Hoje Macau DesportoAlex Rins na equipa satélite da Honda no Mundial de MotoGP de 2023 O espanhol Alex Rins, atual piloto da Suzuki, vai integrar a Honda-LCR a partir de 2023, anunciou hoje o construtor japonês, que participa no campeonato do mundo de motociclismo de velocidade. “A equipa Honda-LCR tem o prazer de anunciar a assinatura de um contrato com a duração de dois anos com Alex Rins”, informou a equipa satélite da Honda, em comunicado. Rins, de 26 anos, arriscava-se a ficar sem moto no fim do Mundial de 2022, uma vez que a Suzuki anunciou em maio a intenção de abandonar o campeonato após a conclusão desta temporada, tendo confirmado essa posição na semana passada. “Estou muito feliz por juntar-me à Honda-LCR. Mudar de equipa e de moto é sempre um desafio, mas estou pronto para dar 100% e pôr em prática tudo o que aprendi durante os anos em que disputei o Mundial de MotoGP”, assinalou Rins. O colega de equipa do piloto espanhol, que vai substituir na equipa satélite da Honda o compatriota Alex Marquez – de saída para a Ducati-Gresini -, poderá ser Takaaki Nakagami, caso o piloto japonês prolongue o contrato com a Honda-LCR.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteFilipe Souza preparava-se para correr com um novo Audi no TCR Asia No final da pretérita edição do Grande Prémio de Macau, Filipe Souza não sabia se iria continuar ou se colocaria um ponto final na sua carreira de duas décadas no automobilismo. Porém, o “bichinho dos automóveis” foi mais forte e o piloto macaense decidiu continuar e no início do ano até tinha grandes planos para a temporada de 2022. Isto, até pandemia lhe ter trocado as voltas. Filipe Souza estava decidido a disputar o TCR Asia, competição que este ano apenas disputa corridas em solo chinês, e até tinha garantido um dos novos Audi RS 3 LMS TCR que vieram para o continente asiático. O novo carro do construtor de Ingolstadt, que foi apresentado na Ásia no Grande Prémio de Macau do ano passado, dava garantias a Souza de finalmente ter uma viatura capaz de ombrear com os carros oficiais das marcas chinesas Lynk & Co e MG. Contudo, o destino quis outra coisa e o recente confinamento parcial de Macau colocou a época de Filipe Souza, e de muitos outros pilotos da RAEM, em dúvida. “Faltam duas semanas para o início da temporada, mas com esta situação, acho que vai ser muito difícil participar na primeira prova ou até mesmo na maioria das provas do campeonato”, afirmou o experiente piloto do território ao HM. “O meu novo carro já chegou ao Circuito Internacional de Guangdong, mas não tenho como testá-lo ou realizar uma preparação mínima para a nova temporada”. “Este ano está a ser pior que 2020 e 2021”, reconhece Filipe Souza que na primeira metade do ano viajou até Zhuzhou para tomar conhecimento da pista que abre a temporada do TCR Asia em 2022. Além das restrições de viagens e dos sucessivos adiamentos das provas, Filipe Souza antevê “que o clima económico vai piorar e que para os pilotos de Macau vai ser mais difícil encontrar os imprescindíveis apoios”. Perante este cenário de indefinição, Filipe Souza escusa-se a fazer previsões sobre o que será a sua temporada desportiva, mas espera, pelo menos, “realizar algumas provas na China ainda este ano, e claro, o Grande Prémio de Macau, se houver.” Macau e Wuhan no calendário Pelo segundo ano consecutivo, o Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC na sigla inglesa) correrá em conjunto com o campeonato TCR Asia, num calendário que engloba sete eventos. A temporada, se a pandemia permitir, arranca com uma jornada de quatro corridas em quatro dias no Circuito Internacional de Zhuzhou, na Província de Hunan, de 27 a 31 de Julho. Em Agosto e Setembro, o campeonato prevê duas provas em Xangai, uma no pequeno circuito de Tianma e outra no circuito de Fórmula 1, que, entretanto, reabriu após praticamente quatro meses encerrado. Em Outubro, a competição de velocidade mais popular da República Popular da China regressa a Zhuzhou antes do muito antecipado retorno ao circuito citadino de Wuhan. O traçado citadino da província de Hubei, que chegou a fazer parte do calendário da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, tem estado em “banho-maria” desde a sua última edição em 2019. Por fim, o binómio CTCC/TCR Asia tem a sua prova final de temporada agendada para o 69º Grande Prémio de Macau, de 17 a 20 de Novembro.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteWTCR prepara-se para cancelar prova de Macau A entidade promotora da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, a Discovery Sports Events, vai avançar com o cancelamento das três rondas no continente asiático, incluindo aquela marcada para o Circuito da Guia em Macau. O Conselho Mundial de Automobilismo da Federação Internacional do Automóvel, que se realiza este final de semana, irá ratificar e confirmar a alteração no calendário da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR de 2022, em que o Circuito da Guia irá ser retirado do calendário pelo terceiro ano consecutivo. Esta informação foi dada por Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, ao portal especializado TouringCarTimes.com. “Há mais de um ano, quando tivemos de submeter o calendário à FIA, tivemos de tomar uma decisão sobre se iríamos para a Ásia ou se nos manteríamos na mesma situação”, disse Ley a TouringCarTimes. “Por isso decidimos permanecer positivos e optimistas e esperar que a situação melhorasse, o que foi o caso em todo o mundo excepto na Ásia. Por causa disso, e desde o início, ficou claro que, se a Ásia saísse do calendário, reduziríamos (o calendário) a nove eventos em vez de dez, procurando um cenário no Médio Oriente ou fora da Europa”. Em Abril, Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, deixou claro ao HM que uma quarentena longa poderia afastar a intenção de realizar a última prova do ano no território. A organização de matriz francesa tentou adiar uma decisão ao máximo, mas os indicadores que chegaram a Paris vindos deste lado do mundo e a pressão das equipas para que fosse tomada uma decisão o mais cedo possível forçaram o cancelamento do “tour” asiático. Regresso a Vila Real A FIA WTCR disputa este fim-de-semana mais uma prova, desta vez no Circuito Internacional de Vila Real. No regresso, após dois anos de ausência do circuito urbano português, nenhuma medida restritiva será colocada aos participantes. Protocolos habituais nos dois últimos anos, como o uso obrigatório de máscaras, o certificado de vacinação ou a prova de teste negativo, tudo isso já não será mandatório num fim de semana em que se espera “casa cheia” na cidade de Trás-dos-Montes. As três provas agendadas para o continente asiático – Inje (Coreia do Sul), Ningbo (China) e Circuito da Guia (Macau) – vão dar lugar muito provavelmente a corridas nos circuitos de Jidá, na Arábia Saudita, e Marraquexe, em Marrocos. O Circuit international automobile Moulay El Hassan no norte de África deverá ocupar o lugar de Macau como prova de encerramento de temporada. O 69º Grande Prémio de Macau está agendado de 17 a 20 de Novembro e a histórica Corrida da Guia deverá, a exemplo dos dois anos anteriores, ser disputada por um conjunto de concorrentes oriundos dos campeonatos TCR Ásia e TCR China, a que se juntam uma série de pilotos convidados, incluindo vários pilotos locais, da RAE de Hong Kong ou até mesmo do estrangeiro, caso sejam encontradas soluções viáveis, dentro do contexto do combate à pandemia no território, para a sua participação. Entretanto, o Conselho Mundial da FIA também deverá decidir se a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA se mantém por mais algum tempo no calendário, tendo como palco o Grande Prémio de Macau, ou se é também cancelada. Segundo a última versão do calendário do Campeonato da China de Fórmula 4, a competição que tem substituído a Fórmula 3 nos últimos dois anos no Circuito da Guia, a temporada de encerramento de temporada será novamente disputada na RAEM.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAsiático de Karting cancela prova dias depois de simulacro no kartódromo Depois de dois anos e meio sem realizar corridas, os organizadores do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC na sigla inglesa) estavam entusiasmados com a possibilidade de os motores voltarem a rugir em meados de Julho em Macau. Contudo, a série de novos casos que assolam o território obrigaram ao cancelamento do evento Num comunicado colocado nas redes sociais, os organizadores do Campeonato Open Asiático de Karting anunciaram na passada quarta-feira o cancelamento do evento no território: “A ronda de Julho de 2022 em Macau está cancelada. Isto é devido ao recente ressurgimento de casos de covid e novas medidas de quarentena impostas”. No calendário internacional da CIK FIA, o órgão que regula o karting internacional, o Campeonato Open Asiático de Karting tinha agendado para o Kartódromo de Coloane uma prova no fim de semana de 16 e 17 de Julho, para as seguintes categorias: 125 Open Junior, 125 Open Master, 125 Open Senior, 125 Open Veteranos, MAX, MAX Junior, MAX Veteranos, MINI ROK, ROK-GP, X30 Junior e X30 Senior. Antes da pandemia, o Kartódromo de Coloane era um dos palcos favoritos para acolher eventos do Campeonato Open Asiático de Karting. Inaugurada no dia 17 de Outubro de 1996, a infra-estrutura continua a ser uma das melhores equipadas no continente asiático. Para além das competições de Macau, o kartódromo recebia habitualmente duas provas do AKOC, a ronda de abertura e a de encerramento, sendo que esta última costumava coincidir com o Grande Prémio Internacional de Karting. Segundo o que apurou o HM, a organização do AKOC, que tem o seu quartel-general nas Filipinas, acreditava inicialmente que o evento iria ser realizado usando o sistema de bolha implementado com sucesso durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, mas até ao início desta semana aguardava ainda mais informações. A organização do AKOC, cujos campeonatos são maioritariamente compostos por pilotos de vários países do sudeste asiático, vai aguardar por uma decisão da AAMC quanto a uma nova data para evento. Entretanto, as provas organizadas pela Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC) no Kartódromo de Coloane marcadas para o fim de semana, foram também canceladas. Numa nota colocada na sua página electrónica, a AAMC esclareceu: “Tendo em conta a grave situação epidémica, em resposta à política anti-epidemia do Governo da RAEM, a AAMC vai continuar a suspender os serviços externos de 22 a 24 de Junho. Obrigado pela vossa compreensão.” Simulacro no Kartódromo No fim de semana passado, o Kartódromo de Coloane serviu para um simulacro com vista à preparação do 69.º Grande Prémio de Macau. Numa iniciativa gerida pelo Instituto do Desporto, com o intuito de explorar a viabilidade de convidar atletas estrangeiros para competir em Macau, foi testada a possibilidade de realizar o evento em “circuito fechado”, à imagem do que foi feito nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. Segundo o que foi noticiado pela imprensa local de língua chinesa, o conceito passa por dividir os intervenientes do evento em duas zonas: “zona verde” e “zona vermelha”. Todas as equipas participantes, o seu pessoal e mesmo alguns meios de comunicação social são colocados na zona vermelha em “circuito fechado”, onde autocarros farão o seu transporte entre o circuito e o hotel. O simulacro terá incluído operações de socorro, eliminação de lixo, cerimónia de entrega de prémios, entrevistas instantâneas em vídeo entre os meios de comunicação social e os pilotos, e até autocarros realizaram o transporte de pessoas em “circuito fechado”.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Pessimismo ocidental contrasta com optimismo nacional A contagem decrescente para a 69.ª edição do Grande Prémio de Macau já começou. Contudo, a cerca de cinco meses do maior cartaz desportivo de carácter anual da RAEM são mais as dúvidas do que as certezas O Macau Daily Times revelou na passada terça-feira que na pretérita semana vários pilotos receberam convites formais da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau para participarem no Grande Prémio de Motos de Macau, prova que não se realizou nos últimos dois anos devido às restrições de entrada de estrangeiros de acordo com as medidas de prevenção e controlo da pandemia de Covid-19. Segundo a publicação de língua inglesa, do ponto de vista dos pilotos, parece ser unânime a opinião de que desejam regressar a Macau “desde que as restrições de quarentena sejam abandonadas”. Entretanto, a Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo – WTCR mantém no seu calendário as três provas asiáticas – Inje (Coreia do Sul), Ningbo (China) e Circuito da Guia (Macau) – contudo, o optimismo sobre um eventual regresso à Ásia não é grande. Em Abril, Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, deixou claro ao HM que uma quarentena longa poderia afastar a intenção de realizar a última prova do ano em Macau. Neste momento, tudo aponta que a entidade promotora da FIA WTCR, a Discovery Sports Events, opte pelo plano B e cancele as rondas do continente asiático nas próximas semanas. Segundo a edição desta semana da revista alemã Motorsport Aktuell, a cidade marroquina Marraquexe, é a mais forte candidata mais forte a receber a prova de final de temporada. O Circuit international automobile Moulay El Hassan deverá ocupar o lugar de Macau, no mês de Dezembro. Os circuitos de Jidá, na Arábia Saudita, e de Istambul, na Turquia, têm sido apresentados como outras possibilidades caso o “tour” asiático não aconteça novamente. A confirmar-se este cenário, um novo calendário da FIA WTCR poderá ser apresentado no final de Junho, durante o Conselho Mundial de Automobilismo da FIA. Paddock da F3 na expectativa A Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 está no calendário da FIA agendada para o período de 17 a 20 de Novembro, no entanto a expectativa entre as equipas é tão grande como a incerteza. O Campeonato FIA de Fórmula 3 corre nos fins-de-semana da Fórmula 1, onde a obrigatoriedade de testagem à Covid-19 foi abolida este ano, sendo a apresentação do certificado de vacinação o suficiente para a livre circulação. Apesar da elevadíssima reputação da prova do território e da vontade geral que esta recupere a pujança de outros tempos, caso seja imposta uma quarentena à chegada, estes factores poderão não ser suficientes para convencer um paddock que está todo vacinado e livre de restrições em todos os sítios para qual viaja. Entretanto, a Fórmula 3 garantiu ontem que a partir do próximo ano acompanhará a Fórmula 1 na viagem a Melbourne, na Austrália. TCR Asia e F4 China contam voltar Se nas competições internacionais o optimismo de um regresso a Macau está em declínio, em contrapartida nas nacionais, o regresso as ruas do território é quase “ponto assente”. Devido aos confinamentos a que tiveram sujeitas as grandes metrópoles de Pequim e Xangai, os calendários de todas as competições automobilísticas chinesas foram revistos e alterados. Com o arranque previsto para o segundo fim de semana de Julho, o campeonato TCR Asia manteve no seu calendário a visita à RAEM para a prova de encerramento de uma temporada que duas semanas antes de Macau regressa ao circuito citadino de Wuhan, um evento que não se realiza desde 2019. O Campeonato da China de Fórmula 4, que já não realiza uma prova desde o Grande Prémio de Macau de 2021, prevê começar no mês de Agosto, em Ningbo. O revisto calendário provisório de quatro jornadas enviado esta semana às equipas volta a incluir o Circuito da Guia como prova final. A concretizar-se, esta será a terceira vez consecutiva que o campeonato reconhecido pela FIA se desloca a Macau. O piloto local Charles Leong Hon Chio venceu em ambas as ocasiões.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | F1 na China com dificuldades inesperadas de vingar Três meses depois do arranque da temporada de 2022, o entusiasmo da chegada do piloto chinês Guanyu Zhou ao Campeonato do Mundo de Fórmula 1 tem perdido força. Uma série de factores fora de pista têm contribuído para isso, e o próprio estreante Zhou, o primeiro piloto da República Popular da China a correr na disciplina, admite que não tem a certeza se vai manter o seu lugar na Alfa Romeo na próxima temporada Nos últimos dias, o nome do jovem de 23 anos apareceu várias vezes na imprensa internacional entre os pilotos cujo futuro na Fórmula 1 não é claro para além de 2022. Isto, apesar do chefe de equipa da Alfa Romeo, Frédéric Vasseur, parecer satisfeito com a época de Zhou até agora, especialmente porque a relação que o piloto chinês tem com o colega de equipa Valtteri Bottas tem sido profícua. “O Valtteri é rápido no carro, bom com a equipa fora do carro, é fantástico em termos de motivação e contribuição”, disse o responsável francês. “E a colaboração com Zhou é mais do que boa”. No entanto, Zhou não tem a certeza sobre a sua continuidade, até porque não tem um contrato assinado. “Ainda estamos no início desta temporada, por isso ainda não tenho planos para o futuro e ainda não sei qual é o plano”, disse o piloto natural de Xangai. “Claro que tem sido uma temporada com pontos altos e baixos, mas no geral sinto-me muito feliz por estar aqui. E sinto que ainda há muitas corridas para eu desenvolver as minhas capacidades na Fórmula 1”. A boa temporada que Bottas está a realizar este ano deverá mantê-lo na equipa, mas o lugar de Zhou é muito cobiçado pelo francês Théo Pourchaire. O piloto de reserva da Alfa Romeo F1 Team Orlen e membro da Sauber Academy é também um protegido de Vasseur. Vice-campeão em 2021 da Fórmula 2, Pourchaire ocupa a segunda posição no campeonato este ano e quer dar o assalto, preferencialmente em 2023. Com um ponto já alcançado esta época, o que o coloca no 18.º lugar entre os vinte e um pilotos participantes, Zhou está aparentemente tranquilo e confiante. “Se tudo correr como planeado, não vejo razão para estar demasiado preocupado com o que vai acontecer no próximo ano”, referiu. Outras dificuldades Durante décadas acreditou-se que a presença de um piloto chinês no “Grande Circo” iria quebrar as barreiras e finalmente se iriam abrir as portas do actual maior mercado automóvel do mundo. Contudo, na prática, tal não está a acontecer, bem longe disso. A presença de Zhou trouxe o interesse de novos patrocinadores para o desporto, principalmente para a Alfa Romeo, mas ainda não se assistiu à chegada de fortes patrocinadores chineses. Apesar dos intentos que a Fórmula 1 tem em realizar um dia dois Grandes Prémios na China, a verdade é que a categoria rainha do automobilismo não pisa solo chinês desde 2019. O contrato de Xangai foi mesmo assim renovado até 2025, mas hoje ninguém se atreve a garantir que haverá Grande Prémio da China em 2023 devido às actuais restrições de entrada de estrangeiros no país. Outro problema que a Fórmula 1, neste caso a Liberty Media, tem encontrado na China prende-se com as transmissões televisivas. Fora das duas Regiões Administrativas Especiais, apenas em Xangai e na província de Guangdong é possível assistir às transmissões em directo dos eventos. Apesar dos rumores que a China Telecom poderia ter ganho o concurso dos direitos de transmissão online, a verdade é que não existe ainda uma plataforma autorizada a transmitir as corridas pela internet, o que condiciona a expansão da disciplina no país.
