Covid-19 | Macau adopta política nacional de quarentena 5+3

Quem chega a Macau vindo de Hong Kong, Taiwan ou do exterior, passa a cumprir quarentena de cinco dias no hotel e três dias em casa. A parte domiciliária implica ter código vermelho e as únicas saídas permitidas são para fazer testes de ácido nucleico. O Governo acredita que aumentar um dia de quarentena irá atrair turistas

 

 

Depois de as autoridades chinesas terem anunciado a alteração do período de quarentena de sete dias em local designado para cinco mais três em casa, o Governo da RAEM seguiu o mesmo caminho.

A novidade foi anunciada na sexta-feira, em primeiro lugar e ainda sem detalhes pela secretária para as Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, antes de ser pormenorizada na habitual conferência de imprensa dedicada à pandemia.

“Vamos seguir a política de 5+3 da China. Apesar do aliviamento às restrições de entrada, vamos insistir na política de prevenção de zero casos e trabalhar para cooperar com a política nacional. Estamos confiantes de que esta medida não implica o aumento de risco para a comunidade”, indicou a governante.

Ao final da tarde de sexta-feira, Alvis Lo completou a novidade. “A partir de amanhã, [para] as pessoas vindas de Hong Kong, Taiwan e do exterior para Macau, o período de observação médica passa de ‘7+3’, ou seja, sete dias de observação médica [num hotel designado] mais três de quarentena domiciliária para ‘5+3’”, anunciou o director dos Serviços de Saúde (SSM), citado pela Agência Lusa. Alvis Lo ressalvou que durante os três dias de quarentena domiciliária, “as pessoas vão ficar com código de saúde vermelho”, ou seja, estão proibidas de sair de casa, excepto para realizarem testes de ácido nucleico. Importa referir, que antes desta medida à saída da quarentena, o código de saúde tinha cor amarela.

 

Sem condições

A alteração à forma como o isolamento é feito, apesar de aumentar a quarentena num dia, foi caracterizada por Alvis Lo como um alívio restritivo. “Fazer quarentena três dias em casa é mais confortável para as pessoas, por isso acho que é uma política menos rigorosa em comparação com a anterior”, afirmou o director dos SSM.

O médico e chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença Lam Chong acrescentou ainda uma excepção à possibilidade de fazer três dias de quarentena em casa. “Caso a residência não reúna as condições, os indivíduos podem escolher um hotel destinado às pessoas com o código vermelho”, dando como exemplo os “dormitórios de vida colectiva”, onde frequentemente residem trabalhadores não-residentes.

As autoridades admitiram que a situação ideal é a pessoa cumprir os três dias de quarentena sozinho em casa. Porém, caso não seja possível, é exigido que não coabite com mais de cinco pessoas, mantendo sempre que possível distanciamento social de um metro para as restantes pessoas. As autoridades recomendam ainda que durante os três dias, a pessoa fique isolada num quarto, de preferência bem ventilado.

Os SSM indicaram ainda que quem partilha casa com uma pessoa em quarentena domiciliária “não deve tomar refeições presencialmente” em restaurante, participar em festas, nem usar transportes públicos ou de transporte de trabalhadores.

Além disso, deve informar “os responsáveis do local de trabalho, por iniciativa própria” de que coabita com uma pessoa com código vermelho, usar máscara durante o trabalho e tomar refeições sozinho.

 

Testes mil

Como é natural, esta medida apenas pode ser concretizada por quem reside em Macau, e consiga “ficar isolado num quarto individual”, algo impossível para um turista. Na prática, quem chegar a Macau, desde o último sábado, para fazer férias, fica obrigado a cumprir mais um dia de quarentena em relação ao que acontecia anteriormente. Ainda assim, a representante da Direcção do Turismo, Lam Tong Hou, afirmou que “as medidas menos rigorosas podem atrair mais turistas”.

Para fazer quarentena em casa, é essencial que testar negativo à covid-19 na primeira parte do isolamento nos quatro dias seguintes à entrada no hotel. Após a recolha da amostra no quinto dia, as pessoas podem voltar às suas casas e ao longo dos três dias são obrigadas a fazer mais três testes de ácido nucleico e outros três testes rápidos submetidos na plataforma do código de saúde.

Para aplicar esta medida, as autoridades de saúde aumentarem os postos de teste de ácido nucleico com “via exclusiva para o código vermelho” de dois para 14 postos.

14 Nov 2022

Alvis Lo apela a vacina mRNA para idosos e doentes crónicos

A incidência de doenças crónicas e envelhecimento populacional é uma conjugação que está sob a mira do Governo. Numa reunião que juntou membros do Governo da área da saúde, Alvis Lo destacou a baixa incidência de cancro em Macau e a maior protecção conferida pela vacina mRNA, em particular para grupos de risco

 

 

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, está preocupada com o aumento da incidência de doenças crónicas na população de Macau, factor particularmente potenciado pelo envelhecimento populacional. Este foi um dos tópicos abordados na reunião da Comissão de Prevenção e Controlo das Doenças Crónicas, que aconteceu na terça-feira, e que contou com a presença do director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo.

De acordo com um comunicado emitido ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, a secretária Elsie Ao Ieong U realçou a forma como doenças como a diabetes, doenças cardiovasculares, crónicas respiratórias e cancro potenciam consideravelmente a gravidade da infecção pelo covid-19.

Face a este contexto, a governante realçou a importância de prevenir e controlar as doenças crónicas, trabalho que “deve ser iniciado desde a infância, para que a nova geração crie hábitos de vida saudáveis, a partir da escola e da família, introduzindo hábitos de vida saudáveis na vida quotidiana.”

Por seu lado, Alvis Lo argumentou que “a alta taxa de incidência de cancro, nos países desenvolvidos se deve, principalmente, à longa esperança de vida, à alta taxa de diagnóstico preciso de cancro”, factores aliados à vida sedentária e falta de exercício físico, “dieta rica em gordura, entre outros hábitos pouco saudáveis”.

O director dos SSM indicou que em 2020 a taxa de incidência estandardizada de cancro em Macau foi de “231,6 pessoas por 100 mil pessoas, menos do que a da maioria dos países desenvolvidos”. A taxa de mortalidade de referência de cancro situou-se em 86 pessoas, por 100 mil pessoas, proporção 15 por cento mais baixa do que a média mundial, segundo os dados apresentados por Alvis Lo.

 

 

Mais vale prevenir

A prevenção e a aposta em campanhas que promovam estilos de vida saudáveis, programas de rastreio, diagnósticos oportunos e gratuitos, assim como tratamento precoce foram os caminhos apontados por Alvis Lo para combater o flagelo das doenças oncológicos.

O director dos SSM destacou também os resultados da campanha de vacinação contra a covid-19. Apesar de a taxa de vacinação em Macau ter atingindo 92,1 por cento, o responsável admitiu novamente que a taxa de inoculação de pessoas com mais de 80 anos e portadores de doenças crónicas “não é satisfatória”.

Nesse sentido, além de argumentar que abundam estudos científicos que confirmam eficácia e segurança das vacinas contra a covid-19, Alvis Lo frisou a redução do risco de morte, em particular nas pessoas mais vulneráveis. “É aconselhável que os doentes crónicos e os idosos recorram prioritariamente à vacina mRNA para administração da 3.ª ou 4.ª doses”, apelou o responsável, destacando o elevado nível de produção de anticorpos de quem toma a vacina da BioNTech.

A comissão analisou ainda o trabalho relativo a este ano do Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo que apresentou as novas disposições sobre a proibição de cigarros electrónicos.

Foi ainda destacado o papel preventivo de uma aplicação de telemóvel criada para fazer “auto-avaliação de saúde através dos questionários, de modo a incentivar o público a prestar atenção à sua saúde”.

13 Nov 2022

Wynn e Galaxy acumulam prejuízos no terceiro trimestre

A Wynn Macau teve um prejuízo de 142,9 milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano, menos 14 por cento em comparação com o mesmo período em 2021. Também a Galaxy registou uma quebra de 52,5 por cento de receitas líquidas no mesmo período

 

A Wynn Macau e a Galaxy Entertainment Group anunciaram ontem os resultados do terceiro trimestre do ano, período que significou avultadas perdas para ambas as concessionárias.

A operadora de jogo Wynn Macau anunciou ontem um prejuízo de 142,9 milhões de dólares no terceiro trimestre, ou menos 14 por cento em comparação a igual período do ano passado. A Wynn Macau já tinha anunciado um prejuízo de 270,6 milhões de dólares no segundo trimestre do ano, mais do que duplicando as perdas em relação ao mesmo período de 2021.

“Em Macau, enquanto as restrições de viagem relacionadas com a covid-19 continuaram a ter um impacto negativo nos nossos resultados, tivemos o prazer de experimentar bolsas de procura encorajadoras durante o recente período de férias de Outubro. Continuamos confiantes de que o mercado irá beneficiar com o regresso das visitas ao longo do tempo”, afirmou Craig Billings, director executivo da Wynn Resorts, a empresa mãe, com casinos em Las Vegas e Boston, num comunicado da empresa.

