FRC | Exposição de Julia Lam inaugurada

A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugurou ontem mais uma exposição. Trata-se de “Superflat”, de Julia Lam Tsz Kwan, artista e curadora de arte local, formada pela Academia de Belas Artes da Universidade de Tsinghua, em Pequim. A artista deu os primeiros passos através da tradicional composição em aguarela e, desde 2020, tem vindo a apostar na arte pós-impressionista, com outras técnicas e materiais.

A mostra foi organizada em parceria com a Associação de Arte Juvenil de Macau e Associação dos Artistas de Macau, e inclui 10 pinturas de edifícios emblemáticos no território, recriados a partir de técnicas de pintura, estampagem e sobreposição de tinta acrílica sobre tela.

Segundo o manifesto da mostra, “este método criativo de aspersão de tinta por aplicações sucessivas deriva da lógica tradicional de composição em aguarela”.

Os dez trabalhos “representam um conjunto de ícones culturais visuais urbanos, como o Hotel Estoril, o Mercado Vermelho, o Cais 16 ou o Antigo Tribunal da Praia Grande. Ao reiterar o seu significado histórico, a artista espera despertar a atenção do público para estes marcos da cidade e, por isso, cada obra recebe o nome do ano em que o edifício foi concluído”, refere ainda o texto da mostra.

Com “Superflat” mostra-se “não só a auto-exploração mais recente de Julia Lam, mas também uma resenha da sua transformação artística”, significando “um regresso à essência das coisas, transcendendo o ego e abrindo um horizonte mais vasto à sua próxima metamorfose”. As obras vão estar expostas até ao dia 9 de Novembro.

31 Out 2024

Artistas asiáticos expõem no Lisboeta até 17 de Novembro

A galeria Humarish Club, situada no Lisboeta Macau, no Cotai, apresenta até ao próximo dia 17 de Novembro a exposição colectiva “The One Less Traveled By”, que inclui obras de cinco artistas emergentes da Ásia.

Segundo uma nota da organização, “os artistas utilizam a sua linguagem artística única para analisar cada momento mais sensível da vida, comunicando os seus pensamentos e filosofias pessoais através das suas telas”. Nomes como Wang Jinbo, que apresenta “pinturas serenas”, ou Minami Kitabayashi, que “preenche a escuridão com florestas imaginárias”, estarão presentes nesta exposição, tal como o de June Hee, que “questiona a consciência e a realidade”. Wu Shi dedica-se a utilizar materiais como a areia e pedra nas suas obras, que revelam histórias pessoais e “transitoriedade”, enquanto Shek “continua os símbolos e a sintaxe do graffiti na tela”.

Um artista, uma mensagem

Wang Jinbo, nascido em Hebei em 1992, é licenciado pelo Instituto de Belas Artes de Sichuan, possuindo ainda um mestrado em pintura a óleo. A sua obra é pautada por uma “luz cintilante, que é a linguagem artística única” do artista, que expressa “o seu medo profundo de socializar, ou o medo das pessoas contemporâneas”.

“A transformação das figuras sempre foi uma expressão artística da sua exploração e descoberta de si próprio, que são eufemísticas e ligeiramente distorcidas, tentando o artista encontrar o estado que seja o mais confortável para si. Ao observar a situação actual da sociedade e ao reflectir sobre o carácter e os atributos dos seres humanos, o artista explora o seu próprio interior e obtém a compatibilidade consigo próprio”, é referido.

Por sua vez, Minami Kitabayashi, artista japonesa, é formada na Universidade de Arte de Musashino em 2016 com um bacharelato em Pintura a Óleo, tendo também estudado no Instituto de Artes da Indonésia de Yogyakarta de 2019 a 2021. A sua obra é pautada pela presença de “florestas exuberantes, figuras solitárias e animais”. “Ela pinta florestas imaginárias para preencher a escuridão, para a tornar habitável, e não para a cobrir e ignorar. Kitabayashi pinta este tema há muito tempo porque acredita que, se as pessoas se aperceberem de que cada um tem a sua própria escuridão, podemos dar a mão a alguém com facilidade. As suas pinturas são o seu refúgio e podem ser uma arma suave para sobreviver neste mundo complicado”, é referido.

June Hee, artista nascida em Shenzhen, vive e trabalha em Xangai, tendo estudado artes em França e Londres. “O trabalho de June, na maioria a óleo e aguarelas, gira em torno do tema da ‘consciência’ e tenta explorar as incríveis emoções na junção da imaginação com a realidade da vida.”

Por sua vez, Wu Shi é natural de Liaoning, sendo que o trabalho da artista “não é tanto uma expressão do seu modo de estar, mas mais um registo das fases da vida que nos vão acontecendo do ponto de vista de Deus”, é descrito na mesma nota.

SHEK, o último artista integrante da mostra, nasceu na província de Fujian em 1989, trabalhando sobretudo com as áreas do graffiti e design.

31 Out 2024

AMAGAO | Nova exposição para ver até 24 de Novembro

Chama-se “Novos Horizontes da Arte Contemporânea Chinesa” e é mais uma mostra que pode ser vista em Macau durante o mês de Novembro. Porém, esta exposição promete ser especial, por ser fruto de uma parceria entre a galeria AMAGAO e a galeria “SOEMO”, sediada em Pequim. O público poderá ver obras de 17 artistas do Interior da China

 

A galeria AMAGAO, situada no hotel Artyzen Grand Lapa, tem patente, até 24 de Novembro, uma nova exposição em que a arte chinesa é o foco principal. A mostra intitula-se “Exposição Novos Horizontes da Arte Contemporânea Chinesa” e nasce da parceria entre a AMAGAO e a galeria “SOEMO”, em Pequim.

O público poderá, assim, ver um total de 40 obras, nomeadamente esculturas e pinturas de 17 artistas do interior da China, nomeadamente de Fang Hui, Gao Feng, Li Yueling, Liu Yujun, Ma Yongquinang, Pang Yongjie, Shi Lifeng, Shuai Ying, Wu Dawei, Xu Dawei, Xue Liming, Yin Jun, Yin Kun, Yu Xiaoyu, Zhang Yongping, Zhen Hongxiang e Zhou Jinghua.

Segundo um comunicado, José Duarte e Lina Ramadas, dois dos fundadores da AMAGAO, dizem “acreditar na continuidade e inovação”. “Através desta exposição, esperamos oferecer ao público de Macau uma pequena amostra da riqueza e da diversidade da arte contemporânea chinesa, testemunhando os esforços e realizações dos artistas enquanto navegam entre a tradição e a inovação. A exposição é uma troca significativa de ideias e culturas”, lê-se ainda.

Novas roupagens

Esta mostra revela também o trabalho que a “SOEMO” tem desenvolvido nos últimos 16 anos ao identificar “artistas contemporâneos emergentes e talentosos de cidades como Pequim, Chongqing e Chengdu, partilhando as suas obras com o mundo”. A nova parceria entre as duas galerias visa mostrar “uma visão partilhada de união entre o Oriente e o Ocidente através das artes e da cultura”.

Na criação destas obras, os 17 artistas “utilizaram técnicas contemporâneas para actualizar as suas interpretações ou imaginações em torno de obras de arte ou motivos mais antigos, por vezes mesmo antigos, dando novos tons a alguns dos temas mais antigos da arte chinesa”.

Estes artistas ultrapassaram, assim, “os limites do pensamento convencional, explorando as intersecções do passado e do presente, projectando as suas visões para o futuro através da arte”, descreve o Artyzen Grand Lapa noutra nota.

Um dos trabalhos em destaque é “Reading”, de Fang Hui, “uma pintura a óleo de uma rapariga chinesa tradicional com tranças a ler um livro”. Porém, o rosto desta rapariga “está pintado com uma tonalidade verde, sendo um retrato vívido e não convencional que desafia os espectadores a repensar imagens familiares”.

Outra obra destacada pela organização, é “Dreaming Garden”, de Shi Lifeng, que “transporta os espectadores para um sereno jardim chinês povoado por borboletas com feições humanas ou corpos de fadas, pintadas num vermelho impressionante”. Trata-se de um “contraste ousado entre as criaturas fantásticas e o ambiente calmo que confere uma dimensão surrealista a uma cena que, de outro modo, seria tranquila”.

Segundo a mesma nota, Lucy Han, curadora da “SOEMO”, disse que os locais de Macau escolhidos para esta mostra “são maravilhosos”. “Considero que a filosofia, tanto do hotel como da galeria, coincide tão bem com a minha, que é ligar os dois lados do mundo e encorajar a exploração. Acredito sinceramente que as pessoas em Macau vão gostar desta exposição”, referiu.

31 Out 2024

António Cabrita distinguido com Prémio Armando Baptista-Bastos

O romance “Se não quiseres amar agora no inverno, quando?”, de António Cabrita, venceu o Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, anunciou ontem a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, de Lisboa, que promove o galardão.

Sobre a obra vencedora, que será publicada em Portugal no próximo ano, o júri realçou “a qualidade exímia” com que expõe “memórias de Lisboa [e] da sua periferia”. O prémio tem o valor pecuniário de 3.500 euros.