Hoje Macau DesportoClube Chongqing FC deixa de existir devido a problemas financeiros O Chongqing FC, clube da primeira divisão chinesa de futebol por onde passou o treinador português Paulo Bento, vai deixar de existir devido a problemas financeiros, informou a imprensa local, citando comunicado do clube. O anúncio foi feito nas vésperas do início da temporada na China. Desde o final de 2016 que o clube é propriedade do grupo tecnológico Dangdai Group, que, desde então, investiu mais de três mil milhões de yuans na equipa. Mas, desde 2020, com o início da pandemia e as medidas de prevenção epidémica implementadas pelas autoridades chinesas, como a disputa das temporadas dentro de ‘bolhas’ sanitárias separadas do público, que o clube enfrenta uma situação financeira precária, que resultou no atraso no pagamento de salários aos jogadores. “Após cuidadosa deliberação feita pelos acionistas do clube, decidimos, com muito pesar, retirar-nos da superliga e dissolver a equipa”, disse o clube, no comunicado. “Obrigado a todos os jogadores e funcionários pelo vosso empenho”, lê-se na mesma nota. Um tribunal chinês foi informado no início deste mês que os jogadores do Chongqing passaram 16 meses sem serem pagos. A agência noticiosa oficial Xinhua informou que o dono do clube também está com problemas financeiros e não pode pagar a dívida da equipa, que supera os 700 milhões de yuans, embora alguns funcionários do clube estivessem dispostos a ceder parte dos seus salários. Desde 1997 que o Chongqing FC representava a cidade de Chongqing, centro da China, na Superliga chinesa, a prova máxima do futebol no país asiático. Paulo Bento treinou o clube em 2018, mas foi despedido ao fim de oito meses, após terminar o campeonato no 12.º lugar. Os clubes de futebol chineses atravessam uma crise financeira que resultou já na falência do Jiangsu Suning, após ter-se sagrado campeão, em 2020, expondo a insustentabilidade dos gastos que nos últimos anos abalaram o mercado de transferências. Poucas épocas depois de Alex Teixeira, Hulk, Carlos Tévez ou Ricardo Goular terem rumado à China, em contratações avaliadas em dezenas de milhões de euros e beneficiando de salários sem precedentes, vários clubes da liga chinesa estão agora falidos e com pagamentos em atraso. O Evergrande, o grupo imobiliário que financiou o Guangzhou FC, o clube de maior sucesso do país, atravessa uma grave crise de liquidez. O Qingdao FC anunciou também em abril que vai deixar de operar. Jogadores de outros clubes, incluindo do Cangzhou Mighty Lions, reclamaram publicamente terem salários em atraso. A falência do Chongqing segue o anúncio, feito no início deste mês, de que a China renunciou ao seu direito de sediar o campeonato asiático de 2023. Os clubes chineses nunca foram sustentáveis, mas as grandes empresas do país, desde o ramo imobiliário à gestão portuária, suportaram durante muitos anos o orçamento das equipas, coincidindo com o desejo do governo chinês de converter o país numa potência futebolística.
Hoje Macau DesportoChina renuncia à organização da Taça das Nações Asiáticas de futebol A China renunciou à organização da Taça das Nações Asiáticas de futebol de 2023, devido ao aumento de casos de covid-19 no país, anunciou este sábado a Confederação Asiática de Futebol (AFC), em comunicado. “Após conversações exaustivas com a Associação Chinesa de Futebol (CFA), a AFC foi oficialmente informada pela CFA de que não seria capaz de organizar a Taça das Nações Asiáticas de 2023. A AFC compreende as circunstâncias excecionais provocadas pela pandemia de covid-19, que levaram a esta renúncia da China”, refere o organismo. Na mesma nota, a AFC remete para mais tarde qualquer anúncio sobre o anfitrião da próxima edição da Taça das Nações Asiáticas. A organização da edição de 2023 tinha sido atribuída à China em junho de 2019, sendo que a competição deveria disputar-se em 10 cidades chinesas, entre 16 de junho e 16 de julho do próximo ano. Uma nova vaga de casos de infeção com o coronavírus na China levou ao confinamento dos 25 milhões de habitantes em Xangai desde abril, originando igualmente o cancelamento de vários eventos desportivos no país, como foram os casos das duas etapas chineses da Liga Diamante de atletismo, o Grande Prémio de Xangai de Fórmula 1 ou os torneios de ténis do circuito ATP.
Sérgio Fonseca DesportoVP da FIA não vê possível circuito de HK como ameaça ao GP Macau A Hong Kong Automobile Association (HKAA) voltou a apresentar uma proposta ao Executivo da RAE vizinha para a construção de um circuito permanente no território. Contudo, se tal se vier a concretizar, uma pista de automobilismo em Hong Kong não é vista pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) como uma ameaça ao Grande Prémio de Macau Em declarações ao South China Morning Post (SCMP), no mês passado, Lawrence Yu Kam-kee, o presidente da HKAA, a Associação Desportiva Nacional de Hong Kong, revelou que um plano de vinte páginas foi entregue ao Gabinete do Chefe do Executivo e aguarda resposta. Yu referiu que a HKAA esteve em contacto com os vários departamentos governamentais antes de submeter a proposta, com a esperança de segurar uma localização no lado norte da Ilha de Lantau, onde estava anteriormente o Aeroporto Internacional de Hong Kong. Yu afirmou ao SCMP que ainda é muito cedo para dizer se o local poderia ajudar a trazer as corridas de Fórmula 1 para Hong Kong, isto numa altura em que a categoria rainha do automobilismo deseja ter mais corridas na China. “Um evento de Fórmula 1 precisa de um circuito longo e uma recta de uma ponta à outra, …, será parte do circuito proposto para apenas quando precisássemos dele para realizar grandes eventos – o que tornaria a instalação mais económica. Isto acontece em outros circuitos de automobilismo em todo o mundo.” O comissário dos desportos Yeung Tak-keung respondeu ao SCMP que o projecto de reaproveitamento ainda está em fase de planeamento e “a proposta de fornecer instalações desportivas será incluída no estudo detalhado”. Criar sinergias Este renascer do interesse da ex-colónia britânica num circuito permanente é visto com bons olhos para o novo Vice-Presidente da FIA para a Ásia, Lee Lung Nien. O ex-presidente da Motor Sports Singapore (MSS) referiu ao HM que ambas as RAE só têm a ganhar caso o governo de Hong Kong dê seguimento à proposta. “Será positivo para todos, porque dá possibilidades às pessoas”, disse Lung ao HM. “E se fizerem [grandes eventos] em fins-de-semana consecutivos ainda melhor. Um fim de semana Hong Kong, outro Macau, ou vice-versa.” “Se Hong Kong tiver o seu próprio circuito, óptimo. Cria melhores corridas para todos; [Os pilotos] podem treinar em Hong Kong, e correr em Macau”, acrescenta Lung, também ele um praticante de desportos motorizados, particularmente de karting. “Tens escolhas, e no momento que tens escolhas, o nível aumenta, a participação aumenta, e permite às pessoas terem opções para correrem. Quando tens opções as pessoas aparecem. O problema é quando não há oferta ou estamos limitados a uma corrida ou a um só circuito. Ambos [Macau e Hong Kong] poderão co-existir e ambos podem beneficiar um com o outro”. Não é ameaça Apesar de nunca ter tido um evento com a dimensão do Grande Prémio de Macau, Hong Kong realizou ao longo dos anos várias corridas locais de diferentes disciplinas do desporto motorizado e chegou mesmo a organizar um Grande Prémio Internacional de Karting, em Victoria Park. Em 2016, 2017 e 2019, Central Harbourfront recebeu o Campeonato FIA de Fórmula E, de carros eléctricos. O evento, que foi uma vitória pessoal do presidente da HKAA, seria descontinuado, primeiro devido aos protestos pró-democracia e depois devido à pandemia. O responsável máximo do automobilismo para a Ásia não acredita que Macau poderá sequer estar em risco caso Hong Kong use a sua infra-estrutura para cativar eventos internacionais de alto nível. “Macau não irá desaparecer, é como o Mónaco. Eu descreveria o Grande Prémio de Macau como o ‘Mónaco do Este’. É um festival, um grande evento internacional, todos querem lá ir”.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Rodolfo Ávila deve continuar com a MG para tentar a renovação do título O campeão em título do Campeonato TCR China de 2021, o piloto de Macau Rodolfo Ávila, deverá continuar a defender as cores da MG XPower Racing na época desportiva de 2022. Isto, apesar da equipa oficial do construtor sino-britânico ainda não ter revelado os seus planos para a temporada vindoura O TCR China deveria arrancar no fim de semana de 7 e 8 de Maio no Circuito Internacional de Xangai. Contudo, devido ao confinamento por tempo indeterminado da capital económica da República Popular da China e às restrições impostas na circulação de pessoas, aguarda-se pelo adiamento inevitável do evento de abertura. “Neste momento, devido à situação em que nos encontramos, não sabemos quando vamos mesmo começar”, explicou Ávila ao HM. “Muito possivelmente, se a pandemia abrandar, vamos ter como em anos anteriores um calendário bastante concentrado na segunda parte do ano. Temos que aguardar.” A versão original do calendário do TCR China contava com seis jornadas duplas de Maio a Novembro, e passagens pelos circuitos de Xangai, Ningbo, Zhejiang, Zhuzhou e Tianma (Xangai). O Grande Prémio de Macau também estava neste calendário provisório como prova extracampeonato. Contudo, o calendário poderá estar sujeito a alterações ao longo das próximas semanas com o evoluir da crise sanitária. Objectivo será renovar Rodolfo Ávila, ao volante de um MG 6 XPower TCR, sagrou-se em Novembro passado campeão do TCR China, depois de uma derradeira prova em que conseguiu recuperar de uma desvantagem de 14 pontos. Por isso, os seus objectivos para a nova temporada não são muito diferentes. “Vou tentar renovar o título, mas não espero facilidades. Em 2021, o campeonato foi discutido até à última corrida da temporada e não espero que seja muito diferente este ano”, contou o também campeão asiático de Fórmula Renault de 2013 e vencedor do Asia SuperCar Challenge de 2008. A coroa de campeão não lhe dá o favoritismo per se, pois “ainda não sei bem quem irá ser a concorrência deste ano, mas o nível da competição será sempre alto”, afirma Ávila, que porém acredita que “além dos meus companheiros de equipa, que são sempre pilotos rápidos e experientes, temos que contar com a equipa oficial da Lynk & Co, que mesmo sem o Ma Qing Hua, que foi para a Europa, tem sempre todos os recursos necessários para vencer. Não podemos ignorar também alguns dos pilotos privados, principalmente aqueles que vão contar este ano com o novo modelo da Audi.” Novidades no horizonte? Há rumores sobre possibilidade de a MG introduzir um novo carro na categoria TCR, no entanto, em Itália, na pretérita semana, apenas o novo Toyota Corolla GRS TCR e o Fiat Tipo TCR da Tecnodom Sport passaram pelo processo de homologação para serem certificados pelo Departamento Técnico do Grupo WSC e assim iniciarem as suas actividades nesta categoria. “A MG tem trabalhado continuamente para evoluir os seus carros de competição e o título do campeonato TCR China de 2021 com o MG 6 é um bom exemplo disso”, esclarece Ávila. “Se haverá um carro novo num futuro próximo, é algo que temos que aguardar por uma decisão das entidades responsáveis da marca, pois são eles que decidem qual o caminho que a MG deve percorrer no automobilismo”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Quarentena prolongada pode afastar WTCR do Grande Prémio Após dois anos de ausência forçada, a Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR espera regressar este ano ao Circuito da Guia. Todavia, Jean-Baptiste Ley, o director da WTCR, deixa claro que uma decisão final ainda não foi tomada, mas uma quarentena longa poderá afastar essa intenção “Nós continuamos a monotorizar as restrições de viagens com a esperança de regressar a Macau este Novembro para o que é uma corrida icónica numa pista lendária”, referiu Jean-Baptiste Ley, o novo homem forte da entidade promotora da WTCR, a Discovery Sports Events, ao HM. Enquanto a Discovery Sports Events avalia a possibilidade de substituir as provas anuladas na República Checa e na Rússia, oito eventos agora permanecem no calendário de 2022, começando a Taça do Mundo nas ruas francesas de Pau no início de Maio. Contudo, dessas oito provas que permanecem no calendário há três ainda em dúvida, mais precisamente as três rondas planeadas para o continente asiático: Coreia do Sul, Interior da China e Macau. “As regras das quarentenas existem por uma boa razão e não cabe à WTCR exigir a sua remoção. Obviamente, que se um prolongado período de quarentena for obrigatório, então regressar a Macau será desafiante”, refere o engenheiro francês que num passado recente foi o coordenador do campeonato europeu de ralis, acrescentando que “temos que aguardar por mais claridade antes de dizermos com absoluta certeza se poderemos correr em Macau esta época ou não. Temos prazos definidos para tomar estas decisões”. Apesar de Jean-Baptiste Ley não apontar uma data exacta para uma decisão, existe a noção de que a FIA irá aguardar até ao Verão para compreender se é viável ou não organizar as suas três Taças do Mundo – F3, GT e Turismos – na RAEM este ano. No mês passado, Pun Weng Kun, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, em declarações à TDM, aludiu novamente à vontade da organização em voltar a abrir as portas do evento à participação estrangeira, dando como exemplo o sucesso da ‘bolha’ sanitária anti-COVID-19 implantada durante os últimos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim. Vacinação não obrigatória No início da temporada, a organização do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 determinou que todo o seu pessoal e das equipas tivesse vacinado, com doses de reforço incluídas. Contudo, esta medida não é obrigatória para todos os Campeonatos ou Taças do Mundo sob a égide da FIA. “Se o país ou a ADN (Autoridade Desportiva Nacional) estipularem este requerimento, então claro que todos os que queiram participar no evento terão que cumprir”, explica Jean-Baptiste Ley. “Mas não é uma regra que a WTCR fosse capaz de aplicar nos termos dos nossos regulamentos desportivos. No entanto, é importante enfatizar que as vacinas são cruciais na luta contra a COVID-19 e pedimos que as pessoas ainda não vacinadas sejam vacinadas”. Locais serão aceites Como já acontecia no seu antecessor, o WTCC, a concretizar-se a presença no Grande Prémio, a organização da WTCR vai autorizar a participação de pilotos locais no Grande Prémio de Macau, com o estatuto de “wildcards”, ou convidados. “A regulamentação da WTCR permite inscrições corrida-a-corrida em todos os eventos e nós damos as boas-vindas à participação de pilotos locais e equipas em cada um dos eventos do calendário”, salienta o Director da Taça do Mundo, acrescentando que ao permitir “inscrições corrida-a-corrida damos a oportunidade para os pilotos e equipas locais mostrarem as suas capacidades e angariarem experiência num evento de nível mundial, algo que só pode ser benéfico para o desporto como um todo”. Com um custo de inscrição de 5,000 euros e sujeitos a aprovação da FIA, os pilotos convidados que queiram estar à partida da Corrida da Guia na WTCR não pontuam para o campeonato e carregarão nos seus carros dez quilogramas de peso extra.
