Afeganistão | Aliados da Rússia e da China reúnem-se no Tajiquistão

Os países aliados da Rússia e da China começaram esta quarta-feira a preparar-se para uma série de reuniões em Dushanbe, capital do Tajiquistão, sobre o vizinho Afeganistão, estando o regresso ao poder dos talibãs a causar preocupação na Ásia central.

Estas cimeiras devem juntar duas alianças regionais: a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), que agrupa ex-repúblicas soviéticas sob a égide de Moscovo, e a Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que reúne a Rússia, a China, a Índia e o Paquistão.

O encontro da OTSC está agendado para esta quinta-feira e o da OSC para sexta-feira, com a presença de países observadores e convidados.

Tanto a Rússia como a China se apresentam como potências-chave na Ásia central, especialmente desde a retirada precipitada das forças militares dos Estados Unidos e dos seus aliados do Afeganistão, a par da tomada do poder pelos talibãs em Cabul.

As antigas repúblicas soviéticas fronteiriças do Afeganistão, nomeadamente o Tajiquistão, temem a ingerência de grupos radicais apoiados pelos talibãs no seu território e um afluxo maciço de refugiados.

Numa cimeira preliminar hoje realizada, o secretário-geral da OTSC, Stanislav Zas, apelou, assim, para um reforço da ajuda humanitária ao Afeganistão, lamentando, ao mesmo tempo, uma “situação desfavorável” na fronteira.

Zas comprometeu-se a fornecer “toda a assistência militar e técnica necessária” ao Tajiquistão, em caso de ameaça à sua estabilidade.

O Presidente russo, Vladimir Putin, o chinês, Xi Jinping, e o indiano, Narendra Modi, deverão participar na cimeira da OCS na sexta-feira, por videoconferência, ao passo que é esperada a participação presencial do chefe de Estado iraniano, Ebrahim Raisi, em Dushanbe.

O Afeganistão tem o estatuto de observador na OCS, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, indicou hoje que os talibãs não foram convidados.

“Ninguém está a precipitar-se para conceder um total reconhecimento aos talibãs”, comentou Lavrov, cujo país adotou uma atitude bastante conciliatória em relação ao movimento islamista radical, embora continuando a considerá-lo oficialmente “terrorista”.

Lavrov saudou algumas promessas dos talibãs, como combater o tráfico de droga e impedir os atentados a outros países, mas deixando a ressalva: “Vamos observar como é que isso será aplicado na prática”.

16 Set 2021

China terminou o primeiro exercício multinacional da ONU no país

Terminou ontem o primeiro exercício de manutenção da paz internacional com capacetes azuis realizado na China. O exercício, que teve início a 6 de Setembro na base militar Queshan, em Zhumadian, na província de Henan, e foi designado como “Destino Comum 2021”, contou com a participação dos exércitos da China, Paquistão, Tailândia e Mongólia. Cerca de mil soldados vestidos com as fardas azuis da ONU foram mobilizados para o exercício, que decorreu num enorme campo de treino rodeado de montanhas.

A fim de recriar condições semelhantes à realidade no terreno, os militares revezaram-se no papel de refugiados, aldeões envolvidos em lutas e militantes armados que atacavam as forças da ONU.
Dezenas de veículos blindados, buldózeres, helicópteros e tanques, todos brancos e com o logótipo da ONU, foram mobilizados para o evento.

Esta é a primeira vez que a China organiza um exercício internacional de manutenção de paz no seu território.
O nome da operação, “Destino Comum 2021”, é uma expressão do Presidente chinês, Xi Jinping, que visa “demonstrar o apoio da China ao sistema multilateral centrado na ONU”, sublinhou o alto responsável militar Lu Jianxin.

Depois de meio século

O exercício ocorre no 50.º aniversário do reconhecimento da República Popular como representante da China nas Nações Unidas.

O evento ocorre também num momento de tensões prolongadas entre a China e a Índia sobre disputas na fronteira e de incerteza sobre a segurança no Afeganistão depois da retirada das forças norte-americanas e aliadas em Agosto.

A China tinha 2.158 militares envolvidos em operações de manutenção de paz em todo o mundo a 31 de Julho, de acordo com os últimos dados da ONU.

Isto torna o país asiático no oitavo maior contribuinte mundial em termos de tropas destacadas para missões de paz das Nações Unidas. Os militares chineses estão envolvidos sobretudo no Sudão do Sul, Mali, Líbano e República Democrática do Congo.

O país participa em operações de manutenção de paz da ONU desde 1990, com o fim da Guerra Fria, e já integrou 25 missões desse tipo.

16 Set 2021

China detecta 50 novos casos locais de covid-19 na província de Fujian

A China anunciou hoje ter identificado 73 novos casos de covid-19, dos quais 50 por contágio local, diagnosticados na província de Fujian, no sudeste do país. O actual surto em Fujian foi identificado este fim de semana e afecta sobretudo as cidades de Putian e Xiamen.

Os 23 casos positivos restantes foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior nos municípios de Tianjin (norte) e Xangai (leste) e nas províncias de Yunnan (sul), Guangdong (sudeste), Zhejiang (leste), Fujian e Henan (centro).

A Comissão de Saúde da China indicou que, até à meia-noite local, 46 pacientes tiveram alta, com o número total de infectados activos na China continental a subir para 837, incluindo quatro em estado grave. A mesma fonte adiantou que o país somou 95.413 casos e 4.636 mortos desde o início da pandemia.

15 Set 2021

Hong Kong | Penas de prisão para nove activistas que participaram em vigília por Tiananmen

Nove figuras do movimento pró-democracia de Hong Kong foram hoje condenadas a penas entre seis e 10 meses de prisão pela participação numa vigília em memória do massacre de Tiananmen, no ano passado, proibida pela polícia. Três acusados receberam pena suspensa pela participação num encontro ilegal ou por incitarem outros a participar.

A condenação surge dias depois de os três principais líderes da associação que organizava a vigília anual em Hong Kong em memória de Tiananmen terem sido acusados de incitamento à subversão.

Na sexta-feira, as autoridades judiciais apresentaram acusações de incitamento à subversão contra a organização Aliança de Hong Kong (HKA), contra o presidente Lee Cheuk-yan e os vice-presidentes Albert Ho e Chow Hang-tung, detido dois dias antes. Além disso, a polícia anunciou o congelamento de 2,2 milhões de dólares de Hong Kong pertencentes à HKA.

