Bandas de Macau e Hong Kong no Heart Bar

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]exta-feira, o Heart Bar recebe bandas locais e da região vizinha para um concerto com outras performances à mistura. “All from Heart – Music Sharing” acontece a partir das 20h00 no bar que fica no Hotel Ascott, nos NAPE.
A organização lança um desafio: quão bem conhece as bandas de Macau? Assim, pretende apresentar alguns dos grupos independentes do território, mas também de Hong Kong.
“Convidamos algumas boas bandas, DJs e performances de bartenders”, pode ler-se na página do Facebook do Heart Bar.
Entre os convidados estão os Crosslines, grupo fundado em 2009 com cinco membros. Rock é o estilo que Gary, Yu, Ray, Ng e Carina apresentam. Os Pink Elephant são outros dos convidados: a banda, direccionada também para o Rock, tem músicas originais e covers de clássicos do Pop, Rock e até Reggae. Zenith chega com a promessa de Rock alternativo. Fundada em 2013, a banda conta com Jason Loi na bateria, Chanpong Lam, Wai Yu Si e Dash Lao nas guitarras, Lugus Hoi no baixo e Chi Lap Lei nas teclas, tudo acompanhado com as vozes de Hyun Tak e Justin Mok.
De Hong Kong chega a banda All in One, com o DJ 421 a fechar as hostes, numa festa que dura até à meia-noite com House.
Os bilhetes para a festa custam 150 patacas se comprados antecipadamente e 180 à porta, ambos com direito a duas bebidas. As reservas podem ser feitas na página do Facebook do Heart Bar.

10 Ago 2016

IC abre candidaturas em Setembro para associações criativas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) anunciou ontem a abertura de candidaturas para três programas de apoio financeiro para actividades culturais. Das artes visuais à música, são diversos os tipos de apoio para o próximo ano e que se dividem em três programas: Programa de Apoio Financeiro para Actividades/Projectos Culturais, Programa de Formação de Recursos Humanos na Gestão Cultural e das Artes e Programa de Subsídios à Arte da Comunidade.
Os subsídios dedicadas a Actividades/Projectos Culturais pretendem apoiar as artes visuais, dança, música, ópera, património cultural, criação e estudos literários, estudos académicos, filmes e arte multimédia e indústrias culturais e criativas. Já o segundo programa visa contribuir para o desenvolvimento dos grupos artísticos e culturais locais e para o estímulo da formação de gestores profissionais nestas áreas, como frisa o IC, que diz querer “criar uma reserva destes talentos para promover o desenvolvimento saudável e integrado no domínio artístico e cultural em Macau”.
Conseguir recursos humanos nas áreas do planeamento, coordenação, gestão de eventos e gestão técnica nos domínios da arte e cultura é o objectivo, sendo que o programa oferece ainda oportunidades profissionais.
Já o terceiro programa quer incentivar as associações artísticas locais a penetrarem nas comunidades ou em determinados grupos, convidar à produção e à participação colectiva, evidenciar características comunitárias e revelar obras através de técnicas artísticas diversificadas.
As candidaturas estão abertas dias 7, 8, 9 e 12 de Setembro a todas as associações locais registadas e sem fins lucrativos que se dediquem a actividades culturais e artísticas.

10 Ago 2016

Armazém do Boi apresenta caligrafia de Aquino da Silva

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]caligrafia não é uma arte que se resuma às técnicas milenares que pautam a escrita em caracteres. No ocidente o “bem escrever” também é uma mestria e Aquino da Silva vem a Macau apresentar isso mesmo. A “The Renaissance of Pen
and Ink – Exhibition of Calligraphy and Lettering Art” é a exposição que inaugura a 13 de Agosto no Armazém do Boi.
A mostra, dedicada ao renascimento da escrita com caneta e tinta, insere-se no segundo evento do programa New Art People Project 2016 e traz à casa Aquino da Silva e os seus trabalhos e conhecimento.
“Aquino é um dos poucos artistas que utilizam a caligrafia criativa na língua inglesa”, afirma o Armazém do Boi em comunicado de imprensa.
O artista com formação em Design Gráfico é entusiasta da arte de pintar e escrever à mão. Faz parte do seu trabalho explorar as texturas dos diferentes papéis e dos diferentes traços. Após alguns anos de exploração e estudo, Aquino da Silva atribui uma perspectiva comercial à caligrafia atribuindo-lhe uma maior exposição .
Na presente exposição, Aquino da Silva confere à caligrafia uma “nova dimensão”. O artista passa a explorar as combinações da escrita com cerâmica e utensílios do dia a dia, num processo de fusão e criação de instalações em que funde o trabalho da caligrafia com o juntar de peças partidas. O público estará perante uma exposição muito além de uma mostra de palavras em Inglês. Tem à sua frente objectos que ganharam uma nova vida com a aplicação caligráfica.
Para uma melhor preparação, Aquino esteve no Japão, antes de conceber esta exposição, a produzir as suas próprias peças em cerâmica. Chegou também a criar objectos em madeira no pátio do Armazém do Boi.
No seu conjunto, o artista concebeu uma mostra que mistura arte, artesanato e experimentalismo.
Aquino da Silva vai também realizar três workshops nos dias 20 e 21 de Agosto e 4 de Setembro, onde partilhará os seus conhecimentos relativos a conceitos básicos aplicados à caligrafia ou a aplicação de força na arte da escrita. A exposição estará patente até 18 de Setembro e conta com entrada livre.

9 Ago 2016

Poesia | Livro de Francesco Navarrini apresentado esta sexta-feira na Livraria Portuguesa

Francesco Navarrini apresenta “Palavras à janela”, esta sexta, na Livraria Portuguesa. Uma compilação de poemas criados entre viagens, que são agora dados a conhecer a Macau pelo italiano que fala sete línguas e que pretende pôr os leitores a viajar pela liberdade de pensamento

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Parole alla finestra” é o livro que Francesco Navarrini apresenta na Livraria Portuguesa já na próxima sexta-feira. “Uma compilação” de textos que o autor italiano, residente na RAEM, mostra agora ao público e que foi escrita entre 2003 e 2011, numa espécie de volta ao mundo e volta ao interior do poeta. O livro é um convite ao imaginário de cada do leitor.
Francesco Navarrini começou a escrever em 2001 e a participar com sucesso em concursos de poesia. Até esse ano, “fazia muitas viagens, mas eram viagens mentais”, como afirma o autor ao HM.
O mestre em Ciência Política deixou pela primeira vez o país que o viu nascer em 2001, quando foi fazer o programa de Erasmus na Lapónia. Já escrevia antes desta viagem, mas com a entrada “no deserto gelado” teve necessidade de parar. “Não era possível assimilar o mundo, as novidades e as experiências e escrever ao mesmo tempo”, refere.
A opção pela Lapónia foi simples e já reflectia o ir mais longe. Tinha a hipótese de Barcelona, mas “quanto mais longe e diferente melhor”, como assegura. “Foi uma experiência extrema e brutal e a partir daí comecei a viver mais e a escrever menos, havia tanto para viver e fazer que não conseguia perder tempo a escrever.”
A escrita voltou em 2003, altura em que estava num “outro deserto”, desta feita num parque natural na Bolívia a cinco mil metros de altura. Foram as montanhas longínquas que alteraram a sua concepção de espaço e que trouxeram de volta a necessidade de escrever. Foi ali que “encontrou as palavras para aquilo que queria dizer”.

