Crime | Mulher detida e acusada de agredir a filha de dois anos

A suspeita tem antecedentes criminais, tendo sido presa em 2018, por ter abandonado a filha que agora foi vítima de agressões. A mulher é uma trabalhadora-não residente libertada há seis meses

 

Uma mulher com 30 anos foi detida pelas autoridades e é suspeita de ter agredido a filha de dois anos, na segunda-feira passada, de acordo com as informações reveladas pela Polícia Judiciária (PJ). A trabalhadora não-residente tem antecedentes criminais e há cerca de dois anos tinha sido presa por ter abandonado a filha, que agora agrediu.

“A suspeita é a mãe. Estavam num centro de acolhimento e no dia 30 de Agosto, enquanto a vítima e a suspeita estavam juntas, cometeu actos de violência contra a vítima”, afirmou Chong Kam Leung, porta-voz da Polícia Judiciária, na apresentação do caso, que foi revelado apenas na sexta-feira.

Na origem do ataque terá estado o facto de a mãe ter considerado que a filha não estava a acatar as suas instruções. As agressões foram detectadas por um trabalhador do centro e fizeram com que a bebé tivesse de ser levada para o hospital. “A vítima foi levada para o hospital com ferimentos num braço. O incidente foi testemunhado por um membro da equipa, que parou a agressão e mandou a vítima para o hospital”, foi relatado pela PJ, citada pela TDM.

No hospital, foi confirmado que a vítima tinha sido atacada e apresentava uma mancha negra no braço com sete centímetros de diâmetro. A PJ relatou ainda que os ataques tinham sido captados pelas câmaras de videovigilância.

Abandono em 2018

A mulher do Myamar estava em liberdade desde Junho deste ano, após ter cumprido uma pena de dois anos e seis meses por abandono da bebé. A primeira detenção tinha acontecido a 13 de Dezembro de 2018.

Em 2018, a trabalhadora não-residente foi para a casa-de-banho da casa onde exercia as funções de doméstica. Como demorou a sair, o incidente acabou por levantar suspeitas, com patroa a entrar na casa-de-banho e a ver a mulher a limpar manchas de sangue. Na altura, a empregada recusou ter dado à luz.

No entanto, à noite, a proprietária ouviu uma criança a chorar. Foi à casa-de-banho e do lado de fora da janela, no parapeito do ar-condicionado, acabou por encontrar a recém-nascida. Estavam 13 graus na rua. Na sequência do primeiro crime, a mulher foi condenada a uma pena de dois anos e seis meses. O caso foi entregue ao Ministério Pública (MP) que vai agora proceder com as investigações.

6 Set 2021

Mais de 300 atletas beneficiaram de apoio financeiro desde 2014

Desde 2014, o “Projecto de Apoio Financeiro para Formação de Atletas de Elite” registou a participação de mais de 900 pessoas, beneficiando mais de 300 atletas. A informação foi revelada pelo Instituto do Desporto em resposta a uma interpelação escrita enviada por Sulu Sou.

“Para prestar mais apoios aos atletas de alto nível, em 2014, o Governo da RAEM lançou o “Projecto de Apoio Financeiro para Formação de Atletas de Elite”, de modo a assegurar a formação regular, a competição e a reforma dos atletas de elite, por forma a concentrarem-se nos treinos e nas competições”, pode ler-se numa resposta assinada pelo presidente do ID, Pun Weng Kun.

O responsável aponta ainda que para os atletas que não conseguem alcançar os resultados exigidos para receber o apoio, “mas que têm potencialidade e estão dispostos a dedicar-se à formação especializada a longo prazo”, o Governo elaborou um projecto de formação especial destinado a dar “apoio a atletas de diferentes níveis de competição”.

No âmbito da formação de jovens atletas, o ID revela estar focado na cooperação com as associações desportivas, com o objectivo de “criar diferentes sistemas de formação” e “formar mais reservas das selecções para o desporto de alto rendimento”.

Segundo o organismo, o Centro de Formação e Estágio de Atletas acolhe actualmente atletas de 14 modalidades desportivas que realizam treinos regulares. O número total de atletas não foi, contudo, revelado.

Espera Olímpica

Relativamente ao pedido de esclarecimento endereçado por Sulu Sou acerca da adesão de Macau ao Comité Olímpico Internacional, para poder participar nos Jogos Olímpicos de Verão e Inverno, o ID limitou-se a dizer que o pedido de filiação ainda aguarda por aprovação. “Logo após a sua fundação, o Comité Olímpico e Desportivo de Macau, China, apresentou o pedido de filiação no Comité Olímpico Internacional, mas ainda não foi aprovado até à data”, apontou.

Acerca da possibilidade avançada por Sulu Sou para que os atletas Macau sejam, “pelo menos”, convidados a participar nas cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, a realizar em Pequim no próximo ano, o ID escusou-se a tecer qualquer comentário ou explicação.

6 Set 2021

Ilha Verde | Moradores alertam para nova ocupação ilegal e criticam Governo

Uma associação de moradores criticou o Executivo pela inacção e incapacidade para remover um contentor deixado na Colina da Ilha Verde, suspeito de ser usado para habitação clandestina. O Instituto Cultural diz estar atento e a acompanhar o caso

 

Os moradores alertaram para uma nova ocupação ilegal da Colina da Ilha Verde e consideram que o Governo tem culpas no cartório. O caso foi revelado no sábado, por Chan Fong, vice-presidente Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde, ao jornal Ou Mun.

Segundo o relato, nos últimos dias houve pessoas que tentaram deixar de forma ilegal contentores na Colina da Ilha Verde. A operação acabou por ser interrompida pela acção da associação e do proprietário dos terrenos, e as autoridades foram chamadas ao local.

Contudo, a intervenção da associação não conseguiu evitar que fosse instalado no local um dos contentores com janelas e ventoinhas para extracção de ar, o que deixa a entender que pode ser utilizado para habitação.

Além da polícia, foram notificados outro serviços e institutos públicos, que, segundo Chan Fong, não fizeram nada. Entre as instituições chamadas estão o Instituto Cultural (IC), Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

Chan Fong, dos Kaifong, acha incompreensível a falta da acção dos departamentos governamentais, face aos pedidos de auxílio. Além dos Moradores, também a Companhia de Desenvolvimento Wui San, proprietária de parte da Colina Verde, chamou as autoridades ao local e criticou a sua inacção.

Passividade tradicional

Ao Ou Mun, um porta-voz da empresa atacou o que disse ser o “caos na Colina da Ilha Verde” e culpou a inércia das autoridades pela situação.

Segundo o porta-voz, a polícia foi chamada, mas respondeu que ainda há um processo a decorrer nos tribunais. Ainda de acordo com as autoridades, sem o processo ser resolvido, não pode haver ordem de despejo ou remoção do contentor.

Face à nova ocupação, o representante do proprietário lamentou que ao longo dos anos a DSSOPT não tenha aprovado o pedido da planta de condições urbanísticas. Para a empresa, uma planta e a respectiva construção impediriam novas ocupações ilegais.