Durante três décadas, a Aliança de Hong Kong reuniu dezenas de milhares de pessoas num parque, no dia 04 de junho, para uma vigília à luz das velas, em memória das vítimas do massacre de Tiananmen, em 1989, com slogans apelando à democracia na China.

Nos últimos dois anos, as vigílias foram proibidas, com as autoridades a invocarem a pandemia de coronavírus e ameaças à segurança nacional. Um total de 26 activistas são visados por terem participado na vigília de 2020.

Dois deles, Nathan Law e Sunny Cheung, fugiram da cidade, procurando obter exílio no estrangeiro, antes da primeira comparência do grupo em tribunal, em setembro de 2020.

Joshua Wong, Lester Shum, Tiffany Yuen e Janelle Leung foram condenados a penas de prisão no início deste ano por terem participado na vigília. Os restantes oito arguidos, que se declararam inocentes, comparecerão no tribunal em novembro.

Em 09 de setembro, a polícia confiscou vários materiais do Museu 4 de Junho, encerrado há meses e dedicado à memória do massacre de Tiananmen.

15 Set 2021

MNE chinês defende que países envolvidos na península coreana devem reduzir tensão militar

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, insistiu hoje, durante uma visita a Seul, sobre a importância de todos os países envolvidos na península coreana reduzirem as suas atividades militares, visando reduzir a tensão.

Depois de reunir com o homólogo sul-coreano Chung Eui-yong, Wang Yi falou sobre o teste de mísseis de cruzeiro, realizado por Pyongyang na semana passada.

O ministro chinês afirmou que todos os países envolvidos devem “contribuir para a paz e estabilidade na península coreana”.

Wang Yi acrescentou que “não apenas a Coreia do Norte, mas também outros países estão a realizar atividades militares”, numa referência a exercícios conjuntos de verão entre Seul e Washington, que Pyongyang considera uma provocação.

As palavras de Wang Yi também se referem ao primeiro teste, bem-sucedido, recentemente realizado pela Coreia do Sul, para lançar o seu primeiro míssil balístico a partir de um submarino.

Chung considerou a China um parceiro importante na iniciativa de Seul para alcançar a paz na península por meio dos canais diplomáticos.

Pouco após os dois falarem à imprensa, foi anunciado que a Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos no Mar do Japão (ou Mar Oriental, segundo a designação coreana).

Após almoçar com Chung, Wang deve fazer uma visita de cortesia ao presidente sul-coreano Moon Jae-in, antes de deixar Seul.

Desde a vitória de Joe Biden que Washington tenta puxar Seul para a sua órbita de segurança, para fortalecer a frente comum contra Pequim.

No entanto, o governo sul-coreano de Moon permanece prudente e equidistante, sabendo que a China é o maior parceiro comercial da Coreia do Sul e um país-chave na tentativa de alcançar a desnuclearização da península.

15 Set 2021

PM japonês condena lançamento de dois mísseis pela Coreia do Norte

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, condenou hoje o lançamento de dois mísseis balísticos pela Coreia do Norte afirmando que, além de violar resoluções internacionais, representam “uma ameaça à paz e à segurança” do seu país.

O primeiro-ministro japonês expressou o seu “forte protesto” e apontou que o teste “viola as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, em declarações aos meios de comunicação.

Suga também disse que o Japão “segue a situação” e convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional depois de os mísseis atingirem as águas da zona económica exclusiva do arquipélago japonês.

A última vez que o regime norte-coreano disparou um míssil balístico foi no final de março passado, quando testou o que parecia ser uma versão de seu míssil KN-23, capaz de traçar trajetórias muito difíceis de interceptar.

Além disso, o teste de hoje ocorreu depois de os norte-coreanos terem anunciado na última segunda-feira que haviam testado um novo tipo de míssil de cruzeiro no fim de semana. Estes armamentos, devido ao seu alcance, capacidade de contornar os sistemas de deteção e potencial para carregar também ogivas nucleares, são considerados um ameaça direta pelo Japão.

Hoje, a Coreia do Norte disparou hoje dois mísseis balísticos não identificados no Mar do Japão (que as duas Coreias designam por Mar Oriental), informou o Chefe do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS).

“A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos não identificados para o Mar Oriental a partir da região central do país, depois do meio-dia de 15 de setembro”, disse o JCS, em comunicado, citado pela agência de notícias Efe.

O lançamento de hoje também foi detetado pela Guarda Costeira japonesa, que indicou que os mísseis aterraram fora da zona económica exclusiva do Japão (ZEE).

Também hoje, a Coreia do Sul declarou que realizou o seu primeiro teste de míssil lançado a partir de um submarino, horas depois de a Coreia do Norte ter disparado dois mísseis balísticos para o Mar do Japão.

O gabinete do Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse, num comunicado, que o chefe de Estado observou o teste de um míssil balístico lançado por um submarino na tarde de hoje.

A nota referiu que o míssil disparado do submarino Ahn Chang-ho, da classe de 3.000 toneladas, viajou uma distância previamente definida antes de atingir um alvo designado.

15 Set 2021

Imobiliária chinesa Evergrande enfrenta protestos devido a risco de incumprimento

A imobiliária chinesa Evergrande alertou ontem que está sob “tremenda pressão”, por falta de liquidez, numa altura em que enfrenta protestos de clientes e investidores, prevendo-se uma reestruturação da dívida da empresa.

Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, o grupo divulgou que as suas vendas mensais caíram quase para metade, entre Junho e Agosto, fixando-se em 38,1 mil milhões de yuans.

A Evergrande, que no mês passado alertou sobre o risco de entrar em incumprimento, devido a uma crise de liquidez, culpou “reportagens negativas da imprensa” pela falta de confiança de potenciais compradores de imóveis da empresa. A imobiliária disse que contratou Houlihan Lokey e Admiralty Harbor Capital para avaliar a sua liquidez e “explorar todas as soluções viáveis”, visando aliviar a sua crescente crise de dívida.

A imobiliária chinesa Evergrande sofreu esta semana dois cortes na classificação da sua dívida, pelas agências Fitch e Moody’s, provocando receios de falência da empresa, cuja dívida ascende ao equivalente a quase 260 mil milhões de euros, montante superior ao PIB de Portugal.

A Moody’s cortou a avaliação da empresa e, um dia depois, a Fitch fez o mesmo, ao baixar o rating de CCC+ para CC. O nível de ‘rating’ CC envolve grande probabilidade de incumprimento.

