Cinema | “Estranha forma de vida” de Pedro Almodóvar estreia-se em Cannes

A curta-metragem “Estranha forma de vida”, do realizador espanhol Pedro Almodóvar, terá estreia mundial em maio no Festival de Cinema de Cannes, em França, revelou terça-feira a organização.

O filme, que integra a seleção oficial de Cannes, é protagonizado pelos actores Ethan Hawke e Pedro Pascal, nos papéis de Silva e Jake, dois ‘cowboys’ que se reencontram mais de 20 anos depois de terem trabalhado juntos como “pistoleiros a soldo”.

Na curta-metragem entram ainda o português José Condessa (“Pôr do sol”, “Salgueiro Maia – o Implicado” e “Rabo de Peixe”), Pedro Casablanc, Sara Sálamo, Jason Fernández, George Steane e Manu Ríos.

“Estranha forma de vida”, rodado no Verão passado em Espanha, remete para um fado de Amália Rodrigues, cuja letra se encaixa na narrativa, “porque não há vida mais estranha do que aquela que se vive de costas para os próprios desejos”, referiu Almodóvar, em comunicado.

Em Junho passado, em entrevista à publicação Indiewire, o realizador revelou que o fado de Amália Rodrigues abriria o filme.

Na mesma entrevista disse que a curta-metragem é uma resposta à longa-metragem “O segredo de Brokeback Mountain” (2005), para a qual chegou a ser apontado como realizador, mas cuja rodagem acabou por ser entregue a Ang Lee.

Pedro Almodóvar volta a Cannes onde apresentou em 2004 o filme “Má Educação” e presidiu ao júri da competição em 2017. A selecção oficial do Festival de Cannes será anunciada na quinta-feira, embora já tenha sido confirmada a presença de alguns filmes, nomeadamente “Killers of the flower moon”, de Martin Scorsese, “Indiana Jones e o Marcador do Destino”, de James Mangold, e “Jeanne du Barry”, da realizadora Maïwenn, protagonizada por Johnny Depp, que abrirá a 76.ª edição. A 76.ª edição do Festival de Cannes decorrerá de 16 a 27 de Maio.

13 Abr 2023

Conjunto de projectos de Álvaro Siza candidato a Património Mundial da UNESCO

Oito obras do arquitecto Álvaro Siza em Portugal compõem uma candidatura a Património Mundial, que foi submetida na passada quinta-feira, depois de revista, disse terça-feira o director da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP).

A candidatura intitulada “Obras de Arquitectura de Álvaro Siza em Portugal” faz parte da lista indicativa do Património Mundial de Portugal desde 2016, com uma lista de 18 projectos, tendo sido, entretanto, diminuída para oito.

Os oito projectos são o edifício da FAUP, a Piscina das Marés, a Casa de Chá da Boa Nova, o Museu de Serralves, o Pavilhão de Portugal em Lisboa, o Bairro da Bouça, a Igreja do Marco de Canavezes e a Casa Alves Costa em Caminha.

O director da FAUP, João Pedro Xavier, explicou à Lusa que a selecção dos oito projectos se justifica com o “facto de a maior parte deles já ser património” e pela “variedade tipológica ou funcional dos edifícios propostos”.

Os casos do Bairro da Bouça, no Porto, e a Casa Alves Costa, em Caminha, foram submetidos para classificação nacional, pelo que João Pedro Xavier salientou que também será preciso que haja “alguma ‘luz verde’” em relação a esses dois imóveis.

No que diz respeito à Bouça, há também a expectativa de que venha a ser alvo de “algumas obras”, em particular de pintura. O director da FAUP disse que “a candidatura está preparada com as chamadas extensões futuras”, para que, mais tarde, se possam associar outros projectos do arquitecto Prémio Pritzker, incluindo no estrangeiro.

“Aí, a ideia é incluir não só algumas obras que já estão na lista indicativa, a Malagueira [em Évora], o Chiado [em Lisboa] e outras obras significativas, mas também abrir para obras no estrangeiro que estejam fora de Portugal”, afirmou João Pedro Xavier.

Candidatura em curso

De acordo com um comunicado da FAUP, datado do final de Março, a 15 de Janeiro decorreu a primeira submissão da candidatura, que obteve “parecer favorável”.

“A FAUP está a coordenar, desde 2021, os trabalhos conducentes à candidatura para a inscrição de um conjunto de obras de Álvaro Siza na Lista do Património Mundial da UNESCO” e o “director da FAUP é o responsável pela submissão da candidatura”, segundo o mesmo documento.

São parceiros da candidatura a Universidade do Porto, Universidade de Lisboa, Câmara Municipal do Porto, Câmara Municipal de Matosinhos, Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal do Marco de Canavezes, Câmara Municipal de Caminha e a Fundação de Serralves.

Teresa Cunha Ferreira é a coordenadora executiva no âmbito da Cátedra UNESCO “Património Cidades e Paisagens. Gestão Sustentável, Conservação, Planeamento e Projecto”. A equipa de trabalho integra os docentes e investigadores Ana Tostões, Carlos Machado, José Miguel Rodrigues e Rui Fernandes Póvoas; e os consultores Bénédicte Gandini, Jörg Haspel, Špela Spanžel, Mariana Correia, Soraya Genin, Nuno Ribeiro Lopes, José Aguiar, Xavier Romão, Isabel Breda Vásquez, Isabel Coimbra.

O trabalho diplomático está a ser coordenado pelo embaixador José Filipe Morais Cabral, presidente da Comissão Nacional da UNESCO.

13 Abr 2023

Freixo e Espada à Cinta é o melhor amigo português de Macau há 500 anos

Reportagem de Francisco Pinto, da agência Lusa

Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, é um concelho fronteiriço que mantém há mais de 500 anos, “uma forte ligação” ao território de Macau, por via dos navegadores, missionários e seus familiares.

Neste concelho transmontano, ainda hoje, há uma enorme ligação afetiva com Macau, por razões familiares e históricas. “Creio que este seria o momento ideal para se estabelecer uma ligação entre Freixo de Espada à Cinta e Macau, porque há, ainda, muitos laços entre pessoas com origem neste concelho e Macau. Depois há todos os laços históricos que unem os dois territórios”, disse à Lusa o historiador local, Jorge Duarte.

Os responsáveis pela ligação de Freixo de Espada à Cinta com a Região Administrativa Especial de Macau são o navegador Jorge Álvares, o almirante Sarmento Rodrigues, monsenhor Manuel Teixeira e toda uma geração de jovens que partiram deste concelho encravado entre o Douro e a Beira Serra, em direção às mais diversas regiões do Oriente.

De acordo com o investigador, as relações entre Freixo de Espada à Cinta e Macau começaram em 1548, mas houve outros períodos de forte intensidade nas relações.

“Os finais do século XIX são também uma época forte de emigração para Macau. Durante o século XX as relações de Macau com Freixo de Espada à Cinta foram muito próximas e muito amigáveis e familiares”, revelou Jorge Duarte.

Para o historiador, o navegador Jorge Álvares, apesar de ter uma estátua de dimensões consideráveis, tanto em Macau como em Freixo de Espada à Cinta, ambas do mesmo autor e financiadas pela mesma instituição, “é uma personagem pouco estudada” ao nível da historiografia, apesar da importância que teve na disseminação das relações entre Portugal e China no seu tempo.

“O que se sabe é que Jorge Álvares foi um navegador originário de Freixo de Espada à Cinta, dado a conhecer por Fernão Mendes Pinto, através do livro ‘A Peregrinação’, em que é referindo que o autor apanhou uma boleia de barco entre Malaca e Macau, no navio comandado pelo marinheiro freixenista. Sendo assim, na época de 1500, Jorge Álvares já andava por terras do Oriente”, vincou o historiador.

Segundo vários registo, Jorge Álvares foi um explorador português, e terá sido primeiro europeu a aportar na China, por via marítima, e, em 1513, a visitar o território que atualmente é Hong Kong. Jorge Álvares faleceu em 08 de julho de 1521, Guangdong, na China. “Jorge Álvares era um nobre e tinha o seu centro de negócios em Macau”, defende Jorge Duarte.

Em Portugal há mesmo uma fundação, cujo patrono é o marinheiro transmontano, Jorge Álvares, criada em 1999, tendo sido reconhecida pelo Governo português, em 2004, como de utilidade pública.

“O objetivo que esteve na génese da sua constituição foi o de, no enquadramento da Declaração Conjunta Luso-Chinesa, suscitar e promover a cooperação entre Portugal e a Região Administrativa Especial de Macau, mantendo vivos os laços multisseculares existentes entre Portugal e a República Popular da China, de que Macau foi a manifestação mais significativa”, pode ler-se na página oficial desta Fundação.

A Fundação Jorge Álvares mantém uma relação privilegiada com o Centro Científico e Cultural de Macau, instituto público do Estado Português, apoiando anualmente o desenvolvimento do seu programa de atividades em tudo quanto se relaciona com os objetivos próprios da Fundação.

Em Portugal e também natural de Freixo de Espada à Cinta, há ainda um outro nome que em muito contribuiu para o fomento das relações entre este concelho e o território de Macau, trata-se do missionário Monsenhor Manuel Teixeira (1912-2003)figura icónica no seio da comunidade portuguesa de Macau. O religioso viveu 75 anos no extremo oriente, 60 anos em Macau e 15 anos em Singapura.