 

A mesma sorte

A Galaxy Entertainment foi pelo mesmo caminho, reportando ontem quebras nas receitas líquidas do terceiro trimestre de 52,5 por cento, com comparação do igual período de 2021. No documento submetido ontem à bolsa de valores de Hong Kong, a operadora reportou resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações [EBITDA] ajustado negativo no total de 581 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), valor que se agrava em comparação com os 384 milhões do trimestre anterior.

Recorde-se que no terceiro trimestre de 2021, a Galaxy obteve um EBITDA ajustado positivo de 503 milhões de HKD.

O CEO da empresa, Lui Che Woo, destacou na nota enviada à bolsa de valores que os resultados negativos advieram das “elevadas restrições fronteiriças impostas devido à pandemia no segundo trimestre passaram para o terceiro trimestre, a que acresceram o encerramento dos casinos durante 12 dias”.

No final do período em análise, o Governo indicou que as receitas do jogo atingiram, em Outubro, o valor mais elevado desde Fevereiro, 3,9 mil milhões de patacas, mas caíram 10,7 por cento em termos anuais.

As concessionárias em Macau têm acumulado, desde 2020, prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80 por cento das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.

 

Com Lusa

13 Nov 2022

Leong Sun Iok critica falhas, mas quer utilização do Código de Saúde após a pandemia

Leong Sun Iok exigiu ontem às autoridades que expliquem claramente os problemas do Código de Saúde que criaram “grandes inconvenientes” à população. Apesar das críticas, o deputado defendeu que o Código de Saúde deve continuar a ser utilizado no fim da pandemia, como “plataforma de saúde pública”.

A posição do legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) foi tomada horas depois de muitas pessoas terem encontrado problemas na fronteira, devido à impossibilidade de obterem o código de saúde.

Na perspectiva de Leong, desde o surgimento da covid-19 que “o código de saúde” se tornou “uma ferramenta obrigatória” para todos os cidadãos e turistas que querem visitar Macau. Contudo, o deputado indicou que as “repetidas falhas do código de saúde” têm “criado muitos inconvenientes, especialmente para as pessoas que precisam de entrar e sair dos espaços públicos”. O legislador culpa o Governo pelas dificuldades que as pessoas enfrentaram para chegar ao trabalho, à escola, ou a consultas médicas, sem qualquer necessidade.

Também muito grave para Leong Sun Iok ,é o facto de os problemas com o Código de Saúde afectarem a imagem de Macau como destino turístico e os possíveis futuros planos para a utilização desta aplicação, mesmo depois da pandemia.

Em relação a este aspecto, Leong defende a possibilidade de o Código de Saúde não ser mais abandonado em Macau, e passar a ser utilizado como uma “plataforma de gestão de saúde”.

 

Obrigados ao impossível

Actualmente, é quase impossível entrar nos serviços público sem código de saúde, apesar de o Governo não ter oferecido qualquer telemóvel aos residentes, para que estes possam ter sempre consigo o código. No melhor cenário, em que aos cidadãos não é exigido o impossível, uma pessoa sem telemóvel pode preencher o código de saúde num tablet à entrada dos serviços públicos. Contudo, o procedimento pode durar mais de 20 minutos, uma vez que as pessoas são obrigadas a preencher em cada aparelho diferente todo o tipo de informações, como o itinerário dos últimos 14 dias, o número do BIR, data de nascimento, morada, entre outros.

Há meses, a legisladora Wong Kit Cheng, ligada à Associação das Mulheres de Macau, afirmou na Assembleia Legislativa que a exigência do código de saúde tem contribuído para o aumento do número de suicídios entre os mais velhos.

10 Nov 2022

Código de Saúde esteve em baixo e dificultou entradas

Apesar de ser obrigatória para entrar em serviços públicos e privados, a aplicação do Código de Saúde esteve inutilizável durante alguns períodos do dia de ontem. Os problemas levaram à implementação de medidas de controlo de multidões nas fronteiras

 

O sistema do Código de Saúde, que regista o itinerário e eventuais sintomas de covid-19 dos cidadãos, esteve ontem em baixo e com problemas durante o período entre as 07h30 e as 10h30 e novamente à tarde, por volta das 15h. A falha foi reconhecida pelas autoridades, que ao final do dia de ontem ainda estavam a analisar o sucedido.

As primeiras avarias registadas ontem surgiram por volta das 07h30, numa altura em que várias pessoas atravessam a fronteira para entrarem em Macau, onde trabalham e estudam, apesar de viverem no outro lado da fronteira. No entanto, na noite terça-feira já tinham sido registados problemas semelhantes por algumas pessoas, que, além da manhã, voltaram a ser sentidos na tarde de ontem.

Pelo menos 30 alunos da Escola Choi Nong Chi Tai encontraram dificuldades para atravessar a fronteira, onde ficaram retidos por mais de uma hora, de acordo com Vong Kuok Ieng, director daquele estabelecimento de ensino. Ao jornal Ou Mun, Vong explicou que a passagem dos alunos sofreu um atraso superior a uma hora, o que deixou as crianças nervosas.

Devido às falhas matinais, quem tentasse introduzir as suas informações e gerar o código de saúde era impedido e recebia as mensagens “Erro: Não foi Possível Carregar o Código de Saúde. Tente outra vez (8220)” e “502 Bad Gateway”.

Face aos problemas do Código de Saúde e à potencial acumulação de pessoas na fronteira da Portas do Cerco, pelas 08h30, o Corpo de Polícia de Segurança Pública fez um apelo à população para que evitasse atravessar a fronteira, a não ser em caso de necessidade.

Ao mesmo tempo, o CPSP implementou medidas de controlo de multidões e apelou a residentes e turistas que obedecessem às instruções nas fronteiras, e se comportassem de “maneira ordeira”. Foi igualmente pedido às pessoas para que verificassem online a situação das fronteiras, escolherem aquelas com menores aglomerações, e que preenchessem a declaração de saúde em papel.

 

Em investigação

Face ao problema, às 11h38 o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus emitiu uma nota de imprensa a reconhecer o problema. Segundo o organismo, “por volta das 07h35 de quarta-feira” o código de saúde “sofreu uma falha técnica repentina” e “não funcionou normalmente”.

A aplicação, sem a qual os cidadãos enfrentam inúmeras dificuldades para viver, uma vez que ficam impedidos de entrar em vários espaços, incluindo serviços públicos, só foi restaurada depois da intervenção dos técnicos informáticos. “O sistema retomou o seu funcionamento normal após a reparação. O motivo que provocou esta falha está a ser investigado”, foi explicado.

No mesmo comunicado, foi ainda apresentado um pedido de desculpas. “O Centro de Coordenação de Contingência pede desculpas ao público por qualquer inconveniente causado devido à falha do sistema do código de saúde de Macau”, pode ler-se.

Por sua vez, a Polícia Judiciária, à semelhança do Centro de Cibersegurança, afirmou que até ontem não tinha recebido qualquer denúncia de ataques cibernéticos contra a aplicação móvel do código de saúde.

10 Nov 2022

Casa-Museu da Taipa com restaurantes e cultura portuguesa

O Instituto Cultural abriu um concurso público de adjudicação da Casa de Recepções, uma das Casas-Museu da Taipa, para um restaurante que promova a cultura portuguesa e produtos “gourmet macaenses”. O despacho assinado pela presidente do IC materializa uma velha promessa de Alexis Tam

 

 

“Vamos montar um restaurante português, cafés e mais esplanadas naquela zona. Arranjar alguns [artistas] portugueses para tocarem. Vai ser interessante”, afirmou Alexis Tam no dia 9 de Novembro de 2015, citado pelo HM há exactamente sete anos. A intenção do à altura secretário para os Assuntos Sociais e Cultura era dinamizar as Casas-Museu da Taipa.

Sete anos depois, a intenção de Alexis Tam é materializada num despacho assinado pela presidente do Instituto Cultural, Leong Wai Man, que abre o concurso público para a adjudicação da Casa de Recepções, no coração da zona que recebe anualmente o Festival da Lusofonia, em frente ao auditório onde é montado o palco principal do evento.

A intenção do Governo é abrir um “restaurante que promova a cultura portuguesa com características próprias de Macau e que possua elementos do património cultural intangível de Macau, através de fornecimento de alimentos e bebidas gourmet macaenses”.

O IC pretende a abertura de um espaço que se conjugue “com o ambiente envolvente das Casas da Taipa e que seja utilizado também para vendas, exposições, actividades experimentais, workshops.”

 

Plano de pormenor

Em relação aos detalhes do “negócio”, o concurso público estabelece que a adjudicação será feita através de um contrato de arrendamento com a duração de quatro anos, sendo que a renda base ainda não está definida.

