Mortalidade | Desde 1991 que não se morria tanto em Macau

Não só a taxa de mortalidade subiu para níveis históricos, como também o registo de nascimentos diminuiu para valores apenas verificados em 1985. As causas de morte mais frequentes foram tumores malignos, doenças hipertensivas e pneumonia

 

A taxa de mortalidade, em 2022, foi a maior desde 1991 e a taxa de natalidade a menor desde 1985, de acordo com estatísticas divulgadas na sexta-feira pelo Governo.

No ano passado, registaram-se 3.004 mortes, uma subida de 684 face a 2021. A taxa de mortalidade passou de 3,4 por mil habitantes, em 2021, para 4,4, em 2022, “sendo a mais alta desde 1991”, referiu, em comunicado, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), notando que “o número de óbitos mais elevado se deveu a ‘tumores malignos’ (970)”, seguindo-se “doenças hipertensivas” (332) e de “pneumonia (281)”.

Por outro lado, avançou a DSEC, o número de nascimentos totalizou no ano passado 4.344, ou seja, menos 682 em termos anuais. “A taxa de natalidade situou-se em 6,4 [por mil habitantes], sendo a mais baixa desde 1985. A mediana da idade das mães que deram à luz o primeiro bebé foi de 31 anos, mais 0,9 anos, face a 2021”, acrescentou.

As estatísticas demográficas referentes ao quatro trimestre de 2022 avançam que a população total era composta por 672.800 pessoas no final de Dezembro, ou seja, menos 1,5 por cento (10.400 pessoas) em termos anuais. A quebra deveu-se “principalmente à diminuição do número de trabalhadores não-residentes domiciliados em Macau”, de acordo com o departamento de estatística.

Elas dominam

No que diz respeito aos trabalhadores não-residentes, grupo fortemente afectado pela imposição de restrições antipandémicas no território, estes totalizaram 154.912 no final do ano passado, uma descida de 16.186 em termos anuais.

De realçar ainda que a população feminina representava, em Dezembro de 2022, 53,2 por cento da população total, e a população idosa, com idade igual ou superior a 65 anos, correspondia a 13,3 por cento da população total, mais 1,1 pontos percentuais em termos anuais.

O índice de envelhecimento, a relação entre a população idosa e a população jovem, situou-se, por seu turno, em 94,4 por cento, “tendo aumentado significativamente 10,7 pontos percentuais, em termos anuais” e “reflectindo que a quantidade da população idosa se aproximava cada vez mais da quantidade da população jovem”.

O ano passado viu cair ainda o número de matrimónios, com 2.727 casamentos registados, menos 550 em relação a 2021. Também os divórcios registaram uma redução, com um total de 1.106 separações, menos 209 do que no ano transacto.

20 Mar 2023

Transportes | Air Macau lança novas rotas

A empresa Air Macau anunciou o lançamento de novas rotas internacionais para complementar a principal aposta da companhia, que actualmente passa quase exclusivamente pelos mercados do Interior da China. Segundo um artigo publicado no jornal Ou Mun, a Air Macau vai aumentar as ligações por semana para o Japão, com oito voos, entre os quais quatro para Tóquio e dois para Osaka.

Em relação às ligações para Seul, os voos vão passar dos actuais dois para quatro, a partir de 26 de Março. Para a Tailândia vão ser mantidos os dois voos por semana para o Aeroporto Suvarnabhumi, em Banguecoque, e vão ser acrescentados mais dois voos por semana para o aeroporto Don Mueang, também em Banguecoque.

Após ter deixado as ligações com Singapura a cargo da companhia Scoot, durante quase dois anos, a Air Macau volta agora a apostar nas rotas para a Cidade-Estado, com três voos semanais, que em Abril vão passar a quatro.

Por último, a empresa prometeu aumentar os quatro voos para o Vietname (Hanói e Da Nang), e para Taiwan, neste último caso com 14 ligações, entre Taipé e Kaoshing. A empresa prometeu também continuar a aumentar o número de ligações no futuro.

20 Mar 2023

Cultura | Fundação Oriente assinalou 35 anos na Casa Garden

Fado e música popular brasileira animaram o concerto que assinalou os 35 anos da Fundação Oriente. A delegada cessante Ana Paula Cleto sublinhou a importância das actividades desenvolvidas ao longo dos anos

 

Fado e música popular brasileira preencheram na sexta-feira, no jardim da Casa Garden, o concerto que assinalou os 35 anos da Fundação Oriente, nascida no território no dia 17 de Março 1988. Trinta e cinco anos que “foram importantíssimos para o espaço cultural, educativo, filantrópico e social” no território, sublinhou a delegada cessante Ana Paula Cleto.

“A presença da Fundação, porque nasce aqui e sempre esteve aqui, é importante desde esse momento e continuou a ser”, disse a responsável, lembrando que a instituição é sócio fundador do Instituto Português do Oriente (IPOR), criado em 1989, para promover a língua e cultura portuguesas, e onde mantém “uma presença muito forte”.

“Esteve também no início da Escola Portuguesa de Macau e foi importantíssima para o lançamento da escola”, acrescentou.

O trabalho dos delegados da Fundação é “de continuidade”, disse a responsável, considerando que deixa “projectos por fazer”, uma vez que definiu o plano de actividades para 2023, mas não o “vai concretizar”.

Ao fim de 13 anos, a saída foi “de livre vontade”, numa “decisão que começou a tomar forma há um ano e meio”, para se dedicar a projectos pessoais e familiares: “saio feliz por isso e por aquilo que fiz”, afirmou.

Tempo de mudanças

Com a nomeação de Catarina Cottinelli, que assume o cargo no próximo mês, a Fundação Oriente quer dar, em Macau, “continuidade ao plano de actividades culturais, educativas e sociais e da promoção da língua e da cultura portuguesas, tanto através de iniciativas próprias, como por via de parcerias com entidades locais ou da concessão de subsídios”, de acordo com um comunicado da instituição.

