Palácio de Mafra | Sala do Trono abre ao público após primeiro restauro em 200 anos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Palácio de Mafra abriu esta quarta-feira, aos visitantes, a Sala do Trono, concluídas as primeiras grandes obras de restauro, ao fim de 200 anos, que permitiram detectar por baixo da cor, os esboços dessa pintura mural.

O restauro da pintura de Domingos Sequeira e Cirilo Volkmar Machado, que reveste as paredes e o tecto da sala, “permite estudar de maneira diferente estes pintores e fazer uma leitura dos elementos decorativos o que até agora era impossível, por estarem obscurecidos pela sujidade”, explicou o director do palácio, Mário Pereira, à agência Lusa.

A Sala do Trono, usada para as cerimónias do ‘beija-mão’, sempre que a família real se encontrava em Mafra, reabriu ao público, depois de ter estado durante sete meses em obras. A inauguração oficial deverá ocorrer a 17 de Novembro, o ponto alto das comemorações dos 300 anos, após o lançamento da primeira pedra para a construção do monumento.

Durante os trabalhos de restauro, os conservadores/restauradores conseguiram identificar por cima do estuque os esboços feitos por aqueles dois artistas para a própria pintura mural da sala.

Domingos Sequeira e Cirilo Volkmar Machado seguiram “de um modo geral os esboços” e esses desenhos preparatórios “iam ao encontro da descrição” deixada por Cirilo Volkmar Machado, nos registos escritos sobre “a empreitada”, explicou Sofia Lopes, que coordenou o restauro.

Além disso, sublinhou, “os esboços destes dois artistas eram até agora desconhecidos, o que é importante para perceber todo o trabalho que realizavam desde a concepção até à execução da obra e contribui para o estudo da sua obra”.

9 Nov 2017

Manuel da Silva Mendes | Clube Militar recorda legado artístico

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s 150 anos do nascimento de Manuel da Silva Mendes vão ser hoje recordados com uma palestra proferida por António Conceição Júnior no Clube Militar. Das inúmeras facetas do advogado e intelectual que viveu em Macau nas primeiras décadas do século XX, Conceição Júnior vai falar do seu legado artístico.

Deixou Vila Nova de Famalicão e chegou a Macau em 1901, tendo morrido no território já na década de 30 do século XX. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, como era comum à época, e aqui foi advogado, intelectual, presidente do Leal Senado.

Manuel da Silva Mendes nasceu há 150 anos e o seu contributo para o território será hoje recordado por António Conceição Júnior com uma palestra no Clube Militar. Das inúmeras facetas de Silva Mendes, o artista macaense optou por abordar o seu legado artístico.

“Irei destacar a sua colecção de arte. Silva Mendes foi um intelectual multifacetado e, como tal, um personagem de grande interesse. Contudo, convivi mais de perto com o seu legado artístico e é dele que irei falar”, contou António Conceição Júnior ao HM.

Mais do que ser uma figura que interveio intelectualmente em Macau, Silva Mendes foi, aos olhos de Conceição Júnior, “um cidadão interventivo, no sentido de um homem verdadeiramente livre”.

O coleccionador de arte conseguiu transpor para as páginas dos jornais da época a sua visão sobre os meios político e administrativo que vigoravam em Macau.

“Para compreender como funcionava a Administração portuguesa no início do século XX em Macau, julgo ser [importante] a sua contribuição em artigos de jornais e revistas, que revelam uma acutilância, lucidez e coragem pouco comuns.”

Manuel da Silva Mendes dedicou-se também a estudar partes da cultura chinesa, tendo chegado a fazer amigos junto da comunidade chinesa, como recordou António da Conceição Júnior.

“Foi sobretudo um estudioso do Taoísmo e do Tao Te Qing, não descurando porém o Budismo. A sua importância enquanto cidadão que amou Macau foi a de ter cimentado diversas amizades com membros da comunidade chinesa, fazendo a ponte com o Outro, sendo nisto acompanhado por muito poucos, entre os quais José Vicente Jorge.”

O advogado português foi, portanto, uma das primeiras figuras a tentar estabelecer, pela via da cultura, uma ponte entre chineses e portugueses.

“Julgo que através de jornais e revistas, bem como de conferências, tentou transmitir aos seus contemporâneos a riqueza da cultura chinesa. No entanto, infelizmente, o seu exemplo não vingou verdadeiramente.”

O “ressurgimento do interesse”

Esta palestra acontece tempos depois da publicação da primeira biografia de Manuel da Silva Mendes, da autoria do jornalista João Botas. Na visão de António Conceição Júnior, esta e outras manifestações têm “mobilizado estudiosos de Macau”.

Além disso, “o anúncio de uma reedição da Nova Colectânea de Artigos de Manuel da Silva Mendes constitui [também] um indeclinável reconhecimento do interesse que constitui, no seu todo, o legado de Manuel da Silva Mendes. Deste modo, torna-se absolutamente impossível, a meu ver, eleger uma faceta em relação a outra”.

No ano em que também se celebram os 150 anos do nascimento de Camilo Pessanha, António Conceição Júnior considera que começa a existir “um ressurgimento do interesse” pelas duas personalidades.

“Há um ressurgimento do interesse pelos dois, mas mais ainda pelo esquecido Silva Mendes. É um nome certamente pouco lembrado, mas creio que com o encontro em S. Miguel de Seide [em Portugal], com os trabalhos do professor António Aresta e a recente publicação a biografia por João Botas, está-se a operar o resgate de Silva Mendes”, rematou António Conceição Júnior.

9 Nov 2017

Exposição | “Macau, Cem Anos de Fotografia” inaugura amanhã no Museu do Oriente

É inaugurada amanhã a exposição “Macau, Cem Anos de Fotografia”, no Museu do Oriente, em Lisboa. A mostra documental, reunida por Rogério Beltrão Coelho, demonstra a evolução da cidade, assim como alguns dos mais marcantes episódios da história de Macau

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m século de Macau através de 220 fotografias carregadas de história. Este é o somatório do acervo fotográfico recolhido por Rogério Beltrão Coelho e que se materializa na exposição “Macau, Cem Anos de Fotografia”. A mostra estará patente no Museu do Oriente, em Lisboa, a partir de amanhã até 7 de Janeiro.

As imagens retratam uma Macau praticamente irreconhecível, uma vez que do traço arquitectónico original pouco sobra, sendo notório no espólio apresentado as sucessivas mutações que a cidade teve ao longo das décadas. Porém, os costumes e tradições ainda mantêm alguma ligação com um passado mais recente.

Ao longo da exposição estão registado momentos marcantes e tão díspares como o IV Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia (1898), a Exposição Feira de 1926, a viagem aérea do Pátria (1924) e do aviador Humberto Cruz (1931) e o aparecimento da Aviação Naval em Macau. Estão igualmente retratados os efeitos dos tufões (com particular destaque para o de 1874), o início das carreiras dos hidroaviões da Pan American, assim como diversas festas sociais, costumes e tradições característicos do território e a presença institucional portuguesa de Macau em cerimónias relevantes da comunidade chinesa.

Lente com história

O trabalho de pesquisa e recolha de Beltrão Coelho esbarrou na dificuldade da dispersão da obra fotográfica que se encontra espalhada pelo mundo, principalmente no que toca à fotografia amadora. Além dos espólios de museus e instituições nacionais internacionais, parte substancial da imagética de Macau estará, seguramente, em colecções particulares. Nesta exposição, parte considerável das fotografias são mesmo provenientes do acervo do Museu do Oriente, mas também do Arquivo Histórico Ultramarino, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, da Sociedade de Geografia e do Centro de Documentação do Centro Científico e Cultural de Macau.

No que diz respeito aos fotógrafos, um dos profissionais chineses de maior relevo em Macau foi Man Fok, que já fotografava nos anos 70 do século XIX. Entre os portugueses, destaque para José Catela, que retratou a cidade entre as décadas de 1920 e 1940.

Lee Yuk Tin foi um fotógrafo com uma das carreiras profissionais mais activas de Macau, sendo um marco incontornável da fotografia do século XX da cidade. O mestre faleceu recentemente no passado dia 29 de Junho com 99 anos.

Além dos profissionais, a fotografia de Macau também teve muito contributo de amadores que viram na cidade detalhes dignos de ficarem eternizados fotograficamente.

Durante a exposição será exibido ainda o curto documentário, com pouco mais de 6 minutos, “Macau: Cidade Progressiva e Monumental”, realizado por Antunes Amor.

