Filmes | Cinemateca Paixão organiza palestra com Zheng Dawei

Quer saber qual o marketing necessário para vender o seu filme? A Cinemateca Paixão ajuda, com uma palestra proferida pelo Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong já esta semana

[dropcap style≠’circle’]“M[/dropcap]arketing de Cinema: Como Vender a Sua Estória?” é o nome da palestra proferida pelo Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong, Zheng Dawei, organizada pela Cinemateca Paixão. As inscrições já estão online e o vento realiza-se no dia 24, sábado, entre as 15h00 e as 17h00.
Durante a palestra, Zheng Dawei vai falar sobre o processo criativo de argumentos com base nos géneros cinematográficos e analisar elementos-chave de filmes comerciais considerados de grande sucesso. O responsável versa ainda sobre como apresentar a formulação dos pedidos de produção cinematográfica no interior da China, os procedimentos de selecção, análise, avaliação e aprovação de projectos cinematográficos, bem como os fundamentos do mecanismo de partilha das receitas da distribuição de filmes, entre outros.

Currículo com história

Zhen Dawei licenciou-se em Literatura Cinematográfica pelo Instituto de Investigação da Arte da Televisão e Cinema da Academia Nacional de Artes da China (Pequim) e, segundo o IC, possui uma ampla experiência profissional, tanto na linha de frente, como nos bastidores, tendo trabalhado no âmbito da indústria audiovisual ao longo de mais de três décadas na qualidade de produtor, produtor executivo, director e editor-chefe da Estação de Televisão de Guangdong.
Actualmente exerce o cargo de Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong, membro da Comissão de Revisão da Administração de Imprensa e Publicação, Rádio, Cinema e Televisão da Província de Guangdong e da Censura de Produção Cinematográfica da Província de Guangdong. Foi também membro do júri de selecção de projectos cinematográficos de Macau para a Feira de Investimento na Produção Cinematográfica entre Guangdong-Hong Kong-Macau 2016.
Os interessados neste evento podem inscrever-se, gratuitamente, através do “Sistema de Inscrição de Actividades” do website do Instituto, existindo 60 lugares disponíveis.

19 Set 2016

Cinema | “Cartas da Guerra” escolhido para representar Portugal nos Óscares

O filme do realizador Ivo Ferreira sobre a experiência do escritor António Lobo Antunes na guerra colonial foi o escolhido pela Academia Portuguesa de Cinema para representar Portugal na nomeação dos Óscares de Hollywood. “Cartas da Guerra” vai também estar nos Prémios Goya, em Espanha

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]streou pela primeira vez numa sala de cinema de Macau, depois em Portugal e depois transpôs portas para o mundo. Agora está mais perto de Hollywood. Tem sido este o percurso feito pelo filme “Cartas da Guerra”, do realizador Ivo Ferreira, que acaba de ser escolhido pela Academia Portuguesa de Cinema para representar Portugal na nomeação dos Óscares da Academia Americana de Artes e Ciências Cinematográficas, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Ao HM, Ivo Ferreira disse estar satisfeito com mais um reconhecimento de um filme que já é considerado uma das melhores películas portuguesas do ano. “Fico muito contente, é mais um reconhecimento. Espero que as pessoas comecem a ir mais vezes ao cinema. Esta escolha vem na sequência do que tem acontecido com todas as nomeações e espero que ajude a promover mais o cinema português. Foi um filme que começou com um processo difícil, é merecido para toda a equipa de técnica e artística. Valeu a pena continuarmos.”
Ao jornal Observador, Paulo Trancoso, presidente da Academia Portuguesa de Cinema, explicou que “Cartas da Guerra” acabou por ser o filme escolhido num universo de quatro. “Montanha”, de João Salaviza, “Cinzento e Negro”, de Luís Filipe Rocha e “Amor Impossível”, de António-Pedro Vasconcelos, também foram analisados pelos 250 membros da Academia. Resta agora aguardar as decisões da academia norte-americana de cinema.
Depois de ter sido finalista no prémio Urso de Ouro de Berlim, “Cartas da Guerra” vai também representar Portugal na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano, nos Prémios Goya, da Academia Espanhola de Cinema.
“Cartas da Guerra” transpõe para o cinema a história de amor vivida pelo escritor António Lobo Antunes e a sua primeira mulher, Maria José, já falecida. As cartas trocadas durante o período em que Lobo Antunes esteve na guerra colonial, em Angola, foram transformadas no livro “D’este viver aqui neste papel descrito – Cartas da Guerra de António Lobo Antunes”. A organização das cartas esteve a cargo das filhas do casal.
Margarida Vila-Nova, esposa de Ivo Ferreira, desempenha o papel da esposa de Lobo Antunes. Nos restantes papéis estão Miguel Nunes, Ricardo Pereira, Tiago Aldeia, João Luís Arrais e Pedro Ferreira.

15 Set 2016

Livro | Tribo na Amazónia dá mote para obra de José Manuel Simões

“Deus Tupã” é o mais recente livro de José Manuel Simões. Uma história onde a ficção e a realidade se entrelaçam num misto de simbolismo e misticismo, que vem da vivência com uma tribo da Amazónia. Dois anos com os pitiguares culminam nesta obra, lançada no dia 22, às 18h30, no Consulado de Portugal

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]osé Manuel Simões, professor na Universidade de São José, apresenta na próxima semana o seu oitavo livro, “Deus Tupã”. Uma história que mistura realidade e ficção ao longo de cerca de 200 páginas. Aqui podemos “encontrar a história do Brasil, de Portugal e do mundo”, como revela o autor ao HM.
O livro nasceu depois de, em 2001, José Manuel Simões ter vivido durante dois anos com uma tribo brasileira, os pitiguares. Já antes havia tentado uma aproximação com esta e outras tribos da Amazónia, mas as coisas não tinham resultado bem. Quis o destino mudar-lhe o rumo da história.
“O episódio que aconteceu de seguida mudou tudo, inclusivamente o rumo da minha vida”, conta. Quando andava a rodear a tribo, na tentativa de se aproximar, caiu uma avioneta naquela zona. Fui prestar auxílio aos dois ocupantes, que teriam morrido se não estivesse lá naquela altura. Depois deste episódio, os índios passaram a olhar-me de maneira diferente, como se eu fosse um mensageiro enviado por Deus.”
Foi então que José Manuel Simões decidiu pôr tudo para trás das costas e ir viver a “aventura da sua vida” no meio da selva, com os índios. Foi desta experiência que resultou o seu mais recente livro, “Deus Tupã”. “O nome surge porque é desta forma que a tribo dos pitiguares se referem a Deus, à entidade divina. Tupã quer dizer trovão e foi o Padre António Vieira que fez esta analogia, para lhes explicar a dimensão da divindade.”
Durante dois anos partilhou os seus dias com esta comunidade e garante que pouco mudou em 500 anos. Até à modernidade.
“Depois da chegada da televisão, pouco depois de eu lá estar, a vida mudou completamente”, explica o professor que viveu com lá numa altura em que o então Presidente do Brasil Lula Da Silva lançou os programas “fome zero” e “electricidade para todos”. Aí, o autor presenciou como é que a caixinha mágica pode influenciar a vida de uma comunidade. “Viam televisão e passaram a querer ter mais coisas: arroz, massa, sapatos e roupa. Mudaram mais em três anos que em 500 de existência.” O livro demorou cerca de um ano a escrever. “Neste momento já estou a acabar um outro livro, que irá sair no próximo ano”, indica ainda José Manuel Simões.

Outros caminhos

A apresentação de “Deus Tapuã” acontece na quinta-feira, dia 22, no Consulado Geral de Portugal em Macau, pelas 18h30. O académico escreveu várias biografias, entre elas uma que não foi autorizada pelo cantor espanhol Julio Iglésias.
“Falei com ele, fui ter com ele à sua casa em Miami e as coisas correram bem, mas não deu autorização para que eu publicasse a biografia, porque não queria assumir a paternidade de um rapaz que é a cara chapada dele”, indica, referindo-se a uma história antiga entre o cantor e uma bailarina portuguesa. Escreveu a biografia de David Byrne dos Talking Heads, de quem é fã. “Fiquei muito satisfeito porque soube que ele pediu para traduzirem o livro e sei que gostou.”
A biografia dos Delfins é outra da qual se orgulha, “porque acabou por criar com Miguel Ângelo uma relação muito próxima”, conclui.

14 Set 2016

CCM | “Visor do Cinema Asiático” chega a Macau em Outubro

Mais de uma dúzia de filmes de mais de uma dezena de países. O “Visor do Cinema Asiático” vai estar em Macau no mês que vem para mostrar histórias que chegam aos grandes ecrãs da China ao Afeganistão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]utubro é mês de filmes asiáticos. É o que promete o Centro Cultural de Macau (CCM), que traz ao território o festival “Visor do Cinema Asiático”. Mais de uma dezena de filmes de diversos países esperam por si, naquele que garante ser um evento para todos os públicos.
O “Visor do Cinema Asiático” decorre de 21 a 30 de Outubro e apresenta uma selecção de 13 filmes oriundos de mais de dez países, numa exibição que mostra “os mais recentes trabalhos produzidos na Ásia”. Esta edição explora temáticas ricas, das histórias “negras, enternecedoras e apaixonantes aos retratos mais emocionantes e controversos”.
A mostra inclui filmes como “Depois da Tempestade”, uma história que aborda os laços familiares num remake assinado pelo multipremiado realizador japonês Kore-eda Hirokazu. Segue-se o filme palestiniano “O Ídolo”, baseado na vida de Mohammad Assaf, um cantor de casamentos em Gaza que se tornou mundialmente conhecido depois de ter vencido o concurso “Ídolos” árabe em 2013. “Dheepan”, vencedor da Palma de Ouro do festival de Cannes 2015, um olhar sobre a vida de um grupo de refugiados cingaleses em França, e “O Lamento”, um filme de suspense aclamado pela crítica e aplaudido pelo público da edição do Festival de Cinema de Cannes deste ano, são duas das outras películas em exibição.

