Tomás Chio PolíticaChan Meng Kam quer telecomunicações transparentes [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Chan Meng Kam alega que o mercado das telecomunicações local continua a caracterizar-se como monopólio, mesmo com a entrada de mais empresas no mesmo. Isto porque, explica, é a CTM que fornece todos os recursos materiais – como cabos de ligação – às outras redes. Assim, quando os materiais da CTM falham, todas as outras sofrem problemas devido à utilização conjunta. Posto isto, o deputado pede ao Governo – na forma de interpelação escrita – que o sector das telecomunicações seja mais transparente. Chan Meng Kam diz que, de acordo com a celebração de Revisão Intercalar do Contrato de Concessão do Serviço Público de Telecomunicações, entre o Governo e a CTM, em 2009, a empresa teve de devolver os materiais ao Governo intactos no fim do contrato. No entanto, a CTM ainda não deu quaisquer detalhes ao Executivo acerca do prolongamento da revisão, em 2011. O director dos Serviços de Regulação de Telecomunicação (DSRT) já disse, em Dezembro passado, que a Direcção não pode lançar a lista de equipamentos exclusivos da CTM agora, mas sim apenas depois de findo o contrato de revisão. Chan Meng Kam considera que o Governo deve dar mais detalhes sobre os materiais necessários ao mercado para que o público e outras empresas de telecomunicações tenham mais informação e fiscalizem a utilização dos equipamentos com mais facilidade. “De acordo com as exigências da revisão, a CTM deveria entregar os detalhes em 2011. Queria então saber se o Governo já tem a lista dos equipamentos? E por que razão é que o Governo não publicou a lista?”, questionou Chan Meng Kam na interpelação. “Os equipamentos foram utilizados por uma outra empresa e isto é a maior causa da monopolização do mercado, pelo que quero saber se o Governo já reviu este problema para melhorar o desenvolvimento futuro do sector”, rematou.
Filipa Araújo PolíticaConsumidores | Leong Veng Chai critica Conselho O deputado Leong Veng Chai quer que o Governo alargue as funcionalidades e poderes do Conselho de Consumidores. Só assim, defendeu, o órgão administrativo poderá fiscalizar e proteger os interesses dos consumidores – razão pelo qual foi criado [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]Para Leong Veng Chai, deputado, o Conselho de Consumidores, criado para fiscalizar e proteger os interesses dos consumidores, não está a cumprir as suas funções. O deputado pede mais acção do Governo, que até já iniciou a criação de um Regime para alterar esta situação. “As funções do Conselho de Consumidores não passam, já desde há muitos anos, de coordenação de conflitos e da comparação de preços”, apontou o deputado, numa interpelação escrita. Mesmo tendo como principais funções este dois pontos, Leong Veng Chai considera que os mesmos não estão a ser devidamente cumpridos. “Quando há conflitos, o Conselho [de Consumidores] solicita apenas à respectiva associação para proceder à conciliação ou para encaminhar o processo ao serviço competente para efeitos de acompanhamento, portanto, não há lugar a qualquer efeito dissuasor”, criticou, frisando que em caso de prolongamento do conflito o Conselho pode apenas propor a instauração de uma acção em tribunal. Algo que por si só “demora muito tempo” e “não consegue dar resposta atempada às necessidades dos envolvidos”. “Trata-se, então, de uma medida não exequível, nomeadamente para os turistas”, apontou. Pouca definição Relativamente ao equilíbrio do preço dos produtos, o deputado indica que o Conselho consegue apenas “equilibrar os preços através da sua comparação”, através de relatórios que indicam onde é que determinadas coisas são mais baratas. No entanto, os dados relativos aos preços dos produtos são “recolhidos nas acções desenvolvidas pelos próprio Conselho, ou seja, são os preços que os nossos cidadãos vêem todos os dias marcados nos produtos, não são por conseguinte, os preços de venda por grosso”. Isto faz com que na realidade “não se conheçam os mecanismos para a definição dos preços”, aponta Leong Veng Chai. Depois de entregue o relatório final da consulta pública sobre a revisão da legislação relativa à protecção dos direitos e interesses dos consumidores, o deputado quer saber qual é a situação actual dos trabalhos dessa mesma revisão. Em forma de apelo, Leong Veng Chai defende que o Governo deve alargar as funções e os poderes do Conselho, pois só assim este conseguirá atingir os objectivos que justificam a sua criação. Analisando o ranking de queixas – liderado pela carne fresca, telecomunicações e equipamentos de comunicação – o deputado indagou ainda Governo sobre futuras resoluções. “Que medidas específicas dispõem os serviços competentes para resolver [este problema]?”, terminou Leong Veng Chai.
Joana Freitas PolíticaHotel Estoril | Ng Kuok Cheong quer avaliação de valor patrimonial Ng Kuok Cheong critica o Governo por não ter avaliado patrimonialmente o hotel Estoril e diz mesmo que o recente inquérito que vai de encontro às ideias do Governo para o edifício é tendencioso [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]resultado do inquérito sobre a reconstrução do antigo Hotel Estoril e da piscina, publicado pelo Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, indica que a maioria dos residentes concordam com a transformação do edifício. No entanto, o deputado Ng Kuok Cheong espera que o Governo não adie mais o início do processo de avaliação ao valor patrimonial do espaço, sendo que a petição para tal já foi entregue – por uma associação – há vários meses. Os dados recolhidos mostram que 72,8% dos membros de associações e organizações locais respondeu que “não há necessidade” de preservar o espaço, sem opinar quanto ao destino exacto. Para Ng Kuok Cheong, o Governo tem uma “intenção clara” de reconstruir o Hotel Estoril e a piscina para mostrar um “bom desempenho” do próprio Governo. No entanto, o deputado defende que fazer um inquérito e começar uma avaliação ao eventual valor patrimonial do edifício “são duas coisas diferentes”. Depois de classificar “O inquérito não foi feito em relação ao valor artístico do edifício, mostra apenas que as opiniões para manter o espaço são poucas. Isto é a verdade que o Governo quer mostrar ao público. Não me parece justo, pois parece que o Governo tem uma grande vontade de demolir o antigo hotel e a piscina”, indicou. Ng Kuok Cheong indicou ainda que apesar das opiniões mostrarem que a população não quer manter o espaço, não é o mesmo que dizer que o espaço não deva ser classificado como património. “O inquérito não inclui o significado histórico, ambiental e o design do edifício. Alguns residentes já entregaram uma petição para se iniciar uma avaliação ao valor do património. Acho que o Governo deve acelerar o processo. Caso seja para demolir o edifício, deve ser feito depois do mesmo ser avaliado”, reforçou. A Associação de urbanistas Macau Root Planning lançou a petição em causa em Setembro do ano passado. Também a Associação Novo Macau (ANM) duvida dos critérios usados no inquérito que o Governo pediu à empresa e-research & solutions para fazer. “O Governo realizou a consulta pública e a recolha de opiniões de forma independente, mas desta vez gastou 600 mil patacas para pedir o mesmo a uma empresa. É importante referir que a empresa em causa já esteve envolvida num escândalo relativamente a um inquérito feito para a Lei da Imprensa. A empresa chegou a ser acusada de tendenciosa”, pode ler-se num comunicado enviado à imprensa, pela ANM. Números claros Em esclarecimento aos dados fornecidos no inquérito, a empresa responsável, feito via telefónica, clarificou que a expressão “não tem opinião”, que levou os meios de comunicação a indicar que 80% dos inquiridos não tinha de facto opinião relativamente ao futuro do Hotel, queria apenas dizer que os inquiridos já não tinham mais opiniões a acrescentar. “A pergunta em causa é colocada apenas depois de 14 perguntas, o que quer dizer que 81,5% da população disse que já não tem mais opinião ou algo especial a acrescentar sobre a demolição e reconstrução do antigo Hotel Estoril e da Piscina Municipal Estoril. Se os residentes tiverem opinião, no questionário havia um outro conjunto de questões para saber as suas opiniões sobre as formas de disposição do edifício”, apontou a empresa, num comunicado enviado pelo Gabinete de Alexis Tam. O mesmo comunicado indica ainda que a maioria dos residentes que escolheu a opção “não tem opinião” manifestou o seu apoio à reconstrução. “A fim de evitar que a sociedade entenda que 80% da população assumiu uma posição neutra ou contra a reconstrução, a equipa de investigação reitera que, segundo os resultados das análises cruzadas, divulgados na conferência de imprensa, de entre a população que manifestou “não ter opinião”, 70,4% expressou o seu apoio à reconstrução”, rematou.
