Filipa Araújo Eventos MancheteI had a dream | Exposição positivamente vandalizada [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] exposição do publicitário Henrique Silva, mais conhecido por Bibito, de fotomontagens de figuras públicas da história do mundo, tais como o Presidente da República Cavaco Silva, o ditador Hitler, ou Mao Tsé Tung, foi “positivamente” vandalizada. Não é um erro. A reacção dos vândalos é vista pelo próprio artista como algo positivo, apesar do mesmo assumir que nunca pensou que alguém tivesse a coragem de reagir. Partindo do princípio que a mostra é “um trabalho que se baseia na provocação”, a exposição “I had a Dream – Eu tive um sonho mau” brinca, por um lado, com a expressão de Luther King “I have a dream” em contraponto com os sonhos destas pessoas que o artista representa ou interpreta. “Elas também tiveram um sonho, uma visão, só que era mau”, explica. “Estou contente que alguém se tenha insurgido e vandalizado a galeria, não que queira fazer o incitamento a tais actos, mas gostei de ver que alguém actuou contra algo que o revoltava. Seja estupidez e ignorância – como muita gente o acusou no meu Facebook – ou seja porque for, actuou. Para um país tão orgulhoso dos seus brandos costumes, achei o máximo”, argumentou o artista. O objectivo da exposição era claro: agarrar em imagens e estereótipos que representam o lado menos bom de cada um de nós e “de algum modo recontextualizar de uma forma humorística e ligeira”. A intenção do publicitário era a de criar uma reacção, seja ela qual fosse, nas pessoas. Para Bibito é preciso que a sociedade consiga libertar-se do tabu e de um passado de peso. É preciso viver “melhor com o passado, sem ressentimentos, sem ressabiamentos”. Viver agarrado a esse lado negro, diz, traz sempre complexos e outras coisas como a intolerância ou vinganças. Erros de avaliação Os vidros da galeria Passevite, na freguesia de Arroios, encheram-se de rabiscos em cor laranja com insultos, mas nada que preocupe os proprietários do espaço. “Isto foi um acto isolado, acreditamos que tenha sido feito entre as cinco ou seis horas da madrugada. Quem o fez só olhou para a montra, não percebeu que a imagem do Hitler tinha a cara do Bibito, que foi manipulada. Foi alguém que não veio com certeza conhecer a exposição na sua íntegra. Passou, olhou, viu o Hitler achou que seria uma espécie de culto ao chefe e fez isto”, contou ao HM, Rui Lourenço, um dos quatro sócios da Passevite. Exposta desde o início do mês, I had a dream termina já no próximo fim-de-semana e foi recebida de forma muito positiva por quem a visitou. “Do ponto de vista das pessoas que iam passando a reacção nunca foi negativa, antes pelo contrário, as pessoas olhavam, espreitavam e riam-se, isto pelo seu carácter provocatório e o humor característico do Bibito”, acrescentou. Questionado sobre a possibilidade de expor em Macau, e criar novas figuras deste mundo oriental, Bibito não fecha a porta. “Não sei. Talvez se houvesse um convite. No entanto, por um lado, e estando grande parte do trabalho baseado na minha realidade, acho que o impacto que tem no nosso ‘ocidente’ seria completamente diferente do que teria em Macau, por outro, não sei até que ponto me sentiria confortável para ironizar líderes ou personagens locais, não que não seja permitido, mas as reacções seriam diferentes”, explica. Ainda assim é algo a pensar “na altura e conforme o contexto”.
Andreia Sofia Silva Eventos ManchetePlácido Domingo este sábado no Centro Cultural “A ópera é a nossa vida” Esteve para vir a Macau em 1999, mas tinha a agenda cheia. Sábado o território volta a traçar o destino daquele que é considerado “um dos três tenores”. Plácido Domingo anseia conhecer o Teatro D.Pedro V, falou do crescimento da ópera na China e não deixou de comentar a recente crise na bolsa de Xangai [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]lácido Domingo chega com roupas de cores cinzentas, que contrastam com a sua pose descontraída, e canta um pouco enquanto os jornalistas tiram a fotografia da praxe. Perguntam quantos falam português, mas diz que o Fado não vai, desta vez, fazer parte do repertório. Fala daquilo que faz há anos como se fosse a primeira vez que pisasse um palco. Já pisou muitos, desta vez vai pisar o palco do Centro Cultural de Macau (CCM), ao lado das cantoras Virgínia Tola e Micaela Oeste. Considerado um dos “três tenores”, juntamente com José Carreras e o falecido Luciano Pavarotti, Plácido Domingo promete trazer ao público de Macau um espectáculo que todos possam ouvir e admirar. “Certamente que a ópera é a nossa vida, e em todos os sítios onde vou adoro fazer o concerto e temos um programa muito interessante, porque é feito para todos os que vierem assistir. É muito importante para nós que o público esteja contente”, disse. “Para um artista a coisa mais importante é estar em boa forma. Depois de cantar por tantos e tantos anos, ainda acho excitante e desafiante cantar num lugar pela primeira vez. Penso que o público tem o direito de descobrir isso. A coisa mais importante de facto é estar em boa forma e sentir essa ligação. O CCM tem apenas capacidade para mil lugares, o concerto que demos em Tóquio foi para cerca de cinco mil, e já actuámos para dez, doze mil pessoas…mas em todos eles queremos que o público sinta a música e tu tentas dar tudo o que podes. Estamos em boa forma e cantamos tudo o que temos na alma, porque cantamos com a alma”, disse ontem, num encontro com a imprensa. Plácido Domingo esteve quase para estar em Macau em 1999, mas a agenda apertada trocou-lhe as voltas. “Tenho de dizer que é muito especial estar em Macau. Fui convidado para vir a Macau na transferência do território para a China, e não pude vir porque na altura não estava disponível. Há muitas ocasiões especiais e essa era uma delas, para o público daqui, um dia tão especial. Mas hoje estamos aqui, é um grande prazer. Esta cidade é fenomenal, as luzes…tenho a dizer que isto é muito mais do que Las Vegas, e eu estive a cantar durante três semanas em Las Vegas.” A ópera na China Ao lado dele, Virgínia Tola e Micaela Oeste mostram-se orgulhosas de cantar com aquele que consideram o mestre da ópera. São bem mais novas do que ele, mas Plácido Domingo diz estar numa fase em que gosta de ensinar a sua arte aos mais jovens. “Quando comecei a cantar, muito jovem, as sopranos podiam ser minhas avós. Depois comecei a cantar com cantoras como Monserrat Caballet, depois com cantoras que poderiam ser minhas irmãs, depois cantei com as minhas irmãs mais jovens, e agora canto com as minhas filhas, e às vezes com as minhas netas. É óptimo para mim cantar com pessoas mais jovens, porque se conseguir transmitir algo de geração em geração, será bom.” Plácido Domingo já cantou na China há muitos anos, mas só agora o país se abre para este género musical. “Quando a ópera de Xangai foi construída eu cantei lá, em Pequim, num teatro extraordinário, fizeram 52 produções, 42 óperas internacionais, como Wagner, Puccini. Dez óperas foram compostas em chinês. Então esse trabalho é um fenómeno extraordinário. Não interessa a língua. Lembro-me que há 27 anos quando me estreei na China, estava a cantar um programa completo em música espanhola. O público estava tão entusiasmado que cada vez que eu cantava eles começavam a aplaudir. Era a primeira vez que estavam a ouvir aquilo, e estavam fascinados”, recordou o tenor. “Nos últimos anos tem sido extraordinária a quantidade de cantores chineses que têm surgido e que estão em teatros internacionais em todo o mundo. Sem dúvida que há um talento extraordinário”, acrescentou. Mas nem só de música se fez esta conversa. Ao falar da imensidão da China, Plácido Domingo lembrou a recente crise na bolsa de valores de Xangai, mas defende que tudo vai acabar por ficar bem. “A China é um país enorme e bem sucedido em termos económicos, apesar de nas últimas duas semanas ter tido alguns problemas, mas isso acontece em todo o lado. O mundo estava um pouco preocupado, mas penso que já não estão. Tudo indica que as coisas vão ficar bem.” De Macau Plácido Domingo fala apenas do brilho dos casinos e deposita esperanças no desenvolvimento da ópera local. Para ele, o Teatro D.Pedro V passará obrigatoriamente pela agenda.
