Andreia Sofia Silva SociedadeTJB | Agressão a funcionária em supermercado dá prisão O Tribunal Judicial de Base (TJB) condenou, na última sexta-feira, duas pessoas a penas de prisão no âmbito do caso de agressão a uma funcionária num supermercado da cadeia Tai Fung, em Outubro do ano passado. Segundo a sentença, divulgada pela Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), o TJB condenou um dos arguidos, cliente do supermercado, a três anos de prisão efectiva pelo crime de ofensa grave à integridade física, enquanto o outro arguido, também cliente, foi condenado a uma pena de três anos e três meses de prisão efectiva pelo mesmo crime. Os dois arguidos devem ainda pagar 100 mil patacas por danos não patrimoniais à vítima da agressão, bem como 36,429 patacas por danos patrimoniais à cadeia de supermercados Tai Fung. A ATFPM comenta a decisão dos juízes afirmando que “graças à justiça de Macau, a funcionária está emocionalmente mais calma”. Este caso foi acompanhado pelos deputados José Pereira Coutinho e Che Sai Wang, ligados à ATFPM, desde o início. Na altura, a mulher foi agredida por dois clientes e recebeu tratamento no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), mas queixou-se aos meios de comunicação social de ter sido “obrigada” a deixar as instalações hospitalares sem que a família tenha sido notificada da alta. Os Serviços de Saúde de Macau sempre afastaram qualquer irregularidade no processo de saída da doente.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUM | João Veloso quer mais alunos de fora da China a aprender português O novo director do departamento de português da Universidade de Macau pretende, a curto prazo, atrair mais alunos de países asiáticos e de língua portuguesa, bem como reabrir o doutoramento na área da literatura, suspenso por falta de docentes São três os desejos de João Veloso na qualidade de novo director do departamento de português da Universidade de Macau (UM). Depois de mais de 30 anos ligado à Universidade do Porto, onde foi pró-reitor, João Veloso confessou querer “aumentar o intercâmbio de alunos de fora da China, sobretudo dos países asiáticos e de língua portuguesa”. Mas João Veloso quer também que a UM seja um lugar de “realizações culturais”, para que o português também se ensina através da literatura, do cinema e de outros eventos, aproveitando as actuais infra-estruturas. Outro objectivo é a reabertura do programa de doutoramento em literatura, suspenso devido à falta de docentes doutorados. No entanto, João Veloso acredita que a questão será “mitigada” a curto prazo, uma vez que estão abertos concursos de recrutamento de docentes nesta área. João Veloso diz ter encontrado um “departamento muito numeroso”, com cerca de 800 alunos, não incluindo estudantes de pós-graduação, bem como 40 docentes. “Os números são surpreendentes em si, porque creio que não haverá muitos departamentos do mundo exclusivamente dedicados ao português que tenham um número tão elevado de alunos. Mas isso é também uma responsabilidade muito grande, pois temos de assegurar tantos alunos mantendo a qualidade”, disse ao HM. Falta de rede João Veloso chegou a Macau em Julho e fez o seu “trabalho de casa” no que diz respeito ao panorama do ensino do português, lamentando a pouca cooperação entre diversas instituições do ensino superior. “Há aqui um conjunto de recursos impressionantes [para o ensino do português], se pensarmos na dimensão geográfica e demográfica do território. Poderia haver uma maior concertação entre instituições, pois parece-me que não dialogam nem cooperam como poderiam”, frisou. Tendo em conta que cada universidade tem o seu perfil nesta área, João Veloso defende que a UM “deverá assumir-se como um local de investigação em estudos portugueses”. “Falo das áreas centrais como a linguística, literatura e cultura portuguesas. Isso reflecte-se nos programas de pós-graduação que oferecemos”, acrescentou, em comparação à Universidade Politécnica de Macau, que “tem um papel importante na formação de professores de português para Macau e para o Interior da China”. “Há aqui especializações e os destinatários destas formações não são propriamente coincidentes. Um passo a dar seria promover mais iniciativas conjuntas”, disse. Questionado sobre o papel que Macau vai desempenhar tendo em conta o aumento de professores de português qualificados no Interior da China, João Veloso acredita numa complementaridade. “À medida que [as universidades chinesas] vão tendo mais programas de pós-graduação haverá maior oferta de formação e investigação, e isso é de salutar. Nesse cenário, as universidades de Macau vão ter de entrar numa relação de intercâmbio e criar um trabalho em rede. Macau terá sempre uma posição peculiar em relação à língua portuguesa, que Pequim ou Xangai nunca terão”, rematou.
Hoje Macau SociedadeHotelaria | Agosto com menos 10% do número de hóspedes Durante o passado mês de Agosto a taxa de ocupação hoteleira média dos quartos de hóspedes foi de 36,4 por cento, menos 2 pontos percentuais, em termos anuais. Segundo os dados revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos hotéis de 3 estrelas e a dos hotéis de 4 estrelas decresceram 12,2 e 6,4 pontos percentuais, respectivamente. Ao longo do Agosto os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 390.000 indivíduos, volume que representou em termos anuais uma quebra de 10,4 por cento. O período médio de permanência de hóspedes manteve-se em 1,8 noites. Em termos agregados, de Janeiro a Agosto, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 37,6 por cento, menos 12,9 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período do ano anterior. Participaram em excursões locais em Agosto 2.600 visitantes, o que representou mais 46,6 por cento face ao mesmo mês do ano passado.
