Hoje Macau China / ÁsiaLíder de Congresso dos Estados Unidos prepara visita a Taiwan, escreve Financial Times A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, vai visitar Taiwan, em agosto, avançou hoje o jornal Financial Times. A confirmar-se, seria a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano a Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para abril passado, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19. A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé. A informação sobre a viagem surge numa altura em que o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, se preparam para reunir, por videochamada, nas próximas semanas. Citadas pelo Financial Times, três pessoas familiarizadas com a situação disseram que a Casa Branca expressou preocupação com a viagem. A questão também é delicada para Pequim, porque o Partido Comunista Chinês vai realizar o seu XX congresso ainda este ano – uma reunião na qual Xi deve garantir um terceiro mandato como secretário-geral, algo sem precedentes na história recente da República Popular da China. Nos últimos anos, as incursões de aviões militares chineses na zona de defesa aérea da ilha intensificaram-se. No fórum de Defesa Shangri-La, que se realizou em Singapura, em junho, o ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, disse que os seus militares “esmagariam” qualquer tentativa de Taiwan de tornar-se independente, e advertiu os EUA para pararem de tentar conter a China. “Se alguém forçar uma guerra contra a China, o Exército de Libertação Popular [as Forças Armadas chinesas] não recuará”, acrescentou Wei. Pelosi e a sua delegação vão também visitar Japão, Singapura, Indonésia e Malásia. Ela vai ainda visitar o Havai, onde se encontra a sede do comando do Indo-Pacífico dos EUA. A embaixada chinesa nos EUA disse que a China “opõe-se resolutamente a todas as formas de contacto oficial entre os EUA e Taiwan”. O porta-voz Liu Pengyu disse que a visita de Pelosi a Taiwan “teria grave impacto na base política das relações China-EUA e enviaria um sinal muito errado às forças separatistas de Taiwan”.
Hoje Macau China / ÁsiaONG pede libertação de ativistas em greve de fome há mais de um mês na Tailândia As autoridades tailandesas devem libertar e retirar imediatamente as acusações de lesa-majestade contra duas ativistas pró-democracia, em greve de fome há mais de um mês, disse hoje a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW). Num comunicado, a HRW disse que Netiporn “Bung” Sanesangkhom e Nutthanit “Bai Por” Duangmusit estão em greve de fome desde 02 de junho, em protesto contra a detenção preventiva a que estão sujeitas, numa prisão da capital tailandesa. A organização defendeu que as duas ativistas, que desmaiaram durante uma audiência num tribunal de Banguecoque, na segunda-feira, devido a fortes dores de estômago e fadiga, devem ser imediatamente transferidas para um hospital onde possam receber cuidados médicos adequados. “As autoridades tailandesas deveriam abandonar os casos, cuja motivação é política, contra Netiporn, Nutthanit e outros, acusados devido a protestos pacíficos para reformar a monarquia”, disse John Sifton, diretor da HRW para a Ásia. “O governo tailandês está a punir de forma severa estes ativistas, mantendo-os desnecessariamente em prisão preventiva prolongada em vez de libertá-los antes do julgamento”, acrescentou Sifton. As autoridades acusaram as duas ativistas de vários crimes, incluindo lesa-majestade (insultos à monarquia), por terem lançado uma sondagem de opinião pública, em 08 de fevereiro, sobre as comitivas reais. Netiporn, 26, e Nutthanit, 20, membros do grupo pró-democracia Thalu Wang, estão desde 03 de maio em prisão preventiva, detenção que tem sido sucessivamente prolongada. Desde novembro de 2020 que as autoridades tailandesas acusaram mais de 200 pessoas de lesa-majestade, crime punível com até 15 anos de prisão na Tailândia, disse a HRW. “O governo tailandês deve permitir a expressão pacífica de todos os pontos de vista, incluindo questões sobre a monarquia”, disse Sifton. “As autoridades da Tailândia devem dialogar com especialistas das Nações Unidas e outros para alterar a lei de lesa-majestade, tornando-a compatível com os padrões internacionais de direitos humanos”, acrescentou. Na segunda-feira, os grupos de investigação sobre segurança cibernética Citizen Lab e iLaw anunciaram terem descoberto que ativistas envolvidos em protestos pró-democracia na Tailândia tiveram os seus telemóveis e outros dispositivos infetados e atacados pelo programa informático de espionagem Pegasus, possivelmente utilizado pelo governo tailandês. Os indivíduos cujos dispositivos foram atacados estavam envolvidos nos protestos pró-democracia que ocorreram entre 2020 e 2021 ou criticavam publicamente a monarquia tailandesa. Os dois grupos disseram que os advogados que defenderam os ativistas também estavam sob vigilância digital.
Hoje Macau China / Ásia MancheteInundações na China fazem pelo menos doze mortos Pelo menos doze pessoas morreram este fim de semana devido às inundações e chuvas torrenciais registadas nas províncias chinesas de Sichuan (sudoeste) e Gansu (noroeste), informou a imprensa estatal. Em Sichuan, pelo menos seis pessoas morreram no domingo e outras 12 estão desaparecidas, depois de as chuvas terem provocado “inundações repentinas” que deixaram ainda cerca de 1.300 pessoas desalojadas, segundo a televisão estatal CGTN. Na cidade de Longnan, pertencente à província de Gansu, registaram-se mais seis mortes e 3.000 pessoas foram retiradas, indicou o mesmo meio de comunicação. Nas últimas semanas, outras partes da China, como a província de Hunan, sofreram inundações que deixaram dezenas de mortos e mais de um milhão de desabrigados. No verão passado, inundações na província central de Henan, causadas por chuvas de intensidade inédita em décadas, submergiram bairros inteiros e estações do metro, causando mais de 300 mortes. O governo da cidade de Zhengzhou, capital de Henan, e outras agências locais foram considerados pelas autoridades centrais “culpados de negligência e abandono do dever” e acusados de terem “ocultado ou atrasado informações sobre os mortos e desaparecidos no desastre”, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua. Song Lianchun, meteorologista do Centro Meteorológico Nacional, afirmou: “Não podemos dizer que um evento climático extremo seja causado diretamente pelas alterações climáticas, mas, a longo prazo, o aquecimento global causa um aumento na intensidade e na frequência de tais eventos”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina pede aos bancos que apoiem sector imobiliário A China pediu aos bancos que concedam mais crédito às construtoras do país que enfrentam dificuldades, devido ao crescente número de proprietários que recusam pagar a prestação dos imóveis, agravando a crise de liquidez no setor. Proprietários de habitações na China, cuja obra ficou inacabada devido à situação precária das construtoras, estão a recusar pagar as prestações dos imóveis, disseram fontes do setor. “A lista [de projetos afetados] duplicou nos últimos três dias”, apontaram, num relatório, analistas do banco de investimento norte-americano Jefferies, estimando um défice para as construtoras em 388 mil milhões de yuans. As pré-vendas são a maneira mais comum na China de vender imóveis. A recusa em pagar as prestações é particularmente preocupante, porque ameaça também o sistema financeiro. O regulador instou os bancos, no domingo, a “atender às necessidades de financiamento razoáveis dos negócios imobiliários”. É essencial “fazer um bom serviço de atendimento ao cliente […] para honrar contratos, cumprir compromissos e proteger os legítimos direitos e interesses dos compradores”, sublinhou o regulador bancário e de seguros, citado pela imprensa estatal. O setor imobiliário e a construção pesam mais de um quarto no PIB (Produto Interno Bruto) da China e foram um importante motor do crescimento económico do país nas duas últimas décadas. Para reduzir os níveis de alavancagem no setor, no ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70 por cento na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor. Nos últimos meses, as construtoras Sunac e Shimao tornaram-se as mais recentes construtoras chinesas a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cujo passivo supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. A crise da Evergrande, a maior construtora da China, está a penalizar indiretamente os seus concorrentes, com os compradores a mostrarem-se cada vez mais relutantes em investir em imobiliário. As incertezas ligadas à covid-19, que pesam na renda das famílias, também estão a afetar o setor. A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas.