A esta segunda edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, apresentaram-se 40 candidatos, dois deles oriundos do Brasil.

O júri foi presidido pelo editor literário Manuel Alberto Valente, e constituído pelos escritores Dulce Maria Cardoso, Maria João Cantinho, José Ferreira Fernandes e Ricardo Gonçalves Dias, também vogal da Junta de Freguesia.

António Cabrita, a viver em Moçambique desde 2005, foi jornalista durante 23 anos, tendo trabalhado no semanário Expresso, de 1988 a 2004. Literariamente, estreou-se em 1979, com a publicação de um livro de poesia, linha muito presente na sua obra, que reuniu pela primeira vez na coletânea “Arte Negra” (2000), seguindo-se títulos como “Abysmos da mão”.

Ofício da escrita

António Cabrita é também autor de guiões e argumentos, alguns em parceria, para séries documentais como “Mar das Índias”, de Miguel Portas e Helena Torres, e de filmes como “Eu Vi a Luz Num País Perdido” (1993), de António Escudeiro, “Paraíso Perdido” (1995), de Alberto Seixas Santos, “Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra” (2005), de José Carlos Oliveira, e “O Búzio” (2005), de Sol de Carvalho.

Com Maria Velho da Costa (1938-2020), escreveu “Inferno” (2001), sobre Camilo Castelo Branco, como um possível guião para filme, resultado de encomenda para uma trilogia cinematográfica, a desdobrar em série televisiva, que ficou por cumprir. A obra foi editada em livro pelas edições Íman.

António Cabrita ensina dramaturgia e teoria prática de guiões em Moçambique e tem vindo a publicar ensaios, livros de contos, romances e volumes de poesia. Colaborou também com o Hoje Macau durante vários anos com crónicas semanais.

Entre outros, é autor dos livros de poesia “Bagagem não Reclamada”, “Anatomia Comparada dos Animais Selvagens”, com o qual venceu o Prémio P.E.N. Clube, em 2018, “A Kodak faliu”, “Dick, o cão da minha infância”, e dos romances “A Maldição de Ondina” (2013), “Éter” (2015), “A Paixão segundo João de Deus” (2019) e “Fotografar Contra a Luz” (2020). “Trístia” e “Uma ostra questão”, de 2021, estão entre os seus mais recentes títulos.

A obra “Tecto, para andar ao relento” (2022) reúne algumas das suas crónicas. Como tradutor, conta-se a antologia de poesia hispânica “As Causas Perdidas” (2020). No ano passado, na primeira edição do Prémio Literário Armando Baptista-Bastos, o vencedor foi o romance “Disfarça, que lá vem Sartre”, do autor brasileiro Álvaro Filho.

30 Out 2024

Fotografia | João Miguel Barros expõe na embaixada portuguesa em Tóquio

É inaugurada esta sexta-feira a exposição fotográfica “Marés”, da autoria de João Miguel Barros, na Embaixada de Portugal no Japão, em Tóquio. Vítor Sereno, ex-cônsul português em Macau e Hong Kong, e agora embaixador, destaca a obra “reconhecida internacionalmente” do “talentoso fotógrafo português”. O público poderá ver “uma reflexão profunda sobre o movimento das marés”

 

O mar é o protagonista da nova exposição de fotografia de João Miguel Barros, que estará patente a partir desta sexta-feira, e até ao dia 22 de Novembro, na Embaixada de Portugal no Japão, em Tóquio. “Marés” é composta por nove imagens apenas e um vídeo, retratando-se o movimento natural e belo do mar.

Numa publicação na rede social Linkedin, Vítor Sereno, actual embaixador português no Japão e antigo cônsul em Macau e Hong Kong, descreveu João Miguel Barros como um “talento fotógrafo português com uma obra que tem sido reconhecida internacionalmente”.

“Com uma sensibilidade artística única, Barros provoca-nos com a pergunta: ‘Quantas marés cabem neste mar?’. Será uma experiência visual e sensorial imperdível, que convida à contemplação e à introspeção”, refere ainda Vítor Sereno.
Ao HM, João Miguel Barros explica que “Marés” constitui um capítulo de um projecto maior, intitulado “Photo-Metragens (Photo-Scripts)”, que esteve presente “durante quase seis meses em 2018 no Museu Berardo, e foi visto por cerca de 85.000 pessoas”, além de que também esteve exposto em Macau, nas Oficinas Navais, em 2019.

Para além das nove imagens, “Marés” conta também com um vídeo, com cerca de uma hora de duração e um texto da autoria do fotógrafo. O mote “é uma parte extraída desse texto assente numa pergunta e numa resposta: ‘Quantas marés cabem neste mar?’ e ‘Todas as que conseguires contar'”.

No referido texto, pode ler-se o seguinte: “O mar aberto agitava-se violentamente contra as rochas. Ia e vinha. Ondulava sobre si próprio em movimentos irregulares. E quase sempre se agigantava naquele lugar, selvagem.

Ainda miúdo perguntava ao avô, no meio de muitas histórias de bravos marinheiros e gigantes marinhos por descobrir: ‘quantas marés cabem neste mar?’. E recordava que invariavelmente ele lhe respondia: ‘todas as que conseguires contar'”.

Ainda em relação ao vídeo, João Miguel Barros explica que foi realizado “do mesmo ponto fixo onde as fotografias foram feitas”, retratando apenas o movimento das marés daquele mar.

O fotógrafo recorda a reacção dos visitantes da mostra quando esta esteve no Museu Berardo, em Lisboa. “A experiência foi muito interessante. Passava pela exposição algumas vezes, de forma anónima, e a sala onde o vídeo estava a passar tinha sempre bastante movimento. Havia quase um certo hipnotismo à volta do movimento das marés. E como a pergunta e resposta estavam imprensas em muito grande à entrada da sala, deparei com um grande número de pessoas …. a contar as marés!”

Assim, “Marés” acarreta em si “uma proposta poética, mas também um trabalho sobre a liberdade e uma homenagem à sabedoria dos mais velhos”.

Para Macau, nada

Relativamente a novos projectos, João Miguel Barros tem algumas ideias na manga, mas não para Macau, pelo menos para já. “O único compromisso que tenho é com a participação na exposição colectiva da Halftone, em Dezembro deste ano. Por razões óbvias não posso deixar de estar presente e apoiar sempre as iniciativas e os projectos da Associação Halftone.”

Há, porém, grandes projectos para a galeria que detém em Lisboa, a “Ochre Space”. São iniciativas, segundo João Miguel Barros, “de grande ambição para os próximos quatro ou cinco anos, e todos eles baseados na fotografia chinesa e japonesa”. A ideia é que a galeria se transforme num espaço “para mostrar o trabalho dos mestres”, lançando depois “alguns [fotógrafos] emergentes de grande qualidade”.

Um dos projectos a ser lançado em Janeiro, dia 14, prende-se com a apresentação do trabalho de Hosoe Eikoh, o “mestre dos mestres”. “Essa é também uma das importantes razões que me levam a Tóquio. O projecto do Hosoe é aquele que consta do seu famoso livro ‘Ordeal by Roses’, que teve como ‘objecto’ e ‘sujeito’ Yukio Mishima. E porquê o dia 14 de Janeiro? Porque nesse dia se celebra o centenário do nascimento do Mishima”, adiantou.

Também no próximo ano, mas em Maio, poderá ser vista, na Ochre Space, a mostra “de importância global”, sobre a “famosíssima performance chinesa ‘Add One Meter to the Anonymous Mountain’, que nesse mês, dois dias antes mais concretamente, celebra 30 anos que se realizou em Pequim”.

João Miguel Barros descreve que tem vindo a fazer, no último ano, “uma investigação muito detalhada e inédita”, sendo que, em Maio do próximo ano, se pode esperar uma exposição de fotografia e o lançamento de um livro da sua autoria.

30 Out 2024

“Hush!” | Festival de música e bem-estar traz Noiserv como uma das atracções

Já é conhecido o cartaz da próxima edição do festival “Hush!”, que todos os anos junta música, actividades criativas e eventos ligados ao bem-estar na praia de Hac-Sá e também noutros palcos da cidade, nomeadamente no antigo Matadouro Municipal.

O “Hush! – Concertos na Praia x Festival do Bem-Estar Ioga 2024” terá lugar entre os dias 9 e 10 de Novembro na praia de Hac-Sá, mas a partir do dia 2 haverá eventos paralelos noutros locais da cidade. Entre os dias 2 e 8 realiza-se o “Prelúdio na Zona da Barra”, com música, workshops e actividades de Ioga. Destaque para a presença, nestas iniciativas, do consagrado produtor musical japonês Dj Krush, Tomo Fujita e o guitarrista canadiano Jay Leonard J.

O evento principal terá lugar de 9 a 10 de Novembro na Praia de Hac Sá, onde mais de 30 instrutores asiáticos de fitness e ioga de renome e cerca de 60 bandas, músicos e artistas locais e internacionais proporcionarão, em dois dias consecutivos, aulas de ioga e concertos.

