Hoje Macau InternacionalSudão | Encontradas valas comuns com pelo menos 87 mortos Pelo menos 87 pessoas foram enterradas em duas valas comuns na região de Darfur, no Sudão, depois de mortos pelos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF), anunciaram ontem as Nações Unidas. “Os habitantes locais foram obrigados a desfazer-se dos corpos em valas comuns, negando aos mortos um enterro decente num dos cemitérios da cidade”, diz a ONU num comunicado emitido ontem a partir de Genebra. Segundo a mesma fonte, 87 pessoas de etnia Masalit, incluindo sete mulheres e sete crianças foram enterradas em duas valas comuns, depois de terem sido mortas em Junho pelas RSF e pelas milícias que apoiam este grupo paramilitar que tem combatido o exército desde que a violência eclodiu neste país africano, a 15 de Abril. “Condeno, nos termos mais fortes, a morte destes civis, e estou ainda mais chocado pela maneira desrespeitosa como os mortos, juntamente com as suas famílias e comunidades, foram tratados”, disse o alto-comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, citado no comunicado. “Tem de haver uma investigação independente, rápida e exaustiva a estas mortes, e os mandantes têm de ser responsabilizados”, acrescentou. De acordo com os relatos recolhidos pela ONU, que os considera credíveis, os corpos dos combatentes mortos são deixados nas ruas e os familiares são proibidos de os recolher pelas RSF, por vezes durante mais de uma semana, ao mesmo tempo que os feridos são impedidos de receber assistência médica. As regras humanitárias internacionais e de direitos humanos definem que todas as partes num conflito têm de garantir que os feridos recebem assistência médica, lembra a ONU, concluindo que a liderança das RSF tem de imediata e inequivocamente condenar e parar a matança de pessoas, a violência e o discurso de ódio com base na sua etnicidade.
Hoje Macau InternacionalItália | Autoridades bloqueam navio de resgate Ocean Viking O navio Ocean Viking, da Organização Não Governamental (ONG) Sos Mediterranee, foi retido ontem pela guarda costeira italiana por “irregularidades relacionadas com a segurança da navegação”, após desembarcar no porto de Civitavecchia com 57 migrantes resgatados. A ONG francesa, que se dedica à busca e resgate de migrantes no Mediterrâneo central, explicou ontem em comunicado que está “a trabalhar para levantar o bloqueio o mais rapidamente possível”. A guarda costeira afirma que o bloqueio do navio ocorreu devido a “irregularidades relacionadas com a segurança da navegação, verificadas após actividades de verificação a bordo realizadas por inspectores especializados”. “Parte da tripulação não tinha as qualificações necessárias para a gestão dos dispositivos de salvamento a bordo”, que “são essenciais para fazer face a uma eventual situação de emergência como o abandono do navio”, segundo a guarda costeira italiana. A ONG francesa chegou na terça-feira ao porto da região de Lácio depois de resgatar 57 migrantes e denunciar que foram atacados com tiros de metralhadora pela Guarda Costeira da Líbia. “A detenção do Ocean Viking ocorre cinco dias após um incidente de segurança enfrentado pela sua tripulação. Na sexta-feira, 7 de Julho, a guarda costeira da Líbia disparou tiros a 100 metros da equipa de resgate humanitário e dos náufragos, incluindo uma mulher e cinco crianças desacompanhadas, quando tentavam regressar ao barco”, denunciou a ONG. Mar vermelho A co-fundadora e CEO da ONG, Sophie Beau, disse que a situação no Mediterrâneo é muito preocupante com ataques a trabalhadores humanitários e taxas de mortalidade alarmantes. “A actual detenção está a afectar significativamente a nossa capacidade de salvar vidas em águas internacionais”, salientou Sophie Beau. Já em Janeiro de 2022, o Ocean Viking tinha ficado retido no porto de Trapani após uma inspecção de 11 horas pela guarda costeira devido a problemas estruturais na popa do navio. Desde o início do ano já desembarcaram nas costas italianas 72.387 migrantes, mais do dobro dos 30.939 que o fizeram no mesmo período do ano passado, segundo dados oficiais.
Hoje Macau InternacionalPortugal perdeu 1,2 MME com benefícios e isenções a companhias aéreas Portugal perdeu 1,2 mil milhões de euros (MME) em receitas fiscais por “subtributação” das companhias aéreas em 2022, segundo um estudo ontem divulgado pela organização ambientalista Zero, que defende que se aplique ao sector o princípio do poluidor-pagador. Segundo os mesmos dados, além da perda de receita fiscal, a concessão de isenções e benefícios fiscais ao sector da aviação levam ainda a um acréscimo de 34,8 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono para a atmosfera. “Em 2025, caso os governos nacionais e da UE não acabem com estes benefícios, o buraco fiscal aumentará para 47,1 mil milhões de euros na Europa, e 35,7 mil milhões de euros na UE”, refere, acentuando que isto significa também um “buraco crescente na redução de emissões de dióxido de carbono”. No caso de Portugal, refere a Zero, a “borla fiscal” que em 2022 ascendeu a 1,2 mil milhões de euros, irá atingir mais de 1,4 mil milhões de euros, caso não haja uma revisão dos benefícios atribuídos às companhias aéreas que operam no país. Num apanhado da situação em Portugal, a Zero aponta à isenção fiscal no combustível dos aviões, a isenção do IVA nos bilhetes ou a aplicação da taxa reduzida de 6 por cento nos voos domésticos continentais ou a “inexpressiva taxa de carbono fixa de dois euros por bilhete”. Contas mal feitas Segundo a Zero, só a TAP beneficiou em 2022 de 450 milhões de euros em isenções e subsídios fiscais, sendo “270 milhões de euros por via directa de impostos sobre o combustível e sobre o preço do carbono e 180 milhões por via indirecta do IVA e taxas de que os seus passageiros beneficiam”. Para a associação ambientalista é, por isso, urgente aplicar o princípio do poluidor-pagador na aviação, colocando as companhias e os passageiros “a custear todos os prejuízos climáticos e ambientais que originam”. Assim, defende, no curto prazo, Portugal deve aplicar taxas que lhe permitam reduzir o ‘buraco’ fiscal, com a Zero a precisar que a taxa deveria rondar, em média, os 20 euros por viagem doméstica, os 48 euros por viagem intraeuropeia e os 281 nos voos intercontinentais, e equacionando uma diferenciação no valor consoante o número de viagens por passageiro.