Hoje Macau SociedadeDSC | Serviços em choque com agentes envolvidos em rede de prostituição A Direcção de Serviços Correccionais (DSC) está chocada com o caso dos dois agentes alegadamente envolvidos numa rede de prostituição ilegal. A posição foi tomada ontem, em comunicado, depois de uma operação da Polícia Judiciária (PJ) que resultou na detenção de nove pessoas em Macau, entre as quais dois agentes da DSC. Segundo as informações, a rede de prostituição ilegal terá gerado mais de 15 milhões de patacas em lucros, e as prostitutas pagavam 300 patacas por cada anúncio para se promoverem. Os nove detidos em Macau estão indiciados pela prática dos crimes de “burla, associação criminosa e exploração de prostituição”. “A Direcção dos Serviços Correccionais fica muito chocada e dolorosa em relação à alegada suspeita de violação da lei por pessoal da guarda prisional”, pode ler-se no comunicado. A DSC garante ainda que “cooperou integralmente com os órgãos de execução da lei nas suas investigações, instaurou imediatamente os processos inquéritos disciplinares internos contra os guardas envolvidos, aplicou a estes dois guardas a medida de suspensão preventiva do exercício das funções e procedeu à efectivação das suas responsabilidades disciplinares”. Além disso, foi deixado um aviso interno: “A DSC reitera que atribuiu sempre importância ao carácter pessoal e à consciência de observância da lei do seu pessoal. Se forem constatados actos por parte do pessoal que violem a lei e a disciplina, a DSC irá trata-los severamente nos termos da lei e não os vai tolerar”.
Andreia Sofia Silva SociedadePJ | Fotojornalistas do Ou Mun vencem prémios em concurso A edição deste ano do concurso de fotografia “A Polícia Judiciária – Vista pelos Olhos da Imprensa” premiou, na sua maioria, fotojornalistas do diário Ou Mun, atribuindo três primeiros prémios e seis menções honrosas de um total de 57 trabalhos apresentados a concurso. O primeiro lugar foi atribuído a Ho Chin Hang, do jornal Ou Mun, com uma fotografia sobre a detenção de Alvin Chau, ex-CEO do grupo Suncity, actualmente em julgamento pela acusação dos crimes de burla e branqueamento de capitais. O trabalho fotográfico do jornal Ou Mun obteve também o segundo e terceiro lugares. Por sua vez, as seis menções honrosas foram atribuídas a Ho Chin Hang, do Ou Mun, Lam Seng Chou, do jornal Sengshi Kuai Pou, Vong Weng Kuong, do Today Macau Journal, Zheng Weixin do jornal Hou Kong Daily e Kwan Wing Yin, do Ou Mun. Os prémios foram escolhidos na segunda-feira e visam implementar o conceito de “policiamento de proximidade”, a fim de melhorar a colaboração entre a polícia e a imprensa. A Polícia Judiciária adianta ainda que “o objectivo deste concurso é evidenciar, através de imagens captadas durante o trabalho diário dos jornalistas, todos os aspectos do dia-a-dia da polícia, nomeadamente a investigação, recolha de provas e o trabalho de cooperação entre a polícia e a população”. A PJ realizou, desde 2006, 16 edições do concurso de fotografia, à excepção do ano de 2020, quando surgiu a pandemia da covid-19.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIAS | Leong Hong Sai quer base de dados de idosos a viver sozinhos O deputado dos Moradores levanta muitas dúvidas sobre a eficácia da aplicação móvel do Instituto de Acção Social para divulgar informações aos mais velhos. Além disso, pediu ao Governo para fazer um levantamento do número de idosos que vivem sozinhos O deputado Leong Hong Sai, ligado aos Moradores, considera que o Instituto de Acção Social (IAS) deve criar uma base dados com informação dos idosos que vivem sozinhos. Foi desta forma que Leong reagiu ao caso de dois irmãos encontrados mortos, em avançado estado de decomposição, na semana passada num apartamento na Rua da Penha. Segundo o jornal Ou Mun, Leong defendeu que o caso mais recente de abandono veio mostrar um problema cada vez mais presente na sociedade de Macau e que deve “chamar a atenção de todas as pessoas”. Sobre a situação em concreto, o deputado dos Moradores afirmou que se trata da “ponta do icebergue” e um problema muito mais profundo que é necessário tomar medidas, para tentar evitar ocorrências semelhantes e aumentar com o envelhecimento. Neste sentido, o deputado exige que o IAS elabore uma base de dados, que deve ser actualizada frequentemente, com informações referentes aos idosos que vivem sozinhos e sem familiares. Ao mesmo tempo, com o mecanismo, o deputado considera que seria possível formar e enviar equipas de apoio, que visitem de forma regular os idosos. Descuidos móveis Para lidar com o problema do isolamento, o IAS lançou o “Posto de Informações dos Serviços a Idosos da RAEM”. Este programa de apoio aos mais velhos é uma aplicação móvel que divulga informações “sobre os serviços a idosos”, “o Cartão de Benefícios Especiais para Idosos” ou realizar cursos de formação ou actividades culturais, recreativas e desportivas. No entanto, Leong Hong Sai expressa muitas dúvidas sobre esta estratégia. No entender do deputado, não só grande parte dos idosos tem grandes dificuldades em mexer em dispositivos móveis, como também não acredita que a plataforma seja muito descarregada entre a população mais velha. Não é a primeira vez que um deputado se mostra preocupado com as consequências da crescente digitalização da sociedade e a falta de alternativas para os mais idosos ou quem não tem dispositivos móveis. Numa intervenção na Assembleia Legislativa, Wong Kit Cheng argumentou que a imposição do código de saúde tem contribuído para o aumento da taxa de suicídios em Macau, com a população idosa a sentir-se isolada, incapaz de circular na cidade e frequentar algumas lojas e restaurantes por não ser capaz de fazer o preenchimento digital da declaração.