Destaque para a presença da aclamada instrutora de ioga de Hong Kong, Coffee Lam, a celebridade do desporto na Internet, Emi Wong, o mestre de Zumba de Taiwan, J-Lin, o instrutor de ioga de Singapura, JYAN, e o instrutor de dança tailandesa, Gun Gun.

Nos concertos na praia de Hac-Sá, haverá oportunidade de ouvir o cantautor de Taipé 9m88, as bandas de Jay Leonard J e do músico de Macau Jun Kung, o guitarrista Tomo Fujita, a banda de rock da nova geração de Chongqing, Neon Garden e a banda filipina Lola Amour. O músico português Noiserv, que explora na sua música locais não convencionais, irá apresentar no dia 11 de Novembro um concerto especial no antigo Matadouro Municipal.

Cedo erguer

Os eventos paralelos do “Hush!” começam bem cedo, logo às 6h do dia 2 de Novembro, com “Música e Fluxo ao Amanhecer” na entrada do parque da praia de Hac-Sá. No mesmo dia, das 10h30 às 22h, terá lugar o evento “Tribo da Música Rítmica”, com músicos residentes, também no mesmo local.

No final do dia, das 17h30 às 18h, acontece o “Tribo da Música Rítmica – Concerto ao anoitecer”, enquanto que das 20h30 às 21h30, é hora do espectáculo “Tribo de Música Rítmica – Festival de Música sob a Noite Estrelada”. Todos estes eventos decorrem na entrada do parque da praia de Hac-Sá.

Outro evento paralelo, acontece também no dia 2 de Novembro, no antigo Matadouro Municipal, com o espectáculo do “DJ Krush – Festival Musical de Actividade Preliminar”, entre as 20h e as 21h45. Nos dias 2 e 3 de Novembro é a vez de decorrer uma “sessão de bootcamp de Jazz Jam” no mesmo local, num evento que promete durar todo o dia, das 9h às 18h.

Para estes dias, estão também agendados os “Concertos Macau Cruise”, em vários horários, na Ponte-Cais da Barra. Por sua vez, no dia 7 de Novembro, é a vez de apresentar o espectáculo “Ressonância nas cordas – Um diálogo musical com o mestre da guitarra Tomo Fujita”, no antigo Matadouro Municipal, das 20h às 21h30. No dia seguinte, desvendam-se os “mistérios do Stompbox”, no evento “Usando os pedais da sua guitarra para encontrar a sua voz única”, que acontece também no antigo Matadouro Municipal entre as 20h e as 21h30.

Entre os dias 9 e 10 de Novembro, decorrem vários eventos na praia de Hac-Sá, nomeadamente o “Festival do Bem-estar Ioga”, o “Bazar do Hush!” e ainda os concertos na praia, com diversas bandas de Macau, Hong Kong, Taiwan e China. Também no dia 9, acontece a “Viagem de Experiências com o Handpan”, um instrumento musical, das 15h às 16h.

29 Out 2024

Pintura | Almada Negreiros em destaque no Consulado

A pintora portuguesa Ana Maria Pessanha, que já realizou diversas exposições em Macau, voltou ao território, mas desta vez para falar da pintura e da obra de um ícone do Modernismo português: Almada Negreiros. A palestra decorreu ontem no Consulado-geral de Portugal em Macau

 

Realizou-se ontem, ao final da tarde, uma palestra com a pintora portuguesa Ana Maria Pessanha sobre a obra do também pintor português Almada Negreiros. O evento decorreu no Auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-geral de Portugal em Macau, e foi promovido pela Casa de Portugal em Macau (CPM).

Ao HM, Ana Pessanha declarou que a palestra surgiu da sua vontade de “contribuir para uma reflexão no âmbito da arte portuguesa”, depois de ter abordado nomes como Mário Cesariny ou Amadeo de Souza Cardoso.

“Este ano, para dar continuidade a este ciclo de palestra sobre os grandes pintores portugueses do século XX, que são pintores modernistas, considerei que fazia falta falar de Almada Negreiros, muitas vezes no passado recente pouco valorizado nos nossos dias. E que agora está a ser redescoberto como uma grande referência da cultura artística portuguesa”.

Na conversa, Ana Maria Pessanha abordou a história de vida do artista, “recordando as diferentes etapas da sua vida, tanto do ponto de vista familiar como artístico”. Foi também abordada a sua produção literária, bem como a “realização de manifestos e contributos na área satírica”.

Ana Pessanha falou também “de aspectos relacionados com a realização de vitrais para igrejas e outros edifícios religiosos, bem como pinturas não religiosas em espaços públicos, por exemplo na Universidade de Lisboa, no tribunal de Lisboa, entre outros”. “Almada Negreiros foi uma pessoa que tocou em todos os aspectos da comunicação e da fruição artística, sendo admirável o facto de ele ser autodidacta”.

Artista renascido

Uma das últimas mostras de Ana Pessanha em Macau aconteceu na Casa Garden, em 2017, onde o mar foi o tema principal. A exposição “O Mar” revelou uma pintura mais abstracta e, assim sendo, a pintora assume algum distanciamento em relação à essência da obra de Almada Negreiros.

“A minha pintura não está propriamente associada à obra artística do Almada Negreiros. No entanto, o empenhamento, a motivação pela realização da arte, são referências que considero importantes na minha própria produção artística”, destacou.

Questionada sobre as influências de Almada Negreiros nos dias de hoje, Ana Pessanha refere que, em parceria com outros nomes, como Amadeo de Souza Cardoso, Guilherme de Santa-Rita e Fernando Pessoa, grande poeta português, foi possível “o diálogo sobre a arte modernista em Portugal e uma reflexão sobre a arte numa perspectiva mais aberta e abrangente”.

Tanto Almada, como as personalidades que o rodearam, “contestaram a estagnação que existia em Portugal no meio artístico e intelectual da época”, tendo sido “uma lufada de ar fresco”, dando também “um enorme contributo para a modernidade da nossa arte e cultura”.

“Até aos dias de hoje, é interessante pensar, que ele foi um artista que renasceu. Neste momento está a ser objecto de renovada atenção quer em Portugal, quer em Espanha. O trabalho do restauro das gares, e a recente exposição de Almada Negreiros no Museu Rainha Sofia em Madrid, onde está neste momento em exibição ao lado de obras mundialmente conhecidas de Pablo Picasso, são exemplo dessa imortalidade do artista.”

Ana Maria Pessanha destacou ainda a exposição promovida pela Sociedade Nacional de Belas Artes em homenagem a Almada Negreiros, na qual participou, onde se reuniu muita documentação sobre o artista.

José de Almada Negreiros nasceu na Cidade da Trindade, São Tomé e Princípe, em 1893, tendo falecido em Lisboa em 1970. Estreou-se como desenhador humorista em 1911, participando, nos dois anos seguintes, nos I e II Salões dos Humoristas Portugueses. Em 1913, realiza os seus primeiros óleos, para a Alfaiataria Cunha, e a sua primeira exposição individual, na Escola Internacional de Lisboa. Em Março de 1914, publica o seu primeiro poema. Em 1915, colabora no primeiro número da revista literária “Orpheu”.

29 Out 2024

Teatro | Novo projecto de Tiago Rodrigues estreia em Lisboa

O dramaturgo e encenador Tiago Rodrigues regressa, em Fevereiro de 2025, à Culturgest, em Lisboa, para a estreia portuguesa da sua mais recente criação, “No Yogurt for the Dead”. O novo espectáculo do director artístico do Festival d’Avignon vai estar em cena no auditório Rui Vilar, na Culturgest, de 19 a 23 de Fevereiro, cerca de um mês após a apresentação de “Hécuba, não Hécuba”, estreada em Julho no festival francês, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. “No Yogurt for the Dead” seguirá depois para o Theatro Circo, em Braga.

Este novo projecto teatral assinala o regresso de Tiago Rodrigues a esta sala de Lisboa depois de, em Abril deste ano, aí ter estreado a peça “Na medida do impossível”, concebida a partir de testemunhos de voluntários da Cruz Vermelha e dos Médicos sem Fronteiras, em campos de refugiados e zonas de conflito.

A peça inspira-se em acontecimentos das últimas semanas de vida do pai de Tiago Rodrigues, o jornalista Rogério Rodrigues (1947-2019), que fez parte das redacções do vespertino Diário de Lisboa, do semanário O Jornal e do diário Público, além de ter dirigido o semanário Grand’Amadora e ter sido director-adjunto d’A Capital.

Quando se encontrava internado, Rogério Rodrigues relatava ao filho as conversas que mantinha com Teresa, uma voluntária do hospital. Um dia, pediu a Tiago Rodrigues um caderno e uma caneta, “para escrever um livro” sobre esse período de internamento e doença.

Segundo a apresentação da peça, “tinha até um título: ‘No Yogurt for the Dead’”, pois Rogério Rodrigues, que sempre detestara iogurte, mudara de opinião, desde que este passara a fazer parte da sua dieta. Após a morte do pai, Tiago abriu o caderno onde encontrou apenas “algumas linhas e manchas”, apenas rabiscos – a mão do pai devia estar demasiado fraca.