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio | Célio Alves Dias vai recuperar o Mini Célio Alves Dias é um veterano das corridas de automóveis do território e no ano passado conseguiu a proeza de vencer uma corrida no programa do Grande Prémio de Macau. Contudo, ainda lhe falta cumprir o sonho de subir ao degrau mais alto do pódio no evento, algo que lhe escapou no ano passado, após um final de corrida caricato, mas que este ano não quer deixar fugir Numa corrida que ficou marcada por uma carambola de dezanove carros na curva de entrada para a recta da meta e que teve de ser concluída prematuramente devido a mais uma série de acidentes no recomeço que envolveram os pilotos do pelotão da frente, o vencedor da Taça de Carros de Turismo de Macau de 2021 não recebeu o troféu de primeiro classificado. Dada a violência do impacto, o então líder da corrida, que foi um dos envolvidos no aparatoso acidente, foi levado ao Centro Hospital Conde de São Januário por precaução, tendo sido a sua namorada quem recebeu a taça do vencedor. Na altura, Célio afirmou que a existência de óleo na pista pode ter estado na origem do acidente. “Quando passei naquele local do acidente [na altura do recomeço], senti que havia ali óleo porque o carro escorregou bastante”, revelou ao HM. Este é um episódio que o piloto quer esquecer, até porque o seu Mini Cooper S , da classe 1.6T, ficou em muito mau estado após colidir com as barreiras de protecção. Felizmente para o piloto da Fu Lei Loi Racing Team, “o Mini já seguiu para a China para realizar a reparação. Em princípio, será possível repará-lo”, esclareceu Célio ao HM. Por isso, “este ano vou continuar a correr com o Mini de 2021 no Grande Prémio de Macau. Este Mini é novo, foi o primeiro ano a correr no Circuito da Guia”, acrescentou. Como tudo indica que os regulamentos técnicos e desportivos das corridas de carros de Turismo locais não irão ainda sofrer alterações esta temporada, a continuidade da aposta no “musculado” Mini faz todo o sentido. Até porque a experiência adquirida nas curvas e contracurvas do mais conhecido circuito urbano do continente asiático permitiram a Célio e à sua equipa uma melhor compreensão do comportamento da máquina. Célio recorda que “após os primeiros treinos do Grande Prémio pensei em alterar as afinações, para melhorar nas curvas. Alterei as afinações em quase todas as vezes que fomos para a pista e na final, na segunda corrida, até alterei muito mais. Quer dizer que este Mini poderia ter sido ainda mais rápido do que foi na segunda corrida do Grande Prémio. Agora, já sabemos quais os problemas deste carro e vamos continuar a trabalhar nas afinações, em particular para torná-lo mais rápido nas curvas.” Parar não, mudar talvez O piloto que se estreou no Grande Prémio de Macau de 1999, na última edição da Corrida Automóvel Clube de Portugal, ao volante de um Honda Civic EG6, tem sido uma presença assídua no maior evento desportivo do território, contando hoje com vinte e duas participações. “Nunca pensei em parar”, afirma Célio. “Gosto muito do circuito de Macau. Só faltei ao Grande Prémio uma vez, no ano em que faleceu o meu pai.” Alguns pilotos de Macau são a favor de que a categoria 1.6T, para viaturas de preparação local com motor turbo de 1600cc de cilindrada, deveria terminar e ser trocada por carros da internacional classe TCR. Tal não irá acontecer este ano, mas Célio também concorda que o futuro do automobilismo da RAEM “deve ser com carros da categoria TCR, porque são mais baratos.” Porém, o que está para vir nos próximos anos ainda não é uma preocupação para Célio, pois o que mais importa é voltar a ter o Mini na antiga forma e conseguir finalmente cumprir a missão de escalar até ao lugar mais alto do pódio.
Sérgio Fonseca DesportoFIA confirma data da F3 e F4 China anuncia corrida no GP Na passada sexta-feira, o organizador do Campeonato da China de Fórmula 4 divulgou nas redes sociais o calendário da temporada de 2022 que inclui a prova final, pelo terceiro ano consecutivo, no Circuito da Guia. Um dia depois, no sábado, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) confirmava a data da Taça do Mundo de Fórmula 3 em Macau. O calendário da F4 chinesa deste ano, que se estende de Junho a Novembro, contempla quatro eventos, num total de catorze corridas. O organizador, o Mitime Group, uma subsidiária do grupo automóvel Zhejiang Geely Group, colocará de lado o Circuito Internacional de Zhuhai, que nos últimos dois anos foi o coração do campeonato, para regressar ao circuito de Fórmula 1 de Xangai para a prova de abertura. O circuito Ningbo, que pertence ao Mitime Group, e um circuito citadino a realizar em Pingtan, na Província de Fujian, a que se junta a visita a Macau, completam o calendário. De acordo com a informação publicada, na derradeira prova da temporada na RAEM, “haverá duas corridas e os pilotos irão receber pontos a dobrar”. Diz também o comunicado que “o Campeonato Shell Helix da China de Fórmula 4 da FIA de 2022 é apoiado pela Associação Geral Automóvel de Macau-China. As duas corridas de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau terão como ensaio as três primeiras provas da temporada.” Para a organização chinesa, a visita a Macau pretende que “mais jovens talentos tenham a oportunidade de seguir os passos de pilotos de Fórmula 1 famosos como Senna, Schumacher e Hamilton, e gravar os seus nomes no Hall of Fame do lendário Grande Prémio de Macau”. Ao contrário das congéneres de todo o mundo, a Fórmula 4 irá ainda manter os mesmos antigos chassis Mygale, motorizado com blocos de 2 litros da Geely, cuja homologação foi estendida até 2023. As duas únicas vezes que a Fórmula 4 marcou presença no maior cartaz desportivo de Macau a vitória ficou na casa, com Charles Leong Hon Chio a vencer nas duas ocasiões. Macau no calendário internacional O Conselho Mundial de Automobilismo da FIA confirmou a data do evento com uma curta menção no comunicado de imprensa de sábado: “A data da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA 2022, a realizar em Macau, está confirmada para 17 a 20 de Novembro”. A presença da Taça do Mundo no Calendário Internacional da FIA não quer dizer por si só que a prova, que já não acontece desde 2019, se realizará este ano. Recorde-se que no ano passado, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA foi colocada no Calendário Internacional para meses depois ser retirada, pois não foram encontradas as condições para a RAEM aliviar as restrições de entrada de estrangeiros no território. Recentemente, Pun Weng Kun, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e presidente do Instituto do Desporto, em declarações à TDM, mencionou novamente as intenções da organização do evento em trazer de volta concorrentes estrangeiros. O dirigente deu como exemplo o sucesso da ‘bolha’ sanitária anti-covid-19 implantada durante os últimos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Filipe Souza quer correr no TCR China 2022 Com o arranque da temporada desportiva no Interior da China a acontecer dentro de um mês, a pandemia não dá tréguas e continua a colocar sérios obstáculos aos pilotos de automobilismo de Macau, que têm de se deslocar ao outro lado das Portas do Cerco para exercerem a sua actividade; Filipe Souza é um deles. Depois de ter sido o único piloto capaz de enfrentar os Link & Co oficiais na última edição da Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau, o piloto macaense foi punido por uma alegada falsa partida e não conseguiu conquistar aquele lugar no pódio que tanto procurava. No final da corrida, Souza estava bastante agastado com a decisão e afirmou aos jornalistas que iria repensar se voltava a competir ou não. Contudo, no final, o piloto da RAEM decidiu que tem uma missão por cumprir, além do desejo de alinhar no seu vigésimo Grande Prémio de Macau. “Vou voltar esta temporada e estou a planear participar no campeonato TCR China, como nos anos anteriores, mas a pandemia ainda está a atrapalhar”, explicou o piloto ao HM. “Tenho de continuar a acompanhar a situação, para tomar uma decisão no próximo mês, é que o TCR China começa em Maio no Circuito Internacional de Xangai”. O calendário do TCR China, competição que foi ganha em 2021 pelo piloto de Macau Rodolfo Ávila, conta com seis jornadas duplas, e passagens pelos circuitos de Xangai, Ningbo, Zhejiang, Zhuzhou e Tianma (Xangai). O Grande Prémio de Macau também está no calendário provisório do TCR China, mas como prova extracampeonato. Carro novo com olho no GP As últimas temporadas de Souza têm sido realizadas ao volante de um Audi RS 3 LMS TCR e, em princípio, assim continuará a ser, pelo menos, na primeira metade do ano. “Devo continuar com o Audi TCR, um carro que eu tenho confiança ganha ao longo dos anos”, no entanto, o piloto do território pondera “correr com um carro TCR da nova geração. Estou a planear ter um carro novo no mês de Junho. Não pode ser muito tarde, porque depois não há tempo para testar ou fazer algumas corridas antes do Grande Prémio”. A prova de final de ano no Circuito da Guia é sempre dúvida a prioridade para Souza, como o próprio admite: “O Grande Prémio está a preparar o regresso dos pilotos internacionais, como aqueles que participam na Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR. Ouvimos que vão fazer como nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Se a WTCR conseguir vir ao Grande Prémio este ano, quer dizer que eu só posso fazer as provas locais, como a Taça de Carros de Turismo de Macau. Espero que este ano possa fazer mais corridas e preparar-me melhor para obter um bom resultado em Macau”. E a temporada de Souza poderá não se ficar apenas pelo TCR China, pois “ouvi dizer que a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) quer recomeçar o MTCC este ano e quer realizar estas provas no circuito de Zhuzhou. Contudo, tudo dependerá da evolução da COVID-19. Vamos a ver.”
