Hoje Macau China / ÁsiaAviação comercial na China regista perdas recorde no 1.º semestre do ano As perdas da aviação comercial chinesa ascenderam a 108,9 mil milhões de yuans, no primeiro semestre do ano, superando o total das perdas sofridas em todo o ano de 2021. “Devido ao impacto da pandemia da covid-19, a indústria caiu para um novo mínimo, no primeiro semestre do ano”, disse Song Zhiyong, director da Administração de Aviação Civil da China (CAAC, na sigla em inglês), citado pela imprensa local. A China, que mantém uma política de tolerância zero ao novo coronavírus, sofreu uma onda de surtos, entre Março e Junho, atribuídos à variante Ómicron, altamente contagiosa, que causou números recorde de infecções. Os surtos levaram ao confinamento da cidade de Xangai e outras áreas no nordeste e sudeste do país, assim como à imposição de restrições na circulação interna de pessoas. Durante esse período, o volume de voos caiu para 2.967 por dia, um valor que corresponde a cerca de 18 por cento do volume registado no mesmo período de 2019, antes do início da pandemia. A aviação civil chinesa transportou 118 milhões de passageiros no primeiro semestre de 2022, número que representa 36,7 por cento do volume registado no mesmo período de 2019, segundo a CAAC. Song Zhiyong lembrou que o sector obteve lucros, durante os 11 anos anteriores à pandemia. Em 2019, os lucros ascenderam a 54.900 milhões de yuans. No entanto, desde o início da pandemia da covid-19, a indústria acumulou perdas no valor de “quase 300 mil milhões de yuan”, disse Song. O responsável lamentou ainda a “crescente pressão de custos”, devido em parte à “forte subida dos preços internacionais do petróleo”, tendência que prevê que se mantenha durante o resto do ano. Circuito fechado A China autoriza também apenas um voo internacional por cidade e por companhia aérea, o que reduziu o número de ligações aéreas internacionais para o país em 98 por cento, face ao período pré-pandemia. Os voos para a China estão ainda sujeitos à política “circuit breaker” (‘interruptor’, em português), em que quando são detectados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por duas semanas. Caso haja dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês. Para reduzir o tráfego aéreo internacional, as autoridades chinesas suspenderam, em Julho passado, a emissão de novos passaportes para a sua população, com excepções em casos de viagens de emergência, estudo ou trabalho.
Hoje Macau China / ÁsiaHenan | Detentores de depósitos em bancos em crise enfrentam polícia Detentores de depósitos em bancos chineses enfrentaram a polícia, no domingo, na província de Henan, num caso que já chamara a atenção após as autoridades tentarem usar a aplicação de rastreamento da covid-19 para impedir a mobilização Centenas de pessoas ergueram faixas e gritaram palavras de ordem nos degraus da entrada da agência do Banco Popular da China (banco central), na cidade de Zhengzhou, a capital da província central de Henan, que fica a cerca de 620 quilómetros a sudoeste de Pequim, segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post. Um vídeo difundido nas redes sociais mostra agentes de seguranças à paisana em confrontos com a multidão. Outros vídeos mostram manifestantes a serem empurrados nas escadas por seguranças vestidos com camisas brancas ou pretas lisas. Os manifestantes estão entre os milhares de clientes que abriram contas em seis bancos rurais em Henan e na província vizinha de Anhui que ofereciam taxas de juros mais altas. Os depositantes foram depois impedidos de retirar os seus fundos, após a imprensa local ter noticiado que o chefe da empresa que controla os bancos, e Henan Xincaifu Group Investment Holding, tinha fugido e é procurado por crimes financeiros. As faixas erguidas pelos manifestantes acusavam o Governo de Henan de “violência e corrupção” e pediam a intervenção do primeiro-ministro chinês: “Li Keqiang, venha investigar Henan!”. A Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da província declarou no domingo à noite que está a “investigar a situação financeira” dos bancos e que “vai elaborar um plano de compensação em breve”. De acordo com cálculos da imprensa local, até 400.000 clientes, com um total de 40.000 milhões de yuans depositados naqueles bancos, podem ser afectados. Exame de código No mês passado, as autoridades de Henan foram acusadas de uso indevido da aplicação de rastreamento e armazenagem dos resultados dos testes para a covid-19, imprescindíveis para viajar e aceder a locais públicos na China, para impedir protestos pelos depositantes. O código QR de pessoas que tentaram deslocar-se até Henan, após os bancos locais terem suspendido transferências e levantamentos, ficou subitamente vermelho, o que impede viagens para outros territórios ou acesso a locais públicos, ao chegar a Henan ou mesmo antes de começarem a viagem. De acordo com os regulamentos daquela província, apenas podem ser atribuídos códigos vermelhos a pessoas que sejam casos confirmados de covid-19, contactos directos de casos positivos ou que cheguem do estrangeiro ou de zonas do país consideradas de risco. O assunto gerou debate na rede social Weibo – o equivalente local do Twitter, que está bloqueado no país asiático -, onde alguns internautas manifestaram a sua indignação pelo abuso de uma ferramenta de prevenção epidémica. “O código de saúde já se tornou uma ferramenta política”, lamentou um internauta. Cinco funcionários de Zhengzhou foram posteriormente punidos na sequência daquele caso.
Hoje Macau China / ÁsiaPartido no poder sai reforçado em eleições parlamentares no Japão, revela projeção Os japoneses voltaram a mostrar hoje a sua confiança na coligação governamental liderada pelo conservador Partido Liberal Democrático (PLD), nas eleições para o Senado, de acordo com as primeiras projeções. Sem surpresa, o PLD – a que pertencia o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado na sexta-feira, durante um comício eleitoral – deverá obter entre 70 e 83 lugares dos 125 em disputa para a câmara alta do Parlamento (cerca de metade dos 248 totais), de acordo com uma projeção do canal público de televisão, NHK. A confirmar-se este resultado, a coligação no poder sai reforçada no Senado, dando mais margem de manobra para a afirmação da estratégia dos conservadores no Japão. “Penso que é importante que as eleições tenham podido realizar-se normalmente”, comentou o atual primeiro-ministro, Fumio Kishida, acrescentando que o seu partido vai centrar as suas atenções nos grandes temas da atualidade: o combate à pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e o aumento da inflação. Dois dias antes, o chefe do Governo lamentou o ataque “bárbaro” contra Shinzo Abe, o seu antigo mentor, insistindo na importância de “defender eleições livres e justas, que são a base da democracia”, prometendo que nunca cederá à violência. Em Nara, no oeste do Japão, o assassínio de Shinzo Abe, um dos políticos mais populares do país, feriu profundamente e comoveu a nação, tendo sido recebidas mensagens de condolências de todo o mundo, incluindo países como a China e Coreia do Sul, com os quais o Japão tem uma relação muitas vezes conturbada. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em viagem pela Ásia, fará uma paragem em Tóquio, na segunda-feira, para apresentar as suas condolências pessoalmente. As autoridades japonesas informaram que haverá um velório, na noite de segunda-feira, e que o funeral do ex-primeiro-ministro se realizará na terça-feira, com a presença de familiares e amigos, no Templo Zojoji em Tóquio. O alegado autor do ataque, detido no local, confessou ter alvejado deliberadamente Shinzo Abe, explicando à polícia que estava desiludido com o partido do ex-primeiro-ministro. Os ‘media’ japoneses têm noticiado que Tetsuya Yamagami, de 41 anos, é um ex-membro da Força Marítima de Autodefesa (Marinha Japonesa), que terá usado uma arma caseira. De acordo com vários meios de comunicação, o alegado assassino disse aos investigadores que foi a Okayama (oeste), na quinta-feira, com a intenção de assassinar Abe, que estava a participar num evento, tendo desistido dos seus intentos quando percebeu as apertadas normas de segurança. Após ter estado suspensa por causa da notícia do ataque, a campanha eleitoral foi retomada no sábado com medidas de segurança reforçadas, enquanto a polícia de Nara admitiu falhas “irrefutáveis” no plano policial do comício onde Abe foi assassinado. A campanha eleitoral foi dominada pelos aumentos de preços e pelos problemas no fornecimento de eletricidade, enquanto a onda de calor que afetou o Japão desde o final de junho suscitou temores de falhas de abastecimento em diversas regiões do país. Num país frequentemente criticado pela falta de representação feminina nas suas instituições e na gestão das suas empresas, uma percentagem recorde de 33% de mulheres estava entre os 545 candidatos que se apresentaram a eleições. A vitória da coligação que suporta o Governo de Fumio Kishida, que defendeu uma política económica mais redistributiva a que deu o nome de “novo capitalismo”, não surpreendeu os analistas. A estreita cooperação do Japão com os aliados ocidentais para pressionar a Rússia contra a invasão da Ucrânia foi um dos pontos que terá pesado na escolha dos eleitores, segundo vários desses analistas, que apontam para um maior gasto com o orçamento de Defesa, nos próximos anos.