Os interessados têm até ao dia 30 de Dezembro para entregar as propostas e pagar uma caução provisória no valor de 20.000 patacas “mediante depósito em numerário ou através de garantia bancária legal a favor do Instituto Cultural”, assim como uma caução definitiva no valor de 40.000 patacas.

Quanto aos critérios de avaliação das propostas, o despacho estipula que a renda vale 40 por cento, o plano de negócio terá um peso de 35 por cento, projecto de planeamento do interior 10 por cento e a experiência do concorrente 15 por cento.

Os requisitos do concurso público estabelecem ainda que os “concorrentes devem estar inscritos na Direcção dos Serviços de Finanças e na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis da RAEM”. No caso de o concorrente ser um “empresário em nome individual, deve ser residente na RAEM, e no caso de sociedades comerciais, o respectivo capital social deve ser detido numa percentagem superior a 50 por cento por residentes da RAEM”. O IC afasta a admissão de consórcios ao concurso público em questão.

O Governo vai organizar uma visita ao local para potenciais interessados no concurso na próxima terça-feira, dia 15 de Novembro. Para participar, é preciso fazer inscrição no Instituto Cultural até ao final do horário de expediente do dia anterior à visita.

10 Nov 2022

Zonas de risco ligadas a Zhuhai obrigam a dois testes até hoje

Na noite de segunda-feira, as autoridades de saúde de Macau anunciaram que quem passou por determinadas zonas de Zhuhai terá de fazer dois testes de ácido nucleico até hoje. As duas testagens precisam de ser feitas com um intervalo de 12 horas

 

 

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus informou na segunda-feira, quase às 22h, que as pessoas que tivessem passado por algumas áreas do distrito de Jinwan na cidade vizinha de Zhuhai “devem realizar, por sua iniciativa, dois testes de ácido nucleico em três dias”. A pouco mais de duas horas do início do segundo dia designado para fazer os testes, as autoridades de saúde especificam que os grupos-alvos da medida são pessoas estiveram no sábado, entre as 21h45 e 23h45 no Restaurante de Canja de Caçarola Xuxing (localizado na Estrada Oeste do Aeroporto, loja n.º 10, da Vila de Sanzao). O outro local cuja estadia implica teste é a passagem subterrânea para peões entre a Green Tree Inn (sucursal da Universidade de Jilin) e a Praça Weiming também no distrito de Jinwan, também para quem por lá passou entre as 21h45 e 23h45 de sábado.

As autoridades de saúde de Macau indicam que “o alerta de emergência publicado pelos serviços sanitários da Cidade de Zhuhai” significa que “existe o risco de infecção”.

 

Excepções à regra

Quem já tiver realizado um teste de ácido nucleico, no Interior da China ou Macau, entre segunda-feira e hoje, só precisa de fazer mais um teste, sob pena de ver convertido o código de saúde para amarelo. Também só fica obrigado a fazer um teste de ácido nucleico, quem passou pelos locais acima mencionados, nas horas mencionadas, mas que já havia sido testado no passado domingo.

O centro de coordenação especifica que o teste é gratuito, mas não será exibido no Código de Saúde de Macau, nem pode ser utilizado para passagem transfronteiriça.

Além disso, foi também anunciado que quem chegar ao Interior da China vindo de Macau por barco ou avião fica isento da apresentação de testes de ácido nucleico feito com menos de 24 horas antes da partida. Esta exigência foi estabelecida desde que Macau começou a registar, recentemente, casos positivos.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus adverte, porém, que quem viajar da RAEM para o Interior terá de cumprir as exigências do local de destino para onde viaja.

9 Nov 2022

DSEDJ define educação patriótica como prioridade

Numa resposta ao deputado Ho Ion Sang, os Serviços de Educação reconhecem que a segurança nacional está ligada ao “reconhecimento étnico” dos jovens, uma ideia que está a ser promovida pela “área da segurança”

 

 

A promoção da segurança nacional nos ensinos infantil, básico, secundário e superior são um dos grandes compromissos da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) para a “formação” dos mais novos. O compromisso foi reforçado na resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang, com a perspectiva de cada vez mais os conteúdos nacionalistas serem transversais a várias disciplinas.

A nível do ensino superior, segundo a DSEDJ, 85 por cento dos cursos ensinam conteúdos sobre a constituição e a Lei Básica, enquanto 80 por cento promovem a “cultural tradicional chinesa”.

No entanto, Kong Chi Meng, director da DSEDJ, garante que o compromisso não fica por aqui e que a educação nacional tem de ser transversal a mais disciplinas: “Recolheram-se e analisaram-se as opiniões facultadas por instituições superior de Macau, relativas às matérias descritas, aquando da criação ou alteração da organização dos planos de estudos dos cursos de licenciatura, para criar, no futuro, mais disciplinas respeitantes ao ensino de conhecimentos gerais que incluam a educação sobre os assuntos nacionais”, foi explicado.

Esta estratégia tem como objectivo “promover a educação sobre a segurança nacional em consonância com a evolução dos tempos, fortalecer o conhecimento dos estudantes sobre a história e cultura nacionais, o sistema nacional e a actual situação de desenvolvimento do país”.

Também os alunos do ensino não superior vão ser doutrinados com nacionalismo. No ensino primário e secundário as disciplinas de Educação Moral e Cívica, Actividades de Descoberta e História são as apostas para promover a segurança nacional. Com estas disciplinas, o Governo quer que os mais novos percebam “os desafios que o país está a enfrentar, os direitos de um país soberano, e as relações internacionais que o mesmo estabelece no âmbito da comunidade internacional”.

 

Fiscalização da bandeira

Além das actividades de ensino, a DSEDJ tem feito visitas às escolas para se certificar que a cerimónia do hastear da bandeira é frealizada de acordo com o desejado, o que Kong Chi Meng afirma contribuir para “um ambiente saudável”. “A DSEDJ enviou periodicamente pessoal às escolas para se inteirar das situações sobre o hastear da bandeira nacional e o desenvolvimento dos trabalhos de educação sobre a segurança nacional, criando, assim, um ambiente saudável nas escolas”, foi revelado.

Por outro lado, foi também anunciado que “a área da segurança” tem promovido acções de formação em que a segurança nacional e o nacionalismo são associados ao “reconhecimento étnico”. “As corporações e os serviços, através da realização de planos de formação, continuam a reforçar o reconhecimento da nação e étnico dos jovens e a aumentar os seus conhecimentos sobre a segurança nacional, para que os possam transmitir aos seus pares”, foi revelado.

9 Nov 2022

Um terço dos casados não confia na gestão financeira do pares

A acumulação de dívidas é um factor de risco na saúde dos casamentos em Macau. O tema motivou um estudo do Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família, da Igreja Anglicana, que concluiu que 70 por cento da população que contraiu dívidas, tem de pagar entre 30 e 50 por cento de todo o rendimento familiar

 

Já diz o ditado popular que “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. A relação entre gestão financeira familiar e a saúde dos matrimónios foi alvo de um estudo do Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família de Sheng Kung Hui, organismo ligado à Igreja Anglicana.

O estudo apresentado no domingo dá pistas sobre a forma como as dificuldades para pagar empréstimos podem ter consequências ao nível do stress familiar. Uma das estatísticas que dá contexto ao panorama económico de Macau aponta que mais de 70 por cento dos inquiridos devedores têm dívidas num valor que corresponde a entre 30 e 50 por cento do rendimento familiar global. Sobre este tópico, o estudo indica que, para assegurar o pagamento das despesas essenciais numa vida regrada e equilibrada, a proporção saudável de créditos contraídos deve-se fixar abaixo dos 30 por cento dos rendimentos globais da família.

O organismo defende esta linha vermelha de segurança no endividamento com a possibilidade de surgirem despesas de emergência ou face a factores externos, como a possível deterioração da economia.

 

Cuidados de bolsa

No cômputo geral, cerca de metade das pessoas inquiridas revelaram ter contraído dívidas. Entre estas, 75,4 por cento são relativas a empréstimo hipotecário para compra de habitação, enquanto 4,8 por cento têm dívidas para pagar despesas relacionadas com ensino. Apenas 0,4 por cento haviam contraído créditos para pagar dívidas de jogo.

Em termos de dinâmica matrimonial, o estudo indica que cerca de 30 por cento dos inquiridos está preocupado com a capacidade de gestão do cônjuge. Deste universo, metade confessam que o dinheiro, ou a sua falta, já causou disputadas familiares

“Cerca de 40 por cento dos inquiridos caracterizaram como ‘graves’ os conflitos resultantes das dívidas familiares, sendo que a dificuldade para contornar estes problemas foi classificada como moderada”, é acrescentado no estudo. “Se os problemas monetários não forem resolvidos, e o casal não chegar a uma solução consensual, as dificuldades matrimoniais aprofundam-se e a dinâmica relacional entra um ciclo vicioso de conflito”, é acrescentado.