O possível incumprimento da empresa pode acarretar um risco mais amplo para o sistema financeiro do país e para o mercado de dívida internacional. Os crescentes problemas de crédito do grupo coincidiram com uma campanha regulatória do Governo chinês contra grandes grupos privados, nos sectores da tecnologia ou do imobiliário.

Consumidores em fúria

Nos últimos dias, as redes sociais chinesas foram inundadas com reclamações de compradores, que temem que as suas propriedades não sejam concluídas, e de investidores, que compraram obrigação emitidas pelo grupo para financiar projectos imobiliários.

A imprensa estatal informou que centenas de pessoas protestaram na sede da Evergrande, em Shenzhen, e reuniram com executivos do grupo, no domingo, depois de a empresa ter suspendido o pagamento dos cupões das suas obrigações.

A polícia foi enviada para manter a ordem, enquanto as manifestações se prolongaram na segunda-feira, de acordo com vídeos que circularam ‘online’.

No comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Evergrande também revelou que duas das suas subsidiárias não conseguiram “cumprir as suas obrigações”, que ascendem a cerca de 934 milhões de yuans, em produtos de gestão de fortunas emitidos por terceiros.

O grupo está a tentar cortar custos e vender activos, incluindo participações num negócio de veículos eléctricos e num grupo de serviços imobiliários, ambos listados em Hong Kong, bem como uma propriedade emblemática na região semiautónoma. As acções da Evergrande listadas em Hong Kong caíram até 11 por cento, na terça-feira, elevando a sua queda este ano para 80 por cento.

15 Set 2021

China confina cidade com cinco milhões de habitantes após detectar surto de covid-19

Os cerca de cinco milhões de habitantes de Xiamen, no sudeste da China, foram hoje colocados em confinamento, após terem sido detectados 32 casos de covid-19, naquela que é uma das mais populosas cidades da província de Fujian. No conjunto, a província de Fujian registou 60 novos casos, nas últimas 24 horas, incluindo um assintomático.

Análises preliminares citadas pela imprensa local apontam para a presença da variante Delta entre os contagiados.

O jornal The Paper alertou para a entrada em vigor, a partir da última meia-noite local, da suspensão dos serviços de autocarros de longa distância, no âmbito de uma série de medidas, que incluem o regresso às aulas ‘online’, a todos os níveis de ensino, e o encerramento de vários locais públicos.

A imprensa local também indicou que todos os complexos residenciais de Xiamen permanecrão “fechados”, para evitar que os residentes saiam. Apenas viajantes com teste de ácido nucléico negativo terão acesso ao aeroporto da cidade, feito, no máximo, 48 horas antes da partida.

De acordo com o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, todas as celebrações e eventos do Festival do Meio de Outono, que decorre no próximo dia 21, foram cancelados, enquanto as reuniões em massa, como casamentos, foram proibidas. Os funerais devem ser realizados de “maneira simples”, indicaram as autoridades.

As cidades de Putian e Quanzhou (esta última, com mais de 6 milhões de habitantes), também na província de Fujian, registaram casos positivos, como parte do mesmo surto.

No caso de Putian – onde começa hoje a ser feita uma campanha massiva de testes – a imprensa local informou que as infeções estão concentradas numa escola e numa fábrica de calçado.

Na segunda-feira, as autoridades garantiram que o surto deve alastrar-se a mais regiões do país asiático, mas que poderão controlá-lo antes do início do feriado da “semana dourada”, que se realiza no início de outubro.

A China pratica uma estratégia de tolerância zero contra o coronavírus, que envolve rígido controlo sobre entradas no país, com quarentenas de até três semanas e vários exames, além da realização de testes em massa, nos locais onde é detetado um novo surto. O país somou 95.340 casos e 4.636 mortos desde o início da pandemia.

14 Set 2021

Myanmar | Aung San Suu Kyi falha audiência de julgamento por se sentir doente

A ex-líder de Myanmar (antiga Birmânia), Aung San Suu Kyi, não pode comparecer a uma audiência judicial agendada para ontem porque se sentiu mal, segundo os seus advogados.

Um dos advogados de Suu Kyi, Min Min Soe, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que a ex-líder, de 76 anos, se sentiu mal hoje ao deslocar-se para o tribunal do local secreto onde está detida pelo Governo militar.

A sua equipa solicitou que a audiência fosse adiada e Suu Kyi foi autorizada a voltar para o local onde está detida.

A Nobel da Paz (1991) está sob custódia das autoridades birmanesas desde as primeiras horas do golpe de Estado militar de 01 de fevereiro deste ano, tendo sido acusada de vários crimes.

No processo que está a decorrer no tribunal da capital birmanesa, Naypyidaw, a política de 76 anos é acusada de sedição de uma alegada importação ilegal de aparelhos eletrónicos e de violação das normas contra a propagação da pandemia de covid-19.

A audiência especial de hoje no tribunal deveria ter sido a primeira desde julho, quando as sessões foram suspensas como uma medida contra a pandemia de covid-19 em todo o país.

A sessão de hoje deveria centrar-se nas acusações sobre Suu Kyi ter violado as restrições no combate ao novo coronavírus.

Outro de seus advogados, Khin Maung Zaw, disse que todos os envolvidos nas audiências judiciais foram testados para o SARS-CoV-2 no domingo. Suu Kyi foi vacinada contra o novo coronavírus.

Um dos advogados disse que Suu Kyi parecia ter perdido algum peso, entretanto, a ex-líder disse que não esteve doente nos últimos dois meses.

O exército disse que tomou o poder porque a eleição geral de novembro passado, que a Liga Nacional para a Democracia de Suu Kyi venceu de forma esmagadora, foi marcada por uma fraude generalizada. O partido de Suu Kyi negou a acusação e observadores eleitorais independentes disseram que a alegação não é fundamentada.

Os apoiantes de Suu Kyi, bem como analistas independentes, dizem que todas as acusações têm motivação política e são uma tentativa de desacreditá-la e legitimar a tomada do poder pelos militares.

A tomada do exército encontrou grande resistência popular, que continua, apesar das duras medidas das forças de segurança para reprimir os protestos.

Min Min Soe disse que a sessão do tribunal de hoje continuou com depoimentos de testemunhas contra Win Myint, o ex-Presidente do país que também foi detido após o golpe militar.

Outros processos nos casos contra ambos por quebrar as restrições ao coronavírus foram adiados até 20 de setembro, enquanto aqueles envolvendo outras acusações continuarão na terça-feira, disseram os advogados de Suu Kyi.