Flora Fong PolíticaElla Lei pergunta por sistema para responsabilizar empreiteiros Ella Lei critica o Governo por continuar a deixar que aconteçam casos de subempreitadas em Macau sem que haja uma lei para proteger os trabalhadores [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Ella Lei quer saber quando será implementado o regime que vai permitir mais protecção aos trabalhadores das obras, que muitas vezes não recebem salários. Numa interpelação escrita, a deputada pede ao Governo que esclareça a posição dos empreiteiros, nomeadamente na questão da contratação de sub-empreitadas. Além disso, Ella Lei quer ver feita justiça no que diz respeito à responsabilização dos empreiteiros em relação aos trabalhadores que são contratados pelas subempreiteiras e que ficam, muitas vezes, sem receber salários e sem saber a quem recorrer para tal – se aos empreiteiros, se aos subempreiteiros que os contratam directamente. Isto, porque as empresas empurram as responsabilidades de uns para os outros. Ella Lei fala ainda de casos em que os empregados sofrem com a falta compensação por acidentes laborais. Para a deputada, a responsabilidade é da concessionária, mas neste momento não há uma legislação que ajude estes empregados. Ella Lei considera que o sistema de contratação, pelos subempreiteiros, é muito comum nas operações diárias, geralmente para aumentar o grau de eficiência nos estaleiros e diminuir a necessidade de mais recursos humanos. No entanto, a deputada alerta para o facto do Executivo ainda não ter lançado qualquer medida para fiscalizar este sistema de subempreitada, assim dando azo a menos protecção para as pessoas que trabalham sob os responsáveis pela obra. Mal pelas aldeias A deputada indicou ainda que os subempreiteiros não devem arcar com 100% das culpas no caso de irregularidades na obra, ficando estes erros a cargo das concessionárias também. “O Chefe do Executivo já afirmou que é possível criar um regulamento sobre a gestão de funcionários de construção para entrar em processo legislativo ainda este ano, mas será que o regulamento vai obrigar o empreiteiro geral a pagar adiantado aos empregados em determinadas alturas?”, questionou. Ella Lei quer ainda saber se o documento vai incluir garantias para estes trabalhadores contratados pelos subempreiteiros.
Flora Fong Manchete PolíticaLei Sindical | Kwan Tsui Hang conta com metade do apoio do hemiciclo e alerta A deputada mostra-se “mais ou menos” confiante na aprovação da “sua” Lei Sindical, que diz ser necessária a Macau. Kwan Tsui Hang sabe que alguns deputados não a vão apoiar e assegura que o Governo não se vai chegar à frente com um diploma previsto na Lei Básica Porque decidiram apresentar agora o projecto da Lei Sindical? A lei já foi apresentada muitas vezes, inclusivamente pelo deputado José Pereira Coutinho que a apresentou durante vários anos, mas nunca conseguiu que fosse aprovada. Agora vamo-nos esforçar ao máximo para conseguir que seja aprovada. Quais as principais diferenças entre este projecto e os anteriores apresentados por Pereira Coutinho? Não fizemos uma comparação entre os projectos de lei, apenas nos conteúdos que achamos ser necessários. De uma forma geral, os pormenores são iguais, mas não comparamos as diferenças de cada cláusula. Mas há referências a qualquer um dos projectos já apresentados? Fizemos uma referência ao conteúdo do projecto da Lei Sindical que apresentei em 2006 ou 2007. Quais as cláusulas que foram alteradas ou melhoradas? É difícil dizer. Com base no ângulo dos três deputados, no actual projecto de lei foi adicionado algum conteúdo que não estava incluído, tendo sido também alterada a forma como foi escrito o próprio diploma. Acredita que desta vez os deputados vão votar a favor? Metade, metade. Não tenho muita certeza, mas estamos a tentar ganhar apoio. Mas alguns já mostraram que não vão votar a favor. Portanto já contactaram alguns deputados. Uma parte. Contactámos sobretudo aqueles que consideramos que poderão apoiar [o projecto de lei]. Contactaram os deputados nomeados? Alguns sim. De facto, já obtivemos as opiniões de alguns deputados nomeados, mas não podemos avançar agora quais são. Considera que os deputados vão apoiar mais este projecto de lei? É difícil dizer. Tudo depende da vontade de cada um, não depende do tipo de deputados (se são directos, indirectos ou nomeados). Mas pensa que a área que os deputados representam pode ter influência? Por exemplo, os deputados da área comercial podem votar contra? Sim. Existe uma preocupação em relação aos deputados que são empresários. Nós também os contactámos, mas não podemos deixar de apresentar um projecto de lei só porque vai contra os seus interesses. Os deputados que o HM contactou afirmaram ainda estar a analisar o diploma, que será votado a 20 de Janeiro. Acha que podem votar contra com o argumento de que não tiveram tempo para analisar a lei? Quanto a esta questão só podemos respeitar a decisão dos outros deputados. Para mim, a votação do projecto de lei no plenário é apenas a primeira fase, depois o conteúdo é aberto. Se for aprovado, a Comissão Permanente [que o analisar na especialidade] vai depois debater os pormenores do projecto. Essa não é a principal questão, mas sim o facto de Macau precisar de uma Lei Sindical. Sendo algo previsto na Lei Básica e tendo assinado as convenções internacionais, Macau precisa desta lei, sobretudo para os trabalhadores terem a liberdade de participar em sindicatos. Também os sindicatos devem estar devidamente regulamentados e não continuarem a ser apenas associações. A natureza é diferente. Se este projecto de lei for reprovado, acredita que o Governo irá apresentar outro? Creio que o Governo não vai apresentar num futuro próximo, porque o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) ainda não discutiu sobre esse assunto, apesar dos constantes pedidos dos representantes dos trabalhadores. Os deputados poderão votar a favor só quando o Governo apresentar o seu projecto de lei? Não adivinho isso. O vosso projecto de Lei Sindical também engloba os Trabalhadores Não Residentes (TNR). Os TNR são fundamentais para a sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas (PME)? Os TNR não suportam apenas as PME, mas as grandes empresas também estão a recrutar muitos TNR. Em Macau existem quase 180 mil TNR, o que ocupa uma grande parte da mão-de-obra. Assim os TNR devem estar abrangidos no âmbito da Lei Sindical, bem como os seus direitos. Mas a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) tem criticado a importação de TNR. As duas coisas não podem ser faladas juntas. A importação de TNR deve estar de acordo com as necessidades da sociedade. Não contrariamos isso, mas apenas os abusos que acontecem nessa contratação.
