Tomás Chio PolíticaConselhos Consultivos | Nomes repetem-se em mais de três órgãos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jornal chinês All About Macau noticiou ontem a nomeação de Paulo Tse para o Conselho de Renovação Urbana, referindo que Chui Sai On, Chefe do Executivo e responsável pela nomeação, não cumpriu a sua promessa feita o ano passado, quando disse que um membro não podia pertencer a mais do que três Conselhos Consultivos. Paulo Tse já é membro de quatro. O jornal chinês referiu que, por norma, os despachos publicados em Chinês no Boletim Oficial (BO) devem mostrar os nomes chineses das pessoas nomeadas, mas que no caso do despacho que ditou a nomeação de Paulo Tse havia apenas uma referência ao apelido. A All About Macau questiona a razão por não ter sido revelado o nome chinês, lembrando que mais de metade da lista de nomeados são empresários ou ligados ao sector imobiliário, o que pode levar a sociedade a pensar que haverá um maior controlo dos projectos por parte destes membros. O artigo aponta para o facto do dirigente de Macau ter quebrado a sua promessa política e que tal pode constituir “um grande choque para os cidadãos”. O All About Macau lembrou que esta não é a primeira vez que Chui Sai On quebra o seu compromisso e volta a nomear as mesmas pessoas para estes cargos. No caso do Conselho de Renovação Urbana já terão sido nomeados dois membros que estão em mais três órgãos consultivos, sendo eles o advogado Paulino Comandante e Andy Wu Keng Kuong, secretário da Associação de Indústria Turística. Aquando da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG), Chui Sai On garantiu que um membro de um Conselho Consultivo não podia ser nomeado para mais do que três órgãos, com um limite temporal de três anos. O HM tentou pedir esclarecimentos sobre o caso, mas até ao fecho desta edição não foi possível.
Hoje Macau PolíticaPortugueses ajudaram Macau ao nível político, mas não o suficiente [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s portugueses ajudaram à democratização de Macau, mas também falharam ao não fazer mais exigências neste sentido antes da transição. É uma das considerações do sociólogo Hao Zhidong, presidente da Associação de Sociologia de Macau, em entrevista à agência Lusa. O académico aponta a “tradição religiosa” como um exemplo de um “legado positivo” dos portugueses em Macau, tal como a “relativa” democratização, reflectida na possibilidade de eleger uma parte da Assembleia Legislativa. Contudo, salienta o sistema eleitoral como a principal falha dos portugueses durante as negociações que antecederam a transição – ao não insistirem para que a Lei Básica de Macau previsse o sufrágio universal, como aconteceu em Hong Kong. Ainda assim, Hao concede que “a democratização [existente] é um legado português”, que deve ser valorizado e desenvolvido, acabando com deputados nomeados pelo Chefe do Executivo ou, pelo menos, reduzindo o seu número. Segundo o académico, considerando “a longa história de totalitarismo” da China, é necessário em Macau “algo que contraponha essa tradição”, ou seja, o legado dos portugueses, que transporta a tradição europeia “de liberdade e direitos humanos”. Juventude diferente Hao identifica uma juventude em Macau mais preocupada com a democracia, em grande parte por influência de Hong Kong e Taiwan. “Isso reflectiu-se num inquérito sobre a mudança de atitudes em relação à China. Identificam-se menos do que antes, menos do que em 1999 e até do que há uns anos”, explica. O académico acredita contudo que a comunidade portuguesa poderia ter um papel relevante no esforço de democratização. “Se houvesse diálogo entre grupos, entre os que acreditam na democracia, por exemplo, podia delinear-se uma estratégia para lutar por isso”, afirma o investigador, sublinhado como seria benéfico que portugueses e chineses cooperassem para “fazer um trabalho sério” de “investigação sobre Macau”. Apesar do seu olhar optimista quanto ao futuro, identifica sinais de ‘continentalização’ que considera preocupantes, como o caso dos dois académicos – Éric Sautedé e Bill Chou – que foram afastados dos seus lugares na Universidade de São José e Universidade de Macau, respectivamente, por motivos políticos. As pessoas de Macau, diz ainda, “estão numa crise de identidade”. A esmagadora maioria identifica-se como chinesa, mas tem em conta que isso acarreta muitas facetas: “As pessoas têm mesmo de pensar em quem são, politicamente. Se respondem que são chineses, de que tipo? Identificam-se com o Governo chinês ou com valores universais? São a favor do centralismo, da ditadura ou da democracia? Que tipo de China perspectivam?” O sociólogo defende que há pouca identificação com a República Popular como entidade política e o que o princípio ‘Um país, dois sistemas’ é acolhido. “É o único mecanismo que os protege”, sublinha. Hao mantém, contudo, as boas perspectivas para um futuro mais longínquo. “Não há fuga à democratização. Não acho que o Governo da China possa manter esta pressão em Hong Kong e, por associação, em Macau”, defende. Olhando para 2049, vários cenários se vislumbram: “Se a China se democratizar – política, social e culturalmente –, Macau e Hong Kong também o vão fazer. Esse é o melhor cenário, mas há também a possibilidade de as coisas se manterem mais ou menos na mesma, até depois de 2049. Há uma terceira possibilidade, pior, em que Macau se torna mais ‘continentalizado’, com menos liberdade de expressão, de imprensa, mais problemas na indústria do jogo, mais descontentamento popular. Mas acho improvável”. Canto lusitano Hao não hesita em reconhecer que a relação entre chineses e portugueses foi sempre de desencontros, mantendo-se assim até hoje. Admite que “os portugueses não tiveram uma boa prestação no passado porque estiveram sempre separados da comunidade chinesa”, o que “é uma pena porque até depois da transferência podia ter havido mais diálogo”, mas diz que 500 anos de presença portuguesa deixaram marcas no tecido social, mesmo após o retorno à China. “Diria que as pessoas têm orgulho em ser de Macau, acreditam que são diferentes dos chineses da China continental. São mais abertas politicamente, menos controladas pelo Governo, mais rebeldes. Também há rebeldes na China, mas são muito poucos, proporcionalmente. Consideram-se mais progressistas e isso faz parte do legado português”, diagnostica. Para o sociólogo, Macau precisa de “empreendedores culturais” que estabeleçam essa ponte de comunicação. “Aqui não temos essas pessoas, todos estão a tratar das suas coisas, não procuram as outras comunidades”, diz. História precisa-se Um dos outros problemas apontados pelo sociólogo é o desconhecimento da História. Dezasseis anos após a transferência de Macau para a China, o território ainda não sabe o que fazer com o seu passado e o desconhecimento da história impede-o de aproveitar e desenvolver o legado português, defende. “Há cada vez menos conhecimento sobre o que aconteceu no passado. [As autoridades] não sabem como lidar com a história, com o passado colonial como o de Ferreira do Amaral. Acho que devíamos recuperar a estátua, pô-la num museu, ou assim”, afirmou o presidente da Associação de Sociologia de Macau, referindo-se a um dos mais polémicos governadores da história de Macau, visto pelos chineses como símbolo do poder opressor português. João Maria Ferreira do Amaral liderou o território entre 1846 e 1849, quando foi assassinado. No início dos anos 1940 foi erguida no centro da cidade uma estátua em sua homenagem, em que o governador empunhava um chicote sobre um grupo de chineses, que foi retirada em 1992. “Devemos compreender a avaliar o legado colonial, o que foi bom, o que foi problemático. E se houve algo bom, devemos manter esse legado e até expandi-lo”, defendeu o autor do livro “Macau History and Society”, que analisa a história do território, com particular foco no desenvolvimento identitário de Macau.