14 Set 2021

Japão lança alerta seus cidadãos sobre possível ataque terrorista no sudeste asiático

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão pediu ontem aos seus cidadãos que estão em seis países do sudeste asiático para se manterem longe de locais religiosos ou de multidões, alertando para um possível ataque terrorista.

O Ministério disse ter obtido informações de que “há um risco crescente, nomeadamente de atentados suicidas”. O aviso aplica-se a cidadãos japoneses na Indonésia, Filipinas, Singapura, Malásia, Tailândia e Myanmar. O conselho foi recebido com perplexidade em várias dessas nações, que disseram não ter conhecimento de tal ameaça ou detalhes do Japão quanto à fonte sua fonte de informação.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, Tanee Sangrat, disse que o Japão não revelou a origem do aviso e que a embaixada japonesa não forneceu mais detalhes além de dizer que tais conselhos “não eram somente para a Tailândia”.

As agências de segurança tailandesas não têm informações sobre uma possível ameaça, disse o porta-voz adjunto da polícia, Kissana Pathanacharoen.

Da mesma forma, o departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas disse não ter conhecimento de qualquer informação sobre um nível elevado de ameaça.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, Teuku Faizasyah, negou que qualquer alerta tenha sido enviado aos cidadãos japoneses no país.

No breve comunicado, o Japão exortou aos seus cidadãos a prestarem muita atenção às notícias e informações locais e serem cautelosos “neste momento”, mas não forneceu outros detalhes.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão recusou-se a fornecer a fonte da informação ou dizer se esta foi compartilhada com outros países. O comunicado foi enviado às embaixadas nos países em questão para distribuição aos cidadãos japoneses.

14 Set 2021

China planeia desmantelar ‘app’ Alipay, detida pelo grupo Alibaba

A China planeia desmantelar o Alipay, popular carteira digital afiliada ao grupo Alibaba, e criar um serviço separado para concessão de crédito, numa altura em que combate práticas monopolistas no setor digital, avançou ontem o Financial Times.

As autoridades querem dividir o Alipay em duas entidades separadas: uma para pagamentos eletrónicos e outra específica para o lucrativo negócio de concessão de crédito ‘online’, indicou o jornal.

O Ant Group também terá de ceder os dados dos utilizadores relativos a pedidos de crédito a uma agência de classificação de crédito, em parte detida pelo Estado, avançou a mesma fonte.

As autoridades chinesas lançaram, nos últimos meses, uma campanha, visando conter o que consideram um desenvolvimento “desordenado” da economia, que levou a que as ações das empresas chinesas do setor da Internet afundassem.

O Ant Group, a subsidiária do grupo Alibaba que detém o Alipay, foi o primeiro alvo dos reguladores, que desde então estenderam a campanha a outros setores, incluindo ensino, entretenimento, jogos de computador ou imobiliário. No final de 2020, Pequim suspendeu a entrada em bolsa do Ant Group.

O Alibaba, grupo fundado pelo bilionário Jack Ma, foi posteriormente multado em 2,3 mil milhões de euros, por abuso da sua posição dominante.

O Alipay é uma aplicação essencial na China, onde o dinheiro físico praticamente desapareceu e a grande maioria dos pagamentos são feitos através de carteiras digitais instaladas no telemóvel.

O Alipay domina o mercado em conjunto com o seu concorrente WeChat Pay, do grupo Tencent. As autoridades têm sido particularmente intransigentes, nos últimos meses, contra práticas até então amplamente toleradas e generalizadas em vários setores dinâmicos da economia chinesa.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China alertou também hoje os gigantes digitais contra o bloqueio de ligações entre serviços concorrentes e impedimentos à interoperabilidade. Na China, por exemplo, certos sistemas de pagamento são excluídos das ‘apps’ de comércio eletrónico de grupos rivais.

As plataformas de vídeo bloqueiam também a partilha de conteúdo em redes sociais concorrentes. O regulador de mercado chinês anunciou, no mês passado, que está a considerar fortalecer a legislação nestas questões.

14 Set 2021

Sampaio: Xi Jinping envia condolências pela morte de “amigo da China”

O Presidente da China, Xi Jinping, expressou ontem condolências à família de Jorge Sampaio, numa nota enviada à agência Lusa, recordado o antigo chefe de Estado português como um “amigo da China”. Xi recordou as “contribuições positivas” de Sampaio para o desenvolvimento das relações entre a China e Portugal.

“A China expressa profundas condolências pela infeliz morte de [Jorge] Sampaio”, lê-se na mesma nota, enviada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Jorge Sampaio presidiu à transferência do exercício da soberania de Macau para a República Popular da China, em 20 de dezembro de 1999, ao lado do então Presidente chinês Jiang Zemin.

Na altura, o antigo chefe de Estado português destacou a importância da Declaração Conjunta Luso-Chinesa, assinada em 1987 entre os dois países, com “o compromisso firme de que os habitantes do território continuarão a gozar dos direitos, liberdades e garantias que são património da sua maneira de viver e fizeram a singularidade e a prosperidade” de Macau.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu na sexta-feira aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias.

O velório e o funeral, com honras de Estado, realizaram-se no domingo, antecedidos por uma homenagem nacional no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.

Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.

14 Set 2021

Coreia do Norte efectua teste com “novo míssil de cruzeiro de longo alcance”

A Coreia do Norte efectuou com sucesso um teste com um novo “míssil de cruzeiro de longo alcance” durante este fim de semana, anunciou ontem a agência oficial KCNA.

Os disparos do teste, efetuado no sábado e no domingo, decorreram na presença de altos responsáveis norte-coreanos, indicou a agência, que também confirmou o sucesso dos ensaios. Os mísseis percorreram uma trajetória de 1.500 quilómetros, antes de atingirem o seu alvo, não especificado pela KCNA.

Diversas resoluções do Conselho de Segurança da ONU proíbem a Coreia do Norte de prosseguir os seis programas de armamento nuclear e de mísseis balísticos.

Apesar de atingido por múltiplas sanções internacionais, o país reforçou nos últimos anos as suas capacidades militares sob a direção de Kim Jong Un.

A Coreia do Norte procedeu a diversos ensaios nucleares e testou com sucesso mísseis balísticos com capacidade de atingirem os Estados Unidos.