Hoje Macau China / ÁsiaJornalista e Nobel da Paz filipina Maria Ressa enfrenta pena de prisão A jornalista filipina e prémio Nobel da Paz Maria Ressa perdeu um recurso contra uma condenação por difamação ‘online’ e pode ter de passar até seis anos na prisão, anunciou na sexta-feira o seu portal de notícias Rappler. Maria Ressa e o antigo colega Rey Santos Jr., visado no mesmo processo, “utilizarão todos os recursos legais à sua disposição”, incluindo levar o caso ao Supremo Tribunal, segundo o Rappler, citada pela agência francesa AFP. A publicação ‘online’ considerou que a decisão judicial “enfraquece a capacidade dos jornalistas de pedir contas ao Governo”. “O que está em última análise em jogo é a nossa democracia, cuja força repousa em meios de comunicação social que não sejam ameaçados pelo Estado nem intimidados por forças que procuram silenciar vozes críticas”, acrescentou. Ressa tem sido uma crítica do ex-presidente filipino, Rodrigo Duterte, e da guerra que lançou em 2006 contra a droga, com acusações de execuções extrajudiciais de traficantes e consumidores. As denúncias e críticas da jornalista desencadearam o que os defensores da liberdade de imprensa veem como uma série de acusações criminais, investigações e ataques ‘online’ contra Ressa e o Rappler. Ressa e o jornalista russo Dmitri Muratov foram galardoados com o Prémio Nobel da Paz, em outubro de 2021, pelos seus esforços para “salvaguardar a liberdade de expressão”. Antiga delegada da televisão norte-americana CNN em Jacarta, Ressa, 58 anos, enfrenta pelo menos sete processos judiciais, incluindo um por difamação ‘online’, pelo qual foi libertada sob fiança e que lhe pode valer até seis anos de prisão. Se for condenada pelos outros processos, poderá passar décadas na prisão. Duterte foi Presidente das Filipinas até 30 de junho, quando foi substituído por Ferdinand Marcos Jr., filho do antigo ditador Ferdinand Marcos, que venceu as eleições de maio. Nas mesmas eleições, Sara Duterte, filha do chefe de Estado cessante, foi escolhida como vice-presidente. Um dia antes de Duterte cessar funções, a Comissão do Mercado de Valores das Filipinas revogou o registo do Rappler, alegando violações às restrições ao investimento estrangeiro nas Filipinas, e ordenou o encerramento do portal de notícias. A decisão foi contestada judicialmente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina avisa EUA de que “reagirá firmemente” a provocações na questão de Taiwan O general do Exército chinês Li Zuocheng alertou na sexta-feira que a “China reagirá firmemente caso seja provocada” na questão de Taiwan, durante uma conversa com o presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Mark Milley. Li salientou que, “em questões que dizem respeito aos principais interesses da China, incluindo Taiwan, não há espaço para compromissos ou concessões”, de acordo com o comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa chinês. “Quem nos provocar vai descobrir que a China reagirá com firmeza”, disse. De acordo com Li, se os Estados Unidos “mantiverem a sua palavra de não apoiar a ‘independência de Taiwan’ ou não procurarem conflitos com a China, ambos os países poderão cooperar de formas mutuamente benéficas”. “Neste momento, ambos os Exércitos devem comportar-se de forma racional e objetiva, com uma atitude de respeito mútuo, e fortalecer ainda mais o diálogo, gerir os riscos e promover a cooperação”, disse o general chinês durante a reunião virtual. Li sublinhou que “os Estados Unidos devem respeitar os acordos já alcançados para não minarem a estabilidade no Estreito de Taiwan”. “Os militares chineses salvaguardarão firmemente a sua soberania nacional e integridade territorial”, disse. De acordo com o comunicado, os dois lados concordaram que é do seu interesse “evitar gerar conflitos e confrontos” e “manter a comunicação”. O Exército chinês realizou vários exercícios nas águas “perto da região de Taiwan” nos últimos dias, informou a imprensa local. Segundo o coronel chinês Shi Yi, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, “os atos provocativos norte-americanos na questão de Taiwan são em vão e só conseguirão perturbar a paz e aumentar a tensão regional”. “É por isso que as nossas tropas estão sempre em alerta e continuam a preparar-se e a treinar. Eles estão prontos a qualquer momento para salvaguardar a nossa segurança e soberania e impedir qualquer tentativa que leve à ‘independência de Taiwan’”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA pedem à China que condene Russia pela invasão Os Estados Unidos manifestaram no sábado à China preocupação pelo seu alinhamento com a Rússia e pediram a Pequim que condene Moscovo pela invasão da Ucrânia, anunciou o chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken. “Pequim diz que é neutra, mas eu digo-lhes que é muito difícil permanecer neutro perante tal agressão”, disse Blinken na ilha indonésia de Bali após uma reunião com o seu homólogo chinês, Wang Yi, segundo a agência espanhola EFE. Blinken e Wang estiveram reunidos durante cinco horas, um dia após o fim da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 sobre a guerra na Ucrânia e os seus efeitos na economia a nível global. A guerra na Ucrânia foi desencadeada pela Rússia, quando invadiu o país vizinho em 24 de fevereiro deste ano. Blinken disse que a China “continua a proteger” a Rússia “nas organizações internacionais e a fazer eco da sua propaganda”. “Este é realmente o momento em que todos precisamos de nos levantar, como fez um país do G20 após outro, para condenar a agressão e exigir, entre outras coisas, que a Rússia permita o acesso a alimentos bloqueados na Ucrânia”, disse Blinken, citado pela agência francesa AFP. A Rússia esteve representada na reunião de Bali pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov. A reunião de dois dias do G20 terminou sem uma declaração conjunta sobre o fim da guerra ou a forma de lidar com o seu impacto na segurança alimentar e energética. No entanto, Blinken disse acreditar que a Rússia saiu de Bali isolada e sozinha, referindo que a maioria dos participantes expressou oposição à guerra na Ucrânia. “Houve um forte consenso e a Rússia ficou isolada”, disse Blinken, segundo a agência norte-americana AP. Na quinta-feira, os ministros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) boicotaram o jantar de boas-vindas, em protesto contra a participação de Lavrov na reunião em Bali. A reunião realizou-se em Nusa Dua, Bali, por a Indonésia exercer atualmente a presidência do grupo das 20 economias mais desenvolvidas ou em desenvolvimento. Blinken disse que não viu em Bali qualquer sinal de cooperação por parte da Rússia e observou que Lavrov saiu mais cedo da reunião, possivelmente porque não gostava do que ouvia dos seus homólogos. “Era muito importante que ele [Lavrov] ouvisse alto e claro de todo o mundo a condenação da agressão da Rússia”, comentou. No longo encontro com Wang, Blinken disse ainda que transmitiu a “profunda preocupação” de Washington com a pressão militar de Pequim sobre Taiwan, a ilha com um governo próprio que Pequim considera parte do seu território. “Manifestei a profunda preocupação dos Estados Unidos com a retórica e atividades cada vez mais provocatórias de Pequim em relação a Taiwan e a importância vital de manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, disse Blinken. Apesar das divergências Blinken mostrou-se satisfeito com as conversações com Wang. “Posso dizer com alguma confiança que as nossas delegações consideraram as discussões de hoje úteis, francas e construtivas”, acrescentou. Além dos países do G7, participam na reunião os chefes da diplomacia de África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México, Rússia, Turquia e União Europeia.
