Joana Freitas EventosTeatro | Dez espectáculos dos PLP com entrada livre no D. Pedro V São uma dezena e chegam para mostrar o melhor do teatro dos Países de Língua Portuguesa. Vão encher o palco do D. Pedro V de 16 a 21 de Outubro. E tudo com entrada livre, numa mostra organizada pelo IPOR [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]oçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste juntam-se em Macau para a apresentação da segunda mostra de teatro da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa. Os países trazem à RAEM dez espectáculos em Português, com os artistas a subir ao palco do Teatro D. Pedro V de 16 a 21 de Outubro. Para representar Portugal chega a companhia portuense Seiva Trupe, existente há 42 anos e uma das que está na génese do movimento de teatro independente em Portugal. “As Mãos de Eurídice”, apresentada em Macau por Rui Spranger, constitui “um dos textos em Língua Portuguesa mais representados”, indica a organização, a cargo do Instituto Português do Oriente (IPOR). A Seiva Trupe tem mais de 131 peças encenadas e esta acontece às 20h00 de dia 16, sexta-feira. No dia seguinte, pelas 15h00, é a vez da companhia Tomato Leste subir ao palco, com a peça “Babalú”. De Timor Leste, Tomato é um projecto teatral criado em 2012 na Universidade Nacional de Timor Leste por Mireia Clemente. As suas obras centram-se em muito mais que entretenimento. “No âmbito da sua estratégia de educação pela arte, procurando, por essa via, sensibilizar para áreas como os direitos da criança e a igualdade de género, a companhia traz a Macau a peça ‘Babalú’, uma criação própria exactamente centrada nessas temáticas”, explica o IPOR. “O Médico” é uma farsa de Luce Hinter, baseado numa comédia de Molière, apresentada por Os Criativos, de São Tomé e Príncipe, que sobem ao palco às 17h30, antes dos representantes do território: Hiu Kok Theatre e a Macau Artfusion juntam-se para apresentar ao público “A Cegueira I”, às 20h30. O espectáculo repete-se no dia 18, com a Kiu Kok e a Artfusion a abrirem as hostes no domingo, às 15h00. O dia 18 continua com “A Cavaqueira do Poste”, apresentada pela moçambicana Lareira Artes, criada em 2010 por Diaz Santana e Sérgio Mabombo. Actuam às 17h30. “Nas suas peças, na maioria criações próprias, como é o caso de ‘A Cavaqueira do Poste’, a companhia privilegia a reflexão sobre temáticas que, decorrendo do seu contexto sócio-cultural de referência ou dos processos globais de desenvolvimento, atravessam o quotidiano dos cidadãos e os afectam. Num registo informal, por vezes atravessado pela ironia e o humor, o espectador é chamado a essa reflexão e, de algum modo, interpelado a agir”, explica a organização. O domingo termina com uma repetição da peça da Seiva Trupe, pelas 20h30, para abrir caminho aos Tomato Leste, novamente com ‘Babalú’, que actuam no dia 20, às 20h30. Culturas cruzadas A coordenação da mostra cabe, de novo, ao IPOR que foi também responsável pela escolha das companhias. Em comunicado, a organização explica que procurou reunir um “núcleo representativo da contemporaneidade artística no domínio das artes performativas dos países e regiões representados”, sendo que prova disso é o facto de uma das peças, apresentada pelas associações de Macau, ser falada em Português e Chinês. A Associação de Representação Teatral Hiu Kok e o projecto Macao Artfusion, Macau apresentam “A Cegueira” com um texto bilingue criado por Fernando Sales Lopes e Billy Hui, a partir de “A Line”, de Anthony Chan, e convocando José Saramago e o seu “Ensaio sobre a Cegueira”, dois actores mostram-nos como o equilíbrio e a harmonia podem ser quebrados quando a prossecução de interesses individuais se lhes sobrepõem. “Com falas em Português e em Chinês, esta cooperação entre a associação Hiu Kok, um dos mais significativos projectos teatrais de Macau, criado em 1975, e a Macao Artfusion, que, desde 2014, procura proporcionar aos jovens uma educação de qualidade nas artes performativas e estimular o desenvolvimento de um ambiente positivo, amigável e profissional, simboliza também o espírito da Mostra, que procura efectuar a aproximação entre as culturas dos países representados no Fórum”, explica o IPOR. Todos os espectáculos têm entrada livre.
Leonor Sá Machado EventosMGM | Cultura alemã celebrada com gastronomia regional [dropcap style=’circle’]Q[/dropcap]uatro restaurantes do MGM vão organizar menus especiais para celebrar a cultura da Baviera, ao mesmo tempo que decorre o festival alemão de cerveja, Oktoberfest, de 15 a 25 deste mês. O restaurante Rossio apresenta um banquete de jantar em modo buffet, que inclui salsichas grelhadas, joelho de porco, batatas cozinhadas à moda da Baviera, caldo de carne com dumplings alemães, strudel de maçã com gelado e muito mais. Estas delícias estão disponíveis num menu individual de 428 patacas por pessoas até 24 de Outubro. O Bar Pastry e o café Grande Praça vão ter um menu para aquecer o estômago à hora do lanche. O menu para duas pessoas custa 288 patacas e inclui bebidas, contendo miniaturas de bolos típicos, salada de salsichas com pretzels, bolo Black Forest e compota e amoras ao estilo de Hamburgo. Este está disponível até final de Outubro. As bolas de Berlim são outra sobremesa bastante presente na gastronomia alemã e este ano a Grande Praça vai vender os mais variados tipos deste doce, com baunilha, morango, pêssego, chocolate e muitos outros. As bolas de Berlim estão à venda até 30 de Novembro, por 20 patacas cada. E porque um prato nunca vem só, o MGM decidiu dobrar as hipóteses das pessoas conhecerem a gastronomia da Baviera e vai disponibilizar, nos restaurantes Imperial Court e Grand Imperial Court, uma selecção de vinhos alemães Rieslings. A organização garante que “vão muito bem e ajudam a intensificar os sabores variados da culinária chinesa”. Estes serão parte da lista até final do mês.
Joana Freitas EventosJosé Drummond nomeado pela segunda vez para prémio asiático [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]artista de Macau José Drummond foi novamente nomeado para o Sovereign Asian Art Prize, um prémio de renome na região asiática, especificamente dedicado à Arte e que acontece há 12 anos. Foi com os trabalhos “Cyclone, Parachute e Wonder Wheel” da série “There is no place like it”, que o artista conseguiu ficar entre os escolhidos. Os trabalhos foram apresentados em fotografias de estruturas do parque de diversões de Coney Island, sendo este o objecto de “uma narrativa existencialista”, como explica o autor. “Sem a presença de corpos humanos, a dimensão enorme das estruturas da Coney Island revelam uma sensação única de isolamento e de estar fora-de-sítio. Sem a presença de uma escala ao tamanho humano, as pessoas ficam imersas num cativante desencanto”, diz Drummond, num comunicado enviado aos média. O local onde Drummond tirou as fotografias é, actualmente, um espaço descrito como “assombroso”. Artista e curador, Drummond vive em Macau, onde dirige o Festival Internacional de Vídeo e Arte (VAFA). Estudou Pintura, Desenho, Cenografia e Gestão Artística. Já expôs em Hong Kong, China, Taiwan, Coreia do Sul, Tailândia, Portugal, Espanha, França e Alemanha, além de EUA e Hungria. Drummond, que trabalha principalmente com vídeo, fotografia e instalação, interessa-se pela “dualidade entre a visibilidade e invisibilidade e do espaço entre fantasia e realidade”. Como indica o próprio artista, o amor, a perda, a solidão, os sonhos e falta de concretização de objectivos pessoais são os temas mais escolhidos nas suas obras, coadunando-se com uma narrativa sempre presente que inclui uma história, uma tensão e “uma realidade alternativa”. Drummond admite interessar-se pelas circunstâncias da vida e são essas mesmo que vão ditar se vence, em Janeiro de 2016, o prémio que lhe dará direito a 30 mil dólares americanos.
Leonor Sá Machado EventosArmazém do Boi | Artista local mostra trabalhos fotográficos a solo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]artista local Chong Hoi apresenta, de 24 deste mês a 29 de Novembro, uma exposição a solo de trabalhos fotográficos sobre a cidade. Intitulada “Gordura”, pretende mostrar um lado mais “sensível” desta cidade onde reina o Jogo, “como se da gordura debaixo da pele se tratasse”, explica o artista. Chong Hoi teve o seu primeiro filho durante a organização desta mostra, pelo que diz ver a iniciativa como exemplo de que nada acaba onde se pensa: “Esta maravilhosa surpresa e continuação de vida parece ser a melhor forma de ecoar a minha exposição, sendo a vida um círculo onde todos os finais se encontram para evoluir infinitamente”. Com o lema de que a fotografia espelha o coração de cada pessoa, diz preferir congelar momentos poucos comuns. “Não gosto daquelas fotografias de viagem com cenários bonitos e artificiais”, dando lugar à “captura das ideologias das pessoas, do lado negro da sociedade, das sombras das árvores e de momentos dos quais as pessoas geralmente não se apercebem”, explica. O artista diz rever nestas películas os olhos do seu avô, por sua vez espelhando a vivência nesta cidade. “[As fotografias] pretendem mostrar um lado mais sensível e humano a esta cidade de Jogo, como os animais e pessoas, que têm debaixo da pele camadas de gordura”, esclarece. Há ainda estilos vários para todos os gostos, como são as fotografias em formato digital e outras em analógico. “Espero conseguir passar a mensagem de que reputação e riqueza não são objectivos finais (…) de forma a conseguir captar fotografias de qualidade, é preciso cultivar o carácter”, disse Chong. A mostra tem entrada gratuita e pode ser vista entre as 12h00 e as 19h00 diariamente. Esta conta ainda com o apoio do IACM e da Fundação Macau.
