DSAL | Plano de formação subsidiada com menos candidatos

Há cada vez menos candidatos aos cursos de formação subsidiada da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. Os dados mostram que, na primeira metade deste ano, o número de candidatos para o plano de formação subsidiada para o aumento de capacidades técnicas diminuiu 52 por cento

 

O posicionamento dos residentes em relação ao mercado de trabalho parece estar a mudar, ou pelo menos, em relação aos programas de formação profissional subsidiados pelo Governo. Segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), em resposta a interpelação escrita do deputado Lei Chan U, o primeiro semestre deste ano registou menos candidatos para os planos de formação subsidiada orientada para a empregabilidade e aumento de capacidades técnicas em comparação com o segundo semestre de 2022.

Assim, nos primeiros seis meses de 2023, houve 2600 candidatos ao subsídio para a melhoria de capacidades técnicas, uma quebra de 52 por cento, enquanto para o apoio financeiro destinado à empregabilidade registou 6900 candidaturas, menos 18 por cento. A DSAL aponta ainda que mais de 20.900 pessoas receberam subsídios do Governo ao abrigo destes planos, num montante aproximado de 124 milhões de patacas.

Wong Chi Hong, director da DSAL, considera que a evolução decrescente se deve à recuperação gradual da economia desde a reabertura de fronteiras. O responsável vincou que o organismo que dirige vai “acompanhar de perto a evolução do mercado de trabalho e avaliar a aplicação” do plano de formação subsidiada, mantendo “uma estreita ligação” com os sectores económicos e suas necessidades.

A ideia é continuar a “ajudar os residentes com necessidades de emprego, para que possam melhorar competências e aumentar a competitividade laboral através da formação profissional”.

Será adequado?

O responsável máximo da DSAL assegurou que será feito um inquérito aos beneficiários do apoio para “aperfeiçoar de forma contínua o programa, ajustando o conteúdo dos cursos em função das necessidades do desenvolvimento económico e social e das exigências das indústrias”.

Na sua interpelação, o deputado questionou, precisamente, a evolução em termos de candidaturas para estes programas de formação subsidiada desde a “flexibilização das medidas de prevenção da pandemia”. Lei Chan U quis ainda saber se foi realizado algum questionário sobre “a adequabilidade dos conteúdos dos cursos aos postos de trabalho dos residentes que participaram nas formações”, bem como a adaptação à política “1+4”, criada pelo Governo para diversificar a economia.

“Tendo em conta a melhoria progressiva da situação do emprego, quando vai a Administração rever e a avaliar os programas em causa?”, questionou o deputado.

28 Jul 2023

Deputados acreditam que novo hospital das Ilhas vai ter preços mais caros

Alguns deputados da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) acreditam que o Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital vai praticar preços mais elevados do que as outras instituições de saúde locais. A informação consta do parecer da comissão que terminou ontem a discussão do diploma.

Apesar de ter sido construído com fundos públicos, o hospital vai ter a liberdade para praticar os preços que entender, quando seja considerado que está a prestar “cuidados de saúde privados”.

Segundo as explicações do Governo à comissão, consideram-se “cuidados privados” todas as situações em que os residentes se apresentem no novo hospital, sem terem sido encaminhados pelos Serviços de Saúde. Nessas situações, até as pessoas que normalmente têm serviços gratuitos vão ter de pagar.

No entanto, quando o hospital é utilizado por utentes enviados pelos Serviços de Saúde, aplicam-se as taxas normais, que podem ser gratuitas ou a preços mais reduzidos.

Face a este modelo, o parecer aponta que alguns deputados, não identificados, argumentaram que os preços vão ser mais caros do que os actualmente praticados. Os representantes do Governo, de acordo com o parecer, não negaram o cenário, e insistiram que o Centro Médico vai ter a liberdade para definir os preços. Os mesmos terão ainda reconhecido que não haverá preços abaixo daqueles que se encontram no mercado, e que os cidadãos podem adquirir um seguro de saúde para fazer face às despesas médicas.

Votação na segunda-feira

A proposta de lei será votada na especialidade na próxima segunda-feira em sessão plenária na AL. Na agenda constam ainda votações sobre o regime jurídico do sistema financeiro, legislação relativa às técnicas de procriação medicamente assistida e a alteração à lei de base dos Serviços de Polícia Unitários. Será ainda analisado pelos deputados o projecto de simples deliberação do plenário sobre a segunda alteração orçamental da AL para este ano.

26 Jul 2023

Saúde | Zheng Anting quer sincronia médica entre Macau e Hengqin

O deputado ligado à comunidade de Jiangmen espera que hospitais e clínicas possam marcar consultas transfronteiriças, para satisfazer as necessidades de residentes que circulam diariamente entre as duas zonas. Além disso, critica a inconveniência de repetir exames médicos dos dois lados da fronteira

 

O deputado Zheng Anting apelou às autoridades para que tomem medidas para implementar o reconhecimento mútuo dos processos médicos entre instituições de saúde de Macau e de Hengqin. Numa opinião partilhada no jornal Exmoo, o representante da comunidade de Jiangmen considera que ainda há muito para fazer no campo da saúde de forma a tornar mais fácil a vida dos residentes que se deslocam entre Macau e a Zona de Cooperação Aprofundada todos os dias.

Um dos aspectos em que considera ser necessário melhorar é o reconhecimento mútuo dos processos médicos. Segundo as explicações do legislador, actualmente os residentes têm de repetir no Interior os exames médicos feitos em Macau, e vice-versa, porque as instituições não reconhecem os resultados.

A repetição dos exames é considerada excessiva e redundante, não só devido à necessidade de pagar duas vezes pelo mesmo exame, a maior parte das vezes com resultados iguais, mas também pelo tempo perdido antes do tratamento.
Para responder ao problema, Zheng Anting propõe o reconhecimento entre instituições, assim como a possibilidade de os processos clínicos serem transferidos entre Macau e o Interior, para as instituições terem acesso ao historial clínico dos pacientes.

O deputado de Jiangmen recordou mesmo que o Programa Piloto eHR (Electronic Health Record), que permite a partilha dos processos entre o Centro Hospitalar Conde de São Januário e o Hospital Kiang Wu, foi lançado há oito anos, mas que desde então não teve mais desenvolvimentos.

Marcação de consultas

Por outro lado, o deputado defendeu a criação de um mecanismo que permita a marcação de consultas em Macau, a partir das instituições médicas de Guangdong e vice-versa.