Sobre a conduta do IC, o porta-voz disse que apenas se limitam a pedir que os trabalhos de conservação do convento sejam realizados. “A ocupação ilegal prejudica obviamente o ambiente da colina. Nós impedimos [a ocupação ilegal], mas os nossos direitos têm sido ignorados. Se esta situação se mantém, como é que podemos conservar a Colina da Ilha Verde?”, questionou.

Face à ocupação, o IC enviou técnicos ao local para reencaminhar queixas dos envolvidos aos vários serviços competentes e prometeu acompanhar a situação do contentor deixado no terreno.

6 Set 2021

Ranking Universitário | UM sobe e está à frente da MUST

A Universidade de Macau (UM) subiu algumas posições no ranking da Times Higher Education 2022 e está à frente da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST). Segundo os dados divulgados ontem, a UM deixou o grupo das 301-350 melhores universidades do mundo para ocupar o das 201 a 250 melhores instituições para estudar. Além disso, a UM ocupa o 37º lugar no Asia University Ranking.

Enquanto isso, a MUST mantém-se no grupo das 251 a 300 melhores universidades do mundo para realizar estudos superiores, posição obtida o ano passado.

O ranking destaca ainda o facto de a UM possuir “um dos maiores e mais complexos sistemas colegiais com dez colégios residenciais geridos pelos mais distintos académicos”. É também referido que a UM disponibiliza mais de 130 programas para mais de dez mil alunos, alguns reconhecidos internacionalmente. Os três laboratórios chave de referência são também referidos pelo ranking.

O Times Higher Education 2022 é liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, seguindo-se o California Institute of Technology, a Universidade de Harvard e a Universidade de Stanford, ambas nos EUA.

3 Set 2021

Pastelaria Trigo d’Ouro nasceu na pandemia para trazer o doce de Portugal

Aberta desde Setembro de 2020 em Seac Pai Van, a pastelaria Trigo d’Ouro expandiu-se em Julho para a Península. Nos dias que correm, a Trigo d’Ouro é exemplo de um negócio que tem crescido, apesar do contexto de crise generalizada

 

Em tempo de pandemia, um passeio pelas zonas mais turísticas da cidade revela várias lojas fechadas e espaços para arrendar. Mas, no meio das dificuldades, há quem esteja em contraciclo e encontre oportunidades para montar negócio e fazê-lo crescer. É o caso da pastelaria e padaria de produtos portugueses Trigo d’Ouro, que em Setembro de 2020 abriu em Seac Pai Van e em Julho expandiu para a Península, na Avenida Comercial de Macau, perto da AIA Tower.

A proprietária Vânia Vieira, em parceria com o marido Diogo Vieira, explicou ao HM a aposta em contraciclo com as condições da comunidade portuguesa, que devido a quarentenas se encontra, em muitos casos, impossibilitada de viajar para Portugal.

“Claro que houve algum receio abrir um negócio na altura da pandemia. Só que achámos que como a comunidade não pode sair de Macau, seria uma boa aposta levar às pessoas a proximidade de Portugal. Sentimos que seria benéfico”, afirmou Vânia Vieira, que reside em Macau há seis anos. “Muitas pessoas estão presas em Macau, não podem sair, e este negócio foi feito a pensar na comunidade. Felizmente, tem corrido bem”, acrescentou.

Também os produtos vendidos, e para garantir a qualidade, são importados de Portugal. A opção tem por base os conhecimentos e experiência de Vânia Vieira, que fez carreira no sector da restauração e geriu a cadeia de saladas Vitaminas.

“Os nossos produtos são ultracongelados e importados de Portugal, depois são cozinhados nas nossas cozinhas. Acreditamos que com a importação a qualidade é superior”, afirmou a proprietária. “Nem sempre é fácil encontrar em Macau os ingredientes necessários, e às vezes basta a água ser diferente para alterar o produto. Com a importação queremos manter a consistência, se vier comer hoje um palmier recheado e amanhã a qualidade é igual”, justificou.

Café ao balcão

Com a comunidade em mente, a pastelaria Trigo d’Ouro faz questão de permitir que as pessoas bebam o café ao balcão. “É uma forma muito portuguesa de beber o café e temos disponível nos dois espaços. Em Macau, os clientes podem mesmo ficar nas mesas, no piso de cima. Em Seac Pai Van, o conceito é diferente, mais virado para o takeaway ou só para o consumo ao balcão”, informou Vânia Vieira.

Se, por um lado, a comunidade portuguesa foi a principal aposta, por outro, as outras comunidades locais também não foram ignoradas. E apesar do receito que os produtos fossem muito doces para os consumidores chineses, a Trigo d’Ouro tem clientes de todas as origens.

“As pessoas quando vêm à Trigo d’Ouro esperam ter a experiência verdadeira da pastelaria portuguesa. Por isso, o feedback tem sido bom. Os nossos clientes são 50/50, e eles gostam dos produtos, até as tendências de consumo são as mesmas”, indicou. “No início, os clientes chineses escolhem produtos que já conhecem, mas depois acabam por experimentar outras coisas, como palmiers, bolos de coco. Na verdade, também esperava que a comunidade chinesa pudesse achar os bolos muito doces, mas até agora a resposta tem sido positiva”, reconheceu.

3 Set 2021

Descendentes de Fundadores do Teatro D. Pedro V criticam utilização

Exposições com porcos de peluches, ornamentos com desenhos animados japoneses e misses do Vietname. A utilização do Teatro D. Pedro V está a ser criticada por falta de elementos que respeitem o seu passado cultural. No entanto, um representante da associação de proprietários diz que estas actividades são “expressões da cultura chinesa”

 

Descendentes dos fundadores do Teatro D. Pedro V criticam a forma como o espaço está a ser utilizado, principalmente devido a exposições e ornamentos que não respeitam o que consideram ser a sua tradição artística. Em causa está uma exposição organizada em 2019, com peluches de porcos e fotografias de misses (alguns dos materiais ainda estão no espaço), assim como desenhos animados japoneses e outras decorações, que adornam o teatro construído em 1860.

Ao HM, Henrique Nolasco da Silva, bisneto de um dos fundadores e filho de antigo presidente da Direcção da Associação dos Proprietários do Teatro D. Pedro V, aponta que a decoração desprestigia o espaço. “Essas exposições nada têm a ver com o património cultural de Macau, considerando que se trata de um edifício classificado como tendo valor cultural, não só para a RAEM como também para a Humanidade”, começou por considerar Nolasco da Silva. “Nenhum daqueles temas tem alguma relação, próxima ou remota, com Macau. São realizações que desprestigiam o imóvel, desvirtuam o fim para que ele foi construído e subvertem os pressupostos da sua classificação pela UNESCO”, acrescentou.

Questionado sobre se o espaço tem ignorado as comunidades portuguesa e macaense, Henrique Nolasco da Silva aceitou a hipótese e promete acompanhar o caso: “Completamente [ignoradas]. As exposições e actividades que ali estão a ser realizadas são legítimas, mas noutro local, não ali. Os porcos de peluche cor-de-rosa, por exemplo, podem ficar enquadrados numa feira de domingo no Tap Seac, mas não ali”, disse. “Esta questão do Teatro D. Pedro V deve ser objecto de uma reflexão colectiva, pelo que o grupo de descendentes dos fundadores e dirigentes históricos do Teatro vai continuar a dedicar-lhe particular atenção”, prometeu.