13 Set 2021

Timor-Leste decreta luto nacional durante três dias pela morte de Jorge Sampaio

O Governo timorense decretou hoje luto nacional durante três dias pela morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, considerando-o uma “personalidade de excecional relevância na defesa do povo e dos valores constitucionais timorenses”.

A decisão foi anunciada pelo Conselho de Ministros de Timor-Leste, que deliberou decretar o luto nacional pela morte de Jorge Sampaio “em todo o território nacional, pelo período de três dias, até às 07:59 [horas locais] do dia 16 de setembro”, após uma reunião extraordinária.

Durante esse período, a bandeira nacional do país estará a meia haste “nos lugares de uso obrigatório, incluindo nas missões diplomáticas”, segundo o comunicado do Conselho de Ministros.

Na nota, o Governo timorense considerou que Jorge Sampaio, falecido na sexta-feira e sepultado no domingo, com honras de Estado, em Lisboa, “foi uma personalidade de excecional relevância na defesa do povo e dos valores constitucionais timorenses”.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, afirmou que Jorge Sampaio “entrou para a história” como o Presidente que “muito contribuiu” para a independência de Timor-Leste, “da qual foi testemunha como convidado de honra na cerimónia que se realizou no dia 20 de maio de 2002”.

O chefe do Governo timorense recordou que foi durante os dois mandatos do antigo Presidente português (1996-2006) que “o mundo acordou para a repressão Indonésia”, e salientou que Jorge Sampaio “sempre aproveitou todos os palcos internacionais para exercer fervoroso apoio e ativismo em favor da causa timorense na sua luta pelo direito à autodeterminação e independência”.

Taur Matan Ruak acrescentou que Sampaio “será lembrado no mundo como uma figura maior de causas e de liberdade e reconhecido como um Grande Amigo de Timor-Leste e dos Timorenses”.

No sábado, o Presidente timorense, Francisco Guterres Lú Olo, considerou que o antigo chefe de Estado português foi um “lutador incansável pela liberdade e democracia” e um homem “íntegro e humano em todas as causas em que se empenhou”, exprimindo ainda “a gratidão e reconhecimento” por “tudo quanto Jorge Sampaio fez por Timor-Leste”.

Em 2016, e após ter reconhecido a “solidariedade e o apoio ativo” de Jorge Sampaio na luta pela independência, o Estado timorense condecorou-o “com o maior galardão do Estado, o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste”.

A condecoração foi entregue pelo atual primeiro-ministro, então chefe do Estado timorense, em Lisboa.

Na altura, Taur Matan Ruak manifestou “o profundo reconhecimento pelo humanismo, as inúmeras expressões de solidariedade e o apoio ativo com que, ao longo dos anos, alimentaram a luta pela liberdade, autodeterminação e independência de Timor-Leste”.

Na última visita oficial a Timor-Leste, em 2006, o Parlamento Nacional atribuiu a Sampaio o título de Cidadão Honorário da República Democrática de Timor-Leste.

Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu na sexta-feira, aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias. O funeral, com honras de Estado, realizou-se no domingo, antecedido por uma homenagem nacional no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

13 Set 2021

EUA | Xi Jinping adverte que mundo sofrerá em caso de confronto

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ao homólogo norte-americano, Joe Biden, numa conversa telefónica, que os dois países e o mundo “sofrerão” em caso de confronto entre a China e os Estados Unidos

 

“Quando a China e os Estados Unidos trabalham juntos, os países e o mundo beneficiam, mas ambos os países e o mundo sofrerão se os dois países se confrontarem”, sublinhou Xi, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. “A política dos EUA em relação à China tem causado sérias dificuldades ao relacionamento” entre as duas potências, acrescentou o secretário-geral do Partido Comunista Chinês.

Foi a segunda conversa por telefone entre os líderes das duas maiores economias do mundo, desde que Joe Biden assumiu a presidência dos Estados Unidos, no início do ano.

Em comunicado, a Casa Branca disse que os “dois líderes tiveram uma discussão ampla e estratégica, na qual abordaram áreas em que os interesses convergem e áreas em que os interesses, valores e perspectivas divergem”.

Os Estados Unidos manifestaram vontade que os dois lados possam trabalhar juntos em questões de interesse mútuo, incluindo as alterações climáticas e a prevenção de uma crise nuclear na península coreana, apesar das crescentes diferenças.

Antes da conversa por telefone, um responsável do executivo norte-americano, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), disse que a Casa Branca não estava satisfeita com os contactos iniciais com Pequim.

O responsável, que pediu o anonimato, disse que a Casa Branca esperava que uma conversa entre os dois líderes fosse benéfica.

Acertar agulhas

O comunicado emitido pela diplomacia chinesa destacou que “ambos os líderes mantiveram uma comunicação estratégica sincera, ampla e profunda, e abordaram as relações bilaterais e questões pendentes de interesse comum”.

“A comunidade internacional enfrenta muitos problemas comuns. A China e os EUA devem assumir maiores responsabilidades e continuar a olhar em frente e demonstrar valor estratégico e político”, acrescentou Xi Jinping, de acordo com a mesma nota. Xi citou em particular as iniciativas chinesas para combater as alterações climáticas, dias após a visita à China do enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry.

Xi e Biden “concordaram em manter uma comunicação regular por meio de vários canais”, no âmbito das questões do clima, enquanto orientam responsáveis dos respectivos governos, em diferentes níveis e áreas, para fazerem o mesmo, destacou o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, alertou John Kerry que a deterioração das relações entre os dois países pode prejudicar a cooperação na questão do clima. Wang disse a Kerry que a cooperação não pode ser separada do relacionamento mais amplo e pediu aos EUA que tomem medidas para melhorarem os laços.

13 Set 2021

Filipinas elevam para 17 número de mortos causados pela passagem do tufão Conson

As autoridades filipinas elevaram hoje para 17 o número de mortos causados pela passagem do tufão Conson, que atualmente se encontra sob a região central do Vietname, depois de ter passado a tempestade tropical.

O conselho de gestão e redução do risco de desastres das Filipinas indicou, na última utilização que sete pessoas continuam desaparecidas e que pelo menos 24 ficaram feridas. O balanço das autoridades, na sexta-feira, dava conta de 14 mortos, 20 feridos e sete desaparecidos.

Quase nove mil edifícios e 168 estradas ficaram danificados com a ação do Conson, nas províncias centrais do arquipélago filipino, entre terça e quinta-feira, e perdas avaliadas em 630 milhões de pesos, disse.