A Fundação Oriente tem sede em Lisboa e, além de Macau, delegações em Goa e em Timor-Leste. Desenvolve acções culturais, educativas, artísticas, científicas, sociais e filantrópicas, com vista à valorização e à continuidade das relações históricas e culturais entre Portugal e o Oriente.

Em Macau, está instalada na Casa Garden, um edifício classificado adquirido à administração portuguesa no final dos anos de 1980, de acordo com o ‘site’ da Fundação.

A Casa Garden é um dos mais notáveis exemplares do património arquitectónico macaense de raiz europeia. A edificação remonta à segunda metade do século XVIII, tendo sido inicialmente propriedade de uma família da aristocracia portuguesa.

20 Mar 2023

Portugal | Monjardino pede garantias a Ho Iat Seng

Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente (FO), disse à TDM Rádio Macau esperar que o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, assegure a continuação das garantias que a comunidade portuguesa sempre teve em Macau.

Por ocasião da visita de Ho Iat Seng ao país, que se realiza em meados de Abril, Monjardino defendeu que continuem a ser asseguradas “algumas garantias em relação aos portugueses que ainda aí estão para que não percam as condições que foram sempre as deles em Macau” e para que seja garantida “a protecção dos interesses dos portugueses em Macau”.

20 Mar 2023

Visita | Último Governador português regressa a Macau

Vasco Rocha Vieira, último Governador português de Macau, estará de visita ao território no próximo fim-de-semana. Segundo a TDM – Rádio Macau, a visita acontece devido à atribuição do doutoramento honoris causa pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Estão, assim, programados encontros entre Rocha Vieira e as autoridades locais, com Alexandre Leitão, novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, e os representantes da comunidade portuguesa.

Espera-se ainda que Rocha Vieira visite a Zona de Cooperação de Macau e Guangdong em Hengqin. O doutoramento honoris causa, na área da Ciência e Tecnologia, foi atribuído pela instituição de ensino superior a Rocha Vieira em Abril do ano passado numa cerimónia online, que serviu também para celebrar os 22 anos da universidade privada, no dia 25 de Março.

20 Mar 2023

Herança | Mulher mente e é acusada de falsificação

O Tribunal de Segunda Instância (TSI) manteve a acusação de falsificação de documento de especial valor decretada pelo Tribunal Judicial de Base (TJB) a uma mulher que mentiu sobre a herança do marido falecido, ocultando da documentação uma filha do defunto com outra mulher e mantido apenas os nomes dos dois filhos em conjunto.

O homem faleceu a 22 de Agosto de 2018 e era titular de quotas indivisas diferentes do direito de propriedade de três bens imóveis em Macau. Antes de morrer, deixou à acusada uma carta onde confessou ter tido uma filha fora do casamento, sendo que esta filha e a mãe compareceram no funeral e na cerimónia de cremação dos restos mortais, pelo que o TSI entendeu que a acusada conhecia as duas mulheres e sabia da situação, mantendo a sentença.

16 Mar 2023

APOMAC | Novo cônsul visita instalações

Alexandre Leitão, novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, visitou ontem a sede da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), tendo “realçado o trabalho da APOMAC” e referido que a cooperação entre a APOMAC e o Governo deve manter-se. Se necessário, essa ligação “deve estreitar-se ainda mais a bem dos interesses dos portugueses residentes em Macau”.

Do lado da APOMAC, os seus dirigentes, nomeadamente Jorge Fão e Francisco Manhão, apontaram que a associação “não se encontra em desafogo financeiro, mas tem procurado e conseguido ultrapassar os problemas de toda a natureza”.

Os dirigentes acrescentaram também que “o apoio manifestado pelo Governo após o handover foi inquestionável e decisivo para a existência de uma estrutura que pudesse, ainda hoje, dar cobertura e apoio a uma classe aposentado e sénior residente em Macau, proporcionando a todos um espaço de lazer e de restauração”.

16 Mar 2023

Consulado | Funcionários de Macau aderem a greve de três semanas

Os funcionários do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong vão participar na greve de três semanas marcada para de 3 a 24 de Abril pelo Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Em causa, está o silêncio do Governo português após as negociações de Dezembro

 

O Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE) vai voltar a organizar uma greve geral de três semanas para os trabalhadores dos postos consulares, missões diplomáticas e centros culturais do Camões – Instituto de Cooperação e da Língua, à qual não vão faltar os trabalhadores do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, confirmou o HM junto do sindicato.

A greve, que acontece entre os dias 3 e 24 de Abril, deve-se ao facto de nada ter avançado, desde as últimas negociações entre as partes, em matéria de baixos salários, falta de condições de trabalho e regalias laborais.

Numa nota de imprensa divulgada esta quarta-feira, o sindicato adianta que “após ter assumido compromissos e iniciado a negociação das tabelas salariais em 5 de Dezembro passado, o governo deixou o STCDE sem respostas desde 31 de Janeiro, o que contradiz o discurso público de diálogo e de concertação”.

Assim, ao longo destes três meses, “com a excepção da portadoria do Brasil, nenhum dos textos negociados e consensualizados”, como o novo mecanismo de correção cambial que consagra as perdas acumuladas e tabelas remuneratórias para os trabalhadores do Camões no estrangeiro, foi publicado, aponta o sindicato, referindo que “não é aceitável”.

“Mesmo sabendo que o processo negocial não se esgota num mês, dada a sua complexidade que se prende com o número de tabelas salariais em discussão, não é admissível o Governo não dar resposta durante mais de seis semanas, deixando os trabalhadores no estrangeiro numa situação de precariedade agravada”, acrescenta a mesma nota.