Elogios ao Instituto Cultural

Também Catarina Canavarro Ramos, neta de outros dos fundadores, afirmou estar preocupada com a utilização do espaço. “A preservação física do imóvel está bem feita, mérito do Instituto Cultural e a sua utilização pelo IC respeita a história do Teatro, mas a utilização feita pela suposta Direcção da Associação dos Proprietários do Teatro D. Pedro V é, como já foi dito, absolutamente imprópria, só possível por parte de quem não faça ideia do passado do Teatro”, apontou a descendente.

“O indivíduo que se apresenta como Presidente da Direcção tentou vendê-lo ao IC. Não é por acaso. Deve referir-se que essa má utilização pode estar a ser feita com o apoio ou, pelo menos, a inércia do Clube Macau que ocupava uma parte do edifício”, acrescentou. “Portanto, o espaço, embora preservado fisicamente, é culturalmente abusado por essas pessoas e, nessa medida, não está a ser preservado”, concluiu.

Responsabilidades alheias

Confrontado com as críticas, Ma Lin Chong, representante da Direcção da Associação dos Proprietários do Teatro D. Pedro V, explicou que o conteúdo das exposições é dos organizadores, a quem o espaço é disponibilizado sem qualquer custo. “A exposição já foi um evento de 2019, o espaço serve principalmente a finalidade para emprestar.

Se pergunta se os conteúdos da exposição são correctos ou não, se pergunta se as pessoas se queixam ou não, cada um tem sua opinião”, afirmou Ma. “Os membros da associação de proprietários têm autonomia para decidir, e a nossa prática é deixar o público utilizar o espaço para qualquer actividade, desde que não violem as leis”, acrescentou.

Nas declarações prestadas ao HM, em momento alguns os descendentes dos fundadores do Teatro D. Pedro V questionaram actividades ligadas à cultura chinesa, como as estátuas taoistas, símbolos nacionais ou a realização de ópera cantonesa. A postura demonstrada foi de aceitação da expressão artística das várias comunidades de Macau.

Porém, Ma Lin Chong considera que o problema dos fundadores é de promoção dos valores chineses, como diz ter acontecido na exposição com fotografias de misses do Vietname: “A escultura em bambu [com misses do Vietname e porcos de peluche] é uma das artes da China. Acho que estas queixas são 100 por cento injustas. Na verdade, a soberania de Macau já foi transferida [para a China], e a divulgação da cultura chinesa corresponde à tendência corrente”, respondeu.

3 Set 2021

Património | Governo retira calçada e asfalta Rua de Eduardo Marques

A opção é justificada com a segurança de quem anda de moto na zona e não foi afastada a possibilidade de a calçada deixar de existir em mais zonas da cidade para proteger os motociclistas. A medida gerou críticas entre a população e candidatos eleitorais

 

O Governo mandou retirar a calçada portuguesa da Rua de Eduardo Marques e asfaltar a artéria situada na zona de Protecção do Centro Histórico de Macau. Nas últimas semanas, quem passava na zona podia ver a calçada ser retirada e trocada pelo asfalto, mas, na quarta-feira, foi confirmado que a calçada já não volta.

Segundo as explicações avançadas pelo Executivo, durante uma reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, a escolha prendeu-se com a opção de privilegiar a “segurança” em vez de um troço que não é visto como património.

No final da reunião, Lei Chong In, membro do conselho, relatou o conteúdo do encontro e explicou que a preocupação das autoridades prende-se com as chuvas e o facto de a calçada ser considerada escorregadia para os motociclos, que na opinião das autoridades, tem sido responsável por vários acidentes. Em Maio de 2020, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), através de José Tavares, já tinha afirmado que pretendia remover a calçada por esse motivo. Porém, no mês seguinte, em Junho de 2020, segundo o jornal Cheng Pou, Tavares voltou atrás e prometeu que as características portuguesas das ruas iam ser mantidas. Um ano passou, e o presidente do IAM actuou contra o prometido.

Segundo Lei Chong In, o Instituto Cultural, liderado por Mok Ian Ian, aprovou a remoção da calçada, por considerar que não ia ter impacto na zona, que é de Protecção do Centro Histórico. Já durante a noite de ontem, o IC fez saber que a retirada da calçada tinha a ver precisamente com o objectivo de evitar acidentes.

Por sua vez, outro membro do conselho consultivo, Chang Ka Wa afirmou que o Governo confirmou que a substituição da calçada pode não ficar por aqui, e há a possibilidade de ser estendida para outras zonas inclinadas da cidade.

Chuva de críticas

Na opinião de José Pereira Coutinho, deputado e candidato da Lista Nova Esperança, deviam ter sido equacionadas outras alternativas para reforçar a segurança: “Hoje em dia existem outras formas de garantir a segurança neste tipo de superfície, para evitar que seja tão escorregadia”, indicou.

Coutinho fez ainda uma analogia entre a solução e um paciente que vai ao dentista para arranjar um dente: “Tomaram a opção de arrancar o dente [do paciente], mas isso não resolve o problema. O que se devia ter feito era encontrar alternativas para que o paciente ficasse com o dente, neste caso a calçada”, vincou.

O candidato mostrou-se preocupado com a facilidade com que se muda o ambiente da cidade. “Todo o ambiente onde está inserido esta calçada vai ficar modificado. As ruas não vão ser as mesmas. E isso é muito prejudicial para Macau, que pretende ser uma cidade internacional com características próximas da cultura portuguesa”, afirmou.
Pong Chio Fai, presidente da Associação para a Reinvenção de Estudos do Património Cultural de Macau, também se mostrou incomodado com as alterações. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Pong considerou que as mudanças tiveram um impacto negativo para o ambiente “tradicional” da Freguesia São Lázaro. Por isso, o representante da associação deixou o desejo que antes de fazer alterações tão profundas o Executivo oiça a população.

As críticas sobre as alterações não passaram à margem das redes sociais, onde vários comentários sobre o assunto se tornaram virais. Por exemplo, o deputado Sulu Sou aproveitou para fazer uma sondagem sobre as opiniões contra ou a favor de remover a calçada portuguesa, com recurso aos diferentes tipos de “gostos”. Às 18H, além de quase 500 comentários ao posto, houve 1700 pessoas a expressarem-se contra a remoção da calçada e 480 a favor.

Rua do Governador

A Rua Eduardo Augusto Marques tem o nome actual desde 7 de Janeiro de 1933 e evoca o antigo Governador de Macau. Antes, a artéria que começa na Estrada do Cemitério e se estende até à Calçada da Igreja de São Lázaro e Rua de São Miguel tinha como nome Rua do Asilo. Eduardo Augusto Marques nasceu em 1867 em Mafra e foi Governador de Timor, entre 1908 e 1909. Depois, entre 1909 e 1910, governou Macau. Apoiante da Ditadura Militar de 1926, foi umas das figuras do Estado Novo, principalmente nas questões coloniais, tendo assumido o cargo de Ministro das Colónias entre 1929 e 1931.

