Arquitectura e Urbanismo | Novo livro sobre Macau apresentado em Portugal 

“Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade” é o resultado de uma união de estudos dispersos e entrevistas sobre várias questões que habitam o mundo do urbanismo e da arquitectura da Macau contemporânea. O livro, editado pela Circo de Ideias, do Porto, foi coordenado pelos fundadores da BABEL, Tiago Quadros e Margarida Saraiva

 
[dropcap]F[/dropcap]oi apresentado esta segunda-feira, na cidade do Porto, em Portugal, o livro “Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade”, editado pela Circo das Ideias e coordenado pelos fundadores da plataforma cultural BABEL, o arquitecto Tiago Quadros e a curadora Margarida Saraiva.
A obra reúne entrevistas realizadas a Nuno Cera, que realizou uma residência artística na Casa Garden com o apoio da Fundação Oriente, e outros nomes fortemente ligados à realidade urbana do território, como é o caso de Hendrik Tieben, Thomas Daniell, Mário Duque, Wang Weijen, Diogo Burnay, Jianfei Zhu, Jorge Figueira, Werner Breitung e Pedro Campos Costa.
Ao HM, Tiago Quadros contou mais detalhes de um projecto que começou a ser pensado em 2013. “Havia a noção de que muito do conhecimento produzido sobre Macau, ao nível da arquitectura e estudos urbanos, estavam extremamente disseminados nos países de origem dos autores. Quisemos com isto reunir os autores desses estudos e tentar fixar esse conhecimento no mesmo livro.”
A obra faz-se não apenas do contributo de arquitectos mas também de urbanistas e académicos. O contributo do artista Nuno Cera acabou por surgir de forma espontânea depois da sua presença em Macau, recorda Tiago Quadros.
“A dada altura as coisas começaram a acontecer de modo natural e pensámos que seria interessante que parte do trabalho do Nuno fosse incluído quase como um ensaio natural mas existindo como um corpo próprio, e não apenas como ilustração das entrevistas.”
Na apresentação do livro estiveram presentes o fotógrafo José Maçãs de Carvalho, que tem vindo a desenvolver inúmeros projectos em Macau e Hong Kong, e o arquitecto Bernardo Amaral, que viveu no território.

As problemáticas

Em “Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade” é contada a história do desenvolvimento urbano do território nos últimos anos. “O livro procura ter uma abordagem retrospectiva das últimas décadas, e consegue fazer isso com as intervenções do Diogo Burnay, que fala muito dos anos 60 e 70. Mas depois procura também ter uma abordagem prospectiva em relação aquilo que vai acontecer no futuro próximo e quais serão as expectativas.”
Neste campo, entram problemáticas como o espaço público e “a importância que tem e deveria ter numa cidade como Macau, onde a cultura local está muito orientada para o usufruto da população desse mesmo espaço publico, que é muito desqualificado”, apontou Tiago Quadros.
Jorge Figueira apresenta ainda uma “abordagem mais contemporânea sobre a produção teórica que fez sobre Macau nos últimos anos, cruzando várias questões como a arquitectura e filosofia, muito sobre a produção caleidoscópica produzida pelos casinos em Macau.”
O livro aborda ainda a problemática da habitação, como aponta Tiago Quadros, que dá como exemplo o desenvolvimento na zona do COTAI. “O plano do COTAI incluía a criação de áreas de habitação pública, que depois foi colocada em zonas mais periféricas como Seac Pai Van. Tem havido uma pressão muito grande por parte da população e o Governo assume que quer fazer, mas na verdade muito poucas soluções têm sido avançadas.”
São também abordadas questões como a preservação do património e a arquitectura dos casinos, que “têm um efeito natural na vida do seu público”.
Tiago Quadros assume que esta é uma obra que dá respostas a quem não faz parte desta área. “Macau está muito bem representada neste livro. Há um conjunto de pessoas entrevistadas que tem um trabalho muito relevante na área da arquitectura e estudos urbanistas e que ganham voz nesta publicação. Qualquer pessoa que procure ou queira fazer um trabalho de investigação sobre Macau nestas áreas tem neste livro muitas fontes e pistas e um suporte importante para desenvolver esse trabalho.”
Acima de tudo, a obra contém “visões e abordagens muito distintas sobre temas diferentes”, sendo uma das qualidades do livro, defende Tiago Quadros.

3 Out 2019

Colóquio | Livro “O Macaense” será apresentado em Macau em 2020

Lançado na sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, o livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano” deverá ter nova apresentação em Macau no início do próximo ano. A obra apresenta inúmeras reflexões sobre o que é ser macaense e recorda uma entrevista concedida por Henrique de Senna Fernandes ao Diário de Notícias

 

[dropcap]O[/dropcap]lhar para dentro, pensar a identidade por quem a detém e por quem a sente. É este o propósito do livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano”, lançado na passada sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP) e coordenado por nomes como Roberto Carneiro, presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau (FEPM), Jorge Rangel, Fernando Chau e José Manuel Simões, da Universidade de São José.

Ao HM, Fernando Chau confessou que a obra deverá ser lançada em Macau no início do próximo ano, tendo como objectivo uma diferenciação do olhar sobre o que é ser macaense.

“A ideia base (da edição do livro) partiu do Roberto Carneiro. Já há muitos estudos e livros publicados sobre esta temática, mas a questão da identidade vai mudando. A ideia era obter testemunhos daqueles que tiveram uma experiência com Macau.”

“Quisemos adicionar mais uns pontos que podem ser interessantes à questão da identidade macaense. Espero que possa contribuir para um melhor entendimento da identidade e para um diálogo. A identidade é uma coisa em evolução”, acrescentou um dos coordenadores da obra.

O presidente da FEPM explicou que o objectivo da obra passa por “divulgar e investigar o que é o macaense”. “É uma espécie de mistura entre português e chinês, mas que deu origem a algo autónomo, a uma comunidade autónoma”, afirmou.

“É uma hibridação entre duas culturas que gera uma terceira cultura, que não tem a ver com sangue, não tem a ver com uma coisa biológica, tem a ver com culturas que estão abertas uma à outra”, continuou.

Trabalho académico

“O Macaense” volta a publicar uma entrevista de Henrique de Senna Fernandes concedida à historiadora Tereza Sena e publicada no Diário de Notícias em 1987, quando a transição já estava à espreita. José Sales Marques escreve sobre a ligação entre a comunidade macaense e a Grande Baía, enquanto que Marisa Gaspar escreve sobre os macaenses em Portugal, entre outros contributos.

A obra, que ao longo de 286 páginas compila análises de 22 autores, é resultado de um trabalho que durou uma década e que “teve vários arranques falsos”, mas que acabou por avançar e foi finalizada “em tempo recorde”. O antigo ministro da Educação referiu que este é “um livro académico” e que está aberto a mais investigação.

“Há poucas coisas de fundo sobre o que é ser macaense. Este livro dá profundidade ao que é ser macaense no mundo, o seu papel no futuro”, detalhou.

Fernando Ilharco, actual presidente do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP, considerou que a obra “tenta reflectir à volta da experiência portuguesa de 500 anos em Macau”, ao mesmo tempo que procura “identificar esta presença na figura do macaense, que é uma figura híbrida entre o português e o chinês”.

“Parece-me que é uma obra que pode contribuir para afirmar o relacionamento e a natureza da cultura e da diáspora portuguesa”, reforçou o responsável do CEPCEP.

Para o presidente do centro de estudos, a transformação de Macau num jogador-chave na região “depende muito da China”.

“Há um quadro de grande desenvolvimento de Macau, porque Macau é importante para o desenvolvimento da China, é importante na globalização da China, é importante no ‘interface’ com o mundo de língua portuguesa”, contou.

Fernando Ilharco apontou que este projecto “é algo de natural”. “O centro de estudos mais antigo da Universidade Católica é o CEPCEP, por isso este projecto é algo de natural. Passados 20 anos da saída de Portugal da Ásia, passados 20 anos da passagem da soberania de Macau para a China, fazemos um balanço de um mundo global”, referiu.

“É um projecto que é um marco, mas numa linha de investigação de cultura e povos portugueses na Ásia e no Extremo Oriente que nós pretendemos continuar a alimentar e a explorar”, concluiu.

30 Set 2019

Colóquio | Livro “O Macaense” será apresentado em Macau em 2020

Lançado na sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, o livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano” deverá ter nova apresentação em Macau no início do próximo ano. A obra apresenta inúmeras reflexões sobre o que é ser macaense e recorda uma entrevista concedida por Henrique de Senna Fernandes ao Diário de Notícias

 
[dropcap]O[/dropcap]lhar para dentro, pensar a identidade por quem a detém e por quem a sente. É este o propósito do livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano”, lançado na passada sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP) e coordenado por nomes como Roberto Carneiro, presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau (FEPM), Jorge Rangel, Fernando Chau e José Manuel Simões, da Universidade de São José.
Ao HM, Fernando Chau confessou que a obra deverá ser lançada em Macau no início do próximo ano, tendo como objectivo uma diferenciação do olhar sobre o que é ser macaense.
“A ideia base (da edição do livro) partiu do Roberto Carneiro. Já há muitos estudos e livros publicados sobre esta temática, mas a questão da identidade vai mudando. A ideia era obter testemunhos daqueles que tiveram uma experiência com Macau.”
“Quisemos adicionar mais uns pontos que podem ser interessantes à questão da identidade macaense. Espero que possa contribuir para um melhor entendimento da identidade e para um diálogo. A identidade é uma coisa em evolução”, acrescentou um dos coordenadores da obra.
O presidente da FEPM explicou que o objectivo da obra passa por “divulgar e investigar o que é o macaense”. “É uma espécie de mistura entre português e chinês, mas que deu origem a algo autónomo, a uma comunidade autónoma”, afirmou.
“É uma hibridação entre duas culturas que gera uma terceira cultura, que não tem a ver com sangue, não tem a ver com uma coisa biológica, tem a ver com culturas que estão abertas uma à outra”, continuou.