Leonor Sá Machado EventosFringe 2015 | Festival artístico junta grupos dos quatros cantos do mundo [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se Fringe e tem como objectivo ser pouco convencional. Trata-se de um festival anual que tem sempre lugar por volta desta altura do ano, contando com a participação de grupos artísticos de todo o mundo. Este ano estarão em Macau grupos do Brasil, da Bélgica, França, Portugal, China continental, Guangzhou, entre outros países. Organizado sob o mote de “coração, crianças e olhos grandes”, o Fringe 2015 pretende mostrar ao público a liberdade que a arte pode trazer, fazendo com que as pessoas agucem a sua curiosidade. É entre os dias 1 e 15 do próximo mês que os artistas saem à rua e actuam em 17 diferentes locais da região, incluindo nas Casas-Museu da Taipa, nos cafés Falala, Buddy, Mind e Philo, na Rua da Palha, nas Ruínas de S. Paulo, no Largo do Senado e no edifício do Antigo Tribunal. A calendarização das actividades está disponível na íntegra no website oficial do evento, em www.macaufringe.gov.mo. A iniciativa, desenvolvida pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais em 1999, tem como objectivos explorar a criatividade, o desenvolvimento da arte moderna e a reflexão sobre a vida e comportamento da população. Espalhado por todo o lado É com recurso a elementos multimédia, maquilhagem e instalações artísticas que o Fringe ganha vida. Entre os diferentes espectáculos estão Abstracção e Elementos, da responsabilidade do grupo local ArtFusion. Os projectos, englobados na iniciativa “Arte Aqui, Arte Ali, Arte Acolá”, dão primazia à dança, pinturas faciais e à interacção entre a natureza e o ser humano. Estes realizam-se nos dias 2,4, 9, 10, 11 e 14 de Novembro. A iniciativa é inspirada “na Natureza humana e do corpo e nas características que nos distinguem, enquanto seres que somos, seres que pensam e que agem”. A ArtFusion vai contar com artistas de vários países, incluindo do elenco do espectáculo “House of The Dancing Water”. O brasileiro Alfredo Silva faz uso do seu talento de artistas circense para apresentar aquilo a que chama de “a mãe de todas as artes”, com um espectáculo de entrada gratuita às 15h30 de dia 2, nas Ruínas de S. Paulo, e um outro no dia 15, no mesmo local. Desta vez, trata-se da peça “A vida numa bolha”, que se foca na viagem de um balão pelo mundo. “Como será a vida dentro de um balão?”, questiona o artista. Também este espectáculo tem entrada gratuita. Teatro e dança na linha da frente O teatro desempenha aqui um papel principal, com quase dez das actividades centradas nesta arte. Entre elas está uma encenação do conto do Capuchinho Vermelho pelo português Sérgio Rolo, a acontecer às 15h00 e às 20h00 de dia 8, com entrada a 50 patacas, na praça do Lago Nam Van. O Fringe traz ainda as companhias taiwanesas Estúdio Myan Myan e Oz, nos dias 11, 12 e 15 do próximo mês. Ambos os grupos apresentam peças originais no edifício do Antigo Tribunal, na Avenida da Praia Grande. Em cena estarão peças de teatro experimental, sobre pais e filhos e o valor da beleza na sociedade actual. De Macau, França e Hong Kong chegam as outras quatro companhias de teatro, que se preparam para actuar em diferentes palcos nos próximos dias 2,3 e 11. Em cena serão explorados temas como a falta de condições básicas de sobrevivência, instalações multimédia, prazer e desilusão no universo do sexo ou a história ficcional de um menino perdido numa floresta. Os espectáculos da Her Story Polygon, da Compagnie Les Rémoleurs, da Associação Point of View e do Teatro da Areia Preta realizam-se nas Casas-Museu da Taipa, nas Ruínas de S. Paulo, no Teatro Hiu Kok e no espaço de lazer da Rua dos Sacerdotes. O cartaz apresenta ainda três iniciativas de espectáculos de dança contemporânea de grupo provenientes de Macau, Portugal e Alemanha. Poucas das actividades são pagas e o bilhete de entrada nunca ultrapassa as 50 patacas. A organização chama ainda a atenção para a realização de duas actividades de promoção da protecção ambiental: uma sobre a protecção e limpeza dos oceanos e uma segunda acção de voluntariado, desta vez ligada ao ambiente em geral. Além-dramatização O documentário Praias de Plástico será apresentado em vários locais da região. Da autoria de Edward Scott-Clarke, foi realizado em 2012 e retrata a vida do plástico desde a sua invenção, no século XIX. O filme contém comentários de ambientalistas acerca do destino a dar a este material, mostrando o estado actual das costas do Havai e da Grã-Bretanha. A sua apresentação acontece ao final da tarde, de 3 a 5 em três locais distintos. Finalmente, o Fringe 2015 oferece aos mais criativos e interessados a oportunidade de criarem os seus próprios instrumentos de música electrónica, com o workshop Sintetização DIY, a acontecer das 14h00 às 17h00 de dia 8, no Antigo Tribunal. É a oportunidade, explica a organização, de “criar a própria mesa misturadora de som”. A música electrónica conta a marcar passo com um concerto de música experimental às 20h00 de dia 7, também no Antigo Tribunal. O evento conta com um orçamento de dois milhões de patacas para a edição deste ano.
Joana Freitas Eventos MancheteSão irmãos, músicos e tocam na rua a troco de reconhecimento e dinheiro Há noites em que a passagem subterrânea junto ao casino Wynn se enche de música. Os protagonistas são Peter e Randy Lok, irmãos e músicos amadores que preferem tocar na rua e que amealham uns trocos para comprar materiais de música. Já tiveram problemas com a polícia, mas nem isso os faz desistir [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]aquele túnel é um entra e sai de gente que nunca pára. Na passagem subterrânea entre o casino Wynn e o Hotel Lisboa passam diariamente novos e velhos, turistas ou locais, que duas a três vezes por semana são surpreendidos por algo que não se vê nas ruas de Macau: jovens a tocar a troco de dinheiro. As autoridades locais não vêem com bons olhos a música nas ruas sem a devida licença, mas Peter e Randy Lok descobriram que naquele túnel podem continuar a tocar sem ser incomodados pela polícia. Tocam duas a três horas por noite e chegam a fazer até 200 patacas por cada concerto improvisado, que depois lhes permite comprar guitarras e outros equipamentos. São irmãos e a paixão pela música surgiu desde cedo. Contudo, os destinos dos jovens prometem ser diferentes. Peter Lok está a terminar o curso de Gestão no Instituto Politécnico de Macau (IPM) e quer um emprego estável, optando por tocar nos tempos livres. Randy trabalha numa loja e não quer deixar de ser músico. “Quero fazer isto para sempre”, disse ao HM. Peter conta que já tentaram tocar no Senado, mas que a polícia lhes barrou o caminho. “Gosto de tocar aqui porque tenho sempre público. A primeira vez que toquei aqui não pedi dinheiro, porque sempre achei que a música, as canções, serviam para tocar as pessoas. Mas agora tenho mais pessoas que me apoiam e cada vez gosto mais de tocar”, contou ao HM. “Os turistas da China, os jogadores, dão-me muito dinheiro. É bom porque no continente há muitos músicos a tocar na rua, mas em Macau só há duas ou três pessoas que tocam música assim”, disse Peter. “Normalmente toco músicas mais antigas e algumas pessoas conhecem as canções e começam a cantar comigo. Mas muitas vezes toco as minhas próprias músicas, que eu próprio compus, e o público parece gostar”, assegura. Peter começou a tocar guitarra quando entrou para o ensino superior, algo que já se transformou numa paixão. “Os meus pais dão-me apoio, porque esta é a única coisa que continuo a fazer há muito tempo. Antes joguei basquetebol, por exemplo, mas durou apenas três meses. Mas já toco há quase três anos.” Além de ser estudante, Peter tem ainda um trabalho em part-time, que concilia com os estudos. Randy tem uma banda e às vezes dão concertos em Zhuhai. A música e a polícia Peter e Randy Lok já fazem isto há tanto tempo que são conhecidos pelos polícias, que já têm uma postura bem mais branda em relação à sua actividade. “A polícia não permite música nas ruas. Em 2013 fui para a esquadra muitas vezes, porque não me deixavam tocar e recolher dinheiro. Hoje em dia eles vêem-me, só me dão sugestões e vão embora”, disse Peter. Como estes irmãos, há mais um ou outro músico amador que toca em locais escondidos da cidade. Randy Lok assegura que muitas vezes se juntam no túnel e tocam juntos, como bons amigos. “Há poucos lugares onde um músico pode tocar. Os grandes casinos usufruem de grandes espaços e só temos lugares no Iao Hon ou Areia Preta, por exemplo. As rendas são extremamente elevadas para os músicos e o Governo não dá apoio. Há muita competição em Macau entre os estudantes universitários que querem ser músicos. A competição é boa, mas não têm apoio”, considerou Peter. Não há horas certas para que estes jovens espalhem música num espaço tão banal. No dia da entrevista era uma versão de “Wonderwall”, da banda inglesa Oasis, que ecoava naquele corredor. Dois dias depois, Randy acabaria por não tocar com o irmão, como estava pensado, pois Peter encontrava-se doente. Mas isso não importa: junto às escadas rolantes, o concerto promete seguir dentro de momentos.