Por exemplo, José Teixeira publicou “Manuel Teixeira, de Menino a Monsenhor”, editado pelo Instituto Internacional de Macau, há poucos anos, também António Graça de Abreu lhe dedicou o poema “Com Monsenhor Manuel Teixeira em Freixo de Espada à Cinta”, inserido no seu novo livro “Lai Yong, Bernardo e Outros Poemas”, editado pela Lua de Marfim, em julho de 2018.

O clérigo viveu grande parte da sua vida em Macau e contribuiu bastante nas áreas de missionação, de educação e do estudo da história, tendo Deixou uma grande quantidade de informação valiosa e sobre o território e a história da diocese .

Jorge Duarte refere ainda que não se pode desassociar a história de Macau em relação a Freixo de Espada à Cinta, porque em mais de 500 anos houve “imensos” contactos entre os dois territórios.

“Ainda hoje há gente que nasceu em Freixo de Espada à Cinta a residir em Macau. Portanto, os nossos laços com Macau são muito fraternos, onde o monsenhor Manuel Teixeira, é também uma figura de relevo, nestas relações.

12 Abr 2023

FRC | Conferência sobre arquitectura militar na próxima semana

Na próxima quinta-feira decorre na Fundação Rui Cunha (FRC) a palestra “Arquitectura Militar de Macau e da Ásia Oriental: Contexto, Redes e Influência”, protagonizada pelo arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro. Trata-se de um evento inserido no programa de comemorações do 11º aniversário da FRC

 

“Arquitectura Militar de Macau e da Ásia Oriental: Contexto, Redes e Influência” é o nome da palestra que inaugura um novo ciclo de conferências, “Palestras Públicas de História e Património”, proposto pela Fundação Rui Cunha (FRC) numa altura em que a entidade, fundada pelo advogado Rui Cunha, celebra 11 anos de existência. Esta iniciativa acontecerá com regularidade tendo em conta a parceria entre a FRC e o Departamento de História e Património da Universidade de São José.

Nesta primeira sessão caberá ao arquitecto e docente Francisco Vizeu Pinheiro falar sobre um tema que nos leva ao tempo “da chegada dos povos ibéricos, portugueses e espanhóis ao sudeste asiático trouxe consigo todo um conjunto de tecnologia militar, como canhões e armas de fogo, os quais directa ou indirectamente, tiveram bastante influência na guerra e em toda a situação política da China, Japão e Coreia”. Serão, assim, contados episódios de resistência militar da parte de Macau e também de apoio a outros povos, nomeadamente a China.

Uma vez que Macau era um território já administrado por portugueses, mas com a presença dos jesuítas que dominavam o ensino no território, como foi o caso de Adam Schall Von Bell, as forças portuguesas de Macau tiveram um papel importante na ajuda que deram aos últimos herdeiros dos Ming no combate contra as forças invasoras Qing, recorrendo à utilização de canhões.

Na palestra será ainda destacado o exemplo de 1622, aquando da invasão dos holandeses e a resistência de Macau, que só foi possível devido à moderna arquitectura, tecnologia militar, e respectivas tácticas, utilizadas para a época nesta parte do globo. Além disso, Macau teve ainda outro momento relevante na luta pela sua própria sobrevivência quando, em 1809, ameaçado por milhares de piratas na região, organizou uma frota de cinco navios mercantes adaptados ao uso militar acabando com esta situação ameaçadora para a cidade e para a região.

Técnicas no Japão

Também no Japão é possível constatar, através dos relatos de jesuítas da época, entre os quais, o português Luís Fróis, a relevância da influência militar ocidental na elite militar daquele país, a qual já adoptava conceitos tecnológicos e científicos ocidentais, cujo maior exemplo foi Oda Nobunaga, um Daimyo, Senhor Feudal de uma pequena província no centro do Japão, que na sua luta pela unificação do país, alcançou, rapidamente, a supremacia militar, utilizando com sucesso, a tecnologia e as tácticas ocidentais na arte da guerra.

Nobunaga foi, igualmente, responsável por uma autêntica revolução na forma de construção de castelos, após a construção do castelo-palácio Azuchi, onde inovou introduzindo muitos elementos já existentes em castelos europeus, acabando por substituir por completo os antigos modelos japoneses. A consolidação do Shogunato Tokugawa (1615) no Japão e da Dinastia Qing (1644) na China deu início a um longo período de paz.

Desde então, a evolução da arquitectura militar praticamente estagnou. Actualmente, as estruturas militares sobreviventes são adaptadas ou restauradas como importantes bens educacionais para o turismo cultural, particularmente no Japão. São disso exemplo, os vários castelos japoneses do século XVII que foram reconstruídos no século XX, assim como na China muitas muralhas de cidades que foram reconstruídas como a da cidade de Datong ou partes da Grande Muralha.

Francisco Vizeu Pinheiro é professor associado na USJ, sendo licenciado em Arquitectura pela Universidade de Lisboa. Prosseguiu os seus estudos de pós-graduação em Macau-China, tendo-se doutorado no Instituto Tecnológico de Tóquio. Em Macau foi investigador e professor de Turismo Cultural no Instituto de Estudos Europeus da Macau e Instituto de Formação Turística, tendo trabalhado durante vários anos como arquitecto em diferentes instituições governamentais. Vizeu Pinheiro é também professor visitante na Universidade Jiangnam, China Continental e investigador sobre a História e Património de Macau e a sua influência na região.

O académico tem feito estudos sobre o impacto social e demográfico do planeamento da habitação pública numa sociedade em envelhecimento, as sinergias entre o urbanismo verde e a preservação e revitalizações do património histórico, a cidade saudável e a indústria turística, planeamento e impacto da infraestrutura do metro ligeiro na cidade, e ainda estudos de escala e sustentabilidade de cidades.

12 Abr 2023

Albergue SCM | Trabalhos da mestre Sum Wai leiloados este sábado

“An Embrance to the Elderly, Painting by Master Sum Wai – An Art Auction for Charity” é o nome do evento que acontece este sábado no Albergue SCM. Tal como o nome indica, serão leiloadas algumas obras de pintura e caligrafia de Sum Wai a favor do Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai. Os interessados podem adquirir peças com uma forte ligação ao budismo, ajudando os mais necessitados

 

O Círculo de Amigos da Cultura de Macau (CAC) promove este sábado, entre as 15h e as 16h, no Albergue SCM, um leilão de trabalhos de pintura e caligrafia da mestre Sum Wai. O evento, intitulado “An Embrace to the Elderly, Painting by Master Sum Wai”, inclui peças doadas pela própria artista, formada em artes em 1987. Todo o dinheiro angariado terá como destino o Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai, uma associação situada na Taipa e que está ligada ao mosteiro budista Pou Tai Un.

Este centro providencia uma grande variedade de serviços de cuidados de saúde, apoio social ou actividades culturais aos mais velhos. Através deste leilão, “além de se recolherem fundos por uma boa causa, os organizadores esperam poder aumentar a consciência das necessidades dos mais idosos na comunidade”.

A mestre Sum Wai nasceu em Hong Kong em 1963 e tem dedicado a vida a estudar e a ensinar a filosofia do Budismo, pelo que as suas peças de arte reflectem as suas crenças pessoais. Desta forma, a sua pintura e caligrafia chinesas são conhecidas pelas suas “linhas delicadas, cores harmoniosas e uma profunda sensação de paz”.

Além disso, “a sua arte não é apenas bonita como tem também um significado, reflectindo a sua compaixão para com os idosos e o seu compromisso em fazer a diferença no mundo”.

Uma vida budista

A mestre Sum Wai sempre fez a sua formação em escolas budistas. Em 1997 fundou a Associação Budista de Macau e tornou-se editora da “Macau Buddhism”, uma revista que publica artigos sob pseudónimo. Sum Wai também já publicou artigos da sua autoria no World Buddhist Forum, representando ainda Macau em actividades de intercâmbio cultural. Na escola Puji Lianfeng Sum Wai é responsável por ensinar a filosofia budista no ensino primário, actividade que mantém há quatro anos.

Sum Wai espalha princípios relacionados com as ideias de servir a comunidade, sentir compaixão pelos outros e trabalhar o espírito. Preside actualmente à Associação Budista de Macau, tendo ainda dirigente associativa de outras entidades de matriz religiosa.

12 Abr 2023

Xangai | Textos chineses no mercado internacional

Um relatório divulgado este domingo em Xangai, relativo ao ano de 2022, revela que mais de 16 mil textos literários chineses online chegaram ao mercado internacional.

Segundo a Xinhua, trata-se de trabalhos traduzidos que atraíram mais de 150 milhões de leitores em todo o mundo, de 200 países diferentes. Desta forma, conclui o relatório, a literatura online começa a tornar-se cada vez mais uma tendência, ao invés dos romances impressos, sendo um “novo cartão de visita” para o país.

O relatório conclui também que já foram editados mais de três milhões de trabalhos literários online no ano passado, sendo que 17 por cento foram escritos em 2021, cuja venda gerou receitas totais superiores a 23 mil milhões de yuan.

Cerca de 2,900 publicações literárias foram traduzidas e publicadas no Webnovel, um portal de leitura detido pela China Literature Limited com cerca de 170 milhões de visitantes de todo o mundo. Uma grande percentagem de leitores online, 75 por cento, pertence à chamada Geração Z, com base num outro relatório divulgado em Hong Kong em Março.