Hoje Macau SociedadePJ | Interrogado por abuso de menina com três anos Um pré-adolescente, com 12 anos, foi detido por haver suspeitas que abusou sexualmente de uma menina de três anos. O caso foi relatado ontem pela Polícia Judiciária (PJ). Segundo as autoridades, a situação verificou-se na sexta-feira, depois da menina ter sido levada pelos pais para uma biblioteca na Taipa, onde estava com um menino de cinco anos, e os respectivos encarregados de educação. O incidente ocorreu quando o menino de cinco anos e a menina foram à casa-de-banho das crianças juntos. Nessa altura, o pré-adolescente entrou na casa-de-banho, trancou a porta, tirou as cuecas da menina e tocou-lhe nas nádegas. A situação foi interrompida porque os pais terão estranhado a demora e batido à porta da casa-de-banho. Surpreendido o rapaz de 12 anos conseguiu fugir, o que levou a que as autoridades fossem chamadas ao local. A detenção aconteceu no sábado. O pré-adolescente foi acompanhado pelos encarregados de educação à polícia e o caso terá sido transferido para o Ministério Público (MP).
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Acções disparam após anúncio de retorno de e-vistos e excursões As acções das concessionárias de jogo tiveram uma segunda-feira de valorização depois do anúncio do retorno da emissão de vistos electrónicos e excursões. Analistas receberam as novidades como um pequeno passo para a normalização do mercado O anúncio de que as autoridades chinesas vão voltar a permitir a emissão de vistos electrónicos e a vinda de excursões a Macau, passados três anos de interrupção, foi bem-recebido pela indústria do jogo. A boa nova divulgada no sábado pelo Chefe do Executivo teve efeitos imediatos no valor das acções das concessionárias ontem na bolsa de Hong Kong, entre 4,65 por cento e 15,65 por cento. A Sands China foi a que mais ganhou (15,65 por cento), seguida da SJM (11,57 por cento), Wynn Macau (10,63 por cento), Galaxy (7,18 por cento), Melco (5,26 por cento) e MGM China (4,65 por cento). Também os analistas que normalmente se debruçam sobre o sector, registaram com optimismo o anúncio. A JP Morgan Securities indicou mesmo que no quarto trimestre do ano os operadores de casinos podem potencialmente regressar a resultados EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) positivos. O analista DS Kim, da JP Morgan, reagiu ao anúncio feito por Ho Iat Seng como “boas notícias” e “o caminho para a normalidade”. Recorde-se que o retorno da emissão de vistos electrónicos e excursões está previsto para o final de Outubro ou início de Novembro, com o Chefe do Executivo a estimar a subida do número de visitantes diários para 40 mil. No passado mês de Agosto, a média diária de entradas em Macau não chegou aos 11 mil. “Prevemos que as receitas brutas do sector de massas recuperem entre 25 e 30 por cento dos níveis pré-covid no quarto trimestre do ano e que continuem a aumentar ao longo de 2023”, estima o analista, citado pelo portal GGR Asia. “A maioria dos operadores pode regressar a resultados EBITDA positivos quando as receitas brutas do segmento de massas atingirem entre 30 a 35 por centro dos níveis pré-pandemia, excepto a SJM [Holdings Ltd] que precisa de níveis mais elevados de receitas para compensar as elevadas despesas operacionais dos novos casinos”, é acrescentado. Desejos de ano novo O relaxamento das restrições fronteiriças foi também assinalado pelos analistas da Morgan Stanley Asia Ltd, que no passado mês de Julho haviam previsto resultados EBITDA acumulados para este ano com perdas equivalentes a 800 milhões de dólares norte-americanos, a não ser que o panorama geral da indústria se invertesse. “Acreditamos que começou a gradual abertura das fronteiras e esperamos que continue ao longo do próximo ano. Apesar de as receitas e lucros de 2023 não chegarem aos níveis pré-pandemia, esperamos que em 2024 as receitas do segmento de massas ultrapassem os resultados de 2019, ou seja, que regressem os lucros”, apontam os analistas. A análise da Morgan Stanley não deixa escapar que a maioria dos cidadãos chineses podem viajar para Macau vindos do Interior desde o Outono de 2020 e que, ainda assim, o trimestre com a melhor média diária de entradas ficou-se “apenas pelas 22 mil”, o que representa menos de um terço do fluxo verificado antes da pandemia. Na nota publicada no domingo, a JP Morgan realça que “o contratempo mais referido na indústria foi a eliminação da possibilidade de pedir vistos electrónicos, sendo necessário o pedido em pessoa num balcão, o que requer marcação prévia e aproximadamente sete dias para obter aprovação”, processo muito mais complicado do que a simples aprovação instantânea num quiosque. “Acreditamos que o reinício dos vistos electrónicos e das excursões podem aliviar o atrito para conseguir viajar para Macau e sinalizar que é um destino seguro, aumentando a procura como destino de férias no final deste ano e para 2023. Finalmente, sentimos que estamos a voltar à normalidade”, acrescentou DS Kim.