Flora Fong PolíticaEleições | Ex-candidatos da AL concordam com prolongação de campanha [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]relatório publicado pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) sobre as últimas eleições para o hemiciclo sugere que o período de campanha eleitoral seja prolongado e Agnes Lam e Paul Pun, ex-candidatos a deputados, concordam com a sugestão. De acordo com o relatório, apesar de ser sugerido o alargamento deste período, é pedido que se mantenham os mesmos mecanismos de campanha: os encontros com a população e a publicidade nos carros. Ao Jornal Ou Mun, Agnes Lam – actualmente professora de Comunicação da Universidade de Macau (UM) – disse que duas semanas é pouco tempo para este tipo de actividades e para que os candidatos sem o apoio de grandes associações consigam divulgar as suas intenções. “Concordo com o prolongamento do período da campanha eleitoral, porque as pessoas de Macau são lentas no processo de conhecer os ideais e projectos dos candidatos”, começou a ex-candidata por explicar. “De acordo com experiências anteriores, os residentes só dão atenção às eleições a partir do décimo dia de campanha”, informou. Agnes Lam acrescentou que existem diferenças nos candidatos “ricos” e “pobres”. “É difícil evitar, a 100%, os gastos em termos de recursos, porque há quem não tenha dinheiro para oferecer presentes como outros, tendo em conta os dias de campanha”, disse. O ambiente é que ganha O relatório da CAEAL também se queixou de não ter “base legal para penalizar” actos de campanha eleitoral feitos com base nestas oferendas, consideradas como “corrupção”, por estas serem feitas através de associações. Agnes Lam concorda. “Macau não tem partidos, não se pode proibir que os candidatos se organizem em associações. Macau tem é ‘deformações políticas’ que não podem ser corrigidas”, referiu. A Comissão defende que não vai enviar programas políticos dos candidatos aos eleitores por razões económicas e cuidado com o ambiente. Agnes Lam, que liderou a equipa dos candidatos “Observatório Cívico” em 2013, não concorda com essa ideia. “As pessoas de Macau não ligam à política. Caso o Governo tenha intenções de promover as eleições, deve enviar programas políticos aos eleitores. As eleições apenas são realizadas uma vez a cada quatro anos e o princípio de proteger o ambiente não deve ser, neste caso, um facto decisivo”, lamentou. Para o secretário-geral da Cáritas de Macau, Paul Pun – que criou a equipa dos candidatos “Associação Esforço Conjunto para Melhorar a Comunidade”, em 2013 –, o alargamento do período de campanha é positivo. No entanto, acredita que o prolongamento vai obrigar ao acréscimo dos trabalhos da Comissão e das despesas de cofre público. Contrastando com a opinião de Agnes Lam, Paul Pun considera que “ser pobre” pode ser um factor positivo para a campanha: “o mais importante são os trabalhos do quotidiano junto da comunidade, as ideias que representam a população e a comunicação com o Governo”, afirmou.
Filipa Araújo PolíticaSugerida utilização de terrenos para estacionamentos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado José Pereira Coutinho sugere, num interpelação escrita ao Governo, que os terrenos desaproveitados sejam aproveitados para parques de estacionamento provisórios. A ideia não é nova, já que o Governo fê-lo com os autocarros na zona dos Nam Van. Pegando no exemplo, Pereira Coutinho afirma ser uma boa solução, apesar de provisória, para o problema de espaço que se vive em Macau. “A falta de parques de estacionamento tem sido desde sempre um problema irresolúvel. As opiniões manifestadas pelo público demonstram bem o descontentamento que este problema tem vindo a acumular ao longo dos tempos. Assim sendo, o Governo deve lançar, de imediato, medidas resolutivas, com vista a aliviar as dificuldades do público”, defende o deputado. Pereira Coutinho indaga assim a Administração relativamente aos planos futuros para a resolução da questão. Acrescentando uma pergunta sobre a possível existência de mais parques de estacionamento. “De que planos dispõe o Governo quanto à construção de mais parques de estacionamento, para acabar, de vez, com a sua falta?”, pergunta. Relativamente à polémica discussão sobre o regime de passes mensais, o deputado entende que “está em causa uma prática em que se exploram os interesses de alguns residentes de Macau para os oferecer a outros”. Para Pereira Coutinho o “método viável” passará, uma vez mais, pela primeira solução apresentada: aproveitar os terrenos para parques de estacionamentos provisórios. “Se depois de recuperar os terrenos desaproveitados o Governo os destinar para fins de estacionamento, vai ponderar sobre a manutenção do actual regime de passes mensais?”, indagou o deputado.