Hoje Macau Breves EventosBroadway organiza festa “Back to School” e premeia mascarados [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Broadway vai organizar uma festa dedicada aos tempos antigos, sob o mote “Back to School”. O certame realiza-se às 21h30 do próximo sábado, no novo complexo de entretenimento do Galaxy. De acordo com a organização, será oferecido um prémio de 1000 patacas aos mascarados com conjuntos mais originais e, claro, terão que estar relacionados com jovens estudantes. A actuar estarão DJ locais, com direito a um desfile no local, concertos ao vivo e entrega de prémios. A festa prolonga-se até às 00h00. “Esta festa de rua divertida e fashion promete trazer o espírito do começo das aulas de forma fresca”, disse. A decisão dos melhores fatos vai ter como base a criatividade, o tema, a atenção ao detalhe e o estilo geral. Os primeiros 500 a chegar terão, assegura a organização, um set de festa gratuito, sem esquecer uma selecção de bebidas especiais entre as 18h00 e as 20h00.
Hoje Macau Breves EventosMCD homenageia Gian Luca Loddo com dança e teatro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Centro de Design de Macau apresenta Loddo, um espectáculo de dança, teatro e música desenvolvido por artistas estrangeiros em regime voluntário, maioritariamente integrados no House of Dancing Water, no City Of Dreams (COD). O evento tem lugar às 21h00 de 2 de Setembro e serve para homenagear Gian Luca Loddo, artista do espectáculo do COD que faleceu. “Um grupo de artistas talentosos junta-se para celebrar a sua vida da melhor forma que conhecem: dando um espectáculo intimista e de alta qualidade solidário”, descreve a organização. O evento tem entrada gratuita, mas também uma componente de recolha de donativos aos Samaritanos, entidade não governamental que fornece apoio emocional aos mais necessitados.
Hoje Macau Breves EventosYogaloft | António Conceição Júnior é novo instrutor [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ntónio Conceição Júnior vai ser o novo instrutor de Defesa Pessoal do espaço Yoga Loft, fundado por Rita Gonçalves. “Aprender a cair, conhecer as zonas fortes e frágeis do corpo, e explorar os movimentos básicos dos braços, bacia, pernas e pés são algumas das técnicas que vão ser adquiridas pelos participantes”, explica a organização em comunicado. A reabertura do espaço de aulas vai ser apresentada já este domingo e conta com a presença dos novos professores, incluindo Fátima Hung, instrutora de Pilates formada em motricidade humana. Ao Yoga Loft traz aulas de Pilates com Roller. “Excelente para melhorar a postura e estrutura muscular das costas, nestas aulas os participantes deitam-se sobre um rolo de espuma e põem à prova a coordenação e força num equilíbrio desafiante”, esclarece a organização. O dia aberto tem início às 15h00 e inclui a projecção do documentário Kumare, às 18h00.
Hoje Macau Breves EventosNew Art Wave Expo este fim-de-semana no Venetian [dropcap style=’circle’]I[/dropcap]naugura amanhã no Venetian a primeira New Art Wave Expo, a qual decorre até domingo, 30 de Agosto. O evento não só traz uma centena de artistas de 44 institutos de 14 países diferentes, como também vão decorrer cinco seminários. Na feira vão estar presentes trabalhos “com diferentes estilos, géneros e técnicas”. Ung Vai Meng, presidente do Instituto Cultural, vai estar presente na cerimónia de inauguração.
Leonor Sá Machado EventosMacau celebra 66º aniversário da RPC com acrobacias de Dalian [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] 66º aniversário do estabelecimento da República Popular da China vai ser celebrado com um espectáculo que reinterpreta a peça “O Quebra-Nozes”, da autoria do Clube Acrobático de Dalian, uma cidade do continente. O grupo tem já o seu valor reconhecido mundialmente, tendo já executado mais de 500 sessões desde 2008. O colectivo foi formado em 1951 e tem actuado numa série de locais, ocupando o palco do Fórum Macau nos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro. No espaço cabem 3000 pessoas em cada uma das sessões, custando os bilhetes 200 patacas. No entanto, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, que aponta sábado para a abertura da bilheteira, tem entradas a 50 patacas para portadores de deficiências e seniores. “O Quebra-Nozes” ficou mundial conhecido com a peça de ballet do russo Tchaikovsky. Entre adaptações teatrais, cinematográficas e musicais, o grupo de Dalian, que conta com seis centenas de artistas, vem dar a conhecer uma nova reinterpretação da história. Contudo, o próprio Tchaikovsky readaptou a sua peça do conto original de Ernst Hoffman, “O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos”, escrita no século XVIII. Desta feita, é entre saltos, cambalhotas e outros malabarismos que os membros da companhia trazem a Macau a história de uma menina que quer, como presente de Natal, um quebra-nozes com aparência humana e vestido de soldado. As aventuras são infinitas nesta peça e quem já conhece o trabalho de Tchaikovsky poderá esperar uma banda sonora de excelência ao nível da música clássica e do suspense. Arte em movimento Numa entrevista à Rádio Internacional da China, a responsável pelo colectivo, Xu Juan refere que os shows de acrobacia têm tido uma grande expansão recentemente, devido à falta de espectáculos ao vivo. “Diversos espectadores não assistiam pessoalmente shows de acrobacia há muitos anos, vendo apenas apresentações pela TV. Estas pessoas não sabiam bem a tendência de desenvolvimento desta arte”, começou por dizer. “Os programas actuais de acrobacia são bem diferentes dos programas tradicionais, com formas de apresentação mais modernas e elaboradas”, continuou. Já Deng Baojin, vice-presidente da Associação de Acrobatas da China referiu que esta é uma arte que precisa de ser divulgada. “Agora, a acrobacia chinesa já reconheceu a importância da publicidade, mas ainda não investiu muito na área. Eles costumam fazer a divulgação após o espectáculo, ao passo que os grupos estrangeiros são divulgados logo na montagem do show”, justificou Deng. A diferença entre dar um espectáculo antes de o divulgar e de fazer a publicidade é, esclarece, ter, ou não, casa cheia.