Línguas e personalidades

Hoje em dia fala sete línguas. Apesar de ainda escrever maioritariamente em Italiano, para Francesco “uma língua não é só a tradução de uma palavra mas implica uma forma diferente de ver a realidade”. Para o autor, a mesma palavra em línguas diferentes pode alterar o conteúdo, a situação, ou mesmo a atitude de quem a escreve.
Se um dia resolveu estudar Ciência Política de modo a entender a realidade que o rodeia, a escrita apareceu como forma de a contar. A poesia, por sua vez, é a “forma mais simples de o fazer”. “Por ser directa e muito íntima é uma forma de expressão capaz de mostrar a realidade sem juízos de valor”, frisa.
“Palavras à janela” é um livro que não limita o leitor. Para Francesco Navarrini é um compromisso com a liberdade de pensar e do próprio leitor, sendo a sua escrita uma “imagem” a ser interpretada livremente por cada um, ao mesmo tempo que dá a possibilidade de “fazer a sua própria criação”.
A apresentação da obra está marcada para as 18h30 da próxima sexta-feira e o autor espera que, acima de tudo, seja um encontro interactivo com os interessados em conhecer e discutir o livro. A entrada é livre.

9 Ago 2016

Sound & Image Challenge | Recebidas mais do dobro das candidaturas face a 2015

Está aí mais uma edição do Sound & Image Challenge, que este ano promete mais filmes de todo o mundo do que no ano passado. Para Dezembro estão preparadas as visualizações das películas, mas a competição “Volume” ainda está aberta

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Sound & Image Challenge (SIC), da Creative Macau, recebeu o dobro das candidaturas para a categoria de curtas-metragens, face ao ano passado. Organizado pela Creative Macau e pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM), a competição conseguiu este ano 1659 filmes provenientes de todo o mundo, que serão exibidos entre os dias 6 e 11 de Dezembro no Teatro Dom Pedro V e na Cinemateca Paixão.
O SIC, que agora se transformou num festival internacional, abrange curtas-metragens e videoclips musicais e está aberto a todo o mundo. Este ano, de acordo com um comunicado da Creative Macau, Espanha, Estados Unidos, França, Brasil Inglaterra, Índia Alemanha, Canadá, Taiwan, Argentina, Rússia, Portugal, China e Austrália foram os países participantes, sem esquecer Hong Kong e Macau, onde o número de participações foi superior.
Nesta que é a 16ª edição do festival, durante seis dias serão exibidos todos os filmes, em dois espaços cedidos à organização pelo Instituto Cultural: o Teatro Dom Pedro V e a Cinemateca Paixão. As entradas são gratuitas.
Júri começa a ronda
Cabe agora ao júri avaliar todo o material em duas competições distintas: a competição Shorts”, que premeia todas as curta-metragens nas categorias de Ficção, Documentário, Animação e Publicidade, e a competição “Volume”, que premeia um videoclip que incorpore integralmente uma composição de uma banda de Macau.
Os jurados da competição “Shorts” são todos profissionais locais e internacionais com relação ao cinema e ao audiovisual, sendo composto por seis profissionais locais que fazem a pré-selecção. Daqui vai resultar uma lista de filmes finalistas que será posteriormente avaliada pelo Grande Júri.
O Grande Júri é composto por Sam Ho, curador, crítico de cinema e professor em Hong Kong e Estados Unidos da América, João Francisco Pinto, director de Programas dos Canais Portugueses da Televisão de Macau (TDM), e finalmente o fundador e director do Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto, Mário Dorminski.
Já o quadro de jurados da pré-selecção do “Volume”, que viu o prazo de candidaturas prolongado (ver caixa) é composto por Vincent Cheang, músico fundador e líder da banda L.A.V.Y e da Live Music Association. Vincent Hoi, realizador independente, estabeleceu a sua companhia especializada na produção de vídeos comerciais educacionais, para televisão e para a Administração e Miguel Khan, outro dos nomes que compõem este júri, é director de multimédia numa operadora local e colabora com artistas e jovens em várias áreas criativas, para vídeos publicitários e para espectáculos ao vivo.
O Grande Júri é composto por Lok Kong, director substituto de Programas Chineses da Teledifusão de Macau, e o músico e compositor de música clássica e electrónica, jornalista e empreendedor local Ray Granlund.
O festival permite ainda a interacção do público na votação das curtas-metragens preferidas da competição “Shorts”, a decorrer no dia 8 de Dezembro no Teatro Dom Pedro V. A escolha determinará o prémio Público, no universo dos filmes nomeados nas quatro categorias de Ficção, Documentário, Animação e Publicidade.
São ainda quatro os prémios que serão atribuídos além dos grandes vencedores: Melhor do Evento, que pretende distinguir o filme que se destaque em qualidade, o Macau Cultural Identity, onde visa premiar filmes que dêem destaque à cultura local, e Melhor Entrada Local, filmes submetidos por concorrentes que possuem bilhete de identidade de Macau ou que possuem o título de identificação de trabalhador não-residente.

Prolongado prazo para o “Volume”

Segundo a entidade organizadora, as candidaturas para a competição “Volume” ainda podem ser entregues, uma vez que o prazo foi alargado até 31 de Agosto. Esta competição pretende a criação de videoclips para músicas de bandas locais, que estão disponíveis no site da organização.

8 Ago 2016

Bilhetes à venda para nova temporada da Orquestra Chinesa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]reentré ainda está a um mês de distância mas já se anuncia com sons clássicos chineses. Depois da Orquestra de Macau, o Instituto Cultural coloca hoje à venda os bilhetes para a próxima temporada de espetáculos da Orquestra Chinesa de Macau, que tem início em Setembro. O concerto inaugural, “Romance do Sonho das Borboletas”, terá lugar no dia 4 de Setembro pelas 20h00 horas, no Centro Cultural de Macau (CCM).
“Romance do Sonho das Borboletas” estreia sob a batuta do maestro Pang Ka Pang e a Orquestra irá colaborar com a Orquestra Chinesa do Teatro de Danças e Cantares de Fujian, com Sophia Feinga Su, proclamada “Prodígio do Violino de Macau”, e com Sun Li, vencedor do Prémio Wenhua no 9.º Festival de Artes da China, como avança o CCM em comunicado.
Do repertório consta ainda a apresentação de várias obras de música tradicional chinesa, incluindo a história de amor “Os Amantes Borboleta”, a suite sinfónica “O Sonho da Rota Marítima da Seda”, “Um Lugar Distante” e “Largo al factorum”.
No concerto de encerramento da temporada, “Encontro com a Música Chinesa”, a Orquestra Chinesa de Macau proporcionará aos entusiastas de música um serão de música chinesa. O concerto “Alegre Harmonia”, integrado no XXX Festival Internacional de Música de Macau, reúne artistas das quatro regiões de ambos os lados do Estreito para expressar a “beleza da música tradicional chinesa”.
A temporada que se avizinha conta ainda com a participação de directores artísticos como Wang Yidong, Shi Haibin, Sun Weixi e Chen Jun, que apresentam concretos de cordas friccionadas, dedilhadas, de sopros e percussão.

8 Ago 2016

CCM | Peça infantil “Spot” em cena dias 6 e 7 de Agosto

“Spot, the Dog” está em exibição este fim-de-semana no CCM. Uma produção holandesa, dedicada aos mais pequenos e onde a promessa é música, interactividade e diversão

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]manhã e domingo os mais pequenos são convidados a assistir à peça “Spot, the Dog”, em exibição este fim-de-semana no Centro Cultural de Macau (CCM). Apresentada pela companhia Teatro Terra, que vem da Holanda, a peça destina-se a crianças com mais de dois anos e promete muita interacção com o público.
A história da peça centra-se no cão Spot e na hipopótamo Helen. Ambos vão visitar a quinta onde o pai de Spot mora, mas são apanhados de surpresa quando lá chegam porque todos os animais que lá moram desapareceram. A tarefa seguinte é saírem à procura dos amigos e revelarem o mistério do desaparecimento que deixou a quinta tão silenciosa. É nesta altura que os actores interagem com o público.
“A peça está cheia de sons de animais e pedimos ao público para identificarem qual o animal que estão a ouvir. As crianças costumam ser muito participativas e adoram ouvir os sons dos animais e da natureza”, diz o actor Eric-jan Lens, que dá vida à personagem de pai de Spot.
A peça conta com três actores em palco que interpretam as três personagens principais: Spot, o pai do cãozinho e a amiga Helen. Os actores interpretam as vozes destes animais que são bonecos físicos manipulados por cada um deles, como ontem mostraram aos jornalistas, na apresentação da peça.
“A dimensão dos bonecos e a agilidade com que se movimentam em palco faz muitas vezes com que o público se esqueça que, por trás daquele boneco, está uma pessoa”, diz Desi Van, uma das actrizes.
Este espectáculo anda em digressão e os actores explicam que uma das vantagens de interpretarem este texto é o facto de ele ser muito popular, o que faz com que todos estejam familiarizados com a história e os encoraje a participar. A companhia tem viajado um pouco por todo o mundo – veio de Hong Kong e de seguida vai para a Austrália, onde estará quase um mês divididos entre Perth e Sidney.