12 Abr 2023

CCCM | Relação entre Portugal e Macau celebrada com exposição

O Centro Científico e Cultural de Macau organiza uma exposição que apresenta um vislumbre de cinco milénios de história e arte da China. A mostra tem como objectivo realçar a importância da RAEM nas relações entre Ásia e Europa

 

Uma garrafa de porcelana com cinco séculos e a última bandeira hasteada na transferência da administração de Macau são alguns dos objectos que contam a relação entre Portugal e a Macau no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa.

Estas são apenas duas das cerca de 4.000 peças patentes no espaço museológico do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e que pretendem “dar uma ideia de 5.000 anos de história e arte chinesa, que vai desde o período neolítico até ao início do século XX”, como explicou o director do museu, Rui Dantas.

Neste espaço, adiantou à Lusa, os visitantes podem perceber “como Macau foi criado e as relações que se estabeleceram entre a Europa e a Ásia, a partir de Macau”. O acervo conta com exemplares das primeiras cerâmicas neolíticas, até terracotas funerárias, bronzes, cerâmica song, objectos para o fumo do ópio, pinturas, pratas e leques, entre outros.

Um dos objectos em destaque é uma garrafa decorada que foi encomendada, em 1522, por Jorge Álvares, um mercador abastado de Freixo Espada à Cinta que teve como sócio Fernão Mendes Pinto e foi um dos pioneiros portugueses no negócio da porcelana.

A obra assinala o início do comércio da porcelana, sendo uma das primeiras peças de encomenda no arranque de um vasto percurso de trocas comerciais, explicou o director do Museu de Macau.

Buda de Pun Yu Shu

Outra peça em destaque é um Buda assinado pelo artista cerâmico Pun Yu Shu, discípulo do célebre mestre da cerâmica de Shek Wan, e que foi encomendada pelo coleccionador Silva Mendes, o primeiro europeu a coleccionar peças de qualidade com as características da cerâmica de Shek Wan.

O espaço conta com um apontamento sobre a transferência (da administração do território de Portugal para a China), tendo exposta a última bandeira a ser arreada nas cerimónias oficiais da transferência da administração de Macau, em 1999.

Foi precisamente esse o ano em que o CCCM foi criado, com o objectivo de “promover o conhecimento das relações entre a Europa e a Ásia”, propósitos que se mantêm, com uma forte componente na formação, segundo a presidente do Centro, Cármen Mendes.

Nesta área, destacou o curso de Cultura e Língua Chinesa, recordando que o centro foi “a primeira instituição a leccionar este curso em Portugal”. Segundo Cármen Mendes, este é um centro “vivo”, com a passagem de muitos investigadores, doutorandos, bolseiros e pessoas interessadas nas relações entre Portugal e a Ásia, e outras que simplesmente não resistem a ofertas de formação como, por exemplo, sobre o patuá ou o guzheng (instrumento de música tradicional chinesa), administradas neste espaço.

“Temos cada vez mais visitantes, não só na nossa biblioteca – que é a melhor biblioteca com obras sobre a Ásia em Portugal, que reúne investigadores e outros interessados na Ásia -, o nosso museu e os cursos de formação que vamos leccionando para especialistas, académicos e também a sociedade civil e o público em geral”, indicou à Lusa.

Ao nível da investigação, sublinhou, “o centro tem tido um papel pioneiro na ligação de todos os académicos que trabalham sobre a Ásia em Portugal, alguns portugueses no estrangeiro e alguns estrangeiros com fortes ligações à academia portuguesa”.

Incentivo à investigação

Carmen Mendes destacou ainda as Conferências da Primavera, que reúne cerca de 180 oradores e a atribuição de bolsas de doutoramento anuais, financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que tutela o Centro, a estudantes de doutoramento que fazem investigação sobre a Ásia.

O CCCM conta com 25 bolseiros de doutoramento, voluntários que neste espaço conseguem uma grande proximidade com a Ásia. “Temos aqui pessoas das mais diversas áreas disciplinares – da arte, religião, língua, cultura, também história e economia, mas há algo que as une: A paixão pela Ásia”, afirmou

Carmen Mendes mostra-se entusiasmada com a criação de uma incubadora científica e académica, que “vai permitir investigadores, empresários e até artistas terem esta ligação a Macau, através da Universidade de São José, a Universidade Católica de Macau”.

Em relação à biblioteca, a chefe da divisão de Informação e Documentação do CCCM, Helena Dias Coelho, apresenta-a como primeiramente “vocacionada para o estudo das relações entre Portugal e Macau” e, mais tarde, alargado a toda a Ásia.

“Somos, sobretudo, procurados por estudantes de estudos asiáticos, investigadores, muito por jovens estudantes de ensino superior, doutorandos e a nossa documentação responde a este tipo de procura”, disse à Lusa.

Nessa biblioteca, as obras mais procuradas são as gerais da história da Ásia, mas também os espólios, nomeadamente do monsenhor Manuel Teixeira, um historiador que viveu em Macau, onde publicou mais de uma centena de livros e centenas de artigos na imprensa.

Foi o próprio que doou o seu espólio ao CCCM, estando o mesmo devidamente tratado e consultável, repartido entre livros, fotografias, textos e pequenas notas. Nos arquivos da biblioteca está ainda uma colecção de microfilmes constituída por cerca de 7.000 microfilmes, com mais de 50.000 documentos essenciais para o estudo de Macau e das suas instituições, entre o início do século XVII e meados do século XX.

11 Abr 2023

“Fado Oriente” | Um novo projecto que quer levar o fado além-fronteiras

Rita Portela, Luís Bento, Paulo Pereira e Ivan Pineda compõem o projecto musical “Fado Oriente”, que recentemente se apresentou ao público no aniversário da delegação da Fundação Oriente. O grupo não quer apenas divulgar um género musical tão português, mas também misturá-lo com músicas em chinês. Compor originais está também nos planos dos membros do grupo

 

Quatro músicos de Macau decidiram juntar-se num novo projecto depois de terem percebido que o fado, um género musical tão português, pouco se ouvia nas ruas de Macau, apesar da presença ainda significativa de uma comunidade lusa e de elementos culturais e arquitectónicos que denotam uma presença secular dos portugueses.

“Fado Oriente” nasceu, assim, com Rita Portela na voz e os músicos Paulo Pereira, Luís Bento e Ivan Pineda, que contam com a colaboração de Ari. O concerto de estreia aconteceu no último evento que marcou o 30.º aniversário da delegação da Fundação Oriente em Macau, mas, a partir daqui, espera-se uma maior divulgação do fado em Macau e na Ásia.

“Decidimos criar este projecto quando percebemos que não havia fado em Macau, no sentido em que era uma coisa que raramente se ouvia, a não ser quando vinham músicos e fadistas de fora”, contou Rita Portela ao HM. O “embrião” para este projecto surgiu com a preparação de um espectáculo integrante do cartaz do Festival da Lusofonia, no ano passado, mas que acabou por ser cancelado à última da hora por causa da pandemia.

Mas Rita Portela considera que este cancelamento acabou por se tornar num ponto de partida importante para criar algo com maior profundidade. “Achámos que seria importante continuar com este projecto porque existe uma maneira diferente de interpretar o fado quando se está fora de Portugal. No Festival da Lusofonia não tivemos a oportunidade de apresentar o espectáculo que tínhamos preparado e isso ajudou-nos a encontrar outra maneira de transformar este projecto numa coisa mais séria, com uma intenção própria. Tivemos uma óptima recepção [no evento na Casa Garden] e penso que as pessoas precisavam de ouvir Fado em Macau, o que é muito bom”, disse.

Parcerias em vista

No primeiro concerto como “Fado Oriente” o grupo apresentou “Desfado” da Ana Moura, um dos nomes contemporâneos mais sonantes. Mas pretende-se também apostar no fado mais clássico, de Amália Rodrigues, por exemplo, estabelecendo-se uma ponte com a música chinesa.

“Queremos incorporar a música local e temos mais projectos planeados para dar uma roupagem de fado a algumas músicas conhecidas em mandarim que as pessoas que são daqui, e que não falam português, conhecem. São músicas que falam de amor, mas também de saudade, de uma outra maneira, e é importante [tocá-las].”

Os membros do “Fado Oriente” querem também fazer parcerias com músicos locais que toquem instrumentos tradicionais chineses. “Gostaríamos de ser, efectivamente, uma banda de Fado que existe no Oriente e que representa o espírito multicultural de Macau, de interacção entre várias culturas.”

Além de incluir no repertório composições de outros músicos e fadistas, o grupo quer compor as suas próprias músicas. “Queremos fazer música original e vamos ver se corre bem. É bom que exista, além do nome, um espírito, e que este seja transmitido através das músicas originais que se criam. Estamos a trabalhar nisso.”

De pequenino…

Rita Portela começou a cantar fado em casa, nas festas de família, aos 12 anos, embora o jazz seja outra das suas paixões. “As pessoas conhecem-me mais a cantar esse género porque, quando comecei, foi com bandas de jazz e pop. Comecei no Grand Lapa e cantava com o François Girouard, que já deixou Macau, e fazíamos um pouco de tudo, incluído fado, mas era só com guitarra. Então as pessoas não sabiam que eu cantava fado, mas a verdade é que o faço desde que tenho 12 anos. Das primeiras cantoras que admirei foi, precisamente, a Amália Rodrigues. O fado foi um género musical que sempre cantei, mas o jazz é a minha outra paixão. Considero-me uma cantora que se interessa por todos os géneros musicais.”