Hoje Macau SociedadePonte HKZM | Suspensão de dísticos de circulação em Outubro A partir de 1 de Outubro, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) irá suspender a impressão de sinais distintivos de circulação de veículos na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. A medida faz parte da promoção do governo electrónico, de acordo com um comunicado divulgado ontem pela DSAT. Actualmente, os veículos que utilizem a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau têm que afixar no para-brisas dianteiro do veículo dísticos de cores diferentes. Porém, a partir de 1 de Outubro, depois de receber o requerimento da DSAT a anunciar o fim da apreciação pela parte de Macau o condutor recebe informação para completar a submissão numa página electrónica criada especificamente para o efeito.
Hoje Macau Sociedade“Noru” | Impacto directo em Macau “é baixo”, dizem SMG Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) estimam que o impacto directo em Macau da tempestade tropical “Noru” será “baixo”, segundo a previsão disponível no website. Tal deve-se ao facto de “a zona de convenção forte da tempestade se concentrar principalmente no lado sul, pelo que deverá haver uma distância de cerca de 700 quilómetros de Macau”. A tempestade, vinda do leste das Filipinas, chegou ao Mar do Sul da China na manhã de ontem, esperando “que se desloque para oeste através da zona central do Mar do Sul da China em direcção ao Vietname”. Os SMG prometem “continuar a acompanhar de perto a evolução deste sistema”. A partir de hoje deverão ocorrer aguaceiros ocasionais em Macau devido à deslocação de uma monção de nordeste a sul. Os SMG apontam que “o vento pode atingir, ocasionalmente, o nível 6 da escala ‘Beaufort’ com rajadas”, existindo a “possibilidade de emitir o sinal de ventos fortes de monção”. A mesma análise dos SMG aponta que, no final desta semana, “pode desenvolver-se outra área de baixas pressões no Mar do Sul da China”, não se excluindo “a possibilidade de evolução para uma tempestade tropical”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEconomia | Regresso das excursões e vistos é medida “prometedora” O economista José Sales Marques considera que o regresso das excursões e dos vistos electrónicos é uma medida positiva para o turismo de Macau, mas quanto ao fim das quarentenas Hong Kong “dá um passo muito mais à frente” face à RAEM. Sales Marques é um dos oradores numa palestra hoje na Fundação Rui Cunha O anúncio, no passado fim-de-semana, de que vão regressar as excursões da China e a emissão de vistos electrónicos é visto como um sinal positivo para a recuperação do turismo. Esta é a ideia deixada pelo economista José Sales Marques, que fala hoje no debate promovido pela Fundação Rui Cunha (FRC), intitulado “The way forward Macau’s economy” [O caminho em frente da economia de Macau], que acontece a partir das 17h30. “As medidas são positivas e prometedoras”, disse ao HM. “O regresso dos vistos electrónicos e das excursões é um aspecto extremamente importante. Esperava que isso acontecesse já a 1 de Outubro, mas só será mais para o final do mês. Esperemos que nada de novo aconteça de negativo do ponto de vista da pandemia e possamos ter um final de ano melhor do que este ano, que tem sido péssimo do ponto de vista económico para Macau.” HK mais à frente Questionado sobre o fim da quarentena em Hong Kong, José Sales Marques entende que “é dado um passo muito mais em frente do que aquele que é dado em Macau, até porque Hong Kong está mais virado para o mercado internacional, dado o seu posicionamento no mercado financeiro”. “Macau vai continuar a depender, durante algum tempo, do mercado chinês. Uma vez que a China continua a seguir a política dinâmica de zero casos, com uma gestão muito apertada sobre entradas e saídas, Macau não tem outra solução a não ser seguir isso”, adiantou. O economista vai hoje abordar o futuro da economia sob várias perspectivas, uma delas “a alteração da estrutura do jogo, que vai ter influência do ponto de vista das receitas”. “Teremos de ver quais são as possibilidades com a atracção de novos segmentos de turistas, nomeadamente estrangeiros. Será mais viável? Como é que Macau se vai posicionar ao nível do city branding [a marca de Macau], para atrair novos segmentos que estão afastados desta realidade? Que trabalho promocional é que isso implica, tendo em conta o desenvolvimento da Ilha da Montanha?”. Estas são questões colocadas pelo economista a que o debate de hoje na FRC irá dar resposta. Juntamente com José Sales Marques participam Rui Pedro Cunha, presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau, Kevin Ho, na qualidade de presidente da Associação de Comércio e Indústria de Macau, e Henry Lei, professor de economia na Universidade de Macau.
João Santos Filipe SociedadePensões | Rita Santos pede que suplemento seja estendido a Macau A presidente do Conselho Regional da Ásia e da Oceânia das Comunidades Portuguesas, Rita Santos, defende que o suplemento extra de pensão prometido pelo governo de António Costa deve incluir os pensionistas que vivem em Macau. A posição foi tomada em três cartas, enviadas ao Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro, António Costa, e ao presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, Flávio Martins, com a data de 20 de Setembro. Para fazer face à inflação, o governo de Portugal prometeu que os pensionistas vão receber um apoio de meia pensão extra, a ser pago em Outubro deste ano. No entanto, a medida só é aplicável aos pensionistas que vivem em Portugal. A presidente do Conselho Regional da Ásia e da Oceânia das Comunidades Portuguesas vem agora pedir que o apoio seja repensado e estendido aos 2.794 pensionistas que vivem na Ásia, dos quais cerca de 2.100 estão em Macau. Segundo Rita Santos, estes portugueses foram “muito afectados pela inflação”, “pela desvalorização do Euro” e ainda pelo “aumento dos preços dos bens essenciais”. Esta não é a primeira vez que a medida de António Costa é criticada por portugueses a viverem fora de Portugal. Anteriormente, Jorge Fão, representante da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas (APOMAC) de Macau, havia igualmente criticado a discriminação levada a cabo pelo governo do Partido Socialista. Sem justificação Rita Santos recorda também que entre 2011 e 2016 os portugueses pensionistas fora de Portugal foram afectados com cortes nas pensões devido à Contribuição Extraordinária de Solidariedade. No entanto, desta vez há uma adopção de critérios diferentes, quando implica um maior custo para os cofres do Estado português. “Consideramos incoerente, injusta e injustificável esta discriminação na atribuição dos apoios aos pensionistas Portugueses da Caixa Geral de Aposentações (CGA), residentes no estrangeiro”, sublinha Rita Santos. Por isso, a comendadora vem “apelar e solicitar”, para “que sejam envidados todos os esforços, e adoptadas as medidas necessárias, para a extensão dos suplementos extra de meia pensão a todos os pensionistas, independentemente do seu local de residência, repondo-se assim a justeza das medidas”.