As autoridades filipinas acrescentaram que mais de 29.800 pessoas continuam refugiadas nos centros de acolhimento ou em casas de familiares e próximos.

Por seu lado, o Vietname emitiu alertas devido ao possível risco de ventos fortes e chuvas torrenciais desencadeados pelo Conson.

No sábado, um outro tufão, o Chanthu, passou pelo extremo sul do arquipélago filipino sem causar grandes danos ou vítimas mortais, indicou o conselho.

O Chanthu encontra-se hoje perto da costa leste de Taiwan, onde o vento e a chuva forte estão a causar perturbações nos transportes e no fornecimento de eletricidade.

As Filipinas são atingidas, em média, por 20 tufões todos os anos. O mais destrutivo foi o supertufão Haiyan que, em novembro de 2013, atingiu as ilhas Samar e Leyte, deixando sete mil mortos e 200 mil famílias desalojadas.

O arquipélago, muito vulnerável às alterações climáticas, assenta no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, zona onde se regista 90% da atividade sísmica e vulcânica do planeta.

12 Set 2021

ONU diz que fecho de escolas no sul da Ásia privou de educação 434 milhões de crianças

O encerramento de escolas há mais de um ano, devido à pandemia do novo coronavírus, privou de educação 434 milhões de crianças no sul da Ásia, acentuando “desigualdades alarmantes”, alerta a UNICEF num relatório publicado ontem.

Antes da pandemia, quase 60% das crianças do sul da Ásia “com idades próximas dos 10 anos” não conseguiam ler ou entender um texto básico, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância.

O encerramento prolongado das escolas nesta região desde o início da pandemia do SARS-CoV-2 “piorou uma situação que já era precária”.

“Raparigas, crianças de famílias mais desfavorecidas e crianças com deficiências têm enfrentado as maiores dificuldades em termos de ensino à distância”, declarou a agência da ONU.

Na Índia, 80% dos jovens de 14 a 18 anos entrevistados disseram que aprenderam menos do que quando frequentavam as aulas presenciais, de acordo com o relatório.

Cerca de 42% das crianças de 6 a 13 anos entrevistadas afirmaram não ter tido acesso ao ensino à distância.

Deepu Singh, um proprietário de quinta no Estado de Jharkhand, no leste da Índia, espera que as escolas reabram em breve, sobretudo por causa dos seus filhos, que não vão às aulas desde que a escola encerrou no ano passado e não têm acesso à internet.

“O futuro deles está em jogo. Quero que frequentem a escola”, disse Singh à agência de notícias AFP.

“Eu não posso fazer nada. Tenho que colocar comida na mesa. Não posso pagar um telemóvel”, disse o agricultor.

No Paquistão, 23% das crianças pequenas não têm acesso a nenhum dispositivo eletrónico para usufruir do ensino a distância, segundo o relatório, especificando que quando esse equipamento está ao alcance, apenas 24% consegue utilizar a tecnologia.

No Sri Lanka, 69% dos pais de alunos do ensino fundamental entrevistados observaram que os seus filhos aprenderam “menos” ou “muito menos”.

“Mesmo quando uma família tem acesso à tecnologia, as crianças nem sempre são capazes de a utilizar”, disse George Laryea-Adjei, diretor regional do UNICEF, num comunicado, acrescentando que, “portanto, as crianças estão a sofrer grandes atrasos em sua jornada de aprendizagem”.

A agência da ONU apelou aos professores para avaliarem o nível de aprendizagem dos seus alunos e garantir que estes se atualizem instituindo um período de “recuperação do aprendizado”.

O UNICEF também pede aos governos que dêem prioridade à vacinação dos professores e um treino específico para que possam entrar em contacto com crianças que não têm acesso à tecnologia.

Rajani KC, professor no Nepal, acredita que métodos alternativos ainda não são eficazes para garantir uma aprendizagem eficaz. “Estamos em uma situação perigosa. Se a pandemia continuar e o setor universitário perder mais anos, que tipo de recursos humanos o país se beneficiará?”, perguntou Rajani KC.

10 Set 2021

Japão | Agência internacional vai controlar libertação de água da central de Fukushima

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) vai controlar a segurança da libertação no mar de água processada da central nuclear japonesa de Fukushima Daiichi, prevista para 2023, anunciou aquela agência da ONU.

A AIEA reunirá conselhos de peritos, incluindo da China e da Coreia do Sul, dois países vizinhos do Japão que criticaram a decisão de Tóquio, disse a diretora-geral adjunta da agência, Lydie Evrard, numa conferência de imprensa ‘online’.

Esta revisão “abrangente e objetiva” incluirá “várias missões e visitas técnicas nos próximos meses e anos”, acrescentou Evrard, citada pelas agências France-Presse e EFE.

Mais de um milhão de toneladas de água da chuva, de leitos subterrâneos ou injetada para arrefecer os núcleos dos reatores que derreteram após o tsunami de 2011 estão armazenadas em mil tanques no local da central, cuja capacidade está prestes a esgotar-se.

Esta água já foi tratada para retirar a maior parte das suas substâncias radioativas (radionuclídeos), mas não o trítio, que não pode ser removido com a tecnologia atual.

De acordo com o Governo japonês, a água que será lançada no mar é tão segura que até cumpriria as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS) relativas à água potável.

A decisão do Governo japonês gerou uma forte oposição da comunidade pesqueira de Fukushima (Nordeste do Japão), que teme novos danos à sua atividade, bem como protestos de países vizinhos como a Coreia do Sul e a China.

O plano do Governo do Japão foi anunciado em abril deste ano, e mereceu a aprovação da AIEA, com sede em Viena.

A AIEA “emitirá um relatório com os resultados da sua avaliação” antes do derrame e baseará a sua análise “nos mais elevados padrões de segurança”, disse Evrard numa reunião virtual com os jornalistas durante a visita preliminar, que termina na sexta-feira.

Evrard evitou comentar as queixas de Pequim e Seul e das comunidades locais em Fukushima, mas observou que a equipa de peritos internacionais que participam nos estudos incluirá especialistas chineses e sul-coreanos.

“Escutaremos diferentes preocupações e tê-las-emos em conta”, disse, enfatizando que o principal objetivo das missões da AIEA é “criar uma avaliação tão completa quanto possível da segurança” da medida.

A diretora-geral adjunta da AIEA recordou que as descargas de água no mar a partir de centrais nucleares são uma “prática frequente” de outros países.