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Sophia Floersch diz que acidente lhe trouxe fama mas não proveito Há momentos que marcam a carreira de um piloto. Para Sophia Floersch, definitivamente será o assustador acidente no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2018, como a própria admitiu ao jornal bávaro “Münchner Merkur”. Sophia Floersch reconhece que o infortúnio lhe trouxe fama, mas que não a ajudou a progredir na sua carreira desportiva Quase quatro anos após o aparatoso acidente na travagem para a Curva Lisboa, a piloto alemã admitiu à publicação germânica que ainda continua a ser muito associada ao acidente no Circuito da Guia. Apesar do aparato, que catapultou o evento de Macau para todos os noticiários em todo o mundo, felizmente o acidente não teve consequências físicas, e Sophia Florsch regressou logo ao activo em 2019, tendo recebido o ” World Comeback of the Year” na cerimónia dos Laureus World Sports Awards. Sophia Floersch disse que vários patrocinadores capitalizaram com o seu salto para a fama, mas que “nenhum deles ainda está comigo”. A jovem alemã, que recebeu o título de Embaixadora da Boa Vontade do Turismo de Macau após o seu acidente, referiu que “o automobilismo move-se depressa. O acidente deu-me atenção, mas no sentido desportivo, não foi um passo em frente”. Depois de ter regressado à corrida de Fórmula 3 em Macau, onde desistiu com problemas técnicos no seu carro, em 2020 completou outra temporada na disciplina, aproveitando também para se estrear nas corridas de resistência. Em 2021, foi a vez de se estrear no campeonato alemão DTM e no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC). Sophia Floersch tinha planeado para este ano uma participação no European Le Mans Series e nas 24 Horas de Le Mans, mas continua a afirmar que o seu grande objectivo “é regressar às corridas de monologares”, sendo a Fórmula 1 “o seu grande sonho”. “Aos 21 anos, devo continuar a perseguir este objectivo”, insiste a piloto de Munique. “Com um orçamento grande seria mais rápido, mas com um orçamento pequeno, por vezes tens que fazer desvios. Porém, estou a lutar para subir e acredito firmemente que há um futuro. A determinada altura, o investimento irá compensar”. A piloto, que sempre disse que estava disposta a regressar ao evento automobilístico da RAEM, aproveitou a entrevista para criticar a hipocrisia existente na Fórmula 1, “apesar de todo o alarido em redor de chavões da actualidade como diversidade, igualdade e inclusão, as equipas adornam-se com pilotos (senhoras), mas elas não têm qualquer hipótese. São usadas para justificar lemas modernos e chiques para promoverem as mulheres e a igualdade”. Apanhada pelas sanções à Rússia Sophia Floersch tinha esta temporada bem delineada, com contrato assinado para conduzir um Oreca 07 Gibson da classe “Le Mans Prototype 2” (LMP2) que seria preparado pela equipa portuguesa Algarve Pro Racing sob a bandeira da G-Drive Racing na Europa. A G-Drive é uma cadeia de postos de combustível russa, que é administrada pela gigante estatal do petróleo Gazprom, que por sua vez passou a enfrentar sanções dos EUA e de outros países Ocidentais após a invasão russa à Ucrânia. Perante as sanções económicas e as limitações colocadas pela FIA, como a proibição da bandeira russa, símbolos, cores ou hino nacional do país, os mentores do projecto G-Drive Racing retiraram-se de cena, deixando a equipa portuguesa e os seus pilotos, incluindo Sophia Floersch, numa situação incómoda, vista a necessidade de procurar novos apoios para compensar a saída do forte patrocinador.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | André Couto conta voltar às pistas este ano Apesar de estar afastado das pistas desde Maio do ano passado, André Couto ainda não poisou o capacete e espera voltar à competição esta temporada. Embora não tenha ainda nada “preto no branco”, o piloto português não esconde que gostaria de regressar ao Japão e está atento ao que se passa na China A temporada de 2021 do vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2000 foi fortemente prejudicada pela pandemia e resumiu-se às duas primeiras provas da Taça Porsche Carrera Ásia com a Toro Racing. Couto tinha alinhavado tripular um dos Mercedes AMG GT3 da Toro Racing no Campeonato da China de GT, todavia tal acabou por não se concretizar, pois, após os adiamentos sucessivos no arranque do campeonato, a equipa de Xangai decidiu apenas realizar a prova de abertura em casa com pilotos locais. A Toro Racing tinha guardado o seu melhor Mercedes AMG GT3 para Couto competir no Grande Prémio de Macau, o carro que Luo Kai Luo levou ao terceiro lugar da Taça GT Macau, no entanto, o piloto do território teve que abdicar do lugar por razões de ordem pessoal e não foi em 2021 que regressou à sua prova favorita. “Fui aconselhado a não correr no Grande Prémio, mas felizmente está tudo bem e posso voltar às pistas sem preocupações”, esclareceu Couto ao HM. “Foi uma pena não ter participado, mas quero acreditar que novas oportunidades irão aparecer no futuro”. Neste momento, o Japão e a China são as melhores possibilidades para Couto prosseguir uma carreira que começou no karting em Coloane. Japão ainda é hipótese Depois de mais de uma década, com bastante sucesso, no Japão, o piloto de Macau ainda não foi esquecido no país do sol nascente. Couto mantém a proximidade com a JLOC (Japan Lamborghini Owners’ Club), a equipa com quem deveria competir em 2020, quando a pandemia o obrigou a mudar de planos, e acredita que uma porta ainda se pode voltar a abrir no Super GT. “Tenho estado em contacto com a minha anterior equipa. Devido à incerteza nas fronteiras, optámos por esperar. Eles já definiram os seus pilotos para 2022, os mesmos da temporada passada, mas existe a possibilidade de poder entrar a meio da época se os resultados não forem muito positivos”, explicou o ex-campeão da categoria GT300. “Eles chegaram a falar comigo no ano passado e até estava tudo bem encaminhado para eu substituir um dos pilotos japoneses, mas não foi possível obter o visto de entrada”. Depois de ter competido em monolugares e carros de GT no Japão, Couto continua a guardar o Super GT no coração. “É um campeonato muito forte”, diz o piloto, e “que me dá uma motivação para correr”. Quarentenas não ajudam Mesmo com a pandemia ainda a atrapalhar um pacífico desenrolar do automobilismo na China, Couto não vira a cara a um programa desportivo do outro lado das Portas do Cerco, porém reconhece que “ainda não me mexi muito”, optando por aguardar “para ver os calendários e os projectos das equipas que só agora começam a definir o que vão fazer nas corridas de GT”. A medidas impostas na prevenção e controlo da COVID-19 são actualmente um obstáculo para os desportistas que tenham que passar a fronteira com alguma regularidade. “O cenário das quarentenas torna complicado correr na China, pois de um momento para o outro podes ter de ficar preso por tempo indeterminado onde estás e impedido de regressar a casa. No ano passado recebi várias propostas para fazer corridas na China, mas nem sempre era sequer possível de as concretizar”. Igualmente atractivo para Couto era retornar ao GT World Challenge Asia, competição que esteve parada dois anos e que espera voltar em 2022 com corridas na Malásia, Japão e Indonésia. Contudo, mais uma vez, se as restrições nas fronteiras não forem aliviadas, tal é praticamente inexequível.
Pedro Arede Desporto ManchetePatinagem | Dupla chinesa campeã olímpica. Valieva falha pódio no individual Sui Wenjing e Han Cong conquistaram o ouro na vertente de pares da patinagem artística, alcançando uma medalha que fugia à China desde 2010. No individual, a russa Anna Shcherbakova arrebatou o ouro, numa prova onde Valieva não chegou ao pódio Com Lusa A dupla Sui Wenjing e Han Cong conquistou no sábado a medalha de ouro na vertente de pares da patinagem artística, fechando assim o programa da modalidade com uma vitória em casa, naquele que foi o penúltimo dia de competição dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A consagração da dupla da casa chegou após Sui e Han alcançarem uma pontução total de 239.88, que resultou das notas máximas alcançadas tanto no deccorer do programa curto, como do programa livre. Depois de terem conquistado a prata em PyeongChang 2018 e no Mundial de 2021 e sucessivos pódios internacionais desde 2015, Sui Wenjing e Han Cong arrebataram finalmente o lugar mais alto do pódio. A medalha de prata foi para a dupla do Comité Olímpico Russo, Evgenia Tarasova e Vladimir Morozov, que obtiveram uma pontuação de 239.25, tendo o bronze sido atribuído aos compatriotas Anastasia Mishina e Aleksandr Galliamov (237.71), invictos desde o mundial de 2021. Com esta vitória, Sui Wenjing e Han Cong tornaram-se na segunda dupla chinesa na história dos Jogos Olímpicos de Inverno, a conquistar uma medalha de ouro na patinagem artística. Isto, após Shen Xue e Zhao Hongbo, terem sido campeões olímpicos em Vancouver 2010. Em declarações ao Olympic Chanel após a vitória, Sui Wenjing recordou o trabalho feito e as dificuldades. “Passámos por muita coisa e, ao início, nem éramos tidos como favoritos. As pessoas diziam que éramos ‘zebras’, porque os nossos corpos não eram ‘feitos’ para a patinagem artística. Tradicionalmente, espera-se que os homens sejam altos e as mulheres pequenas”, disse Sui. “Se não há um caminho, nós construímos o nosso próprio caminho e assim fazemos a nossa própria história”, completou a patinadora. Vladimir Morozov, vice-campeão olímpico mostrou-se contente com a prata. “Não sentimos muito stress e acho que conseguimos patinar como um só. Trabalhámos muitos anos para conquistar esta medalha e, por isso, ela tem um significado muito grande”, afirmou. Já Anastasia Mishina, medalha de bronze, afirmou estar já de olhos postos na próxima competição, com o objectivo de voltar a superar a dupla chinesa. “Queremos a desforra, mas isso depende, claro, se nossos rivais vão continuar a competir”, apontou. Por sua vez, Aleksandr Galliamov, o seu par, exaltou os novos campeões olímpicos. “Os que terminaram no primeiro e no segundo lugar, fizeram apresentações verdadeiramente fantásticas. São rivais de muito valor e nós estamos gratos por competir com estes atletas lendários”, disse. Gelo fino Na vertente individual, a russa Anna Shcherbakova sagrou-se campeã olímpica de patinagem artística, numa prova em que a sua compatriota Kamila Valieva, a favorita e figura central de uma polémica por doping, foi quarta. Valieva, autorizada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) a disputar o concurso individual depois de um problema com doping que suspendeu a entrega do ouro do concurso colectivo, não conseguiu segurar o primeiro lugar conseguido após o programa curto, e terminou o programa livre com uma pontuação total de 224,09, fora do pódio. Aos 17 anos, Anna Shcherbakova juntou o título olímpico ao mundial, somando 255,95 pontos, à frente da compariota Alexandra Trusova (251,73) e da japonesa Kaori Sakamoto (233,13), medalhas de prata e bronze, respectivamente. “Dei 100 por cento e deixei toda a minha energia no gelo. Ainda não caiu a ficha acerca do resultado. Preciso de tempo, porque estou feliz com a minha apresentação, mas ainda não assimilei que a competição acabou. Sinto-me como se ainda precisasse competir”, contou Anna Shcherbakova ao Olympic Chanel. Kamila Valieva, que no programa de quinta-feira protagonizou vários desaires inesperados, tem estado no centro de uma polémica devido a um resultado positivo por doping que levou à sua suspensão, entretanto anulada, dos Jogos Pequim 2022. A jovem russa, actual campeã europeia, testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada. No dia 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções. Depois de o COI ter suspendido a entrega de medalhas da prova coletiva, que a Rússia venceu e na qual Valieva participou, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual. Comitiva portuguesa acredita num futuro promissor após resultados inéditos O chefe da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, Pedro Farromba, afirmou na quinta-feira, à chegada a Lisboa, que foram cumpridos todos os objectivos e que se abriram muitas portas para o crescimento dos desportos de Inverno. “Foi uma missão muito completa em termos de resultados, tivemos três atletas, participámos em cinco competições e em três delas melhorámos os resultados anteriores, que era o objectivo que tínhamos definido antes de partirmos”, começou por dizer Pedro Farromba. Farromba falou das condições difíceis de Yangqiing, na China, com as temperaturas a chegarem aos 22 graus negativos e ainda dos constrangimentos relativos à covid-19, mas garantiu que “a equipa estava motivada” e que todos os atletas, apesar de estreantes em Jogos Olímpicos mostraram “uma vontade muito grande de representar” o país. “Acho que, para além dos resultados que obtivemos, que foram realmente excepcionais tendo em conta aquilo que é a nossa escala e dimensão, temos aqui um futuro promissor e abrem-se aqui muitas portas para continuarmos a trabalhar nos desportos de Inverno”, assumiu. Farromba destacou ainda o trabalho do Comité Olímpico de Portugal e da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, que abriu recentemente o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela. “Independentemente das idades, todos têm ainda uma margem de progressão significativa. Acho que o gelo vai ter uma palavra importante no futuro, até pelo facto de a Federação ter aberto o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela, acho que vamos ter novidades interessantes nos próximos Jogos Olímpicos”, adiantou Farromba. Trabalho e dedicação Ricardo Brancal fez a sua estreia olímpica aos 25 anos e saiu de Pequim com o 37.º lugar na prova de slalom gigante e ainda com 39.º lugar na prova de slalom. “Foi uma experiência única, foi a melhor experiência da minha vida e trabalhei para isso. A nível competitivo, o objectivo era melhorar as marcas anteriores, eu tinha dito que um top-50 seria muito bom e isso foi ultrapassado. Revela que houve trabalho e dedicação e que no momento certo as coisas correram bem. Podiam ter corrido muito mal, mas o apoio dos portugueses ajudou muito, ajudou-me a estar concentrado e focado no dia da prova e o resulto foi muito positivo para Portugal”, revelou o esquiador, que conseguiu melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina. Além de Brancal, Portugal contou com a participação de mais dois atletas. A esquiadora portuguesa Vanina Oliveira, de 19 anos, saiu de Pequim com um 46.º lugar na prova de slalom gigante e não terminou a prova de slalom, devido a um erro logo à saída da segunda manga. Já José Cabeça, de 25 anos, terminou a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos. Doping | Atleta ucraniana Lidiia Hunko testa positivo A Agência Internacional de Testes (ITA) diz que a atleta ucraniana Lidiia Hunko testou positivo a um esteroide anabolizante nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A ITA disse o resultado foi apurado após a competição de bobsleigh, realizada na passada segunda-feira, na qual Lidiia Hunko terminou em 20.º lugar. Hunko é a terceira atleta a testar positivo para doping nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 e a segunda da Ucrânia, depois da esquiadora de fundo Valnetyna Kaminska. Nos três casos foi detectada a presença de um esteroide. A jovem de 28 anos ficou em segundo lugar no concurso Mundial da Mulher Mais Forte de 2016, de acordo com a biografia oficial de atleta das olimpíadas de Inverno que decorrem na capital chinesa. China | Eileen Gu faz história no esqui de estilo livre A jovem chinesa Eileen Gu, de 18 anos, tornou-se na primeira atleta do esqui de estilo livre a conquistar três medalhas na mesma edição dos Jogos de Inverno, ao sagrar-se campeã olímpica de ‘halfpipe’. Com origens chinesas e norte-americanas, Eileen Gu juntou o ouro conquistado na sexta-feira ao conseguido na prova de ‘big air’ e à prata no ‘slopestyle’, repetindo as medalhas conseguidas em 2020 nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. “Fiquei emocionada, e disse para mim própria que merecia isto. Foi um belo final para esta aventura olímpica. Estou exausta, mas feliz. Acabei de ter as melhores duas semanas da minha vida”, afirmou Eileen Gu, no final da prova, na qual a canadiana Cassei Sharpe, que defendia o título, foi segunda e a sua compatriota Rachael Karker, terceira. Nascida na Califórnia, filha de pai norte-americano e mãe chinesa, Eileen Gu, que ainda chegou a competir pelos Estados Unidos, estuda na universidade de Stanford e brilha como modelo, tendo já sido capa de várias revistas de moda. Também na sexta-feira, na patinagem de velocidade, o holandês Thomas Krol juntou o título olímpico dos 1.000 metros ao europeu e à prata que já tinha ganho na prova dos 1.500 metros, deixando o canadiano Laurent Dubreuil no segundo lugar e o norueguês Havard Holmefjord no terceiro. Na competição que encerrou o programa de biatlo feminino, a francesa Justine Braisaz-Bouchet, que não estava no lote das favoritas, conquistou o ouro na prova de largada em massa de 12,5 quilómetros. Numa prova disputada com 13 graus negativos e uma humidade de 41 por cento, as norueguesas Tiril Eckhoff e Marte Olsbu, ficaram com a prata e com o bronze, respectivamente.