8 Nov 2017

Comédia | Eduardo Madeira no Teatro D. Pedro V no próximo sábado

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o próximo dia 11 de Novembro, sábado, pelas 20h, o humorista Eduardo Madeira apresenta ao público de Macau um espectáculo onde alia stand-up comedy e música.

O comediante chega ao território no âmbito de uma série de espectáculos de comédia organizada pelo IPOR e que contará com outros nomes como Pedro Tochas, Jorge Serafim e João Seabra.

Eduardo Madeira é uma cara sobejamente conhecida da televisão portuguesa. Começou a sua carreira como argumentista nas Produções Fictícias, tendo sido autor e co-autor de programas como “Herman Enciclopédia”, “Contra Informação”, “Conversa da Treta” e “Notícias em Segunda Mão”.

Ainda no campo da escrita, Eduardo Madeira escreveu o argumento dos filmes “O Lampião da Estrela”, “Filme da Treta”, e protagonizou a comédia “Mau Mau Maria”, ao lado de Marco Horácio e Marta Gomes.

Eduardo Madeira foi um dos pioneiros de stand-up comedy em Portugal, fez parte do grupo da Casa da Comédia, participou no programa Levanta-te e Ri e foi membro da bem humorada banda Cebola Mol, juntamente com Filipe Homem Fonseca.

Os apreciadores da comédia em português que não queiram perder o espectáculo de Eduardo Madeira devem apressar-se a adquirir os bilhetes no IPOR. O evento conta com o apoio do Instituto Cultural, o Consulado-Geral de Portugal e a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau.

7 Nov 2017

Exposição | Salão de Outono marca a estação artística na Casa Garden

Todos os anos, o Salão de Outono apresenta trabalhos de artistas locais e atribui um prémio ao melhor criador jovem. O HM falou com a curadora e criadora Alice Kok que desvendou os mais apetecíveis frutos artísticos da época e o que distingue a exposição deste ano

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a estação das folhas caídas, e seguindo uma tradição parisiense, a Casa Garden é anfitriã, mais uma vez, do Salão de Outono. A oitava edição da mostra que promove as mais recentes tendências artísticas dos criadores de Macau está patente ao público com cerca de seis dezenas de trabalhos de 30 artistas.

Após a inauguração, que ocorreu no passado fim-de-semana, foi entregue o Prémio de Artes da Fundação Oriente que distingue jovens artistas, dos 18 aos 35 anos.

Este ano a distinção foi para Tang Kuok Ho, com a fotografia “Scenery of Night”, um trabalho que se debruça sobre manifestações culturais em torno do consumo e do comportamento humano.

Tang Kuok Ho terá como prémio a oportunidade de visitar e expor em Portugal, além de receber 50 mil patacas. Foram também distinguidos com menções honrosas Chan On Kei, com um trabalho de cerâmica intitulado “Bite”, assim como para Season Lao com a trabalho fotográfico “Yubari, Hokkaido, Japan”.

A curadora e artista Alice Kok entende que as novidades do 8º Salão de Outono “são as próprias obras”, algo que decorre das regras de selecção que prevêem a entrega de trabalhos com menos de dois anos.

Em relação aos meios utilizados, a curadora destaca que além dos meios artísticos mais clássicos, como a pintura, fotografia, escultura, o Salão de Outono deste ano contará com elementos de vídeo, instalações de luz e electrónicas.

“Esta exposição é um pouco diferente das outras que fazemos na AFA, quisemos ser o mais abertos possíveis, uma vez que o espírito do salão é apresentar ao público aquilo que está realmente a acontecer na cena artística de Macau”, conta.

Criar mercado

Com uma década feita, a AFA tem acompanhado o percurso de muitos artistas locais. “Temos sempre em consideração o progresso dos criadores, mas também queremos estimular os estudantes de arte que ainda não tenham atingindo o grau de maturidade dos artistas já estabelecidos”, explica Alice Kok.

Durante a montagem da exposição, a curadora foi surpreendida pelo trabalho de Ieng Man Hin. As obras submetidas pelo jovem, que se encontra a tirar um mestrado em artes em Taiwan, tiveram impacto em Alice Kok, que até à montagem da exposição só ainda tinha visto fotografias dos quadros.

As obras de Ieng Man Hin têm como base a pesquisa que faz sobre minerais naturais que usa para se expressar em tela. Um dos quadros que expôs na Casa Garden, e que vendeu de imediato, foi um “retrato de um rinoceronte pintado com minerais contra um fundo negro, muito colorido mas também subtil”, conta a curadora.

A ideia para exposição partiu do “Salon de Paris”, um marco artístico da capital francesa que apresentava os trabalhos das Belas Artes parisienses desde o século XVII. Por cá, o Salão de Outono pretende “mostrar ao público a cena artística actual de Macau e os seus trabalhos mais recentes”.

Noutro aspecto, a exposição pretende também promover um mercado cultural com pouca vivacidade. “O salão tem também como objectivo fazer com que os artistas cheguem ao público e que vendam, que possam viver da arte, algo que ainda não foi conseguido mesmo no panorama mundial”, explica Alice Kok.

A curadora explica que ao longo de uma década desde a fundação da AFA que testemunhou uma grande mudança na forma como as pessoas encaram a arte contemporânea em Macau. “Há dez anos não havia um mercado de arte estabelecido”, recorda.

Para já, a curadora espera que a possibilidade de comprar uma obra de arte saia da esfera das elites económicas, tornando o trabalho artístico como mais um artigo de luxo. Para Alice Kok, estes eventos oferecem a oportunidade de comprar uma peça a um preço razoável, de forma a que sejam apreciadas como objectos que elevam o espírito, em vez de instrumentos de elevação de estatuto.

A exposição do Salão de Outono está patente ao público na Casa Garden, entre as 10 e as 17 horas, excepto à segunda-feira e feriados.

7 Nov 2017

BD | “Deserto/Nuvem” vence o Prémio de Melhor Álbum Português

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] livro “Deserto/Nuvem”, de Francisco Sousa Lobo, venceu o Prémio para o Melhor Álbum Português no âmbito dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada, foi sábado divulgado no 28.º festival AmadoraBD, que termina no dia 12.

Francisco Sousa Lobo foi ainda distinguido com os prémios nacionais de Melhor Argumento para Álbum Português, também por “Deserto/Nuvem” e o de Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira, pelo título “It’s no Longer I That Liveth”.

O Prémio Nacional para o Melhor Álbum de Autor Estrangeiro foi para “Os Ignorantes”, do francês Étienne Davodeau, e “Conversas com os Putos”, de Álvaro, venceu o Melhor Álbum de Tiras Humorísticas.

O Prémio Nacional de Banda Desenhada para o Melhor Desenho foi para a ilustradora Amanda Baeza, pelo álbum “Bruma”, enquanto o Prémio para o Melhor Ilustrador Português de Livro Infantil foi para Tiago Albuquerque e Nadia Albuquerque, pelo álbum “Sou o Lince Ibérico”, e Jimmy Liao, natural de Taipé, Taiwan, recebeu o Prémio para o Melhor Ilustrador Estrangeiro de Livro Infantil, pelo álbum “Noite Estrelada”.

O Prémio Nacional de BD Clássicos da 9.ª Arte, relativo a uma edição original há mais de dez anos, foi arrebatado por “Ronin”, de Frank Miller, e o Prémio para o Melhor Fanzine foi para “Outro Mundo Ultra Tumba”, de Rufolfo Mariano.

O AmadoraBD, organizado pela Câmara Municipal da Amadora, cumpre a 28.ª edição até 12 de Novembro com exposições, lançamentos editoriais e a presença de autores portugueses e estrangeiros de banda desenhada.

6 Nov 2017

Festival Cinema | Filme “Paddington 2” é a escolha de Mike Goodridge

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau é marcada pela exibição do filme familiar “Paddington 2”. Para o director, Mike Goodridge trata-se de uma escolha para satisfazer “toda a gente”. O festival pretende ser um evento para um leque diversificado de público e trazer ao território cinema comercial e de autor.

Um festival que agrade a todos os gostos foi a ideia deixada pelo director do II Festival Internacional de Cinema de Macau (FICM), Mike Goodridge, na passada sexta-feira, à margem da conferência da imprensa de apresentação do programa desta segunda edição do evento.

A iniciativa tem lugar entre 8 a 14 de Dezembro e a escolha dos filmes conta, este ano, com uma selecção variada, entre películas comerciais e de autor.  Mike Goodridge explicou que a opção tem que ver com o objectivo de “apelar a uma audiência que goste de filmes artísticos, mas também que agrade a um público mais vasto”, disse aos jornalistas.