Como tal, o Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família de Sheng Kung Hui reforçou a importância de os casais discutirem formas de planeamento da gestão financeira familiar antes de contraírem matrimónio.

A instituição responsável pelo estudo afirmou ainda que vai organizar iniciativas destinadas a equipar recém-casados de recursos técnicos para melhor planearem a gestão financeira.

Segundo as experiências de aconselhamento do organismo, na maioria dos casos em que as dívidas resultaram em conflitos matrimoniais, a falta de comunicação foi um factor transversal.

O estudo recebeu um total de 372 inquéritos válidos, feitos a residentes casados.

8 Nov 2022

Macau desespera por excursões vindas do Interior

Maria Helena de Senna Fernandes desmentiu a chegada de excursões a Macau vindas do Interior ao abrigo do programa “quatro províncias, uma cidade”. Apesar disso, mostra-se optimista com a subida do número de visitantes, devido aos vistos electrónicos individuais

 

Apesar de no domingo ter sido noticiado que as primeiras excursões com visto de grupo tinham chegado a Macau, o Governo negou a informação. O desmentido foi feito por Maria Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção de Serviços de Turismo (DST), em declarações citadas pelo Jornal Ou Mun.

Após três anos da suspensão de vistos para excursões e vistos electrónicos individuais, as autoridades do Interior anunciaram que a partir deste mês passaram a autorizar a vinda de excursões a Macau. Os cidadãos de quatro províncias podem agora, ao abrigo do programa chamado “quatro províncias, uma cidade”, visitar o território.

Todavia, até ontem, não havia informações sobre a chegada de qualquer excursão. Ao jornal Ou Mun, Helena de Senna Fernandes admitiu que o Governo ainda está à espera de ser informado sobre a chegada das primeiras excursões e que a informação sobre esse acontecimento será oportunamente comunicada.

Sobre as excursões noticiadas no domingo, Senna Fernandes admitiu que o Governo está a recolher informações, e admitiu acreditar que se tratam de pessoas que viajaram com visto individual e que depois, já no território, se juntaram em grupos.

Apesar das actuais limitações, a responsável não deixou de se mostrar confiante para o futuro e no aumento dos números do turismo, que também acredita ser impulsionado pelo fim da suspensão da emissão de vistos individuais de turismo.

Também no sentido de aumentar o número de visitantes ao território, Maria Helena de Senna Fernandes destacou a importância da realização dos dois testes em massa à população, durante os quais não foi detectado qualquer infecção por covid-19, e que permite garantir as condições de viagem para turistas e residentes.

 

Criar confiança

Em relação à organização dos eventos Grande Prémio de Macau e do Festival Internacional de Gastronomia, Helena de Senna Fernandes evitou fazer uma estimativa sobre o número de entradas de visitantes.

Na opinião da directora do DST, o mais importante é organizar os eventos de forma bem sucedida para mostrar que Macau é um destino seguro para quem viaja do Interior.

Quanto à realização de mais mega operações de promoção do turismo no outro lado da fronteira, como a Semana de Macau no Interior, o cenário está, por agora, afastado. Nos últimos anos a DST, no sentido de aumentar o número de turistas, promoveu várias iniciativas no Interior.

Ontem, a directora da DST reconheceu que um evento com a dimensão das acções de campanha anteriores deixou de ser apropriado, pelo que a estratégia tem passado por fazer a promoção em centros comerciais.

Outra questão que afasta a realização de mais uma edição da Semana de Macau, é o facto de se registarem vários surtos activos no Interior, que podem afectar a organização de eventos.

8 Nov 2022

Baixa vacinação de idosos justifica política de casos-zero de covid-19

Segunda ronda de testagem em massa não encontrou nenhum caso positivo de covid-19. Macau regressa à “fase de normalização da prevenção da epidemia”, mas autoridades de saúde mantêm aposta na política de zero casos, em parte devido à baixa taxa de vacinação de idosos e pessoas com doenças crónicas

 

 

“Entre as pessoas com mais risco, idosos e pessoas com doenças crónicas, a percentagem de vacinação ainda não é alta, é cerca de 60 por cento. Por isso, apresentam um certo grau de risco e se Macau tiver um surto de grande escala, com muitas pessoas infectadas, isso irá sobrecarregar as instituições médicas. Precisamos persistir nesta medida de zero casos, de forma dinâmica, e continuar a apostar na prevenção.” Foi desta forma que Leong Iek Hou, médica coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infeciosas, reforçou o compromisso de Macau para com a política de zero-casos de covid-19 na conferência de imprensa de sábado.

A responsável abriu porta à alteração das medidas restritivas se “a percentagem de vacinação dos indivíduos-chave aumentar e quando Macau tiver medicamentos” que atenuem os efeitos da infecção. Mas, para já, está afastado o desinvestimento na abordagem tomada até agora, face às taxas de vacinação de grupos vulneráveis, para evitar que um novo surto resulte em mais vítimas mortais.

A aposta na continuidade foi vincada depois da realização da segunda ronda de testes de ácido nucleico a toda a população de Macau.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus referiu que, “foram recolhidas, cumulativamente, mais de 660.000 amostras, todas com resultados negativos”.

Como tal, as autoridades anunciaram que “Macau retomou à fase de normalização da prevenção da epidemia”, mas que será mantida a “atenção à evolução da situação epidémica em Macau e no exterior” e os testes a grupos-chave.

 

O novo normal

Vários organismos públicos anunciaram ontem a reabertura de instalações e retoma de serviços. “Depois de terem servido de postos de teste de ácido nucleico, a partir de hoje, o Pavilhão Polidesportivo Tap Seac, o Centro Desportivo Mong-Há e o Centro Desportivo Olímpico do Instituto do Desporto vão voltar a funcionar”. Assim sendo, regressa o normal funcionamento do sistema de reserva online das instalações desportivas.

Também o Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) vai reiniciar o horário normal de visitas, das 13h às 16h e das 18h às 20h para enfermarias normais, e das 12h às 14h e das 18h às 20h para enfermarias de urgência. Os Serviços de Saúde ressalvam que não aconselhadas visitas de crianças de idade igual ou inferior a 5 anos.

A Direcção dos Serviços Correccionais acompanha a retoma com o serviço de visitas quinzenais a reclusos e jovens internados reaberto a partir de hoje. Ainda assim, “visitantes e advogados que acedam ao Estabelecimento Prisional de Coloane e Instituto de Menores” devem apresentar certificado de teste de ácido nucleico nas últimas 48 horas e certificado negativo de resultado do teste rápido de antigénio no próprio dia”, além da normal medição de temperatura e apresentação de código de saúde.

 

 

 

Corrida à quarentena

O Grande Prémio de Macau já mexe nos hotéis designados para observação médica. No sábado, Lau Fong Chi do departamento de comunicação e relações externas dos Serviços de Turismo (DST) revelou que 50 dos cerca de 60 pilotos e membros das equipas estrangeiras que vão participar no evento desportivo já estão a cumprir quarentena. A responsável garantiu que a DST está em contacto permanente com a organização do Grande Prémio.

 

7 Nov 2022

Julgamento de Jaime Carion e Li Canfeng adiado para 25 de Novembro

A juíza Lou Ieng Ha adiou o início do segundo julgamento mediático do ano, devido à ausência de vários dos 21 arguidos. A acusação incide sobre a actuação em alguns projectos imobiliários, como o Alto de Coloane, Windsor Arch e a Vivenda na Colina da Penha

 

O julgamento do dois ex-directores das Obras Públicas, Jaime Carion e Li Canfeng, e dos empresários Sio Tak Kong, William Kuan e Ng Lap Seng foi adiado para 25 de Novembro às 9h30. A sessão inicial estava agendada para a manhã de sexta-feira, mas devido à falta de comparência de vários dos 21 arguidos foi reagendada.

Na sessão de sexta, compareceram no tribunal Li Canfeng, e os empresários Sio Tak Hong e William Kuan, que se encontram em prisão preventiva. Os empresários Ng Lap Seng, que está em liberdade, também esteve presente, ao contrário de Jaime Carion, que se encontra em parte incerta.

Durante os cerca de 20 minutos que durou a sessão, a juíza Lou Ieng Ha teve tempo de perguntar ao advogado João Miguel Barros, representante de Jaime Carion, se conhecia o paradeiro do seu cliente. A resposta do defensor foi negativa, à imagem de todos os outros defensores com clientes que não compareceram na audiência.

A aguardar julgamento em liberdade, o empresário Ng Lap Seng, representado pelo advogado Leonel Alves, mostrou-se descontraído e declarou aos órgãos de comunicação social em língua chinesa sentir-se confiante no desfecho do caso. As declarações tiveram o apoio do causídico, que também se mostrou bem-disposto.