Andreia Sofia Silva Eventos“Rich Life” comemora os 12 anos da Creative Macau Mais de 20 arquitectos, pintores ou designers juntaram os seus trabalhos para a exposição que este fim-de-semana comemora os 12 anos de existência do espaço Creative Macau. “Rich Life” mostra as várias expressões em que Macau se tornou, com riqueza, mas também com sufoco [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á pouco mais de uma década os turistas eram poucos e as ruas não se preenchiam de rostos com sacos de compras. Há 12 anos, os casinos eram menos e toda a economia era diferente. O crescimento exponencial que Macau tem vindo a registar nos últimos anos é o mote da exposição “Rich Life”, que inaugura amanhã na Creative Macau. “Temos participantes de diferentes áreas, alguns são arquitectos, pintores e designers. Pensámos na situação actual de Macau, com vidas faustosas, em que a qualidade de vida melhorou para as pessoas locais e para aqueles que chegam com o objectivo de trabalhar e melhorar a própria vida, e com muita gente à volta dos casinos. Queremos entrar no ponto de vista de quem é residente, que são estes membros (da Creative Macau), para que mostrem o que pensam sobre o assunto”, explicou Lúcia Lemos, coordenadora da Creative Macau, ao HM. No total serão 23 os participantes que irão revelar a sua visão de um território em constante crescimento. “Há algumas propostas figurativas, com pinturas, escultura, instalação. Há representações com o amarelo e o ouro, outros representam o estrangulamento da cidade, das pessoas. Há outros que mostram o ambiente dos casinos e das mudanças a nível urbanístico”, explicou Lúcia Lemos. Um dos participantes é o arquitecto Adalberto Tenreiro, que parte da Colina da Penha para estabelecer um ponto de comparação com o património de Itália. Ao HM, o arquitecto disse tentar reproduzir as diferentes noções de preservação do património através de desenhos que já foram publicados num jornal. “Tratam-se de desenhos feitos em Itália, para comparar o património dito de Itália e que é visitado por muitos turistas da Europa e o de Macau, que começou a ser mais visitado nos finais do século XX, e que tem muitas expressões. Itália já está habituada a estas expressões e já toma conta do património desde o século XVIII.” Lúcia Lemos, ela própria fotógrafa, decidiu não participar na exposição que celebra o aniversário da entidade que coordena desde 2003. “Ainda fiz um trabalho, mas não atingiu a qualidade que queria e achei que não devia participar. Não queria participar por participar.” Duas velocidades Mais do que mostrar aquilo em que Macau se tornou, a “Rich Life” simboliza também o crescimento de uma entidade fortemente ligada às indústrias culturais e criativas. Tal como Macau, a Creative Macau tem crescido, mas não tão rápido. “A cidade cresce a grande velocidade, mas nós não. Tentamos sempre desenvolver-nos de forma suave, porque não há outra maneira. Não há capacidade financeira ou disponibilidade, e as pessoas também têm pouco tempo para criar. Queremos passar a imagem que estamos aqui para promover os locais e que somos um vínculo dessa comunicação. E tem corrido tudo bem”, explicou Lúcia Lemos. Em doze anos, foram muitas as tentativas de fazer diferente e inovar. Como tal, a coordenadora fala do concurso de vídeo criado em 2010, o “Sound and Image Challenge Festival”. “Também nos desafiamos a nós próprios e queremos sempre fazer coisas novas, para atrair mais pessoas. Temos de ter uma certa dinâmica se não fica tudo muito aborrecido. Quando estabilizamos, depois de um determinado projecto, queremos outro e às vezes mudamos de direcção”, rematou Lúcia Lemos. A cerimónia de abertura da mostra terá lugar esta sexta-feira, pelas 18;00 horas na Creative Macau e contará com a actuação ao vivo da banda Concrete Lotus.
Joana Freitas Breves EventosTeatro | Realizador local cria revivalismo de Woody Allen [dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Riverside Drive” é uma obra teatral do aclamado escritor e realizador cinematográfico, Woody Allen, que vai ser recriada pelo realizador local Kai Leong. Esta passagem da sétima arte para o teatro vai ser apresentada entre os dias 25 e 27 de Setembro, no Teatro Black Box do edifício do Antigo Tribunal. Os espectáculos têm lugar às 20h00 de cada dia, com uma actuação extra às 15h00 de domingo. “Ser sábio porque se é vulgar e ser amargo devido ao humor” é o slogan desta comédia teatral, que conta a história de um dramaturgo que queria acabar a relação que mantinha com a sua amante Barbara. Os dois sentam-se então à beira-rio, onde encontra um doente mental chamado Fred. Os três dão então início a um debate sobre loucura, racionalidade, amor e casamento. O trio de actores reside em Macau, com o licenciado em Comunicação da Universidade de Macau (UM), Perry Fok, o realizador de peças infantis, Nip Neng Fong, e a protagonista dos filmes locais, ‘City Maze’ e ‘Fig’, Eliz Lao. Nip produziu a peça “My Little Prince” com a Escola Pui Ching e Fok realizou e protagonizou uma série de curtas-metragens em Macau. A peça é inteiramente falada em cantonês.
Hoje Macau Breves EventosBilhetes para a Orquestra Chinesa de Macau à venda [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s bilhetes para a temporada de concertos da Orquestra Chinesa de Macau (OCHM) 2015-2016 já estão disponíveis na Bilheteira Online de Macau. “A rota da sede – Macau e Chang’an” acontece às 20h00 de 11 de Setembro no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau, abrindo assim as hostes da presente temporada do certame. É o maestro Pang Ka Pang quem vai coordenar a OCHM numa produção musical conjunto com a Orquestra Chinesa de Shaanxi, “apresentando as obras A Rota da Seda, Paixão por Qin Chuan, Dança ao Luar, Sombras Dançantes ao Luar, Festival, Quatro Quadros de Costumes de Yunnan e Música orquestral chinesa Qinquiang, entre outros”, refere a organização. Sob a égide do Instituto Cultural (IC) também se assinala o 110º aniversário de Xian Xinghai, sem esquecer o 120º de Lu Tianhua. “Esta edição conta ainda com a participação dos famosos directores de arte, proporcionando concertos de friccionados, dedilhados, de sopro e percussão”, acrescenta o IC. Há ainda direito a descontos de 50% e 40% para diferentes situações, nomeadamente na compra de oito ou mais bilhetes. A OCHM foi fundada pelo IC em 1987 e é constituída por 34 músicos, tendo feito a sua primeira incursão a Portugal em 1988. Desde então têm vindo a aperfeiçoar o repertório e a qualidade do colectivo e das interpretações, dando especial atenção a artistas chineses com influência no mundo da música clássica.
Hoje Macau Breves EventosExposição | Takara Leong apresenta “início do caminho” na DSEJ [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] “Início do caminho” é o que a jovem local Takara Leong quer mostrar com a sua mais recente exposição no Pavilhão da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude para o efeito. A mostra tem lugar entre 4 e 13 do próximo mês e integra peças de escultura e pintura da recém-licenciada na Escola Superior de Artes do Instituto Politécnico de Macau (IPM). As obras fazem uso de aguarelas, tintas de óleo instalações e desenho digital, de forma a recriar a estrutura criativa da artista. Takara espera com esta mostra conseguir aproximar-se mais dos visitantes.
