Flora Fong Ócios & Negócios PessoasLoja das Conservas | Gabriela Cheang e Sara Costa, sócias E se pudesse escolher além das tradicionais sardinhas e atum em lata? Agora pode, já que, a partir de dia 26 de Março, inaugura na Travessa do Aterro Novo a “Loja das Conservas”, directamente de Portugal para Macau [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]lém das pastelarias de marcas de Macau que invadem a zona da Avenida de Almeida Ribeiro (San Ma Lou), surge agora uma loja grande, onde mais de 300 espécies de produtos portugueses estão disponíveis para a população. As latas de peixe não parecem ser estranhas às pessoas de Macau, mas com a “Loja das Conservas”, os clientes podem experimentar os alimentos em latinhas mais característicos de Portugal. “O desafio surgiu depois da abertura de uma loja com as mesmas características em Lisboa. Esta loja reúne todas as fábricas portuguesas de conservas e tem um protocolo com a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe de Portugal para promover os seus produtos genuínos, tradicionais, originais”, começa por contar Sara Costa, uma das sócias da “Loja das Conservas”, ao HM. Antes de chegar a Macau, Sara Costa – que agora trabalha lado a lado com Gabriela Cheang e João Manuel de Sousa Santos Reis – já trabalhava numa loja de conservas em Lisboa desde 2013. Mesmo que considere o trabalho um desafio, para Sara é “muito interessante” a abertura deste tipo de loja no território. Mais ainda, diz, faz todo sentido. “Sendo que as conservas portuguesas são produtos que já estão presentes em Macau há algum tempo, agora surgem de outra forma, com mais variedade, com mais marcas de qualidade. Achamos que poderia ser interessante apresentar o que é que as indústrias portuguesas produzem, não só sardinhas e atum, mas uma série de outras espécies que também são produzidas”. Localizada na Travessa do Aterro Novo, a loja foi aberta há pouco mais de uma semana e a inauguração oficial está marcada para o dia 26 de Março. Gabriela Cheang, outra das sócias da loja, natural de Macau, confessa que o Cônsul-geral de Portugal em Macau, Vítor Sereno, e o presidente Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe de Portugal, Rubem Maia, são convidados para a cerimónia, entre outras celebridades. Gabriela Cheang explica ainda que, apesar de existirem cerca de 900 tipos de conservas em Portugal, esta loja escolhe primeiramente as espécies que os asiáticos aceitam mais. “Quando escolhi os produtos, deixei os meus amigos chineses provar alguns. O que eles não gostaram tanto, não escolhi. Outros, com uma embalagem menos delicada, também não escolhi. Mas escolhemos produtos de cada uma das fábricas.” Sara Costa admite que ainda não tem muito bem a noção de quais são os produtos que as pessoas do território mais gostam, mas afirma que quando os clientes provam “gostam imenso e compram bastante”. “Para já, acho que estamos a ter uma boa aceitação. Mas a loja ainda não foi muito divulgada e, portanto, as pessoas ainda não sabem da sua existência, apenas as pessoas que vão passando aqui. Mas, de forma geral, acho que as pessoas gostam de reconhecer as sardinhas portuguesas e depois de experimentar outras coisas. É uma experiência muito boa”, disse. Para Sara Costa, a loja não atrai apenas turistas mas também residentes de Macau, sobretudo macaenses. Já Gabriela acrescenta que, de acordo com o volume de negócio, os clientes são mais turistas, sobretudo de Hong Kong, já que estes, dizem as responsáveis, aceitam mais facilmente os alimentos estrangeiros. “Uns turistas do interior da China ainda desconheciam as conservas e pensavam que tinham conservantes, mas os nossos produtos são todos sem conservantes. Como os peixes de profundidade têm muito ómega-3, são saudáveis e fáceis [de comer]. Mas os chineses precisam ainda de se habituar”, avançou Gabriela. A loja ainda não está completamente pronta, já que vai ainda importar vinhos portugueses para venda, para combinar com as refeições que contam com as latinhas de conserva. As sócias admitem existir um certo risco porque a renda e os custos das lojas em Macau são altas. Daí não ter sido escolhida uma loja perto das Ruínas de São Paulo, porque a renda mensal pode atingir um milhão de patacas. Como ainda está muito no início, Sara Costa diz que ainda é cedo para dar uma perspectiva de como é que as coisas vão correr, mas as sócias mostram-se confiantes. Gabriela Cheang, nascida em Macau mas que trabalhou num escritório de advocacia em Portugal há algum tempo, juntamente com o marido, recorda que viajou muito pela Europa e notou como o negócio das lembranças é algo tão comum em Macau. “Estava sempre a procurar um produto muito característico para vender como lembrança em Macau. Quando trabalhei no escritório de advocacia, os meus colegas apresentaram-me o outro sócio da loja, João, e compreendi que a venda das conservas de peixe em Lisboa é muito procurada por turistas. Assim, penso que este produto de característica portuguesa é bastante apropriado para servir de lembrança para quem vem a Macau. Foi assim que constituímos a loja, que agora está aqui”. Tanto Sara, como Gabriela não vão ficar no território por um longo período, já que vieram a Macau apenas para acompanhamento inicial da loja até o funcionamento estar estável. Gabriela assegura que vai aventurar-se em Hong Kong, Japão, interior da China e Filipinas, onde vai tentar abrir mais lojas. E porquê? Porque estas latinhas podem ser um prazer. “Antigamente, os asiáticos comiam [das] latas só quando não conseguiam fazer compras no mercado. Mas a verdade é que beber-se um copo de vinho tinto combinado com as conservas é um prazer”.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasPadre, Café e Cucina | Danny Natoly, proprietário: “Tentamos não usar ingredientes artificiais” Aberto há pouco mais de seis meses, o “Padre, Café e Cucina” roubou o nome à rua que o acolheu, do Padre António. Danny Natoli garante que ali se pode jantar e beber bom café, em conjunto ou em separado. O que importa é que o cliente se sinta em casa “Quer um café? Este é bastante forte, costumo beber antes de tomar o expresso de manhã”. Foi desta forma que Danny Natoli, proprietário do restaurante “Padre, Café e Cucina”, recebeu o HM, mostrando o elemento diferenciador de um espaço que abriu há seis meses junto ao Largo do Lilau. Situado na Rua do Padre António, bem junto à esquina, o “Padre” pretende ser um restaurante de comida italiana mas também um café. Os sabores característicos dos grãos misturam-se facilmente com os de uma pizza ou massa acabados de fazer. “Uma coisa boa deste lugar é que as pessoas que vivem aqui entram e perguntam quais são os pratos do dia, há essa ligação. Uma coisa que eu quero que o cliente perceba é que se pode sentar e tomar um café e sair em vinte minutos, ou pode mais tarde jantar com os amigos”, contou ao HM Danny Natoli, proprietário. O menu tem tudo aquilo que poderemos esperar de um restaurante tipicamente italiano. Há as pizzas caseiras, as saladas, massas e pães. Mas depois há uma variedade de cafés para todos os gostos, com grãos vindos de Melbourne e até do Burundi. Danny Natoli aderiu a uma tendência cada vez mais crescente dos produtos livres de glúten e confeccionados de forma mais natural possível. “Tentamos não usar açúcar ou ingredientes artificiais na nossa comida, usamos muito poucos químicos. Queremos que a nossa comida seja o mais natural possível. Uso muitas ervas frescas nos meus pratos. Uma das dificuldades que sentimos aqui em Macau é ter um fornecimento de produtos consistente, sobretudo de produtos naturais. As farinhas são todas importadas de Itália, sendo que a maioria não contém glúten ou químicos. Quero mesmo evitar as farinhas processadas, porque as pessoas começaram a desenvolver alergias a determinados produtos” , contou. O “Padre” assume-se como sendo uma mistura de culturas, tirando partido da cultura local. “Temos comida italiana e receitas inspiradas em pratos locais. Por exemplo temos uma pizza com chouriço chinês, que tem um sabor doce. É como se fosse uma receita de pizza macaense, onde coloquei alguns sabores com os quais as pessoas estão mais familiarizadas”, disse Danny Natoli. Australiano da Sicília Danny Natoli sempre teve uma relação próxima com a cozinha, muito por culpa das origens sicilianas da família, apesar de ter sido criado em Melbourne, na Austrália. “A minha relação com a cozinha está muito relacionada com as minhas raízes italianas, cresci numa família onde as pessoas se reuniam à volta da comida, algo que também é semelhante às famílias portuguesas”, disse. “Este espaço é uma mistura. Podemos dizer que é um restaurante italiano com alguns elementos macaenses e com uma aposta no café. E é isso que faz com que seja um restaurante adaptado a Macau devido à história e à mistura cultural que aqui existe. As pessoas aqui reúnem-se muito à volta da mesa e os macaenses são um pouco como os italianos, que se reúnem sempre às refeições. Se isto fosse só um café italiano, teríamos aqui dez pessoas a beber café e a falar de coisas banais”, explicou. Danny Natoli precisou de seis meses para encontrar o espaço ideal para abrir o “Padre”. Quando o encontrou, foi difícil chegar ao projecto de decoração ideal. Hoje, com uma cozinha aberta para a rua e dois andares, o restaurante está como Danny sempre desejou. “Gostei logo deste espaço porque é junto à esquina, mas remodelá-lo foi difícil, estava completamente diferente.” Os recursos humanos também foi outra etapa difícil que Danny Natoli teve de enfrentar. “As pessoas que trabalham comigo são óptimas, tenho uma pessoa já com alguma experiência em comida ocidental e todos os dias estão a aprender. Há uma rapariga de Macau que está a fazer um part-time. Claro que a barreira da linguagem é um problema, mas assim que começam a cozinhar aprendem depressa. O mais difícil também é encontrar pessoas que estejam interessadas em trabalhar numa cozinha”, rematou.
Filipa Araújo Ócios & Negócios Pessoas“Moms”, apoio à maternidade | Maria Sá da Bandeira e Rita Amorim O, fundadoras Acalmem-se as futuras mães pela primeira vez, apaziguem as que repetem a maternidade, sorriam os pais. “Moms” chegou a Macau e já está a marcar a diferença. Um serviço de apoio, carinho e dedicação às questões das mamãs, que pretende, a longo prazo, ser uma ponte de entendimento entre a comunidade e os serviços de saúde [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]qui vamos falar sobre amor. Amor de mãe, amor de pai. “Moms” (Macau Maternity Support) nasceu “de uma necessidade” apreendida pelas fundadoras, e também mães, do projecto. Maria Sá da Bandeira, especialista em rotinas e sono de bebé, e Rita Amorim O, psicóloga clínica, esclarecem as dúvidas de todos os agentes em volta da maternidade. A “Moms” é “o resultado de, primeiro, experiências pessoais das gravidezes em Macau”, começam por dizer. É inegável a grande questão existente na comunicação dos serviços de saúde materna, no território, e as futuras mamãs de culturas diferentes da chinesa. “Ambas sentimos essa falha na falta de apoio no que respeita à gravidez e à maternidade”, confirma Maria Sá da Bandeira. Durante a conversa, Rita Amorim O vai acenando com a cabeça em concordância, interrompendo para acrescentar que é natural que esta falha de comunicação exista pois há várias variáveis. “Há a questão da língua e o apoio emocional. O colo que as mulheres grávidas precisam de ter ao longo dos nove meses de gravidez, é algo que não existe”, acrescentou. Do mau faz-se o bom e, perante uma situação menos agradável, as fundadoras arregaçaram as mangas e criaram soluções. “Sentimos que existiam desafios emocionais, linguísticos e culturais que não têm resposta para os não falantes de Chinês. Por isso surgiu a ideia”, registou ainda Maria. Doces sorrisos Mas para tudo é preciso interesse, preparação e paixão. Neste caso nada falta a esta dupla que carrega em si um negócio, mas um negócio de emoções. “Claro que ambas gostamos muito desta área, gostamos de trabalhar com pessoas e famílias. Já tínhamos falado as duas sobre trabalhar juntas, criar alguma coisa, um serviço à comunidade e, portanto em conversas várias, e ao observar a realidade à nossa volta, acabámos por encontrar este espaço de acção”, apontou Maria. Rita traz na bagagem a experiência de ser mãe em Portugal e Macau e, por isso, percebe, porque sentiu na pele, as diferenças que existem nos serviços. “Não é uma crítica ao que temos aqui, até porque nos serviços de Macau existem, por exemplo, os cursos de maternidade, ou sessões sobre a amamentação, mas são só para chineses”, referiu. Uma cidade que se quer internacional tem de estar preparada para os não falantes da sua língua e a “Moms” vem criar precisamente essa “ponte de apoio”. Uma mão amiga Apesar da cultura ser diferente – e dos próprios conceitos – também esta é uma barreira que a “Moms” consegue facilmente ultrapassar. “O nosso curso foi desenhado e pensado para pessoas com uma mentalidade e hábitos característicos da cultura ocidental, com aqueles que também nós [as duas] nos identificamos. Mas estamos de portas totalmente abertas para pessoas de cultura chinesa que tenham interesse e curiosidade e que até sentem alguma identificação”, sublinhou Maria. De sorriso aberto e olhar materno, para além de mimarem as famílias, as fundadoras vêm trazer a base emocional para a grande aventura da chegada de uma criança. Os pais, esses, contam, são muito participativos e interessados, até porque uma gravidez é sempre “um projecto a dois”. Para já existem três serviços estruturais que a “Moms” já está a oferecer desde o final do ano passado. Cursos de preparação para o parto, apoio psicológico durante a gravidez e no pós-parto e serviços de aconselhamento sobre rotinas de sono do bebé. Sempre a apostar na formação, as fundadoras contam com o apoio de outras especialistas, como Yara Monteiro, fisioterapeuta, e Christina Kimont, doula. As sessões e consultas dividem-se entre os espaços resultantes de parcerias com o Centro educativo Club-P e a Doctor Clinic, ambas na Taipa. Aos futuros papás, aqueles que já vivem a maternidade no seu auge, ou até só aos interessados, “Moms” “veio pacificar”. Com a família longe, a falta dos avós, dos amigos e das madrinhas, as possíveis falhas de comunicação acontecem e as dúvidas surgem. Os naturais receios e ansiedade batem à porta e as emoções podem entrar numa verdadeira viagem de carrossel. Com apoio, explicações e um olhar terno o processo da gravidez poderá ser lembrado mais tarde como a “fase mais bonita da grávida”. Aos interessados, a “Moms” tem uma página oficial no Facebook – “Moms Macao” – e um email através do qual poderá entrar em contacto (momsmacao@gmail.com). O próximo curso de preparação para o parto está apontado para a segunda semana de Março, mas as inscrições já estão a acontecer.