“Uma surpresa”

O sindicato entende ainda que este “bloqueio no processo negocial é uma surpresa, já que existe acordo relativamente à esmagadora maioria dos países”. “Todas as restantes questões, como por exemplo a regularização das situações de ausência de protecção social, foram remetidas para uma fase posterior, como se a protecção social fosse negociável e o Estado não tivesse a obrigação de cumprir o que exige de todos”, lê-se ainda.

Além da greve, está a ser pensada uma manifestação em frente ao edifício do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, em defesa dos “trabalhadores ‘invisíveis’ da Administração Pública portuguesa no estrangeiro”. O sindicato lamenta ainda “os constrangimentos causados às comunidades portuguesas no estrangeiro, no período pascal, mas o diálogo mostrou os seus limites, face à ausência de resposta do Governo”.

Recorde-se que o sindicato chegou a organizar uma greve a ter início a 5 de Dezembro passado, mas a mesma acabou por ser desconvocada devido ao início do diálogo com as autoridades portuguesas. Numa entrevista ao HM, Rosa Ribeiro, secretária-geral do sindicato, lamentou que os funcionários consulares de Macau sofram ainda com a agravante da desvalorização cambial.

“Os trabalhadores do Consulado estão sujeitos a uma grande pressão e os salários estão sem revalorização há muitos anos. Há um empobrecimento constante, além de que em Macau há trabalhadores que não têm protecção social nem vão ter direito a reforma relativamente a todos os anos de prestação de funções. Essa é uma situação absolutamente inadmissível e, infelizmente, Macau é um posto fora da zona Euro e sofre com as questões da degradação cambial.”

16 Mar 2023

Alfândega | Apreendidas 2.716 embalagens de massa de calafetar

Os Serviços de Alfândega (SA) anunciaram ter apreendido 2.716 embalagens de massa de calafetar contrafeita, na Zona Norte da cidade, num edifício industrial. A informação foi divulgada ontem, e a apreensão foi realizada em duas lojas de venda de produtos de construção.

Além dos materiais apreendidos, com um valor estimado em 230 mil patacas, foram detidos dois trabalhadores não residentes, que faziam “biscates”, a pedido dos clientes das duas lojas.

Segundo os SA, os produtos contrafeitos foram descobertos depois de terem sido recebidas várias queixas. As embalagens do produto falsificado eram produzidas com um custo de 35 a 37 patacas. No entanto, na altura da venda apresentavam-se como sendo o produto original, que tem um valor de mercado de cerca de 70 renminbis por embalagem.

Os SA consideram o produto falsificado muito semelhante ao original, embora este apenas se encontre à venda no Interior.

Quanto aos detidos, ambos têm 28 anos e estão indiciados por infracções ao regime jurídico da propriedade industrial. De acordo com os SA, caso seja condenados, os dois homens arriscam-se a cumprir até 6 meses de prisão ou uma multa que pode ir de 30 a 90 dias.

16 Mar 2023

Tung Sing Tong | Despejo de loja centenária leva a intervenção policial

A execução de um despejo causou confusão na Avenida do Almirante Lacerda, obrigando a intervenção policial. Os dois terrenos em disputa levaram a uma batalha judiciária ganha pela influente Associação de Beneficência Tung Sin Tong, presidida por Chui Sai Peng. No final do dia, uma idosa foi encaminhada para o Ministério Público acusada de desobediência

Foto: Macau News Agency

 

A confusão instalou-se na Avenida Almirante Lacerda na quarta-feira durante uma acção de despejo na sequência de uma ordem judicial que obrigou à chamada ao local de um largo contingente policial.

Nas redes sociais e na comunicação social foram partilhadas fotografias que mostravam agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) a escoltar pelo braço uma senhora idosa. As autoridades emitiram na quarta-feira à noite um comunicado afirmando que uma pessoa foi levada ao Ministério Público por, alegadamente, impedir a execução de uma ordem judicial.

No dia em que foi arrastada para fora do imóvel, Iong Lao Cheng deixou clara a sua mágoa. “A serração tem passado de geração em geração, está na posse da minha família há mais de um século. Trabalho aqui desde os 15 anos e aqui morrerei”, afirmou citada pelo All About Macau.

Porém, explicam que às 10h de quarta-feira foi enviado um contingente do CPSP, a pedido do Tribunal de Última Instância, para executar uma acção de despejo que culminou uma batalha judicial entre a Agência Comercial Lee Seng Tiu Kei e a Tung Sin Tong. “Uma pessoa recusou acatar as ordens judiciais e após repetida insistência dos agentes policiais, foi levada ao Comissariado n.º 1 da Praia Grande da Polícia de Segurança Pública, assim como duas outras pessoas, para acompanhamento”. As autoridades salientam que durante a operação não se registaram feridos e que a senhora foi encaminhada para o Ministério Público, acusada de desobediência.

Com barbas

As cenas de quarta-feira marcaram o final de uma história que remonta à primeira metade do século passado.
A Agência Comercial Lee Seng Tiu Ke, uma empresa familiar que se dedica à serração e comércio de madeiras, ocupava dois terrenos na Avenida Almirante Lacerda com cerca de 1.600 metros quadrados. Em 1948, a Associação de Beneficência Tung Sin Tong terá comprado os dois lotes, passando a família que geria a loja a pagar uma renda à associação, situação que se manteve durante quase seis décadas.

Em 2007, a associação notificou a família para abandonar as fracções, abrindo o caminho para uma acção judicial que culminou em 2014 com uma decisão do Tribunal de Última Instância onde se negam os argumentos da família e é dada razão à associação.

A Associação de Beneficência Tung Sin Tong é presidida por Chui Sai Peng e conta nos seus corpos dirigentes com personalidades conhecidas como Lao Ngai Leong chefe da delegação da RAEM na última sessão da Assembleia Popular Nacional, Ma Iao Iao, filho do histórico empresário Ma Man-kei, o deputado Chui Sai Cheong e Lino Ho Weng Cheong (um dos fundadores da Câmara de Comércio Europeia de Macau e empresário de construção).

