-se que o processo também visou outros candidatos da lista de Wong Wai Man, Lei Kin Yun e Lee Sio Kuan, que foram absolvidos. Ser ou não ser O comunicado do gabinete do Presidente do TUI, a fim de desmontar a argumentação do recorrente, chega mesmo a definir o que é um facto. “Um facto consiste num acontecimento de vida, sendo objecto de investigação e de prova na audiência de julgamento. Após a investigação, as pessoas podem tirar uma conclusão de “sim” ou “não”, “existe” ou “não existe” o acontecimento”, lê-se no acórdão do colectivo. Além disso, a decisão do TSI afirma que Wong Wai Man “não era delinquente primário, negou a prática do crime que lhe tinha sido imputado, não revelou sinceramente os factos criminosos, não mostrou arrependimento e teve fraca consciência na observação da lei”. É acrescentado ainda que Wong “violou o direito à liberdade de reunião dos cidadãos, causando impactos negativos ao interesse público e à segurança de Macau, pelo que se tornou elevada a exigência da prevenção geral.”
Hoje Macau SociedadeQuem esteve nas Filipinas, Índia e Paquistão tem de cumprir 28 dias de quarentena Desde a meia-noite de hoje, o período de quarentena para quem entra em Macau depois de ter estado nas Filipinas, Índia e Paquistão passa para 28 dias. A informação avançada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus conclui que após o período de quarentena “estes indivíduos não necessitam de ser submetidos a autogestão de saúde por um período adicional de 7 dias”. As autoridades justificam o aumento do período de observação médica com “a evolução epidemiológica mais actualizada”. A Lusa noticiou que a Índia registou ontem um novo recorde diário de infecções e de mortes, com 261.500 novos casos e 1.501 óbitos, e os estados mais afectados alertam para a pressão do sistema de saúde que poderá entrar em colapso.
Pedro Arede SociedadeTurismo | Sexta-feira foi o dia com mais visitantes durante a pandemia Macau registou na passada sexta-feira a entrada de 34.252 visitantes, tratando-se do número de entradas mais elevado desde o início da pandemia. De acordo com dados divulgados no sábado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), entre 9 e 15 de Abril, Macau acolheu um total de 191.828 visitantes, registo que traduz uma média diária de 27.404 pessoas e um aumento de 111,17 por cento em relação ao período da semana dourada (média diária de 12.947 visitantes). Segundo a DST, durante a semana passada, a taxa média de ocupação hoteleira foi de 61,0 por cento, representando também uma subida de 12,7 por cento, relativamente aos números alcançados durante a semana dourada, altura em que a taxa de ocupação hoteleira em Macau se fixou nos 48,3 por cento. “A observação dos dados estatísticos permite verificar que o número de visitantes mostra uma tendência para um aumento gradual”, pode ler-se na nota da DST, que aponta como principais causas para a melhoria registada, a situação epidémica estável, tanto em Macau como no Interior da China, e a retoma da emissão de documentos de viagem turísticos. Tudo factores que têm levado o organismo a divulgar a mensagem de que “Macau é um destino saudável e seguro para visitar”.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Vacina da BioNTech pode requerer terceira dose e reforço anual Quem tomou a vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 vai “provavelmente” necessitar de uma terceira dose, bem como uma dose anual, avançou o CEO da farmacêutica norte-americana, que justificou a necessidade de reforço com as novas variantes do vírus Afinal de contas, a vacina da Pfizer/BioNTech pode necessitar de doses adicionais para garantir protecção contra a covid-19, foi o que admitiu Albert Bourla, CEO da farmacêutica que produziu a vacina, em entrevista ao canal norte-americano CNBC. “Um cenário provável é de que precisaremos de uma terceira dose da vacina, algures entre os seis e os doze meses após a primeira toma e, daí em diante, de uma revacinação anual”, disse Alberto Bourla à CNBC. O responsável afirmou ainda que a hipótese carece de verificação. “Tudo isto ainda tem de ser confirmado, mas as variantes da covid-19 vão desempenhar um papel-chave” no processo. Para