Quem é Spot?

A história baseia-se numa conhecida colecção de livros infantis que se chama “Spot the Dog”, criada pelo escritor e ilustrador inglês Eric Gordon Hill. A personagem foi criada em 1976 para o seu filho pequenino. O livro foi publicado em mais de 30 países e deu origem a uma série televisiva, que ajudou a divulgar a obra e a tornar “Spot” uma personagem muito conhecida e acarinhada. As histórias foram traduzidas em mais de 60 línguas e o escritor continua a ser um dos mais elogiados, nomeadamente pelo seu contributo para a literacia infantil.
A companhia de teatro Terra convida, por isso, todos a assistir a este espectáculo, onde promete muita música, luzes e diversão.
“Há um grande dinamismo em palco e convidamos todos, pais e crianças, a participarem”, dizem os actores, que visitam pela primeira vez Macau. “Temos muita expectativa em relação à forma como o público nos vai receber, mas estamos confiantes, pois temos boas referências.”
Os actores regressaram recentemente de Hong Kong onde actuaram várias vezes, sempre com espectáculos esgotados. “Sabemos também que muitos dos bilhetes para os espectáculos marcados já foram vendidos e esperamos um público divertido, audaz e casa cheia”, acrescentam.

História de uma companhia

O grupo de teatro vem da Holanda e todos os actores são holandeses, daí o nome da companhia poder parecer desajustado. Mas a explicação é simples e, mais uma vez, é Eric-Jans Lens quem desvenda o mistério. “É o apelido do criador da companhia que foi fundada em 1977, na Holanda.”
Todos os anos são criados novos espectáculos, dos musicais para a família e das marionetas, às produções de teatro. Desde a sua fundação, a companhia tornou-se num dos grupos teatrais de topo para crianças e famílias na Holanda, como diz um comunicado de apresentação. “Dando sempre o seu melhor para criar espectáculos”, o grupo faz das marionetas e da música uma parte central das suas produções, acrescenta a mesma fonte.
A peça dura cerca de uma hora, sem intervalo, e os bilhetes custam 180 patacas. Estudantes, crianças com menos de 12 anos e seniores beneficiam de um desconto de 50% e há pacotes promocionais.

5 Ago 2016

Pop clássico no LMA

[dropcap style=’circle’]H[/dropcap]oje é dia Pop na Live Music Association (LMA). O espaço destinado a “noites diferentes” tem programado para o serão um misto entre Macau e a vizinha Hong Kong. A intenção é fazer uma noite Pop e na agenda está a presença dos The Test Band e dos The Champs Band.
A abrir o palco vai estar a The Test Band, composição de Macau Popular nas suas actuações em bares locais. Um sexteto que conta com Norman Tam e Ling Hoinas vozes, José Sin na bateria, José Rodriguez na guitarra, estando o baixo e as teclas a cargo de Angelo de Assis e Kai Ho. lma_lma
De Hong Kong vêm os The Champs. A banda composta por seis membros já “tocou em bares lendários durante os anos 70”, segundo apresentação da mesma na sua página do Facebook. Depois de uma paragem em 2013, a banda regressa em força este ano tendo na formação Albert ‘Big Al’ Cheung e Dorinda Ma, nas vozes, e Tony Cheung no baixo. Nas teclas está Eddy Chu, John Bucks na bateria e um novo membro na guitarra, Rocha Wong.
A banda é caracterizada pela sua versatilidade e leque alargado de repertório que passa pelo Pop, Jazz e Rock, em que são recriados temas conhecidos de todos desde os anos 60 aos anos 80.
O evento conta com entrada livre e tem início às 21h30.

5 Ago 2016

Setembro com nova temporada de concertos da OM

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]bre em Setembro a nova temporada de concertos da Orquestra de Macau (OM). Esta edição está subordinada ao tema “O Vosso Tempo com a Música” e o Instituto Cultural (IC) promete a presença de “vários talentos promissores da música clássica”.
A OM prepara-se para estrear obras sinfónicas de compositores britânicos como Sir Edward William Elgar e Ralph Vaughan Williams, além de um concerto da ópera de Alexander von Zemlinsky. orquestra_IC
“Estrelas em ascensão nascidas entre os anos 80 e a primeira década do séc. XXI são convidadas a participar nesta temporada de concertos, incluindo Yulianna Avdeeva, vencedora do medalhista de ouro no Concurso Internacional de Piano Chopin, Yao-yu Wu, vencedor do Primeiro Prémio no Concurso Internacional de Jovens Maestros de Besançon 2013, Alice Sara Ott, uma jovem pianista possuidora de um extraordinário carácter e afinidade, a violinista extraordinária Nemanja Radoluvic, os jovens maestros Roberto Gianola e José Luis Gomez, entre outros”, anuncia a organização.
O maestro britânico Gordon Hunt, o húngaro Gilbert Varga e o alemão Bruno Weil são também convidados, além do violinista chinês Ning Feng.
Mas há mais promessas: a OM assegura que vai também “desenvolver novos espaços de actuação e novos géneros, introduzindo nos seus concertos obras musicais proeminentes e magníficas incluindo teatro musical e bandas sonoras de filmes”.
Os bilhetes encontram-se à venda a partir do dia 8 de Agosto na Bilheteira Online de Macau.

4 Ago 2016

Cinema | Filme de José Drummond chega a trienal alemã

O filme de José Drummond “Kiss me, and you will see how important I am” está de viagem para Berlim. A apresentação por terras alemãs decorre amanhã, a convite da curadora Christine Nippe. O filme será parte integrante da rubrica “A sense of self”, espaço inserido na Trienal Transart de Berlim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Trienal Transart de Berlim decorre durante o mês de Agosto e conta nesta edição também com o se faz por Macau. A representação local viaja através da obra de José Drummond, artista local, com a projecção do filme “Kiss me, and you will see how important I am”. Decorre nos Uffer Studios enquanto parte da rubrica “A sense of self”.
O filme retrata um encontro desconexo e momentâneo entre duas pessoas, como avança a apresentação no anúncio de selecção do filme. Um encontro falhado, onde há uma perda ilusória de equilíbrio e uma melancolia inerente para mostrar que a beleza também pode ser encontrada em expressões de crueldade e de dor. É do absurdo do momento do encontro e do imaginário das duas personagens que acompanham a película que se desenrola uma viagem que “prende o espectador” aos meandros de um labirinto que se pretende de amor.
O sentimento de derrota vai aparecendo e fazendo-se sentir, num crescendo lento com o desvendar de que cada um de nós é o responsável pela sua catástrofe pessoal ilustrada por um vazio “súbito” e profundo.

Quem somos?

O filme de Drummond integra a selecção da rubrica destinada à reflexão sobre os aspectos que interrogam a identidade. A questão do “quem sou eu” é um fundamento existencial que acompanha a humanidade desde sempre e, nos dias que correm, é um conceito dirigido ao ego que se pensa, se diz e se concretiza. A resposta ao “quem somos” e as formas como é percebido o meio circundante estão intimamente ligadas e é nesta interacção que o papel dos média, da fotografia, vídeo e da própria internet contêm uma função contemporânea essencial.
Na rubrica “A sense of self” serão apresentados dez trabalhos em vídeo, que ilustram os processos narrativos de diferentes formas de abordar o “eu” e a identidade. Estarão presentes trabalhos que vão de abordagens românticas ou aventureiras ao frenesim urbano.
De entre os artistas seleccionados, acompanham José Drummond nomes como Eli Cortinas, Jonathan Goldman, Kate dela RHEE, Sanja Hurem, Richard Jochum, Ahmed Mohsen Mansour, Christine Schulz, Jana Schulz e Suzan Tunca.