A Associação de Beneficência Tung Sin Tong é uma instituição de caridade tradicional, com uma longa história de filantropia em Macau, múltiplas vezes reconhecida com distinções oficiais como os prémios Lótus de Ouro, entregues pelo Governo.

16 Mar 2023

Hengqin | Trinta residentes queixam-se de casas sem canalização

Um grupo de 30 residentes de Macau apresentou queixa às autoridades Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin na sequência da compra de fracções num prédio na Ilha da Montanha que, alegadamente, não corresponde à planta e condições de habitabilidade previstas no contrato de compra e venda dos imóveis.

Segundo o jornal Ou Mun, os queixosos apresentaram uma reclamação à Direcção dos Serviços de Planeamento Urbanístico e Construção de Hengqin, depois de não receberem resposta por parte da empresa de construção, argumentando, por exemplo, que os apartamentos do tipo duplex não estão apetrechados com canalização de água.

Face à situação, os compradores recusaram tomar posse das fracções e assinar a escritura do registo de aquisição de imóvel.

Esta queixa é recorrente em consumidores que compram imóveis em Hengqin que ainda estão em construção, e que na altura da entrega das fracções se deparam com um imóvel impróprio para habitação, ou seja, sem condições para montar uma cozinha ou casa de banho.

A dirigente da Associação Geral das Mulheres de Macau e vogal do Conselho dos Consumidores Ao Sio Peng recordou que o Governo tem alertado repetidamente a população para prestar mais atenção aos detalhes da transacção. A responsável vincou que as queixas mais frequentes dizem respeito a problemas de qualidade de materiais, à compra de imóveis que afinal se destinavam para fins comerciais ou à entrega tardia de fracções.

16 Mar 2023

Funcionário do ID investigado por facturas falsas

Um trabalhador do Instituto do Desporto (ID) está a ser investigado pela prática dos crimes de falsificação de documento e de burla que envolvem 13 mil patacas. O caso foi revelado ontem pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), e relaciona-se com a compra de materiais para o serviço público e a apresentação de facturas com um valor mais elevado do que o realmente pago.

A investigação do CCAC começou após terem sido apresentadas várias denúncias contra o funcionário que não é identificado. Porém, o organismo não aponta a data da primeira queixa, nem a altura em que começou a investigar a situação.

No comunicado emitido ontem, é indicado que após as investigações verificou-se que “aquando da aquisição de materiais para o seu serviço”, o trabalhador “violou várias vezes as normas internas por ter adquirido os respectivos materiais numa plataforma de compras online do Interior”.

Além de proceder a uma forma de aquisição que violava as normas internas, no momento de apresentar as facturas o valor estava inflacionado: “O referido trabalhador é suspeito de ter apresentado, junto do seu serviço, várias facturas falsificadas com conteúdo e valor falsos no sentido de obter o respectivo reembolso, conseguindo assim, de forma fraudulenta, um total de mais de 4 mil patacas”, foi revelado.

Tudo se vende

Outra das formas com que o trabalhador alegadamente aumentava o seu rendimento, passava pela revenda das peças descartadas pelo Instituto do Desporto.

“O CCAC descobriu ainda que o mesmo trabalhador é também suspeito de não ter cumprido as instruções superiores relativas ao descarte dos ares-condicionados abatidos, tendo transportado as peças dos respectivos ares-condicionados para uma loja de ferragens com o objectivo de proceder à sua venda, obtendo assim um lucro no valor de mais de 7 mil patacas”, foi descrito.

O trabalhador também não informou o serviço da venda: “Aquele trabalhador também não participou a referida venda ao seu superior, sendo considerado suspeito de ter violado os deveres de isenção e obediência previstos no Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau”, foi explicado.

De acordo com a moldura do código penal, o crime de falsificação de documento prevê uma pena de prisão que pode chegar aos 3 anos de prisão. No caso da burla, as penas dependem dos valores, porém se for tido em conta o montante de 4 mil patacas, a pena máxima deve ficar-se também pelos 3 anos de prisão.

O CCAC informou ainda ter informado o ID para efeitos de “acompanhamento”, que deve resultar na instauração de um processo disciplinar interno.

16 Mar 2023

Economia | “Carnaval de Consumo” gerou 1,6 mil milhões de patacas

A iniciativa “Carnaval de Consumo de Macau 2022” gerou um consumo adicional de 1,6 mil milhões de patacas, tendo reunido 23 mil estabelecimentos comerciais do território. Ontem, no edifício da Associação Comercial de Macau, decorreu a cerimónia de encerramento do evento e o grande sorteio final.

Organizado pelo Governo, este evento visa fomentar o consumo por parte dos residentes no contexto da pandemia através da distribuição de cupões electrónicos nos estabelecimentos comerciais aderentes. Foram atribuídos cupões electrónicos no valor total de 100 milhões de patacas.

Depois de mais de quatro meses do evento, acumularam-se mais de 21 milhões de transacções qualificadas para o grande sorteio final, cujos prémios incluem dinheiro, refeições e alojamento num valor superior a três milhões de patacas, oferecidos pela Associação Comercial de Macau e “vários patrocinadores”. A lista de 78 vencedores será conhecida hoje.

Tai Kin Ip, director da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, disse que o “Carnaval de Consumo” estimulou “o desejo de consumo dos residentes e impulsionou o ambiente de consumo local”, tendo reforçado “a confiança na operação sustentável de todos os sectores”. Graças à distribuição dos cupões “foi acelerada a promoção do ciclo de consumo da comunidade, o que ajudou na recuperação económica”.

16 Mar 2023

Covid-19 | Insegurança e hábito explicam uso de máscaras por jovens

Comportamento de grupo, inadequação, insegurança e hábito são factores determinantes para que uma vasta maioria dos jovens de Macau continue a usar máscara, apesar das orientações do Governo que determinaram o alívio do uso. Um académico da UPM aponta receio e falta de autoconfiança como razões para a insistência

 

No dia 26 de Fevereiro, o Governo declarou que, “em circunstâncias normais, não é obrigatório o uso de máscara para todas as pessoas em espaços ao ar livre”. Apesar de não haver na altura qualquer obrigação legal que determinasse a obrigação do uso de máscaras ao ar livre, nem regime sancionatório (excepto durante o período do surto pandémico do Verão passado), a máscara continua a ser uma constante nos rostos de quem percorre as ruas de Macau.

A Associação de Beneficência Sin Meng fez um inquérito a alunos do ensino secundário para tentar perceber as razões para o elevado uso de máscaras entre os mais jovens, num vídeo partilhado nas redes sociais.
Um aluno da Escola São Paulo testemunha o uso generalizado na escola que frequenta e a razão que o leva a não prescindir da protecção facial.

“Basicamente, toda a gente na escola usa máscara”, revela. Apesar do alívio de quase todas as restrições, o estudante confessa que a ideia de destapar o rosto é desconfortável. “Depois de tanto tempo a usar a máscara, não me sinto bem a deixar de usar assim de repente. Preciso de tempo para me adaptar”, acrescenta.

Um colega do mesmo estabelecimento de ensino indica que o receio é o motivo pelo qual não prescinde da máscara. “Vou continuar a usar a máscara até a pandemia acabar completamente em todo o Mundo. Acho que só aí me vou sentir seguro para prescindir da máscara”, afirmou.

Um aluno do Colégio Yuet Wah explica que o uso da protecção se prende mais por uma questão de prática rotineira. “A maioria dos meus colegas de turma continuam a usar. Eu uso também, mas ando muitas vezes com a máscara no queixo. Continuo a usar por motivos de higiene, o hábito também é outra razão para o fazer”, explicou.

Sem rosto

O coordenador do curso de licenciatura em Serviço Social da Universidade Politécnica da Macau Dicky Lai Wai Leung encara o fenómeno como o resultado de uma equação com variantes tão diversas como embaraço, insegurança e desprendimento emocional.

“Se calhar é uma questão de autoconfiança de falta de afirmação. Os jovens podem sentir-se inibidos a voltar a expor a cara em público”, descodifica o académico doutorado em filosofia pela Universidade de Hong Kong.

Além da falta segurança e do receio de infecção, Dicky Lai Wai Leung aponta possíveis razões afectivas para os jovens continuarem a tapar a cara. “Quando não se usavam máscaras, durante a comunicação interpessoal, expunham reacções emocionais através de expressões faciais. O uso da máscara pode ser uma forma de esconder as emoções dos outros”, explica o docente da UPM.

Apesar de tudo, o académico defende que a insistência em usar máscara não deve ser estigmatizada. “Não devemos tratar o assunto como um problema, as orientações do Governo para se deixar de usar máscara ainda são recentes. Se tratarmos o uso prolongado de máscaras como um comportamento errado, em vez de corrigirmos algo podem estar a provocar o efeito oposto. É um hábito de autoprotecção e isso não é uma coisa má.”

16 Mar 2023

Covid-19 | Rondas de máscaras e testes continuam. Novos picos esperados

O alívio de medidas contra a covid-19 não significa que a pandemia passou, indicou ontem Alvis Lo. O director dos Serviços de Saúde alerta para a hipótese de reinfecções com novas variantes e garante prontidão para novos picos pandémicos. A taxa de infecção actual deve rondar 0,5 por cento da população

 

Actualmente, um em cada 200 testes à covid-19 feitos em Macau dão positivo, o que significa que, pelo menos, 0,5 por cento da população está infectada, revelou ontem o director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, à margem de uma reunião de comissão permanente da Assembleia Legislativa. O responsável adiantou ainda que nesta altura quase ninguém declara infecções de covid-19 na plataforma online criada para o efeito.

Apesar dos diminutos índices de infecção, que podem também resultar da baixa testagem, Alvis Lo salienta que o alívio das medidas de combate não significa que a pandemia tenha terminado. Depois da infecção generalizada da população de Macau, entre Dezembro e Janeiro, com uma elevada taxa de propagação, o director dos SS alerta para o declínio imunológico passados entre três a seis meses da infecção. “As pessoas podem também ser reinfectadas com novas variantes do coronavírus. Estimamos que no futuro se registem ocasionais picos de infecção pandémica”, alerta o responsável.

Protecção devida

Para fazer face ao inevitável retorno da pandemia, Alvis Lo voltou a apelar à vacinação, referindo que actualmente apenas 57 por cento da população foi inoculada com três doses da vacina contra a covid-19, número que caiu ainda mais considerando a quarta dose.

“Apesar dos cíclicos picos infecciosos poderem não ser de uma dimensão tão grande como no passado, ainda subsistem riscos e apelamos ao público para não baixar a guarda e tomar as terceiras e quartas doses da vacina para reforçarem as suas defesas”, solicitou o responsável.

Alvis Lo garantiu também que o Governo vai continuar a lançar novas rondas dos programas de fornecimento testes rápidos de antigénio e máscaras, apesar da procura ter baixado nos últimos tempos, e assegurar que as reservas de fármacos e materiais de prevenção e tratamento são suficientes para lidar com um novo surto pandémico.

16 Mar 2023

Oncologia | Tumores ginecológicos afectam mulheres mais jovens

Os cancros ginecológicos estão a afectar cada vez mulheres mais novas. O alerta foi deixado por Yao Shixian, médico do Departamento de Ginecologia Oncológica do Hospital Kiang Wu, que apelou à população feminina para realizar exames regularmente.