Hoje Macau InternacionalPelo menos 1.350 migrantes chegaram à ilha entre domingo e segunda-feira Cerca de 1.350 migrantes chegaram à ilha italiana de Lampedusa entre domingo e segunda-feira sendo que o centro de acolhimento aloja mais de duas mil pessoas depois dos contínuos desembarques dos últimos dias. De acordo com a imprensa italiana, durante a noite a Guarda Costeira localizou sete embarcações precárias com cerca de 350 pessoas e que foram desembarcadas em Lampedusa. Na segunda-feira ocorreram 23 desembarques com 1.007 pessoas no total. Nas últimas barcaças resgatadas durante a última noite, as autoridades referem que foram desembarcadas entre 45 a 70 pessoas de origem síria, marroquina, tunisina, senegalesa além de cidadãos da Costa do Marfim e da Libéria. Alguns grupos informaram que partiram de Sfax, em Tunes e uma outra embarcação com 70 pessoas a bordo, entre as quais nove mulheres e 11 menores de idades, zarparam da localidade de Kerkennah, também na Tunísia. O centro de acolhimento da ilha italiana volta a encontrar-se lotado. De acordo com o Ministério da Administração Interna italiano, a delegação regional do governo em Agrigento, a que pertence Lampedusa, ordenou a transferência de 600 migrantes para os portos de Messina e Reggio Calabria e outros 300 embarcaram num ferry em direção a Porto Empedocle. A subir No domingo, chegou ao ancoradouro de Brindisi, região da Apulia (sul de Itália), o navio da organização não-governamental espanhola Open Arms que nos dias anteriores resgatou, em seis operações, 299 pessoas, entre as quais 90 menores de idade e 23 mulheres. Os migrantes resgatados pela Open Arms são oriundos do Sudão, Eritreia, Egipto, Etiópia, Síria, Tunísia, Costa do Marfim, Senegal, Nigéria, Burkina Faso e Mali. Dados actualizados na segunda-feira, publicados pelo Governo de Itália, indicam que 71.601 migrantes chegaram às costas italianas desde o princípio do ano. Em igual período do ano passado desembarcaram 30.939 pessoas em Itália.
Hoje Macau China / Ásia InternacionalTóquio | Assinalado um ano do assassinato de Shinzo Abe Líderes políticos e empresariais do Japão assinalaram sábado um ano do assassinato do antigo chefe do governo Shinzo Abe, com o actual primeiro-ministro, Fumio Kishida, a defender objectivos políticos urgentes como forma de honrar a vontade do antecessor. No templo budista Zojoji, em Tóquio, Fumio Kishida e os deputados do Partido Liberal Democrático, no poder, bem como representantes dos partidos da oposição e líderes empresariais, assistiram a uma cerimónia fechada, organizada pela viúva de Shinzo Abe, Akie Abe, e família. No local, foram colocadas mesas para o público depositar flores. Fumio Kishida, ao falar aos jornalistas na sexta-feira enquanto prestava tributo, disse que adoptou políticas que não podiam ser adiadas, “como forma de honrar os últimos desejos de Abe”. “Continuarei a trabalhar nisso para cumprir as minhas responsabilidades”, afirmou. No meio de um protesto nacional sobre falta de segurança, a polícia reforçou as medidas de protecção, na sequência de uma investigação que encontrou falhas na forma como Abe era protegido. Em Nara, perto do local onde Abe foi assassinado, dezenas de pessoas alinharam-se para depositarem flores. O suspeito do assassinato, Tetsuya Yamagami, foi detido no local, tendo sido acusado de homicídio e vários outros crimes, incluindo de violar a lei de controlo de armas. A data de início do julgamento está ainda por marcar. Yamagami disse aos investigadores que matou Abe, um dos políticos mais influentes e criticados do Japão, por alegadamente estar ligado a um grupo religioso que odiava.
Hoje Macau InternacionalIsrael | Milhares voltam a sair às ruas contra reforma judicial Dezenas de milhares de israelitas protestaram sábado contra a polémica reforma judicial do Governo em manifestações semanais que acontecem todos os sábados, e um “dia de resistência”, em que esperam uma participação em massa, foi agendado para terça-feira. Uma multidão de manifestantes saiu sábado à tarde em todo o país para se opor ao plano do executivo liderado por Benjamin Netanyahu, e pelo menos, de acordo com a agência EFE, 143.000 pessoas protestaram na capital, Telavive, o principal centro das mobilizações, que acontecem desde Janeiro e são as mais expressivas de Israel em décadas. A coligação do Governo espera hoje votar em primeira instância plenária o projecto de lei que faz parte do pacote legislativo da polémica reforma, que, segundo os críticos, enfraqueceria a independência da justiça e as bases democráticas formais de Israel. A lei eliminaria a “doutrina da razoabilidade” que permite que o Tribunal Supremo reveja e anule decisões executivas com base na sua razoabilidade. Se aprovado na primeira apreciação, o documento deve passar as próximas semanas em votações nas duas instâncias subsequentes em plenário para ser aprovado definitivamente. Face às pretensões do Governo – que juntamente com o partido de Netahyahu, o Likud, de direita, inclui uma coligação ultraortodoxa e a extrema-direita -, que tenta promover a reforma unilateralmente depois de não conseguir chegar a um acordo com as forças de oposição, o movimento de protesto de cidadãos pretende “intensificar a luta” e convocou uma jornada de mobilizações para amanhã, na qual espera conseguir uma presença massiva. Contra a ditadura De acordo com o plano, os protestos começarão às 08:00 hora local com marchas, caravanas de carros e acções como bloqueios de estradas, seguidas de uma manifestação junto do Aeroporto Internacional Ben Gurion em Telaviv às 16:00 e manifestações em massa nas principais cidades israelitas a partir das 20:00. “Israel não quer uma ditadura” nem “uma legislação ditatorial unilateral e perigosa que derrube a economia, prejudique a segurança e leve à ruptura da nação”, disseram os organizadores das marchas em comunicado, que nas últimas semanas tentaram acelerar a intensidade das mobilizações como medida de pressão para travar a reforma judicial.