Flora Fong PolíticaFAOM quer saber contexto de trabalhadores vindos da China A presidente da FAOM sugeriu em Pequim que o Governo tenha forma de, em colaboração com a China, perceber o contexto dos trabalhadores chineses no Jogo em Macau, ao mesmo tempo que se criem medidas para acabar com o impacto desta indústria no continente. A responsável pede ainda o regresso de políticas antigas no sector do turismo [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ho Sut Heng, espera que o Governo Central coordene com o Governo da RAEM uma forma de investigar “o contexto dos residentes da China continental que trabalhem no sector de Jogo em Macau”. Em Pequim, a também deputada de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) apresentou ainda a sugestão de se recuperar a política de “vir a Macau com vistos de Hong Kong”. Segundo o Jornal do Cidadão, Ho Sut Heng fez um discurso na reunião da APN, referindo que o Governo começou a revisão a médio prazo da indústria de Jogo e que por isso tem, durante o processo, de perceber algumas das situações que dizem respeito a esta indústria. A responsável “espera que o Governo Central” se junte ao Governo local para “estudar em conjunto a melhoria dessas políticas, diminuindo o impacto negativo da indústria de Jogo face à China continental”. Levantar o véu A presidente da FAOM sugere ainda que seja feita uma investigação ao “contexto” dos residentes da China continental que trabalham no Jogo em Macau. “Actualmente os residentes do interior da China ocupam uma parte dos sócios de empresas junket que operam as salas VIP e são os principais empregados e colaboradores dos promotores de Jogo em Macau. Os seus contextos podem ser complicados e o Governo da RAEM pode não agarrar concretamente as informações”, apontou, referindo que deve ser criada uma “barreira” para a entrada no sector do território. Ho Sut Heng espera ainda que o Banco Popular da China reúna de forma periódica com o Governo de Macau para trocar informações sobre eventuais casos de branqueamento de capitais, assegurando assim, diz, o movimento livre e normal de capitais do sector de Jogo. No que toca ao turismo, Ho Sut Heng sugeriu ao Governo Central que volte aplicar políticas antigas, que passavam, por exemplo, por permitir que os turistas chineses com vistos de Hong Kong pudessem também visitar Macau, em vez de terem de arranjar outros vistos. Isto iria ajudar o território a recuperar, defende.
Tomás Chio PolíticaLionel Leong | “Diversificação económica tem de acontecer” [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]esmo que seja difícil, a diversificação económica vai acontecer. É o que garante Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças e também deputado de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN), que assegurou em Pequim que Macau vai enveredar por um caminho além do Jogo. O Secretário assegura ter na manga dois pontos estruturais principais para a promoção da diversificação económica, sendo o primeiro “a construção de um ambiente social mais agradável para a diversificação económica” e o segundo “reforçar as vantagens que Macau tem e evitar as suas desvantagens”. “A RAEM está a encarar um declínio económico e a melhoria não surgirá a curto prazo, portanto, o Governo tem a responsabilidade de cooperar com toda a sociedade para aperfeiçoar a estrutura industrial de Macau, porque a queda [das receitas] é uma oportunidade. Depois temos de desenvolver [as medidas] ‘um centro e uma plataforma’, que podem empurrar a diversificação, melhorar a qualidade dos serviços e cativar mais industrias novas”, disse o responsável. Lionel Leong sublinhou ainda que o Governo Central pode ajudar Macau nesta diversificação, atraindo mais exposições para o território, oferecendo mais facilidades na inspecção de produtos que chegam ao território, especialmente face aos bens provenientes dos países lusófonos, e ainda criando uma reunião anual financeira luso-chinesa. O Secretário admitiu em Pequim que há “uma ânsia entre a sociedade” de ver um desenvolvimento económico mais diversificado. Portanto, diz, “mesmo que seja difícil, Macau tem de acelerar a promoção da diversificação da economia”. Mais apoio para os investimentos jovens e atrair empresas de fora para colaborarem com as locais são outras das medidas que Leong diz poderem vir a ajudar a mudar o rumo económico de Macau.
Hoje Macau PolíticaTransferência | Bandeira portuguesa de Macau entregue por Rocha Vieira [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]bandeira nacional arriada no último dia da Administração portuguesa de Macau foi na sexta-feira entregue pelo general na reserva Rocha Vieira à Liga dos Combatentes, que a depositará no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. Na sede da Liga dos Combatentes, em Lisboa, o último governador de Macau entregou a bandeira nacional ao presidente da Liga dos Combatentes, general Chito Vieira, numa cerimónia a que assistiram o ex-Presidente da República general Ramalho Eanes, o professor Adriano Moreira, os chefes militares e o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes. A bandeira será levada no Dia do Combatente, dia 9 de Abril, para a sala das oferendas no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, Leiria. Também foi entregue a salva de prata onde foi depositada a bandeira depois de ter sido arriada, há 16 anos, em Macau. “A bandeira não podia ficar em melhores mãos”, afirmou Rocha Vieira, que lembrou o “simbolismo muito forte” da cerimónia de transferência de soberania da RAEM de Portugal para a China, a 19 de Dezembro de 1999. A forma como foi feita a transição, defendeu, permitiu que Macau continuasse a ter “a vocação que sempre teve no passado mas adaptada ao século XXI, de ser uma plataforma, de ser terra de charneira entre a China e o resto do mundo”. “Macau é um exemplo do legado que Portugal deixou”, disse. Quando, há dez anos, foi tornado público que a bandeira nacional estava numa gaveta na casa do ajudante de campo de Rocha Vieira à altura, tenente-coronel Vasconcelos, muitas pessoas se interrogaram qual seria o destino da bandeira e muitas instituições se ofereceram para a guardar. Até que um governo – Rocha Vieira não disse qual – lhe telefonou a sugerir que a bandeira ficasse num “museu da expansão” que haveria de ser construído com todas as bandeiras usadas nos territórios administrados por Portugal. O museu nunca foi construído mas, sugeriu, poderia haver, no futuro, um local que reunisse as bandeiras ainda existentes e que estão fora do olhar do público. José Alberto Azeredo Lopes afirmou por seu lado sentir-se como “o padre nos casamentos católicos”, uma testemunha da cerimónia, e lembrou o momento que ficou registado numa imagem que “marcou muita gente”: a do general Rocha Vieira com a bandeira nacional junto ao coração, depois de lhe ter sido entregue.
Filipa Araújo PolíticaAnimais | Votação na especialidade poderá acontecer em Abril Os deputados estão esperançosos que a Lei de Protecção dos Animais chegue ao hemiciclo em Abril, ainda que falte a nova versão da proposta a ser entregue pelo Governo e a sua apresentação às associações [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stá terminada a análise na especialidade da proposta de Lei de Protecção dos Animais. A presidente da Comissão Permanente de deputados que estava encarregue da proposta disse esperar que esta seja apresentada à Assembleia Legislativa (AL) já no próximo mês de Abril, ainda que tudo dependa do Governo. “Terminámos [na sexta-feira] a discussão do articulado”, frisou Kwan Tsui Hang, responsável da 1.ª Comissão Permanente. A deputada falava aos jornalistas no final da reunião com o Governo, tendo indicado que o Executivo afirmou que não vai aceder ao pedido da Comissão em colocar, na proposta, normas que garantam a protecção das vítimas de ataques de animais, pois estas já “estão definidas nos Códigos Civil e Penal”. Perante a decisão, a Comissão pediu ao Governo para assumir uma postura de maior divulgação, apaziguando a preocupação anteriormente defendida pelo grupo de trabalho relativamente à falta de conhecimento das sociedade quantos aos seus direitos, em caso, por exemplo, do ataque de um cão. “Esta não é só uma lei de protecção aos animais”, justificou Kwan Tsui Hang. Últimos degraus Apesar de depender do tempo que o Governo irá levar na elaboração da última versão da proposta, Kwan Tsui Hang explica que para já, “perto do dia 20 de Março”, vai acontecer uma reunião onde o Executivo apresentará a nova versão da lei. Depois, Governo e Comissão irão reunir com as associações protectoras de animais “em finais do mês”, para, exclusivamente, as colocar a par das alterações realizadas. “É só para conhecerem melhor a lei”, frisou a presidente. “Acho que em Abril [conseguimos apresentar a lei à AL]. Temos de dar algum tempo ao Governo para aperfeiçoar a versão final. Depois também temos de ter tempo para elaborar o parecer. Só depois é que vamos apresentar ao plenário para discutir na especialidade. Não posso garantir, não sei se o Governo pode entregar a versão final em Abril”, indicou.