 

Subornos e construção

Com o início do julgamento, a secretaria do Tribunal Judicial de Base decidiu revelar publicamente alguns dos contornos da acusação daquele que é o segundo julgamento mediático deste ano, a par com o outro processo que tem como principal figura Alvin Chau, promotor de jogo e ex-proprietário da empresa Suncity. Em comum, os dois processos têm Lou Ieng Ha, presidente do colectivo de juízes.

Quanto à acusação, estão em causa os processos de aprovação e construção “dos projectos de construção “Construção do Alto de Coloane”, o “Windsor Arch”, “Lote C8 da Praia Grande”, “Projecto de Construção dos Lotes TN20 & TN24” e ainda a “Vivenda na Colina da Penha”.

Segundo o entendimento do Ministério Público, Jaime Carion e Li Canfeng terão recebido dos empresários subornos para prestarem “auxílio” na aprovação destes projectos. Esse dinheiro terá sido depois utilizado pelos ex-directores das Obras Públicas para a compra de vários imóveis.

 

Colecção de crimes

Li Canfeng está assim acusado de ter cometido um crime de sociedade secreta, em concurso com o crime de associação criminosa, 12 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 10 crimes de branqueamento agravado de capitais, 1 crime de falsificação de documentos e 4 crimes de inexactidão dos elementos.

Por sua vez, Jaime Carion é acusado de um crime de sociedade secreta em concurso de crime de associação criminosa, 5 crimes de corrupção passiva para acto ilícito e 6 crimes agravados de branqueamento de capitais.

Quanto a Sio Tak Hong, o empresário é acusado de um crime de sociedade secreta, em concurso de crime de associação criminosa, dois crimes de corrupção activa, 8 crimes agravados de branqueamento de capitais e 4 crimes de falsificação de documentos.

Já William Kuan é acusado de um crime de sociedade secreta, em concurso de crime de associação criminosa, 3 crimes de corrupção activa e 3 crimes agravados de branqueamento de capitais.

Finalmente, Ng Lap Seng, que anteriormente esteve detido nos Estados Unidos, é acusado de um crime de sociedade secreta, em concurso de crime de associação criminosa, e 4 crimes agravados de branqueamento de capitais.

 

7 Nov 2022

Covid-19 | Leong Iek Hou quer evitar propagação para o Interior

Apesar de não ter sido detectado nenhum caso positivo na última ronda de testes em massa, continua a ser exigido um teste de ácido nucleico realizado em menos de 24 horas para atravessar a fronteira com a China nos dois sentidos. Como surgiram casos em Macau, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública Lei Tak Fai indicou ontem que serão precisas novas negociações com as autoridades do Interior para voltar a aligeirar a restrição.
Também a coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infeciosas, Leong Iek Hou, frisou que quem pretender viajar de barco ou avião para o Interior da China precisa de apresentar um teste de ácido nucleico feito nas últimas 24 horas antes da passagem da fronteira. A explicação prende-se com a necessidade de propagação da pandemia. “Esta medida foi implementada por apareceram casos positivos em Macau e temos de evitar a exportação de casos de Macau para o Interior. Precisamos de aumentar a confiança da China face às pessoas vindas de Macau”, comentou.
A médica indicou ainda que depois de três dias consecutivos de teses rápidos antigénio e uma testagem massiva o risco de surto diminuiu, e que a ronda que hoje começa “é para garantir a segurança”.
Na quarta-feira, foi confirmado que cerca de 5.600 pessoas não participaram no teste em massa, o que levou as autoridades a contactá-las por sms ou chamada telefónica para as avisar de que tinham de ser testadas. Destas, 3810 pessoas ainda não realizaram o teste e arriscam ver o seu código de saúde convertido em vermelho.
O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus alertou que depois da ronda anterior de testes as pessoas que não participaram “serão transportadas pela polícia para submeterem-se aos testes em locais designados, só podendo sair desses locais após a divulgação dos resultados e caso estes sejam negativos”. “Aqueles que se recusem a fazer o teste serão submetidos à observação médica, em locais designados”, foi acrescentado.

Postos e boa saúde
Entretanto, Leong Iek Hou revelou ontem que todas as pessoas infectadas com covid-19 actualmente “estão estáveis”, sem a existência de casos graves, e que os pacientes mais idosos ou portadores de doenças crónicas estão a ser medicados com anti-virais.
Ainda no plano farmacêutico, a médica revelou ontem que os lotes de vacinas para crianças até aos 5 anos “deve chegar ainda este mês”.
Hoje, arranca mais uma ronda de testes em massa, que se realiza entre as 07h e a meia-noite e amanhã entre as 07h e as 18h. Para responder às queixas de escassez de arranjos para pessoas com necessidades especiais, idosos e grávidas, as autoridades indicaram ontem que serão adicionadas filas especiais nos postos Riviera Macau Terminal e Centro de Actividade do Ensino Técnico-Profissional em Seac Pai Van.
Outro caso discutido também ontem, foi o das amostras desaparecidas no Centro de Actividades do Bairro do Hipódromo, posto gerido pela Pureza Medical and Health Technology Limited. Leong Iek Hou revelou que as autoridades de saúde pediram à instituição um relatório sobre o sucedido, tendo as pessoas envolvidas sido contactadas e realizado novos testes, todos com resultado negativo.
A médica afirmou ainda que o contrato de adjudicação para desempenhar o serviço de testagem tem cláusulas que estabelecem responsabilização, mas que a empresa está a analisar todos os procedimentos adoptados até aqui para “optimizar a situação” e providenciar formação aos profissionais.

4 Nov 2022

Air Macau | Inverno e Primavera com mais ligações ao Interior

A Air Macau está a preparar a chegada do Inverno e da Primavera com o reforço dos voos entre 17 destinos no Interior da China e Macau.
A companhia aérea vai reajustar a frequência de voos de acordo com as estimativas de aumento de turistas que escolhem Macau como destino durante a época de viagens Inverno/Primavera, que decorre até 25 de Março de 2023. O número de voos poderá subir acima dos 40 por cento em termos anuais, para um total de 5.723 voos.
As 17 cidades abrangidas pelo plano são Pequim, Xangai, Chengdu, Hangzhou, Nanjing, Changzhou, Nantong, Tsingtao, Ningbo, Wenzhou, Yiwu, Tianjin, Taiyuan, Chongqing, Xiamen, Nanning, e Zhengzhou.
Entre o total de voos previstos, pouco mais de metade são “rotas-chave”, como Pequim, Xangai, Hangzhou e Chengdu.
“A partir deste mês, os residentes do Interior da China podem viajar para Macau usando o visto electrónico. Esta medida irá facilitar muito o requerimento de vistos para Macau e, como tal, representará um forte crescimento ao nível da entrada de turistas”, indicou a companhia em comunicado na língua chinesa, citado pelo portal GGR Asia.

4 Nov 2022

Jogo | MGM China soma prejuízo de 535,5 milhões

A operadora de jogo de Macau MGM China anunciou um prejuízo de 535,5 milhões de dólares de Hong Kong no terceiro trimestre do ano. A revelação foi feita num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong.
Em igual período de 2021, a MGM China tinha apresentado resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações [EBITDA] ajustado positivo de 100,5 milhões de dólares de Hong Kong.
O EBITDA do terceiro trimestre deste ano é pior ainda que o do trimestre anterior, que tinha sido de382,4 milhões de dólares de Hong Kong.
Segundo os analistas DS Kim e Livy Lyu, da JP Morgan Securities (Asia Pacific), os resultados negativos são melhores do que os esperados, mas estão longe de tranquilizar os investidores.
“Apesar do EBITDA ser moderadamente melhor do que o receado, as implicações para as acções e os lucros no terceiro trimestre da MGM [China] são muito limitadas, dado que o ambiente de negócios sombrio, já está bem documentado, e que a administração da empresa não pode avançar dados das negociações [para uma nova licença do jogo] com o Governo”, pode ler-se no relatório da JP Morgan Securities (Asia Pacific), citado pelo portal GGRA Asia.
Os resultados apresentados dizem respeito aos meses de Julho, Agosto e Setembro, ou seja, não têm em conta os meses de Outubro e Novembro, quando o casino MGM Cotai esteve encerrado durante uns dias, devido a um surto.

Copo meio cheio
Na apresentação dos resultados, Bill Hornbuckle, o CEO do grupo MGM Resorts, que controla a MGM China, mostrou-se confiante no futuro: “Em Macau vemos que o mercado começa a mostrar alguns sinais mais positivos. Também acreditamos que estamos bem posicionados para ter a concessão renovada”, afirmou Hornbuckle.
Por sua vez, Hubert Wang, presidente da MGM China, destacou os efeitos positivos esperados para as receitas do jogo com a emissão de vistos electrónicos e ainda da retoma das excursões do Interior. “A longo prazo são medidas muito positivas, sem qualquer dúvida”, destacou Wang.
Contudo, nos próximos meses, o ambiente não deve ser muito diferente do actual, com as receitas em níveis historicamente baixos: “No curto prazo, provavelmente ainda vamos ter de… É um processo gradual de crescimento com algumas flutuações pelo meio, devido à política dinâmica de zero casos de covid-19 que está a ser implementada”, reconheceu.
Apesar das dificuldades sentidas, Hubert Wang destacou estar optimista. “Em Macau, apesar de todos os problemas, no mês de Outubro, tivemos receitas brutas de 3,90 mil milhões de patacas. Por isso, se pensarmos nesse montante de forma anual, acho que podemos ver que é um mercado com potencial a longo prazo”, apontou. “Acho que a longo prazo temos um bom negócio e muito seguro em Macau”, concluiu.