“Mais tarde, Teresa contou a Tiago que o pai falava constantemente do livro, querendo combinar nele a experiência de estar hospitalizado com memórias da sua vida, em particular do seu trabalho como jornalista”.

Tiago Rodrigues decidiu então escrever “No Yogurt for the Dead”, sobre uma voluntária que “ouve as histórias de um homem prestes a morrer, e sobre o livro que ele nunca chegou a escrever”.

Périplo na Ásia

Actor, encenador e dramaturgo, Tiago Rodrigues foi director artístico do Teatro Nacional D. Maria II, de Julho de 2014 a Dezembro de 2021 e dirige o Festival d’Avignon, em França, desde Setembro de 2022.

Outras sete peças de Tiago Rodrigues garantem uma digressão internacional do seu teatro, ao longo da temporada de 2024-25: “By Heart”, “Catarina e a beleza de matar fascistas”, “Coro dos amantes”, “Entrelinhas”, “Hécuba, não Hécuba”, “Na medida do impossível” e a sua abordagem de “O Cerejal”.

“By Heart”, depois da etapa sul-coreana, no passado fim de semana, viajará para palcos de França e Suíça, em Fevereiro e Março. “Catarina e a beleza de matar fascistas” estará em Nova Iorque, em Novembro, e em Nicósia, Chipre, em Dezembro deste ano. Em Janeiro regressará a França, para representações em diferentes palcos, estendendo-se ainda a teatros de Lugano e Lausanne, na Suíça.

O “Coro dos Amantes” mantém a digressão por França e Suíça, pelo menos até Maio de 2025.

“Na medida do impossível”, estreada em 2022, irá à Ilha da Reunião, em Novembro, e a Shizuoka, no Japão, em Abril do próximo ano. Ao longo desse mês, “O Cerejal” estará na China, primeiro em Macau, seguindo-se Xangai, Nanquim – Jiangsu e, por fim, Pequim, numa digressão a cumprir de 4 a 27 de Abril de 2025, segundo as datas anunciadas.

28 Out 2024

Arte | Eric Fok, um dos artistas da nova geração, mudou-se para Portugal

Vendas Novas, pequena cidade no Alentejo, é agora a casa de Eric Fok, um dos mais reputados artistas da nova geração em Macau. Diz ter deixado “de saber sorrir” na sua terra, Macau, e continua a explorar a sua veia artística em mapas trabalhados que contam histórias de uma terra multicultural

 

Mudou-se para Portugal de olhos postos em lugares distantes e numa altura em que em Macau “se deixou de saber sorrir”. Nos mapas que reinventa, Eric Fok também conta histórias tristes, “para que mais pessoas se preocupem”.

Eric Fok até admite ter um fraquinho pelo norte português, mas Vendas Novas, no Alentejo, ficou em primeiro lugar entre as áreas permitidas pela política portuguesa do visto ‘gold’. Aí, comprou uma moradia e mudou-se com a mulher em Junho deste ano.

A Lusa encontra-se com o artista num regresso a Macau. Do estúdio improvisado onde trabalha por estes dias, no centro da cidade, Fok aponta na direcção da varanda: logo ali, a poucos metros, está um outro edifício, com as tradicionais gaiolas metálicas fixas nas janelas, a esconder estendais de roupa e a bloquear a luz de fim de tarde.

Não foi só a ideia de ter mais espaço e uma vida sossegada, com manhãs passadas no jardim e uma chávena de café na mão, que levou o artista a trocar Macau – com cerca de 33 quilómetros quadrados de área e uma das cidades com maior densidade populacional do mundo – por Vendas Novas, uma cidade de pequena dimensão na região alentejana, a cerca de 1h30 de Lisboa.

Aos 34 anos, quando Eric Fok quis partir, Portugal fazia todo o sentido, por razões históricas e de trabalho, pelo “sentimento de proximidade”. E outros países europeus não conhecem esta pequena região do sul da China, assume.

“Espero também que os meus trabalhos cheguem a outros lugares, como a Europa, sejam conhecidos por mais pessoas e se aproximem do âmbito da minha criação”, diz.

Fok, formado em Artes Visuais pelo então Instituto Politécnico de Macau (hoje Universidade Politécnica de Macau) e com mestrado em Belas Artes concluído na Universidade Nacional de Taiwan, é uma espécie de artista-cartógrafo.

Foi ainda enquanto percorria os corredores do ensino superior, e já na era dos telemóveis inteligentes e das imagens de satélite, que o artista começou a reinterpretar a antiquíssima arte de traçar mapas.

Neles, alia tempos diferentes, coloca caravelas e navios de cruzeiro a navegar as mesmas águas e fá-lo num trabalho de extremo detalhe, com caneta técnica preta e uma tela sépia, cor que se aproxima da de antigos documentos e que obtém ao juntar tinta acrílica e chá.

Mudanças na transição

O início da carreira de Fok apanhou Macau entre “mudanças velozes”, após a transição do território para a China e a liberalização do sector do jogo, que contribuíram para o rápido crescimento da economia local.

Fok pegou nessa nova cidade e explorou-a. Num dos quadros, pintado há cerca de dez anos, abordou a construção da primeira linha de metro do território, “com constantes atrasos e derrapagens”. Passou para o papel “as fundações do metro, como se de antigas ruínas greco-romanas se tratassem”.

Depois, este ávido consumidor de História quis saber de outros mundos. Seguiu-se a “era das descobertas geográficas, incluindo a globalização, bem como o colonialismo, e nos tempos modernos, os efeitos da Guerra Fria, as ondas de imigração”, recorda.

“O meu estudo centrou-se no início numa pequena cidade, depois estendeu-se lentamente a outras cidades, às relações sociais e internacionais”, nota o artista, que também diversificou os materiais de trabalho, usando, entre outros, madeiras, mobílias antigas e azulejos portugueses.

Mais recentemente, traçou guerras no mapa, motivado pelos conflitos actuais e imagens de crianças deslocadas. “As histórias de pessoas mais vulneráveis, as histórias tristes são necessárias, para que mais pessoas se preocupem”, defende.

No entanto, diz que, recentemente, tem sentido por parte do público de Macau falta de entusiasmo pelo trabalho que faz, onde “parece não haver espaço para discussão”.

“Deixou de se saber sorrir (…) E porque é que não gosto de falar muito [sobre os temas que desenvolvo]? Porque a sociedade não quer saber a verdade, não quer tocar na verdade”, constata, reflectindo também que, após um início de carreira com muito trabalho, está a passar por uma fase “com menos inspiração em termos de criação”. Questionado sobre se o ambiente político está a influenciar o trabalho que desenvolve, Eric Fok diz que “o impacto é enorme”.

Eric Fok conta com perto de 20 exposições individuais, várias dezenas de participações em mostras colectivas, além de ter assinado obras em diversas colecções, em Macau, incluindo em dois hotéis-casinos, Hong Kong e Portugal (Museu do Oriente), e em colecções privadas um pouco por todo o mundo.

Uma das últimas exposições com trabalhos do artista pode ser vista em Lisboa na UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa. Chama-se “Ensemble” e conta também com trabalhos de James Chu e Kit Lee.

28 Out 2024

Hangzhou | Ricardo Meireles na Bienal de Artes de Hong Kong e Macau

Decorre até Agosto do próximo ano a Bienal de Artes de Hong Kong e Macau 2024 no Museu de Arte de Gongwang, situado em Hangzhou. Trata-se de uma mostra inaugurada no passado dia 18 e que vai agora estar em itinerância pelas cidades de Nanjing, Guangzhou, Shenzhen e Pequim. Ricardo Meireles participa na mostra através da sua fotografia.

Esta Bienal realiza-se desde 2008, tratando-se de uma “plataforma importante de promoção do intercâmbio entre artistas do Interior da China, de Hong Kong e de Macau”, sendo “um importante evento de intercâmbio cultural entre os três territórios”, descreve uma nota.

O tema da edição deste ano é “Integração e Diálogo”, e abrange trabalhos relacionados com artes visuais, património cultural intangível e design, bem como inovação tecnológica. Mostra-se, assim, “o desenvolvimento da cultura urbana e a singular paisagem e espírito cultural urbano contemporâneo, formados pela convergência de diversas culturas”.

A secção de Macau presente nesta Bienal tem como tema “Não Macau, mas Chama-se Macau”, incluindo trabalhos de dez artistas, como é o caso de Cai Guo Jie , Ieong Wan Si, Im Fong, Lam Im Peng, Lo Hio Ieng, Lou Kam Ieng, Ng Sang Kei, Sit Ka Kit e Xie Yun. No total, podem ser vistos 30 conjuntos de obras de arte em pintura de óleo sobre tela, acrílico, fotografia, multimédia ou vídeo.

“Cada obra tem um estilo distinto, reflectindo a compreensão e as impressões pessoais de cada artista sobre Macau e transmitindo ao público as suas ligações emocionais e afectivas com a cidade”, lê-se na mesma nota.