Hoje Macau China / ÁsiaAdesão de Timor-Leste à ASEAN na agenda de visita de PR timorense à Indonésia A adesão de Timor-Leste à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a dinamização dos laços bilaterais com Jacarta vão dominar a agenda da visita à Indonésia que o Presidente timorense inicia hoje. “Viajo com quatro membros do Governo e deputados e vamos assinar vários acordos relacionados com laços económicos e comerciais, e especificamente com a província [indonésia] que inclui Timor Ocidental”, disse José Ramos-Horta à Lusa, horas antes de partir para Jacarta. “Importantíssimo, no topo da minha agenda, está a adesão à ASEAN. Por isso, e além do encontro com o Presidente Joko Widodo, terei um encontro no secretariado da ASEAN em Jacarta”, frisou, recordando que o seu homologo indonésio irá assumir a presidência do órgão regional em novembro. Ramos-Horta, que assumiu funções a 20 de maio, disse que esta semana estará em Timor-Leste mais uma missão de avaliação preliminar da ASEAN, desta vez focada nas questões económicas, depois de uma outra, focada na componente social, ter visitado recentemente o país. “Terminam assim as missões de avaliação de Timor-Leste em relação à sua preparação para a adesão à ASEAN. Os relatórios vão ser enviados para os chefes de Estado que decidirão o ‘timing’ da adesão”, notou. O Presidente timorense disse que a escolha da Indonésia como primeiro destino numa deslocação ao exterior cumpre a tradição que se tem verificado com os seus antecessores, tendo em conta igualmente as “importantíssimas relações políticas, diplomáticas, sociais, cultuais, económicas e de segurança”. Entre outros aspetos na agenda, Ramos-Horta explica que vai defender a necessidade de acelerar a demarcação da fronteira terrestre e de lançar as negociações em relação à fronteira marítima. “A Indonésia tem uma situação especial, com muitas outras prioridades na resolução de fronteiras marítimas, por ser um país vastíssimo. Mas acreditamos que Timor-Leste, sendo uma situação especial, não pode ficar para trás na resolução destas questões”, explicou. Reduzir o isolamento do enclave de Oecusse-Ambeno, facilitando a mobilidade para a região e para a metade indonésia da ilha é outro dos objetivos das conversas, com Ramos-Horta a defender “um regime especial de circulação de pessoas e bens”, e a possibilidade de eliminação do pagamento de vistos. O chefe de Estado timorense disse que tem prevista, ainda sem data, uma viagem à Austrália e que antecipa uma deslocação em novembro a Portugal, data sobre a qual conversou com Marcelo Rebelo de Sousa, durante a visita do Presidente português a Timor-Leste, em maio de 2023. “Faria uma visita de Estado e aproveitaria para participar no Web Summit”, explicou. Ramos-Horta parte hoje ao início da tarde para Jacarta, onde na terça-feira tem prevista uma visita ao cemitério Kalibata, onde está o monumento ao soldado desconhecido, e um encontro com o seu homólogo, Joko Widodo. No mesmo dia está previsto um encontro com o ex-Presidente Susilo Bambang Susilo Yudhoyono, uma palestra na Universidade da Indonésia e um diálogo com jornalistas. Na quarta-feira, Ramos-Horta reúne-se com a maior organização islâmica da Indonésia, a Nahdatul Ulama, e terá várias visitas a instituições e um encontro com o secretariado da ASEAN, antes de entrevistas a duas das principais televisões indonésias: Kompas TV e Metro TV. A agenda da visita inclui ainda visitas à Universidade Atmajaya e um encontro com a Câmara de Comercio da Indonésia, antes de viajar para Nusa Tenggara Timur (NTT), a província indonésia que inclui Timor Ocidental. Antes do regresso a Díli, Ramos-Horta tem previsto visitar Labuan Bajo e as ilhas de Rinva e Padar, todas na NTT.