Prata da casa

José Drummond é um artista e curador residente em Macau. O director do VAFA (Festival Internacional de Vídeo-arte de Macau) é mestre em Práticas Criativas pelo Instituto Transart de Nova Iorque e Universidade de Plymouth do Reino Unido. Já foi por duas vezes seleccionado para o Sovereign Asian Art, tendo na edição deste ano chegado aos nomes finalistas. Representante de Portugal na
Bienal de Valência, Drummond conta com bolsas de estudo de diversas entidades, entre as quais a Fundação Oriente, o Centro Nacional de Cultura de Portugal e o Instituto Cultural. O seu trabalho tem corrido mundo e já foi exibido em Macau, Hong Kong, China, Taiwan, Coreia do Sul, Tailândia, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Hungria e EUA.

4 Ago 2016

Cinema | “Boat People”, de duas portuguesas, seleccionado para festival em Washington

“Boat People”, um filme de Filipa Queiroz e Lina Ferreira, foi recentemente seleccionado para marcar presença num festival de cinema dedicado aos temas com impacto social em Washington. É a primeira paragem de um filme que as realizadoras querem ver “por todo o lado” e que trata, através da representação de refugiados, de temas actuais como o racismo, xenofobia e a busca por um outro lugar para chamar de casa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]filme “Boat People”, que esteve presente na edição deste ano do Festival de Cinema e Vídeo de Macau, vê agora o nome na selecção do “Global Impact Film Fest”, em Washington. Inserido na programação de curtas-metragens, o filme que em Maio deu a conhecer a vida de quem saía de barco do Vietname para fugir de uma guerra integra, agora, as curtas de um festival dedicado à apresentação de películas sobre temas de impacto mundial.
A selecção de “Boat People” é factor de agrado para Filipa Queiroz. “O facto de ser exibido nos EUA, mais do que fazer pensar na participação do país na Guerra do Vietname – até porque nem é esse o conflito presente no filme -, é simbólico numa altura em que questões como o acolhimento de refugiados, a xenofobia e o racismo estão na ordem do dia”, diz a realizadora ao HM.

Um filme de esperança

“Boat People” não explora apenas o conflito em si. “Foca-se na ideia do que é ser refugiado e, em ultima instância, faz um paralelismo entre o que era ser refugiado naqueles tempos e hoje em dia”, esclarece Filipa Queiroz. A película nasceu de uma ideia conjunta com Lina Ferreira. As duas jornalistas residentes em Macau foram à procura de histórias que “são postas debaixo dos buracos” e esta “caiu-lhes no colo”.
O assunto que lidera a actualidade foi uma procura de quem em tempo de guerra deixava o Vietname em busca de um porto a salvo. Mais que um retrato de uma realidade, como frisou Filipa Queiroz em entrevista ao HM em Maio, foi um projecto que representa “uma mensagem de esperança, coragem e gratidão”. Hoje a realizadora, satisfeita com a selecção, reafirma: “é um exemplo feliz de uma história que normalmente é contada com a tónica na tristeza”.

Em busca de outros portos

A internacionalização de “Boat People” começou com Washington, mas o objectivo é que chegue a “todo o lado”. Canadá e Portugal seriam locais de eleição para Filipa Queiroz, até porque os protagonistas são refugiados que passaram por Macau e neste momento estão em Vancouver, o que tornaria esta numa oportunidade de “lhes prestas a devida homenagem”, como afirma a portuguesa. Por outro lado, a RAEM estava sob alçada lusa na altura da história.
Mas não é fácil ir além fronteiras. “Hoje em dia para nos candidatarmos a participar em festivais de cinema independentes temos que pagar e muitas vezes, depois de seleccionados, temos que voltar a pagar para que que o filme seja projectado”, afirma a realizadora. “O cinema independente passou de uma arte a um negócio” e se isso permite a existência de mais festivais deste género, o que representa um factor positivo, no revés da medalha por vezes “não é fácil reunir os meios necessários à devida divulgação e participação internacional”.
Por cá, uma nova projecção já está na calha. Neste momento são duas as entidades interessadas e “que até pagam um valor simbólico pela cedência do filme”, diz Filipa Queiroz, confessando alguma surpresa. Fica para já a certeza que a TDM irá transmitir a história do “Boat People”, em data a anunciar.

3 Ago 2016

União de Bartenders de Macau arrecada primeiro e quarto lugares em competição

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]União de Bartenders e Cocktails de Macau arrecadou este ano dois prémios numa competição asiática. O grupo conseguiu um primeiro lugar na categoria “flair” no Asia-Pacific Cocktail Championship, em Singapura, e um quarto na categoria “clássico”.
A competição aconteceu no dia 27 de Julho e ajudou a promover o nome de Macau além fronteiras. A União de Bartenders e Cocktails de Macau, que existe desde Dezembro de 2012 e conta com 130 associados – todos residentes em Macau – participa em várias competições internacionais e promove workshops na área das bebidas, “onde todos os que têm paixão por cocktails podem participar independentemente de estarem ou não ligados a esta indústria”.
Desta vez, a participação no concurso valeu-lhes o primeiro lugar na categoria “flair”. “São avaliados vários critérios, entre eles os malabarismos, a coordenação com a música e a execução do cocktail propriamente dita”, refere Bruno Santos, presidente da União, ao HM.
O vencedor foi Jonathan Villarma, bartender filipino, que trouxe para o território um troféu de cristal.

Jonathan Villarma e Edu Zamora, ao lado de Bruno Santos, trouxeram os prémios para Macau
Jonathan Villarma e Edu Zamora, ao lado de Bruno Santos, trouxeram os prémios para Macau

Já Eduardo Zamora, outro bartender das Filipinas radicado em Macau, trouxe um quarto lugar que, apesar de não receber nenhum troféu, traz “orgulho” à União de Bartenders.
A competição decorreu durante dois dias com várias provas a acontecerem nas diferentes categorias. “No primeiro dia são apurados os três finalistas da categoria ‘flair’ e logo aí percebemos que íamos à final. Na categoria ‘Clássico’, são escolhidos seis finalistas”, explica Bruno Santos, para quem este é um importante prémio que ajuda a dinamizar a profissão de bartender. “Pode [até] ser uma opção profissional para muitos jovens do Instituto de Formação Turística”, acrescenta.
Este prémio é também importante para a afirmação da entidade no circuito internacional. “Há três anos que participamos na Conferência Mundial de Bartenders como observadores, e esperemos que este ano, em Dezembro, já tenhamos outro estatuto.”
O concurso Asia-Pacific Cocktail Championship decorreu durante dois dias e contou com a participação de 26 países. Cada país pode concorrer apenas com um participante por categoria.

3 Ago 2016

Sabe que pode dar nomes aos novos pandas de Macau?