Hoje Macau SociedadeRedução de rendas e de preços de telecomunicações abrandam inflação A taxa de inflação homóloga em Macau abrandou em Agosto para 1,13 por cento, sobretudo devido a uma queda nas rendas das casas e nos preços dos serviços de telecomunicações, foi divulgado na sexta-feira. As rendas das habitações em Macau caíram 8,3 por cento em termos homólogos na primeira metade do ano, sobretudo devido ao “elevado desemprego”, segundo um relatório da imobiliária JLL. A taxa de desemprego subiu para 4,1 por cento entre Maio e Julho, o valor mais elevado desde 2005, embora o número de trabalhadores estrangeiros sem estatuto de residente tenha diminuído em quase 4.600 em Julho, mês em que Macau enfrentou o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia. Por outro lado, subiram os salários dos trabalhadores domésticos (mais 19,8 por cento) e os preços dos combustíveis (21,7 por cento) e das refeições fora de casa (1,7 por cento), indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em comunicado. O índice de preços da secção dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas diminuiu 0,20 por cento, em termos mensais, graças à redução dos preços do peixe fresco e dos produtos hortícolas. A DSEC indicou ainda que na secção de bens e serviços o índice de preços dos transportes subiu em Agosto 5,94 por cento, em termos anuais. No capítulo dos serviços domésticos, importa recordar que em Abril deste ano, o território tinha levantado as restrições fronteiriças a trabalhadores das Filipinas, isenção mais tarde alargada à Indonésia – duas das principais fontes de trabalhadores domésticos para Macau. Recomeço de voos A companhia aérea Air Macau anunciou na semana passada o recomeço em 12 de Outubro dos voos directos com o Vietname, um outro importante país de origem dos trabalhadores domésticos na região chinesa. No entanto, ao contrário do que acontece para quem entra pela fronteira com a China continental, quem chega do estrangeiro continua a ser obrigado a cumprir uma quarentena de sete dias num hotel, seguido de três dias de “autovigilância médica” que pode ser feita em casa. Em Agosto, o índice de preços no consumidor geral desceu 0,17 por cento comparativamente ao mês anterior, de acordo com a DSEC. Enquanto que em Julho, a taxa de inflação homóloga em Macau era de 1,38 por cento.
Hoje Macau SociedadeGripe | Começou hoje vacinação para grupos de alto risco A campanha de vacinação gratuita contra a gripe sazonal arrancou hoje, numa primeira fase destinada a grupos de alto risco de gripe, indicaram ontem os Serviços de Saúde (SSM). Como tal, é aconselhado a “crianças, idosos, mulheres grávidas e pacientes com doenças crónicas, que correm alto risco de complicações da gripe, a receber a vacina contra a gripe sazonal, o mais rápido possível antes o pico da gripe”. As autoridades de saúde indicam que “uma vez que as mulheres grávidas, crianças, idosos e pacientes com doenças crónicas, são mais propensos a ter complicações graves e até, a morte após serem infectados pelo vírus influenza, ao mesmo tempo, com o aumento do fluxo de pessoas no exterior e a alta incidência de doenças respiratórias no Outono e Inverno, o risco de importação do novo tipo de coronavírus e o risco de transmissão da gripe também aumentaram”. Os SSM acrescentam que, neste contexto, “a vacinação antigripal pode efectivamente reduzir o risco de sobrepor a epidemia da pneumonia, causada pelo novo tipo de coronavírus ao surto da gripe, diminuindo a possibilidade de ocorrerem consequências graves, devido à infecção dupla”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadePandemia | Amélia António diz que últimos três anos foram “desastrosos” A presidente da Casa de Portugal em Macau realçou o impacto negativo que os anos de combate à pandemia tiveram na génese cultural e socioeconómica de Macau. Amélia António defende que não basta às autoridades falarem sem concretizarem projectos prometidos É mais um sinal de alerta. A presidente da Casa de Portugal em Macau, Amélia António, disse à TDM Rádio Macau que os últimos três anos têm sido “desastrosos” para várias áreas da sociedade. “Estes três anos têm sido desastrosos para tudo, a todos os níveis. Ao nível económico, ao nível cultural, ao nível da abertura de Macau ao mundo. Na minha perspectiva, Macau não se pode só dizer que é, tem de ser.” A responsável falou aos jornalistas à margem da 10ª Exposição Internacional de Turismo, que contou com a representação de associações dos países de língua portuguesa e que terminou ontem. Amélia António não deixou de frisar que, num contexto de pandemia, é importante “marcar posição” neste tipo de iniciativa. A dirigente e advogada pede que Macau mantenha a sua especificidade cultural, sob pena de perder interesse para quem a visita. “Macau, há 500 anos, tornou-se uma porta e uma janela da China para o mundo e do mundo para a China. Hoje a China está aberta ao mundo de outra maneira, mas, apesar disso, Macau continua a ter um papel de ligação com o mundo, até do ponto de vista cultural. Se Macau deixar de ter as características culturais que tem, turisticamente também perde o interesse. Porque vir a Macau? Vai a uma cidade maior da China, a Xangai, a Pequim, a outro sítio qualquer, e vê, em grande, aquilo que em Macau há de pequenino.” Amélia António não tem dúvidas de que não basta às autoridades falarem dos projectos políticos que pretendem desenvolver para o território, apelando à concretização. “Não se pode só dizer que se é uma plataforma, só blá blá não chega. Tem de ser real.” Parabéns a você A 10ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau decorreu este fim-de-semana, entre sexta-feira e domingo, com o tema “Um Brinde à 10ª MITE”. A fim de celebrar o aniversário do evento, foram apresentados sete destaques “destinados a aprofundar a integração intersectorial ‘turismo+’ para ligar operadores de turismo e sectores relacionados de todo o mundo”. Pretendeu-se ainda, com a iniciativa, “promover o intercâmbio e a cooperação”, bem como “explorar oportunidades de negócio”. Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, lembrou que a Expo de Turismo “tem vindo a aperfeiçoar-se”, além de que os 10 anos de existência do evento constituem “um novo marco histórico”. O governante disse ainda esperar que, através do evento, “se possa continuar a desenvolver as vantagens únicas e o papel de plataforma de Macau e criar mais oportunidades de intercâmbio e cooperação para os operadores turísticos regionais e internacionais”, entre outras vertentes. A Expo contou com 830 stands e funcionou em regime híbrido. Uma das novidades foi a inauguração do Pavilhão da Lusofonia, que serviu para “mostrar a diversidade cultural” de Macau e para que o território desempenhe “o papel de plataforma entre a China e os países de língua portuguesa”. Houve ainda a estreia do pavilhão do “COTAI Strip”.
Andreia Sofia Silva SociedadeRegistado novo recorde de visitantes no fim-de-semana O território recebeu, na sexta-feira, um total de 26.120 visitantes, o que representa um aumento superior a dez por cento em relação à média diária de visitantes registada durante o Festival de Barcos-Dragão. As autoridades apontam ainda que se trata de “um novo recorde [de turistas] desde o surto epidémico” que teve início a 18 de Junho. Por sua vez, entre os dias 16 e 22, o território recebeu 146.670 visitantes, uma média diária de 20.953, o que representa um aumento de 20,6 por cento face à média diária de 17.380 visitantes registados entre 9 e 15 de Setembro, e mais 96 por cento do que a média diária de Agosto (10.690). Já a taxa de ocupação média dos hotéis, entre os dias 16 e 22 de Setembro, foi de 39,3 por cento, um aumento de 3,6 por cento em comparação com os dias 9 a 15 deste mês, em que a taxa foi de 35,7 por cento. Face ao mês de Agosto, em que a taxa de ocupação média foi de 34,4 por cento, constitui um aumento de 4,9 por cento. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) explica estes números com a realização de acções promocionais do turismo de Macau “para ampliar as fontes de visitantes em sintonia com a realização de uma série de eventos, festividades e actividades de turismo comunitário”. O objectivo é fazer com que os visitantes prolonguem o período de estadia e gastem mais na cidade, constituindo “uma série de esforços [da parte do Governo] para impulsionar o turismo e a economia”. Tendo em conta a chegada da Semana Dourada e a realização de eventos como o Festival Internacional de Música de Macau ou o Grande Prémio, entre outros, a DST espera conseguir atrair mais visitantes ao território, bem como “estimular o consumo turístico, prolongar o seu tempo de permanência em Macau e dinamizar a economia local”. No sábado, Ho Iat Seng destacou, segundo a TDM, os dados de visitantes, mas admitiu que o número “não é suficiente” para fomentar a economia local, esperando que o território possa vir a receber 40 mil turistas diários. Ainda assim, o Chefe do Executivo admitiu que Macau pode não ter a mesma capacidade para acolher os 40 milhões de turistas por ano que recebia antes da pandemia.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Vacinas para crianças até aos três anos chegam até Novembro Macau deverá receber, em “Outubro ou Novembro”, vacinas contra o novo coronavírus, responsável pela covid-19, adequadas para crianças dos seis meses até aos três anos, disseram ontem as autoridades. A região está “em negociações com os fornecedores” de vacinas mRNA, disse uma responsável do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus dos Serviços de Saúde de Macau (SSM). Leong Iek Hou disse, em conferência de imprensa, (ver texto principal), que, “segundo a resposta dos fornecedores, o mais provável é que as vacinas estejam disponíveis em Outubro ou Novembro”. Neste momento, Macau dispõe apenas de vacinas inactivadas da chinesa Sinopharm, para crianças com idade igual ou superior a 3 anos, e de vacinas de mRNA (da alemã BioNTech) para crianças com idades entre 5 e 11 anos. O regulador norte-americano aprovou em Junho a administração de emergência das vacinas mRNA contra a covid-19 da Pfizer e da Moderna em crianças a partir dos seis meses de idade.