Para o britânico, a opção de alargar o leque de exibições a filmes mais comerciais tem como objectivo chegar a um público mais alargado do que aquele que, à partida, seria o de filmes independentes. “Queremos que a audiência de Macau não fique desencorajada por estes filmes, não pense que são demasiado artísticos, ou estrangeiros, ou seja o que for, mas que os abrace”, referiu.

Para o efeito, Mike Goodridge optou pela escolha de filmes “que contam grandes histórias e têm temas universais”. “Seleccionámos deliberadamente filmes que promovam a reflexão e sejam acessíveis no que respeita à narrativa”.

O director ilustra em tom de brincadeira: “Se eu pudesse ver um filme filipino de sete horas, fá-lo-ia, mas não quero infligir isso a toda a gente porque sei que não é do gosto de todos”.

Urso de abertura

A acessibilidade das películas a serem projectadas começa logo com o filme seleccionado para abrir o evento no próximo dia 8 de Dezembro.

A eleição recaiu na personagem de contos infantis do também britânico Michael Bond, o urso Paddington. O filme será o número dois da saga e, de acordo com o director, é obrigatório. “Têm de ver este filme, é encantador. Queríamos um filme que agradasse a toda a gente, que toda a gente apreciasse, toda a família. Estes filmes são perfeitos e o segundo ainda é melhor que o primeiro”, explicou.

Por outro lado, “apesar de não ser um tipo de filme de festival, é extremamente bonito, é o filme de família perfeito. É uma óptima maneira de começar esta celebração do cinema”, continuou o director.

Este ano o FICM conta com a exibição de mais de 40 filmes. Para Mike Goodridge é um cartaz “muito forte e sem ser demasiado artístico ou demasiado estrangeiro”.

Competição de ouro

À semelhança do ano passado, os filmes em competição – um total de dez – são dedicados a novos realizadores. Destes, Mike Goodridge destaca dois premiados no Festival Internacional de Cinema de Veneza: “Custody”, de Xavier Legrand, e “Foxtrot”, de Samuel Maoz.

O júri será composto pelo realizador francês Laurent Cantet, a actriz  Joan Chen, a realizadora austríaca Jessica Hausner, o escritor britânico Lawrence Osborne e o realizador de Singapura Royston Tan.

Portugal vai estar representado, nesta edição, do FICM com o filme, também premiado, de Pedro Pinho, “A Fábrica de Nada”. A produção integra a rúbrica “Panorama” dedicada às películas que se destacaram em alguns dos mais prestigiados festivais internacionais de cinema. “A Fábrica de Nada” é, para o director do FICM, uma referência. “É sem dúvida o melhor filme português do ano, estreou no Festival de Cannes. É soberbo”, disse. Da mesma secção fazem ainda parte filmes oriundos da China, do Japão, da Malásia, Estados Unidos e França.

Aprender com os mestres

À semelhança da primeira edição do festival, este ano a organização continua com a secção “Aulas com os Mestres”. A segunda edição traz a Macau os realizadores de Hong Kong John Woo e Pang Ho Cheung para partilhar conhecimentos e experiência.

A acrescentar tem também lugar a parceria estabelecida com a Academia de Cinema Britânico. A iniciativa pretende dar oportunidade aos realizadores locais de ter acesso a formação específica de modo a produzirem uma das duas curtas-metragens a serem seleccionadas para projecção ainda durante o festival.

Mantendo a forma com que foi criado, o 2º Festival Internacional de Cinema de Macau vai contar com as secções “Fogo Cruzado” que integra as recomendações de realizadores reconhecidos e “Adagas Voadoras” dedicada do cinema asiático. A “Apresentação Especial” desta edição é dedicada ao “Último Imperador” de Bernardo Bertolucci, como forma de marcar o 30º aniversário do filme que conta a história de Pu Yi.

A conferência de imprensa da passada sexta-feira ficou ainda marcada pela posição secundária dada ao director Mike Goodridge. O britânico apresentou as linhas gerais do programa, não tendo, contudo, um local de destaque entre as individualidades presentes. Mike Goodrige foi nomeado em Junho para dirigir esta edição do evento que pretende promover o cinema no território, após a demissão, no ano passado, de Marco Mueller, a um mês do início do evento. Interrogado acerca da sua permanência à frente do FICM, Mike Goodridge afirma não tencionar fazer o mesmo que o seu antecessor.

6 Nov 2017

Moda | Plataforma junta designers, modelos e fotógrafos no mesmo espaço

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]andra Moore promove este sábado um evento no City of Dreams que reúne manequins, marcas, fotógrafos e maquilhadores num só espaço. O resultado de um dia de partilha poderá ser visto à noite, na passerelle, com um desfile no Pacha. A ideia é juntar experiência à vontade de aprender, dando oportunidade aos talentos locais desta área

Imagine-se um lugar onde estilistas que estão a começar a carreira se juntam aos que já têm alguma experiência. Ao seu lado estão manequins que ainda agora começaram a pisar uma passerelle, mas que podem aprender com quem já desfila há muitos anos. Há grandes e pequenas marcas, fotógrafos com ou sem anos de carreira.

Este é o objectivo do evento que se realiza este sábado, intitulado Asia Group Shoots. Sandra Moore é a mentora por detrás desta iniciativa que visa imitar os reality-shows que se produzem um pouco por todo o mundo, mas com a ideia de ajudar os talentos locais a conhecerem um pouco mais sobre o mercado onde querem trabalhar.

Durante o dia o City of Dreams vai servir de espaço para fotografias e produção de moda, seguindo-se à noite um desfile na discoteca Pacha.

Vão participar nomes como a Macauhub, uma plataforma de designers criada por Clara Brito e Manuel Correia da Silva, ou Sophie Lei, directora da Elite Make Up School. As peças do designer macaense Nuno Lopes também vão estar presentes no evento, apesar do estilista não se encontrar no território.

Ao HM, Sandra Moore falou mais de um evento que pretende vir a realizar-se todos os anos. “É uma experiência, um novo conceito e esperamos revolucionar o mercado. Gosto de fazer as pessoas felizes. Vamos ter no mesmo espaço manequins com e sem experiência, fotógrafos, maquilhadores. Isto vai possibilitar aos participantes a construção de um portfólio e permitir a todos estes profissionais estarem mais perto da comunidade”, contou.

Sandra Moore fez a sua formação em teatro e considera que Macau é o sítio ideal para estabelecer este tipo de evento.

“Acredito que seria interessante mostrar o conceito da indústria da moda como um reality-show, porque toda a gente gosta de ver o American’s Next Top Model, certo? Isto seria interessante em Macau. Tenho em mente a criação de uma espécie de fábrica, uma plataforma. Temos elementos que são fundamentais para qualquer programa de televisão, então poderíamos criar algo que toda a gente gostasse de ver, com personagens. Há muito potencial.”

Talentos de todo o lado

O Asia Group Shoots não se faz apenas de talentos de Macau, mas também de todo o mundo. A aprendizagem e a partilha de experiências é o mais importante.

“Macau tem muito potencial e temos uma boa plataforma que não está a ser usada na totalidade. Os estilistas que aqui existem são incríveis. A Semana da Moda de Macau acabou de acontecer e não acredito que muitos estilistas de Macau tenham tido a possibilidade de participar. Gostaria de ajudar na sua motivação, esse é um objectivo que queremos atingir.”

Sandra Moore espera que os nomes que estão agora a começar, seja na moda, na fotografia ou na maquilhagem, possam encarar o Asia Group Shoots como um bom ponto de partida.

“É importante também para perceberem que a indústria da moda é mais fácil de alcançar, então basicamente este evento vai proporcionar-lhe as asas para que eles possam voar. O objectivo é fazer com que dêem passos na construção de uma carreira mais facilmente. À noite teremos o desfile e isso vai dar a possibilidade de brilharem em palco e construir pontes para uma carreira futura. Acredito que será uma experiência incrível”, concluiu.

3 Nov 2017

UNESCO | Chapas Sínicas de Macau no Registo da Memória do Mundo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Registos Oficiais de Macau durante a Dinastia Qing (1693-1886) são as Chapas Sínicas inscritas no Registo da Memória do Mundo da UNESCO. No total são 3600 documentos e incluem mais de 1500 ofícios redigidos em língua chinesa, cinco livros de cópias traduzidas para a língua portuguesa de cartas do Leal Senado e quatro volumes de documentos. As Chapas estão actualmente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal. Para assinalar o reconhecimento da UNESCO vão ser organizadas exposições em Macau, já no próximo ano, e em Lisboa em 2019.