Piso escorregadio

O Instituto Cultural (IC) justifica a aprovação da remoção da calçada portuguesa na Rua de Eduardo Marques com a necessidade de evitar os acidentes na área devido ao piso escorregadio, sem que daí decorra qualquer impacto negativo sobre o património em causa.

Em comunicado, o IC diz que “relativamente às obras de melhoramento da Rua de Eduardo Marques, desenvolvidas pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), que tem causado vários acidentes de viação e incidentes de segurança de peões, especialmente em dias de chuva, a situação torna-se mais grave, pelo que o IAM pretende proceder à substituição do pavimento da via, a fim de reduzir os acidentes de viação e pedonais causados por condições escorregadias e húmidas.

Tendo em conta que, em diferentes épocas, foram utilizados diferentes materiais de pavimentação naquela rua, sendo o revestimento de calçada portuguesa foi colocado nas obras de repavimentação posteriormente, e que as respectivas obras de optimização não tiveram impacto negativo sobre os bens imóveis classificados nas imediações, e têm ainda um efeito positivo na segurança pedonal e rodoviária, pelo que o IC não se opôs à obra em causa.”

3 Set 2021

Mantém-se número de alunos no Costa Nunes, procura continua grande

O regresso de algumas famílias a Portugal não teve qualquer impacto no número de alunos que vão frequentar o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes no ano lectivo que arranca na segunda-feira. A escola vai continuar com quatro turmas, mantendo-se um total de 287 alunos. Os números foram adiantados ao HM por Marisa Peixoto, directora da instituição de ensino infantil.

Como não poderia deixar de ser, a pandemia continua a ser uma preocupação, mas a responsável encara o arranque do ano lectivo com tranquilidade, destacando que “a maioria” dos professores estão vacinados, e que alguns alunos vão entrar mais tarde.

Numa lógica de equipa que ganha não mexe, o novo ano lectivo do jardim de infância reflecte a continuidade do trabalho feito antes. “Vamos manter as mesmas actividades. Estamos a pensar num ou outro projecto novo, mas não posso adiantar mais”, disse apenas Marisa Peixoto.

Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), entidade gestora do jardim de infância, adiantou que o Costa Nunes “continua a ser um jardim de infância muito solicitado”.

Critérios são precisos

Tendo em conta a grande procura, Miguel de Senna Fernandes adiantou que, nos próximos anos, haverá necessidade de criar critérios de admissão para os alunos. “Continuamos a ter problemas de espaço, e este é também um problema da Escola Portuguesa de Macau (EPM). Normalmente, os alunos do Costa Nunes vão para a EPM e temos de colmatar esse problema.”

“A tendência é sempre para aumentar o número de alunos”, referiu o responsável, antevendo a necessidade de criar critérios de admissão, que darão sempre prioridade à comunidade portuguesa.

“É sempre mau [termos estes critérios], mas o jardim de infância não tem espaço para todos. Os critérios serão sempre discutíveis, mas é de facto um problema que se coloca”, acrescentou Miguel de Senna Fernandes.

O edifício do jardim de infância terá obras de reparação este ano para restauro de espaços degradados e corrigir problemas de infiltrações.

2 Set 2021

Covid-19 | Alunos de Macau mais informados que colegas de Zhuhai

Um estudo de um grupo de académicos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau e do Colégio de Ciências e Tecnologia de Zhuhai mostra que os estudantes universitários da RAEM estão um pouco mais informados sobre a covid-19, principalmente em vertentes técnicas

 

Os estudantes universitários de Macau são mais conhecedores das medidas de prevenção da covid-19 do que os colegas de Zhuhai. A conclusão faz parte de um estudo elaborado em parceria por um grupo de oitos académicos de Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau e do Colégio de Ciências e Tecnologia de Zhuhai.

Segundo o método de pesquisa, 977 alunos de Macau e 2.818 de Zhuhai responderam a um inquérito de resposta múltipla, em que lhes foi pedido para identificarem comportamentos ou condições que contribuíam para evitar a transmissão do vírus. As perguntas incidiram sobre os componentes dos desinfectantes, condições de inactivação da covid-19 no ambiente, contactos de transmissão e medidas de precaução quanto à utilização de máscaras quando se tem tosse ou espirros.

A principal diferença entre os frequentadores do ensino universitário de Macau e Zhuhai surgiu nas perguntas com carácter mais técnico, ou seja, sobre os componentes dos desinfectantes. Em ambos os casos, menos de um quarto dos alunos acertou na questão, em Macau 24,6 por cento conseguiram com sucesso identificar os componentes que não “matam o vírus”, enquanto em Zhuhai o número foi de 17,5 por cento.

Ao nível das formas de transmissão do covid-19 os inquiridos mostraram-se bem mais informados, com 84,5 por cento dos alunos a responderem correctamente. Entre os educandos do outro lado da fronteira o número foi relativamente mais baixo de 76,9 por cento.

Conhecimentos semelhantes

Se no que diz respeito às formas de transmissão do vírus e aos componentes dos desinfectantes que não são eficazes, os residentes locais estão melhor informados, o mesmo não acontece nas condições em que o vírus morre no ambiente. Neste capítulo, em Zhuhai 76,9 por cento das respostas foram correctas, contra 76,8 por cento em Macau.

Os dados foram também muito semelhantes a nível dos comportamentos a adoptar em caso de espirros ou tosse, com 75,9 por cento dos estudantes de Macau a darem as respostas certas, e 75,0 por cento dos colegas de Zhuhai a mostrarem conhecer os hábitos mais saudáveis.

Os inquéritos foram realizados em Agosto do ano passado, quando ainda não tinha passado um ano do início da pandemia, e os resultados foram publicados em Agosto deste ano, na revista científica online PeerJ. O artigo tem como título “Um Estudo Comparativo entre os Conhecimentos de Prevenção da Covid-19 dos alunos de Macau e Zhuhai”, e foi assinado pelos académicos Tao Xiaoyu, Chan Dong, Liang Rining, Zhang Xiaoyu, Yu Xi, Chung Sookja, Yu Yaqin e Xiao Ying.

2 Set 2021

Macau Legend | Prejuízo de 688,6 milhões no primeiro semestre

A Macau Legend registou um prejuízo de 688,6 milhões de dólares de Hong Kong durante os primeiros seis meses de 2021. Os números constam do relatório sobre o primeiro semestre de actividade e mostram que as perdas se agravaram face ao prejuízo de 550,2 milhões de dólares registado no mesmo período do ano passado.

Segundo o relatório, o registo negativo foi explicado com a situação pandémica. “Os resultados dos dois períodos [2020 e 2021] foram afectados de forma significativa pelas medidas de distanciamento social e as restrições de viagem impostas pelas autoridades em resposta à pandemia da covid-19”, é explicado. “O número de visitantes a chegar a Macau e ao Laos registaram quebras severas nos dois períodos, em comparação com 2019”, é acrescentado.

Apesar dos resultados negativos, a empresa aumentou as receitas que saltaram para 527,4 milhões de dólares de Hong Kong, em comparação com 364,1 milhões no período homólogo.