Hoje Macau China / ÁsiaPegasus usado contra ativistas pró-democracia tailandeses, dizem investigadores Ativistas envolvidos em protestos pró-democracia na Tailândia tiveram os seus telemóveis e outros dispositivos infetados e atacados pelo programa informático de espionagem Pegasus, possivelmente utilizado pelo governo tailandês, dizem investigadores. Os grupos de investigação sobre segurança cibernética Citizen Lab e iLaw descobriram que pelo menos 30 indivíduos – incluindo ativistas, académicos e pessoas que trabalham com grupos da sociedade civil – foram alvo de vigilância com o Pegasus, um programa produzido pela empresa de segurança cibernética NSO Group, com sede em Israel. Os indivíduos cujos dispositivos foram atacados estavam envolvidos nos protestos pró-democracia que ocorreram entre 2020 e 2021 ou criticavam publicamente a monarquia tailandesa. Os dois grupos disseram que os advogados que defenderam os ativistas também estavam sob vigilância digital. O programa Pegasus é conhecido por ser capaz de infetar aparelhos, sem precisar que os utilizadores carreguem em ligações ou botões armadilhados, um processo designado ‘zero-click’. Os produtos do NSO Group, incluindo o programa Pegasus, normalmente são licenciados apenas para agências governamentais de inteligência e policiais para investigar terrorismo e crimes graves, de acordo com o site da empresa. A empresa israelita tem enfrentado vários desafios legais, respondendo que as suas decisões sobre vendas de programas informáticos de espionagem passam por um rigoroso processo de verificação ética. Os relatórios do Citizen Lab e do iLaw não mencionam nomes de dirigentes governamentais, mas dizem que o uso do Pegasus demonstra o envolvimento de elementos do governo da Tailândia. Os ataques aos dispositivos ocorreram entre outubro de 2020 e novembro de 2021, um momento “altamente relevante para eventos políticos tailandeses”, por ser um período em que protestos pró-democracia eclodiram em todo o país. O movimento pró-democracia, liderado por estudantes da Tailândia, surgiu em grande parte contra a contínua influência dos militares na administração do país e à crescente repressão de toda e qualquer crítica à monarquia. O movimento conseguiu atrair multidões de 20 mil a 30 mil pessoas na capital, Banguecoque, em 2020 e teve seguidores nas principais cidades e universidades do país. O exército derrubou em 2014 o governo eleito de forma democrática. O líder do golpe, o general Prayuth Chan-ocha, foi nomeado primeiro-ministro após um partido político apoiado pelos militares ter vencido a eleição geral de 2019. Os manifestantes exigiam a renúncia do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha e do seu governo, reformas para tornar a monarquia mais transparente e a constituição mais democrática. Há um ano, um coletivo de meios internacionais revelou que o Pegasus tinha permitido espiar números de jornalistas, ativistas, empresários e políticos de vários países, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente interino do Sri Lanka declara estado de emergência O presidente interino do Sri Lanka declarou hoje o estado de emergência, dando-lhe ampla autoridade para reprimir novos protestos a exigir a sua renúncia, dois dias antes do parlamento do país nomear um novo presidente. Ranil Wickremesinghe tornou-se presidente interino na sexta-feira, após o anúncio da renúncia por parte do anterior chefe de Estado, Gotabaya Rajapaksa, que fugiu para as Maldivas e mais tarde para Singapura. A imposição do estado de emergência surge numa altura em que continuam os protestos, que já duram há mais de 100 dias, e que agora exigem também a demissão de Wickremesinghe. O decreto de emergência permite a Wickremesinghe implementar regulamentos para a manutenção da segurança e ordem pública, para reprimir motins e para assegurar o fornecimento de bens essenciais. O decreto dá poderes ao presidente interno para autorizar detenções, arresto de propriedade e buscas domiciliares, assim como a alteração ou suspensão de qualquer lei vigente. O parlamento do Sri Lanka reuniu-se no sábado para iniciar o processo de escolha de um novo líder para cumprir o mandato de Rajapaksa. As candidaturas serão ouvidas na terça-feira e, se houver mais de um concorrente, os deputados votarão na quarta-feira. A atual crise política no Sri Lanka deve-se à pior crise económica que o país vive desde a independência do Império Britânico em 1948. A oposição política e os manifestantes acusam Rajapaksa de desvio de fundos públicos durante décadas e responsabilizam as medidas impostas pelo chefe de Estado que provocaram o colapso económico do país. A família do presidente negou as alegações de corrupção, mas Rajapaksa reconheceu que algumas das políticas contribuíram para a crise que o país enfrenta. O impasse político ameaça ainda mais a situação económica e financeira do Sri Lanka sendo que a falta de alternativa governamental pode atrasar ainda mais a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI). O país já entrou em ‘default’ técnico e tem uma dívida externa superior a 50 mil milhões de euros, que os analistas já consideraram “impagável”. Entretanto, o país conta com a ajuda económica da Índia e da República Popular da China. A escassez de produtos de primeira necessidade agravou a situação da população do país com 22 milhões de habitantes.
Hoje Macau China / ÁsiaVoo Portugal – China passa a ter como destino cidade de Hangzhou A companhia aérea chinesa Capital Airlines anunciou hoje que o voo direto entre Portugal e China vai passar a ter como destino a cidade de Hangzhou, na costa leste do país asiático, ao invés de Xi’an. A ligação direta entre os dois países foi lançada em julho de 2017, inicialmente para Hangzhou, mas, em 2019, o voo passou a ter como destino Xi’an, no centro da China. O voo volta assim a aterrar em Hangzhou, com partida em Lisboa e com uma frequência por semana. Hangzhou é a capital da província de Zhejiang, uma das mais prósperas da China, com cerca de 53 milhões de habitantes. Ao abrigo da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, a China mantém as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020. O país autoriza apenas um voo por cidade e por companhia aérea, o que reduziu o número de ligações aéreas internacionais para o país em 98%, face ao período pré-pandemia. Quem chega à China tem que cumprir ainda uma quarentena de sete dias, em instalações designadas pelo Governo, e mais três em casa. A ligação aérea direta entre Portugal e a China foi retomada em 12 de junho após ter estado suspensa durante mais de seis meses. As autoridades de Xi’an suspenderam a ligação com Lisboa em 25 de dezembro de 2021, numa altura em que a região enfrentava um surto de covid-19. A cidade só retomou em junho as ligações internacionais. No entanto, os voos para a China estão sujeitos à política “circuit breaker” (‘interruptor’, em português), em que quando são detetados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por duas semanas. Caso haja dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês. Logo no primeiro voo foram detetados dez casos positivos a bordo, pelo que as autoridades chinesas suspenderam a ligação pelo período de um mês, a partir de 27 de junho. No segundo voo, realizado em 19 de junho, foram detetados cinco casos, levando as autoridades a impor um período adicional de suspensão de duas semanas.