O Comité Consultivo Internacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) anunciou ontem ter recomendado a inscrição de 78 novas nomeações no registo da Memória do Mundo, incluindo três portuguesas. A UNESCO revelou que o comité consultivo, liderado pelo director-geral dos Arquivos Nacionais dos Emirados Árabes Unidos, Abdulla Alraisi, “examinou e avaliou novos itens de herança documental propostos por países pelo mundo fora, que se seguiu a um processo de dois anos como parte do ciclo de nomeações 2016-2017”. Foram ainda incluidos no Registo da Memória do Mundo, os livros de vistos concedidos pelo cônsul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes (1939-1940), e o “Codex Calixtinus da Catedral de Santiago de Compostela e outras cópias medievais do Liber Sancti Jacobi”, partilhadas entre Portugal e Espanha.

Música | Jimmy Barnes no Parisian em Dezembro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] músico de rock australiano Jimmy Barnes actua em Macau no próximo dia 9 de Dezembro no The Parisian Theatre, no Cotai. Jimmy Barnes é considerado por muitos como o pai e a alma do rock’n’ roll australiano, contando já com uma carreira de 40 anos. Este será o primeiro concerto que dá em Macau. Os bilhetes já se encontram à venda.

1 Nov 2017

Entrevista | Jeff Hessney, produtor da companhia de dança Raiz di Polon 

[dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap] Serpente” é a coreografia que vai estar esta noite no palco do Teatro D. Pedro V. A companhia Raiz di Polon vem de Cabo Verde a convite da Associação da divulgação da Cultura cabo-verdiana e traz uma peça que explora as relações vividas dentro de um triângulo amoroso. Para o produtor Jeff Hessney, trata-se de um tema universal compreendido por todos. O espectáculo tem início às 20h e conta com entrada livre

A Raiz de Polon é conhecida por tratar várias temáticas. No entanto, é a primeira vez que pegam na questão do ciúme para a traduzir em movimento. Porquê?

Esta peça foi feita, ao contrário das outras nossas produções, a pedido do Festival Internacional de Teatro em Língua Portuguesa que acontece todos os anos no Rio de Janeiro. Já tínhamos participado nesse festival duas vezes e no ano passado era inteiramente dedicado à obra de Nelson Rodrigues pelo que todos os espectáculos tinham de ter um trabalho baseado em peças daquele autor. A directora do festival, Tânia Pires, achou que seria interessante fazer uma adaptação para a dança de uma peça de teatro. Acabámos por montar “A Serpente”, toda ela original e acompanhada com música cabo-verdiana, em menos de três semanas. O ciúme faz parte de toda a criação cénica e dos escritos do Nelson Rodrigues, mas podemos dizer que se trata de um tema universal. Por outro lado as semelhanças culturais entre o Brasil e Cabo Verde também facilitaram esta adaptação que foi ainda um desafio muito interessante: transpor o ciúme expresso no texto para a corporalidade e para a dança.

Estamos num território com poucas semelhanças culturais com Cabo Verde. Como é que vê a receptividade do vosso trabalho aqui?

A primeira vez que estivemos em Macau foi há 11 anos. Na China em geral, a recepção tem sido muito boa, mesmo em lugares que não têm a marca lusófona que Macau tem.

Esta recepção positiva pode estar ligada à universalidade da própria linguagem, a dança?

Sim, penso que sim. O ciúme é universal mas também temos cuidado na forma como o abordamos. O que é interessante numa peça como esta – que não tem texto – é a forma como tratamos os nossos temas através da dança e dos movimentos típicos de Cabo Verde. Este aspecto faz com que as pessoas, não só reconheçam a temática comum à humanidade, como acabem por ter a atenção captada pelas particularidades do movimento de corpo característico de Cabo Verde e pela música que acompanha as coreografias.

Do vosso repertório fazem também parte coreografias com temas mais sociais como a migração ou as questões de género. Há uma aposta em abordar temas que ponham o público a pensar em determinados temas?

Não fazemos peças para passar uma mensagem. Penso que isso seria subestimar a capacidade do público, o que também não funciona. Mas, ainda assim, claro que tratamos esses temas de uma forma que pode ou não dizer algo mais às pessoas que estão a assistir. A nossa peça mais viajada, a “Duas sem Três”, é precisamente um dueto com duas das bailarinas da companhia, e que trata os temas da mulher e da emigração. A emigração é incontornável em Cabo Verde. É um país que tem mais pessoas a viver fora do país do que dentro. Todos os cabo-verdianos, sem excepção, têm algum parente próximo que vive no estrangeiro. É um tema omnipresente em todas as formas artísticas cabo-verdianas e na dança também acaba por estar presente. Numa outra coreografia, também de Mano Preto, que se chama “CV Matrix 25” não se trata necessariamente a questão da emigração, mas toda a apresentação retrata o imaginário de um cabo-verdiano que foi para Lisboa como emigrante, trabalhou na construção civil, tinha vivido durante décadas em Portugal e todo o seu imaginário era Cabo Verde. Esta peça foi baseada numa pessoa que o Mano Preto conhecia pessoalmente e toda a corografia é isso: o imaginário de um homem que vivia em Lisboa mas que na sua cabeça e no coração nunca tinha saído do seu país. Estes temas são tratados, não de uma forma pedagógica mas sim com uma abordagem mais sentimental.

1 Nov 2017

Festival Literário de Cabo-Verde com representação de Macau

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau está representado com o escritor Carlos Morais José na Festa do Livro, na Cidade da Praia. O evento começou ontem e reúne 40 autores, numa programação que se estende às escolas, com espetáculos musicais e debates.

A organização, a cargo do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e da Biblioteca Nacional de Cabo Verde com produção executiva da Booktailors, aponta o evento, que vai decorrer em vários espaços da capital cabo-verdiana, como “o maior evento literário dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)”.

O Morabeza “pretende assumir-se como um ponto de ligação entre os vários continentes onde a expressão portuguesa está presente e viva”, afirma a organização, referindo parcerias firmadas com o Festival Rota das Letras, de Macau, o Festival da Palavra, de Porto Rico e Nova Iorque, e o Literatura em Viagem, de Matosinhos.

A programação da festa tem prevista uma feira do livro, mesas de debate, concertos, sessões de poesia, acções de formação, visitas a escolas e universidades, um colóquio dedicado ao poeta Eugénio Tavares (1867-1930), um seminário internacional sobre o escritor cabo-verdiano Luís Romano, que se radicou no Brasil na década de 1960, e ainda a pintura de um mural pelo duo Acidum.

De acordo com o programa, o Morabeza abriu ontem com uma sessão especial por Olinda Beja, na livraria da Biblioteca Nacional de Cabo Verde, intitulada “Escrever como quem planta ocás” e dedicada ao público infantil e juvenil.

Também ontem foi apresentada a reedição da “Obra de Eugénio Tavares”, na Biblioteca Nacional de Cabo Verde.

Um pouco de tudo

Até domingo, quando encerra o evento, está prevista a realização de dez mesas-redondas sob diferentes motes como “É doce morrer no mar”, uma canção dos brasileiros Jorge Amado e Dorival Caymmi, ou “Tantu stória pa-m Kontâ-bu”, que aborda a tradição oral, um ciclo de conversas com os escritores “em diversas universidades das ilhas” cabo-verdianas, e a apresentação do livro “Debaixo da nossa Pele – Uma Viagem”, de Joaquim Arena.

Entre os cerca de 40 autores que vão participar neste evento, foram já anunciados os nomes de Germano Almeida, autor de “O Testamento do Senhor Napumoceno”, José Eduardo Agualusa, que recentemente publicou “A Sociedade dos Sonhadores Involuntários” e recebeu este ano o Prémio IMPAC de Dublin pelo romance “Teoria Geral do Esquecimento”, e ainda Afonso Cruz, Alexandra Lucas Coelho, José Rodrigues dos Santos, Valter Hugo Mãe, Vera Duarte e Álvaro Laborinho Lúcio.

Na área dos espectáculos, um trio composto pelos músicos Isabella Bretz, Matheus Félix e Rodrigo Lara apresentará “Canções para abreviar distâncias”, que inclui poemas de José Luís Peixoto (Portugal), Adélia Prado (Brasil), Mia Couto (Moçambique), Vera Duarte (Cabo Verde), Conceição Lima (São Tomé), Odete Semedo (Guiné-Bissau), Ana Paula Tavares (Angola) e Crisódio Araújo (Timor-Leste).