Hoje Macau China / ÁsiaSri Lanka | Presidente e PM pedem demissão. EUA apelam à estabilidade Os Estados Unidos pediram hoje aos futuros dirigentes do Sri Lanka que “trabalhem rapidamente” para restaurar a estabilidade económica e serenar o descontentamento popular, depois do Presidente e do primeiro-ministro do país terem anunciado a demissão. Washington espera que os novos líderes do Governo do Sri Lanka “trabalhem rapidamente para identificar e implementar soluções que tragam estabilidade económica a longo prazo e acalmem o descontentamento popular”, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, em Banguecoque, capital da Tailândia, onde se encontra de visita o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken. Washington também alertou os apoiantes do Governo contra ataques a manifestantes ou jornalistas, deixando ainda críticas a violência que eclodiu no sábado, quando multidões invadiram a residência presidencial. “O povo do Sri Lanka tem o direito de levantar pacificamente a voz, e exigimos uma investigação completa, a prisão e o julgamento de qualquer pessoa envolvida em qualquer incidente violento relacionado com os protestos”, referiu o porta-voz. O presidente do Parlamento do Sri Lanka, Mahinda Yapa Abeywardene, anunciou no sábado que o Presidente do país, Gotabaya Rajapaksa, o contactou para informar que se demitirá do cargo na próxima quarta-feira. Segundo fontes citadas pelos ‘media’ do país asiático, Rajapaksa informou sobre a decisão através de um contacto privado e pediu-lhe um prazo até quarta-feira para preparar a transição e concluir assuntos pendentes, indicou o diário local Daily Mirror. As principais forças políticas do Sri Lanka concordaram que será o presidente do Parlamento a assumir a chefia do Estado na sequência da demissão de Rajapaksa, de acordo com a Constituição, e durante um período de um mês até à eleição de um novo Presidente. A revolução popular que eclodiu no sábado no Sri Lanka forçou à demissão do dirigente, que anunciou a renúncia ao cargo após ceder às pressões de múltiplas frentes, desde formações políticas e associações civis, pela incapacidade em confrontar a pior crise económica da história do país. Rajapaksa acabou por ceder após meses de protestos pela falta de alimentos e combustível, e que derivaram numa crítica generalizada à sua atuação, com acusações de corrupção e nepotismo, após colocar o irmão Mahinda no cargo de primeiro-ministro, e até ser forçado a demiti-lo em maio passado sob intensa pressão popular. Ranil Wickremesinghe, um antigo rival de Rajapaksa e que sucedeu a Mahinda numa última tentativa para solucionar a crise, tinha-se demitido algumas horas antes para permitir a formação de um governo de concertação que terá como principal objetivo a convocação de novas eleições. Apesar da decisão de Wickremesinghe, um grupo de manifestantes incendiou a sua residência privada, horas depois de milhares de pessoas terem invadido as residências oficiais do Presidente e do primeiro-ministro. A tensão e o descontentamento aumentaram no país no final de março, quando as autoridades impuseram cortes de energia de mais de 13 horas, o que levou a população a sair às ruas para exigir a demissão do Governo do Sri Lanka. Desde essa altura, centenas de manifestantes instalaram-se nos arredores do edifício presidencial, em Colombo, e protestos pacíficos em todo o país multiplicaram-se, enquanto as autoridades tentam chegar a um acordo de resgate com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina apresenta condolências pela morte de Shinzo Abe. Japoneses começaram hoje a votar para o Senado Os japoneses começaram hoje a votar para renovar metade do Senado do país, dois dias após o assassínio do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe durante um comício da campanha eleitoral. O Partido Liberal Democtata (PLD), do qual Abe era uma das principais figuras, é dado como grande favorito nas eleições de hoje. O primeiro-ministro (PLD) denunciou o ataque “bárbaro” contra o seu antigo mentor, insistindo na importância de “defender eleições livres e justas, que são o fundamento da democracia”. “Nunca cederemos à violência”, disse. A morte a tiro de Abe, um dos políticos mais conhecidos do arquipélago, chocou o Japão e o estrangeiro, com mensagens de condolências a chegarem do mundo inteiro, incluindo a China e a Coreia do Sul, com quem o Japão tem muitas vezes relações conturbadas. O suposto autor do ataque, detido no local, confessou ter alvejado deliberadamente o ex-primeiro-ministro, explicando à polícia que estava zangado com uma organização à qual acreditava que Abe estava filiado. Alguns meios de comunicação japoneses mencionaram um grupo religioso. O homem, de 41 anos e chamado Tetsuya Yamagami, é um ex-membro da marinha japonesa e encontrava-se desempregado desde maio, quando deixou de trabalhar numa empresa industrial em Kansai, no centro-sul do país. Abe foi primeiro-ministro em 2006-2007 e, depois, de 2012 a 2020, tendo sido o chefe de Governo mais jovem do pós-guerra, aos 52 anos, o primeiro nascido depois da Segunda Guerra Mundial e o que esteve mais tempo no cargo. Suspeito confessou crime O suspeito detido pelo assassinato do antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe confessou ter cometido o crime, disse na sexta-feira um oficial da polícia da região de Nara. “O suspeito disse guardar rancor contra uma certa organização e confessou ter cometido o crime porque acreditava que o antigo primeiro-ministro Abe estava relacionado com ela”, declarou o oficial aos jornalistas, sem adiantar mais pormenores. Segundo a polícia nipónica, o suspeito é um desempregado de 41 anos, Tetsuya Yamagami, que indicou aos investigadores ter utilizado uma arma artesanal. “É o que o suspeito afirma e determinámos que [a arma utilizada] aparenta claramente ser artesanal, mas a nossa análise ainda está em curso”, afirmou um agente. China e EUA apresentam condolências O Presidente chinês, Xi Jinping, expressou no sábado as “profundas condolências” ao primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, pelo assassinato do antigo líder Shinzo Abe, anunciou a emissora estatal chinesa CCTV. “Em nome do Governo e do povo chineses, e em seu nome, Xi Jinping expressou as suas profundas condolências após a morte prematura do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe”, apontou a CCTV, acrescentando que Xi Jinping ficou “profundamente entristecido com a morte súbita” do antigo líder. Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, viaja esta segunda-feira até ao Japão para apresentar condolências pela morte do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado na sexta-feira durante um comício eleitoral, anunciaram as autoridades dos EUA. Blinken, que se encontra hoje na Tailândia, “apresentará as condolências ao povo japonês” durante reuniões com membros das autoridades nipónicas, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
Hoje Macau China / ÁsiaShinzo Abe, o líder japonês que resistiu a escândalos e bateu recordes de longevidade O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, baleado hoje na cidade de Nara, bateu recordes de longevidade na liderança do país e resistiu a numerosos escândalos políticos e financeiros que envolveram também a sua família. Abe, de 67 anos, deixara há quase dois anos o cargo de primeiro-ministro por razões de saúde. O nacionalista pragmático tinha 52 anos quando se tornou chefe de Governo pela primeira vez em 2006, o mais jovem da história do seu país no pós-guerra. Deixou a sua marca durante o segundo mandato (2012-2020) com uma política ousada de recuperação económica e uma intensa atividade diplomática. O ex-primeiro-ministro japonês chegou a pedir desculpas em 2020 no Parlamento por um escândalo relacionado ao financiamento de receções organizadas para os seus partidários, apesar da Justiça ter decidido não apresentar acusações contra Abe. Antes, a reptação de Shinzo Abe e da mulher, Akie, assim como a do então ministro das Finanças, ficaram manchados depois de os seus nomes terem sido removidos de documentos relacionados com a venda de um terreno do Estado, a um preço quase dez vezes inferior ao do mercado, a favor de uma instituição educativa privada com ligações a Abe e à mulher. No Verão de 2020, quando se tornara impopular devido à gestão da pandemia de covid-19, considerada desastrosa pela opinião pública, admitiu que sofria de uma doença inflamatória intestinal crónica, colite ulcerosa, e demitiu-se pouco tempo depois. Esta doença tinha já sido uma das razões para o fim abrupto do primeiro mandato em 2007. Shinzo Abe tornou-se conhecido a nível internacional sobretudo pela política económica, apelidada de “Abenomics”, lançada no final de 2012 e que combinava a