Pedro Arede Desporto MancheteEsqui | Austríaco Strolz conquista segunda medalha e repete feito do pai em 1988 Ao conquistar a medalha de prata no slalom de esqui alpino, o austríaco Johannes Strolz repetiu o feito do pai em Calgary 1988, de conquistar duas medalhas olímpicas. O francês Clement Noel arrecadou o ouro na modalidade. Canadá e EUA ficam de fora da final de hóquei no gelo Com Lusa O francês Clement Noel sagrou-se, na quarta-feira, campeão olímpico de slalom de esqui alpino, enquanto o austríaco Johannes Strolz conseguiu a medalha de prata, que junta ao ouro alcançado no combinado, repetindo assim o feito alcançado pelo pai em 1988. Isto quando, recentemente se viu assolado por uma série de lesões que o impediram de obter resultados de alto nível. Na pista de Yanging, nos arredores de Pequim, Noel confirmou o favoritismo e, aos 24 anos, arrecadou o ouro olímpico que lhe faltava no palmarés, recheado de triunfos em taças do mundo, deixando a prata para Strolz, que conseguiu um feito histórico. “Olá, pai, ganhámos o mesmo nos Jogos Olímpicos, duas medalhas”, foram as primeiras palavras do austríaco a um canal televisivo do seu país, depois de ter conquistado a prata, que junta ao ouro conseguido no combinado. Poucos acreditavam que Johannes, de 29 anos, conseguisse repetir os dois pódios alcançados pelo pai nos Jogos Olímpicos de Inverno Calgary 1988, sobretudo depois de há cerca de um ano e meio ter começado a treinar sozinho, devido a lesões que não lhe permitiram lutar por resultados de topo. Há 34 anos, o pai, Hubert Strolz, sagrou-se campeão olímpico no combinado, feito que o filho, que arrecadou a prata no slalom, repetiu na quinta-feira passada, e conquistou a prata na prova de slalom gigante. Já no esqui de fundo por equipas, na variante de “sprint’, a Noruega conquistou o ouro, permitindo a Johannes Klaebo conseguir o seu segundo título olímpico em Pequim, que junta ao do ‘sprint’ individual, e a quarta medalha nos Jogos de 2022. A Finlândia conseguiu a medalha de prata e a Rússia, que compete sob bandeira do seu comité olímpico, o bronze, com Alexander Bolshunov a alcançar o quarto pódio em Pequim. No esqui acrobático, o chinês Guangpu Qi repetiu o ouro conseguido na prova de equipas mistas e arrecadou o segundo título olímpico conseguido “em casa”, superiorizando-se ao ucraniano Oleksandr Abramenko e ao russo Illia Burov, medalhas de prata e bronze, respectivamente. Recorde-se que Portugal, que esteve representando em Pequim por três atletas, despediu-se na quarta-feira da competição, com o esquiador Ricardo Brancal a terminar na 39.ª posição a prova de slalom, entre 88 participantes. Além de Brancal, Portugal esteve também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo. Favoritos de fora A jornada competitiva de quarta-feira ficou também marcada pelo afastamento das equipas do Canadá e Estados Unidos da Améric (EUA) da prova masculina de hóquei no gelo O feito de eliminar os EUA nos quartos de final da prova ficou a cargo da Eslováquia, que viria a vencer por 3-2 nas penalidades por morte súbita, após terem estado a perder por 2-1 até ao minuto final da partida Para dar a volta ao texto a segundos do fim, os eslovacos tiveram de arriscar e inclusivamente prescindiram do guarda-redes para tentar empatar a partida, facto que viria mesmo a acontecer, através do golo milagroso do capitão Marek Hrivik, a 0,43s do final. Já nas penalidades, o destaque foi para o guarda-redes Patrik Rybar, que foi capaz de parar três investidas norte-americanas e para Peter Cehlarik, o único capaz de converter um tento nesta fase. “O mais importante foi termos sido capazes de parar as investidas deles no primeiro período e isso permitiu depois começarmos a a jogar o nosso jogo. É um resultado que nos deixa felizes. Levar o jogo para prolongamento foi muito bom. Um guarda-redes tem que estar sempre focado, porque oportunidades como esta não aparecem todos os dias”, disse o defensor da baliza eslovaca, Patrik Rybar, ao Olympic Channel. Por sua vez, o Canadá foi eliminado poi 2-0 frente à Suécia, ficando assim consumada a segunda grande surpresa da competição. Os dois golos da vitória aconteceram no terceiro tempo e tiveram a assinatura de Lucas Wallmark e Anton Lander. Outra figura em destaque durante a partida, foi o guarda-redes sueco Lars Johansson, que cometeu a proeza de parar 33 remates da equipa canadiana. Contas feitas, Rússia, Finlândia, Eslováquia e Suécia avançam para as meias-finais, abrindo assim a porta para que o título olímpico de hóquei no gelo ser arrebatado por uma nação europeia. Epopeia de portugueses do bobsleigh em 1988 dá um filme A saga de cinco portugueses que, sem praticarem a modalidade, criaram uma equipa e, em menos de um ano, se apuraram no bobsleigh para os Jogos Olímpicos de Inverno Calgary 1988 vai dar origem a um filme documental. A informação foi adiantada à agência Lusa pelo produtor, Diogo Machado, que se interessou pela “história ao estilo português do desenrasca, insólita”, de António Reis, João Poupada, Jorge Magalhães, João Pires e Rogério Bernardes, emigrantes no Canadá e ex-atletas olímpicos numa modalidade que em Portugal não se pratica e é relativamente desconhecida. Os cinco portugueses, quatro deles estudantes na altura e todos atletas de outras modalidades, ambicionaram estar nos Jogos Olímpicos que iam decorrer no país de acolhimento e, depois de muitas peripécias, conseguiram estar na competição com as cores lusas vestidas e a utilizar trenós alugados. O grupo acabou por rasgar um caminho inóspito, num desporto dispendioso, e de uma miragem, transformou o sonho em realidade, jornada que chamou a atenção da produtora PawkPawkPawk, de Santo Tirso. “Queremos contar a jornada épica do herói que consegue ultrapassar todas as adversidades e chegar ao seu auge, neste caso aos Jogos Olímpicos. É uma mensagem de que é possível derrubar obstáculos e, em conjunto, alcançar algo maior, levar uma ideia até ao fim”, antecipou, em declarações à agência Lusa, Diogo Machado, segundo o qual o projecto está ainda “numa fase embrionária”. O quinto filme do realizador Dinis Machado encontra-se em período de desenvolvimento até ao final de 2022, para a “angariação de financiamento, parcerias, construção da base e da produção”. Diogo Machado prevê que a rodagem só comece no final de 2022 ou no início de 2023, para a película ser lançada em 2024. Orgulho imenso António Reis, um dos protagonistas da história, disse que se alguém lhe contasse o que ele fez com os quatro colegas como ideia para um filme, “diria que é inverosímil”. “É uma história que nos transcende, maior do que nós, e tivemos orgulho de a viver”, vincou. O consultor em marketing e antigo assessor político e publicitário afirmou ter ficado “super contente” ao saber do interesse da produtora, por entender que “é uma história que merece ser contada”. “É uma história tipicamente portuguesa, de improviso, de emigrantes, de aventura, de ir contra o vento e chegar lá. Tenho orgulho de a poder contar”, frisou, à Lusa, António Reis, natural de Avintes, Gaia, agora com 65 anos. O ex-atleta olímpico desafiou depois quatro outros portugueses com preparação física, três estudantes universitários e um ainda no liceu, para embarcarem “na aventura” olímpica. “Isto é o português que se atreve e faz. É a história de Portugal, um país de aventureiros. Metaforicamente, representa o que somos, o ser português”, sintetizou, à agência Lusa, António Reis, na altura com 31 anos, o mais velho dos cinco. Patinagem | Choi Minjeong revalida título na velocidade A sul-coreana Choi Minjeong sagrou-se na quarta-feira bicampeã olímpica nos 1.500 metros na patinagem de velocidade, repetindo assim nos Jogos Olímpicos de Pequim, o ouro conquistado em PyeongChang 2018. A italiana Arianna Fontana conquistou a prata e a holandesa Suzanne Schulting arrecadou o bronze. A sul-coreana garantiu a medalha de ouro após concluiu a distância em 2min17s89, enquanto Fontana fez 2min17s86 e Schulting, 2min17s86. “É verdadeiramente surreal. Conquistei a minha segunda medalha de ouro nos 1500 metros e isso torna tudo ainda mais empolgante do que em PyeongChang. Queria defender o meu ouro, e é maravilhoso sentir que o meu esforço surtiu efeito no final,” afirmou a patinadora ao Olympic Channel, actual recordista mundial na distância. Agenda para hoje Biatlo (15h00 e 17h00) – Medalhas Bobsled (a partir das 9h40) Curling (a partir das 14h05) – Medalhas Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas Hóquei no Gelo (a partir das 12h10 e 21h10) Patinagem artística (18h30) Patinagem de velocidade (16h30) – Medalhas * O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa
Pedro Arede Desporto ManchetePequim 2022 | Fillon Maillet entra para a história do biatlo. Su Yiming de ouro Ao conquistar a quinta medalha nas estafetas, o francês Quentin Fillon Maillet tornou-se no atleta de biatlo mais medalhado numa só edição dos Jogos Olímpicos. Su Yiming, de 17 anos, alcançou o ouro para a China na prova de big air do snowboard. Valieva classificou-se na primeira posição do programa curto da patinagem artística Com Lusa O francês Quentin Fillon Maillet somou na terça-feira, a quinta subida ao pódio nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, tornando-se no atleta de biatlo mais medalhado na mesma edição da competição, ao alcançar a prata na estafeta masculina 4×7,5 km. Fillon Maillet, que se junta a um restrito lote de 12 atletas com cinco subidas ao pódio numa mesma edição de Jogos de Inverno, venceu, em Pequim, mais duas pratas e duas medalhas de ouro, e vai ainda disputar uma prova amanhã. Na prova que deu a prata a Maillet, Johannes Boe, que integrou o quarteto norueguês, alcançou o seu terceiro ouro e a quarta medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A Rússia, que compete sob a bandeira do seu comité olímpico, alcançou o bronze. “É incrível, não contava com isto. Mas hoje [terça-feira] não estava a lutar pelo recorde, mas sim pela equipa. Isso para mim é o mais importante porque somos amigos. Queria ter a oportunidade de partilhar um bom momento em equipa e isso aconteceu hoje. Uma medalha de prata, é um momento muito bom”, refletiu Fillon Maillet, ao Olympic Channel. A competição que viria a ser marcada por um grande equilíbrio, foi liderada pela equipa russa quase até ao final. No entanto, estes, viriam a ser ultrapassado na última carreira de tiro pela Noruega e pela França. A partir daí, os noruegueses assumiram a liderança, assegurando assim o tricampeonato nos Jogos de Inverno, depois conquistarem o título de campeões olímpicos em Salt Lake City 2002 e Vancouver 2010, dado que em PyeongChang 2018 conquistaram a medalha de prata. Voar para vencer Na prova de big air, que encerrou o programa olímpico do snowboard, Su Yiming, de 17 anos, alcançou o ouro, que junta agora à prata conquistada em slopestyle, e deu à China o seu primeiro título olímpico na modalidade. Su Yiming partilhou o pódio com o norueguês Mons Roisland, medalha de prata, e com o canadiano Max Parrot, que conquistou o bronze, dias depois de se ter sagrado campeão olímpico de slopestyle. “Isto é insano. Nunca tinha sentido nada parecido antes desta vitória. Estou muito feliz por dividir o pódio com o Mons e o Max, porque eles são ídolos para mim. Hoje [terça-feira] no big air, tentei dar o meu melhor, desfrutar da competição e divertir-me“, disse Su sobre a medalha conquistada. Quando questionado se já tinha pensado em ser campeão Olímpico, Su Yiming foi peremptório: “Sim. Todos os dias, dos últimos quatro anos”, rematou. Ainda no snowboard, a austríaca Anna Gasser revalidou o título de big air, conquistado há quatro anos em PyeongChang, impondo-se à neozelandesa Zoi Sadowski Synott, que alcançou a prata, e à japonesa Kokoma Murase, que ficou com o bronze. Na prova rainha do esqui alpino feminino, a descida, a suíça Corinne Suter juntou o título olímpico ao mundial, partilhando o pódio com as italianas Sofia Goggia e Nádia Delago, medalhas de prata e bronze, respectivamente. Sofia Goggia, que defendia o título olímpico conquistado em 2018, chegou aos Jogos de Pequim depois de uma recuperação em tempo recorde de uma lesão ao joelho, que há cerca de três semanas a obrigava a utilizar muletas. Na vertente de slopstyle do esqui estilo livre, a vitória foi para a suíça Mathilde Gremaud, deixando para trás a favorita Eileen Gu, da República Popular da China, que só garantiu a prata no seu terceiro salto. Kelly Sildaru, da Estónia, arrecadou o bronze. Valieva resiste Apesar de estar envolta numa polémica relacionada com o consumo de substâncias ilícitas, a russa Kamila Valieva não vacilou e classificou-se na primeira posição do programa curto da patinagem artística. Na segunda posição ficou Anna Shcherbakova, também do Comité Olímpico Russo. Na terceira posição ficou a japonesa Sakamoto Kaori. Destaque ainda para a participação de Higuchi Wakaba (quinta classificada) que, ao executar um axel triplo se tornou na quinta patinadora da história a realizar a manobra durante uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. Valieva acabou com uma nota de 82.16, com Shcherbakova, actual campeã Mundial a obter uma nota de 80.20, e Sakamoto de 79.84. Segundo o Olympic Channel, as actuações foram marcadas por um nível técnico “muito elevado”. Ao som de “In Memoriam” (Kirill Richter), apesar de aparentar estar “tensa”, Valieva mostrou estar em forma, tendo ficado durante 46 centésimos no ar no seu primeiro salto. Mais para o fim da mostra, a russa viria mesmo a arriscar um axel triplo e outras manobras de difícil execução, que executou sem mácula, alcançando assim a primeiro lugar entre as classificadas para a próxima fase. Portugal termina participação com 39.º lugar de Brancal no slalom O esquiador Ricardo Brancal terminou ontem a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 com o 39.º lugar na prova de slalom, entre 88 participantes. Na competição, que decorreu no Centro Nacional de Esqui Alpino, em Yanquing, o covilhanense, de 25 anos, terminou a primeira manga, mais exigente, na 46.ª posição, e melhorou o tempo na segunda descida, com um traçado mais directo e mais rápido, ficando a 22,22 segundos do novo campeão olímpico, o francês Clement Noel, que terminou as duas mangas em 1.44,09 minutos. O austríaco Johannes Strolz juntou, ao ouro entretanto conquistado no esqui alpino combinado, a prata no slalom e o campeão do mundo, o norueguês Sebastian Foss-Solevaag, conquistou a medalha de bronze. Na pista Ice River, Ricardo Brancal foi o 82.º atleta a entrar na prova que 43 esquiadores não terminaram, entre os quais o líder do ´ranking` mundial, o norueguês Lucas Braathen, o austríaco Manuel Feller ou o sueco Henrik Kristoffersen, o atleta em competição no slalom com melhor currículo. O timorense Yohan Gonçalves foi o último classificado, no 45.