Hoje Macau PolíticaCondomínios | Sugerido aumento de preços conforme inflação [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s associações das empresas de administração de condomínios querem que o montante cobrado aos condóminos dos edifícios sejam actualizados consoante a taxa de inflação. A ideia foi apresentada ontem durante uma reunião na Assembleia Legislativa (AL) entre duas associações do sector com a 2.ª Comissão Permanente, presidida por Chan Chak Mo. Segundo a proposta das associações, a cada renovação de contrato, as empresas de administração de condomínios deveriam poder actualizar as verbas que cobram em função da taxa de inflação apurada nesse ano. “Segundo as opiniões do sector o que pretendem é que, aquando das renovações, os encargos se definam de acordo com a taxa de inflação ou com o índice de preços do consumidor”, referiu Chan Chak Mo, citado pela Rádio Macau. O deputado apresenta, contudo, algumas reticências, já que, diz, esta proposta pode afectar o mercado livre e a concorrência entre as empresas do sector. “Isto afecta o livre mercado e achamos que não é uma situação muito útil. É uma questão que merece a nossa discussão”, adiantou. A proposta de lei foi aprovada na generalidade em Outubro do ano passado e deverá continuar a ser discutida na especialidade nas próximas semanas. Pedidos de ajuda continuam A União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) sugeriu que o Governo conceda mais apoio às associações no âmbito da implementação do salário mínimo no dia 1 de Janeiro. Ao canal chinês da TDM, um representante da organização referiu que a Associação já apoiou associações de proprietários de 40 edifícios a fim de reunirem para decidir os aumentos das despesas de condomínio, sendo que apenas quatro associações recusaram o aumento. O responsável adiantou ainda que o Governo deve lançar medidas no âmbito da gestão predial, porque prevê que muitos edifícios vão ficar sem esta forma de gestão. À TDM, os Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) confirmaram a recepção de dois pedidos de apoio por parte de três trabalhadores de segurança locais, com idades entre os 60 e os 65 anos.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaLei Sindical | Deputados têm “esperança” na aprovação Pereira Coutinho e Au Kam San esperam que os deputados, sobretudo os nomeados, possam aprovar a Lei Sindical apresentada pela FAOM. Mas também dizem que isso só acontece se houver o aval do Chefe do Executivo [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ela primeira vez na história da política local uma associação que não a Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM) apresentou um projecto de Lei Sindical na Assembleia Legislativa (AL). José Pereira Coutinho, actual presidente da ATFPM e autor de seis projectos desta mesma lei, espera que a iniciativa da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), através dos deputados Kwan Tsui Hang, Ella Leo e Lam Heong Sang, possa reunir os apoios necessários. “Vejo com grande esperança o facto de haver colegas que finalmente decidiram apresentar o projecto. Espero que reúna o consenso e os votos necessários para a sua apreciação na generalidade”, disse Pereira Coutinho ao HM, sublinhando que espera sobretudo o apoio dos sete deputados nomeados pelo Chefe do Executivo. “Não vai ser fácil [obter o apoio], mas acredito que se houver da parte do Chefe do Executivo uma boa vontade, e se der indicações positivas para que os deputados nomeados tenham abertura em relação a este diploma, então não vejo razão para que continuemos a aceitar lacunas desta natureza”, frisou o deputado directo. Deputados analisam diploma Contactado pelo HM, Lau Veng Seng, deputado nomeado, disse não ser a melhor altura para dizer se vai ou não votar a favor, por ainda estar a analisar o diploma. Também Gabriel Tong, nomeado, pediu mais tempo para analisar o projecto de lei. “Houve várias tentativas no passado propostas pelo deputado Pereira Coutinho e desta vez são outros deputados a apresentar. Temos de ver se há coisas novas e em que medida é que os direitos e a organização sindical estão garantidos”, disse ao HM. Leonel Alves, deputado indirecto, também não quis comentar por estar a analisar o diploma. Não vai ser fácil Ao HM, o deputado Au Kam San garantiu que vai votar a favor, tal como fez nas anteriores votações. Contudo, o deputado lembra que a lei só poderá ser aprovado se existir um “entendimento tácito” entre os três deputados [da FAOM] e os deputados que representam o sector empresarial. Só isto, diz, poderá facilitar a aprovação na generalidade. Na nota justificativa da proposta de lei pode ler-se que “a presente iniciativa legislativa tem por objectivo concretizar o disposto da Lei Básica da RAEM, dar cumprimento ao exigido pela Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e colmatar o vazio legislativo nesta matéria, criando-se a respectiva regulamentação no ordenamento jurídico da RAEM”, pode ler-se. O HM tentou ainda obter reacções junto de outros deputados, mas até ao fecho desta edição não foi possível estabelecer contacto.
Flora Fong PolíticaSusana Chou diz que Macau não cumpre bem papel de ligação [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL), Susana Chou, considera que Macau não está a desempenhar bem o papel de plataforma de serviços comerciais e empresariais entre a China e os países de Língua Portuguesa. A antiga responsável atribui essa ineficácia à falta de profissionais bilingues. Num artigo publicado no seu blogue, Susana Chou cita um estudo de 2011 feito pelo académico Guo Yongzhong, do Instituto Politécnico de Macau (IPM), denominado “Pensamento de Estratégias da Plataforma em Macau da Cooperação Comercial e Empresarial entre a China e os países da Língua Portuguesa”, onde este aponta que o Governo Central investiu um grande apoio financeiro e de recursos humanos para a transformação de Macau numa plataforma. No entanto, frisa também, o território não consegue desempenhar de forma completa este papel. A ex-presidente referiu que esse estudo “mereceu grande concordância” sua. “Tenho muita pena que o Governo da RAEM não agarre esta boa oportunidade [de desenvolver a plataforma].” Como um dos exemplos para provar essa ideia, Susana Chou dá um exemplo próprio: a empresa privada criada por si em 2014 que tinha como objectivo providenciar serviços comerciais e empresariais entre a China e os países da Língua Portuguesa. A ex-presidente do hemiciclo afirma que esta empresa não conseguiu começar qualquer trabalho nos últimos dois anos porque não encontrou “talentos bilingues” apropriados em Macau. Susana Chou frisa que, para se tornar uma plataforma real, é necessário profissionais suficientes. Algo em que o Governo assegura estar a apostar. “Concordo muito com a ideia do doutor Guo, que sugere aumentar o ensino da Língua Portuguesa e dos estudos científicos. A verdade é que Macau não tem talentos bilingues e caso o Governo não arranje profissionais para trabalhar em Macau que compreendam as leis dos países de Língua Portuguesa, as finanças e a gestão empresarial do interior da China as leis internacionais, a criação da plataforma em Macau é apenas um discurso oco”, indicou.
Flora Fong PolíticaHo Ion Sang quer regulamentação para lojas de take-away [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ho Ion Sang quer ver melhorados os regulamentos que ditam o licenciamento de estabelecimentos de comidas e bebidas, pedindo que sejam incluídas as lojas de take-away. Numa interpelação escrita, Ho Ion Sang explicou que, actualmente, para operar uma loja de comidas e bebidas de “take away”, produzir e fornecer alimentos não é preciso ter uma licença de estabelecimento alimentar, pelo que basta tratar do caso através de registo comercial junto dos Serviços para a Economia (DSE). O deputado avançou que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) já respondeu, numa outra interpelação sua, garantindo que a segurança higiénica da produção alimentar está a ter o devido controlo desde a entrada em vigor, em 2013, da Lei de Segurança Alimentar. Na mesma resposta, explica Ho Ion Sang, o organismo defendeu que vai reforçar a fiscalização destes estabelecimentos. No entanto, tal não é suficiente para o deputado, pelo que este insiste na integração das lojas de take-away na mesma legislação. “Qual é o mecanismo de fiscalização de higiene e exames alimentares desenvolvido pelo IACM? Consegue este assegurar os padrões sanitários?”, questionou. Ho Ion Sang quer ainda saber quando é que o Governo considera a revisão do licenciamento para regulamentar melhor a operação das lojas de “take away”.