Admitiu, no entanto, que a presença de trítio na descarga planeada e a utilização da água para arrefecer os reatores é uma particularidade no caso japonês.

O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão disse que a AIEA irá examinar a “caracterização radiológica” da água, os processos previstos para a sua descarga no mar e o impacto sobre o ambiente e a saúde.

A China e a Coreia do Sul consideram que a água da central representará um risco para a saúde humana e o ambiente, e protestaram oficialmente junto do Governo do Japão sobre os seus planos.

O Japão vê esta libertação controlada como um passo indispensável no processo de desativação da central de Fukushima, uma região que ainda sofre as consequências devastadoras do acidente nuclear de 2011, incluindo dezenas de milhares de pessoas ainda deslocadas e o colapso da pesca e da agricultura locais.

10 Set 2021

Japão estende estado de emergência até final de Setembro

O Japão anunciou ontem o prolongamento até final de Setembro do estado de emergência devido ao coronavírus em Tóquio e 18 outras áreas, porque o sistema de saúde continua sob forte pressão, embora os contágios tenham diminuído ligeiramente.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Yoshihide Suga, que adiantou que o número de casos graves de covid-19 continua alto, sobrecarregando os hospitais.

A medida visa ainda reduzir a movimentação de pessoas face a feriados no final do mês, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

O actual estado de emergência, que deveria terminar no domingo, foi decretado inicialmente em Okinawa em Maio e foi sendo alargado e prolongado. No entanto, as medidas, sobretudo voluntárias, são cada vez mais ignoradas por uma população exausta.

No Japão o estado de emergência não implica o confinamento, pedindo-se às pessoas que reduzam as saídas, recorram se possível ao teletrabalho e evitem as concentrações.

As restrições afectam sobretudo bares e restaurantes, que não devem servir bebidas alcoólicas e fecham mais cedo.
Além de Tóquio e arredores, continuam sob o estado de emergência Hokkaido, Osaka, Aichi e Fukuoka, mas as autoridades já estudam o alívio das restrições que esperam aplicar em Novembro, quando se prevê que esteja vacinada a maioria da população.

De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, mais de 62,5 milhões de pessoas (49,4 por cento da população japonesa) já receberam as duas doses da vacina.

10 Set 2021

Activistas de Hong Kong declaram-se culpados de participarem em vigília sobre Tiananmen

Doze activistas pró-democracia de Hong Kong declararam-se hoje culpados de participarem numa vigília não autorizada para assinalar o chamado “massacre de Tiananmen”.

Os 12 foram acusados de participarem na vigília não autorizada em 04 de junho do ano passado, quando milhares de habitantes de Hong Kong acenderam velas e entoaram cânticos, apesar dos avisos da polícia de que poderiam estar a infringir a lei. Sete deles foram também acusados de incitarem outros a integrarem a iniciativa.

Devido à pandemia de covid-19, as autoridades de Hong Kong alegaram riscos para a saúde pública para proibir nos dois últimos anos as habituais vigílias que assinalavam o aniversário da repressão chinesa contra manifestantes na Praça Tiananmen em Pequim, em 1989, que resultou num número indeterminado de mortos.

Activistas e oposição ao Governo de Hong Kong criticaram a proibição, argumentando que esta faz parte de uma repressão contínua contra a dissidência no território semiautónomo chinês, após meses de protestos antigovernamentais em 2019.

Macau e Hong Kong eram os dois únicos locais na China em que se assinalava, publicamente, a data. Mas, tal como em Hong Kong, as autoridades também proibiram o evento.

Entre os activistas que se declararam culpados contam-se o advogado Albert Ho, os antigos legisladores Eddie Chu e Figo Chan, e um antigo líder da Frente Cívica de Direitos Humanos, movimento conhecido por ter promovido as maiores manifestações pró-democracia em Hong Kong.

Os 12 réus enfrentam agora uma pena que pode ir até aos cinco anos de prisão. Os activistas fazem parte de um grupo maior de detidos em 04 junho. Alguns deles, incluindo o fundador do Apple Daily, Jimmy Lai, declararam-se inocentes.

Já o activista Joshua Wong, assim como três outros, também acusados de reunião ilegal na vigília de 04 de junho do ano passado, já se tinham declarado culpados em abril deste ano, tendo sido condenados a penas de prisão entre quatro e dez meses.

9 Set 2021

Coreia do Norte assinala fundação com desfile militar de madrugada

Os meios de comunicação estatais da Coreia do Norte anunciaram hoje a realização de um desfile militar em Pyongyang, ao início da madrugada, para celebrar o 73.º aniversário da fundação do país.

O desfile, aparentemente em menor escala do que noutras ocasiões, contou com a presença do líder norte-coreano, Kim Jong-un, embora aparentemente não tenha proferido um discurso durante a celebração, de acordo com a agência noticiosa estatal KCNA e pelo jornal Rodong.

Como de costume, Kim presidiu ao evento a partir de uma varanda no extremo ocidental da praça Kim Il-sung, ladeado pelos outros quatro membros da presidência do politburo do partido único, incluindo o militar Pak Jong-chon, que foi recentemente nomeado para o poderoso órgão. Nem a KCNA, nem o Rodong publicaram fotografias de mísseis ou fizeram qualquer menção a tais armas.

A Coreia do Norte, que celebra a Fundação da República, escolheu no passado desfiles militares na capital norte-coreana para exibir novo armamento, incluindo mísseis balísticos.

Contudo, alguns analistas consideraram improvável que o regime apresentasse armamento pesado nesta ocasião, dada a curta duração do desfile, apenas uma hora, e depois de imagens de satélite não mostrarem a presença de grandes veículos militares nos ensaios da celebração.

Horas antes de os meios de comunicação social norte-coreanos terem noticiado o desfile, os serviços secretos militares da Coreia do Sul detetaram atividade, indicando que o desfile militar tinha começado em Pyongyang após a meia-noite.

“Os detalhes específicos [do desfile] estão a ser analisados em estreita cooperação entre os serviços secretos sul-coreanos e norte-americanos”, disse um porta-voz dos Chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

O desfile realizou-se quando Pyongyang parece ter reativado as instalações que utiliza para produzir combustível nuclear, enquanto as conversações de desnuclearização com os Estados Unidos, que recentemente propuseram um regresso incondicional à mesa de negociações, estão suspensas desde 2019.

