Myanmar | Pequim saúda conversações entre militares e minorias

As autoridades chinesas mostraram-se satisfeitas com as últimas negociações realizadas entre militares e grupos étnicos minoritários na antiga Birmânia. Pequim volta a disponibilizar-se para ajudar a manter a paz na região

O Governo chinês disse ontem que foram alcançados “resultados positivos” em negociações de paz sobre o conflito entre militares do Myanmar e uma aliança de grupos étnicos minoritários no norte do país. “A China está satisfeita por ver as partes em conflito no norte do Myanmar a manter negociações para a paz e a alcançar resultados positivos”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.

Pequim está “pronta para continuar a fornecer apoio e assistência para este fim”, acrescentou. “Acreditamos que o desanuviamento da situação no norte do Myanmar é do interesse de todas as partes no país e contribui para manter a tranquilidade e a estabilidade ao longo da fronteira entre a China e o Myanmar”, afirmou.

O Myanmar tem mais de uma dúzia de grupos étnicos minoritários armados, alguns dos quais se apoderaram de territórios nas regiões fronteiriças com a China e têm lutado contra o exército desde a independência da Grã-Bretanha, em 1948.

Conflito arrefecido

No final de Outubro, três grupos lançaram uma ofensiva conjunta no norte do Estado de Shan, capturando cidades e vias comerciais vitais na fronteira com a China. Mais de 250 civis, incluindo crianças, terão morrido desde o lançamento da ofensiva em Outubro, de acordo com relatórios das Nações Unidas, que estimam também que mais de 500.000 pessoas foram deslocadas em todo o país.

A junta tem sido abalada por ofensivas coordenadas perto das suas fronteiras com a China, Índia e Tailândia, o que, segundo os analistas, constitui a maior ameaça ao seu regime desde o golpe de Estado que a levou ao poder em 2021.

Na semana passada, de acordo com o Global New Light of Myanmar, o ministro dos Negócios Estrangeiros da junta e o vice-secretário do comité do Partido Comunista Chinês para a província de Yunnan reuniram-se em Kunming e discutiram “a paz e a estabilidade nas zonas fronteiriças”.

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