Flora Fong PolíticaAssistentes Sociais | Regime de Credenciação entregue este ano à AL Era para ser o ano passado, mas deverá ser este. Alexis Tam disse que o Regime de Credenciação de Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social vai ser entregue ao hemiciclo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Regime de Credenciação de Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social vai ser entregue à Assembleia Legislativa (AL) este ano. Isso mesmo foi anunciado pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. Numa sessão de conversa entre o Secretário e jovens de Macau, no domingo passado, Alexis Tam foi questionado sobre o sistema de credenciação para os assistentes sociais, que será implementado com a entrada em vigor deste Regime. A consulta pública sobre o novo regime já foi concluída em Fevereiro do ano passado, mas até agora a proposta de lei ainda não foi apresentada. Alexis Tam admitiu que concorda com a importância da credenciação para o exercício de funções destes profissionais e disse mesmo que está tudo bem encaminhado, sendo que se prevê que a proposta possa dar entrada no hemiciclo ainda este ano. O Governo chegou a comprometer-se com a entrega da lei no segundo semestre do ano passado, no relatório final sobre a consulta pública. Depois de uma análise das opiniões da população e do sector, o Instituto de Acção Social (IAS) decidiu levar avante algumas alterações, entre as quais aumentar o número de membros do Conselho Profissional dos Assistentes Sociais de nove para 11 elementos. O Conselho vai também poder ser eleito, ainda que não agora, depois de ter suscitado alguma polémica entre os profissionais do sector, que se queixavam do facto do grupo ser composto maioritariamente por pessoal da Administração. A realização de um exame de avaliação profissional, tema que despertou bastante interesse por parte da sociedade e do próprio sector, irá continuar contemplada na proposta de lei. A integração dos assistentes sociais da Função Pública no Regime de Credenciação de Assistentes Sociais foi outro dos pontos mais polémicos, com o relatório final a mostrar que de 41,2% das respostas defendem a inclusão destes no regime, para não haver discriminação entre os profissionais.
Hoje Macau PolíticaDavid Bowie – “Lazarus” “Lazarus” Look up here, I’m in heaven I’ve got scars that can’t be seen I’ve got drama, can’t be stolen Everybody knows me now Look up here, man, I’m in danger I’ve got nothing left to lose I’m so high, it makes my brain whirl Dropped my cell phone down below Ain’t that just like me? By the time I got to New York I was living like a king Then I used up all my money I was looking for your ass This way or no way You know I’ll be free Just like that bluebird Now, ain’t that just like me? Oh, I’ll be free Just like that bluebird Oh, I’ll be free Ain’t that just like me? DAVID BOWIE
Joana Freitas PolíticaProposta da ala democrata para alteração ao CP aceite para votação [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]hemiciclo liderado por Ho Iat Seng aceitou levar a análise dos deputados as propostas de alteração ao Código Penal apresentadas por Ng Kuok Cheong e Au Kam San. De acordo com o site oficial da Assembleia Legislativa (AL), o projecto de lei dos deputados foi admitido, ainda que o Governo esteja já a apresentar iniciativa de alterar o mesmo Código no mesmo capítulo, referente aos crimes sexuais. Os deputados da ala pró-democrata apresentaram o projecto de lei o ano passado, por considerarem que a Direcção dos Serviços de Reforma Jurídica de do Direito Internacional (DSJRDI), entidade responsável pela coordenação da revisão da lei penal, “não avançou” com qualquer proposta. Os dois deputados criticam ainda o Governo por “ter perdido muito tempo” para legislar e punir o atentado ao pudor, acusando o Executivo de “ter prometido avançar com auscultações públicas” em 2015 – depois de insistência dos deputados – e, até agora, “não ter concretizado nada”. Ng Kuok Cheong e Au Kam San pedem a punição de até dois anos para quem praticar actos de atentado ao pudor – onde se incluem apalpões e beijos – com a pena a agravar-se no caso de vítimas menores, sugerem classificar o assédio sexual como crime semi-público e o agravamento da penalização até ao máximo de dois anos. Na nota que acompanha o projecto de lei, os dois deputados defendem que a dependência da acusação particular da vítima nos casos de assédio sexual enfraquece a sua protecção. Os dois democratas sugerem ainda e defendem ainda circunstâncias agravantes, como casos em que o acusado e a vítima tenham laços familiares. O Governo está já a iniciar os trabalhos de revisão do CP, tendo apresentado recentemente as sugestões que tem. Contudo, ainda não começou a consulta pública prometida pelo Executivo. O projecto de lei de Au Kam San e Ng Kuok Cheong foi entregue ao hemiciclo em Junho do ano passado.
Joana Freitas PolíticaJogo | Lionel Leong diz que é urgente aperfeiçoar as leis [dropcap style=’circle’]L[/dropcap]ionel Leong diz que é tempo de se rever as leis relativas ao Jogo, especialmente no que aos junket diz respeito. Num encontro onde fez questão de dizer que a indústria tem de ter cada vez mais características locais, o Secretário para a Economia e Finanças frisa a necessidade urgente de se reverem as leis relacionadas com a indústria, devido “às novas situações provocadas pelas mudanças na economia local”. Lionel Leong reuniu-se na semana passada com representantes da Associação de Mediadores de Jogos e Entretenimento de Macau, onde o responsável falou das necessidades de aperfeiçoamento pelas quais a legislação tem de passar. “Torna-se ainda mais premente o aperfeiçoamento dos regimes jurídicos relacionados com a indústria [ do Jogo], o reforço da sua gestão e a realização de uma monitorização da exploração das respectivas actividades de acordo com a lei, no intuito de promover o seu desenvolvimento ordenado e saudável”, começou por defender o Secretário. Lionel Leong considera ainda que um “desenvolvimento saudável do sector de promotores de jogo”, ou junkets que lideram as salas VIP, poderá ajudar a impulsionar o avanço da indústria. Algo com que também Paulo Chan, ao leme da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), concorda. Chan considera que o aperfeiçoamento das leis e regulamentos legais é um dos “primeiros trabalhos que se devem fazer agora” e, ainda que se deva “reconhecer o papel que os promotores de jogo têm assumido em Macau”, estes precisam de elevar a sua imagem, diz o responsável. Fora de jogo Lionel Leong quer “colaborar” com os operadores do sector para criar um conjunto de regimes legais que, “além de poder proteger os consumidores e a exploração” do jogo, consiga contribuir “para a sustentabilidade do desenvolvimento da economia em geral”. O Secretário para a Economia voltou a frisar o “esforço” de se explorarem os elementos não associados ao jogo, até porque, diz, desta forma, Macau poderá tornar-se mais competitivo. “[Temos de] reforçar o desenvolvimento mútuo entre a indústria do jogo e os sectores além do jogo, procurando, através do aumento dos factores não jogo, fomentar o desenvolvimento saudável da indústria do jogo e elevar a sua competitividade a nível internacional”, frisou, citado em comunicado. Leong acrescentou ainda que o objectivo do Governo é “criar uma indústria de jogo repleta de características singulares locais”.