Trabalho académico

“O Macaense” volta a publicar uma entrevista de Henrique de Senna Fernandes concedida à historiadora Tereza Sena e publicada no Diário de Notícias em 1987, quando a transição já estava à espreita. José Sales Marques escreve sobre a ligação entre a comunidade macaense e a Grande Baía, enquanto que Marisa Gaspar escreve sobre os macaenses em Portugal, entre outros contributos.
A obra, que ao longo de 286 páginas compila análises de 22 autores, é resultado de um trabalho que durou uma década e que “teve vários arranques falsos”, mas que acabou por avançar e foi finalizada “em tempo recorde”. O antigo ministro da Educação referiu que este é “um livro académico” e que está aberto a mais investigação.
“Há poucas coisas de fundo sobre o que é ser macaense. Este livro dá profundidade ao que é ser macaense no mundo, o seu papel no futuro”, detalhou.
Fernando Ilharco, actual presidente do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP, considerou que a obra “tenta reflectir à volta da experiência portuguesa de 500 anos em Macau”, ao mesmo tempo que procura “identificar esta presença na figura do macaense, que é uma figura híbrida entre o português e o chinês”.
“Parece-me que é uma obra que pode contribuir para afirmar o relacionamento e a natureza da cultura e da diáspora portuguesa”, reforçou o responsável do CEPCEP.
Para o presidente do centro de estudos, a transformação de Macau num jogador-chave na região “depende muito da China”.
“Há um quadro de grande desenvolvimento de Macau, porque Macau é importante para o desenvolvimento da China, é importante na globalização da China, é importante no ‘interface’ com o mundo de língua portuguesa”, contou.
Fernando Ilharco apontou que este projecto “é algo de natural”. “O centro de estudos mais antigo da Universidade Católica é o CEPCEP, por isso este projecto é algo de natural. Passados 20 anos da saída de Portugal da Ásia, passados 20 anos da passagem da soberania de Macau para a China, fazemos um balanço de um mundo global”, referiu.
“É um projecto que é um marco, mas numa linha de investigação de cultura e povos portugueses na Ásia e no Extremo Oriente que nós pretendemos continuar a alimentar e a explorar”, concluiu.

30 Set 2019

UM | Português deve aproveitar fenómeno do multilinguismo para crescer

Gilvan Müller de Oliveira esteve na Universidade de Macau, para participar no II Seminário da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo. O linguista defende que a língua portuguesa deve aproveitar a oportunidade do multilinguismo do século XXI para se expandir e afirmar-se definitivamente como uma língua internacional

 

[dropcap]O[/dropcap] linguista brasileiro Gilvan Müller de Oliveira defendeu esta quarta-feira que a língua portuguesa deve saber aproveitar as oportunidades decorrentes do multilinguismo, um forte instrumento económico, histórico e de humanização, e que é “a verdadeira língua do século XXI”.

Fenómeno atribuído à globalização e um elemento no radar da UNESCO, o multilinguismo é “uma oportunidade para o português”, mas também “para todas as línguas”, destacou o antigo director executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), instituição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com sede em Cabo Verde, em entrevista à Lusa em Macau.

“O que nós temos hoje é um contexto em que não só uma língua cresce em detrimento de outras, mas todo um conjunto de línguas cresce”, afirmou o académico, à margem do arranque do II Seminário da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, que decorre até quinta-feira na Universidade de Macau.

Gilvan Oliveira coordena esta Cátedra a partir de Florianópolis, no estado brasileiro de Santa Catarina. O “projecto jovem”, mas “em fase de expansão” envolve 22 universidades em 13 países, dando destaque aos blocos lusófono e dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), estes últimos “países altamente multilingues, com modelos de gestão civilizacional e linguística muito diferentes entre si”.

Sucesso africano

Sobre o uso do português nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), o linguista considerou estar “a avançar rapidamente”, dando como exemplo de sucesso o caso de Moçambique, onde existe hoje um sistema de escolas bilingues “que fazem com que o aluno compartilhe o português e uma outra língua moçambicana”.

“O caso de Moçambique é um caso notório. Havia em Moçambique pouco mais de 11 por cento de falantes de português no momento da independência, e agora já são mais de 55% por cento de falantes, quer dizer que o Estado nacional moçambicano, tomando para si a tarefa de ensinar português e de criar um sistema educacional e um sistema de transmissão radiofónica e televisiva, contribuiu para uma rápida expansão da língua”, referiu.

Neste sentido, frisou, “a responsabilidade do Estado no ensino do português e da organização dos espaços e da circulação da língua é uma peça fundamental para o crescimento da língua”.

Além disso, a língua portuguesa beneficia de uma característica especial: “Não há dois países de língua portuguesa que fazem fronteira, cada país é uma ‘ilha’, cercada por vizinhos que falam outras línguas, e isso é extremamente positivo para a expansão da língua”, salientou.

Olhar para a frente

Na África do Sul, por exemplo, o português é hoje uma das línguas opcionais para os exames secundários e “onde se tem expandido de forma muito firme, graças e sobretudo ao papel que Moçambique desempenha na vizinhança, e crescentemente Angola desempenha na vizinhança da Namíbia, como o Brasil desempenha nos seus vizinhos falantes de espanhol, e mesmo Portugal, com todos os projectos do português na Extremadura [espanhola]”, disse.

“Esses países provocam o crescimento do uso da língua internamente, mas também para fora, crescentemente expandido as fronteiras de circulação, para fora e para dentro, na recepção à migração”, apontou.

O académico considera que a língua de Camões tem aproveitado oportunidades decorrentes do contexto global do multilinguismo, expandindo-se “em vários contextos”, mas que é preciso abandonar a “mentalidade de uma época passada” e pensar no português como uma língua internacional.

“Ainda pensamos muito no português como uma língua nacional, há dificuldades de ver o português como uma língua internacional. Há dificuldades de considerar, por exemplo, uma responsabilidade crescente para o IILP [Instituto Internacional da Língua Portuguesa] na construção desta comunidade internacional que compartilha uma língua, que ao mesmo tempo é compartilhada com outras línguas”, apontou.

Assim, e sublinhando que o multilinguismo é, a par da tradução electrónica, “a verdadeira língua do século XXI”, o professor defende que a língua portuguesa tem muito a ganhar com a participação neste fenómeno.

“Quanto mais o português puder participar neste multilinguismo, e puder ser uma opção para falantes de vários países, e ao mesmo tempo se nós pudermos também falar outras línguas, só temos a ganhar economicamente”, considerou.

“Evidentemente, cresce o valor económico do português à medida que a língua está conectada com outras línguas e quando o número de bilingues e trilingues cresce, porque é isso que faz a incorporação de ideias, projectos, narrativas históricas e literárias, ou a tradução”, acrescentou.

No entanto, não é só o valor económico que cresce, vincou, como também o valor humano e histórico. Partindo do exemplo de um instrumento desenvolvido pelas universidades que integram a Cátedra, e a partir do qual uma tese de doutoramento em indonésio foi sumarizada e traduzida para português, Oliveira sublinhou a vantagem das produções intelectuais não passarem por uma só língua.

“À medida que podemos usar as ideias deles e eles as nossas, aumenta o valor económico, o valor humano, o valor histórico, como ponte entre línguas, e nesse sentido a Cátedra tem sido uma oportunidade para a recuperação dessas memórias”, disse.

As Cátedras UNESCO são projectos de quatro anos sujeitos a avaliação, que podem ser renovadas indefinidamente “se produzirem informação relevante para que os estados membros atuem”, explicou.

A Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo (2018-2022) foi estabelecida em Fevereiro do ano passado e tem como instituição responsável a Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil.

27 Set 2019

UM | Português deve aproveitar fenómeno do multilinguismo para crescer

Gilvan Müller de Oliveira esteve na Universidade de Macau, para participar no II Seminário da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo. O linguista defende que a língua portuguesa deve aproveitar a oportunidade do multilinguismo do século XXI para se expandir e afirmar-se definitivamente como uma língua internacional

 
[dropcap]O[/dropcap] linguista brasileiro Gilvan Müller de Oliveira defendeu esta quarta-feira que a língua portuguesa deve saber aproveitar as oportunidades decorrentes do multilinguismo, um forte instrumento económico, histórico e de humanização, e que é “a verdadeira língua do século XXI”.
Fenómeno atribuído à globalização e um elemento no radar da UNESCO, o multilinguismo é “uma oportunidade para o português”, mas também “para todas as línguas”, destacou o antigo director executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), instituição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com sede em Cabo Verde, em entrevista à Lusa em Macau.
“O que nós temos hoje é um contexto em que não só uma língua cresce em detrimento de outras, mas todo um conjunto de línguas cresce”, afirmou o académico, à margem do arranque do II Seminário da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, que decorre até quinta-feira na Universidade de Macau.
Gilvan Oliveira coordena esta Cátedra a partir de Florianópolis, no estado brasileiro de Santa Catarina. O “projecto jovem”, mas “em fase de expansão” envolve 22 universidades em 13 países, dando destaque aos blocos lusófono e dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), estes últimos “países altamente multilingues, com modelos de gestão civilizacional e linguística muito diferentes entre si”.

Sucesso africano

Sobre o uso do português nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), o linguista considerou estar “a avançar rapidamente”, dando como exemplo de sucesso o caso de Moçambique, onde existe hoje um sistema de escolas bilingues “que fazem com que o aluno compartilhe o português e uma outra língua moçambicana”.
“O caso de Moçambique é um caso notório. Havia em Moçambique pouco mais de 11 por cento de falantes de português no momento da independência, e agora já são mais de 55% por cento de falantes, quer dizer que o Estado nacional moçambicano, tomando para si a tarefa de ensinar português e de criar um sistema educacional e um sistema de transmissão radiofónica e televisiva, contribuiu para uma rápida expansão da língua”, referiu.
Neste sentido, frisou, “a responsabilidade do Estado no ensino do português e da organização dos espaços e da circulação da língua é uma peça fundamental para o crescimento da língua”.
Além disso, a língua portuguesa beneficia de uma característica especial: “Não há dois países de língua portuguesa que fazem fronteira, cada país é uma ‘ilha’, cercada por vizinhos que falam outras línguas, e isso é extremamente positivo para a expansão da língua”, salientou.