4 Nov 2022

Mais uma ronda de testes em massa com horário reduzido

A partir de amanhã tem início uma nova corrida aos postos de testagem, que vão funcionar com um horário mais reduzido. Na ronda de testes em massa ontem terminada não se registaram casos positivos

 

Chegou ontem ao fim uma ronda de testes em massa, mas o Governo anunciou mais uma nova testagem para toda a população, a ter início na sexta-feira, às 7h, e que se prolonga até às 18h de sábado. Ao contrário do que aconteceu nas situações anteriores, as instalações para testes têm um horário reduzido e não vão estar abertas 24h.

Segundo as informações apresentadas por Leong Iek Hou, na sexta-feira haverá 300 postos de testes que vão funcionar entre as 7h e a meia-

noite. No dia seguinte, o horário é mais reduzido, funcionando apenas entre as 7h e as 18h.

A necessidade de levar a cabo mais uma ronda de testes em massa foi explicada com a preparação “da recuperação económica”. “Podemos dizer que o risco de infecção na comunidade é baixo, mas queremos garantir a segurança e preparar a recuperação económica”, afirmou Leong, chefe da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis. “Com estes testes podemos fazer eventos com grande envergadura”, acrescentou.

Nesta ronda, os bebés nascidos a partir de 4 de Novembro de 2021, estão isentos. Também quem fizer o teste a 5 de Novembro, fica dispensado de realizar o teste em rápido.

Ontem, Leong prometeu também que se todos os resultados forem negativos na nova ronda de testes, não haverá mais, pelo menos até serem registadas mais infecções. Os testados vão receber cinco kits de testes rápidos.

 

Resultados negativos

Em relação à ronda que terminou ontem, o Governo afirmou que todos os resultados foram negativos. No total, foram recolhidas 708.478 amostras negativas, e para Leong Iek Hou a ronda “correu bem”.

A consideração da médica foi feita apesar dos SSM terem sido obrigados a prolongar a duração da ronda de testes em massa, após a corrida aos postos de testagem na segunda-feira, por parte de pessoas que temiam ficar impossibilitadas de trabalhar por ficarem com o código de saúde amarelo ou vermelho.

Durante a conferência de ontem, Leong Iek Hou alertou ainda para os perigos das “encomendas vindas do exterior” por poderem conter covid. Segundo a médica, o vírus é transmissível se estiver nas caixas, por isso, todos têm de utilizar máscara ao lidarem com as encomendas.

 

Zhuhai aponta a Macau

Apesar de não terem sido registadas ocorrências no território, o mesmo não aconteceu no outro lado da fronteira, onde terá sido diagnosticado um caso relacionado com Macau.

Segundo a Comissão Municipal de Zhuhai, uma mulher com 54 anos foi diagnosticada com covid-19, no Edifício Huguanshanse, na Estrada Lanpu, no distrito Qianshan. Este caso foi definido pelas autoridades de saúde do Interior como importado de Macau.

A mulher estava a ser observada há quatro dias e todos os testes anteriores, feitos depois de regressar de Macau, tinham tido um resultado negativo.

Desde segunda-feira que as autoridades de Zhuhai impuseram uma quarentena de três dias em casa, para quem chega de Macau. Além disso, estas pessoas ficam impedidas de apanhar transportes públicos.

 

 

Perdidas 20 amostras

Durante a realização do último teste em massa foram perdidas 20 amostras no Centro de Actividades do Bairro do Hipódromo. A confirmação do incidente foi dada por Leong Iek Hou, chefe da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis. Segundo as explicações da responsável, depois de ter sido verificado o incidente as pessoas em causa foram novamente chamadas aos postos de testagem para que as amostras fossem recolhidas mais uma vez.

 

3 Nov 2022

Surto de “18 de Junho” custou mais mil milhões de patacas à RAEM

O surto de 18 de Junho, que obrigou a população ao confinamento praticamente total, custou 1,08 mil milhões de patacas aos cofres da RAEM. A revelação foi feita pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, na segunda-feira, dia em que foi anunciado mais uma ronda de testes em massa.

A informação sobre como o montante foi gasto é praticamente inexistente e não responde à maioria das perguntas colocadas ao longo das conferências de imprensa, durante os quase três meses de surto.

O Governo evita assim revelar uma das questões mais polémicas, o pagamento ao pessoal médico que veio do Interior para trabalhar nos postos de testagem durante as várias rondas de testes em massa.

O que é possível saber é que o montante de 1,08 mil milhões de patacas serviu para cobrir os custos com as 14 rondas de testes em massa, os testes de ácido nucleico em áreas-alvo e grupos-alvo, a aquisição de conjuntos de teste rápido de antigénios e máscaras KN95, pagar os hotéis de quarentena e ainda o “transporte” e “aquisição de outros materiais e consumíveis anti-epidemia”.

Num comunicado em que as despesas surgem praticamente no final do texto, também não é identificada qualquer empresa ou entidade responsável pelos serviços prestados.

Revisão do plano

A maior parte da nota de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus visa a 9.ª versão do “Plano de Prevenção e Controlo da Pneumonia causada pelo novo tipo de Coronavírus” e a elaboração da 2.ª edição do “Plano de Contingência em resposta à Epidemia de Pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus”.

A revisão destes planos terá sido feita com base “nas opiniões de 15 grupos especializados de trabalho” e dos “diversos sectores da sociedade”. “O Governo da RAEM, com base nos planos de contingência definidos, através dos 15 grupos especializados, continuará a aperfeiçoar e a pormenorizar todos os trabalhos preparativos para a luta contra a epidemia, a ajustar e optimizar, de forma contínua, as diversas medidas de prevenção de acordo com as características das variantes das estirpes e a evolução real da epidemia”, pode ler-se.

3 Nov 2022

Primeiros 10 meses do ano com metade das receitas face a 2021

As receitas da indústria do jogo de Macau atingiram em Outubro o valor mais elevado desde Fevereiro. Ainda assim, caíram 10,7 por cento em termos anuais. Em relação ao mês anterior, Outubro representou um aumento de receitas de 31,6 por cento

 

 

Cumprindo a tradição e aproveitando os “bons ventos” dos feriados da Semana Dourada, o mês de Outubro conseguiu os melhores resultados em termos de receitas do jogo desde Fevereiro passado, que ainda assim caíram 10,7 por cento em comparação com Outubro de 2021. Os dados foram revelados na terça-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), dia que representou para a população de Macau mais um teste em massa, na sequência da detecção de múltiplos casos positivos de covid-19 no território.

No mês passado, os casinos arrecadaram 3,9 mil milhões de patacas, quando no ano passado tinham contabilizado 4,37 mil milhões de patacas, de acordo com os números da DICJ.

Ainda assim, as receitas de Outubro representam um aumento de 31,6 por cento em comparação com o mês anterior, no qual os casinos arrecadaram 2,9 mil milhões de patacas.

Numa nota emitida na terça-feira, os analistas da JP Morgan Securities (Asia Pacific) Ltd realçam que o resultado do mês passado corresponde a uma média diária de 126 milhões de patacas arrecadadas pelos casinos do território. “Este resultado representa apenas 15 por cento dos níveis pré-pandémicos, o que não surpreende tendo em conta as circunstâncias actuais”, concluem os analistas, citados pelo portal GGR Asia.

 

 

Visão alargada

De acordo com aos dados divulgados pela DICJ, os casinos de Macau apuraram entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro desde ano 35,72 mil milhões de patacas, valor global que foi 50,5 por cento inferior ao verificado no mesmo período do ano passado.

Depois de uma autêntica travessia do deserto durante o Verão, todos os sectores da sociedade aguardaram pela Semana Dourada, nos primeiros sete dias de Outubro, com antecipação. Entre 1 e 7 de Outubro deste ano, Macau acolher 182.284 visitantes, uma subida significativa em relação ao ano passado, quando entraram em Macau pouco mais de oito mil pessoas, mas muito longe de quase um milhão de visitantes registados em 2019.