Filipa Araújo Ócios & Negócios Pessoas“Toca”, restaurante português | Fernando Marques, proprietário Chegou há pouco tempo e já conquistou Macau. De casa sempre cheia, “Toca” é o novo espaço hoteleiro que promete marcar a diferença. Qualidade a bom preço e sabores verdadeiros é tudo o que um “quase filho da terra” promete [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]cara já é bem conhecida em Macau. O espaço, esse, é novo. Fernando Marques, empresário há mais de uma década no território, abriu uma nova casa hoteleira em Macau, mais precisamente na Rua dos Negociantes, na Vila da Taipa, depois de dois anos de trabalho “atrás da cortina”. Engane-se quem pensa que este espaço é só mais um restaurante entre ruas e vielas daquela zona. Não. Este é um espaço diferente e que trabalha para se manter assim, como nos diz o responsável. “A nossa aposta é na qualidade. Aqui servimos comida tradicional portuguesa, mas estamos a tentar fazer uma coisa diferente, comida diferente do que aquilo que se vê [em Macau]. Muito por causa do novo chef que nos permite ter a possibilidade de criar novos pratos e novas ideias”, começou por explicar Fernando Marques ao HM. Aberto desde Fevereiro, o nome é fácil de explicar. “Toca” vem de “casa pequena”, algo que traduzido para Chinês “funcionava muito bem”. “Como são dois caracteres é fácil de escrever e o nome também é fácil de dizer [em Chinês], claro. E também pelo significado de casa acolhedora”, justificou. Provar para ver Não só de bom aspecto se faz a casa, é certo, mas a “Toca” conquista só no olhar. Um espaço “pequeno mas acolhedor”, decorado para o cliente se sentir em casa e que permite – pelo menos esta é a aposta da gerência – criar um momento de convívio, conversa fácil e boa comida. “Claro que a nossa aposta é sempre a qualidade, acho que é isso que está a faltar em Macau, qualidade na comida. Mas, sem querer falar muito, espero que as pessoas comprovem essa qualidade pelo provar da comida”, argumentou. O chef, esse, vem do norte do país, local “onde se come melhor”. De família dada à gastronomia, talento, diz Fernando Marques, não lhe falta. “Claro, como é do norte, bem norte do país, traz uma gastronomia diferente daquilo que existe cá em Macau”, acrescentou. O facto de estar no coração da Taipa, num centro que conta com muitos restaurantes, não afecta, nem preocupa, o proprietário. “Há espaço para todos”, frisou, salientando que está em vantagem para com outros restaurantes devido ao seu negócio em paralelo. “Estou ligado a uma empresa de produtos alimentares que me dá acesso a diferentes produtos, carnes e outras coisas”, explicou. Apesar da sua história no mundo da hotelaria, Fernando Marques afirma que este é um projecto diferente. “O primeiro projecto que tive foi a seguir à transferência da soberania e era muito novo. Não sabia ser patrão. Claro que isso foi uma escola de vida. Depois destes anos todos, e com um restaurante também em Hong Kong, o ‘Toca’ é um projecto mais maduro, mais pequeno, fresco e muito confortável”, caracteriza. Desengane-se quem pensa que este é apenas um espaço para se deliciar com os pratos. Não. Há também uma aposta, da gerência, em gins. “Já temos alguns e teremos muitos mais portugueses. Vamos ter essa selecção de gins portugueses”, apontou. Eventos são também uma aposta da gerência. “Em Julho pretendemos trazer o Chef de cozinha do ano em Portugal, Ricardo Raimundo. Queremos que venha cá para uma semana gastronómica”, adiantou. A renda essa é um “obstáculo”, mas se o espaço “conseguir oferecer algo de bom, em que o cliente venha e queira voltar, passando pela qualidade e serviço, a renda acaba por não ser um problema”, rematou. Aos mais gulosos abrimos o apetite: o Bacalhau Almeida é “uma delícia”. “É um prato que ninguém tem. É Almeida, porque era um prato da avó [do chef] que a mãe continua a fazer no restaurante da qual é proprietária. Portanto decidimos dar o nome da avó. É diferente, tem um molho só do nosso chef”, descreveu, deixando água na boca. Para os amantes de carne, há um “bife americano”, “top”, na carta. “Uma carne 100% fresca, muito boa, de muita qualidade”, frisou o proprietário do “Toca”.
Tomás Chio Ócios & Negócios Pessoas“The Only Wedding Studio”, loja de noivas | Suki Cheng e Anna Ng, proprietárias “O importante é a qualidade” Emprestam vestidos de casamento, prestam serviços de maquilhagem, tiram fotografias e decoram o espaço. Suki Cheng, Elaine Sam e Anna Ng montaram o “The Only Wedding Studio”, que oferece até excursões aos noivos Para quem vai casar, o “The Only Wedding Studio” pode ser o local que precisa. Desde roupa a maquilhagem, o espaço permite o aluguer de itens para aquela que será a cerimónia mais importante na vida de alguém. Suki Cheng, uma das proprietárias, explica como tudo começou. “Sou maquilhadora e a maquilhagem para as noivas é uma das facetas do meu trabalho, interessa-me e também é importante para a minha carreira. Decidi, então, começar um negócio. Procurei algumas parceiras que também tinham interesse nisso e organizámos a empresa”, explica a jovem ao HM. O número dos registos de casamento em Macau ascende a “mais de quatro mil casais” por ano, mas “cerca de 60%” deles realizam uma festa para celebrar o casamento, assegura Suki, que diz ainda que a competição nesta área é elevada. “Em Macau, há mais de cem empresas como nós, portanto a competição do sector é muito intensa. Outro problema é que é muito difícil sabermos quantos produtos precisamos, como os vestidos, pelo que é sempre possível vermos aumento de custos, ao mesmo tempo que não podemos definir preços muito altos para os nossos serviços, por causa da competitividade”. Também Anna Ng, um das outras proprietárias, explica que, apesar dos custos dos vestidos não serem nada baixos, “o importante é manter a qualidade”. Em conjunto com Elaine Sam, as duas jovens abriram o “The Only Wedding Studio” por considerarem, ainda assim, que as perspectivas de negócio são positivas. Aberto há pouco mais de um ano, o espaço costuma ter agenda cheia nos meses “com números par”, sendo que Janeiro e Julho são “mais folgados”, como refere Anna Ng. Lá fora e cá dentro O investimento na qualidade é uma aposta da empresa, que diz que não há vestidos como os seus. Mas não só. “Fazemos excursões pré-casamento para o Japão a cada Abril e Novembro. Apresentamos a informação aos clientes, atraindo o interesse deles e damos desconto aos clientes que participem nas actividades ao estrangeiro. Os clientes também podem pedir à nossa equipa para organizar o casamento no estrangeiro”, explica Anna. O “The Only Wedding Studio” não tem só clientes de Macau, contando também com pessoas do interior da China. “Os clientes do continente não confiam nos serviços de casamento lá, têm muito mais confiança nas empresas de Macau e Hong Kong, por causa da qualidade”, diz ao HM. Por isso mesmo, a promoção nas redes sociais como o Weibo e WeChat são importantes para a empresa, que também já participou em exposições de casamento em Macau. Apesar de estar num espaço comercial, na Rua das Lorchas no décimo andar do Edifício Comercial Si Toi, o “The Only Wedding Studio” começou sem espaço físico, até porque o processo de criação da empresa levou o seu tempo. “Não acho que seja bom os jovens pedirem os subsídios ao Governo logo quando criam o seu próprio negócio, porque é possível que se gaste mais do que propuseram. Não devemos sentir-nos impacientes durante o processo de criação”, diz-nos Suki Cheng, apoiada pela parceira. O “The Only Wedding Studio” empresta vestidos de casamento, presta serviços de maquilhagem e fotografia e até aluga decoração para o espaço onde se vai realizar o seu casamento. Ao HM, as proprietárias garantem que os serviços são prestados a um “preço ideal” e estão até disponíveis na página do Facebook da empresa, com o mesmo nome. Suki e Anna referem ainda que, mesmo que não tenham o que procura, encontram, já que “a diversidade de produtos” é outras das promessas do “The Only Wedding Studio”.
Flora Fong Ócios & Negócios PessoasChakra Space, restaurante| “Comer vegetariano é comer saudável” É um espaço muito pequeno mas podem experimentar-se muitas coisas: cafés e cervejas artesanais ou pratos vegetarianos com um leve sabor de caril. A ideia é que cada cliente possa aprender mais sobre comida saudável e viver com esse estilo de vida “Não quero definir este lugar como sendo um bar, café ou restaurante. É apenas um espaço onde mostro as coisas de que gosto”. É assim que o responsável do Chakra Space, Meng Wong, fala do novo canto que abriu portas para os lados da barra, onde se pode pedir comida vegetariana, cafés, vinhos ou cervejas. Inaugurado há cinco meses, Meng Wong gere o espaço com outro sócio mas decidiu o nome do espaço e até a sua decoração. “Chakra remete para os pontos do corpo onde se aplica a acupunctura e também com o Ioga e o Budismo. Apesar de não acreditar em nenhuma religião, gosto muito de ler livros sobre essa matéria e compreender a cultura e os seus significados. Comecei a gostar muito dessa área e decidi usar esse nome para o espaço”, contou ao HM. O gosto de Meng Wong revela-se numa das paredes, decorada com estátuas de buda e quadros religiosos. Mas nem só de comida se faz o Chakra Space. Quando Meng Wong nos serviu uma bebida pudemos ver a zona destinada a um bar aberto. “Disponibilizamos vinhos tintos e brancos, bem como cervejas artesanais. Optamos por escolher as bebidas que não são caras mas que têm qualidade e que são produzidas na Bélgica ou Japão, em vez das que são feitas na China”, explicou. O café no Chakra Space é também artesanal, mas segue um princípio. Cada chávena é servida na sua forma original, sem a adição de açúcar e sem leite. Meng Wong explicou que isso se deve à intenção de corrigir o hábito introduzido por muitos restaurantes conhecidos. “Começamos por explicar aos nossos clientes que os nossos cafés não combinam com açúcar nem leite. A vantagem dos cafés artesanais é que podemos experimentar o sabor original do café. Queremos alterar o pensamento comum que existe na comunidade chinesa, que acha que os cafés mais amargos e fortes devem ter açúcar ou leite. Mas os cafés verdadeiros não devem ser assim”, apontou. Sem aditivos No que diz respeito à comida, o Chakra Space quer também eliminar os aditivos que habitualmente se colocam na comida servida na maioria dos restaurantes. Os cozinheiros adicionam o caril mas não existe açúcar ou sal, apenas azeite. “As comidas vegetarianas chinesas normalmente têm muito açúcar, óleo ou sal, mas acredito que comer vegetariano é comer saudável. O nosso caril é mais leve porque o molho serve de cozedura a muitos legumes. Espero que os clientes tentem aceitar este tipo de comida”, disse Meng Wong. Outra diferença introduzida pelo Chakra Space prende-se com a ausência de menus. A escolha dos pratos ao almoço ou jantar faz-se através dos ingredientes, mas ao jantar é preciso fazer uma reserva. Para Meng Wong, não há melhor combinação do que comer um caril acompanhado por um café. Foi no Japão que o responsável do restaurante conheceu esta ideia. “Acho que as duas coisas combinam muito bem.” Do retalho para a restauração Antes de abrir o Chakra Space Meng Wong trabalhou vários anos na área do retalho, mas sentia-se “preso” à profissão. “Nos últimos três anos já não queria continuar a trabalhar dessa maneira. Achava que a vida não podia ser assim. Parece que estava a desperdiçar a minha juventude para ganhar dinheiro. Tenho 30 anos e achei que precisava de pensar no meu futuro e fazer algo de que gosto”, frisou. Antes de abrir o espaço de comidas e bebidas, Meng Wong viajou pelo mundo para conhecer o máximo de coisas possível, até que teve vontade de regressar a Macau. “É um bom sítio mas tudo depende das mudanças de pensamento e de como usamos o nosso estilo de vida”, referiu. O Chakra Space não pretende ser um espaço para ganhar muito dinheiro mas sim para ser apenas um espaço que reúne pessoas à volta da comida vegetariana e do café. O pequeno lugar de comidas e bebidas fica perto do templo de A-Má e à volta reina o sossego. Apesar dos elevados custos do negócio, com a renda a chegar às dez mil patacas mensais e um investimento de 200 mil patacas, Meng Wong garante que a localização foi um dos motivos que o fez investir. “A zona não foi muito desenvolvida ao longo dos anos e o movimento das pessoas não é grande, mas gosto desta tranquilidade”, rematou.