A Macau Legend gere os casinos Landmark, Babylon e Legend Palace na RAEM, além de também estar presente no Laos, com o casino Savan Legend Resort. A empresa está igualmente a construir um casino em Cabo Verde, cuja primeira fase diz “estar praticamente concluída”.

Desde 2019 que a Macau Legend, fundada pelo empresário David Chow, tem como principal accionista Levo Chan, que amealhou fortuna através da empresa promotora de jogo Tak Chun.

2 Set 2021

Jogo | Receitas com quebra de quase 50 por cento em Agosto

As receitas brutas dos casinos de Macau registaram em Agosto o pior resultado do ano. Apesar da subida em termos anuais ser de 234 por cento, as 4,44 mil milhões de patacas facturadas em Agosto representam uma quebra de 47,4 por cento em relação a Julho. Na base do decréscimo está o surto local de covid-19 do início do mês

 

Agosto foi o pior mês do ano a nível das receitas do jogo, com o montante a não ir além de 4,44 mil milhões de patacas. Até ao último mês, o pior registo do ano tinha sido estabelecido em Junho, quando foram apuradas 6,53 mil milhões de patacas.

Os dados publicados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que as receitas do jogo em Macau desceram 47,4 por cento em Agosto relativamente ao mês anterior, subindo, no entanto, 234 por cento em termos anuais. Em Agosto de 2020, as receitas tinham sido de 1,33 mil milhões de patacas.

Nos primeiros oito meses do ano, os casinos registaram uma subida de 70,1 por cento nas receitas comparativamente a igual período do ano passado, com 61,9 mil milhões de patacas de receitas brutas acumuladas contra 36,3 mil milhões de patacas no mesmo período de 2020.

A culpa é do surto

Os números apresentados ontem foram influenciados por um surto de covid-19 em Macau. No mês passado, uma família de quatro pessoas, regressada do Interior da China, foi diagnosticada com a variante delta do novo coronavírus, o que levou as autoridades a declararem o “estado de prevenção imediata” por considerarem que o território estava “em risco de sofrer um surto comunitário” de covid-19, reforçando as restrições na cidade.

O território foi notificado, a 3 de Agosto, pelas autoridades de Zhuhai de que dois residentes de Macau tinham testado positivo à covid-19, um deles um motorista dos Serviços de Saúde.

As autoridades pediram à população para não sair de Macau, anunciaram o encerramento de espaços culturais, desportivos e de diversão, à excepção dos casinos, bem como a suspensão ou cancelamento de actividades que levassem à aglomeração de pessoas.

A situação levou também as autoridades a desencadearem uma operação maciça de testes à população, com resultados negativos em mais de 710 mil testes. Com mais de 680 mil habitantes, Macau registou, desde o início da pandemia, apenas 63 casos.

2 Set 2021

Desporto | Jovens queixam-se de falta de espaços

Mais de metade dos jovens, numa proporção de 54 por cento, acredita que o Governo deve aumentar o número de instalações para práticas desportivas. A conclusão faz parte de um relatório elaborado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, com base em 747 questionários.

Segundo a apresentação feita ontem por Chan Ngoi Chon, secretário-geral do grupo, pelo menos 54 jovens deram conta da falta de espaços em Macau para a prática desportiva.

Quanto às especificidades e desportos que mais carecem de infra-estruturas, Chan Ngoi Chon apontou a necessidade de construir mais piscinas e campos de badminton. Além disso, sublinhou que as autoridades devem construir estádios temporários insufláveis, tal como acontece no Interior.

Ainda de acordo com o relatório da associação, o Governo tem especiais responsabilidades nesta questão, porque entre os jovens que tinha praticado desporto no último ano, pelo menos 75 por cento tinha recorrido a espaços públicos.

Apesar da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau ser abertamente pró-Governo, não deixou de apontar defeitos à gestão do espaço por parte do Executivo de Ho Iat Seng. O dirigente associativo criticou ainda a complexidade elevada do sistema de aluguer de espaços, situação justificada com a gestão estar a cargo de várias entidades, sem um sistema unificado. Uma das consequências é a variação do preço pago para alugar instalações semelhantes.

2 Set 2021

Ontem foi o derradeiro dia do Caravela, um marco da comunidade portuguesa

No dia 29 de Junho de 1995, com a transferência de soberania no horizonte e numa Macau bem mais turbulenta em comparação com os dias de hoje, abria a Pastelaria Caravela, no Pátio do Comandante Mata e Oliveira, bem no coração de Macau. Ontem, mais de um quarto de século depois, o espaço que se tornou num local de culto para as comunidades portuguesa e macaense abriu pela última vez.

Segundo apurou o HM, a renda elevada, um trespasse fracassado e crise a que a pandemia votou Macau estiveram na origem do naufrágio. Nem a bóia de salvação atirada pelo Governo, na forma de apoios às Pequenas e Médias Empresas, chegou para manter o Caravela à tona.

O último dia decorreu com a languidez e calmaria que viria a ditar o encerramento. Sentado na esplanada, o advogado António Lobo Vilela, em Macau há 25 anos, é apanhado de surpresa pelo encerramento da Pastelaria Caravela. “A sério, vai fechar? Não fazia ideia”, comenta surpreendido. “É passagem obrigatória, faz parte do percurso normal de um português em Macau”, comenta o cliente que todos os dias não dispensa uma bica.

A partir de agora, António Lobo Vilela não tem dúvidas de que a comunidade portuguesa ficará órfã do local no centro da cidade. Mas, sem dramas, antevê que a adaptação será rápida. “As pessoas vão lembrar-se do Caravela, mas haverá outro poiso”, projecta o jurista.

Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, encara o fim do Caravela com emotividade. “Impressiona-me ver fechar este café, faz-me confusão. Tenho pena de ver fechar estes espaços, porque fazem parte da história da cidade e da sua diferença. Cada espaço destes que desaparece é um bocadinho da história e da identidade de Macau que se vai apagando”, reflecte Amélia António.

Cenas de filme e teatro

Em mais de 26 anos, o Caravela coleccionou histórias, dramas, celebrações e tudo o que se possa imaginar num lugar habitado por pessoas em transição. No Pátio do Comandante Mata e Oliveira nasceram histórias dos Dóci Papiaçam di Macau, “em ambiente de plena cavaqueira”. Miguel de Senna Fernandes recorda “as belas tardes que ali se passaram” e garante que irá guardar boas memórias do Caravela.

“Tenho muita pena que feche, porque as pessoas reuniam-se ali, conversavam, era um espaço de cavaqueira. Em Macau, são fundamentais espaços deste género, onde não é apenas a cusquice, mas sobretudo o convívio que marcam. As comunidades precisam sempre de espaços de referência onde possam conviver, e o Caravela era um desses espaços”, comenta o advogado e director do grupo de teatro que mantém vivo o patuá.

Face aos factos consumados do encerramento, Miguel de Senna Fernandes remata que “é mais um espaço que se perde, mais um que diz muito respeito às comunidades portuguesa e macaense”.