Segundo o legislador, se fosse possível realizar marcações transfronteiriças de consultas, os serviços seriam muito mais convenientes para os residentes que vivem entre as duas regiões. Para implementar este sistema, o deputado defendeu a criação de um programa piloto na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin.

Zheng Anting espera assim que o Governo acelere a articulação do sistema e dos serviços de saúde entre a Ilha da Montanha e Macau, destacando que é o assunto mais importante para os residentes locais e também um factor para medir as metas do desenvolvimento da Grande Baía.

26 Jul 2023

Encontro | Brasil e Macau querem reforçar cooperação tecnológica

Ho Iat Seng recebeu o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Guilherme Coutinho Calheiros. A cooperação na área da saúde foi um dos principais pontos da agenda

 

O Chefe do Executivo espera reforçar a cooperação com o Brasil na área da tecnologia a pensar no desenvolvimento da indústria de saúde, e em especial a nível dos equipamentos médicos. O desejo foi deixado num encontro entre Ho Iat Seng e o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Guilherme Coutinho Calheiros.

O encontro decorreu na terça-feira e, de acordo com a versão do Governo local, Ho Iat Seng destacou as relações “boas e históricas” entre as duas partes e apontou a área da saúde como uma das vias para o reforço da cooperação.

Neste sentido, o Chefe do Executivo afirmou que “como o Brasil possui avançadas técnicas de investigação em equipamentos médicos”, será natural o reforço da cooperação “na área de big health”. O líder do Governo local adiantou ainda que a RAEM está pronta para este passo ao indicar que “os quatro laboratórios de referência do Estado criados em Macau aumentam a capacidade de investigação científica de Macau”.

Por outro lado, o Chefe do Executivo apontou que vai “continuar a apoiar as empresas do Interior da China a expandir no mercado lusófono” assim como “ajudar os países de língua portuguesa a entrar, em conjunto, no grande mercado do Interior da China”. Esta foi uma promessa deixada no âmbito do compromisso de que Macau vai “desempenhar da melhor forma o seu papel de Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

Ho Iat Seng também afirmou que Macau “tem a língua como vantagem”, pelo que “servirá, como sempre, de ponte na promoção da cooperação amigável, a longo prazo, entre a China e o Brasil”.

Potencial de cooperação

Por sua vez, Guilherme Calheiros considerou o potencial de cooperação “enorme” e referiu que o “Brasil visa fortalecer a investigação na área da inovação científica, bem como a cooperação na área da medicina com Macau”.

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia terá também sublinhado que o Brasil procura “fortalecer a investigação na área da inovação científica, bem como a cooperação na área da medicina”, além de outras áreas que domina, como a aeronáutica e astronáutica.

Guilherme Calheiros elogiou igualmente o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa por considerar ser “uma plataforma vital de cooperação internacional que alcança resultados de sucesso” e que promove “a cooperação diversificada nas áreas de intercâmbio económico e comercial, bem como a formação de quadros qualificados”.

O secretário do Governo do Brasil prometeu ainda todo o apoio na realização da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, que deverá acontecer este ano.

26 Jul 2023

Urbanista Chan Chio I defende estudo de impacto ambiental em Hac Sá

A urbanista Chan Chio I considera que o Governo deve rever o actual regime de avaliação do impacto ambiental em Macau. A posição foi defendida depois de o Governo ter avançado com a proposta de construção do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, sem que se conheça qualquer estudo sobre o impacto das obras e das construções numa zona verde.

Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, durante o programa Fórum Macau, Chan afirmou que o projecto de construção na área de 10 hectares está a levantar muitas dúvidas, porque não foram apresentados dados sobre o impacto do projecto no ambiente.

A urbanista, que também é membro do Conselho do Planeamento Urbanístico e da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, justificou que a lei actual não exige o estudo sobre o impacto ambiental durante a elaboração do projecto, apenas no momento anterior às obras. Segundo Chan, este procedimento está a ser seguido pelo Governo, mas precisa de ser revisto.

Para a urbanista, como há cada vez mais consciência ambiental, os estudos deviam ser feitos com a concepção do projecto, de forma a evitar futuras polémicas. “Como a sociedade tem cada vez mais consciência ambiental, a avaliação do impacto ambiental deve ser iniciada mais cedo, ou seja, os efeitos para o ambiente e para o trânsito devem ser analisados antes de serem propostos projectos,” defendeu.

Evitar risco ambiental

Em relação às futuras obras, com custo estimado em 1,4 mil milhões de patacas, Chan Chio I reconheceu que actualmente não há um plano de pormenor em Coloane e que o Plano Director de Macau define aquele local como uma zona ecológica de lazer. Por isso, a urbanista pediu ao Governo para revelar mais detalhes sobre o mapa de desenvolvimento da ecologia do local.

Face ao risco de Hac Sá se tornar cada vez mais um local para turistas e menos para residentes, a urbanista sugeriu ao Governo que apresente planos para controlar o fluxo de visitantes depois da inauguração do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, com vista a evitar grandes multidões.

O Fórum da Ou Mun Tin Ton também contou com a participação do presidente da Associação para o Estudo da Ecologia de Macau, Leong Kun Fong, que defendeu que a construção e utilização do terreno não podem causar mais prejuízos ambientais naquela zona.

26 Jul 2023

Salário mínimo | Associação de condomínios pede cautela

Perante a intenção do Governo de aumentar o salário mínimo para um valor entre 34 e 36 patacas por hora, quando actualmente está nas 32 patacas por hora, a Associação de Administração de Propriedades de Macau pede moderação e defende que a medida pode colocar em risco várias empresas.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Lui Tit Leung, vice-presidente executivo da Associação de Administração de Propriedades de Macau, traçou um cenário difícil em que o aumento salarial pode contribuir para o encerramento de várias empresas de pequena dimensão.

Lui Tit Leung levantou também dúvidas sobre o impacto da medida junto dos residentes, porque diz que actualmente 90 por cento dos empregados destas empresas são trabalhadores não-residentes. Porém, o vice-presidente justificou que os locais não vão beneficiar com o aumento, porque os trabalhadores com idade superior a 60 anos recebem sete mil a oito mil patacas por mês neste sector, enquanto alguns funcionários, com idades entre os 40 e 50 anos recebem entre oito mil a nove mil patacas por mês.

Segundo o dirigente associativo, apenas os trabalhadores não-residentes e menos de dez por cento dos trabalhadores locais tendem a receber o salário mínimo.

A Associação de Administração de Propriedades de Macau considera assim que as garantias dos trabalhadores locais são suficientes, pelo que não se justifica a medida de aumento salarial.