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteFIIM | Pedro Moutinho e Filarmónica da BBC actuam este fim-de-semana É já esta sexta-feira que o fadista português Pedro Moutinho actua na Fortaleza do Monte, no âmbito do Festival Internacional de Música. Há ainda tempo para assistir a dois concertos da Filarmónica da BBC, no CCM [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]ado e orquestra. São estas as duas possibilidades para a sua sexta-feira, ainda que em separado. Em palcos diferentes e à mesma hora, dois grandes nomes da música prometem trazer ao público do Festival Internacional de Músicas de Macau (FIMM) bons momentos. O português Pedro Moutinho é o grande nome do cartaz para o começo de fim-de-semana, trazendo-nos um concerto de Fado em conjunto com o quarteto “Danças Ocultas”. Este grupo, composto por Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Silva e Francisco Silva, “propõe uma abordagem única e altamente original ao acordeão”. Por sua vez, Pedro Moutinho é uma das novas vozes do Fado, contanto já com três álbuns de estúdio e um Prémio Amália. O concerto de Pedro Moutinho tem lugar na Fortaleza do Monte às 20h00, sendo que a entrada é livre, ainda que com lugares limitados. Outro palco À mesma hora, mas no Centro Cultural de Macau (CCM), terá lugar o concerto Sinfonia N.º 9 “A Grandiosa” de Shubert pela Filarmónica da BBC, do Reino Unido. Considerada uma das melhores do seu país, a orquestra da BBC tem realizado concertos pelo mundo, estando desta vez presente na RAEM com o maestro Juanjo Mena e o violoncelista Laslo Fenyo. No dia seguinte, o mesmo grupo apresenta “Variações Enigma”. Ambos os concertos acontecem às 20h00 e os bilhetes custam entre 150 a 500 patacas. Quinta-feira, dia 15, tem lugar, no CCM, o concerto comemorativo de Xian Xinghai e Liu Tianhua, para celebrar o 70º aniversário da vitória na guerra da resistência contra a agressão japonesa. O concerto, que decorre por volta das 20h00, terá como maestros Wang Aikang, Ho Man-Chuen, Huang Kuang-Yu e Pang Ka Pang. Para o CCM, esta é “uma oportunidade verdadeiramente valiosa para promover o intercâmbio musical entre estas quatro regiões, que partilham uma cultura homogénea e os mesmos antepassados, demonstrando assim a sua afeição pela nação chinesa”. Xian Xinghai nasceu em 1905 e “compôs numerosas obras musicais arrebatadoras ao longo da sua carreira”. “Uma das suas mais conhecidas obras, “A Cantata do Rio Amarelo” constitui um hino de louvor dedicado ao espírito determinado do povo chinês durante a Guerra de Resistência contra a agressão japonesa”, remata o CCM. Os bilhetes custam entre as cem e as 200 patacas.
Leonor Sá Machado EventosBABEL e FRC organizam debate sobre arquitectura municipal [dropcap style=’cricle’]A[/dropcap] organização cultural BABEL e a Fundação Rui Cunha (FRC) vão organizar um debate às 18h30 da próxima quinta-feira sobre a arquitectura municipal de Macau e que conta com a arquitecta Maria José de Freitas e o artista visual Yves Etienne Sonolet como oradores. Intitulada “Dos edifícios municipais às praças: o Leal Senado como Modelo de gestão e poder local”, a palestra pretende explorar “diferentes estilos arquitectónicos dos edifícios municipais portugueses dos séculos XIV a XVIII” e da época dos Descobrimentos. “É, pois, neste contexto que será analisado, muito concretamente, o Edifício do Leal Senado e a sua praça”, refere a organização. O Leal Senado é um prédio cuja construção data do século XVI, “altura em que toda a cidade de Macau crescia intramuros”, pelo que será interessante focar o desenvolvimento do território até aos dias de hoje. “Já no século XIX, o crescimento da cidade ultrapassou o limite muralhado, estendendo-se, por um lado, até às Portas do Cerco, fronteira terrestre com a China continental e, por outro lado, construindo-se novos aterros”, adiantam a BABEL e a FRC. Maria José de Freitas é uma arquitecta portuguesa radicada em Macau e que tem participado numa série de projectos de restauro e preservação arquitectónica na cidade e em Portugal. A profissional foi ainda galardoada com o prémio ARCASIA, na categoria de renovação arquitectónica em 2002. O francês Yves Etienne Sonolet nasceu em Paris e é mestre em Belas Artes pela universidade de Toulouse. A iniciativa faz parte da Macau Architecture Promenade, um evento levado a cabo pela BABEL e que leva a arte aos cidadãos, espalhando pelas mais variadas zonas da cidade.
Leonor Sá Machado EventosFIMM | Semana arranca com violinista letão Gidon Kremer O violinista letão Gidon Kremer estreia-se hoje no CCM num concerto integrado no Festival Internacional de Música de Macau. Kremer traz consigo o Kremerata Baltica, grupo por si formado. Seguem-se os norte-americanos Chanticleer [dropcap style=’cricle’]O[/dropcap]Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) traz hoje ao grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) o violinista da Letónia Gidon Kremer. No entanto, o artista não vai actuar sozinho, porque traz consigo o grupo que formou em 1997, o Kremerata Baltica. De acordo com a organização, o músico é “considerado um dos violinistas mais originais e emocionantes da sua geração”, tendo vencido uma série de concursos como o Queen Elisabeth, o Paganini ou o Tchaikovsky. Kremer é igualmente prolífico quando se fala no número de obra publicadas, tendo lançado um total de 120 álbuns originais. Os Kremerata Baltica são uma orquestra com jovens da Estónia, Letónia e Lituânia. O colectivo deu o seu primeiro concerto no Festival de Música de Câmara Lockenhaus, na Áustria e desde então “são conhecidos pela sua energia e alegria em palco”, explica a organização. O grupo foi fundado com propósitos educacionais com uma visão a longo prazo: por um lado, Kremer pretendia passar a sua mestria aos mais novos e, por outro, ensinar ao mundo que os Países Bálticos também têm música que vale a pena ouvir. Uma obra contemporânea O grupo dedica o seu tempo a obras “contemporâneas de compositores russos e da Europa de Leste”, apresentando em palco obras de Arvo Part, Giya Kancheli, Peteris Vasks, Leonid Desyatnikov, Alexander Raskatov e Meiczyslaw Weinberg. Ao CCM trazem “Máscaras e Rostos”, um concerto pensado para cativar o público pela visão e pela audição. É que o espectáculo consiste numa confluência de cenários contemporâneos através do emprego de elementos multimédia e a interpretação musical de Frates, obra de Arvo Part. “Reunindo música e artes visuais contemporâneas, a obra expressa-se numa língua altamente emocional que reflecte os nossos tempos políticos conturbados e atitudes sociais actuais”, define a organização. Os bilhetes para este concerto, que começa às 20h00, custam entre 200 e 300 patacas, dependendo do lugar escolhido. Dias cheios de alma Terça-feira o mesmo agrupamento volta ao Grande Auditório, desta vez para apresentar “Novas Estações”, com uma série de interpretações de Piazzolla, Vivaldi, Pushkarev e Raskatov. Todo o programa consiste em sinfonia relativa às quatro estações do ano. “O programa do seu segundo concerto no XXIX FIMM, intitulado Novas Estações, inclui desde novas interpretações de Vivaldi e Piazzolla à estreia asiática do Segundo Concerto para Violino de Philip Glass”, explica o FIMM no seu programa do Festival. Este espectáculo acontece às 20h00 no CCM e os bilhetes custam entre 200 e 300 patacas. No entanto, as actuações desta semana não acabam por aqui: a noite de quarta-feira é dedicada à música à cappella. Os norte-americanos Chanticleer actuam às 20h00 no Teatro D. Pedro V para cantar e encantar a plateia, com bilhetes que vão das 200 às 250 patacas. O colectivo, composto por 12 membros, foi fundado em 1978 e tem vindo a desenvolver uma série de novos arranjos musicais, passando do género inicialmente preferido de música renascentista para interpretações de jazz e gospel. “O empenho de longa data do grupo em encomendar e executar obras novas resultou em mais de 90 peças escritas por mais de 70 compositores”, informa a direcção do FIMM. O programa já está definido e chama-se “Acima da Lua”, espectáculo que se dedica a homenagear a música de Nico Muhly, mas inclui também obras de Monteverdi, Mantyjarvi, Porter, Mancini e Elbow. O grupo recebeu, em 1999 e 2002, o prémio de Melhor Pequeno Agrupamento, e de Agrupamento do Ano 2008.