Hoje Macau PolíticaMacau terá “destaque” no desenvolvimento económico da China [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo chinês afirmou que Macau e Hong Kong vão ter um papel com maior destaque no desenvolvimento económico da China e garantiu o respeito pelas leis básicas dos dois territórios. Na apresentação o XIII Plano Quinquenal da China, para o período 2016-2020, perante a Assembleia Nacional Popular (ANP), o primeiro-ministro Li Keqiang manifestou “pleno apoio” aos Chefes dos Executivos das duas regiões na sua condução das cidades “de acordo com as respectivas leis”. “Vamos dar expressão às forças distintivas de Hong Kong e Macau e elevar as suas posições e papéis no desenvolvimento e abertura económica da China”, afirmou, na abertura da sessão anual da ANP, que decorre até 14 de Março. Em relação a Macau, as linhas gerais do XIII Plano Quinquenal, segundo noticia o jornal South China Morning Post, asseguram que Pequim continuará a apoiar a estratégia local de transformar o território num “centro mundial de turismo e lazer”. Sobre Hong Kong, o documento diz que será lançado “no momento apropriado” a já anunciada fusão das bolsas de Hong Kong e Shenzen e garante apoio à aposta local nas novas tecnologias e na inovação. Na terça-feira, o porta-voz da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPCPC) já havia afirmado que o XIII plano quinquenal da China traz “boas notícias” para as regiões de Hong Kong e Macau. “A liderança coloca grande importância e expectativas no papel de Hong Kong e Macau, enquanto planeia o desenvolvimento da China”, afirmou Wang Guoqing, citado pela imprensa estatal. Wang assegurou que o documento, que vai ser aprovado pela ANP a 14 de Março e norteará a política económica do país entre 2016 e 2020, vai “considerar as necessidades das pessoas de Hong Kong e Macau”. A proposta para aquele plano, delineada pela liderança do país em Novembro passado, “deixou claro que as regiões irão desempenhar um papel único no crescimento económico e na abertura da China”. “O Governo central vai apoiar as duas regiões administrativas especiais como sempre o fez, visando aumentar a sua competitividade”, concluiu.
Andreia Sofia Silva PolíticaÁguas marítimas | Trabalhos sobre viagens de recreio ainda este ano Chui Sai On deslocou-se a Pequim por ocasião de mais uma sessão anual da Assembleia Popular Nacional. Da capital chinesa saiu a confirmação de que os trabalhos sobre o início das viagens individuais em barcos de recreio podem “ser promovidos durante o corrente ano” [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]oncluído o dossier relativo à gestão das águas marítimas por parte do Governo de Macau, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, garantiu, segundo um comunicado, que “o trabalho realizado e relacionado com as viagens individuais em barcos de recreio pode ser promovido com sucesso ainda durante o corrente ano”. Numa altura em que a Assembleia Popular Nacional (APN) realiza a sua sessão anual e apresenta o XIII Plano Quinquenal para o país, Chui Sai On confirmou que a cooperação entre Macau e a província de Guangdong sairá reforçada, depois de ter reunido no passado sábado com Zhu Xiaodan, governador da província, e Hu Chunhua, secretário do Comité provincial de Guangdong do Partido Comunista Chinês (PCC). Segundo o mesmo comunicado, Chui Sai On referiu que “quando o Governo da RAEM delinear a política marítima, o desenvolvimento global dos recursos hídricos do Rio das Pérolas servirá de base para estruturar o desenvolvimento de Guangdong”. O Chefe do Executivo reuniu ainda, na passada sexta-feira, com Guo Jinlong, Secretário do Comité Municipal de Pequim do PCC e ainda membro do Politburo do Comité Central do PCC. A criação de um plano a pensar nos jovens foi o tema do encontro. Chui Sai On disse que Macau “pretende intensificar, através de vários meios, os trabalhos de formação e apoio aos jovens”. O Governo local “espera criar plataformas de intercâmbio com a capital no sentido de desenvolver, em conjunto, um plano de parceria, como forma de reforçar e dar prioridade aos jovens”, sendo que este plano “inclui diversos projectos, especialmente na área da saúde e da cultura e cada ano poderá vir a ter um projecto específico, a fim de dar, aos jovens de Macau, a oportunidade de conhecer, de forma mais profunda, o desenvolvimento nacional em várias áreas”, aponta um comunicado oficial.
Flora Fong Manchete PolíticaJovens | Susana Chou fala de “pressões” perante críticas Susana Chou, ex-presidente da Assembleia Legislativa, escreveu no seu blogue que os jovens que criticam abertamente o Governo acabam por ser alvo de pressões [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]antiga presidente da Assembleia Legislativa (AL) considera que é fácil os jovens serem alvo de pressões por parte do Governo ou dos dirigentes das associações quando fazem críticas ao desempenho do Executivo, tudo para que seja mantida a “harmonia na sociedade”. No mais recente texto publicado no seu blogue, Susana Chou considera que estas críticas devem ser compreendidas e aceites. “Quando os jovens consideram que o Governo teve um mau desempenho ou fez pouco trabalho sentem-se insatisfeitos e acabam por expressar as suas opiniões. Mas quer se tratem de críticas positivas ou negativas, sofrem sempre pressões vindas do Governo ou de dirigentes de associações”, escreveu a ex-presidente da AL. Para Susana Chou, estas pressões acontecem porque tanto os membros do Executivo como das associações ficam “nervosos”, dado o facto da sociedade local ser mais pacífica, o que faz com que adoptem medidas para combater as vozes críticas. Cena de “ódio” Susana Chou falou ainda das suas próprias experiências, referindo ter sido “isolada” ou reprimida nos seus actos e palavras porque não participou em nenhuma associação quando era deputada e presidente da AL. Susana Chou disse ainda que discutia muito com os deputados que tinham opiniões contrárias à sua, o que levou a que muitos dirigentes das grandes associações a sentirem “ódio”, pelo facto da antiga presidente “não pertencer ao mesmo clã”. A ex-presidente da AL lembrou que alguns dirigentes de associações “tentaram excluir-me da AL em 1992”, não tendo conseguido esse objectivo porque Susana Chou foi eleita deputada. Um oficial do Governo Central que estava em Macau criticou ainda Susana Chou por não “ouvir” as opiniões de Pequim. Como Susana Chou criticava sempre o mau desempenho do Governo de Macau, foi considerada na altura a “maior opositora” face a Macau, escreveu a ex-presidente. Susana Chou pede, assim, que os jovens não cedam a pressões e que apresentem sempre as suas opiniões. “Os jovens conversaram comigo e disseram-me que, para além de sentirem pressão, consideram que a sociedade de Macau está a passar por fase negra e sem esperança, já que as críticas deles são sempre encaradas como sendo do contra apenas porque sim. Fico triste com isso, porque os jovens são bem educados e razoáveis e querem contribuir para a sociedade”, revelou na publicação. Para a ex-presidente da AL, a perseguição que é feita às opiniões dos mais novos é uma medida “estúpida e inapropriada”, já que, embora sejam fortes, as críticas são feitas com “boa-fé” e são justificadas, devendo por isso ser aceites. Caso contrário, Susana Chou acredita que podem surgir conflitos sociais mais extremos.