Porém, nem sempre de felizes cenas se fez o espaço. Albano Martins, que foi contabilista da sociedade que fundou o Caravela, com Francisco Cordeiro, Francisco Gonçalves e Adriano das Neves ao leme, recorda como um dia ficou cravada uma bala na coluna de entrada da pastelaria. Um guarda prisional acabaria por perder a vida no Caravela, na sequência do tiroteio.

Albano Martins estava em Pequim, quando foi informado do pânico que se instalara no pátio, em especial entre os empregados da pastelaria.

O economista lembra, inclusive, que o Caravela era bastante frequentado por agentes da Polícia Judiciária durante a violenta época de guerra de seitas, facto que terá mesmo afectado o negócio porque alguma clientela receava ser apanhada por uma bala perdida de um ajuste de contas que não eram as suas.

Na larga maioria dos dias dos primeiros anos do Caravela, o maior rebuliço era comercial, chávenas a tilintar e a máquina registadora a facturar, numa época em que “só o dinheiro das bicas dava para pagar todos os custos”, lembra o economista.

Cenário que contrasta com a tarde de ontem. Com a esplanada a meio gás, conversas cruzadas entre bicas, super bocks e tostas mistas. Como quem não quer a coisa, o assunto do fim passa ao de leve entre a freguesia, cristalizado na frase uma cliente que exclama “acabou-se a esplanada!”.

Com a chegada das 18h, a clientela habitual chega para beber um último copo, o da inadvertida despedida a um lugar que ficará para sempre ligado a tempos de mudança, a chegadas e partidas. Esta é só mais uma.

1 Set 2021

Comércio | Exportações crescem 5,2 por cento em Julho

Em Julho, exportaram-se 1,12 mil milhões de patacas de mercadorias, o equivalente a uma subida de 5,2 por cento, relativamente ao mesmo período do ano passado.

De acordo com uma nota divulgada pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) do total do montante, fazem parte 943 milhões de patacas resultantes da reexportação (+3,7 por cento) de máquinas e aparelhos e relógios de pulso e ainda 176 milhões de patacas resultantes da exportação doméstica (+13,6 por cento) de produtos de padaria, pastelaria e cobre. Em sentido inverso, importaram-se 15,39 mil milhões de patacas de mercadorias, ou seja, mais 111,7 por cento, em termos anuais.

Fazendo as contas desde o início do ano, o valor exportado de mercadorias até Julho situou-se em 7,83 mil milhões de patacas, representando um acréscimo de 29,5 por cento em relação a 2020. Já o valor importado de mercadorias, foi de 89,22 mil milhões de patacas, ou seja, mais 143,6 por cento em termos anuais.

Segundo a DSEC, o défice da balança comercial nos sete primeiros meses de 2021 fixou-se em 81,39 mil milhões de patacas, mais 50,80 mil milhões em relação a 2020 (30,59 mil milhões de Patacas).

Quanto ao comércio de mercadorias com os países de língua portuguesa, registou-se uma tendência decrescente, tanto ao nível das exportações (-60,6 por cento) como das importações (-3,5 por cento).

1 Set 2021

Ensino | Pandemia atrasa regresso às aulas

Pelo menos 30 alunos das Escola Pui Ching e Escola Sagrado Coração de Jesus vão falhar o regresso às aulas, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. Segundo os requisitos do Governo, os alunos que tenham estado no Interior, fora de Zhuhai e Zhongshan, nos 14 dias antes do regresso à escola têm de ser testados, só depois é que são autorizados a participar nas aulas presenciais.

Com as orientações a terem sido anunciadas a 23 de Agosto e as aulas a começarem amanhã, houve famílias que não conseguiram fazer os alunos regressar imediatamente a Macau e tratar de todas as formalidades. É por isso que ainda há pelo menos 30 alunos das escolas em causa que vão ter de esperar mais uns dias. Apesar de tudo, segundo os dados da Rádio Macau houve 550 alunos testados, tendo o “processo corrido bem”.

Segundo a direcção da Escola Pui Ching, os educandos não vão ter faltas e vão ser pensadas alternativas para que não sejam prejudicados no acesso ao conteúdos leccionados. Kuok Keng Man, vice-director da instituição, adiantou igualmente vai haver abertura do ano lectivo no auditório da escola e que este ano há 40 alunos matriculados com menos de três anos. Kuok revelou também que foram adquiridos equipamentos para controlar a saúde dos alunos.

1 Set 2021

CTM | Escavação destrói ligações e causa apagão na Zona Central

As obras de construção na Rua da Sé deixaram o Centro de Macau sem telecomunicações durante várias horas, devido à destruição de um cabo. A CTM esteve no local a fazer reparações e diz que os custos vão ser discutidos com a construtora

 

A escavação numa obra na Rua da Sé destruiu um cabo de telecomunicações e causou um apagão que afectou mais de 1.000 utilizadores de serviços de comunicações e gerou 400 pedidos de esclarecimentos. O incidente aconteceu na segunda-feira, por volta das 17h00, e resultou em vários cabos de rede fixa de telefone, internet, serviços de televisão por cabo, entre outros, destruídos.

O apagão afectou residências, espaços comerciais e serviços da Administração e obrigou a Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) a fazer uma intervenção de emergência, que começou logo na segunda-feira e se prolongou até terça-feira, inclusive durante a madrugada. Nas reparações esteve envolvida uma equipa com cerca de 30 engenheiros.

Segundo os dados apresentados pela CTM, ao canal chinês da Rádio Macau, por volta das 08h30, ou seja, cerca de 12 horas depois do início dos trabalhos de reparação, 90 por cento dos serviços tinham sido reestabelecidos.

Contudo, muitos outros continuavam com problemas durante a maior parte do dia, como aconteceu na redacção do HM, que só voltou a ter acesso à internet cerca das 22h30.

Em contra-relógio

Após o sucedido, o vice-presidente do Serviço de Rede da CTM, Declan Leong, deslocou-se ao local na manhã de ontem para acompanhar o andamento das reparações e fazer um ponto da situação.

À emissora local, Declan Leong afirmou que tinham sido afectados cerca de 1.000 clientes da empresa e que houve mais de 400 pedidos de esclarecimento sobre o sucedido. Sobre as operações de reparação, o responsável afirmou que houve uma estratégia de dar prioridade aos serviços tidos como mais importantes, como os centros de saúde e Administração Pública.

Leong reconheceu ainda que os danos foram sérios e que a reparação é apenas uma solução temporária, o que significa que nos próximos dias a CTM vai pedir à empresa responsável pelas obras para fazer uma intervenção permanente.

O representante da CTM também não quis entrar em detalhes sobre eventuais compensações e custos de reparação do serviço, limitando-se a dizer que era uma questão que irá ser discutida com a construtora, nos próximos dias.

A CTM pareceu também afastar responsabilidades no sucedido, uma vez que segundo Declan Leong é disponibilizado às construtoras um mapa com a localização da passagem dos cabos e toda a informação considerada essencial para que não haja acidentes durante as escavações.

1 Set 2021

Professor da UM colabora em livro de homenagem a Gomes Canotilho

Joaquim Gomes Canotilho, considerado um dos grandes especialistas na Constituição portuguesa, celebrou 80 anos recentemente e, para marcar a efeméride, a editora Fórum vai editar o livro “Direito Constitucional – Diálogos em homenagem ao 80º aniversário de J. J. Gomes Canotilho”, que inclui a colaboração de Paulo Canelas de Castro, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Macau (UM).

Ao HM, Canelas de Castro adiantou que escreveu sobre “as novas tendências de desenvolvimento na área do Direito internacional à luz da globalização, questionando se esta ainda é um paradigma dominante das relações internacionais”.

Paulo Canelas de Castro destaca ainda a importância que o trabalho de Gomes Canotilho teve na elaboração do Direito de Macau. O constitucionalista “contribuiu muito através da participação em conferências internacionais, quer antes ou depois da transição, que ajudaram a conceptualizar e ordenar a prática do Direito em Macau”.

Gomes Canotilho “influenciava as pessoas porque tem um pensamento muito organizado e rico do ponto de vista da doutrina, conceitos, e da melhor forma de organizar a prática do Direito. Sempre colhi testemunhos de admiração sobre a sua vinda ao território”, acrescentou o professor da UM.

Parceiros na sala de aula

Paulo Canelas de Castro cruzou-se com Gomes Canotilho ainda na faculdade, onde foi seu aluno. Mais tarde seria assistente do constitucionalista, que foi também seu orientador de doutoramento. “Foi sempre uma pessoa com quem mantive uma relação amiga de grande admiração pessoal. Entendi que a melhor forma de o homenagear era mostrar como ele ajudou a formar modos de pensar na área do Direito internacional. É um contributo modesto, porque o importante é a celebração de uma obra notável.”

Para o docente da UM, Gomes Canotilho é “um jurista com uma capacidade polivalente, que abarca todas as áreas do Direito público e administrativo”. Além disso, “é também um finíssimo cultor do direito internacional e tem um grande mérito de trazer para Portugal o Direito do ambiente”.

31 Ago 2021

Qingmao | Posto fronteiriço abre dia 8 de Setembro

O posto fronteiriço de Qingmao vai começar a operar a 8 de Setembro às 15h, de acordo com um comunicado emitido ontem pelo Gabinete de Comunicação Social. Na manhã do dia 8 será organizada a cerimónia de inauguração do edifício situado no cruzamento entre a Avenida do Comendador Ho Yin e Estrada do Canal dos Patos na Ilha Verde.

As autoridades sublinham que esta estrutura será aberta com o propósito de aliviar o fluxo de pessoas das Portas do Cerco, e tem como mais-valia a proximidade com a estação de comboios de Zhuhai. Em termos da organização do espaço, o átrio das partidas fica no terceiro andar e o das chegadas no segundo andar, onde será aplicado o modelo “Inspecção Fronteiriça Integral” com a instalação de 50 canais de passagem automática,

A entrada em funcionamento do novo posto fronteiriço implica a redefinição da zona em termos de transportes e acessibilidades.

A Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego destacou que junto e dentro do posto existem cinco parques de estacionamento público, disponibilizando um total 4.782 lugares, incluindo 2.192 lugares para automóveis ligeiros e 2.590 lugares para motociclos e ciclomotores. Além disso, a zona será servida por um total de 16 carreiras de autocarro, com seis paragens nas imediações do posto.

31 Ago 2021

Covid-19 | Jovem que originou surto teve alta

A jovem de 12 anos, infectada com covid-19 depois de uma visita de estudo à China já teve alta, após ter testado negativo por duas vezes. O resto da família continua internada. Com as eleições à porta, continua a não se saber como vão votar os residentes em quarentena

 

Já teve alta a rapariga da família de quatro pessoas infectadas com covid-19. A jovem, de 12 anos, ficou infectada com o novo coronavírus depois de uma visita de estudo à China. Os familiares continuam internados.

“Temos ainda três pacientes [no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane], mas esta paciente fez três testes de ácido nucleico, dois com resultado negativo, e teve agora alta hospitalar, estando a cumprir o período de isolamento”, adiantou Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus.

Os responsáveis do centro foram ainda questionados sobre a ausência de informações a duas semanas das eleições legislativas, nomeadamente sobre se será usado o carimbo nas mesas de voto, tocado por muitas pessoas, e como será garantida a votação aos residentes que se encontram a cumprir o período de quarentena obrigatório.

“A Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) manteve sempre contacto com os Serviços de Saúde e já realizamos várias reuniões sobre esta questão, mas há ainda muitos pormenores a discutir. Quando tivermos informações definidas vamos divulgá-las. Temos tempo para discutir medidas concretas. Os pormenores devem ser avançados pela CAEAL”, disse Leong Iek Hou.

70% vacinado

Tai Wa Hou, coordenador do programa de vacinação, mostrou-se satisfeito com o facto de cerca de 70 por cento dos profissionais de saúde já estar vacinado contra a covid-19. “Houve um avanço, porque antes a taxa rondava os 40 por cento. Falámos que estas pessoas devem ter sentido de responsabilidade”, frisou.

Relativamente ao regresso às aulas, e à necessidade de realização de testes, um total de 11 mil pessoas já submeteram o pedido, sendo que 80 por cento já foi testada. O Centro de Coordenação continua a reunir com as escolas para promover a vacinação no âmbito do serviço de proximidade. “O regresso às aulas irá fazer-se no tempo previsto”, foi referido na conferência de imprensa de ontem.

31 Ago 2021

Economia | PIB cresceu 69,5% no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau cresceu 69,5 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, segundo estimativas divulgadas na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). De acordo com o organismo, entre Abril e Junho, o PIB “inverteu a tendência decrescente, registando-se um aumento anual de 69,5 por cento em termos reais”.

“A economia de Macau recuperou o crescimento positivo, principalmente devido à baixa base de comparação do segundo trimestre de 2020, no qual foi marcante o grande entrave às actividades económicas, originado pelas restrições na entrada de visitantes sob o impacto da pandemia (…) e devido ao acréscimo contínuo da procura externa”, pode ler-se numa nota oficial.

Para o resultado do segundo trimestre, contribuiu o aumento das exportações de serviços e da procura interna, registando-se, contudo, uma subida nas importações de bens e de serviços, mas também no investimento em obras públicas e no comércio de mercadorias.

A DSEC destacou ainda que o número de visitantes no segundo trimestre cresceu 43 vezes em termos anuais e que houve aumentos significativos nas exportações de serviços do jogo e associados à indústria turística.

30 Ago 2021

DSEC | Taxa de desemprego mantém-se nos 2,9%

Entre Maio e Julho de 2021, a taxa de desemprego de Macau foi de 2,9 por cento, mantendo-se idêntica em relação ao período anterior (Abril e Junho de 2021). De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), idênticas foram também as taxas de desemprego dos residentes (3,9 por cento) e de subemprego (3,5 por cento).

Segundo o organismo, a população desempregada era composta por 11.000 pessoas, menos 100, face ao período anterior, sendo que a maioria dos que procuram trabalho, exerceram funções relacionadas com “lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e no ramo da construção”.