Joana Freitas Manchete PolíticaProjecto de Lei Sindical admitido na AL Pela primeira vez, outros deputados que não Pereira Coutinho tomaram a iniciativa de apresentar um projecto para legislar o direito ao sindicato. Ella Lei, Kwan Tsui Hang e Lam Heong Sam tentam fazer passar um diploma “não discriminatório” que já foi chumbado mais de seis vezes [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Assembleia Legislativa (AL) vai votar novamente um projecto de Lei Sindical, este entregue pelos deputados Ella Lei, Lam Heong Sang e Kwan Tsui Hang. O projecto foi admitido pelo hemiciclo, aguardando-se agora a marcação para a votação, naquela que poderá ser a primeira vez que um diploma do género é aprovado. Chumbado seis vezes anteriormente – todas elas quando foi apresentado pelo deputado José Pereira Coutinho -, o projecto de Lei Sindical tem vindo a ser pedido por diversas entidades, nomeadamente por deputados do sector laboral. Contudo, até agora, foi apenas Pereira Coutinho quem deu um passo no sentido de apresentar um rascunho do diploma. Depois disso, foi a vez do Governo vir a terreiro assegurar que iria apresentar a Lei Sindical, mas os três deputados não quiseram esperar e acabaram por sugerir a implementação de uma lei que, referem, vem apenas colmatar uma lacuna. “Esta iniciativa legislativa tem por objectivo concretizar o disposto na Lei Básica”, começam por dizer. “Vem dar cumprimento ao que é exigido pela Convenção da Organização Internacional de Trabalho e colmatar o vazio legislativo nesta matéria, criando-se a respectiva regulamentação no ordenamento jurídico da RAEM.” Apesar da Lei Básica defender que os trabalhadores da RAEM têm o direito a associar-se sindicalmente e fazer greve, a verdade é que nunca isto foi posto em prática devido à falta de uma lei. Ainda que Macau tenha assinado a Convenção da OIT – que expressa claramente que as regiões membros têm de assegurar estas condições -, não existe, neste sentido, qualquer protecção para os trabalhadores. Esforços comuns Na análise feita ao documento entregue pelos deputados pode ver-se que se inclui no projecto de lei o princípio da não discriminação – podendo isto dizer que os trabalhadores não residentes estão incluídos –, sendo que “todo o trabalhador tem o direito de se organizar ou inscrever” num sindicato a partir dos 16 anos, bem como dele sair se assim o pretender. É ainda sugerida a implementação de critérios específicos para a constituição de associações sindicais – não podendo estas ser políticas ou inteiramente financiadas pelos patrões – e a definição da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) como a entidade competente no registo e fiscalização destas associações. É também à DSAL que compete a aplicação de sanções. O projecto de lei de Ella Lei, Kwan Tsui Hang e Lam Heong Sang não deixa as punições de lado, propondo multas que vão das cinco mil às 250 mil patacas para diversos casos, que vão desde impedir um trabalhador de se filiar num sindicato a não permitir que haja o exercício da liberdade sindical no local de trabalho. Depois do sexto chumbo da Lei Sindical na AL, o Governo veio dizer que “está aberto” à legislação, mas nunca apresentou qualquer calendário para tal, tendo mesmo o ano passado justificado ao HM que “uma vez que este projecto de lei engloba uma considerável complexidade e abrange aspectos muito amplos, deve existir um amplo consenso da sociedade que possibilite desencadear de forma ordenada o processo legislativo”. O Executivo dizia que iria “continuar a estar atento às opiniões dos diversos sectores da sociedade” e, em 2015, os deputados pediram na AL que fosse o Executivo a apresentar a lei. Mas há mais de uma década que o projecto vem sendo chumbado. Esta é a primeira vez que é apresentado por outros deputados que não Pereira Coutinho ou Jorge Fão, ex-membro do hemiciclo que sugeriu a lei em 2005. Ainda não há data marcada para que o projecto suba a plenário.
Leonor Sá Machado PolíticaLeong Veng Chai quer mais fiscalização à transformação alimentar Mais fiscalização aos locais onde se transformam alimentos é o que pede o número dois de Pereira Coutinho no hemiciclo, considerando mesmo que a emissão de licenças tem de ser cautelosa [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Leong Veng Chai alega que há “vários estabelecimentos” de transformação de géneros alimentícios com “condições higiénicas terríveis” e que por isso é preciso apertar o cerco a este tipo de negócios. O deputado quer mais fiscalização. Segundo as definições contidas no documento da legislação sobre Segurança Alimentar – pasta sob tutela do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais –, entende-se por género alimentício “qualquer substância, tratada ou não, destinada à alimentação humana, incluindo as bebidas e os produtos do tipo das pastilhas elásticas, bem como todos os ingredientes utilizados na produção, preparação e tratamento de géneros alimentícios”. Numa interpelação escrita enviada ao Governo, o número dois de José Pereira Coutinho no hemiciclo pede ao Governo que melhor fiscalize este tipo de estabelecimentos, questionando-se ainda sobre que critérios são avaliados para a emissão de licenças. “O local dos estabelecimentos de transformação de géneros alimentícios é um aspecto vital, pelo que é necessário proceder-se à supervisão da sua segurança”, defende. No entanto, o deputado não se fica por aqui. O também ex-funcionário público considera que a legislação não define, exactamente, aquilo que são estabelecimento deste género, pedindo, por isso, esclarecimentos. “Afinal, como é que o Governo define os estabelecimentos de transformação de géneros alimentícios e quantos existem?”, perguntou. Mau ambiente No documento, Leong Veng Chai quer também que estes locais não estejam tão “junto das residências da população”, argumentando que “vários destes estabelecimentos” se encontram “nos bairros comunitários”. Consequência disso, afirma, são o mau cheiro e a poluição das águas que por aquelas zonas passam. No decurso disso mesmo, Leong Veng Chai pergunta ao Executivo se foram ponderadas estas consequências durante a abertura dos espaços. “Chegou-se a ponderar também os problemas ambientais devido à localização desses estabelecimentos nos bairros comunitários, como, por exemplo, águas poluídas, mau cheiro e segurança contra incêndios, no decurso do processo da transformação?”, questionou o deputado, que quer ainda saber quais os critérios para a emissão de licenças a estes estabelecimentos.