“Mais do que um encontro de escritores, esta festa literária procura ser um palco internacional para a produção literária cabo-verdiana e para o desenvolvimento do meio editorial local”, afirma a organização da Morabeza – Festa do Livro.

31 Out 2017

Música | Kaiser Chiefs no último lote de bandas a entrar no cartaz do Clockenflap

O maior festival de música da região está à porta, a menos de um mês de distância. Entre o último grupo de bandas anunciadas estão os britânicos Kaiser Chiefs, os rappers Stormzy e Kid Ink. O Clockenflap 2017 arranca a 17 de Novembro, em Hong Kong, no Central Harbourfront e termina a 19

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]artaz fechado, agora venha a música. Os melómanos de Hong Kong, Macau e arredores têm o dia 17 de Novembro, de certeza, reservado. O Clockenflap 2017 está cada vez mais próximo e já tem as últimas bandas confirmadas. Entre as derradeiras participações contam-se Kaiser Chiefs, Stormzy, Kid Ink, Onra, Tokimonsta, os Cosmospeople e os locais Chochukmo.

Do lote final de bandas reveladas, destaque para os britânicos Kaiser Chiefs, o grupo que quase motivou um seguimento de culto em Portugal em parte motivado pelos concertos memoráveis que proporcionam.

A banda de Leeds, liderada pelo carismático Ricky Wilson, teve um começo de carreira fulgurante com o lançamento de “Employment”, o disco que marcou a ascensão meteórica dos Kaiser Chiefs com clássicos como “Everyday I Love You Less and Less”, “Oh My God” ou “I Predict a Riot”. O álbum de estreia, de 2005, valeu-lhe aclamação crítica, sucesso comercial e a acumulação de prémios e distinções, onde se contam três Brit Awards, o prémio de melhor álbum da NME e a entrada na lista do Mercury Prize.

Apesar de não terem conseguido repetir o sucesso e popularidade de “Employment”, a banda de Ricky Wilson foi sempre garante de concertos divertidos e de total entrega.

Chegam a Hong Kong como cabeças de cartaz de sexta-feira, dia 17, e trazem na bagagem o mais recente disco, “Stay Together”, um registo ritmado e propício a um pé de dança. Depois de meia dúzia de álbuns lançados, uma coisa é certa: os Kaiser Chiefs continuam em grande forma ao vivo.

No mesmo dia sobe ao palco do Clockenflap a Dj e produtora TOKIMONSTA, uma artista californiana de origem coreana.

Locais e estrangeiros

De Londres chega-nos um dos nomes mais badalados da nova onda de hip-hop londrina, Stormzy, que mistura os sons do jungle, breakbeat e ragga num cozinhado sonoro moderno. O rapper britânico estreou-se este ano em álbum com o lançamento de “Gang Signs & Prayer”, que chegou ao número um das vendas de discos no Reino Unido.

Com uma forte mensagem política, Stormzy promete fazer tremer as colunas do sistema do palco principal do Clockenflap no sábado, dia 18 de Novembro.

Ainda nas sonoridades mais urbanas, destaque para Onra, o rapper de Paris, que actua no Central Harbourfront também no sábado, dia que tem os The Prodigy como cabeças de cartaz. O francês é conhecido pela entrega que imprime nas suas actuações, pleno de “soul” e “groove”, a piscar o olho ao funk e ao RnB.

A caminho de se tornar uma lenda do hip hop que extravasa as fronteiras da França, Onra sobe ao palco do Clockenflap no sábado, no dia 18.

Também no sábado actuam os locais de Hong Kong Chochukmo, a banda de rock experimental que mistura sem receios sonoridades tão dispares como punk, música de dança, jazz e bossanova. De Taiwan chegam os COSMOS PEOPLE, uma banda de funk-pop.

Feitas as contas, a edição deste ano do Clockenflap promete pela diversidade e qualidade do cartaz mas, também, pela extrema fome de música ao vivo da região. Nunca mais chega 17 de Novembro.

31 Out 2017

UMEAL | Exposição junta medicina e arte no Albergue SCM

[dropcap style≠’circle’]“M[/dropcap]acau, medicina e criatividade” dá nome ao XI Congresso da União de Médicos Escritores e Artistas Lusófonos (UMEAL) que decorre amanhã nas instalações do Albergue SCM.

De acordo com o comunicado oficial, a iniciativa pretende “promover a actividade artística dos médicos de Macau, debater a importância da criatividade na actividade médico-científica e mostrar as capacidades literárias e artísticas de um grupo profissional que a sociedade esperava que fosse somente científica mas que busca na arte uma forma de realização pessoal”.

Para o efeito, a exposição que abre portas amanhã, é uma mostra variada e capaz de reflectir a “diversidade de pensares e modos de estar das várias comunidades existentes no território”. A ideia é ainda dar a conhecer “a pluralidade criativa dos homens e mulheres da Ciência”. Em exibição estarão trabalhos de médicos e enfermeiros artistas como é o caso de Arlinda Frota, Chow Kam Ching, Choi Weng Chi, Elizabeth Fernandes, Ip Chi Tat, Josefine Ho, Lei Chio Leong, Mui Lei Chui Ha e Wong Keong.

A UMEAL é uma entidade que congrega médicos escritores e artistas que falam a língua portuguesa. Foi fundada em 1992 e integra associações médicas de Portugal (Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos – SOPEAM), do Brasil (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES) e de Moçambique (Associação Moçambicana de Escritores e Artistas Médicos – AMEAM).

31 Out 2017

Cinema | Extensão de Macau do DocLisboa arranca na segunda-feira

A grande festa lisboeta do cinema documental chega a Macau pela quinta vez. De 30 de Outubro a 4 de Novembro serão exibidas nove películas de realizadores portugueses apresentadas na 14ª edição do DocLisboa, assim como quadro filmes produzidos localmente

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s amantes do cinema documental têm motivos para estarem contentes com a semana que se aproxima. Segunda-feira começa a extensão de Macau do festival DocLisboa, uma parceria que já vai na quinta edição e que conta com um cartaz com projecções até sábado dia 4 de Novembro.

O evento organizado pelo IPOR, e que se realiza na Sala Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, contará com nove obras de realizadores portugueses que já apresentaram as suas obras no XIV Festival Internacional de Cinema DocLisboa. Serão igualmente apresentados quatro filmes produzidos em Macau no âmbito da colaboração com o Programa Académico da União Europeia em Macau, a Creative Macau e a Inner Harbour.

A sessão que marca o arranque do festival tem no cartaz o filme “Crash” de Hong Heng Fai, “Outlander” de Lam Sin Tong, Jiang Minling, Kwok Fu Wa, “The Real Beauty Be Yourself”, de Cory Chio, Sandra Mo, Tania Tan, Betty Tam “Layla e Lancelot”, da portuguesa Joana Linda.

Na próxima terça-feira será a vez do multipremiado filme “Ama-San” de Cláudia Varejão, que arrebatou o melhor filme da Secção de Competição Portuguesa do Doclisboa. A película mostra a visão da cineasta sobre a vida de três mulheres que fazem pesca de mergulho em conjunto há três décadas na vila piscatória da Península de Shima, no Japão.   

Cartaz de peso

Entre os nomes dos cineastas que apresentam as suas obras em Macau destaque para Luciana Fina, Marília Rocha, Bruno Ferreira, Celso Rosa, Kate Saragaço-Gomes e Ana Isabel Freitas.

O festival encerrará com chave de ouro com o filme “O Espectador Espantado” de Edgar Pêra, uma película que inverte a lógica da visualização audiovisual virando a lente para quem vê um filme. A obra do conhecido realizador é uma espécie de manifesto ou ensaio de investigação sobre a natureza do espectador de cinema nas suas diferentes formas.

Na sessão de fecho será exibido também um filme local, “Macau, Música é Diferença”, de Catarina Cortesão Terra e Tomé Quadros. A película é um retrato da atmosfera cultural da cidade.

Em comunicado, o director do IPOR, João Neves, destaca o caminho e o carácter da extensão da conhecida mostra de cinema documental. É também dado destaque à forma como a criação documental portuguesa, local e do Interior da China se misturam num cartaz heterogéneo de qualidade.