Filipa Araújo PolíticaAdjudicações | Pedida revisão do Regime para combater “apadrinhamentos” Os deputados dizem que não, mas na primeira reunião após a detenção do ex-procurador defendem que o Governo deve avançar com a revisão do Regime de Aquisição de Bens e Serviços. Evitar gastos desnecessários do erário público e “apadrinhamentos de empreitadas” são as bases justificativas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ideia não é nova e vem do próprio Governo. É preciso rever o Regime de Aquisição de Bens e Serviços, que está, segundo a Administração e a própria Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, “desactualizado”. “Analisamos que é preciso estudar e apreciar melhor o Regime de Aquisição de Bens e Serviços, porque há opiniões e relatórios que apontam para a desactualização do regime que ocasionaram situações de injustiça”, explicou Mak Soi Kun, presidente da Comissão. Assim, aponta o deputado, o grupo vai debruçar-se futuramente nesta necessidade. Ainda que o Governo já tenha confirmado a sua vontade neste sentido anteriormente, a revisão nunca foi realmente levada a cabo. Mak Soi Kun defende até que a Comissão precisa de saber – até se iniciarem os trabalhos legislativos – como é que se podem “prevenir situações de apadrinhamento, por exemplo, na atribuição de empreitadas ou na aquisição de bens e serviços”. Para a Comissão, é preciso evitar gastos e deslizes nas obras públicas e só um regime adequado o irá prevenir. “No caso do metro ligeiro estão a ser gastos montantes elevados, [também] na construção do estabelecimento prisional e no Terminal Marítimo do Pac On. Todos estes projectos também envolvem montantes avultados do erário público, que na opinião da Comissão merecem uma análise mais aprofundada.” Nada a ver Questionado pelos jornalistas, Mak Soi Kun negou que a preocupação da Comissão esteja relacionada com a detenção do ex-procurador do Ministério Público, Ho Chio Meng, na semana passada, suspeito de corrupção através da concessão de obras e serviços. Mak Soi Kun disse apenas que existem vários momentos “menos felizes” nos gastos do Governo e que o próprio Comissariado Contra a Corrupção apontou isso em “alguns relatórios”. O presidente lembrou ainda que, já em 2014, o Governo mostrou vontade de rever este regime numa reunião com deputados. “O importante é garantir que enquanto não existe uma nova lei, há forma de prevenir irregularidades e gastos avultados”, rematou o deputado, ele próprio empresário da construção. Durante a reunião foram ainda abordados temas anteriormente defendidos pela Comissão, referentes à necessidade do Governo explicar os gastos respeitantes ao arrendamento das instalações para os seus serviços e a possibilidade do Executivo apresentar um relatório intercalar, a meio do ano, das despesas da Administração.
Hoje Macau PolíticaDJ Ride (feat. Capicua) – “Fumo Denso” “Fumo Denso” Tu fumas à janela, olho pra ti espelhado nela, A noite é longa e dentro dela, a chuva pinta uma aguarela Somos tu e eu, só tu e eu, tu e eu, só tu e eu… E é quando me tocas que eu sei. Eu sei. Porque é que eu ainda não te ultrapassei. E sei… Que nada eu que eu vivi ou viverei Pode ser maior que o nosso fogo e neste jogo todo és rei. O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume… o cheiro… E é quando me falas que eu sinto… Que as palavras são amargas como o tinto E esses lábios doces cor de vinho Só me mentem ao dizer “Eu não te minto”! E nesses olhos verdes absinto Eu só consigo ver um labirtinto. E é quando tu te calas que eu penso… Porque é que não és feito de silêncio? Dás-me um copo que eu dispenso Estendo o corpo e adormeço sono tenso, sonho intenso entre nós só fumo denso fumo denso… é só fumo denso… fumo denso… Dás-me um copo que eu dispenso Estendo o corpo e adormeço sono tenso, sonho intenso entre nós só fumo denso só fumo denso… fumo denso… é só fumo denso… Tu fumas à janela, olho pra ti espelhado nela, A noite é longa e dentro dela, a chuva pinta uma aguarela Somos tu e eu, só tu e eu, tu e eu, só tu e eu… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume… O cheiro… DJ Ride OLIVEIROS TOMÁS OLIVEIRA, ANA MATOS FERNANDES
Flora Fong PolíticaDSPA | Raymond Tam quer melhorar resíduos sólidos e águas O novo director dos Serviços de Protecção Ambiental pretende melhorar as estratégias na área dos resíduos sólidos e das águas residuais. Sobre o projecto de luxo no Alto de Coloane pouco disse [dropcap style=’circle’]R[/dropcap]aymond Tam está de regresso à Função Pública, desta vez como director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). A cerimónia de tomada de posse decorreu ontem e o novo director prometeu dar atenção às políticas sobre o tratamento dos resíduos sólidos e das águas residuais, por serem áreas ligadas à população. “Numa cidade em desenvolvimento temos de ver como podemos melhorar a gestão e a estratégia dos resíduos sólidos, sobretudo no que diz respeito ao aumento do seu volume. Olhamos para dois lados: por um lado queremos diminuir a fonte dos resíduos e melhorar o tratamento. Ao nível da poluição das águas costeiras, vamos verificar melhorar as fontes de poluição, por forma a resolver os problemas do dia-a-dia”, apontou. Questionado sobre a publicação do relatório de impacto ambiental relativo ao projecto de luxo do Alto de Coloane, Raymond Tam disse necessitar de mais tempo para confirmar se esse relatório vai mesmo ser elaborado. “É preciso tempo para eu integrar a equipa e compreender o avanço dos trabalhos”, disse o novo director, que prometeu ainda acelerar a legislação relacionada com a avaliação ambiental de projectos. Raymond Tam foi ainda questionado sobre o último relatório do Comissariado de Auditoria, que apontou falhas na adjudicação de serviços por parte da DSPA. O novo director apenas disse acreditar que os seus colegas “estão a avançar com os trabalhos passo a passo”, tendo prometido comunicar com a sua equipa para que esta trabalhe melhor “o mais depressa possível”. Raymond Tam, que era presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, regressa à Administração depois de ter sido ilibado num caso ligado ao chamado processo das Campas. Tam ia acusado de prevaricação, mas o tribunal considerou não haver quaisquer provas contra si. Secretário | Entrada é processo “normal”<7h5> O Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, garantiu que a entrada de Raymond Tam para o cargo de director da DSPA faz parte de um processo “comum de mudança de pessoal”. O antigo director, Vong Hoi Ieong, tinha mandato para cumprir até Junho, mas o Secretário garantiu que nada teve a ver com incapacidade de trabalho e que a lei permite uma mudança de director antes do fim do mandato.