já, Bourla frisou a extrema importância de proteger os que são mais vulneráveis ao vírus, em particular às variantes com maior capacidade de contágio. Outro aspecto que aponta para a necessidade de reforço de inoculação é a falta de dados científicos que indiquem com clareza por quanto tempo uma pessoa vacinada fica protegida contra o vírus. No início do mês, a Pfizer emitiu um comunicado a referir que a sua vacina tem uma eficácia superior a 91 por cento na protecção contra a covid-19 até seis meses após a administração da segunda dose. O estudo da farmacêutica norte-americana teve como base a inoculação de mais de 12 mil participantes, ainda assim, a equipa de investigadores apontou a necessidade de mais estudos para testar a eficácia da vacina seis meses depois da vacinação. Variante sul-africana Apesar de ainda não haver certezas quanto à possibilidade de a vacina contra a covid-19 se tornar uma realidade anual, à semelhança da vacinação contra a gripe, vários países e regiões preparam-se para administrar o reforço da vacina no final deste ano. A Agência Europeia do Medicamento é uma das entidades internacionais a ponderar a hipótese da terceira toma. Uma das preocupações é saber como as vacinas respondem à B.1.351, a variante do novo tipo de coronavírus identificado pela primeira vez na África do Sul. Também aqui a falta de dados científicos é algo a colmatar, com estudos científicos a sugerir que as vacinas da Pfizer, Moderna, Johnson & Johnson, e AstraZeneca são todas menos eficazes contra a variante sul-africana, no entanto, estes estudos apenas incidiram sobre a protecção imunológica de anti-corpos. Numa entrevista conjunta ao Corriere della Sera, ao El Mundo, ao Les Echos e Handelsblatt, Albert Bourla deixou uma mensagem de esperança, estimando que o hipotético regresso à “quase” normalidade esteja para breve. O CEO da farmacêutica norte-americana indicou que “no Outono” isso pode acontecer, e deu o exemplo de Israel, onde o processo de vacinação segue a um ritmo elevado, com o país a recuperar aos poucos a normalidade.
Hoje Macau SociedadeComunidades | Novo conselheiro diz que portugueses sofrem com restrições às viagens O novo conselheiro das Comunidades Portuguesas em Macau, Gilberto Camacho, disse ontem à Lusa que a pandemia está a deixar muitos portugueses com saudades de casa, por causa das restrições às viagens, havendo quem pondere regressar a Portugal. O conselheiro explicou que desde que a pandemia de covid-19 chegou ao território, no final de Janeiro de 2020, as viagens a Portugal estão condicionadas, já que o regresso a Macau, que impôs fortes restrições fronteiriças para combater a propagação do vírus, obriga “a fazer uma quarentena de três semanas” e “nem sempre há voos”. Quem sai e não consegue voltar ao território arrisca-se a “perder o emprego”, apontou, uma situação que fez com que muitos portugueses não pudessem regressar a Portugal desde o início da pandemia, há mais de um ano. “É muito complicado ficar tanto tempo sem ver a família. Há pessoas que têm os pais com alguma idade, como é o meu caso, ou têm familiares doentes, e gostavam de voltar a vê-los”, disse Gilberto Camacho, que substituiu José Pereira Coutinho no Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), após este ter renunciado ao mandato, em 2 de Fevereiro. O engenheiro informático nascido em Macau, que estudou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e regressou ao território em 2012, apelou, no entanto, à calma dos portugueses que ali vivem. “É preciso serem realistas e saberem que em Portugal as coisas não estão famosas. Se já não estavam famosas, agora menos estão, [porque] as pessoas vivem confinadas”, apontou, contrastando a situação portuguesa com a que se vive no território, considerado um dos locais dos mais seguros do mundo em relação à pandemia. “Temos de manter a calma, porque Macau é provavelmente o melhor sítio para estar no mundo, porque não existe nenhum caso [local] de covid-19 há mais de um ano”, apontou. Gilberto Camacho foi eleito suplente nas últimas eleições para o CCP, em 2015, tendo substituído José Pereira Coutinho após a renúncia deste ao mandato se tornar efectiva, em 3 de Fevereiro.