27 Out 2017

Portugueses lançam portal de turismo “Follow me Macau”

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois portugueses lançaram um portal para vender experiências de lazer em Macau, com os olhos postos no mercado chinês.

Desde sexta-feira quem deseje visitar Macau pode adquirir, através do portal “Follow Me Macau”, actividades que abrangem tanto experiências gastronómicas, como culturais, desportivas, de aventura ou mesmo de beleza e relaxamento.

“É uma plataforma que agrupa todas as experiências de entretenimento e lazer em Macau. Vai daquelas ‘mainstream’, desde o [espectáculo] House of Dancing Water ou o salto da Torre de Macau, a outras, que podem ser um jogo de ténis, um ‘biking tour’ ou um ‘hiking’ em Coloane”, explicou à Lusa o fundador da ‘start-up’, Marco Duarte Rizzolio.

Segundo o empresário, as actividades podem ainda abranger os casinos ou “experiências fornecidas por pequenas e médias empresas, como [actividades com] ‘personal trainers’ ou, por exemplo, ioga”,

O “Follow Me Macau” foi lançado na passada sexta-feira durante a Feira Internacional de Macau e inspirou-se em projectos como o “A Vida é Bela” ou “Odisseias”. A diferença é que estes produtos apenas podem ser adquiridos ‘online’, disse Rizzolio.

Actualmente há 60 experiências à venda. “Mas nos próximos meses vamos chegar rapidamente a mais de 100”, sublinhou, já que estão a ser ultimados contratos com várias grandes empresas, nomeadamente operadoras de jogo.

Entre as “top experiencies” estão uma refeição no restaurante giratório da Torre de Macau, um passeio num junco, um ‘bootcamp’ urbano, uma viagem de limusine ou num iate, ou ‘paintball’, entre outras.

O portal está disponível em inglês e em chinês tradicional e simplificado. Segundo Rizzolio, o público-alvo são os turistas chineses, já que representam a maioria do grande mercado turístico de Macau. “Se juntarmos Macau e Hong Kong temos aqui o maior ‘hub’ de visitantes do mundo. É um mercado muito grande, considerando os 30 quilómetros quadrados deste território”, apontou.

Além do potencial numérico, Rizzolio salientou também o facto de os chineses terem uma nova geração que “está sempre conectada à Internet” e é adepta das compras ‘online’. Com o aumento gradual do poder de compra dos chineses, estes estão também a investir cada vez mais em lazer e entretenimento, destacou.

Actualmente, o “Follow Me Macau” conta com quatro funcionários, três em Macau e um em Xangai (leste da China). A expansão do conceito para outros países, como o Brasil, é uma possibilidade, mas “numa segunda fase”. “Agora queremos é sobreviver”, disse.

27 Out 2017

Colóquio | IPM vai discutir Camilo Pessanha

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai organizar um colóquio sobre o poeta Camilo Pessanha nos dias 13 e 14 de Novembro, disse à Lusa fonte da organização. A conferência, a propósito dos 150 anos do nascimento de Pessanha, vai contar com 12 oradores: quatro de Portugal e oito de Macau. Um deles será José Carlos Seabra Pereira, especialista em simbolismo, corrente literária a que pertence o poeta. Segundo a mesma fonte, com excepção de Seabra Pereira, o colóquio contará com intervenções de “pessoas que não têm o hábito de se dedicar a Camilo Pessanha”, como será o caso do Carlos André, director do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do IPM.

Nam Van | Energia para animar o lago

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s obras no sistema de energia eléctrica arrancam no fim deste mês no Anim’Arte NAM VAN. A intervenção abrange a escavação de valas para instalação de cabos e tubos, a substituição das tampas dos cabos eléctricos e a repavimentação de passeios. Durante o período da execução das obras, a “Feira de Artesanato do Lago Nam Van aos Fins-de-Semana” e os workshops programados são realizados conforme previsto. Os espaços expositivos da Galeria Junto ao Lago, a Loja Temática do “Mapa Cultural e Criativo de Macau” e o Smiling Workshop continuam a funcionar como habitualmente. Por sua vez, o IFT Café encerrará de 6 a 11 de Novembro.

 

26 Out 2017

Companhia argentina no palco do CCM em Dezembro

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se “Deseos” e é o nome do espectáculo que vem directamente da Argentina para Macau, pela mão da companhia Estampas Porteñas, e que sobe ao palco nos dias 26 e 27 de Dezembro.

Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), o espectáculo, que terá lugar no Centro Cultural de Macau, terá “um sólido elenco de bailarinos, músicos e um cantor a adornar uma sequência coreográfica de canções românticas e fatalistas, mesclando projecções interactivas com uma paleta de temas, alguns dos quais remontam aos anos 30”.

A história passa-se entre uma aldeia rural e Buenos Aires, capital argentina. “A trama desta peça de dança e teatro leva-nos numa viagem pelo tempo, das tradições folclóricas do Malambo gaúcho (cowboy sul-americano) à música de Astor Piazzolla.

“A acção é desencadeada quando Margot, a protagonista, decide mudar-se para a grande cidade, deixando tudo para trás. Pleno de paixão, ciúme e dança ardente, Deseos é uma produção de técnica primorosa e emocionante que nos leva através das inúmeras expressões do tango, demonstrando uma multiplicidade de passos e estilos”, explica o IC.

Por todo o mundo

A Estampas Porteñas foi fundada em 1997 por Carolina Soler, uma premiada directora artística cuja carreira se iniciou no ballet clássico. Desde então, a companhia tem actuado pelo mundo inteiro tendo subido aos palcos em mais de 20 países pelos cinco continentes.

Além dos dois dias de espectáculo, vão ser promovidas “diversas actividades, incluindo um workshop ministrado por bailarinos da Estampas Porteñas, concebido para desvendar alguns dos passos e técnicas aos entusiastas da dança”. No dia da estreia irá decorrer “uma tertúlia pré-espectáculo”.

Os bilhetes estarão à venda a partir de 29 de Outubro, disponíveis a vários preços (entre 150 e 300 patacas) e descontos nas bilheteiras do CCM e aos balcões da Rede Bilheteira de Macau.

26 Out 2017

Prémio José Saramago | Brasileiro Julián Fuks é o vencedor deste ano

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m valor superior a 230 mil patacas será entregue ao escritor brasileiro pelo romance “A Resistência”, publicado em 2015. Esta é a segunda vez que a obra  é premiada.

O Prémio José Saramago 2017, no valor pecuniário de 25 mil euros (mais de 230 mil patacas), distinguiu o romance “A Resistência” do autor brasileiro Julián Fuks, foi ontem anunciado na Casa dos Bicos, em Lisboa, sede da Fundação José Saramago.

“Estamos perante um excelente romance. Colocando-se no registo de atestação de uma experiência pessoal intensa, Julián Fuks conseguiu alcançar em ‘A Resistência’ o difícil patamar da contenção discursiva no interior daquele arco simultaneamente emocional e intelectual que define as construções literárias mais cativantes”, afirma, na sua declaração, o crítico literário Manuel Frias Martins, um dos membros do júri.

O Prémio José Saramago foi instituído pela Fundação Círculo de Leitores, em 1999, com o objectivo de distinguir jovens escritores de língua portuguesa, cuja idade não ultrapasse os 35 anos, aquando da publicação da obra.

A obra “A Resistência”, de Fuks, publicada em 2015, recebeu no ano passado, no Brasil, o Prémio Jabuti para o Melhor Romance.

Em “A Resistência”, segundo a Fundação Círculo de Leitores, o autor desenvolve a história de uma família argentina a partir de 1976, quando se deu o golpe de Estado que derrubou a Presidente María Estela Perón, e instaurou o poder ditatorial de uma junta militar, que governou o país até Dezembro de 1983.

“‘Meu irmão é adoptado, mas não posso e não quero dizer que meu irmão é adoptado’, anuncia, logo no início, o narrador deste romance. O leitor descobre-se à partida imerso numa memória pessoal que se revela também social e política”, lê-se na mesma informação à imprensa.

“Do drama de um país, a Argentina a partir do golpe de 1976, desenvolve-se a história de uma família, num retrato denso e emocionante. Adoptado por um casal de intelectuais que logo iria procurar exílio no Brasil, o rapaz cresce, ganha irmãos e as relações familiares tornam-se complexas. Cabe então ao irmão mais novo o exame desse passado e, mais importante, a reescrita do próprio enredo familiar”, refere o mesmo comunicado, que remata: “Um livro em que emoção e inteligência andam de mãos dadas, tocando o coração e a cabeça dos leitores”.