Filipa Araújo Manchete PolíticaAL | Leis dos animais e violência doméstica até Fevereiro As propostas de lei sobre a protecção dos animais e de prevenção da violência doméstica vão ser entregues para aprovação até Fevereiro, diz o Governo. Enquanto a primeira proposta poderá ter sido feita “um bocado a correr”, a da violência doméstica prima pelo contrário: lentidão [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]As propostas de lei relativamente à protecção dos animais e à violência doméstica vão ser entregues à Assembleia Legislativa (AL) “no fim deste mês ou no próximo mês”. A garantia é dada pelo Governo que, num comunicado à imprensa, apresenta o ponto de situação dos trabalhos legislativos de leis que têm sido constantemente adiadas. O Executivo não traça qualquer detalhe sobre as leis, referindo apenas que, no caso da Lei de Protecção dos Animais – aprovada na generalidade em Outubro de 2014 – a 1.ª Comissão Permanente, presidida pela deputada Kwan Tsui Hang, teve 17 reuniões com os representantes do Governo. A última aconteceu no final de Julho do ano passado e nada mais se soube do diploma. “Os representantes do Governo tiveram dois encontros com a assessoria da AL para abordar as questões técnicas da proposta, apresentando três versões de alteração, [estando] terminada neste momento já a análise da mesma”, indicou a Administração. Para Albano Martins, presidente da Sociedade de Protecção dos Animais – ANIMA, “tudo foi feito um bocado a correr”, pelo que o responsável não espera grandes mudanças na apresentação da nova proposta de lei. “Não tenho esperança nisso. Espero é que eles possam contemplar algumas sugestões que nós tínhamos mandado à AL e que agora vamos mandar ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, referiu ao HM. Recorde-se que algumas mudanças ao longo do processo de análise – como a diminuição de três para um ano de prisão em algumas sanções – levou a muita controvérsia. A passo de caracol Relativamente à Lei de Prevenção e Correcção da Violência Doméstica, aprovada na generalidade há um ano e responsabilidade da mesma Comissão, foram consultadas “várias instituições e associações”, tendo decorrido quatro reuniões entre deputados e Governo. Depois de oito encontros com a assessoria da AL, o Governo assegura que já elaborou uma versão preliminar com o consenso que conseguiu alcançar. Não diz, contudo, se isso significa que a violência doméstica vai ser crime público. “A última versão de trabalho já foi entregue à assessoria da AL nos meados do mês passado, terminada neste momento já a sua análise”, referem. A ideia vem concordar com a notícia avançado pelo Jornal Ou Mun da conclusão dos trabalhos legislativos, que começaram em Outubro de 2007, através de um “estudo sobre produção legislativa relativa à violência doméstica”, pelo Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, na altura Chui Sai On, actual Chefe do Executivo. Nesse mesmo ano foi criado um grupo de trabalho com o Instituto Acção Social (IAS) para recolha de opiniões e sugestões, colaborando este com a Comissão Consultiva para os Assuntos das Mulheres. Em 2008 nasce o primeiro anteprojecto da proposta de lei mas só dois anos depois são entregues ao IAS os pareceres das instituições envolvidas. São seis anos de reuniões, recolha de opiniões e pareceres que parecem ter chegado ao fim.
Filipa Araújo PolíticaTribunal anula decisão dos Serviços de Saúde por usurpação de poder [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Unidade Técnica de Licenciamento das Actividades e Profissões Privadas de Prestação de Cuidados de Saúde dos Serviços de Saúde (UTL) viu negada uma decisão sua por esta violar a lei. O caso diz respeito a um cidadão que quis ver-lhe atribuída a licença de médico de medicina tradicional chinesa requerendo, para o propósito, à Comissão de Apreciação dos Processos de Reconhecimento da Habilitação de Mestre de Medicina Tradicional Chinesa dos Serviços de Saúde (SS) que avançasse com a avaliação da candidatura. Depois de uma análise foi decidido que o homem não reunia as condições para tal, pois o curso que frequentou combinava duas medicinas – ocidental e tradicional. A avaliação fez com que a UTL indeferisse a proposta. Não satisfeito, o requerente apresentou recurso hierárquico ao director dos SS, Lei Chin Ion, que optou por tomar a mesma decisão: o curso abrangeu disciplinas teóricas e práticas de ambas as medicinas, mas as disciplinas relativas à medicina chinesa tinham uma duração mais curta em comparação com as do curso profissional habitual, pelo que não era equivalente ao curso ministrado em Macau ou ao curso possuído pelos requerentes de licença de médico de medicina tradicional chinesa aos quais foi concedida a licença nos últimos anos. Levando outra nega, o requerente recorreu para o Tribunal Administrativo (TA) alegando que a decisão pecava por falta de fundamentação. O tribunal deu razão ao requerente, ainda que de forma parcial, alegando que “o teor complementar acrescentado pela UTL” para a não aceitação “não foi discutido e analisado pela Comissão de Apreciação dos Processos de Reconhecimento da Habilitação de Mestre de Medicina Tradicional Chinesa /ou pela Comissão Técnica de Licenciamento de Actividades Privadas, o que resultou na violação” da lei. Foi então anulada a decisão.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaDSSOPT vai ser investigada pelo MP. A denúncia partiu de uma associação A Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau queixou-se ao Ministério Público da acção da DSSOPT a propósito de terrenos visados num relatório do CCAC [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) poderá ir parar a tribunal, caso uma queixa ontem entregue ao Ministério Público (MP) pela Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau vá avante. O último relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) sobre os terrenos que ainda não foram revertidos para o Governo motivou a Associação a apresentar uma queixa junto do MP contra a DSSOPT. Os responsáveis do grupo, ao qual pertencem os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San, estão confiantes com a investigação do MP. “Verificámos que há pelo menos três terrenos que já ultrapassaram o prazo de 25 anos de concessão. Esse é o limite, mas depois disso o Governo ainda não fez nada para recuperar estes terrenos. Segundo a lei, ultrapassados os 25 anos, o Governo tem de recuperar esses lotes, mas segundo uma investigação do CCAC há pelo menos três terrenos que já ultrapassaram esse prazo. A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) não fez nada e pensamos que isso causa sérios danos ao interesse público”, disse Tong Ka Io, presidente da Associação, ao HM. “Esta é uma questão muito séria e por isso enviamos a queixa para o MP. Esperamos que o MP faça uma séria investigação ao caso e se há algum funcionário público a quem possam ser imputadas responsabilidades dentro da lei. O objectivo é que, no futuro, os funcionários públicos cumpram a lei e possam proteger o interesse público, sem mostrar interesse por essa questão. Os terrenos existem e as pessoas não vêem nenhuns procedimentos a serem tomados. Apresentamos esta queixa porque queremos que as coisas sejam correctas”, referiu. Calendário por favor Apesar do Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, já ter garantido que os terrenos vão ser revertidos para a Administração, Tong Ka Io pede um prazo concreto. “O Secretário disse que estão a tratar do caso, mas não apresentou nenhum calendário para resolver todos os casos relativos aos terrenos”, referiu. A Associação garante que, para já, não está a planear mais acções depois da queixa apresentada ao MP. “Pensamos que esta acção é suficiente. Esperamos que o MP investigue o caso de acordo com a lei, achamos que são profissionais sérios e achamos fundamental notificar este tipo de casos junto do MP. Politicamente vamos continuar a exigir boas práticas na gestão dos terrenos, porque são os recursos mais importantes de Macau.” O caso diz respeito a três de 16 terrenos que deveriam ter visto a sua caducidade declarada, sendo dois deles da Transmac.