Rita Portela, que vem de uma família de músicos amadores, espera poder levar o “Fado Oriente” para fora das pequenas fronteiras de Macau. “Quando montámos este projecto fizemo-lo porque havia o potencial de sair de Macau e dar concertos lá fora. Estamos com vontade de entrar nesse comboio e apostar numa coisa que possa vir a ser maior do que Macau, mas representando o território com um projecto que nasce aqui, com músicos internacionais, pessoas que vivem fora de Portugal há muito tempo, e que sentem essa saudade. Quisemos sempre chegar mais longe”, concluiu.

5 Abr 2023

MGM | Paul Anka vem a Macau dia 20 de Maio

Paul Anka, grande nome da música pop, fará a sua estreia em Macau no dia 20 de Maio com o concerto “Greatest Hits, His Way” no MGM Theater, no empreendimento MGM Cotai. Os bilhetes para o espectáculo começam a ser vendidos no próximo sábado, 8 de Abril.

O público de Macau poderá, assim, ouvir pela primeira vez ao vivo grandes êxitos do cantor e compositor como “Diana”, “Lonely Boy” e “My Way”. Paul Anka já escreveu mais de 500 canções e vendeu cerca de 100 milhões de álbuns em todo o mundo, preservando a distinção de ser o único artista na história com uma música nos tops da Billboard por sete décadas consecutivas. O preço base dos bilhetes para o concerto é de 880 patacas. A pré-venda está disponível desde ontem.

4 Abr 2023

Peças de Huang Benrei para ver até Junho na H853 Art Space

Pode ser visitada até 30 de Junho a nova exposição da galeria “H853 Art Space”, no Lisboeta Macau, intitulada “My Nini”, de Huang Benrei, e que foi inaugurada na última sexta-feira. Trata-se de uma série de 27 trabalhos pertencentes à colecção privada de Arnaldo Ho, “jovem empreendedor” e filho de Angela Leong, directora-executiva da Sociedade de Jogos de Macau Resorts.

Estas peças são feitas em torno de “Nini”, um coelho transformado em personagem artística. Por entre pinturas e esculturas, o público poderá ver diferentes características e estilos do coelho “Nini” em três zonas de exposição, intituladas “Hide&Seek”, “My Spring Garden” e “Nini’s Attitude”, sendo que cada uma delas pode transformar-se num espaço fotogénico e de interacção com o personagem principal destes trabalhos.

Nesta mostra, Huang Benrei explora os temas da interligação entre a vida humana e o vasto universo, bem como o facto de “a existência e todos os esforços dos seres humanos esbarrarem na inevitabilidade, com momentos de compatibilidade entre deuses e humanos a surgirem, por vezes, em obras de arte”.

“Nini” e positivismo

Citado por um comunicado emitido pela organização da mostra, Arnaldo Ho, disse que as peças de Huang Benrei, por si adquiridas, têm um efeito curativo, recordando-o da importância “de estar relaxado como ‘Nini’ quando enfrento dificuldades e desafios”. “Quando a arte me fascina não há certo ou errado, a obra de arte, por si só, não tem emoções específicas e todos podem ter o seu próprio entendimento e interpretação. A arte não é algo assim tão difícil de atingir e é até fácil de misturar com o nosso dia-a-dia”, disse.

Com “My Nini”, Arnaldo Ho espera ainda que o público possa “inspirar-se e enfrentar as dificuldades da vida com uma atitude positiva e relaxada”.

Christine Hong, vice-presidente da área de desenvolvimento do negócio de retalho do Lisboeta Macau, disse estar grata pela cedência da colecção particular de Arnaldo Ho, esperando que os visitantes possam “mergulhar numa atmosfera artística e apreciar a arte em conjunto, expressando as ideias nesta plataforma aberta”.

Huang Benrei é uma artista natural de Taiwan e que vive em Nova Iorque. Formada em artes pela National Taiwan Normal University, a artista prosseguiu estudos nos EUA, nomeadamente na área da ilustração, concluindo o seu mestrado na Escola de Artes Visuais, em Nova Iorque, em 1992. Huang Benrei trabalhou como ilustradora de livros infantis entre 1988 e 2008 até apostar mais na pintura e projectos em três dimensões baseados na personagem por si criada.

4 Abr 2023

Óbito | Músicos e realizadores lamentam morte de Ryuichi Sakamoto

Ryuichi Sakamoto faleceu na semana passada vítima de cancro. Autor da banda sonora do filme “O Último Imperador”, com a qual venceu um Óscar, Sakamoto fica para a história como um pioneiro que quebrou barreiras entre estilos musicais, sempre aberto ao experimentalismo e às colaborações com outros artistas

 

Músicos, compositores e realizadores de cinema prestaram ontem homenagem ao compositor japonês Ryuichi Sakamoto, que morreu na semana passada, vítima de cancro, aos 71 anos.

“Mestre, espero que a sua longa viagem seja pacífica”, escreveu nas redes sociais Suga, da ‘boysband’ sul-coreana BTS, horas depois de a agência do compositor, commmons, ter anunciado que Sakamoto morreu a 28 de Março.

Outras vozes do mundo da música juntaram-se às mensagens de pesar, como foi o caso de Yojiro Noda, da banda de rock japonesa RADWIMPS. “Tive a oportunidade de o ver duas vezes e ainda me lembro da sua forma amável de falar. Vou continuar a ouvir a sua música”, escreveu nas redes sociais.

“Estou em dívida para com Sakamoto de várias formas, tanto profissionalmente como em privado. ‘Senhor Iwai, continue a desempenhar um papel activo’, disse-me. Estas palavras calorosas acabaram por ser as últimas que me dirigiu. O seu impacto é imensurável”, notou o realizador japonês Shunji Iwai, autor de filmes como “Fireworks” (2017) e “Hana e Alice” (2004).

Cancro fatal

Já o parceiro de Sakamoto no trio Yellow Magic Orchestra (YMO) Haruomi Hosono também lamentou a morte do pianista ao publicar uma fotografia cinzenta no Instagram. O mesmo gesto de Sakamoto a 11 de Janeiro quando o terceiro membro da YMO Yukihiro Takahashi sucumbiu a um cancro.

No final da década de 70, os YMO começaram a sua jornada de exploração dos meandros das sonoridades da música electrónica, desbravando caminhos anteriormente trilhados por bandas como Kraftwerk, Suicide e seguindo as pisadas de aventureiros musicais como John Cage.

A carreira de Sakamoto sempre este longe de ser uma linha recta, prova disso é o álbum “Casa”, gravado em 2001 com o violoncelista brasileiro Jacques Morelenbaum, onde são interpretadas, essencialmente, músicas de Tom Jobim.

Sakamoto, que tinha recuperado há uns anos de um cancro na garganta, confirmou no início de 2021 que sofria de cancro colorrectal. A evolução da doença limitou as aparições públicas, concertos e entrevistas do músico nipónico nos últimos anos.

Premiado com um Óscar pela banda sonora do filme “O Último Imperador”, de Bernardo Bertolucci, Sakamoto foi um dos compositores japoneses mais internacionais das últimas décadas, com uma obra que abrangeu várias etapas, desde o sucesso da YMO até à composição de bandas sonoras. Na composição para cinema destaque ainda para o filme “Merry Christmas Mr. Lawrence” (1983), no qual também interpretou o papel de um comandante de um campo prisional japonês durante a Guerra do Pacífico e onde contracenou com David Bowie.

O último concerto de Ryuichi Sakamoto realizou-se a 11 de Dezembro, em formato ‘online’. No ano passado foi lançado um disco de tributo a Sakamoto, intitulado “To The Moon and Back”. “12”, lançado em Janeiro deste ano, foi o último álbum de estúdio de Sakamoto, que nunca deixou de trabalhar apesar da doença.

4 Abr 2023

Lei Básica | Exposição de fotografia no Centro de Ciência até 2 de Junho

Decorre até 2 de Junho, no Centro de Ciência, a exposição comemorativa do 30.º Aniversário da Promulgação da Lei Básica, uma iniciativa organizada pela Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça, Instituto para os Assuntos Municipais, Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude e ainda a Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau.

Na mostra inaugurada hoje podem ser vistas mais de 350 fotografias que registam as mudanças significativas ocorridas em Macau nos últimos 180 anos, incluindo fotografias históricas que testemunham momentos importantes, tais como as Negociações Sino-Portuguesas, a Assinatura da Declaração Conjunta, em 1987, e ainda a promulgação e a implementação da Lei Básica, a 31 de Março de 1993.

Serão ainda organizadas visitas guiadas com docentes e alunos de várias escolas primárias e secundárias, “com vista a aprofundar o conhecimento dos jovens sobre a Lei Básica e aumentar o sentido de identidade nacional”, aponta um comunicado divulgado ontem pela organização do evento.

Além desta exposição, serão lançadas, em meados deste mês, exposições itinerantes em zonas comunitárias de Macau, Taipa e Coloane para sensibilizar para divulgação da Lei Básica. Aos domingos a Associação dos Advogados de Macau irá destacar pessoal para prestar serviços de consulta jurídica aos residentes que estejam presentes nas exposições itinerantes.