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Crescimento de 0,4% no 2º trimestre devido a confinamentos A economia da China registou um crescimento homólogo de 0,4 por cento, no segundo trimestre do ano, ilustrando o impacto das medidas de prevenção contra a covid-19, que resultaram no bloqueio de cidades importantes do país Os dados oficiais, divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) na sexta-feira, ficaram abaixo do esperado pelos analistas, que previam um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 1 por cento, no período entre Abril e Junho. Face ao trimestre anterior, a segunda maior economia mundial contraiu 2,6 por cento nos três meses encerrados em Junho. No período entre Janeiro e Março, a economia chinesa cresceu 4,8 por cento, em termos homólogos. No conjunto, a economia do país cresceu 2,5 por cento no primeiro semestre do ano. Este valor representa um abrandamento, face ao ritmo de crescimento de 12,7 por cento, alcançado no primeiro semestre de 2021, embora nesse período as estatísticas tenham beneficiado da base comparativa débil do primeiro semestre de 2020, período em que eclodiu a pandemia da covid-19. Entre Março e Junho deste ano, no entanto, a China voltou a adoptar duras medidas de confinamento, para travar surtos do coronavírus em Xangai, Pequim, Cantão ou Changchun, cidades–chave para a indústria e economia chinesas. As fábricas e escritórios foram autorizados a reabrir em Maio, mas economistas dizem que vão ser precisas semanas ou meses até que a actividade volte ao normal. Economistas e grupos empresariais advertiram que os parceiros comerciais da China vão sentir o impacto das interrupções no transporte marítimo, nos próximos meses. “O ressurgimento da pandemia foi efectivamente contido”, disse o GNE, em comunicado. “A economia nacional registou uma recuperação estável”, vincou. Dores repartidas A desaceleração prejudica os parceiros comerciais da China, incluindo o Brasil e Angola, ao diminuir a procura por petróleo, alimentos, e outras matérias-primas. Também a importação de bens de consumo produzidos na China é afectada, já que as medidas de confinamento dificultam os embarques de produtos para mercados estrangeiros. As vendas a retalho caíram 0,7 por cento, em relação ao ano anterior, no primeiro semestre, depois de contraírem 11 por cento e 6,7 por cento, em Abril e Maio, respectivamente, em termos homólogos. O investimento em fábricas, imóveis e outros activos fixos subiu 6,1 por cento, reflectindo o esforço do Governo chinês para estimular a economia através de um aumento dos gastos com a construção de obras públicas. A segunda maior economia do mundo é também afectada, desde o ano passado, por uma crise de liquidez no sector imobiliário, depois de os reguladores chineses terem passado a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património. O sector imobiliário e a construção pesam mais de um quarto no PIB da China e foram um importante motor do crescimento económico do país nas duas últimas décadas. A taxa de desemprego fixou-se em 5,5% por cento, em Junho, de acordo com as estatísticas oficiais, enquanto em Maio foi de 5,9 por cento e em Abril de 6,1 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaPelo menos seis mortos e 12 desparecidos em inundações no sudoeste da China Pelo menos seis pessoas morreram e 12 estão desaparecidas em resultado das inundações causadas pelas chuvas torrenciais em Beichuan, província de Sichuan, no sudoeste da China. Cerca de 22.300 pessoas foram afetadas pela chuva na região, com casas danificadas e estradas bloqueadas, de acordo com a cadeia de televisão chinesa CGTN. As autoridades locais informaram que estão em curso operações de salvamento.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Junta militar ordena a bancos e empresas que deixem de pagar empréstimos estrangeiros O Banco Central de Myanmar (antiga Birmânia), sob controlo do regime militar, ordenou aos bancos e empresas do país que suspendam ou atrasem os pagamentos dos empréstimos estrangeiros, avançou hoje a imprensa local. A entidade bancária refere, num documento datado de 13 de julho, que “devem ser suspensas as amortizações de empréstimos estrangeiros, incluindo os juros”. Este constitui o mais recente esforço da junta militar, que assumiu o poder no país em fevereiro de 2021, para controlar o fluxo de divisas, explica hoje o portal Khit Thit Media. Myanmar vive uma profunda crise política, social e económica desde o golpe militar, que encerrou uma década de democracia incipiente e desenvolvimento económico, o que resultou numa forte queda do valor da moeda. A junta militar birmanesa lançou uma forte campanha de detenções desde que assumiu o poder, a 01 de fevereiro de 2021, e mantém mais de 10.000 pessoas detidas sob o estatuto de presos políticos, incluindo Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz em 1991 e vencedora deposta nas últimas eleições legislativas, em 2021, de acordo com a organização humanitária local Associação de Assistência aos Presos Políticos. A atual crise alimentar e energética, juntamente com o fortalecimento do dólar norte-americano, está a atingir em cheio a economia deste país empobrecido, que, após o golpe de Estado, se tornou um pária para a comunidade internacional com apenas um punhado de aliados, mas entre os quais se conta a Rússia e a China. Para tentar aliviar a pressão, o Banco Central birmanês está a tentar impor uma série de medidas impopulares, como o fecho de contas em moeda estrangeira ou a conversão automática de transferências feitas em dinheiro estrangeiro para a moeda local. Ainda assim, as autoridades permitiram – excepcionalmente – que o comércio em áreas de fronteira seja feito com moeda da China, da Índia ou da Tailândia. O Produto Interno Bruto (PIB) de Myanmar contraiu 18% em 2021, segundo dados do Banco Mundial, que, em janeiro, projectava um crescimento de 1% durante o ano 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaHabitação | Proprietários de casas inacabadas na China recusam pagar prestações Proprietários de habitações na China, cuja obra ficou inacabada devido à situação precária das construtoras, estão a recusar pagar as prestações dos imóveis, disseram fontes do sector que atravessa uma crise de liquidez Em pelo menos uma centena de projectos imobiliários na China, os donos de casas estão a recusar pagar as prestações mensais, de acordo com dados da empresa especializada no sector CRIC, publicados ontem. Estes projectos estão espalhados por 50 cidades diferentes. “A lista [de projectos afectados] duplicou nos últimos três dias”, apontaram, num relatório, analistas do banco de investimento norte-americano Jefferies, estimando um défice para as construtoras em 388 mil milhões de yuans. As pré-vendas são a maneira mais comum na China de vender imóveis. A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo diferentes estimativas. As incertezas ligadas à política da China de ‘zero casos’ de covid-19, que penaliza a actividade económica e pesa no rendimento das famílias, estão a fragilizar o mercado, numa altura em que muitos grupos imobiliários no país se encontram já em dificuldades financeiras. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. Devido à falta de dinheiro em caixa, algumas construtoras não conseguem terminar projectos e entregar propriedades que foram já vendidas. Tijolo e cimento O sector imobiliário e a construção pesam mais de um quarto no PIB (Produto Interno Bruto) da China e foram um importante motor do crescimento económico do país nas duas últimas décadas. Nos últimos meses, as construtoras Sunac e Shimao tornaram-se as mais recentes construtoras chinesas a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cujo passivo supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. A crise da Evergrande, a maior construtora da China, está a penalizar indirectamente os seus concorrentes, com os compradores a mostrarem-se cada vez mais relutantes em investir em imobiliário. A recusa em pagar as prestações é “particularmente preocupante”, porque ameaça também o sistema financeiro, alertou ontem o banco Nomura. Segundo a agência de informação financeira Bloomberg, o ministério da Habitação chinês realizou esta semana várias reuniões de emergência com os reguladores financeiros e os grandes bancos do país.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul e Estados Unidos iniciam exercícios militares conjuntos com F-35 A Coreia do Sul e os Estados Unidos iniciaram hoje manobras com caças F-35 de quinta geração, numa demonstração de poderio militar, numa altura em que a Coreia do Norte se prepara para um novo teste nuclear. Os exercícios vão ter uma duração de quatro dias e envolvem 30 aviões de combate F-35, F-15, F-16 e F-50, de acordo com uma declaração do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. Esta é a primeira vez desde dezembro de 2017 que os EUA enviam caças F-35 para a península coreana e que os dois países realizam um treino conjunto deste tipo desde que Seul completou o desenvolvimento da própria frota de F-35. Este desenvolvimento aconteceu após o Presidente dos EUA, Joe Biden, se ter comprometido, numa cimeira de maio com o homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, a destacar bens estratégicos dos EUA para a Coreia do Sul “de uma forma atempada e coordenada, conforme necessário”, com base nas ações da Coreia do Norte. O F-35, um caça-bombardeiro furtivo de quinta geração, desenvolvido principalmente pelas empresas Lockheed Martin e Northrop Grumman, dos EUA, e pela britânica BAE Systems, é considerado pela Coreia do Norte como um dos ativos que mais ameaçam a segurança. Seul e Washington acreditam que Pyongyang se prepara há semanas para realizar o primeiro ensaio nuclear desde 2017 e que a execução deste depende unicamente de uma ordem do líder Kim Jong-un. A Coreia do Norte, isolada do mundo pela pandemia desde 2020, ignorou os pedidos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos para retomar as negociações sobre a desnuclearização. No ano passado, Pyongyang aprovou um plano de modernização de armamento, que está por detrás do número recorde de ensaios com projéteis realizados este ano – mais de 20. O comandante das Forças dos EUA na Coreia, Paul LaCamera, disse ontem durante um evento em Seul que a questão sobre o próximo teste nuclear de Pyongyang “não é se isso vai acontecer ou não, mas quando”.
Hoje Macau China / Ásia“Zero covid” pode diminuir investimento estrangeiro na China O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) na China deve cair, nos próximos anos, à medida que o país insiste na estratégia de ‘zero casos’ de covid-19, previu a unidade de análise da revista The Economist. A Economist Intelligence Unit (EIU) descartou, no entanto, um êxodo corporativo em massa do país, face à atractividade exercida pelo vasto mercado local e importância da China nas cadeias globais produtivas. “Mesmo que não abandonem o mercado chinês, esperamos que os investidores estrangeiros cada vez mais vejam o Sudeste Asiático, onde os governos adoptaram uma estratégia de ‘coexistência com o vírus’, como opção atractiva para investimentos futuros”, lê-se no relatório difundido hoje pela EIU. A unidade de análise da The Economist considerou que a estratégia constitui um dos “maiores desafios” que os investidores estrangeiros enfrentaram no país, na história recente. No entanto, o relatório lembrou que a China desempenha um papel chave no fornecimento de componentes que não estão disponíveis noutros países, e uma infraestrutura logística “inexistente”, no resto da Ásia ou em outros lugares, “em dimensão e sofisticação”. O forte crescimento da classe média do país, na última década, encorajou também as empresas a adoptarem o modelo “na China, para a China”, que consiste em produzir e vender localmente. “O nível de imersão das empresas na China – com planos plurianuais que dependem do país como motor de crescimento futuro, – torna difícil que se afastem dessa estratégia no curto prazo”, apontou o relatório. Choques em cadeia A EIU previu que o IDE recue a partir de 2022, em comparação com os dois anos anteriores, com o efeito a prolongar-se até 2024. A manutenção da estratégia ‘zero covid’ vai ter maior impacto no IDE nos sectores voltados para o consumo doméstico, face aos choques desproporcionais no retalho, infligidos por bloqueios repentinos e outras restrições ao movimento de pessoas, apontou. A tolerância zero à covid-19 implica também o encerramento praticamente total das fronteiras da China. O país autoriza apenas um voo por cidade e por companhia aérea, o que reduziu o número de ligações aéreas internacionais para o país em 98 por cento, face ao período pré-pandemia. Quem chega à China tem que cumprir uma quarentena de dez dias. Isto dificulta a atracção de talentos globais e frustra futuros planos de investimento, já que os quadros das empresas estrangeiras não conseguem supervisionar o lançamento ou o alargamento de projectos, destacou a EIU. Gigantes tecnológicos como a Apple e Samsung transferiram, nos últimos anos, partes das suas cadeias de fornecimento para o Vietname.