Hoje Macau EventosFRC | “A Arte da Ilustração em Macau e Portugal” em exposição até final do mês [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]“A Arte da Ilustração em Macau e Portugal”, exposição que reúne 40 obras de um total de 20 artistas, inaugurou ontem na Fundação Rui Cunha (FRC), depois de ter estreado, no Verão, no Porto. Da iniciativa da Associação Cultural Yun Yi, a mostra vai estar patente até ao dia 31 de Outubro. “Foi sempre nossa missão facultar uma plataforma para o intercâmbio entre artistas de Macau e de outros países/cidades. Esperamos trazer talentos do estrangeiro para mostrar a Macau as novas tendências, tradições artísticas de outros países e, ao mesmo tempo, levar a nossa arte local lá fora”, afirmou Christine Hong Barbosa, fundadora da Associação e uma das curadoras da exposição. Neste sentido, Portugal surgiu como uma escolha “muito natural” como primeiro destino nomeadamente pela “longa relação” e pelo background histórico. O Porto foi o palco da estreia, em particular. “Esta exposição é muito significativa. É o primeiro ano que fazemos. Vamos tentar com que seja anual e tentar escolher outro país/cidade para aplicar o mesmo conceito. O nosso objectivo é que para o ano tenha lugar em Nova Iorque”, explicou Christine Hong Barbosa à agência Lusa. “Estamos a planear: depende do financiamento, dos participantes e, se tudo correr como esperado, espero que tenha lugar no Verão e depois novamente no Outono em Macau”. A exposição não tem uma temática comum, tendo os 20 ilustradores ou grupos de ilustração de Portugal e Macau (dez de cada) sido convidados a apresentar os trabalhos que acabam, portanto, por ser “muito diferentes” desde logo do ponto de vista das técnicas, já que havia apenas um requisito – o tamanho – imposto para evitar dificuldades logísticas. De Portugal chegam os trabalhos de André da Loba, Catarina Sobral, Nicolau, Rui Vitorino dos Santos, José Cardoso, Marta Monteiro, Lord Mantraste, Júlio Dolbeth, Pedro Lourenço e João Drumond. De Macau participam Eric Fok, Tun Ho, Rui Rasquinho, Kay Dung, Siomeng Chan, Kun Lam, Tim Chan, Aquino da Silva, 2UP e Chan VaiChun & Henry Chan.
Andreia Sofia Silva EventosSignum Living Store | “Scape”, de Rui Rasquinho, inaugura quarta-feira Na próxima quarta-feira, dia 14, inaugura na Signum Living Store a exposição “Scape”, do ilustrador Rui Rasquinho. São desenhos de paisagens imaginadas e sentidas pelo autor, que apenas querem levar o público a fazer uma própria interpretação daquilo que vê [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á cerca de quatro anos que o ilustrador Rui Rasquinho não expõe o seu trabalho junto do público, apesar de colaborar regularmente com diversas publicações. Desta vez, o artista quebra esse jejum e apresenta na Signum Living Store a exposição “Scape”, que inaugura na próxima quarta-feira, dia 14, e que estará patente até Dezembro. “Scape” é uma exposição cheia de obras que não foram feitas para esse fim, mas que fazem parte de um “projecto maior” que Rui Rasquinho está a desenvolver e que será composto também por fotografia e vídeo. O que o público vai poder apreciar na galeria de arte é apenas “uma experiência e uma investigação” para aquilo que ainda há-de vir, contou o artista ao HM. Apesar do nome da iniciativa remeter para paisagens, não são os espaços físicos que “Scape” aborda. “Este projecto tem a ver com paisagens interiores, o que a pessoa pensa, o seu estado de espírito e a forma como isso se expressa. Uma das ideias é ter um espaço grande para a interpretação sobe as obras em si, não só do artista mas das pessoas que vão ver. Há um espaço grande para as pessoas verem o que quiserem e puderem ver, onde as coisas não são completamente figurativas ou abstractas”, explicou Rui Rasquinho. O ilustrador prefere chamar às 14 obras expostas “desenhos”, que podem fazer lembrar à partida pintura tradicional chinesa. Mas não é disso que se trata. “Neste caso são desenhos porque é a linha que define tudo, o estilo e a mensagem. Mas há referências múltiplas, inclusive referências da pintura histórica, chinesa, mas também ocidental e outras coisas”, acrescentou. Uma catarse Tendo sido convidado pela galeria Signum Living Store e a revista Macau Closer a realizar esta exposição, Rui Rasquinho apresentou assim o resultado de uma espécie de catarse do artista. “Este trabalho tem uma componente importante, que é o desenho como prática obsessiva, como catarse. É também o processo da busca de um ideal, que pode ser fictício e inatingível, entre o figurativo e a abstracção. O que interessa aqui é o processo de busca dessa ideia, não exactamente a ideia em si. Daí aquele espaço vasto que é deixado para a interpretação”, revelou Rui Rasquinho. Questionado sobre as expectativas que deposita nessa própria interpretação que o público irá fazer, o ilustrador garante que nem sequer pensa nisso. “A ideia é que seja um espaço de interpretação e que as pessoas encontrem sentidos lá. A minha única expectativa é essa, que em vez de se guiarem por frases que o artista ou a galeria fazem, tenham um espaço para fazer a sua própria interpretação”, concluiu.
Leonor Sá Machado EventosMando-pop | Studio City traz nove artistas taiwaneses ao território [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]tudio City vai organizar uma espécie de festival de mando-pop, género musical popularizado em Taiwan. Nove estrelas da Formosa vão subir ao palco do novo complexo hoteleiro entre os dias 14 e 28 de Novembro e alguns bilhetes já estão à venda, enquanto outros podem ser adquiridos a partir de dia 16. Os fãs deste estilo musical poderão ver Show Lo, JJ Lin, A-Lin e Hebe Tien, autores que são considerados estrelas em Taiwan. O Centro de Eventos do Studio City abre assim as hostes com a Série de Música de Taiwan, que consiste na organização de três concertos “electrizantes” por dia. A produção é da responsabilidade de Chen Cheng Chuang, conhecido produtor daquela região. “Produzi vários concertos de topo e cerimónias de entrega de prémios, mas é a primeira vez que sou convidado para organizar um concerto tão pormenorizado com um conceito tão único”, explicou. “O primeiro conjunto de concertos, liderado pela minha cantora preferida, Show Lo, caracteriza-se pela extravagância musical e muita dança e ritmo. O segundo, com JJ Lin e A-Lin, vai ser um banquete de romance para os amantes da música e o final trata-se de um concerto de assinatura com música ao vivo de Yoga Lin e Hebe como cabeças de cartaz”, acrescentou o produtor. O primeiro set de concertos acontece no dia 14 do próximo mês e tem como foco a música hip-hop e R&B, seguindo-se a dupla de JJ Lin e A-Lin junta no palco, a 21 de Novembro. Finalmente, o festival encerra a 28 do mesmo mês, com as estrelas Hebe Tien, Yoga Lin e Janice Yan. A música de Hebe ganhou fama há cinco anos, com êxitos como “Insignificance”, “Love” e “The Most Important Thing in Life”.