flexibilização monetária, estímulos fiscais maciços e reformas estruturais. Conseguiu alguns êxitos, tais como um aumento significativo da taxa de participação das mulheres e dos cidadãos idosos na força de trabalho, bem como um maior recurso à imigração face à escassez de mão-de-obra. No entanto, sem reformas estruturais suficientes, a ‘Abenomics’ só produziu êxitos parciais. A sua ambição última era a de rever a Constituição pacifista japonesa de 1947, escrita pelos ocupantes norte-americanos e não mais mais alterada desde então. Tendo construído parte da sua reputação com base na posição dura sobre a Coreia do Norte, Abe também assumiu um Japão descomplexado com o passado: em particular, recusou-se a carregar o fardo do arrependimento pelos abusos do exército japonês na China e na península coreana na primeira metade do século XX. No entanto, absteve-se de visitar como primeiro-ministro o santuário Yasukuni de Tóquio, um foco do nacionalismo japonês, depois da sua visita a esse templo no final de 2013 ter indignado Pequim, Seul e Washington. As relações entre Tóquio e Seul deterioraram-se no contexto das suas disputas históricas, enquanto que as relações com Pequim, que pioraram, continuam tensas. Com o grande aliado do Japão, os Estados Unidos, Abe sempre se adaptou e tinha conseguido estabelecer laços estreitos com o ex-Presidente norte-americano Donald Trump, com quem partilhava uma paixão pelo golfe. Shinzo Abe também tentou não hostilizar o Presidente russo, Vladimir Putin. A esperança de resolver a disputa sobre as Ilhas Kuril do Sul, anexadas pela União Soviética no final da Segunda Guerra Mundial e que não mais regressaram à soberania do Japão, fracassaram. O ex-governante também tentou reforçar a presença do Japão na cena internacional, por exemplo, através da mediação entre o Irão e os EUA, promovendo o multilateralismo e aumentando os acordos de comércio livre. Para permanecer no poder, Abe beneficiou largamente da ausência de um sério rival dentro do seu partido político, o Partido Liberal Democrático (LDP, direita nacionalista), e da fraqueza da oposição, que ainda não recuperou da desastrosa passagem no poder entre 2009 e 2012. Algumas leis aprovadas por Abe, nomeadamente sobre o reforço da proteção dos segredos de Estado, a expansão das missões das Forças de Auto-Defesa Japonesas e o reforço da luta contra o terrorismo, causaram controvérsia no Japão, levando mesmo a grandes manifestações, raras no país. Por outro lado, manteve-se durante muito tempo focado na esperança de organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio no Verão de 2020, que seria o ponto alto do seu último mandato, contrariando a maioria da opinião pública. Os Jogos Olímpicos de Tóquio acabaram por ter lugar um ano mais tarde, à porta fechada. Curiosamente, o primeiro-ministro que mais tempo tinha ficado no cargo antes dele foi seu tio-avô, Eisaku Sato – entre 1964 a 1972.
Hoje Macau China / ÁsiaEx-primeiro ministro japonês sem sinais de vida após ataque em comício O antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe foi hoje alvo de um ataque durante um comício na cidade de Nara, e não apresenta sinais de vida, de acordo com a emissora pública nipónica NHK, que cita fonte dos bombeiros locais. Shinzo Abe participava num comício eleitoral do Partido Liberal Democrático (PLD) para as eleições parlamentares de 10 de julho, quando foram ouvidos tiros, disse a emissora estatal NHK e a agência noticiosa Kyodo. Abe, de 67 anos, foi transportado de ambulância para um hospital perto da estação Kintetsu Yamato-Saidaiji, acrescentou o jornal Yomiuri Shimbun. Um repórter desta publicação diária disse que, após ouvir o som de um disparo, o ex-primeiro-ministro caiu no chão inconsciente. Fonte do PLD realçou à agência de noticias japonesa Jiji que o político japonês encontrava-se a sangrar do pescoço. Nem o PLD nem a polícia local confirmaram a informação quando contactados pela agência de notícias France-Presse (AFP). A emissora NHK relatou, por sua vez, que quando Shinzo Abe foi transportado para o hospital, aparentava estar em paragem cardiorrespiratória – um termo utilizado no Japão para indicar a ausência de sinais de vida, notou a AFP. Vários meios de comunicação social relataram que Abe terá sido alvejado pelas costas. A NHK relatou ainda que um homem de cerca de 40 anos foi detido e apreendida uma arma de fogo, mas não divulgou detalhes sobre o alegado suspeito. Horas mais tarde, foi anunciado que o suspeito é um desempregado de 41 anos e ex-membro da força naval do país, anunciou a polícia japonesa. Yamagami Tetsuya, originário de Nara, foi detido no local do atentado, enquanto segurava uma arma com a qual terá disparado dois tiros contra o antigo líder japonês. Segundo fontes do Ministério da Defesa japonês, o alegado agressor trabalhou no ramo naval das Forças de Auto-defesa por três anos, até 2005. Governo do Japão condena ataque O Governo japonês condenou o ataque ao antigo primeiro-ministro Shinzo Abe. “Esta barbárie não pode ser tolerada, independentemente da razão da pessoa, por isso condenamo-la fortemente e faremos o nosso melhor para ajudar”, disse o porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno. Matsuno não deu mais informações sobre a saúde de Abe, que os serviços de emergência disseram estar em paragem cardiorrespiratória quando foi transportado para um hospital. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, cancelou a agenda eleitoral e está a caminho de Tóquio. A ex-ministra do Interior e das Comunicações do Japão, Sanae Takaichi, também condenou o ataque, dizendo que espera que Abe esteja vivo e que “não perdoa o terrorismo político”, enquanto o ministro da defesa no tempo de Abe, Satoshi Nakanishi, disse que “o terrorismo e a violência não devem ser perdoados”. “Estamos tristes e chocados com o ataque ao antigo primeiro-ministro. Abe foi um líder notável para o Japão e um aliado inabalável dos Estados Unidos”, disse o embaixador dos EUA em Tóquio, Rahm Emanuel. Shinzo Abe esteve em funções como primeiro-ministro do Japão em 2006 durante um ano e novamente de 2012 a 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaPR filipino encerra comissão anti-corrupção no seu primeiro decreto presidencial O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., pôs fim à comissão presidencial anticorrupção, responsável por acompanhar e investigar possíveis crimes de corrupção no Governo, no seu primeiro decreto presidencial, segundo fontes oficiais. No decreto publicado hoje, mas assinado em 30 de junho, a presidência filipina referiu que o encerramento da comissão presidencial anticorrupção (PACC) visa “atribuir corretamente os recursos públicos” e evitar “duplicação de organizações” no país. Criada em 2017 pelo ex-Presidente Rodrigo Duterte (2016-2022), a comissão tinha como objetivo coibir casos de corrupção em instituições, organizações e por funcionários públicos em altos cargos do Governo filipino e, somente entre 2019 e 2020, o órgão investigou centenas de casos e concluiu mais de 70 destes. Marcos Jr., filho do ex-ditador Ferdinand Marcos, chegou à presidência filipina em maio, após eleições polarizadas, e a sua vitória levantou dúvidas entre especialistas sobre a continuidade da política anticorrupção realizada pelo seu antecessor, já que a família Marcos enfrenta mais de 40 ações cíveis. O atual Presidente também acumula uma série de condenações por crimes fiscais e por corrupção. Neste contexto, vozes críticas ao Governo têm manifestado preocupação com o futuro da comissão presidencial de boa governação (PCGG), criada em 1986 após a queda do regime de Ferdinand Marcos, para recuperar a suposta fortuna ilícita acumulada pela família durante o seu governo (1965-1986). Até agora, a PCGG conseguiu recuperar cerca de 3,6 mil milhões de dólares ao longo dos seus 36 anos de existência, embora durante a gestão de Duterte, aliado de Marcos Jr., tenha definhado em termos de orçamento e apoio presidencial. Durante a campanha eleitoral, Marcos Jr. assegurou que não eliminaria o PCGG, mas pretendia que esta passasse a investigar não apenas os casos de corrupção na família Marcos, mas também entre “todos” os envolvidos em subornos, peculatos e outros escândalos. Ferdinand Marcos Jr. foi empossado em 30 de junho como Presidente das Filipinas para um mandato único de seis anos, depois das presidenciais de maio, sucedendo ao controverso Rodrigo Duterte como chefe de Estado. Marcos Jr. completa o regresso ao poder da famosa dinastia, 36 anos depois de uma revolução popular ter acabado com o regime do pai e forçado a família a fugir do país de helicóptero. A cerimónia contou com a presença, entre outros, da mulher do atual Presidente e quatro filhos de Imelda Marcos, a matriarca do clã que governou o arquipélago sob a sombra de Marcos (pai) entre 1965 e 1986, incluindo a década de violenta lei marcial declarada pelo então líder, que morreu no exílio em 1989.