João Luz China / ÁsiaHong Kong | Infectados passam amanhã a usar pulseira electrónica A partir de amanhã, quem testar positivo à covid-19 ou cumprir isolamento em casa vai passar a usar uma pulseira electrónica que irá monitorizar o seu paradeiro. Na terça-feira, Hong Kong reportou mais de 2.500 novos casos positivos O secretário da Saúde, Lo Chung-mau, afirmou que a partir de amanhã as pessoas infectadas e que estejam a cumprir isolamento em casa serão obrigadas a usar pulseiras electrónicas para assegurar que não violam os regulamentos de contingência da pandemia e que não saem de casa prematuramente. As autoridades de Hong Kong estão a estudar a implementação de um sistema ao usado em Macau, através da leitura de códigos QR na aplicação LeaveHomeSafe, com as três cores verde, amarelo e vermelho para verificar se o cidadão estão ou não a cumprir as directrizes do Executivo. Lo Chung-mau reforçou a ideia de que as novas medidas irão tornar mais fácil a identificação de pessoas infectadas com o novo tipo de coronavírus e que um sistema de registo com a identidade completa irá aumentar a eficácia na luta contra a pandemia. A proposta para o novo tipo de código de saúde irá também ser aplicada a quem chega do exterior para cumprir quarentena nos hotéis designados para o efeito. Esse grupo de pessoas ficará com código amarelo. O membro de Governo, citado pela emissora pública RTHK, indicou que este segmento da população poderá retomar a sua vida normal, ir trabalhar ou frequentar aulas, mas que ficariam proibidos de participar em “actividades sem máscara ou entrar em instalações de risco elevado, como hospitais e lares de idosos”. Para já, o Governo de John Lee não planeia impedir estas pessoas de usar os transportes públicos. Diferente de Macau As novas propostas foram anunciadas como formas de controlar o retorno dos elevados números de novas infecções diárias. “Todas as cidades são diferentes. Hong Kong é muito diferente de Xangai ou Macau, tanto em termos do tamanho da população, como na distribuição de idades e também nas taxas de vacinação. Hong Kong já passou por uma quinta vaga de infecções de larga escala. Pagámos esse preço”, afirmou o secretário da Saúde, citado pela RTHK. “Além disso, Hong Kong é uma cidade muito internacional. Todos estes aspectos são considerados nas nossas decisões”, acrescentou. Com agências
Hoje Macau China / ÁsiaEsperança média de vida na China aumenta para os 78,2 anos A esperança média de vida na China, o país mais populoso do mundo, atingiu os 78,2 anos, em 2021, segundo dados divulgados hoje pela Comissão Nacional de Saúde chinesa. A média representa um crescimento de 0,27 anos, em relação à expectativa de 77,93 anos registada em 2020, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua. A taxa de mortalidade materna no país asiático caiu de 16,9 mortes por 100 mil nascimentos, em 2020, para 16,1, em 2021. A Comissão também observou uma diminuição na taxa de mortalidade infantil, que passou de 5,4 mortes por cada mil bebés nascidos, para 5. A mesma fonte disse que as taxas de mortalidade entre mulheres grávidas, bebés e crianças menores de 5 anos caíram para os níveis mais baixos de sempre no país. Nas últimas décadas, a China avançou em muitos indicadores de saúde, como esperança média de vida e mortalidade infantil, embora os dados tendam a ser díspares entre as cidades costeiras mais desenvolvidas e as áreas do interior. De acordo com o último censo nacional, realizado a cada dez anos e apresentado em maio de 2021, a China tem cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, embora o envelhecimento e as baixas taxas de natalidade preocupem as autoridades. Mais de metade das 31 províncias do país relataram um declínio populacional no ano passado. Mesmo as províncias com o maior número de nascimentos registaram a menor taxa em décadas. A população com idade superior a 60 anos representa já 18,7% da população total da China, com previsão de aumento para 28% até 2040, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Junta militar e Rússia assinam acordo para desenvolver energia nuclear A junta militar de Myanmar e a agência estatal russa de energia nuclear (Rosatom) assinaram um memorando de entendimento para cooperar no desenvolvimento da energia nuclear “para fins pacíficos”, noticiou hoje a imprensa oficial birmanesa. O líder dos militares, o general Min Aung Hlaing, autoproclamado primeiro-ministro após o golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2021 em Myanmar (antiga Birmânia), iniciou uma visita à Rússia no domingo, a sua segunda viagem conhecida ao estrangeiro desde que tomou o poder. O militar birmanês, numa viagem que não tinha sido anunciada pelos meios de comunicação oficiais, assinou o acordo com o diretor-geral da Rosatom, Alexey Likhachev, segundo o jornal The Global New Light of Myanmar, controlado pelos militares desde o golpe de Estado. Segundo o jornal pró-governo, os dois homens discutiram os benefícios “no campo da cooperação tecnológica em energia atómica” para vários setores, como a alimentação e a indústria, “através da utilização pacífica da energia nuclear”. O golpe pôs fim a uma década em que se deram os primeiros passos para a democratização do país, entre 2011 e 2021, sob a liderança da Prémio Nobel da Paz birmanesa, Aung San Suu Kyi, atualmente presa numa cadeia da capital. As numerosas condenações e críticas aos abusos perpetrados pelos militares deixaram mais uma vez o país praticamente isolado a nível internacional. A junta militar anterior, que governou o país com mão de ferro de 1962 a 2011, também tinha exprimido, mas sem sucesso, ambições de desenvolver a energia nuclear, aproximando-se da Coreia do Norte, outro Estado isolado internacionalmente. O líder do golpe também se reuniu durante a viagem com o chefe da agência espacial russa, a Roscosmos, Dmitry Rogozin, e o diretor-executivo da Rosoboronexport, Alexander Mikheev, a principal agência estatal russa de exportação de armas. Naipyidó e Moscovo têm fortes laços diplomáticos e económicos, reforçados nos últimos meses após as condenações internacionais do golpe na Birmânia e da invasão russa da Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaChina deixa de testar produtos importados não congelados Os governos locais da China vão deixar de fazer testes à covid-19 em produtos importados, excepto congelados, anunciou ontem em comunicado a Comissão Nacional de Saúde chinesa. A mais alta autoridade sanitária da China assegurou que, com os requisitos implementados desde 2021, foram atingidos os objectivos “económicos e de segurança, eficiência e rapidez”. Esta mudança visa reduzir os custos das rígidas políticas de prevenção e controlo impostas pelo Governo central, desde que as autoridades do município de Pequim apontaram o salmão importado da Noruega como responsável por um surto ocorrido na capital chinesa, em Junho de 2020. Estudos revelam que os vírus têm um tempo de sobrevivência curto na superfície da maioria dos objectos à temperatura ambiente e, portanto, “as medidas devem ser actualizadas”, referiu a Comissão. Com as novas directrizes, os governos locais não precisam mais de testar alimentos ou outros produtos expostos à temperatura ambiente, lê-se na mesma nota. Outra conversa No entanto, alimentos refrigerados e congelados vão continuar a ser testados, mas os exportadores não vão enfrentar suspensões nas vendas se os seus produtos derem positivo nas alfândegas, acrescentou a agência. Desde o início da pandemia, a China suspendeu por diversas ocasiões as importações de produtos de alguns países por associarem as suas mercadorias congeladas a surtos de covid-19 em cidades chinesas. Produtos do Brasil, Argentina e Equador, entre outros países, foram apontados como responsáveis por casos positivos nos últimos dois anos, e os respectivos exportadores punidos, no âmbito da rígida política de ‘zero casos’ de covid-19 implementada pelas autoridades chinesas.