Joana Freitas EventosBabel | Macau Architecture Promenade de 10 de Outubro a 1 Novembro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]mês de Outubro é o mês internacional da arquitectura e, em celebração disso mesmo, a Babel lança um novo projecto intitulado Macau Architecture Promenade (MAP). Com inauguração marcada para sábado, às 18h00, no Albergue SCM, o evento apresenta um programa que se divide em exposições e espectáculos e que se prolonga até dia 1 de Novembro. Para celebrar a arquitectura, haverá três exposições e espectáculos, conversas e literatura, projecções de filmes e vídeo-arte – umas no exterior, outras em 3D – mais de dez sessões de workshops e quatro intervenções em espaços públicos. O MAP envolve mais de 30 artistas e tem um objectivo bem claro: mostrar “a arquitectura nas suas relações com outras artes e com o espaço público, celebrar a cultura urbana, o experimentalismo e as práticas inovadoras com o propósito de inspirar novas formas de pensar a cidade”, explica a organização. A abrir o MAP, no dia 10, está o lançamento do livro “Macau Sessions. Dialogues on Architecture and Society”, de Tiago Saldanha Quadros, director do Departamento de Arquitectura da Babel e professor na Universidade de São José. O livro reúne conversas com “figuras importantes no campo da arquitectura e do urbanismo” e fotografias de Ieong Man Pan. Programa extenso A 17 de Outubro, às 17h00, inaugura a exposição “Treeplets”, na Universidade de Macau. A mostra, que se estende até dia 1 de Novembro, reúne estruturas de bambu de João Ó e Rita Machado, da empresa de Macau Impromptu. No mesmo dia e local, poderá assistir ao filme “The Human Scale”, de Andreas Dalsgaard, às 20h00. O dia seguinte é dedicado a um workshop, das 17h00 às 19h00, intitulado “Building With Straws”, antes dos dias 24 e 25 de Outubro, quando a MAP convida o público a ir ao Centro de Ciência de Macau. Lá, das 10h00 às 18h00, as crianças poderão fazer uso do playLAND, um set de bóias de praia à escala humana. Seguem-se os espectáculos de rua “Bodies in Urban Spaces”, no dia 31 de Outubro, às 10h00 e às 19h00. Dos lagos Nam Van às Ruínas de São Paulo vai poder assistir a artistas que vão juntando o corpo humano à arquitectura, desafiando regras e comportamentos. É Cie. Willi Dorner quem tem a responsabilidade de levar a cabo o projecto, sendo que vai ainda reunir 25 dançarinos locais que serão coreografados pelo artista de Viena. Na calha estão ainda um conjunto de visitas guiadas a certos quarteirões de Macau, de forma a que o público possa “descobrir novas formas de ver a cidade”, através de passeios conduzidos por especialistas de arquitectura, património, planeamento urbano e festividades locais. Além disso, um conjunto de actividades educativas preenche o mês de Outubro para que crianças, famílias e adultos possam aprender em conjunto. “O MAP destaca o papel da arquitectura e da arte no desenvolvimento cultural, urbano e social. A questão que o MAP procura abordar é muito simples: qual o papel da arquitectura e da arte no construção de melhores cidades, maior qualidade de vida e futuros mais sustentáveis? E ainda… quão público é o espaço público?”, adianta a Babel, uma organização cultural sem fins lucrativos focada na arte contemporânea, arquitectura e ambiente. Coordenado pela BABEL, o MAP conta com a colaboração de mais de 20 organizações, desde universidades até infantários, museus e associações culturais, instituições públicas e privadas.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteLusofonia | Virgem Suta são escolha lusa para festa no fim do mês Vêm aí os Virgem Suta para representar Portugal e animar o Festival da Lusofonia, quase à porta. O fim de semana de 23 a 25 deste mês promete ser animado, com actividades para todos os gostos e idades, desde insufláveis e passeios de pónei, a concertos ao vivo e barraquinhas com produtos de cada país do mundo lusófono [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]direcção do Festival da Lusofonia escolheu os Virgem Suta para representar Portugal nesta 18ª edição. Durante os dias 23 e 25 deste mês, a zona das Casas-Museu da Taipa volta a encher-se de cores e sabores lusófonos, apresentando gastronomia, cultura, música, costumes e danças de Portugal, Angola, Cabo Verde, Goa, Damão e Diu, S. Tomé e Príncipe, Timor, Macau, Guiné-Bissau, Moçambique e Brasil. O evento vai custar ao Governo 2,4 milhões de patacas. “Poupámos 400 mil patacas comparando com o ano passado, em que gastámos 2,8 milhões”, informou a organização. Prevê-se que lá marquem presença 20 mil pessoas. Em destaque está a já tradicional organização de passeio de pónei para crianças, mas a população pode esperar mais variedade na zona de restauração e sessões de “música ligeira”, onde artistas de Macau estarão presentes ao longo dos três dias para animar o espaço. É entre as 19h30 e as 21h30 de sexta-feira, sábado e domingo que os 80&tal, Mané Crestejo, Fabrizio Croce e o Grupo de Fado e de Música Popular Portuguesa vão estar num pequeno palco montado para o efeito. Como em anos anteriores, a Rádio Carmo estará presente no local para ir dando à população as mais recentes novidades e falar sobre os acontecimentos que terão lugar no festival. “Esta rádio será transmitida através de aparelhagem sonora instalada na zona do Carmo, sendo a emissão da responsabilidade de uma equipa de animadores profissionais que farão a locução em Chinês, Português e Inglês”, explicou o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), na conferência de apresentação do evento, ontem. Música de todo o mundo Este ano, a Lusofonia vai compreender actuações do Brasil, de Timor, Portugal, Cabo Verde e vários outros países. Em palco estarão a brasileira Mariene de Castro, o moçambicano Massukos, os Versatyle de Goa, Damão e Diu, Binhan Quimor e Star Candinha da Guiné-Bissau, os Mesô Dance de S. Tomé e Príncipe, o angolano Master Jake, o cabo-verdiano Bitori Nha Bibinha, os timorenses D’Voices Talik Murak e, finalmente, os Virgem Suta, de Portugal. A banda portuguesa de rock é de Beja e foi criada por Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo. O primeiro CD do colectivo, de nome homónimo, foi lançado em 2009, e o mais recente álbum, Doce Lar, chegou às prateleiras em 2012. Um dos seus maiores êxitos chama-se “Maria Alice” e já surgiu em telenovelas portuguesas. Além da música, o Festival apresenta uma série de outras actividades. Entre as barracas de comida e bebida, estará o já conhecido balcão do Brasil, com caipirinhas de fazer fila. Serão ainda organizados torneios de matraquilhos e de futebol de cinco, para o qual os interessados devem inscrever-se. Os torneios de matraquilhos sub15 e acima dos 16 anos dão direito a prémios, com os três primeiros classificados a receber 800, 600 e 400 patacas respectivamente. Estes realizam-se das 19h00 às 22h00 na sexta-feira e das 12h00 às 16h30 de sábado. No sábado e domingo o espaço encontra-se equipado com um local recreativo infantil, das 15h00 às 18h00, onde serão realizados jogos e workshops para os mais novos. Os passeios equestres, igualmente destinados às crianças, podem ser feitos entre as 15h00 e as 18h00 de sábado e domingo. A actividade é patrocinada pelo Jockey Clube de Macau, que cedeu os animais. Entre a música e os expositores de cada país, há ainda insufláveis para distrair as crianças e um simulador do Grande Prémio no local.
Andreia Sofia Silva EventosSofitel | Festa temática dos anos 80 marcada para dia 16 É já no próximo dia 16 de Outubro que decorre a festa temática “So 80’s Party”, no Sofitel. Cada um pode vestir uma indumentária a fazer lembrar os anos dos brilhos e dos grandes nomes da música pop. O cantor Edu Casanova fará uma participação especial [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]uvir Madonna ou Michael Jackson enquanto tem uma vista privilegiada sobre Macau? Vestir-se como uma Cindy Lauper ou Tina Turner? Todas essas coisas serão possíveis no próximo dia 16 de Outubro, sábado, com a festa “So 80’s Party”, que vai decorrer num dos salões do hotel Sofitel, no Ponte 16. A festa contará ainda com a presença do músico e compositor brasileiro Edu Casanova, que trará um ‘hit’ inspirado na década de 80 e que neste momento está a realizar uma tournée pela China. Ao HM, Thais Pinheiro Silva, uma das organizadoras do evento, fala de uma festa que foi pensada só para um grupo de amigos que tem saudades das músicas que passavam nas rádios há vinte anos, mas que acabou por ter grande adesão. “Foi uma reunião de amigos, mas afinal temos mais amigos do que aqueles que pensávamos (risos)”, começa por dizer Thais Pinheiro da Silva. “Está a ter uma repercussão maior do que aquela que esperávamos. O nosso plano era fazer uma festa em conjunto com o Sofitel, porque têm o salão no sexto andar com uma varanda espectacular para Macau e a piscina. Tem sido feito só pelo Facebook e no princípio estava a contar com pessoal mais chegado, entre cem a 150 pessoas, mas estou a ver que vamos ter de abrir mais partes do salão, o que é bom sinal. Queria uma festa onde todos se pudessem divertir e que fossem caras conhecidas. Já morei em Macau entre 2007 e 2010 e queria reunir essas pessoas. Era uma festa privada, mas acabou por ter uma grande repercussão.” Isso fez com que a festa se tornasse um evento social, onde se espera música que traz boas recordações. “O nosso círculo de amigos tem entre 30 e até 60 anos e queríamos uma festa que captasse todas as pessoas e que agradasse ao gosto de todos em termos musicais. Queríamos uma festa em que as pessoas se pudessem vestir e pensámos numa festa dos anos 80 que abrange todas essas idades”, acrescentou Thais Pinheiro da Silva. A entrada custa 150 patacas e cada pessoa tem direito a uma bebida. A realização de uma festa temática foi algo que os participantes pediram desde o início. “Quando organizei esta festa também tive em consideração a opinião do público e festa temática foi o que mais pediram. Porque não basta ter um bar bonito, com uma boa localização e um DJ, [as pessoas] querem uma coisa diferente, que puxe mais pelo público local. Não apenas aqueles que estão por um período curto, mas que chame mesmo o público local, que fuja um pouco do luxo e dos casinos. Para as pessoas irem descontrair, com uma música diferente.” Dos cerca de 1900 convidados na rede social, mais de 180 pessoas já confirmaram a sua presença. A pista que vai fazer regressar ao passado abre às 22h00. “O objectivo é fazer algo sem grandes fins lucrativos e reunir as pessoas num lugar porreiro com capacidade para muita gente e que agrade à maioria do público”, remata Thaís Pinheiro da Silva.