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim passa a exigir prova de vacinação para aceder a locais públicos O município de Pequim vai passar a exigir comprovativo de vacina contra a covid-19 para aceder à maioria dos locais públicos, a partir da próxima semana, informaram hoje as autoridades locais. Entre os locais referidos no comunicado, emitido pelo governo de Pequim, constam bibliotecas, museus, cinemas, galerias de arte, centros culturais, instalações desportivas e locais de entretenimento. Há cerca de dois anos que as principais cidades da China exigem a utilização de uma aplicação para aceder a locais públicos ou residenciais. O utilizador deve primeiro digitalizar o código QR, uma versão bidimensional do código de barras, colocado na entrada de todos os edifícios, assim como nos transportes públicos ou táxis. Estas ‘apps’, além de registarem todos os locais onde o usuário esteve, incluem os resultados dos testes para a covid-19 e o histórico de inoculação. A vacina não era, no entanto, um requisito para aceder aos espaços públicos, em Pequim. A decisão das autoridades surge numa altura em que a capital chinesa tenta aumentar a taxa de vacinação entre a população idosa, e evitar que surtos ativos em vários pontos do país se alastrem. A capital chinesa administrou já 62,5 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 entre população de cerca de 21 milhões de habitantes. Mas a baixa proporção de vacinados entre os idosos tem sido apontada pela China como uma das justificações para a manutenção da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. Em meados de abril, quando a cidade de Xangai sofreu o surto mais grave de sempre na China, apenas cerca de 63% dos habitantes de Xangai com mais de 60 anos tinham recebido o esquema de vacinação completo. Também em Hong Kong, um surto de covid-19, provocado pela altamente contagiosa variante Ómicron, causou uma média de mais de 100 mortes por dia, na cidade de 7,4 milhões de habitantes, nos primeiros meses do ano. No início desse surto, apenas 43% dos habitantes de Hong Kong com mais de 80 anos, um dos grupos mais vulneráveis, tinham recebido pelo menos uma dose da vacina, resultando numa das mais altas taxas de mortalidade do mundo durante a pandemia. Os chineses mais velhos não sentem urgência em receber a vacina, devido aos baixos níveis de infeção no país. De acordo com as contas oficiais chinesas, desde o início da pandemia, 226.300 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus no país, entre as quais 5.226 morreram, embora o número total de pessoas infetadas exclua casos assintomáticos.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresas chinesas seguem sanções contra Rússia para evitarem danos colaterais Uma análise do Peterson Institute for International Economics (PIIE) indica que, apesar do apoio tácito prestado por Pequim a Moscovo, os exportadores chineses parecem reconhecer os riscos de violar as sanções impostas contra a Rússia pelo Ocidente. No relatório, o grupo de reflexão (think tank), com sede em Washington, apontou que as empresas chinesas temem ser alvos colaterais e perder o acesso a tecnologia, bens e moeda dos países ocidentais, caso violem a proibição de exportar bens sensíveis para a Rússia, nomeadamente componentes e alta tecnologia, como semicondutores, considerados cruciais para os esforços de guerra. Entre Janeiro e Junho, as exportações da China para a Rússia caíram 38 por cento, face ao semestre anterior. Em comparação, as vendas para a Rússia entre os países que impuseram sanções contra Moscovo – sobretudo as nações europeias e os Estados Unidos – caíram, em média, 60 por cento. A análise do PIIE indicou que o declínio das exportações chinesas para a Rússia está em linha com os dados de outros países que não impuseram sanções. Em dois casos proeminentes, a China UnionPay, o sistema de pagamento chinês, equivalente aos serviços Visa ou Mastercard, recusou-se a trabalhar com bancos russos sancionados, e a tecnológica chinesa Huawei reduziu as operações no país. Isto sucede apesar de a China recusar condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticar a imposição de sanções contra Moscovo. Pequim considera a aliança com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos EUA. Na semana passada, Washington puniu já cinco empresas chinesas por violarem as sanções contra a Rússia, adicionando-as à “lista negra” do Departamento de Comércio, o que interdita o acesso a alta tecnologia e componentes norte-americanos. As autoridades disseram que estas empresas continuaram a fornecer apoio à base industrial militar e de Defesa da Rússia, em operações “contrárias aos interesses de segurança nacional e de política externa dos EUA”. A disparar As compras à Rússia pela China aumentaram, no entanto, para níveis recorde. Quase 80 por cento dessas importações são petróleo e gás. A construção de um gasoduto de 962 quilómetros entre os dois países está a progredir e uma ponte fronteiriça foi inaugurada no mês passado (ver texto anexo). No entanto, as restrições impostas à Rússia no acesso a componentes e alta tecnologia têm um efeito “cumulativo”, referiu o PIIE. “A falta de um único componente pequeno pode encerrar uma linha de montagem”, descreveu o think tank, numa altura em que algumas das reservas de equipamento militar da Rússia se estão a esgotar. O PIIE considerou, porém, que, “por si só, [as sanções] não podem forçar o fim da guerra”. “Historicamente, apenas uma em cada três sanções projectadas para alcançar grandes mudanças políticas ou enfraquecer um alvo militarmente alcançam um sucesso moderado”, notou.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Xi’an anuncia confinamento de uma semana para conter surto A cidade de Xi’an, destino do único voo direto entre Portugal e China, vai encerrar, por uma semana, restaurantes, bares, escolas e locais religiosos, após ter diagnosticado cerca de 20 casos de covid-19, anunciaram as autoridades. Situada no centro da China, a cidade, com 13 milhões de habitantes, é conhecida pelo Exército de Terracota, enterrado com o primeiro Imperador da China. Xi’an é também o destino da única ligação aérea entre Portugal e a China, que foi entretanto suspensa, por um período total de seis semanas, após terem sido detetados casos de infeção pelo novo coronavírus em dois voos oriundos de Lisboa. A China é um dos últimos países a aplicar uma estratégia de “zero casos” de covid-19, o que implica o bloqueio de cidades inteiras, testes em massa e o isolamento em instalações designadas de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos, sempre que é detetado um surto. O país mantém também as fronteiras praticamente encerradas desde março de 2020. Os voos para a China estão sujeitos à política “circuit breaker” (‘interruptor’, em português), em que quando são detetados cinco ou mais casos a bordo, a ligação é suspensa por duas semanas. Caso sejam identificados dez ou mais casos, a ligação é suspensa por um mês. A cidade de Xi’an registou 18 casos positivos, causados pela altamente contagiosa variante Ómicron, desde sábado, segundo as autoridades locais. Um alto funcionário do governo local, Zhang Xuedong, anunciou hoje a aplicação, por um período de sete dias, de “medidas de controlo”, destinadas a evitar o “movimento de pessoas”. “Estamos numa corrida contra o tempo” e é necessário “evitar a propagação e o aumento dos casos”, sublinhou. Espaços de entretenimento como bares, cibercafés ou restaurantes irão encerrar a partir da meia-noite de quarta-feira na China, disse o governo local em comunicado. Os estabelecimentos de restauração deixam de poder receber clientes durante uma semana, mas estão autorizados a fazer entregas ao domicílio. As escolas primárias e creches vão também fechar, assim como os locais religiosos. A cidade de Xi’an foi sujeita a medidas de bloqueio altamente restritivas entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, devido a um surto do novo coronavírus. O governo local foi então criticado pela gestão do confinamento, marcado por problemas de abastecimento de alimentos e outros bens básicos. As autoridades suspenderam nessa altura todos os voos internacionais, que só retomaram em junho passado. A ligação aérea direta entre Portugal e a China foi retomada em 12 de junho, mas logo no primeiro voo foram detetados dez casos a bordo, acionando a suspensão de um mês, no âmbito da política do ‘circuit breaker’, aplicável a partir de 20 de junho. No segundo voo, realizado em 19 de junho, foram detetados cinco casos, pelo que foi aplicada nova suspensão de duas semanas.