Lui Tit Leung revelou ainda que todos os anos as empresas fazem um orçamento para a gestão do condomínio, que tem de ser aprovado pelos administradores dos prédios. No entanto, com os custos do aumento salarial, a associação teme que as propostas sejam recusadas e que as despesas adicionais sejam assumidas pelas empresas de administração predial.

26 Jul 2023

UM | Ho Iat Seng aposta em deputados de confiança para órgãos dirigentes

O Chefe do Executivo promoveu Kou Kam Fai a vice-presidente do Conselho da Universidade de Macau e nomeou Ip Sio Kai para a Assembleia Geral da instituição. No pólo oposto, Susana Chou e o Bispo Stephen Lee ficaram de fora da Assembleia Geral

 

A promoção de Kou Kam Fai a vice-presidente do Conselho da Universidade de Macau e a escolha de Ip Sio Kai para membro da Assembleia da Universidade de Macau são algumas das alterações feitas pelo Chefe do Executivo, nos órgãos da instituição de ensino superior. As novidades foram reveladas ontem, no Boletim Oficial, e produzem efeitos para os próximos três anos.

No que diz respeito ao Conselho da UM, o órgão colegial máximo da instituição, destaca-se a promoção de Kou Kam Fai a vice-presidente. O também director da Escola Pui Ching já fazia parte do órgão desde 2020, mas agora assume uma posição cimeira. Kou é um dos homens da confiança de Ho Iat Seng e em 2021 também foi nomeado deputado pelo actual Chefe do Executivo.

O conselho vai continuar a ser presidido pelo empresário da construção civil Peter Lam, que também dirige empresa de capitais públicos Macau Renovação Urbana. No entanto, destacam-se as entradas de Eddie Wong Yue Kau, arquitecto e ex-membro do Conselho Executivo e Charles Li Xiaojia, banqueiro nascido em Pequim com passagens por instituições como Merrill Lynch, JP Morgan Chase ou a Hong Kong Exchanges and Clearing Limited, empresa responsável pela Bolsa da região vizinha. Também Aglaia Kong Chio Fai, académica especializada em tecnologia e start-ups, passa a integrar o conselho da UM.

No pólo oposto, saem Tong Chi Kin, ex-deputado e ex-membro do Conselho Executivo ligado aos Operários de Macau, Lei Pui Lam, ex-membro do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, e António Chui Yuk Lum, empresário e ex-chefe do gabinete da campanha eleitoral de Ho Iat Seng.

Anabela Ritchie, António José de Freitas, Frederico Ma Chi Ngai, José Chui Sai Peng, Dominic Sio Chi Wai e Vong Hin Fai são alguns dos nomes que vão permanecer nos cargos mais três anos.

Susana Chou e Stephen Lee fora

Na Assembleia Geral da UM, órgão consultivo, também houve alterações, com as saídas de Susana Chou, empresária e ex-presidente da Assembleia Legislativa e Stephen Lee Bun Sang, actual Bispo de Macau.

As partidas foram colmatadas com a entradas de Ip Sio Kai, deputado eleito pela via indirecta pelo sector comercial e que preside à Associação de Bancos de Macau, além de ser administrador do Banco Tai Fung e vice-director-geral da Sucursal de Macau do Banco da China. Outra entrada foi de Carlos Ho, presidente do Banco Tai Fung.

Apesar das mudanças para os próximos três anos, membros como Maria Edith da Silva, Jorge Neto Valente, Alexandre Ma Iao Lai, Kou Hoi In, Stanley Au, Chui Sai Cheong, Paulo Tsé ou Chan Hong mantém-se na Assembleia da Universidade de Macau.

Em conjunto, o Conselho da Universidade de Macau e a Assembleia Geral da Universidade de Macau passam a integrar seis deputados: Kou Hoi In, Chui Sai Cheong, Ip Sio Kai, Kou Kam Fai, Chui Sai Peng e Vong Hin Fai.

26 Jul 2023

Trânsito | Ella Lei pede combate intenso a infracções de peões

Além de se mostrar preocupada com turistas que tiram fotografias no meio da estrada, a deputada da FAOM alerta o Governo para o problema dos semáforos com tempos demasiado curtos para os peões atravessarem

 

Ella Lei exige ao Governo medidas para garantir que os peões respeitam as regras do trânsito e não atravessam as passadeiras quando está sinal vermelho. A posição é tomada através de uma interpelação escrita, depois de recentemente terem sido reveladas as estatísticas com o número de acidentes e infracções cometidas por peões.

Até Maio, a polícia relatou um total de 177 acidentes de trânsito relacionados com peões e um aumento de 43 por cento dos casos de travessia fora da passadeira, num total de 735 ocorrências.

No entanto, Ella Lei acredita que o cenário ainda pode piorar: “Com a recuperação da economia, o aumento do número de turistas e a diversificação dos roteiros turísticos, o trânsito está cada vez mais intenso, pelo que a segurança de todos merece atenção”, começa por indicar a deputada. “É preciso reconhecer que alguns turistas não estão familiarizados com as regras de trânsito de Macau, e que se enganam na altura de olharem para o trânsito e perceberem de que sentido vêm os carros”, acrescentou.

A legisladora da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) criticou também o que considera ser o comportamento menos correcto dos turistas, que tiram fotografias no meio da rua. “Além de os peões atravessarem as estradas fora das passadeiras e a ignorarem os semáforos, também temos quem tire fotografias no meio da estrada, um comportamento propício a causar acidentes”, vincou. “A sociedade espera que as autoridades adoptem as medidas necessárias e reforcem as campanhas de promoção, educação sobre as leis locais e que garantam a segurança rodoviária”, atirou.

E soluções?

Neste sentido, Ella Lei quer saber “como as autoridades vão proteger a segurança dos condutores e peões através de campanhas de sensibilização” e “executar a lei”.

Além de pedir medidas com punições para os infractores, a deputada aponta também para a necessidade de introduzir melhorias nos passeios, travessias de estrada para os peões e até paragens de autocarros. “Quais são os planos das autoridades para melhorar os passeios e passadeiras? Há um plano geral para lidar com os passeios apertados nas ruas mais antigas?”, questionou.

Por último, a deputada da FAOM destaca que existem passadeiras em que os semáforos ficam verde para os peões durante um período de tempo demasiado curto, o que prejudica principalmente os mais velhos. Por isso, Ella Lei espera que as autoridades tenham em conta as pessoas com dificuldades motoras ou outras limitações físicas, que não permitem caminhar tão depressa, e que crie maiores condições de segurança ao aumentar o tempo para os peões atravessarem as estradas.