25 Out 2024

Macau recebe espectáculos do universo lusófono

Nos próximos dias, Macau pode assistir a vários espectáculos de música e dança tradicional em diversos locais do território, resultado de uma parceria entre o Instituto Cultural e a operadora Galaxy. O evento “GEG Espectáculos de Música e Dança Tradicional na Comunidade” é integrado no 6.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Apresentam-se, no total, 14 espectáculos amanhã, domingo, dia 31 e depois nos dias 2 e 3 de Novembro, em locais como o Jardim do Mercado de Iao Hon, os espaços Diamond Lobby e Crystal Lobby no Galaxy Macau, Ruínas de São Paulo e na Feira do Carmo na Taipa.

Os artistas participantes incluem o grupo artístico do Interior da China “Guangdong Zhongshan Torch Singing and Dance Troupe”, bem como oito grupos artísticos provenientes dos países e regiões de língua portuguesa, nomeadamente do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Goa, Damão e Diu. Estes grupos irão apresentar espectáculos de música e dança tradicional na comunidade em pontos turísticos de Macau.

O Guangdong Zhongshan Torch Singing and Dance Troupe irá apresentar danças folclóricas que demonstram a rica diversidade artística da China, tendo participado em diversos eventos comemorativos e realizado várias visitas de intercâmbio cultural no exterior em representação da China. No caso do cantor e compositor brasileiro Filipe Toca, haverá uma mistura de dialectos brasileiros e elementos de música pop nas suas canções, expressando temas de amor e dor.

Funaná e companhia

O grupo Ferro Gaita de Cabo Verde apresentará temas de Funaná, estilo musical típico do país, com instrumentos como a gaita-de-fole, tambores e guitarra-baixo. Nené Pereira, da Guiné-Bissau, destacará a força e resiliência das mulheres africanas através da sua música tradicional e voz emocionante, tendo os seus álbuns de música sido muito elogiados.

Destaque ainda para o grupo de dança GE Dancers, da Guiné Equatorial, um grupo de jovens e talentosos bailarinos profissionais, com um estilo de danças energéticas. A cantora Selma Uamusse de Moçambique, uma figura proeminente no panorama musical do seu país, é conhecida pelos seus estilos musicais diversificados e pela forte incorporação da música tradicional moçambicana.

O Grupo Cultural 100% Santola, de São Tomé e Príncipe, dedica-se às danças tradicionais e africanas, promovendo o desenvolvimento cultural e a criatividade étnica. O grupo Le-Ziaval, de Timor-Leste, irá apresentar a cultura única do país através das suas danças típicas, da música, do teatro e da poesia. Por sua vez, o grupo Daman Darshan, de Goa, Damão e Diu, é composto por bailarinos e cantores dedicados à promoção das lendas e património cultural local, com apresentações animadas.

25 Out 2024

Cinemateca | Halloween, Wenders e outras histórias

Há “Encantos de Outubro” e um filme destinado aos mais novos que celebra o Halloween: não faltam novidades na Cinemateca Paixão para os próximos dias, incluindo a possibilidade de um novo visionamento de “Paris, Texas”, clássico com a assinatura de Wim Wenders

 

A Cinemateca Paixão continua a apresentar, nos próximos dias, uma série de filmes para todos os gostos, onde não faltam alguns clássicos do cinema. Na secção “Encantos de Outubro” o público poderá rever, hoje, o clássico “Paris, Texas”, do realizador alemão Wim Wenders, numa versão restaurada em 4K.

O filme de 1984 já tem, porém, os bilhetes esgotados. Protagonizado por Nastassja Kinski, o filme conta a história de um homem magro, de fato escuro e um boné de basquetebol vermelho que aparece no deserto que circunda os EUA e o México.

Travis, de seu nome, bebe o último gole de uma garrafa de água e avança para uma zona bastante inóspita chamada de “O recreio do diabo”, procurando reencontrar a família, nomeadamente a sua mulher. “Paris, Texas” venceu o Festival de Cinema de Cannes em 1984.

“Didi”, filme deste ano de Sean Wang, realizador de Taiwan e dos EUA, estreou esta quarta-feira na Cinemateca Paixão, mas volta a ser exibido amanhã às 19h30 e depois na terça-feira no mesmo horário.

“Didi” é o nome dado a um rapaz, também com origens em Taiwan, que vive na Califórnia no ano de 2008 e que enfrenta uma fase de crescimento antes de entrar na escola secundária. O rapaz tem de lidar com os cuidados excessivos da avó e da mãe, a realização de um vídeo de skaterboarding e ainda um primeiro amor amargurado.

Esta foi a primeira longa metragem de Sean Wang, nomeado para um Óscar, e que ganhou o prémio do público na categoria de drama no Festival de Cinema de Sundance, nos EUA.

No domingo, haverá também a oportunidade de explorar a única sessão de “Hundreds of Beavers”, do realizador Mike Cheslik, marcada para as 16h30. Este é um filme do género fantástico que ganhou um prémio para o melhor flme internacional no Festival Canadiano do Cinema Fantástico.

A história centra-se no século XIX e conta a vida de Kayak, um vendedor que costumava ser feliz a vender vinho, mas que subitamente embebeda-se quando um incêndio deflagra numa adega que destrói todo o armazenamento de vinho que possui. É então que Kayak se vê obrigado a tornar-se num caçador de armadilhas, apanhando castores e coelhos para ganhar a vida.

Halloween e companhia

Na secção “Nova Força Chinesa” apresenta-se o filme “Some Rain Must Fall”, do realizador Qiu Yang, exibido este domingo a partir das 19h30. A história do filme centra-se no momento em que uma mulher de 40 anos, dona de casa, fere acidentalmente uma idosa no jogo de basquetebol da filha. Um incidente que poderia ser banal altera o rumo destas vidas por completo, com repercussões em toda a família. Esta mulher que anda sempre de mal com a vida deseja subitamente uma mudança, algo que lhe mude a rotina dos dias. Quando o passado lhe bate à porta, ela avança então em busca de um futuro que ainda desconhece.

Ainda para este fim-de-semana decorrem duas exibições integradas na secção “Descobrir Macau – Actor em foco”, com destaque em Helen Ko.

As sessões decorrem sábado e domingo às 14h, podendo ser vistos “Meow Avenger”, do realizador Hoi Ka Ion; “Antes do Aguaceiro”, de Mak Man Teng; “Pelo menos não hoje”, de Io Lou Ian; “A Void Without a Face”, de Lao Keng U; “Mente Cintilante”, de Lam Kin Kuan; e “Gin, Sake, Margarita”, de Peeko Wong.

A Cinemateca Paixão vai também celebrar o Halloween com o seu público ao exibir um clássico. Trata-se de “Child’s Play”, de 1988, exibido esta quarta-feira a partir das 19h30, onde se esperam muitos gritos e emoções na plateia. Porém, e em jeito de celebração, não basta aparecer com o bilhete para ver o filme, podendo cada espectador levar uma boneca favorita e participar no concurso, ficando habilitado a receber presentes especiais. Os espectadores podem também levar trajes especiais.

25 Out 2024

Albergue SCM | Halloween celebrado este fim-de-semana

No sábado e domingo, o Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) será “assombrado” pelas celebrações do Halloween num evento intitulado “10º Halloween Albergue SCM”. O incontornável polo cultural da freguesia de São Lázaro será decorado com “espaços temáticos assustadores”, como a “Sala Zombie” e o “Cemitério Quirky”, que contém “uma variedade de decorações fantasmagóricas”. Tanto crianças como adultos podem desfrutar do espaço que irá disponibilizar ainda cabines de maquilhagem gratuitas.

O evento está marcado para sábado e domingo entre as 17h30 e as 21h30 no pátio do Albergue SCM.

Como vem sendo tradição, a animação vai sair do Albergue e invadir as zonas circundantes com a brincadeira “Vamos fazer travessuras ou gostosuras”. Esta actividade, agendada para o período entre as 15h e as 17h30 nos dois dias, lança um convite a crianças entre os 5 e os 12 anos para um passeio pelo Bairro de S. Lázaro para caçar doces e recolher selos especiais.

Irá decorrer ainda um concurso de máscaras, de sábado a segunda-feira, em que os participantes são convidados a tirar uma foto da sua fantasia de Halloween no Albergue SCM e comentar “Albergue2024” na publicação com a foto.

24 Out 2024

Música | Cabo-verdiano Tito Paris actua com a Orquestra Chinesa de Macau

Tito Paris actua no Centro Cultural de Macau a 15 de Novembro com a Orquestra Chinesa de Macau, num espectáculo que promete juntar estilos musicais. O evento faz parte do Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa

 

O grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) acolhe no dia 15 de Novembro, a partir das 20h, um espectáculo integrado no 6.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Trata-se de Tito Paris, conhecido cantor e compositor cabo-verdiano, que irá subir ao palco acompanhado pela Orquestra Chinesa de Macau (OCM). Os bilhetes foram ontem postos à venda e custam entre 200 e 400 patacas.

Tito Paris nasceu numa família de músicos e construiu uma carreira em torno das músicas tradicionais de Cabo Verde, como as mornas, funanás e coladeiras, juntando-as ao jazz, rock, salsa ou flamenco.

A voz rouca do cantor oferece ao público melodias em crioulo cabo-verdiano, cativando audiências ao longo de mais de 40 anos de uma carreira cheia de êxitos.