João Santos Filipe SociedadeFitch mantém notação de Macau mas melhora perspectivas A agência de notação financeira Fitch Ratings melhorou a perspectiva de Macau de “negativa” para “estável”, mas manteve a notação em AA. A informação foi publicada ontem, através de um comunicado da agência, e o nível AA é o segundo mais alto da escala, só ultrapassado por AA+. “A mudança reflecte a esperada recuperação no turismo de jogo, que vai apoiar a situação do território ao nível do crédito, após uma quebra acentuada no sector turístico, que foi acompanhada por uma recessão”, explica o comunicado da Fitch. “Macau tem finanças públicas e externas excepcionalmente fortes, e um compromisso provado de prudência a nível fiscal. Estas forças dão garantias de existir uma margem de manobra significante para mitigar o impacto sem precedentes da pandemia do coronavírus e assegurar a estabilidade macroeconómica”, é acrescentado. Quanto ao factores que afectam pela negativa a notação de Macau, a agência destaca “a elevada concentração do turismo do jogo vindo do Interior”, a “exposição ao impacto de medidas do Governo Central que afectem negativamente o turismo” e ainda a reduzida dimensão da economia. Neste sentido, a Fitch prevê para Macau um crescimento da economia de 53 por cento, que contrasta com a redução de 56,3 por cento. A estimativa assume que “o pressuposto que a recuperação das receitas do jogo vai atingir metade dos níveis pré-pandemia”. Ainda em relação à previsão, a agência de notação financeira destaca que a criação de uma bolha sem quarentena entre o Interior e Macau, com a massificação das vacinas, poderá contribuir para a recuperação. Também uma bolha com Hong Kong pode melhorar os números da recuperação. Receitas intactas Apesar do défice de 22,2 por cento do Produto Interno Bruto em 2020, o primeiro défice após a transição, a Fitch destaca que força das finanças públicas da RAEM continua intacta. Para este ano, a Fitch volta a prever a existência de um deficit, mas apenas de 5 por cento do PIB, que vai ser uma consequência da recuperação da indústria do jogo. Nesta fase, o relatório elogia o controlo das finanças de Macau. “Existe um longo histórico de prudência fiscal e Macau mantém-se a única jurisdição avaliada pela Fitch sem qualquer dívida pública”, é destacado. “A média das dívidas públicas para as notações de AA era de 43,7 por cento do PIB em 2020”, é igualmente frisado.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Macau suspende compra de vacinas da AstraZeneca Macau suspendeu a encomenda de 400 mil doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca. O director dos Serviços de Saúde garantiu que o Governo irá acompanhar estudos e recomendações internacionais sobre a vacina que deveria chegar em Junho e que existem vacinas suficientes em Macau para imunizar a população Seis dias depois de Hong Kong, ontem chegou a vez do Governo de Macau anunciar que suspendeu a encomenda da vacina da AstraZeneca. Recorde-se que os primeiros lotes do fármaco, de um total de 400 mil doses, tinham chegada prevista ao território a partir de Junho. A notícia foi avançada pelo novo director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo, à margem da inauguração da Exposição sobre a Segurança Nacional, que acrescentou que o Executivo propôs a suspensão do fornecimento e a farmacêutica concordou. O responsável garantiu que o Governo irá estudar o assunto detalhadamente, através dos estudos internacionais relacionados com a segurança desta vacina, bem como das recomendações da Organização Mundial de Saúde e de outros actores políticos, e só depois “considerará a próxima etapa”. Alvis Lo frisou que a Organização Mundial de Saúde não foi taxativa quanto à suspensão ou administração da vacina da AstraZeneca. Porém, de acordo com as últimas recomendações do organismo internacional, o director dos SSM acredita que os benefícios do fármaco ultrapassam os riscos. Ainda assim, tendo em conta a situação de Macau, em termos de controlo da pandemia e do volume de vacinas disponíveis, Alvis Lo considera que a administração do produto da AstraZeneca não é necessária. O director frisou ainda que existem actualmente no território dois tipos de vacina, Sinopharm e BioNTech e que o foco das autoridades continua a ser o incentivo a que mais residentes se inoculem. Desde o início da vacinação contra a covid-19, a 9 de Fevereiro, até quarta-feira, 47.812 pessoas tomaram a vacina, 22.524 das quais a 1.ª dose e 25.288 as duas doses. A administração da vacina da BioNTech foi suspensa entre 24 de Março e 4 de Abril depois de terem sido identificados defeitos nas embalagens dos lotes enviados para Macau e Hong Kong. Tendência global Na semana passada, também Hong Kong pediu à AstraZeneca para suspender a encomenda da vacina contra a covid-19 por receio de efeitos secundários e preocupações sobre a eficácia contra novas variantes do coronavírus. Na quarta-feira, a Dinamarca anunciou que desistiu de usar a vacina para a covid-19 da AstraZeneca devido aos efeitos secundários “raros, mas graves”, enquanto a Alemanha decidiu administrar outra vacina nas segundas doses a quem tomou este fármaco na primeira. A vacina da AstraZeneca tem sido suspensa em vários países em virtude dos efeitos secundários do fármaco, devido à ligação a casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos. Também