Documentários em dose dupla

Mas o Festival abre ainda espaço para a obra “Faces do Paquistão”, com uma dupla de documentários: “Uma Rapariga no Rio: O Preço do Perdão”, que chama a atenção para a crise de direitos humanos das mulheres paquistanesas, e “Canção de Lahore”, ambos realizados por Sharmeen Obaid-Chinoy, cineasta vencedora de dois Óscares, serão mostrados, sendo que haverá espaço para ‘visitas guiadas’ a alguns dos países mais fechados e difíceis de visitar do mundo.
“Debaixo do Sol, filmado na Coreia do Norte, e “Imagem a Imagem”, que transporta o público para o Afeganistão, são dois documentários que desvendam mistérios através de imagens captadas secretamente, assegura o CCM.
Mas nem só de filmes se faz um festival e, por isso, a 23 de Outubro está prevista uma tertúlia onde será debatida a forma como o cinema espelha a sociedade, “explorando e aprofundando os tópicos representados em quatro arrojados filmes incluídos no programa”, indica a organização.
Os bilhetes já estão disponíveis nas bilheteiras do CCM e na Rede Bilheteira de Macau a vários preços.

Os filmes

“Depois da Tempestade” (Kore-eda Hirokazu, Japão) – 21/10 às 19h30
“O Ídolo” (Hany Abu-Assad, Palestina) – 22/10 às 16h00
“Mustang”(Deniz Gamze Ergüven, Turquia, França, Alemanha) – 22/10 às 19h30
“An” (Kawase Naomi, Japão) – 23/10 às 16h00
“Debaixo do Sol” (Vitaly Mansky, Coreia do Norte, Rússia, Alemanha, República Checa, Letónia) – 23/10 às 19h30
“Tharlo” (Pema Tseden, China) – 26/10 às 19h30
“Tsukiji: Terra das Maravilhas (Naotaro Endo, Japão) 27/10 às 19h30
“Dheepan” (Jacques Audiard, França) – 28/10 às 19h30
“Faces do Paquistão” (Sharmeen Obaid-Chinoy, Paquistão e EUA) – 29/10 às 16h00
“Thanatos, Bêbado” (Chang Tso-Chi, Taiwan) – 29/10 às 19h30
“Imagem a Imagem” (Alexandria Bombach, Mo Scarpelli, Afeganistão) – 30/10 às 16h00
“O Lamento” (Na Hong-jin, Coreia) – 30/10 às 19h30

13 Set 2016

Fotografia | World Press Photo chega à Casa Garden no final do mês

Chega no final do mês à Casa Garden a exposição World Press Photo. O vencedor deste ano é um fotógrafo australiano, com uma imagem de refugiados, tema que marca grande presença nesta edição do concurso. Mas a China também fez as delícias das objectivas e um fotógrafo do continente venceu um segundo prémio

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m refugiado atravessa a fronteira da Sérvia com a Hungria, perto de Horgoš. É Agosto de 2015, dia 28. E, além do homem que carrega um bebé e de um grupo de pessoas que tentam atravessar a fronteira antes que esta feche, está também Warren Richardson. O fotógrafo capta o momento e a imagem vale o primeiro prémio do World Press Photo do ano de 2015.
Agora, a famosa fotografia chega a Macau, juntamente com as outras vencedoras, entre as quais se encontra também a de um fotógrafo chinês. Aquela que é a 59ª edição do concurso anual chega à Casa Garden a 30 de Setembro, numa organização da Casa de Portugal.
Richardson – que também ganhou o primeiro prémio na categoria de Notícias Locais – é fotógrafo freelancer, actualmente a residir em Budapeste, na Hungria. Ao júri da competição explicou como foi captada a imagem.
“Acampei com os refugiados durante cinco dias na fronteira. Chegou um grupo de cerca de 200 pessoas, que se instalaram debaixo de árvores ao longo da cerca. Enviaram em primeiro lugar mulheres e crianças, depois pais e homens mais velhos. Devo ter estado com eles cerca de cinco horas e jogámos ao gato e ao rato com a polícia toda a noite. Tirei a fotografia por volta das 3h00 da manhã e não podia usar flash para não atrair a polícia. Por isso, usei apenas a luz da lua.”
Para Francis Kohn, presidente do júri e director de fotografia da Agence France-Presse, foi o suficiente. “Assim que vimos esta fotografia percebemos logo que era importante. Tinha muito poder pela sua simplicidade, especialmente o simbolismo do arame farpado. Achámos que teria praticamente tudo para permitir uma imagem visual do que estaria a acontecer com os refugiados. Acho que é uma fotografia muito clássica e ao mesmo tempo intemporal. Retrata uma situação e a forma como foi captada é clássica no sentido mais lato do mundo.”
Já Zhang Lei captou uma nuvem de poluição sobre Tianjin, na China, em Dezembro do ano passado, quando a cidade esteve sob alerta vermelho e as escolas pararam de funcionar devido ao intenso fumo industrial. Zhang Lei venceu a categoria de “Contemporary Issues – Primeiro Prémio de Singulares”.
A China serviu ainda de tela para mais prémios. Com a lente virada para Shanxi, o canadiano Kevin Frayer venceu a Categoria de Daily Life, ao captar um homem idoso a empurrar um carrinho perto de uma fábrica de carvão.

Português premiado

Entre os premiados está também o português Mário Cruz, com a fotografia de um rapaz do Senegal que habita um colégio interno conhecido como os ‘daaras’. Aqui, as crianças são ensinadas a falar Árabe e sobre religião, mas as pobres condições fazem com que as crianças sejam muitas vezes prisioneiras, passem fome e vivam num local onde os seus direitos não são respeitados. Muitas vezes são traficadas. A fotografia de um jovem atrás das grades valeu ao português o primeiro prémio na Categoria de Histórias de Assuntos Contemporâneos.
Entre refugiados, o Estado Islâmico e temas mais suaves, como o desporto, o World Press Photo – a principal competição do mundo para fotógrafos de imprensa, fotojornalistas e fotógrafos documentais – atraiu 5.+775 fotógrafos de 128 países. No total, foram apresentadas a concurso 82.9151 imagens e o júri atribuiu prémios em oito categorias temáticas a 42 fotógrafos de 21 nacionalidades: Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Irão, Itália, Japão, México, Portugal, Rússia, Eslovénia, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Síria, Turquia e EUA.
As fotografias premiadas são apresentadas numa exposição que passa por mais de uma centena de cidades de mais de 45 países e regiões. É vista por mais de “3,5 milhões de pessoas em todo o mundo” e Macau não escapa ao percurso. De 30 de Setembro a 23 de Outubro, na Casa Garden, a exposição tem entrada livre.

12 Set 2016

Dj japonesa actua no Kam Pek e em evento de meditação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] japonesa Yumii chega em dose dupla a Macau este final de semana. Directamente de Tóquio, e depois de ter passado recentemente no Festival Boom, em Portugal, a DJ vai agarrar-se aos pratos no bar Kam Pek e no YogaLoft Macau.
Primeiro num tom mais “festivo”, como indica a organização, Yumii vai pôr toda a gente a mexer nesta sexta-feira no bar Kam Pek. A DJ junta-se aos locais Hi-Tech Tribe e DJ Gordon para oferecer “música um pouco mais ritmada e festiva, mas com a mesma sensibilidade feminina e estética tribal/étnica”. Yumii apresenta-se com um estilo musical “profundo, meditativo e imbuído de deep electrónica”. Dependendo da atmosfera, a DJ assegura que pode mudar para funky lounge, deep house dance, tribal fusion e até uma “mistura imprevisível de ritmos animados”.

Acalmar o corpo

Meditação e relaxamento são as palavras de ordem do estúdio de Yoga dirigido por Rita Gonçalves durante o mês de Setembro e, para acalmar as festividades do dia anterior, Yumii apresenta-se no estúdio no Leal Senado. O Yoga Loft é, assim, palco do “primeiro concerto de música ambient/chill out” com Yoga do território já amanhã.
Pelas 17h00, os interessados têm a oportunidade de participar numa sessão de meditação “sentada e deitada”. Enquanto a professora e gerente do estúdio, Rita Gonçalves, guia os participantes com a sua voz, a DJ Yumii toca alguns sons iniciais, ficando depois o resto da sessão a seu cargo.
Os organizadores convidam os participantes a “deixar que a música os leve e que os sons da natureza pintem uma imagem na sua mente, ao mesmo tempo que a música liberta a alma”. Rita Gonçalves optou por uma sessão sem posturas de yoga, para que mais pessoas em Macau possam fazer parte desta experiência, que diz ser “muito especial”.
O evento tem lotação limitada e custa cem patacas, podendo as inscrições ser feitas através da página do Facebook do Yoga Loft. Yumii também é terapeuta de Reiki e está disponível este domingo para fazer tratamentos ao custo de 350 patacas, no mesmo local.
Agora em Macau para terminar a tourneé do Verão, Yumiko Watanabe já esteve em diversos festivais de música de dança alternativa, como “Boom” (Portugal), “Universo Parallelo” (Brasil), “Transahara” (Marrocos)”, “Psy-Fi ”(Holanda) ou “The Experience Festival” (Tailândia), mas também colabora com vários professores de yoga em contextos mais íntimos, criando bandas sonoras para aulas desta modalidade. Os residentes de Macau Rita Gonçalves e Ryoma Ochiai são os organizadores das duas iniciativas. O Kam Pek abre às 23h30 e a festa tem entrada livre.