No espectáculo em Macau, será dirigido pelo maestro Zhang Lie, director musical e maestro principal da OCM. O Instituto Cultural (IC) indica que Zhang Lie é um “maestro de primeira classe a nível nacional e compositor de renome”, tendo liderado “diversas orquestras em digressões internacionais, alcançando amplo sucesso”.

Nesta adaptação às canções de Tito Paris, espera-se a aplicação de “uma técnica apurada e uma delicada sonoridade chinesa”, numa “fusão harmoniosa entre estilos musicais chineses e lusófonos cabo-verdianos”.

De S. Vicente para o mundo

Cabo Verde é uma terra de músicos que, aos poucos, foram conquistando o seu legado fora dos limites do arquipélago. Cesária Évora é um dos nomes que surge de imediato neste léxico musical cabo-verdiano, mas o de Tito Paris também. Nascido em 1963 no Mindelo, na ilha de São Vicente, Tito Paris já tocava guitarra aos sete anos de idade. Aos 12 anos criou o primeiro grupo, cantando em bares durante a adolescência. Foi aí que começou a dar nas vistas, colaborando mais tarde com músicos como Jack Monteiro, Luís Morais, Chico Serra e Valdemar Lopes Silva.

Só com 19 anos partiria para a antiga metrópole, Portugal, mais concretamente Lisboa, já com planos de construir uma carreira musical, integrando o conjunto “Voz de Cabo Verde” influenciado por um outro cantor cabo-verdiano, Bana.

Tito Paris ficou por Lisboa, deixou o grupo e decidiu apostar numa carreira a solo, tocando para Dany Silva, cantor que o fez agarrar-se à guitarra. O primeiro álbum em nome próprio surgiu em 1985, mas foi só com “Dança Mi Criola”, de 1994, que chegou ao estrelato, actuando em vários palcos internacionais.

24 Out 2024

FIMM | “Ryuichi Sakamoto: Coda” com sessão adicional no domingo

A organização do XXXVI Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) irá adicionar uma nova sessão do filme “Ryuichi Sakamoto: Coda”, sobre o compositor japonês, que pode ser vista na Cinemateca Paixão às 21h30. Os bilhetes já se encontram à venda na bilheteira da cinemateca e custam 60 patacas.

Ryuichi Sakamoto teve uma carreira musical prolífica que se estendeu por mais de quatro décadas, passando de estrela de música electrónica na juventude a um dos mais conhecidos compositores de música clássica, tendo inclusivamente vencido um Óscar.

O seu trabalho e percurso de vida ficaram ainda mais intimamente ligados após o desastre de Fukushima, quando se tornou uma figura icónica no movimento social japonês contra a energia nuclear. Na sequência de um diagnóstico oncológico, a sua assombrosa consciência ambiental levou a uma nova obra-prima.

“Ryuichi Sakamoto: Coda”, realizado por Stephen Nomura Schible, cineasta que co-produziu “Lost in Translation” com Sofia Coppola, é um retrato íntimo do artista e do homem”. A sessão agendada para sábado já está esgotada.

Hoje ainda pode ver, também na Cinemateca Paixão, o filme “À Volta da Meia-Noite”, também integrado no cartaz do FIMM e que tem banda sonora de Herbie Hancock, uma das estrelas do programa do FIMM deste ano e que actua em Macau no Centro Cultural de Macau no dia 3 de Novembro.

24 Out 2024

FRC | “Tarde Musical de Goa, Damão e Diu” hoje às 18h15

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, pelas 18h15, uma “Tarde Musical de Goa, Damão e Diu”, que traz ao palco da Galeria os artistas convidados Franz Schubert Cotta e Omar de Loiola Pereira, para um dueto de vozes, viola, violino e bandolim com os sons da Música Popular Goesa.

O evento, com entrada gratuita, é co-organizado pelo Núcleo de Animação Cultural de Goa, Damão e Diu, que este ano tem sob destaque a promoção da sua cultura no Festival da Lusofonia em Macau, trazendo ao território demonstrações diversas das tradições e costumes desta Comunidade de Língua Portuguesa, como é o caso dos dois artistas de referência.

Franz Schubert Agnelo de Miranda Cotta, multi-instrumentista e vocalista, nasceu numa família musical com ricas tradições culturais. Deixou uma carreira jurídica, de mais de 15 anos, para ingressar na Universidade de Goa, como professor auxiliar de Estudos Portugueses e Lusófonos.

Omar de Loiola Pereira Octaviano iniciou o seu percurso musical na guitarra aos sete anos de idade. Aos 16 anos fundou e dirigiu um coro juvenil, o Juventus, e mais tarde os Ovation, um ensemble vocal mais pequeno com membros mais experientes. Desde 1991 foi também membro do grupo cultural goês Gavana.

24 Out 2024

Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português até Novembro na Taipa

Será inaugurada esta sexta-feira a “Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português”, que fica até ao dia 3 de Novembro na Casa de Nostalgia das Casas-museu da Taipa. O evento insere-se no programa da sexta edição do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Irão, assim, realizar-se diversas actividades como sessões de promoção de livros, workshops, palestras e sessões de leitura de livros ilustrados.

O tema do evento é “Carnaval da Floresta”, e apresenta mais de 500 livros ilustrados e literatura infantil graças à participação de editoras como a Porto Editora, de Portugal, e a Beijing Cheerful Century Co. Ltd., editora de livros infantis de Pequim; bem como as editoras de livros infantis de Macau.

A ideia é, segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), “dar a conhecer melhor ao público as publicações da China e dos países de língua portuguesa”.

Nas sessões de leitura com o público, destaca-se, este sábado, entre as 15h e as 16h, a sessão com Elizabeth Neves, com o tema “Queres saber um segredo? Tu tens superpoderes!”, obra da sua autoria. Segue-se, no mesmo dia, mas entre as 16h30 e as 17h30, a sessão com Catarina Mesquita, fundadora da editora local de livros infantis “Mandarina”, que apresentará a mais recente obra editada, “Pequenos exploradores: Um lugar de descobertas”.

Elizabeth Neves volta a falar no sábado, 26, mas desta vez entre as 11h e as 12h30 na Casa da Literatura de Macau, em “Emoções Ilustradas, Emoções Vivenciadas – Leitura e exploração dinamizada do livro ‘O Novelo de Emoções'”.

No domingo, é a vez de Xiaoxi Li falar entre as 15h e as 16h, apresentando as obras “Quando é que a flor de lótus floresce?”, “A Boy, His Dog and the Sea”, e ainda “The Three Wishes”, numa sessão em mandarim. Estão ainda marcadas mais sessões em chinês, nomeadamente no dia 2 de Novembro, entre as 15h e as 16h, com Cheong In Cheng e Chan Lok Si, que apresentam “Pacote Misterioso”, “Presente do Tempo” e “Crise de Dados”.

23 Out 2024

Orquestra de Macau | Concerto “Sinfonia Estrelada no Prado” em Novembro no CCM

Já é conhecido o próximo espectáculo protagonizado pela Orquestra de Macau. Trata-se da “Sinfonia Estrelada no Prado”, está agendado para o dia 16 de Novembro e acontece na praça do Centro Cultural de Macau. Esta é a oportunidade de ver ao vivo o chamado “rei do trompete”, Chris Botti, a tocar com o grupo liderado pelo maestro Lio Kuokman

 

Está marcado para o dia 16 de Novembro, às 19h45, mais um concerto de música clássica no Centro Cultural de Macau (CCM). Trata-se de “Sinfonia Estrelada no Prado” e junta a Orquestra de Macau (OM), liderada pelo maestro Lio Kuokman, e o chamado “rei do trompete”, Chris Botti.

Este espectáculo, com entrada livre, promete combinar “música clássica, popular e jazz”, sendo os bilhetes disponibilizados mediante inscrição que decorre até hoje à meia noite, para um máximo de dois bilhetes.

Chris Botti iniciou a carreira como músico profissional ainda na escola secundária complementar e, ao longo dos anos, destacou-se pelas suas técnicas requintadas e versatilidade musical, acumulando também inúmeros fãs. Além do jazz, as suas actuações não seguem um só estilo, pois pode transitar facilmente entre vários géneros musicais, alternado o jazz com rock, música popular e clássica.

Botti estreou-se em 1995 e, desde então, tem sido agraciado com um grande número de prémios, destacando-se o Grammy na categoria “Melhor Álbum Pop Instrumental” pelo disco “Impressions”.

Primeiro de muitos

Habituada a tocar dentro de portas, esta será a primeira vez que a OM actua ao ar livre, sendo que os espectadores “são convidados a fazer um piquenique no local e a apreciar o concerto com os amigos e familiares”, proporcionando-se “uma experiência distinta da que é apresentada em salas de concertos”.

Os inscritos podem aceder ao sistema de sorteio online a partir das 12h desta sexta-feira, com os vencedores da primeira ronda a poderem levantar os ingressos a partir do meio-dia desse dia e as 18h do dia 4 de Novembro. Caso ainda restem bilhetes disponíveis após o final da primeira ronda de distribuição, estes serão atribuídos aos inscritos em lista de suplentes, de acordo com a ordem do sorteio. Os resultados do sorteio de suplentes estão disponíveis a partir das 12h do dia 6 de Novembro e os vencedores dessa lista podem levantar os bilhetes entre as 12h desse dia e as 18h do dia 14 de Novembro.