Leonor Sá Machado EventosFotografia | Artista paquistanês em galeria de Hong Kong [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] artista de fotografia paquistanês Mo Shah expõe uma série dos seus mais recentes trabalhos na galeria Fabrik de Hong Kong. “Test Pattern” é inaugurada hoje e fecha portas a 21 de Setembro, com oportunidade para conhecer o artista às 18h30 desta tarde. Actualmente a viver na RAE vizinha, tem desenvolvido obras com conceitos alicerçados na adoração, na fé, em fragmentos da cultura pop e simbolismo obscuro. De acordo com a organização, esta trata-se de uma exposição de “composições que consolidam um sem número de interesses do artista nas narrativas que exploram a procura desesperada pela beleza”. Vida errática Mo Shah nasceu na cidade da Karachi, no Paquistão, mas cedo começou a sua jornada interior e artística, tendo estado na Coreia do Norte, no Bangladesh e vivido em Nova Iorque, Bruxelas, Londres e Hong Kong. O fotógrafo e artista visual licenciou-se na Universidade de Nova Iorque e foi nessa cidade que começou a fazer as suas experiências na área. “O extenso arquivo de viagens de Shah está bastante presente na sua arte, que explora a relação entre indivíduos e instituições enquanto representações da sociedade”, esclarece a organização. Há, ainda, uma clara adoração pelo mundo do cinema nos trabalho do paquistanês, com várias homenagens à sétima arte a tomarem forma junto de locais icónicos. “No seu trabalho prevalecem o fascínio pelo cinema, história, existencialismo, surrealismo, iconografia e o oculto”, frisa. Técnicas televisivas “Transmission Eternal” foi a primeira exposição a solo do artista e teve lugar em 2013 na sua terra-natal, na cidade de Lahore. Foi no mesmo ano que venceu o Prémio de Escolha dos Críticos na Exposição Nacional de Arte Fotográfica. Mais recentemente, Shah esteve presente para integrar a Exposição de Arte Contemporânea da Ásia, incluindo na edição deste ano. Três das suas produções podem ainda ser apreciadas no Museu de Arte Contemporânea de Seul, na Coreia do Sul. O museu adquiriu recentemente estas três peças para a sua exposição permanente. A mostra que estreia amanhã deve o seu nome a uma técnica utilizada nos primórdios da televisão para testar a qualidade do sinal de transmissão, graficamente conhecido como uma série de risco paralelos de diferentes cores primárias. “A minha mais recente colecção de trabalhos vai buscar esta relíquia à história e transmite um mundo de possibilidades e realidades infinitas”, explica o próprio autor.
Filipa Araújo EventosBollywood e homenagem a Michael Jackson num só palco [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ão 75 os artistas que vão envergar o maior espectáculo subordinado ao tema: “Bollywood”. O momento vai acontecer já no próximo dia 20 de Setembro, no palco do teatro Brito Clementina Ho, no terceiro andar do Centro Comercial Jardim da Cidade. A organização é da assinatura de Victor Kumar, o responsável pelo centro de dança VStudio, academia de dança profundamente ligada às modalidades de relaxamento, yoga e, por sua vez, à cultura indiana. Apaixonado pela dança e honrando as suas raízes, o dançarino e coreógrafo mistura o que melhor sabe fazer com o que mais gosta de fazer: dançar. No total, os 75 artistas, segundo conta o coreógrafo, são provenientes de Macau, Hong Kong e da Índia, vão apresentar mais de 150 indumentárias tradicionais das cultura de Bollywood num espectáculo que promete ser memorável. O responsável, indica que é através deste tipo de dança que serão demonstrados elementos clássicos e espirituais, em que, diz, os espectadores poderão sentir o esforço dos próprios dançarinos durante os 90 minutos do espectáculo. Outras danças Mas não é só de Bollywood que se fala. O espectáculo será ainda marcado com actuações de outros tipos de dança. “Hip Hop, dança chinesa, dança clássica indiana, kathak, bharatnatyam e bhangra”, conta, são outros dos géneros de dança que serão apresentados. Não fique espantado se a meio do espectáculo algo lhe soar ao Michael Jackson. Homenageando aquele que é a sua fonte de inspiração, Victor Kumar irá conduzir uma dança dedicada ao artista considerado o rei da música pop. “Foi quem inspirou a minha vida profissional de dança ao longo deste tempo”, sublinha o dançarino. Luzes, cores e brilho é o que o director artístico pretende trazer com a iniciativa “A viagem aos sonhos de Bollywood” no terceiro andar do Centro Comercial Jardim da Cidade. Com início marcado para as 19horas, os lugares são limitados, por isso os interessados devem entrar em contacto com a organização através do número de telemóvel: 63932002.
Andreia Sofia Silva EventosDocumentário “Nuclear Empire” exibido no Canadá e EUA O documentário produzido por Patrícia Neves e Carolina Rodrigues sobre o desastre nuclear de Fukushima vai ser exibido no Montreal World Film Festival de 4 a 7 de Setembro, com paragem em Nova Iorque. O trabalho já foi distinguido com dois prémios em Jakarta e Ohio [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] película que conta as histórias das vítimas de um dos desastres nucleares mais graves dos últimos tempos não pára de correr mundo. O documentário “Nuclear Empire”, com argumento de Patrícia Neves e realização de Carolina Rodrigues, vai ser exibido de 4 a 7 de Setembro no Montreal World Film Festival, no Canadá, no Cinema Quartier Latin. Mais tarde, a 16 de Outubro, o documentário irá ser exibido no NYC Independent Film Festival, em Nova Iorque, Estados Unidos. O documentário vai continuar por terras norte-americanas, onde será exibido já no próximo dia 30 de Agosto em Hudson, Ohio, depois de ter ganho o primeiro prémio na categoria de documentário estrangeiro. Em Jakarta, Indonésia, “Nuclear Empire” venceu o prémio de mérito nos World Filme Awards. No terreno “Nuclear Empire” é resultado do trabalho jornalístico que Patrícia Neves fez na cidade japonesa aquando do acidente. As histórias de vida de quem sobreviveu e viu a catástrofe resultaram não só neste documentário mas também num livro, “Império Nuclear – A era pós-Fukushima”. Ambos os projectos tiveram lançamento em Macau e Portugal e contaram com o apoio da Fundação Macau. O projecto de Patrícia Neves e Carolina Rodrigues mostra imagens recolhidas junto à central nuclear de Fukushima Daiichi, onde a explosão acabou por deixar tudo destruído à sua passagem, tal como aconteceu em Chernobyl, Ucrânia, em 1986. O primeiro desastre nuclear do século XXI ocorreu em Março de 2011 e aconteceu depois do sismo e tsunami que abalaram o Japão e causaram milhares de vítimas. O HM tentou chegar à fala com Patrícia Neves para obter um comentário sobre os prémios obtidos, mas até ao fecho desta edição não foi possível contactar a autora.
Leonor Sá Machado EventosExposição | Pakeong inaugura ‘Blademark’ no Albergue Fortes Pakeong apresenta mais uma exposição a solo, desta vez inspirada na banda da qual é vocalista, os Blademark. É no Albergue que estreia, já esta quarta-feira [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico, desenhador e pintor local, Fortes Pakeong apresenta uma exposição de pintura na próxima quarta-feira, no Albergue SCM. As peças da mostra são inspiradas nos Blademark, banda de rock da qual Pakeong é vocalista. O artista tem agora 37 anos e, além de trabalhar a tempo inteiro como artista, faz digressões com a sua banda de tempos a tempos, sem nunca esquecer o local onde nasceu: Macau. Além disso, participou já em várias exposições mundiais, incluindo “Alquimia do Desejo” e “Lub Dub”, que teve peças no território e em Pequim. Esta, em especial, é uma exposição que não vai só beber à musicalidade dos Blademark, mas também serve como dedicatória à banda, onde mais de metade dos trabalhos foram criados para cada uma das músicas do colectivo local. Os Blademark ganharam vida em 2005 e a sua notoriedade tem vindo a crescer exponencialmente, tanto dentro como fora do território, com visibilidade em Hong Kong, Taiwan e no continente. Foi também em 2005 que o residente local trabalhou no Museu de Arte de Macau no departamento de Restauro de Antiguidades. Além disso, tirou Design na Escola de Arte do Instituto Politécnico de Macau. A par da sua arte pintada e musical, Pakeong trabalho como designer gráfico em regime de freelance. Longa história A mostra está patente a partir da próxima quarta-feira até 12 de Setembro e tem entrada livre. O currículo de Fortes Pakeong é extenso e conta com mais de 13 exposições a solo e outras 51 colectivas por vários cantos do mundo, incluindo Macau, Hong Kong, China e Austrália. Uma das mais recentes mostras do artista teve como foco a Coca-cola, conhecida marca de refrigerante mundial. Foi no novo espaço do Galaxy, a Broadway, que Pakeong expôs, juntamente com outros artistas locais, as suas pinturas em grandes reproduções de garrafas daquela bebida. As esculturas mediam mais do que 1,5 metros e pretendiam não só promover o aniversário da marca, mas também o talento de pessoal local. Pakeong utilizou as cores preto e vermelho para decorar a sua garrafa, tonalidades que representam a Coca-cola, mas que também são usualmente empregues pelo autor nas suas obras do dia-a-dia.