25 Jul 2023

Estátua Kun Iam | Associações tradicionais elogiam recuo do Governo

A mudança de posição das associações tradicionais ficou consolidada, com um novo apoio à suspensão da construção estátua de Kun Iam. Apesar de a imagem das associações junto da população ficar mais fragilizada, este aspecto tem pouca relevância no seu papel actual, considera o analista Larry So

 

Após o anúncio do cancelamento da construção da Estátua de Kun Iam na Barragem de Hac Sá, várias associações tradicionais voltaram a elogiar a decisão do Governo. As declarações consolidam a posição mais recente, que representa igualmente um recuo, uma vez que após a apresentação do projecto as mesmas associações elogiaram a iniciativa.

Após o apoio e as críticas iniciais da Associação dos Moradores terem ficado a cargo de Chan Ka Leong, um dos presidentes da associação, ontem foi a vez da também presidente Ng Sio Lai reagir.

Segundo a versão de Ng Sio Lai, “desde o início que os Moradores apresentaram diferentes opiniões sobre o projecto”, e por essa razão a associação “propôs a paragem da construção da estátua”.

Num texto publicado no jornal Ou Mun, em que nunca é mencionado o apoio inicial, Ng Sio Lai sublinha que “concorda com a decisão do Governo em suspender um projecto socialmente controverso”.

No lado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), a reacção ficou a cargo de Leong Sun Iok, um dos dois deputados da associação eleitos pela via directa, que também se dividiu entre as duas posições contraditórias, apoiando a iniciativa em primeiro lugar, e criticando depois da reacção popular.

Segundo as declarações prestadas ao Jornal do Cidadão, Leong afirma agora estar “feliz” por ver as autoridades “darem um bom exemplo e ouvirem as opiniões da comunidade”. Para o legislador, o recuo mostra também que “o Governo atribui uma grande importância às opiniões dos residentes”.

Ainda assim, ambos os representantes das associações concordam com a construção do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, que vai ter um custo estimado de 1,4 mil milhões de patacas. No entanto, Ng e Leong destacam a importância das instalações “para que os cidadãos possam fazer diversas actividades”, salientando a necessidade de controlar e fiscalizar os gastos.

Imagem atingida

Para o analista político Larry So, a posição errática das associações é uma consequência do papel que cumprem no sistema político actual e que contrasta com as funções de representação do grosso da população.

“As associações tradicionais têm um posicionamento muito forte no sentido de elogiar todas as propostas do Governo. Quando o Governo faz uma proposta, elas defendem essa decisão”, explicou o analista, em declarações ao HM. “Estas associações afastaram-se do papel de representação das grandes camadas da população […] São associações que estão num patamar superior, não tocam no chão, estão acima da maior parte da população”, reiterou.

Seguindo esta linha de pensamento, as associações assumem um papel diferente, de prestação de serviços, com base nos subsídios do orçamento da RAEM: “Estas associações, num certo sentido, recebem subsídios do Governo para prestarem alguns serviços, desviando-se assim das funções que assumiam há cerca de 40 anos. Actualmente, representam o status quo”, fundamentou o analista. “Para manterem o status quo apoiam, sem pensar verdadeiramente nos assuntos, as acções do Governo”, vincou.

As “novas” funções das associações tradicionais fazem com que a imagem junto da população seja afectada, no entanto, esta não é uma preocupação. E nesta análise geral, o episódio da Estátua de Kun Iam e a perda de face é uma consequência do novo normal. “A postura destas associações acaba sempre por prejudicar a sua reputação junto da população. E este caso faz com que as pessoas confiem ainda menos nelas”, admitiu Larry So. “Mas temos de perceber que têm um posicionamento pró-Governo, vão elogiar todas as decisões independentemente das opções tomadas, porque deixaram de ter o papel de representação das vontades dos cidadãos, como acontecia no passado”, concluiu.

25 Jul 2023

IAS | Organizada base de dados para língua gestual

O Instituto de Acção Social (IAS) está a desenvolver uma base de dados com os léxicos da língua gestual a fim de levar a cabo “uma padronização” da mesma, além de estar prevista a implementação de um plano de acção que irá incluir uma plataforma de base de dados lexical da língua portuguesa de acesso gratuito para os residentes de Macau.

Na resposta de Hon Wai, presidente do IAS, à interpelação escrita do deputado Ngan Iek Hang, lê-se ainda que a entidade irá, “juntamente com as instituições de pesquisa e associações das pessoas com deficiência auditiva, concretizar em Macau o plano de desenvolvimento, a fim de poder impulsionar o trabalho relativo ao ensino da língua gestual e sua interpretação”.

Quanto ao “Plano piloto financeiro para a aquisição de equipamentos auxiliares e equipamentos domésticos especiais para deficientes”, já prestou apoio a 55 pessoas, sendo que cerca de 60 por cento são pessoas com deficiência auditiva. O IAS acrescentou ainda, na mesma resposta, que “o número de equipamentos de auxílio [no âmbito do plano de apoio] atingiu mais de 80 unidades, sendo os aparelhos auditivos e as cadeiras de rodas eléctricas os mais solicitados”.

25 Jul 2023

Portas do Entendimento | Multa de 2,8 milhões por atraso nas obras

O desentendimento relacionado com o atraso de 59 dias nas obras entre o secretário para os Transportes e Obras Públicas e as construtoras Lei Fung e Grupo de Construção de Xangai – SCG obrigou à resolução em tribunal

As construtoras responsáveis pelas obras de renovação do monumento Portas do Entendimento tiveram de pagar uma multa superior a 2,8 milhões de patacas, devido a atrasos na conclusão dos trabalhos. A sanção imposta pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas em Outubro de 2022 foi alvo de recurso para o Tribunal de Segunda Instância, e acabou por ser confirmada no mês passado.

Em finais de 2018, foi lançado o concurso público para as obras de reparação das Portas do Entendimento, na zona do Largo Sai Van. À altura, foram apresentadas 20 propostas, todas admitidas a concurso. O consórcio constituído pela Companhia de Construção e Engenharia Lei Fung e Sociedade de Construção e Engenharia – Grupo de Construção de Xangai – SCG (Macau) prometia fazer os trabalhos em 515 dias, com um orçamento de 38,8 milhões de patacas. A proposta era a quarta mais barata e a nível do tempo dos trabalhos era a décima mais rápida.