Percurso feliz

Julián Fuks, filho de pais argentinos, nasceu em São Paulo, no Brasil, em 1981.

O autor publicou o primeiro livro, “Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e eu”, em 2004, tendo ganhado o Prémio Nascente da Universidade de São Paulo.

Em 2007 e 2012 foi finalista do Prémio Jabuti, com os livros “Histórias de Literatura” e “Cegueira”, respectivamente. O autor foi também finalista do Prémio Portugal Telecom, actual Oceanos, e do Prémio São Paulo de Literatura, com “Procura do romance”.

A revista Granta apontou-o como um dos vinte melhores jovens escritores brasileiros. “A Resistência” é o seu quarto romance, com o qual recebeu o Prémio Jabuti Melhor Romance, se classificou entre os finalistas do Prémio Oceanos, no ano passado, e pelo qual recebeu a Menção Honrosa no Prémio Rio de Literatura.

O júri da edição deste ano do Prémio José Saramago foi constituído pela poetisa angolana Ana Paula Tavares, pela professora de Estudos Portugueses da Universidade Nova de Lisboa Paula Cristina Costa, pelo escritor português António Mega Ferreira, pela investigadora Nazaré Gomes dos Santos, da Universidade Autónoma de Lisboa, além de Manuel Frias Martins, crítico literário e ensaísta, doutorado em Teoria da Literatura e vice-presidente da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, de Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, e da escritora Nelida Piñon.

O Prémio Saramago é bienal e, nas edições anteriores, distinguiu os escritores Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Andréa del Fuego, Ondjaki e Bruno Viera Amaral.

26 Out 2017

Cabo Verde | VII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa

Começa amanhã o sétimo Encontro de Escritores de Língua Portuguesa na capital cabo-verdiana da Praia. No evento, que decorrerá até domingo, participa o autor de Macau Carlos Morais José, entre um elenco com quase três dezenas de convidados ligados às letras e comunicação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]rranca amanhã mais uma edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa na cidade da Praia. Este ano, a capital de Cabo Verde recebe 26 participantes de várias áreas das letras e da comunicação, com painéis onde participam personalidades ligadas à literatura, cinema, televisão, rádio e internet.   

O encontro é organizado pela União das Cidades Capitais de Língua Portugal (UCCLA) em parceria com a vereação da cultura da Câmara Municipal da Praia.

O evento procura estabelecer pontes entre as diversas disciplinas abordadas e tem como objectivo contribuir para o diálogo e enriquecimento recíproco entre autores dos vários cantos do mundo onde se fala português.

Entre os portugueses contam-se nomes como Carlos Morais José, Diana Andringa, António-Pedro Vasconcelos, José Carlos Vasconcelos, Rui Simões, Nuno Rebocho. A participação cabo-verdiana estará a cargo de Vera Duarte, Fátima Bettencourt, Daniel Medina, Rony Moreira, César Schofield Cardoso e Carlos Santos. Do Brasil chegam Thiago Braga e António Carlos Secchin.

A representar Moçambique estará Ana Mafalda Leite, Olinda Beja representa São Tomé e Príncipe, Zezé Gamboa vem de Angola e Emílio Tavares Lima da Guiné-Bissau.

Antes do Festival

Em declarações à Lusa, o vereador da cultura da cidade da Praia, António Lopes da Silva referiu que os participantes do encontro vão discutir as diversas formas como a literatura penetra interdisciplinarmente no quotidiano mediático, seja na cinema, na rádio, televisão ou online.

“Não vamos falar só de literatura, mas também de tudo o que está à sua volta”, salientou o autarca, referindo que o objectivo é entrar noutros campos que dominam a comunicação.

António Lopes da Silva acrescentou à Lusa que “é interessante ver como nos tempos modernos a literatura também se adapta a novas formas de apresentar e discutir ideias”.

O evento que reúne autores lusófonos é o aperitivo servido antes da estreia do Morabeza – Festa do Livro, organizado pelo Ministério da Cultura de Cabo Verde. O festival, também na cidade da Praia, reúne cerca de quatro dezenas de autores entre 30 de Outubro e 5 de Novembro.

Os dois acontecimentos fazem parte do esforço do município da Praia para colocar a cidade na rota dos eventos culturais de relevo dentro do universo lusófono.

Este é o segundo ano consecutivo em que o encontro se realiza na Praia depois das quatro primeiras edições terem sido em Natal, no Brasil, e da quinta edição em Luanda.

26 Out 2017

“Desfile por Macau, Cidade Latina” muda de nome e passa a ser “Desfile Internacional de Macau”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] “Desfile por Macau, Cidade Latina” vai mudar de nome. A nova designação é “Desfile Internacional de Macau 2017” e de acordo com a organização, a cargo do Instituto Cultural (IC), tem como objectivo “proporcionar aos grupos artísticos locais uma plataforma para a apresentação de espectáculos e uma oportunidade para estes proporem a sua criatividade”, lê-se no comunicado oficial.

O evento pretende ainda ”promover o desenvolvimento e a diversificação das indústrias culturais de Macau, criando oportunidades para os artistas locais observarem e desenvolverem intercâmbios culturais com grupos performativos internacionais”, sublinha a organização.

O desfile internacional tem lugar a 17 de Dezembro, vai integrar as comemorações do 18.º aniversário da transferência da administração do território e as inscrições para os interessados em participar estão abertas até ao dia 3 de Novembro.

Pátria na mira

Este ano o tema sugerido pelo IC é  “Histórias da Cidade de Macau e do seu Património Histórico”. A organização pretende com a ideia “inspirar a criatividade dos artistas locais no amor à mãe pátria e por Macau.”.

Os grupos podem participar em diferentes modalidades, incluindo “Participação de acordo com o tema do Desfile”, “Desfile de grupos artísticos” em que os participantes escolhem um tema livre para criar a sua apresentação, “Promoção artística de mini-desfiles” em que os candidatos participam, nos dias 9 e 10 de Dezembro, numa acção que visa divulgar o evento final, e “Embaixador da Arte” para os grupos participantes que se vão deslocar às escolas ou centros comunitários tendo como missão dar formação acerca da construção de adereços.

25 Out 2017

MAM | Museu apresenta obras de Fu Shen

[dropcap style≠’circle’]“E[/dropcap]spírito Determinado – Caligrafia e Pintura de Fu Shen”, é a exposição patente no Museu de Arte de Macau (MAM) até 19 de Novembro. A mostra reúne 68 obras de pintura e caligrafia do mestre.

De acordo com a organização, “Fu Shen é um reputado historiador de arte chinesa, crítico de pintura e caligrafia, pintor e calígrafo”.

Nascido em Xangai, mudou-se em 1948 para Taiwan onde se licenciou pelo Departamento de Belas Artes da Universidade Normal de Taiwan e estudou com mestres como Huang Junbi e Pu Hsin-Yu. Trabalhou no Museu do Palácio Nacional de Taipé e prosseguiu os estudos nos Estados Unidos da América, onde concluiu o doutoramento na Universidade de Princeton (EUA).

O também académico é conhecido pelo uso de várias técnicas nas suas obras como a escrita semi-cursiva e de sinete, “para conferir um carácter único a cada uma”. “É um defensor de que a arte deve possuir espírito inovador da época, pelo que usa nas suas obras não só padrões tradicionais como também técnicas experimentais, apresentando em cada obra características distintas”, refere a organização.

A presente exposição dá a conhecer trabalhos de pintura feitos no início da sua vida adulta e outros mais recentes, “condensando toda a sabedoria adquirida ao longo das últimas décadas”.

25 Out 2017

Lonely tones | Fortes Pakeong Sequeira apresenta exposição na AFA

Chama-se “Lonely Tones” e é um trocadilho com os clássicos desenhos animados “Looney Tunes”. A exposição de Fortes Pakeong Sequeira é inaugurada, sábado, na Art for All Society e quer dar ao público outra abordagem da solidão

[dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]ugs Bunny, Duffy Duck ou Porky Pig são personagens que integram infâncias vividas na companhia dos conhecidos “Looney Tunes”. É a reinterpretação destes bonecos que também protagoniza a exposição de Fortes Pakeong Sequeira. A mostra é inaugurada no próximo sábado na Art for All Society (AFA).

A ideia do artista local partiu da sua experiência pessoal com os filmes de animação. “Os “Looney Tunes” eram dos meus desenhos animados preferidos e ainda hoje, quando me sinto de alguma forma só, penso naqueles momentos que me faziam rir”, começa por recordar Fortes Pakeong Sequeira ao HM. Por outro lado, considera, “são uma ferramenta para fazer rir as pessoas, e por isso precisamos deles quando nos sentimos mais tristes, e mesmo sozinhos”, disse.