Joana Freitas EventosMúsica | Amor Electro em Macau no fim do mês [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]grupo português Amor Electro chega a Macau no final deste mês para um concerto no Centro Cultural de Macau (CCM). O colectivo formado por Tiago Pais Dias, Rui Rechena, Ricardo Vasconcelos e Marisa Liz passam pelo território a poucos meses de lançarem um novo trabalho. Organizado pela Fundação Oriente e pela Casa de Portugal, o espectáculo realiza-se no dia 27 de Outubro, no pequeno auditório do CCM e tem hora marcada para as 20h00. Depois de “Cai o Carmo e a Trindade”, que marca o álbum de estreia da banda em 2011, os Amor Electro têm-se distinguido como um dos principais projectos da música moderna portuguesa. “Tiago Pais Dias, Rui Rechena e Ricardo Vasconcelos proporcionam a Marisa Liz, reconhecidamente uma das mais marcantes vozes da actual música portuguesa, o ambiente ideal para exprimir todo o seu talento, graças a uma personalidade única, onde modernidade e tradição, raízes populares e electrónica, colidem para darem origem a um som extremamente original, carregado de carisma, emoção e portugalidade”, nota a organização em comunicado. Marisa Liz iniciou o seu percurso musical em bandas infanto-juvenis, como os conhecidos Onda Choc, tendo feito parte da banda Donna Maria, de 2003 a 2009. Um ano depois de anunciar que daria continuidade à sua carreira a solo, Marisa junta-se a Tiago, Rui e Ricardo e criam Amor Electro, que se apresenta com o single “A Máquina (Acordou)”. Os Amor Electro alcançaram o Disco de Platina com o primeiro CD e ainda foram nomeados para os prémios MTV Europe Music Awards, na categoria “Best Portuguese Act”, em 2012. Em Janeiro de 2013, foram galardoados na Holanda com o EBBA – European Border Breakers Awards. No mesmo ano lançaram o disco “(R)evolução”, álbum com o qual dizem “assumir riscos e explorar territórios onde ainda não se tinham aventurado”, contrastando o rock progressivo com o que já vem sendo o estilo conhecido da banda. Famosos pelas músicas originais e pelas covers de músicas portuguesas bem conhecidas ao ouvido dos portugueses, os Amor Electro estão agora a preparar um novo álbum, apenas de originais”, cuja data de lançamento está prevista para o início de 2016. Os bilhetes para o concerto no CCM estão à venda na Kong Seng a partir de hoje e custam entre as 100 e as 150 patacas.
Joana Freitas EventosLMA | Elenore actuam na próxima semana [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Elenore actuam na próxima semana na Live Music Association (LMA). O grupo musical baseado em Pequim chega a Macau para apresentar o novo álbum, “The King Of The Circus”. Elenore são uma banda de brit-pop/indie rock, formada pela vocalista e guitarrista Wang Yu nos finais dos anos 2009. Long Fei, baixista, e Hu Pan, baterista, são os dois outros membros do grupo, que presenteia o público com sons que beberam de bandas como Oasis, Kasabian e Black Rebel Motorcycle Club, entre outras. Em 2012, os Elenore lançaram o seu primeiro EP, “The Missing Queen”, cujo single “Hatano’s Dance” conseguiu reunir mais de 260 mil visualizações no site chinês de videoclipes Sohu. No ano seguinte, a banda actuou no Strawberry Music Festival, inMusic Festival e no Canal Kylin Festival, tendo depois lançado um novo single, “Teenager”, cuja produção ficou a cargo do “conhecido produtor” Yang Haisong, indica a organização. Em Macau, numa tour que conta com outras 16 cidades, Elenore apresentam “The King Of The Circus”, lançado em Julho deste ano. A festa está marcada para sábado, dia 17, e tem início às 21h00, sendo que haverá ainda tempo para ouvir UNIK e Vicent, da banda LAVY, a cuidar do som. A entrada custa 120 patacas.
Leonor Sá Machado EventosSecret Island Party | Festival regressa a 16 de Outubro para três dias de música A Secret Island Party volta a Hong Kong, num conceito que embora não seja novo, continua a conquistar fãs pelas regiões circundantes. De Macau, sobem aos palcos de uma qualquer praia paradisíaca os DJs Devlar e Ryoma e a banda Concrete/Lotus [dropcap style=circle’]O[/dropcap]festival de três dias Secret Island Party volta a Hong Kong entre os dias 16 e 18 deste mês para trazer aos fãs de boa música e ambiente exterior mais de uma centena de performances musicais em cinco diferentes palcos. Os artistas de Macau também vão estar presentes, com o palco Once Upon a Boom a acolher a música techno do DJ Devlar às 00h00 de sábado. No dia seguinte, bem cedo, chega a vez do DJ Ryoma subir ao mesmo palco, às 9h00, para ajudar os festivaleiros a acordar com música ambiente e chill out. Já o palco Sunsets abre o final de tarde com os Concrete/Lotus, num concerto também marcado para domingo, às 16h15. O cartaz compreende ainda as bandas The Haywood Sisters, Mouse FX, The Brown Note Collective, Salvaje, 9 Maps, Dr. Eggs, Sushi Robot, PUSH, Boomsma, The Lamma Jazz Quartet e muito mais. O festival – que este ano tem como tema “Contos de Fada, Folclore e Fábulas” – não tem um estilo musical definido, abrangendo desde electrónica e techno, a sets acústicos, indie, pop e tributos a bandas dos anos 80 e 90. Muito mais do que música A Secret Island Party inclui muito mais do que concertos ao vivo: incluídos no bilhete estão workshops de dança e pintura facial, jogos no exterior, sessões de yoga, de massagens e de meditação, entre outras actividades que cultivam a paz de espírito e o aproveitamento do espaço verde. Na sexta-feira, o recinto abre os palcos às 19h00, no sábado às 8h00 e domingo às 7h30. O palco Sunsets oferece duas sessões de meditação seguidas no domingo de manhã, entre as 7h00 e as 8h00. E porque campistas numa ilha deserta sobrevivem mal sem comer, a organização conta com a presença das cadeias Koh Thai, Beef & Liberty, Cali Mex, Flaming Frango, The Candy Stand, CAFE O, Boom Boom Food, Anything But Saladas e L’Ami Cafe Nomad, oferecendo poder de escolha a vegetarianos, amantes de carne ou de massas. Os bilhetes têm diferentes preços, dependendo do dia preferido, ficando a sexta-feira a 250 dólares de Hong Kong, o sábado a 550 e o domingo a 380 dólares de Hong Kong. O passe para os três dias soma 850 dólares de Hong Kong, valor que sobe mais 200 com o aluguer de uma tenda para dois, se os festivaleiros não trouxerem o seu próprio equipamento. Os lugares para montar a tenda são gratuitos, bem como o acesso a duches. A maioria das actividades além-concerto estão incluídas no pacote, mas outras não, como as bancas de massagens e a comida. A localização, claro está, é desconhecida, pelo que os festivaleiros devem comparecer no porto de ferries de Central para embarcar na aventura de três dias. Os interessados devem dirigir-se à página de Facebook do evento, que tem disponível toda a informação acerca dos preços, horários e bandas que vão actuar.
Leonor Sá Machado EventosVídeo-Mapping | Equipa de Macau vence concurso no Japão [dropcap style=circle’]A[/dropcap]equipa de Macau Neba Studio venceu o prémio para Melhor Espectáculo de Mapping no concurso internacional Niigata Minatopika, que teve lugar no Japão no final do mês passado. Esta é a quarta edição do espectáculo onde são avaliadas equipas de todo o mundo – incluindo Brasil, Indonésia, México, Roménia ou Alemanha – pela realização de um vídeo de mapping na parede. Ao prémio concorreram equipas de 15 países com 42 peças de arte, que consistem em vídeos com duração de 60 a 119 minutos. A entrega de prémios teve lugar no passado dia 22 de Setembro e o concurso foi organizado na cidade de Niigata, pela Associação de vídeo mapping do Japão. Foi a primeira vez que uma equipa de Macau participou neste evento, com Casher U, Nico Liu e Grace Wong na produção de vídeo e Kaze Patrício Chan na musical. O colectivo foi convidado a entrar na próxima edição do Niigata Minatopika, que terá lugar na mesma cidade nipónica. O segundo e terceiro lugares ficam reservados às selecções mexicana e brasileira, com a plateia a escolher a equipa do Japão. O tema deste ano foi “Cruzamento”, que implica a exploração de temas relacionados com Comunicação e Intersecção, incluindo intercâmbio cultural, inclusão racial e comunicação artística. O painel de jurados tinha especialistas do Japão, Indonésia, Coreia e Bélgica e estes primaram pela habilidade na projecção, expressão estética, enquadramento do tema e reacção do público. “A Neba Studio foi fundada por três designer de multimédia locais e foca-se na animação, projecção, mapping, publicidade e instalação de design interactivo, tendo estabelecido um estúdio no Centro de Design de Macau em 2014”, escreve o Centro de Design de Macau (CDM) em comunicado. De entre os vários projectos no seu currículo estão “Um sonho de luz: 25º Festival de Artes de Macau”, prevendo-se a sua participação no 3º Festival de Luz de Taichung e a realização de um espectáculo de vídeo-mapping organizado pelo CDM. Os custos da viagem da equipa até ao Japão foram cobertos pelo Instituto Cultural e pelos Serviços de Turismo.