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]população vai ser convidada a sugerir os nomes definitivos dos pandas que nasceram no território há um mês, cabendo ao Chefe do Executivo a decisão final, que será anunciada, em princípio, quando as crias completarem cem dias. Os dois novos bebés, ambos do sexo masculino, nasceram a 26 de Junho e foram baptizados, uma semana depois, com os nomes provisórios de Tai Pou e Sio Pou – comummente dados a crianças e que significam, respectivamente, “grande bebé” ou “grande tesouro” e “pequeno bebé” ou “pequeno tesouro”.
Os pandas nasceram com 135 gramas e 53,8 gramas, mas no início desta semana já pesavam 1010 gramas e 753,6 gramas. Um mês depois do nascimento abandonaram a incubadora e apresentam as manchas pretas nas zonas dos olhos, orelhas, membros e ombros que os caracterizam.
A iniciativa para a escolha dos nomes definitivos, apresentada na sexta-feira pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), vai decorrer entre 8 e 31 de Agosto, período durante o qual a população pode obter e preencher os boletins através da internet (www.macaupanda.org.mo/naming) ou nos postos de atendimento daquele instituto.
Entre as regras a cumprir, está a obrigatoriedade de apresentar duas sugestões de nomes (uma por cada panda) e em Chinês. O nome não pode ter duplo significado nem ser repetido, pelo que o IACM vai disponibilizar uma lista de nomes já atribuídos a pandas que foram cedidos pela China para o exterior.
As sugestões são seleccionadas pelo IACM e pela equipa de profissionais oriundos do interior da China (Chengdu) que acompanha os pandas e serão posteriormente enviadas ao Chefe do Executivo.
O concurso está apenas aberto aos residentes em Macau e quem participar fica habilitado a um sorteio de 200 prémios no valor de 200 patacas.
Como a probabilidade de haver várias pessoas a sugerir os mesmos nomes para os pandas é elevada, os que sugerirem os nomes finalmente escolhidos pelo Chefe do Governo, Chui Sai On, vão disputar quatro prémios com o valor pecuniário de cinco mil patacas.
Estes são os primeiros pandas nascidos em Macau, filhos do casal oferecido pela China com os nomes em mandarim Xin Xin e Kai Kai, e que em Cantonês (Sam Sam e Hoi Hoi) têm o significado de “alegria” e “felicidade”.

1 Ago 2016

Carminho, Charlie Chaplin e Puccini nas “Bodas de Pérola” do FIMM

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ste ano é assinalada a 30.ª edição do Festival Internacional de Música de Macau. Umas Bodas de Pérola que nasceram em 1977. De “pequenino” o evento foi crescendo e a presente edição conta com um mês de Outubro cheio de vozes e instrumentos de todo o mundo, master classes e um fórum. Tudo para que aquele que é um dos mais antigos festivais asiáticos continue a crescer.
De Portugal destaca-se a presença de Carminho pela primeira vez no território. Mas há ainda um Fórum Internacional e um festival extra.

Conversas que não são da treta

O Fórum é uma iniciativa que pretende não só assinalar a efeméride, como ainda ser uma alavanca para o seu crescimento, afirma Iong Chi Kin, chefe do Departamento de Desenvolvimento das Artes do Espectáculo do Instituto Cultural (IC), organizador do evento.
A iniciativa conta com a realização de uma série de palestras profissionais experientes do mundo da música e da organização de espectáculos. Martin Engstroem, director executivo do Festival Verbier na Suiça, Jay Forster, co-fundador e director artístico do Clockenflap de Hong Kong, e Zhang Jie, directora da Escola de Música de Universidade de Xangai são só alguns dos nomes confirmados.
O Fórum é aberto ao público em geral e pretende “fazer um balanço e recolher ideias” para que o evento possa continuar a crescer, afirma o chefe do departamento. Desta iniciativa sairá um livro que resumirá os conteúdos abordados de modo a que no futuro possa ser uma referência.
No Festival extra vão ter lugar Master Classes. A organização destaca a participação do pianista português Adriano Jordão, o percussionista Colin Currie, o mestre de huqin Xu Ke e a “rainha da pipa”, Zhong Hongyan.
As conversas pré-espectáculo também estão em agenda, bem como visitas aos bastidores. Em jeito de aquecimento, e ainda durante todo o evento, começam em Setembro as sessões de cinema integradas no FIMM e que são acompanhadas de partilha e discussão com Leong I On e Chan Ka Keong.

Puccini e Chaplin

É a ópera que abre o pano da trigésima edição do FIMM. “Turandot” em três actos é uma produção da Orquestra de Macau com o Coro Nacional da Coreia e Coro Juvenil de Macau, que se aliou ao encenador italiano Giancarlo del Monaco e ao cenógrafo e figurinista William Orlandi para apresentar a peça de Puccini.
O final do evento também conta com inspiração de Charlie Chaplin e o evento de encerramento é um espectáculo que acompanha com música “in loco”, a cargo da Orquestra de Macau, os filmes “Luzes da Cidade” e “A quimera de ouro”. A dar o tempo estará o maestro norte americano Timothy Brock e o espectáculo tem lugar no Parque Dr. Carlos de Assunção.
A fadista Carminho vem partilhar o seu fado ao FIMM, além de nomes como Ray Hargrove e Valery Gergiev.
Ung Vai Meng, presidente do IC e autor do logótipo que distingue o evento, afirma que o tema desta edição é os “Gloriosos 30 – As sino rapsódias”. Um evento que pretende assinalar as três décadas com especial “dedicação às características culturais da China”.
O orçamento para o Festival deste ano não sofre alterações mantendo-se nas 38 milhões de patacas.
No total são cerca de 20 espectáculos que vão de 1 a 30 de Outubro. Os bilhetes estarão à venda a partir de 7 de Agosto.

29 Jul 2016

José Seabra Pereira arrecada prémio com obra sobre Macau

O Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho da Câmara Municipal de Famalicão foi atribuído à literatura de Macau. Pelas mãos de José Seabra Pereira, foi escrito “O Delta Literário de Macau”, o livro galardoado que analisa as vicissitudes dos autores “filhos da terra”

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]osé Seabra Pereira venceu o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão com a obra “O delta literário de Macau”. O anúncio foi ontem feito pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), promotora do galardão.
O livro foi publicado no ano passado, depois do autor ter exercido as funções de docente convidado no Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau.
Em Janeiro, Seabra Pereira dizia em entrevista ao HM que existia claramente uma literatura em Macau, mas também deixava um alerta.
“Quando dizemos literatura de Macau complicamos a questão porque se levanta uma perspectiva de identidade. Há uma literatura identitariamente macaense ou não? É um problema difícil de discutir e tem sido muitas vezes a desculpa para a ausência de uma análise mais desenvolvida da literatura que neste trabalho abordo. Eu não quis enredar-me excessivamente nessa questão.”
Para o autor, “há um património literário que não pode ficar contido nas fronteiras da comunidade de leitores de Macau”. Enquanto território particular, Macau fomenta o crescimento da “representação e figuração simbólica desta realidade, que hoje nos parece evidente, de Macau como espaço de multiculturalismo”, mas “ainda se está longe de se passar do limiar da tolerância para uma política de reconhecimento”. josé seabra pereira delta literário

Quem são

Apoiado no conceito de Pierre Bourdieu do “campo literário”, José Seabra Pereira adiantava, ao HM, que neste volume procurou “que fosse levado em devida conta os autores que estão perfeitamente integrados nessa dinâmica local, sem que isso implique, desde logo, um juízo de valor a priori”.
O escritor refere que uns não são mais valiosos do que outros. “No fundo, neste volume trato aqueles que são filhos da terra ou radicados em Macau”, entre eles destacando-se Henrique de Senna Fernandes, Deolinda da Conceição, Fernanda Dias, Fernando Sales Lopes e Carlos Morais José, director do HM. No total, o académico estimava incluir “um bom quarteirão” de autores.
O júri, constituído por António Apolinário Lourenço, Artur Anselmo e Maria João Reynaud argumenta que José Seabra Pereira “foi durante um ano docente convidado e investigador da instituição macaense, tendo produzido, como contrapartida, este longo ensaio sobre a literatura de Macau em língua portuguesa”.
“O resultado é excelente e preenche uma importante lacuna nos estudos de Literatura em língua portuguesa”, remata o júri citado pela agência Lusa. O prémio tem o valor pecuniário de 7500 euros.