9 Set 2021

China doa 26 milhões de euros ao Afeganistão e alerta para infiltração de terroristas

A China anunciou que vai doar a Cabul o equivalente a 26 milhões de euros, em cereais e vacinas contra a covid-19, e alertou para o perigo de grupos terroristas que possam escapar do Afeganistão para países vizinhos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reuniu na quarta-feira com os seus homólogos de todos os países vizinhos do Afeganistão, num encontro presidido pelo chefe da diplomacia do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, informou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua.

Também participaram da reunião os ministros dos Negócios Estrangeiros do Irão, Tajiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão, todos países que, junto com a China e o Paquistão, fazem fronteira com o Afeganistão.

Wang afirmou que “algumas forças terroristas internacionais com base no Afeganistão planeiam infiltrar-se em países vizinhos”.

“Pedimos aos Talibã que rompam completamente as suas relações com todas as forças extremistas. Todas as partes devem aumentar os esforços para compartilhar inteligência e controlar as fronteiras e prender imediatamente grupos terroristas que chegam do Afeganistão, de forma a garantir a estabilidade regional”, disse.

O ministro chinês também mencionou os desafios que o país da Ásia Central enfrenta e garantiu que os “países vizinhos, mais do que ninguém, querem ajudar o Afeganistão a sair do caos” e devem encorajar os Talibã a “cooperar com todos os grupos étnicos e construir uma estrutura política inclusiva”.

“Respeitando a integridade territorial e a soberania do Afeganistão”, os países vizinhos devem “exercer uma influência positiva” sobre o país, defendeu Wang Yi.

O chefe da diplomacia chinesa observou que os “Estados Unidos e os seus aliados são quem mais deve fornecer assistência humanitária ao Afeganistão”.

“Os EUA e os seus aliados têm a responsabilidade principal pelo problema dos refugiados afegãos. Eles devem fornecer a compensação necessária às nações que desejam receber refugiados”, disse.

Wang expressou a sua satisfação com as recentes declarações dos Talibã, que prometeram formar um governo, lutar contra o terrorismo e manter relações amigáveis com todos os vizinhos, mas alertou que a “chave é transformar essas palavras em ações concretas”.

A representação chinesa no encontro propôs aos vizinhos do Afeganistão várias áreas nas quais eles poderiam cooperar: combate à pandemia, gestão de refugiados, assistência humanitária e cooperação antiterrorismo e anti tráfico de droga.

Wang disse que a China trabalhará com os países da região para ajudar o Afeganistão a reconstruir a sua economia e sociedade, além de combater grupos terroristas e o comércio ilegal de drogas.

Os ministros concordaram em institucionalizar as suas futuras reuniões para continuar a cooperação nestes assuntos, de acordo com o ministro chinês.

No final de julho passado, Wang Yi recebeu uma delegação dos Talibã na cidade de Tianjin, no nordeste da China.

Segundo o comunicado divulgado então pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang disse que os Talibã são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão e expressou esperança de que terão um “papel significativo no processo de paz”.

9 Set 2021

Pequim enaltece formação de governo no Afeganistão

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês congratulou-se com a formação do governo dos talibãs que, segundo Pequim, vem pôr fim à anarquia vivida no país nas últimas três semanas

 

A China destacou ontem a importância da formação de um governo provisório pelos talibãs, no Afeganistão, afirmando que põe fim a “mais de três semanas de anarquia” no país da Ásia Central.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin indicou que a formação de um governo é “um passo necessário para restaurar a ordem no Afeganistão e a reconstrução após a guerra”.

Wang confiou que o “Afeganistão criará um governo aberto e inclusivo, lutará com firmeza contra o terrorismo e manterá boas relações com os seus vizinhos”.

Pequim “respeita a independência e apoia a escolha do povo afegão de acordo com a sua situação nacional”, disse.
No final de Julho passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, recebeu uma delegação de líderes dos talibãs, na cidade de Tianjin, no nordeste da China.

De acordo com o texto sobre o encontro publicado então pelo Ministério, Wang disse que os talibãs são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão e expressou a sua esperança de que o grupo desempenhe um “papel importante no processo de paz”.

Aos seus lugares

O gabinete provisório, anunciado na terça-feira pelos talibãs, é chefiado por Mohammad Hassan Akhund, anunciou o principal porta-voz dos talibãs, mais de três semanas depois da tomada do poder pelo movimento extremista islâmico.

O co-fundador dos talibãs Abdul Ghani Baradar será o número dois do novo executivo, precisou Zabihullah Mujahid numa conferência de imprensa em Cabul.

Segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press, o ‘mullah’ Hassan Akhund chefiou o Governo dos talibãs durante os últimos anos do seu anterior regime (1996-2001) e o ‘mullah’ Baradar, que liderou as negociações com os Estados Unidos e assinou o acordo para a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, é um dos seus dois adjuntos.

9 Set 2021

Reaberto arranha-céus na China que oscilou por três vezes

O SEG Plaza, arranha-céus da cidade de Shenzhen, no sudeste da China, que tremeu repetidamente em maio, vai poder voltar a “funcionar normalmente”, a partir de hoje, informou o Governo local.

O SEG Plaza tremeu por, pelo menos, três vezes, entre 18 e 20 de maio, levando à evacuação do local, sem que tenham ocorrido movimentos sísmicos. As autoridades decidiram então encerrar o prédio para investigar a causa dos abalos.

A torre disposta no topo do prédio foi, entretanto, removida, após especialistas terem apontando a estrutura como causa dos tremores. Esta torre terá causado uma ressonância induzida pelo vento que se espalhou pelo edifício.

A retirada do mastro “eliminou a fonte de ressonância e melhorou a dinâmica” do edifício, explicaram os especialistas locais, que garantiram que “vibrações como as de maio não voltarão a ocorrer”.

Os especialistas destacaram ainda a dificuldade em demolir a torre, que tem 51 metros de altura e pesa 236 toneladas, e cuja remoção foi feita num período de fortes ventos e chuvas.

O SEG Plaza, edifício de escritórios concluído em 2000, tem 71 andares e está localizado numa zona pedonal com vários centros comerciais.

A densa malha de arranha-céus de Shenzhen, uma das mais prósperas cidades da Ásia, é símbolo do “milagre económico” que transformou a China nos últimos 40 anos.

A cidade serviu como laboratório à abertura da China à economia de mercado, em 1979, e soma hoje um Produto Interno Bruto (PIB) superior a Hong Kong ou Singapura, dois importantes centros financeiros asiáticos.

8 Set 2021