Andreia Sofia Silva EventosVenetian | Espectáculo “Tap Dogs” no final do mês Entre os dias 30 de Outubro e 8 de Novembro chega ao Venetian o espectáculo oriundo da Austrália “Tap Dogs”, um show de dança que já passou por 330 cidades de todo o mundo e que registou 12 milhões de espectadores. “Tap Dogs” pretende trazer à sala de espectáculos Cotai Arena um misto de teatro, dança e ainda um concerto rock, sempre com homens como bailarinos e músicos em palco. O espectáculo, que já venceu prémios como o Olivier Award e Obie Award, tem a duração de 80 minutos e promete ser destinado a todas as idades. Com sucesso à escala planetária, “Tap Dogs” apresentou-se ao público pela primeira vez em Janeiro de 1995, no Sydney Theatre Festival. Coreografado por Dein Perry, “Tap Dogs” conta ainda com nomes como Nigel Triffit, Andew Willkie ou Andy Jackson nas áreas de produção, música e concepção de todo o espectáculo. Os bilhetes já se encontram à venda e os preços variam entre as 280 e as 680 patacas.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteAurelio Porfiri, compositor e autor, diz não haver competitividade no mundo da cultura O compositor e director do coro de Santa Rosa de Lima Aurelio Porfiri abandona Macau para ingressar em novos projectos, como investir na sua carreira de edição discográfica. Para trás deixa um coro de “anjos”, mas também várias desilusões [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ete anos depois da sua chegada a Macau, anuncia que vai deixar o território para embarcar em novos projectos. Qual é a principal razão para esta decisão? Optei por me ir embora, principalmente por não me querer tornar numa pessoa frustrada. Sei que, especialmente para pessoas com a minha experiência e passado, Macau não é um local capaz de oferecer uma carreira profissional no mundo das artes. Vi outras pessoas que já estão frustradas e se sentem “presas” e consegui relacionar-me com a situação delas. Esta é a principal razão: Macau não consegue oferecer-me aquilo que quero e outra das justificações é que sinto que o meu ciclo aqui acabou. Fiz bastante enquanto cá estive, nomeadamente lançamento de vários trabalhos em diversos países. É tempo de abrir um novo capítulo na minha vida. Há quem diga que essa pequenez de Macau faz com que haja mais oportunidades para os mais talentosos singrarem. Qual é a sua opinião? Infelizmente, o que acontece é que esse aspecto aqui se reflecte da forma mais negativa. Algumas pessoas disseram-me que se ficasse em Macau, seria sempre considerado o melhor porque não existe competitividade. Mas o problema é precisamente esse. Quero crescer e isso só acontece quando o ambiente é desafiante e quando temos oportunidade para nos superarmos a nós próprios e a terceiros. Se não estivermos perto dos melhores, não crescemos. Aqui não há essa oportunidade, porque é demasiado fácil sermos os melhores. Em retrospectiva… Quais foram as suas maiores conquistas aqui? A maior delas todas foi manter-me vivo. Julgo que é uma coisa que se dá como garantida, mas não. Senti-me muitas vezes frustrado e desiludido e não importa com quem, porque acredito que o problema está no tipo de mentalidade. Faz-me rir quando as pessoas dizem que Macau é uma cidade internacional, porque basta viver aqui um dia para perceber que é um sítio com uma mentalidade provinciana. O exemplo mais simples disso é apanhar um táxi: se não soubermos falar um pouco de Chinês, o condutor nunca vai perceber porque não fala Inglês. Mesmo nas clínicas privadas… É preciso mostrarmos onde nos dói e onde os médicos devem procurar, porque também não sabem. Hong Kong e Londres são cidades internacionais, mas Macau não o é e não o digo num tom ofensivo. Assim sendo, toda a gente funciona como de uma vila se tratasse. Os meus pais têm casa numa pequena aldeia italiana e há lá um músico considerado pela população como Beethoven, mas só porque é o único. Isto acontece em Macau. Em que sentido? Como não existe nível de comparação, mesmo aqueles que estão abaixo do nível de mediocridade, são considerados muito bons. Quando as pessoas de fora chegam, sentem-se assim presos e começam a lutar contra o sistema. Isto torna a vida dos estrangeiros muito complicada. Por outro lado, posso dizer que ensinar os meus alunos foi das melhores coisas que me aconteceram. São realmente brilhantes e falo de forma enfática, porque sinto que eles são puros, no sentido criativo. E só o são porque são ainda muito novos, porque o sistema social de Macau tende a matar o espírito criativo. O talento de muitos deles está bastante acima de crianças de Singapura ou da China. Recentemente, houve um maestro de Macau que disse que os locais não tinham capacidade suficiente para ingressar na Orquestra de Macau. Concorda? Quando as pessoas dizem isso, acredito que estejam a referir-se às academias de música locais. Se os professores, o ensino e a escola não forem boas, como é que os alunos podem singrar? Sem querer puxar a brasa à minha sardinha, a verdade é que o coro de Santa Rosa de Lima, que dirijo, canta como anjos. Isto acontece com muito treino e o problema está no desenvolvimento do potencial que têm à priori, que não acontece porque não têm quem potencie isto. Aqui acontece ao contrário. De que forma? As pessoas estrangeiras têm oportunidades profissionais, mas nunca serão inteiramente bem-vindas, parte integrante da comunidade. Seremos sempre “de fora”. A mentalidade é muito semelhante à da China. Perguntaram ao Padre Teixeira porque é que se ia embora de Macau depois de quase 60 anos em Macau, ao que respondeu que não queria ver a cidade morrer. As comunidades chinesa e portuguesa vivem paralelamente. Não existe, então, homogeneidade… Gostava de acreditar nisso, mas não. É uma ideia metafísica, platónica, que seria bonito, mas que nunca aconteceu. Acredita que o facto dos seus alunos serem brilhantes advém do facto de terem um professor ocidental? Diria que são bons quando têm um professor muito bom, é assim que as coisas se fazem. Mesmo que tenhamos que lutar contra o sistema, incluindo pais e corpo académico. Sabemos que o universo musical local é muito pobre e os pais nem se interessam pela música que os filhos desenvolvem. Tive sorte, porque tive o apoio da escola, mas tive que lutar muito por determinadas coisas. Provavelmente esta cidade não vai numa direcção positiva de crescimento, mas sim negativa. Não é uma sociedade na qual quero viver, porque que sei as minhas limitações, reconheço que posso ter um mau temperamento enquanto músico e por isso sinto que tenho que evoluir. A cultura chinesa é conhecida por ter o culto da disciplina e rigor na educação. Também são assim na aprendizagem de música? A mentalidade europeia prima pela criatividade e a oriental pela disciplina. Veja-se o pianista chinês Lang Lang: na sua autobiografia, fala da severidade com que o pai o obrigava a estudar. Um dia, foi até ao Canadá e ouviu um pianista russo a tocar… Disse que foi quando finalmente se apercebeu do que era realmente a música. Os artistas chineses podem ser tecnicamente muito bons, mas a música ocidental é, como a expressão indica, ocidental, com uma filosofia, teologia, religião e linguagens associadas. Não se pode simplesmente misturar as duas coisas. Se perguntar a alguns dos meus alunos o nome do compositor e a história da peça que estão a tocar, não sabem, porque nunca ninguém lhes ensinou esta parte, só a técnica. Um outro maestro disse que, devido ao estilo de aprendizagem da música na Ásia, é provável que o Ocidente perca vários talentos da música clássica por causa da incapacidade de concentração no estilo educativo europeu. Concorda? Em termos de quantidade, talvez seja verdade. Contudo, tenho as minhas reservas relativamente à qualidade destes artistas. A maioria dos melhores artistas de música clássica continua a ser dos EUA ou da Europa. Os poucos chineses que lá estão começaram noutros locais que não na Ásia. O problema é quando se fica no mesmo sítio. Não se evolui. Os melhores compositores de Macau vão embora porque sabem que aqui não conseguem singrar e o problema é pequenez de mentalidade. Não será possível alterar esta mentalidade? Penso que não, porque as pessoas estão conscientes do mundo onde vivem e não têm uma posição reactiva, mas sim passiva. Ninguém aqui faz o que deve ser feito. Falou sobre a diferença entre as culturas da música europeia e oriental. Como é possível ensinar estes dois estilos musicais, sendo um professor ocidental e tendo alunos chineses? O principal é a confiança. Eles sempre confiaram cegamente em mim e fiquei muito feliz quando, no outro dia, passei por dois alunos meus na rua e disseram-me que tinham estado a acabar de cantar uma peça que lhes tinha ensinado. Isto mostra que consegui chamar a atenção dos alunos e fazê-los sentir-se especiais. Eles gostam da cultura europeia, mas temos é que os manter interessados. Deu aulas em países ocidentais, nomeadamente Itália. Qual é a grande diferença entre ensinar crianças ocidentais e orientais? Pela minha experiência, posso dizer que os chineses são certamente mais disciplinados. Em Itália, a sala de aula às vezes assemelhava-se a um campo de guerra, mas julgo que este é o outro lado da moeda. Isto só acontece porque somos mais emocionais e criativos. Por outro lado, isto é também o que potencia que façamos grandes coisas no mundo das artes. Aqui são mais silenciosos, mas temo que isto em parte seja dificuldade de comunicação. Egoisticamente prefiro os mais disciplinados, mas confesso que, em termos de talento e desenvolvimento pessoal, os mais entusiásticos fazem mais sentido. O Festival Internacional de Música de Macau não deveria englobar mais estilos musicais além da clássica e do jazz? Julgo que seria interessante, mas a ideia da organização é apresentar trabalhos que possam ter algum impacto real em Macau, uma coisa que chame mesmo a atenção da população local. Não sei quantas pessoas, exactamente, conhecem Placido Domingo em Macau e por isso percebo que a organização prefira fazer algo que chame a atenção. Não sei é se vai mudar os ventos. É um grande evento anual, mas o resto do ano continua tudo igual, seja na educação musical, na oferta de cultura… Numa entrevista à TDM, referiu-se à música como uma forma de comunicação. O que quis dizer? Precisamente isso. É uma forma de conhecimento, tão válida como as ciências exactas. Beethoven disse que a música é a forma mais elevada de conhecimento, mas porquê? Porque a música entra, muitas vezes, enquanto substituta das palavras, traduzindo emoções. A música não é uma linguagem conceptual, mas sim imagética e de emoções. O que temos que perceber é que somos precisamente isso: emoções. Se virmos um filme com uma cena de amor muito intensa e a imaginarmos sem a banda sonora, perde grande parte do seu impacto. Fecha agora este capítulo de Macau. O que vem aí? Não tenho uma mente fechada e experimento coisas novas se achar que faz sentido. Futuramente, quero desenvolver a minha empresa discográfica, com toda a série online. Depois, é ver o que surge. Tenho tantos livros que quero publicar… Que publicações tem planeadas? Tenho mais um para ser publicado já em Outubro, em italiano. É sobre Macau e a minha experiência na Ásia, sobre a mentalidade e nada que ver com aprendizagem da música. Vou continuar também a minha colaboração com o jornal O Clarim, como correspondente a partir de Roma.