Flora Fong EventosFilme de acção rodado em Macau por realizador de Hong Kong [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se “Macau Holidays”. O nome dá uma ideia romântica, e a produtora do filme, Esther Lim – também directora da Companhia de Promoção Cannan – explica ao HM que é mais do que uma simples ideia romantizada. “Os filmes realizados em Macau são únicos”, diz, e por isso, espera poder apresentar uma conceito novo, “uma nova ideia aos espectadores de Macau”. “O filme conta a história de três colegas de uma escola em Macau que não se viam há muito tempo. Dois desses mudaram-se para Hong Kong e quando voltam a visitar o território encontram o antigo colega. Este está às portas do casamento com a protagonista. Entretanto, numa festa num casino, o dono do espaço quis vingar-se do noivo, levando a uma disputa e a um salvamento”, contou a produtora, levantando um pouco o véu da trama. A ideia de gravar o filme começou há três anos, depois de Esther Lim ter ganho a possibilidade de produzir a história. Com uma equipa de realização e o realizador de Hong Kong, Kevin Chu Ga Wang, Esther Lim pretende colocar a produção do filme em acção. Em busca de parceiros O orçamento está previsto em cinco milhões de patacas e Esther Lim, também vice-presidente da Associação Criativa e Cultural Star Rise, revelou que ainda não tem essa quantia. Sem saber se irá concorrer a um plano de pedido de apoio financeiro do Governo, Esther pretende encontrar mais parceiros para realizar o filme. A produtora do filme espera poder gravar várias cenas em Macau, conseguindo promover de forma paralela o património cultural e histórico, que muitas vezes são esquecidos. Os papéis principais do filme devem ser assumidos por pessoas locais, tendo sido convidada a representante de Macau na competição da beleza internacional de 2013, Adela Sou. A modelo aceitou e explicou, ao HM, que já participou na realização de vários filmes locais e espera desenvolver-se mais como actriz. Um dos representantes da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, Carlos Koo, a dar os primeiro passos como actor em Hong Kong, vai também assumir um dos papéis principais desta produção.
Leonor Sá Machado EventosExposição | Pakeong inaugura ‘Blademark’ no Albergue Fortes Pakeong apresenta mais uma exposição a solo, desta vez inspirada na banda da qual é vocalista, os Blademark. É no Albergue que estreia, já esta quarta-feira [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico, desenhador e pintor local, Fortes Pakeong apresenta uma exposição de pintura na próxima quarta-feira, no Albergue SCM. As peças da mostra são inspiradas nos Blademark, banda de rock da qual Pakeong é vocalista. O artista tem agora 37 anos e, além de trabalhar a tempo inteiro como artista, faz digressões com a sua banda de tempos a tempos, sem nunca esquecer o local onde nasceu: Macau. Além disso, participou já em várias exposições mundiais, incluindo “Alquimia do Desejo” e “Lub Dub”, que teve peças no território e em Pequim. Esta, em especial, é uma exposição que não vai só beber à musicalidade dos Blademark, mas também serve como dedicatória à banda, onde mais de metade dos trabalhos foram criados para cada uma das músicas do colectivo local. Os Blademark ganharam vida em 2005 e a sua notoriedade tem vindo a crescer exponencialmente, tanto dentro como fora do território, com visibilidade em Hong Kong, Taiwan e no continente. Foi também em 2005 que o residente local trabalhou no Museu de Arte de Macau no departamento de Restauro de Antiguidades. Além disso, tirou Design na Escola de Arte do Instituto Politécnico de Macau. A par da sua arte pintada e musical, Pakeong trabalho como designer gráfico em regime de freelance. Longa história A mostra está patente a partir da próxima quarta-feira até 12 de Setembro e tem entrada livre. O currículo de Fortes Pakeong é extenso e conta com mais de 13 exposições a solo e outras 51 colectivas por vários cantos do mundo, incluindo Macau, Hong Kong, China e Austrália. Uma das mais recentes mostras do artista teve como foco a Coca-cola, conhecida marca de refrigerante mundial. Foi no novo espaço do Galaxy, a Broadway, que Pakeong expôs, juntamente com outros artistas locais, as suas pinturas em grandes reproduções de garrafas daquela bebida. As esculturas mediam mais do que 1,5 metros e pretendiam não só promover o aniversário da marca, mas também o talento de pessoal local. Pakeong utilizou as cores preto e vermelho para decorar a sua garrafa, tonalidades que representam a Coca-cola, mas que também são usualmente empregues pelo autor nas suas obras do dia-a-dia.
Hoje Macau EventosBruno Saavedra expõe fotografias em Portugal O brasileiro, ex-residente em Macau, apresenta pela primeira vez em Portugal uma mostra do seu trabalho com a máquina fotográfica. “Flavors” chega à zona de Almeirim em Setembro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] fotógrafo luso-brasileiro Bruno Saavedra, ex-residente de Macau, expõe pela primeira vez em Portugal, em Setembro, apresentando fotografias de corpos envolvidos em ingredientes culinários. A mostra, constituída por 30 fotografias, intitula-se “Flavors” (Sabores), e é inaugurada no dia 5 de Setembro, na Galeria Municipal de Almeirim, no Ribatejo, ficando patente até ao final o mês. Em declarações à Lusa, Bruno Saavedra afirmou que apresenta “fotografias de corpos envolvidos em ingredientes culinários, que se movem em torno do universo que cada modelo escolheu, naquele momento, para o tempero da sua carne”. “O seu olhar, a expressão do rosto, das mãos, do corpo são a apresentação de um ser feito alimento”, reforçou o artista. “Num espaço branco como uma janela de luz, cada um e cada uma sente a sua pele – toca-lhe, cheira-a, prova-a. Com ela combina odores, texturas, sabores que a temperam e a transformam num objecto novo, sedutor ou apenas provocador, manchado ou abjecto, mas sempre sensual”, explicou o fotógrafo, de 28 anos. A exposição desenvolve-se em torno dos sabores e alimentos do dia-a-dia, procurando “chamar à atenção, de uma forma artística, para todos desperdícios alimentares no mundo”. Na composição das fotografais foram utilizados alimentos como leite condensado, caldo verde, borras de café, mostarda ou puré de batata. Fora de prazo Todos “os alimentos utilizados estavam fora do prazo de validade”, realçou o fotógrafo à Lusa. “O projecto ‘Flavors’ começou a ser desenvolvido em Janeiro com pessoas de vivência comum que se mostraram disponíveis para fazer algumas experiências”, disse o fotógrafo. “Numa tentativa de quebrar barreiras, convidei duas pessoas com deficiência auditiva para fazer parte do projecto – para mim foi um desafio e uma experiência inesquecível poder fotografar essas pessoas e perceber que a arte pode ultrapassar qualquer forma de linguagem”, contou Saavedra. Questionado sobre a escolha de Almeirim para a sua primeira exposição, o fotógrafo, natural de Itamaraju, no Estado brasileiro da Bahia, afirmou que foi a primeira localidade que o acolheu quando chegou a Portugal, em 2004, e “daí fazia todo o sentido apresentar ali a primeira exposição”. Para a cerimónia de inauguração, o fotógrafo afirmou que se realizará uma “performance” surpresa, “envolvendo sensações sabores e sons”. Em 2010, a convite da Casa de Portugal em Macau, Bruno Saavedra colaborou com a instituição nas programações cultural e artística, e, no ano seguinte, começou a estudar fotografia com o fotógrafo António-Mil-Homens. Regressado a Portugal em 2014, e depois de uma formação em maquilhagem, na Make Up School, começou a desenvolver vários projectos artísticos. Em Maio último desenvolveu o projecto artístico para o espectáculo de homenagem à fadista Argentina Santos, “Gosto da Parreirinha”, levado à cena no Centro Cultural de Belém.