3 Abr 2023

FRC | He Jianguo expõe peças de cerâmica em “Phoenix Rising”

A Fundação Rui Cunha acolhe a partir de amanhã a exposição “Phoenix Rising”, uma mostra de cerâmica que reúne trabalhos do mestre He Jianguo. Vão estar patentes, até 15 de Abril, 45 peças concebidas através de uma técnica ancestral com mais de 3000 anos de existência

 

Chai Kiln é uma técnica ancestral de produção de cerâmica em que é usado um forno de lenha para fazer louça fina de barro. O método artesanal, um dos mais antigos de que há registo na China, é o tema central da nova exposição da Fundação Rui Cunha (FRC), intitulada “Phoenix Rising”, composta por obras do mestre He Jianguo.

A mostra estará patente ao público entre amanhã e o dia 15 de Abril. A iniciativa organiza-se em parceria com a Associação de Pesquisa para a Arte Contemporânea [Contemporary Art Research Association] e o Grupo de Media SkyScape Times.

Esta é a primeira exposição especial de cerâmica de Chai Kiln organizada em Macau, cabendo as honras de estreia ao mestre He Jianguo, residente em Macau, mas nascido em 1969 na província de Jiangsu. Também conhecido como Heizi ou Sunspot, o artista começou por interessar-se por cerâmica através da descoberta das suas origens e evolução desta arte, até culminar na escrita da primeira monografia sobre o tema no contexto de toda a China.

A cerâmica Chai Kiln é considerada como um advento que marca o início da civilização humana. Após a descoberta de que alguma argila pode ser endurecida através da queima, o homem começou a amassar esta matéria-prima e a criar peças e utensílios, despedindo-se assim das formas primitivas de vida.

Um comunicado da FRC descreve que “na longa história do desenvolvimento humano, a cozedura de cerâmica com madeira passou a ser a forma por excelência de se obter utensílios diários”. Desde então, os “métodos de cozedura foram sendo melhorados e refinados, desde a queima inicial a céu aberto à cozedura em fossa, o forno de casca fina até ao forno de furo vertical, desde o forno de furo horizontal até ao forno dragão, com progressos contínuos ao longo do tempo”, refere o memorando que acompanha a mostra.

Da China ao Japão

Nos dias de hoje, o termo Chai Kiln refere-se ao forno de lenha com pura conotação artística, tradicional e moderna. “É um trabalho de vidrado natural cinzento, colocado directamente sobre as chamas, deixando o fogo abraçá-lo, deixando a cinza da madeira borrifar livremente a obra e, finalmente, reagindo com os minerais da argila sob alta temperatura e ganhando forma nesta atmosfera escaldante”, pode ler-se ainda.

É um trabalho com características rústicas, com origem na China, mas adoptado e muito popularizado no Japão, que pode ser apreciado pela beleza de cada peça imperfeita e única.

Este tipo de porcelana foi produzido na China durante cinco dinastias até à dinastia Zhou, tendo sido muito utilizada pelas várias famílias imperiais.

3 Abr 2023

Óbito | Ryuichi Sakamoto morreu aos 71 anos

A notícia da morte do compositor japonês Ryuichi Sakamoto deixou ontem o mundo das artes em estado de choque. O incontornável compositor morreu aos 71, vítima de cancro, no passado dia 28 de Março, noticiou ontem a agência noticiosa AFP, citando um comunicado emitido pela agência artística que representava o japonês.

Segundo a AFP, Sakamoto foi sepultado numa cerimónia em que esteve presente apenas a família, tal como o próprio tinha pedido. Em 2014, Ryuichi Sakamoto foi diagnosticado com cancro na garganta, cujo tratamento foi concluído com sucesso.

Porém, no ano passado, o compositor voltou a ser assolado pela doença. Entre as muitas distinções que recebeu ao longo da carreira, Sakamoto foi o primeiro compositor japonês a receber um Oscar com a banda sonora do filme de 1987 “O Último Imperador”.

3 Abr 2023

Amagao | Galeria de arte celebra um ano de existência com exposição

É hoje inaugurada a mostra “Year ONE”, que celebra o primeiro ano de vida da galeria de arte Amagao. Situada no Grand Lapa, o projecto teve um “ano difícil” devido à pandemia e ainda sofre com a progressiva normalização do turismo, mas quer ser um polo cultural do território, oferecendo exposições e outras actividades

 

Tem hoje início a exposição que marca o primeiro aniversário da galeria Amagao, intitulada “Year ONE”. Até ao dia 21 de Maio, será possível ver na entrada principal do Artyzen Grand Lapa obras de diversos artistas como é o caso de Alexandre Marreiros, Alice Ieong, Aquino da Silva, Ben Ieong Man Pan, Carlos Marreiros, Denis Murrell, Heidi Ng, Hera Ieong, João Palla e Konstantin Bessmertny, entre outros.

Segundo um comunicado, os promotores do projecto descrevem que o primeiro ano de existência da galeria “foi difícil”, servindo esta mostra para revelar o trabalho de artistas locais, “um símbolo adequado da promessa que fizemos aqui há um ano: servir as artes e a comunidade local”. “À medida que as novas circunstâncias se consolidam, reafirmamos nosso compromisso de reforçar e desenvolver a galeria como um ponto focal para intercâmbios artísticos, sociais e educacionais”, lê-se ainda.

Ao HM, José Isaac Duarte, co-fundador do projecto, disse que o “ano difícil” se deveu à pandemia e à falta de turistas. Nesta fase, o “desafio de manter uma galeria de arte aberta em Macau é participar na criação de algo que, no território, é ainda relativamente incipiente, que é um mercado de arte”.

“O que estamos a tentar fazer é contribuir para o desenvolvimento desse mercado e que seja algo bom para a comunidade, os artistas e a própria galeria. O problema principal nos tempos que correm está relacionado com o facto de a situação do turismo não estar ainda normalizada e, por isso, uma galeria como a nossa, situada num hotel [sofre com esse impacto], pois procuramos atrair visitantes de entre a massa turística que nos visita”, frisou.

Para o futuro, José Isaac Duarte conta que a Amagao pretende continuar a “organizar exposições regulares e temáticas, consoante o nosso universo de referência, que é o mundo lusófono, e complementar isso com a nossa âncora que é Macau e a comunidade de Macau”. “Vamos continuar com um projecto que envolve a ligação com duas ou três exposições maiores durante o ano, mas queremos desenvolver actividades na galeria que a tornem num centro de intercâmbio e conversa sobre cultura”, acrescentou.

Primeiros passos

Há um ano, José Isaac Duarte, dizia, precisamente, que o foco da Amagao era o mundo lusófono. “Macau continua a ser uma janela e uma porta aberta para o mundo, em particular para o mundo lusófono. Além disso, o mundo lusófono tem uma diversidade e uma grandeza suficiente no plano artístico para podermos estar confiantes que, durante muitos anos, teremos a oportunidade de mostrar aqui essa cor, a que nós chamamos lusofonia. No fundo, a Galeria Amagao vai ser o resultado dessas cores todas, que caracterizam os artistas e as artes no espaço da língua portuguesa.”

A Amagao é gerida pela Galeria 57, e teve como exposição inaugural “Cor Lusofonia”, uma mostra que trouxe a Macau um inédito da artista Raquel Gralheiro. “Lusografia” foi o projecto que se seguiu, uma exposição integrada no cartaz oficial das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.

O conhecido artista e designer gráfico Victor Marreiros é outro dos membros da Amagao desde o primeiro dia. “Para mim é um percurso normal, depois de estar a trabalhar em Macau como designer e artista durante 40 anos, a promover tudo o que são actividades culturais e artísticas. Acho que esta é uma equipa furiosa, no bom sentido, em termos de trabalho. Eu trabalho por e para o prazer e sempre gostei de trabalhar com esta equipa.

Já estou reformado, mas não sou preguiçoso, e queria dedicar mais tempo à arte. É um projecto bonito e vem na sequência de tudo o que tenho vindo a fazer”, disse, citado pelo HM.

30 Mar 2023

HK | Concerto marca aniversário da morte do actor Leslie Cheung

Decorre amanhã, às 20h15, no Coliseu de Hong Kong, o concerto “Miss You Much Leslie” que recorda o aniversário da morte do actor e cantor Leslie Cheung, falecido a 1 de Abril de 2003. Associando-se a esta efeméride, a Macau Pass criou duas edições de uma medalha comemorativa com o rosto do actor de Hong Kong, disponível em dois formatos na plataforma mCoin desde o dia 22 de Fevereiro.

Citada por um comunicado, Florence Chan, CEO da “Fun Entertainment Limited”, que promove o concerto, explicou que o espectáculo baseia-se na música “Spring, Summer, Autumn and Winter”, de Leslie Cheung, que simboliza “o seu percurso de vida e as quatro fases da sua carreira nas artes performativas”.

Nascido em Hong Kong em 1956, Leslie Cheung é considerado o fundador do género musical cantopop, sendo também um dos nomes mais presentes na filmografia do realizador Wong Kar-wai. A sua carreira, com cerca de 40 álbuns e 56 filmes, atraiu uma grande legião de fãs e tornou-o num ícone da cultura pop de Hong Kong, tendo a sua morte chocado o território vizinho.

Com 46 anos, Leslie Cheung foi encontrado morto na Connaught Road depois de ter caído do 24.º andar do hotel Mandarin Oriental. Leslie Cheung deixou uma nota no quarto de hotel a dizer que sofria de depressão.