O apelo foi feito na segunda-feira, durante o Encontro de Ginecologia Oncológica do Hospital Kiang Wu 2023, que reuniu em Macau médicos locais, de Hong Kong e do Interior. Ao avaliar as tendências deste tipo de cancro que afecta o sistema reprodutor feminino, Yao reconheceu que as pacientes são cada vez mais jovens. Porém, indicou ainda que os tumores tendem a ser detectados em fases preliminares, o que contribui para uma maior taxa de sucesso no tratamento das doenças.

Ainda assim, Yao Shixian deixou o aviso que no caso de as jovens detectarem um fluxo anormal de sangue no sistema reprodutor devem deslocar-se a uma unidade hospitalar o mais depressa possível para serem examinadas.

Por sua vez, Chan Tai Ip, vice-director do Hospital Kiang Wu, vincou que o problema dos tumores ginecológicos não são apenas um drama para a paciente, mas que também afectam toda a família ao terem impacto na “harmonia familiar” e poderem impedir a função reprodutora.

Mesmo sem apresentado dados, de acordo com a informação citada pelo jornal Va Kio, Chan indicou ainda que nos últimos anos, apesar de ter havido um aumento do número de pacientes com tumores ginecológicos, os resultados dos tratamentos são cada vez mais assinaláveis.

14 Mar 2023

Homicídio | Homem confessa crime e diz que se sentiu humilhado por prostituta

Depois de quase um ano a vaguear nas ruas de Macau e a dormir nos jardins, um residente de Hong Kong confessou ter morto uma prostituta local com golpes na cabeça que provocaram uma fractura de 15 centímetros

 

Um comentário durante uma relação sexual levou o homem de Hong Kong a matar a prostituta local que foi encontrada sem vida no domingo, na Pensão Residencial Florida, situado perto da Avenida Almeida Ribeiro. A confissão terá sido feita à Polícia Judiciária pelo suspeito de 45 anos, que se encontra detido desde segunda-feira.

Os contornos do mais recente homicídio do território foram dados a conhecer ontem, depois de na segunda-feira a PJ ter realizado uma reconstrução do crime com o detido, que foi exibido em algumas zonas da cidade, com a cabeça coberta por um saco preto.

Segundo a PJ, o homem está em Macau desde Março do ano passado e declarou ser sem-abrigo, dormindo em vários jardins públicos. O indivíduo de 45 anos terá ainda dito às autoridades não ter qualquer emprego.

O encontro entre o alegado homicida e a prostituta de 45 anos terá sido agendado através das redes sociais. O quarto de hotel onde aconteceu o crime estava arrendado desde Fevereiro pela vítima, que se dedicava à prostituição.

Um comentário a mais

De acordo com a PJ, o sujeito confessou a prática do crime e justificou que se sentiu zangado com um comentário feito pela prostituta durante o acto sexual, o que fez com que a matasse. A polícia não revelou o conteúdo do comentário.

No entanto, os investigadores consideram haver indícios para acreditar que, ao contrário da confissão do suspeito, o crime terá sido premeditado e tem como justificação outros motivos. Esta teoria tem como suporte, de acordo com a informação revelada à comunicação social, o facto de o homem ter entrado no quarto com uma mala, roubado o telemóvel da prostituta, ter limpo o quarto e levado consigo os materiais utilizados no crime.

A informação sobre a “arma do crime” não foi revelada, mas a PJ acredita, com base nos resultados da autópsia, que é um objecto “muito duro” e que terá utilizado para atingir várias vezes o crânio da vítima, até lhe causar uma fractura de 15 centímetros.

Quando as autoridades chegaram ao local do crime encontraram a vítima na casa-de-banho. Porém, tendo em conta o sangue nas paredes, que apresentavam sinais de terem sido limpas, acredita-se que o crime tenha acontecido no quarto.

Às voltas pela cidade

Com recurso às imagens de videovigilância, as autoridades determinaram que o encontro que resultou na morte da mulher durou cerca de 30 minutos. Após esse período o homem foi filmado a deixar a pensão com a mala que trazia à entrada, mas também com uma almofada, que é uma das principais provas do crime.

Após sair do hotel, o indivíduo andou às voltas pela cidade, tendo entrado e saído de nove edifícios, onde foi deixando alguns dos objectos que tinha trazido do quarto. Horas mais tarde, o suspeito acabaria por ser interceptado num centro de actividades do NAPE, onde estava a utilizar um dos computadores.

O relatório médico do indivíduo afasta a existência de doenças mentais, que possam prejudicar uma eventual condenação. O alegado criminoso foi encaminhado ontem para o Ministério Público e está indiciado da prática de homicídio qualificado, que acarreta uma pena de prisão entre os 15 e os 25 anos de prisão, e também do crime de roubo, que implica uma pena de 10 a 20 anos de prisão, quando resulta na morte da vítima.

14 Mar 2023

Haitong Bank | Sucursal em Macau “importante” nos lucros

O Haitong Bank anunciou ontem que, no ano passado, triplicou os lucros, que atingiram os 11,2 milhões de euros. O banco sublinhou que a sucursal de Macau e o escritório de representação em Paris, aberto recentemente, registaram “uma contribuição importante” para a criação de novos negócios. Em comunicado, o Haitong Bank – antigo Banco Espírito Santo Investimento – revelou que o resultado líquido conseguido, tendo em conta os 3,6 milhões alcançados em 2021, confirma “a consistência de resultados positivos no difícil período de 2020-2022”.

Depois de um primeiro semestre de 2022 “marcado pela incerteza”, a actividade do Banco registou uma recuperação durante o segundo semestre, “com a contribuição das áreas de Fixed Income e M&A, resultante do ressurgimento da actividade de renda fixa no Brasil e do aumento da actividade com clientes chineses”, explica.

O Produto Bancário Total alcançou os 74 milhões de euros, o que representou uma queda homóloga de 17 por cento face aos 89 milhões de euros de 2021.

Os custos operativos subiram para 61 milhões de euros, refere o Haitong Bank, acrescentando que “o estrito controlo” dos custos permitiu que o banco alcançasse um resultado operacional de 13 milhões de euros em 2022, apesar da descida da receita líquida.