Adjudicado o contrato, o prazo inicial apontava para que as obras ficassem concluídas a 18 de Março de 2021. No entanto, mais tarde, o prazo acabaria por ser prorrogado até 9 de Junho de 2021.

A 8 de Junho de 2021 o consórcio tentou fazer a entrega da obra, que foi recusada, após a vistoria das Obras Públicas, por se considerar que “a obra não estava em condições de ser recebida”. Este cenário voltou a repetir-se a 7 de Julho, quando se verificou uma nova recusa.

Finalmente, a 20 de Agosto, com um atraso de 59 dias de trabalho, a obra de renovação do monumento Portas do Entendimento foi tida como pronta e recebida pelas Obras Públicas. Em nenhuma das datas, a empresa apresentou reclamação contra a decisão das Obras Públicas de não receberem as obras.

Falta de reclamação fatal

Face à aplicação da multa de 2,8 milhões de patacas pelos atrasos de 59 dias, decidido pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, de acordo com o estipulado no contrato de adjudicação, a empresa recorreu para os tribunais.

Segundo a queixa das empresas, a Administração teria violado o princípio da confiança ou da boa-fé, na forma como recusou receber os trabalhos nas diferentes datas. Além disso, as adjudicatárias argumentaram ainda que as exigências dos trabalhos tinham sido modificadas, no que dizia respeito à instalação do sistema de iluminação.

No entender do TSI, num acórdão que teve como relator Vasco Fong, como a empresa nunca apresentou reclamação para o secretário da decisão de não recepção das obras no prazo de 10 dias, perdeu o direito a contestar a multa. No entender dos juízes, o silêncio do consórcio equivaleu ao reconhecimento da falta de condições para entregar a obra. Neste sentido, o tribunal validou a multa aplicada de 2,8 milhões de patacas.

25 Jul 2023

DSEC | Indústrias emergentes terão estatísticas específicas

A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) está a elaborar um novo quadro estatístico relativo às indústrias emergentes que irão traduzir para números os sectores abrangidos pela política do Governo “1+4”.

A informação consta na resposta a uma interpelação escrita do deputado Leong Sun Iok e é revelada por Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

Numa primeira fase, está a ser iniciada a recolha de dados para a elaboração de indicadores estatísticos que possam avaliar o desenvolvimento das novas indústrias. A necessidade de elaborar novas estatísticas impõe-se devido ao facto de os actuais dados não estarem de acordo com as novas políticas consideradas como prioritárias pelo Governo. Neste momento, vigoram normas nacionais de classificação e documentos estatísticos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

O director da DSAL disse ainda que esta entidade tem cooperado com diversas cidades da Grande Baía para lançar exames profissionais de reconhecimento de competências e apoiar os residentes locais a serem mais competitivos no mercado laboral da Grande Baía.

25 Jul 2023

Kun Iam | Ron Lam entrega petição antes do anúncio de suspensão

O deputado Ron Lam U Tou apresentou uma petição, em nome da Associação de Sinergia de Macau, a exigir a suspensão da obra de construção da estátua de Kun Iam, em Hac Sá, Coloane, e a manutenção da zona de churrascos e infra-estruturas actuais. A entrega da petição, que reuniu 8929 assinaturas, aconteceu escassas horas antes do anúncio do cancelamento do projecto.

O deputado pediu também explicações sobre o aumento do orçamento para o projecto destinado ao Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá. Johnson Ian, presidente da associação, explicou que a petição juntou este número de assinaturas em apenas três dias e meio, esperando que o Governo dê atenção às opiniões expressas e dê explicações adicionais sobre o projecto em causa.

Ron Lam U Tou, vice-presidente da associação, adiantou que a grande maioria das queixas dos residentes prendem-se com a ausência de uma consulta pública sobre o projecto.

O deputado defendeu que o Comissariado contra a Corrupção e Comissariado da Auditoria deveriam investigar o projecto e o respectivo orçamento.

25 Jul 2023

Kun Iam | Projecto de estátua suspenso e empresa será compensada

Após vários dias de críticas da população e da mudança de posição das associações tradicionais, que passaram do apoio a pedir o cancelamento, o Governo recuou e cancelou a construção da estátua gigante de Kun Iam em Hac Sá

 

A construção de uma estátua gigante de Kun Iam na Barragem de Hac Sá foi suspensa. O anúncio foi feito ontem em conferência de imprensa pelo secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, que admitiu que o projecto se tornou um problema.

“Não esperávamos que um projecto em prol da população se tornasse em algo negativo. Vamos fazer com que o espaço regresse ao estado original o mais rapidamente possível”, afirmou o secretário. “Não queremos que um projecto cause impacto negativo e por isso optámos pela suspensão da construção da estátua”, frisou.

Na semana passada, foi anunciado que seria construída uma estátua a representar a figura da deusa Kun Iam ao pé da barragem de Hac Sá, com um custo de 42 milhões de patacas. A obra tinha sido adjudicada de forma directa à Companhia de Arte Shang Guo, ligada ao escultor Liang Runan.

A decisão foi comunicada à empresa, e o Governo admite que face à desistência será necessário pagar à companhia, mas o montante não foi revelado ontem. “Temos de ver o que está estipulado nas cláusulas do contrato assinado entre o Instituto dos Assuntos Municipais e a empresa”, reconheceu o governante. “Vamos seguir rigorosamente a lei”, garantiu.

Até ontem, de acordo com as palavras do secretário, a empresa não tinha comunicado a sua posição face ao cancelamento do contrato.

Com a decisão, o Governo preparar-se para restaurar o labirinto, que já tinha sido removido para instalar a estátua, e prometeu manter não só a zona para churrascos, mas também a área onde estava instalado um escorrega de relva.

No mesmo sentido, o secretário admitiu que a maioria dos projectos do IAM está relacionada com a vida quotidiana da população, e que é necessário garantir que os mecanismos para ouvir os cidadãos são eficazes.

A fazer as contas

Grande parte da conferência de imprensa, marcada após a chuva de críticas ao projecto e aos memes sarcásticos que inundaram a internet, serviu para explicar o disparo orçamental para o chamado Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, que estava orçamentado em 229 milhões de patacas e que terá um custo estimado de 1,4 mil milhões de patacas.

Segundo as explicações de André Cheong, nos últimos anos o projecto foi alterado. No início apontava-se para a construção para um espaço com sete hectares, que representa 10 campos de futebol, porém, a área de construção vai ser de 10 hectares, o que significa 14 campos de futebol.