9 Set 2016

Kino|Festival de cinema alemão estreia em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] melhor do cinema alemão vai animar a Cinemateca Paixão. É o KINO, que se estreia em Macau com cartaz de luxo entre 8 e 16 de Outubro. Wim Wenders é o realizador de destaque e Doris Dörrie vai marcar presença e estar em conversa com o público.
Do programa, que conta com a organização da Associação Audiovisual CUT e do Instituto Goethe de Hong Kong, constam oito sessões que integram sete películas e uma maratona de curtas-metragens.
O ecrã abre no dia 8 de Outubro com uma palestra que conta com o crítico de cinema local Leong I On, à qual se seguirá a projecção de “Babai” de Visar Morina. O evento começa as 15h00 e o filme às 16h30.
Do programa destacam-se as exibições de “Paris, Texas” e “Asas do Desejo”, películas icónicas dos anos 80 que contam com a assinatura de Wim Wenders. O último é ainda o filme escolhido para fechar a primeira edição do KINO em Macau.
A passagem de Doris Dörrie pela edição local do KINO não se regista apenas no ecrã. Além da projecção de “Fukushima, Mon Amour”, a mais recente realização da cineasta, está agendada uma conversa com o público para que a autora do filme premiado possa partilhar experiências e responder a questões dos interessados. Theresa Von Eltz, Neele Leana Vollmar e Christian Schwochow são também nomes a ter em conta para a semana do cinema alemão com os filmes “4 Kings”, “The Pasta Detectives” e “Bornholmer Straße”, respectivamente.

Curtas para o fim

A programação termina a 16 de Outubro com a rubrica “Short Export 2016”, que integra dez curtas-metragens. A compilação pretende abordar não só os temas que marcam a actualidade como proceder à sua apresentação sob diferentes linguagens visuais. Do documentário à comédia, a exploração da diversidade das formas de ver os diferentes temas vão encher o ecrã.
Os bilhetes já estão à venda na Cinemateca Paixão, Livraria Pin-to ou através da Easyticket.

8 Set 2016

Macaense faz investigação sobre crioulo da terra

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]lisabela Larrea está a fazer um doutoramento sobre Comunicação Intercultural e que versa sobre a Identidade Macaense e o Patuá. Para a autora, esta recolha permite revelar muito da história deste crioulo que apareceu no século XVI e que está em risco.
Para reunir informação sobre este passado cultural, a macaense tem feito entrevistas e pesquisa sobre o assunto. O objectivo é reunir informação para que o Patuá não desapareça. A autora acredita que cabe também à sua geração desenvolver este trabalho de recolha e compilação, por se tratar da identidade cultural de um povo. O objectivo: deixar um legado escrito, para as gerações futuras.
A curiosidade despertou quando em 2007 Elisabela Larrea fez um documentário que se chama “Filhos da Terra” e que versa sobre a identidade de Macau. Depois disso, continuou a estudar o assunto e, como entretanto o Patuá foi classificado pela UNESCO como língua em risco de desaparecer, “uma coisa levou à outra”.

Defesa de identidade

“Acho que a minha geração também tem de ter responsabilidade de documentar e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que não deixemos o Patuá desaparecer. Claro que nunca será uma língua para ser falada no dia-a-dia, porque é muito difícil de aprender, mas pelo menos devemos recolher toda a informação possível, para que fique documentado. Já há poucos a falar este dialecto, por isso temos de ser rápidos.” Importante também é não só perceber o que pode a população em geral fazer, mas o que pode e deve o Governo fazer para evitar o desaparecimento definitivo deste pedacinho de identidade cultural, diz Elisabela Larrea, que afirma ter ideias muito precisas sobre várias possibilidades.
“Ceder um espaço ao teatro em Patuá, para que pudessem ter um sítio fixo para desenvolverem várias actividades, nomeadamente workshops de teatro. Uma peça por ano no Centro Cultural não chega para garantir a sobrevivência, é preciso mais”, diz, referindo-se ao grupo Dóci Papiaçam de Macau.
Defender o Patuá, na opinião de Elisabela Larrea “não é defender uma língua, é muito mais do que isso”.
“É uma maneira de ser, de estar. É a cultura, as raízes de um povo. É isto que dá a identidade cultural às pessoas, que lhe dá o sentimento de pertença e é isso que quero continuar a estudar e a documentar para que fique registado e nunca seja esquecido.”
O inquérito está a ser levado a cabo online, em www.zh.surveymonkey.com/r/teatropatua. Os resultados deverão ser conhecidos para o próximo ano.

8 Set 2016

Yao Jingming | Nova obra sobre intercâmbio literário entre Portugal e China

O mais recente livro de Yao Jingming, em Chinês, aborda a “História dos intercâmbios literários entre a China e Portugal”. Estão lá os primeiros portugueses, escritores ou missionários, que escreveram sobre a China e as suas gentes

[dropcap style≠’circle’]Y[/dropcap]ao Jingming despiu a pele de poeta, tradutor e professor universitário para contar a história dos autores portugueses que, ao longo de 500 anos, escreveram sobre a China. Em a “História dos intercâmbios literários entre a China e Portugal” cabem os relatos de viagens e também os escritos literários sobre o País do Meio, feitos por escritores ou missionários. A obra foi apresentada o mês passado na Feira Internacional do Livro, em Pequim, estando apenas disponível em Chinês simplificado.
Ao HM, Yao Jingming falou de um livro que aborda “o tempo primórdio dos contactos feitos entre chineses e portugueses, relatados em obras escritas por portugueses, que nem sempre são consideradas literárias”. Excertos da “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto (obra do século XVI), ou de Álvaro Semedo, padre jesuíta que escreveu sobre o império chinês, podem ser encontrados.
“Os portugueses sempre escreveram muito sobre a China, o carácter dos chineses, os seus usos e costumes. Mas os chineses deixaram poucas coisas sobre Portugal”, concluiu Yao Jingming.

A importância de Macau

Yao Jingming adianta ainda que Macau assume uma posição de destaque, por ser ponto de passagem de vários escritores. “Apesar de não existirem provas suficientes sobre a vida de Camões em Macau, este facto merece ser abordado e investigado. É uma passagem um pouco lendária, mas porque se tornou uma lenda? Falei então da passagem de Camões, falei da imagem da China na sua epopeia, onde falou da grande muralha e dos chineses, apesar de nunca ter estado na China.”
Há ainda a análise a Camilo Pessanha e ao seu paradoxo. “Falei da sua tradução das elegias chinesas. Ele próprio adorava muito a língua chinesa e a tradução, mas desvalorizava a música. Também quis analisar esse aspecto paradoxal.”

Faltam obras de chineses

Olhando para a história, o poeta e tradutor não deixa de lamentar que ainda haja tanto por escrever e tanto por partilhar. “Queria abrir uma porta para que essa história de intercâmbio literário fique mais estreita. Mas intercâmbio não será talvez o termo mais ideal para esta relação, porque é uma relação um bocado estática, não é dinâmica. Cada um faz as suas coisas.”
Macau “é uma prova disso”, considera o autor. “Chineses e portugueses convivem num espaço tão apertado, mas que ligação existe? É um intercâmbio bastante superficial entre as comunidades. Macau, a nível do país, é a mesma coisa. O intercâmbio ainda não é profundo.”
Yao Jingming gostaria ainda de ver mais autores chineses a escreverem sobre Portugal. “Há mais escritores portugueses que escreveram sobre a China do que chineses a escreverem sobre Portugal e os portugueses. Uma coisa que lamento é o facto de, até ao momento, não ter sido publicado nenhum livro de um autor chinês a analisar como é Portugal e como são os portugueses. Não há um livro sério sobre este tópico.”
Não há ainda planos para a tradução deste livro em Português, o qual poderá ser também publicado em Macau. A obra de Yao Jingming faz parte da colecção “História dos intercâmbios literários entre a China e países estrangeiros”, como é o caso do Reino Unido, Estados Unidos ou países de língua espanhola.

8 Set 2016

Festival da América Latina continua com penúltimos dias de filmes

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a penúltima semana. O Festival da América Latina, da Association for the Promotion of Exchange Between Asia-Pacific and Latin America (MAPEAL), continua hoje, amanhã e sexta-feira com um filme por dia na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST na sigla inglesa), depois de duas semanas em que diversos filmes foram parar ao grande ecrã. Antes do final, marcado para o dia 15 de Setembro, há ainda tempo para ver películas da Venezuela, México e Chile.
Já hoje, às 19h00, é hora de “El Manzano Azul”. O filme da Venezuela é realizado por Olegario Barrera e conta a história de Diego, um miúdo de 11 anos que cresce na cidade, com sérias carências afectivas. Vai para a aldeia, onde passa algum tempo de férias com o avô Francisco, nos Andes Venezuelanos. Mas Diego só viu o avô algumas vezes e, a juntar-se a isto, o ambiente em que passa as férias é diferente do que está habituado: não há televisão, nem telemóvel. Não há luz eléctrica e está frio. Mas há um segredo, numa macieira, que pode mudar para sempre a vida de Diego.