Filipa Araújo EventosSun Yat-sen | Relíquias em cinco museus de três regiões A filha de Sun Yat-sen, a sua vivência enquanto casada e a ligação ao pai dão o mote para uma exposição que chega a Macau vinda de outras regiões [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Museu de Macau vai receber a exposição “Casal Notável – Artefactos de Sun Wan, segunda filha de Sun Yat-sen e do seu marido Tai Ensai”, mostra co-organizada pelo Instituto Cultural, pelo Leisure and Cultural Services Department do Governo de Hong Kong, pelo Museu de Shenzhen, pelo Museu da História Revolucionária de Guangdong e pelo Museu Memorial da Mansão do Generalíssimo Sun Yat-sen, e concebida pelo Museu de Sun Yat-sen de Hong Kong e pelo Museu de Macau. Com inauguração marcada para hoje, no Museu de Macau, a mostra centra-se em Sun Wan, segunda filha do Presidente Provisório da República da China e revolucionário chinês Sun Yat-sen, e do seu marido Tai Ensai, revelando aspectos da sua vida enquanto casal e de Sun Yat-sen, bem como os esforços de Lu Muzhen para criar a filha Sun Wan. Sun Wan partiu na infância para o exterior para viver com a mãe, conhecendo o seu pai, o famoso revolucionário chinês, apenas com cinco anos já durante a revolução, indo posteriormente estudar para os Estados Unidos e estabelecendo-se em Macau após o seu casamento com Tai Ensai. Ensai também estudou nos Estados Unidos, regressando ao país para um posto governamental e mantendo, durante esse período, relações próximas com Sun Yat-sen. Após a morte de Tai Ensai e de Sun Wan, os seus pertences foram recolhidos por museus de Guangdong, Hong Kong e Macau. A exposição mostra as relíquias do espólio de cinco museus de Guangdong, Hong Kong e Macau, entre as quais uma máquina fotográfica Kodak de Tai Ensai e um Dicionário Mundial Conciso Inglês-Chinês frequentemente utilizado por Sun Wan. Patente até 10 de Janeiro de 2016, as exposições irão permitir aos visitantes ficarem a conhecer mais a fundo a vida de Sun Yat-sen e da sua família. A exposição é um projecto que nasceu da cooperação de museus de Guangdong, Hong Kong e Macau, estando anteriormente patente em Shenzhen, Cantão e Hong Kong e chegando este mês ao Museu de Macau. A fim de manter atractividade e interesse para o público, o conteúdo das exposições divergiu entre os quatro locais de modo a incorporar as especificidades de cada museu e os respectivos espólios. Ouvir para perceber Para além da exposição, o Museu de Macau organiza ainda duas palestras temáticas: “Valores de Família do Dr. Sun Yat-sen – tendo como centro Sun Yat-sen, Lu Muzhen e os seus filhos” e “As Tristezas e Alegrias da Vida de Sun Wan, filha do Dr. Sun Yat-sen”, nos dias 10 de Outubro e 14 de Novembro, respectivamente, das 15h00 às 17h00, no auditório do Museu de Macau. Ambas são conduzidas em Mandarim e contarão com Cai Huiyao, vice-director do Museu de Shenzhen, e Sun Xiao, Investigador e Curador-chefe fundador de Museu Histórico Rua de Zhong-Ying, como oradoers. Os lugares são limitados, devendo os interessados marcar a sua reserva. Workshops em dias diferentes A organização realiza ainda, nos dias 25 de Outubro, 22 de Novembro e 13 de Dezembro, entre as 14h00 e as 15h00 horas e entre as 15h30 e as 16h30 horas, duas sessões diárias de um workshop para famílias, intitulado “Tigela Cheia de Amor”, no qual as crianças usam os artigos em exposição como protótipos para a criação de uma “tigela” para a sua família de forma a enriquecer a sua experiência de visita.
Leonor Sá Machado EventosVenetian | Fish Leong em concerto romântico [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]cantora malaia Fish Leong pisa o palco da Cotai Arena às 20h00 do dia 7 de Novembro, com um repertório de músicas românticas, dado ser conhecido como “a rainha das músicas de amor”. Este aguardado concerto em Macau faz parte da digressão da artista “Your name is Love”, remetendo para a paixão da autora por músicas de amor. Mandopop é o estilo musical que veio popularizar a música popular mandarim. O termo começou a ser usado na década de 80, depois da democratização do Cantopop, que serve para designar um estilo de música tradicional cantonesa, com origem nos conceitos da sociedade consumista e pós-modernista de Hong Kong, mais tarde espalhando-se pelo resto do país. “Enquanto ídolo de Mandopop adorada por milhões, o seu espectáculo promete ser uma delícia para os seus fãs (…) Leong vai tocar alguns dos seus mais conhecidos hits, como são ‘Love Song’, ‘Sadly It’s Not You e ‘Let it Go’”, escreve a organização. No total, a cantora lançou 11 discos preparados em estúdios, tendo iniciado carreira neste mundo em 1999, com o álbum “Grown Up Overnight”. Fish Leong já esteve em Macau, mas é a primeira vez, em três anos, que os seus fãs poderão voltar a vê-la em palco, pelo que esta se prepara para “fazer serenatas” a quem ocupa aquela sala. A plateia terá ainda direito de assistir a um “mágico filme a três dimensões que leva toda a gente numa viagem pelo mar para uma noite memorável de música”. Os bilhetes vão das 280 às 880 patacas e o custo por um lugar VIP cifra-se nas 1280 patacas.
Joana Freitas EventosIC | Doações de oficial chinês chegam ao Museu de Macau [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ng Vai Meng apresentou ontem um certificado de doação aos membros da família de Lau Ka Meng, em nome do Museu de Macau do Instituto Cultural (IC). Lew Yuk Lin (1862-1942), natural de Xiangshan, em Guangdong, foi um dos elementos do quarto grupo de estudantes enviados para os Estados Unidos em 1875, tendo iniciado a sua carreira diplomática em 1886. Posteriormente foi nomeado Cônsul-Geral da Dinastia Qing em Singapura e na África do Sul, assim como enviado imperial da Dinastia Qing ao Reino Unido e mais tarde Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário da República da China ao Reino Unido. Desempenhou ainda várias funções de negócios estrangeiros de grande responsabilidade durante a Dinastia Qing e a República. Lew Yuk Lin viveu em Macau desde 1923 e foi oficialmente nomeado como representante chinês na Assembleia Geral de Macau durante a sua estada. Faleceu em Macau em 1942. O nome de Lau será incluído no Quadro de Doadores do Museu, que expressou a sua gratidão aos membros da família de Lau Ka Meng através de um certificado de doação de artefactos. Os artefactos doados pela família Lau encontram-se agora em exposição no salão principal do Museu de Macau, incluindo artefactos significativos como a fotografia oficial de Lew Yuk Lin, medalhas e emblemas dos finais da Dinastia Qing do período da República da China e um microscópio dos finais do século XIX.