Hoje Macau InternacionalClima | Mês de Junho foi o mais quente desde que há registo O mês de Junho foi globalmente o mais quente desde que há registo, superando em muito o recorde de 2019, segundo um estudo do Copernicus, um programa da Comissão Europeia que estuda alterações climáticas e ambientais. “Junho foi o mês mais quente globalmente, pouco mais de 0,5 graus Celsius acima da média de 1991-2020, muito acima do recorde anterior de Junho de 2019″, segundo dados do observatório. As temperaturas quebraram recordes no noroeste da Europa, enquanto partes do Canadá, Estados Unidos, México, Ásia e leste da Austrália “estiveram significativamente mais quentes que o normal”, observa Copernicus. Por outro lado, foi mais frio do que o normal no oeste da Austrália, oeste dos Estados Unidos e oeste da Rússia. Durante 15 anos, o mês de Junho esteve consistentemente acima das médias do período de referência 1991-2020, mas “Junho de 2023 está muito acima dos outros, é o tipo de anomalia a que não estamos acostumados”, explicou à Agência France Presse o cientista Julien Nicolas. A temperatura média global foi de 16,51 graus Celsius em Junho, 0,53 graus acima da média das três décadas anteriores. O recorde anterior, em Junho de 2019 foi de 0,37 graus. “O recorde de Junho de 2023 deve-se em grande parte às temperaturas muito altas da superfície do oceano”, que representam 70 por cento da superfície do globo”, explicou o cientista. As temperaturas tinham atingido níveis recordes em Maio no Oceano Pacífico devido ao início do fenómeno climático El Niño. Em Junho, por sua vez, o Atlântico Norte foi afectado por ondas de calor no mar “que surpreenderam muita gente ao atingirem níveis verdadeiramente sem precedentes”, disse o especialista. “Ondas de calor marinhas extremas” foram medidas no Mar Báltico, bem como em torno da Irlanda e da Grã-Bretanha, que já confirmaram há alguns dias o seu mês recorde de temperaturas de Junho. A estufa continua A tendência continua em Julho: terça-feira foi o dia mais quente já medido globalmente, de acordo com dados preliminares da Universidade do Maine, nos Estados Unidos. Os cientistas alertam há meses que 2023 poderá registar recordes de calor à medida que as mudanças climáticas causadas pelo homem, impulsionadas em grande parte pela queima de combustíveis fósseis como carvão, gás natural e petróleo, aquecem a atmosfera. Estas observações são provavelmente uma antecipação do que aí vem com o fenómeno designado El Niño – geralmente associado a um aumento das temperaturas à escala mundial -, complementado com os efeitos do aquecimento climático causado pela atividade humana.
Hoje Macau InternacionalUnicef pede o fim das hostilidades em Jenim e protecção para as crianças A Unicef apelou à “cessação imediata da violência armada” no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, e exortou as partes a proporcionarem às crianças “a protecção a que têm direito”, após a operação militar lançada terça-feira. “De acordo com os últimos relatórios, pelo menos três crianças morreram ontem [na terça-feira] e muitas outras ficaram feridas, enquanto centenas de famílias foram deslocadas devido aos combates em curso”, disse ontem a directora regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Oriente e Norte da África, Adele Khodr, referindo-se à violência em Jenin. Em comunicado, Adele Khodr lamentou que serviços básicos, como água e electricidade, tenham sido interrompidos no campo de refugiados local e pediu “a cessação imediata da violência armada”, uma vez que “as crianças devem ser sempre protegidas de todas as formas de violência e violações graves”. A esse respeito, recordou que “todas as partes têm a obrigação de proteger os civis – especialmente as crianças – de acordo com o direito internacional humanitário e de direitos humanos”. Ciclos de horror Na mesma nota, destacou que nos últimos dois anos as crianças testemunharam ciclos recorrentes de violência, com três escaladas na Faixa de Gaza e arredores e numerosos incidentes relacionados com conflitos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. Da mesma forma, expressou particular preocupação com o aumento da violência na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, onde desde “o início de 2023, 33 crianças – 27 palestinianos e 6 israelitas – foram mortas”, números que “são quase tão altos como os de todo o ano de 2022, que já foi considerado o ano mais mortal para crianças na Cisjordânia desde 2004”. A responsável da Unicef instou “todas as partes a fornecer às crianças a protecção especial a que têm direito, a proteger o seu direito à vida e a abster-se de usar violência, especialmente contra crianças, não importa quem sejam ou onde estejam.”
Hoje Macau InternacionalEUA | Secretária do Tesouro visita a China esta semana A Secretária do Tesouro dos Estados Unidos desloca-se à China de quinta-feira a domingo para se encontrar com responsáveis chineses, anunciou o Departamento do Tesouro norte-americano. Durante a estada em Pequim, Janet Yellen vai manter conversações com membros do Governo chinês “sobre a importância de [os dois] países, enquanto maiores economias do mundo, gerirem as relações de forma responsável”, indicou, no domingo, o Departamento do Tesouro dos EUA. Yellen pretende também sublinhar a necessidade de “comunicar directamente sobre questões de interesse e trabalhar para enfrentar os desafios globais”. “Não esperamos que esta viagem traga quaisquer avanços significativos” no relacionamento bilateral, disse um responsável do Departamento do Tesouro. “No entanto, esperamos ter discussões construtivas e estabelecer canais de comunicação a longo prazo” com a China, acrescentou. “Durante esta viagem, queremos aprofundar e reforçar a frequência da comunicação entre os nossos países e estabilizar as relações, para evitar mal-entendidos e expandir a nossa colaboração sempre que possível”, referiu. As relações diplomáticas e económicas entre os dois países têm vindo a deteriorar-se gradualmente desde a administração do ex-Presidente norte-americano Donald Trump. No ano passado, a administração Biden impôs restrições à exportação de semicondutores e componentes tecnológicos norte-americanos para a China. Antes disso, tinha mantido em vigor as tarifas impostas por Donald Trump sobre centenas de milhares de milhões de dólares de produtos exportados pela China para os EUA. Em Novembro, o Presidente dos EUA, Joe Biden, encontrou-se pessoalmente e pela primeira vez com o chefe de Estado da China, Xi Jinping, numa tentativa de aliviar as tensões.