Mar e céu

Amanhã, o cinema é dedicado ao México, com “En El Ombligo del Cielo”. Carlos Gomez Oliver conta, neste filme do qual é realizador, a história de dois estranhos que se cruzam no telhado de um edifício. Uma jovem empresária passa um fim-de-semana inteiro com um homem das limpezas no prédio onde trabalha. O terraço serve como mais do que um espaço físico e passa a ser também um local de partilha e de reflexão, com os dois estranhos a partilharem histórias de vida.
Chega a vez, na sexta-feira, de “El Boton de Nácar”, directo do Chile e dirigido por Patricio Guzman. O oceano. A história da humanidade que ele contém. E uma viagem ao universo. “El Botond e Nácar” versa sobre dois misteriosos botões escondidos no fundo do mar, na fronteira com o Chile. Estes carregam uma memória consigo e até a voz de tantos que viveram antes de nós.
Todos os filmes estão marcados para as 19h00 e têm entrada gratuita. O ciclo de cinema latino da MAPEAL estende-se até 15 de Setembro, com filmes do Brasil, Venezuela, Chile, Equador e Colômbia, entre outros.

7 Set 2016

MGM | Oitava edição do Oktoberfest chega dia 13 do mês que vem

Os bilhetes para mais um festival tradicional do Oktoberfest alemão em Macau começam a ser vendidos no dia 12 deste mês. A Hogl Fun Band vai actuar no evento do MGM e promete lançar ao vivo a canção “Nei Ho, Macau!”. Haverá ainda um dia dedicado à família

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá a chegar aquela altura do ano em que o MGM se transforma num Oktoberfest em ponto pequeno mas com tudo aquilo que existe no evento verdadeiro, que anualmente se realiza em Munique, na Alemanha. A oitava edição arranca dia 13 de Outubro, sendo que os bilhetes estão disponíveis a partir do dia 12 de Setembro.
Para este ano a animação promete acontecer com a ajuda da banda Hogl Fun, que compôs o tema “Nei Ho, Macau!”, que significa “Olá Macau!”. Segundo as contas do MGM, os 11 dias do evento deverão contar com cerca de cem mil pessoas, mais de 96 mil litros de cerveja e ainda mais de 21 mil quilos de porco e outros tantos quilos de frango assado e pretzel. O evento realiza-se, como já é habitual, em colaboração com o Consulado-geral da Alemanha em Hong Kong e Macau e com a Associação Comercial Alemã, bem como com o Governo local.

O dia da família

Uma das novidades apontadas para este ano prende-se com a realização do Dia Especial para a Família, o qual decorrerá no dia 22 de Outubro, entre as 11h00 e as 15h00. Neste período vão ser disponibilizadas bebidas sem álcool e a tradicional música e comida. A Spaten, uma das mais conhecidas cervejas alemãs, será servida no The Vista, o espaço do MGM com panorâmica sobre o Delta do Rio das Pérolas.
O Oktoberfest começou a ser organizado há cerca de 200 anos e no início servia apenas para os cidadãos de Munique se divertirem às portas da cidade aquando da realização dos casamentos reais, bem como para promover as cervejas típicas. Hoje é um dos eventos mais conhecidos em todo o mundo, que atrai milhares de turistas à cidade. Música tradicional, raparigas com saias coloridas e coletes justos, salsichas e enormes canecas de cerveja estão garantidas.
O bilhete para o Oktoberfest no MGM terá tudo isso pelo preço de 160 patacas, o qual inclui uma cerveja ou outra bebida. Crianças até aos nove anos não pagam entrada. O evento decorrerá entre as 13h00 e as 20h00, sendo que o número de mesas disponível é limitado. O Festival encerra portas no dia 23 de Outubro.

7 Set 2016

LMA | Haroula Rose apresenta hoje “Here The Blue River”

Tem temas que servem de banda sonora a séries como “How I Met Your Mother” ou a filmes como “Still Alice”. Haroula Rose está em Macau para apresentar o novo álbum. Hoje, na LMA

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se Haroula Rose e é tida como uma das bandas-sensação da música Indie, Folk e Ambient. A cantora e produtora que divide o seu tempo entre Los Angeles e Chicago chega a Macau para actuar hoje, na Live Music Association (LMA).

Haroula Rose é escritora e realizadora, além de se dedicar a tempo inteiro à música. Em 2009 lança o seu primeiro EP, “Someday”, seguido de dois álbuns: “These Open Roads” (2011) e “Here The Blue River”, este lançado este ano e que a cantora vem apresentar à LMA.

Haroula Rose é ainda conhecida pela sua participação em diversas bandas sonoras de filmes e séries. É o caso de “How I Met Your Mother”, a série cómica que conta com singles da norte-americana de ascendência grega, e “American Horror” ainda os filmes “Still Alice” e “For a Good Time”.

O seu novo álbum, “Here The Blue River”, cujo título é inspirado num poema de Ralph Emerson, incide sobre o facto de nada durar para sempre, como a própria cantora indica no seu website.

“É sobre como as nossas relações são também como nos relacionamos com eles próprios, com a natureza, como tentamos compreender os mistérios à nossa volta. Como é que, como seres humanos, o nosso impulso é criar e destruir coisas”, revela Haroula, que admite que o CD demorou a ser lançado, não só porque estava também a trabalhar em filmes, mas também porque a cantora tentava “encontrar que história queria contar”.

Boas notas

No álbum, colaboraram Jim White, Zac Rae e Luke Top, nomes que já se juntaram a Alanis Morisette, Gnarls Barkley, Cass McCombs, entre outros.

As críticas são positivas face ao trabalho de Haroula Rose, com Donald Gibson, da revista musical No Depression, por exemplo, a caracterizar a jovem como “alguém que canta com o espírito de uma alma cigana, sempre à procura de significado ou uma semente de verdade em cada momento”.

Haroula Rose esteve em Guangzhou e Xi’An e toca agora no território, num concerto marcado para as 21h30 na LMA. Os bilhetes estão à venda a cem patacas, se comprados antecipadamente na Livraria Portuguesa ou no Macau Design Center, ou 120 patacas à porta.

6 Set 2016

Carlos André participa na próxima sessão de “Conversas sobre o livro”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação Rui Cunha patrocina mais uma vez “Conversa sobre o livro” com o título “Percursos inesperados de um leitor”. O orador convidado para dinamizar a sessão é o Professor Carlos André, que trocou Coimbra por Macau em 2012.
A iniciativa é promovida pela Associação Amigos do Livro em Macau e vai acontecer na próxima quarta-feira, no espaço da fundação
Ler um livro é uma experiência pessoal. Cada um interpreta as palavras escritas de acordo com a sua experiência de vida e os seus gostos pessoais. “Cada leitor tem o seu percurso; alguns percursos são mais ortodoxos, outros nem tanto”, refere o comunicado da Fundação Rui Cunha. As opiniões variam consoante as correntes; as que defendem que uma leitura deve ser escolhida com critério; outros defendem exactamente o contrário. A surpresa e o inesperado são por vezes os maiores aliados de uma leitura com prazer.
O convidado de cada sessão dá o seu contributo e partilha a sua experiência. Nesta intervenção o professor é convidado a intervir com o seu percurso que, segundo a mesma fonte, ” é o de quem descobriu a leitura por aquilo que ela é, etimologicamente, um simples prazer de juntar sinais e deles fazer palavras com sentido e na sucessão delas apreender histórias”.
Através da leitura descobrem-se histórias e é possível fazer um percurso “onde cada etapa é um capítulo; que talvez nada tenha a ver com o capítulo seguinte”.

Paixão lusófona

O orador convidado para esta palestra é uma figura conhecida da escrita, pelo seu contributo em vários planos mas sobretudo na área da literatura Latina e Portuguesa. Envolveu-se activamente em acções de cooperação com países lusófonos como é o caso de Moçambique, Timor, Brasil e Angola. Macau valeu-lhe particular atenção. Deslocou-se pela primeira vez a este território em 1984, acabando sempre por voltar, até se ter estabelecido em 2012.
Desempenhou vários cargos tendo sido membro fundador da Associação Internacional de Lusitanistas, da qual foi, depois, Vice-Presidente e Secretário-Geral-Tesoureiro. Foi Director da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2006-2013) e Coordenador do Pólo de Leiria da Universidade Católica Portuguesa. É Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (em licença especial) e foi “Visiting Professor” nas Universidades da Ásia Oriental, Macau (1984), Hamburgo e Gottingen (1992/1993) e Poitiers (1994 e 1996). É membro da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Brasileira de Filologia. E desempenha actualmente o cargo de Coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa, do Instituto Politécnico de Macau.
Até ao fim do ano, a Associação Amigos do Livro em Macau assegurará mais duas “Conversas sobre o livro”, com intervenções do Prof. Yao Jiming com o tema “Imagens Constantes na Poesia Clássica Chinesa” e do Prof. Peter, Cheng Wai Ming sobre “Literatura chinesa moderna”.
Tal como acontecerá na próxima quarta-feira, a Fundação Rui Cunha assegurará, em todas as sessões, a tradução simultânea para cantonense.