As obras de 1,4 mil milhões de patacas vão ser realizadas para instalar um parque de estacionamento com três andares, uma zona para jogos aquáticos, com mini piscinas, uma torre de escalada, pistas de BTT entre outras actividades, e ainda um sistema contra inundações.

O novo projecto teve por base um estudo de concepção encomendado à empresa Huayi, numa adjudicação directa de 11,7 milhões de patacas. Neste aspecto, André Cheong apontou que os planos para a zona foram pensados para responder às “opiniões da população”, com o objectivo aproveitar melhor o espaço, face à falta de terrenos. De acordo com o governante, grande parte da área vai ser arborizada.

O secretário também reconheceu que o custo estimado de 1,4 mil milhões de patacas pode ficar abaixo do estimado, quando houver um orçamento final, e que será escolhida uma entidade independente para fazer a supervisão e garantir que não há gastos injustificados.

25 Jul 2023

Função Pública | Pereira Coutinho pede aumento de salários

Depois de aplaudir a proposta de aumento do salário mínimo, o deputado Pereira Coutinho defendeu a actualização de dois ou três pontos da tabela indiciária que estabelece as remunerações dos funcionários públicos.

Em declarações à TDM – Rádio Macau, o deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) referiu que os bons resultados económicos verificados desde o início do ano, assim como a “realidade social de Macau”, deveriam levar o Governo a actualizar os salários da Função da Pública, assim como os subsídios anexados aos próprios vencimentos dos trabalhadores.

Em relação ao aumento do salário mínimo, Pereira Coutinho argumentou que a actualização peca por tardia, uma vez que a discrepância entre pobres e ricos tem crescido, levando muitos residentes comprar bens essenciais do outro lado da fronteira.

O deputado deixou ainda críticas ao Governo por gastar em “obras megalómanas”, como o Parque Juvenil de Hac Sá que irá custar 1,6 mil milhões de patacas, e não actualizar o salário mínimo e das remunerações dos funcionários públicos.

24 Jul 2023

Inflação | Taxa sobe 0,8% em Junho, a 19º subida mensal consecutiva

A taxa de inflação em Macau voltou a subir em Junho, o décimo nono mês consecutivo de crescimento. A subida foi impulsionada por propinas escolares, salários de empregados doméstico, refeições e quartos de hotel. Em contrapartida, os preços de bilhetes de avião e habitação caíram face a Junho do ano passado

 

A taxa de inflação em junho em Macau subiu 0,8 por cento face ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados oficiais divulgados na sexta-feira.

“O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela ascensão das propinas escolares e dos salários dos empregados domésticos, assim como pela subida dos preços: das refeições adquiridas fora de casa; dos quartos de hotéis e do vestuário”, explicou em comunicado a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Os maiores aumentos verificaram-se nos preços de bens e serviços, com os custos da educação a subirem 9,98 por cento, vestuário e calçado 5,44 por cento, recreação e cultura 5,38 por cento e produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 2,64 por cento.

Porém, os índices de preços das secções dos transportes, assim como da habitação e combustíveis baixaram 3,74 e 1,76 por cento, respectivamente.

Comparação mensal

Em termos mensais, o índice de preços no consumidor de Junho subiu 0,11 por cento, face ao verificado em Maio.

A inflação verificada em Junho culmina um período de 19 meses de subidas sucessivas de um ciclo iniciado em Dezembro de 2021, depois de três trimestres de deflação provocada pela paralisia económica resultante do combate à pandemia.

Na variação mensal dos preços, a DSEC destaca subida nas secções de vestuário e calçado, com o aumento de preços de 1,61 por cento, e da saúde, com a subida de 0,38 por cento, “graças ao acréscimo dos preços do vestuário de Verão e das consultas externas”. Apesar da descida de preços em termos anuais, entre Maio e Junho, os preços dos bilhetes de avião aumentaram 0,27 por cento.

Em relação ao índice de preços dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, o aumento de 0,21 por cento foi impulsionado pela subida dos preços “dos produtos do mar e das refeições adquiridas fora de casa, apesar dos preços dos produtos hortícolas terem diminuído”, indicou a DSEC. Com Lusa

24 Jul 2023

Redes sociais | Dirigente de associação pede censura de críticas ao Governo

O presidente da Associação para o Desenvolvimento da Indústria Financeira e de Tecnologia da Grande Baía, Un Ieng Long, defendeu que as declarações nas redes sociais a acusar o Governo de despesismo e de tomar decisões com base em jogos de bastidores são “falsas”, pelo que devem ser censuradas e os responsáveis punidos criminalmente.

Numa opinião reflectida à Lótus TV, o também coordenador de ligação comunitária, um órgão de informadores do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), apontou que estes crimes de difamação devem ser prevenidos e combatidos na origem, e que a censura rápida dos comentários nas redes sociais pode impedir impactos negativos para a imagem do Governo. Un Ieng Long também indicou que é necessário aplicar multas aos censurados e aumentar as molduras penais para este tipo de crimes, como efeito dissuasor.

Un Ieng Long justificou que as declarações de despesismo e cedência a jogos de bastidores são falsas, porque “todas as obras e planos do Governo são aprovadas por comissões para efeito, o que também acontece com os orçamentos” do Executivo. O residente indicou também que os mecanismos de supervisão internos são complementados pela fiscalização dos deputados da Assembleia Legislativa e pelos governantes, pelo que “não existem jogos de bastidores” em Macau.

Após as declarações, o artigo da Lótus TV acabou removido do site da estação, sem que tivesse sido apresentada qualquer justificação.

24 Jul 2023

Estátua de Kun Iam | Petição contra projecto com mais de 8 mil assinaturas

Com a petição a ganhar tracção, as associações tradicionais que na semana passada tinham defendido o projecto do Governo recuaram, e pediram a suspensão das obras

 

 

Uma petição a exigir que o Chefe do Executivo suspenda a construção da estátua gigante de Kun Iam perto da Barragem de Hac Sá e que mantenha a zona de churrasco reuniu mais de 8 mil assinaturas até ontem. A iniciativa foi lançada pela Associação da Sinergia de Macau, ligada ao deputado Ron Lam, e o número de assinantes foi actualizado ontem, no mesmo dia em que as associações tradicionais começaram a recuar no apoio inicial ao projecto.

No texto da petição pode ler-se que “de forma a preservar o ambiente ecológico da Barragem de Hac Sá” é pedido ao Chefe do Executivo que a construção da estátua gigante seja suspensa, que as zonas de churrasco e para escorregar na relva sejam mantidas e que haja uma explicação detalhada sobre os motivos que fizeram o orçamento do futuro Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá subir de 230 milhões de patacas para 1,6 mil milhões de patacas.