Hoje Macau InternacionalReligião | Papa considera inaceitável queima do Alcorão O Papa Francisco considera que a recente queima do Alcorão em Estocolmo é um acontecimento “inaceitável” e “condenável” e pediu que a liberdade de expressão não seja usada como “desculpa para ofender outros”. Numa entrevista exclusiva ao jornal estatal dos Emirados Árabes Unidos Al Ittihad, publicada ontem, o Papa afirma: “Permitir isso [queima do Alcorão] é inaceitável e condenável (…). A liberdade de expressão não deve ser usada como desculpa para ofender os outros (…). A nossa missão é transformar o sentido religioso em cooperação, fraternidade e obras tangíveis do bem”, afirmou. Na entrevista, o Papa referiu-se ao documento Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Coexistência Comum, que assinou em Fevereiro de 2019 com o xeque da mais importante instituição do islamismo sunita (Al Azhar), Ahmed al Tayeb, durante a visita aos Emirados Árabes Unidos. “Agora precisamos de construtores da paz, não de fabricantes de armas, não de instigadores de conflitos (…). Precisamos de bombeiros, não de incendiários, precisamos de defensores da reconciliação, não daqueles que ameaçam a destruição”, disse. De acordo com o jornal, o Papa acrescentou: “Ou a civilização da fraternidade ou a inimizade retrógrada (…). Ou construímos o futuro juntos ou não haverá futuro”. No dia 28 de Junho, primeiro dia da celebração do Eid al Adha, um homem de origem iraquiana queimou páginas de uma cópia do livro sagrado em frente à Grande Mesquita de Estocolmo, durante uma manifestação autorizada pelas autoridades suecas que contou com a presença de cerca de 200 pessoas. Este acto foi condenado popular e oficialmente no mundo árabe e islâmico e países como Arábia Saudita, Marrocos, Jordânia e Emirados Árabes Unidos chamaram os embaixadores suecos dos seus respectivos países.
Hoje Macau InternacionalBanco Mundial diz que sector privado deve ter “papel significativo” no financiamento climático O Presidente do Banco Mundial defendeu que o sector privado tem de ter um “papel significativo” no combate às consequências das alterações climáticas e à pobreza, vincando que a escala dos desafios para os governos é enorme. “Os governos, as instituições multilaterais e o sector da filantropia não são suficientes para fazermos um progresso adequado rumo aos objectivos climáticos e da pobreza nos mercados emergentes e nos países em desenvolvimento”, disse Ajay Banga. “A escala dos nossos desafios requer que o sector privado desempenhe um papel significativo, ao lado do Banco Mundial e de outras instituições de desenvolvimento”, acrescentou. As declarações do novo presidente do Banco Mundial surgem depois de uma reunião, esta semana, de várias instituições multilaterais financeiras, entre as quais participaram a directora-executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente designado da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP) 28 e o enviado especial das Nações Unidas para o Clima. “Durante anos, tentámos (mas ficámos aquém) mobilizar investimento privado significativo nestes mercados”, admitiu o novo líder do maior banco multilateral do mundo, acrescentando que “dada a urgência e a escala” dos “desafios interligados” tem de se “tentar novas abordagens”. Com história O envolvimento do sector privado no financiamento de projectos transformadores que consigam implementar medidas de mitigação das alterações climáticas e potenciar o crescimento verde nas economias mais desfavorecidas tem sido um dos principais temas dos debates mundiais do sector financeiro no que diz respeito à ajuda aos países menos desenvolvidos, nomeadamente em África, o continente que sofre as piores consequências das alterações climáticas, apesar de ter sido o que menos contribuiu para a sua causa. Entre as medidas defendidas pelos participantes na mesa-redonda de Paris, no âmbito da Cimeira para um Novo Pacto de Financiamento Global, está a decisão de pedir aos bancos multilaterais para o desenvolvimento e para os fundos climáticos especiais que “implementem medidas que simplifiquem e acelerem o acesso a financiamento climático e implementem medidas práticas de trabalhar em conjunto, num sistema, com o objectivo de acelerar e dar escala ao financiamento da transição climática nos mercados emergentes e nos países em desenvolvimento”. De acordo com um comunicado divulgado pelo FMI, “os participantes reconheceram que o capital privado vai ter de desempenhar um papel decisivo sobre o défice de financiamento para a transição para economias de carbono zero, o que vai requerer uma acção concertada por parte de todos os participantes para posicionarem o financiamento da transição climática como uma óptima oportunidade de investimento”.