30 Mar 2023

Wang Shu, prémio Pritzker chinês, dá palestra dia 13 de Abril

O Instituto Cultural (IC) convidou Wang Shu, arquitecto chinês vencedor do prémio Pritzker em 2012, para dar uma palestra no próximo dia 13 de Abril. Intitulada “Quando a Arquitectura Encontra a Natureza – A Estética da Arquitectura Chinesa”, a conversa terá ligar no grande auditório do Centro Cultural de Macau, estando marcada para as 19h30. Esta iniciativa insere-se no “Mês da Promoção Cultural”, sendo que as inscrições se encontram abertas desde o dia 25.

Natural do interior da China, Wang Shu é actualmente director e professor da Faculdade de Arquitectura da Academia de Artes da China. O arquitecto vem adoptando, desde há vários anos, um estilo arquitectónico caracterizado por um “regresso à natureza”, um conceito-chave que lhe permite articular tradição e inovação na perfeição, que leva em conta as necessidades funcionais que os novos edifícios devem suportar estabelecendo, ao mesmo tempo, um equilíbrio entre a preservação da paisagem natural e a cultura tradicional.

Wang Shu possui um profundo conhecimento da cultura tradicional chinesa. A sua estética nasce do encanto da pintura paisagística da dinastia Song e do seu interesse pelos jardins das dinastias Ming e Qing, permitindo às suas obras estarem repletas de inspiração da cultura tradicional.

O Museu de Ningbo, o Polo Universitário de Xiangshan da Academia de Artes da China, o projecto de requalificação da Aldeia Wen, na Zona de Fuyang, em Hangzhou (China) e o Museu de Arquivos Nacionais de Publicações e Cultura de Hangzhou, entre outros, são todos exemplos da prática da sua filosofia de “construção natural”.

Obras e prémios

Wang Shu é também director e professor da Faculdade de Arquitectura da Academia de Artes da China e professor catedrático da Cadeira Kenzo Tange, da Faculdade de Pós-Graduação em Design, da Universidade de Harvard, bem como professor no Massachusetts Institute of Technology e no University College of London.

Fundou o Studio Amateur Architecture com a sua esposa, Lu Wenyu, visando a investigação e a prática da reconstrução da arquitectura contemporânea chinesa e dando início a uma série de projectos de construção com resíduos reciclados. Juntos, receberam a Medalha de Ouro Tau Sigma Delta, da Aliança Norte-Americana de Educação em Arquitectura, em 2019.

As obras de Wang Shu foram premiadas com o “Prémio Global de Arquitetura Sustentável” e o “Prémio Schelling de Arquitectura”, entre outros, tendo sido exibidas em vários museus e centros de arquitectura em todo o mundo, incluindo o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, o Museu Nacional da Alemanha e a Bienal de Veneza.

A palestra “Quando a Arquitectura Encontra a Natureza – A Estética da Arquitectura Chinesa” será proferida em mandarim, com tradução simultânea em português, sendo adequada para maiores de 15 anos, aponta o IC.

30 Mar 2023

Lei Básica | Celebrações prolongam-se até Novembro

Com o intuito de promover o patriotismo e celebrar o 30.º aniversário da Lei Básica vão decorrer inúmeras actividades no território de Março a Novembro

 

Entre os meses de Março e Novembro, o Governo vai realizar várias actividades para celebrar a promulgação da Lei Básica, com iniciativas, como palestras, workshops, exposições e até espaços para as crianças “aprenderem de forma correcta o princípio um país, dois sistemas”. De acordo com Lou Soi Cheng, director substituto da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), o programa vai ter um custo de 3 milhões de patacas.

O plano das actividades foi apresentado ontem, numa conferência de imprensa, organizada em conjunto pelo Governo e a Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau.

Amanhã, as celebrações arrancam com um Seminário Comemorativo do 30.º Aniversário da Promulgação da Lei Básica, que está agendado para as 14h30, no Salão de reuniões do Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Ao longo dos seminários, os interessados podem assistir a palestras com três temas: “O Novo Cenário da Prática de Um País, Dois Sistemas”, “A Boa Governação de Macau, Promover a Construção da Grande Baía e da Zona de Cooperação Aprofundada entre a Ilha da Montanha e Macau”, e ainda “Vamos Todos Promover a Melhor Integração de Macau na Conjuntura de Desenvolvimento de Macau”.

Estas sessões vão contar com oradores convidados do Interior, cujos nomes não foram apresentados na conferência de lançamento das actividades.

Exposição do Centro de Ciência

A partir de 2 de Abril, tem lugar a exposição sobre os 30 anos da promulgação da Lei Básica, que vai decorrer no Centro de Ciência de Macau.

Com o evento a decorrer até 2 de Junho, recorre-se a elementos multimédia para exibir fotografias sobre o processo de elaboração da Lei Básica, divido em três partes que têm como títulos “Retrospectiva”, “Navegador” e “Brilho”. Segundo os organizadores, o objectivo passa por “rever os importantes pontos históricos, tais como o contexto da elaboração, a promulgação e a implementação da Lei Básica de Macau”.

No dia 23 de Abril, e até 17 de Junho, começa a exposição itinerante que tem como intenção levar a “Lei Básica à comunidade”. Entre 23 e 29 de Abril, a exposição vai estar no Largo do Senado; entre 30 de Abril e 6 de Maio no Jardim Cidade das Flores; entre 7 e 13 de Maio no Jardim do Mercado do Iao Hon; entre 14 e 24 de Maio no Jardim de Camões; entre 21 e 27 de Maio na Zona de Lazer do Edifício Lok Yeung Fa Yuen; 28 de Maio a 3 de Junho na Zona de Lazer da Rotunda de Carlos da Maia. Finalmente, entre 4 e 10 de Junho, o encerramento dá-se no Jardim de Eduardo Marques, em Coloane.

Com a exposição itinerante, a Associação dos Advogados de Macau, com a colaboração dos seus membros, vai também “prestar serviços de consulta jurídica gratuita aos residentes” nos diferentes locais, naquela que é encarada como uma forma de “promover a Lei Básica”.

Para os mais novos

Em relação às actividades feitas a pensar nas crianças, no dia 7 de Maio vai ser realizado o “Dia de Convívio Sobre a Promoção da Lei Básica para Pais e Filhos ‘Eu e a Lei Básica’” na Zona Verde e de Lazer Provisória de Hác-Sá. Este evento vai ser organizado “na forma de um bazar de grande dimensão”, com jogos, tendas, representações cénicas e “outras actividades com diversão”.

Na categoria de família, entre Abril e Junho vai também decorrer o evento “Crescimento Acompanhado de Direito – Actividades para Pais e Filhos das Famílias Jovens” em que se espera que “a partir de obras de arte criativas à mão” se atraiam as famílias, para “fortalecer os seus conhecimentos sobre a Constituição e a Lei Básica”.

Finalmente, em Novembro, realiza-se o “Dia da Divulgação na Galeria Comemorativa da Lei Básica de Macau”, na Galeria Comemorativa da Lei Básica, que pretende “aprofundar os conhecimentos sobre a Constituição e a Lei Básica de Macau”, através de jogos de caça ao tesouro, workshops de artesanato, transmissões de vídeo, espectáculos entre “outras actividades que misturem educação com entretenimento”.

Concursos patriotas

Para os mais novos, vão ainda ser realizados concursos de partilha das experiências sobre a Lei Básica. O primeiro evento para os alunos decorre entre Abril e Junho, com as fases de eliminação a acontecerem no Auditório da Escola-Luso-China Técnico Profissional. As finais vão acontecer no Auditório da Escola de São Paulo. A competição vai distinguir os indivíduos que melhor apresentarem “o grande significado” da Lei Básica e da Constituição, e conta pela primeira vez com estudantes universitários.

Em Setembro, volta a realizar-se um novo concurso, virado especificamente para as escolas. O “Concurso de Projecto de Divulgação da Constituição e da Lei Básica nas Escolas” vai incentivar as escolas a “aprofundar de forma correcta o princípio um país dois sistemas”, explicou Wong Ka Ki, subdirector dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “Os nossos serviços vão fazer uma palestra para aprofundar o patriotismo. Vamos dispor de uma semana para aprofundar o patriotismo, que conta com a adesão de 46 escolas e 6.600 pessoas”, apontou.

Cursos de Formação

Aos eventos anunciados ontem, junta-se um curso de formação sobre a Lei Básica que está a ser realizado pela Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau.

Segundo Ho Sio Kam, vice-presidente da associação, vão ser realizadas três edições, sendo que a primeira já foi iniciada, em Março. As restantes vão decorrer em Junho e Setembro, com onze aulas e a participação de “especialistas e académicos”.

De acordo com Ho Sio Kam, os cursos estão a mostrar-se “muito populares entre os cidadãos”, mas a responsável não indicou o número de participantes. Apesar disso, Ho considerou que a Lei Básica tem sido muito importante para o território e que até “um amigo que veio do Canadá” elogiou os efeitos para o desenvolvimento económico do diploma promulgado em 1993.

Apesar de não contarem com representantes na conferência de imprensa, a iniciativa também tem a participação da Associação dos Advogados de Macau, Teledifusão de Macau e do Jornal Ou Mun.

30 Mar 2023

Exposição | Torre de Macau acolhe “Curiouser and Curiouser”

Intitula-se “Curiouser and Couriouser” e é a mais recente exposição disponível para visita no átrio da Torre de Macau. Com curadoria de Mel Cheong, a mostra, inaugurada no passado dia 25, é organizada pela Associação Rota das Artes [Route Arts Association” e o Centro de Convenções e Exposições da Torre de Macau, contando com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura.