 

 

Com Lusa

3 Nov 2022

Previstos 40 mil visitantes diários com vistos electrónicos

Vários representantes locais da indústria do turismo encaram com bons olhos o retorno da emissão de vistos electrónicos para entrar em Macau, esperando cerca de 40 mil visitantes por dia. Produtos diferenciados e promoção são apontados como os caminhos a seguir

 

 

Apesar de ainda não existirem dados de quantas pessoas entraram em Macau usando vistos electrónicos, que voltaram a ser emitidos na terça-feira, o sector do turismo encara com optimismo os próximos tempos, não obstante as restrições impostas pelo combate à pandemia.

A medida, anunciada na segunda-feira pela Administração de Imigração chinesa, representa a atenção que o Governo Central presta a Macau, conferindo grande confiança às pequenas e médias, indicou ao jornal Ou Mun o presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, Andy Wu. O representante estima que o número de visitantes a entrar em Macau pode subir para cerca de 40 mil por dia.

Na óptica de Andy Wu, o próximo passo será a acção coordenada entre Governo e empresas ligadas ao turismo no reforço da publicidade de Macau enquanto destino apetecível e seguro nas áreas do Interior que vão poder organizar excursões ao território: Xangai e as províncias de Zhejiang, Jiangsu, Fujian e Guangdong.

Por seu turno, o deputado e presidente da Associação das Agências de Turismo de Macau, Cheung Kin Chung, destacou a importância de adequar a oferta de voos à procura dos locais de origem dos turistas, nomeadamente à situação económica dos visitantes, interesses e volume.

Além disso, o deputado sublinhou a importância de elaborar itinerários turísticos que realcem as qualidades únicas de Macau em termos patrimoniais e gastronómicos. Outra das apostas, pode ser a promoção da cultura do automobilismo nos produtos turísticos vendidos no Interior da China, por exemplo, com a inclusão de ingressos para o Grande Prémio de Macau, ou eventos conexos.

 

Estrangeiros, nem vê-los

Pernoitar é essencial. Esta é a ideia defendida por Chang Chak Io, da Associação Económica de Macau, que enfatiza a necessidade de procurar um turismo sustentado com visitantes que pernoitem no território.

O responsável destacou as restrições que continuam a afastar turistas estrangeiros de Macau, assim como as condicionantes económicos que limitam o consumo de visitantes oriundos do Interior da China. O presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma, sugere que o Governo lance medidas de incentivo para os turistas que não se sentem tão à vontade para gastar dinheiro na RAEM. Cupões de consumo e descontos subsidiados são soluções apontados por Frederico Ma para atrair turistas de Xangai, Zhejiang, Jiangsu, Fujian, e Guangdong.

3 Nov 2022

Vistos electrónicos e excursões de regresso

A Administração de Imigração chinesa vai voltar a emitir, a partir de amanhã, vistos electrónicos para entrar em Macau. Também as excursões voltam a ser permitidas. Depois de mais de dois anos de interrupção, a novidade foi recebida pelo Governo da RAEM com entusiasmo e gratidão

 

 

Apesar de Macau estar a lidar com um surto neste momento, foi ontem anunciado pela Administração de Imigração do Interior da China que será hoje retomada a emissão de vistos electrónicos e a autorização para que excursões possam vir a Macau.

Desde o início da pandemia, o Governo Central suspendeu as viagens em grupo e a emissão de vistos para turistas individuais com destino a Macau, para prevenir surtos de covid-19.

O comunicado da autoridade chinesa indica que a retoma dos serviços pretende “conciliar de forma eficiente a prevenção e controlo da pandemia com o desenvolvimento económico e social”.

Porém, pessoas oriundas de áreas de médio e alto risco no Interior vão continuar impedidas de requerer visto electrónico ou participar em visitas de grupo. A Administração de Imigração nacional apelou ainda aos cidadãos chineses para “prestarem atenção à situação pandémica em Macau e no Interior da China, assim como às medidas de gestão, prevenção e controlo da pandemia”. Além disso, é indicado que devem “obedecer rigorosamente às exigências sanitárias e planear racionalmente as viagens de forma a proteger a saúde e segurança”.

 

Agradecimentos comovidos

Recorde-se que as restrições impostas a turistas chineses desde que começou a pandemia, causaram uma queda de mais de 80 por cento no número de turistas em Macau nos dois últimos anos, em comparação com 2019, ano em que a cidade recebeu 40 milhões de visitantes.

Ainda assim, a reacção do Governo local ao levantamento das proibições foi de profunda gratidão. “O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, em nome do Governo da RAEM, expressa os mais sentidos agradecimentos ao Governo Central, e demais ministérios e organismos relevantes, pelo forte apoio dado a Macau”, pode ler-se num comunicado do Gabinete de Comunicação Social.

Ho Iat Seng acrescentou ainda que as medidas anunciadas pela Administração de Imigração nacional vão beneficiar o desenvolvimento da indústria do turismo de Macau e fomentar a recuperação económica.

À semelhança do comunicado de agradecimento pela autorização para ampliar o Aeroporto Internacional de Macau, Ho Iat Seng enalteceu as “valiosas orientações” e o “forte apoio” do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado e do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM.

 

Voz do sector

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) reafirmou que irá cooperar com o sector para facilitar a implementação de medidas de prevenção da pandemia, assim como promover Macau no Interior como um destino seguro, em especial tendo em conta os eventos de preparados para o resto do ano.

O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes acrescenta que “com a implementação gradual de medidas do Governo Central que beneficiam Macau, é esperado o aumento do número de turistas”.

A DST indicou estar a trabalhar na organização de eventos atractivos, no lançamento de campanhas publicitárias e no apoio ao sector para a optimização de produtos turísticos, ao mesmo tempo que coordena com agências do Interior a logística para que tudo esteja pronto para receber excursões.

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau disse também esperar que, a médio prazo, a retoma leve ao aumento substancial do número de turistas. Andy Wu Keng Kuong disse acreditar que os turistas chineses continuam a ver o território como um destino seguro, apesar de a cidade ter detectado oito casos de covid-19 desde quarta-feira.

No domingo, a directora do Departamento de Comunicação e Relações Externas da Direcção de Serviços de Turismo, Lau Fong Chi, garantiu que o recomeço das excursões organizadas não ia ser afectado pelos recentes casos de covid-19.

 

 

Com Lusa

2 Nov 2022

Universidade de Shenzhen vence 928 Challenge

Uma equipa da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, conseguiu o segundo lugar no concurso 928 Challenge, com um projecto de produção de biogás a partir de desperdícios em explorações avícolas

 

A Universidade de Shenzhen, cidade chinesa adjacente a Hong Kong, com um projecto de gerador de oxigénio para aquacultura, venceu a competição “928 Challenge”, em Macau. Ao todo, 16 equipas finalistas, dez das quais chinesas, divididas em duas categorias, universidades e ‘startups’, disputaram a final da segunda edição desta competição sino-lusófona.

No segundo lugar, ficou o projecto de uma equipa da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, de produção de biogás a partir de desperdícios em explorações avícolas.

A terceira posição foi atribuída à Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, cuja equipa apresentou um plano de formação no âmbito da cultura de café em Timor-Leste, sobretudo destinado a mulheres.

Na categoria das ‘startups”, a chinesa OneDrop, com uma aplicação para evitar o desperdício alimentar já em funcionamento, conquistou o primeiro lugar, seguida por mais duas ‘startups’ chinesas: Ecomel Ecological & Technology e Reconnect Environmental Institute.

“Esta segunda edição confirmou o interesse enorme à volta do conceito de plataforma” não só pelos 1.250 participantes e 256 equipas, como também pela “qualidade dos projectos apresentados”, disseram à Lusa os dois co-fundadores e coordenadores do “928 Challenge” José Alves e Marco Rizzolio, ambos da Universidade Cidade de Macau (CityU).

Para José Alves, também director da Faculdade de Gestão da CityU, esta iniciativa permite a transferência de tecnologias chinesas para os países de língua portuguesa, em infra-estruturas, energia, telecomunicações, agricultura, pescas ou alimentação, muito necessárias nestes países, e “muitas das quais existem em Macau, em empresas que se podem organizar e fazer essas transferências”.

“Esperamos que o Governo de Macau e o ambiente empresarial [do território] continue a apoiar esta iniciativa que pode trazer projectos de valor acrescentado para a Área da Grande Baía e para os países de língua portuguesa”, afirmou.

Em 2003, a China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, através do Fórum Macau.

 

Da Grande Baía

A Área da Grande Baía é um projecto de Pequim que visa criar uma metrópole a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong, e nove cidades da província de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com cerca de 70 milhões de habitantes e um produto interno bruto (PIB) a rondar os 1,2 biliões de euros.

Na abertura da cerimónia de atribuição de prémios foi transmitida, em vídeo, uma mensagem do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa português, Mário Campolargo, na qual sublinhou a existência de uma herança comum entre Macau e o bloco lusófono que é preciso explorar mais.

Os dois responsáveis acrescentaram que para o próximo ano vão “repensar o formato” da iniciativa “para aproveitar maior potencial das equipas e projectos”, apostando numa maior divulgação na Grande Baía e no bloco lusófono.