Olhar para a frente

Na África do Sul, por exemplo, o português é hoje uma das línguas opcionais para os exames secundários e “onde se tem expandido de forma muito firme, graças e sobretudo ao papel que Moçambique desempenha na vizinhança, e crescentemente Angola desempenha na vizinhança da Namíbia, como o Brasil desempenha nos seus vizinhos falantes de espanhol, e mesmo Portugal, com todos os projectos do português na Extremadura [espanhola]”, disse.
“Esses países provocam o crescimento do uso da língua internamente, mas também para fora, crescentemente expandido as fronteiras de circulação, para fora e para dentro, na recepção à migração”, apontou.
O académico considera que a língua de Camões tem aproveitado oportunidades decorrentes do contexto global do multilinguismo, expandindo-se “em vários contextos”, mas que é preciso abandonar a “mentalidade de uma época passada” e pensar no português como uma língua internacional.
“Ainda pensamos muito no português como uma língua nacional, há dificuldades de ver o português como uma língua internacional. Há dificuldades de considerar, por exemplo, uma responsabilidade crescente para o IILP [Instituto Internacional da Língua Portuguesa] na construção desta comunidade internacional que compartilha uma língua, que ao mesmo tempo é compartilhada com outras línguas”, apontou.
Assim, e sublinhando que o multilinguismo é, a par da tradução electrónica, “a verdadeira língua do século XXI”, o professor defende que a língua portuguesa tem muito a ganhar com a participação neste fenómeno.
“Quanto mais o português puder participar neste multilinguismo, e puder ser uma opção para falantes de vários países, e ao mesmo tempo se nós pudermos também falar outras línguas, só temos a ganhar economicamente”, considerou.
“Evidentemente, cresce o valor económico do português à medida que a língua está conectada com outras línguas e quando o número de bilingues e trilingues cresce, porque é isso que faz a incorporação de ideias, projectos, narrativas históricas e literárias, ou a tradução”, acrescentou.
No entanto, não é só o valor económico que cresce, vincou, como também o valor humano e histórico. Partindo do exemplo de um instrumento desenvolvido pelas universidades que integram a Cátedra, e a partir do qual uma tese de doutoramento em indonésio foi sumarizada e traduzida para português, Oliveira sublinhou a vantagem das produções intelectuais não passarem por uma só língua.
“À medida que podemos usar as ideias deles e eles as nossas, aumenta o valor económico, o valor humano, o valor histórico, como ponte entre línguas, e nesse sentido a Cátedra tem sido uma oportunidade para a recuperação dessas memórias”, disse.
As Cátedras UNESCO são projectos de quatro anos sujeitos a avaliação, que podem ser renovadas indefinidamente “se produzirem informação relevante para que os estados membros atuem”, explicou.
A Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo (2018-2022) foi estabelecida em Fevereiro do ano passado e tem como instituição responsável a Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil.

27 Set 2019

Fórum Macau | Brasil estrela da semana cultural entre China e países lusófonos

O Brasil é o país em destaque da 11.ª semana cultural entre a China e os países lusófonos em Macau, que reúne, entre 12 e 18 de Outubro, vários artistas do espaço lusófono na região

 

[dropcap]M[/dropcap]úsica, dança, teatro, exposições, artesanato e gastronomia reafirmam-se como as “actividades centrais” de um certame que este ano abre portas ao cinema brasileiro e onde a Índia está também representada, através de Goa, Damão e Diu, indicou ontem o secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, em conferência de imprensa.

Com forte presença no cartaz e por ocasião do terceiro festival de cinema brasileiro na China, que decorre em Novembro e passa, pela primeira vez, a integrar Macau na sua rota, o Brasil é o “primeiro convidado de honra” desta semana cultural, a que se seguirão outros países nas próximas edições, afirmou o responsável.

De Portugal, viaja até Macau o grupo originário de Coimbra “Anaquim”, que em 2018 lançou o seu quarto álbum de originais, a artesã Andreia Marques, cujo trabalho se foca no uso de técnicas ancestrais de tecelagem, e o colectivo artístico Primeira Pedra.

O cartaz de música e dança inclui, além dos portugueses, artistas de Angola (Lino Cerqueira Fialho), Brasil (DJ Dolores), Cabo Verde (DJODJE), China (circo de acrobacias da província de Hebei), Guiné-Bissau (José Manuel, Karina Gomes, Miss Bity e Eric Dario), Moçambique (Grupo RM), São Tomé e Príncipe (Leguelá) e Timor-Leste (Voz of Crocodile).

Olhares e horizontes

No campo das artes plásticas, destaque para o brasileiro Rodrigo Braga, com a mostra “Horizontes deslizantes”, e para o guineense António Ferreira Seguy (“Chipi”), com “Outros Olhares”, ambas patentes na Doca dos Pescadores. Em paralelo, a galeria da residência consular de Portugal em Macau irá apresentar obras de 20 jovens de Macau.

A 11.ª semana cultural integra ainda uma mostra de artesanato, com a participação de artistas da China, Portugal e de todo o bloco lusófono, e de gastronomia, com chefes de cozinha provenientes de Angola, Brasil, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau, anunciou a organização.

Uma das novidades deste ano é o “desfasamento da semana cultural”, já que a mostra de teatro decorre “na semana imediatamente a seguir”, uma decisão estratégica com a qual a organização espera atrair mais visitantes.

Esta última mostra integra, além do colectivo “Primeira Pedra”, companhias de Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau.

Sob o tema “Uma Faixa e uma Rota Cultural”, numa alusão à iniciativa chinesa lançada em 2013, o evento tem em 2019 um orçamento de cerca de nove milhões de patacas, precisou a coordenadora do gabinete de apoio ao secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Mok Iun Lei.

A responsável salientou que o evento assinala, com “mais elementos culturais”, o 20.º aniversário do regresso de Macau à China, em 1999, e os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal, em 1979.

26 Set 2019

Fórum Macau | Brasil estrela da semana cultural entre China e países lusófonos

O Brasil é o país em destaque da 11.ª semana cultural entre a China e os países lusófonos em Macau, que reúne, entre 12 e 18 de Outubro, vários artistas do espaço lusófono na região

 
[dropcap]M[/dropcap]úsica, dança, teatro, exposições, artesanato e gastronomia reafirmam-se como as “actividades centrais” de um certame que este ano abre portas ao cinema brasileiro e onde a Índia está também representada, através de Goa, Damão e Diu, indicou ontem o secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, em conferência de imprensa.
Com forte presença no cartaz e por ocasião do terceiro festival de cinema brasileiro na China, que decorre em Novembro e passa, pela primeira vez, a integrar Macau na sua rota, o Brasil é o “primeiro convidado de honra” desta semana cultural, a que se seguirão outros países nas próximas edições, afirmou o responsável.
De Portugal, viaja até Macau o grupo originário de Coimbra “Anaquim”, que em 2018 lançou o seu quarto álbum de originais, a artesã Andreia Marques, cujo trabalho se foca no uso de técnicas ancestrais de tecelagem, e o colectivo artístico Primeira Pedra.
O cartaz de música e dança inclui, além dos portugueses, artistas de Angola (Lino Cerqueira Fialho), Brasil (DJ Dolores), Cabo Verde (DJODJE), China (circo de acrobacias da província de Hebei), Guiné-Bissau (José Manuel, Karina Gomes, Miss Bity e Eric Dario), Moçambique (Grupo RM), São Tomé e Príncipe (Leguelá) e Timor-Leste (Voz of Crocodile).

Olhares e horizontes

No campo das artes plásticas, destaque para o brasileiro Rodrigo Braga, com a mostra “Horizontes deslizantes”, e para o guineense António Ferreira Seguy (“Chipi”), com “Outros Olhares”, ambas patentes na Doca dos Pescadores. Em paralelo, a galeria da residência consular de Portugal em Macau irá apresentar obras de 20 jovens de Macau.
A 11.ª semana cultural integra ainda uma mostra de artesanato, com a participação de artistas da China, Portugal e de todo o bloco lusófono, e de gastronomia, com chefes de cozinha provenientes de Angola, Brasil, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau, anunciou a organização.
Uma das novidades deste ano é o “desfasamento da semana cultural”, já que a mostra de teatro decorre “na semana imediatamente a seguir”, uma decisão estratégica com a qual a organização espera atrair mais visitantes.
Esta última mostra integra, além do colectivo “Primeira Pedra”, companhias de Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau.
Sob o tema “Uma Faixa e uma Rota Cultural”, numa alusão à iniciativa chinesa lançada em 2013, o evento tem em 2019 um orçamento de cerca de nove milhões de patacas, precisou a coordenadora do gabinete de apoio ao secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Mok Iun Lei.
A responsável salientou que o evento assinala, com “mais elementos culturais”, o 20.º aniversário do regresso de Macau à China, em 1999, e os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal, em 1979.

26 Set 2019

Fundação Macau | 43 obras distinguidas no Concurso de Literatura

[dropcap]O[/dropcap] “12.º Concurso de Literatura de Macau”, organizado pela Fundação Macau e a Associação dos Escritores de Macau, contou com a participação de um total de 239 obras, 43 das quais foram premiadas. A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se na segunda-feira no Centro de Ciência de Macau.

O presidente da Fundação Macau, Wu Zhiliang, referiu que o concurso se dividiu em dois grupos de participação, um local e outro aberto a autores fora da RAEM. Os denominadores comuns das obras foram a escrita em chinês e ter Macau como tema central. Wu Zhiliang acrescentou que o objectivo da iniciativa é expandir a marca do evento, de forma a que escritores de todo o mundo prestem atenção a Macau, e escrevam sobre o território e a sua população, segundo o jornal do Cidadão.

Durante a cerimónia de entrega dos prémios, o secretário da Associação de Escritores da China, Wu Yiqin, disse que o intercâmbio cultural e literário cada vez mais frequente entre Macau e o Continente permite que autores de ambas as origens melhorem mutuamente.

25 Set 2019

Fundação Macau | 43 obras distinguidas no Concurso de Literatura

[dropcap]O[/dropcap] “12.º Concurso de Literatura de Macau”, organizado pela Fundação Macau e a Associação dos Escritores de Macau, contou com a participação de um total de 239 obras, 43 das quais foram premiadas. A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se na segunda-feira no Centro de Ciência de Macau.
O presidente da Fundação Macau, Wu Zhiliang, referiu que o concurso se dividiu em dois grupos de participação, um local e outro aberto a autores fora da RAEM. Os denominadores comuns das obras foram a escrita em chinês e ter Macau como tema central. Wu Zhiliang acrescentou que o objectivo da iniciativa é expandir a marca do evento, de forma a que escritores de todo o mundo prestem atenção a Macau, e escrevam sobre o território e a sua população, segundo o jornal do Cidadão.
Durante a cerimónia de entrega dos prémios, o secretário da Associação de Escritores da China, Wu Yiqin, disse que o intercâmbio cultural e literário cada vez mais frequente entre Macau e o Continente permite que autores de ambas as origens melhorem mutuamente.