Destaque também para a apresentação, nos dias 9 e 10 de Novembro, do espectáculo realizado em parceria com o Ballet de Hong Kong, intitulado “Os Amantes Borboleta”, que se realiza depois da presença, este mês, da OM em Hong Kong para uma actuação conjunta.

23 Out 2024

FRC | Livro de Dora Nunes Gago apresentado hoje

É hoje apresentado, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC) o livro “Palavras Nómadas”, da autoria de Dora Nunes Gago, ex-directora do departamento de português da Universidade de Macau. Trata-se de um livro lançado em Março do ano passado com a chancela da editora portuguesa Húmus, relatando “em crónicas as muitas viagens solitárias da autora pelo mundo, acompanhada pelas palavras dos seus escritores preferidos”.

O livro foi distinguido em Julho de 2024 com o Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, da Associação Portuguesa de Escritores. De acordo com o prefácio de Onésimo Teotónio Almeida, este “é uma viagem silenciosa, porém rica de olhares, finos na sua perspicácia e sensibilidade”, que o mesmo comparou às aventuras de “Fernão Mendes Pinto em versão moderna: uma mulher a viajar sozinha pelo planeta”.

“Não exagero a referência ao autor da Peregrinação. Os revezes e os contratempos não são comparáveis, mas os países sim, sobretudo pela alta percentagem de terras asiáticas na lista das que a narradora palmilhou. Dei-me ao cuidado de registar, sem qualquer pré-concebida ordem, os países tocados por estas crónicas: China, Taiwan, Camboja, Indonésia, Tailândia, Índia, Laos, Malásia, Japão, Filipinas, Singapura, Turquia, Estados Unidos, Países Baixos, Espanha, Brasil, Reino Unido, Uruguai, Guiné-Bissau… Não garanto ter sido exaustivo”, declarou.

A apresentação do livro será feita por Sara Augusto, juntamente com docentes de português, nomeadamente Maria José Grosso, Sara Santos, Chen Gaozhao e João Veloso.

Dora Nunes Gago nasceu em São Brás de Alportel, na região do Algarve, e é doutorada em Literaturas Românicas Comparadas pela Universidade Nova de Lisboa. Durante os últimos dez anos leccionou na Universidade de Macau, primeiro como professora auxiliar, depois como professora associada de Literatura, tendo sido vice-directora e directora do Departamento de Português da UM.

22 Out 2024

Escritor Andrey Kurkov diz que falsas notícias são mais perigosas que mísseis

O escritor ucraniano Andrey Kurkov considerou ontem, num festival literário, que a propaganda e a desinformação são tão perigosas como os mísseis e as armas nucleares, através da falsificação de provas que permitem ocupar um país sem usar uma arma.

“É possível ocupar um país sem usar uma arma, mostrar quem é o inimigo e as pessoas acreditarão porque é possível falsificar provas”, disse o escritor, referindo-se à “propaganda e desinformação que são provavelmente tão perigosas como os mísseis e as armas nucleares, porque são bem produzidas”.

O autor de “A morte e o pinguim” conversou com o colombiano Juan Gabriel Vasquez sobre “Conflitos”, numa mesa do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, em que os dois autores abordaram as diferenças e semelhanças entre as guerras que assolaram os respectivos países.

Na Ucrânia, novamente invadida pela Rússia em 2022, “as pessoas não dormem à noite”, refugiando-se nos abrigos ou atentos ao toque das sirenes, mas, de manhã “vão para o trabalho, para os cafés e à noite aos teatros”, alguns dos quais com “bilhetes esgotados com um mês ou dois de antecedência”, contou.

Esta é, segundo o escritor, a forma de “resistir à guerra”, mantendo “um estilo de vida normal”, ainda que nas próximas décadas possa “aumentar a violência nas famílias, porque as pessoas tornam-se agressivas, radicalizadas”.

E as guerrilhas?

Já a Colômbia, onde os conflitos com movimentos de guerrilha se estenderam por mais de 60 anos, é vista por Juan Gabriel Vasquez como “um país em regressão”, onde “a classe política não consegue ultrapassar as suas disputas”.

Para ambos, a distorção da realidade através da desinformação está a determinar a forma como as classes políticas e as populações encaram os conflitos num tempo em que os escritores têm o papel de “provocar o debate público e convocar a sociedade civil para debater diferentes temas”, defendeu o autor colombiano, que tem em “A tradução do mundo” o seu mais recente livro editado em Portugal.

Andrey Kurkov considera mesmo que “nos tempos difíceis os escritores estão a tornar-se jornalistas”, já que no seu país “a maioria dos escritores ucranianos não escreve ficção” desde 2022, escrevendo, em contrapartida, “livros de história”.

Esse é, segundo Juan Gabriel Vasquez, a “forma de contrariar a versão oficial da história”, veiculada pelos poderes interessados em veicular “um certo tipo de verdade sobre quem foi responsável pelo quê, sobre o que de facto aconteceu e deixando algumas perguntas por responder”.

“Num mundo onde a maioria das pessoas obtém as suas informações através das redes sociais”, as sociedades precisam de desenvolver “o talento para saber separar as verdades das mentiras”, e aprender a “ler a realidade”.

Mas a realidade “é que não o estão a conseguir” e “estão a cair em mentiras”, lamentou, exemplificando com o facto de “mais de metade dos cidadãos dos Estados Unidos acreditarem que Donald Trump ganhou as eleições” ou de “uma grande parte da população de vários países ocidentais, em 2020, acreditar que a Ucrânia tinha um regime nazi”.

Para o autor, cabe agora a todos assumir o papel de “verificadores de factos” e filtrar a informação, já que essa será “a única possibilidade de sobrevivermos como sociedade”.

O Folio — Festival Literário Internacional de Óbidos abriu portas no passado dia 10 e terminou ontem depois de mais de 600 iniciativas, distribuídas por várias curadorias, com a presença de vários escritores e ilustradores internacionais premiados.

22 Out 2024

Clockenflap | Jamie XX, Air e Suede em Central no fim de Novembro

Já é conhecido o cartaz completo da edição deste ano do festival Clockenflap, agendado para os dias 29 de Novembro a 1 de Dezembro no Central Harbourfront Event Space, em Hong Kong. O público pode esperar uma mescla de sonoridades, que começa com electrónica representada pelos Air ou por A-Trak, passando a Suede ou Jamie XX como nomes de destaque

 

Está a chegar aquela altura do ano em que os grandes amantes de festivais e música ao ar livre rumam a Hong Kong para três dias de concertos com o melhor da música a nível mundial, com géneros para todos os gostos. E este ano o cartaz do festival Clockenflap promete não desapontar, apresentando, entre os dias 29 de Novembro e 1 de Dezembro, nomes como Central Cee, cabeça de cartaz de sábado, dia 30 de Novembro, ou ainda BANKS, Serrini, The Black Skirts ou Wisp. Mas na sexta-feira, 29, o alinhamento abre com a música electrónica, primeiro com a duplo francesa Air, cujo álbum, “Moon Safari”, acaba de fazer 20 anos. Seguem-se nomes como A-Trak, também outro grande nome da electrónica, Taste of Blue e Biascut, de Hong Kong, ou ainda os Hiperson, da China.

Ainda no sábado, será dia para ouvir os Suede, do Reino Unido, Sakurazaka, do Japão, ou ainda Fat Dog. O Clockenflap encerra no domingo com chave de ouro, apresentando os espectáculos de Jamie XX e Jack White.

Promete-se, segundo a apresentação do programa, “um alinhamento eclético de artistas internacionais, regionais e locais”, sem esquecer o habitual “ambiente espectacular ao ar livre com vários palcos”. Dá-se destaque ao cabeça de cartaz Central Cee, rapper britânico que “tomou de assalto o mundo do hip-hop nos últimos cinco anos com uma série de singles e álbuns no topo das tabelas e mais de 4 mil milhões de streams só no Spotify”, conhecida plataforma de streaming.

Podem, assim, ouvir-se sucessos como “Doja” e “Sprinter”. Destaque também para a estreia em Hong Kong de BANKS, nome artístico da cantora Jilian Rose Banks, que aposta no género Alt-R&B.

Outra estreias

A organização do festival destaca ainda a estreia na região vizinha de Jack White, que deverá levar ao palco as canções do seu mais recente trabalho de originais, “No Name”, que já é o sexto álbum a solo. O antigo vocalista dos White Stripes, Raconteurs e The Dead Weather actua no domingo à noite, estando pronto para “levar o festival a um fecho triunfante”.

É também referida a presença de St.Vicent, tida como “uma das artistas mais intrigantes e consistentemente surpreendentes dos últimos 20 anos”, e que será “a grande atracção de sábado, com um espectáculo que engloba o seu impecável catálogo [de canções]”, incluindo o mais recente álbum, lançado este ano, e intitulado “All Born Screaming”.