O autor

Seabra Pereira é professor associado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica. Nascido no Luso, no concelho da Mealhada, há 67 anos, investiga e lecciona nas áreas de Literatura Portuguesa Moderna, Estudos Camonianos, Estudos Pessoanos e Teoria Literária, tendo regido cadeiras de Língua Portuguesa, Técnicas de Expressão e Comunicação, bem como Temas de Civilização, Cultura e Artes.
Além de coordenador científico do Centro Inter-universitário de Estudos Camonianos, é membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, curador da Casa da Escrita, também na Lusa Atenas, consultor e supervisor de vários projectos de investigação de Centros da Fundação da Ciência e Tecnologia e director da revista Estudos.
“Do fim-de-século ao tempo de Orfeu”, “Neo-romantismo na poesia portuguesa”, “António Nobre: Projecto e Destino”, “O tempo republicano da literatura portuguesa”, “Aquilino – a escrita vital” e “Prismas identitários – Modernas representações literárias de Portugal”, são algumas das obras que assinou, a par das edições críticas ou paracríticas de Obras Completas de Gomes Leal, Raul Brandão, Alberto d’Oliveira, Manuel Laranjeira, Trindade Coelho e Florbela Espanca.
A data da cerimónia de entrega será oportunamente anunciada”, segundo a APE.

29 Jul 2016

CCM | Elvis Costello chega a Macau em Setembro

Dispensa apresentações e vai estar finalmente em Macau: Elvis Costello, dono de uma voz inconfundível e compositor de canções que marcam a cena musical das últimas décadas, vai subir ao palco do CCM em Setembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) vai receber um convidado especial em Setembro. É Elvis Costello, que vai ocupar o espaço com a sua voz, humor e as canções que fizeram história na carreira de um artista cuja vida é em palco. As interpretações que vão deambular entre a voz, o piano e a guitarra vão, com certeza, evocar a memórias das últimas décadas, num concerto marcado para dia 9 de Setembro às 20h00.
Elvis Costello é o nome artístico de Declan Patrick Aloysius Macmanus. Nascido em Londres em 1954, começou a dar um ar da sua graça na cena musical ainda nos anos 70. Passou ainda pelo punk rock da década de 80, quando conseguiu afirmação da sua voz única.

Para além de “ela”

Amplamente conhecido pela interpretação de “She”, que integra a banda sonora do filme “Notting Hill”, Elvis Costello alcançou o estrelato duas décadas antes, impulsionado pelos movimentos punk e new wave, como relembra o CCM.
A sua inquietação criativa cedo o aproximou de um amplo espectro de êxitos pop e complexos arranjos orquestrais e o impulso eclético levou-o a parcerias com gigantes musicais, de onde se destacam nomes como Paul McCartney, Tony Bennett, o lendário trompetista Chet Baker ou ainda o não menos icónico Johnny Cash. Inspirado por uma miríade de diferentes géneros musicais, Costello continuou a alargar horizontes, tendo pisado os terrenos da música clássica e do jazz através de colaborações com o Quarteto Brodsky, a Orquestra Mingus ou a mezzo soprano sueca Anne Sofie von Otter.
Depois de ter recebido prémios de prestígio, dos Grammy aos BAFTA, em 2004 foi nomeado pela revista Rolling Stone como um dos cem maiores artistas de todos os tempos.

Para dar e vender

Da sua carreira contam mais de 30 álbuns e sete colectâneas. Todos os álbuns de estúdio de Costello até 1996 (com excepção de “The Juliet Letters’’) foram relançados de 2001 a 2005 pela Rhino Records, sob a supervisão do próprio Costello. Em cada um deles consta um disco adicional em forma de bónus com lado B, temas ao vivo, versões alternativas ou ainda as demos por detrás das composições. O som foi remasterizado e o músico escreveu a apresentação de cada um dos discos, em que inclui reflexões próprias e mesmo anedotas ou piadas da época.
Se há dois dias circularam rumores acerca da sua morte que logo foram esclarecidos, esta é oportunidade para ver, em Macau, o espectáculo de um músico intemporal, que pisa pela primeira vez o palco do CCM, depois de muitos convites anteriores. Os bilhetes já se encontram à venda e custam entre as 180 e as 580 patacas.

28 Jul 2016

Armazém do Boi | Verão com actividades para a família

Criar um espaço artístico para dar voz às obras dos mais pequenos é o objectivo da segunda edição da “Children’s Artland”. Um espaço para mostrar as obras dos mais pequenos, que envolve actividades para toda a família e onde o destaque vai para o teatro de sombras

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]rte é de todos e para todos. Não tem idade, cultura ou limite e a “Children’s Artland” quer ser disso exemplo. A iniciativa promovida pelo Armazém do Boi já conta com a segunda edição e pretende envolver miúdos e graúdos no processo de criação. Para o efeito, o espaço acolhe a exposição conjunta “Jolly”, que apresenta obras realizadas por crianças locais.
O Armazém do Boi propõe-se apresentar todo o tipo de obras dos petizes e as técnicas e a escolha de materiais não têm restrições. Para a iniciativa, a organização colaborou com diversas instituições, de modo a recolher trabalhos com o intuito de “mostrar um mundo caleidoscópico de cores, imaginação e inspiração”, informa um comunicado de apresentação do evento. C2015

Viagem ao teatro

Mas a presente edição traz surpresas na manga. Estão a ser preparadas, paralelamente à exposição, uma série de actividades que vão da exploração do teatro de sombras à participação em barracas de artesanato.
Para o teatro de sombras, os mais pequenos são convidados a construir as marionetas, bem como a criar e produzir os seus adereços. A actividade pretende proporcionar às crianças uma experiência o mais imersa possível neste tipo de teatro tão característico do Oriente.
Para pais e filhos, estão ainda na calha visitas guiadas pelos bastidores das sombras, numa experiência que dá a conhecer as histórias por detrás das cenas. A organização salienta ainda o contributo do trabalho que tem desenvolvido com a Associação “Design for Change”, do qual resultaram as actividades com o teatro de sombras e que “acrescentam uma nova dimensão ao projecto”, afirma o Armazém do Boi.
Esta é uma iniciativa que pretende dar largas à imaginação “ilimitada” dos mais pequenos, ao mesmo tempo que quer despertar a curiosidade e a motivação para colocar em prática as ideias imaginadas.
E, para um Verão completo, há ainda direito a um mercadinho em que todos podem participar. Estão presentes barracas que vendem artesanato e criações locais ao mesmo tempo que, paralelemente, decorrem oficinas para a família, sem esquecer a disponibilização de um parque infantil e a realização de pequenos espectáculos ao vivo.
A cerimónia de abertura tem lugar no próximo sábado pelas 14h00 e conta com entrada livre. A iniciativa irá decorrer até 11 de Setembro, tendo actividades específicas agendadas para 30 de Julho, 6 de Agosto e 10 e 11 de Setembro.

27 Jul 2016

Nam Van com várias exposições até Setembro

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] arte que se faz por cá e a que vem do interior da China trazem agora mais cultura aos lagos Nam Van. O Instituto Cultural (IC) apresenta duas exposições que promovem os jovens artistas locais, sem deixar de enfatizar nomes já destacados no mercado chinês.
A mostra “Passando e Olhando – Exposição de Arte de um Jovem Artista” estará patente na zona do Anim’Arte Nam Van a partir de hoje e até Setembro. A iniciativa expõe mais de 60 pinturas, esculturas e instalações artísticas de 30 artistas locais, onde se incluem, por exemplo, Allen Wong, Sissi Ho, Kitman Leong, Eric Fok e Bruno Kwan.
Segundo adianta a organização, constituída pelo IC e pela Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, os artistas esperam que, através da plataforma de exposição do Anim’Arte NAM VAN, o público possa conhecer a sua visão em relação à criação artística e à persistência.
Por outro lado é ainda esperança que este tipo de iniciativa venha a apoiar o desenvolvimento de artistas locais através da venda das obras expostas.
Além desta, os Nam Van recebem ainda a exposição “Memória Sussurra”, mostra das obras de Cai Guo Jie que estará patente no mesmo espaço e apresenta 14 pinturas do artista. A mostra explora módulos culturais, a compilação de artigos e a gravação de imagens, principalmente mediante “registo” e “documentário”, afirma a organização.
As duas exposições estarão abertas ao público até 20 de Setembro e contam com entrada livre.