º lugar. “No [slalom] gigante foram duas descidas estratégicas, para chegar ao fim. Agora no slalom arrisquei um pouco mais e as coisas correram bem, podiam ter corrido mal, mas felizmente estava sólido”, disse ontem Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa. Depois de uma primeira manga que exigiu maior esforço físico, e que terminou “exausto”, na segunda “foi uma questão de acelerar em certos sectores e ter mais cuidado noutros”. Resultado inesperado Apesar de ter ultrapassado atletas na segunda descida e de estar “satisfeito com o resultado”, o esquiador da Covilhã definiu-se como “muito crítico” consigo próprio e referiu ter sentido que podia “ter feito um ou dois segundos melhor, o que iria alterar uma a duas posições na classificação”. “Dei o meu melhor, mas acho sempre que falta qualquer coisinha”, frisou o atleta, que para já não pensa no futuro, depois de ano e meio de preparação. Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, afirmou regressar a Portugal com resultados que não esperava, consequência da sua “dedicação” e de “uma ética de trabalho que deu frutos”. “O 37.º lugar no slalom gigante e o 39.º em slalom eram resultados de que eu não estava à espera. Foram boas surpresas e, na minha estreia olímpica, levo dois grandes resultados para casa e para o nosso país”, acentuou o esquiador português. Nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, Portugal esteve também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo. Doping | Defesa de Valieva diz que contaminação provocou positivo por doping O resultado positivo de doping de Kamila Valieva que levou à sua suspensão, entretanto anulada, dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, foi provocado pela contaminação involuntária de um medicamento do avô, alegou na terça-feira a defesa da patinadora russa. “O argumento apresentado é de que houve uma contaminação com um produto que o seu avô toma [para tratar problemas cardíacos]”, afirmou Denis Oswald, membro do Comité Olímpico Internacional (COI), em Pequim. A jovem russa testou positivo a trimetazidina a 25 de Dezembro último, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada. No dia 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções. Depois de o COI ter suspendido a entrega de medalhas da prova colectiva, que a Rússia venceu e na qual Valieva participou, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta de 15 anos a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual de patinagem artística. O caso ocorre numa altura em que os desportistas russos participam em Pequim debaixo da bandeira do comité russo, uma vez que a Rússia foi banida dos Jogos devido a um grande escândalo de doping de Estado, do qual Moscovo se defende denunciando um complô anti-russo. Agenda para hoje Bobsled (a partir das 9h40) Combinado Nórdico (15h00) – Medalhas Curling (a partir das 09h05) Esqui Alpino (10h30 e 14h00) – Medalhas Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas Hóquei no Gelo (12h10) – Medalhas Patinagem artística (18h00) – Medalhas Patinagem de velocidade (16h30) – Medalhas * O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa
Pedro Arede Desporto MancheteBeijing 2022 | Dupla francesa conquista ouro na dança do gelo Ao som de “Elegie”, a dupla francesa Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron arrebatou o título olímpico na dança do gelo, batendo o recorde mundial de pontuação na patinagem artística (226.98). Nos saltos acrobáticos de esqui estilo livre, a medalha de ouro sorriu a Xu Mengtao, que conquistou assim o primeiro título olímpico na modalidade para a República Popular da China Numa ode à sintonia, à cumplicidade e à técnica, a dupla francesa Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron conquistou na segunda-feira a medalha de ouro na dança do gelo da patinagem artística. Ao som de Elegie (Gabriel Faure), Papadakis e Cizeron, não só superaram a prata obtida em PyeongChang 2018, como bateram ainda o record mundial nesta vertente ao alcançar uma pontuação inédita (226.98). A medalha de prata da competição foi para a dupla Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov, do Comité Olímpico Russo (ROC), ao passo que o bronze foi para os norte-americanos Madison Hubbell e Zachary Donohue (EUA). Aplaudidos de pé no final da actuação que viria a garantir o ouro olímpico, Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron protagonizaram uma performance que roçou a perfeição pelo entrosamento, precisão de movimentos, execução técnica, sintonia e estética. Como resultado, a apresentação é já considerada uma das melhores de sempre da história da modalidade. Isto, para além de ter sido a primeira medalha de ouro conquistada pela França na vertente em mais de 20 anos. “Acho que ainda não acredito. Honestamente é completamente surreal porque era algo que desejávamos há anos. Esta medalha é tudo o que queríamos. O meu cérebro ainda não compreende bem o que se está a passar”, disse Gabriella Papadakis durante a conferência de imprensa realizada após a cerimónia de entrega de prémios, segundo o Olympic Channel. Sobre a dedicação que foi depositada nas últimas temporadas para que este objectivo se materializasse, a atleta frisou que a medalha de ouro “era a única desejada” e que os últimos quatro anos foram “muito difíceis e de muito trabalho”. Por sua vez Guillaume Cizeron partilhou o que sentiu durante a apresentação que viria a ser histórica. “Honestamente, não me lembro de muita coisa (risos)…não sei, é como se o tempo parasse. É como se entrasses num embalo que depois acaba de forma súbita”, apontou. Já a dupla Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov (ROC) arrecadou a medalha de prata após uma apresentação que misturou suavidade e força, não registou falhas de maior e foi ovacionada pelo público. Ao som de Sergei Rachmaninov (concerto de piano número dois), música que começa de forma suave e vai crescendo, a dupla conseguiu, segundo o Olympic Channel, conduzir a performance com leveza, flexibilidade e elegância. Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov obtiveram 220.51 de nota final. Quanto à performance que atribuiu o bronze a Madison Hubbell e Zachary Donohue (EUA), Drowning (por Anne Sila) foi a melodia escolhida que deu o mote para a dupla preencher praticamente todo o espaço no gelo de forma “espectacular”. Segundo o Olympic Chanel, Hubbell e Donohue foram irrepreensíveis na componente técnica, na interpretação e composição. Isto, além de terem ido “ao limite” nos elementos apresentados e sido “ousados”. Madison Hubbell e Zachary Donohue obtiveram 218.02 de nota final. Ouro inédito Memorável foi também a medalha de ouro conquistada por Xu Mengtao, na vertente de saltos acrobáticos do esqui estilo livre (aerials), tornando-se assim na primeira atleta da República Popular da China a subir ao lugar mais alto do pódio na modalidade em Jogos Olímpicos. A prata foi para Hanna Huskova (Bielorrússia), enquanto o bronze seria atribuído a Megan Nick (EUA). “Estou muito feliz. Esta é a primeira medalha de ouro da China no aerials feminino e isso é simplesmente fantástico,” afirmou Xu Mengtao ao Olympic Channel, que viria a alcançar uma pontuação final de 108.61. Numa final marcada por emoção e manobras arriscadas, a bielorrusa Hanna Huskova parecia estar encaminhada para renovar o título conquistado em PyeongChang 2018, depois de um primeiro salto impressionante onde obteve uma pontuação de 107.91. Contudo, Xu Mengtao estava decidida em ser ainda mais atrevida e, na última descida, acabou mesmo por superar Huskova e conquistar o ouro. “Foquei-me apenas em executar as melhores manobras que estavam ao meu alcance e acabei por conseguir fazer isso mesmo” destacou a atleta da República Popular da China, que conquistou igualmente uma medalha de prata na prova de equipas mistas. Huskova, que tentava o bicampeonato Olímpico, pontuou 107.96 no salto final, e Megan Nick obteve uma nota de 93.76. COI aguarda decisão final sobre Valieva para entregar medalhas O Comité Olímpico Internacional (COI) vai aguardar por uma decisão sobre o controlo antidoping positivo da jovem patinadora russa Kamila Valieva para então entregar as medalhas das provas nas quais a atleta participou nos Jogos Olímpicos de Inverno. Enquanto o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta de 15 anos a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual de patinagem artística que aconteceu ontem, já depois de ter ajudado os russos a vencer a prova por equipas, o COI considera “inapropriado” organizar as cerimónias de entrega de medalhas sem que tudo esteja resolvido. A instância olímpica defende que, “por uma questão de equidade entre os atletas”, vai aguardar para que a eventual violação das regras antidopagem por parte da atleta russa esteja ou não estabelecida, o que normalmente demora vários meses, para então determinar o pódio das provas por equipas, o mesmo sucedendo caso Valieva termine entre as três primeiras na prova individual. Rússia confiante Por seu lado, a Rússia rejubilou com a decisão do TAS de permitir que a jovem patinadora prossiga nos Jogos: “Todo o país a apoia, bem como todas as nossas patinadoras na prova individual”. Em mensagem na sua conta Telegram, o Comité Olímpico Russo (ROC) qualifica a decisão do TAS “a melhor notícia da jornada”, enquanto o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov manifestou-se “contente” por a adolescente poder competir na prova individual de terça-feira: “Todo o país deseja que Kamila vença os Jogos”. A jovem russa testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada. A 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções. A agência prometeu publicar os resultados desta investigação na sua página oficial na Internet. O caso ocorre numa altura em que os desportistas russos participam em Pequim debaixo da bandeira do comité russo, uma vez que a Rússia, enquanto país, foi banida dos Jogos devido a um grande escândalo de doping de Estado, do qual Moscovo se defende denunciando um complô anti-russo. Slalom | Ricardo Brancal encerra hoje participação portuguesa O português Ricardo Brancal entra hoje em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno na modalidade de slalom, naquela que será a última participação portuguesa em Pequim. Recorde-se que o esquiador português estreou-se no domingo nos Jogos Olímpicos com um 37.ª lugar na prova de slalom gigante do esqui alpino, tendo alcançado o objectivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina. O esquiador, que tem preferência pelo slalom, competição marcada para as 10h15 de hoje, afirmou que, tendo em conta a performance já alcançada “talvez arrisque um pouco mais” na disciplina em que se sente mais confortável. “Eu nunca me senti tão bem fisicamente, fiz uma boa preparação. Tenho as condições necessárias para fazer uma boa prova, agora, é também preciso ter um bocado de sorte e as coisas saírem no dia, porque o slalom, ao mínimo erro, não perdoa”, frisou Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa. Agenda para hoje Biatlo (15h45) – Medalhas Bobsled (a partir das 9h40) Combinado Nórdico (15h00) Curling (a partir das 09h05) Esqui Alpino (10h15) – Medalhas Esqui Cross-Country (a partir das 17h00) – Medalhas Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas Hóquei no Gelo (a partir das 12h10) – Medalhas Patinagem de velocidade em Pista Curta (a partir das 19h30) – Medalhas * O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa
Sérgio Fonseca DesportoGT | Pandemia não tirou o apetite por Macau aos construtores O GT World Challenge Asia, a ainda competição de carros da categoria GT3 mais importante no continente asiático, não contempla no seu calendário provisório qualquer corrida em solo chinês este ano, enquanto que, ao contrário de outros anos, nenhum dos construtores colocou nos seus planos desportivos para a temporada de 2022 a presença no Grande Prémio de Macau. Contudo, a chama do maior evento desportivo do território ainda não se apagou Em 2021, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) quis novamente realizar as suas três Taças do Mundo na RAEM, mas como o território não aliviou as restrições de entrada de cidadãos estrangeiros, impostas no contexto da pandemia, incluindo a obrigatoriedade do cumprimento de uma quarenta, o órgão máximo que rege o automobilismo optou por cancelar a viagem ao Oriente. Em comunicado, a FIA expressou a vontade que as suas Taças regressem a Macau em 2022. Hoje, apenas a Corrida da Guia faz parte do calendário provisório da Taça do Mundo de Carros de Turismo – WTCR de 2022, sendo que a federação internacional ainda não se pronunciou sobre a Fórmula 3 e GT. De 2015 a 2019, o Circuito da Guia recebeu a Taça do Mundo de GT da FIA, uma competição para viaturas da classe GT3, co-organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em parceria com a Stephane Ratel Organisation. A organização europeia, que também gere o GT World Challenge Asia a partir da sua base em Hong Kong, estava confiante que a prova do ano passado teria sido um sucesso e acredita que a vontade das marcas automóveis em Macau ainda não esmoreceu. “Definitivamente o apetite para correr em Macau continua elevado por parte dos construtores”, sublinhou ao HM o coordenador das últimas edições da Taça do Mundo de GT da FIA, Benjamin Franassovici. “Antes de termos abortado a edição do ano passado, tínhamos vinte e sete carros inscritos”, recorda o responsável pela Stephane Ratel Organisation na Ásia. Caso tivesse ido à avante, a edição de 2021 da Taça do Mundo de GT da FIA teria contado com equipas oficiais da Audi, BMW e Porsche. Mercedes, Aston Martin, Ferrari e Honda também teriam uma representação na corrida a título privado. Como não se disputou a Taça do Mundo, realizou-se mais uma edição da Taça GT Macau que foi ganha, com uma boa dose de drama pelo meio, por Darryl O’Young (Mercedes AMG GT3). Singularidade inigualável Durante vários anos, alguma imprensa estrangeira noticiou a vontade de alguns intervenientes, incluindo representantes das marcas envolvidas, em que a Taça do Mundo de GT da FIA fosse realizada noutras paragens, preferencialmente num outro circuito mais convencional. Contudo, Stephane Ratel e a sua organização continuam a considerar o Grande Prémio de Macau, pela sua unicidade, a prova que melhor se coaduna para este troféu. “Para mim, Macau é o melhor lugar para a Taça do Mundo de GT da FIA”, refere Benjamin Franassovici. “É um circuito citadino único e com história. Tem público e atmosfera, mais ainda, na altura do ano em que se desenrola penso que não há outra localização que possa ser considerada.” Por enquanto, para além da WTCR, apenas o organizador dos campeonatos TCR China e TCR Ásia colocou a 69ª edição do Grande Prémio de Macau no seu calendário provisórios, e neste caso como prova extra-campeonatos.