25 Set 2019

“Macau – Aqui Cheira a Silencio” inaugurada na Universidade de Lisboa

[dropcap]A[/dropcap] UNITYGATE – Plataforma de Intercâmbio Cultural entre Ocidente e Oriente uniu-se ao Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa (UL) para apresentar uma mostra fotográfica da autoria de Ana Battaglia Abreu, resultado de um trabalho realizado entre os anos de 2015 e 2016, e que deu lugar a uma exposição no consulado-geral de Portugal em Macau em 2017, uma iniciativa inserida na programação da UNITYGATE.

As imagens expostas retratam “os recantos, cores e silêncios de Macau”, sendo uma exposição “pensada especificamente para um ano de comemorações da transferência de soberania de Macau para a China”, que aconteceu em 1999.

As fotografias pretendem convidar o público a depositar “um olhar diferente sobre a cidade, o seu passado e presente, e os seus recantos secretos de encantos, cores e silêncios interiores no meio da agitação e frenesim actual, e que preservam um passado cultural no presente”.

A mesma nota oficial dá conta que a ideia é “esta exposição ser colocada de forma dinâmica através de uma instalação, permitindo ser vista e sentida pelo publico de uma maneira original e única”. Neste sentido, “a sua temática desenvolve-se à volta de um olhar sobre Macau e na sua procura do Silêncio (que nos remete à cultura antiga pelos sentidos) em oposição ao ruído e agitação que tanto caracteriza Macau hoje em dia”.

Danças em festival

Outro evento que também se insere na programação da plataforma UNITYGATE, é a quinta edição do Festival Palco do Mundo, que se realiza este fim-de-semana, nos dias 28 e 29, em Mafra, a poucos quilómetros de Lisboa.

A ideia é juntar num só cartaz grupos de dança de todo o mundo, estando prevista a actuação, no domingo, da Associação de Arte de Dança Luso-Chinesa de Macau, em representação das danças tradicionais chinesas. Da China vem o grupo Escola Folha de Bambu, de Mafalda Costa.

Este festival tem apenas cinco anos de existência e “é realizado por uma rede de pessoas e parcerias que investem nas suas premissas essências”. O objectivo é “unir pela arte, cruzando culturas, artes e saberes, do tradicional ao contemporâneo numa visão holística e eco sustentável”, revela a UNITYGATE em comunicado.

No sábado, dia 28, está prevista a realização de inúmeros workshops que também estabelecem uma ligação ao Oriente, como o workshop de origamis japoneses, Tai Chi Chuan e danças orientais.

25 Set 2019

Exposição | “Língua Franca” promove diálogo através da arte contemporânea

Amanhã será inaugurada “Língua Franca – 2ª Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, a mostra que apadrinha a reabertura das Vivendas Verdes, na Coronel Mesquita, depois de obras de restauro. A exposição estará patente até 8 de Dezembro, com o objectivo de proporcionar diálogo através da fotografia

 

[dropcap]A[/dropcap] segunda edição da Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa traz este ano a Macau um evento na primeira linha da fotografia contemporânea. “Língua Franca” é o título da mostra que é inaugurada amanhã, pelas 17h, na Avenida do Coronel Mesquita nº 55-57 (Vivendas Verdes) e que estará patente ao público até 8 de Dezembro nas Vivendas Verdes e no Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino.

Com a excelência da linguagem artística do curador Albano Silva Pereira, “Língua Franca” parte do acervo dos famosos Encontros Fotográficos de Coimbra e conta com actualizações e artistas locais.

A exposição, com direcção executiva da Associação Cultural +853, é composta por trabalhos fotográficos e vídeo de 22 artistas representantes de dez países e regiões, incluindo o Interior da China, Macau, e de Países de Língua Portuguesa.

“Fui buscar os grandes fotógrafos de referência portugueses, alguns internacionais dentro dos territórios lusófonos e convidei autóctones”, revela o curador da exposição, Albano Silva Pereira.

Entre os artistas convidados estão António Júlio Duarte, Edgar Martins, José Manuel Rodrigues, Dominique Wade, Inês Gonçalves, assim como Mica Costa Grande, Rui Calçada Bastos, Yves Sonolet, Peng Yun, Weng Fen e Chan Ka Keong.

Porém, o grosso da exposição é composto pela colecção do prestigiado evento Encontros Fotográficos de Coimbra, da responsabilidade de Albano Silva Pereira, que achou o projecto aliciante, apesar das dificuldades logísticas complicadas pela falta de tempo. “Quase não tive tempo para refrescar o projecto, mas mesmo assim, à última da hora, refresquei-o com uma peça extraordinária que está na colecção intitulada ‘Agora Luanda”, conta o curador.

Pontes e películas

“Língua Franca” tem na sua génese uma forte componente histórica e arqueológica da fotografia analógica que marcou a década de 1990, em particular nos formatos 30×40 e 40×50. Além do trabalho de vídeo de Inês Gonçalves, e das peças dos artistas locais, Albano Silva Pereira trouxe para Macau “um dos mais interessantes fotógrafos contemporâneos portugueses, António Júlio Duarte, com peças novas e a cor”.

A mostra pretende reflectir o espírito de intercâmbio, de relacionamento íntimo e diálogo entre visões de fotógrafos de várias origens. Diálogos e olhares através de territórios que têm, de acordo com o curador, dois pilares de suporte: a história e a língua.

“Quando surgiu o honroso convite, aceitei porque na minha filosofia é essencial o diálogo com o mundo, que é o património mais rico da fotografia contemporânea e do filme documentário”, revela o curador.

Além dos trabalhos patentes ao público, outro aliciante da exposição é a reabertura das Vivendas Verdes, na Avenida do Coronel Mesquita nº 55-57, moradias com arquitectura tipicamente portuguesa construídas para funcionários públicos. De acordo com um comunicado do Governo, “durante o período de restauração o Instituto Cultural preservou totalmente a fachada e a aparência do edifício e manteve as características especiais do pátio da frente e traseiro”.

A exposição estará patente ao público até 8 de Dezembro, de terça-feira e domingo, entre as 10h e 19h, incluindo feriados. A entrada é livre.

25 Set 2019

Exposição | “Língua Franca” promove diálogo através da arte contemporânea

Amanhã será inaugurada “Língua Franca – 2ª Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, a mostra que apadrinha a reabertura das Vivendas Verdes, na Coronel Mesquita, depois de obras de restauro. A exposição estará patente até 8 de Dezembro, com o objectivo de proporcionar diálogo através da fotografia

 
[dropcap]A[/dropcap] segunda edição da Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa traz este ano a Macau um evento na primeira linha da fotografia contemporânea. “Língua Franca” é o título da mostra que é inaugurada amanhã, pelas 17h, na Avenida do Coronel Mesquita nº 55-57 (Vivendas Verdes) e que estará patente ao público até 8 de Dezembro nas Vivendas Verdes e no Antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino.
Com a excelência da linguagem artística do curador Albano Silva Pereira, “Língua Franca” parte do acervo dos famosos Encontros Fotográficos de Coimbra e conta com actualizações e artistas locais.
A exposição, com direcção executiva da Associação Cultural +853, é composta por trabalhos fotográficos e vídeo de 22 artistas representantes de dez países e regiões, incluindo o Interior da China, Macau, e de Países de Língua Portuguesa.
“Fui buscar os grandes fotógrafos de referência portugueses, alguns internacionais dentro dos territórios lusófonos e convidei autóctones”, revela o curador da exposição, Albano Silva Pereira.
Entre os artistas convidados estão António Júlio Duarte, Edgar Martins, José Manuel Rodrigues, Dominique Wade, Inês Gonçalves, assim como Mica Costa Grande, Rui Calçada Bastos, Yves Sonolet, Peng Yun, Weng Fen e Chan Ka Keong.
Porém, o grosso da exposição é composto pela colecção do prestigiado evento Encontros Fotográficos de Coimbra, da responsabilidade de Albano Silva Pereira, que achou o projecto aliciante, apesar das dificuldades logísticas complicadas pela falta de tempo. “Quase não tive tempo para refrescar o projecto, mas mesmo assim, à última da hora, refresquei-o com uma peça extraordinária que está na colecção intitulada ‘Agora Luanda”, conta o curador.

Pontes e películas

“Língua Franca” tem na sua génese uma forte componente histórica e arqueológica da fotografia analógica que marcou a década de 1990, em particular nos formatos 30×40 e 40×50. Além do trabalho de vídeo de Inês Gonçalves, e das peças dos artistas locais, Albano Silva Pereira trouxe para Macau “um dos mais interessantes fotógrafos contemporâneos portugueses, António Júlio Duarte, com peças novas e a cor”.
A mostra pretende reflectir o espírito de intercâmbio, de relacionamento íntimo e diálogo entre visões de fotógrafos de várias origens. Diálogos e olhares através de territórios que têm, de acordo com o curador, dois pilares de suporte: a história e a língua.
“Quando surgiu o honroso convite, aceitei porque na minha filosofia é essencial o diálogo com o mundo, que é o património mais rico da fotografia contemporânea e do filme documentário”, revela o curador.
Além dos trabalhos patentes ao público, outro aliciante da exposição é a reabertura das Vivendas Verdes, na Avenida do Coronel Mesquita nº 55-57, moradias com arquitectura tipicamente portuguesa construídas para funcionários públicos. De acordo com um comunicado do Governo, “durante o período de restauração o Instituto Cultural preservou totalmente a fachada e a aparência do edifício e manteve as características especiais do pátio da frente e traseiro”.
A exposição estará patente ao público até 8 de Dezembro, de terça-feira e domingo, entre as 10h e 19h, incluindo feriados. A entrada é livre.

25 Set 2019

Televisão | Emmys distinguem “A Guerra dos Tronos” como Melhor Série Dramática

“A Guerra dos Tronos” ganhou o prémio de Melhor Série Dramática, mas acabou por perder outras estatuetas para as quais estava nomeada este ano. Os prémios de televisão distinguiram ainda as séries “Chernobyl” e “Fleabag”. Billy Porter fez história ao tornar-se no primeiro actor gay afro-americano a ganhar a estatueta de melhor actor

 

[dropcap]A[/dropcap] 71.ª cerimónia dos prémios Emmy coroou na madrugada passada “A Guerra dos Tronos” como Melhor Série Dramática do ano, fechando em 59 a soma das estatuetas entregues pela Academia de Televisão durante as oito temporadas da saga.