5 Set 2016

A volta ao mundo a pedalar

Dois homens, o mesmo sonho: percorrer o mundo de bicicleta. Um é chinês o outro português. Quis o destino que se cruzassem. Eric Feng pedalou da China até Portugal onde lhe roubaram a bicicleta. Depois de encontrá-la Hernâni ajudou-o e quis devolvê-la. O reencontro aconteceu agora no Império do Meio

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m 2012 o chinês Eric Feng decidiu concretizar um sonho, unir o seu país, China, a Portugal. Porquê? Porque sempre teve uma grande paixão pelo navegador Zheng Hen, natural da sua cidade natal Kunning. Como em Portugal há um outro navegador com feitos históricos, decidiu juntar o útil ao agradável e fez uma viagem de bicicleta como símbolo de união entre estes dois países. Tudo correu bem até à sua chegada a Portugal, após ter pedalado mas de 18 mil quilómetros e de ter atravessado dez países. Quando estava em Sines, durante a noite roubaram-lhe a “fiel companheira” de duas rodas. Apresentou queixa na polícia, mas teve mesmo de seguir viagem com uma bicicleta emprestada por um português chamado Hernâni, que fazia parte de uma rede de apoio a ciclistas. “Ainda esteve em minha casa em Almada e depois seguiu viagem”, diz o português. Podia ter sido o fim desta história, mas não foi. Já quando estava na China a bicicleta foi encontrada. A questão era como trazê-la de volta. É aqui que a vida dos dois se volta a cruzar.
Hernâni é um português que gosta de aventura e que, aproveitando a reforma, decidiu organizar uma grande viagem. “Ele falou comigo e manifestou vontade de reaver a bicicleta. Eu estava na altura a preparar a minha grande viagem de volta onde pretendia unir locais de interesse em comum com Portugal e ofereci-me para a levar”. Simples! “Avisei-o que ia demorar pois antes de chegar ao Oriente ainda ia a Marrocos, ao Golfo Pérsico, ao Irão e à Índia”. Durante dois anos e três meses pedalou a bicicleta do “amigo”. Foram 23 mil quilómetros bem contadinhos.
Das peripécias
Hernâni Cardoso partiu de Guimarães no dia 20 de Maio de 2014 e chegou à fronteira do Vietname com a China no dia 25 de Agosto de 2016. Mas a bicicleta do amigo que lhe serviu de transporte durante uma grande parte do percurso, não resistiu a um acidente no norte da Índia. “Fui abalroado por um camião do exército Indiano na berma da estrada e embora tivesse substituído algumas peças, a bicicleta não aguentou”. Mesmo assim continua, “ainda resistiu a Kuala Lumpur e a Malaca onde comprei outra”. Foi então que a despachou para a China.
O certo é que três meses depois, “já eu tinha andado pela indonésia, Singapura, Malásia, Tailândia, Myanmar e Camboja e ninguém sabia onde parava a bicicleta”. Após muitos telefonemas, foi encontrada e enviada para uma amiga do Eric em Kuala Lumpur. Foi ela que a trouxe para Kunming.”
Depois de entregue só faltava mesmo os dois amigos voltarem a encontrar-se. “Quando cheguei à casa dele a reacção foi extraordinária. Recebeu-me de braços abertos juntamente com a sua família e alguns amigos”. Hernâni vai ficar mais uns dias.
Esta volta ao mundo era um sonho de criança e “quando me vi reformado tive a noção que não ia ficar parado em casa à espera que a morte chegasse. Vendi tudo, carro, mobílias, casa e decidi viajar”. Foi a concretização de um sonho de menino.

2 Set 2016

Exposição conjunta de recém-licenciados em Arte arranca em Setembro

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a primeira vez que jovens licenciados fazem um exposição conjunta de Arte. A “Y Show”, organizada pela Chiu Yeng Culture, arranca a 29 de Setembro e estende-se a 2 de Outubro, juntando recém-licenciados de várias instituições de ensino superior de Macau na área das artes, que vão ter os seus trabalhos expostos no Hotel Regency.
A iniciativa surge da necessidade de incutir um espírito criativo e empreendedor nos mais novos, que a organização considera que é colmatada através da partilha de experiências com artistas locais e internacionais. Estes são convidados para expor e para participarem nos vários seminários que irão decorrer durante os cinco dias do evento.

Elevar Macau

Para 30 de Setembro está marcado uma sessão de partilha com diversas personalidades do mundo das artes. Do Japão vem Katsumi Asaba, director de Arte e fundador de um estúdio de Design em 1975. É membro do Comité do Tokyo Art Directors Club e presidente da Associação de Designers Gráficos de Tóquio, tendo recebido diversos prémios no sector. Jianping He, da Alemanha, nasceu na China mas é em Berlim que trabalha, em Design, indústria pelo qual já recebeu inúmeros prémios. Seguem-se Fons Hickmann Matthias, também designer gráfico, escritor e professor de desenho na Universidade das Artes de Berlim.
De Macau, são Mann Lao e Sabrina Ho as convidadas. A primeira é directora-criativa do Chiii Design. Trabalhou em diversas agências de publicidade como a Worldwide em Xangai e a Leo Burnett e foi convidada para trabalhar noutros países para marcas comerciais e projectos culturais. Voltando a Macau em 2011, tornou-se professora de Design de marca no Instituto Politécnico de Macau e, em 2012, criou a Chiii. Co-organiza esta actividade.
Já Sabrina Ho é directora da entidade organizadora e membro do Conselho das Indústrias Culturais. Em 2015 foi tida como uma das cem pessoas mais influentes do mercado chinês de arte do mundo.
Além desta sessão, que acontece das 11h30 às 12h30, há ainda outros seminários que incidem sobre o futuro desenvolvimento do Design ( 14h30), a nova geração de designers (16h00) e o futuro da área em Macau, este marcado para o dia 1 de Outubro às 11h30. Marcado para dia 2 está ainda o seminário sobre o impacto do Design na sociedade. Arranca às 14h30.
“O objectivo desta exposição também passa pela partilha de informação e conhecimento entre as instituições de ensino local e as do estrangeiro para elevar Macau a um centro para a nova geração de artes e cultura na Ásia”, refere a mesma fonte. “Não adianta trabalhar na criação de novos designs se estes não são aceites. O que torna uma marca rentável e funcional é ser produtiva e aceite pelo público e pelos mercados. É nisso que se devem concentrar”, refere ainda.

1 Set 2016

Fogo de Artifício | Concurso regressa com dez equipas internacionais

O Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau começa este fim-de-semana e estende-se até Outubro. Dez equipas de todo mundo prometem impressionar e, de novo, Portugal marca presença

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omeça já este fim-de-semana o Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau (CIFAM). A partir de sábado e nos dias 10, 15 e 24 de Setembro e 1 de Outubro, a zona ribeirinha em frente à Torre de Macau é o palco escolhido para as dez equipas internacionais pintarem o céu de cores e efeitos pirotécnicos, ao som de música.
A organização cabe novamente à Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Helena de Senna Fernandes, directora do organismo, realça que “todos os anos vêm actuar neste espectáculo algumas das melhores empresas do ramo”. Nesta que é a 28º edição há duas estreias: o Canadá e a Roménia. “Muitos visitantes vêm de propósito para assistir ao espectáculo”, concluiu.
Todas as empresas presentes no evento são antigas na indústria da pirotecnia e contam com um passado de prémios e participações. Do Canadá, vem a “Feu d’artifice Orion”, criada em 1999 e que conseguiu, em 2015, ser a primeira classificada no Concurso Internacional de Fogo de Artifício Blackpool, no Reino Unido. A companhia pirotécnica da Roménia, “Pyro-Technic Transilvania Ltd”, criada em 1998, produz anualmente mais de 250 espectáculos pirotécnicos. As restantes oito equipas já participaram no CIFAM em anos anteriores. O “Macedos Pirotecnia, Lda” vem de Portugal e participou quatro vezes, tendo sido vencedor no 12.° CIFAM. Organizou o maior espectáculo pirotécnico do mundo, registado nos Recordes Mundiais do Guinness, na passagem do ano em 2006, na Ilha da Madeira, tendo mantido o recorde até 2012.
A companhia do Reino Unido, a “Pyro 2000 Ltd”, foi segunda classificada no 12.° CIFAM. É considerada uma das maiores companhias piro-musicais britânicas. A representar a Suíça vem a “SUGYP SA”, criada em 1967 e terceira classificada no 25.° CIFAM. Organiza anualmente mais de 250 espectáculos pirotécnicos. A Marutamaya Ogatsu Fireworks Co, Ltd. participou no 5.° e no 19.° CIFAM, tendo obtido o primeiro e o terceiro lugar, respectivamente. Vem do Japão. A “Hunan Jingtai Fireworks Co., Inc”, oriunda da província de Hunan, a terra-natal do fogo de artifício do interior da China, conta com mais de 30 anos e foi vencedora do CIFAM em 2014.  

Programa
São dois espectáculos por cada dia, sendo que o primeiro acontece às 21h00 e o segundo sempre às 21h40. A abrir está a equipa da Tailândia e a de Portugal. O tema é “Fantasia Pirotécnica”. No dia 10 as equipas são da Inglaterra e da Suíça e o tema é “Tributo a Bond”. Dia 15 é a vez do Japão e da Coreia do Sul com “Harmonia Lunar de Outuno”. A encerrar o mês de Setembro estão a Itália e o Canadá, com o tema “Estrelas Distantes”, sendo que a Roménia e a China encerram o festival, no dia 1 de Outubro. O tema é “Celebração do Céu”.