Pedro Arede Desporto MancheteBiatlo | Fillon Maillet conquista ouro e aumenta contagem de medalhas para quatro Num dia marcado por condições meteorológicas exigentes, o francês Quentin Fillon Maillet conquistou a medalha de ouro na prova de 12,5 km do biatlo, somando já quatro medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. Na vertente feminina, a norueguesa Marte Olsbu Roeiseland foi a grande vencedora nos 10 km da modalidade, somando um total de três medalhas na capital chinesa Apesar de todas as adversidades impostas pelo clima extremo que se abateu no domingo em Pequim, o francês Quentin Fillon Maillet continuou a somar medalhas nos Jogos Olímpicos de Inverno no biatlo. Depois de conquistar um ouro nos 20 km e duas pratas nas vertentes de sprint (10km) e estafetas mistas, Fillon Maillet subiu no domingo ao lugar mais alto do pódio, nos 12,5 km da vertente de perseguição. Tarjei Boe, da Noruega, ficou com a prata, e Eduard Latypov, em representação do Comité Olímpico Russo (ROC), conquistou o bronze. “Nunca esperei conquistar quatro medalhas em quatro provas. O meu objectivo era alcançar uma nas estafetas e uma na prova individual, mas agora tenho quatro medalhas e isso é incrível,” partilhou o francês no final da prova, em declarações ao Olympic Channel. O biatleta francês terminou o percurso com um tempo total de 39min07s5, não tendo acumulado qualquer falha nas quatro carreiras de tiro da prova, duas em pé e duas deitado. Já Boe acabou 28 segundos atrás do vencedor e após ter falhado apenas um dos alvos. Por sua vez, o atleta russo chegou 35 segundos depois de Maillet e registou também uma falha apenas nas carreiras de tiro. “Estou muito orgulhoso de mim porque as condições foram muito duras” comentou Fillon Maillet fazendo referência ao vento e ao nevão que atingiram o Centro de Biatlo, em Zhangjiakou no domingo. “Foi uma batalha muito muito dura durante toda a corrida”, acrescentou. O facto de Fillon Maillet ter sido 100 por cento eficaz nos disparos que executou acabou por ser determinante para conquistar a medalha de ouro. O francês chegou a ter problemas enquanto preparava a arma, mas no final viria a disparar de forma certeira sobre os cinco alvos. “Permaneci muito concentrado em mim, não pensei na pressão, nem nos outros atletas”, partilhou. Afastado das medalhas ficou Johannes Thingnes Boe. Considerado como um dos favoritos para ganhar o ouro, o norueguês acabaria por ficar na quinta posição após falhar sete tiros durante a prova. “Foi uma corrida complicada por causa da neve. Foi uma batalha enorme. Havia vento, as pernas e a cabeça estavam cansadas, e o coração a bater fortemente. Não foi fácil, ” explicou Johannes Thingnes, irmão de Tarjei Boe, que tentava a sétima medalha Olímpica na carreira. Fillon Maillet e Johannes Thingnes Boe terão a oportunidade disputar mais uma medalha de ouro no biatlo, na prova dos 15 km agendada para o dia 18 de Fevereiro. Roeiseland, a implacável A norueguesa Marte Olsbu Roeiseland, continua a fazer história no biatlo feminino em Pequim 2022 ao ter conquistado, no domingo, a sua terceira medalha de ouro na modalidade, desta feita na vertente de 10 km (perseguição). Antes disso, Roeiseland já tinha subido ao lugar mais alto do pódio nas provas de 7,5 km sprint e estafetas mistas. Voltando aos 10 km, Elvira Oeberg, da Suécia, conquistou a prata, ao passo que o bronze ficou para a norueguesa Tiril Eckhoff. “A minha preparação para estes Jogos Olímpicos foi muito boa e começou há muito tempo. Além disso, hoje [domingo] tive uma boa posição partida, o que ajuda muito. O tiro foi bom e foi divertido correr”, comentou Roeiseland em declarações ao Olympic Chnanel. “Todas as medalhas são especiais. Estou a tentar apenas estar aqui presente (…) e desfrutar do momento”, acrescentou. Roeiseland terminou a prova com 1min36s5 de distância da sueca Elvira Oeberg, que manteve a segunda posição obtida no dia anterior durante a prova de sprint. “Foi, acima de tudo, uma corrida muito dura. Provavelmente uma das perseguições mais duras que já fiz”, disse Oeberg. “As condições estavam muito lentas e a neve estava bem mais leve, então foi difícil”. “Depois de dois erros [no tiro], não estava confiante. Senti que tinha desperdiçado a oportunidade de ganhar uma medalha, mas depois recuperei a confiança. Estou muito feliz por ter conseguido segurar as pontas”, partilhou. Já o bronze da norueguesa Tiril Eckhoff foi uma surpresa, uma vez que a atleta partiu da sétima posição. No entanto, Eckhoff beneficiou dos erros de tiro da italiana Dorothea Wierer e do esgotamento físico da compatriota Ingrid Landmark Tandrevold para subir ao pódio. Com oito medalhas conquistas em Pequim, a Noruega segue soberana no biatlo. China investe nos Jogos Olímpicos a pensar no turismo interno A meta chinesa de desenvolver uma nova indústria de turismo no país centrada nos desportos de Inverno, estabelecida pelo Presidente Xi Jinping, justificou o investimento de milhares de milhões de dólares na organização dos Jogos Olímpicos de Inverno. A preparação para os Jogos acarretou a construção de linhas ferroviárias de alta velocidade que são utilizadas para levar os atletas às novas estâncias de esqui fora de Pequim. A ideia é que nas próximas décadas, estas mesmas ligações levem turistas chineses para as montanhas. Os Jogos “vão inspirar mais de 300 milhões de chineses a praticar desportos de Inverno se vencermos [a candidatura], o que contribuirá muito para o desenvolvimento da causa olímpica internacional”, disse Xi, em 2015. A Rússia terá gasto 51 mil milhões de dólares nos Jogos de Sochi de 2014, um preço que deve permanecer como recorde olímpico por muitos anos. Mas a motivação da China, como a Rússia em 2014, é um plano apoiado pelo Estado para criar sectores domésticos de lazer e turismo. Grande parte do orçamento é destinado a um sistema de transporte cidade – montanha. A China destinou mais de 9 mil milhões de dólares para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade que liga Pequim a estâncias de esqui próximas, em Zhangjiakou e Yangqing, onde as pistas foram esculpidas em montanhas que recebem pouca neve natural. Investir e reaproveitar O orçamento para operações específicas para sediar os Jogos deverá ascender a cerca de 4 mil milhões de dólares. Os locais construídos em Pequim para os Jogos Olímpicos de 2008 foram reaproveitados. O Cubo de Água para natação é agora o Cubo de Gelo que tem estado a acolher modalidades dos Jogos de Inverno. O investimento em desporto de Inverno tem sido significativo, desde que Pequim venceu a sua candidatura olímpica há sete anos. O país tem agora mais de 650 pistas de gelo e 800 estações de esqui, informou o jornal oficial em língua inglesa China Daily, citando o Centro Administrativo Nacional de Desportos de Inverno. Estes números marcam aumentos de 317 e 41 por cento, respectivamente, face a 2015. A China espera obter uma receita modesta de relativamente poucos visitantes internacionais para os Jogos de Inverno mesmo antes da pandemia tornar as viagens impossíveis. Os ingressos também não estão a ser vendidos para residentes na China, cortando outra fonte de receitas do anfitrião. Patinagem | Erin Jackson faz história nos 500 metros A norte-americana Erin Jackson conquistou a medalha de ouro nos 500 metros da patinagem de velocidade, naquela que foi a primeira vitória para o país nesta vertente desde 1994. Ao completar a distância em 37,05 segundos, Jackson ficou à frente da japonesa Miho Takagi, que cruzou a meta 0,08 centésimos depois da norte-americana e já conquistara outra prata na vertente de 1.500 metros. Já a medalha de bronze viria a ser conquistada por Angelina Golikova, representante do Comité Olímpico Russo (ROC). A anterior campeã Olímpica, Nao Kodaira, do Japão, acabou por concluir a prova em 38,09s, ficando assim no 17.º lugar e longe dos 36,94s alcançados em PyeongChang 2018 que estabeleceram aquele que ainda é o recorde olímpico nos 500 metros da modalidade. Doping | Tribunal Arbitral do Desporto decide que Valieva pode competir A patinadora russa Kamila Valieva vai poder competir por uma segunda medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, apesar de ter testado positivo a um medicamento cardíaco proibido antes do evento. O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) decidiu ontem que Valieva, de 15 anos, favorita ao ouro individual feminino, não deve ser suspensa de forma provisória antes de uma audiência completa sobre o teste positivo. O painel de árbitros, presidido pelo italiano Fabio Iudica (presidente), e que incluiu o norte-americano Jeffrey Benz e a eslovena Vesna Bergant Rakocevic, defendeu que impedir a atleta de participar nos Jogos lhe causaria “danos irreparáveis”, segundo um comunicado publicado na página oficial do TAS. A decisão apenas confirma que Valieva pode continuar a patinar até o caso ser resolvido e não decide o destino da medalha de ouro que já conquistou na prova por equipas da patinagem artística, cuja cerimónia de entrega de medalhas não se realizou. A decisão do TAS permite assim à Rússia continuar a sonhar com a conquista de todas as medalhas de ouro na patinagem artística feminina, algo que seria um feito inédito nos Jogos Olímpicos de Inverno. O evento começa hoje com o programa curto e termina na quinta-feira com o programa livre, sendo que Valieva é a favorita ao ouro. A jovem russa testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada. O Comité Olímpico Americano (USOPC) disse estar “decepcionado” com a decisão. “Os atletas têm o direito de saber que estão a competir de forma justa. Infelizmente, hoje [ontem] esse direito foi-lhes negado. Este parece ser um novo capítulo de desrespeito sistémico e generalizado pelo desporto”, escreveu a presidente do USOPC, Sarah Hirshland, num comunicado. Agenda para hoje Bobsled (a partir das 14h10) – Medalhas Combinado Nórdico (a partir das 15h00) – Medalhas Curling (a partir das 09h05) Esqui Alpino (11h00) – Medalhas Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas Hóquei no Gelo (a partir das 12h10) Patinagem Artística (18h00) Patinagem de velocidade (a partir das 14h30) – Medalhas Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas * O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa
Pedro Arede Desporto MancheteBeijing 2022 | Ricardo Brancal e José Cabeça fazem história para Portugal no esqui Com um 37.ª lugar na prova de slalom gigante, o estreante Ricardo Brancal obteve a melhor classificação de Portugal na modalidade. Na sexta-feira, José Cabeça classificou-se no 88º lugar da prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo, tornando-se assim também no melhor português nesta vertente O esquiador português Ricardo Brancal estreou-se ontem nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 com o 37.ª lugar na prova de slalom gigante, a 28,05 segundos do vencedor, o suíço Marco Odermatt. Dois dias antes, também José Cabeça fez história para Portugal ao classificar-se no 88.º lugar da prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo, já que os dois atletas alcançaram os melhores resultados de sempre para o país nas respectivas modalidades. Na sua primeira participação olímpica, na pista Ice River, em Yangqiing, Ricardo Brancal, de 25 anos e natural da Covilhã, conseguiu o objectivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina. Numa prova em que 40 dos 86 atletas não terminaram, Ricardo Brancal foi 46.º na primeira manga, com um tempo de 1.16,83 minutos, e foi mais lento e cauteloso na segunda descida, adiada devido à queda de neve, que fez em 1.20,57, somando 2.37,40 no conjunto das duas contagens. A competição de esqui alpino foi arrebatada pelo líder do ‘ranking’ mundial, o suíço Marco Odermatt, que conquistou o primeiro título olímpico, seguido de perto pelo esloveno Zan Kranjec, medalha de prata, e o actual campeão do mundo, o francês Mathieu Faivre, que ganhou o bronze. Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, tendo em conta o nível competitivo, e ambicionava superar o melhor lugar de Arthur Hanse, 38.º no slalom e 66.º no slalom gigante em PeyongChang 2018, considerou que podia ter feito ainda melhor, mas salientou ser “um resultado muito bom para Portugal”. “O meu objectivo era terminar. Fisicamente, senti-me muito bem, seguro, sólido. Podia ter tirado três ou quatro segundos em cada manga, mas corria o risco de sair [de pista] e nos Jogos Olímpicos o que conta é ver a bandeira no resultado”, disse, no final da prova, Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa. O esquiador, que tem preferência pelo slalom, competição marcada para quarta-feira, afirmou que, tendo em conta ter conseguido um 37.º lugar, “talvez arrisque um pouco mais” na disciplina em que se sente mais confortável. O chefe de missão, Pedro Farromba, salientou que “nunca antes um português tinha feito um resultado destes”, destacando que Vanina Oliveira, José Cabeça e Ricardo Brancal cumpriram o objectivo da comitiva de melhorar as classificações das anteriores edições, e afirmou-se “muito satisfeito” e com a obrigação de cumprir uma promessa. “Agora, vamos desfrutar deste resultado antes do slalom. Tinha dito ao Ricardo que se ele melhorasse a classificação de Portugal, eu rapava a cabeça com uma lâmina… Vou ter de o fazer”, gracejou o também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, Pedro Farromba. Cabeça fria O português José Cabeça terminou na sexta-feira a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo em Pequim 2022 na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos. O atleta, natural de Évora, de 25 anos, terminou a competição, realizada no Centro Nacional de Cross-Country, na zona de Zhangjiakou, em 49.12,0 minutos, ou seja, a cerca de 11 minutos e 17 segundos do vencedor, o finlandês Livo Niskanen, entre 99 participantes. O atleta finlandês juntou à medalha de bronze obtida nos 30 km no esquiatlo o título nos 15 km estilo clássico, depois de ter vencido o ouro em Sochi 2014 na velocidade por equipas e em PeyongChang 2018 ter subido ao lugar mais alto do pódio nos 50 km estilo clássico. O russo Alexander Bolshunov, medalha de ouro nos 30 km de esquiatlo, venceu a prata nos 15 km na prova de ‘cross-country’ e o norueguês Johannes Hoesflot Klaebo, campeão olímpico na velocidade também em Pequim2022, foi terceiro. O três vezes campeão olímpico na disciplina, o suíço Dario Cologna, terminou na 44.ª posição. Na sua primeira experiência olímpica, José Cabeça, que começou a esquiar apenas há dois anos com o intuito de chegar aos Jogos Olímpicos, tinha como objectivo alcançar a melhor classificação de sempre de um português na disciplina, meta conseguida em Pequim 2022 pelo também triatleta, que almeja ser o primeiro atleta luso a marcar presença nas edições de Inverno e de Verão. Antes de José Cabeça, participaram na competição de esqui de fundo, nos 15 km estilo clássico, Danny Silva, 94.º classificado em Turim 2006 e 95.º em Vancouver 2010, no estilo livre, enquanto Kequyen Lam, nascido em Macau, ficou no 113.