Ao mesmo tempo, a polémica para a construção da estátua adensou-se, porque o contrato de 42 milhões de patacas foi adjudicado sem concurso público à empresa Companhia de Arte Shang Guo, Limitada (tradução fonética do nome), sediada em Guangzhou. A empresa foi fundada em 2021 e não disponibiliza informação online.

Nas averiguações sobre a empresa, Ron Lam afirmou não ter encontrado qualquer ligação entre a Shang Guo e o famoso escultor Liang Runan, conhecido pelas obras do estilo Lingnan, característico de Cantão. Durante a apresentação do projecto para Hac Sá, André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, frisou as ligações entre a estátua, a empresa e o escultor. Liang Runan tem obra em Macau e é o autor da estátua em forma de aperto de mão instalado no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen.

No fim-de-semana ficou igualmente a saber-se que os trabalhos de construção da estátua já começaram e que existem várias máquinas no local. Neste momento, foi concluída a demolição do labirinto com plantas que existia na zona. Agora, podem avançar os trabalhos para instalar uma grande base de betão.

 

Recuos tradicionais

O dia de ontem ficou ainda marcado pelo recuo de várias associações tradicionais, com representação na Assembleia Legislativa, que tinham expressado apoio público ao projecto.

A manhã começou com três deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau, Lam Lon Wai Ella Lei e Leong Sun Iok, a pedirem, em comunicado, a suspensão do projecto, devido às “várias opiniões negativas” que receberam.

O recuo de Lam Lon Wai Ella Lei e Leong Sun Iok é mais significativo porque os três tinham feito comunicados na quinta-feira demonstrando o apoio total ao projecto.

Uma posição semelhante foi adoptada pela Associação de Moradores. Na sexta-feira, depois das primeiras críticas, a associação saiu em defesa do Governo, numa posição assinada por Chan Ka Leong, presidente da associação e membro do Conselho Executivo. A publicação foi inundada com críticas e pedidos para que fosse a associação a financiar a estátua de 42 milhões de patacas.

Porém, 48 horas depois, através de um artigo do jornal Ou Mun, as críticas ficaram sem resposta, mas Chan Ka Leong apelou ao “Governo para suspender a construção da estátua”, ouvir a população e focar-se “nas instalações daquela zona que verdadeiramente interessam aos cidadãos”.

Wong Kit Cheng e Ma Io Fong, deputados da Associação das Mulheres, também deram o dito por não dito, e colocaram-se ao lado dos que querem a suspensão das obras.

Por sua vez, o deputado Nick Lei, ligado à comunidade de Fujian, que na sexta-feira havia pedido a reformulação dos planos para Hac Sá, afirmou que vai apresentar uma proposta de debate sobre o tema na Assembleia Legislativa, caso o Governo não suspensa a construção.

24 Jul 2023

Salário mínimo | Proposta subida entre 2 e 4 patacas por hora

O Governo apresentou ontem uma proposta para aumentar o salário mínimo para um valor entre 34 e 36 patacas por hora.

Actualmente, o salário está fixado em 32 patacas por hora e a sugestão foi ontem discutida na reunião do Conselho Permanente de Concertação Social, de acordo com o vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, Fong Ka Fai.

No entanto, o representante afirmou que antes de ser tomada uma decisão, o Governo vai ouvir as opiniões dos representantes das partes laborais e patronais.

20 Jul 2023

Coloane | Nova Estátua de Kun Iam satirizada na Internet

O novo projecto para a Barragem de Coloane tornou-se alvo de vários memes e críticas online, ao mesmo tempo que associações tradicionais de todos os quadrantes vieram a público defender a proposta do Governo

 

A nova Estátua de Kun Iam planeada para o futuro Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, onde actualmente se situa o parque de merendas da Barragem de Hac Sá, está a ser alvo de várias críticas e montagens sarcásticas nas redes sociais.

Após o projecto ter sido apresentado no início desta semana, a polémica surgiu devido ao custo total do projecto, que vai ser de 1,6 mil milhões de patacas, quando a estimativa inicial apontava para 229 milhões de patacas.

Os deputados Ron Lam e Pereira Coutinho foram duas das vozes mais críticas devido à derrapagem do orçamento do projecto, e não pouparam o facto de o custo da estátua gigante de Kun Iam ser de 42 milhões de patacas.

As críticas também se prendem com o impacto que terá uma estátua gigante rodeada de betão numa zona verde, um dos poucos locais no território que permite o contacto com a natureza, e ainda face à falta de consulta pública para ouvir a população sobre o projecto.

Neste ambiente de insatisfação começaram a surgir várias imagens online a fazer troça do projecto e a sugerir figuras alternativas para a estátua. Uma das propostas nas redes sociais propõe uma estátua com a imagem do polícia conhecido como “o pai do cheque pecuniário”. Este foi o agente que durante uma manifestação em Macau disparou para um tiro para o ar, criando uma situação de tensão, aliviada pelo lançamento do “programa de comparticipação pecuniária” pelo Governo de Edmund Ho.

Outras das imagens partilhadas nas redes sociais sugere que a estátua preste homenagem a Guan Yu, o famoso general da Dinastia Han, que, segundo o portal China Highlights, é venerado como um Deus da Guerra. Guan Yu tem a particularidade de ser o Deus associado na cultura chinesa às polícias, mas também ao crime organizado, as tríades.

Como Macau é uma cidade de casinos, houve também quem preferisse focar esse aspecto, ao propor que a estátua instalada no meio da natureza tivesse a forma de uma máquina de jogo.

Amigos para a ocasião

Apesar das várias críticas, as associações tradicionais vieram a público defender a construção da estátua e o elevado investimento público.

Ontem foi a vez da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, presidida pelo membro do Conselho Executivo desde 2014 e deputado Chan Chak Mo, a defender o projecto, por considerar que vai permitir aos cidadãos terem mais espaços para actividades ao ar-livre.

Também a Associação do Desenvolvimento da Juventude Chinesa, que tem como fundador e membro o deputado Si Ka Lon, considerou que o projecto vai ser benéfico para o território, podendo inclusive ser utilizado para “formar atletas de alta competição”. A única preocupação da associação, de acordo com um artigo publicado no jornal Ou Mun, passa pelo facto de as obras poderem afectar o trânsito em Coloane.

Na quarta-feira, as associações dos Moradores, Operários e Mulheres, através de Chan Ka Leong, Lam Lon Wai e Wong Kit Cheng, respectivamente, vieram a público defender a proposta do Governo.