“Fleabag” recebeu o Emmy de Melhor Série de Comédia e “Chernobyl” conquistou o prémio de Melhor Minissérie, sendo que ambas levaram várias outras estatuetas nas respectivas categorias, emergindo como grandes vencedoras da noite. Durante as três horas da cerimónia, que este ano não teve apresentador, ficou claro que “A Guerra dos Tronos” não teria a noite de apoteose que se poderia prever por ser a última temporada.

Quando o actor Michael Douglas anunciou a distinção de Melhor Série Dramática, a quarta vez que este Emmy foi entregue aos criadores do título da HBO, foi desfeita a dúvida que pairou no ar do Microsoft Theater, em Los Angeles, durante toda a noite: apesar de ter batido o recorde de mais prémios para uma série, “A Guerra dos Tronos” perdeu quase todas as estatuetas para que estava nomeada em 2019.

A série recebeu apenas dois prémios Emmy, com Peter Dinklage (“Tyrion Lannister”) a ser o único actor a vencer na categoria de representação para que estava nomeado, Melhor Actor Secundário numa Série Dramática.

Entre Emmys de representação, realização e argumento, a série criada por David Benioff e D.B. Weiss perdeu para “Killing Eve”, “Pose”, “Ozark” e “Succession”, respectivamente, depois de uma temporada final que suscitou reacções mistas por parte da crítica e dos espectadores.

Ainda assim, “A Guerra dos Tronos” bateu a competição na categoria mais cobiçada, onde concorria com “Better Call Saul”, “Bodyguard”, “Killing Eve”, “Ozark”, “Pose”, “Succession” e “This Is Us”.

A somar aos 10 prémios entregues na semana passada durante os Creative Arts Emmy, a oitava e última temporada da série recebeu um total de 12 estatuetas, tendo sido a mais premiada da 71.ª edição dos prémios.

No discurso de vitória, David Benioff agradeceu a George R.R. Martin por ter criado este universo e ter apostado em dois produtores que nunca tinham feito isto antes.

“É incrível que vocês ainda estejam todos vivos”, disse D.B. Weiss, depois de elogiar o esforço da equipa de produção e dos actores, que filmaram a última temporada em condições muito difíceis, com 70 dias consecutivos em temperaturas extremamente baixas em Belfast, Irlanda.

“Os últimos dez anos foram os melhores da nossa vida, e para todos os que trabalharam nisto, não consigo acreditar que terminámos, não consigo acreditar que o fizemos”, disse Benioff.

Outras recompensas

Na maior noite da televisão em Hollywood, a série “Fleabag”, criada e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge, foi uma das grandes surpresas pela consistência das distinções: quatro Emmy nas categorias de comédia.

O título da Amazon Prime Video levou para casa a estatueta de Melhor Série de Comédia, ultrapassando “Barry”, “The Good Place”, “The Marvelous Mrs. Maisel”, “Russian Doll”, “Schitt’s Creek” e “Veep”.

Phoebe Waller-Bridge também venceu o Emmy para Melhor Actriz numa Série de Comédia e Melhor Escrita para uma Série de Comédia, com Harry Bradbeer a levar a estatueta de Melhor Realização numa Série de Comédia por “Fleabag”.

Nas categorias de Minissérie ou Filme para Televisão, foi “Chernobyl”, da HBO, que levou os prémios mais cobiçados, vencendo Melhor Escrita para Minissérie ou Filme e Melhor Realização em Minissérie ou Filme, além de Melhor Minissérie. A seguir a “A Guerra dos Tronos”, foi segunda série mais premiada nas duas noites de entregas de Emmy, com um total de 10 estatuetas,

Seguiu-se “The Marvelous Mrs. Maisel”, com oito, “Free Solo”, com sete, e “Fleabag”, com seis. Os Emmy, devido ao número elevado de categorias, são habitualmente entregues em duas cerimónias, com a segunda a ser transmitida ao vivo a partir de Los Angeles.

“Last Week Tonight With John Oliver” levou o Emmy de Melhor Série de Variedades – ‘talk show’ e “Saturday Night Live” recebeu o prémio de Melhor Série de Variedades – ‘sketch’. “Bandersnatch (Black Mirror) foi o Melhor Filme para Televisão.

História feita

A cerimónia dos Emmys ficou ainda marcada pela entrega do prémio de Melhor Actor em Série Dramática a Billy Porter, que se tornou no primeiro gay afro-americano a receber o Emmy.

Na mesma categoria feminina, não houve a vitória histórica que se esperava: se Sandra Oh tivesse vencido, seria a primeira actriz de ascendência asiática a levar para casa a estatueta de Melhor Actriz em série dramática. No entanto, foi Porter quem fez história, ao ser distinguido pelo papel de Pray Tell que interpreta na série do canal FX “Pose”, cuja acção mostra a subcultura da comunidade LGBTQ na Nova Iorque do final dos anos oitenta.

“Tantas pessoas me ajudaram a chegar aqui ao longo do caminho”, notou Billy Porter no discurso de vitória, depois de afirmar que “todos têm o direito” de andar no mundo e sentir que pertencem.

“Nós, como artistas, somos aqueles que mudam a estrutura molecular dos corações e mentes das pessoas que caminham nesta Terra”, afirmou, terminando com um pedido que foi reiterado por outras personalidades ao longo da cerimónia: “por favor, não parem de dizer a verdade”.

Para levar a estatueta para casa, Porter teve de bater concorrentes de peso, incluindo Kit Harington, da favorita “A Guerra dos Tronos”, Jason Bateman, de “Ozark”, Sterling K. Brown, de “This Is Us”, Bob Odenkirk, de “Better Call Saul”, e Milo Ventimiglia, de “This is Us”.

Na categoria de Melhor Actriz em série dramática, Sandra Oh perdeu para a sua co-protagonista em “Killing Eve”, Jodie Corner, que interpreta Villanelle na série da BBC America.

24 Set 2019

Televisão | Emmys distinguem “A Guerra dos Tronos” como Melhor Série Dramática

“A Guerra dos Tronos” ganhou o prémio de Melhor Série Dramática, mas acabou por perder outras estatuetas para as quais estava nomeada este ano. Os prémios de televisão distinguiram ainda as séries “Chernobyl” e “Fleabag”. Billy Porter fez história ao tornar-se no primeiro actor gay afro-americano a ganhar a estatueta de melhor actor

 
[dropcap]A[/dropcap] 71.ª cerimónia dos prémios Emmy coroou na madrugada passada “A Guerra dos Tronos” como Melhor Série Dramática do ano, fechando em 59 a soma das estatuetas entregues pela Academia de Televisão durante as oito temporadas da saga.
“Fleabag” recebeu o Emmy de Melhor Série de Comédia e “Chernobyl” conquistou o prémio de Melhor Minissérie, sendo que ambas levaram várias outras estatuetas nas respectivas categorias, emergindo como grandes vencedoras da noite. Durante as três horas da cerimónia, que este ano não teve apresentador, ficou claro que “A Guerra dos Tronos” não teria a noite de apoteose que se poderia prever por ser a última temporada.
Quando o actor Michael Douglas anunciou a distinção de Melhor Série Dramática, a quarta vez que este Emmy foi entregue aos criadores do título da HBO, foi desfeita a dúvida que pairou no ar do Microsoft Theater, em Los Angeles, durante toda a noite: apesar de ter batido o recorde de mais prémios para uma série, “A Guerra dos Tronos” perdeu quase todas as estatuetas para que estava nomeada em 2019.
A série recebeu apenas dois prémios Emmy, com Peter Dinklage (“Tyrion Lannister”) a ser o único actor a vencer na categoria de representação para que estava nomeado, Melhor Actor Secundário numa Série Dramática.
Entre Emmys de representação, realização e argumento, a série criada por David Benioff e D.B. Weiss perdeu para “Killing Eve”, “Pose”, “Ozark” e “Succession”, respectivamente, depois de uma temporada final que suscitou reacções mistas por parte da crítica e dos espectadores.
Ainda assim, “A Guerra dos Tronos” bateu a competição na categoria mais cobiçada, onde concorria com “Better Call Saul”, “Bodyguard”, “Killing Eve”, “Ozark”, “Pose”, “Succession” e “This Is Us”.
A somar aos 10 prémios entregues na semana passada durante os Creative Arts Emmy, a oitava e última temporada da série recebeu um total de 12 estatuetas, tendo sido a mais premiada da 71.ª edição dos prémios.
No discurso de vitória, David Benioff agradeceu a George R.R. Martin por ter criado este universo e ter apostado em dois produtores que nunca tinham feito isto antes.
“É incrível que vocês ainda estejam todos vivos”, disse D.B. Weiss, depois de elogiar o esforço da equipa de produção e dos actores, que filmaram a última temporada em condições muito difíceis, com 70 dias consecutivos em temperaturas extremamente baixas em Belfast, Irlanda.
“Os últimos dez anos foram os melhores da nossa vida, e para todos os que trabalharam nisto, não consigo acreditar que terminámos, não consigo acreditar que o fizemos”, disse Benioff.

Outras recompensas

Na maior noite da televisão em Hollywood, a série “Fleabag”, criada e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge, foi uma das grandes surpresas pela consistência das distinções: quatro Emmy nas categorias de comédia.
O título da Amazon Prime Video levou para casa a estatueta de Melhor Série de Comédia, ultrapassando “Barry”, “The Good Place”, “The Marvelous Mrs. Maisel”, “Russian Doll”, “Schitt’s Creek” e “Veep”.
Phoebe Waller-Bridge também venceu o Emmy para Melhor Actriz numa Série de Comédia e Melhor Escrita para uma Série de Comédia, com Harry Bradbeer a levar a estatueta de Melhor Realização numa Série de Comédia por “Fleabag”.
Nas categorias de Minissérie ou Filme para Televisão, foi “Chernobyl”, da HBO, que levou os prémios mais cobiçados, vencendo Melhor Escrita para Minissérie ou Filme e Melhor Realização em Minissérie ou Filme, além de Melhor Minissérie. A seguir a “A Guerra dos Tronos”, foi segunda série mais premiada nas duas noites de entregas de Emmy, com um total de 10 estatuetas,
Seguiu-se “The Marvelous Mrs. Maisel”, com oito, “Free Solo”, com sete, e “Fleabag”, com seis. Os Emmy, devido ao número elevado de categorias, são habitualmente entregues em duas cerimónias, com a segunda a ser transmitida ao vivo a partir de Los Angeles.
“Last Week Tonight With John Oliver” levou o Emmy de Melhor Série de Variedades – ‘talk show’ e “Saturday Night Live” recebeu o prémio de Melhor Série de Variedades – ‘sketch’. “Bandersnatch (Black Mirror) foi o Melhor Filme para Televisão.