“Curiouser & Curiouser” é a terceira edição de um projecto com curadoria de Mel Cheong que tem vindo a ser desenvolvido em parceria com diversas associações de arte locais, baseando-se na ideia de dar “algo ao público como um presente, a fim de levá-lo a explorar e a desfrutar” do que vê. Tendo como pano de fundo o imaginário de “Alice no País das Maravilhas”, a ideia é reunir o público no espaço da exposição e levá-lo a um mundo muito específico, e a conhecer de perto o trabalho de diversos artistas de Macau.

Cria-se, assim, uma “interligação única” entre a instalação e a performance artísticas, criando-se uma energia desta colaboração entre artistas “que pode ser vivenciada através das roupas, música e actuações de mímica interactivas”, implementando-se uma “exploração imersiva em conjugação da instalação das obras de arte”.

Nada Chan, presidente da “Route Arts Association”, afirmou que, quando foi criada, a associação pretendia promover a arte da mímica, apresentando “temas de interesse na actualidade através de múltiplas plataformas artísticas, aumentando o interesse das pessoas na representação da cultura e das artes”. Assim, esta mostra dá aos artistas e ao público em si “uma grande oportunidade de realizarem os seus sonhos”. A mostra pode ser visitada até ao dia 26 de Abril.

29 Mar 2023

Exposição | Trabalho de Lu Pingyuan revelado na galeria Humarish Club

Até ao dia 13 de Abril será possível visitar, na galeria Humarish Club, no hotel Lisboeta Macau, a primeira exposição individual do artista chinês Lu Pingyuan. “Untitled (Artist)” revela as histórias contadas em diversos formatos artísticos do artista nascido em Zhejiang em 1984

 

Pela primeira vez na sua carreira o artista chinês Lu Pingyuan mostra o seu trabalho em Macau. “Untitled (Artist)” é o nome da exposição que desde o dia 17 de Março está patente na galeria Humarish Club, localizada no espaço H853 Fun Factory do hotel Lisboeta Macau, e que poderá ser vista até ao dia 13 de Abril.

Nesta mostra, apresentada em parceria com a galeria MadeIn, de Xangai, onde reside o artista, podem ver-se várias obras incluídas nas séries “Look! I’m Picasso” e “Nature Noir”. Na primeira série, denota-se uma forte inspiração no trabalho do conhecido pintor espanhol Pablo Picasso, um dos nomes mais sonantes da pintura do século XX e grande representante do Cubismo como movimento artístico.

Na hora de criar, Lu Pingyuan dedica-se a criar histórias em cada peça, cheias de personagens por si inventadas, que derivam das suas inspirações “que subtilmente respondem a narrativas pessoais que se interligam com a história da arte”, aponta um comunicado. O artista apresenta também uma visão muito própria do movimento surrealista que faz com que o público reflicta sobre “a história da arte ou a origem da experiência”. O público poderá ver trabalhos que vão da pintura à escultura, entre outros formatos artísticos.

O pincel mágico

Nascido em 1984 na província de Zhejiang, o artista chinês já expôs em vários lugares. Destaque para a sua mais recente exposição em nome próprio, “One Night at a Gallery”, feita no ano passado, e “HOME ALONe”, apresentada em Xangai em 2017. Além disso, o nome Lu Pingyuan esteve também presente em diversas mostras colectivas.

O trabalho deste artista chinês relaciona-se com a história por detrás do filme chinês de animação em stop-motion “The Magic Brush” [O Pincel Mágico], cuja primeira versão foi feita em Xangai em 1954, com o nome “Ma Liang e o seu pincel mágico”. A produção deste filme esteve a cargo do Estúdio de Cinema de Animação de Xangai.

Se nesta história o pincel mágico é responsável por tudo o que aparece na vida de Ma Liang, no trabalho de Lu Pingyuan imagina-se a vida de Ma Liang na idade adulta, mas a fase final do que acontece pertence sempre à imaginação do público que vê as suas obras.

29 Mar 2023

Luis Miguel Cintra fez um “Pequeno Livro Arquivo” retrospectivo de carreira e de vida

O encenador Luis Miguel Cintra escreveu “Pequeno Livro Arquivo”, uma retrospectiva de 50 anos de carreira, que também é balanço de vida e testemunho de sentimento do fim prematuro, face à ‘subvida’ que afirma estar a viver.

A obra, “Pequeno Livro Arquivo – pensamento, palavras, actos e omissões”, sempre ligada ao Teatro da Cornucópia, que fundou, vai ser apresentada no Teatro Carlos Alberto, no Porto, na próxima quarta-feira, dia 29, por José Tolentino de Mendonça, amigo que empurrou Luis Miguel Cintra a escrever, e que também o ajudou a encontrar uma editora.

“É um balanço, de facto, da vida, e o sentimento de que a vida terminou prematuramente, porque agora é uma ‘subvida’ aquela que estou a viver”, disse o ator e encenador, em entrevista à agência Lusa, expondo as limitações da doença degenerativa de que padece.

“Pequeno Livro Arquivo”, composto de “pensamento, palavras, actos e omissões”, remonta a 2014 quando Luis Miguel Cintra pensou: “Cheguei a velho”.

“Apeteceu-me fazer o balanço do que estava para trás”, recorda agora à Lusa. “Fui rever os textos de representação de cada uma das peças e percebi que ia havendo um fio condutor que ia passando de espetáculo para espetáculo, e que fazia uma história do Teatro [da Cornucópia], com os textos [dos diferentes] dramaturgos, através das várias épocas”.

Teatro de texto

Depois, “tudo seguido, é um retrato meu, uma espécie de autorretrato permanente […], consequência da dramaturgia de cada espectáculo, do meu estado de espírito”. Em cada um, “dizia mais um bocadinho, ou dizia a mesma coisa de outra maneira e por aí adiante”, algo que “ia passando de peça em peça”.

“Já que não posso oferecer-me de outra maneira, ofereço uma revisão da Cornucópia que pode ajudar algumas das pessoas que voltem a interessar-se por fazer teatro de texto”, sublinha o actor sobre “Pequeno Livro Arquivo”.

O livro inclui 60 textos sobre outras tantas peças de outros tantos autores, todos levados a cena na Cornucópia, que só em finais de 1975 encontrou uma ‘casa’, com a sede no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa.

O Misantropo ou o atrabiliário apaixonado”, de Molière, com que a companhia cofundada com Jorge Silva Melo se estreou, em 13 de Outubro de 1973, no antigo Teatro Laura Alves, “O terror e a miséria no III Reich”, de Bertolt Brecht, a primeira montagem após o 25 de Abril, “O labirinto de Creta”, de António José da Silva, “Ricardo III”, de Shakespeare, que o actor protagonizou em 1985, “A sonata dos espectros”, de August Strindberg, “Auto da Feira”, de Gil Vicente”, “Até que, como o quê quase”, de Samuel Beckett, são etapas desse “Pequeno Livro Arquivo”, dividido em nove capítulos, entre o tempo durante e após a Cornucópia, até ao “ponto final”, com dedicatória aos “queridos amigos”.

Ali se cruzam autores como Federico García Lorca, Luigi Pirandello, Heiner Müller, Joe Orton e Raul Brandão, Edward Bond e Almeida Garrett, Pierre Caron de Beaumarchais e Pier Paolo Pasolini, Jacob Lenz, Arthur Honegger, Anton Tchékhov e Friedrich Schiller, Paul Claudel, Arthur Schnitzler, Jean Genet, Reiner Werner Fassbinder e Lope de Vega.

29 Mar 2023

Exposição do Madame Tussaud desde ontem no Museu do Grande Prémio

Estátuas de cera dos grandes protagonistas das corridas do Grande Prémio de Macau (GPM), mas também do automobilismo mundial, podem desde ontem ser visitadas no Museu do Grande Prémio, numa parceria com o Museu Madame Tussaud de Hong Kong, conhecido por apresentar ao público representações em cera das grandes personalidades mundiais nas mais diversas áreas.

A inauguração da mostra em Macau, que decorreu ontem, contou com a presença dos pilotos Michael Rutter e Robert “Rob” Huff, vencedores de provas nas várias edições do GPM.

Das oito estátuas de cera, cinco foram produzidas especialmente para esta colaboração com o Museu de Cera da Madame Tussauds, nomeadamente as de John MacDonald, Ron Haslam, Michael Rutter, Robert Huff e Edoardo Mortara, sendo que as restantes estátuas, de ícones como Ayrton Senna, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, foram reformuladas.

Estas estátuas “mostram a postura imponente dos pilotos nos seus fatos de corrida”, sendo que as expressões do rosto e os gestos baseiam-se em fotografias tiradas aos pilotos durante diversas competições, incluindo quando correram ou na altura em que receberam os prémios em Macau. As estátuas dos pilotos Ron Haslam, Michael Rutter, Robert Huff e Edoardo Mortara foram produzidas próximo da sua altura real, tendo os equipamentos de corrida sido doados pelos próprios pilotos. O fato de John MacDonald foi feito com base em fotografias da sua passagem por Macau. As oito estátuas de cera dos pilotos estarão expostas ao lado dos seus veículos de corrida quando competiram em Macau, destacando o perfil de cada piloto e proporcionando aos visitantes uma experiência mais marcante.

Grandes vencedores

Todos os oito pilotos são reconhecidos internacionalmente e participaram no GPM, sendo que a maioria conquistou vários prémios no Circuito da Guia. John MacDonald fez a sua estreia no GPM em 1964, terminando em sexto lugar.