Hoje Macau China / ÁsiaChefes das diplomacias dos Estados Unidos e da China reúnem-se esta semana O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, vai reunir-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, esta semana, à margem de uma conferência em Bali, informou hoje o Departamento de Estado. Os dois chefes de diplomacia, que se encontraram pela última vez em outubro, irão conversar à margem de uma reunião ministerial do G20, em pleno clima de tensão sobre várias questões, incluindo Taiwan. As conversações também ocorrerão numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se prepara para uma reunião com seu homólogo chinês, Xi Jinping, que não viaja para o estrangeiro desde o início da pandemia da covid-19, em 2020. Blinken também deverá reunir-se com dirigentes indonésios, antes de viajar para a Tailândia, no sábado. As reuniões entre os Estados Unidos e a China, que eram frequentes, quase pararam durante a pandemia e à medida que aumentavam as tensões entre as duas maiores economias do mundo. Blinken e o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, reuniram-se, em março de 2021, no Alasca, com os seus homólogos chineses, encontro que provou a existência de profundas divergências em várias matérias, desde as relações comerciais ao destino de Taiwan. Washington e Pequim também estão em polos divergentes na resposta à guerra na Ucrânia: se os norte-americanos assumiram a liderança na resposta ocidental contra a Rússia, os chineses insistem na proximidade com o regime do Presidente Vladimir Putin, e aumentaram a compra de petróleo russo. A rivalidade com o gigante asiático é a prioridade estratégica declarada de Joe Biden, que tenta contrariar as ambições de Pequim na Ásia e no Pacífico e mais amplamente no mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaChina regista temperatura e níveis de precipitação mais altos das últimas décadas Desde os picos nevados do Tibete à ilha tropical de Hainan, a China está a enfrentar a pior onda de calor das últimas décadas, enquanto a precipitação registou níveis recorde em junho, segundo as autoridades. Neste mês, as províncias chinesas de Shandong, Jilin e Liaoning, no nordeste do país, registaram os níveis mensais de precipitação mais altos de sempre. A média nacional, de 112,1 milímetros, representou um aumento homólogo de 9,1%, de acordo com a Administração Meteorológica da China. A temperatura média em todo o país atingiu 21,3 graus Celsius, em junho, um aumento de 0,9 graus, em relação ao mesmo período do ano passado, e o maior desde 1961. As temperaturas e níveis de precipitação vão permanecer mais altas do que o normal, em grande parte do país, ao longo de julho, disseram as autoridades. Na província de Henan, centro da China, as cidades de Xuchang e Dengfeng atingiram os 42,1 e 41,6 graus, respetivamente, em 24 de junho. Foram os dias mais quentes alguma vez registados na região, de acordo com Maximiliano Herrera, climatologista especializado em estatísticas climáticas e condições meteorológicas extremas. A China também tem registado inundações sazonais em várias partes do país, que causaram a retirada de centenas de milhares de pessoas, particularmente no sul e centro. Os cientistas dizem que isto é fruto das mudanças climáticas e que o clima vai continuar a aquecer neste século. No Japão, as autoridades alertaram para uma maior pressão na rede elétrica e instaram os cidadãos a economizar energia. Na sexta-feira, as cidades de Tokamachi e Tsunan atingiram as temperaturas mais altas de sempre, enquanto várias outras cidades bateram recordes mensais. Parte significativa do Hemisfério Norte tem registado níveis de calor extremo, desde regiões no normalmente frio Ártico russo à América do Sul, com temperaturas e níveis de humidade excecionalmente altos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina proíbe diplomatas do Canadá de assistir a julgamento de magnata sino-canadiano As autoridades chinesas recusaram o acesso de diplomatas do Canadá ao julgamento do magnata sino–canadiano Xiao Jianhua, que desapareceu de Hong Kong há cinco anos, disse hoje o Governo de Otava. Xiao, fundador do Tomorrow Group, desapareceu de um hotel de Hong Kong em janeiro de 2017, numa altura em que o órgão de disciplina do Partido Comunista Chinês lançou vários processos contra quadros do Partido e empresários chineses, acusados de suborno e outras más condutas. As autoridades chinesas nunca confirmaram se Xiao foi detido ou divulgaram as acusações. O Governo do Canadá disse na segunda-feira que Xiao estava a ser julgado, mas não deu nenhuma indicação sobre o local ou as acusações. “O Canadá fez vários pedidos para comparecer ao processo de julgamento. A nossa presença foi negada pelas autoridades chinesas”, disse, em comunicado, o Governo canadiano. O desaparecimento de Xiao ocorreu também numa altura em que as autoridades chinesas intensificaram a pressão sobre suspeitos de corrupção radicados no exterior, para que voltassem ao país e fossem julgados. Isto alimentou temores de que Pequim pudesse sequestrar pessoas no exterior. A polícia chinesa estava então proibida de operar em Hong Kong, que tem um sistema legal separado do da China continental. O Governo central reforçou, entretanto, o controlo sobre Hong Kong, suscitando reclamações de que está a violar a autonomia prometida aquando da transferência da soberania do território para a China, em 1997. Em 2015, cinco pessoas ligadas a uma editora de Hong Kong que vendia livros críticos de líderes chineses desapareceram do território e reapareceram no continente. Antes do seu desaparecimento, Xiao tinha uma fortuna estimada em seis mil milhões de dólares, de acordo com o Relatório Hurun, que elabora uma lista dos mais ricos da China. Um funcionário do regulador de valores mobiliários da China disse, em fevereiro de 2017, que os chineses no exterior acusados de corrupção seriam “capturados e devolvidos” às autoridades do país.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliárias chinesas oferecem descontos em troca de melancias ou alho Imobiliárias chinesas estão a aceitar melancias, trigo ou alho, em troca de descontos para compradores, informou hoje um jornal de Hong Kong, face à contração no mercado e ao limite imposto pelas autoridades na redução dos preços. Segundo o jornal South China Morning Post, a Nanjing Seazen Holdings, empresa de construção do leste da China, oferece um desconto de 100 mil yuans em troca de cinco mil quilos de melancias. Isto significa que a construtora está a pagar cinco vezes mais pelo quilo de melancia do que o preço atual no mercado de vendas por grosso. Na cidade de Wuxi, também no leste da China, outra construtora está a aceitar pêssegos em troca de descontos até 188.888 yuans. Na província central de Henan, uma imobiliária baixou os preços em até 160 mil yuans em troca de trigo ou alho. A empresa acumulou 430 mil quilos de alho com a venda de 30 apartamentos, de acordo com o jornal. Como os governos locais puseram um limite no corte dos preços dos imóveis, visando evitar o colapso do mercado e uma crise no sistema bancário, as construtoras têm que encontrar formas criativas de fazer descontos, explicou Zhang Dawei, analista da agência imobiliária Centaline, citado pelo SCMP. O setor foi um dos mais importantes motores de crescimento da economia chinesa nas últimas décadas. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. Várias construtoras chinesas entraram em incumprimento, nos últimos meses, suscitando a desconfiança dos potenciais compradores, o que se traduziu nas primeiras quedas homólogas dos preços da habitação nova no país em vários anos. “Em algumas cidades, se a redução dos preços não for bastante significativa, não vai haver compradores. Em algumas áreas, as vendas não são satisfatórias, então os compradores estão com pouca liquidez”, disse Andy Lee, CEO da Centaline. De acordo com o SCMP, entre janeiro e maio, as vendas conjuntas das cem maiores imobiliárias do país registaram uma queda homóloga de 50%. No entanto, as autoridades de dezenas de cidades colocaram um “piso” nos preços dos imóveis, limitando os descontos que as construtoras podem fazer, para evitar uma “perturbação da ordem normal” do mercado imobiliário e do setor, cujo peso no PIB (Produto Interno Bruto) do país ronda os 30%, segundo alguns analistas. O Presidente chinês, Xi Jinping, insistiu em várias ocasiões que as casas “devem servir para habitação e não especulação”, mas a crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média e para a economia do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor imobiliário concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70%, segundo diferentes estimativas. Em entrevista à agência Lusa, Michael Pettis, professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim, vê na contração do setor imobiliário um sinal de que a China se está a afastar do modelo de crescimento assente no investimento em ativos não produtivos. “Há muito crescimento fictício na China”, notou Pettis. “O excesso de investimento em todo o tipo de projetos de construção inflaciona o crescimento da economia chinesa há vários anos”, descreveu.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong tem “dever constitucional” de promulgar nova lei de segurança, diz Chefe do Executivo O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, disse hoje que a região tem o “dever constitucional” de atualizar a legislação para acompanhar a lei de segurança nacional, imposta por Pequim em 2020 na sequência dos protestos pró-democracia. Na primeira conferência de imprensa como Chefe do Executivo da região administrativa especial, depois de tomar posse em 01 de julho, Lee disse que a situação e os níveis de segurança da região vão ser avaliados antes da nova legislação ser promulgada. “Estamos muito confiantes que conseguiremos fazê-lo bem”, afirmou. Ainda durante a conferência de imprensa de hoje, John Lee revelou que vai trabalhar para aliviar as restrições impostas aos viajantes na sequência da situação pandémica. No caso de Hong Kong, a maioria dos viajantes é obrigada a cumprir um período de observação médica de sete dias num hotel designado pelas autoridades. Aos jornalistas, Lee disse que Hong Kong é uma “cidade internacional” e que entende a importância de que permaneça aberta ao mundo. “Mas também é importante que, ao mesmo tempo, abordemos os riscos, para que possamos manter um bom equilíbrio”, referiu, acrescentando que, neste momento, o secretário para a Saúde se encontra a avaliar a situação para determinar quais as condições para aliviar as quarentenas. Os casos de covid-19 têm aumentado em Hong Kong, com mais de mil infeções por dia desde meados de junho, em comparação com pouco mais de cem no início de maio. A cidade registou na segunda-feira 1.841 novos casos. John Lee, antigo chefe de segurança da cidade, foi eleito no início de maio por uma comissão eleitoral de 1.463 membros, ao abrigo do novo sistema eleitoral, promovido pelo Governo central em 2021 para garantir que a região é governada exclusivamente por patriotas, leais ao regime chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaConstrutora chinesa Shimao falha pagamento de título no valor de mil milhões de dólares A construtora chinesa Shimao anunciou hoje que falhou o pagamento de um título, no valor equivalente a mil milhões de dólares, e de outras obrigações emitidas no exterior. Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa informou que falhou o pagamento de quase 1.204 milhões de dólares, incluindo juros, sobre um título emitido na Bolsa de Valores de Singapura, com juro fixo anual de 4,75%. A Shimao assegurou que, até agora, não recebeu qualquer reclamação, e prometeu “esforçar-se para continuar a colaborar ativamente” com os credores, visando alcançar uma solução que satisfaça ambas as partes. No mesmo comunicado, a construtora indicou que “não cumpriu os principais pagamentos de algumas outras dívidas emitidas ‘offshore’” para além da obrigação referida, embora não dê detalhes. A empresa afirmou que está a negociar uma “resolução amigável” com os credores. Entre janeiro e maio, as vendas da imobiliária caíram 72%, em termos homólogos, para 34,26 mil milhões de yuans, um declínio que a empresa atribuiu a “mudanças significativas no ambiente macro para o setor imobiliário na China, a partir do segundo semestre de 2021, e ao impacto de [surtos de] covid-19”. Isto obrigou a empresa a vender ativos, para “melhorar” a liquidez do grupo, ou a renegociar as condições de algumas das suas linhas de financiamento, o que não impediu que a sua posição fosse comprometida “por incertezas do mercado, face ao refinanciamento de dívida, e a condições operacionais e de financiamento complicadas”. No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19. Em maio passado, a Sunac tornou-se a mais recente construtora chinesa a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cujo passivo ascende ao equivalente a 300 mil milhões de dólares. No mês passado, a agência de notação financeira S&P baixou também a classificação da dívida do grupo Greenland, que tem o município de Xangai como acionista, devido aos crescentes “riscos” de incumprimento. A Greenland é um dos maiores grupos imobiliários da China, com forte presença internacional, particularmente nos Estados Unidos. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, o grupo solicitou recentemente o adiamento por um ano do pagamento de 488 milhões de dólares em juros de títulos de dívida.