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAutoridades sem planos para reduzir quarentena de sete dias O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus afastou ontem a possibilidade de reduzir a quarentena de sete dias para quem vem do estrangeiro. Confrontada com a questão, Leong Iek Hou apontou que actualmente cerca de 10 por cento dos casos importados são identificados no sexto ou sétimo dia da quarentena. “Com a variante Ómicron, em princípio o período de incubação é de quatro dias. Outras variantes têm um período de incubação de 10 dias. Em Macau, nos hotéis de quarentena o período de incubação é normalmente de três dias, com a apresentação de sintomas ao segundo e terceiro dia. Mas há um número mais reduzido, em que os positivos só surgem ao sexto ou sétimo dia”, afirmou Leong. “Em 90 por cento dos casos conseguimos detectar a infecção nos primeiros dias, mas há 10 por cento em que só se identifica depois”, acrescentou. Na ocasião, Leong voltou a considerar que as vidas do exterior apresentam um maior risco do que as do Interior do país. “Estamos no período de normalização dinâmica, não temos vírus. As pessoas provenientes de fora têm um maior risco, diariamente temos casos importados”, sustentou. “Se reduzirmos os dias de inspecção médica, existe um risco de o vírus entrar na comunidade”, alertou. Nas próximas semanas devem ser retomados os voos entre Macau e o Japão. Sobre estas alterações, Leong admitiu que vai trazer riscos maiores para o território, mas afirmou que as autoridades estão preparadas para lidar com a situação. Semana complicada Na conferência de imprensa, as autoridades pediram ainda às pessoas para terem cuidado nas deslocações ao Interior, e a terem cuidado com algumas regiões onde há casos activos do vírus. Se por um lado, Leong admitiu que não há indicações sobre alterações na política de Zhuhai de entrada das pessoas vindas de Macau, por outro, recomendou aos residentes cautela nas deslocações ao Interior. A médica pediu ainda às pessoas que passam a fronteira para ver os familiares que utilizem sempre máscara, evitem concentrações e se mantenham atentas a eventuais sintomas.
Hoje Macau SociedadeCheong Chi Kin admite apostas paralelas em salas operadas pelo Suncity Cheong Chi Kin, quinto arguido no caso Suncity, admitiu ontem em tribunal, pela primeira vez, que decorreram apostas paralelas em várias salas VIP do território, incluindo as que eram operadas pelo grupo Suncity. Segundo a TDM Rádio Macau, esta foi a primeira vez que um arguido admitiu a ocorrência deste tipo de apostas ilegais no território, depois de duas sessões de julgamento em que foi abordado o alegado envolvimento de Cheong Chi Kin nestas operações. O quinto arguido admitiu ter criado duas empresas que admitiam e geriam clientes de apostas paralelas, sendo que muitos deles terão sido apresentados a Cheong Chi Kin por Alvin Chau, ex-CEO do grupo Suncity e primeiro arguido do processo. No entanto, Cheong Chi Kin nega que Alvin Chau tenha estado directamente envolvido no esquema, tendo apontado mais dois arguidos como sendo sócios destas empresas. O arguido não quis adiantar mais detalhes sobre estas entidades por estar muita gente envolvida sem ligação directa com o caso. Cheong Chi Kin referiu também que Alvin Chau sabia do esquema, mas não deu uma autorização directa para a realização de apostas ilegais, uma vez que era um tipo de operação recorrente nas salas de jogo em Macau, não sendo necessário consentimento. Em tribunal, foram revelados documentos em que consta o nome “Wa”, relativo a um sócio, mas Cheong Chi Kin disse não se recordar se esse nome correspondia a Alvin Chau. Os contabilistas Na sessão de ontem, o Ministério Público apresentou ainda conversas em que Cheong Chi Kin partilhava com Alvin Chau informações de clientes que faziam apostas paralelas, incluindo quando estes decidiam mudar de sala no casino. O arguido disse que lhe transmitia estes dados porque sentia que o devia fazer, uma vez que Alvin Chau lhe apresentava clientes e era suficientemente simpático para o ajudar a gerir as empresas, noticiou ainda a TDM Rádio Macau. Cheong Chi Kin admitiu também que três contabilistas do grupo Suncity o ajudavam com as contas das apostas paralelas, sendo pagos por Patrick Wong, trabalhador da Suncity e oitavo arguido no processo. Cheong Chi Kin continua a ser ouvido hoje em tribunal.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAbandono | Irmãos encontrados mortos em avançado estado de decomposição A situação foi detectada na quarta-feira, após o alerta de um vizinho que estranhou não ver os dois irmãos há quase um mês. A irmã era responsável pelo irmão, que tinha problemas de mobilidade e raramente saía de casa Dois irmãos idosos foram encontrados mortos em casa, de acordo com informação divulgada pela Polícia Judiciária (PJ). O caso foi classificado como descoberta de dois cadáveres, mas as autoridades admitiram ainda não ter elementos sobre todos os factos referentes ao caso. Segundo o relato das autoridades, o alerta para a possível existência de dois cadáveres num prédio na Rua da Penha chegou ao Corpo de Bombeiros, pelas 16h42. Na origem do aviso esteve a preocupação de um vizinho que decidiu pedir ajuda às autoridades, depois de um longo período sem ver nenhum dos irmãos, um homem e uma mulher de idade avançada. O homem tinha problemas de mobilidade e estava dependente da irmã. Ao forçarem a entrada na residência, os bombeiros depararam-se com dois corpos, em quartos separados, em avançado estado de decomposição. A informação revelada pela Polícia Judiciária na quarta-feira à noite, mostrava que as autoridades não sabiam qual dos irmãos tinha morrido primeiro. Sobre a mulher, de 78 anos, foi referido que “terá morrido há mais de um mês”. A residente era responsável pelo irmão, de 74 anos, que estava dependente dos seus cuidados permanentes. Porém, o comunicado é pouco específico em relação ao irmão, limitando-se a dizer que “estava morto