Hoje Macau InternacionalFrança | Mais de 700 detidos na quinta noite consecutiva de distúrbios Pelo menos 718 pessoas foram detidas e 45 polícias ficaram feridos na quinta noite consecutiva de distúrbios em França por causa da morte de um adolescente abatido na terça-feira pelas forças de segurança, indicou ontem o Ministério do Interior. Numa publicação na conta pessoal na rede social Twitter, o ministro do Interior francês, Gérard Darmanin, indicou que, apesar dos incidentes, a noite de sábado para domingo foi mais calma que as anteriores, facto que, no seu entender, se deve a uma maior presença das forças de segurança nas ruas. Às 08:00 locais de ontem, o Ministério do Interior francês actualizou os números, dando conta da detenção de 718 pessoas, quando no dia anterior, à mesma hora, tinham sido comunicadas 994. No entanto, ainda no sábado, pouco depois, esse número seria actualizado para 1.311. Entre os incidentes registados na noite de sábado para domingo, reportou a agência noticiosa France-Presse (AFP), está um ataque à residência de um presidente de câmara de uma pequena cidade da região parisiense perpetrado por “desordeiros”, que provocou ferimentos na mulher e num dos dois filhos menores. Vincent Jeanbrun, presidente da Câmara Municipal de L’Haÿ-les-Roses, nos arredores de Paris, denunciou numa declaração publicada no Twitter “uma tentativa de assassínio indescritível e cobarde”. Por volta das 01:30, enquanto Jeanbrun se encontrava na Câmara Municipal, “tal como há três noites”, para fazer face à violência urbana, os desordeiros “atiraram um veículo blindado contra a sua casa antes de o incendiarem para incendiar a residência”, onde a mulher e os dois filhos menores dormiam, declarou, num comunicado publicado no Twitter. Segundo Jeanbrun, depois de alertado, foi ao tentar “proteger” a família e “escapar aos agressores” que a mulher e uma das crianças ficaram feridas. “Hoje à noite foi atingido um novo nível de horror e de ignomínia […] Embora a minha prioridade hoje seja cuidar da minha família, a minha determinação em proteger e servir a República é maior do que nunca”, disse ontem o presidente da câmara desta cidade de mais de 30.000 habitantes num comunicado. Manter a força O ministro do Interior francês anunciou no sábado que seria mantida a mobilização de 45.000 polícias e guardas nacionais para enfrentar uma potencial noite de protestos e tumultos pela morte de Nahel M., um jovem de 17 anos que foi na passada terça-feira alvejado à queima-roupa por um polícia durante um controlo de trânsito. As cerimónias fúnebres de Nahel decorreram no sábado em Nanterre, nos arredores de Paris, com um velório privado, uma cerimónia na mesquita e o enterro num cemitério local, onde compareceram centenas de pessoas.
Hoje Macau InternacionalTsipras demite-se da direcção do Syriza após pesada derrota nas eleições O líder da oposição grega, Alexis Tsipras, anunciou ontem a demissão da liderança do partido de esquerda Syriza, quatro dias depois da pesada derrota nas eleições legislativas de domingo frente à Nova Democracia (ND), de Kyriakos Mitsotakis. “Há alturas em que é preciso tomar decisões cruciais”, disse Alexis Tsipras, emocionado, numa conferência de imprensa em Atenas, sublinhando que vai convocar eleições para a liderança do Syriza, às quais disse que não será candidato. “Não escondo que esta é uma decisão dolorosa”, afirmou. Tsipras, 48 anos, foi primeiro-ministro da Grécia de 2015 a 2019, durante anos politicamente tumultuosos, enquanto o país lutava para permanecer na zona euro e acabar com uma série de resgates internacionais. Nas eleições gerais de domingo, o Syriza recebeu pouco menos de 18 por cento dos votos – perdendo quase metade do apoio nos últimos quatro anos –, enquanto a Nova Democracia, do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, ultrapassou os 40 por cento. “O partido tem de tomar decisões difíceis e corajosas, que devem servir uma nova visão. É óbvio que isto também me preocupa. Por isso, decidi propor a eleição de uma nova direcção pelos membros do partido, como estipulado nos estatutos. É claro que não serei candidato”, afirmou. ” Tsipras, que lidera o partido desde 2012, deverá manter-se como líder até que o seu sucessor seja eleito pelos membros do partido. Más condições Após a derrota eleitoral, nenhum membro proeminente do partido apelou publicamente a Tsipras para se demitir, embora Euclid Tsakalotos, antigo ministro das Finanças do Syriza, o tenha instado a reflectir sobre os resultados e a “tomar as medidas necessárias”. Effie Achtsioglou, uma antiga ministra da Segurança Social, de 38 anos, recebeu apoio de uma secção do partido para procurar um papel de liderança, mas não discutiu publicamente os seus planos. Os analistas gregos atribuíram o mau resultado eleitoral do Syriza à campanha amplamente negativa do partido, ao ressurgimento do Pasok, um partido socialista tradicionalmente forte, e ao aparecimento de partidos dissidentes liderados por antigos aliados de Tsipras. Em grande parte devido aos ferozes confrontos políticos durante os resgates internacionais de 2010-2018, o Syriza e os socialistas não conseguiram chegar a qualquer acordo sobre uma potencial colaboração, apesar do apoio de alguns membros seniores de ambos os partidos.
Hoje Macau InternacionalCosta Rica | Tribunal impõe protecção de espécies de tubarão O Tribunal Constitucional da Costa Rica ordenou às autoridades que tomassem medidas para proteger três espécies de tubarão-martelo em grave perigo de extinção, soube-se de fonte judicial na terça-feira. A primeira câmara do Tribunal Constitucional ordenou na segunda-feira ao “Sistema Nacional de Protecção que inscreva as espécies de tubarão-martelo comum (Sphyrna zygaena), recortado (Sphyrna lewini) e grande (Sphyrna mokarran) na lista das espécies em perigo de extinção”. A decisão do Tribunal obriga as autoridades a “adoptar todas as medidas necessárias e apropriadas” para acabar com a captura, posse e comercialização destes tubarões. Duas das três espécies mencionadas figuram na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), em situação de “risco crítico” e com a respectiva população “em baixa”. O governo da Costa Rica tinha proibido em Janeiro a pesca de tubarões-martelo. Este país possui ao largo das suas costas no Oceano Pacífico a reserva marítima da ilha do Coco, que abriga uma das maiores populações de tubarões-martelo. A conferência sobre o comércio internacional das espécies ameaçadas, reunida no Panamá em Novembro, decidiu estender a protecção a uma cinquentena de espécies de tubarão requiem e tubarão-martelo ameaçados pelo tráfico de barbatanas de tubarão, muito desejadas na Ásia para confeccionar sopas. Estas espécies de tubarão são vítimas de mais de metade do tráfico mundial de barbatanas de tubarão, que representa mais de 500 milhões de dólares por ano. O preço destas barbatanas chega a atingir os mil dólares por quilo nos mercados da Ásia Oriental, cujo centro está em Hong Kong.