26 Jul 2016

Orquestra de Macau apresenta ópera de Mozart este sábado

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Così fan tutte” vai ser apresentada este sábado pela Orquestra de Macau. A ópera de Mozart, uma das mais célebres do compositor, faz parte dos concertos de encerramento da temporada 2015/2016.
O concerto acontece a 30 de Julho, pelas 20h00, no Centro Cultural de Macau. É dirigido pelo Maestro Lü Jia, tendo a orquestra convidado jovens cantores como Jinxu Xiahou, Yunpeng Wang, Louise Kwong, Xiao Yi Xu, Ao Li e Xi Wang para colaborarem na interpretação da ópera em dois actos.
“Così fan tutte” é uma de três óperas célebres de Mozart, a par de “As Bodas de Fígaro” e “Don Giovanni”. Retrata a história de dois irmãos que, a fim de provar a devoção das suas amadas, fazem uma aposta e trocam de noivas, pondo o seu amor e fidelidade à prova.
Numa perspectiva moderna, o enredo desta obra afigura-se algo absurdo, contudo, graças à música de Mozart “que é de uma perfeição tal que impressiona”, como diz o Instituto Cultural, esta ópera tornou-se numa das mais frequentemente representadas do compositor.
“Seis reconhecidos jovens cantores do interior da China e de Hong Kong, cada qual com o seu solo, interpretam os seis papéis da ópera, a qual é caracterizada por uma excelente combinação entre música e árias. Através da extraordinária técnica de composição de Mozart a música não só desenvolve graciosamente a acção dramática e retrata vivamente o carácter dos protagonistas como também faz uma reflexão, revelação e introspecção profundas sobre as diversas camadas da psique humana, as áreas cinzentas da natureza humana e até mesmo sobre paradoxos éticos e morais”, diz a organização em comunicado.
Os bilhetes para o concerto custam entre as 150 e as 350 patacas e estão já à venda.

26 Jul 2016

Vozes de ouro no Coro de Macau

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]rês medalhas de ouro vieram de Sochi, na Rússia, para Macau graças ao Coro Juvenil de Macau da Escola de Música do Conservatório. O grupo de canto participou na 9.ª edição dos Jogos Mundiais de Coros e alcançou o primeiro lugar do pódio nas categorias de “Coro Infantil”, “Música Sacra” e “Acompanhamento e Folclore a Cappella”.
Nesta edição, que incluiu o “Concurso Aberto” e o “Concurso dos Campeões”, participaram 283 coros provenientes de 76 países e regiões. O Concurso Aberto incentiva a participação de coros sem pré-requisitos e o Concurso dos Campeões é aberto apenas a vencedores de medalhas de ouro em competições internacionais.
Segundo o Instituto Cultural (IC), que anuncia os resultados em comunicado, nos últimos anos o Coro Juvenil de Macau venceu várias medalhas de ouro no âmbito de concursos internacionais, vendo a sua qualidade artística ser assim reconhecida pelos seus homólogos a nível internacional.
Este concurso, que decorreu entre 5 e 12 de Julho, não foi excepção. Sob a batuta do maestro e director da Escola de Música do Conservatório de Macau, Liu Mingyan, o Coro Juvenil de Macau participou com 44 membros e durante três dias consecutivos no Concurso dos Campeões nas categorias de Coro Infantil, Música Sacra com Acompanhamento e Folclore a cappella, competindo com concorrentes de todo o mundo. Além das três medalhas de ouro nas categorias de “Coro Infantil”, “Música Sacra” e “Acompanhamento e Folclore a Cappella”, o coro do Conservatório conseguiu ainda um quarto lugar na categoria de “Música Sacra com Acompanhamento”.

26 Jul 2016

Pin-To | Livraria e loja de música fecha com festival no domingo

A Pin-to vê agora as portas fecharem. Mas nem só de lágrimas é o adeus e do desaparecimento sai o primeiro e último festival de música no espaço do Senado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]espaço Pin-To, loja que se dedicou durante uma década à venda de livros e música, tem o ‘canto do cisne’ anunciado para o próximo dia 31 de Julho. Um casa dedicada à cultura que fecha portas, mas não sem antes realizar um sonho: o primeiro e último Festival de Música da Pin-To vai acontecer. Com nomes estrangeiros e locais, o fim-de-semana vai ter sons para todos os gostos.
Sexta-feira as vozes fazem-se ouvir a partir das 19h30. No palco estará Qing Yuan e Forget The G, que trazem como convidado especial Hugo Loi. Sábado a agenda começa às 14h30 e os interessados poderão assistir aos concertos de François Girouard & Rita, half cat, Cheng Wenzheng, Ringo & John Vu e os Jazzers!. Domingo fecha a programação e o espaço, passando por lá a partir das 15h00 Sonia Ka Ian Lao, Achun, Small Flower, KIRSTEN, Faslane, Aki e um encore de François Girouard.
A Livraria Pin-To abriu portas em 2003 e três anos depois dava origem à Música Pin-to.

Laboratório de minorias

A abertura do espaço terá sido na sua génese, uma experiência. Para os proprietários tratava-se um “laboratório” em que desejavam saber se a sua selecção musical teria eco ou ressonância em Macau, tendo em conta a pequena dimensão do mercado musical local. “Acreditamos que a beleza de música é sentida por todos quando abrem o coração”, afirmam os proprietários no Facebook. E foi assim que começaram a “apresentar as músicas não tão populares”, assumindo esta postura como mote do que se fazia na Pin-to.
Através da exposição de CDs, realização de seminários e produção de concertos, foi objectivo do pequeno espaço comercial divulgar as músicas que vinham de fora e ali serem apreciadas. O trabalho era procurar álbuns de destaque vindos de todo o mundo ao mesmo tempo em que estabelecia elos de cooperação com etiquetas independentes.
Da canção de intervenção, com passagem pela música electrónica experimental, o “ruído” e o rock, a Pin-To conferia um espaço para cada uma destas áreas. Ainda que algumas pessoas pudessem pensar que são estilos musicais feitos para minorias, para eles “mostrar a minoria” é uma mais valia, afirma a apresentação.
Ultimamente as prateleiras estão cada vez mais vazias, mas as oportunidades de encontro com “novos e velhos amigos” têm aumentado e é neste registo que se realiza o Festival de Música.


* por Angela Ka e Sofia Mota

26 Jul 2016

CCM | Clássico russo para os mais pequenos

Vem aí mais um fim-de-semana de teatro em família. A iniciativa “InspirARTE no Verão” traz, desta feita, um clássico russo dos anos 30, interpretado de todas as formas e sem palavras, para fazer rir miúdos e graúdos

[dropcap style=’circle’]I[/dropcap]nserido na iniciativa “InspirARTE no Verão”, o fim-de-semana traz ao pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) mais uma peça para os mais pequenos e toda a família. A produção que está em palco a 23 e 24 de Julho vem de S. Petersburgo e conta a história dos irmãos “Chook e Gek”.
“Chook e Gek” é um espectáculo teatral em jeito de comédia que combina palhaços, marionetas e instalação de vídeo. A peça baseada num conto clássico de 1939, do autor russo Arkady Gaidar, conta as aventuras de dois irmãos que partem com a mãe rumo ao Norte longínquo para se encontrarem com o pai. Descrita como “uma peça alegre, engraçada e visualmente adorável” pela crítica da imprensa internacional, “Chook e Gek” é concebida para miúdos a partir dos cinco anos. É um espectáculo feito em forma de convite para a descoberta da simplicidade das coisas, da sua força e beleza, ao mesmo tempo que puxa a mão dos mais velhos para um regresso momentâneo à infância.