É na solidão e nos seus “tons” que os trabalhos apresentados na AFA têm fundamento. “Quero mostrar com a utilização metafórica destes desenhos animados que as pessoas não precisam de ter medo da tristeza e da solidão. Quero dizer às pessoas que a solidão pode ser prazerosa”, refere o artista.

Momento de reflexão

À semelhança de outras exposições do artista, também “Lonely Tones” pretende dar liberdade ao público para que se interrogue e procure as suas respostas pessoais quando se encontra perante situações de solidão. Sem ter a presunção de dar respostas, Fortes Pakeong Sequeira quer promover a reflexão. “Uso a minha forma de fazer as coisas para dar a conhecer os meus conceitos mas quero, ao mesmo tempo, envolver as pessoas num processo pessoal, que é só delas, quando vêem o meu trabalho”, explica.

Em exposição vão estar 14 trabalhos, na sua maioria em vídeo. A opção pela criação de vídeos tem que ver com o próprio conceito de Fortes Pakeong e com a evolução de um trabalho idêntico que o artista já tinha realizado. Fortes Pakeong quer agora pegar no trabalho já feito e reproduzi-lo de outra forma. “Desta vez não vou mostrar os trabalhos originais que faziam parte de uma instalação, vou antes projectar vídeos de forma a conseguir uma maior interacção com o público. A razão prende-se com a interpretação pessoal que pretende promover. “Quando se vê um vídeo ou uma animação, estamos habituados a finais felizes, especialmente se falamos de desenhos animados feitos para crianças”. Mas aqui não há fim, não há respostas ou desfechos. O objectivo é “que cada um descubra as suas respostas mais internas, dentro do próprio vídeo”.

Já o curador, José Drummond, na apresentação que faz de “Lonely Tones” considera que se trata “uma proposta ontológica brilhante que desafia o conceito dos desenhos animados da idade dourada onde Bugs Bunny ou Duffy Duck nos deveriam fazer rir”. Para o efeito, “Lonely Tones”  mostra a existência como uma farsa em que “no final, estes desenhos animados não são mais desenhos animados – são um espelho de nós mesmos ao mesmo tempo que são, como em todas as obras de Fortes Pakeong Sequeira, um auto-retrato sincero e pungente”, remata José Drummond.

25 Out 2017

Cinemateca Paixão | Ciclo de cinema dedicado a Hirokazu Koreeda

Começou no documentário e é hoje uma das referências do cinema japonês. Hirokazu Koreeda é o realizador em foco para mais um ciclo de cinema promovido pela cinemateca Paixão. São 10 filmes que retratam as relações humanas e o sentido da vida de forma real e sensível

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] segundo realizador em foco, este ano, na Cinemateca Paixão é o japonês Hirokazu Koreeda.

A ideia é ter, dentro desta rúbrica, um balanço entre cinema oriental  e ocidental, referiu a directora do espaço, Rita Wong, ao HM. “Queríamos também fazer um destaque para os realizadores orientais. Já tivemos realizadores do ocidente e queremos mostrar também o trabalho dos profissionais da Ásia”, disse.

O ciclo vai trazer ao ecrã da Paixão dez películas de Koreeda realizadas desde a década de 1990 até aos dias de hoje, incluindo O Terceiro Homicídio, aclamado pela critica no Festival Internacional de Cinema de Veneza 2017. O filme conta com a participação do cantor popular Masaharu Fukuyama.

Hirokazu Koreeda nasceu em 1962 e é considerado como um dos mais importantes realizadores do cinema contemporâneo japonês. “A sua delicada representação dos personagens e a sua capacidade narrativa distinta, mas não melodramática, tem-lhe merecido aplausos e prémios em numerosos e importantes festivais de cinema na Europa e Ásia, incluindo nos chamados “Óscares Japoneses””, refere a apresentação do evento.

Por outro lado, Rita Wong também sublinha a forma “objectiva com que Koreeda trata as temáticas que trabalha. “É um realizador que aborda as relações humanas com um foco especial nas ligações familiares e em que não é esquecido o sentido da vida, mas, ao contrário da ideia que se pode ter, faz esta abordagem de uma forma muito realista, sem dramatismos”, disse.

Do documentário à ficção

A razão, considera Rita Wong, terá que ver com o próprio início de carreira de Koreeda. Depois de se formar na Universidade de Waseda em 1987, começou a produzir documentários numa estação de televisão japonesa. “Os documentários de Koreeda destacam-se pela sua exploração de vários fenómenos sociais japoneses dos últimos 20 anos e pelo seu toque humano”, refere a directora da Paixão.

A partir de meados da década de 1990, Koreeda passou a realizar longas metragens “evitando o sensacional, o exagerado e o lugar comum”. O realizador prefere retratar os seus personagens de modo subtil e delicado.

Palestra a acompanhar

Por outro lado, Ka Ming, crítico de cinema de Hong Kong, vai liderar uma palestra intitulada “Hirokazu Koreeda – Coração e Sangue de Criança”. A ideia é permitir que o público possa “ter uma melhor compreensão de Koreeda e dos seus filmes. A palestra terá lugar na sala de projecções da Cinemateca Paixão, das 14h30 de 11 de Novembro.

O ciclo decorre de 11 a 25 de Novembro. Cada um dos dez filmes é apresentado três vezes “O Terceiro Homicídio” será uma “grande estreia, permitindo ao público desfrutar em primeira mão desta obra especial de Hirokazu, que ultrapassa o universal familiar entrando no mundo dos tribunais”.

Os restantes nove filmes são: Maborosi (1995), Além da Vida (1998), Ninguém Sabe (2004), Ainda a Caminhar (2008), Boneca Insuflável (2009), Meu Desejo (2011), Tal Pai Tal Filho (2013), A Nossa Irmãzinha (2015) e Depois da Tempestade (2016).

A venda de bilhetes para as sessões de cinema começa hoje.

24 Out 2017

150 anos de Manuel da Silva Mendes assinalados em Portugal

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a próxima segunda-feira vão ser assinalados os 150 anos do nascimento de Manuel da Silva Mendes. A efeméride vai contar com a realização de um colóquio no Centro de Estudos Camilianos, em São Miguel de Seide.

Às 18 horas, será lançado o primeiro volume de uma colectânea sobre Silva Mendes, com cerca de 600 páginas, com o título “Manuel da Silva Mendes: Memória e Pensamento” que contém três ensaios sobre a figura da história social de Macau. A autoria é de António Aresta, Amadeu Gonçalves e Tiago Quadros, e o livro abarca todos os textos de Silva Mendes sobre Arte, Filosofia e Religião, Cultura e Tradições Chinesas publicados na Imprensa e em livro.

Mas antes há um espaço de troca de ideias. Do colóquio organizado para o efeito, fazem parte Ana Cristina Alves (“O taoismo de Silva Mendes”), António Aresta (“Manuel da Silva Mendes, um intelectual português em Macau”), António Graça de Abreu (“Manuel da Silva Mendes e Camilo Pessanha, a Inimizade Inteligente”), Amadeu Gonçalves (“Manuel da Silva Mendes: 150 Anos entre V. N. de Famalicão e Macau e/ou entre o anarquismo e o taoismo”), Aureliano Barata  (“Manuel da Silva Mendes: um olhar sobre Macau e o seu ensino”), Norberto Cunha (“Silva Mendes e o Marxismo”) e Rui Lopo (“É preciso fazermo-nos chineses”: Do Orientalismo à Sinofilia – do expatriamento ao voto de Bodhisattva).

Testemunho de valor

De acordo com a editora Livros do Oriente, “o testemunho e a obra de divulgação de Manuel da Silva Mendes – o exemplo de um português que conheceu, compreendeu e divulgou a cultura e as tradições chinesas –  são únicos e, por isso, não podiam deixar de ser reeditados”, refere o comunicado de apresentação do evento.

Silva Mendes, advogado, professor e intelectual era natural de São Miguel das Aves e viveu em Macau de 1901 a 1931, ano em que morreu.

Foi também, na época, um dos maiores coleccionadores de arte chinesa, constituindo o seu espólio parte do acervo do Museu de Arte de Macau.

A iniciativa é da Associação Amigos do Livro em Macau e conta com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e da Fundação Jorge Álvares.

20 Out 2017