Hoje Macau China / ÁsiaChina julga magnata Xiao Jianhua que desapareceu em Hong Kong em 2017 O magnata sino–canadiano Xiao Jianhua foi hoje a julgamento na China, disse o governo do Canadá, cinco anos após ter desaparecido em Hong Kong, como parte da campanha anticorrupção lançada por Pequim. O comunicado emitido por Otava informou que diplomatas canadianos estão a “acompanhar de perto este caso” e a prestar serviços não especificados à família de Xiao. A mesma nota apontou que nenhuma outra informação vai ser divulgada, devido a considerações com a privacidade dos envolvidos. Xiao, fundador do Tomorrow Group, desapareceu de um hotel de Hong Kong em janeiro de 2017, numa altura em que o órgão de disciplina do Partido Comunista Chinês lançou vários processos contra quadros do Partido e empresários chineses, acusados de suborno e outras más condutas. As autoridades nunca confirmaram se Xiao foi detido ou divulgaram as acusações. O desaparecimento de Xiao ocorreu também numa altura em que as autoridades chinesas intensificaram a pressão sobre suspeitos de corrupção radicados no exterior, para que voltassem ao país e fossem julgados. Isto alimentou temores de que Pequim pudesse sequestrar pessoas no exterior. Antes do seu desaparecimento, Xiao tinha uma fortuna estimada em seis mil milhões de dólares, de acordo com o Relatório Hurun, que elabora uma lista dos mais ricos da China. Um funcionário do regulador de valores mobiliários da China disse em fevereiro de 2017 que os chineses no exterior acusados de corrupção seriam “capturados e devolvidos” às autoridades do país.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo chinês Fosun acelera venda de ativos para reforçar liquidez O grupo Fosun, que detém várias empresas em Portugal, desfez-se do equivalente a dois mil milhões de euros em ativos este ano, visando reforçar a liquidez, numa altura em que enfrenta pressão no mercado obrigacionista. As vendas comunicadas à bolsa de valores de Hong Kong, onde o grupo está cotado, são o culminar de uma década de expansão agressiva além-fronteiras, que incluiu a compra, em Portugal, da seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30% no banco Millennium BCP ou mais de 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais, através da Fidelidade. O conglomerado soma agora uma dívida de 40 mil milhões de dólares, mas a emissão de títulos tornou-se mais cara, após várias empresas chinesas terem entrado em incumprimento, incluindo a Evergrande, a segunda maior construtora da China. No mês passado, a agência de notação financeira Moody’s colocou o ‘rating’ da Fosun, atualmente com a nota de crédito Ba3, em revisão, para possível baixa. Em comunicado, a vice-presidente da Moody’s Lina Choi disse que decisão reflete a “preocupação” da agência, de que a “crescente aversão” ao risco, entre os investidores no mercado de dívida, pressione a liquidez já de si “escassa” da Fosun, numa altura em que se aproxima a data de vencimento de obrigações emitidas nos mercados chinês e internacional. Na mesma nota, a Moody’s apontou o risco de “contágio” e a “pressão adicional sobre a liquidez” das empresas e subsidiárias do conglomerado. Questionada pela agência Lusa, a Fosun disse que, enquanto empresa cotada em bolsa, não pode comentar sobre uma possível venda de ativos detidos em Portugal, mas garante que está numa “posição sólida e saudável”, apontando uma relação dívida/capital de 54% e 96,78 mil milhões de yuans de dinheiro em caixa, entre saldos bancários e depósitos a prazo. “A [Fosun] e as suas subsidiárias estabeleceram parcerias com mais de 100 bancos chineses e estrangeiros em todo o mundo e assinaram acordos de cooperação estratégica com vários bancos internacionais e vários bancos chineses”, apontou. O grupo também anunciou em junho planos para a recompra de dois títulos emitidos no mercado internacional, com vencimento este ano, no valor conjunto de cerca de 800 milhões de dólares. Para a Moody’s, no entanto, a Fosun tem um perfil financeiro “fraco”. “A receita recorrente da empresa, principalmente dividendos de investimentos subjacentes, é inadequada para cobrir os juros e despesas operacionais”, apontaram os analistas da agência. A venda de ativos pela empresa este ano ultrapassou já os dois mil milhões de dólares, em comparação com 85 milhões de dólares (81,5 milhões de euros), em 2021, segundo dados da Dealogic, fornecedora global de conteúdo e análise para o setor financeiro. Em março, o conglomerado chegou a acordo para vender a sua divisão de moda, Lanvin Group, através de uma entrada na Bolsa de Valores de Nova Iorque, mediante uma empresa de aquisições para fins específicos (SPAC, na sigla em inglês). No mês seguinte, a empresa acordou a venda da seguradora norte-americana AmeriTrust Group Inc à Accident Fund Insurance Company of America, subsidiária integral do AF Group, com sede nos Estados Unidos. Entre os ativos vendidos este ano pelo grupo constam ainda uma posição no valor de 500 milhões de euros na Tsingtao Brewery, a principal marca de cervejas da China, 5% do grupo chinês taihe technology, no valor de 43 milhões de euros, ou 6% do capital da empresa Zhongshan, por 100 milhões de euros, de acordo com a cotação atual no mercado. A Moody’s observou que a qualidade de crédito da empresa, que afeta diretamente a sua capacidade de refinanciamento, vai provavelmente enfraquecer devido à venda de ativos, o que significa uma queda nas receitas com dividendos. Os principais ativos do grupo incluem participações em mais de 40 empresas nas áreas saúde, turismo, gestão de ativos, mineração, siderurgia e tecnologia. Entre os ativos mais sonantes constam a cadeia hoteleira Club Med e o clube inglês de futebol Wolverhampton Wanderers. Em 2021, a receita total do grupo fixou-se em 161 mil milhões de yuans e os seus ativos valiam, no conjunto, 806 mil milhões de yuans, de acordo com a empresa.
Hoje Macau China / ÁsiaDoze corpos recuperados após naufrágio no Mar do Sul da China causado por tufão Doze corpos foram recuperados depois de um navio-grua se ter afundado e partido devido a um tufão que atingiu o Mar do Sul da China durante o fim de semana, indicaram hoje as autoridades chinesas. O navio encontrava-se a 160 milhas náuticas a sudoeste de Hong Kong (Sul da China) quando foi apanhado na tempestade do Chaba, no sábado passado. De acordo com uma contagem inicial feita no fim de semana, a tragédia deixou 27 pessoas desaparecidas, sendo que já foram recuperados 12 corpos. “Segundo a última contagem de 04 de julho às 15:30 (08:30 em Lisboa), as equipas de salvamento encontraram e recuperaram 12 corpos de presumíveis vítimas”, segundo o Centro Marítimo de Busca e Salvamento de Guangdong, uma província chinesa perto de Hong Kong. “As autoridades competentes estão atualmente a intensificar o seu trabalho para identificar” os corpos, adiantou. No sábado, três dos 30 membros da tripulação a bordo do navio foram resgatados e levados para o hospital. Hoje a televisão estatal chinesa CCTV deu contra de um quarto tripulante resgatado, adiantando que o seu estado de saúde era estável. O tufão Chaba formou-se no centro do Mar do Sul da China e deslocou-se até Guangdong no sábado à tarde. O local onde se encontrava o navio registou ventos de 144 quilómetros por hora e ondas de até 10 metros de altura, afirmaram as autoridades. Um total de sete aviões, 246 navios e quase 500 barcos de pesca continuam nas operações de salvamento para encontrar as restantes pessoas desaparecidas, assegurou hoje o Centro Marítimo. As previsões das autoridades chinesas apontam para que o Chaba se desloque a uma velocidade entre 15 e 20 quilómetros por hora, na direção norte, até se dissipar na região vizinha de Guangxi, na segunda-feira. Em Macau o Chaba obrigou à emissão do sinal de alerta 8, durante 23 horas, entre a noite de sexta-feira e a noite de sábado, sem impacto significativo.
Hoje Macau China / ÁsiaChina confina 1,7 milhões para conter novos surtos de covid-19 no leste A China colocou 1,7 milhões de pessoas sob confinamento na província de Anhui, no leste do país, onde cerca de 300 novos casos de covid-19 foram diagnosticados nas últimas 24 horas. O país asiático mantém uma política de tolerância zero à covid-19, que inclui o bloqueio de cidades inteiras, testes em massa e o isolamento de todos os casos positivos e contactos diretos. O surto detetado em Anhui ocorre numa altura em que a economia chinesa está a recuperar lentamente de um bloqueio de dois meses em Xangai, a “capital” económica da China. Duas cidades da daquela província, Sixian e Lingbi, anunciaram bloqueios que afetam mais de 1,7 milhões de pessoas. Os residentes só podem sair de casa para fazer o teste de ácido nucleico (PCR). A cadeia televisiva estatal CCTV transmitiu imagens de ruas vazias em Sixian, no fim de semana, com os moradores na fila para fazer o teste para o novo coronavírus. O Ministério da Saúde registou 287 novos casos em Anhui, nas últimas 24 horas, elevando o total para mais de 1.000 nos últimos dias na província. O governador da província, Wang Qingxian, instou as autoridades a “implementar testes rápidos” e a colocar em quarentena e relatar casos o mais rápido possível. A província vizinha de Jiangsu também registou 56 novos casos, em quatro cidades, nas últimas 24 horas. O número de casos permanece muito baixo na China em comparação com a grande maioria dos outros países. Mas as autoridades pretendem limitar ao máximo a circulação do vírus devido aos recursos médicos limitados em certos lugares e à taxa relativamente baixa de vacinação entre os idosos. No entanto, esta estratégia tem altos custos económicos.