Técnicas imortais

A forma como os actores se movem e se interagem com a música e adereços proporciona ao público uma viagem no tempo onde o cinema mudo era rei e em que cabia à linguagem corporal um papel maior na representação. Se neste contexto a lembrança tem ligação directa a nomes como Charlie Chaplin ou Buster Keaton, num olhar mais atento o público vê-se num palco que remonta à tradição dos mimos e palhaços russos celebrizados por Slava Polunin.
Reconhecido como “o melhor palhaço do mundo”, Polunin foi o fundador da Escola de Teatro e Mímica TeatrLicedei, a mais conceituada escola de palhaços russa e que já marcou presença no CCM em 2008. O mestre palhaço descreve as suas criações como “teatro de magia ritual de pompa festiva, construído à base de rituais e movimentos, jogos e fantasias”.
Actualmente é mote das produções teatrais modernas a utilização da fusão de novas formas de expressão com as expresses mais tradicionais. “Chook e Gek” não é excepção e junta ao teatro físico e à mímica a técnica do palhaço, tudo entrelaçado com marionetas e novas tecnologias nesta adaptação do clássico de Arkady Gaidar.

Companhia independente

“Chook e Gek” é uma encenação levada a cabo pela Melting Point, um pequeno teatro de São Petersburgo. A companhia inspira-se no conceito de teatro independente e no sonho em criar espectáculos não verbais em que a mímica e outras formas de expressão possam ocupar os palcos e representar a universalidade das encenações, adianta a organização.
Alheios a todas estas influências, aos miúdos basta que se sentem e riam, apreciando um espectáculo que também foi elogiado pelo Festival Internacional de Teatro para Crianças e Jovens – “KORCZAK Festival” – como uma “combinação vanguardista de teatro e instalações vídeo”.

Continua o Verão

Este Verão, o CCM apresenta uma série de produções distintas para miúdos de diversas idades levando ao palco alguns exemplos da força “ilimitada das artes teatrais”. Apesar dos avanços tecnológicos e vagas experimentais, a simplicidade permanece um elemento chave nas artes de palco, adianta a organização, sendo que a expressão física continua muito viva enquanto forma de entretenimento e comunicação.
Sob o mote “InspirARTE no Verão” os palcos já receberam e continuarão a receber até final de Agosto um conjunto de espectáculos e workshops especialmente produzidos para inspirar bebés, miúdos e graúdos, numa série criada para o deleite de toda a família.
No sábado, o espectáculo tem lugar às 19h30 e no domingo às 15h00 e os bilhetes têm o valor de 180 patacas.

22 Jul 2016

iAOHiN | Exposição com obras a preço de saldo

O próximo domingo é dia de saldos nas artes. A proposta vem da Galeria iAOHiN, que vai pôr ao dispor do público várias obras de artistas que por ali têm passado a preços mais reduzidos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]o longo da sua existência a Galeria iAOHiN tem feito uma séria de obras seu património, pondo agora à venda algumas delas, juntamente com peças de autores. A iniciativa tem início no próximo domingo e prolonga-se até Setembro, avança Simon Lam ao HM. Para abrir as hostes, o sócio da galeria propõe uma tarde de domingo recheada com um cocktail a partir das 14h00. “É um momento em que as pessoas também podem discutir e observar as obras que teremos expostas”, afirma.
Os artistas autores das obras fazem parte de uma panóplia de nomes internacionais. De entre obras mais antigas que fazem parte da colecção, há também chegadas recentes de artistas. Para Simon Lam destacam-se alguns nomes pelas suas características específicas.
Em primeiro lugar o proprietário dá relevo à artista local Hong Wai. Um “nome que a galeria já representa há algum tempo”, afirma. A iAOHiN é ainda detentora de cerca de “30 obras da sua autoria” e a “sua pintura a tinta é única”, avanças Simon Lam. “É uma artista chinesa tradicional que utiliza a tinta mas aborda os seus temas de uma forma única”, diz acerca da autora que actualmente vive em Paris.
Outro foco vai para a artista americana Siana A. Ponds. “Ela tem um dom, ela consegue pintar sons.” A artista é portadora de sinestesia – que, se para muitos é um distúrbio neurológico que faz com que o estímulo de um sentido cause reacções noutro, para Siana é um dom. “Ela vê os sons que posteriormente pinta, o que lhe confere também características únicas no seu trabalho.”
A Coreia do Norte estará também representada com algumas pinturas de paisagens. “Uma oportunidade de ver pintados lugares do país misterioso”, avança o curador. De paisagens rurais a apontamentos visuais da capital, Jason Lam considera que constituem no seu conjunto um grupo de obras “que estão muito bonitas”.

Artigos de colecção

Da Ucrânia estarão pinturas já antigas, com pelo menos 15 anos e de autores que já não trabalham. Este facto transforma a oportunidade numa possibilidade rara para as apreciar ou adquirir. “São obras mais caras, de autores que já não pintam e já podem ser considerados artigos de colecção para os apreciadores”, avança Simon Lam. “Queremos dar estes trabalho a conhecer porque consideramos que até agora nunca as apresentámos devidamente. Aproveitamos assim esta oportunidade para o fazer também.”
De Portugal estarão algumas obras de Carlos Farinha, que já esteve com uma exposição individual na galeria em 2014. Da mostra fazem parte alguns trabalhos que o artista criou com inspiração de Macau. “É um artista que pinta o que vê. E pintou Macau como o viu”, o que faz com que resultem “composições com carácter humorístico também”.
Desta iniciativa constam seis obras de Carlos Farinha já expostas anteriormente e duas que chegaram recentemente e que fazem parte da colecção particular da iAOHiN. Também algumas das obras de Tashi Orbu recentemente expostas voltam às paredes. O artista de origem tibetana e sediado na Holanda mostra um mundo entre o oriente e o ocidente e a galeria repete a oportunidade de o apreciar.
Os descontos vão dos 20% aos 50% e no domingo as portas da iAOHiN abrem às 14h00. A entrada é livre.

21 Jul 2016

Cinemateca Paixão organiza palestra sobre produção de documentários

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Cinemateca Paixão vai levar a cabo uma palestra sobre a produção de documentários. Intitulada “Produção de Documentário – Auto-exploração e Registos de Comunidade”, a actividade conta com a presença da realizadora Tsang Tsui Shan, de Hong Kong.
Tsang Tsui Shan é conhecida por um estilo próprio nos filmes e vídeos que produz. Segundo o Instituto Cultural, que rege a Cinemateca, as suas obras debruçam-se principalmente sobre “questões humanitárias” e variam de estilo consoante a história. A realizadora traz, agora, essa experiência a Macau.
“Na palestra, Tsang Tsui Shang irá partilhar com o público como é possível explorar a comunidade a partir da nossa própria perspectiva e fazer registos relevantes, para além de abordar a criação da sua série de vídeos sobre a Aldeia Ho Chung em Hong Kong”, realça a organização.
Em 2012, Tsang Tsui Shan obteve o prémio para Melhor Novo Realizador nos Hong Kong Film Awards. A sua primeira longa-metragem, intitulada “Lovers on the Road”, foi distinguida com o prémio para a “Melhor Filme de Ficção” no Festival de Cinema do Sul de Taiwan. “Big Blue Lake”, a sua segunda longa-metragem, foi aclamada pela crítica e conquistou o “Prémio Especial do Júri para Novos Talentos Asiáticos do 15º Festival Internacional de Cinema de Xangai” e o “Filme Recomendado 2011” da Associação de Críticos de Cinema de Hong Kong.
Tsang Tsui Shan concluiu, em 2014, o documentário “Flowing Stories” e o filme romântico “Scent”, uma colaboração chinesa e coreana. Ambas as películas foram apresentadas em cinemas no interior da China e no estrangeiro. Recentemente, a realizadora tem-se dedicado a produzir filmes sobre a protecção ambiental e sobre grupos em situação vulnerável, tendo recebido este ano o Prémio Humanitário da FilmAid Asia.
A palestra na Cinemateca Paixão tem lugar dia 30 de Julho, das 15h00 às 17h00. As inscrições são gratuitas mas os lugares são limitados a 60 presenças. A inscrição pode ser feita na página do IC.

21 Jul 2016