Filipa Araújo Manchete PolíticaAnimais | Recuo no uso de açaimes. Casos especificados na lei O Governo já decidiu. O uso de açaimes será obrigatório para cães com ou mais de 23 quilos, raças perigosas ou que já tenham cadastro de agressividade. Depois de muita contestação, o Governo elaborou um estudo que define quem tem ou não de usar [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois de ser levantada a hipótese da proposta de Lei de Protecção dos Animais definir que todos os cães deveriam usar açaime nos espaços públicos, o Governo vem acalmar as vozes que se levantaram contra a sugestão. “Os cães com peso igual ou superior a 23 quilos terão de usar açaime (…), bem como os cães de raças perigosas (…) e cães com cadastro de ataque”, esclareceu Kwan Tsui Hang, presidente da 1.ª Comissão Permanente, grupo responsável pela análise da proposta na especialidade, que adiantou ainda que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) realizou um estudo sobre o assunto. “Ouvimos muitas opiniões da sociedade e por isso o IACM fez um estudo. (…) Neste documento é sugerido que só determinados cães precisem de usar açaime”, indicou. Seguindo a proposta anterior o IACM explica que o uso da placa atribuída ao cão após o seu registo poderá funcionar como identificação. O Governo sugere, por isso, que no caso de cães perigosos ou com cadastro esta placa seja “de alguma cor”, sendo que está apontada ser de “cor vermelha”. “Os cães com este tipo de placa terão de usar açaime nos espaços públicos”, explicou a deputada, indicando que depois de ouvir as alternativas do Governo, a Comissão entende que as mesmas são “viáveis”. Verdades universais Os resultados do estudo, cedido ao HM em versão chinesa, indicam que “a implementação do uso de açaime em todos os cães, em espaços exteriores, ou o uso da jaula é difícil de aceitar e de ser compreendido pelos donos dos animais. Para os cães, usar açaime não é confortável e o mau uso pode causar danos directos aos animais. Por exemplo, a humidade e o calor no Verão podem levar a dificuldades respiratórias e falta de oxigénio, não sendo impossíveis os casos de insolação ou doença cardiovascular. Em casos em que o cão se perde, estando a usar o açaime, poderá levá-lo até à morte. Para os cães de idade avançada, doentes, sem dentes, cães muito dóceis, ou cães de guia, usar açaime poderá não ser a melhor opção”. O mesmo estudo indica que a aplicação da obrigação do uso de açaime por todos os cães poderá levar a que os donos deixem de os passear, deixando-os sempre fechados em casa. “Alguns estudos feitos já demonstraram que os cães precisam de contacto social regularmente, caso contrário podem ganhar fobias e chegar a atacar quando saem à rua”, aponta o documento. O IACM confirmou que, depois da última reunião com a Comissão, recebeu várias opiniões da população contra o uso obrigatório do açaime. As opiniões, cita o Instituto, caracterizavam a possível medida de “irracional”, violando “o princípio de protecção para os animais”, chegando até a “feri-los”. “No dia 27 de Fevereiro de 2016 algumas associações de protecção aos animais criaram uma página nas redes sociais contra o pedido de açaime para todos os cães. Até às 21h00 do dia 1 de Março, 3400 pessoas acederam ao movimento pedindo a retirada desta exigência”, pode ler-se ainda no estudo do IACM. Conhecer para saber No mesmo estudo, o IACM indica ainda que “a causa de muitos ataques dos cães deve-se à falta de conhecimento da sociedade”, algo que não deveria actualmente acontecer porque a mesma instituição já “organizou vários seminários e distribuiu folhetos para que a sociedade saiba lidar com os cães”. “Quando a sociedade souber lidar com os animais os ataques vão diminuir”, garante ainda o estudo. Numa decisão final, o Governo propõe que só estes três tipos de cães usem o açaime, sendo que é necessário que estejam acompanhados por maiores de 18 anos. Ao mesmo tempo, a proposta define uma punição de duas mil patacas para os donos que não cumpram a lei. Durante a reunião de ontem, a Comissão pediu ainda que, apesar das disposições já definidas nos Códigos Civil e Penal, sejam introduzidas normas, nesta proposta, que garantam a protecção das vítimas de ataques dos animais. “Para que as vítimas saibam o que podem fazer”, rematou. Ao que o HM apurou, alguns casos tidos como “ataques” dizem respeito a cães que “assustaram as pessoas por terem ladrado agressivamente”, ainda que não tenham tido contacto.
Filipa Araújo PolíticaSecretário de Estado | Tecnologia e ciência são “porta de entrada” Terminou a visita do Secretário de Estado da Indústria ao território e que pretendia abrir portas para aprofundar relações entre Portugal e Macau. A aposta, diz João Vasconcelos, deve ser na área da tecnologia científica [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Secretário de Estado da Indústria disse ontem, num encontro com os jornalistas do território, que Portugal pretende aprofundar as relações com Macau no âmbito das “novas empresas tecnológicas e científicas”. João Vasconcelos terminou uma visita de dois dias a Macau e sublinhou que o território deve ser visto por empresários portugueses e da lusofonia em geral como porta de entrada na Ásia. Macau é “um local perfeito” para “alguém da cultura portuguesa e da Língua Portuguesa” se estabelecer na Ásia e entrar na China, sublinhou, em declarações aos jornalistas, após dois dias de agenda cheia com encontros com membros do Governo da região e empresários, entre outras entidades. Num resumo, o Secretário de Estado revelou que abordou “várias propostas” nestes encontros, ligadas às “empresas tecnológicas” e “do mundo digital”, sublinhando ainda que Portugal “se tem apresentado ao mundo como um país ‘friendly’ [amigo] de ‘start up’ e de novas empresas”, fruto do “investimento nas últimas décadas” em “infra-estruturas tecnológicas”, na ciência e na qualificação das novas gerações. João Vasconcelos espera, por isso, que estes contactos em Macau tenham resultados concretos “nos próximos meses” e assegura que teve uma “receptividade muito boa” por parte das autoridades. Segundo o secretário de Estado, há “interesses em comum” e a estratégia portuguesa adequa-se à que tem Macau para a diversificação da economia, para a tornar menos dependente do Jogo. Dizendo-se “surpreendido” com o “novo Macau” que conheceu nestes dias, João Vasconcelos defendeu que é agora tempo, após séculos de relações com o território, de “mostrar um novo Portugal em Macau, uma nova economia e com novos empreendedores”, sublinhando ainda que sentiu que este é “um projecto também ambicionado pela própria sociedade civil”. João Vasconcelos revelou que convidou o Secretário que tutela a Economia, Lionel Leong, a visitar Portugal e assegurou que o Governo português estará, “seguramente”, reapresentado “ao mais alto nível” na reunião ministerial deste ano do Fórum Macau. Prioridades ao máximo Durante o primeiro dia de visita, segunda-feira, o secretário de Estado afirmou que Macau e o resto da China têm sido e continuarão a ser uma prioridade da política externa e das relações económicas de Portugal. “A nossa aposta em Macau é longa, de há muito tempo, e tem vindo a ser reforçada também a sua importância através do Fórum de Macau e da República Popular da China, que escolheu Macau como ponto de referência para se relacionar com todo o mundo lusófono. (…) É uma estratégia para prosseguir, garantidamente”, afirmou. João Vasconcelos sublinhou que o executivo português tomou posse “há três meses” e o secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Oliveira, “já visitou” a China, numa “visita longa”. “Demonstrou bem a importância que damos a Macau e à relação que temos com a República Popular da China como uma relação prioritária na política externa portuguesa”, sublinhou João Vasconcelos. O Secretário de Estado identifica a sua visita como sinal de que “este Governo está muito focado em manter essa relação e essa prioridade”. A visita de João Vasconcelos começou por uma ida à fábrica que a empresa portuguesa Hovione tem há 30 anos em Macau e a partir de onde produz produtos farmacêuticos que exporta para diversos continentes. “É a melhor prova das relações económicas entre Portugal e Macau. É uma prova de que as nossas relações são de longo termo, são sólidas, são sofisticadas e isto também prova que é possível atrair empresas portuguesas para Macau e ajudar na diversificação económica de Macau”, disse. Em relação à visita, o secretário caracterizou-a como um primeiro passo. “Para já, é um primeiro contacto, para demonstrar que estamos comprometidos com esta estratégia e que estamos também comprometidos com o apoio a Macau na sua diversificação económica e na sua aposta na inovação e na tecnologia”, acrescentou.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaDroga | Programa de metadona obrigatório em estudo Deputados e Executivo estão a analisar a possibilidade dos toxicodependentes se submeterem a programas obrigatórios de metadona para acabar com o vício da droga. Governo ainda não decidiu sobre aumento das penas para o crime transfronteiriço [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo quer que os toxicodependentes sejam submetidos a programas de metadona obrigatórios para acabar com a adesão à droga, em vez de irem parar à prisão. Este foi um dos assuntos em discussão na segunda reunião de ontem com os deputados da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), no âmbito da análise na especialidade da revisão da Lei de Proibição da Produção, Tráfico e Consumo Ilícitos de Estupefacientes e de Substâncias Psicotrópicas. “Discutimos sobre o regime de abstenção obrigatória da droga. O nosso regime propõe uma suspensão da pena de prisão para fins de abstenção de droga. O juiz pode mandar o toxicodependente frequentar essa abstenção e os tratamentos para receber metadona, mas será que podemos tornar isto obrigatório? Creio que devemos ajudar e prestar apoio aos toxicodependentes para tirar o vício e a abstenção obrigatória pode ser uma solução. Discutimos se irá ou não violar os direitos humanos, mas no estrangeiro esta medida já é aplicada”, lembrou o deputado Cheang Chi Keong, que preside à 3.ª Comissão Permanente da AL. À saída do encontro, a Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, confirmou a intenção do Executivo. “O que esperamos é que os viciados possam abster-se da droga em vez de ficarem na prisão e estamos a pensar numa medida para que as pessoas não continuem a consumir drogas”, apontou. Apesar disso a revisão da lei prevê o aumento das penas de prisão para o consumo para um ano. A moldura penal em vigor prevê uma pena de prisão com o máximo de seis meses. “O Governo não quer combater os toxicodependentes, mas encorajá-los a escolher a [acabar com a droga]. Muitas vezes o que os toxicodependentes escolhem é a pena de prisão, por tratar-se de um período muito reduzido, com uma média de 1,9 meses”, explicou Cheang Chi Keong. “Vamos continuar a discutir com o Governo quanto à moldura penal a aplicar aos toxicodependentes, se esta moldura penal é ou não adequada, porque o consumo de droga para determinados países não é crime, mas em Macau pretende-se aumentar a pena. Será que esse ajustamento serve os objectivos do Governo?”, adiantou o deputado. Nas fronteiras Em relação ao crime transfronteiriço de tráfico de droga, o Governo e os deputados ainda não chegaram a qualquer consenso sobre a possibilidade de aumentar as penas. “Ainda vamos discutir se vamos ou não aumentar as penas, ainda não chegamos a uma conclusão. Queremos elevar o limite mínimo da pena para cinco anos, mas temos de ouvir a assessoria da AL. Já antes tínhamos pensado sobre essas questões”, confirmou Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça, à margem do encontro. Segundo Cheang Chi Keong, a actual proposta de lei apenas visa um aumento da moldura penal para o tráfico, consumo ou produção de droga. “Macau é uma terra pequena e se conseguirmos impedir a entrada de droga já facilita os trabalhos de combate no interior do território”, referiu. A Comissão pretende ainda que haja um reforço dos meios de combate para este crime. “A Comissão entende que os meios a adoptar pelas entidades responsáveis devem ser reforçados na vertente de combate aos crimes. As entidades competentes estão a deparar-se com dificuldades na prática em acusar os criminosos e por isso concordamos em reforçar a moldura penal para reforçar a força dissuasora da lei”, concluiu.
Andreia Sofia Silva PolíticaIACM | Novo presidente quer reforçar segurança alimentar [dropcap style=’circle’]J[/dropcap]osé Tavares tomou ontem posse como presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), depois de Alex Vong ter sido nomeado director dos Serviços de Alfândega. Numa conferência de imprensa, José Tavares garantiu que um dos objectivos do organismo é reforçar a fiscalização dos restaurantes de take-away que não estão devidamente licenciados para o efeito. “Temos de estar atentos à área da segurança alimentar, especialmente ao nível dos restaurantes de take away. Vamos ter de adoptar uma maior fiscalização para controlar as lojas que não têm o licenciamento que nós exigimos. Futuramente teremos de fazer um ajuste à lei”, confirmou. “Hoje em dia há lojas que não têm o licenciamento do IACM e que vendem alimentos, pelo que não há controlo e é difícil os nossos agentes irem ao local fazer as inspecções. Hoje em dia pede-se uma licença nas Finanças para começar o negócio mas não há a licença para abrir um estabelecimento de comidas take-away]. O problema já está a ser discutido e julgo que é uma das questões às quais temos de dar atenção, porque estes espaços estão a crescer como cogumelos”, alertou José Tavares, que disse ainda que uma cooperação com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), em Portugal, é para continuar. “Temos sempre acordos a esse nível e podemos adoptar experiências nessa área”, frisou. O novo presidente do IACM falou ainda da necessidade de acelerar o processo de criação de órgãos municipais com poder político. “Já fizemos a definição dos termos e vamos tentar acelerar todo o processo. Vamos tentar elaborar artigos que consigam garantir o equilíbrio de todas as partes interessadas”, rematou.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaCorrupção | Sónia Chan admite rever lei ligadas a adjudicações A Secretária para a Administração e Justiça disse ontem que existe a necessidade de fazer alterações à actual lei que regula as adjudicações públicas, após a detenção de Ho Chio Meng. Sónia Chan garante que o Governo mantém a integridade [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]A detenção do antigo procurador-geral da RAEM, Ho Chio Meng, preso por suspeitas de corrupção em adjudicações de contratos, levou ontem a Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, a admitir aos jornalistas que há necessidade de rever o Regime das Despesas com Obras e Aquisição de Bens e Serviços. “Temos o plano para fazer a revisão da lei da adjudicação, mas ainda temos de fazer uma análise. Não temos nenhum calendário, mas esperamos poder fazer a revisão dentro de um ano”, disse a Secretária à margem da tomada de posse de José Tavares como presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). “Temos um mecanismo para garantir os direitos do Governo e das partes interessadas no processo de adjudicação, mas parece que foi com esse mecanismo que ocorreu este assunto da corrupção. Há planos para rever e em tempo oportuno vamos tentar optimizar o mecanismo. O Governo está a seguir bem o princípio da integridade e combater a corrupção é o nosso objectivo”, disse ainda Sónia Chan. Mudanças no MP A Secretária confirmou ainda a intenção de rever a actual composição do Ministério Público (MP). “Vamos ouvir as opiniões do próprio órgão judicial, mas também temos um plano de revisão da sua estrutura”, defendeu. Questionada sobre os efeitos que a prisão de Ho Chio Meng pode ter na credibilidade do actual Executivo, Sónia Chan referiu que a luta contra a corrupção é para continuar. “Posso confirmar que o Governo quer sempre garantir a confiança na justiça e combater a corrupção. Vamos reforçar a fiscalização nos outros órgãos judiciais”, confirmou, adiantando que a revisão da Lei de Bases da Organização Judiciária poderá avançar “dentro de um ano”. Órgãos municipais | Consulta pública em Dezembro A Secretária para a Administração e Justiça garantiu que no final deste ano deverá arrancar a consulta pública sobre a criação de órgãos municipais com poder político, sem adiantar mais detalhes sobre a sua constituição. “Esperamos que, quando chegarmos ao final do ano, vamos conseguir proceder à consulta pública. Estamos a prosseguir com os trabalhos sobre os órgãos municipais e as suas tarefas competentes e qual a relação que devem ter com o IACM e outros serviços públicos”, disse.
Joana Freitas Manchete PolíticaEstudantes | Vistos autorizados por “importância” e “necessidade” Os Serviços de Migração garantem que cumprem a lei na atribuição de vistos a estudantes – mas esta não especifica nem a duração, nem o teor que o curso tem de ter para a emissão desta autorização. “Necessidade” ou “importância” estão também na base de decisão [dropcap]A[/dropcap] atribuição de vistos a estudantes não tem como base apenas a lei, mas uma avaliação dos próprios Serviços de Migração à “necessidade” ou “importância” dos cursos. É o que explica o organismo, que admite que há casos em que o que conta – além dos regimes em vigor – é o teor do curso. “De acordo com o Regulamento Administrativo [sobre a entrada, permanência e autorização de residência] e dependendo das condições – que incluem a importância do curso e a necessidade de ficar em Macau para frequentar o curso – as autoridades garantem a estes não-residentes a extensão da estadia depois de entrarem em Macau para fazer esses cursos. Ainda assim, também não concedemos autorização a determinadas aplicações, ou porque as justificações entregues com o pedido não eram suficientes ou porque não vimos que era essencial para esses estudantes ficar em Macau”, pode ler-se na resposta ao HM. Este jornal questionou o organismo sobre casos em que estudantes que frequentam cursos de curta-duração têm de sair do território antes mesmo de os terminarem, por não lhes ser possível obter a prorrogação do visto de aluno. Foi o caso de Anthony (nome fictício), um estudante indiano que está em Macau a frequentar dois cursos. O jovem, licenciado em Gestão Hoteleira na Suíça, deixou o seu emprego no Dubai para ter a experiência de reforçar a sua formação em Macau, mas foi obrigado a deixar a RAEM antes do fim dos cursos em que se inscreveu no Instituto de Formação Turística (IFT). Um deles era de Chinês, o outro de Vinhos e Bebidas Espirituosas – nenhum dos dois foi concluído, apesar de Anthony ter recebido pela parte da instituição de ensino um comprovativo de admissão nos cursos, nos quais fez ainda o primeiro nível. Saiu para Hong Kong e voltou, tendo recebido mais 20 dias para estar em Macau – isto em Fevereiro, quando os cursos, contudo, duram até Maio e Abril. Quando o jovem pediu para ter o prazo de autorização de permanência prorrogado – para que pudesse acabar o curso – o pedido foi indeferido porque a “razão não era essencial”, como o HM pôde comprovar com o acesso ao documento entregue a Anthony. A lei diz que “o pedido de autorização de permanência para fins de estudo é instruído com documento comprovativo de inscrição ou matrícula em estabelecimento de ensino superior da RAEM e documento que ateste a duração total do curso respectivo”, mas o comprovativo do IFT – que determina a matrícula nos cursos e a data de realização dos mesmos – não terá sido aceite pelas autoridades de Macau. Não havia necessidade Sobre o que entendem por “necessidade” ou “importância do curso”, os Serviços de Migração nada dizem. O organismo frisa até que, com base no Regime de Entrada, Permanência e Fixação de Residência em Macau, “é raro haver estudantes que vêem a sua entrada no território barrada” e indica que “de acordo com os registos dos últimos anos, a maioria dos pedidos tem sido aprovado, excepto nos casos em que o candidato [ao pedido] tenha um perfil duvidoso.” Ao que o HM apurou, Anthony não terá qualquer “perfil duvidoso”, nem cadastro na RAEM, nem em Hong Kong, onde estudou por seis meses. A lei actual não especifica qualquer duração dos cursos para que os estudantes possam ter visto e os próprios Serviços de Migração dizem que “depois de anos de prática, revisões e consultas, tem sido concedida aos estudantes não-residentes uma autorização especial de permanência”, quer eles estejam a “frequentar cursos de longa ou curta-duração”. O organismo diz até que “um grande número de estudantes não-residentes tem vindo para Macau em programas de intercâmbio ou cursos de curta-duração nas instituições de ensino superior”, ainda que frise que “vai ser sempre considerado se é essencial ao estudante ficar em Macau”, além, obviamente, do “cadastro”. Anthony, contudo, continua a ser tratado como turista porque as autoridades lhe terão dito que o seu curso não estava elegível para ter visto de estudante, algo que, portanto, a lei não especifica. Com Manuel Nunes
Filipa Araújo PolíticaRenovação Urbana | Conselho avança em breve “O mais breve possível” é o tempo que Leong Heng, porta-voz do Conselho Executivo, dá para a entrada em vigor do Conselho de Renovação Urbana. A discussão do Conselho Executivo quanto à criação deste grupo está concluída e define que terá como competências “emitir pareceres, promover estudos e formular propostas e recomendações sobre todos os assuntos respeitantes à renovação urbana”. O Conselho terá como presidente Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, e Li Canfeng, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes como vice-presidente. Para além destes o Conselho será constituído por até 27 vogais, sendo que o Governo tentará “não nomear os mesmos membros da já extinta Comissão de Reordenamento dos Bairros Antigos”. Ainda assim, justifica Leong Heng Teng, “Macau é um sítio pequeno”. O novo Conselho terá, pelo menos, seis reuniões anuais e funcionará em grupos especializados, sendo que cada um irá dispor de um coordenador e de um coordenador-adjunto. O projecto apresentado prevê ainda que irá competir à DSSOPT prestar apoio técnico-administrativo. Este grupo chega depois da extinção da Comissão de Reordenamento dos Bairros Antigos.
Filipa Araújo PolíticaGAES com novo lugar e mais funções O Conselho Executivo já concluiu a discussão do regulamento administrativo da alteração ao decreto que criou o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), trazendo algumas mudanças. Ao GAES será acrescentado um novo lugar de coordenador-adjunto e extinta a Secção Administrativa e Financeira, continuando a manter-se o mesmo número de funcionários. Numa apresentação à imprensa, o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, justificou a necessidade de “aumentar e alterar as atribuições do GAES”, tal como também defendido nas Linhas de Acção Governativa. Em causa estão, como indica um documento entregue aos jornalistas, sete alterações estruturais. A partir da entrada em vigor, caberá ao GAES “conceber e propor estratégias para o desenvolvimento e internacionalização do ensino superior”, passando por elaborar acções de planeamento e de estudos sobre modernização e diversificação do ensino superior. O Gabinete irá também “apoiar o funcionamento das instituições de ensino”, sem nunca, como garantiu Leong Heng Teng, colocar em causa a autonomia das mesmas. Coordenar formas de cooperação local, regional e internacional, prestar apoio técnico e administrativo, organizar e manter actualizadas as bases de dados de pessoas docentes e não docentes, promover o desenvolvimento do ensino superior e realizar estudo de identificação das áreas de maior necessidade de formação são as restantes alterações propostas pelo Governo.
Filipa Araújo Manchete PolíticaLei dos Animais | Governo avança com açaimes obrigatórios O Governo quer que todos os cães usem açaime em espaços públicos e elevadores. Até agora, a medida contemplava apenas animais com 23kg ou mais, mas a Administração decidiu voltar atrás e incluir qualquer peso. Em causa, diz, está o respeito e o não prejudicar outras pessoas A análise à proposta de Lei de Protecção dos Animais continua a dar que falar. Na segunda reunião da semana da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), presidida pela deputada Kwan Tsui Hang, o Governo avançou com algumas mudanças. “Desta vez discutimos pouca coisa”, começou por indicar a presidente, afirmando que na reunião de ontem apenas dois tópicos estiveram em foco: a utilização dos animais na área científica e o uso de açaimes. Inicialmente estava proposto que “os animais com mais de 23 quilos” tivessem de usar açaimes em locais públicos, algo que vai mudar. Segundo a nova proposta todos os cães terão de usar açaime sempre que estiverem em locais públicos “ou elevadores”. A razão, aponta Kwan, é simples. “A Assembleia recebeu muitas queixas de pessoas que não têm animais (…) não são só as crianças que têm medo [de animais], os adultos também”, justificou. “Este peso [imposto na proposta anterior] é difícil de perceber. Se a pessoa quiser fazer uma queixa não sabe se o cão pesa os 23 quilos”, acrescentou. Quando questionada, Kwan Tsui Hang admitiu que as medidas de segurança contemplam todos os animais, mas que, ainda assim, a questão do açaime é maioritariamente referente a cães. “No caso dos cães muito pequenos [ou outros animais] com pouco peso o Governo disse que vai rever a melhor maneira (…) talvez a utilização de um cesto ou gaiola quando for no elevador”, clarificou a deputada. Tudo explicado Ainda em discussão esteve a utilização de símios, cães e gatos para investigação científica, ficando definido, nesta proposta, que qualquer instituição terá de pedir autorização ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e apresentar também um relatório anual. A formação da futura lei nas escolas que tenham áreas científicas é também um passo importante que deve ser tido em conta, apontou a presidente. Durante a reunião foram ainda analisadas as cláusulas que dizem respeito aos deveres dos donos, tais como as condições para a posse de um animal de estimação, como por exemplo, acesso “à água potável e espaço” disponível para o animal. A análise do articulado irá continuar já no próximo mês.
Filipa Araújo Manchete PolíticaLei para congelamento de bens avança com carácter urgente Com carácter urgente, a proposta de lei que define o Regime de Execução de Congelamento de Bens vai seguir “já” para a Assembleia Legislativa. As Nações Unidas e a RAEM poderão congelar os bens de uma pessoa ou entidade em caso de suspeita de actos de terrorismo “Sim, é urgente”. As palavras são de Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, aquando da apresentação da proposta de Regime de Execução de Congelamento de Bens, numa conferência que se realizou ontem na Sede do Governo. “O Governo Central tem vindo a ordenar a aplicação à RAEM de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (…) em matéria de combate ao terrorismo (…) e no âmbito do combate à proliferação de armas de destruição maciça”, começou por justificar o porta-voz. Com este regime, está em causa a implementação de dois mecanismos de congelamento de bens em situações distintas. Uma primeira refere-se ao “congelamento de bens pertencentes a uma pessoa ou entidade designada pelo Conselho da ONU” e outra do “congelamento de bens pertencentes a uma pessoa ou entidade designada pela RAEM”. Em termos práticos, é proposta a criação de uma Comissão Coordenadora do Regime de Congelamento, “à qual caberá coadjuvar a nível técnico o Chefe do Executivo [Chui Sai On] na execução de decisões de congelamento de bens, bem como desempenhar outras funções indicadas na lei”, sendo que a decisão caberá precisamente ao líder do Governo. Leong Heng Teng clarificou que o que é proposto é que depois da publicação do “acto de designação de uma pessoa ou entidade”, irá proceder-se “imediatamente” ao congelamento de bens que sejam “sua propriedade ou que estejam sob o seu controlo, directo ou indirecto, e de bens derivados ou gerados a partir desses bens”. “Para impedir que os seus destinatários tenham acesso a quaisquer meios que lhes possam permitir a prática das actividades proibidas pelo Conselho da ONU nas suas resoluções, encontra-se igualmente vedada a possibilidade de serem colocados bens à sua disposição, sendo, em certos casos, ainda proibido prestar-lhes serviços financeiros”, aponta um documento entregue aos jornalistas. Com a aprovação desta proposta, existirão dois tipos de comandos normativos de congelamento – o específico e o geral. O primeiro acontece quando os bens pertencem a uma pessoa ou entendida designada pelo Conselho da ONU ou por um dos seus Comités de Sanções. Neste caso “são estipuladas regras específicas quanto à notificação, proposta de designação em lista, ao procedimento de acesso a bens e à retirada da lista”. No segundo caso, ou seja, no comando normativo geral, os bens pertencem a uma pessoa ou entidade designada pela RAEM, em conformidade com as directrizes das Nações Unidas. Nestas situações, é Chui Sai On que irá “proceder à designação de pessoas singulares, colectivas ou entidades quando tenha fundadas razões para crer que estas cometam, tentem cometer, facilitem ou participem em qualquer dos actos de terrorismo”, previstos na Lei de Prevenção e Repressão dos Crimes de Terrorismo. A decisão de congelamento terá a duração de dois anos, período que pode ser renovado, pelo Chefe do Executivo, por um máximo de um ano. A proposta de lei também regula matérias como a notificação, a apreensão ou perda de bens, o procedimento de acesso a bens, a revogação do acto de designação, pedidos de recursos, erros de identificação, entre outros.
Andreia Sofia Silva PolíticaCondomínios | Pedido limite de contribuições para Fundo A futura lei sobre administração de condomínios prevê que os moradores tenham de dar “um décimo” das suas quotas para o Fundo Comum de Reserva, mas diz que na assembleia-geral podem ser decididos montantes mais elevados. Deputados querem um limite máximo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s deputados da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) consideram que o Executivo deve criar um limite máximo para as contribuições dos moradores de edifícios para o chamado Fundo Comum de Reserva. A conclusão foi feita ontem depois de mais uma reunião de análise ao futuro Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do Condomínio. A proposta de lei diz que os moradores de um edifício devem contribuir para o Fundo Comum de Reserva com um décimo das quotas que pagam para o condomínio, “salvo deliberação expressa da assembleia de fixar um montante superior ao valor legalmente estabelecido”. Para o deputado Chan Chak Mo, que preside à 2.ª Comissão, “isso significa que pode ser além de um décimo do montante das prestações periódicas”. “Parece que não há um limite e temos de esclarecer esse ponto com o Governo. Se não houver um limite e se os condomínios não concordarem, não sabemos o que poderá acontecer no futuro com a aplicação da proposta”, disse ainda o deputado. Chan Chak Mo garantiu ainda que todas as regras relativas ao Fundo Comum de Reserva vão estar neste diploma, não estando prevista a elaboração de um regulamento específico. “O enquadramento já está definido e há uma norma que não fixa o limite para o Fundo Comum de Reserva ou uma percentagem e, não havendo um máximo, isso pode ser utilizado para suportar despesas de manutenção do condomínio. A intenção do Governo é que o maior número de prédios possa realizar a sua primeira reunião de condomínios e vão depois ser elaborados os formulários sobre a realização das reuniões”, explicou o deputado. A lei determina ainda que uma pessoa ou entidade que mexer na conta do Fundo Comum de Reserva “em violação da lei ou da deliberação da assembleia” pode ter de responder por crimes no âmbito civil ou penal.
Hoje Macau PolíticaVirgem Suta – “Ela Queria” “Ela Queria” Ela sonhava com um herói Ele playboy Tinha alta pinta de jingão Ela queria ser feliz Ele um petiz Queria apenas diversão Ela sonhava com o amor Ele estupor Achava isso uma aflição Mas algo havia entre os dois Havia pois E era para lá do bom E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou Ela adorava o céu azul Ele ser cool E lançar charme para o ar Ela era tão bom coração Ele um pimpão Para com outras se embeiçar O que pra ela era bem bom Pra ele não Tanto mais tinha em que pensar Mas algo havia entre os dois Havia pois E era coisa pra durar E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou O tempo venceu o herói Tudo lhe doi E mesmo assim bem ela o quer Agora é ele que lhe diz Sou tão feliz Por ter-te aqui supermulher Ela sorri por tê-lo ali Cutchi, cutchi Tão manso, agora mimo quer E nem aquele olhar mongol De quem vê mal Esconde o brilho a irromper E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou Virgem Suta JORGE BENVINDA / NUNO FIGUEIREDO