Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeFundação Macau | Proposta reforma na concessão de subsídios A Fundação Macau (FM) divulgou, na sexta-feira, o relatório “Concessão de Apoios Financeiros pela Fundação Macau: Retrospectiva e Perspectivas”, onde aponta a necessidade de uma reforma no actual modelo de concessão para “estabelecer normas específicas viáveis na prática e aplicáveis à apreciação e autorização de pedidos de concessão de apoio financeiro”. A FM considera fundamental “clarificar e especificar os destinatários, o âmbito e a forma de apoio, assim como os procedimentos de requerimento, apreciação, autorização e fiscalização” dos subsídios. É também proposto “clarificar o âmbito de apoio no seguimento da política de gestão sectorial dos projectos de apoio financeiro do Governo, tomando a iniciativa de implementar programas de apoio específicos que correspondam às necessidades da sociedade e às linhas de acção governativa”. A terceira linha de reforma diz respeito ao reforço da fiscalização. Desta forma, as entidades subsidiadas devem assinar um termo de consentimento “onde constam as obrigações a que ficam sujeitas e as consequências do incumprimento”. Além disso, é pedido “um relatório financeiro elaborado por contabilistas ou sociedades de contabilistas habilitados, em prol da regularização das contas”. O documento apresenta ainda vários problemas com a concessão de apoios financeiros registados nos últimos anos, tal como o “número excessivo e uma grande similaridade entre as actividades financiadas, poucos efeitos para a sociedade, a desuniformidade dos critérios de avaliação, pouca transparência das contas e insuficiência da fiscalização dos apoios atribuídos”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSuncity | Alvin Chau indiciado por associação criminosa, jogo ilegal e branqueamento Em menos de 48 horas as regras do jogo mudaram para sempre. Alvo de um mandado de captura no Interior desde sexta-feira, Alvin Chau, presidente da Suncity, foi detido em Macau. Caído em desgraça, o magnata arrisca uma pena de prisão pesada A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção Alvin Chau Cheok Wa, presidente e proprietário do grupo Suncity, o maior promotor de jogo VIP de Macau. A operação contra a maior operadora junket foi revelada ontem, com poucos pormenores além dos dados sobre os nove arguidos e dois suspeitos. De acordo com a informação apresentada pela PJ, Alvin Chau, de 47 anos, está indiciado pela prática de associação criminosa, onde era o cabecilha, que implica uma pena mínima de 8 anos e máxima de 15 anos de prisão, que ainda pode ser agravada em um terço. Além deste crime, Chau está indicado por exploração ilícita de jogo, que implica uma pena máxima de três anos, sem agravantes, e branqueamento de capitais (pena máxima de três anos de prisão). Porém, a sanção por lavagem de dinheiro pode ser agravada para oito anos de prisão, caso as autoridades considerem que Alvin tirou proveito do crime ou que dissimulou a origem ilícita do dinheiro, para evitar que os envolvidos respondessem criminalmente. A detenção do presidente do Grupo Suncity aconteceu no sábado de manhã, no dia em a polícia fez buscas no escritório da empresa, no NAPE, e na residência do arguido, em Coloane. Além de Chau, foram detidos 10 indivíduos, entre os quais oito são arguidos pelos mesmos crimes e outros dois são apenas “suspeitos”. Os envolvidos fazem parte da estrutura de direcção da empresa. “Após a investigação preliminar, os arguidos confessaram que tinham criado uma plataforma que permitia que pessoas fora de Macau pudesse apostar nos casinos do território, e ainda para outras actividades de jogo electrónico”, afirmou Chong Kam Leong, porta-voz da PJ. “No entanto, os arguidos recusaram cooperar com outras investigações”, acrescentou. Procurado desde sexta-feira A operação em Macau foi para o terreno depois de no dia anterior, na sexta-feira à noite, as autoridades do Interior terem revelado a existência de um mandado de captura para Alvin Chau. Em causa estaria uma investigação iniciada em Junho do ano passado. De acordo com a informação das autoridades de Wenzhou, na província de Zhejiang, o presidente da Suncity era acusado de “ameaçar seriamente a ordem social do país” através da criação de uma associação para “jogo transfronteiriço”, que envolvia clientes do Interior e “quantidades enormes” de capital. Ao empresário de Macau era ainda pedido que se entregasse voluntariamente para receber “um tratamento leniente”. As autoridades do Interior acusavam a organização de Chau de envolver cerca de 199 accionistas e representantes, mais de 12 mil promotores de jogo e ainda uma rede com mais de 80 mil jogadores no Interior. Afinal havia outra Só depois da situação no Interior ter sido tornada pública é que as autoridades de Macau foram para o terreno. No entanto, ontem, a PJ falou numa investigação feita com base nos dados das polícias locais. “A PJ inicia as suas investigações com base nas informações que recolhe… Recolhe sempre diferentes tipos de informações através da cooperação com diferentes jurisdições por todo o mundo, incluindo com o Interior”, respondeu Chong Kam Leong sobre a operação. Sobre possíveis ligações à investigação do Interior, o porta-voz da PJ não respondeu, limitando-se a dizer “que não disponha” dessa informação. Ainda de acordo com a PJ, a investigação que culminou com a detenção teve origem em Agosto de 2019, quando alegadamente a polícia foi informada de que Alvin Chau estaria a liderar uma associação criminosa que operava no Interior. Porém, as movimentações só chegaram mais tarde: “O processo foi instaurado em Abril de 2020. Após uma investigação que demorou um tempo oportuno, e a 27 de Novembro de 2021 [no sábado] foi realizada a operação”, justificou Chong. “A operação resultou na detenção do cabecilha do grupo, assim como em outros 10 membros chave. As buscas foram feitas num edifício comercial no ZAPE e numa habitação na Zona de Coloane”, explicou. Milhões e material electrónico As apreensões da PJ resultaram em 3 milhões de dólares de Hong Kong, em diferentes moedas como patacas, dólares de Hong Kong e libras esterlinas. Ao mesmo tempo, as autoridades dizem ter apreendidos materiais electrónicos que permitiam operar a plataforma de apostas online para residentes do Interior. “Na operação foi feita a apreensão de um grande número de dispositivos electrónicos, como computadores, servidores e outros materiais para criar redes”, foi explicado. Além de Alvin Chau, o caso implica mais 10 pessoas. Entre estas, oito são arguidos e há dois suspeitos, que ontem à tarde ainda não tinham o estatuto de arguidos. Os envolvidos têm idades entre os 30 e 57 anos, sendo que são oito homens e duas mulheres. Filantropia | Um historial de patriotismo e caridade Alvin Chau nasceu em Macau, tem 47 anos e um considerável historial de caridade não só com instituições locais, mas também no Interior, contribuindo na resposta a desastres naturais e campanhas nacionais. No perfil do grupo Suncity, Alvin Chau apresenta-se como um homem “dedicado à nação” e destaca que “o sucesso da pátria” é uma condição fundamental para a estabilidade e prosperidade de Macau. Por isso, em Julho deste ano, durante a exposição de fotografia comemorativa do 100.º aniversário do Partido Comunista da China, Alvin Chau liderou uma comitiva com cerca de 50 pessoas. Em sintonia com o discurso oficial, em Junho, após as cheias que massacraram a província de Henan, o empresário doou 3 milhões de patacas para os trabalhos de reconstrução. Este não é um caso único, quando surgiu a covid-19, a Suncity fez donativos de 30 milhões de patacas para comprar equipamento médico para a província de Hubei. As doações não se ficaram apenas pelo grupo empresarial, Alvin Chau contribuiu, do seu bolso, com 30 milhões de patacas. A caridade foi reconhecida pelo Governo Central, que em Julho de 2020 recebeu o empresário na sede do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Yao Jian, vice-director do Gabinete de Ligação na altura, entregou uma placa de agradecimento ao empresário. Ainda no princípio do ano passado, Alvin Chao fez um donativo de 20 milhões de renminbis para a campanha nacional da China Foundation for Disabled Persons, entidade para a qual foi nomeado um dos directores. Em termos das instituições locais, além de contribuir para eventos do Governo da RAEM, a Suncity tem apoiado ao longo do anos a Santa Casa da Misericórdia de Macau, Cáritas, Associação Geral de Macau de Respeito pelos Cidadãos Seniores, Associação de Reabilitação Fu Hong de Macau, Associação de Apoio aos Deficientes Mentais de Macau, União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Cruz Vermelhas, Fundo de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun, entre outras. Um grupo com um império vasto Fundado em 2007, sob a liderança de Alvin Chau, o Grupo Suncity é actualmente um império que se estende a vários ramos. Além da promoção do jogo em vários locais como Macau, Filipinas, Coreia do Sul ou Austrália, a operadora lançou-se com a construção de um casino em Hoi An, no Vietname, e, mais recentemente, adquiriu o casino Tigre de Cristal, na Rússia, que começou como um investimento de Lawrence Ho. Outra das áreas em que a Suncity investiu foi no entretenimento, muitas vezes em parceria com o Governo da RAEM. O grupo foi o principal organizador do Festival Internacional de Cinema de Macau, em conjunto com os Serviços de Turismo, e foi o principal patrocinador em várias edições do Grande Prémio de Macau, com contratos que superaram os 20 milhões de patacas por edição. O apoio não se repetiu no evento deste ano, que decorreu há duas semanas. Na área do entretenimento musical, a Suncity trouxe a Macau alguns dos maiores nomes da indústria em mandarim, como Jay Chou, que em 2019 esgotou quatro dias de concertos na Cotai Arena, e ainda o veterano Fei Yu-ching. No canto pop Aaron Kwok é um dos principais artistas do grupo. A restauração é outro sector em que o grupo marca uma grande presença. Na península de Macau detém os restaurantes Sky21, no edifício AIA, e ainda Tian Chao, Champion Congee, no NAPE. Em Coloane e Seac Pai Van, é responsável pelas operações dos espaços Hot Pot Master, Bottles, Sun Cafe e ainda Jam & Butter. A Suncity é ainda proprietária de um stand de automóveis virado para o mercado de luxo, denominado Sun International Automobile, que além de vendas assegura a manutenção de viaturas. As consequências da detenção de Alvin Chau no emprego ainda são incertas. Os accionistas e as subsidiarias do grupo tem influência em outras áreas, como a comunicação social. O jornal Exmoo é um dos exemplos de uma empresa cuja sobrevivência está dependente do grupo Suncity.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Detectado caso de proximidade oriundo de Hangzhou Foi detectado, em Macau, um caso de proximidade pela via secundário com uma pessoa doente com covid-19, com origem em Hangzhou. Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o indivíduo, oriundo do interior da China, está em regime de quarentena no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane, tendo viajado para Macau na sexta-feira. No sábado ficou hospedado num hotel na Taipa. Antes de ir para Coloane, o homem foi transportado de ambulância até ao Centro Hospitalar Conde de São Januário, tendo realizado depois um teste de ácido nucleico que deu negativo. O contacto com o caso de covid-19 ocorreu dia 24, em Zhongshan, sendo que o caso de infecção foi confirmado no dia anterior em Hangzhou. Neste momento esta pessoa de contacto próximo terá de executar testes nos próximos sete dias, podendo sair da quarentena a 1 de Dezembro, caso estes sejam negativos. As pessoas que estiveram em contacto com esta pessoa, ou que tenham estado nos mesmos locais, “não têm necessidade de fazer acompanhamento especial de momento”, lê-se na nota de imprensa.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Restrições são injustas e com impacto psicológico, dizem especialistas Vários especialistas ouvidos pela agência Lusa consideram que as restrições de viagem aplicadas aos estrangeiros, devido à pandemia, são injustas e acarretam consequências do foro psicológico Especialistas locais disseram à Lusa que as restrições de viagem e a aplicação de uma das maiores quarentenas do mundo impostas em Macau são injustas para a comunidade estrangeira que reside no território, podendo causar problemas de saúde mental. Os estrangeiros são “deixados para trás” em termos das políticas de viagem das autoridades, que “apenas protegem” os direitos dos chineses a regressarem e a atravessarem a fronteira para a China, afirmou à Lusa a socióloga e professora associada da Universidade de Macau, Melody Lu. “Os estrangeiros não são tidos em conta”, criticou a socióloga com estudos especializados nos estrangeiros em Macau, acrescentando que “os expatriados também têm necessidades emocionais e têm direito a estar com os seus entes queridos”, uma vez que “também são residentes em Macau”. “É demasiado doloroso para eles não verem as suas famílias durante dois anos”, frisou, exemplificando com a comunidade portuguesa: “Isto levou a um maior sentimento de isolamento da comunidade portuguesa em Macau”. Na opinião de Melody Lu, as restrições fronteiriças não têm “bases científicas” e são “injustas” para os estrangeiros. Já a presidente da Associação de Psicologia de Macau, Mei Chan Cheng, frisou à Lusa que as medidas impostas pelo Governo podem fazer com que os expatriados se sintam impotentes e impacientes face aos constrangimentos de deslocação aos países de origem. “Alguns expatriados podem sentir-se deprimidos, ansiosos porque não podem participar em assuntos familiares […] ou assistir a eventos familiares importantes, como casamentos e funerais, etc”, sublinhou a responsável. Normalmente, por esta altura, era comum a comunidade portuguesa que reside em Macau regressar a Portugal por ocasião do Natal para passar as férias com as suas famílias. Contudo, pelo segundo Natal consecutivo, milhares de portugueses não o poderão fazer, devido à quarentena, que em alguns casos pode chegar aos 35 dias, e aos preços das viagens. Quanto mais tarde pior A psicóloga Mei Chan Cheng considerou que quanto mais longo for o período de quarentena, mais provável será a ocorrência de emoções negativas. “Estudos psicológicos descobriram que, durante a quarentena, indivíduos isolados podem sentir medo, pavor e ansiedade devido à preocupação de estarem infectados ou de poderem infectar os seus familiares (…) Algumas pessoas podem ainda sentir-se deprimidas e entediadas porque o seu trabalho ou vidas estão suspensos”, sublinhou. Por outro lado, a socióloga elogiou o “trabalho de Deus” feito pelas autoridades de Macau no início da pandemia, que chegou a ser um caso de sucesso no mundo. Contudo, as mesmas medidas arrastaram-se ao “longo de dois anos sem qualquer melhoria”. Mei Chan Cheng considera que, devido ao facto de Macau estar praticamente fechada ao mundo, e com o registo de apenas 77 casos de covid-19 desde o início da pandemia, existe o medo da estigmatização e o perigo de as pessoas esconderem a doença para evitarem ser discriminadas. A psicóloga afirmou que a população de Macau devia ser mais empática com as pessoas infectadas e aumentar os seus conhecimentos sobre a prevenção de epidemias, a fim de reduzir a estigmatização social. Fronteira fechada para oito países africanos Desde ontem que está interdita a entrada no território de pessoas oriundas de oito países africanos. As autoridades justificaram a decisão com a ameaça da variante omicron do novo coronavírus. A proibição incluiu aqueles que tenham estado na África do Sul, Botswana, Zimbabué, Namíbia, Lesoto, Suazilândia, Moçambique ou Maláui nos últimos 21 dias. A nova variante foi recentemente detectada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade. A taxa de vacinação em Macau ronda os 70 por cento.
João Santos Filipe SociedadeChina Media Group e RAEM em parceria para promover o território no mundo O Governo espera que uma parceria com o China Media Group, proprietário do canal CCTV, ajude a divulgar ao mundo os “elementos mais maravilhosos, histórias e cultura de Macau”. O desejo foi deixado por Ho Iat Seng, durante a cerimónia de parceria com o grupo estatal chinês, que serviu também para a estreia do documentário “Sabor de Macau”, que apresenta parte da história gastronómica da RAEM. No discurso da cerimónia, o Chefe do Executivo sublinhou também que no âmbito da construção da Grande Baía, a RAEM tem de criar “uma base de intercâmbio e cooperação que, tendo a cultura chinesa como predominante, promova a coexistência de diversas culturas”. O multiculturalismo com predominância da cultura chinesa foi de resto apontado como “vantagem única de Macau”. Ho Iat Seng garantiu que “Macau é uma cidade turística segura e adequada para viajar” e todos os turistas são convidados a “experimentar o encanto único e multicultural do território”. Contar bem a história Por sua vez, Shen Haixiong, vice-ministro do departamento de publicidade do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente do China Media Group, considerou que a parceria vai permitir não só “contar bem a história de Macau na nova era”, mas “divulgar a execução bem-sucedida do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau e apoiar activamente a integração da RAEM na conjuntura do desenvolvimento nacional”. Shen Haixiong explicou também que a parceria entre o Governo da Macau e o China Media Group cumpre o espírito do discurso de Xi Jinping durante as celebrações do 20.º aniversário da RAEM, de concretizar “um maior alargamento das áreas de cooperação com o Governo da RAEM” e ainda o “o enriquecimento da implementação pelos média do princípio de ‘um país, dois sistemas’”. O documentário estreia a 20 de Dezembro, no canal CCTV-9 do China Media Group, com transmissão simultânea no China Media Group Mobile e CCTV.COM. No exterior a transmissão vai ficar a cabo do CGTN.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHotel Tesouro | Marcações disponíveis para quem vem da Europa A partir de amanhã os residentes vindos de Portugal vão poder marcar a estadia no Hotel Tesouro para cumprir quarentena. Cerca de 53 mil pessoas já fizeram download da aplicação que permite guardar o percurso As marcações para o Hotel Tesouro ficam disponíveis a partir de amanhã, de acordo com a informação avançada ontem pelos Serviços de Turismo (DST), na conferência de imprensa sobre a evolução da covid-19. Segundo Liz Lam, representante do turismo, as marcações podem ser feitas através de contacto telefónico ou do portal do hotel, mas não foram disponibilizados mais pormenores. “As pessoas que quiserem saber mais sobre as marcações e outros pormenores podem contactar o hotel por email ou telefone”, respondeu Lam, quando questionada sobre os procedimentos. A medida cumpre o anúncio do Governo, feito há duas semanas, que obriga quem chegue a Macau através de Singapura, como acontece com as ligações áreas entre a RAEM e Portugal, a fazer quarentena no Hotel Tesouro. A medida deve entrar em vigor a 1 de Dezembro, obrigando igualmente a testes diários nos primeiros 10 dias do total de 21. App gerou 159 mil códigos Na conferência foi igualmente revelado que entre terça-feira e as 09h de ontem, a nova aplicação dos Serviços de Saúde foi utilizada para gerar 159.255 códigos de saúde. Este número significa que cada um dos 53.079 utilizadores recorreu, em média, três vezes à app para gerar o código de saúde e entrar em diferentes espaços públicos. A nova aplicação dos SSM, lançada recentemente, permite gravar o percurso dos utilizadores, e o Governo tem como objectivo torná-la obrigatória para todos os cidadãos. A médica Leong Iek Hou revelou que até ao momento 8 por cento da população descarregou a aplicação, que ainda está em fase de teste. A coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença apelou ao download do programa para o smartphone, para que as pessoas gravem o seu percurso e sejam alertadas quando tiverem de ser colocadas em quarentena forçada, ou submetidas a testes. O sol nasce para todos A conferência de imprensa serviu ainda para comentar a possibilidade de os atletas chineses medalhados nos Jogos Olímpicos visitarem Macau, vindos de Hong Kong, sem cumprirem quarentena. A coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença explicou que a quarentena é aplicada com base no percurso dos indivíduos nos últimos 21 dias. “Não consideramos se as pessoas são medalhadas ou não. Na nossa decisão vamos considerar onde estiveram nos últimos 21 dias antes de entrarem em Macau. E dependendo do percurso vamos aplicar as medidas de controlo pandémico”, justificou. A circulação entre Macau e Hong Kong pode estar cada vez mais perto de ser concretizada. Segundo o South China Morning Post, os governantes do Interior estiveram ontem na RAEHK para ultimar os detalhes sobre a retoma da circulação. “Se o Interior e HK abrirem as fronteiras, já podemos avançar para a abertura [com Hong Kong]”, admitiu Leong. Contudo, por agora, aguarda-se por fumo branco.
Hoje Macau SociedadeMacau lança primeira carta de vinhos lusófonos recomendados O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) anunciou ontem o lançamento da primeira carta de vinhos recomendados dos países de língua portuguesa 2021. O lançamento foi feito pela Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX), que vai decorrer entre 10 e 12 do próximo mês, no território, em associação com a iniciativa “Vinhos do Mundo, Carta de Vinhos de Xangai”, indicou o IPIM, em comunicado. Além daquela carta, 20 vinhos lusófonos, representados por empresas de Macau, foram premiados na iniciativa “Vinhos do Mundo, Carta de Vinhos de Xangai”, como “Marca de excelência do ano”, “Marca de qualidade do ano” e “Marca de selecção do ano”, por um grupo de mais de dez jurados, entre críticos de vinhos internacionais, ‘sommeliers’ e comerciantes, numa “degustação e avaliação profissional”, em Xangai (norte da China), acrescentou. A cerimónia de entrega dos prémios vai decorrer durante a PLPEX, onde também se vai realizar uma degustação de vinhos lusófonos, para “criar uma plataforma de intercâmbio e cooperação para as empresas de diferentes proveniências e apresentar referências fidedignas às empresas compradoras e distribuidores profissionais”, na aquisição de vinhos de países de língua portuguesa. Com potencial O IPIM apresentou na quarta Exposição Internacional de Importação da China, entre 5 e 10 de Novembro, em Xangai, uma prova de vinhos lusófonos “para promover Macau na construção do Centro de Distribuição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa”, entre outras actividades para dar a conhecer o desenvolvimento económico e comercial dos países lusófonos, assim como sobre as áreas financeira e jurídica de Macau, com vista a prestar serviços e apoio à cooperação empresarial entre a China e os países de língua portuguesa. A 2021PLPEX, cujo objectivo é promover o intercâmbio e a cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa a nível económico, comercial e cultural e potenciar o papel de Macau como a plataforma sino-lusófona, decorre em simultâneo com a 26.ª Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Franquia de Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | TUI diz que António Coelho Neves foi despedido sem justa causa Em Abril de 2020 o chef António Coelho foi despedido do restaurante que fundou, por ser acusado de ter faltado vários dias ao trabalho. O cozinheiro contestou a acusação e argumentou que o despedimento foi feito sem justa causa. Os tribunais deram-lhe razão O Tribunal de Última Instância (TUI) considerou que o chef António Neves Coelho foi despedido sem justa causa pelo António Grupo Limitada. A decisão final foi tomada no dia 10 de Novembro, não há mais hipótese de recurso, e revelada pelos tribunais da RAEM. A disputa entre as duas partes surgiu em Abril de 2020, quando, segundo vários relatos da imprensa na altura, António terá sido abordado pelo grupo para baixar o salário várias vezes. Como recusou, acabou por ser despedido, com a alegação de que havia justa causa para o despedimento. Entre as razões para a justa causa, o grupo alegou que António Coelho tinha gozado 118 dias de licença extra não autorizada, além de ter sido acusado de tentar convencer o staff do restaurante a demitir-se em bloco. Na altura do despedimento, António Coelho já não trabalhava como chef, visto que desde 2018 tinha o cargo de Embaixador de Culinária. Ao HM, António mostrou-se satisfeito com a decisão, por sentir que foi feita justiça. Contudo, recusou haver qualquer sentimento de felicidade. “Não se pode dizer que estou contente. O que sinto é que se fez justiça, e quando isso acontece as pessoas ficam satisfeitas”, afirmou. “Era óbvio que não tinha faltado ao trabalho e toda a gente sabe isso. Todos me encontravam no restaurante até altas horas das noite”, acrescentou. O chef destacou também o funcionamento da justiça. “É uma decisão de um caso laboral, mas o que é importante realçar é o funcionamento da justiça em Macau, e, pessoalmente, sinto que funcionou”, sublinhou. Com a decisão, António deverá receber o montante por despedimento sem justa causa, além de outras despesas relacionadas com o processo. Em curso Além deste caso que chegou agora ao fim, António Coelho e o António Grupo Limitada, controlado pela empresa Sniper Capital, estão envolvidos em outras disputas. Segundo a Macau News Agency, num artigo de Abril em 2020, uma das batalhas legais implica a questão dos direitos de autor do restaurante António, que manteve o nome original e o logótipo, apesar da saída do fundador. O logótipo do restaurante ainda hoje tem a assinatura de António Coelho, apesar do chef principal ter passado David Abreu, em Junho de 2020. António Coelho é um dos chefs de comida portuguesa mais conhecidos e bem-sucedidos do território e em 2013 foi distinguido pelo Governo da RAEM, devido ao seu contributo para o desenvolvimento do turismo.
Pedro Arede Manchete SociedadeAnálise | Aumento de validade de testes com efeito imediato no jogo O alargamento para sete dias do prazo dos testes à covid-19 para cruzar fronteiras vai ter um impacto “forte” e “imediato” nas receitas brutas de jogo. A ideia é defendida por especialistas do sector ouvidos pelo HM, que acreditam que a nova meta anual de 86 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo vai ser alcançada A alteração de 48 horas para sete dias da validade dos testes de ácido nucleico, necessário para sair de Macau rumo a Zhuhai vai ter um impacto “forte” e “imediato, nas receitas brutas de jogo, com especial incidência no mês de Dezembro. Além disso, apontaram especialistas do sector ao HM, transmite “confiança” às autoridades do Interior da China. Acerca da previsão do Governo de 86 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo, os peritos acreditam que a meta é “conservadora” e será alcançada. Para um dos especialistas, com longa experiência na área do direito de jogo e que pediu para não ser identificado, o relaxamento das medidas nas fronteiras vai ter um impacto “bastante forte”. “Isto vai ter um impacto positivo bastante forte. Acho que há aqui um potencial para as receitas brutas voltarem a crescer, até porque o número de visitantes vai aumentar outra vez”, começou por dizer ao HM. “O aumento do número de visitantes não vai afectar os resultados de Novembro (…), apesar de as receitas brutas virem a ser, obviamente, bastante superiores às do mês passado. Esta nova medida vai afectar especialmente o mês de Dezembro”, acrescentou. O mesmo especialista referiu ainda que o alargamento do prazo dos testes vem dar “maior confiança à população que vem a Macau” e transmite às autoridades do Interior da China “a ideia de que as coisas podem voltar ao novo normal”. Também o advogado especialista do sector do jogo, Carlos Eduardo Coelho destacou o alívio das limitações. “Qualquer medida que alivie as restrições impostas em Macau tem sempre um impacto imediato na economia e nas receitas de jogo. Portanto, acredito que esta medida também o terá (…) pois poderá vir mais gente, essas pessoas poderão estar cá mais dias e isso terá consequências imediatas na nossa economia”, vincou. Espera olímpica Questionados sobre a meta de 86 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo, no seguimento da intenção de voltar a recorrer à reserva extraordinária, os especialistas consideraram a estimativa “alcançável” e “conservadora”. Recorde-se que o valor corresponde a uma redução de 44 mil milhões de patacas relativamente ao montante inicialmente previsto. “As previsões de 86 mil milhões de patacas, são perfeitamente alcançáveis (…) e algo conservadoras, no sentido de que será possível atingir estes valores, mesmo se acontecer alguma coisa [novo surto], apontou o perito que pediu não ser identificado. Também Carlos Eduardo Coelho acredita que as previsões vão ser cumpridas e que o valor pode mesmo ser “mais elevado”, caso não surjam novos surtos de covid-19. Contudo, ressalva o primeiro especialista ouvido pelo HM, “é preciso ter a noção de que a política de tolerância zero vai continuar” e que a maior preocupação do Governo Central, neste momento, é a organização sem sobressaltos dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, agendados para Fevereiro de 2022. Para o perito, só depois de concluído o evento é que poderão haver mudanças substanciais nas medidas fronteiriças. Até lá, podem vir aí mais restrições. “Até ao final dos Jogos Olímpicos, todas as medidas necessárias para conter qualquer tipo de surto vão ser implementadas (…) porque há essa vontade declarada do Governo Central. O relaxamento pode acontecer depois do evento, mas não significa a abertura completa, nem nada que se pareça. Cá em Macau, sei perfeitamente que as fronteiras de Macau com o mundo exterior, ou seja, fora da China incluindo Hong Kong, vão continuar fechadas, diria, até 2023”, apontou.
Hoje Macau SociedadeCaso Dore | TUI entende que Wynn também deve pagar indemnização O Tribunal de Última Instância (TUI) entende que a operadora de jogo Wynn deve pagar, juntamente com a Dore, empresa promotora de jogo, a indemnização aos lesados de um caso de desvio de fundos de uma sala VIP ocorrido em 2015. O acórdão, ao qual a TDM Rádio Macau teve acesso, confirma a decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI) e condena a Wynn e Dore a pagarem um total de seis milhões de dólares de Hong Kong, mais os juros de mora, aos lesados que investiram nesta empresa. Recorde-se que o Tribunal Judicial de Base (TJB) entendeu que apenas a Dore tinha de pagar a indemnização, mas numa decisão proferida em 2018 o TSI decidiu que a Wynn também devia suportar este pagamento. O caso Dore diz respeito ao desvio de 700 milhões de dólares de Hong Kong de uma sala VIP por parte de uma funcionária da Wynn. Paulo Martins Chan, ex-director da Direcção de Promoção e Inspecção de Jogos, defendeu à Macau News Agency que esta decisão pode fazer com que as operadoras de jogo fiquem mais cautelosas quanto à exploração das salas VIP por parte dos junkets, podendo optar por explorarem, por si próprias, este segmento de jogo.
Pedro Arede Manchete SociedadeCovid-19 | Alvis Lo rejeita vacinação ou teste obrigatório em crianças No seguimento da aprovação da vacinação a partir dos três anos, o Director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long, garantiu que a apresentação de certificado de vacinação ou teste negativo à covid-19 não será obrigatória para ir à escola, como já acontece na Função Pública. Nova aplicação do código de saúde com função de rastreio já foi descarregada 40 mil vezes Alvis Lo Iek Long, director dos Serviços de Saúde (SSM) assegurou ontem que, apesar da inclusão da faixa etária entre os 3 e os 11 anos no grupo elegível para ser inoculado contra a contra a covid-19, a apresentação de certificado de vacinação ou resultado negativo de um teste de ácido nucleico, não será obrigatória para as crianças irem à escola. Citado pelo canal chinês da TDM-Rádio Macau, o responsável disse que, pela sua natureza, as escolas não podem seguir o exemplo da Função Pública, mas que o aumento das exigências de vacinação será bem-vindo, desde que não vá contra a o princípio da voluntariedade. “Não podemos impor esse tipo de restrições ao nível da vacinação, impedindo assim as crianças [não vacinadas] de ir à escola”, apontou o director dos SSM, referindo-se aos alunos do ensino não superior. Recorde-se que, actualmente, as orientações dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) estipulam que todos os funcionários públicos tenham de apresentar comprovativo de vacinação ou teste de ácido nucleico com resultado negativo feito nos últimos sete dias. Tudo vai bem Sobre a nova aplicação para telemóvel do Código de Saúde, que inclui a funcionalidade de registo de itinerários das população e está actualmente em fase experimental, Alvis Lo revelou que o software já foi descarregado por 40 mil utilizadores desde o seu lançamento a 28 de Novembro. O responsável classificou ainda a resposta da população como “positiva” e salientou que “não foram identificados grandes problemas” com a utilização da aplicação. Paralelamente, acrescentou, está a decorrer um programa de sensibilização que visa os proprietários de estabelecimentos e outras instituições. Questionado sobre a utilização da aplicação de rastreamento será obrigatória para frequentar transportes públicos, Alvis Lo disse que o tópico terá que ser estudado. Recorde-se que a nova aplicação serve para fazer um ‘scan’ a um código QR dos locais frequentados, permitindo assim a entrada no interior dos espaços e registar o percurso dos utilizadores. Relativamente ao alargamento do prazo dos testes de ácido nucleico de 48 horas para sete dias, para entrar em Zhuhai, Alvis Lo referiu que a decisão foi tomada após um “estudo de ambos os lados da fronteira”, lembrando que as medidas anti-epidémicas de Macau são “altamente consistentes” com as restrições impostas pela Comissão Nacional de Saúde.
Hoje Macau SociedadePearl Horizon | Direitos de aquisição em venda judicial Encontram-se em venda judicial dois “direitos de aquisição” de fracções no empreendimento Pearl Horizon. A informação consta do portal dos tribunais da RAEM e os direitos resultaram de contratos-promessa assinados com a Sociedade de Importação e Exportação Polytex, a 19 de Março de 2013. Segundo os dados revelados, a venda é o resultado de um pedido de execução de dívida. O direito de aquisição da fracção habitacional B35 tem um preço mínimo de 2,5 milhões de patacas. O direito para a fracção E25 tem um preço mínimo de 3,1 milhões de patacas. O empreendimento de luxo Pearl Horizon era para ser construído na Areia Preta. Contudo, a construção foi abortada, porque o Governo da RAEM recuperou o terreno, por considerar que o mesmo não foi aproveitado durante a concessão de 25 anos. A decisão, ao abrigo da nova Lei de Terras, resultou em vários lesados e vários processos em tribunal com diferentes envolvidos. Após a recuperação do terreno, o Governo decidiu utilizar a terra disponível para construir habitação económica e habitação para troca, no âmbito do futuro programa de Renovação Urbana. Os lesados do empreendimento tiveram direito de preferência na compra das fracções que vão ser construídas pela Administração, e 1.902 deles aceitaram a opção de ficar com uma casa na futura construção.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTurismo | Número de visitantes a subir e CCTV elogia Macau Um “ponto iluminado”. É desta forma que um dos principais órgãos estatais chineses elogiou a RAEM e as medidas de controlo da pandemia A RAEM é um “ponto iluminado” para o turismo, devido à segurança e às medidas aplicadas para controlar a pandemia. Os elogios partiram de um artigo publicado na segunda-feira no canal estatal CCTV, citado pela Reuters, sobre o mercado do turismo do Interior este ano. A região de Macau é assim destacada no que diz respeito às previsões sobre o crescimento do turismo por parte dos cidadãos do Interior. De acordo com as estimativas oficiais, apresentadas pela CCTV, até ao final do ano o mercado do turismo do Interior deverá ser de 25,62 milhões de viajantes, o que representa um aumento de 25 por cento face a 2020, quando o número registado foi de 20,34 milhões de viajantes. No entanto, grande parte dos turistas não viajaram para Macau. De acordo com as estatísticas oficiais, entre Janeiro e Setembro, a RAEM foi visitada por 5,24 milhões de pessoas do Interior. O número de 25,62 milhões de viajantes está muito longe dos níveis pré-pandemia, quando o mercado do turismo do Interior representava um valor superior a 100 milhões de turistas e 255 mil milhões de dólares norte-americanos em despesas nos lugares visitados. Macau tem sido um dos destinos mais afectados com a queda do turismo do Interior. No ano de 2019, o último antes da pandemia, a RAEM tinha recebido 27,93 milhões de turistas do Interior. Em 2020, os visitantes foram “apenas” 4,75 milhões. E o futuro? As estatísticas oficiais não apresentam estimativas para o mercado do turismo no próximo ano. No entanto, a mensagem transmitida é que as viagens podem ser facilitadas, dependendo das medidas de controlo da pandemia adoptadas pelos diferentes destinos. Segundo a CCTV, citada pela Reuters, o ritmo da recuperação em 2022 vai “depender de como cada destino lidar com a pandemia”. Com as medidas restritivas de circulação em Macau e o encerramento ao exterior, tal poderá indicar que o mercado vai continuar a crescer. Macau é uma das poucas jurisdições com uma bolha de viagem com o Interior, que dispensa o cumprimento de medidas de quarentena. Estas só são implementadas quando são detectados casos em regiões específicas ou na própria RAEM. O Governo já mostrou vontade de recuperar entradas ao nível das visitas de excursionistas, suspensas desde o início da pandemia. Esta retoma seria um reforço para o turismo local. Contudo, Ho Iat Seng já indicou que a taxa de vacinação entre a população vai ter de subir para 80 por cento. Por outro lado, o esforço pode implicar que a RAEM vai continuar a exigir quarentenas elevadas a destinos considerados de risco elevado, como é classificado todo o mundo, à excepção do Interior, Hong Kong e Taiwan.
Hoje Macau Manchete SociedadeVacina da Sinopharm aprovada para crianças a partir dos 3 anos O Governo aprovou a vacinação para maiores de três anos com a vacina inactivada da Sinopharm. A informação foi revelada através de um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial (BO). “A vacina inactivada é aplicável às pessoas com idade igual ou superior a três anos e inferior a 60 anos e às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos com boas condições de saúde e maior risco de exposição”, pode ler-se no despacho. Por outro lado, a vacina contra a covid-19 da BioNTech, baseada no RNA mensageiro (mRNA), continua apenas aplicável a maiores de 12 anos, é dito na mesma nota. Dado que o despacho entrou ontem em vigor, os pais ou encarregados de educação das crianças incluídas no intervalo etário podem proceder de imediato à marcação da vacina. Em comunicado, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus lembra que os menores de 18 anos que pretendem administrar a vacina contra a covid-19 devem obter o consentimento dos pais ou tutores. Seguir o exemplo A decisão das autoridades de Macau, vem no seguimento do anúncio da inclusão das crianças entre os 3 e os 11 anos no lote de elegíveis para a toma da vacina, tanto no Interior da China, como em Hong Kong. Recorde-se que na sexta-feira, o Centro de Coordenação indicou que a taxa de vacinação em Macau atingiu os 70 por cento, uma percentagem que inclui pessoas inoculadas com a primeira e segunda dose, mas que “continua baixa” entre os idosos. Isto, tendo em conta que a percentagem de habitantes com as duas doses tomadas é de 58,96 por cento. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus indicou que a taxa de vacinação mais baixa se verifica a partir dos 60 anos: 57,8 por cento entre os 60 e os 69 anos, 37,1 por cento entre os 70 e os 79 anos e 12,2 por cento no grupo de pessoas com idade igual ou superior a 80 anos. As maiores taxas de vacinação concentram-se entre os 20 e 29 anos (91,4 por cento), entre os 30 e os 39 anos (94 por cento) e entre 40 e 49 anos (97,8 por cento). Na mesma ocasião, Centro de Coordenação aproveitaram para frisar que “o risco de ocorrência de doença grave e até mortal”, nesse grupo etário, “após a infecção por covid-19 é 100 vezes maior do que o normal” e que os idosos que não foram vacinados “apresentam um risco de infecção grave e de morte nove vezes maior do que os idosos que foram vacinados.
João Luz Manchete SociedadeSegurança | Criminalidade violenta subiu quase 20% até Setembro Durante os primeiros nove meses de 2021, a criminalidade violenta em Macau aumentou 19,5 por cento, incluindo homicídios, rapto e ofensas corporais graves. Os crimes informáticos, burlas e infracções de taxistas foram os delitos que mais aumentaram Ao longo dos primeiros noves meses de 2021, a Polícia de Macau instaurou 8.802 inquéritos criminais, mais 24,1 por cento em relação ao período homólogo do ano passado, de acordo com o balanço da criminalidade divulgado ontem. No resumo das estatísticas do crime, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, evidenciou “a manutenção da casuística do crime cibernético”, e a subida de crimes relacionados com a troca ilegal de moeda. O responsável justifica as tendências com o “aumento do número de turistas entre Agosto e Setembro, período anterior ao registo de casos epidémicos e, bem assim, da frequência do uso e do tempo que as pessoas despendem nas redes sociais”. Entre os delitos com maior impacto social, destaque para a subida da criminalidade violenta, com o registo de 202 delitos violentos entre Janeiro e Setembro de 2021, face a 169 no mesmo período do ano passado, representando um aumento de 19,5 por cento. Neste capítulo, as autoridades realçam os pontos em comum dos três homicídios cometidos no período em análise. Todos estiveram relacionados com troca ilegal de moeda e tanto as vítimas como os suspeitos são oriundos do Interior da China. Todas as vítimas são mulheres “que exerciam a actividade de troca ilegal de moeda, foram mortas em quartos de hotel por indivíduos de sexo masculino que se fizeram passar por “clientes” e que, em seguida, roubaram os pertences da vítima”. Além destes fios condutores, é também mencionado que os três casos foram resolvidos com a ajuda sistema “Olhos no Céu”, apontado como determinante para resolver cerca de 30 por cento de todos os crimes. Como tal, o secretário para a Segurança afirmou que vão ser instaladas mais 300 câmaras, que devem entrar em funcionamento em 2023. Quanto aos crimes de natureza sexual, a tendência mais preocupante verificou-se no número de violações, com o aumento de 18 para 25 casos, uma subida de 38,9 por cento. Mais de metade das violações registadas ocorreram em quartos de hotel e, segundo as autoridades, 70 por cento das vítimas estaria em estado de embriaguez. Wong Sio Chak afirmou a este propósito que foram “reforçadas as inspecções nos locais de entretenimento e arredores destes”, assim como os esforços de sensibilização para a segurança pessoal. Os crimes de abuso sexual de crianças, que foram uma das manchas do ano passado, desceram 16,7 por cento para 15 casos nos primeiros nove meses de 2021, em comparação com o período homólogo de 2020. Património desprotegido Além da retoma ligeira dos crimes de usura, um clássico das estatísticas criminais do território, com o aumento de 5,3 por cento, as burlas dispararam para 987 casos, um crescimento de 47,1 por cento. A mesma tendência foi seguida pela falsificação de documentos que, com um total de 343 crimes registados, aumentou 54,5 por cento e pelas ocorrências de fogo posto, que subiram 47,8 por cento para 34 casos. Até agora, foram resolvidos 24 casos, entre os quais 12 provocados de forma dolosa devido a razões emocionais, vingança e embriaguez, e oito causados por pontas de cigarro. Depois das fortes restrições fronteiriças impostas pelas medidas de combate à pandemia, as rotas de tráfico de drogas foram interrompidas e o crime evoluiu adaptando-se à nova realidade. Nos primeiros nove meses de 2021, as autoridades registaram 64 casos de tráfico de droga, o que representou uma subida de 20,8 por cento. As substâncias apreendidas foram, principalmente cocaína, metanfetamina (Ice), canábis e suas substâncias psicoactivas (THC). Face às referidas restrições fronteiriças, “os grupos de tráfico de droga começaram a recorrer aos pacotes postais para traficar drogas para Macau”, aponta Wong Sio Chak. Maldita internet Até agora, 2021 está a ser marcado pelo crescimento exponencial dos crimes informáticos, com um total de 744 casos nos primeiros três trimestres do ano, representando uma subida de 279,6 por cento. Uma prática que se tornou particularmente frequente foi o furto de dados de cartões de crédito. Wong Sio Chak destaca as operações conjuntas das autoridades das duas regiões autónomas especiais que desmantelaram quatro associações criminosas, com mais de 50 membros interceptados, um montante aproximado de 7 milhões de patacas. Também as burlas online aumentaram, nomeadamente os “namoros” e “investimentos” com casos a aumentarem 50 por cento e 18,8 por cento, respectivamente, causando um prejuízo total de quase 60 milhões de patacas. Outro destaque negativo no período em análise refere-se às infracções cometidas por taxistas, 133 casos, que aumentaram 143 por cento. Entre os delitos as autoridades destacaram a cobrança excessiva, recusa de tomada de passageiros, regateio do preço e comportamentos indevidos, desrespeitosos ou indelicados por parte de taxistas.
João Luz Manchete SociedadeGoverno anuncia taxa de 70%, duas doses estão abaixo de 59% O centro de coordenação anunciou na sexta-feira que Macau atingiu 70% de taxa de vacinação, percentagem que contempla o número de habitantes que tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19. A percentagem de habitantes com as duas doses tomadas é de 58,96% O centro de coordenação de contingência anunciou na sexta-feira que Macau atingiu uma taxa de vacinação de 70 por cento, e que a “taxa de vacinação do grupo de pessoas alvo” era de 78,8 por cento. “A taxa de vacinação em Macau continua a aumentar e o Centro de Coordenação agradece a toda a população o apoio e a colaboração prestada no Programa de Vacinação”, acrescentou o organismo encarregue de combater a pandemia. Estes eram os números tendo em conta o total de habitantes inoculados com, pelo menos uma dose, às 11h de sexta-feira. O mesmo centro anunciava que às 16h do dia anterior haviam sido “administradas 877.412 doses da vacina, num total de 477.861 pessoas vacinadas, das quais 72.117 com a primeira dose da vacina, 402.310 pessoas e 3.434 pessoas completaram as duas e três doses da vacina respectivamente”. Feitas as contas, a percentagem de habitantes que haviam completado a vacinação fixava-se em 58,96 por cento. Aliás, no mesmo comunicado onde se dá conta da taxa de 70 por cento, é sublinhado que “a taxa de vacinação dos idosos em Macau continua baixa”, com as autoridades a apelarem à imunização, o mais rapidamente possível, deste segmento demográfico, especialmente “as pessoas que tenham idade superior a 60 anos”. É ainda argumentado que a investigação científica demonstra que a “ocorrência de doença grave e até mortal entre os idosos, após a infecção por covid-19 é 100 vezes maior do que o normal”. Grupos de risco Na parcela demográfica de risco mais elevado, o centro de coordenação deu conta que entre as pessoas com idades dos 60 aos 69 anos, cerca de 57,8 por cento tinha levado, pelo menos, uma dose da vacina. As coisas pioram com o avançar da idade. No grupo entre os 70 e 79 anos de idade, apenas 37,1 por cento tinha tomado, pelo menos, uma dose da vacina, enquanto no grupo com 80 anos ou mais, a percentagem era de 12,2 por cento. Neste caso, as autoridades não descriminam a proporção dos que foram vacinados com duas doses da vacina. Na sexta-feira, foi registado um caso adverso dois dias depois da inoculação da segunda dose da vacina mRNA da BioNTech. Por volta das 21h, um homem de 22 anos recorreu ao no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário queixando-se de dores no peito, dores de cabeça e febre. Um electrocardiograma revelou alterações anormais, incluindo níveis de troponina T cardíaca “significativamente elevados”, indiciando lesão miocárdica. O paciente foi diagnosticado com miocardite, foi internado na sexta-feira à noite e, depois de tratado, as dores no peito diminuíram, apresentando condição clínica normal. Desde o início da vacinação em Macau, as autoridades registaram nove casos adversos graves em mais de 877 mil doses administradas.
Pedro Arede Manchete SociedadePaulo Pun defende espaço para migrantes expressarem opiniões Depois do CPSP ter levado 16 pessoas para a esquadra por participarem em actividades públicas afectas às presidenciais filipinas, Paul Pun considera que é preciso encontrar formas para os TNR expressarem opiniões e exercerem direitos civis e políticos. Mesmo que seja dentro de portas. “Se não for possível expressar opiniões, o resultado pode ser negativo”, alerta o responsável da Cáritas Macau O secretário-geral da Cáritas Macau, Paul Pun, considera que é preciso encontrar soluções para que os trabalhadores não residentes (TNR) possam expressar opiniões e exercer direitos cívicos e políticos em Macau. Caso os trabalhadores migrantes “se mantenham sempre calados”, o resultado “pode ser negativo”, a nível psicológico e social, apontou o responsável ao HM. A posição de Paul Pun surge depois de, no início do mês, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) ter “convidado” 16 pessoas da comunidade filipina a prestar depoimentos na esquadra, por estarem envolvidas em actividades públicas relacionadas com as presidenciais de 2022 do país, nas Ruínas de São Paulo e nas imediações da Torre de Macau. Para o secretário-geral da Cáritas, apesar de os TNR serem encorajados a não expressar opiniões políticas e a entregar-se apenas ao trabalho, importa não esquecer que o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos prevê que todas as pessoas têm o direito de expressar as suas convicções sobre assuntos políticos e civis. Para Paulo Pun, essa é inclusivamente uma forma de contribuir para a harmonia social. “Existe a ideia de que os TNR vêm aqui para trabalhar e não para ser cidadãos normais como os outros residentes, mas a verdade é que eles são cidadãos do mundo, quer estejam nas Filipinas ou em Macau”, começou por dizer. “Estas pessoas estavam apenas a demonstrar as suas preocupações, neste caso a apoiar um candidato às eleições do seu país. Macau não é um bom lugar para expressar este tipo de opiniões e vê, no geral, a vinda destas pessoas apenas na perspectiva laboral e não para ‘perturbar’ a harmonia social. Mas a verdade é que as pessoas têm o direito de expressar as suas opiniões e, para mim, isso é uma forma de exercer ou contribuir para essa harmonia”, partilhou com o HM. Pontos de fuga Por isso mesmo, Paul Pun defende que devem ser criadas alternativas para que os trabalhadores migrantes tenham a oportunidade de expressar opiniões e exercer os seus direitos, mesmo que isso tenha de acontecer em privado. “O Governo local não encoraja este tipo de manifestações públicas, caso contrário não tinha encaminhado [para a esquadra] os migrantes que manifestaram a sua opinão, certo? Por isso, acho que deveriam existir grupos cívicos para permitir aos trabalhadores reunirem e vocalizarem as suas preocupações. Mesmo que seja dentro de portas, deve ser possível que se juntem para exercerem os seus direitos”, sublinhou. Para Pun, se os TNR “se mantiverem sempre calados e não puderem expressar opiniões”, o resultado pode ser “negativo”, até porque através destas manifestações “é possível aprender” e “compreender melhor a sua forma de pensar”. Recorde-se que, no seguimento das detenções, está a decorrer uma investigação que pode implicar a violação ao direito de reunião e manifestação e ainda a utilização do símbolo da RAEM na produção de materiais de promoção do candidato presidencial Ferdinand Romualdez Marcos Jr.. Em resposta ao HM, o CPSP recusou ter havido qualquer detenção e sublinhou que as 16 pessoas foram apenas ouvidas como “assistentes na investigação”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Governo apresenta aplicação para registar itinerários Era para ser voluntária e assim será no período experimental. Mas, Leong Iek Hou deixou ontem o aviso: a aplicação de registo de percurso pode tornar-se obrigatória. Segundo o Executivo, as informações sobre o trajecto “apenas” ficam registadas numa aplicação do telemóvel e o acesso depende do consentimento do utilizador O Governo apresentou ontem uma aplicação para telemóvel que vai registar o percurso de todos os cidadãos. A instalação do software será voluntária, numa primeira fase, mas, ao contrário do prometido em conferências anteriores, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, avisou que há grandes probabilidades de passar a ser obrigatória. Durante a fase experimental será voluntária e vai ter três funções: servir de código de saúde, registar o percurso dos utilizadores e o cruzar o percurso dos utilizadores com o de infectados e casos de contacto próximo. A última funcionalidade permite detectar se o utilizador é um caso de contacto próximo, alterando automaticamente a cor do código de saúde, o que irá implicar a realização de teste de ácido nucleico e obrigatoriedade de cumprir quarentena. “Pretendemos através desta aplicação saber que pessoas estiveram em contacto com infectados e contactos próximos. É uma aplicação para acelerar a eficácia do combate à epidemia”, justificou Leong Iek Hou. Segundo Leong, os estabelecimentos vão ter um código QR único. Assim, quando o utilizador digitalizar esse código, a informação sobre a localização vai ser guardada no telemóvel, onde fica durante 28 dias. Após esse prazo, o Governo diz que o registo é eliminado. Também numa primeira fase, a informação sobre o percurso não pode ser acedida pelas autoridades sem o consentimento do utilizador, mesmo em caso de infecção. “Após o consentimento do infectado, o seu percurso é carregado no sistema e pode ser utilizado para comparar com o percurso de outros utilizadores”, informou. “É uma aplicação que, por agora, tem como função auxiliar as pessoas a registarem o seu trajecto. Esta informação é muito importante para combater a epidemia”, justificou. Obrigações de excepção Em caso de “surto grave”, as autoridades não afastam a possibilidade de aceder ao registo do percurso de infectados. O cenário foi admitido por Leong, que afirmou depender da “situação real”. A aplicação entrou numa fase experimental e já pode ser utilizada nas instalações dos Serviços de Saúde (SSM), no Grande Prémio de Macau e no Festival de Gastronomia. Dependendo do período experimental, o sistema poderá ser alargado a outros espaços como “estabelecimentos de comes e bebes”, que terão o seu código QR único. Também por agora, é possível usar o código de saúde normal, mas o Governo já antevê o encerramento do site. “A manutenção do site para declaração de saúde vai depender da utilização. Se as pessoas vão na maioria utilizar a aplicação, então vamos desligar o website”, explicou a médica. No caso de haver cidadãos sem telemóveis, os SSM estão a estudar a instalação de máquinas em estabelecimentos comerciais, e outros espaços afins, para registar a identidade dos clientes, assim como as horas a que entraram e saíram. Descontos só com registo A partir de 11 de Dezembro os utilizadores do Macau Pass só podem gozar do desconto de três patacas caso associem o cartão à sua identidade. Se viajarem de forma anónima, perdem o desconto actualmente em vigor e têm de pagar seis patacas, tal como acontece quando o transporte é pago com dinheiro vivo. O registo para associar o documento de identificação ao Macau Pass arranca a 27 de Novembro e pode ser feita no portal www.macaubusreg.com.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEleições | Secção do Partido Socialista vai escolher nova direcção José Rocha Diniz, secretário-coordenador, pediu para deixar a direcção e os socialistas vão ter de eleger um novo representante. O prazo das candidaturas termina a 26 de Novembro A secção do Partido Socialista (PS) vai escolher uma nova direcção no dia 3 de Dezembro, em Assembleia Eleitoral que vai acontecer entre as 18h e 22h no Clube Militar. A convocatória já foi anunciada e as eleições surgem depois de José Rocha Diniz, actual secretário-coordenador, ter pedido para abandonar o cargo. “Não tenho intenções de me candidatar. Fui eu que pedi para fazerem eleições, porque já estou no cargo há mais de 20 anos [ndr. com uma interrupção] e, por isso, não tenho intenção de me candidatar a nada, a absolutamente a nada”, afirmou Rocha Diniz, em declarações ao HM. De acordo com o secretário-coordenador, a decisão já havia sido tomada há vários meses, mas devido à pandemia só nesta altura foi possível avançar para um novo acto eleitoral. “Entendi que queria deixar a direcção há vários meses. Só que com a pandemia havia dificuldades, portanto, e, apenas por isso, as eleições só vão poder ser realizadas agora”, indicou. “Mas as eleições vão acontecer porque eu pedi para deixar de estar na direcção”, sublinhou. Até à manhã de ontem, a mesa da Assembleia Geral da secção de Macau do Partido Socialista ainda não tinha recebido qualquer candidatura. Os interessados têm como data limite para avançarem as 23h59 de 26 de Novembro, ou seja, na próxima sexta-feira. “Ainda não recebi nenhuma candidatura”, confirmou Tiago Pereira, presidente da mesa. De acordo com os dados avançados, nesta altura, há mais de 20 militantes activos na secção do PS de Macau. O número representa uma quebra face ao passado. “Tivemos alguns militantes que saíram de Macau. Não foi propriamente nos últimos tempos, porque a grande maioria saiu ainda antes de 2020. As saídas não estão propriamente relacionadas com a pandemia”, acrescentou o presidente da mesa. Um dever As eleições de Dezembro podem marcar uma mudança na história mais recente da secção local do PS. Incentivado a fazer um balanço sobre os seus mandatos, Rocha Diniz optou por focar que tudo se tratou de um dever. “Não faço balanço nenhum, é uma realidade local e não posso fazer um balanço. Sou militante do Partido Socialista e cumpri uma obrigação”, apontou. “É uma obrigação, nem quero entrar em considerações se foi, ou não, uma experiência gratificante”, acrescentou. As eleições para a secção local acontecem a pouco mais de um mês das Legislativas de Portugal, agendadas para 30 de Janeiro. No Consulado de Portugal em Macau, o acto deverá ocorrer entre os dias 29 e 30 de Janeiro. Questionado se as eleições locais podem ter impacto no acto para a Assembleia República, Rocha Diniz deixou antever uma menor participação da comunidade portuguesa face a actos anteriores, mas por motivos diferentes. “O que vai afectar a votação é a saída de muitos portugueses de Macau, militantes e simpatizantes do PS. Saíram durante a pandemia e isso é que vai afectar”, argumentou. O ainda secretário-coordenador desvalorizou a importância dos votos dos portugueses em Macau para os resultados em Portugal. “Quando Mário Soares venceu a primeira eleição em Portugal, perdeu em Macau com uma margem superior a 90 por cento. Os votos em Macau são sempre muito poucos”, explicou. As urnas de Macau são contabilizadas no círculo fora de Europa, que elege dois dos 230 deputados que vão constituir a Assembleia da República. Os actuais deputados eleitos por este círculo são José Cesário (PSD) e Paulo Porto (PS).
João Santos Filipe Manchete SociedadeSaúde | Comunidade filipina em situação frágil devido a baixa literacia Um estudo elaborado por académicos do Instituto de Enfermagem do Hospital Kiang Wu conclui que a comunidade filipina na RAEM está menos informada sobre cuidados de saúde do que compatriotas seus que trabalham noutras regiões A comunidade Filipina em Macau tem grandes dificuldades em obter informação, conhecimentos e cuidados médicos. Esta é uma das conclusões de um estudo elaborado pelo Instituto de Enfermagem do Hospital Kiang Wu, publicado em Outubro na revista científica Healthcare. No documento intitulado a “Literacia em Saúde entre os Trabalhadores Domésticos Filipinos em Macau”, os académicos Cheong Pak Leng, Wang Hui, Cheong Wan e Lam Mei Ieng estudaram os conhecimentos da comunidade, na perspectiva da literacia em saúde. Este conceito diz respeito à capacidade de acesso a informação, à sua compreensão e utilização de forma a promover e manter um estado de boa saúde. Os 379 questionários válidos feitos na comunidade filipina de empregadas domésticas mostram que a maioria “não tem capacidade de aceder, compreender, avaliar e comunicar as suas necessidades face a diferentes situações do estado de saúde”. Os dados apurados demonstraram também que a proporção de indivíduos com conhecimentos para responder adequadamente ao estado de saúde é de 37,4 por cento em Macau, dado é inferior ao das comunidades filipinas em regiões como o Myanmar, Vietname, Indonésia, Cazaquistão, Malásia e Taiwan. Os mais novos são os que estão menos atentos às questões de saúde e que menos conhecimentos têm. Porém, esta tendência é vista pelos autores como generalizada em grupos com poucas qualificações académicas. Sobre os factores que contribuem para a baixa literacia, um dos principais é a falta de conhecimentos de chinês e inglês a um nível mais elevado. Em relação a este aspecto, os investigadores detectaram uma relação que explica que quanto melhor inglês falam, mais preparadas as pessoas se mostram. Contudo, o domínio do chinês é um desafio, porque apenas seis inquiridos disseram ter um bom nível. Ao mesmo tempo, 337 consideram o seu chinês “pobre”, enquanto 36 afirmaram ser “razoável”. Condições de vida complicadas O inquérito foi composto por 12 perguntas sobre a dificuldade ou facilidade a completar determinadas acções, como chamar uma ambulância, obter informações sobre o programa de vacinação de Macau ou pedir apoio caso sofram problemas mentais como depressão ou excesso de stress. A acção que levantou mais problemas à comunidade de trabalhadores domésticos foi o conhecimento sobre as vacinas necessárias em Macau, com 45 por cento dos inquiridos a considerar muito difícil obter a informação. Este foi um ponto destacado pelos autores, uma vez que o inquérito foi feito numa altura de pandemia. Os académicos sublinharam ainda que a população inquirida vive em condições de pobreza, com 39,6 por cento a sobreviver com um salário entre 4.001 e 4.500 patacas. Ainda mais abaixo, 36,7 por cento aufere rendimento igual ou inferior a 4.000 patacas, e apenas 17,4 por cento afirmou receber mensalmente um salário acima de 4.501 patacas.
João Luz SociedadeRui Carreiro Barbeiro “renasce” no Pátio da Cabaia A completar sete anos de portas abertas em Macau, o espaço Rui Carreiro Barbeiro vai abrir num novo local no Pátio da Cabaia, bem no centro da cidade. Em tempos económicos difíceis, o segredo do negócio continua a ser a essência que não cede às marés das tendências e aposta no capricho no atendimento Faz amanhã sete anos que o espaço Rui Carreiro Barbeiro abriu na Calçada da Rocha, no centro da península de Macau, indo muito além da convencional oferta de corte barba e cabelo. Quis o destino e um rol de circunstâncias bem mundanas, que a festa de aniversário fosse também celebração de abertura do novo espaço, com a mudança para o n.º 25 do Pátio da Cabaia, a 2 minutos do Leal Senado, bem no coração de Macau. A festa está marcada para o próximo sábado, no espaço da nova loja, a partir das 17h. O local muda, mas o espírito mantém-se. “Não há que reinventar muito. Não sigo tendências, sigo a essência”, afirma convicto Rui Carreiro. No fundo, o novo barbeiro apresenta “uma roupagem nova, mas continua a aposta numa imagem retro, ligada às raízes, aos Açores, com muitos pormenores”, conta. Ao entrar no espaço, um enorme mural transporta o cliente para um universo kitch tropical, num espaço mais amplo, adequado às regras exigidas pelas novas licenças para cabeleireiros. Mimos aos molhos Navegando nas águas agitadas da crise económica gerada para pandemia e subsequentes restrições fronteiriças e encerramentos compulsivos, Rui Carreiro viu-se forçado a encerrar o projecto de comida vegetariana Urban Tribe. “A minha clientela era maioritariamente estrangeira, pessoas que trabalhavam nos casinos, principalmente no The House of Dancing Water, este era o tipo de pessoas que suportava a Urban Tribe”, conta. O próximo passo foi o foco no novo espaço do Rui Carreiro Barbeiro, que, como o próprio conta, vai muito além do tratamento de barba e cabelo. “Nunca quis embarcar no mesmo conceito dos grandes cabeleireiros, como quando trabalhava em Lisboa na L’Oréal e na Wella, onde o negócio se a assemelha a um matadouro, uma linha de produção”, explica. Assim sendo, no novo espaço há lugar para artesanato português, peças de design de artistas que apelam ao gosto de Rui Carreiro e mil e um pormenores que prendem o olhar. Entre as marcas representadas no espaço, destaque para Katty Xiomara e Pé de Chumbo, assim como para uma marca muito pessoal, “Saravá, meu pai”, que conjuga sabonetes de sal grosso e alecrim e outros produtos, como velas, com um bem-humorado ascendente espiritual. Além da múltipla panóplia de produtos à venda, e dos serviços de barba e cabelo, o espaço Rui Carreiro Barbeiro oferece paz de espírito, um local onde o burburinho da cidade esmorece, em troca de dois dedos de conversa, um café e um cigarro.
João Santos Filipe SociedadeInvestigador alerta para perigo do peso de mochilas escolares Cerca de três por cento dos alunos locais com idades entre 8 e 15 anos sofre de escoliose, uma deformação lateral da coluna. O académico Kou Seng Man pede às autoridades que sejam mais activas na prevenção de problemas decorrentes do peso das mochilas O académico Kou Seng Man, do Instituto de Pesquisa Académica Internacional (Macau), alerta para os perigos do peso excessivo das mochilas escolares. O aviso surge após a divulgação dos resultados de uma investigação que concluiu que três por cento dos alunos de Macau, com idades entre 8 e 15 anos, sofrem de escoliose, ou seja, de deformação lateral da coluna vertebral. Ao Jornal do Cidadão, Kou Seng Man explicou que a escoliose nos mais novos é originada pelo peso excessivo das mochilas. Além disso, os problemas de coluna também podem surgir pela forma desequilibrada como é distribuída a carga, ou seja, com o peso a recair mais num ombro. O académico acrescenta também que o problema é agravado pelo facto de as crianças estarem em fase de crescimento, com músculos pouco consolidados e ossos mais susceptíveis de serem alterados por interferências externas, como o peso excessivo. Kou Seng Man revelou igualmente ter participado em exercícios para ensinar as crianças de escolas locais a distribuírem melhor os materiais quando arrumam as mochilas e preparam o dia seguinte. No entanto, reconheceu que os resultados foram limitados, porque mesmo que a mochila esteja bem arrumada o peso continua a ser demasiado. Medidas de fundo O investigador defende assim que as autoridades devem ser mais activas e intervir nesta matéria. Apesar de reconhecer que no passado foram formuladas orientações que limitam o peso das mochilas a 15 por cento do peso das crianças, não há uma prática generalizada de cumprimento e fiscalização, entre encarregados de educação e directores das escolas. O académico considera necessário “criar nos alunos o hábito de arrumar a mochila diariamente e evitar materiais desnecessários”, “escolher mochilas mais leves e feitas a pensar na redução do impacto para a coluna”, “realizar alongamentos aos músculos” e ainda “racionalização pelas escolas dos recursos necessários para as aulas”, para evitar que se carreguem pesos desnecessários. Em relação às editoras dos manuais escolar, Kou considera que devem fazer uma divisão dos temas por diferentes livros, para que não seja necessário carregar muito peso de uma só vez.
Pedro Arede Política SociedadeHo Iat Seng promete rever lei da segurança nacional e consulta pública em 2022 A revisão da Lei de Segurança nacional vai avançar em 2022, estando previstas alterações aos regimes que enquadram as escutas telefónicas, o terrorismo e o segredo. Depois de prometer a realização de uma consulta pública sobre a matéria, Ho Iat Seng fez questão de dizer que os cidadãos não têm razões para se inquietar e que a segurança nacional é “uma preocupação de todos” Ao fim de 12 anos, a Lei de Segurança Nacional vai ser alterada. No discurso dirigido aos deputados por ocasião da apresentação do relatório das linhas de Acção Governativa (LAG) para 2022, Ho Iat Seng sublinhou, por diversas ocasiões, a importância da segurança nacional como “premissa e garantia do bem-estar da população e do desenvolvimento e prosperidade de Macau a longo prazo”. Mas o Chefe do Executivo espera que, não só o Governo assuma as suas funções, mas também que “cada um de nós” contribua para o esforço nacional, estando previsto o aperfeiçoamento de vários diplomas complementares referentes à lei de segurança do Estado e a realização de uma consulta pública. Durante a conferência de imprensa que se seguiu à apresentação do documento, questionado sobre as possíveis implicações da revisão da lei para o exercício de direitos civis e liberdades, como no caso da desqualificação de candidatos às últimas eleições, Ho Iat Seng foi taxativo ao afirmar que os residentes não têm razões para se preocupar e que o que está em causa é a “lei de segurança do país”. Por isso, acrescentou, basta cumprir a lei. “A revisão da lei de segurança nacional vai servir para clarificar algumas definições. Uma pessoa que cumpre a lei não precisa de ter qualquer receio ou estar preocupada quanto à lei de segurança nacional. Devido à conjuntura de desenvolvimento do país e a lei de segurança nacional de Hong Kong, temos de estar articulados com a evolução do tempo e fazer as devidas adaptações”, começou por explicar. “É preciso perceber que esta é a lei de segurança do país. É a lei de segurança nacional, não se trata de uma questão local. É uma responsabilidade de cada cidadão e, se cumprirem a lei, não precisam de estar preocupados com qualquer questão derivada daí. Vamos esclarecer as matérias que constam na lei, tomando como referência as regiões vizinhas e também outros países. Por exemplo, em Portugal também existe uma definição muito clara sobre a segurança nacional”, rematou. Mais vale prevenir Neste âmbito o Executivo espera concluir vários diplomas, como uma nova lei para regular a intercepção das comunicações e criar uma lei para proteger o segredo de Estado. “Será concluída a proposta de lei que visa Aperfeiçoamento dos diplomas complementares relativos à defesa da segurança do Estado. Será promovida a conclusão da revisão da ‘Lei relativa à defesa da segurança do Estado’ e da produção legislativa do ‘Regime Jurídico da Intercepção e Protecção de Comunicações’”, prometeu. “Será concluída a proposta de lei que visa o aperfeiçoamento do regime jurídico de anti-terrorismo, e promovida a produção legislativa do regime do segredo”, anunciou ainda Ho Iat Seng no seu discurso. A luta contra o terrorismo e contra as infiltrações e interferências externas vai ser feita em conjunto as autoridades do Governo Central, no âmbito da Grande Baía. “Iremos intensificar a comunicação e a cooperação com o Interior da China, em particular com as cidades da Grande Baía, na prevenção e repressão dos actos contra a segurança do Estado, no reforço da prevenção de intervenção e infiltração das forças externas, no combate eficaz aos crimes de terrorismo, e na prevenção e mitigação dos diferentes tipos de riscos de segurança”, foi destacado. Direito à greve ausente devido à Lei Básica Questionado sobre a ausência de referências ao direito à greve e à negociação colectiva no documento de consulta relativo à lei sindical, o Chefe do Executivo Ho Iat Seng, justificou a omissão com o facto de a Lei Básica já regular expressamente sobre esses aspectos. “Qual é a necessidade de repetir [estes direitos] na lei sindical se na Lei Básica eles já estão expressamente regulados? O que pretendemos com a lei sindical é determinar a forma de constituir as associações sindicais, bem como a sua forma de funcionamento. Já há mais de 10 anos que estamos a trabalhar com essas matérias (…) e no caso dos trabalhadores do jogo temos efectivado sempre o direito à negociação em questões de salário e regalias”, começou por dizer Ho Iat Seng. Contudo, o Chefe do Executivo referiu que nada está decidido, dado que a consulta pública sobre o diploma está ainda a decorrer e a Assembleia Legislativa terá ainda de discutir a nova lei. “Quando assumi o cargo de Chefe do Executivo prometi que íamos avançar com a lei sindical. A consulta pública serve justamente para recolher opiniões (…) e só depois é que podemos avançar com os nossos trabalhos, antes ainda da elaboração da lei”, explicou. Desmentida construção de centro de isolamento No discurso na Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng anunciou que o Governo ia estudar “a viabilidade de construção de instalações de grande dimensão para quarentena”. Horas depois, e no seguimento da conferência de imprensa em que foi questionado sobre o assunto, Ho recusou a ideia de haver um plano para essa obra, porque a RAEM aposta num modelo com base nos hotéis de quarentena. A ideia foi reforçada horas depois, através de um comunicado do Gabinete de Comunicação Social. “O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, esclareceu que o Governo não tem, por enquanto, planos de construir novas instalações de grande dimensão para isolamento de observação médica no âmbito do combate à pandemia. Afirmou que, actualmente, são aproveitados, principalmente, os hotéis que têm colaborado com o governo nessa função”, pode ler-se na nota de imprensa. “A prática, nos últimos dois anos, decorreu de forma tranquila e mostrou-se efectiva”, foi acrescentado. Reacções Pereira Coutinho | São linhas “bastante reservadas” “São linhas [de acção governativa] bastante reservadas, tendo em conta a pandemia. É preciso prestar uma maior atenção ao assunto que as linhas não estão a mencionar, como a situação dos desempregados”, considerou José Pereira Coutinho, deputado. “Embora dissessem que a taxa de desemprego global é de 2,9 por cento, a realidade é outra. Os patrões não querem dar o atestado de desemprego aos residentes, para não perderem as quotas para os trabalhadores não-residentes”, alertou. “Há dois anos, o Governo também deixou de injectar 7 mil patacas por conta dos residentes no Fundo de Segurança Social. Esta questão de apoio aos idosos também não foi mencionada. A apresentação não reflectiu igualmente as preocupações sobre as carreiras de enfermeiros e médicos na Função Pública”, acrescentou. Apoios | Wong Kit Cheng espera adequação à realidade Wong Kit Cheng espera que o Governo avalie constantemente a eficácia dos apoios à economia e aos residentes, conforme a evolução do panorama económico e da pandemia, tendo como prioridade as famílias e os idosos. Em reacção à apresentação das Linhas de Acção Governativa, a deputada destacou que o subsídio de cuidadores e o montante de devolução de impostos devem subir. Além disso, espera que o Executivo responda aos problemas que afligem os residentes, como a conclusão do Plano Director, habitação para a classe sanduíche, assim como as datas em que serão disponibilizadas fracções das cinco classes da habitação em Macau. A deputada pede também detalhes sobre os planos para a diversificação económica e para a cooperação aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Leong Sun Iok | Preocupação com os empregos locais O deputado Leong Sun Iok considerou que apresentação do Chefe do Executivo pecou por se ter focado pouco na questão do emprego e por não fazer menção ao trabalho da legislação sindical no próximo ano. O deputado dos Operários afirmou que só a aposta nas obras públicas não é suficiente para garantir que a taxa de desemprego entre os locais não aumenta para níveis elevados, e que o Executivo devia estar a ponderar mais factores para garantir que os locais conseguem chegar a posições de topo em outras indústrias. Em relações aos aspectos positivos, Leong Sun Iok apontou estar contente com o facto de a revisão planeada para as leis ir penalizar os titulares de altos cargos públicos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMelco anuncia novo investimento de 10,4 mil milhões A operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment anunciou ontem um investimento de 10,4 mil milhões de patacas para alargar um dos resorts integrados do grupo de Lawrence Ho, filho de Stanley Ho. O novo projecto, que faz parte da fase 2 do casino Studio City, deverá estar concluído até ao final do próximo ano e “irá ter o maior parque aquático interior e exterior da Ásia, um experiência temática cinematográfica e entretenimento orientado para a família, duas torres de hotel com 900 quartos e suites”, pode ler-se comunicado. Na cerimónia de apresentação, ontem, o director e presidente-executivo da Melco, Lawrence Ho, garantiu que o grupo vai focar-se em projectos não relacionados com o jogo. “Cerca de 99 por cento dos novos projectos terão elementos não relacionados com jogos e as diferentes instalações de entretenimento continuarão a ser desenvolvidas no futuro para apoiar a diversificação do desenvolvimento de Macau”, afirmou o filho do ex-magnata do jogo. O ‘megaprojeto’ estará a cargo da empresa fundada pela arquitecta Zaha Hadid, falecida em 2015. Optimismo para o futuro Face às dificuldades a curto prazo, relacionadas com a covid-19, o responsável mostrou-se confiante no desenvolvimento futuro de Macau. A ocasião serviu igualmente para que Lawrence Ho apelasse à população para que se vacine. A maioria dos operadores de jogo em Macau registaram no terceiro trimestre os piores resultados do ano, com prejuízos de centenas de milhões de patacas no território que permanece praticamente paralisado devido às políticas de combate à covid-19. Desde o início da pandemia, o território registou apenas 77 casos da doença. Como consequência da política de casos zero que Macau continua a prosseguir, os casinos do território voltaram a ressentir-se. A operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment registou perdas de 232,2 milhões de dólares americanos no terceiro trimestre do ano. Os resultados foram apresentados na semana passada, quando Lawrence Ho já se tinha mostrado confiante no futuro do território.