Flora Fong PolíticaWong Kit Cheng quer novidades sobre lei anti-monopólio [dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ong Kit Cheng questionou o Governo sobre o progresso da criação de uma “lei contra o monopólio” no sector do consumo. A deputada quer saber que medidas é que o Governo pode tomar para proteger os direitos dos consumidores antes de concluir a revisão do Regime Jurídico relativo à Protecção dos Direitos e Interesses dos Consumidores. “Antes de entrar em vigor a lei contra o monopólio e a revisão do regime jurídico, que medidas pode o Governo tomar para proteger os direitos dos consumidores?”, questionou numa interpelação escrita. Wong Kit Cheng relembra que é comum o problema do monopólio e fixação de preços conjunta em Macau, o que prejudica residentes e turistas. O Governo já publicou o relatório de conclusão das consultas públicas sobre o regime jurídico em Fevereiro do ano passado, onde sugere introduzir um regulamento contra o monopólio para resolver três comportamentos injustos, entre os quais a fixação de preços conjunta e a especulação. No entanto, a deputada recorda que a Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, referiu, durante o debate das Linhas de Acção Governativa (LAG) de 2016, que vai dividir o regulamento contra o monopólio do regime da protecção dos direitos e interesses dos consumidores. Agora, a deputada quer saber como está a ir o processo da elaboração da “lei contra o monopólio”. Além disso, Wong Kit Cheng referiu que em Hong Kong o Regulamento de Competição já está implementado desde Dezembro passado. Na cidade vizinha, já foram notificados vários casos de queda mais de 10% do preço de produtos, alterando a medida antiga de fixar os preços segundo sugestão dos revendedores. Quanto a Macau, a deputada quer saber se a lei contra o monopólio ter os mesmos efeitos dissuasores que o Regulamento de Competição conseguiu.
Flora Fong PolíticaErro Médico | Deputados querem lei aprovada este ano [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] deputado Cheang Chi Keong, também presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), referiu que o debate do Regime Jurídico de Tratamento de Litígios Decorrentes de Erro Médico pode voltar em Março, esperando o deputado que o diploma seja aprovado ainda este ano. O regime foi aprovado na generalidade em 2013, estando em debate na especialidade desde essa altura. Cheang Chi Keong afirmou ao Jornal Ou Mun, depois de uma reunião da Comissão com representantes do Governo na passada quarta-feira, que os assessores jurídicos das duas partes vão continuar a negociar. Espera-se assim que estes façam uso de dois meses para aglutinar as duas propostas – dos deputados e do Executivo – antes que tenham início as reuniões plenárias da AL e os debates com a presença do Chefe do Executivo na AL. “Sem integração das propostas, não será possível continuar o debate na especialidade”, disse, frisando que na prática não existe muito tempo para esse trabalho, excluindo os dias de feriados. O deputado acrescentou que a 3.ª Comissão Permanente já discutiu basicamente todas as cláusulas da proposta com representantes do Governo há um ano, mas o Governo só entregou o novo documento à AL recentemente devido à mudança de pessoas nas pastas do Governo. Cheang Chi Keong avançou que “não há grandes mudanças” na nova proposta e existe ainda divergência de opiniões, nomeadamente no que toca à protecção dos pacientes e médicos. O presidente acrescentou que só pode saber a decisão do Governo quando se concluir a integração das propostas. O deputado nomeado espera que o debate da Lei de Erro Médico possa começar em meados de Março, como forma de resolver todos os problemas antes das férias de Agosto. A ideia é elaborar o parecer da proposta em Outubro, quando a Comissão voltar a reunir-se, e tentar entregar o documento à AL no final de 2016. “O processo legislativo vai complicar-se se se estender até 2017, uma vez que será ano de eleições legislativas. Se a proposta não for apreciada antes do final do mandato da quinta legislatura, a proposta vai ser abandonada e tudo voltará ao início”, advertiu.
Tomás Chio PolíticaDiploma contra violência doméstica pronto “em breve” [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) afirmou ao Jornal Ou Mun que os trabalhos de legislação da Lei de Violência Doméstica estão “basicamente concluídos”. O organismo acredita que o diploma possa, em breve, ser entregue à Assembleia Legislativa (AL) para entrar em processo legislativo final. Segundo a publicação chinesa, depois da aprovação na generalidade da Lei de Violência Doméstica, em Janeiro de 2015, a 1.ª Comissão Permanente da AL reuniu várias vezes para discussão do tema. A definição de crime público ou semi-público é a grande pedra no sapato deste regulamento. Melinda Chan, deputada e também membro da 1.ª Comissão Permanente, confirmou ao jornal que a proposta será apreciada em breve pela AL, indicando que na última o Governo não se mostrou contra a definição de crime público. Sinal, defende, de alguma concordância para com a grande dúvida. “Depois do Governo entregar a proposta, a Comissão irá reunir outra vez”, confirmou Melinda Chan. Há mais de quatro anos que o Governo está a trabalhar nesta lei. O trabalho legislativo foi preparado pela DSAJ, pelo Instituto de Acção Social e pela Polícia de Segurança Pública, que será a responsável pela aplicação da lei.
Flora Fong Manchete PolíticaCP | Jurista e deputada defendem criminalização de pornografia infantil Escapou algo na revisão ao Código Penal: a visualização de pornografia infantil deveria ser criminalizada, dizem analistas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]advogado Ho Kam Meng e a deputada Wong Kit Cheng defenderam ontem a necessidade de criminalização de actos como o assédio verbal e a posse ou visualização de pornografia infantil. Para o jurista, que ontem falou no programa Macau Talk do canal chinês da Rádio Macau, navegar em sites de pornografia infantil “é a mesma coisa que violar os direitos jurídicos dos menores”. A revisão do Código Penal (CP) para criar novos tipos de crimes foi um dos temas abordados no programa de ontem. Durante a sessão, um ouvinte disse que a proposta da revisão do CP mencionou o crime de posse e aquisição de pornografia, mas não detém qualquer alínea acerca de pornografia com menores. Cheong Ham, chefe substituto do Departamento de Estudo do Sistema Jurídico e Coordenação Legislativa da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), foi também convidado para o programa e afirmou que, no âmbito internacional, espera eliminar totalmente eventuais casos que incluam pornografia desta natureza. No entanto, diz, é necessário considerar questões como métodos de recolha de provas e casos concretos para incriminar um suspeito. “O organismo deve considerar acrescentar uma cláusula para aumentar a protecção. Contudo, se os navegadores não tiverem intenções criminosas, é preciso perceber como lidar com estes casos”, afirmou. O especialista exemplificou com situações em que a navegação em websites legais é interrompida com a abertura involuntária de janelas contendo estas imagens e vídeos de componente sexual. Em relação ao facto do assédio sexual verbal e da pornografia não estarem incluídas na proposta de alteração ao CP, Wong Kit Cheng defende que o conteúdo das cláusulas devia ser alargado, uma vez que o significado de assédio verbal é demasiado restritivo. Já o advogado considera que existe dificuldade na recolha de provas para acusar alguém de assédio sexual verbal, mas, adiantou, “não significa que não haja necessidade operacional e real” para implementar este tipo de medidas. O crime não deve ser excluído da legislação, acrescentou. Cheong Ham, responsável da DSAJ, afirmou que o organismo tem uma atitude aberta sobre a questão do assédio verbal, mas acredita que estes crimes também podem ser resolvidos através de acção cível. Flora Fong flora.fong@hojemacau.com.mo destaque A proposta da revisão do CP mencionou o crime de posse e aquisição de pornografia, mas não detém qualquer alínea acerca de pornografia com menores