Hoje Macau China / ÁsiaLesados de bancos rurais recebem parte do dinheiro após protestos Os depositantes impedidos de retirar dinheiro de bancos rurais na China desde Abril vão poder recuperar parte dos fundos, anunciaram ontem os reguladores, após protestos que terminaram em confrontos entre lesados e a polícia. Os bancos rurais da China estão a ser duramente atingidos pelas políticas do Governo central para conter a bolha imobiliária e o endividamento na segunda maior economia do mundo. Abalados pela desaceleração económica, quatro bancos na província central de Henan suspenderam todos os levantamentos e transferências, desde meados de Abril. De acordo com cálculos da imprensa local, até 400.000 clientes, com um total de 40.000 milhões de yuans depositados naqueles bancos, foram afetados. A decisão dos bancos deu origem a manifestações esporádicas. No domingo, centenas de pessoas ergueram faixas e gritaram palavras de ordem nos degraus da entrada da agência do Banco Popular da China (banco central), na cidade de Zhengzhou, a capital da província central de Henan, que fica a cerca de 620 quilómetros a sudoeste de Pequim. Um vídeo difundido nas redes sociais mostra agentes de seguranças à paisana em confrontos com a multidão. Outros vídeos mostram manifestantes a serem empurrados nas escadas por seguranças vestidos com camisas brancas ou pretas lisas. Os manifestantes acusaram as autoridades locais de inacção e conluio com esses bancos. Algumas pessoas dizem que foram submetidas à violência por indivíduos não identificados e outras foram presas pela polícia. Pequenos depósitos Alguns depositantes vão poder recuperar o seu dinheiro, no entanto, disse ontem a Autoridade Reguladora de Bancos e Seguros da Província de Henan. Os clientes cujos depósitos sejam inferiores a 50.000 yuan vão ser reembolsados a partir de sexta-feira, disse o regulador, sublinhando que os termos de reembolso para outros aforradores vão ser anunciados posteriormente. “Fundos relacionados a [actividades] ilegais ou criminosas não vão ser reembolsados por agora”, acrescentou o comunicado. No domingo, a polícia anunciou a prisão de membros de uma organização criminosa, que acusam de controlar vários bancos locais, desde 2011, e de realizar transferências ilegais por meio de empréstimos fictícios.
Hoje Macau China / ÁsiaPresumível homicida de Shinzo Abe começou a planear ataque no outono passado O presumível homicida de Shinzo Abe começou a planear o ataque contra o ex-primeiro-ministro japonês no outono passado, segundo as informações recolhidas pela polícia japonesa, que também sugerem que o suspeito preparou a operação de forma meticulosa. As autoridades acreditam que o suspeito decidiu tentar matar Abe depois de ver uma mensagem de vídeo, em setembro do ano passado, gravada pelo ex-presidente para uma organização afiliada à Igreja da Unificação, que o suposto assassino “odiava”, segundo detalhes revelados pelos media japoneses. O detido, Tetsuya Yamagami, confessou à polícia que atacou Abe por causa das suas supostas ligações a uma organização religiosa que lhe causou problemas familiares. A filial japonesa da Igreja da Unificação já tinha confirmado que a mãe de Yamagami era membro desse grupo e não quis comentar as supostas doações que a mulher teria feito à organização e que a teriam levado à falência, de acordo com a história contada pelo detido. Yamagami também disse à polícia que pretendia inicialmente atacar algum líder da organização religiosa, antes de marcar Abe. O suspeito escolheu o comício que Shinzo Abe realizou na última sexta-feira, na cidade de Nara (oeste) depois de ter pensado em testar o ataque noutro discurso do político no dia anterior, num auditório de outra cidade e com acesso restrito. O comício da passada sexta-feira decorreu na rua, frente a uma estação de comboios e com um dispositivo de segurança composto por vários agentes, mas sem qualquer separação física entre o político e os cidadãos que o queriam ouvir, algo que é comum em eventos deste tipo no Japão. Yamagami foi ao local uma hora e meia antes do ataque, segundo as imagens captadas pelas câmaras de segurança, aparentemente em busca de uma posição ideal para por em prática o seu plano. Com uma arma semelhante a uma espingarda caseira, o atacante aproximou-se de Abe por trás e disparou uma primeira vez a uma distância de sete metros e, uma segunda, a cinco metros. A arma do crime consistia em dois tubos de metal fixados com fita adesiva e montados num painel de madeira. Era capaz de lançar até seis projéteis a cada disparo, o que lhe conferia maior precisão e letalidade, segundo o próprio atacante. Yamagami recebeu treino em montagem e uso de armas de fogo quando trabalhou para as Forças de Autodefesa Marítima do Japão (Exército), entre 2002 e 2005, e começou a fabricar as suas próprias armas há cerca de um ano, inspirado em vídeos que encontrou online. Segundo contou às autoridades, comprou na internet a pólvora usada no ataque. O Governo do Japão anunciou na segunda-feira que irá condecorar a título póstumo o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe com o Colar da Ordem do Crisântemo, a mais alta condecoração do país, reconhecendo desta forma o contributo de Abe, que foi o primeiro-ministro nipónico que mais tempo se manteve no cargo, com um mandato em 2006 e outro entre 2012 e 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaVendas de automóveis na China recuperam em junho após período de crescimento anémico As vendas de automóveis na China registaram uma subida homóloga de 3,4% no primeiro semestre de 2022, impulsionadas por um forte aumento no mês de junho, após as autoridades terem aliviado as medidas de prevenção epidémica. As vendas de automóveis no período entre janeiro e junho subiram para 10,4 milhões de unidades, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. Só no mês de junho aumentaram 41,2%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 2,2 milhões unidades. Por seu lado, as vendas totais de veículos, incluindo camiões e autocarros, caíram 6,6%, em relação ao ano anterior no primeiro semestre, para 12,1 milhões de unidades, informou a mesma fonte. Mas em junho as vendas totais subiram 23,8%, para 2,5 milhões. O declínio nas vendas totais foi menos severo do que a estimativa de contração de 7,1%, divulgada na sexta-feira pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, com base nos dados fornecidos pelas principais marcas. O crescimento nas vendas em junho foi mais forte do que a estimativa anterior de 20,9%. As vendas de automóveis na China foram abaladas pela quebra de confiança dos consumidores, face à desaceleração económica, causada pelas medidas de confinamento restritivas, impostas em regiões importantes para a economia do país. A produção de veículos foi também prejudicada pela escassez de semicondutores e pela interrupção nas cadeias de fornecimento. O abrandamento nas vendas é um golpe para as fabricantes globais, cujo aumento das receitas depende do mercado chinês, face a crescimentos anémicos nos Estados Unidos e na Europa. As vendas de veículos utilitários desportivos e sedans híbridos no maior mercado automóvel do mundo aumentaram 130%, em junho, para 596.000 unidades, segundo a CAAM.