Filipa Araújo Ócios & Negócios Pessoas“Churros”, café | Palmira Pena, sócia-gerente Nasceu por brincadeira e veio tornar Macau muito mais doce. De caramelo, chocolate ou até simples, os churros de Palmira Pena não passam indiferentes a ninguém. Para os mais gulosos há ainda farturas e bolas de Berlim. A gerência garante qualidade e o sabor a casa [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m negócio que surgiu pela saudade. Assim começa por explicar Palmira Pena, uma jovem empreendedora, muito apaixonada por cozinha, que decidiu transportar da Europa um doce muito típico de alguns países: os churros e as farturas. “Uma vez estava em casa e apeteceu-me muito comer uma fartura. Bateu aquela saudade de comer farturas. Comecei a pensar – e como gosto tanto de cozinhar – decidi fazer eu mesma farturas para saber se conseguia”, relembra a sócia gerente do novo espaço “Churros”, na Taipa. Na impossibilidade de fazer em pouca quantidade, Palmira Pena acabou por decidir partilhar o que acabara de fazer com os amigos. “Decidi oferecer aos meus amigos e familiares e a reacção foi muito boa, mesmo sem saber o que era”, conta. A curiosidade despertou logo ali. “Começaram a perguntar se era uma espécie de fartura chinesa – que nós costumamos pôr na canja – e eu expliquei que não, que era uma fartura tipicamente portuguesa”, aponta. Este foi início que colmatou na abertura do novo espaço. “Os meus amigos começaram a pedir se lhes podia fazer umas farturas”, diz. O interesse foi tanto, e o feedback tão positivo, que Palmira Pena começou a questionar a viabilidade de um negócio. “Porque razão não podia eu abrir uma casa de farturas? O que é que me impedia? Nada”, partilha. Garantindo que seria um negócio único, esta era a altura ideal para avançar com o projecto. “Quando é que nos passaria pela cabeça poder ter um sítio em Macau onde se pudesse comer uma boa fartura acompanhada por um óptimo café?”, brincou. A verdade é que o “Churros” não tem só farturas, mas aposta também no seu melhor acompanhante: o café. “Mas é café português, tudo o que estou a fazer é com produtos portugueses”, garante. Espaço para todos A primeira questão surgiu no imediato. “Não fazia sentido abrir um espaço só com venda de farturas e café”, admitiu, dizendo que, por isso, foi necessário aumentar os tipos de negócio que lidera. Os churros surgiram logo por associação, muito também “por causa das crianças”. E o ano começou com a inauguração do espaço, na Vila da Taipa, entre as ruas “mais sossegadas de Macau”. Apesar do horário de encerramento ser às 20h30, o que tem acontecido é a equipa de trabalho ter de fechar mais cedo. “Às vezes às 18h00 ou 19h00 temos de fechar porque já vendemos tudo, porque estamos cansadíssimos, porque já não dá mais”, aponta, mostrando-se muito satisfeita com o feedback. Com apenas duas mesas no espaço interior e uma com funções de esplanada, o “Churros” funciona maioritariamente em serviço de take-away. Com uma montra que não deixa ninguém indiferente com deliciosas gulosices, o pequeno espaço mostra a sua cozinha em aberto, podendo os clientes ver todo o processo. As visitas de turistas são imensas, assegura Palmira Pena. “Recebemos muitos turistas de Hong Kong que têm vindo aqui, muito mesmos, e os portugueses também”, frisou, admitindo que é esta comunidade – a lusa – que o negócio pretende atrair. “Sim, quero que os portugueses provem e sintam o sabor a casa”, brincou. As farturas são, inegavelmente, o ex-líbris da casa. “Tenho recebido muitos comentários positivos, as pessoas que provam dizem que adoram”, diz, mostrando-se orgulhosa. Com os churros o processo é diferente. “Os churros depende sempre se a pessoa quer mais ou menos doce, não é como a fartura que não leva recheio”, esclareceu. Contrariando a ideia de que a cultura chinesa não gosta do excesso de doce, Palmira Pena garante que não mudou a receita e que ainda assim a comunidade chinesa tem-se mostrado muito satisfeita. “Acho que essa ideia não se confirma quando estamos a falar de farturas”, brincou. “Temos também outros produtos portugueses, como rissóis, bolos de bacalhau e bolas de Berlim, estas em tamanho mais pequeno porque este bolo é de facto muito doce”, apontou. Tudo caseiro As receitas são todas caseiras. “Não alterei a receita original das farturas, mas o recheio de chocolate e caramelo são receitas minhas. Quando estamos a vender explicamos à pessoa se é mais ou menos doce, como fica a combinação, que é para a pessoa poder escolher o que quer”, partilha. O caramelo é o recheio que tem liderado o top de preferências dos clientes. “Sim, é de facto o mais popular”. O segredo? Esse está “na massa”. “É a forma como nós fazemos a massa, esse é o grande segredo”, revela. Palmira Pena olha agora para as paredes à sua volta. Está orgulhosa daquilo que conseguiu e da equipa que tem. “Foi difícil arranjar um espaço, apesar de eu ter o beneficio de ser um negócio take-away, portanto foi mais fácil”, partilhou. Desengane-se quem ache que os churros são só espanhóis. “Não, a minha receita é completamente portuguesa. Isto não é espanhol”, brinca, partilhando a visita de uns espanhóis que preferiram os churros de Palmira do que os do seu país. Para já ainda não existe serviço de entrega ao domicilio, mas é um objectivo para o futuro. “Isso e um novo espaço mas no lado de Macau. Mas um passo de cada vez”, termina. O espaço fica na vila da Taipa, na Rua dos Clérigos.
Flora Fong Ócios & Negócios PessoasCat Cave, café | Ivy Lei, sócia Diz-se que os animais ajudam a acalmar o stress e o “Cat Cave” proporciona isso mesmo: quem quiser almoçar ou tomar café pode fazê-lo na companhia de felinos “tranquilos”, mas com personalidade [dropcap style’circle’]É[/dropcap]um espaço para comer e tomar café, mas também dá para brincar com gatos. No “Cat Cave Café” os clientes nunca estão sozinhos: têm a companhia de animais simpáticos. Ivy Lei é uma dos três sócios do café. Ao HM, conta que o café está aberto há quatro meses, ainda que não tenha tido a inauguração oficial. A razão da abertura do café é, para a sócia, óbvia: Ivy adora animais e quer ter mais tempo para ficar junto dos seus gatos, mas não só. “Tenho o hábito de cuidar de animais e gosto muito deles. Aqui todos os gatos foram adoptados depois de serem abandonados. Além disso, também tentamos procurar mais adoptantes através do café, porque é provável que, quando os clientes cá vêm, comecem a gostar dos gatos e decidam adoptar uns. Assim, pelo menos ajudamos alguns animais abandonados”. Agora há sete gatos no “Cat Cave”. Ivy Lei é uma cuidadora experiente destes animais, algo que acontece desde que era criança e vivia com os avós. Tem dez gatos e um cão em casa. Mas os planos para o café que agora gere não eram apenas os de proporcionar companhia aos clientes. A ideia inicial de Ivy era abrir uma zona para venda de produtos para mães e bebés ao lado do café. No entanto, sem a concordância dos outros sócios, a ideia caiu. Ainda que, com no Cat Cave, o tema principal do café sejam os gatos, Ivy Lei diz que a vinda de clientes não é apenas por causa dos animais. “Aqui os clientes são também os moradores da zona, não só admiradores de gatos. Vêm os que não se importam ou que não tenham medo de gatos”, disse. Uma parte dos clientes, diz, chega ao café através da rede social Facebook. Localizado na Rua de Inácio Baptista, o “Cat Cave” é grande, tendo mais de 1400 pés quadrados. A entrada assemelha-se a uma caverna e nas paredes interiores estão desenhados cartoons de gatos – um está a vestir fato preto, outro tem um vestido branco. Outro está a fazer a rodagem de um filme. “Adopte em vez de comprar” é o slogan escrito na parede, para passar esta mensagem aos clientes. Ivy Lei confessa-nos que todos os desenhos são feitos por artistas locais. A renda mensal do espaço fica acima das 20 mil patacas, algo que, para a sócia, é aceitável. “Quando procurámos lojas para criar o café, vimos outras com rendas de 50 mil patacas na mesma zona”. A sócia refere ainda que o capital inicial do investimento foi grande, o que impede que, até agora, tenha sido recuperado o dinheiro investido. É necessário esperar mais meio ano, pelo menos, para equilibrar os custos e rendimentos, conta-nos Ivy. A jovem responsável trabalhava em Relações Públicas numa sala VIP de um casino desde os 18 anos, as decidiu sair por considerar que o sector não está estável. “Trabalhei muitos anos no sector do Jogo e quando surgiu a ideia de sair alguns amigos sugeriram que trabalhasse para outra empresa junket, mas já não me apetecia. Assim, pensei em criar um negócio. Quanto há riscos sou eu que os enfrento, são um problema meu, ao invés de estar sujeita a perder o meu salário porque a sala VIP fechou ou algo assim”, conta. Quando pensou em desistir do trabalho, Ivy Lei não tinha decidido que negócio abrir. Foi aí que surgiu a ideia: a jovem adora ir a cafés com amigos e adora animais. A ideia do “Cat Cave Café” surgiu pela sua cabeça em conjunto com os dois sócios. O “Cat Cave” é mais do que cafés e gatos: tem saladas, sopas, pratos de massa ou arroz, bem como sobremesas. Existe também um menu de almoço, com preços mais baratos. Ivy Lei confessa ao HM que a serradura é a sobremesa favorita de muitos clientes. As horas do lanche e os fins-de-semana são as mais procuradas pelos clientes. Ivy Lei observa que existem famílias que trazem os filhos de propósito para eles brincarem com os gatos. Outros tentam procurar o lado de mais lazer do café, lendo livros calmamente. Algo que podem fazer, assegura Lei. “Os nossos gatos são tranquilos, não gostam de chatear os clientes”. A responsável diz-nos que cada um gato tem a sua característica: uns gostam de se aproximar das pessoas, outros só gostam de se sentar nos seus lugares e esperar pela atenção dos clientes. Assim, cada um tem os seus fãs. “Muitos clientes vêm ao café por gostarem de determinados gatos. Uns gostam de se sentar nas pernas de clientes, outros só deixam tocar-lhes. Mas o mais famoso é o ‘Fat Boy’, o gato cinzento mais velho e gordo daqui”. Como existem tantos gatos no café, a parte da limpeza é essencial. “Temos de fazer limpeza e esterilização todos os dias quando abrimos e fechamos o café. O mais importante é limpar a caixa da areia dos gatos. Esses trabalhos são essenciais para manter o café higiénico.” O café dedica ainda um espaço à recolha de doações para a Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasLITS, empresa de tradução e IT | Ana João, CEO A LITS – Languages and IT Services – pretende aliar os serviços de tradução à área das tecnologias da informação. Para Ana João, CEO da empresa, 2016 pretende ser o ano da “consolidação e desenvolvimento” para um projecto que se quer afirmar no mercado da tradução local [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]um território que quase todos os dias se revela uma autêntica Torre de Babel, a LITS – Languages and IT Services (Companhia de Serviços Linguísticos e Informáticos) surge como a entidade que ajuda a resolver o novelo linguístico. A operar no território desde 2012, a empresa que disponibiliza serviços de tradução, aliados à tecnologia, afirma não querer ficar por aqui. Sendo uma empresa sócia da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos de Macau, o objectivo da LITS é transpor barreiras. “Aproveitando o uso das tecnologias de informação, investimos em duas áreas que não conhecem barreiras porque podemos estar sediados em Macau e prestar serviços em qualquer parte do mundo”, disse ao HM Ana João, CEO da empresa. A LITS presta diversos serviços de tradução em “várias línguas e serviços informáticos”, já tendo clientes em Macau e em Portugal. “Inicialmente a área da tradução era a que registava uma maior procura, tendo-se passado para uma situação de equilíbrio. No mercado local, a LITS tem sido procurada para tradução, com destaque para as línguas portuguesa, chinesa e inglesa. Por parte dos clientes de Portugal há procura de tradução, quase sempre de Português-Chinês e de desenvolvimento de software à medida do cliente ou material pedagógico interactivo. A nível de IT, estamos a colaborar apenas com empresas de Portugal”, explicou Ana João. Para a CEO, o ano de 2016 é de consolidação. “A LITS tem vindo a dar passos no sentido de se afirmar no mercado, acima de tudo pela qualidade dos serviços prestados. Definimos o ano de 2016 como de consolidação e desenvolvimento e os resultados obtidos até ao presente dão-nos confiança para investir e consolidar o projecto LITS”, referiu Ana João. Falta de tradutores Com pedidos de tradução na área da Ciência, Ensino ou Direito, a LITS tem prestado serviços nas mais diversas áreas. “O mercado da tradução em Macau é promissor em termos de procura nas línguas portuguesa, chinesa e inglesa, mas no que se refere a outras línguas é bastante residual. Esporadicamente aparecem pedidos para tradução do francês ou espanhol, mas não é significativo”, frisou Ana João. Apesar do espaço de crescimento, a CEO da LITS não deixa de apontar o facto do mercado ter uma pequena dimensão. “Macau é um mercado limitado, mas a LITS é uma empresa que desde o início não se restringe à procura de clientes no mercado local, porque o lema é ultrapassar as fronteiras geográficas e criar uma rede de clientes locais e do exterior, nomeadamente dos Países de Língua Portuguesa”, apontou. Apesar do sucesso, a empresária lembrou as dificuldades de quem começa do zero. “Ao nível da competitividade, este é um mercado relativamente fechado, sendo difícil para uma nova empresa entrar e sobreviver num ambiente muito exigente em termos de diversidade de temáticas e de gestão de prazos.” A falta de recursos humanos também atingiu a LITS. “Se limitarmos a procura aos recursos humanos existentes em Macau, isso torna difícil ou praticamente impossível desenvolver a actividade, principalmente na área da tradução. No entanto, o trabalho em rede permite ir procurar profissionais no exterior. A procura de pessoal qualificado é um desafio constante mas tem sido uma experiência positiva”, apontou Ana João, lembrando a “falta de tradutores nas áreas mais técnicas”. Ana João considera que a maioria das empresas do sector ainda tem espaço para crescer. “Já existe um nível de resposta considerável, tendo em conta que, para além das empresas especializadas, há um grande número de tradutores individuais ou freelancer. Contudo, como a maioria das empresas de tradução de Macau são recentes, ainda têm capacidade para crescer o que irá aumentar a resposta”, rematou.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasBless Juice Bar, loja de sumos | Ivy Sun, fundadora Ivy Sun trocou um trabalho cansativo na área da organização de eventos por um negócio próprio onde os sumos saudáveis e produtos orgânicos são o foco principal. Aberto há pouco mais de um mês, o Bless Juice Bar pretende ser um espaço agradável com preços mais baixos [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m sumo de romã e maracujá, de tons rosa, faz bem à pele, enquanto que um sumo de laranja e cenoura faz bem à visão. Todos estes sabores estão expostos na montra da nova loja de sumos junto ao Teatro Dom Pedro V. O Bless Juice Bar, de Ivy Sun, abriu há pouco mais de um mês e pretende fazer um trabalho diferente ao nível da alimentação saudável. Ivy Sun sempre gostou de sumos e de vegetais, mas a colocação de um aparelho dentário levou-a a gostar ainda mais desta área. Quando se cansou do emprego, não pensou duas vezes. “Meti um aparelho há dois anos e era difícil comer. Comecei a procurar lojas de sumos em toda a parte e procurei na Taipa, onde moro, mas eram todas muito caras. Então comecei a fazer os meus próprios sumos”, contou Ivy Sun ao HM. “Antes tinha um trabalho num hotel e era muito cansativo, porque trabalhava na área da organização de eventos. Começava todos os dias às oito da manhã e muitas vezes só saía às dez da noite. Não era muito bom para mim e comecei a preocupar-me com a minha saúde. Então despedi-me em Setembro.” Foi aí que nasceu a loja de sumos, que oferece bebidas feitas com produtos frescos, a preços mais baixos do que os normais e com o mesmo sabor, como garante a responsável. Entre sair do trabalho que tinha e pensar no seu novo modelo de negócio, Ivy Sun teve pouco tempo. “Tive a oportunidade de arrendar esta loja, porque os antigos arrendatários saíram. Apenas precisámos de um período de tempo para pensar que ia abrir o meu próprio negócio e para ter alguma coisa diferente em relação a outros espaços. Não queria um espaço que vendesse apenas café”, referiu. “Esta loja chama-se Bless porque quero que este seja um espaço feliz e que ofereça o melhor aos outros. Quero dar a oportunidade aos locais para experimentarem estes sumos saudáveis e também vendemos outros produtos orgânicos, como as sementes de chia ou os chás. Vamos ter uma espécie de ‘segunda-feira verde’, para termos saladas e sanduíches, refeições mais leves e que possam proporcionar algum equilíbrio”, contou ainda Ivy. Uma filosofia muito própria Ivy Sun não tem uma formação específica como chef de comida orgânica, apenas decidiu avançar com algumas ideias criadas de raiz na sua própria cozinha. “Faço as minhas próprias receitas. Comecei por tentar por mim própria, porque nós, asiáticos, temos a nossa própria filosofia em termos de dieta. Por exemplo, para nós, mulheres, não é bom beber bebidas frias sempre, não é bom em ciclos de período menstrual, por exemplo. Tentei fazer misturas de ingredientes como este, de romã, e é aconselhável beber um por dia, porque nos dá mais vitaminas e nutrientes. Também é muito bom para a pele, por isso é o meu sumo preferido”, contou ao HM. Apesar do pouco tempo de funcionamento, o Bless Juice Bar já vende cerca de 30 garrafas de sumo por dia. “Quero que as pessoa sintam uma boa atmosfera aqui. Esta é uma loja pequena e quero que este seja um espaço confortável e não apenas comercial”, referiu. “Fizemos um grande investimento nas máquinas e os processos de fazer os sumos são diferentes. Porque é que estou a fazer um preço mais baixo? Não é por uma questão de competitividade, mas para chamar a atenção das pessoas. As pessoas bebem um café por dia, então por que não beber um sumo por dia e substituir o café? É isso que quero, que as pessoas experimentem estas bebidas”, disse a fundadora do espaço. Com a chegada do tempo quente e húmido, Ivy Sun espera ter cada vez mais clientes. Por enquanto, ela própria vai todos os dias buscar os produtos frescos do dia para pôr mãos à obra junto à máquina dos sumos. Os desafios, esses, são constantes. “Um dos maiores problemas que tenho tem a ver com o fornecimento de produtos frescos. Eu própria todos os dias tenho de sair para comprar os produtos e muitas vezes são mais baratos no supermercado do que no fornecedor, não sei porquê. Estamos apenas a começar e não queremos fazer um grande negócio, e estamos a adquirir pequenas quantidades de produtos diariamente”, rematou.
Filipa Araújo Ócios & Negócios“Miss KK”, Saúde e Bem-Estar | Carolé Thompson, fundadora [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se Carolé Thompson, mas desde pequena que os irmãos a apelidaram de KK. Miss KK, tal como gosta de ser tratada, formou-se em Design de Moda, mas rápido percebeu que o seu caminho era outro: as terapias e modalidades de relaxamento. “Adoro o meu trabalho, sou muito feliz com o que faço. A sensação de melhorar a vida das pessoas e vê-las a relaxar é absolutamente fabulosa”, diz a instrutora e massagista ao abrir a conversa com o HM. “Em 2009 criei oficialmente a marca ‘Miss KK’”, apontou num tom de voz sempre tranquilo e pacificador, tal como aconteceu durante toda a entrevista. Parecem ser, de facto, estes sentimentos que a marca de saúde e bem-estar criada pela britânica quer passar aos seus clientes. “Trabalho sozinha, faço muitas coisas, todas elas relacionadas com a área de saúde e bem-estar”, explica, enumerando as “massagens com óleos, pedras quentes, treinos de fitness, aulas de yoga, pilates” e até “aulas de zumba”. Tudo depende, literalmente, da vontade do freguês. As aulas podem ser em grupo numa sala arrendada pela instrutora, com amigos ou familiares, ou apenas individuais. “Tenho abertura para qualquer tipo de modalidade. Confesso que normalmente o que mais tenho são aulas particulares, mas mais massagens e terapias”, refere. Para emagrecer, relaxar, tonificar, “Miss KK” tem uma vasta oferta para os interessados. Mas não se fica por aqui. Para todos os gostos “Existem quatro grupos de áreas de actuação: as massagens, os tratamentos de cara e corpo, os treinos de fitness e a meditação”, esclarece. Na primeira área, os interessados podem escolher massagens conforme as suas necessidades, sejam elas de relaxamento, anti-stress, pré e pós natal ou até mesmo reflexologia. Na área de tratamento de corpo, estão disponíveis tratamentos anti-idade, desintoxicantes, antioxidantes e vários pacotes de horas para os tratamentos. “Miss KK” oferece também serviços de acompanhamento físico, com modalidade como aeróbica aquática e ainda treinos personalizados. Por fim, no último grupo, os apaixonados pela meditação não foram esquecidos. Havendo várias modalidades deste tipo e até viagens em grupo. Viajar para relaxar Com muitos países na lista, “Miss KK” já passou por muitos locais onde levou atrás grupos de pessoas apaixonadas e praticantes de yoga e outras modalidades de relaxamento. “Actualmente é um luxo termos tempo para nós mesmo. O stress que se vive com as profissões e o dia a dia fazem com que seja obrigatório termos tempo para nós mesmos, para nos desligarmos do que se passa lá fora e descansarmos disso tudo”, explicou a instrutora. A pensar nesta necessidade “há alguns anos” Miss KK partiu para o Sri Lanka e organizou durante sete dias uma semana de puro relaxamento e meditação. Aulas de yoga, comida saudável e meditações pela manhã fazem parte daquele que é um pacote agora disponível nos serviços da instrutora. “A próxima edição será em Fevereiro, durante o Ano Novo Chinês. Estou a tentar [com os parceiros lá, que por norma são hotéis por causa dos espaços disponíveis] organizar tudo para que possa acontecer nessa altura. Quero um espaço tranquilo, como sempre faço questão”, indica, mostrando-se muito entusiasmada. O preço, conta, ainda não está definido, mas a contar pelos últimos anos o valor pode chegar até às dez mil patacas, para a semana inteira. Ainda não está previsto, mas Miss KK também já organizou fins-de-semana de meditação em Ibiza, com um preço mais baixo, mas só durante dois dias. Abrir para o mundo A escolha do mês de Fevereiro não foi em vão. “Será o ano do macaco e o Sri Lanka tem muitos macacos, isto pode ser um bom presságio para atrair mais clientes asiáticas”, apontou, mostrando-se esperançosa. Na verdade, conta KK, a grande parte dos seus clientes é ocidental, mas esta é uma tendência que a instrutora quer alterar. A forma de entrar em contacto com Miss KK é “muito fácil”. No site da instrutora (www.escape-with-KK.com) existe um número de telefone que os interessados podem aceder para marcar a sua massagem, tratamento ou aula. O melhor de tudo “é que em Janeiro os novos alunos têm acesso a uma aula, de um serviço à escolha, grátis” e os preços – que estão adaptados à realidade europeia – serão alvos de vários descontos. Uma oportunidade para começar o ano novo de forma diferente ou, pelo menos, relaxada.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios Pessoas“Casa do Porco Preto”, restaurante | Vanda Rodrigues, co-fundadora São filhos da terra e decidiram regressar. A ideia? Criar um espaço onde os clientes possam degustar os produtos alimentares feitos nas quintas da família e sentir que estão em casa. Vanda e José Rodrigues criaram a “Casa do Porco Preto” para mostrar o melhor da comida portuguesa, mas com criatividade [dropcap style=’circle’]Q[/dropcap]uantos cheiros e sabores vindos das cozinhas das nossas avós e mães ocupam a nossa memória? Decerto todos recordam aquelas azeitonas, aquele pão quente, os enchidos ou a massa de pimentão saída do alguidar para a carne assada no forno. A “Casa do Porco Preto”, novo restaurante na Avenida Almirante Sérgio, na zona da Barra, pretende trazer essas memórias de volta a Macau. Cada cliente pode ter a certeza de que degusta carnes e ervas aromáticas, vinhos e azeites vindos directamente de quintas da região de Galveias, Ponte de Sôr, Alto Alentejo, como nos diz a co-fundadora do espaço. O novo restaurante português há muito que é um projecto de vida de Vanda e José Rodrigues. Mais do que macaenses, com família na China e em Portugal, os dois irmãos têm amor à terra que os viu nascer. Ao HM, Vanda Rodrigues contou que, na “Casa do Porco Preto”, tudo é caseiro e a fazer lembrar as suas tradições familiares. “Estávamos à espera do momento certo para abrir o restaurante. Mesmo com a história da nossa família queríamos agarrar mais a cultura portuguesa aqui em Macau. E foi por isso que, depois dos nossos estudos lá fora, decidimos regressar”, contou Vanda Rodrigues, que estudou em Portugal e no Reino Unido. Com as portas abertas desde Setembro, a “Casa do Porco Preto” mantém-se em período experimental até Fevereiro. “Queremos usar este período para sentir o feedback dos clientes, para ver se podemos mudar os pratos. A nossa visão não é só fazer pratos e receitas autênticas, também queremos apostar na criatividade”, explicou a co-fundadora do restaurante. Todos os meses os clientes têm ao seu dispor menus diferentes com algumas promoções. Sendo Dezembro o mês do Natal, a “Casa do Porco Preto” tem ainda para venda bolachas e o típico bolo-rei. “Queremos mostrar a história da nossa família e o amor que sempre foi dado aos animais e à natureza. Damos muita importância à família e queremos que os clientes venham aqui e consigam sentir o ambiente familiar. O meu irmão um dia disse: ‘Quero que o cliente venha aqui, feche os olhos e consiga sentir a comida e que está a fazer uma viagem em Portugal’”, referiu Vanda Rodrigues. Agricultura com 200 anos Todos os produtos consumidos pela “Casa do Porco Preto” são importados pela empresa de Vanda e do irmão, que há muito trabalham na área de importação e exportação de produtos alimentares. “Temos aqui louro, nozes, azeitonas, carne de porco preto e branco, carne de cabrito, vaca. Temos vinho e vamos ter azeite também, bem como ervas aromáticas da época. Também temos massa de pimentão, feita pela minha avó”, contou Vanda Rodrigues, que desde pequena se habituou a ver os avós a preparar pratos com ingredientes naturais. “Os temperos que fazemos aqui são feitos com base nas receitas dos meus avós. Temos já um legado de agricultura e criação de animais há mais de 200 anos. Temos o gado, porco preto, mas a nossa criação não é só de animais. Estamos a tentar usar todos os ingredientes que a natureza nos dá para fazermos uns pratos aqui no restaurante”, explicou. Sendo uma família habituada a reunir-se à mesa pelo menos duas vezes por semana, acabou por ser natural todos contribuírem para a criação do menu, desde os pais aos avós. Para Vanda Rodrigues, esse é o lado diferenciador da “Casa do Porco Preto”. “Temos a história da nossa família, usamos todos os produtos de Portugal, com excepção dos vegetais. Procurámos ter uma decoração de interiores mais moderna, mas muito simples.” Ao fim de poucos meses de abertura o balanço é positivo, sendo que Vanda Rodrigues já tem em mente novos projectos. “Brevemente teremos um outro projecto relacionado com este restaurante. Temos um espaço aqui atrás e vamos ter uma surpresa para os clientes.” Os detalhes, esses, permanecem em segredo, a verdadeira alma do negócio.
Leonor Sá Machado Ócios & Negócios Pessoas“Rocca Pâtisserie”, pastelaria | Candii Un, co-fundadora Macau tem, desde o mês passado, uma nova loja de pastelaria francesa. Para já funciona somente online, mas a co-fundadora da “Rocca”, Candii Un, promete um espaço repleto de novidades já em 2016 [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e cores garridas, centros moles e saborosos e enfeites de comer e chorar por mais, os bolos da pastelaria “Rocca” prometem criar um rasto de fãs por essa cidade fora. Por enquanto, só existem online – via Facebook – mas cedo estarão disponíveis numa loja perto de todos nós. À conversa com o HM, uma das co-fundadoras, Candii Un, confessa que a ideia de criar estas doçarias vem de cedo, mas só a partir de Novembro passado foi possível começar o negócio. “Arrancámos com isto a 5 do mês anterior, mas temos estado em preparativos desde há um ano”, começa por contar. Candii confessa sentir-se “uma pessoa criativa”, já que, admite, é preciso talento para construir as estruturas que muitas vezes saem da mente dos dois profissionais responsáveis pelas doçarias. “Considero-me uma pessoa criativa, até porque o design e execução de cada bolo demora bastante tempo e esforço, uma vez que queremos que saiam perfeitos tanto por dentro como por fora”, continua. A ideia, avança, é fazer com que a beleza do exterior se coadune com o sabor da peça de pastelaria. “Fazemos testes uma e outra vez para combinar o sabor com a arquitectura de cada bolo para conseguirmos fornecer a perfeição ao cliente”, defende. Amor de facto A ideia, confessa, surgiu do amor pela pastelaria ao estilo francês, partilhado por Candii e o seu parceiro de negócio. “Abrir esta loja surgiu, claro, da paixão que ambos nutrimos por este tipo de cozinha e pelo trabalho”, explica. “Gostamos tanto de fazer bolos e doces e temos muitas ideias para partilhar com as pessoas”, continuou. O plano é manter a venda online pelo website oficial e pela página de Facebook até final deste ano e finalmente dar a conhecer um espaço físico à população. “Em Macau, não sabemos de nenhuma loja que venda produtos ao estilo dos nossos e por isso decidimos abrir este negócio para promover o nosso modelo de pastelaria francesa e deixar que as pessoas tenham uma maior paleta de escolhas”, descreve a co-fundadora. Uma “nova tendência” e “energia” são dois elementos que a Rocca pretende integrar no actual mercado de pastelaria local. Tanto a entrevistada como o seu parceiro tiraram um curso intensivo de Pastelaria com vertente em culinária francesa em Hong Kong, pelo que se dizem preparados para enfrentar o desafio. A ideia de começar a vender online seguiu para a frente porque o duo quis perceber o aceitação da população antes de se lançar às feras. Neste momento, são três as pessoas que trabalham para a empresa, dois deles estando atrás do balcão. “Somos uma equipa de três pessoas, mas duas delas estão responsáveis pelos trabalhos na cozinha como o design dos menus e dos bolos, os testes e a decoração, pelo que o nosso outro parceiros assumiu a pasta do design da marca, promoção, marketing e fotografia”, esclareceu Candii. Os preços variam entre as 240 e as 520 patacas dependendo do tamanho do bolo, ingredientes e tempo investidos na sua confecção. Tudo pode ser encomendado via Facebook, mas também através de https://r-o-c-c-a.com. Aglutinar para criar A ideia para a nomenclatura de “Rocca” surgiu da fusão dos nomes dos seus proprietários que dizem que a base do negócio está na qualidade e sabor das receitas, mas que a imagem também conta. E muito. Para este natal, têm já várias encomendas feitas. Um bolo demora, em média, dois a três dias a ficar completo e pronto a comer, já que é preciso fazer não só a massa, mas também a cobertura e decoração, que terá que secar. “O feedback tem sido melhor do que o expectável. Estamos muito surpreendidos por ouvir vários clientes a dizer que gostam dos nossos bolos”, confessou. O pico de comentários positivos surgiu exactamente depois do lançamento da campanha natalícia. “Vamos ter um mês ocupado”, acrescenta. Benefício prejudicial O tamanho de um mercado pode funcionar de forma positiva e negativa e é precisamente isso que a co-fundadora explica: “O mercado local nesta área é pequeno e acreditamos que isto pode ser um obstáculo em termos de aceitação, mas também pode funcionar de forma benéfica, já que conseguimos chegar às pessoas por uma via mais directa, sem ter que ultrapassar outros negócios”, define Candii. Pode pensar-se que a abertura de uma loja pode trazer prejuízo para uma empresa recém-inaugurada, mas a profissional afasta essa ideia, defendendo que se trata de uma estratégia para melhor dar a conhecer os seus produtos e serviços à clientela local. É que sentir o cheiro de bolos acabados de fazer a sair de uma porta não é exactamente o mesmo que abrir uma página de internet. “Temos confiança naquilo que fazemos e vendemos”, frisou.
Flora Fong Ócios & Negócios Pessoas“The Royal”, restaurante de take-away | Tong Wu, sócio Para quem trabalha a horas tardias ou tem apenas um ‘ratinho’ no estômago a altas horas da noite é possível, agora, encontrar refeições e sobremesas a preços razoáveis. É que os Nam San, na Taipa, contam com mais um restaurante “The Royal”, especializado precisamente nisso [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “The Royal” e é bem fácil de encontrar no meio dos Nam San, com as suas cores de madeira clara e um balcão com jovens sorridentes a atender. Este não é o primeiro restaurante “The Royal”, mas é o mais recente e tem um elemento especial: a falta de espaço para cadeiras e mesas faz com que os clientes tenham de saborear em casa as sobremesas e pratos principais. E começámos pelas sobremesas porque é, aparentemente, o que agrada aos clientes do espaço. São Parfaits, Waffles, Crepes, Pastéis Mil Folhas, Panna Cotta e gelados do que mais gostam os clientes deste restaurante. Apesar do novo espaço – que abriu há menos de um mês –, o “The Royal” é, na verdade, uma cadeia de restaurantes que não tem apenas negócios em Macau, mas também em Hong Kong e no interior da China. “O primeiro restaurante já foi criado em Hong Kong há vários anos, mas percebemos que o mercado de sobremesas já estava saturado, então o nosso director-geral tentou investigar em Macau e descobriu que aqui há mais espaço de desenvolvimento. O primeiro restaurante foi aberto, então, nos Três Candeeiros”, conta ao HM Tong Wu. Em dois anos, a empresa conseguiu abrir o segundo restaurante, no Fai Chi Kei, e os seguintes na Taipa e em Cantão. Agora, o “The Royal” chega aos edifícios Nam San, em frente ao Jockey Club, bem ao lado da torre 4. Uma localização que parece ir de encontro à ideia dos investidores, que é oferecer comida e sobremesas à noite e de madrugada, para quem trabalha até tarde ou para quem tiver aqueles ataques de gula depois do jantar. “Operamos consoante o estilo de vida dos cidadãos e oferecemos sobremesas especiais”, explicou Tong ao HM. “As sobremesas têm o tema de ‘fusão internacional’ e os ingredientes são provenientes do Japão e de Taiwan, via aérea”, explica o sócio, acrescentando que a qualidade é importante e, por isso, “os gelados do restaurante são da marca Movepick, da Suíça”. Tong Wu explicou que as bebidas como chás de ervas, batidos de leite e cafés são também muito procurados por clientes. Este restaurante na Taipa é apenas para “take away” e está aberto das 22h00 às 2h00 da manhã. Nesta ilha existem poucos restaurantes que se especializam em sobremesas, diz Tong, ao mesmo tempo que oferecem pratos rápidos, como massas e arroz, ao mesmo tempo. Surgiu, assim, a ideia de tentar expandir negócios na Taipa. Tong Wu explica que a decisão de criar um local onde as pessoas podem apenas ir levantar as refeições, sem terem hipótese de se sentar, tem a ver com o pedido de licença ao Governo, que é mais fácil para take aways do que para abrir um restaurante comum. Além dos quatro restaurantes, o “The Royal” tem uma fábrica de produção de ingredientes básicos na Avenida do Almirante Lacerda, de forma a conseguir diminuir o tempo de processamento das refeições feitas nos restaurantes, bem como para “manter a qualidade da comida”. O objectivo é conseguir servir o cliente rapidamente, a preços cómodos, que começam nas 24 patacas. A cozinha molecular é também um dos novos focos do “The Royal”. “A reacção dos clientes é melhor do que imaginávamos, mesmo que a loja se localize numa rua interior. Acho que é porque os tipos de sobremesas são diversos e muitas pessoas escolhem o nosso restaurante”. “The Royal” promove ainda um buffet de sobremesas às horas de lanche, jantar e ceia. Na loja dos Nam San, por exemplo, os clientes conseguem, nestas horas, comprar as sobremesas com 20% de desconto. Há ainda sobremesas de época, que não existem sempre. O modelo de negócio foi também pensado pelos donos do restaurante, já que este tem ainda uma agência para os ajudar a procurar parceiros para abrir mais lojas de “take away”. O futuro pode ser por aí, até porque Tong Wu explica que este modelo pode ajudar a diminuir despesas de operação e o tempo necessário para abrir um restaurante.
Flora Fong Ócios & Negócios Pessoas“The Perfect Moment”, café | Chloe Chan, sócia [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão são só saladas, esparguete e café, mas também livros, pinturas e fotografias. No “The Perfect Moment”, os clientes podem aproveitar o espaço e fazer o tempo passar devagar e os artistas podem expor as suas obras Se abrir um café é um sonho para muitos jovens, Chloe Chan e outros três sócios não são excepção. Para falar com uma das sócias, entrámos no café “The Perfect Moment”, que fica num barro antigo na Freguesia de São Lázaro. Com uma decoração feita de paredes brancas, materiais e madeira, as mesas não o único adorno deste espaço. Existem duas estantes cheias de livros, revistas de arte locais e cartazes de exposições que estão a ser realizadas em toda a Macau. Localizado na Rua de Abreu Nunes, a rua mesmo atrás da Pavilhão de Exposições e Espectáculos Artísticos para Jovens, junto à Praça do Tap Seac, o café abriu no Verão do ano passado. Chloe explica-nos que são quatro os sócios e que cada um desempenha diferentes funções, na administração, na contabilidade e na promoção do café. Antes de 2014, os quatro não sabiam nada sobre o que era “abrir um café”. Tiveram, então, que aprender tudo sobre o negócio. “Preparámo-nos dois anos antes de começar a planear a abertura do café e até fomos frequentar cursos para tirar licenças de barista”, começa por nos contar Chloe Chan. No início, os quatro jovens não tinham ideia de como criar o café ideal. Revendo os gostos de cada um, e ligando-os, conseguiram abrir este café que é, dizem, especial. “Um de nós gosta de arte, um outro gosta de ler e outro gosta muito de beber café. Assim, o “The Perfect Moment” junta tudo isso”, disse. Chloey recomenda as saladas feitas com legumes que são, garante, muito frescos. “Pedimos a uma empresa para transportar os legumes com embalagem em vácuo, porque queremos oferecer os produtos frescos e limpos. Não temos comida muito delicada, é simples, mas é tudo fresco.” Dedicação têm os seus “Specialty Coffee”, o café com rosa ou com caramelo. O espaço vende também grãos de café provenientes do Quénia e de Nicarágua. Mas não só. Um chá preto com gengibre e açúcar mascavado pode ser outra opção do “The Perfect Moment”, principalmente no Inverno, já que ajuda a aquecer o corpo. “Atentamos muito à qualidade do café, mesmo que possa não ser o melhor de Macau, mas esperamos ser considerados um dos dez melhores aqui”. Na comunidade Chloe não gosta do conceito actual, de que as pessoas consideram cafés como restaurantes. Ela e os outros sócios preferem o conceito de que as pessoas desta cidade urbana têm um ritmo de vida muito rápido e querem, sim, que as pessoas usufruam da comida e do café devagar. Que, no fundo, o saboreiem. Outros dos pontos que nos chama a atenção no café são as obras de arte nas duas paredes principais do café, que fazem parte da “Exposição Automne”, da artista local Natalie Pun. Chloe explica-nos que já foram realizadas seis exposições de pintura e de fotografias no espaço e está planeado fazer um workshop onde a artista desenha a caneta, sob o tema de Natal. Os clientes podem comprar as canetas e os lucros vão para caridade. A razão para realizar uma exposição de artistas locais no café veio do facto destas não serem, normalmente, muito apreciadas pela população. “As pessoas não se dirigem às exposições a não ser que os artistas sejam amigos ou muito conhecidos. Então pensámos em como conectar a arte com a comunidade e surgiu a ideia de integrá-la com o café, o que acho uma ideia maravilhosa, porque os clientes do café são muito diversificados, desde trabalhadores, a turistas, grupos de amigos ou famílias. O café parece uma plataforma para todos apreciarem as obras de arte. Queremos ter um café que não vende só cafés”. A responsável avançou que as exposições são realizadas no café periodicamente e que até já existe uma lista de exposições até ao Verão do próximo ano. “The Perfect Moment” foi também arrendado para realizar um seminário e uma sessão de partilha por associações ou grupos de juventude. Café literário O café é também conhecido por outro nome. Ultimamente foi arrendado por uma revista de literatura para rodar uma curta-metragem e, na entrada do café, ficou exposto um cartaz que diz em Chinês “Café da Literatura”. “Achamos que os caracteres são muito bonitos, não os tirámos depois de acabar a curta-metragem. É divertido ver que as pessoas pensam que esse é o nome do nosso café.” No que toca ao investimento e volume de clientes, Chloey confessa que, devido à instalação de equipamentos de cozinha e a dificuldade de encontrar uma loja com rendas baixas, os sócios já investiram grande montante do dinheiro que tinham. Ainda assim, diz, consegue equilibrar bem os pagamentos, diz-nos. O número de clientes é melhor aos fins- de-semana ou quando se realizam actividades na Praça do Tap Seac. Durante os dias úteis, há mais clientes nas horas do almoço e do lanche. “Não podemos pedir mais clientes porque queremos oferecer um espaço mais calmo e confortável, sobretudo nos fins-de-semana. Portanto, sugerimos aos clientes vir cá durante os dias úteis, usufruindo de um espaço de leitura tranquilo”.
Filipa Araújo Ócios & Negócios Pessoas“Love Nest”, loja online de decoração | Larissa Orenga e Rita Andorinho, sócias gerentes Nasceu da necessidade e veio para ficar. “Love Nest” é um projecto recente que já se mostra com asas para voar. Artigos de decoração para a sala, cozinha e quarto, ou apenas ideias profissionais são algumas das possibilidades que poderá encontrar nesta loja online, para tornar a sua casa num verdadeiro “ninho do amor” [dropcap styyle=’circle’]E[/dropcap]ncontrar artigos de decoração – e outros – em Macau deixou de ser um problema. Nasceu o “Love Nest”, uma loja online que promete facilitar a vida a todos. “Este é um projecto que nasceu há um ano”, indica Rita Andorinho, uma das duas sócias da empresa, sublinhando que inicialmente tudo começou por uma ideia e um gosto em comum com a sua amiga, e agora sócia, Larissa Orenga. Tudo começa, explica, com a grande problemática que existe no território. “A área da decoração é muito limitada em Macau. As ofertas que temos são poucas e são caras”, partilhou com o HM, exemplificando que sempre que uma das sócias viaja até ao seu país natal, Portugal ou Brasil, traz as malas cheias “de material para a própria casa, como toalhas ou roupa de cama”. Uma amizade que já vem de alguns anos e o gosto pela decoração juntaram o útil ao agradável. “Comprámos as duas casa em Lisboa e começámos a decorar à distância. (…) Percebemos que partilhávamos este amor pela decoração, por reinventar, por comprar material para as nossas casas. Adorámos o processo, entrámos em contacto com fornecedores e partilhámos muitas ideias. Funcionou tão bem, que avançámos com uma análise ao mercado tanto lá [em Portugal] como cá [Macau], que nos levou até aqui”, relata. Para facilitar A partilha, com as amigas, das alterações que Rita Andorinho fez aos seus móveis e artigos de decoração, depois de ser obrigada a mudar para uma casa mais pequena este ano, mostrou-lhe que o público de Macau está interessado e, mais que isso, necessitado de alguém que lhes facilite a árdua tarefa de tornar uma casa longe do país natal num lar. Depois de todos os sinais recebidos desta necessidade da sociedade, as duas amigas avançaram com o lançamento de um site e página no Facebook dedicado ao “Love Nest”. Ao dispor da sociedade está agora uma plataforma com uma montra de produtos disponíveis e de fácil acesso. O site, que funciona de forma muito simples, permite que os clientes criem os seus cestos de compras e recebam os dados para o pagamento através de e-mail. “O prazo que damos é sempre de oito dias até o cliente receber a sua encomenda em casa, que somos nós que vamos entregar. (…) Asseguramo-nos que tudo está em ordem, que o produto está nas condições exigidas e depois entregamos à porta”, explica Rita Andorinho, não escondendo que há produtos que podem demorar um pouco mais, mas isso dependerá sempre do fornecedor e da distância a que está. Qualidade e confiança “Transformar a casa num lar, num sítio confortável e aconchegante, como um ninho do amor é o que pretendemos”, explica Larrisa Orenga, justificando por isso o logótipo escolhido para a empresa. O negócio está muito direccionado para a comunidade expatriada, porque “é óbvio que a comunidade chinesa consegue encontrar aquilo que procura de forma mais fácil”, e porque a cultura – e por isso aquilo que procuram – é também ela diferente. Ainda assim, explica Rita Andorinho, a “Love Nest” não se limita apenas à cultura ocidental. Em menos de uma semana a reacção não poderia ser melhor. “As pessoas estão a reagir muito bem, temos muitas ideias e projectos. O projecto foi lançado oficialmente a 9 de Novembro e já tivemos várias encomendas”, indica Rita Andorinho, exaltando também o método mais antigo de promoção de negócios, o boca-a-boca entre amigos. Mimar os seus clientes, ajudá-los a encontrar aquilo que eles efectivamente querem nas suas casas ou até criar projectos de decoração na íntegra são os objectivos claros destas duas amigas e sócias. A qualidade dos produtos é, asseguram, uma exigência muito vincada. “Queremos que os clientes percebam que podem confiar em nós (…) queremos os clientes satisfeitos, caso algum produto não esteja em condições, por alguma razão que de nós não dependa, arranjaremos solução, seja devolução ou um produto alternativo. (…) A verdade é que temos gosto em ajudar, fazemos isto com muito amor”, garantem. Linha de Natal A primeira linha lançada pela equipa está subordinada ao tema natalício. Para já, os interessados em fugir às tradicionais prendas e às filas nas lojas, podem facilmente ir ao site ou ao grupo do Facebook, entrar em contacto directo com a gerência e tratar do seu natal, “ou prenda de aniversário, tudo depende da necessidade”, de forma mais simples. Com preços competitivos, a “Love Nest” veio facilitar a vida de cada um de nós, trazendo-nos o tão desejado cheirinho a casa.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasCore Studio, estúdio de fotografia | Nuno Veloso, director Pouco mais de um ano depois de ter aberto a empresa de audiovisual Core Productions, o fotógrafo Nuno Veloso cansou-se de ter uma enorme sala vazia e decidiu abrir o Core Studio, que pretende proporcionar diferentes experiências no mundo da fotografia [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uno Veloso sempre fotografou modelos, actores e o fabuloso mundo da moda e do entretenimento. Um ano após ter aberto uma empresa de fotografia e vídeo, a Core Productions, o fotógrafo português decidiu ir mais além e abrir o Core Studio, um espaço que faz lembrar o velhinho fotógrafo, virado para as pessoas. “O Core Studio é um estúdio aberto ao público. Fotografamos pessoas individuais, não é para clientes ou negócios, no sentido de fotografar produtos ou serviços, mas fotografamos pessoas para fazerem os seus retratos, famílias, crianças, bebés, recém-nascidos. Aqui na Ásia as pessoas gostam muito de fotografar os seus cãezinhos e gatinhos, então o Core Studio é como um estúdio de produção, mas para pessoas”, disse ao HM Nuno Veloso. A inauguração do espaço aconteceu na passada sexta-feira e o fotógrafo garantiu que no Core Studio não há lugar à fantasia. “É mesmo focado nas pessoas e é quase voltar ao fotógrafo antigo. Nós no Core Studio não queremos colocar as pessoas a serem retratadas na fantasia, mas queremos tirar o retrato delas próprias. Não vamos ter os vestidos e mil e quinhentas coisas em que a pessoa fica escondida no meio daquilo tudo. Se os nossos clientes quiserem ser fotografados assim, não vamos dizer que não, mas estamos mesmo a apostar no retrato da sua própria identidade e não de uma fantasia.” O Core Studio apresenta-se como um filho da Core Productions, mas é uma espécie de prenda que Nuno Veloso quer dar a Macau, a terra onde cresceu. “A Core Productions, como produtora de audiovisual, só precisa de uma sala e já não aguentava estar sentado numa secretária e ter ali um espaço com tanto potencial e não fazer nada dele. E foi por aí que decidi abrir o Core Studio, sendo algo onde eu já tenho alguma experiência. Cresci aqui, considero-me uma pessoa de Macau e é uma forma de eu poder dar alguma coisa a Macau, tendo um serviço profissional para as pessoas serem fotografadas”, apontou. Packs e cocktails No Core Studio fazem-se retratos de pessoas, mas também de namorados e de famílias, de mulheres grávidas ou dos seus filhos recém-nascidos. Há até a possibilidade de fotografar animais de estimação. Tudo isso com base em pacotes com um preço pré-definido. “O que eu quero que aconteça no Core Studio é um sítio onde as pessoas vão para serem fotografadas mas que para elas seja uma experiência também. Vai ser divertido de certeza absoluta, porque é essa a nossa forma de trabalhar, e vamos ter pequenas ofertas conforme os packs que vão escolher. Vão poder ter cocktails à entrada, alcoólicos ou não. Têm pequeninos luxos e vão sentir-se quase como estrelas durante aquele tempo em que estão ali para ser retratadas”, contou Nuno Veloso. O Core Studio pretende ainda ser um espaço de partilha de experiências, já que serão feitos convites a outros fotógrafos para trabalhos. “Sou o dono do estúdio, mas conheço fotógrafos muito melhores do que eu, a fotografar mulheres grávidas ou recém-nascidos, por exemplo. O meu background é mais ligado ao mundo da moda e a fotografar actores e dançarinos e isso vai ser fotografado por mim. Mas nem tudo vai ser fotografado por mim.” Nas paredes do estúdio de fotografia há ainda lugar para a exposição das fotografias de outros. “ Também temos uma área a que chamo de micro galeria para todos os outros fotógrafos que queiram expor as suas fotografias. De tempos a tempos vamos mostrando outros trabalhos”, explicou Nuno Veloso. Com o Core Studio, Nuno Veloso quis aproveitar um nicho de mercado e proporcionar momentos diferentes na hora de fotografar, algo que não se consegue com um simples smartphone. “Todos somos fotógrafos hoje em dia, e até podemos ter uma máquina muito boa, mas é uma experiência diferente ir a um estúdio profissional de fotografia. Eu chego a dizer que é como uma pessoa ir ao cinema, passar lá uma hora e meia e ficar com as imagens e o filme na memória. E ir a um estúdio de fotografia passa lá uma hora e o que traz consigo, além das memórias, são as fotografias para as poderem ver um dia mais tarde”, rematou. O Core Studio tem uma página do Facebook com o mesmo nome e fica na Alameda Carlos de Assumpção, Kin Heong Long, 5A.
Leonor Sá Machado Ócios & NegóciosNomad Design Ldt, empresa de design | Stanley C., fundador e designer [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e Macau para o Canadá e de regresso às origens que o viram nascer. É isso mesmo: Stanley C. nasceu no território, mas viajou até àquele país para completar uma licenciatura em Design de Arquitectura. Talvez tenha sido isso ou a simples vontade de abrir um negócio que fez com que o jovem designer tenha criado a marca Nomad Design Ldt há cerca de dois anos. Em parceria com um outro profissional, transportou a empresa para voos mais altos. A clientela é toda local, mas os produtos são comprados lá fora, até “porque aqui não há coisas com a qualidade das estrangeiras”, diz. Do maior ao mais pequeno À conversa com o HM, mostrou uma série de projectos que ganharam vida por essas ruas, incluindo do restaurante e loja Green’s, localizado na Calçada de Santo Agostinho. A ideia partiu da premissa de escassez quando se fala de empresas que oferecem “soluções de design”. Enfim, uma alternativa aos estilos clássicos a que a população está habituada. A Nomad produz de tudo um pouco e está preparada para completar grandes projectos. “Podemos fazer desde pequenos elementos até ao projecto [de construção] todo, quase chave na mão, desde a escolha de azulejos, tintas de parede e móveis”, começa o designer por explicar. Os materiais, esses, podem vir de qualquer parte do mundo, passando pelos EUA, países europeus, América do Sul e outros países asiáticos. “Tentamos encontrar a melhor solução para aquilo que o cliente quer e depois importamos de qualquer parte do mundo, com pessoas a quererem peças dos EUA que são depois reproduzidas na China”, informa. Estúdios de trabalho, a Nomad não tem, mas dispõe de um escritório. É aqui que a magia acontece. Os designers encontram-se com o cliente, debatem ideias e chegam à conclusão naquele mesmo local. As ideias vão surgindo e depois resta avaliar o espaço in loco e pôr mãos à obra. No escritório são dois funcionários, a juntar a uma equipa de pessoal de construção e outras duas pessoas que tratam de negócios no exterior. O cliente importa Os trabalhos mais interessantes, confessa Stanley, não têm que ver com os espaços a mexer, mas sim com o tipo de cliente e os pedidos. “Sinceramente, não importa muito o espaço em que mexemos, mas sim o cliente e às vezes é interessante debater ideias”, acrescenta. Abrir a Nomad foi uma ideia que partiu dos dois parceiros: “Temos a mesma mentalidade em relação à forma como se faz design em Macau”. Ambos trabalhavam para terceiros outrora, mas chegou a altura de montarem o seu próprio negócio e deixarem de seguir ordens para passarem a transformar conceitos em objectos palpáveis. “Não tínhamos capacidade para executar as nossas ideias e percebemos que as pessoas em Macau estão a pagar cada vez por trabalhos que não são exactamente aquilo que desejavam inicialmente”, explicou. E assim nasceu a Nomad. (In)visionários Neste momento, diz, os principais obstáculos têm somente que ver com a natureza humana. O primeiro problema teve início mesmo antes da empresa estar em actividade: “Tudo o que está relacionado com burocracias e aprovações do Governo, é lento e progride num passo vagaroso”. Outro dos obstáculos é a falta de visão da população e das empresas relacionadas com a área. “Enquanto no resto do mundo há uma tendência já no seu pico, em Macau pouca gente a conhece ou rejeita”, lamenta Stanley. É preciso, assim, “persuadir as pessoas para que percebam o que é melhor para elas”. Aqui joga-se, aparentemente, pelo seguro. Questionado sobre se por estes lado se transpira um espírito e gosto clássicos e pouco modernos, o designer consente e vai mais longe. “Diria que não são apenas clássicos, mas também com uma visão muito fechada”, disse. “É muito mais interessante quando trabalhamos com pessoas que nos deixam experimentar mais e arriscar”, confessa. São os casinos e hotéis que vencem pela sua imensidão e popularidade internacional. “A clientela local tem necessidade de ver os materiais em primeira mão já montados”, adiantou ao HM. A Nomad está a tentar trazer novos métodos, ideias, conceitos, materiais e formas de criar diferentes. Para isso, explicam, viajam bastante para procurar lá fora. Põe-se aqui um outro problema: Stanley lamenta que haja uma crescente escassez de pessoal de construção especializado, que saiba trabalhar com as mãos na massa. China com qualidade A China é conhecida pelos inúmeros casos de contrafacção e imitação de produtos, pelo que é uma tendência que se estende a todos os mercados e não apenas aos dos acessórios, roupa e relógios. As empresa de arquitectura e construção queixam-se frequentemente de lidarem com produtos falsos, com maus acabamentos e de má qualidade. Questionado sobre como enfrenta este problema, Stanley fala de uma revolução neste mercado chinês. “Nestes últimos anos, tenho ido várias vezes à China e noto que as coisas estão a mudar. Há já uma vasta escolha de materiais de alta qualidade e as empresas fazem boas opções de preço/qualidade”, revela. Há vários anos, justificou, era preciso ir até Hong Kong porque os produtos do continente não eram de confiança. Às vezes voava-se mesmo até aos EUA. “Acho que as empresas chinesas perceberam que faz mais sentido investir um pouco mais para ter produtos de qualidade e conquistar a clientela do que gastar menos e vender coisas sem qualidade”, justificou. Sobre o preçários dos trabalhos executados, Stanley adiantou apenas que “depende do projecto”, porque há muitas premissas a ter em conta. Aqui importam os materiais, o tamanho do espaço e o estilo escolhido.
Filipa Araújo Ócios & Negócios PessoasMacau ItClinic, clínica de tecnologia | Pascoal Júnior, fundador e sócio É uma clínica para dispositivos tecnológicos. A Macau ItClinic nasceu por necessidade. Quatro sócios, a mesma ideia: trazer ao território aquilo que faltava com qualidade a preços altamente competitivos [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se Pascoal Júnior e é um dos quatro sócios fundadores da Macau ItClinic. “Foi a 15 de Outubro de 2014 que a Macau ItClinic nasceu”, começou por explicar o sócio ao HM, que nos recebeu nas instalações do escritório de advogados C&C, local que acolhe a Macau ItClinic. “A ideia começou porque eu e um dos sócios – somos quatro no total – que trabalhava comigo numa empresa de tecnologia sentimos imensa falta de alguém que nos pudesse ajudar na manutenção e, dessa forma, achamos que fazia muita falta a Macau ter alguém que não só fosse bom naquilo que faz, mas que acima de tudo tivesse algum cuidado com o cliente”, explica. Nasce assim, com pouco dinheiro, a empresa que agora tem mais de quatro mil ‘likes’ na única plataforma online que possui, a sua página no Facebook. “Como é óbvio não havia dinheiro e uma das formas que achamos que seria possível fazer, porque Macau felizmente é um território pequeno e funciona como uma aldeia, era criar uma página no Facebook”, indicou. É por essa página que a equipa faz a sua gestão de clientes, garantindo que 90% dos contactos surgem através desta plataforma e o resto passa de boca-em-boca. “Não existe outra forma de contabilizar os nossos clientes. Felizmente o Facebook funciona muito bem em Macau, mesmo muito bem, o que foi bom para a empresa”, conta. O local, o escritório, foi também uma aposta de muito sucesso. “É importante agradecer a todas as pessoas que aqui trabalham e que nos receberam. Naturalmente aos poucos foram percebendo o nosso trabalho e a sua qualidade e isso também nos ajuda a crescer. Quer se queira, quer não, estarmos neste edifício credibiliza-nos imenso e só podemos estar agradecidos por isso”, anotou, apesar de assumir que devido ao crescimento o dia de mudar para um espaço maior poderá chegar. Passo a passo Evitando riscos de maior, os sócios decidiram começar o seu trabalho com aparelhos mais comummente utilizados: os telemóveis. “Começámos pelos telemóveis porque, sem dúvida nenhuma, era a forma mais fácil de chegar às pessoas e foi assim que começamos a crescer, passando depois para os computadores de todos os tipos”, adianta. Apesar da empresa prestar algum apoio técnico a empresas, não é este o seu objectivo. “Somos só quatro, para assumir a responsabilidade de um bom serviço às empresas é necessário termos alguém sempre disponível para isso e para já não temos. Mas também não é importante, não é o nosso objectivo. Queremos trabalhar neste registo, cliente final que vem até nós, entrega o que tem para reparação – um computador para formatar, um router que deixou de funcionar – e nós resolvermos no menor tempo que nos é possível”, esclarece. Apoio até ao fim A garantia é dada pelo próprio Pascoal Júnior: a Macau ItClinic presta um serviço que é difícil de encontrar em Macau por parte da comunidade estrangeira. Afinal de contas, este grupo é a esmagadora percentagem dos seus clientes. “A nossa lógica é, se vamos cobrar por um serviço, então esse serviço tem de estar resolvido. Nem que o cliente tenha de vir ter connosco mais do que uma vez e nós passarmos a assumir esse custo e prejuízo, mas o resultado será sempre o problema resolvido”, garante, assumindo que só assim se conquista o mercado – com qualidade. Com o slogan “o cliente só paga se conseguirmos resolver o problema a 100%”, a Macau ItClinic promete-lhe qualidade e rapidez. “Não sei se somos os mais baratos do mercado, mas sabemos que somos dos melhores em termos de qualidade daquilo que fazemos relativamente ao preço que cobramos. Se somos os mais baratos só o cliente é que poderá dizer”, remata. Crescer é sempre o caminho, mas esta equipa de quatro sócios quer que essa caminhada se faça com calma e segurança. Começam a receber agora os primeiros clientes de nacionalidade chinesa, o que poderá ser sinal a um novo mercado. “Mas o nosso público alvo será sempre a comunidade estrangeira”, garantiu Pascoal Júnior.
Flora Fong Ócios & Negócios PessoasOily Duck Art, playground | Suey Ho e Syen Lou, fundadora e sócia Para matar a pressão, Suey e Syen acham que pintar é a melhor maneira, especialmente se acompanhado com vinho e comida. Apesar de não terem um local fixo, as duas responsáveis da “Oily Duck Art” organizam actividades uma vez por mês para os clientes que se querem expressar através de pincéis [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]que se faz em Macau aos fins-de-semana para relaxar? Ir ao cinema, lanchar e jantar fora ou apenas descansar em casa? Há mais do que isso, agora. Desde que Suey Ho se lembrou de criar uma actividade relaxante para as pessoas de Macau, além das actividades comuns que por cá encontramos. “Queremos que os clientes fiquem relaxados e confortáveis enquanto pintam, comem e bebem vinho”, explica ao HM a fundadora da Oily Duck Art playground, que organiza a actividade uma vez por mês. “Sip & Paint” é o tema para este espaço de entretenimento, lazer e arte. À falta de um sítio fixo, o “Sip & Paint” desdobra-se em lugares diferentes. Para Outubro, o local da actividade é o Edifício Montepio, na Avenida Doutor Mário Soares. O negócio foi criado há três anos pelo primeiro sócio de Suey, que arrendou uma loja na freguesia de São Lázaro durante meio ano, mas desistiu por ter poucos clientes. Na altura, Suey acabara o curso de Design de Moda nos Estados Unidos. Quando voltou para Macau, não conseguiu procurar um emprego que se apropriasse à licenciatura que tirou, mas achava o negócio que partilhava com o sócio tão interessante que aceitou continuar sozinha. “Quando tínhamos a loja, os clientes podiam vir quando quisessem e preparávamos tudo todos os dias. Fazíamos eventos especiais, tal como no Dia dos Namorados”, relembra. Depois de sobreviver mais de um ano, a responsável confessou que “nada pagava a renda”, que atingiu cerca de 20 mil patacas mensalmente. Pensou em desistir, mas conheceu os actuais dois sócios, que já tinham experiência de uma actividade semelhante em Hong Kong e que queriam trazê-la para Macau de qualquer forma. Os três decidiram, em Maio deste ano, organizar as actividades mensalmente em vez de arrendar uma loja fixa, fazendo com que não só as actividades organizadas pudessem ser mais flexíveis, mas também sem terem a preocupação do espaço. Suey explica que as actividades estão abertas apenas a oito a dez clientes de cada vez devido aos limites de espaço nos sítios que a empresa aluga para a ocasião. Um dos exemplos que a fundadora dá para explicar como funciona este passatempo é o da organização de uma festa que tinha como tema o chá. Os convidados de um restaurante puderam apreciar esta bebida, enquanto pintavam durante uma tarde relaxante. E tudo para fazer algo diferente em Macau. “Quero que haja algo mais para as pessoas se divertirem em Macau. Além dos casinos e hotéis, como é que nos podemos divertir em Macau? É o que pensam muitas pessoas de Macau e eu quero quebrar isso. Assim a actividade “Sip & Paint” pode proporcionar uma outra experiência no território, pode fazer as pessoas esquecerem-se da pressão e das chatices de Macau enquanto estão concentradas a pintar, temporariamente”, explicou. Syen Lou, uma das sócias de Ho, explica-nos que vai criar também actividades mais diversificadas, para que os clientes possam não só pintar no papel, mas também em pano, calças de ganga, malas, vasos ou garrafas de vinho. Suey e Syen esperam desenvolver o mercado de Macau, que consideram não estar maduro o suficiente. “Mesmo que haja mais de 600 mil pessoas aqui, só uma pequena parte procura esta actividade relaxante.” Além dos clientes individuais, a Oily Duck Art playground organiza actividades para as empresas para actividades de ‘teambuilding’. “Normalmente, quando uma empresa quer fazer actividades de consolidação de equipa para os funcionários, fazem um passeio ou cozinham juntos para unir os trabalhadores. Também esperamos atrair mais empresas a fazer workshops criativos no Oily Duck para os funcionários começaram a ‘think out of the box’”. Em Hong Kong, as pessoas já conhecem bem este tipo de actividades e têm mais vontade em participar. Mas em Macau, para Syen, “as pessoas não querem gastar centenas de patacas para fazerem este tipo de actividades”. A mesma situação acontece nas empresas locais, porque, até agora, as que já participaram são provenientes de Hong Kong ou do estrangeiro. Mesmo assim, a Oily Duck já cooperou com a Universidade de Macau e Suey considera que os estudantes são mais propícios ao contacto com a arte. “Os estudantes acham que a forma como podem pintar na nossa actividade é diferente do que acontece na escola, onde é limitado e o professor avalia a pintura. Aqui não há pressão, desenha-se o que se gosta e não se recebe comentários negativos.” Quando os clientes não sabem o que devem pintar, a Oily Duck oferece um desenho como referência. A fundadora frisa que a actividade não é só para os que sabem pintar ou têm talentos artísticos. “Não somos todos cantores, mas vamos sempre ao Karaoke, então o mesmo conceito deve aplicar-se à pintura”, afirmou Syen. A actividade pode ser encontrada na página do Facebook da empresa, com o mesmo nome.
Andreia Sofia Silva Ócios & Negócios PessoasRestaurante vegetariano “Concept H” | Calista Chan, fundadora Está aberto na Rua Henrique de Macedo e promete todos os dias entregar em casa ou no trabalho dos clientes refeições simples mas cheias de produtos saudáveis. Calista Chan quer continuar a expandir o restaurante “Concept H – Healthy, Honest, Home” e até dar aulas de comida vegetariana [dropcap style=’circle’]H[/dropcap] de Healthy (saudável), Honest (honestidade), Home (casa). São estas as ideias que estão por detrás do conceito do restaurante de comida rápida “Concept H – Healthy, Honest, Home”. Quem o procura, sabe que vai encontrar refeições preparadas de forma caseira e com os melhores produtos, mas sem carne ou peixe. Calista Chan, fundadora do negócio, conta o que a levou a abrir um restaurante vegetariano no território. “Não é apenas um café ou um restaurante, queremos entregar comida simples e vegetariana na vizinhança”, contou ao HM. “Pensámos em distribuir comida segundo um conceito de vida saudável. O vegetarianismo é apenas uma das formas de proteger o meio-ambiente, reduzindo emissões para a atmosfera, e consegue prevenir muitas doenças do meio urbano. Por isso é que queremos distribuir comida vegetariana aos nossos vizinhos e também temos a ideia de que cada pessoa pode escolher os seus próprios ingredientes e criar o seu almoço”, disse ainda. Além de refeições propriamente ditas, preparadas com legumes, fruta e outros produtos orgânicos, o “Concept H” tem ainda hambúrgueres e sanduíches onde não entram a manteiga, o fiambre ou o queijo, mas sim alimentos como abacate. “Há mais consciência por parte das pessoas que comem fora de casa mas que procuram comida mais saudável, livre de óleos e outros aditivos. Temos muitas opções para os clientes”, acrescentou Calista Chan. Com alguns meses de abertura, o “Concept H” tem gerado boas reacções junto dos clientes. “Normalmente as pessoas encomendam as nossas refeições à hora de almoço, combinadas com arroz vermelho. Têm-se mostrado bastante curiosas sobre este conceito e tentamos explicar. Os locais têm muita curiosidade em experimentar”, revelou a empresária. Aulas de culinária Vegetariana há cerca de um ano, Calista Chan depressa percebeu que comendo mais frutas e vegetais e eliminando a carne, peixe ou lacticínios teria maiores benefícios para o seu corpo e dia-a-dia. “Penso que é uma boa opção para aqueles que se preocupam com a sua saúde e que estão sempre doentes. É uma boa opção para limpar o corpo com vegetais e fruta. Uma dieta vegetariana ajuda ainda a prevenir doenças do coração, entre outras, e também é uma boa forma de proteger o ambiente.” Criar o “Concept H” foi apenas mais uma consequência natural dessa opção pessoal, sendo o restaurante mais um a adicionar à lista dos mais variados espaços de comida saudável que têm surgido em Macau. “Pelo que percebi desde a abertura do restaurante há mais restaurantes vegetarianos em Macau e há cada vez mais espaços que fazem entrega de comida vegetariana ou mesmo lojas com produtos orgânicos. Este ano notámos mais isso e penso que vai ser cada vez mais uma tendência em Macau”, defendeu Calista Chan. Com muitos espaços abertos, o “Concept H” não quer parar por aqui. Na calha estão a aquisição de mais produtos orgânicos, “para que as pessoas tenham mais oportunidade de escolha”. Mas Calista Chan quer ir mais longe e começar a dar aulas de culinária para aqueles que querem aprender a cozinhar de forma saudável, mas simples. “Arrendámos um novo espaço e queremos que os nossos clientes participem em aulas de culinária, onde ensinaríamos as pessoas a utilizar ingredientes simples para fazer refeições, na maioria vegetarianas. Aí as pessoas vão perceber que preparar este tipo de refeições não é difícil. Esse é o nosso principal objectivo”, rematou. No Facebook, a página tem cerca de mil gostos, mas no dia-a-dia muitos têm sido os clientes que procuram opções de almoço mais saudáveis. O “Concept H” está aberto entre as 11h30 e as 18h30 de segunda a sexta-feira e aos sábados das 10h00 às 18h00 e fica na Rua Henrique de Macedo, perto da Rua de Horta e Costa.
Flora Fong Ócios & Negócios Pessoas“Gorilla”, Loja de Móveis | Charles Ieong, fundador: “O design pode ser integrado na vida” São peças especiais, mas simples. Charles Ieong é desenhador gráfico, mas resolveu criar uma loja onde vende mobílias provenientes da Europa. Mesmo que os preços sejam caros, são duradouros e passam, garante, de geração para geração [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a Calçada da Barra, pouco movimentada e antiga, encontramos uma loja bem moderna, decorada a preto, branco e madeira. Entrámos num ambiente que nos pareceu confortável e falámos com Charles Ieong. É o fundador da loja, que nos explica como surgiu esta oportunidade. “O negócio foi criado há um ano e meio. A localização da loja, se calhar, não é muito boa, mas confesso que a abri sem considerar todos os factores. Mas sobrevivi até ao momento”, começa por dizer Charles ao HM. O jovem estudou design gráfico, porque desde sempre teve interesse na matéria. Surgiu, assim, a ideia de coleccionar mobílias de moda, mas simples. Dentro da loja vemos sofás, mas também recheio de casa: talheres, panelas, velas, candeeiros, brinquedos para crianças, revistas de design interior. A ideia de Charles Ieong é que o cliente consiga comprar tudo o que precisa para a casa dentro da sua loja. “O design pode ser integrado na vida. Em Macau, há poucas lojas que vendem mobílias com design especial e existe um mercado de consumidores que se dirige sempre a Hong Kong para fazer compras de mobiliário. Na cidade vizinha este tipo de lojas já está muito bem assente no mercado. Por isso quis mesmo criar uma loja [semelhante] na nossa cidade.” O fundador da “Gorilla” considera este tipo de peças é cada vez mais procurado em Macau, porque é um tipo de conceito novo. Até ao momento não há outra loja do mesmo estilo da sua, a quem Charles chamou de “Gorilla” apenas por gosto pessoal. “Quando pensei em criar um nome, não quis seguir os nomes comuns como ‘home’ ou ‘store’. Se calhar porque me dedico ao design, espero ter um nome bem especial com um tema que seja divertido para a loja. Acabou por ser “Gorilla”, para ser um ‘gimmick’”, explica-nos, como que dizendo que a ideia é atrair atenção. Para Charles, o nome combina com o estilo da loja: é menos vulgar e tem mais produtos divertidos. As peças à venda têm custos diferentes, que começam nas mil patacas. Os produtos da loja são principalmente de design simples e prático, provenientes do norte da Europa, sobretudo da Dinamarca, Suécia e de Espanha. “Todos os produtos podem ser utilizados durante muito tempo, não se estragam facilmente.” Charles confessa que o custo de origem dos produtos é “bem alto”, já que as despesas com o transporte são a maioria. A renda ocupa outra parte. Contudo, o número de clientes tem aumentado e Charles diz-nos que consegue equilibrar as despesas e as receitas. A clientela da “Goriila” é da nova geração. Charles observa que os jovens dão mais importância às mobílias modernas e de design especial. E que têm, agora, em Macau, onde comprar o que gostam. “Os nossos clientes consumiam sempre em Hong Kong e gostam deste tipo de mobílias. Quando abrimos uma loja assim em Macau, naturalmente vêm escolher ou comprar peças aqui.” Escolhas especiais Charles Ieong passa as suas próprias paixões para a loja que gere. O dono introduziu uma série de panelas provenientes da Dinamarca com cinquenta anos da história. “Chama-se Dansk Kobenstyle. De facto, a marca parou a produção de panelas durante 20 anos. Mas existem pessoas de todo o mundo a procurar as panelas em segunda mão por achá-las muito boas. Pelo grande interesse dos clientes, a empresa voltou a produzir a série de panelas em 2012 e, recentemente, chegou a Macau, sendo bem aceite pelas pessoas do território.” Charles Ieong diz-nos que gosta muito do modo da vida da Dinamarca, por isso querer trazer um pouco do país para Macau. “Para os dinamarqueses, o conceito da casa é muito importante e as mobílias podem ser muito caras mas são utilizadas dezenas de anos, passando de geração para geração. Em Macau, é fácil encontrar produtos baratos de grandes marcas, como a Ikea, que produz produtos muito rápido, mas que não são duradouros. Da minha parte, espero que a ideia dinamarquesa possa ser integrada na vida de Macau e que as mobílias não sejam eliminadas devido à passagem do tempo e das modas”, frisou.
Filipa Araújo Ócios & Negócios PessoasMacau Film Production | Hugo Neves Cardoso, produtor executivo Primando pelo “fazer acontecer”, a MFP nasceu para tornar real o vídeo que imaginou para si, ou para a sua empresa. Cabe também à MFP a responsabilidade de transformar o que imaginou para o seu evento em realidade. Tem quatro anos e começa agora a dar os primeiros passos além fronteiras [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi em 2011 que nasceu a marca Macau Filme Production (MFP), que adoptou o nome Filmes e Eventos, Serviços de Produção. “O nosso nome é basicamente toda a descrição daquilo que podemos oferecer”, começa por explicar o produtor executivo Hugo Neves Cardoso ao HM. Eventos, vídeos promocionais, filmes, captação de imagens para televisão, ensaios fotográficos e produção de programas televisivos são apenas algumas dos serviços prestados pela empresa. “Tudo o que esteja ligado à área da produção, temos capacidade para fazer”, adiantou o também publicitário, indicando que a equipa é composta por cinco trabalhadores fixos, especializados nas áreas de produção de conteúdos, design e editorial, sendo que, em projectos que necessitam de mais trabalhadores é feita uma subcontratação. “Tudo depende da dimensão do projecto em causa, podemos fazer parcerias com outras empresas, ou até contratamos trabalhadores em freelancer”, acrescenta. As mãos na massa A variedade de projectos é uma constante para a empresa. A organização do Campeonato Mundial de Karaoke (KWC), que aconteceu recentemente no Hard Rock café, por exemplo, foi da autoria da MFP. “Estamos neste momento a fazer o Karaoke e nesta semana será em Cantão”, explicou. Cantão é um dos outros lugares em que a empresa actua também. Na área de filmagens, Hugo Neves Cardoso indica ainda a participação nos vídeos de formação de empresas de entretenimento a actuar no território. “O que nós fazemos é comunicação para várias empresas, nomeadamente na área de vídeo, ou então de eventos”, esclarece o produtor. A possibilidade de criar o vídeo corporativo para a sua empresa, a sua página na internet ou criar um evento existe com a MFP. Os particulares podem também recorrer aos serviços da empresa, tendo o site como plataforma de contacto directo. Além fronteiras Neste momento, a empresa tem a representação exclusiva – em Macau e Cantão – da marca KWC – Karaoke World Championship. “Este é um projecto que temos para os próximos três anos, temos a representação exclusiva para a província de Cantão, e, de facto, estamos a dar o passo que é exactamente o de entrar na China continental”, explica. A falta de mais oportunidades na RAEM faz com que a empresa procure novas oportunidades além fronteiras. “O mercado de Macau, infelizmente, é um mercado pequeno e limitado. Há muito dinheiro, não há crise, mas a realidade é que não existe muito mercado nesta área”, explica. De olhos bem abertos Apesar do conteúdo dos serviços serem adaptados a cada cultura, o produtor explica que na área de produção tudo tem as mesmas linhas de funcionamento. “O que nós fazemos é a parte da execução da produção. Há um lado criativo, mas muitas vezes este lado criativo vem das agências de comunicação, que têm a ideia para o anúncio, para o plano e depois, claro, precisam de uma produtora que as execute. Esse é de facto o nosso forte”, acrescenta. Existe também um lado muito criativo, até porque o mercado de Macau assim o exige. A China continental é assim a próxima meta a atingir, conforme indica o produtor executivo. A equipa conta também com colaboradores de vários pontos do mundo. “Assumimos a presença aqui no Delta, ou seja três pontos, Macau, Hong Kong e Cantão. Trabalhamos nestas três zonas”, explicou Hugo Cardoso, acrescentando que a equipa já tem um grupo de trabalhadores com quem tem trabalho em vários projectos, seja em Macau, China ou Portugal. Uma breve visita pelo site permite perceber todas as áreas de actuação da empresa. Com experiência na área de produção em Portugal – responsáveis por várias publicidade de marcas portuguesas – é possível ao cliente ter acesso ao portfólio da MFP e escolher a opção que mais se adequa ao seu projecto. A empresa situa-se no Beco da Palha, em Macau.
Leonor Sá Machado Ócios & Negócios‘Maquette’, restaurante | Maggie Chiang, proprietária e chef [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m Português, maquette é a construção, em miniatura, de uma estrutura arquitectónica. Foi exactamente essa a inspiração para Maggie Chiang, a proprietária de um dos poucos restaurantes originalmente franceses em Macau. Tudo começou em 2013, mas foi preciso algum tempo para que as pessoas realmente absorvessem este tipo de conceito: um local de um conforto intimista, que se quer sempre original e fiel aos princípios. A ideia por trás de ‘Maquette’ tem um conceito básico que se descortina em dois: o sabor e o gosto estão na linha da frente, tanto ao nível da comida servida, como do ambiente que se quer sentido por quem ali entra. “Primeiro, foi importante reproduzir bem o paladar das cozinhas francesa e italiana e depois fazer com que as pessoas se sintam confortáveis”, conta a proprietária. “É um local que se quer intimista”, destacou, quando questionada sobre aquilo que se quer transmitido naquele espaço. É sabido que a aceitação de diferentes culturas não é fácil, seja aqui ou em qualquer outro lado do mundo. Exemplo disso foram os primeiros meses de ‘Maquette’, onde Maggie era frequentemente questionada acerca da rigidez das massas, aprimoradas ‘al dente’ para serem tipicamente italianas. “Quando comecei, tive alguns problemas… As pessoas perguntavam-me porque é que as massas eram tão duras e eu tinha que lhes explicar o conceito por trás da cozedura e daquele tipo de gastronomia”, conta a chef. Também o tamanho das porções, servidas com menos volume do que o habitual, era estranho para a clientela. “Achavam que eram muito pequenos, mas fui-lhes explicando que eram pratos que em Itália eram entradas e não pratos principais”, justifica Maggie. De origem asiática, Maggie cresceu em Macau, mas cedo percebeu que existe mundo para além de Hong Kong, tendo-se lançado nos estudos bastante cedo. Actualmente, encontra-se na casa dos 30 e com grande dos seus objectivos profissionais cumpridos: não só gere e prepara o cardápio do restaurante, como também tem oportunidade para continuar a ensinar às pessoas a cultura e paladar de outros povos. Experiência comprovada Pode dizer-se que a alma de Maggie vive na cozinha ou, melhor dizendo, na gastronomia ocidental. Em França e Itália estudou Culinária e Gestão Gastronómica, mas este amor não é recente, já que antes, ainda em Macau, tinha um estúdio onde dava aulas sobre estas matérias. Maggie investiu em estudos no estrangeiro, acreditando que tudo lá fora seria melhor do que por estes lados, só para mais tarde perceber que o seu coração residia na terra-natal. “Dantes, não sentia que tinha raízes em Macau e não dava valor ao facto de ser daqui. Só quando estava lá fora é que me apercebi das saudades que tinha e do quão queria voltar”, confessou. Geralmente, só quando se perde algo é que se lhe dá valor, mas Maggie foi a tempo de tirar o curso superior e realizar o seu sonho de criança: abrir um restaurante. A identidade de macaense cresceu, neste caso, lá fora. “A ideia de criar o meu próprio espaço surgiu quando ainda estava a acabar o curso e a fazer o estágio em Itália”, começa por dizer. Nessa altura, entre tachos, massas, pizzas e saladas frias, Maggie já se imaginava a gerir um pequeno espaço intimista, como sempre quis. Ideias pré-cozinhadas E assim foi. “Já fazia rascunhos de como queria que o restaurante fosse, incluindo o menu e a lista de produtos que lá ia vender”, destaca. Como uma ideia nunca vem só, a proprietária quis não só fazer um restaurante original, mas ensinar às pessoas o significado italiano de bem comer. A ideia principal não é a de saciar a fome da clientela, mas antes fazer com que esta se sinta em casa, confortável e a passar um momento que não teria em qualquer outro lugar. “Julgo que outra das coisas importantes é a apresentação dos pratos e prezo por fazê-la bem”, destaca a proprietária. “Penso que as pessoas gostam disso”. Naquele espaço perto do Hotel Regency, na Taipa, as mesas costumam estar cheias de clientes já habituais, não fosse Maggie uma boa anfitriã. “A maioria das pessoas é já da casa e acho que isso se deve ao facto de termos criado um espaço intimista e onde se criam relações pessoais”, argumenta. O espaço está aberto de terça-feira a domingo para almoços e jantares, entre as 13h00 e as 21h30 horas, no 7ºE da Estrada Lou Lim Ieok. Uma refeição pode ir das 200 às 500 patacas, incluindo entrada, prato principal, sobremesa e bebida. A selecção de vinhos é bastante vasta, sejam eles brancos ou tintos. Muitos dos produtos vêm de fora e embora obriguem à subida do preço das refeições, vale a pena provar um pouco da Europa na Ásia profunda. É que aqui não há figos nem azeite como os de Portugal. A não ser no ‘Maquette’.