O activo total cresceu 24 por cento, para 3,4 mil milhões de euros e a carteira de crédito aumentou 24 por cento face a Dezembro de 2021, atingindo 772 milhões de euros. Na nota de divulgação de resultados, o Haitong Bank referiu ainda que tomou medidas adicionais para diversificar as suas fontes de financiamento, aumentando a maturidade do passivo e reduzindo o seu custo.

14 Mar 2023

Casinos | Pandemia ensinou a cortar custos e a impulsionar lucros

Entre 2024 e 2025, a indústria do jogo de Macau pode ultrapassar os lucros a que estava habituada a contabilizar antes da covid-19. A conclusão é dos analistas da JP Morgan, que argumentam que durante os três anos de pandemia os casinos “aprenderam” a cortar nas despesas, nomeadamente no volume de quartos de hotel, e a manter uma operação mais racional ao nível dos custos

 

Quando Macau se preparava para abdicar das rígidas restrições impostas pela política de zero casos de covid-19, muito se falou sobre as lições retiradas de três anos de pandemia. Na indústria do jogo de Macau, esses três anos parecem ter trazido alguns ensinamentos, pelo menos de acordo com o diagnóstico dos analistas da JP Morgan Securities (Asia Pacific) Ltd.

Numa nota divulgada ontem, os especialistas argumentam que as operadoras de jogo devem conseguir manter os custos operacionais 10 por cento abaixo dos registados antes da pandemia, mesmo após a recuperação total da indústria, com base nas lições aprendidas nos últimos três anos, ajudando a impulsionar os lucros.

Um corte de 10 por cento nos custos de operação, em relação a 2019, “pode não parecer um grande montante à primeira vista, mas é muito significativo tendo em consideração a capacidade do sector, podendo chegar a 20 por cento, ou mais, em 2024 com base no número de quartos de hotel disponíveis no mercado”, estimam os analistas, citados pelo portal GGR Asia.

Aliada a uma gestão operacional mais light, a JP Morgan sublinha a “óbvia alteração no peso do EBITDA (lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) gerado pelo sector de massas, que deverá ser quatro vezes maior que o gerado pelo jogo VIP”. Assim sendo, as poupanças a nível operacional devem ajudar a catapultar os lucros. “Isso dá-nos a confiança para estimar a recuperação do EBITDA para níveis entre 100 e 110 por cento em 2024/2025 face ao registo de 2019, mesmo sem o contributo do jogo VIP”, perspectivam os analistas.

Quartos crescentes

A JP Morgan espera que o sector aumente este ano o número de quartos disponíveis em cerca de 5 por cento, com a Galaxy Entertainment Group Ltd a acrescentar 450 quartos ao mercado, a Melco Resorts and Entertainment Ltd cerca de 650, e SJM Holdings Ltd 319.

Mesmo os novos resorts que foram crescendo no Cotai durante a dormência imposta pela pandemia à indústria turística devem abrir progressivamente, de forma faseada. Por exemplo, a Galaxy irá abrir a 3.ª fase do complexo no Cotai, que inclui uma unidade hoteleira da Raffles, de forma faseada a partir do segundo trimestre do ano.

14 Mar 2023

Homicídio | PJ anunciou detenção de um residente de Hong Kong

Horas depois da detenção, o homem foi levado para o local do crime para ser feita uma “reconstrução” do ocorrido. Durante o procedimento, anunciado horas antes pela Polícia Judiciária, a cara do homem esteve sempre coberta com um saco preto

 

Um homem de Hong Kong foi detido e é o principal suspeito de ter morto a mulher encontrada sem vida, no domingo, na Pensão Residencial Florida. O anúncio foi feito ontem pela Polícia Judiciária (PJ), horas antes das autoridades se terem deslocado ao local do crime, com o homem, para fazer uma reconstrução dos trágicos acontecimentos.

Segundo Chong Kam Leong, chefe da Divisão de Informática Forense, a detenção foi feita dez horas depois do alegado homicídio ter acontecido no ZAPE.

Horas depois da detenção, a PJ levou o homem ao local do alegado crime, perto da Avenida Almeida Ribeiro, para fazer uma reconstrução, altamente coreografada, do ocorrido. Durante todo o tempo em que esteve a ser exibido aos órgãos de comunicação social e aos transeuntes interessados, a cabeça do homem esteve coberta por um saco preto com dois buracos para os olhos.

Apesar do espectáculo mediático da tarde de ontem, a PJ não revelou qualquer informação adicional sobre o crime, mas prometeu que os pormenores seriam revelados na manhã de hoje, através de uma conferência de imprensa.

O indivíduo foi ainda levado para a zona da Rotunda Carlos da Maia, onde as autoridades acreditam que tenha estado no domingo, antes de alegadamente ter cometido o crime.

Alegada prostituta

A notícia do homicídio da residente local de 46 anos foi revelada no domingo, depois do corpo ter sido encontrado pelas 10h50, num quarto da Pensão Residencial Florida, junto da Avenida Almeida Ribeiro.

Ontem, o jornal em língua chinesa Macau Today relatou, de acordo com fontes não identificadas, que a residente morta trabalhava como prostituta.

Quando foi encontrado, o corpo da mulher apresentava vários ferimentos na cabeça, pelo que o caso foi imediatamente classificado como homicídio. Por esse motivo, as equipas de investigação deslocaram-se ao local onde estiveram a recolher vários tipos de provas, como almofadas, tolhas, robes, malas e lençóis.

Por sua vez, o corpo da vítima foi recolhido da Pensão Residencial Florida e levado para ser autopsiado por volta das 17h20.

14 Mar 2023

Habitação | Entre Dezembro e Janeiro empréstimos caíram 52,3%

Os novos empréstimos hipotecários aprovados em Janeiro pelos bancos de Macau atingiram 1,44 mil milhões de patacas, valor que representa um decréscimo 52,3 por cento em relação ao mês anterior.