Em 1965, MacDonald obteve a primeira das suas seis vitórias num Lotus 18 FJ no Circuito da Guia de Macau no 12º Grande Prémio de Macau. MacDonald mantém-se como o único piloto vitorioso das três corridas principais do Circuito da Guia, com quatro vitórias no GPM (1965, 1972, 1973, 1975), uma vitória no GPM de Macau em 1969 e uma vitória na primeira edição da “Corrida de 200 Milhas” em 1972 (conhecida actualmente como Corrida da Guia Macau).

No caso de Ron Haslam, conhecido como “o foguete”, passou por Macau, pela primeira vez, em 1981, quando venceu o GPM de Motos na 15.ª edição da competição, ao volante de uma Honda RS1123. Em 1982 e 1983, Haslam obteve a sua segunda e terceira vitória em Macau, fazendo dele o segundo piloto a vencer três anos consecutivos. Entre 1985 e 1987, Haslam continuou a vencer a competição, resultando numa brilhante conquista de seis troféus em seis participações.

Ayrton Senna, piloto brasileiro falecido precocemente num acidente, venceu o 30.º GPM em 1983, ano da realização do primeiro GPM de Fórmula 3. Na sua primeira e única visita a Macau, Ayrton Senna venceu as duas mangas, muito disputadas, triunfando na corrida inaugural do GPM de Fórmula 3 e o seu recorde de volta mais rápida manteve-se durante sete anos.

Já Michal Rutter, conhecido como o “Rei das Duas Rodas de Macau”, estreou-se no Circuito da Guia em 1994, tendo conquistado o seu primeiro pódio em Macau em 1996. A sua primeira vitória foi em 1998, no 32.º Grande Prémio de Motos de Macau, e a segunda vitória em 2000. Rutter continuou o seu caminho vitorioso, obtendo quatro vitórias consecutivas entre 2002 e 2005, igualando o recorde de seis vitórias detido pelo piloto Ron Haslam. Em 2011 e 2012, continuou a vencer e em 2019 obteve o recorde histórico de nove vitórias. A exposição está patente até ao dia 2 de Abril.

27 Mar 2023

Arte | Museu do Palácio de Pequim terá centro em Macau

O famoso e reputado Museu do Palácio, sediado na Cidade Proibida, em Pequim, vai ter um centro em Macau. A notícia é avançada pelo diário China Daily, que escreve que o projecto pode estar concluído no prazo de dois a três anos. O centro deverá focar-se na protecção do património e na produção de produtos criativos

 

Macau terá, dentro de dois ou três anos, um centro que será a representação do Museu do Palácio, situado na Cidade Proibida, em Pequim. Segundo o jornal China Daily, este centro terá duas “principais funções”, nomeadamente a protecção do património cultural de Macau e a produção de peças culturais relacionadas com o museu que serão vendidas ao público. Dong Dan, directora do departamento de intercâmbio internacional do Museu do Palácio, disse que o objectivo é que “o centro de Macau seja diferente da nossa representação em Hong Kong, que exibe, na maioria, peças emprestadas de Pequim”.

Uma vez que Macau e Hong Kong são dois territórios muito próximos, Dong Dan entende que os turistas poderão visitar as peças na região vizinha e depois complementar a sua visita e experiência em Macau. A responsável acrescentou que a presença do Museu do Palácio em Macau visa divulgar mais a cultura chinesa.

O Museu do Palácio de Hong Kong já teve mais de 900 mil visitantes desde que abriu em Julho do ano passado, tendo expostas 900 peças emprestadas do museu em Pequim, nomeadamente trabalhos de caligrafia, cerâmica e artefactos culturais relacionados com as famílias dos imperadores chineses que outrora viveram na Cidade Proibida, símbolo do poder imperial e um dos locais históricos mais conhecidos em todo o mundo.

Ligação de longa data

Dong Dan lembrou à mesma publicação que “Macau é um destino turístico popular”, esperando que “os turistas de todo o mundo que visitam [o território] levem para casa os nossos produtos e aprendam mais sobre a cultura chinesa”. Estes dados foram avançados numa conferência de imprensa que aconteceu na sexta-feira.

A implementação deste centro na RAEM não constitui uma novidade em termos de cooperação com o Museu do Palácio, uma vez que o território já acolheu 31 exposições com peças e trabalhos cedidos pelo Museu do Palácio desde 1991.

A última mostra revelou as tradições imperiais da Dinastia Qing, que governou o país entre 1644 e 1911, intitulando-se “Auspicious Beginning: Spring Festival Traditions in the Forbidden City” [Um Começo Auspicioso: As Tradições do Festival da Primavera na Cidade Proibida].

Outro exemplo de uma exposição organizada em parceria com o Museu de Arte de Macau, em 2021, foi “Quintessência da Porcelana dos Fornos Imperiais da Dinastia Ming da Colecção do Museu do Palácio”, onde se apresentou uma selecção de 120 peças representativas dos fornos imperiais produzidas nos períodos de regência dos imperadores Hongwu a Wanli (1368–1620) da Dinastia Ming, todas provenientes da colecção do Museu do Palácio.

Escavações no estrangeiro

Além das duas regiões administrativas especiais, o Museu do Palácio tem procurado expandir a cultura chinesa para outros países, tendo estado envolvido, desde 2014, em projectos arqueológicos em países como a Índia, Quénia, Emirados Árabes Unidos, Uzbequistão e Quirguistão.

Este ano, o museu planeia avançar com uma cooperação de cinco anos com a Universidade de Durham, no Reino Unido, a fim de participar numa escavação arqueológica que irá decorrer na costa sudeste do Golfo Pérsico.

Estão também em andamento negociações com o Departamento de Arqueologia da Universidade de Teerão, no Irão, tendo Wang Xudong, director do Museu do Palácio, explicado na mesma conferência que todos estes projectos se baseiam nas relações de mútua amizade.

“A cooperação na área da arqueologia é um sinal de amizade entre nações. Podemos enriquecer a nossa cultura aprendendo a partir dos outros, e iremos estar envolvidos em mais programas estrangeiros no futuro”, frisou.

27 Mar 2023

Hong Kong | Exposição de Joan Miró patente no HKMoA até 28 de Junho

O Hong Kong Museum of Art apresenta a exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life”, patente ao público até 28 de Junho. A mostra de um dos mais importantes artistas surrealistas reúne 94 obras, entre pintura, escultura, desenho, trabalhos com têxteis, litografias, entre outros

 

Com o fim das restrições impostas por três anos de combate à pandemia, regressaram os grandes eventos culturais a Hong Kong. Exemplo cimeiro desse retorno fulgurante é a exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life” que está em exibição no Hong Kong Museum of Art (HKMoA) até ao dia 28 de Junho.

As obras podem ser visitadas na “Special Gallery”, no segundo piso do HKMoA, localizado no nº10 da Salisbury Road, em Tsim Sha Tsui, Kowloon.

A mostra que conta com o patrocínio do The Hong Kong Jockey Club apresenta um vasto leque de obras, numa colecção eclética de um dos mais reputados artistas modernos do século passado, ao lado de vultos artísticos como Pablo Picasso e Salvador Dalí.

O Departamento de Serviços Culturais e Lazer (LCSD na sigla em inglês), do Governo de Hong Kong, destaca o “estilo artístico singular de Miró, que consegue transformar objectos do quotidiano, como fios ou folhas secas, em extraordinárias obras de arte”.

O departamento do Executivo de John Lee aponta ainda o inconfundível uso de coloridas formas geométricas aliadas a linhas simples que criam trabalhos apelativos até para crianças.

O Governo da região vizinha refere que o objectivo da exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life” é revelar a forma como a imaginação de Miró estabeleceu uma ponte entre a arte e a vida.

A mostra que foi inaugurada no passado dia 2 de Março, reúne 94 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, trabalhos de têxteis, pósteres, litografias e outras formas de expressão artísticas oriundas do acervo da Fundació Joan Miró.

Visão local

Além da quase uma centena de obras do mestre catalão, o HKMoA lançou um convite a artistas locais para criarem novos trabalhos que prestem um tributo às obras-primas de Miró, complementando a exposição com uma perspectiva de Hong Kong.

O Governo da RAEHK destaca a obra do artista GayBird que, inspirado no simbolismo poético de Miró, criou uma série de instalações multimédia que procuram explorar som e imagem, transformando-os em símbolos.

Partindo da busca do mestre catalão por métodos revolucionários de uso de diferentes materiais enquanto veículos de expressão artística, a artista Leelee Chan apresenta uma escultura abstracta construído com “materiais pouco convencionais”, salienta o LCSD.

A mostra conta também com um cenário de “realidade aumentada” inspirado no imaginário visual de Miró.
Além disso, o HKMoA seleccionou e colocou em exposição obras de Zao Wou-ki, Wu Guanzhong, Luis Chan e Ha Bik-chuen da sua própria colecção na mesma galeria “para destacar as semelhanças e diferenças entre artistas chineses e ocidentais na compreensão da arte abstracta, criando um diálogo único entre o Oriente e o Ocidente”.

Serão também fornecidas legendas e orientações adicionais para crianças em idade escolar para tornar a arte mais acessível a visitantes de diferentes origens e idades. Os visitantes poderão também criar a sua própria arte através de instalações multimédia concebidas como um parque infantil, permitindo-lhes experimentar o processo criativo de Miró. Os bilhetes para a exposição custam entre 30 e 15 dólares de Hong Kong.

27 Mar 2023