Leonor Sá Machado EventosConcerto | LMA acolhe Jeffrey Lewis em Setembro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] cantor norte-americano Jeffrey Lewis vem a Macau para um concerto na Live Music Association (LMA), às 21h00 do próximo dia 5 de Setembro. Lewis toca na LMA com os The Jrams. No entanto, foi a solo que deu a conhecer ao mundo o seu estilo musical, actualmente classificado dentro do género anti-folk. O próprio autor confessa que, embora ninguém – nem ele mesmo – saiba exactamente o que encaixa ou significa tocar música ‘anti-folk’, não desgosta da nomenclatura criada para tipificar aquilo que mais gosta de fazer: cantar e tocar. Este estilo musical tenta ir contra o tão globalizado movimento ‘folk’, que ganhou furor nos anos 60 por ter uma forte carga política. A música do cantor norte-americano assemelha-se ao álbum da banda sonora de Juno, um filme que explora a procura constante do ser humano pelo sentido na vida. Deixem-me sonhar Entre 2000 e 2002, Lewis deambulou pelo Texas, de sessão em sessão musical em cafés numa tentativa de singrar, até que o seu sonho ganhou vida. Actualmente tem mais de 20 álbuns lançados e uns quantos outros singles, mas desta vez não actua a solo, mas sim acompanhado de dois outros artistas, prometendo um bom momento ao público local no início do mês. Os bilhetes estão à venda e custam 120 patacas. De acordo com a organização do concerto, a banda parece-se “com Woody Guthrie a defrontar os Sonic Youth”, sem esquecer que Lewis começou a gravar os seus primeiros êxitos em cassetes, numa garagem dos EUA, ainda os anos 90 pairavam sobre as nossas cabeças. Além de fazer música, o autor dedica-se à publicação da sua própria banda desenhada, a série Fuff.
Hoje Macau EventosLisboa acolhe a primeira Festa do Cinema Chinês Os espaços Cinema Ideal e Cinemateca Portuguesa vão receber a primeira Festa do Cinema Chinês na capital portuguesa, entre os dias 10 e 30 de Setembro. 12 filmes actuais e cerca de vinte clássicos vão ser transmitidos numa festa que será repetida em 2016 na China, mas com filmes portugueses [dropcap style=’circle’]É[/dropcap] mais uma tentativa de aproximação de dois países distantes que querem ser mais próximos. Entre os dias 10 a 30 de Setembro será organizada em Lisboa a primeira edição da “Festa do Cinema Chinês”, a qual irá mostrar ao público cerca de 12 filmes produzidos por realizadores chineses na actualidade, incluindo mais vinte películas clássicas. Segundo um comunicado difundido nas redes sociais, a “Festa do Cinema Chinês” é o “resultado de uma nova colaboração a nível cultural e cinematográfico entre os dois países e que no próximo ano dará lugar a uma Festa do Cinema Português na China”. Com este evento, “o cinema chinês e de expressão chinesa terá uma grande celebração pública em Portugal, naquele que será o primeiro grande acontecimento da rentrée cinematográfica”. A abertura do evento far-se-á com a presença de uma delegação oficial dos responsáveis de cinema da China, incluindo membros da Cinemateca Chinesa e do Xiao Xiang Film Group. Locais com carisma Os filmes irão passar em dois lugares de eleição para ver cinema na capital portuguesa, o Cinema Ideal e a Cinemateca Portuguesa. O festival começa dia 10 no Cinema Ideal, com a exibição do filme “Mountains May Depart – Se as montanhas se afastam”, do cineasta Jia Zhang-ke. Até ao dia 16, o Cinema Ideal continuará a receber mais filmes contemporâneos, incluindo a ante-estreia do mais recente filme de Hou Hsiao-Hsien, “A Assassina”, que ganhou o prémio de Melhor Realização do Festival de Cinema de Cannes deste ano. Vão também ser exibidas películas de Lou Ye, Ann Hui e Tsui Hark, incluindo mais seis filmes produzidos pelo XiaoXiang Film Group. Cabe à Cinemateca Portuguesa exibir os vinte clássicos chineses, entre os dias 17 e 30. O programa de filmes intitula-se “Cinema Chinês: Panorama Histórico e Retrospectiva Xie Jin” e procura “traçar um panorama histórico dos filmes realizados entre 1933 e 1997, exemplificando as quatro grandes etapas da cinematografia chinesa”. Estas etapas dizem respeito ao cinema de Xangai produzido antes do ano de 1949, o cinema feito entre 1949 e a Revolução Cultural, as películas feitas no período da “quinta geração” e todo o período até à “sexta geração”. Na Cinemateca Portuguesa “dedica-se uma retrospectiva de Xie Jin, um dos maiores realizadores chineses, cuja obra foi reconhecida antes e depois da Revolução Cultural” e o período de transição entre a “quinta” e a “sexta geração”. Por outro lado, dedica-se uma retrospectiva a Xie Jin, um dos maiores realizadores chineses, cuja obra foi reconhecida antes e depois da Revolução Cultural.” Segundo a apresentação publicada no website da Cinemateca, este ciclo dedicado ao cinema chinês antigo “visa antes de mais proporcionar a quem a desconheça um primeiro contacto com as várias etapas dessa história”. A bem do intercâmbio A Festa do Cinema Chinês é uma iniciativa das cinematecas Portuguesa e Chinesa, com o apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), do departamento do cinema da Administração de Estado da Imprensa, da Edição, da Rádio, do Cinema e da Televisão da China, da embaixada da China em Portugal e da congénere de Portugal na China. O evento resulta da colaboração estabelecida, a nível cultural e cinematográfico, entre Portugal e Pequim, e decorre na sequência da visita oficial à China do secretário de Estado português da Cultura, Jorge Barreto Xavier, em Novembro de 2014. Em 2016, a I Festa do Cinema Chinês em Lisboa terá a correspondente Festa do Cinema Português, na China, segundo o comunicado do ICA. “Favorecer o intercâmbio cinematográfico através do diálogo entre autoridades, responsáveis e profissionais dos cinemas chinês e português, e dar a conhecer na China a riqueza do património cinematográfico e da cultura de Portugal” são objectivos do certame, lê-se no comunicado.
Leonor Sá Machado EventosMagia | Artista Cyril traz truques de rua à Broadway do Galaxy O mágico norte-americano Cyril vai ocupar o palco da Broadway Macau nos dias 5 e 6 de Dezembro. O espectáculo integra-se numa digressão mundial e promete trazer a palco truques dignos de televisão [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] mestre de magia Cyril nasceu e cresceu em Los Angeles, mas agora a viver em Tóquio, aproveita a proximidade e o seu talento para apresentar dois espectáculos no recém-inaugurado Broadway, no Galaxy. O palco deste espaço de entretenimento abre-se para Cyril nos dias 5 e 6 de Dezembro, a convidar miúdos e graúdos a deslocarem-se até lá para dar início às hostes natalícias. O espectáculo “Magia de perto e pessoalmente” foi desenhado pelo próprio autor, que conta com uma forte base de talento de magia de rua, estando agora em digressão mundial. “Tido como um dos mais inovadores e influentes mágico, Cyril é conhecido pela sua capacidade de contar histórias e actuar, sem esquecer vários anos de shows de magia na televisão”, anuncia a organização em comunicado. Cyril assegura, segundo a Broadway, que os efeitos especiais e de câmara se tornam desnecessários quando o talento permite desenvolver truques absolutamente impossíveis. [quote_box_right]”Tido como um dos mais inovadores e influentes mágico, Cyril é conhecido pela sua capacidade de contar histórias e actuar, sem esquecer vários anos de shows de magia na televisão”[/quote_box_right] A ideia de trazer Cyril aos palcos locais teve início quando o artista mostrou os seus dotes num show apenas para clientes VIP, em Dezembro passado. O feedback foi tão positivo, que a Broadway parece nem ter pensado duas vezes antes de trazer Cyril a Macau novamente. Os dois espectáculos deverão demorar cerca de duas horas, incluindo alguns dos truques que Cyril já mostrou na televisão, assim surpreendendo espectadores “dos oito aos 88 anos”. Cyril confessou estar muito feliz por voltar a Macau, sendo a estreia da sua digressão no território. “O Galaxy Macau é líder no entretenimento ao vivo e a magia é uma linguagem universal, pelo que todos os tipos de audiência vão poder apreciá-la”, esclareceu o artista. Conta-me histórias Cyril é considerado “um dos pioneiros” da magia de rua e reconhecido como um bom contador de histórias, tendo aparecido em 16 programas televisivos do Japão e duas séries. Em termos globais, a sua presença foi sentida em 26 países, sem esquecer os locais até onde já viajou e encantou: Brasil, Índia, China, Indonésia, Austrália ou Itália. Os bilhetes para os espectáculos começam nas 280 patacas, estando à venda a partir de 15 do próximo mês. Em 2007, o mágico foi reconhecido pelos seus pares durante a entrega de prémios da Academia Anual de Artes Mágicas, sendo votado como ‘Mágico do Ano’ e assim ficando ao mesmo nível de estrelas como David Copperfield ou Siegfreid & Roy. Um dos programas televisivos de culto do artista teve a sua família como foco. No entanto, estes foram reinterpretados pelo autor, que personalizou a sua avó, tio e primo. Mas nem tudo era ilusão: Cyril andou mascarado pelas ruas de Oahu, no Havai, entretendo os turistas que passavam. Estas sessões de improviso foram gravadas e passadas na televisão, no programa “A família de Cyril em Férias”. A série, explica o website oficial do artista, ajudou a redefinir a forma como a magia é passada para a televisão e entendida pelos espectadores.
Hoje Macau EventosPedro Jóia actua pela primeira vez na China [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico Pedro Jóia estreia-se na China, na próxima semana, onde actua no 8.º Festival Juvenil de Artes, em Pequim, anunciou a Fundação Oriente. O guitarrista Pedro Jóia apresenta-se em trio, com o baixista Norton Daiello e o acordeonista João Frade, nos dias 21 e 22 de Agosto. “Com uma carreira profundamente marcada pela música popular ibérica, Pedro Jóia apresenta uma abordagem inovadora que conjuga fado e flamenco, combinada com a tradição do folclore português”, afirma em comunicado a Fundação. Segundo a mesma fonte, “além de apresentar composições próprias, o alinhamento destes concertos inclui alguns dos mais reconhecidos compositores de fado e música tradicional portuguesa e latina, como Armandinho, Paco de Lucia e Carlos Gardel”. O guitarrista Pedro Jóia actua na capital chinesa, no âmbito de um protocolo estabelecido entre a Fundação Oriente e a China International Culture Association. O programa que será apresentado pelo músico inclui, entre outras, as peças “Tríptico Carlos Paredes”, de Carlos Paredes, “Variações em fado menor”, de Pedro Jóia, “Maldito fado”, de Armandinho, “Ícaro”, de Jóia, “Meditando/Fado Lopes”, de Armandinho, “Entre dos águas”, de Paco de Lucia. Outras músicas Pedro Jóia, distinguido em 2008 com o Prémio Carlos Paredes, tem editados, entre outros, os álbuns “Guadiano” (1996), “Sueste” (1999), “Variações sobre Paredes” (2001), “Jacarandá” (2003), disco em que reuniu artistas brasileiros como Ney Matogrosso, Elba Ramalho, Daniela Mercury, Zeca Baleiro e Zélia Duncan, entre outros, e “À espera de Armandinho”, que lhe valeu o galardão. Do currículo de Pedro Jóia, desde o início da sua formação em guitarra flamenca, destaca-se a direcção musical de projectos diversificados, a composição para teatro e a participação em festivais de música e concertos em várias partes do globo – Cabo Verde, Macau, Marrocos, República Checa, Índia, Brasil, Moçambique, Angola, Costa do Marfim, Finlândia, Holanda, Estados Unidos, Andorra. Recentemente, realizou um projecto com o fadista Ricardo Ribeiro, que incluiu a interpretação de fados, temas do folclore raiano, tangos e canções flamencas. O músico é um dos compositores que fazem parte do novo trabalho de Mariza, “Mundo”, a editar no próximo dia 9 de Outubro.