História feita

A cerimónia dos Emmys ficou ainda marcada pela entrega do prémio de Melhor Actor em Série Dramática a Billy Porter, que se tornou no primeiro gay afro-americano a receber o Emmy.
Na mesma categoria feminina, não houve a vitória histórica que se esperava: se Sandra Oh tivesse vencido, seria a primeira actriz de ascendência asiática a levar para casa a estatueta de Melhor Actriz em série dramática. No entanto, foi Porter quem fez história, ao ser distinguido pelo papel de Pray Tell que interpreta na série do canal FX “Pose”, cuja acção mostra a subcultura da comunidade LGBTQ na Nova Iorque do final dos anos oitenta.
“Tantas pessoas me ajudaram a chegar aqui ao longo do caminho”, notou Billy Porter no discurso de vitória, depois de afirmar que “todos têm o direito” de andar no mundo e sentir que pertencem.
“Nós, como artistas, somos aqueles que mudam a estrutura molecular dos corações e mentes das pessoas que caminham nesta Terra”, afirmou, terminando com um pedido que foi reiterado por outras personalidades ao longo da cerimónia: “por favor, não parem de dizer a verdade”.
Para levar a estatueta para casa, Porter teve de bater concorrentes de peso, incluindo Kit Harington, da favorita “A Guerra dos Tronos”, Jason Bateman, de “Ozark”, Sterling K. Brown, de “This Is Us”, Bob Odenkirk, de “Better Call Saul”, e Milo Ventimiglia, de “This is Us”.
Na categoria de Melhor Actriz em série dramática, Sandra Oh perdeu para a sua co-protagonista em “Killing Eve”, Jodie Corner, que interpreta Villanelle na série da BBC America.

24 Set 2019

Clube Militar | Exposição de Pintura Lusófona inaugura quinta-feira 

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Promoção de Actividades Culturais volta a organizar uma nova edição da Exposição de Pintura Lusófona, que será inaugurada esta quinta-feira no Clube Militar. A mostra, que revela um total de 27 trabalhos, ficará patente até ao dia 26 de Outubro.

Participam ao todo nove artistas plásticos contemporâneos – um de cada um dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor), e um de Macau, sendo que cada artista apresenta três trabalhos. As obras expostas “expressam uma ampla gama de abordagens e temas, sublinhando a diversidade”.

Macau estará representada nesta mostra pelo arquitecto Carlos Marreiros, também artista e criativo que já foi distinguido com vários prémios locais e internacionais. A título individual, Carlos Marreiros realizou um total de 24 exposições individuais e participou em mais de 60 mostras colectivas em todo o mundo. Fez também ilustrações para mais de 60 livros.

De Angola participa Armanda Alves, enquanto que Marcelo Jorge representa o Brasil. De Cabo Verde chega Omar Camilo, artista que, em 2016, esteve em Macau com a exposição “Alma”. Da Guiné-Bissau chega Lemos Djata e, de Moçambique, Samuel Djive. Damião Porto é o artista oriundo de Portugal, enquanto que o músico e artista plástico Guilherme de Carvalho participa na exposição em representação de São Tomé e Príncipe. Inu Bere, nome artístico de Sinorino Bere de Jesus, representa Timor-Leste nesta mostra.

23 Set 2019

Clube Militar | Exposição de Pintura Lusófona inaugura quinta-feira 

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Promoção de Actividades Culturais volta a organizar uma nova edição da Exposição de Pintura Lusófona, que será inaugurada esta quinta-feira no Clube Militar. A mostra, que revela um total de 27 trabalhos, ficará patente até ao dia 26 de Outubro.
Participam ao todo nove artistas plásticos contemporâneos – um de cada um dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor), e um de Macau, sendo que cada artista apresenta três trabalhos. As obras expostas “expressam uma ampla gama de abordagens e temas, sublinhando a diversidade”.
Macau estará representada nesta mostra pelo arquitecto Carlos Marreiros, também artista e criativo que já foi distinguido com vários prémios locais e internacionais. A título individual, Carlos Marreiros realizou um total de 24 exposições individuais e participou em mais de 60 mostras colectivas em todo o mundo. Fez também ilustrações para mais de 60 livros.
De Angola participa Armanda Alves, enquanto que Marcelo Jorge representa o Brasil. De Cabo Verde chega Omar Camilo, artista que, em 2016, esteve em Macau com a exposição “Alma”. Da Guiné-Bissau chega Lemos Djata e, de Moçambique, Samuel Djive. Damião Porto é o artista oriundo de Portugal, enquanto que o músico e artista plástico Guilherme de Carvalho participa na exposição em representação de São Tomé e Príncipe. Inu Bere, nome artístico de Sinorino Bere de Jesus, representa Timor-Leste nesta mostra.

23 Set 2019

Livro | “O Macaense” apresentado sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa 

Chama-se “O Macaense – Identidade, Cultura e Quotidiano” e é um novo livro sobre a comunidade macaense a ser lançado na próxima sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, no âmbito de um colóquio sobre as relações entre Portugal e China. A coordenação está a cargo de Jorge Rangel e Roberto Carneiro, entre outras personalidades

 

[dropcap]A[/dropcap] comunidade macaense ganha uma nova análise no livro “O Macaense – Identidade, Cultura e Quotidiano”, um projecto que conta com a colaboração de vários autores e que será lançado sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP), em Lisboa. A edição, que conta com o apoio da Fundação Macau, está a cargo da própria UCP, através do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa, presidido por Roberto Carneiro, ex-ministro da Educação português e actual presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau.

O livro, que conta com mais de 20 autores, será apresentado no contexto do colóquio “Portugal-China 20/20: Identidade, quotidiano, economia”, que acontece sexta-feira na UCP. De acordo com a nota oficial do evento, o objectivo é analisar as relações entre Portugal e a China nos últimos 20 anos e projectá-las para os próximos 20 anos.

“Trata-se de um projecto bastante actual no contexto das rápidas mudanças geopolíticas e geoestratégicas em curso, onde as experiências ou reflexões sobre as relações entre Portugal e a China, nomeadamente a posição de Macau nos últimos 20 anos e nos próximos 20 anos, podem contribuir para uma melhor compreensão do mundo contemporâneo, dos seus problemas, desafios e oportunidades”, lê-se ainda na nota.

O repositorium

João Botas, jornalista e autor de vários livros sobre a História de Macau, é um dos autores, tendo sido convidado pelo próprio Roberto Carneiro em 2017 para participar. De acordo com o autor, o convite terá chegado por se incluir “no conceito abrangente de identidade” e por se “sentir macaense”. “Imagino que também por via do trabalho que tenho vindo a fazer desde 2008, com vários livros publicados e com o blogue Macau Antigo, em prol da divulgação da história de Macau”, acrescentou.

Para João Botas, “a identidade macaense é, de facto, sui generis a vários níveis”, pelo que este novo livro constitui “uma reflexão importante que tem, entre outros predicados, a particularidade de ser multidisciplinar”. “É curioso notar que o conceito de Macaense está em constante mutação praticamente desde a origem. E já passaram perto de 500 anos”, adiantou.

O autor escreveu sobre o tema “Macaenses: uma identidade singular. Contributos para a criação do Repositorium Macaense”, onde defende a importância da cultura como forma de manter a identidade de uma comunidade, pelo que “urge salvaguardar o património cultural (material e imaterial), como a literatura, costumes, língua, tradições, cultos, celebrações, festividades, jogos ou artesanato, entre outros, como forma de preservação dessa identidade”.

Uma vez que “a salvaguarda desse legado deve ser feita não só para memória futura, mas também como ferramenta educativa de reconhecimento e valorização no presente”, João Botas acredita que é necessário “criar uma estratégia que, na sua execução prática, permita agregar a multiplicidade da riqueza cultural, que se encontra dispersa, de forma a ser fruída por todos”.

O autor analisa com detalhe o projecto online intitulado “Repositorium Macaense”, que “tem por objectivo armazenar, preservar e divulgar todo tipo de produção intelectual sobre a identidade macaense em formato digital”. “Ao reunir, num único sítio, o que até aqui se encontra disperso, dar-se-á um contributo decisivo não só para o aumento da visibilidade da memória colectiva como também para a preservação do património material e imaterial”, apontou o jornalista e autor.

O livro é ainda coordenado pelo professor da Universidade de São José, José Manuel Simões, que até ao fecho desta edição não se mostrou contactável. Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), também faz parte da lista de coordenadores, ao lado de Roberto Carneiro e Fernando Chau.

O colóquio da UCP conta ainda com a participação de várias entidades de Macau, tal como Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, o arquitecto Carlos Marreiros, também ele macaense, e José Carlos Matias, director do semanário Plataforma. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros português, marcará presença em representação do Estado português.

23 Set 2019

Livro | “O Macaense” apresentado sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa 

Chama-se “O Macaense – Identidade, Cultura e Quotidiano” e é um novo livro sobre a comunidade macaense a ser lançado na próxima sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, no âmbito de um colóquio sobre as relações entre Portugal e China. A coordenação está a cargo de Jorge Rangel e Roberto Carneiro, entre outras personalidades

 
[dropcap]A[/dropcap] comunidade macaense ganha uma nova análise no livro “O Macaense – Identidade, Cultura e Quotidiano”, um projecto que conta com a colaboração de vários autores e que será lançado sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP), em Lisboa. A edição, que conta com o apoio da Fundação Macau, está a cargo da própria UCP, através do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa, presidido por Roberto Carneiro, ex-ministro da Educação português e actual presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau.
O livro, que conta com mais de 20 autores, será apresentado no contexto do colóquio “Portugal-China 20/20: Identidade, quotidiano, economia”, que acontece sexta-feira na UCP. De acordo com a nota oficial do evento, o objectivo é analisar as relações entre Portugal e a China nos últimos 20 anos e projectá-las para os próximos 20 anos.
“Trata-se de um projecto bastante actual no contexto das rápidas mudanças geopolíticas e geoestratégicas em curso, onde as experiências ou reflexões sobre as relações entre Portugal e a China, nomeadamente a posição de Macau nos últimos 20 anos e nos próximos 20 anos, podem contribuir para uma melhor compreensão do mundo contemporâneo, dos seus problemas, desafios e oportunidades”, lê-se ainda na nota.