Como é habitual, os empréstimos contraídos por residentes representaram a vasta maioria, 96 por cento do total, apesar do valor total do montante emprestado ter caído 47 por cento para 1,39 mil milhões de patacas. Segundo os dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) a componente não-residente decresceu também 58,43 milhões de patacas.

O caso muda de figura quando analisado trimestralmente. Durante o período entre Novembro e Janeiro, o número médio mensal de novos empréstimos hipotecários para a habitação atingiu 1,95 mil milhões de patacas, registo que marca um aumento de 8,5 por cento em comparação com o período anterior (entre Outubro e Dezembro).

Também nos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias a AMCM dá conta de uma descida mensal de 37,7 por cento, com os bancos a aprovaram em Janeiro empréstimos num montante total de 976,44 milhões de patacas.

Olhando para o registo trimestral, entre Novembro de 2022 e Janeiro de 2023, o número médio mensal dos novos empréstimos comerciais aprovados atingiu 1,31 mil milhões de patacas, correspondendo a uma descida de 61,5 por cento, em comparação com o período anterior (Outubro a Dezembro de 2022).

14 Mar 2023

Turismo | Pedidos incentivos para visitantes de Hong Kong

Dois dirigentes de associações do sector turístico sugeriram medidas para atrair turistas internacionais e de Hong Kong. Paul Wong vê com bons olhos a extensão das ofertas de viagens de autocarro e ferry para visitantes de Hong Kong. Andy Wu considera que o visto para turistas internacionais que visitem Macau devia permitir a entrada em Hengqin

 

Desde que foram levantadas as restrições fronteiriças impostas pela política de zero casos de covid-19, o número de turistas que escolhe Macau como destino fez lembrar os tempos áureos antes da pandemia. Porém, representantes do sector querem medidas que atraiam turistas que pernoitem em Macau e visitantes internacionais.

O presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, considera que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) deve apresentar novas ofertas dirigidas para o mercado de Hong Kong, e prolongar a campanha de oferta de viagens de ferry entre as duas regiões administrativas especiais.

Recorde-se que a medida prevê que os turistas vindos de Hong Kong, que permaneçam em Macau pelo menos uma noite, só pagam uma viagem até ao final deste mês. Paul Wong gostaria de ver a medida prolongada, uma vez que a sua eficácia está comprovada pelo aumento dos visitantes da região vizinha e do tempo que passam em Macau.

O representante acrescenta que Macau deve aproveitar o aumento de turistas internacionais que visitam Hong Kong, e possibilitar que usufruam dos mesmos incentivos de viagens grátis para Macau.

Petisco na Montanha

Por sua vez, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, considera que a RAEM poderia ser mais atractiva para turistas internacionais se estes pudessem também entrar em Hengqin. Para tal ser possível, o dirigente associativo sugeriu a criação de um visto especial que permita a entrada na Ilha da Montanha a estrangeiros, durante o tempo de estadia em Macau.

Na óptica de Andy Wu, a medida devia permitir múltiplas entradas e saídas entre Macau e Hengqin durante o tempo da visita, seja para turismo ou negócios, de forma a promover o aumento da duração das estadias em Macau de turistas internacionais.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o dirigente associativo destacou a complementaridade em termos de ofertas turísticas entre Macau e Hengqin, oportunidades que deveriam ser exploradas pelas seis concessionárias de jogo para desenvolver as ofertas não-jogo e atrair visitantes do Japão e Coreia do Sul.

14 Mar 2023

DSEC | Comércio por grosso e retalho com mais trabalhadores

A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelou que no quarto trimestre de 2022 o número de trabalhadores na área do comercio por grosso e retalho aumentou 4,5 por cento, face ao mesmo período de 2021. Só no sector do retalho o número de trabalhadores totalizou 41.017 trabalhadores, mais 4,1 por cento face ao período homólogo de 2021.

Pelo contrário, os salários destes trabalhadores foram, em média, 13.740 patacas, uma quebra de 1,7 por cento em termos anuais. Na área da segurança registaram-se 12.974 trabalhadores, que representa uma quebra de 0,4 por cento, com a remuneração média a ser de 12.880 patacas, menos 5,2 por cento. Nesta área, o número de vagas disponíveis foi de 1.111, menos 59 em termos anuais.

Em contraste, o número de vagas na área do comércio por grosso e retalho foi 2.632, ou seja, mais 796 em termos anuais. Para 86,9 por cento das vagas para seguranças foi exigido o equivalente ao ensino secundário geral ou inferior, bem como para 65,3 por cento das vagas na área do comércio por grosso.

14 Mar 2023

TUI | Dados falsos para concorrer a habitação social é crime

O Tribunal de Última Instância (TUI) entendeu que prestar falsas declarações nos boletins de candidatura a habitação social constitui um crime de falsificação de documentos.

A decisão consta num acórdão de jurisprudência tornado ontem público e que surge depois de diferentes leituras da lei entre o Tribunal de Segunda Instância (TSI) e o Ministério Público (MP), relativamente a um caso de 2021 em que um residente que prestou falsas declarações foi absolvido da prática de qualquer crime pelo Tribunal Judicial de Base (TJB).

Coube ao MP interpor recurso para o TUI da decisão do TSI, alegando que as decisões “estavam em oposição relativamente à mesma questão de direito e no domínio da mesma legislação”. O TSI havia considerado que o boletim de candidatura à habitação social não é “um documento no sentido jurídico penalmente relevante” no âmbito do Código Penal em vigor, pelo que “a falsidade dessa declaração não preenche aquele tipo legal de crime de falsificação de documento”. Assim, o TSI decidiu manter a decisão do TJB. Já o TUI, decidiu no sentido oposto e considerou a prestação de falsas declarações como crime.

13 Mar 2023