em Portugal foram impostas restrições à sua administração, e foi mesmo sugerida uma posição concertada a nível europeu. A Ministra da Saúde, Marta Temido, ao abrigo da presidência portuguesa da União Europeu enviou uma carta aos ministros europeus da Saúde a propor uma posição comum no uso da vacina da Astrazeneca. De acordo com a Bloomberg, no documento é sugerido que a vacina seja limitada a pessoas acima dos 60 anos, uma política entretanto recomendada pelas autoridades de saúde portuguesas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSAMA | Susana Wong diz que funcionários estão proibidos de receber prendas A directora da DSAMA foi ouvida ontem em tribunal, como testemunha num caso de corrupção que envolve cinco funcionários da direcção de serviços. Vong Kam Fai, ex-subdirector é um dos acusados na sequência de um contrato atribuído à China Overseas Susana Wong, directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), reconheceu que os funcionários estão proibidos de receber presentes, mas defende o contrato de dragagem adjudicado à empresa China Overseas, foi condicionado pela Direcção de Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI). As declarações da directora da DSAMA foram prestadas ontem em tribunal, num julgamento que envolve cinco funcionários e ex-funcionários da direcção de serviços, acusados do crime de corrupção passiva para acto ilícito. A pena pode chegar aos oito anos de prisão e os arguidos são Vong Kam Fai, ex-subdirector, Kuok Kuong Wa, ex-chefe de departamento, Tong Vun Ieong, chefe de divisão, Lao Weng U, ex-chefe de divisão e ainda Kuok Wang Ngai, ex-funcionário da DSAMA. Segundo a tese do Ministério Público (MP), os acusados foram responsáveis pela atribuição por ajuste directo de um contrato de dragagem junto à Central Térmica de Coloane à empresa China Overseas. O acordo valia cerca de 38 milhões de patacas e tinha a duração de seis meses. Já antes, entre Março e Agosto de 2014, a empresa tinha recebido um contrato semelhante, com o valor de 50 milhões de patacas. O MP acredita que a China Overseas não justificava a adjudicação directa do segundo contrato porque não tinha cumprido os requisitos do primeiro contrato. Para a acusação, a adjudicação resultou de várias prendas aos arguidos, como duas garrafas de vinho francês, no valor 44 mil patacas, uma mala Chanel, com valor superior a 20 mil patacas, cosméticos, produtos tradicionais chineses e ainda uma refeição para seis pessoas, no valor de 8.400 patacas, ou seja 1.400 cada. Prazos apertados Ontem, Susana Wong, directora da DSAMA, foi ouvida na condição de testemunha e indicou que os funcionários estão proibidos de receber gratificações. “Os presentes aos funcionários não são permitidos”, respondeu, quando confrontada pelo MP. Mesmo assim, reconhece que a DSAMA recebe cestos com fruta e bolos lunares nas alturas festivas. “Tradicionalmente, as empresas oferecem bolos lunares e cestos de fruta. Não é uma ou duas empresas, são muitas. Existe essa tradição”, revelou. Wong afirmou ainda que Lao Weng U não declarou ter recebido qualquer presente da empresa China Overseas. O MP suspeita que a arguida recebeu a mala Chanel, avaliada em mais de 20 mil patacas. A directora da DSAMA confessou ter dificuldades em compreender um encontro entre os funcionários e representantes da empresa num restaurante, onde terá ocorrido a refeição de 8.400 patacas: “Não sei se houve essa refeição. Mas, a DSAMA tem instalações com lugares apropriados para reuniões entre os nossos funcionários e os representantes das empresas”, disse a directora. “Acho que não há necessidade de reunir fora das instalações”, sublinhou. Contudo, sobre as decisões da adjudicação directa objecto do processo crime, Susana Wong admitiu que a DSAMA só podia avançar depois de receber as informações necessárias para o procedimento da DSPA e GDI. “A DSPA é que escolhia os locais de dragagem. E a 7 de Outubro de 2014, a DSPA enviou-nos um ofício a corrigir o orçamento para o próximo ano, que já incluía os trabalhos de dragagem”, reconheceu. “Eram eles que nos forneciam os dados para fazermos a proposta de concurso público ou adjudicação. Sem dados do volume a dragar e outras informações não podíamos avançar”, completou. Tempo curto para concurso A directora da DSAMA considerou ainda que o período entre Outubro de 2014 e Janeiro de 2015 era insuficiente para lançar concurso público. “Em cima da hora não era possível lançar um concurso público normal, porque é muito complexo. Ia levar alguns meses. Se fosse avançar para um concurso por proposta, era mais simples, mas mesmo assim ia levar cerca de três meses”, explicou. No processo que decorre em tribunal não há ninguém acusado de corrupção activa. Todavia, em escutas reveladas ontem, ouviram-se conversas entre Wong Cheong Chau e Meng Ke (tradução fonética) funcionários da China Overseas, a combinar a compra e entrega de prendas a pessoal da DSAMA. Nas gravações ouve-se Wong Cheong Chau recomendar que a entrega não fosse feita no escritório porque “não seria conveniente”. Segundo o MP, as prendas foram fundamentais para a atribuição do contrato à empresa, que não teria cumprido as exigências contratuais de manutenção de profundidade de 2,5 metros na zona mais baixa da dragagem e que tinha ainda utilizado embarcações sem licenças necessárias para os trabalhos.