Hoje Macau China / ÁsiaChina confirma um caso de cólera na Universidade de Wuhan (centro) A Universidade de Wuhan, no centro da China, confirmou ontem um caso suspeito de cólera detetado entre os seus alunos, no último sábado, informou a imprensa local. Um hospital local em Wuhan, cidade do centro da China onde foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19, informou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças local, no sábado, sobre um paciente com diarreia, vómito e febre baixa, todos sintomas causados pela bactéria “Vibrio cholerae”. Após os testes sorológicos, cujo resultado é emitido em 48 horas, as autoridades de saúde confirmaram que o estudante testou positivo para o sorogrupo vibrio cholerae O139, um dos dois que causam surtos de cólera e que, sem tratamento adequado, pode ser letal. O paciente iniciou imediatamente tratamento após o diagnóstico e os sintomas desapareceram, segundo as autoridades, que montaram um dispositivo de investigação para rastrear outras possíveis infeções. Diferentes instituições foram mobilizadas para gerir a testagem e monitoramento das pessoas afetadas. Os locais de risco de contágio foram temporariamente encerrados e desinfetados. Os alunos da Faculdade de Engenharia, na qual o aluno que testou positivo para a doença está matriculado, tiveram de realizar testes para determinar se há mais infetados. Na China, a cólera é considerada uma doença infecciosa classe A, e a época de alta incidência de infeções é entre maio e outubro de cada ano. De acordo com dados publicados anteriormente pelo Gabinete de Controlo e Prevenção de Doenças da Comissão Nacional de Saúde, entre 2020 e 2021, foram notificados 16 casos de cólera em todo o país, sem registo de óbitos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina aconselha países asiáticos a recusarem ser peças de jogo de xadrez O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, defendeu ontem que o Sudeste Asiático deve recusar o papel de “peça num jogo de xadrez”, após ter proposto aos Estados Unidos regras para “interações pacíficas” na região. Wang e o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, reuniram-se na ilha indonésia de Bali durante cinco horas no sábado, no seu primeiro encontro desde outubro, depois de terem participado numa reunião ministerial do G20 (as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia). “Disse muito solenemente aos norte-americanos que os nossos dois lados devem considerar discutir o estabelecimento de regras para interações positivas na Ásia-Pacífico”, afirmou Wang ao discursar hoje na sede da ASEAN, em Jacarta, citado pela agência francesa AFP. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês não especificou, contudo, quais seriam essas regras. Wang disse que muitos países asiáticos, incluindo os 10 que integram a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), “estão sob pressão para tomar partido”. “Devemos manter a região afastada dos cálculos geopolíticos, da armadilha da lei da selva e de ser usada como peça de xadrez numa grande competição de poder”, afirmou. Apelou também aos países da ASEAN para se oporem à “falsa cooperação regional que exclui alguns países”, referindo-se a organizações de segurança e comércio lideradas pelos Estados Unidos que não incluem a China. Além da Indonésia, integram a ASEAN Brunei, Camboja, Filipinas, Laos, Malásia, Myanmar (ex-Birmânia), Singapura, Tailândia e Vietname. Timor-Leste e Papua-Nova Guiné são membros observadores da ASEAN. A China mantém há anos litígios com Vietname, Brunei, Malásia e Filipinas por várias ilhas localizadas na região. Em setembro de 2021, os Estados Unidos firmaram um pacto de defesa com a Austrália e o Reino Unido – conhecido por AUKUS, que junta as iniciais em inglês dos três países – para manter a região do Indo-Pacífico “livre e aberta”. Wang Yi criticou anteriormente o AUKUS, considerando que vai “contra o espírito de paz dos países da região”, e acusou os Estados Unidos de pretenderem criar uma “NATO no Pacífico”. “Esta é uma região que quer desenvolvimento e cooperação, não é um tabuleiro de xadrez. A China rejeita qualquer tentativa de criar círculos de influência”, disse, em março deste ano. Os Estados Unidos também mantêm com o Japão, a Austrália e a Índia uma aliança informal designada por Diálogo Quadrilateral sobre Segurança (Quad). Em maio, numa cimeira em Tóquio, os líderes dos quatro países alertaram contra qualquer mudança na ordem vigente pela força, preocupados com a crescente atividade militar e influência da China na Ásia-Pacífico. Na relação com os Estados Unidos, Pequim tem alertado que não irá tolerar qualquer interferência na questão de Taiwan, onde o anterior governo nacionalista chinês se refugiou em 1949, após a derrota na guerra civil com os comunistas. Apesar de viveram autonomamente desde então, a China considera Taiwan como parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força se a ilha declarar a independência. Washington reconhece diplomaticamente Pequim e não Taipé, mas o Congresso dos Estados Unidos comprometeu-se a vender armamento a Taiwan para a defesa do território.
Hoje Macau China / ÁsiaColigação no Governo do Japão consolidou maioria nas eleições A coligação que governa o Japão consolidou a maioria no Senado nas eleições de domingo, marcadas pelo assassinato, dois dias antes, do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, cujo velório foi realizado ontem à noite em Tóquio. Os japoneses, ainda em choque, votaram no domingo para renovar metade da câmara alta do parlamento, a favor do Partido Liberal Democrático (PLD, direita nacionalista), do primeiro-ministro, Fumio Kishida, que considerou “importante que as eleições tenham decorrido normalmente”, apesar do contexto dramático. A coligação formada pelo PLD e pelo seu aliado Komeito obteve uma grande vitória eleitoral, conquistando 76 dos 125 assentos em jogo contra 69 antes da votação e passando a controlar 146 dos 248 lugares no Senado, segundo os resultados finais. Com outros dois partidos com os quais são possíveis alianças em certos temas, o PLD e o Komeito contam até com uma “supermaioria” de dois terços no Senado, o que potencialmente lhes permitirá abrir caminho para a revisão da Constituição pacifista do Japão, com a qual sonhava Shinzo Abe, ex-líder do LDP. Kishida afirmou ontem que a vitória eleitoral tornou possível “proteger o Japão” e continuar a luta de Abe, adiantando que quer “aprofundar o debate parlamentar sobre a Constituição de forma a poder desenvolver uma proposta concreta de alteração” com vista a um referendo. A principal força da oposição, o Partido Democrático Constitucional (PDC, de centro-esquerda) garantiu apenas 17 assentos (menos seis do que os que tinha antes da eleição). Por outro lado, 35 mulheres foram eleitas no domingo, um recorde nas eleições para a câmara alta japonesa. A participação foi de 52 por cento, contra 49 por cento nas eleições senatoriais anteriores em 2019. Na sombra de Abe A campanha eleitoral foi dominada em particular pelo aumento dos preços devido à subida dos custos do petróleo e outras matérias-primas e pelos riscos de falta de fornecimento de electricidade, já que a onda de calor que afecta o país desde o final de Junho levanta receios de interrupções na rede. A eleição foi ofuscada pelo ataque de sexta-feira a Abe, durante um comício eleitoral em Nara. O funeral deverá ocorrer hoje, no templo budista Zojoji, com a presença apenas de parentes de Abe, sendo depois seguido de uma homenagem pública em data posterior.