Hoje Macau InternacionalParis | Morte de um jovem pela polícia causou distúrbios nos arredores A morte de um jovem, pela polícia, na cidade francesa de Nanterre durante uma tentativa de fuga originou uma série de distúrbios ontem nos arredores de Paris, levando as forças de segurança a deterem 24 pessoas. O responsável pela polícia de Paris, Laurent Núñez, explicou ontem ao canal CNews que os manifestantes incendiaram 42 veículos, além de máquinas utilizadas na construção, e insistiu que os 350 policiais destacados durante a noite impediram roubos em lojas e noutros edifícios. “O dispositivo durará o tempo que for necessário”, disse Núñez sobre a manutenção do aparato policial nos próximos dias, acrescentando que 24 elementos das forças de segurança ficaram feridos nos confrontos. A mesma fonte adiantou que já estes tumultos já eram esperados, após o incidente da manhã de terça-feira, em Nanterre, aludindo à morte de Naël, um jovem com alegados antecedentes criminais que conduzia sem documentos e que, após ser mandado parar pela polícia, tentou fugir com o veículo e acabou por ser morto a tiro. Um vídeo dos acontecimentos registado por uma testemunha mostra como um dos agentes, um brigadeiro de 38 anos, apontou a arma directamente para o jovem junto à janela do motorista enquanto o outro falava com ele do mesmo lado. Ambos os agentes foram detidos. Indignação pública A Justiça abriu duas investigações, uma delas por homicídio voluntário. A segunda por causa da fuga da vítima. Esta decisão tem provocado a indignação da família do jovem que, de acordo com a sua advogada “em França não se pode julgar um morto”. Em declarações à estação France Info, Cambla indicou que a família pretende apresentar queixa por falsificação, considerando que os agentes envolvidos no incidente mentiram no seu primeiro depoimento. Insistiu que a reacção da polícia foi “absolutamente ilegítima” e que “não se enquadra no quadro da legítima defesa” porque “sentir-se ameaçado não basta para disparar uma bala no peito”. Este incidente gerou uma reacção política, especialmente de alguns dirigentes de esquerda, que denunciaram o grande número de mortes às mãos de elementos policiais, que contam com a legítima defesa, principalmente quando o condutor foge a um posto de controlo. A estrela da selecção francesa Kylian Mbappé também reagiu, escrevendo numa mensagem, na sua conta no Twitter: “A França magoa-me. Uma situação inaceitável. Estou com a família e parentes de Naël, esse anjinho que se foi cedo demais”.
Hoje Macau InternacionalRússia | Retiradas acusações contra grupo Wagner As autoridades russas anunciaram ontem a retirada das acusações contra o grupo de combatentes a soldo da empresa Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin, cuja rebelião se prolongou durante 24 horas no passado fim de semana. “Ficou estabelecido” que os participantes no motim “puseram termo às acções que visavam directamente a prática de um crime”, afirmaram ontem os serviços de segurança russos (FSB), citados pelas agências noticiosas de Moscovo. Nestas circunstâncias, “a decisão de retirar as acusações foi tomada a 27 de Junho [ontem]”, acrescentou o FSB. No fim de semana, Yevgeny Prigozhin, que lidera o grupo Wagner, conduziu uma rebelião armada de 24 horas, com os mercenários a tomarem a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e a avançar até 200 quilómetros de Moscovo. A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários. Yevgeny Prigozhin justificou na segunda-feira a “rebelião” do grupo com a necessidade de “salvar” a organização, rejeitando ter tentando um golpe de Estado e adiantando que 30 dos seus mercenários morreram em confrontos com militares russos. Por seu lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, num discurso transmitido na segunda-feira pela televisão russa, acusou os responsáveis pela rebelião de serem traidores e disse que as suas acções só beneficiaram a Ucrânia e os seus aliados.
Hoje Macau InternacionalRússia | Retiradas acusações contra grupo Wagner As autoridades russas anunciaram ontem a retirada das acusações contra o grupo de combatentes a soldo da empresa Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin, cuja rebelião se prolongou durante 24 horas no passado fim de semana. “Ficou estabelecido” que os participantes no motim “puseram termo às acções que visavam directamente a prática de um crime”, afirmaram ontem os serviços de segurança russos (FSB), citados pelas agências noticiosas de Moscovo. Nestas circunstâncias, “a decisão de retirar as acusações foi tomada a 27 de Junho [ontem]”, acrescentou o FSB. No fim de semana, Yevgeny Prigozhin, que lidera o grupo Wagner, conduziu uma rebelião armada de 24 horas, com os mercenários a tomarem a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e a avançar até 200 quilómetros de Moscovo. A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários. Yevgeny Prigozhin justificou na segunda-feira a “rebelião” do grupo com a necessidade de “salvar” a organização, rejeitando ter tentando um golpe de Estado e adiantando que 30 dos seus mercenários morreram em confrontos com militares russos. Por seu lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, num discurso transmitido na segunda-feira pela televisão russa, acusou os responsáveis pela rebelião de serem traidores e disse que as suas acções só beneficiaram a Ucrânia e os seus aliados.
Hoje Macau InternacionalG7 | Acordados sistemas para erradicar violência de género Os ministros da Igualdade do G7 acordaram estabelecer uma série de sistemas para erradicar a violência de género contra mulheres e meninas, incluindo a prevenção da violência e o apoio às vítimas, segundo um comunicado conjunto divulgado ontem. A “Declaração de Nikko”, assinada após um encontro de dois dias na cidade com o mesmo nome (a nordeste de Tóquio), inclui uma série de propostas para prevenir a violência e facilitar o acesso à justiça, saúde e habitação para as vítimas. “Para eliminar todas as formas de violência de género, devemos estabelecer sistemas multissectoriais integrados com ênfase na prevenção da violência, apoio e proteção de sobreviventes e vítimas e garantia de acesso à justiça e responsabilização dos perpetradores”, lê-se no texto ontem publicado. O documento também faz referência aos casos de assédio ‘online’, assim como a discursos de ódio e misoginia encontrados nas redes sociais e que se intensificaram nos últimos anos contra vítimas, jornalistas e defensores de direitos humanos, entre outros. A declaração considera ainda essencial a participação plena e igualitária das mulheres na tomada de decisões a todos os níveis, sustentando tratar-se de “uma questão de direitos humanos, que contribuiria positivamente para as condições económicas, sociais e políticas globais”. Outra das propostas do documento é a criação de um melhor ambiente de trabalho para as mulheres trabalhadoras nos sectores do turismo, restauração e cuidados a idosos ou crianças, cargos tradicionalmente desempenhados por mulheres.