há muito tempo”. O tempo das mortes indicado pelas autoridades, aponta para as semanas em que o território viveu uma situação de confinamento e ainda da prática de testes em massa regulares. Além destas condições, os corpos não apresentavam marcas de maus-tratos, nem ferimentos que pudessem indiciar agressões ou outros crimes. Apoios aos vizinhos Após a revelação do caso, Agnes Lam, ex-deputada e académica, apelou, através das redes sociais, para que a população se mantenha atenta aos vizinhos. “Tomem conta dos vossos vizinhos e não deixem que esta tragédia volte a acontecer”, escreveu. Também o ex-deputado Sulu Sou comentou a tragédia: “Todas as tragédias sociais são cometidas por homens, não acontecem devido a um simples acidente”, apontou. Não é a primeira vez que pessoas isoladas são encontradas mortas em Macau várias semanas depois do óbito. Em Maio de 2020, uma mulher com 51 anos foi encontrada morta em casa com os dois cães, que também acabaram por morrer por falta de auxílio. Nessa altura, e já no contexto de pandemia, Paul Pun, secretário-geral da Caritas Macau, apelou à proximidade entre a comunidade. “Face ao impacto da pandemia, já fui questionado por várias pessoas sobre o que podemos fazer para contribuir para ultrapassar a situação. Por isso, encorajo a comunidade que se preocupe não só com os familiares, mas também com os vizinhos e com as pessoas com quem se deparam todos os dias”, sublinhou.
João Luz SociedadeTurismo | Shandong e Macau assinam quadro de cooperação A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e o Departamento Provincial de Cultura e Turismo de Shandong assinaram na quarta-feira o primeiro acordo-quadro de cooperação turística, para reforçar a cooperação e intercâmbio na área do turismo e promover o desenvolvimento da indústria turística entre as duas regiões. Segundo um comunicado divulgado ontem pela DST, “o acordo estipula que as partes desenvolvam plenamente as suas vantagens e recursos próprios, promovam projectos de cooperação, criem novos modelos de cooperação, elevem a eficiência da cooperação”. Macau e Shandong acordaram na construção conjunta de zonas turísticas, serviços de consumo, promoção e divulgação, eventos de turismo, intercâmbio de talentos. O Governo da RAEM realça ainda que ambas as regiões pertencem à Aliança de Promoção Turística da Rota da Seda Marítima da China e que no início de Setembro foram retomados os quatro voos semanais entre a RAEM e Qingdao, a maior cidade da província. Uma delegação do Governo Popular da província de Shandong está no território para participar na 10.ª edição da Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau, que se realiza entre hoje e domingo.
Hoje Macau SociedadeAMCM | Taxa de redesconto sobe para 3,5 por cento A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) subiu ontem em 75 pontos-base a taxa de redesconto, para 3,50 por cento. A medida foi justificada com a “indexação da pataca ao dólar de Hong Kong” e “à necessidade da uniformização, em princípio, da evolução da política das duas regiões no âmbito da taxa de juros”, para salvaguardar o funcionamento de indexação cambial da pataca ao dólar de Hong Kong. O ajustamento da taxa de juros em Hong Kong resultou, de igual modo, do regime de indexação do HKD ao dólar americano (USD), na medida em que a Reserva Federal dos Estados Unidos da América (EUA) tomou a decisão, na quarta-feira, de subir em 75 pontos-base a taxa de juros indicadora.
Hoje Macau SociedadeImobiliárias | Preocupação com subida de juros Hong Lei Lei, directora de vendas da agência imobiliária Midland Macau, alertou que o aumento das taxas de juros pode levar as pessoas as venderem as casas abaixo do preço do mercado, por medo de entrarem em incumprimento. Em declarações ao Jornal Ou Mun, Hong mostrou-se preocupada porque teme que o aumento dos juros faça com que os residentes deixem de ter capacidade para pagar as prestações mensais. Na visão da directora, há ainda que considerar um efeito psicológico, porque após vários anos com juros baixos a taxa de incumprimento dos empréstimos foi sempre reduzida. Hong espera também uma menor procura no mercado imobiliário por entender que o Governo aumentou a oferta de habitações públicas. Neste contexto, a directora de vendas da Midland defende que as exigências para ceder créditos para a habitação devem ser facilitados.
Andreia Sofia Silva SociedadeViolência doméstica | Casal impedido de contactar com filho menor Um casal suspeito de agredir o filho de sete anos está indiciado pelo crime de violência doméstica, não podendo ter contacto com a criança, que está à guarda do Instituto de Acção Social. Segundo um comunicado do Ministério Público (MP), o casal está ainda obrigado a apresentar-se periodicamente às autoridades, não podendo permanecer “em locais adjacentes à escola e do local de alojamento temporário” da criança. O objectivo das medidas de coacção é que “seja evitada a perturbação do inquérito e a continuação da prática de actos criminosos da mesma natureza”. A mesma nota do MP dá conta de que o casal “terá punido fisicamente o ofendido várias vezes devido aos problemas de estudo e educação, causando-lhe equimoses em várias partes do corpo”. “Nos últimos dias, enquanto o ofendido foi para a escola, o professor detectou que o mesmo estava com equimoses no corpo, motivo pelo qual o caso foi descoberto”, refere ainda o MP.