No caso dos britânicos Glass Animals, promete-se um grande espectáculo de pop-rock psicadélico. A banda lançou o quarto álbum recentemente, intitulado “I Love You So F***ing Much”. De resto, o Clockenflap deverá também apresentar nomes que representam “a amplitude e profundidade da electrizante cena musical do Japão”, com um “alinhamento que apresenta uma colecção eclética dos artistas mais excitantes do país, incluindo o duo de hip-hop Creepy Nuts, o enigmático vocalista de J-Pop yama, os intrincados mestres do post-rock/math rock toe, o hipnotizante grupo feminino Sakurazaka46 e a banda indie-pop Cody・Lee(李)”.

Os bilhetes para o festival já estão à venda e custam 1,990 dólares de Hong Kong para os três dias, e 1,280 dólares de Hong Kong para uma entrada diária. Há ainda bilhetes mais baratos para espectadores com menos de 18 anos.

22 Out 2024

Andrey Kurkov diz que falsas notícias são mais perigosas que mísseis

O escritor ucraniano Andrey Kurkov considerou ontem, num festival literário, que a propaganda e a desinformação são tão perigosas como os mísseis e as armas nucleares, através da falsificação de provas que permitem ocupar um país sem usar uma arma.

“É possível ocupar um país sem usar uma arma, mostrar quem é o inimigo e as pessoas acreditarão porque é possível falsificar provas”, disse o escritor, referindo-se à “propaganda e desinformação que são provavelmente tão perigosas como os mísseis e as armas nucleares, porque são bem produzidas”.

O autor de “A morte e o pinguim” conversou com o colombiano Juan Gabriel Vasquez sobre “Conflitos”, numa mesa do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, em que os dois autores abordaram as diferenças e semelhanças entre as guerras que assolaram os respetivos países.

Na Ucrânia, novamente invadida pela Rússia em 2022, “as pessoas não dormem à noite”, refugiando-se nos abrigos ou atentos ao toque das sirenes, mas, de manhã “vão para o trabalho, para os cafés e à noite aos teatros”, alguns dos quais com “bilhetes esgotados com um mês ou dois de antecedência”, contou.

Esta é, segundo o escritor, a forma de “resistir à guerra”, mantendo “um estilo de vida normal”, ainda que nas próximas décadas possa “aumentar a violência nas famílias, porque as pessoas tornam-se agressivas, radicalizadas”.

E as guerrilhas?

Já a Colômbia, onde os conflitos com movimentos de guerrilha se estenderam por mais de 60 anos, é vista por Juan Gabriel Vasquez como “um país em regressão”, onde “a classe política não consegue ultrapassar as suas disputas”.

Para ambos, a distorção da realidade através da desinformação está a determinar a forma como as classes políticas e as populações encaram os conflitos num tempo em que os escritores têm o papel de “provocar o debate público e convocar a sociedade civil para debater diferentes temas”, defendeu o autor colombiano, que tem em “A tradução do mundo” o seu mais recente livro editado em Portugal.

Andrey Kurkov considera mesmo que “nos tempos difíceis os escritores estão a tornar-se jornalistas”, já que no seu país “a maioria dos escritores ucranianos não escreve ficção” desde 2022, escrevendo, em contrapartida, “livros de história”.

Esse é, segundo Juan Gabriel Vasquez, a “forma de contrariar a versão oficial da história”, veiculada pelos poderes interessados em veicular “um certo tipo de verdade sobre quem foi responsável pelo quê, sobre o que de facto aconteceu e deixando algumas perguntas por responder”.

“Num mundo onde a maioria das pessoas obtém as suas informações através das redes sociais”, as sociedades precisam de desenvolver “o talento para saber separar as verdades das mentiras”, e aprender a “ler a realidade”.

Mas a realidade “é que não o estão a conseguir” e “estão a cair em mentiras”, lamentou, exemplificando com o facto de “mais de metade dos cidadãos dos Estados Unidos acreditarem que Donald Trump ganhou as eleições” ou de “uma grande parte da população de vários países ocidentais, em 2020, acreditar que a Ucrânia tinha um regime nazi”.

Para o autor, cabe agora a todos assumir o papel de “verificadores de factos” e filtrar a informação, já que essa será “a única possibilidade de sobrevivermos como sociedade”.

O Folio — Festival Literário Internacional de Óbidos abriu portas no passado dia 10 e terminou ontem depois de mais de 600 iniciativas, distribuídas por várias curadorias, com a presença de vários escritores e ilustradores internacionais premiados.

21 Out 2024

Hong Kong quer replicar projecto português de teatro para jovens

Hong Kong está interessada em replicar um projecto da maior rede de teatros com financiamento público da Europa que tem os jovens como público-alvo e parte da criação, disse à Lusa a portuguesa Cláudia Belchior. “Já há vários parceiros aqui em Hong Kong que estão muito interessados em trabalhar com os nossos membros europeus e fazer peças em conjunto”, disse a presidente da European Theatre Convention (ETC), fundada em 1988.

A líder da ETC, que reúne 63 teatros de 31 países, incluindo quatro de Portugal, esteve na região para participar na Hong Kong Performing Arts Expo, uma conferência de profissionais das artes de palco, que terminou na sexta-feira.

Na quarta-feira, Belchior foi à Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKICC, na sigla em inglês) explicar o projecto Young Europe (Europa Jovem), que convida dramaturgos a ir às salas de aulas e envolver os jovens na criação de peças.

O director da Escola de Criatividade Lee Shau Kee da HKICC, Yan Pat-to, “ficou muito entusiasmado”. “Tivemos uma reação fantástica”, disse a também assessora artística da Fundação Centro Cultural de Belém.

Possibilidades asiáticas

Embora a 4.ª edição (2011-2014) da Young Europe não tenha contado com a participação de teatros portugueses, Belchior defendeu que o projecto “pode ser feito na Ásia, pode ser feito em Portugal, pode ser feito num outro país europeu”.

O último tema foi “Vozes não dominantes” (‘Non-dominant voices’) e levou à criação de peças sobre assuntos como ‘fat-shaming’ (a discriminação contra pessoas com excesso de peso), suicídio, saúde mental, imigração e religião, sublinhou a presidente da ETC.

“É interessante para os próprios escritores, que percebem que há muito material que é necessário escrever, com outra linguagem, com outros temas, portanto, tem sido uma descoberta incrível”, referiu Belchior.

“As peças são trabalhadas com os jovens (…) e depois são mostradas nas escolas, porque consideramos também que a sala de aula é um espaço mais seguro para eles se manifestarem. E depois trabalhamos com pedagogos”, explicou a dirigente.

O tema do Young Europe para os próximos quatro anos é “Cuidar” (‘Care’), porque, ao olhar “para a Europa toda, há uma grande diferença nos miúdos de 14, 15 anos”, sendo esta “uma geração que cresceu num mundo em conflito”, lamentou a presidente da ETC. “São jovens que falam com muito mais abertura da importância da saúde mental” e dos problemas de isolamento e solidão, sublinhou Belchior, depois de terem também vivido “os anos brutais, fechados” da pandemia de covid-19.

20 Out 2024

André Luiz Reis fala hoje sobre política externa do Brasil na FRC

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, a primeira sessão do ciclo de palestras intitulado “Roda de Ideias”, sendo que o debate de hoje tem como nome “Política Externa Brasileira: Qual é o lugar do Brasil no mundo?”, que terá como orador convidado André Luiz Reis da Silva, professor associado da Faculdade de Ciências Económicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Brasil. A conversa será moderada por Francisco Leandro, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau (UM).

O tema em reflexão será o lugar do Brasil no mundo, que se encontra em permanente redefinição. No comunicado, que explicita o tema do debate de hoje, lê-se que o Brasil, “quer seja designado como potência emergente ou como potência média ou regional, o tamanho do país não lhe permite desempenhar um papel menor, que não passe de uma simples boleia das grandes potências ou que permaneça acomodado”.

Ao mesmo tempo, “exige-se uma constante avaliação das suas capacidades e limitações conjunturais e estruturais, na procura de uma leitura adequada dos seus interesses e condições de actuação no sistema internacional”, refere a proposta de intenções.

Uma história no estrangeiro

Em termos históricos, “na primeira década do século XXI o país fortaleceu os seus activos diplomáticos nas várias esferas; no entanto, estes foram sendo lentamente consumidos ao longo da segunda década”.

Desta forma, a palestra que hoje se apresenta “aborda a política externa brasileira do início do século XXI até os dias de hoje, tendo como eixos de análise as matrizes de inserção internacional, formuladas nos âmbitos regional, multilateral e bilateral, procurando analisar as principais características, os dilemas e as opções da actuação externa do Brasil do novo Governo Lula, iniciado em Janeiro de 2023, tais como Integração regional, Brasil-China, BRICS, Sul Global e actuação multilateral”, pode ler-se.

A passagem por Macau do professor André Reis insere-se no projecto que estuda a geopolítica do Brasil, como parte do esforço que a Universidade de Macau está a fazer no contexto da promoção do estudo das relações internacionais dos Países de Língua Portuguesa.

20 Out 2024