O repositorium

João Botas, jornalista e autor de vários livros sobre a História de Macau, é um dos autores, tendo sido convidado pelo próprio Roberto Carneiro em 2017 para participar. De acordo com o autor, o convite terá chegado por se incluir “no conceito abrangente de identidade” e por se “sentir macaense”. “Imagino que também por via do trabalho que tenho vindo a fazer desde 2008, com vários livros publicados e com o blogue Macau Antigo, em prol da divulgação da história de Macau”, acrescentou.
Para João Botas, “a identidade macaense é, de facto, sui generis a vários níveis”, pelo que este novo livro constitui “uma reflexão importante que tem, entre outros predicados, a particularidade de ser multidisciplinar”. “É curioso notar que o conceito de Macaense está em constante mutação praticamente desde a origem. E já passaram perto de 500 anos”, adiantou.
O autor escreveu sobre o tema “Macaenses: uma identidade singular. Contributos para a criação do Repositorium Macaense”, onde defende a importância da cultura como forma de manter a identidade de uma comunidade, pelo que “urge salvaguardar o património cultural (material e imaterial), como a literatura, costumes, língua, tradições, cultos, celebrações, festividades, jogos ou artesanato, entre outros, como forma de preservação dessa identidade”.
Uma vez que “a salvaguarda desse legado deve ser feita não só para memória futura, mas também como ferramenta educativa de reconhecimento e valorização no presente”, João Botas acredita que é necessário “criar uma estratégia que, na sua execução prática, permita agregar a multiplicidade da riqueza cultural, que se encontra dispersa, de forma a ser fruída por todos”.
O autor analisa com detalhe o projecto online intitulado “Repositorium Macaense”, que “tem por objectivo armazenar, preservar e divulgar todo tipo de produção intelectual sobre a identidade macaense em formato digital”. “Ao reunir, num único sítio, o que até aqui se encontra disperso, dar-se-á um contributo decisivo não só para o aumento da visibilidade da memória colectiva como também para a preservação do património material e imaterial”, apontou o jornalista e autor.
O livro é ainda coordenado pelo professor da Universidade de São José, José Manuel Simões, que até ao fecho desta edição não se mostrou contactável. Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), também faz parte da lista de coordenadores, ao lado de Roberto Carneiro e Fernando Chau.
O colóquio da UCP conta ainda com a participação de várias entidades de Macau, tal como Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, o arquitecto Carlos Marreiros, também ele macaense, e José Carlos Matias, director do semanário Plataforma. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros português, marcará presença em representação do Estado português.

23 Set 2019

Ciclo dedicado ao teatro contemporâneo chinês no Teatro Taborda, em Lisboa

[dropcap]O[/dropcap] teatro contemporâneo chinês vai estar em destaque entre os dias 26 e 28 de Setembro, no Teatro Taborda, em Lisboa, com uma programação que inclui leitura encenada, um espectáculo infanto-juvenil, uma visita performativa e uma oficina de teatro.
Iniciativa do Teatro da Garagem, o ciclo “Depois de Babel” consiste num projeto de tradução e divulgação da dramaturgia e das artes cénicas contemporâneas do mundo, que este ano é dedicado à cultura chinesa.

De acordo com os organizadores, “Depois de Babel” abre no dia 26 com a leitura encenada do texto “Rinocerontes in love” (1999), de Liao Yimei e com tradução de Constança Carvalho Homem (a partir da versão inglesa de Mark Talacko).

No dia seguinte, os alunos do Centro de Línguas e Culturas Shumin sobem ao palco do Auditório do Teatro Taborda para apresentar Viagem pela China – Mostra de Dança, Música e Ópera Chinesa.

No último dia decorre a actividade Teatro a Oriente, com inscrição obrigatória, até dia 20, em parceria com o Museu do Oriente: da parte da manhã, uma visita performativa à exposição sobre a Ópera de Pequim, em exibição no Museu do Oriente, e da parte da tarde, uma oficina de teatro com enfoque no trabalho do actor, a realizar-se no Teatro Taborda.

O Teatro da Garagem destaca que todas as actividades são de entrada livre, ainda que o programa Teatro a Oriente careça de inscrição prévia e esteja sujeita a confirmação.

O ciclo “Depois de Babel” surge da participação portuguesa na Rede Europeia de Tradução Teatral – EURODRAM (cuja coordenação é assumida pelo Teatro da Garagem desde 2015) e na parceria que o Teatro da Garagem tem vindo a desenvolver com as comunidades culturais e linguísticas que partilham o território geográfico e humano da Companhia.

Os organizadores destacam a “relação privilegiada” que o Teatro da Garagem está a estabelecer este ano com a Shangai Theatre Academy, bem como a parceria com o Centro de Línguas e Culturas Shumin e o Museu do Oriente, ambos sediados em Lisboa.

20 Set 2019

Novo filme de Pedro Almodóvar na Cinemateca Paixão dia 26

[dropcap]D[/dropcap]or e Glória”, a mais recente película do realizador espanhol Pedro Almodóvar, estreia em Macau na Cinemateca Paixão no dia 26 deste mês, contando com vários dias de exibição. Além do novo filme, protagonizado pelo actor espanhol António Banderas, a Cinemateca vai também apresentar outros filmes do realizador.

O novo filme de Almodóvar contém vários elementos auto-biográficos e revela uma série de reencontros experimentados por Salvador Mallo, um realizador em declínio físico. Alguns ao nível da carne, outros apenas memórias: a sua infância na década de 1960, quando emigrou com a família para uma aldeia em Valência em busca de uma vida melhor; o primeiro desejo, o primeiro amor adulto na Madrid da década de 1980; a dor da separação quando esse intenso amor ainda estava vivo; a escrita como única terapia para esquecer o inesquecível; a primeira descoberta do cinema e o vazio, o vazio infinito que gera a incapacidade de continuar a fazer filmes.

Com “Dor e Glória”, Pedro Almodóvar decidiu falar da criatividade e da dificuldade de a separar da vida e das paixões que lhe dão sentido e esperança. Ao recuperar o seu passado, Salvador Mallo descobre também a necessidade urgente de o recontar e, nessa necessidade, encontra também a sua salvação.

Em entrevista ao jornal português Expresso, Pedro Almodóvar disse que o título do seu novo filme “pode ser o resumo da vida de qualquer pessoa”. “Pelo menos eu gostava que fosse. Glória soa a êxito pessoal – é verdade que se cola logo a um realizador de cinema – mas, para mim, tem outro significado, tem mais que ver com a vontade de viver. E com o que queremos fazer com as nossas vidas. Já a dor, infelizmente, é comum a todos nós. Vamos oscilando entre as duas palavras na nossa existência”, acrescentou.

Sobre o facto de este filme poder retratar a sua própria vida, Pedro Almodóvar confessou que esse caminho foi-se traçando de forma natural. “Eu não fazia a menor ideia de que este filme seria sobre mim quando comecei a escrevê-lo. E duvidei muito em levá-lo para esse caminho. Nunca em qualquer outro filme meu fiquei tão exposto”, disse. As exibições na Cinemateca Paixão decorrem até ao dia 10 de Outubro.

20 Set 2019

Musical | CCM estreia “O Sr. Shi e o Seu Amante” em Novembro 

O Instituto Cultural traz ao território, em Novembro, o musical “O Sr. Shi e o Seu Amante”, que será apresentado no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau e conta com encenação de Johnny Tam. Os bilhetes estão à venda a partir de hoje

 

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “O Sr. Shi e o Seu Amante” e é o novo espectáculo que sobe aos palcos do Centro Cultural de Macau (CCM) nos dias 22 e 23 de Novembro. Trata-se de um “provocante drama musical” com encenação do director artístico de Macau Johnny Tam, que levanta “questões complexas sobre ilusão e realidade, percepção e desejo”.

De acordo com uma nota do IC, este musical “envolve o público numa teia de dissimulação e traição” e retrata “um escândalo verídico que abalou a esfera diplomática nos anos 60, quando um diplomata francês sediado em Pequim manteve um longo caso amoroso com um cantor de ópera que viria a revelar-se um espião”.

“O Sr. Shi e o Seu Amante” é baseado na narrativa de M. Butterfly, uma peça transformada em sucesso de bilheteira tanto na Broadway como no grande ecrã, escrita pelo dramaturgo Wong Teng Chi e interpretada ao som da música do compositor Njo Kong Kie.

Contudo, o espectáculo apresentado em Macau interpreta a história de uma perspectiva diferente, uma vez que a “acção decorre ao longo de sete curtas cenas que percorrem as mentes e as memórias das duas personagens”.

Sons do mundo

A nota do IC descreve ainda que “por entre salpicos de ópera de Pequim e do seu equivalente europeu, o espectáculo flutua provocantemente entre uma peça e um recital, com referências à pop vintage oriental e ocidental”.

Jordan Cheng, actor de Macau, é o protagonista do espectáculo ao lado do canadiano Derek Kwan. O desempenho da dupla foi reconhecido com os prémios para Melhor Actor e Actor secundário num Musical dos Prémios do Festival de Verão de Toronto em 2018, que no mesmo ano consagrou “O Sr. Shi e o Seu Amante” como Melhor Novo Musical.

O espectáculo, representado em mandarim e com legendas em inglês e chinês, é co-produzido pelo Teatro Experimental de Macau e pela Music Picnic de Toronto.

20 Set 2019

Musical | CCM estreia “O Sr. Shi e o Seu Amante” em Novembro 

O Instituto Cultural traz ao território, em Novembro, o musical “O Sr. Shi e o Seu Amante”, que será apresentado no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau e conta com encenação de Johnny Tam. Os bilhetes estão à venda a partir de hoje

 
[dropcap]C[/dropcap]hama-se “O Sr. Shi e o Seu Amante” e é o novo espectáculo que sobe aos palcos do Centro Cultural de Macau (CCM) nos dias 22 e 23 de Novembro. Trata-se de um “provocante drama musical” com encenação do director artístico de Macau Johnny Tam, que levanta “questões complexas sobre ilusão e realidade, percepção e desejo”.
De acordo com uma nota do IC, este musical “envolve o público numa teia de dissimulação e traição” e retrata “um escândalo verídico que abalou a esfera diplomática nos anos 60, quando um diplomata francês sediado em Pequim manteve um longo caso amoroso com um cantor de ópera que viria a revelar-se um espião”.
“O Sr. Shi e o Seu Amante” é baseado na narrativa de M. Butterfly, uma peça transformada em sucesso de bilheteira tanto na Broadway como no grande ecrã, escrita pelo dramaturgo Wong Teng Chi e interpretada ao som da música do compositor Njo Kong Kie.
Contudo, o espectáculo apresentado em Macau interpreta a história de uma perspectiva diferente, uma vez que a “acção decorre ao longo de sete curtas cenas que percorrem as mentes e as memórias das duas personagens”.