20 Jul 2023

Canídromo | Wong Kit Cheng elogia projecto do Governo

A deputada Wong Kit Cheng elogiou os planos do Governo para construir um Parque Desportivo no Canídromo, mas pediu que seja definido um calendário, com metas bem claras, para a conclusão dos trabalhos.

Segundo o jornal Ou Mun, a legisladora ligada à Associação das Mulheres de Macau defendeu ainda a necessidade de montar uma equipa para coordenar os trabalhos que envolvem os diferentes serviços interdepartamentais.

Além disso, a deputada também indicou que actualmente ainda se organizam frequentemente competições desportivas das escolas ou associações no antigo Canídromo, pelo que é necessário ter uma boa coordenação com os organizadores das competições e garantir um espaço alternativo, para que as mesmas não sejam afectadas durante os trabalhos de obras.

19 Jul 2023

Campo Aventura | Criticada indisciplina fiscal e derrapagem orçamental

Depois da apresentação do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, o deputado Ron Lam realçou que o orçamento para construir o projecto passou de 229 milhões para 1,6 mil milhões de patacas, valor quase seis vezes superior. O deputado criticou também a ausência de concurso público para a construção da estátua de Kum Iam

 

“Fiquei muito surpreendido e chocado. Não existe qualquer tipo de disciplina financeira.” As palavras são de Ron Lam, em reacção ao anúncio feito pelo Governo na terça-feira quando foram desvendados os planos para “Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá”.

O deputado ficou surpreendido com o aumento do custo do projecto, que passou de 229 milhões de patacas para 1,6 mil milhões de patacas, quase seis vezes mais. Além disso, em declarações ao jornal Ou Mun, afirmou não ter ouvido argumentos razoáveis do Governo, tanto para justificar a discrepância financeira, como para algumas opções que foram tomadas, como a eliminação do labirinto de plantas, onde será erigida uma nova estátua da deusa Kum Iam.

Apesar de o secretário André Cheong ter sublinhado que o labirinto não era usado há muito tempo e que estava abandonado, Ron Lam destacou a grande popularidade que o local tinha para os internautas chineses, em particular com as publicações de fotografias nas redes sociais.

Sem dar cavaco

A falta de transparência e comunicação com a população foi outro ponto negativo apontado por Ron Lam na forma como o Governo tem conduzido o projecto de lazer na zona de Hac Sá. Um dos exemplos dados pelo deputado prende-se com o plano de construção da estátua de Kum Iam, que nunca terá sido inscrita no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA).

Os planos para o projecto foram divulgados no website do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), através da publicação de um documento que informava que o desenho e a obra para erigir a estátua custaria 42 milhões de patacas aos cofres públicos. Além disso, o documento indica que a obra foi adjudicada no passado mês de Abril, sem que tenha havido qualquer auscultação pública. Neste capítulo, Ron Lam ficou desapontado pela prática de fazer primeiro e anunciar em momento posterior. “Foi apresentada a obra de construção da estátua de Kum Iam, depois de feita a adjudicação e de estar tudo decidido. Não houve consulta à população”, frisou.

Finalmente, o deputado gostaria que o Governo voltasse atrás na construção da estátua que, no seu entender, não é uma opção muito popular para os cidadãos de Macau.

19 Jul 2023

Hengqin | Hospital distinguido antes abrir totalmente

O Hospital Afiliado da Universidade de Medicina de Guangzhou, na Ilha da Montanha, foi seleccionado para a lista do Centro Regional Nacional, que distingue os hospitais de qualidade elevada do Interior da China.

O anúncio foi feito antes de o hospital começar a funcionar na totalidade, pela Direcção dos Serviços de Assuntos de Subsistência da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau na Ilha da Montanha.

O organismo indicou ainda que o hospital fica na zona central da zona de cooperação aprofundada, ocupando uma área de 60 mil metros quadrados. O edifício tem uma área de construção total é de 191 mil metros quadrados e só vai começar a funcionar no fim de 2025. Além de servir a Ilha da Montanha, Macau e Zhuhai também vai servir a Grade Baía.

19 Jul 2023

Economia | Ho Iat Seng espera apoio do Bank of Communications

A instituição bancária, que tem como principal accionista o Estado chinês, foi avaliada com nota positiva pelo Chefe do Executivo. Num encontro com o presidente do banco, Ho Iat Seng considerou que a instituição disponibiliza “serviços financeiros com qualidade e conveniência”

 

O Chefe do Executivo pediu ao Bank of Communications para aproveitar as oportunidades de desenvolvimento económico do território. O apelo foi feito num encontro entre Ho Iat Seng e Ren Deqi, presidente do Conselho de Administração do banco que tem como principal accionista o Estado chinês.

No encontro, Ho Iat Seng explicou que o Governo está focado “no desenvolvimento das quatros indústrias principais, incluindo a indústria de big health, a indústria financeira moderna, de tecnologia de ponta, de convenções, exposições e comércio, e de cultura e desporto” para “aperfeiçoar a estrutura económica de Macau”.

O líder do Governo destacou depois que o sector financeiro é encarado como um dos aspectos essenciais e que “a segurança e a estabilidade do sector bancário são uma condição fundamental para o desenvolvimento sustentável e a diversificação da economia”.

Neste sentido, Ho apontou “desejar que o Bank of Communications continue a aproveitar as suas vantagens para impulsionar e participar de forma activa no desenvolvimento da indústria financeira moderna de Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. Além disso, pediu à instituição que disponibiliza “aos residentes de Macau serviços financeiros com qualidade e conveniência”. No ano passado, o Bank of Communications obteve em Macau lucros de 682 milhões de patacas depois de impostos.

Rol de agradecimentos

O encontro serviu também para Ho Iat Seng agradecer à instituição bancária aquilo que disse ser “o apoio, de longa data, ao desenvolvimento social e económico” do território, sublinhando que “a economia local está a recuperar de forma gradual” e que o “desenvolvimento regista uma tendência positiva”.

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração do Bank of Communications, Ren Deqi, prometeu “que o Bank of Communications continuará a reforçar o apoio financeiro às pequenas e microempresas, empresas privadas, inovação tecnológica, desenvolvimento sustentável e infra-estruturas, a fim de melhorar o desenvolvimento de alta qualidade da economia real”.

O responsável adiantou também que a instituição vai continuar a “empenhar-se em apoiar a diversificação adequada da economia e a construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, com o objectivo de contribuir para a integração de Macau na conjuntura do desenvolvimento nacional”.

19 Jul 2023