Hoje Macau InternacionalG7 | Acordados sistemas para erradicar violência de género Os ministros da Igualdade do G7 acordaram estabelecer uma série de sistemas para erradicar a violência de género contra mulheres e meninas, incluindo a prevenção da violência e o apoio às vítimas, segundo um comunicado conjunto divulgado ontem. A “Declaração de Nikko”, assinada após um encontro de dois dias na cidade com o mesmo nome (a nordeste de Tóquio), inclui uma série de propostas para prevenir a violência e facilitar o acesso à justiça, saúde e habitação para as vítimas. “Para eliminar todas as formas de violência de género, devemos estabelecer sistemas multissectoriais integrados com ênfase na prevenção da violência, apoio e proteção de sobreviventes e vítimas e garantia de acesso à justiça e responsabilização dos perpetradores”, lê-se no texto ontem publicado. O documento também faz referência aos casos de assédio ‘online’, assim como a discursos de ódio e misógina encontrados nas redes sociais e que se intensificaram nos últimos anos contra vítimas, jornalistas e defensores de direitos humanos, entre outros. A declaração considera ainda essencial a participação plena e igualitária das mulheres na tomada de decisões a todos os níveis, sustentando tratar-se de “uma questão de direitos humanos, que contribuiria positivamente para as condições económicas, sociais e políticas globais”. Outra das propostas do documento é a criação de um melhor ambiente de trabalho para as mulheres trabalhadoras nos sectores do turismo, restauração e cuidados a idosos ou crianças, cargos tradicionalmente desempenhados por mulheres.
Hoje Macau InternacionalJMJ | Papa diz-se preparado e “com tudo à mão” para rumar a Lisboa O Papa Francisco garantiu ontem, num vídeo dirigido aos jovens que vão participar na Jornada Mundial da Juventude, que está “preparado e com tudo à mão” para rumar a Lisboa em Agosto. O Papa aproveita para desafiar os jovens de todo o mundo a comparecerem “à chamada da JMJ”, considerando que o encontro “é um ponto de atracção para todos”. Prometendo estar presente em Portugal, Francisco foi claro: “Alguns pensam que por causa da doença não posso ir. Mas o médico disse-me que podia ir para estar convosco”, afirmou. No vídeo, o Papa Francisco diz ter “tudo à mão” e exibiu a mochila da JMJ que será o ‘kit’ do peregrino. Numa outra mensagem também divulgada ontem, e dirigida aos trabalhadores das forças de segurança, saúde, alimentação e limpeza, o pontífice agradece “a generosidade e o trabalho” de tantos que “possibilitam toda a infra-estrutura” e “sustentam a JMJ”, “queimando horas e horas de trabalho”, mas que “não aparecem como protagonistas”. Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de Agosto deste ano. As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude. A edição deste ano esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19. O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJ Lisboa 2023, no dia 23 de Outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus. Este gesto marcou a abertura mundial das inscrições para o encontro mundial de jovens com o Papa. Até ao momento já iniciaram o processo de inscrição mais de 650 mil jovens.
Hoje Macau InternacionalTimor-Leste/Eleições | Ramos-Horta exige auditoria internacional a falhas na divulgação de resultados As falhas na contagem dos votos motivaram o desagrado de Presidente timorense que vai promover uma auditoria internacional para apurar o que se passou. O Presidente timorense vai exigir uma auditoria internacional para investigar as falhas na divulgação dos resultados das eleições legislativas de domingo, disse ontem o chefe de Estado à Lusa. José Ramos-Horta acusou ainda o Governo de ter partidarizado o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) nos últimos dois anos, retirando pessoas com experiência e capacidade da entidade que está a ser visada pelas falhas na divulgação dos resultados. “Não compreendo porquê, já estamos no segundo dia, e não há actualização permanente da tabulação, não está sendo feita. O STAE apresenta a desculpa falaciosa de que o problema é da internet, [mas] não é problema da internet”, afirmou o chefe de Estado, após uma reunião com o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Timor-Leste. “O problema é que ao longo destes dois anos partidarizaram o STAE, retiraram todo o pessoal com experiência durante muitos anos, e que foram objecto de elogios de todos, que trabalharam na Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e República Centro Africana. Retiraram e puseram pessoas que são políticos”, acusou. Por uma questão “de transparência”, Ramos-Horta quer explicações, que entende só poderem ser garantidas através de uma auditoria internacional: “Eu vou exigir primeiro uma auditoria, [uma] auditoria aprofundada. E não vai ser uma auditoria nacional. Vai ser uma auditoria internacional, com gente competente, com capacidade de investigação criminal para ver o que se passou”, prometeu. A culpa é da internet O STAE admitiu algumas falhas, devido a problemas técnicos e de internet, que estão a atrasar a divulgação dos resultados. O director-geral, Acilino Manuel Branco, disse à Lusa que tem havido problemas nas comunicações por internet dos municípios para Díli, para que a tabulação dos resultados possa ser inserida. Quase 19 horas depois do fecho das urnas, no domingo, o STAE ainda só tinha divulgado dados correspondentes a cerca de 48 por cento dos centros de votação, o que equivale a cerca de 258 mil votantes, num universo de mais de 890 mil eleitores recenseados. As únicas formas de conhecer a contagem progressiva do resultado é visitar o próprio STAE, em Díli, e consultar duas televisões disponibilizadas no local ou, em alternativa, acompanhar o quadro da contagem, que é retransmitido pela Rádio Televisão de Timor-Leste (RTTL). Ainda assim, o sinal para a RTTL não é sempre em tempo real e, em vários momentos há um atraso significativo. Não há qualquer site ‘online’ para consulta, e o STAE optou, este ano, e ao contrário do que fez nas eleições anteriores, de só divulgar os dados da contagem nacional, sem publicar os quadros com as contagens nos municípios e na diáspora, apesar de já estarem fechadas em alguns locais. Os dados dessa votação nos municípios passam num longo rodapé nos ecrãs, não sendo possível conhecer os votos de cada partido, nem outros dados sobre a votação, como participação, indicando-se apenas as percentagens obtidas pelas forças políticas. Apesar das falhas na contagem, o STAE tem sido aplaudido, incluindo pelo próprio José Ramos-Horta, pelo trabalho eleitoral realizado no terreno, com mais de 20 mil pessoas destacadas em todo o país.