1 Set 2016

FIMM | Abertas inscrições para workshops, encontros e palestras

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) deste ano não vai resumir-se apenas a espectáculos e conta com diversos workshops, master classes, palestras e encontros com “músicos de renome”, que actuam nesta que é a 30ª edição do festival. Todos os cidadãos se podem inscrever como participantes ou observadores.
Entre as diversas actividades, destacam-se as master classes com músicos de renome. Em Outubro, no dia 8, reserve o sábado das 14h30 às 16h00 para a master class de percussão com Colin Currie. O líder do Colin Currie Group vai apresentar obras de Steve Reich e ensinar técnicas de percussão de bongo e marimba.
Percussionista, solista e músico de câmara, Colin Currie colabora regularmente com “as maiores orquestras e maestros mundiais”, como indica o Instituto Cultural. Em 2006, fundou o Colin Currie Group, aclamado pela execução de música de Steve Reich e convidado a actuar em todo o mundo. Colin ganhou o Prémio de Jovem Artista da Royal Philharmonic Society, em 2000, recebeu o Prémio Borletti-Buitoni Trust, em 2005, e o Prémio de Instrumentista daRoyal Philharmonic Society, em 2015.
As inscrições, ao preço de cem patacas, acontecem até dia 9 de Setembro e o limite de vagas é de quatro pessoas, sendo que é aconselhável que tenham já conhecimentos e experiência em percussão. Há, no entanto, espaço para 50 observadores, que pagam uma taxa de 40 patacas.
Salto para o dia 15, das 19h30 às 21h00, altura em que Zhang Hongyan vai ensinar técnicas de Pipa, no Conservatório de Macau. A “rainha da Pipa” vai ensinar os apreciadores de Pipa a melhorarem as suas técnicas de interpretação. Os lugares são para três pessoas, sendo que poderá haver 50 observadores.
Zhang Hongyan é professora e coordenadora de cursos de pós-graduação no Conservatório Central de Música e actuou em toda a China, tendo sido a primeira instrumentista a dar um concerto com uma orquestra sinfónica ocidental usando um instrumento chinês. Recebeu o Prémio Asiático de Gravação das Artes e Ciências, em 2006, e a sua gravação de clássicos de pipa foi inscrita permanentemente na Biblioteca do Congresso dos EUA e no American Folklife Center em 2007.
Segue-se um workshop de Piano com Adriano Jordão. O português foi o primeiro director artístico do FIMM e, no dia 22, das 14h30 às 16h00, convida os interessados a uma master class de piano “num estilo vívido e delicado”.
Adriano Jordão é um pianista contemporâneo formado pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa e tem actuado em concertos por toda a Europa, Ásia e Américas e colaborado com numerosas orquestras sinfónicas mundiais. A sua carreira musical tem sido reconhecida internacionalmente e tem granjeado diversas distinções em Portugal e no estrangeiro, incluindo o Primeiro Prémio no Concurso Internacional de Piano Debussy, em França.
O workshop está limitado a três participantes, sendo o prazo de inscrição o dia 23 de Setembro. Há ainda lugar para 50 observadores.
Todas as inscrições devem ser feitas no site do IC, organizador do evento.

30 Ago 2016

Profissionais partilham experiências sobre Moda

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]importância da “diversificação de culturas dos jovens”, a “especialização numa área concreta” e a capacidade de introduzir “a modernidade” foram alguns dos conselhos deixados por especialistas na área da Moda. No seminário “Fashion Talk”, que decorreu no sábado no Museu de Arte de Macau, Xander Zou, designer no interior da China, Trunk Xu e Nic Lei partilharam experiências com Macau.
Xander Zou foi o primeiro chinês a entrar no programa oficial da semana de Moda masculina de Londres. Trunk Xu é fotógrafo e Nic Lei, mestre de maquilhagem colaborador com a Semana Internacional de Moda realizadas em Macau, Pequim e Xangai.
Os três falaram perante uma plateia de criadores de marcas e designers e partilharam experiências, nomeadamente sobre o funcionamento das marcas de produtos e a cooperação comercial entre sectores. Ferramentas que podem ajudar a levar o nome destes novos empresários mais longe, dizem.
Xander Zhou disse que a “diversificação de culturas dos jovens é o foco da nossa era e que a Moda já vai muito mais além do diálogo espacial entre o palco de desfile e os espectadores”. Já Nic Lei sugeriu que, no processo de criação de uma marca de Moda, os designers de Macau sejam “especialistas numa técnica em especial, para além de estudar os outros conhecimentos profissionais da indústria, procurando ser especialistas e sabendo introduzir o elemento de modernidade”.
Na perspectiva de Trunk Xu, “a indústria da Moda exige constantemente forte elemento de modernidade, podendo o visual do empacotamento valorizar uma marca singular”. 
O Fundo das Indústrias Culturais (FIC), uma das entidades organizadoras, pretende com estes colóquios o desenvolvimento das actividades de design de Moda e vestuário e da criação da própria marca. Os profissionais presentes, todos experientes, ajudaram os mais novos, partilhando histórias, experiências e “cedendo importantes ferramentas, para que o desenvolvimento deste sector, um ramo importante das indústrias culturais, chegue a bom porto, difundindo a imagem de Macau além fronteiras e dando estímulo ao desenvolvimento de marcas Made in Macau”, indica o Governo .

29 Ago 2016

Cinema | América Latina no grande ecrã esta e próxima semana

Vem aí mais uma semana repleta de cinema da América do Sul. Integrado no Festival da América Latina 2016, os filmes em cartaz convidam a viagens ao Brasil e às suas vicissitudes e alegrias, à Venezuela e ao Chile – de uma forma dramática – e terminam na busca da liberdade pela arte com um filme da Colômbia

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]ontinua a 1 de Setembro o cartaz de filmes que integram o Festival da América-Latina, organizado pela Association for the Promotion of Exchange Between Asia-Pacific and Latin America (MAPEAL). Mais uma semana em que o projector tem guardadas ironias brasileiras, momentos entre o céu e a terra na ditadura chilena, regressos ao passado venezuelanos e grafites e insónias da Colômbia.
O mês abre com “Saneamento Básico, O Filme”, cuja visualização tem lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Macau. A película brasileira, que conta com a realização de Jorge Furtado, retrata o “desenrasque brasileiro”. Numa povoação do Rio Grande do Sul, maioritariamente habitada por emigrantes italianos, os habitantes mobilizam-se para a construção de uma fossa que venha a substituir o esgoto a céu aberto. Sem verba por parte dos governantes, a população aproveita um pequeno orçamento destinado à realização de uma curta-metragem para fazer a fossa. O filme conta com as participações de Fernanda Torres e Wagner Moura. Los_Hongos_4_net
Da comédia ao drama. A 2 de Setembro, no mesmo local, é tempo de cinema da Venezuela. “Una mirada al mar” é o filme de Andreas Rios que traz a história de Rufino, um viúvo de 71 anos que resolve regressar à aldeia onde conheceu a esposa. Chegado, reencontra um velho amigo de juventude, o pintor Gaspar. Numa viagem ao passado, a vida já não é a mesma e “Una mirada al mar” retrata um drama interpessoal que já passou pelas mudanças que acompanham o tempo e a necessidade de reinvenção própria.
Dia 3 de Setembro é para o cinema chileno, com “Nostalgia de la Luz” de Patricio Guzman. Um filme que aborda os desaparecimentos de pessoas em tempos de ditadura de Pinochet. Um grupo de mulheres parte para o deserto de Atacama à procura dos restos mortais dos seus entes queridos que desapareceram. Enquanto isso um grupo de astrónomos internacionais acorrem a este lugar para observar o universo e tentar encontrar o sentido da vida. Um filme entre o céu e a terra e os segredos mais profundos de ambos numa película que já constou da selecção oficial de Cannes.
Todas estas exibições estão agendadas para as 19h00 e contam com entrada livre.
O auditório da Universidade de S. José volta a ter projecção a 6 de Setembro, desta feita às 18h30, com um filme de Oscar Ruíz Navia. “Los Hongos” – ou em Português “Os cogumelos” – vem da Colômbia e mostra a vida de Ras, um jovem que de dia é trabalhador da construção civil, que se vê impelido a deixar a profissão, e à noite pinta os muros do seu bairro na cidade de Cali. Impossibilitado de dormir começa a viver numa espécie de sonho acordado e, com um amigo procurado pela polícia, optam por fazer da vida uma pintura clandestina dos muros da sua cidade. Como “cogumelos contaminaram os seus trajectos de uma imensa liberdade”, anuncia a apresentação da película.

29 Ago 2016

CCM | Companhia espanhola traz “Carmen” em Novembro

A Companhia Nacional de Dança de Espanha regressa ao CCM para apresentar “Carmen”, pela mão do coréografo sueco Johan Inger. O espectáculo vai estar em palco a 4 de Novembro e os bilhetes à venda a partir de domingo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]bailado clássico “Carmen” vai estar em Macau no palco do Centro Cultural de Macau (CCM) a 4 de Novembro. Um espectáculo coreografado pelo sueco Johan Inger, que deu um cunho pessoal e “uma visão pura e descontaminada”, segundo o CCM, à adaptação do clássico de Bizet e que chega pela mão da Companhia Nacional de Dança de Espanha.

Se hoje “Carmen” é um êxito incontestável e considerado uma referência, aquando da sua estreia, em Março de 1875, as críticas foram duras. Aliás, a peça só se tornou um êxito quando estreada em Viena, sete meses depois da primeira exibição, já o autor tinha morrido.