Além destes, o número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 9,2 por cento do total, ou seja, mais 1,7 pontos percentuais, dado que “os novos graduados entraram no mercado de trabalho”. A população subempregada fixou-se em 13.400 pessoas, menos 200, em relação ao período anterior.

Por seu turno, o número de empregados fixou-se em 372.900 e os residentes empregados eram 275.000, ou seja, menos 3.000 e 1.400, respectivamente. No período em análise a população activa que vivia em Macau totalizou 383.900 pessoas e a taxa de actividade foi de 67,9 por cento.

30 Ago 2021

Casa de Vidro | Amélia António chega a acordo com o Governo

A Casa de Portugal em Macau chegou a acordo com o Instituto Cultural para operar o restaurante na Casa de Vidro, estando previsto o desconto faseado do dinheiro já pago em rendas sem usufruto do espaço. As obras necessárias na cozinha também estão em andamento

 

Está resolvido o impasse que impedia a Casa de Portugal em Macau (CPM) de operar um restaurante na Casa de Vidro, na praça do Tap Seac. Com o concurso público ganho em Novembro de 2019, questões contratuais e a necessidade de obras impediam a CPM de avançar com o projecto.

Ao HM, Amélia António explicou que foi firmado um acordo com o Instituto Cultural (IC), que incluiu um aditamento ao contrato já celebrado. As mais de 200 mil patacas que a CPM já pagou em rendas, sem poder usufruir do espaço, vão ser descontadas de forma faseada.

“Esta foi a solução possível para podermos avançar, pois contaram o tempo de contrato a partir de uma data que não foi a data da escritura. Conseguiu-se recuperar esse tempo.”

No entanto, segundo o contrato, a CPM tinha direito a nove meses sem pagamento para preparar as instalações. “Estamos a tratar da instalação ao mesmo tempo que já estamos a pagar [renda]”, lamenta.

Obras avançam

Outro ponto que a CPM pretendia discutir com o Executivo era a construção de uma segunda porta, sem a qual o restaurante não poderia abrir ao público. Obra que segundo o acordado será da responsabilidade do Governo.

“Recusámos fazer obras naquele edifício, numa fachada de vidro. O IC acabou por concordar serem eles a fazer a porta. Só se conseguiu a licença para essas obras no final de Junho. E só a partir daí é que pudemos contactar empresas especializadas em equipamentos de cozinha.”

Amélia António espera que tudo fique pronto “ainda este mês ou no início do próximo” para que o restaurante comece a operar. Isto porque “não é possível aguentar estas despesas sem funcionar”.

“O que estava em discussão foi resolvido, mas a situação é complicada, porque perdemos muito tempo com obras e instalações. O que havia a resolver com o IC está resolvido, não direi que é da forma ideal, mas foi a forma possível. Perdeu-se mais de um ano e o tempo de contrato acaba por ser menor”, concluiu.

30 Ago 2021

Creches | IAS garante que vagas satisfazem “plenamente” a procura

O Governo acredita que as creches subsidiadas e o sector privado são suficientes para responder à procura. Além disso, o IAS afirma pagar, por ano, uma média de 30 mil patacas por vaga em creches subsidiadas

 

O Instituto de Acção Social (IAS) garante que as vagas existentes nas creches do território chegam “plenamente” para a procura, pelo menos desde 2019, de acordo com uma resposta a interpelação de Song Pek Kei.

Segundo Hon Wai, presidente do IAS, não só as vagas são suficientes, como o horário de funcionamento das creches foi alargado este ano. “As vagas proporcionadas pelas creches para crianças com idade igual a 2 anos concretizam plenamente as suas necessidades de admissão”, lê-se na resposta de Hon Wai. “Desde o novo ano lectivo de 2021, as aulas de meio dia das creches subsidiadas passaram a ser aulas de dia inteiro, para aumentar a oferta das aulas”, é explicado.

Apesar das condições actuais, o IAS diz que vão abrir mais duas creches no norte da península. “Devido à procura de vagas de creches na zona norte, planeia-se a criação de duas creches naquela zona”, é indicado.

Em 2021, as creches subsidiadas disponibilizaram 600 vagas, entre as quais 200 na zona central, 100 na zona sul e 300 nas ilhas. Segundo o IAS, a oferta é complementada com creches privadas “que ainda têm vagas disponíveis para a admissão de crianças”.

Subsídio de 30 mil patacas

O Governo indicou ainda que paga cerca de 30 mil patacas por vaga nas escolas subsidiadas, o que equivale a um valor superior a 200 milhões de patacas. “O IAS atribui, anualmente, o subsídio regular no valor superior a 200 milhões de patacas para creches subsidiadas, sendo que o subsídio atribuído anualmente, em média, para cada vaga é de mais de 30 mil patacas, para que as taxas mensais das creches subsidiadas possam manter um nível baixo”, foi explicado.

Quando junta aos apoios um “determinado número de creches que presta serviços gratuitos”, o Governo considera que “a política de creches” e os “serviços de Macau” correspondem “às necessidades da sociedade”. Além disso, é deixada a promessa de esforços do Governo para diversificar os diferentes serviços de creches.

Nas contas apresentadas a Song Pek Kei, o IAS acrescenta também que há oito vagas por mês para casos de serviço de acolhimento urgente/temporário.

30 Ago 2021

Moradores de edifício pedem investigação a estacionamento

Residentes da Torre 8 do Edifício San Seng Si Fa Un pediram ontem ao Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) que investigue a legalidade do estacionamento que dizem bloquear o acesso à porta principal. O grupo de moradores do prédio da Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, no Toi San, entregou uma carta no CCAC.

Segundo o representante, de apelido Wong, os moradores acreditam que a aprovação dos lugares de estacionamento no pódio, local onde fica o acesso principal do edifício, envolveu “um processo administrativo irregular”.

Wong revelou que os lugares de estacionamento foram marcados no chão por uma empresa de nome Xiecheng – Sociedade de Gestão de Obras, há cerca dois anos. Logo na altura, os moradores ficaram insatisfeitos com a situação e chamaram a polícia. Porém, a empresa terá argumentado que tinha registado aqueles lugares como seus, logo em 1999, ou seja, ainda antes da transição. Os habitantes do Edifício San Seng Si Fa Un entraram depois em contacto com o Instituto de Habitação (IH) para resolver o assunto, mas o órgão do Governo recusou qualquer responsabilidade no caso que envolve um prédio para habitação económica, construído em 1989.

Questão de segurança

Ao contrário do habitual, o prédio tem a entrada no pódio, onde está o estacionamento. Por isso, Wong afirmou que há a preocupação que os carros estacionados sejam um problema para os bombeiros, caso seja necessário fazer operações de salvamento. Contudo, também a queixa feita junto do Corpo de Bombeiros, não teve qualquer desenvolvimento.

Face à situação, os envolvidos esperam que o CCAC possa analisar o processo da criação do parque de estacionamento e eventuais irregularidades.

A entrega da carta foi acompanhada pelo deputado Leong Sun Iok, da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Leong deixou o desejo de que o CCAC dê uma resposta clara às questões levantadas e que apoie os residentes clarificando totalmente esta situação.

27 Ago 2021