Hoje Macau InternacionalDesastres climáticos causaram perdas de quase 4.000M€ nos últimos 50 anos Os eventos climáticos extremos causaram perdas de quase 4.300 milhões de dólares na economia global nos últimos 50 anos, segundo dados actualizados ontem pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). A OMM, com sede em Genebra, informou que os 11.788 desastres climáticos e hidrológicos ocorridos no último meio século causaram a morte de pelo menos dois milhões de pessoas em todo o mundo. “Infelizmente, as comunidades mais vulneráveis suportam o peso dos riscos climáticos”, lamentou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em comunicado. Segundo dados da organização, 90 por cento das mortes ocorreram em países em desenvolvimento. No entanto, mais de 60 por cento das perdas económicas registadas – e em grande parte cobertas por seguros – afectaram as economias mais desenvolvidas do planeta, com destaque para os Estados Unidos, que perderam 1,7 mil milhões de euros devido a catástrofes climáticas nos últimos 50 anos. No entanto, para os países com as economias mais fortes, quase nenhuma catástrofe por si só causou perdas económicas superiores a 0,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Liderança asiática Por continentes, a Ásia foi o que sofreu o maior número de mortes associadas a eventos climáticos extremos, com 984.263 óbitos (47por cento do total) no período analisado. Na maioria das vezes, as mortes foram causadas por ciclones tropicais, como o Nargis, que matou mais de 130.000 pessoas no Bangladesh, em 2008. Em África, os eventos climáticos mataram 733.585 pessoas, na Europa 166.492, principalmente devido às temperaturas extremas, e na América do Norte e Central e no Caribe causaram 77.454 mortes. No sudoeste do Pacífico, o número de mortos devido a desastres meteorológicos entre 1970 e 2021 atingiu os 66.951. O ranking por continentes fecha com a América do Sul, onde 58.484 pessoas morreram e mais de 115.200 milhões de dólares de prejuízos foram registados em 943 desastres, principalmente enchentes de rios. Apesar destes dados, a OMM reconhece que o número de mortes registadas por desastres meteorológicos tem vindo a diminuir década após década e atribui estes resultados à melhoria dos protocolos de alerta precoce.
Hoje Macau InternacionalBakhmut | Zelensky nega conquista e compara destruição à de Hiroxima O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou ontem que Bakhmut não está ocupada pela Rússia e comparou o nível de destruição da cidade do leste da Ucrânia ao provocado pelo bombardeamento atómico de Hiroxima, em 1945. Bakhmut “não está ocupada pela Rússia a partir de hoje (ontem)”, disse Zelensky durante uma conferência de imprensa no Parque da Paz em Hiroxima, no final da cimeira do G7. Zelensky disse que não podia partilhar informações exactas devido a tácticas militares e que o mais grave seria as tropas ucranianas serem cercadas “se houvesse um erro táctico em Bakhmut”. Reafirmou que a Ucrânia tem tropas de apoio em Bakhmut e que testemunhas asseguram que a cidade “não está ocupada pela Federação Russa”. “Não há várias formas de interpretar isto”, respondeu, citado pela agência espanhola EFE, quando questionado sobre a confusão causada por comentários que tinha feito anteriormente em Hiroxima. No final de um encontro com o homólogo norte-americano, Joe Biden, Zelensky respondeu de uma forma ambígua à pergunta sobre se as tropas de Kiev ainda estavam a lutar em Bakhmut ou se a cidade tinha sido conquistada pela Rússia. “Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações”, disse também, na altura. A conquista total de Bakhmut foi anunciada, no sábado, pelo chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin. A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin. Zelensky insistiu, na conferência de imprensa, que Bakhmut está totalmente destruída após oito meses de combates, naquela que é considerada a batalha mais longa e sangrenta da guerra russa contra a Ucrânia. “Posso dizer honestamente que as imagens de Hiroxima destruída me fazem lembrar Bakhmut. Não resta absolutamente nada vivo, todos os edifícios estão destruídos (…), destruição absoluta e total”, disse Zelensky, citado pela agência francesa AFP.
Hoje Macau InternacionalAlemanha |Suspeitas de envenenamento de russos no exílio A polícia alemã informou ontem que abriu uma investigação por suspeitas de envenenamento após problemas de saúde mencionados por um jornalista e activista russo no exílio. “Foi aberta uma investigação. O caso está em andamento”, disse um porta-voz da polícia de Berlim à agência de notícias AFP, confirmando informações do diário Die Welt publicadas na noite de sábado. O responsável não deu mais pormenores sobre a investigação em curso. A publicação russa Agentstvo publicou esta semana uma reportagem na qual relata os problemas de saúde reportados por dois participantes numa reunião de dissidentes russos, nos dias 29 e 30 de Abril. Um participante, que é descrito como um jornalista que tinha deixado a Rússia recentemente, apresentou sintomas não especificados durante o evento e disse que pode ter começado antes. Segundo a Agentstvo, o jornalista terá ido ao hospital Berlin Charité, onde havia sido tratado o russo Alexei Navalny, vítima de envenenamento em Agosto de 2020. A segunda participante é Natalia Arno, directora da Organização Não-Governamental Free Russia Foundation, nos Estados Unidos, onde vive há 10 anos depois de ter deixado a Rússia. Ainda de acordo com a reportagem, Arno esteve em Berlim no final de Abril, de onde viajou para Praga. Foi lá, relata a Agentstvo, que apresentou sintomas e também descobriu que o seu quarto de hotel tinha sido aberto. Arno publicou uma mensagem na rede social Facebook esta semana, onde mencionou os problemas que sentia, nomeadamente “dor aguda” e “dormência”, dizendo que os primeiros “sintomas estranhos” apareceram antes de chegar a Praga. Nos últimos anos, vários ataques com veneno foram realizados no exterior e na Rússia contra opositores russos. Moscovo nega qualquer responsabilidade dos seus serviços secretos.