Numa mistura entre a partitura original e a música contemporânea, esta história é contada a partir dos olhos de um rapazinho inocente. O enredo, com duração de 90 minutos, debruça-se sobre um triângulo amoroso, que é a génese do conto, composto por Don José, o principal guarda prisional, a sensual Carmen e o matador, que nesta adaptação surge com um visual mais contemporâneo assumindo o papel de uma estrela pop.

Embora carregada de emoção, a história pelos olhos do coreógrafo John Inger “assume uma versão sóbria e contemporânea, com uma referência subtil aos anos 60”. Foi exactamente com este registo que John Inger recebeu o prémio Benois de la Danse, em 2016. Criado pela Associação Internacional de Dança de Moscovo em 1991, este é um dos prémios mais prestigiados no ballet.

Com história

A Companhia Nacional de Dança de Espanha foi fundada em 1979 e é considerada de “classe mundial desenvolvida através de um vasto repertório levado à cena por uma série de conceituados directores artísticos e coreógrafos, como Nacho Duato que dirigiu a Companhia ao longo de 20 anos”.

Actualmente à frente desta companhia está o antigo bailarino principal do Ballet da Ópera de Paris José Carlos Martinez. “A companhia exibe um versátil elenco e uma equipa criativa”.

Este espectáculo de “inveja e ciúme” pode ser visto a 4 de Setembro e os bilhetes comprados nas bilheteiras do CCM e na Rede Bilheteira de Macau.

26 Ago 2016

“Conversas a Giz” sobe ao palco do CCM este fim-de-semana

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Divertida, emocional e imprevisível.” É assim descrita a peça de dança e teatro “Conversas a Giz”, que sobe este fim-de-semana ao palco do Centro Cultural de Macau (CCM). Especialmente dedicada aos mais pequenos, a peça trazida pela companhia escocesa Curious Seed quer fazer os mais pequenos perceber da vida.
“Numa mescla de dança e conversas traçadas a giz, os performers pedem ao público que revele as suas preferências, abordando tópicos que vão de Harry Potter e Beyoncé a dinossauros e zombies, sem abordá-los verdadeiramente. Em vez disso, ‘Conversas a Giz’ permite um momento descontraído e uma oportunidade para uma reflexão mais complexa sobre identidade pessoal”, começa por descrever a organização. “Através de diálogos sinceros, por vezes emocionais, em combinação com uma série de momentos coreografados, os dois artistas descrevem-se a si próprios de forma pouco habitual, frequentemente ao som de música atmosférica e intensa, cativando as mentes de grandes e pequenos.”
A ideia é simples: permitir que a dupla de bailarinos que sobe ao palco consiga interagir com os mais pequenos de uma forma que os leve a descontrair e a perceber a vida, “tocando em temas universais, do amor à felicidade” e sem esquecer coisas boas, “como a pizza”. “Equilibrando humor e descontracção com intensos movimentos corporais, a dupla vai interagir com uma plateia de miúdos a partir dos oito anos”, frisa o CCM.
Levando pais e crianças numa viagem de retorno às coisas simples da vida, Chook e Gek, os personagens de “Conversas a Giz”, misturam técnicas de teatro para recontar a história original do russo Arkadi Gaidar, escrita em 1939.
A Curious Seed foi fundada em 2005 pela coreógrafa e performer escocesa Chsritiane Devaney. A visão da companhia “é criar espectáculos envolventes, estimulantes e descomprometidos tendo como base a expressão física”.
A peça está em exibição amanhã, pelas 15h00 e 19h30 e domingo às 19h00.

26 Ago 2016

Rota da Seda inspira dança clássica no CCM

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]bailado “Noite de Luar de Haojiang – Rota da Seda” vai subir ao palco do Centro Cultural de Macau (CCM), nos dias 16 e 17 de Setembro, pelas 20h00. Os bilhetes estão já à venda na Bilheteira Online de Macau.
“Noite de Luar” é uma criação do dramaturgo Yang Wei e vai ser interpretado pelo Grupo de Artes de Shaanxi e pela Companhia de Canto e Dança de Shaanxi.
O espectáculo inclui personagens que representam exploradores, guias, enviados, comerciantes, pacificadores e vagabundos, entre outros, “numa metáfora abstracta aos feitos históricos de Xuan Zhuang, Kumarajiva, Zhang Qian, Ban Chao, Gan Ying, Marco Polo, Meng Tian, Wei Qing, Huo Qubing, General Voador, a Princesa Jie You, Wang Zhaojun e ciganos”, refere informação do CCM.
Este bailado dá ênfase a vários estilos de danças: a solo, a dois, danças em grupo, populares e tradicionais. Uma história que fala sobre a rota da seda, tentando revelar o sentido deste histórico percurso e “transmitindo, através da estrutura das personagens, uma busca espiritual, espontânea e romântica”, refere a organização.
As emoções são transmitidas ao público através da utilização de artefactos e de um ambiente cénico especialmente criado para enriquecer as emoções e torná-las mais vivenciais.
“No palco, concebido como um deserto, as personagens caminham solitária e penosamente, permitindo ao público sentir profundamente as emoções de felicidade, ira, tristeza e alegria bem como o amor e ódio.”
Os bilhetes para o bailado Noite de Luar de Haojiang – Rota da Seda encontram-se à venda e os preços variam entre as cem e as 200 patacas.

26 Ago 2016

Seminário sobre Moda este sábado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]contece este sábado o seminário “A Moda e as Indústrias Culturais”, organizado conjuntamente pelo Fundo das Indústrias Culturais e Centro de Incubação de Marcas de Moda de Macau. O evento tem lugar às 15h30 no auditório do Museu de Arte de Macau e conta com convidados do sector de moda, como Xander Zhou, designer de renome no interior da China, Trunk Xu, fotógrafo de moda “no topo de ranking no interior da China”, e Nic Lei, mestre de maquilhagem de Macau.
Os três vão contar as suas histórias da carreira no design de vestuário, nas indústrias de moda e na arte de fotografia, partilhando a experiência que tiveram no funcionamento das marcas de produtos.
Xander Zhou é o primeiro designer de moda da etnia chinesa que entrou no programa oficial da semana de moda masculina de Londres e uma das personalidades chinesas mais influentes do mundo, no ranking da revista Forbes 2010. Trunk Xu é fotógrafo no topo de ranking no continente, com 41 coberturas nas revistas mais reconhecidas no continente e nos outros países e fotógrafo especial indicado pelos artistas da China. Já Nic Lei é mestre de maquilhagem colaborador com a Semana Internacional de Moda realizadas em Pequim e Xangai, mestre de maquilhagem colaborador do Sindicato de Moda da Grã-Bretanha.
O seminário será conduzido em Chinês mas com tradução para Português e dura cerca de duas horas. Os lugares são limitados para cem pessoas e a entrada livre. As inscrições devem ser feitas pelo telefone 89850890, ou através do email lilycheong@fic.gov.mo.

26 Ago 2016

Blue Man Group: “A melhor noite de teatro da sua vida”

Andam nisto há mais de 20 anos, mas a idade não pesa. Os Blue Man Group estão em Macau até dia 28 de Agosto, prontos para lhe dar “a melhor noite” da sua vida. Teatro, comédia e música sobem ao palco do Venetian, naquela que é a digressão mundial dos homens azuis. Mas não sem antes Meridian, capitão do grupo, e Tony Aguirre, director musical, nos darem a conhecer um pouco mais do espectáculo. Os bilhetes ainda estão à venda e, sim, pode trazer as crianças e a alegria de viver

Nasceram em 1987, começaram com espectáculos em 1991. Como é que conseguem manter a vitalidade ao longo de todos estes anos, de forma que não seja sempre a mesma performance?
Acho que muita da energia e contínua inspiração para o espectáculo vem da própria audiência, porque o nosso espectáculo é tão interactivo que mesmo nós, ao fazê-lo, sentimos que é sempre diferente. Sentimos que estamos sempre a interagir com um quarto elemento, que será o público. E ao longo dos anos, essa contínua inspiração mantém-nos enérgicos. Também há as mudanças no mundo, que estão constantemente a acontecer. Somos muito curiosos e tiramos sempre ideias da cultura e das pessoas à nossa volta e incorporamos isso no nosso espectáculo, na evolução por que ele passa.

Então o espectáculo é alvo de mudanças? Engloba a coreografia, a música, a própria performance?
Pensamos nisso como uma evolução do espectáculo. Há certas coisas que se mantêm constantes, como a curiosidade que referi, o personagem Blue Man, que tentamos que se mantenha de uma certa forma, na forma como interage com as pessoas, no seu carácter… É difícil de descrever, tentamos tirar algumas das nossas características pessoais para nos podermos abrir a algumas características mais profundas, que todos temos, para podermos celebrar a vida com a audiência. Essas são as constantes do espectáculo. Mas há novas tecnologias, os visuais, o design do palco… estamos sempre a inventar novas músicas e instrumentos. E claro, o personagem está sempre à procura de novas formas de interagir, de responder ao que se passa. CREDITOS_BMD

Disse que absorvem o tipo de lugares onde estão, as pessoas e a cultura. Estão em Macau desde o início de Agosto… já vos inspirou de alguma forma para os vossos próximos espectáculos?
(Risos) Vamos ver. Às vezes demora algum tempo para essas coisas acontecerem e ainda estamos no início da nossa digressão mundial, que começou [em Março] em Singapura. Só estamos nisto há uns meses e vamos continuar por algum tempo mais, por isso todos os locais onde vamos pensamos “o que se passa aqui?”. Temos de recolher a informação e ver o que acontece da próxima vez.