Por outro lado, o desafio vai passar a denominar-se 929: nove cidades da Grande Baía, duas regiões administrativas especiais chinesas (Macau e Hong Kong) e nove países lusófonos, depois da adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e ao Fórum Macau, indicaram.

O concurso tem a organização conjunta do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e de várias universidades de Macau e da Grande Baía e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Os primeiros lugares receberam um prémio de 20 mil patacas, os segundos de 10 mil e os terceiros cinco mil.

31 Out 2022

Hotéis | Ocupação desceu em Setembro para 37,6%

A taxa de ocupação hoteleira em Macau foi de 37,6 por cento em Setembro, menos 11,9 pontos percentuais, em relação a igual mês do ano passado, foi ontem anunciado.
No mês em análise, 440 mil pessoas hospedaram-se nos 37 mil quartos disponíveis nos estabelecimentos hoteleiros do território, ou menos 16,4 por cento em termos anuais, indicou, em comunicado, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).
Também em Setembro, o número de hóspedes oriundos da China (333 mil) caiu 20,3 por cento, enquanto o de locais (80 mil) registou uma subida de 1,2 por cento, acrescentou.
Nos três primeiros trimestres de 2022, a taxa de ocupação média dos quartos dos estabelecimentos hoteleiros da cidade foi de 37,5 por cento, menos 12,9 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período do ano anterior.
O território registou, nestes primeiros nove meses, 3.754.000 hóspedes, o que representou uma diminuição de 25,5 por cento face a igual período do ano passado, referiu a DSEC.
O número de visitantes baixou drasticamente desde o início da pandemia, com Pequim a suspender a emissão de vistos e as viagens em grupo para Macau. No ano passado, o número de visitantes não chegou aos oito milhões, quando em 2019 foi de quase 40 milhões.

28 Out 2022

Covid-19 | Testes de 24 horas à entrada em Macau para não vacinados

Passadas poucas horas do anúncio do caso positivo de covid-19 que colocou Macau em estado de alerta na quarta-feira, teve início uma ronda de testes de ácido nucleico durante três dias consecutivos (que termina hoje ao final do dia).
Até ontem, as autoridades de saúde apenas contabilizaram os testes feitos na quarta-feira. Das amostras recolhidas de 74 pessoas na zona do código vermelho, 38.457 pessoas nas zonas-alvo, 37.669 pessoas nos postos de teste de ácido nucleico regular, todas deram resultado negativo. No total, foram testadas perto de 76.200 pessoas.
“Vamos prolongar o horário nos seis postos disponíveis nas zonas alvo até à meia-noite. Às 09h da manhã de sábado já devemos ter todos os resultados”, afirmou Leong Iek Hou na conferência de imprensa de ontem para actualizar a situação da pandemia. A médica e coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência acrescentou que “se todos permanecerem negativos, isso significa que não vamos ter mais casos na comunidade e que o risco é relativamente baixo”.
A representantes dos Serviços de Saúde destacou a adesão das pessoas aos testes, superando o número de moradores e profissionais que trabalham nas zonas alvo. “Os cidadãos ouviram os apelos do Governo e fizeram o teste de ácido nucleico para afastar risco de propagação”, afirmou.
Em relação à paciente de 66 anos, cuja infecção desencadeou o mecanismo de prevenção, foi ontem revelado que uma análise preliminar apontou para a variante BA.5 da Ómicron. Porém, Leong Iek Hou destacou que será preciso esperar mais dois ou três dias para obter um resultado pormenorizado da sequenciação genética. Outro mistério que permanece no ar é a fonte de contágio, com as autoridades locais a garantirem estar em comunicação com as congéneres de Zhuhai para afinar a investigação epidemiológica.
Leong Iek Hou afastou ainda as suspeitas de que a mulher infectada se dedicaria ao contrabando, uma vez que esta não atravessava a fronteira para Zhuhai com bagagem, nem fazia compras nas imediações das Portas do Cerco.

Um dia de diferença
Como a família da senhora que testou positivo não está vacinada, e atravessa frequentemente a fronteira com Zhuhai, as autoridades decidiram reduzir a validade do teste de ácido nucleico de 48 para 24 horas para quem entra em Macau sem ter recebido qualquer dose de vacinação contra a covid-19.
Leong Iek Hou acrescentou que não são abrangidos pela medida crianças menores de 5 anos de idade e quem apresentar um certificado a comprovar que a pessoa em questão não pode receber vacinação por razões médicas.
Quando questionada se o arranjo fronteiriço não iria contra o compromisso do Governo de não forçar a vacinação, a médica explicou que a constante passagem fronteiriça sem vacinação acarreta riscos para Macau e para o sistema de saúde do território.
Também o código de saúde foi optimizado. Uma das situações que originou erradamente códigos amarelos no passado prende-se com a informação errada da morada da pessoa. Assim sendo, o código de saúde passou a exibir a morada da pessoa, para que possam ser corrigidos eventuais erros.
Para carregar o resultado do teste rápido antigénio, o código de saúde tem um link que evita a repetição de preenchimento de informações (apesar do link anterior permitir a gravação de dados) e que dá para submeter também resultados de familiares.
No que toca ao itinerário da senhora que testou positivo, as autoridades de saúde corrigiram ontem as declarações prestadas na quarta-feira. Afinal, a paciente não apanhou o autocarro da carreira nº 1 no dia 23 de Outubro, razão que levou ao levantamento do acompanhamento a passageiros dessa carreira. Além disso, a visita ao Banco Alimentar da Cáritas Macau, na Ilha Verde, não aconteceu no dia 23 de Outubro, mas no dia seguinte entre as 15h e as 16h.
Por último, foi anunciado que o Governo de Macau estará em negociações com o fornecedor (BioNTech) da vacina bivalente para que a população da RAEM tenha acesso ao fármaco antes do fim do ano. Esta vacina aumenta a protecção para variantes mais recentes do vírus, como a ómicron.

28 Out 2022

Jogadores na selecção só com passaporte de Macau

A Associação de Futebol de Macau afirmou ontem que para jogar pelas selecções de futebol da RAEM, masculina e feminina, os atletas têm de ser portadores de passaporte de Macau, requisito que até agora nunca foi exigido, noticiou ontem a TDM – Rádio Macau.
Em declarações à emissora pública, uma assistente do gabinete do secretário-geral da Associação de Futebol de Macau afirmou que a exigência provém da Confederação Asiática de Futebol. “Estamos a respeitar as normas das organizações sobre a situação dos jogadores. Eles precisam de ter passaporte [da RAEM] para jogar e representar a equipa de Macau”, esclareceu a representante da associação local.
Porém, a regra tem excepções cujos critérios não parecem claros. Um deles é o de Niki Torrão, avançado e capitão da selecção de Macau, que não é detentor do passaporte da RAEM. O jogador, nascido na África do Sul, mudou-se para Macau ainda em criança e tem sido presença assídua na selecção local desde as camadas jovens. Apesar de não ter passaporte local, sem ter a possibilidade de o tirar, a Associação de Futebol de Macau admite que o avançado é um caso de excepção.
“A razão do Niki é interessante. Normalmente, quando vão jogar pela Confederação Asiática de Futebol (AFC na sigla inglesa) precisam de passaporte de Macau, mas o Niki já joga por Macau há muito tempo. Por isso, foi aceite pela AFC e pode continuar”, afirmou a representante da Associação de Futebol de Macau aos microfones da TDM – Rádio Macau.
Com duas décadas de jogos pela selecção local nas pernas, Niki Torrão diz que nunca foi notificado formalmente de problemas com documentação, mas que tinha conhecimento do problema. Porém, em declarações à emissora pública confirma que a situação foi ultrapassada e que o mesmo se passou com outro jogador da selecção, Filipe Duarte.

Questões questionáveis
Niki Torrão afirma ainda conhecer situações de jogadores com passaporte português que nunca chegaram a representar a selecção de Macau.
A futebolista Sofia Basto Silva está nessa situação. Apesar de ser titular da selecção feminina há 7 anos, está, para já, impedida de jogar por não ter passaporte da RAEM.
“No caso dessa jogadora, creio que há dúvidas e já lhe foi explicada a situação e porque razão não pode jogar. Temos de respeitar a decisão e regulamentos. O máximo que podemos fazer é enviar toda a informação possível e deixar que a AFC decida que jogadores podem jogar”, indicou a representante do Associação de Futebol de Macau à TDM – Rádio Macau.
Neste caso, a atleta afirma que também não foi informada formalmente sobre a exigência, mas que lhe disseram que podia treinar com a equipa, apesar de não poder vestir a camisola da selecção em jogos oficiais. Além de estar arredada das competições pela RAEM, Sofia Basto Silva deixa de receber subsídios relativos a treinos, jogos internacionais, estágios fora de Macau e apoios para exames médicos.

28 Out 2022