Leonor Sá Machado EventosMAM | Ciclo de exposições engorda cultura local com arte contemporânea O Museu de Arte de Macau apresenta uma série de exposições que abarcam fotografia, pintura a óleo, multimédia, caligrafia e pintura chinesas. É até Setembro que inauguram, mas muitas podem ser vistas ainda em 2016. A ideia é dar aos visitantes várias opções [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Museu de Arte de Macau (MAM) acolhe uma série de exposições, algumas já inauguradas e outras por estrear. Em destaque está certamente a arte contemporânea, à qual o MAM parece estar a dedicar grande parte do seu tempo e orçamento. Neste momento, estão em exposição duas mostras de fotografias de autores locais que, de algum modo, retratam a história de Macau. A primeira, intitulada “Chuvadas e Cheias” compreende uma série de fotografias da autoria de Choi Vun Tim, que fez mais com os dias chuvosos da cidade do que apenas calçar as galochas e correr de casa para o trabalho. As películas revelam intensidade de movimento das pessoas e das próprias gotas gordas. “Chuvadas e Cheias” inaugurou em Maio passado e está aberta ao público até 8 do próximo mês. “Até há relativamente pouco tempo, as fortes chuvadas de estação causavam frequentes inundações em Macau. Nas décadas de 1969 e 1970, devido à sua localização ribeirinha, quando havia tempestades, infiltração de água salgada ou a forte pluviosidade típica dos tufões, as zonas da Rua do Visconde Paço de Arcos, Rua de Cinco de Outubro, Avenida de Almeida Ribeiro e o bairro San Kiu ficavam rapidamente inundadas, com o nível das águas a chegar aos joelhos”, explicou o director do MAM, Chan Hou Seng, na apresentação da mostra. Em jeito de agradecimento, Chan refere que as fotografias do autor servem para partilhar memórias, nomeadamente entre os mais idosos, que viveram estas questões, e os mais novos, que pouco sabem sobre eles. A segunda mostra foca-se na história dos templos de Macau, monumentos típicos da cidade. A mostra “Templos de Macau” fica no MAM até final deste ano e abriu em Junho, mas não se centra apenas nos edifícios em si, mas sim em rituais, vontades e tradições, algumas delas existentes há mais de 400 anos. Vai muito além da vista Além de se dedicar à fotografia, o MAM guardou espaço para a pintura, neste caso moderna. Desta vez, expõe numa galeria 26 retratos a óleo dos séculos XIX e XX, do artista chinês Lam Qua e outros 14 também nacionais e estrangeiros. A grande maioria, de acordo com nota da curadora da mostra, Weng Chiao, são realistas, mas há também impressionistas, expressionistas e da era moderna. Lam Qua é de Cantão e especializava-se em pinturas de estilo ocidental, sobretudo encomendadas por estrangeiros. As suas obras estão espalhadas um pouco por todo o mundo, desde galerias na China até à Universidade de Yale ou espaços artísticos em Londres. Entre 1836 e 1855, o autor dedicou-se à pintura de retratos de pacientes do médico missionário norte-americano, Peter Parker. A mostra começou no início deste ano e encerra em Dezembro. Por último, seguem-se duas exposições distintas relacionadas com caligrafia e pintura chinesa. “Artefactos de Excelência” estreou-se no passado fim de semana e prolonga-se até 28 de Fevereiro de 2016, compreendendo obras de Luo Shuzhong, famoso calígrafo e gravador de sinetes. “Shuzhong criou uma nova técnicas de gravação, o corte da escola Zhe, que combina as técnicas amadurecidas pela Escola de Yishan e a técnica de corte da Escola Zhe. Para ele, a estética da gravação de sinetes residia na simplicidade e contenção”, adianta uma nota de apresentação da organização. Por outro lado, “A Tensão do Talento” tem inauguração marcada para 11 do próximo mês e inclui pinturas e caligrafias de Wu Rangzhi e Zhao Zhiqian. Em exposição estão 220 peças da época da Dinastia Qing. Finalmente, Gigi Lee apresenta “Atonal”, uma peça que prioriza o elemento multimédia, ao qual se juntam imagens e música para dar sentido a uma exposição que se estreia a 10 de Setembro. Lee pretende, com esta peça abstracta, explorar o conceito de atonalidade, ou seja, de um tom “desfocado” e que “desafia a técnica tradicional”.
Hoje Macau EventosCinema | Cheong Kin Man com obra sobre a RAEM na Califórnia [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] curta-metragem “Uma Ficção Inútil”, de Cheong Kin Man, foi apresentada sábado na Califórnia, no Festival de Cinema de Macau de San Leandro, depois de dois prémios no Canadá e Espanha e da exibição em Cannes. “Uma Ficção Inútil” resulta de um trabalho de mestrado em Antropologia Visual e Media na Freie Universität Berlin, em 2014, e nos últimos meses conquistou o “2015 Rising Star Award”, na categoria de cinema experimental do Festival Internacional de Cinema do Canadá (Vancouver), e a “Distinción Amarilla” do prémio “La Lupa y el Imán” do Festival Cinemística, em Espanha (Granada). A curta-metragem de 31 minutos mistura viagens e influências do jovem de 28 anos desde Macau, onde nasceu e cresceu, até Portugal – primeiro país europeu onde se fixou para estudar –, evidenciando também marcas da cultura asiática, nomeadamente japonesa. Em camadas Inspirado pelas obras cinematográficas e literárias dos japoneses Kon Ichikawa e Michio Takeyama, o mais recente filme de Cheong Kin Man tem, segundo o autor, “múltiplas camadas”, desde a identidade macaense ao multiculturalismo que constatou em Singapura, onde passou dois meses em estágio na Nanyang Technological University, enquanto bolseiro de uma investigação sociológica. Numa sucessão de “atropelos” visuais, a obra mistura ruído, rostos e paisagens, e uma colecção de línguas que Cheong Kin Man se desafiou a aprender. Em grandes porções de texto sobrepostas sobre imagens de Macau, e de outros sítios por onde andou, ouvem-se e lêem-se línguas asiáticas e europeias. A língua de Camões surge na tela, por breves momentos, através de Sophia de Mello Breyner Andresen, porque, durante o processo criativo da curta-metragem, Cheong Kin Man “tropeçou por acaso” num artigo publicado duas vezes – em 1975 e 2014 – no Expresso. Originalmente dado à estampa no período revolucionário, o texto da poetisa “Em defesa da cultura” foi a forma de o jovem autor dizer no filme que “é muito importante a democratização” da mesma. Licenciado em Estudos Portugueses pela Universidade de Macau, Cheong Kin Man trocou o emprego de tradutor na Administração Pública por um mestrado no estrangeiro, pelas viagens e pelo conhecimento do outro. Fala e traduz inglês, francês e alemão, além das duas línguas oficiais da região: o chinês e português. “Continuo muito interessado em aprender línguas, porque para mim elas são muito importantes para compreender o mundo”, afirmou à agência Lusa. O Festival de Cinema de Macau da cidade de San Leandro integra outros dois trabalhos da autoria e com a participação de Cheong Kin Man: “Ou Mun Ian, Macaenses – 35 Entrevistados, 35 Identidades” (2009) – documentário sobre a cultura e identidade macaense – e “As Fontes de Água de Macau” (2008), sobre a Fonte do Lilau. Os dois filmes são em cantonense e português, com legendas em inglês. Depois da cidade californiana de San Leandro, o jovem autor quer apresentar “Uma Ficção Inútil” em Portugal, ainda este ano, e no próximo em Macau. Momentos marcantes Para trás ficam as apresentações oficiais da curta-metragem no Canadá, Espanha, Eslovénia e no “Short Film Corner” do Festival de Cannes: “A experiência em Cannes foi interessante, mas é uma plataforma mais para ficção. Eu diria que o que mais me marcou foi sobretudo em Espanha, onde contactei com filósofos e recebi muitos comentários interessantes”. Actualmente a residir em Bruxelas a maior parte do tempo, Cheong Kin Man falou à Lusa via Skype a partir dos Estados Unidos, onde na semana passada apresentou “Uma Ficção Inútil” no Columbia River Film Festival, em Washington. Em San Leandro – cidade onde é visível a presença da comunidade macaense e é destacada a ligação entre os Estados Unidos e a China –, o jovem já não teve que explicar o que é Macau, uma missão que, não obstante, abraça com prazer. “Há muita gente que não sabe onde é Macau: é normal, é uma terra pequena. Do meu ponto de vista muito pessoal, eu explico a Macau que eu entendo. Explico muito”, contou.