Já estiveram na Ásia anteriormente?
Alguns membros do espectáculo já cá estiveram, mas é a primeira vez que este espectáculo específico, que é o mais actual, cá está. Nunca foi visto em sítio algum. E para todos nós nesta performance, incluindo eu, esta é a primeira vez.

Não têm problemas com a barreira da língua, presumo, porque não comunicam por palavras. Mas é fácil agradar ao público asiático?
Exacto. As audiências asiáticas tendem a ser, ainda que nem sempre, mais tímidas à primeira impressão. Mas é óptimo ver, no final do espectáculo, que eles se põem de pé, a dançar e a divertirem-se como todos os outros espectadores. (Risos)

Sabemos que o Blue Man é o personagem, o ícone, por trás do espectáculo, mas como é que vocês o descrevem?
O Blue Man é a personificação das melhores características do ser humano. A curiosidade, o desejo de conectar com os outros, o nosso lado criativo, a alegria e apreciação pela vida, está lá tudo. O Blue Man é um personagem que tenta perceber quem são as pessoas na audiência, para que servem os objectos à sua volta… é curioso e aberto a ideias. E, através dessa interacção com o público, a ideia é fazer com que também as pessoas fiquem nesse estado de alma. Estamos todos em contacto, tal como em crianças, que somos naturalmente curiosos. Tentamos trazer às pessoas a lembrança dessa forma de ser.

Tiveram algum tipo de treino para ser exactamente como o Blue Man criado por Matt Goldman, Phil Stanton e Chris Wink, fundadores do grupo?
Sim. É interessante dizer “exactamente como esse personagem”, porque cada um de nós é um diferente Blue Man. Quando um dos outros no show interpreta o Blue Man, vai ser diferente de mim. Todos temos de encontrar a nossa forma de estar aliados à tal abertura de mente e ligação às pessoas de que falámos, de ser curiosos, de experimentar. Mas isso vai sempre ser diferente em cada um, por isso não podemos chamar “exacto”. Há muita variação.

Ainda têm relação com os fundadores? Estão presentes diariamente?
Sim, eles são os responsáveis pela empresa e estão envolvidos na criação das novas ideias que chegam ao espectáculo. Phil [Stanton] veio à abertura do show em Singapura e vemo-los diversas vezes. Não quero falar por eles, mas acho que concordam que este trabalho é fruto do amor deles e mantém [os princípios de] como o criaram.

Vocês são três Blue Man em palco. Mas quantos existem nesta digressão?
Somos quatro, na verdade, mas apenas três sobem ao palco. Durante a semana vamos mudando, o que permite uma folga a cada um e também ter um substituto se houver uma lesão ou se alguém ficar doente. Depois temos a banda, que são quatro em palco mas têm dois substitutos. Ao todo, com a crew, somos 26.

Mas há outros grupos a actuar como Blue Man noutras partes do mundo ao mesmo tempo?
Sim, temos espectáculos em Nova Iorque, Boston, Chicago, Las Vegas (que já conta com dez mil espectáculos, o que é incrível), Orlando e Berlim. Mas nós somos os únicos na digressão mundial.

O Meridian é um Blue Man há mais de uma década. Porquê a escolha?
Achei que era algo que se adaptava a mim, em termos da diversidade artística que tem: música, sou formado em piano, representação, sou formado nisso também. E depois adoro a interacção, as pessoas doidas com quem consigo trabalhar. É espectacular. Não esperava estar a fazer isto, depois de tanto tempo, mas estou muito satisfeito que seja parte da minha vida e quero que continue.

Há quanto tempo é Capitão? E como é o trabalho?
Seis anos. Boston, Las Vegas e na digressão norte-americana. E agora nesta digressão mundial. O meu trabalho é ajudar-me a mim e ao resto da equipa a continuar a explorar o que é ser o Blue Man. Não é algo que se faz e já está: temos de continuar a encontrar formas, ao longo do tempo, de ser essa personagem em cada show, como se fosse a primeira vez que o fazemos. Isso exige concentração, mas também que estejamos a divertir-nos.

O espectáculo tem um guião ou é diferente?
Sim e não. Há uma linha orientadora, uma série de eventos que acontecem. Mas é muito dependente da audiência e de como ela interage. Fazemos quase as mesmas coisas, mas há respostas diferentes sempre, pelo que comunicamos – mesmo sem ser por palavras. E depois há sempre uma pessoa do público que trazemos ao palco e, essa, não está definitivamente em nenhum guião, temos de nos adaptar ao que possa vir daí.

Há uma combinação de música, representação, comédia. Ajuda o facto dos Blue Man terem um ‘background’ artístico?

Sim, temos um outro que é actor também, mas fez mais teatro musical, temos outro que é dançarino e um músico. Mas não interessa se há esse background ou não, é mais se é possível à pessoa adaptar-se. Eles ensinam-nos, desde que estejamos prontos a desenvolver essas capacidades.

Tony Aguirre, director musical. Como é que os ajuda a ser o Blue Man?
De diversas formas. Fazemos muitos sons para acompanhar os movimentos deles e muitas das cosias são feitas ao vivo: se um Blue Man atira com algo, ou apanha algo com a boca, salta de uma cadeira, há sons que vão com isso, que alguém faz num instrumento real em tempo real. O que é complicado porque não sabemos o que estes gajos vão fazer ou, ainda pior, o que a audiência vai fazer. Se um membro do público está em palco, temos de estar atentos do nosso “posto”, onde vivemos, para ajudar com os efeitos sonoros. E também temos música, que tocamos às vezes com os nossos fatos cheios de luzes… (risos)

Como é que integrou o Blue Man Group?
Toda a gente integra o grupo vindo de áreas muito diferentes. Temos o exemplo do Meridian, que é um excelente pianista – não sei se ele mencionou isso – (risos). Eu venho de um background de Rock and Roll, durante toda a minha vida toquei esse estilo e integrei o show há uns cinco anos, numa audição em Orlando.

Vocês criam a vossa própria música? É tudo original?
Sim e não. Aquilo que é muito, muito fixe em ser um músico neste grupo é que a nossa música não é de pauta, um livro com notas. Aliás nem sei ler música. O que é espectacular é que toda a gente aprende a forma de tocar um bocado recorrendo à tradição oral: somos contratados e aprendemos as partes vendo, o que implica que haja mudanças e nunca seja igual. Porque cada um adapta. Depois, muita da música que a banda toca é baseada no movimento físico dos actores. Se um Blue Man salta de uma parte para a outra, deixando pelo meio o que era suposto fazer, então temos rapidamente de criar algo para preencher essa acção. Às vezes criamos 16 barras de música num espaço onde não havia nada. E fazemos isso todas as noites. Podemos improvisar, mas dentro do estilo do Blue Man, dentro do universo.

O que é que o Tony toca na banda, além de a liderar?
Cordas: guitarras e alguns outros únicos instrumentos. Um deles é a Zether eléctrica (instrumento comummente utilizado para o estilo Folk no século XIX) e outro é o Chapman Stick (instrumento da família da guitarra criado nos anos 1970). Todos os instrumentos são baterias ou instrumentos de corda. Usamos muitos efeitos para criar sons interessantes necessariamente não vão ser os sons a que estamos habituados a ouvir destes instrumentos específicos.

Meridian, tanto tempo no Blue Man Group, tem de haver uma história engraçada que o tenha marcado.
Há tantas coisas engraçadas, como pessoas que deixam o palco a correr, o que é mau dizer porque não quero que tenham medo de ir lá acima (risos). Mas tenho uma, de uma senhora de idade que estava sorridente e atenta e eu escolhi-a para ir ao palco. Passei dez pessoas para lá ir ter mas não me apercebi até chegar ao pé dela que era muito frágil. Arrisquei e, devagarinho, levantei-a. Uma senhora que estava com ela levantou–se também para a ajudar e, muito devagar, caminhamos em direcção ao palco. Mas foi tão devagar numa parte que era para ser rápida, que estava tudo em suspense. A nossa equipa maravilhosa, sempre a pensar à frente, preparou mais um lugar na mesa, algo que não é comum, para a acompanhante da senhora. Foi a primeira e única vez que tivemos duas pessoas no palco. Foi maravilhoso, a audiência estava em suspense a ver o que ia acontecer e foi fantástico. Apesar do espectáculo ser mais longo que o costume (riso).

Para as pessoas que ainda não viram o vosso espectáculo, o que lhes podemos dizer?
Meridian: Uma das coisas que tem de fazer se vive aqui ou se está cá de férias é vir ver o nosso espectáculo, não perca a oportunidade. Prometemos muitas gargalhadas e um tempo bem passado. Asseguro que vão estar de pé no final, com os braços no ar a divertirem-se imenso. Não percam.

Tony: Pessoas boas de Macau, venham por favor ver o espectáculo. Vai ser, prometo, a melhor noite que alguma vez passaram num teatro. De sempre.

Em busca do sentido da vida

Matt Goldman, Phil Stanton e Chris Wink decidiram há 25 anos que iriam fazer da sua vida “uma com sentido”. Resolveram seguir os seus impulsos criativos, que acabaram por dar origem à criação de uma personagem azul. Tinha nascido a companhia que actualmente é conhecida por Blue Man Group e que veio a desenvolver-se num pequeno teatro de Nova Iorque. Hoje, são uma companhia à escala global e premiada com os mais prestigiados galardões do entretenimento. A vida e obra do grupo do homem azul corre os palcos do mundo e os seus espectáculos já foram vistos por mais de 35 milhões de pessoas em cerca de 15 países.

25 Ago 2016