Sons do mundo

A nota do IC descreve ainda que “por entre salpicos de ópera de Pequim e do seu equivalente europeu, o espectáculo flutua provocantemente entre uma peça e um recital, com referências à pop vintage oriental e ocidental”.
Jordan Cheng, actor de Macau, é o protagonista do espectáculo ao lado do canadiano Derek Kwan. O desempenho da dupla foi reconhecido com os prémios para Melhor Actor e Actor secundário num Musical dos Prémios do Festival de Verão de Toronto em 2018, que no mesmo ano consagrou “O Sr. Shi e o Seu Amante” como Melhor Novo Musical.
O espectáculo, representado em mandarim e com legendas em inglês e chinês, é co-produzido pelo Teatro Experimental de Macau e pela Music Picnic de Toronto.

20 Set 2019

Arquitectura | Exposição no Porto mostra obras de Siza Vieira na Ásia

Chama-se “in/disciplina” e é a mais recente exposição do arquitecto português Álvaro Siza Vieira, vencedor de um Pritzker. Patente no Museu de Serralves, no Porto, a mostra revela os 60 anos de trabalho do arquitecto e inclui esboços de projectos desenvolvidos na Ásia, em países como a China e a Coreia do Sul

 

[dropcap]O[/dropcap] único português vencedor do prémio Pritzker em 1992, a mais importante distinção na área da arquitectura, protagoniza uma nova exposição sobre uma intensa carreira que há muito adquiriu uma dimensão internacional. “In Disciplina” foi inaugurada esta terça-feira no Museu de Serralves, no Porto, e mostra não apenas os principais trabalhos de Siza Vieira na Europa, mas também na Ásia.

A mostra aborda o período de maior internacionalização do arquitecto iniciado em 2000, quando este começou a projectar não apenas para a América do Sul, mas também para o Extremo Oriente. “Nessas latitudes, o arquitecto demonstra uma capacidade única de reinterpretar a geografia e a cultura autóctones, ora ‘ancorando-se’ a referências locais, ora ‘soltando-se’, à procura de formas mais livres, sinuosas ou mesmo auto-referenciais”, apontam os curadores desta exposição, que destacam projectos como a Paju Book City, na Coreia do Sul, e o China Design Museum, em Hangzhou, China.

Citado pela agência Lusa, Álvaro Siza Vieira garantiu que não lhe apetece tirar férias, apesar da longa carreira. “Às vezes acho que já vivi demais, mas isso não quer dizer que me apeteça ir de férias”, declarou o arquitecto de 86 anos de idade e natural de Matosinhos. Durante a conferência de imprensa, Siza Vieira agradeceu à Fundação Serralves pela “segunda grande exposição de obras” dele, referindo que a “montagem deve ter dado um trabalho tremendo”.

Esboços e apontamentos

Na exposição “in/disciplina” pode descobrir-se, por exemplo, vários esquissos (esboços de uma obra), desenhos de retrato e apontamentos de viagem que o arquitecto registava nos seus cadernos desde o tempo de estudante.

A mostra arranca com uma réplica de grande dimensão do primeiro esquisso que Siza Vieira registou fora de Portugal, feito em Berlim, recordou o arquitecto, explicando que reflecte a percepção da cidade, que, segundo o artista, é “feita de fragmentos”. O trabalho do arquitecto que intervém nalguns dos fragmentos é “tentar estabelecer relações entre eles”, explica, referindo que esses fragmentos visíveis nas cidades “reflectem o seu desenvolvimento e os diferentes períodos e tendências”.

Depois de falar da importância da “multiplicação da luz” nas salas do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, edifício da autoria de Siza Vieira, e que está a celebrar o 20.º aniversário, o arquitecto lembrou que em Portugal a “intensidade da luz nas ruas é quatro vezes mais elevada do que na Alemanha”. “Isso dá um gasto tremendo de luz”, referiu, lamentando que nas ruas públicas em Portugal se esteja a fazer o contrário de uma poupança energética.

A in/disciplina retrata o “trajecto de vida do Siza através dos seus cadernos de esquissos, que guardava e onde registava tudo”, explicou, por seu turno, o curador da exposição, Nuno Grande, referindo que esses esboços mostram a inquietude e a “indisciplina na disciplina” constante do arquitecto.

A exposição tem também um conjunto de fotografias escolhidas pelos “amigos fotógrafos” de Siza Vieira, e que foram “fundamentais para levar a todo o mundo a obra de Siza Vieira, acrescentou Nuno Grande.

A mostra que revela 30 projectos realizados entre 1954 e 2019, percorrendo a trajectória de Álvaro Siza desde o período da sua formação até à sua plena afirmação autoral, vai estar patente em Serralves até 2 de Fevereiro de 2020, e foi organizada pela Fundação de Serralves, com a contribuição “fulcral do arquivo de Álvaro Siza Vieira, do Álvaro Siza Vieira Fonds no Canadian Centre for Arquitechure (Canadá) e da Fundação Calouste Gulbenkian”.

A obra da Casa de Chá da Boa Nova (1958–1963) e a Piscina de Marés (1958–1965), ambas em Leça da Palmeira, são algumas das maquetes que podem ser vistas.

Distinguido com o Prémio Pritzker em 1992, Álvaro Siza recebeu ainda, entre outros, o Prémio Mies van der Rohe (1988), o Prémio Nacional de Arquitectura (1993), a Medalha Alvar Aalto (1998) e a Medalha de Ouro (2009), do Royal Institute of British Architects, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2002), pelo melhor projecto, e o Leão de Ouro de Carreira (2012).

19 Set 2019

Arquitectura | Exposição no Porto mostra obras de Siza Vieira na Ásia

Chama-se “in/disciplina” e é a mais recente exposição do arquitecto português Álvaro Siza Vieira, vencedor de um Pritzker. Patente no Museu de Serralves, no Porto, a mostra revela os 60 anos de trabalho do arquitecto e inclui esboços de projectos desenvolvidos na Ásia, em países como a China e a Coreia do Sul

 
[dropcap]O[/dropcap] único português vencedor do prémio Pritzker em 1992, a mais importante distinção na área da arquitectura, protagoniza uma nova exposição sobre uma intensa carreira que há muito adquiriu uma dimensão internacional. “In Disciplina” foi inaugurada esta terça-feira no Museu de Serralves, no Porto, e mostra não apenas os principais trabalhos de Siza Vieira na Europa, mas também na Ásia.
A mostra aborda o período de maior internacionalização do arquitecto iniciado em 2000, quando este começou a projectar não apenas para a América do Sul, mas também para o Extremo Oriente. “Nessas latitudes, o arquitecto demonstra uma capacidade única de reinterpretar a geografia e a cultura autóctones, ora ‘ancorando-se’ a referências locais, ora ‘soltando-se’, à procura de formas mais livres, sinuosas ou mesmo auto-referenciais”, apontam os curadores desta exposição, que destacam projectos como a Paju Book City, na Coreia do Sul, e o China Design Museum, em Hangzhou, China.
Citado pela agência Lusa, Álvaro Siza Vieira garantiu que não lhe apetece tirar férias, apesar da longa carreira. “Às vezes acho que já vivi demais, mas isso não quer dizer que me apeteça ir de férias”, declarou o arquitecto de 86 anos de idade e natural de Matosinhos. Durante a conferência de imprensa, Siza Vieira agradeceu à Fundação Serralves pela “segunda grande exposição de obras” dele, referindo que a “montagem deve ter dado um trabalho tremendo”.

Esboços e apontamentos

Na exposição “in/disciplina” pode descobrir-se, por exemplo, vários esquissos (esboços de uma obra), desenhos de retrato e apontamentos de viagem que o arquitecto registava nos seus cadernos desde o tempo de estudante.
A mostra arranca com uma réplica de grande dimensão do primeiro esquisso que Siza Vieira registou fora de Portugal, feito em Berlim, recordou o arquitecto, explicando que reflecte a percepção da cidade, que, segundo o artista, é “feita de fragmentos”. O trabalho do arquitecto que intervém nalguns dos fragmentos é “tentar estabelecer relações entre eles”, explica, referindo que esses fragmentos visíveis nas cidades “reflectem o seu desenvolvimento e os diferentes períodos e tendências”.
Depois de falar da importância da “multiplicação da luz” nas salas do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, edifício da autoria de Siza Vieira, e que está a celebrar o 20.º aniversário, o arquitecto lembrou que em Portugal a “intensidade da luz nas ruas é quatro vezes mais elevada do que na Alemanha”. “Isso dá um gasto tremendo de luz”, referiu, lamentando que nas ruas públicas em Portugal se esteja a fazer o contrário de uma poupança energética.
A in/disciplina retrata o “trajecto de vida do Siza através dos seus cadernos de esquissos, que guardava e onde registava tudo”, explicou, por seu turno, o curador da exposição, Nuno Grande, referindo que esses esboços mostram a inquietude e a “indisciplina na disciplina” constante do arquitecto.
A exposição tem também um conjunto de fotografias escolhidas pelos “amigos fotógrafos” de Siza Vieira, e que foram “fundamentais para levar a todo o mundo a obra de Siza Vieira, acrescentou Nuno Grande.
A mostra que revela 30 projectos realizados entre 1954 e 2019, percorrendo a trajectória de Álvaro Siza desde o período da sua formação até à sua plena afirmação autoral, vai estar patente em Serralves até 2 de Fevereiro de 2020, e foi organizada pela Fundação de Serralves, com a contribuição “fulcral do arquivo de Álvaro Siza Vieira, do Álvaro Siza Vieira Fonds no Canadian Centre for Arquitechure (Canadá) e da Fundação Calouste Gulbenkian”.
A obra da Casa de Chá da Boa Nova (1958–1963) e a Piscina de Marés (1958–1965), ambas em Leça da Palmeira, são algumas das maquetes que podem ser vistas.
Distinguido com o Prémio Pritzker em 1992, Álvaro Siza recebeu ainda, entre outros, o Prémio Mies van der Rohe (1988), o Prémio Nacional de Arquitectura (1993), a Medalha Alvar Aalto (1998) e a Medalha de Ouro (2009), do Royal Institute of British Architects, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2002), pelo melhor projecto, e o Leão de Ouro de Carreira (2012).

19 Set 2019