º lugar em PyeongChang 2018, no estilo livre. Em declarações à agência Lusa, o eborense sublinhou “a dureza” da prova e os efeitos “da altitude”, mas disse ter “evoluído tecnicamente” ao longo do percurso e salientou ter ficado “à frente de atletas que fazem isto quase desde que nasceram”. “Cheguei muito exausto, porque a prova foi muito dura, mas acho que foi algo brilhante. Estou orgulhoso do trabalho que temos feito. Conseguimos em dois meses o que alguns não fazem em dois anos. Se em dois meses fiz isto, imagino o que posso fazer em quatro anos”, realçou o atleta olímpico, referindo-se aos dois meses de treino presencial com o treinador, o norueguês Ragnar Bragvin Andresen, com quem começou a ter contacto em Maio, via ‘online’. José Cabeça vincou que conseguir a qualificação para Pequim 2022 “já era incrível” e o pensamento está nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, a realizar em 2026 nas cidades de Milão e de Cortina d’Ampezzo, nos quais tem a ambição de se apresentar como “um atleta competitivo”. Doping | Tribunal Arbitral do Desporto recebe recursos por Valieva O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) confirmou ter recebido os recursos do Comité Olímpico Internacional (COI) e da Agência Russa Antidopagem (RUSADA) sobre o levantamento da suspensão da patinadora russa Kamila Valieva. Valieva, de 15 anos, testou positivo a 25 de Dezembro de 2021, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas essa decisão foi mais tarde levantada. Durante os Jogos Olímpicos de Inverno, integrou a equipa russa que conquistou a medalha de ouro na prova por equipas da patinagem artística, tendo chamado a atenção ao executar um inédito salto quádruplo. A cerimónia de entrega de medalhas não se realizou, com o TAS a confirmar agora ter recebido os dois recursos, nomeando em breve um painel de arbitragem para decidir sobre o caso durante Pequim 2022, ainda que não anuncie qualquer data para revelar a decisão. Entretanto, a RUSADA decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno da jovem, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções. Patinagem | Nathan Chen conquista ouro e impede “tri” de Yuzuru Hanyu O norte-americano Nathan Chen sagrou-se na passada quinta-feira campeão olímpico de patinagem artística nos Jogos Pequim2022, numa prova em que japonês Yuzuru Hanyu falhou o objectivo de se tornar o primeiro patinador a conseguir três títulos consecutivos desde 1928. Desta feita, Chen, de 22 anos, redimiu-se do quinto lugar alcançado nos Jogos Pyeongchang 2018, e partilhou o pódio com os japoneses Yuma Kagiyama e Shoma Uno, medalhas de prata e bronze, respectivamente. Yuzuru Hanyu, que sonhava igualar o feito do patinador sueco Gillis Grafstrom, que em 1928 conseguiu o terceiro título olímpico consecutivo, ficou em quinto lugar. Na pista de Yanging, o austríaco Johannes Strolz, de 29 anos, sagrou-se campeão olímpico de combinado de esqui alpino, repetindo o feito alcançado pelo pai, Hubert, nos Jogos Calgary1988, e sucedendo ao compatriota Marcel Hirscher, recordista de vitórias em provas da Taça do Mundo. Strolz, que aos 29 anos somava apenas um triunfo em taças do Mundo, partilhou o pódio com o norueguês Aleksander Aamodt Klide (prata) e com o canadiano James Crawford (bronze). Nos 10 quilómetros de estilo clássico do esqui de fundo, a norueguesa Therese Johaug conquistou o ouro, que juntou ao conquistado na prova de esquiatlo, e aumentou para cinco a sua contagem de medalhas olímpicas. Jaqueline Mourão, que na terça-feira se tornou a brasileira com mais participações em Jogos Olímpicos, com oito presenças, terminou a prova no 82.º lugar. Aos 46 anos, Jaqueline Mourão soma três participações em Jogos de Verão, em provas de ciclismo de cross-country, e cinco em Jogos de Inverno. Velocidade | Nils van der Poel de ouro e com recorde mundial nos 10.000 metros O patinador de velocidade sueco Nils van der Poel melhorou na sexta-feira o seu próprio recorde mundial dos 10.000 metros, alcançando o ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, cinco dias depois de ter estabelecido também o recorde olímpico nos 5.000 metros. Depois de em Dezembro passado ter conseguido a melhor marca mundial dos 5.000 metros, o sueco, de 22 anos, estabeleceu há poucos dias o máximo olímpico da distância, e hoje melhorou a marca mundial dos 10.000, que lhe pertencia desde Fevereiro do ano passado. Nils van der Poel patinou em 12.30,74 minutos, marca que retirou mais dois segundos ao anterior máximo (12.32,95) e deixou o holandês Patrick Roest a 13,85 segundos e o italiano Davide Ghiotto a 15,24, com as medalhas de prata e bronze, respectivamente. O canadiano Ted-Jan Bloemen, que defendia o título olímpico, foi sexto, a 30,65 segundos do sueco. Nos 1.000 metros de patinagem em pista curta, a holandesa Suzanne Schulting alcançou o ouro, pouco depois de ter estabelecido novo recorde mundial nos quartos de final (1.26,514 minutos). Na final, a holandesa cronometrou 1.28,391, impondo-se à sul-coreana Choi Minjeong, que foi prata, e à belga Hanna Desmet, medalha de bronze. A italiana Arianna Fontana, que na segunda-feira consolidou o estatuto de patinadora de velocidade mais medalhada nas provas de pista curta em Jogos Olímpicos de Inverno, ao revalidar o título de campeã dos 500 metros e somar o 10.º ‘metal’, foi desqualificada. No biatlo, a norueguesa Marte Olsbu Roiseland alcançou a sua terceira medalha nos Jogos Pequim 2022, ao conquistar o ouro na prova de sprint de 7,5 quilómetros. Isto, depois de conquistar o ouro na prova de estafeta mista e o bronze na distância de 15 quilómetros. Agenda para hoje Bobsled (a partir das 09h30) – Medalhas Combinado Nórdico (14h00) Curling (a partir das 09h05) Esqui Alpino (11h00) Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas Hóquei no Gelo (a partir das 12h10) Patinagem Artística (09h15) – Medalhas Saltos de Esqui (a partir das 18h00) – Medalhas Snowboard (a partir das 9h30) * O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa
Pedro Arede Desporto ManchetePequim 2022 | Lindsey Jacobellis conquista ouro que lhe fugiu há 16 anos Após ter falhado por pouco o título olímpico em Turim 2006, a norte-americana Lindsey Jacobellis conquistou, em Pequim, a medalha de ouro no snowboard cross 16 anos depois. “Se tivesse conquistado o título [em 2006], provavelmente teria deixado de competir”, confessou após a vitória. Dupla alemã Tobias Wendl e Tobias Arlt vencem no luge e sagram-se tricampeões olímpicos. Eslováquia estreia-se nas medalhas com vitória no esqui alpino Com Lusa A norte-americana Lindsey Jacobellis, de 36 anos, sagrou-se campeã olímpica na modalidade de snowboard cross, nos Jogos Olímpicos Pequim 2022, 16 anos depois de uma queda lhe ter “roubado” o lugar mais alto do pódio em Turim. Nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, Lindsey Jacobellis, uma das grandes estrelas da modalidade, parecia ter tudo para alcançar o ouro na prova de snowboard cross, que se estreava no programa olímpico. No entanto uma queda no penúltimo salto deixou-a “apenas” com a prata. Na quarta-feira, a pista de Zhangjiakou, na China, foi o palco da consagração da norte-americana, que partilhou o pódio com a francesa Chloe Trespeuch e a canadiana Meryeta O’Dine, medalhas de prata e bronze, respectivamente. Desde a prata em Turim, aos 20 anos, no que era o seu único pódio olímpico até hoje, Lindsey Jacobellis foi somando sucessos, incluindo cinco títulos e 31 vitórias em provas da Taça do Mundo. Na sua quinta participação em Jogos Olímpicos de Inverno, a atleta do Connecticut admitiu, depois do triunfo, que se tivesse conquistado o ouro há 16 anos, muito provavelmente, já não estaria a competir ao mais alto nível. “Se tivesse conquistado o título [em 2006], provavelmente teria deixado de competir. Naquela altura, já não estava a divertir-me, havia muita pressão sobre os meus ombros, para me tornar a ‘menina de ouro’ e para uma jovem atleta é muito difícil lidar com isso”, explicou. Em 2006, tudo foi fácil para Jacobellis, e até duas das principais adversárias deram uma ajuda ao caírem durante a final, quando no penúltimo salto uma espécie de comemoração antecipada a fez perder o equilíbrio, falhar a aterragem e ser ultrapassada pela suíça Tanja Frieden, que se sagrou campeã. Na altura, a norte-americana justificou o gesto como “uma manobra necessária para recuperar o equilíbrio devido ao vento”, mas, mais tarde, acabou por contar outra versão. “Deixei-me levar pelo momento. Nem sequer pensei duas vezes, estava a divertir-me e é isso que o snowboard deve ser. Estava na frente, quis partilhar o meu entusiasmo com o público, fiz asneira, acontece!”, reconheceu. Não há duas sem três Sem dar margem à concorrência ao longos dos anos, os alemães Tobias Wendl e Tobias Arlt conquistaram o tricampeonato Olímpico nas duplas de luge, ao arrecadarem o ouro nos Jogos de Inverno Pequim 2022, na quarta-feira. Isto, depois de a dupla ter vencido em Sochi 2014 e PyeongChang 2018. Toni Eggert e Sascha Benecken, também da Alemanha, ficaram com a prata, ao passo que os austríacos Thomas Steu e Lorenz Koller arrecadaram o bronze. A vitória histórica foi garantida após Wendl e Arlt terem percorrido as duas descidas da estância de gelo de Yanqing com um tempo total de 1min56s554, ou seja, 0s099 à frente de seus compatriotas Eggert e Benecken, quatro vezes campeões mundiais e actuais detentores do título. A conquista é histórica pois é primeira vez que a mesma dupla consegue ganhar consecutivamente por três ocasiões um evento dos Jogos Olímpicos de Inverno. De frisar ainda que Arlt e Wendl, nascidos com duas semanas de diferença entre si, competem juntos desde os 13 anos de idade. “É difícil explicar o que estou a sentir neste momento, é simplesmente incrível. Mal podemos acreditar, é um sonho. Tivemos uma temporada complicada e um início difícil aqui. Neste momento, é inacreditável,” disse Arlt ao Olympic Channel. “Precisamos de alguns dias para nos acalmar e reflectirmos sobre o que conseguimos alcançar”, acrescentou. Wendl e Arlt começaram a confirmar o favoritismo desde o início da prova, terminando a primeira descida com 58s255, que se assumiu como novo recorde da pista em Yanqing. A diferença para os compatriotas Eggert e Benecken foi pequena (58s300), com os austríacos Steu e Koller a ficarem na terceira posição (58s426). No entanto, na segunda e decisiva descida, as posições mantiveram-se inalteradas, consagrando Wendl e Arlt como tricampeões olímpicos. Com um total de cinco medalhas obtidas, três nas duplas do luge e mais duas nas estafetas por equipas, a dupla alemã entra também para a história dos Jogos Olímpicos de Inverno, como aquela que mais ouros conquistou na modalidade. Estreia de ouro A Eslováquia conquistou a sua primeira medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, após Petra Vlhová, de 26 anos, ter vencido a medalha de ouro na modalidade de esqui alpino. Líder do ranking mundial ao longo da temporada, Petra Vlhová começou por executar uma primeira descida abaixo do esperado, mas acabou por não ceder à pressão na segunda tentativa, onde retirou 80 centésimos ao tempo estabelecido inicialmente (52s89). A austríaca Katharina Liensberger assegurou a medalha de prata, e a suíça Wendy Holdener conquistou o bronze. “Dei tudo o que tinha e no final das contas sou campeã Olímpica”, comemorou Vlhová. “É difícil dizer o que significa para mim agora. Sonhei toda a minha vida em ganhar os Jogos Olímpicos”, confessou ao Olympic Channel. Vlhová chegou a Pequim na sua melhor forma, naquela que foi a sua participação Olímpica e após ter alcançado como melhor resultado um quinto lugar em PyeongChang 2018. Nos últimos quatro anos a atleta conquistou quatro títulos nas competições da Taça do Mundo e cinco medalhas em Mundiais. “Nesta temporada conseguiu ser fui muito forte e hoje dei tudo”, acrescentou a campeã. Patinadora russa Valieva testou positivo em Dezembro a substância proibida – ‘media’ A patinadora olímpica russa Kamila Valieva testou positivo para um medicamento cardíaco proibido, antes da chegada aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, noticiaram vários meios de comunicação russos, segundo a agência Lusa. A confirmar-se, fica em risco a medalha de ouro da equipa russa de patinagem artística que a jovem, de 15 anos, ajudou a conquistar na segunda-feira, na prova de estilo livre de equipas. A substância detectada, segundo a imprensa russa, é um medicamento utilizado para tratar problemas cardíacos que não contribui para melhorar o desempenho desportivo. O teste foi alegadamente realizado em Dezembro. A imprensa acrescentou que, devido ao teste positivo, a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno decidiu suspender a cerimónia de entrega das medalhas do torneio de patinagem artística por equipas. À espera de confirmação Enquanto os treinadores e a federação russa recusaram adiantar quaisquer comentários, o Ministério do Desporto russo considerou prematuro denunciar um caso de “doping” antes de uma confirmação oficial. “A posição da Federação Russa é a luta constante e consistente contra qualquer tipo de violação das regras desportivas e da ética olímpica”, afirmou. A lendária treinadora Tatiana Tarasova recusou-se a acreditar que Valieva esteja envolvida num caso de doping: “Não acredito nisso. Não. Não acredito nesta loucura. Não pode ser. Ela é uma jovem (…) fantástica e uma atleta fantástica. Kamila não tomou nada”. Neste momento, a Rússia tem 11 medalhas na tabela geral dos Jogos Olímpicos de Inverno: duas de ouro, três de prata e seis de bronze. Valieva, campeã europeia, fez manchetes em todo o mundo quando realizou na capital chinesa pela primeira vez na história um salto quádruplo. Os atletas russos estão em Pequim a competir como “Comité Olímpico Russo”, depois de o país ter sido banido devido a um enorme esquema de ‘doping’ patrocinado pelo Estado nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi (Rússia) de 2014. Portugal | José Cabeça estreia-se hoje no esqui de fundo O português José Cabeça entra hoje em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 nos 15 Km clássicos no esqui de fundo, naquela que é a sua estreia olímpica. Após Vanina Oliveira se ter estreado nos Jogos Olímpicos de Inverno na segunda-feira, com um 43.º lugar no slalom gigante e de não ter terminado a prova de slalom dois dias depois após falhar uma porta, o chefe da missão portuguesa em Pequim disse que a comitiva estava “triste”, mas focada na participação de hoje no esqui. “É um desporto difícil, que tem destas coisas. Quando se erra, já não dá para recuperar nada. Agora, vamos focar-nos no Zé Cabeça”, referiu o chefe de missão, em declarações à agência Lusa. A competição de 15 Km clássicos no esqui de fundo está agendada para as 15h00. Agenda para hoje Biatlo (17h00) – Medalhas Bobsled (a partir das 14h10) Curling (a partir das 09h05) Esqui Alpino (11h00) – Medalhas Esqui Cross-Country (15h00) – Medalhas Hóquei no Gelo (a partir das 12h10) Patinagem de Velocidade (16h00) – Medalhas Patinagem de Velocidade em Pista Curta (a partir das 19h00) – Medalhas Saltos de Esqui (17h45 e 19h00) Skeleton (a partir das 9h30) – Medalhas Snowboard (a partir das 9h30) – Medalhas * O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa