Zhangjiajie isolada e funcionários locais punidos devido a surto de covid-19

As autoridades chinesas colocaram a cidade turística de Zhangjiajie sob isolamento, e puniram os funcionários locais, numa altura em que o país enfrenta o pior surto desde o início da pandemia de covid-19, há um ano e meio.

Situada na província de Hubei, a cidade de Zhangjiajie fica perto de uma paisagem pitoresca, famosa pelos penhascos de arenito, cavernas, florestas e cachoeiras que inspiraram a paisagem do filme Avatar.

As autoridades da cidade ordenaram que as comunidades residenciais locais fossem fechadas no domingo, interditando a saída de casa das pessoas.

Num despacho emitido na terça-feira, os responsáveis disseram que ninguém, turistas ou residentes, pode deixar a cidade.

O órgão de disciplina do Partido Comunista divulgou também ontem uma lista de autoridades locais que tiveram “impacto negativo” na prevenção da pandemia e no trabalho de controlo, para que sejam punidos.

A própria cidade registou apenas 19 casos de contágio pelo coronavírus responsável pela doença, desde a semana passada. No entanto, casos individuais ligados ao surto de Zhangjiajie alastraram-se por pelo menos cinco províncias, de acordo com o jornal oficial The Paper.

 

Estado de alerta

Desde que o surto inicial foi dominado, no ano passado, a população da China viveu praticamente livre do novo coronavírus, com controlos de fronteira extremamente rígidos e medidas locais de distanciamento e quarentena, que permitiram eliminar pequenos surtos esparsos.

O país voltou agora a entrar em alerta máximo, pois um grupo de casos relacionados com o Aeroporto Internacional na cidade de Nanjing, no leste do país, atingiu pelo menos 17 províncias.

A China relatou 71 novos casos por transmissão local nas últimas 24 horas, mais da metade na província costeira de Jiangsu, da qual Nanjing é a capital.

Yangzhou, cidade próxima a Nanjing, registou 126 casos até terça-feira.

Em Wuhan, a cidade central onde os primeiros casos de covid-19 foram identificados no final de 2019, testes em massa mostraram que alguns dos novos casos relatados são semelhantes aos casos descobertos na província de Jiangsu.

Estes casos pertencem à variante Delta, altamente transmissível, e que foi identificada pela primeira vez na Índia.

5 Ago 2021

Acções de empresas tecnológicas afundam após críticas estatais

As acções das empresas do sector da Internet na China voltaram ontem a afundar, com a gigante Tencent a cair mais de 10 por cento, após críticas feitas pela imprensa estatal contra o “vício” dos jogos virtuais.

Este sector, particularmente próspero na China, é cada vez mais criticado pelos problemas de dependência entre os mais jovens. As regulações do país proíbem oficialmente menores de 18 anos de jogar ‘online’ entre as 22:00 e as 8:00, mas a lei é amplamente contornada.

O jornal oficial Economic Information Daily estimou que a indústria, que gera milhares de milhões de yuans por mês, se converteu “num ópio mental”.

Na Bolsa de Hong Kong, as ações da Tencent caíram mais de 10 por cento. Também a NetEase Inc. recuou 15 por cento, enquanto as do grupo de transmissão de vídeo e jogos Bilibili Inc. afundaram 14 por cento.

O Economic Information Daily apontou que o jogo excessivo pode ter efeitos nocivos para as crianças e destacou os apelos dos especialistas por uma regulação mais rígida.

“O vício dos menores pela Internet é comum e os jogos ‘online’ têm consequências significativas no seu processo de crescimento”, apontou.

O artigo destacou a Tencent e o popular jogo “Honor of Kings”.

“Alguns alunos jogam, às vezes, até oito horas por dia”, criticou.

 

Alta pressão

Nos últimos meses, Pequim instaurou processos contra diversas empresas do sector, solicitadas a “rectificar” práticas até então toleradas, e que abrangem questões como a segurança dos dados, comportamento monopolista e estabilidade financeira.

Novas directrizes que visam limitar o lucrativo sector do ensino de preparação também enervaram os investidores.

Uma motivação para Pequim é abordar questões sociais, como aliviar as pressões extremas colocadas sobre as crianças pelo sistema de ensino altamente competitivo do país.

Em 2018, a China suspendeu durante um período a emissão de licenças para novos jogos, custando à Tencent mais de mil milhões de dólares em vendas, o que resultou numa queda prolongada no preço das suas acções.

As autoridades têm sido particularmente intransigentes, nos últimos meses, no que diz respeito aos dados pessoais e ao respeito pelos direitos do utilizador.

Pequim convocou os gigantes da tecnologia, na sexta-feira, para os pressionar a fazerem uma “revisão completa” das suas operações.

4 Ago 2021

MNE | China opõe-se à interferência estrangeira nos assuntos de Macau

[dropcap]A[/dropcap] China opõe-se firmemente à interferência nos assuntos da Região Administrativa Especial (RAE) de Macau e nos assuntos internos da China por parte de quaisquer forças externas, disse na segunda-feira um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A 31 de Julho, o Tribunal de Última Instância de Macau decidiu rejeitar os recursos e manter a decisão da Comissão de Assuntos Eleitorais de excluir as suas listas de candidatos às próximas eleições. Os porta-vozes do Departamento de Estado dos EUA e do Serviço Europeu de Acção Externa manifestaram então a sua oposição à desqualificação dos candidatos.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que “a China deplora e rejeita o facto de as partes relevantes terem repetidamente feito comentários despropositados sobre os assuntos das RAE de Hong Kong e Macau”.
“As suas acções constituem uma grave violação do direito internacional e das normas básicas que regem as relações internacionais”, disse o porta-voz.
“Apoiar a Lei Básica da RAEM da RPC e prometer fidelidade à RAEM são os requisitos legais para os membros da Assembleia Legislativa”, explicou.
Segundo o porta-voz, “a decisão do Tribunal de Última Instância da RAEM, baseada em leis e factos, implementou o princípio fundamental de ‘patriotas administram Macau’ e salvaguardou a ordem constitucional estabelecida pela Constituição e pela Lei Básica. Também manteve a eleição solene do sétimo mandato da Assembleia Legislativa de Macau livre de irregularidades, e demonstrou a justiça judicial e a autoridade da RAEM. A decisão relevante é apoiada por todos os sectores em Macau, e nós apoiamo-la firmemente”.
“Desde o regresso de Macau, ‘um país, dois sistemas’ tem feito progressos notáveis. Os amplos direitos e liberdades de que goza o povo de Macau são plenamente protegidos por lei. Estes factos não devem ser distorcidos”, disse ainda o porta-voz.
“Quero sublinhar que Macau é a RAE da China. A China continuará a assegurar resolutamente a implementação firme e sustentada da prática bem sucedida de ‘um país, dois sistemas’ com características de Macau. Entretanto, opor-nos-emos firmemente à interferência nos assuntos de Macau e nos assuntos internos da China por quaisquer forças externas”, concluiu o porta-voz.

3 Ago 2021

Covid-19 | China detecta 75 novos casos locais

A China anunciou hoje ter detetado 75 novos casos de covid-19 no sábado, dos quais 53 locais e a maioria na província de Jiangsu (leste), palco de um surto nos últimos dias.

Jiangsu registou 30 novas infeções locais, parte de um surto inicialmente detetado no aeroporto internacional na capital da província, Nanjing, mas que já se estendeu a outras províncias chinesas.

Os outros 11 casos locais foram identificados nas províncias de Henan (12), Hunan (quatro), Yunnan (três), Fujian (um), Shandong (um), Hubei (um) e Ningxia (um), indicou a Comissão de Saúde da China.

Os restantes 22 casos foram diagnosticados em viajantes provenientes do estrangeiro nos municípios de Xangai (leste) e de Tianjing (norte) e nas províncias de Yunnan (sul), Mongólia Interior (norte), Guangdong (sul), Zhejiang (sudeste), Henan (centro) e Sichuan (centro).

As autoridades de saúde também registaram 37 novas infeções assintomáticas (25 locais e as restantes “importadas”), embora Pequim só as conte como casos confirmados se forem manifestados sintomas.

A Comissão de Saúde da China indicou que, até à última meia-noite local (17:00 em Lisboa), 24 pacientes tiveram alta, com o número total de infetados ativos na China continental a subir para 1.022, incluindo 25 em estado grave.

O país somou 93.005 casos da doença e 4.636 mortos desde o início da pandemia, acrescentou.

O Centro de Controlo de Doenças chinês indicou que as medidas de prevenção aplicadas pelas autoridades continuam a ser eficazes para conter os surtos, apesar de a variante delta do novo coronavírus ser mais contagiosa.

A curto prazo, a covid-19 poderá continuar a espalhar-se por novas regiões, indicou o Centro, que pediu aos residentes de 29 províncias para não fazerem viagens desnecessárias entre províncias chinesas.

Os peritos também garantiram que a taxa de vacinação e a experiência acumulada em matéria de prevenção vão impedir um novo surto de larga escala no país, noticiou o diário chinês Global Times.

1 Ago 2021

Sobe para 99 número de mortos devido a enchentes no centro da China

O número de mortos na província chinesa de Henan, devido às enchentes que atingiram o centro do país, subiu para 99, disseram hoje as autoridades. O governo de Zhengzhou, capital de Henan, anunciou mais 26 mortes em duas áreas remotas, segundo a imprensa estatal. Entre estas, 18 ocorreram a sudoeste de Zhengzhou, na cidade de Xinmi, e oito a oeste, na cidade de Xingyang.

Chuvas torrenciais em Zhengzhou, na semana passada, inundaram o sistema de metro da cidade, resultando em 14 mortos, e transformaram as ruas em canais de água, com rápido fluxo, que arrastou veículos e pessoas.

As tempestades deslocaram-se então para o norte e inundaram outras partes da província, incluindo a cidade de Xinxiang.

O número exato de mortos permanece uma dúvida. O portal noticioso chinês The Paper relatou que mais de 200 veículos destruídos foram encontrados num túnel inundado em Zhengzhou. Não se sabe se os ocupantes conseguiram sair a tempo.

As águas baixaram em algumas áreas, mas outras continuam inundadas, com esforços de socorro e limpeza em andamento. As autoridades disseram que mais pessoas continuam desaparecidas e estimaram as perdas económicas em 91 mil milhões de yuan.

Em todo o país, as enchentes já afetaram cerca de 35 milhões de pessoas este ano. O saldo de mortos ou desaparecidos fixou-se, até à data, em 146, e cerca de 72.000 casas desabaram, enquanto as perdas económicas ascenderam a 123 mil milhões de yuans.

30 Jul 2021

Huawei fora do ‘top 5’ de vendas de telemóveis na China pela 1.ª vez em sete anos

O grupo de telecomunicações Huawei ficou fora do ‘top 5’ nas vendas de telemóveis na China, no segundo trimestre do ano, pela primeira vez em mais de sete anos, segundo dados divulgados hoje pela consultora Canalys.

No total, entre abril e junho, foram vendidos 74,9 milhões de ‘smartphones’ na China, uma queda homóloga de 17%. Entre as cinco marcas com maior quota de mercado estão a Vivo (24%), Oppo (21%), Xiaomi (17%), Apple (10%) e Honor (9%).

A Honor pertencia à Huawei, mas foi vendida a um conglomerado público, para evitar as sanções impostas à empresa-mãe pelo Governo dos Estados Unidos, no âmbito de uma guerra comercial e tecnológica entre Pequim e Washington.

De acordo com a Canalys, a Honor vendeu 6,9 milhões de telemóveis na China no segundo trimestre, um crescimento de 40%, em relação ao trimestre anterior.

A marca que mais cresceu em termos homólogos foi a Xiaomi, com uma subida de 35%, ficando em terceiro lugar, em parte devido ao aproveitamento do espaço deixado pela Huawei. Esta tendência foi também replicada no mercado global de ‘smartphones’ – entre abril e junho, a Xiaomi foi o segundo maior vendedor global.

A analista da Canalys Amber Liu garantiu que as “marcas de ‘smartphones’ estão a competir ferozmente para explorar a queda da Huawei”.

O novo campo de batalha será os telemóveis Android de última geração, e o terceiro trimestre de 2021 será uma “janela de oportunidade” para a competição entre as grandes marcas, já que, por enquanto, nenhuma conseguiu igualar a força das séries P e Mate, da Huawei, no país asiático.

Devido às sanções impostas por Washington, a Huawei perdeu o acesso às atualizações para o Android, sistema operativo do Google, que é dominante. A empresa perdeu também acesso a `chips` essenciais no fabrico de telemóveis.

A Huawei foi colocada numa “lista negra” de entidades do Departamento do Comércio dos Estados Unidos pela Administração do antigo presidente Donald Trump, impedindo o grupo de adquirir tecnologia norte-americana necessária para telemóveis e infra-estruturas de telecomunicações.

Presente em 170 países e com 194 mil funcionários, a Huawei é hoje o primeiro caso de sucesso global da China, estando no centro da rivalidade sino-americana em torno do comércio e tecnologia.

29 Jul 2021

Covid-19 | Tóquio regista recorde de 3.865 novos casos num dia

Tóquio registou 3.865 casos do coronavírus SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas, um novo recorde pelo terceiro dia consecutivo e praticamente o dobro em relação à semana anterior, quando decorrem na capital japonesa os Jogos Olímpicos.

“Nunca tivemos uma expansão das infeções dessa magnitude”, disse o porta-voz do Governo, Katsunobu Kato, aos jornalistas. Kato disse que os novos casos estão a aumentar não apenas na área de Tóquio, mas em todo o país.

Tóquio relatou hoje 3.865 novos casos, diante de 3.177 de quarta-feira e o dobro dos números da semana anterior, estabelecendo um recorde histórico desde o início da pandemia.

O aumento de novos casos do SARS-CoV-2 na capital deve-se principalmente à disseminação de novas e mais contagiosas variantes, como o Delta, e atinge principalmente pessoas com menos de 60 anos, grupo que apresenta a taxa de vacinação mais baixa.

As autoridades japonesas destacam que o surgimento do vírus nada tem a ver com os Jogos, que acontecem dentro de fortes restrições de movimento para todos os participantes, e anunciaram que planeiam estender o atual estado de emergência sanitária em Tóquio para as regiões vizinhas.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, disse hoje que os Jogos Olímpicos até “ajudam as pessoas a ficar em casa para assistir na televisão” e novamente pediu aos cidadãos da capital que evitem viagens que não sejam estritamente necessárias.

Tóquio está a viver o seu quarto estado de emergência desde 12 de julho, antes das Olimpíadas, que começaram na sexta-feira passada, apesar da ampla oposição do público e da preocupação de que os Jogos possam piorar o surto.

Alguns especialistas, porém, falam de um “efeito olímpico” que faria com que os cidadãos saíssem mais de casa e se reunissem com familiares e amigos para assistir às competições em meio ao clima de comemoração.

Por enquanto, não foi detetado contágio relacionado com os milhares de atletas estrangeiros que vieram para o Japão.

O médico especialista Shigeru Omi, que chefia o painel que assessora o Governo no combate à pandemia, citou entre os fatores do aumento da transmissão do coronavírus “as pessoas já estarem acostumadas com a covid-19”, estar-se numa época do ano em que coincidiu as férias escolares, as festas familiares e os Jogos Olímpicos.

“O maior problema é que a sensação de perigo não é compartilhada por toda a sociedade. Se ainda não houver consciência, a disseminação do vírus vai acelerar e em breve colocará uma pressão maior no sistema de saúde”, alertou Omi.

O especialista apelou ainda a “tomar mais medidas” para reduzir o contacto entre os cidadãos e destacou que o Governo e a comissão organizadora dos Jogos “têm a responsabilidade de fazer todo o possível para evitar o colapso do sistema de saúde”.

O Comité Organizador dos Jogos Olímpicos, por sua vez, anunciou hoje 24 novas infeções de pessoas envolvidas nos Jogos, incluindo três atletas. Até o momento, 193 positivos pelo novo coronavírus foram detetados em pessoas que participam dos Jogos, dos quais 20 afetam atletas.

29 Jul 2021

Autoridades chinesas alertam para “clima extremo” em Agosto

As autoridades chinesas alertaram hoje que algumas áreas do país vão continuar a ser afetadas por eventos de “clima extremo”, ao longo do mês de Agosto, informou o jornal oficial em língua inglesa China Daily.

Na China, as enchentes já afetaram cerca de 35 milhões de pessoas este ano. O saldo de mortos ou desaparecidos fixou-se, até à data, em 146, e cerca de 72.000 casas desabaram, enquanto as perdas económicas ascenderam a 123 mil milhões de yuans.

Em Julho e Agosto a China sofre frequentemente inundações e, embora a precipitação média nacional tenha sido 1,1% menor desde o início desta época, em relação ao ano passado, algumas partes do país foram fortemente afetadas por chuvas torrenciais nas últimas semanas.

Os casos mais graves ocorreram na província central de Henan, onde o número de mortos ascendeu a 73. Entre os dias 17 e 22 deste mês, 39 cidades da região registaram chuvas que ultrapassaram a média anual.

Zhou Xuewen, vice-ministro da Gestão de Emergências, disse que o país deve melhorar o seu sistema de previsão do tempo e pediu às autoridades locais que testem os sistemas de resposta a emergências para “garantir que são eficazes”.

Desde 17 de julho passado, as autoridades realocaram cerca de 1,6 milhão de pessoas afetadas pelo clima.

O norte e o sul do país vão registar fortes chuvas antes da chegada de agosto e, entre meados e o final desse mês, fenómenos semelhantes ocorrerão na região de Pequim e nos seus arredores, e nas províncias da Mongólia Interior (norte) e Heilongjiang, Jilin e Liaoning (nordeste).

29 Jul 2021

Covid-19 | Milhares de estrangeiros abandonam Indonésia

Milhares de estrangeiros abandonaram a Indonésia nas últimas semanas, indicam os registos do aeroporto hoje divulgados, aparentemente impulsionados por uma violenta vaga da pandemia de covid-19 e uma escassez generalizada de vacinas, que foram primeiro administradas aos grupos prioritários.

A Indonésia tem agora o maior número de casos diários na Ásia, depois de as infeções e as mortes terem aumentado drasticamente no mês passado e o surto gigantesco na Índia ter abrandado.

As infeções atingiram o ponto mais alto em meados de julho, com a média diária mais elevada registada de mais de 50.000 novos casos num dia. Até meados de junho, o número diário de casos era cerca de 8.000.

Desde o início deste mês, quase 19.000 cidadãos estrangeiros deixaram o país pelo Aeroporto Internacional Sokarno-Hatta, situado na capital, Jacarta.

O êxodo aumentou significativamente só nos últimos três dias, que correspondem a quase metade de todas as partidas individuais este mês, indicou o responsável da autoridade da imigração no aeroporto, Sam Fernando.

O embaixador do Japão na Indonésia, Kenji Kanasugi, declarou que a dificuldade de arranjar vacinas para os cidadãos estrangeiros levou alguns cidadãos japoneses a dirigirem-se ao seu país natal para serem vacinados.

Os cidadãos japoneses e chineses somaram o maior número de partidas, com 2.962 e 2.219 pessoas respectivamente, seguidos de 1.6161 cidadãos sul-coreanos. Os números do aeroporto mostram ainda a partida de 1.425 norte-americanos, bem como de 842 franceses, 705 russos, 700 britânicos, 615 alemães e 546 sauditas.

Inicialmente, só representantes de países estrangeiros e de organizações internacionais sem fins lucrativos podiam ter acesso ao programa de vacinação gratuita do Governo indonésio, até que, no mês passado, este foi alargado às pessoas a partir dos 60 anos, aos professores e funcionários educativos.

Mesmo assim, reportagens televisivas mostraram cidadãos estrangeiros a queixar-se das dificuldades que estavam a enfrentar para serem vacinados.

Um porta-voz da ‘Task Force’ Nacional COVID-19, Wiku Adisasmito, disse hoje que o fornecimento limitado de vacinas permanece um desafio e expressou a esperança de que mais 45 milhões de doses com chegada prevista para agosto melhorem a situação

Com 270 milhões de habitantes, a Indonésia garantiu pelo menos 151,8 milhões de doses de vacinas até ao final de julho. A grande maioria das doses – 126,5 milhões – é da farmacêutica chinesa Sinovac.

O número diário de mortes no país continuou a ultrapassar as mil nas últimas duas semanas. O sistema de saúde está com dificuldades em lidar com a situação, e mesmo os doentes que têm a sorte de conseguir uma cama num hospital não têm oxigénio garantido.

Vários países anunciaram novas proibições ou restrições para viajantes procedentes da Indonésia, incluindo as vizinhas Singapura e Filipinas.

A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, Omã, Taiwan e Hong Kong estão entre os países e territórios que colocaram a Indonésia na sua lista de proibição de viagens. No total, a Indonésia registou até agora mais de 3,1 milhões de casos e 84.766 mortos – números que se pensa serem muito inferiores aos reais, devido a testagem reduzida e medidas de diagnóstico insuficientes.

28 Jul 2021

Covid-19 | Hospitais de Banguecoque lotados devido a forte surto da doença

A pressão sobre os hospitais de Banguecoque encontra-se num momento crítico com uma ocupação de 100% de doentes com covid-19 verificando-se um aumento preocupante do número de contágios, anunciaram as autoridades.

De acordo com os dados dos Serviços Médicos, publicados no sábado, encontram-se ocupadas todas as 36.977 camas para doentes com covid-19 nos centros públicos e privados, hospitais de campanha e equipamentos hoteleiros adaptados da capital tailandesa.

O hospital público de Rachapiphat instalou dezenas de camas para doentes afetados pelo SARS-CoV-2 no parque de estacionamento do edifício. A escassez de camas coincide com o número de pedidos de ajuda de familiares de pessoas infetadas e que têm de aguardar em casa disponibilidade nos hospitais.

Apisamai Srirangsan, porta-voz da agência para a gestão da pandemia, disse que cinco pessoas foram encontradas sem vida nas casas onde viviam depois de terem pedido ajuda médica. As autoridades da capital começaram também a transportar as pessoas que testaram positivo para as cidades de origem.

Um comboio com mais de uma centena de pacientes acompanhados de equipas médicas e material hospitalar deixou hoje Banguecoque em direção ao noroeste do país.

O comboio vai deixar doentes infetados com SARS CoV-2 em sete províncias onde devem ser assistidos pelos hospitais locais.

O vice-primeiro-ministro Anutin Charnvirakul disse hoje que autocarros, carrinhas e aviões podem vir a ser requisitados para o transporte de doentes para as províncias de origem.

Inicialmente a Tailândia conseguiu conter as vagas da pandemia mas nos últimos meses os surtos aumentaram.

O governo do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha enfrenta neste momento fortes críticas por causa da gestão do surto da variante delta da doença.

Entretanto, o governador de Banguecoque, Aswin Kwanmuang disse que as autoridades locais vão coordenar com a companhia estatal de caminhos-de-ferro a instalação de um centro de campanha perto da estação de Bang Sue onde os doentes devem aguardar o transporte.

Alguns templos budistas anunciaram que vão proceder a cremações de forma gratuita, em todo o país, devido ao aumento do número de mortes.

Na segunda-feira, o ministro da Indústria Suriya Jungrungreangkit, disse que o país dispõe de oxigénio sanitário para enfrentar “a pior vaga de contágios e de óbitos” desde o início da crise.

A Tailândia – o primeiro país a detetar o novo coronavírus fora da República Popular da China, em janeiro de 2020 – registava hoje 14.150 novos casos e mais 118 mortes.

No total morreram 4.264 de covid-19 e registam-se 526.828 contágios desde o princípio da crise sanitária.

A capital da Tailândia e outras 12 províncias encontram-se sob confinamento parcial com recolher obrigatório noturno, encerramento de restaurantes e locais de lazer.

Os encontros e reuniões estão limitados a um máximo de cinco pessoas. A campanha de vacinação, que começou em fevereiro, avança com atrasos estando neste momento apenas 5% da população inoculada com o composto completo.

28 Jul 2021

Myanmar | Junta militar anula resultados eleitorais de Novembro

A junta militar de Myanmar anulou os resultados das eleições de 08 de Novembro, ganhas pelo partido da Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, alegando que 11,3 milhões de votos eram fraudulentos.

As alegadas irregularidades, rejeitadas pelos observadores internacionais presentes nas urnas, são a principal razão apresentada pelo exército para justificar o golpe militar de 01 de fevereiro em Myanmar (antiga Birmânia).

“Verificámos que as eleições não foram justas nem livres, os resultados das eleições gerais de 08 de novembro são anulados”, disse o chefe da comissão eleitoral formada após o golpe, Thein Soe, citado hoje pelo diário pró-governamental The Global New Light of Myanmar.

O órgão eleitoral acusou também o partido Liga Nacional para a Democracia (NLD), liderado por Suu Kyi e no poder desde 2015, de abusar da posição para ganhar vantagem sobre outros partidos políticos.

“A NLD abusou do poder administrativo e das regras e regulamentos anti-covid-19 nas atividades eleitorais, incluindo a campanha de outros partidos e representantes da legislatura, com o objetivo de confiscar poderes estatais”, disse o representante da Comissão Eleitoral.

A Rede Asiática para Eleições Livres (Asian Network for Free Elections, ANFREL), que enviou 24 observadores durante as eleições, afirmou no relatório final que os resultados nas urnas, onde foram expressos mais de 27,5 milhões de votos e que deram a vitória à NLD, “são uma ampla representação da vontade do povo birmanês” e sublinhou não ter encontrado provas de manipulação.

Soe tinha anteriormente apelado para a ilegalização e dissolução da NLD por alegadamente orquestrar fraudes eleitorais maciças. Pediu também que todos os líderes, incluindo Suu Kyi, fossem julgados por alta traição.

Após a tomada do poder, a junta militar liderada pelo general Min Aung Hlaing comprometeu-se a realizar eleições, sem fixar uma data possível.

Suu Kyi está detida desde o início do golpe e os militares lançaram vários julgamentos contra a líder com base numa variedade de acusações, incluindo corrupção, violação da Lei dos Segredos Oficiais e violação das regras anti-covid-19.

Quase seis meses após a revolta militar, a junta não conseguiu ganhar o controlo de todo o país, apesar da repressão dos dissidentes. Pelo menos 934 pessoas foram mortas na violência desencadeada pelas autoridades, de acordo com a Associação para a Assistência aos Presos Políticos.

A sangrenta resposta do regime não conseguiu deter o movimento de oposição popular maciço, cujos ataques indefinidos estão a colocar a junta em xeque. Alguns opositores pegaram em armas contra o exército e várias guerrilhas étnicas abriram frentes de batalha por todo o país.

27 Jul 2021

Primeiro condenado em Hong Kong ao abrigo da lei de segurança nacional

A primeira pessoa a ser julgada ao abrigo da lei de segurança nacional de Hong Kong foi hoje considerada culpada de secessão e terrorismo pelo Alto Tribunal da região.

Tong Ying-kit, de 24 anos, foi considerado culpado de ambas as acusações por um painel de três juízes, ao considerar que o réu empunhava uma bandeira com uma palavra de ordem “capaz de incitar outros a cometer um ato de secessão” e era, portanto, ilegal.

O antigo empregado de mesa tinha sido acusado de conduzir uma motocicleta contra um grupo de agentes da polícia, em 1 de Julho do ano passado.

Tong, cujo julgamento terminou em 20 de Julho, levava uma bandeira na qual se podia ler: “Libertar Hong Kong, revolução do nosso tempo”. Mais de 100 pessoas foram detidas ao abrigo desta lei, que prevê penas de prisão perpétua para casos de secessão, subversão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras.

27 Jul 2021

Coreias retomam comunicação telefónica interrompida há mais de um ano

As duas Coreias retomaram hoje a comunicação telefónica 13 meses depois de ter sido cortada unilateralmente pelo Norte em protesto contra o envio de propaganda antirregime por ativistas do Sul.

Os dois vizinhos, tecnicamente ainda em guerra desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), decidiram retomar os contactos telefónicos a partir das 10:00, disse, em comunicado, o porta-voz da Presidência da Coreia do Sul, Park Soo-hyun.

O Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, trocaram cartas, várias vezes desde abril, para discutir o restabelecimento das relações intercoreanas”, de acordo com a mesma nota.

O comunicado acrescentou que “os dois também concordaram em restabelecer a confiança mútua entre as duas Coreias o mais rapidamente possível e fazer novos progressos na relação bilateral”.

A agência noticiosa estatal da Coreia do Norte, a KCNA, também divulgou o restabelecimento das comunicações e da correspondência entre os líderes dos dois países.

A KCNA indicou que “toda a nação coreana deseja ver a relação Norte-Sul recuperar dos reveses e da estagnação” e que o reinício das trocas “terá efeitos positivos na melhoria e no desenvolvimento das relações Norte-Sul”.

Em 09 de junho do ano passado, Pyongyang suspendeu as comunicações telefónicas com o Sul, argumentando que Seul não tinha feito o suficiente para impedir o envio de balões de propaganda a partir do seu território.

Pouco depois, Pyongyang destruiu o edifício do gabinete de ligação intercoreano local e bloqueou o diálogo entre os dois países, retomado em 2018, menos de um ano depois de Moon se ter tornado Presidente na Coreia do Sul.

O restabelecimento da comunicação surgiu depois de o regime de Pyongyang ter passado mais de um ano em extremo isolamento a tentar combater a pandemia da covid-19 e de ter admitido recentemente uma “crise alimentar”, agravada pela onda de calor que atingiu a península coreana nas duas últimas semanas.

27 Jul 2021

Covid-19 | Surto na cidade de Nanjing agrava-se com 31 novos casos

A cidade de Nanjing identificou 31 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. Estas infecções elevam o total de casos em Nanjing, no leste do país, para mais de 90, nos últimos dias.

Nanjing lançou uma campanha de testes e colocou sob confinamento dezenas de milhares de pessoas. A China tem utilizado esta estratégia para conter surtos na fase inicial, o que permitiu uma contenção efetiva do vírus.

O programa de vacinação também avançou rapidamente, com 1,55 mil milhões de doses foram administradas até domingo em todo o país, que conta 1,4 mil milhões de habitantes, indicou a Comissão de Saúde da China.

As autoridades indicaram que atualmente existem 795 casos ativos de covid-19 no país, que registou 4.636 mortes causadas pela doença.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.163.235 mortos em todo o mundo, entre mais de 194,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

27 Jul 2021

Diplomacia | Pequim culpa Washington por “impasse” nas relações bilaterais

A China culpou ontem os Estados Unidos pelo que designou “de impasse” nas relações bilaterais, durante um encontro entre diplomatas dos dois países, na cidade chinesa de Tianjin

 

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Xie Feng, pediu aos EUA que “mudem a sua mentalidade altamente equivocada e política perigosa”, indicou um comunicado difundido pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O relacionamento entre a China e os EUA atravessa um impasse porque alguns norte-americanos retratam o país asiático como um “inimigo imaginário”, acrescentou Xie, durante o encontro com a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman.

A diplomata dos EUA está na China para debater o tenso relacionamento entre os dois países, em reuniões separadas, com Xie, que é responsável pelas relações com os EUA, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.
Sherman é a representante governamental norte-americana de mais alto nível a visitar a China desde que o Presidente Joe Biden assumiu o cargo, há seis meses.

As relações entre as duas potências deterioraram-se rapidamente nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica e diferendos em questões de direitos humanos.

Este fim-de-semana, Wang Yi acusou os EUA de agirem com uma postura de superioridade e de usarem a força para pressionar outros países.

“A China nunca aceitaria que outro país alegasse ser superior aos outros”, disse, numa entrevista ao canal de televisão Phoenix Television. “Se os EUA não aprenderem a tratar os outros países da mesma forma, a China e a comunidade internacional têm a responsabilidade de ajudar os EUA a aprender como fazê-lo”, descreveu.

O histórico antes de Roma

Funcionários da Administração de Joe Biden disseram que as discussões desta semana não visam questões específicas, mas antes manter abertos canais de comunicação de alto nível. Os EUA querem garantir que existem barreiras de protecção para evitar que a competição entre os dois países resulte em conflito, disseram.

Uma reunião entre Biden e o Presidente chinês, Xi Jinping, deve fazer parte da agenda, à margem da cimeira do G-20, em Roma, no final de Outubro.

Sherman, que chegou na noite de domingo da Mongólia, apresentou “condolências (em nome dos Estados Unidos) para aqueles que perderam familiares”, durante as fortes tempestades e inundações, que mataram, na semana passada, pelo menos 63 pessoas, na província de Henan, centro da China.

A reunião segue um encontro tenso, realizado em Março passado no Alasca, entre Wang, o veterano diplomata chinês Yang Jiechi e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan. John Kerry, enviado especial do Governo Biden para o clima, esteve também em Xangai, para reuniões com o homólogo chinês, em Abril passado.

27 Jul 2021

Presidente das Filipinas reconhece dificuldades da sua cruzada anti-droga

O Presidente das Filipinas reconheceu ontem, no seu último discurso sobre o estado da nação, que a guerra anti-droga se revelou mais difícil do que esperava quando prometeu, em 2016, acabar com o problema em meio ano.

“Quando no início eu disse que acabaria com as drogas em seis meses, pensei que seria como em Davao”, disse Rodrigo Duterte, referindo-se à cidade onde, como presidente da câmara, se destacou na luta contra o crime pela dureza das suas medidas.

Duterte, que termina o mandato em junho de 2022, reafirmou a validade da estratégia antidroga e enviou um “recado” ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, que abriu uma investigação contra o Presidente filipino por alegados crimes contra a Humanidade na cruzada contra as drogas.

“O TPI pode gravá-lo: aqueles que destroem o meu país, eu mato-vos. E aqueles que destroem a juventude do meu país, eu mato-vos. Acabarei convosco porque amo o meu país. Poderíamos fazê-lo legalmente, mas levaria meses e anos”, disse Duterte, cuja cruzada terá custado a vida a milhares de pessoas.

Em 14 de junho, a procuradoria do TPI solicitou autorização judicial para investigar a guerra contra as drogas promovida por Rodrigo Duterte, por alegados crimes contra a Humanidade.

Os juízes do TPI vão investigar as acusações de que “oficiais da polícia nacional filipina, e outros que agiram em conjunto com eles, matando ilegalmente vários milhares, senão dezenas de milhares de civis”, anunciou então a procuradora Fatou Bensouda.

No pedido de investigação, de 57 páginas, a procuradoria diz ter havido “execuções extrajudiciais” no país que “parecem ter sido cometidas de acordo com uma política estatal oficial do governo filipino”. Nas últimas semanas, muitos analistas têm afirmado que Duterte, 76 anos, poderá concorrer como vice-presidente da filha Sara nas eleições de 2022, para assim evitar responder num eventual processo do TPI em Haia.

No discurso à nação, Duterte minimizou os rumores e elogiou o senador Vicente Sotto como candidato a vice-presidente. “Ele é um bom homem. pode tornar-se um bom vice-presidente”, afirmou.

O último ano e meio do mandato de Duterte foi ensombrado pela crise da covid-19, que provocou mais de 27 mil mortos no país, em mais de 1,5 milhões de infetados, e que ameaça ganhar novamente ímpeto com o aparecimento da variante delta e o medo de vacinas entre uma grande parte dos 110 milhões de filipinos.

26 Jul 2021

Tufão atinge Xangai afectando ligações aéreas e terrestres

Um tufão que atingiu Xangai, a “capital” económica da China, na madrugada de hoje, inundou estradas e áreas baixas e obrigou a retirada de 500 mil pessoas, nas segundas enchentes na China no espaço de uma semana.

Ligações aéreas e por comboio foram canceladas e muitos escritórios foram encerrados. Jardins de infância, parques e a marginal neoclássica de Xangai, a zona do “Bund”, também fecharam.

Quase 500.000 pessoas foram retiradas das zonas onde viviam na cidade e colocadas em abrigos e outras foram avisadas para não saírem de casa.

As autoridades locais disseram que os ventos derrubaram cerca de 30.000 árvores, 268 painéis publicitários e placas de lojas. Cortes de energia afetaram 110.000 residências.

O sistema de metro em Xangai foi parcialmente suspenso para evitar possíveis inundações.

O tufão In-fa centrou-se a cerca de 60 quilómetros a sudoeste de Xangai, com ventos sustentados de cerca de 100 quilómetros por hora e atingiu primeiro a província de Zhejiang, a sul de Xangai.

Em Zhejiang, mais de 1,5 milhão de pessoas foram transferidas para locais seguros, de acordo com o governo local.

O governo da província alertou sobre possíveis derrocadas em 23 distritos e condados. Um alerta menos severo foi emitido na província vizinha de Jiangsu, onde cerca de 10.000 pessoas foram evacuadas para um local seguro.

Nenhuma morte ou ferimento foi relatado, embora as perdas para a agricultura devam ser pesadas. No centro da China, o trabalho de resgate continuava e fornecimentos foram enviados para a cidade de Zhengzhou, após enchentes que mataram pelo menos 63 pessoas, incluindo 12 que ficaram encurralados no metro da cidade.

26 Jul 2021

Surto de covid-19 na cidade de Nanjing agrava-se com 38 novos casos

Os novos casos de covid-19 continuaram a aumentar na cidade de Nanjing, no leste da China, com mais 38 infeções diagnosticadas nas últimas 24 horas, disseram hoje as autoridades. A capital da província de Jiangsu registou mais de 60 casos, nos últimos dias.

Dezenas de milhares de pessoas foram colocadas em quarentena e as autoridades estão a testar a população, repetindo a estratégia que tem sido efetiva para suprimir o novo coronavírus no país.

Outro caso de transmissão local foi relatado na cidade vizinha de Suqian e outro na província de Liaoning, no nordeste do país. Ambos estão ligados ao surto de Nanjing, indicou a Comissão de Saúde da China.

Outros 36 casos importados foram relatados, metade deles na província de Yunnan, perto da fronteira com Myanmar, que enfrenta um grave surto. Existem actualmente 741 casos ativos no país. O número de mortos permanece nos 4.636.

26 Jul 2021

Tóquio 2020 | Mais de metade da região de Tóquio assistiu à cerimónia de abertura

Mais de metade das famílias residentes na área metropolitana de Tóquio, na ordem de 56%, assistiram pela televisão à Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, apesar de uma forte oposição à realização do evento.

De acordo com os dados, foi a segunda maior audiência na região para uma Cerimónia de Abertura dos Jogos, que decorrem à porta fechada devido à pandemia de covid-19, e foi superada apenas pela organização de Tóquio em 1964.

A empresa de audiências Video Research Ltd indica que 56,4% das famílias na ‘Grande Tóquio’ assistiram em direto à cerimónia, na qual a tenista Naomi Osaka acendeu a pira olímpica e o imperador Naruhito declarou abertos os Jogos.

A Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio1964 foi, na ocasião, acompanhada na televisão por 61,2% das famílias na região da capital japonesa, e, ainda em comparação, a cerimónia do Rio2016 por 23,6%, de Londres2012 por 24,9% e de Pequim2008 por 37,3%.

A sondagem foi efetuada junto de 2.700 famílias da região Canto, que incluiu Tóquio e mais seis prefeituras, mas as audiências a nível nacional deverão ser divulgadas ainda hoje.

26 Jul 2021

Diplomacia | Pequim quer “ensinar” EUA a tratar países como iguais

O ministro das Relações Exteriores da China disse que Pequim “tem a responsabilidade de trabalhar com a comunidade internacional para ensinar uma lição aos Estados Unidos” sobre como se relacionar com outros países como iguais

 

“Se os Estados Unidos não aprenderam a tratar outros países em pé de igualdade, temos a responsabilidade de trabalhar com a comunidade internacional para ensinar uma lição aos Estados Unidos”, assumiu Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, num comunicado publicado na noite de sábado na página oficial da internet do ministério.

Segundo a agência de notícias espanhola EFE, a posição de Wang surge um dia antes da chegada, à cidade de Tianjin, no nordeste da China, da vice-secretária de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Wendy Sherman, num momento em que as relações entre os dois países atravessam uma fase de tensões.

“Os Estados Unidos querem pressionar sempre os outros países com a sua própria força, pensando que são superiores. No entanto, quero dizer claramente aos EUA que nunca houve um país superior neste mundo, nem deveria haver, e a China não aceitará que nenhum país se considere superior”, afirmou o ministro chinês.

Canais abertos

A vice-secretária de Estado dos EUA chegou ontem a Tianjin, onde tem encontros previstos com o vice-ministro das Relações Exteriores, Xie Feng, responsável pelas relações EUA-China, e, provavelmente, com Wang.

A “número dois” do Departamento de Estado norte-americano, Wendy Sherman, vai encontrar-se com diplomatas chineses, naquela que é a visita de maior destaque à China desde que Joe Biden chegou à Casa Branca, em janeiro.

“Todas as dimensões do relacionamento estarão sobre a mesa, nessas reuniões”, disse no sábado um alto funcionário dos Estados Unidos, numa conferência de imprensa telefónica.

“Os Estados Unidos acolhem bem a competição dura e constante com a China (…) mas queremos garantir que há barreiras de contenção e regras para administrar o relacionamento com responsabilidade”, acrescentou a mesma fonte.

O principal objectivo de Washington é repetir, em privado, as várias queixas sobre Pequim que tem feito publicamente nos últimos meses.

“O objectivo não é negociar sobre questões específicas, mas manter os canais de comunicação abertos ao mais alto nível. A nossa filosofia é que não devemos evitar tópicos difíceis apenas para sermos simpáticos”, disse o porta-voz da Casa Branca na mesma conferência de imprensa.

Esse funcionário também minimizou as sanções recentemente impostas por Pequim a seis cidadãos norte-americanos.

Entre os cidadãos sancionados está o ex-secretário do Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, que enquanto ocupou aquele cargo expandiu a lista de empresas chinesas que não podem negociar com empresas dos EUA sem uma licença prévia, incluindo as gigantes chinesas das telecomunicações Huawei e ZTE.

Também são visados Carolyn Bartholomew, presidente da Comissão de Monotorização de Segurança e Economia entre os EUA e China, Adam King, do Instituto Republicano Internacional, Sophie Richardson, directora da organização não governamental ‘Human Rights Watch’ e ainda Conselho Democrático de Hong Kong para a China, com sede em Washington.

26 Jul 2021

China confirma visita de vice-secretária de Estado norte-americana

A vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, vai visitar a cidade de Tianjin, no nordeste da China, nos dias 25 e 26 de julho, onde reunirá com diplomatas chineses, confirmou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Em comunicado, o Ministério detalhou que Sherman vai reunir com o responsável pelas relações entre os Estados Unidos e a China da diplomacia chinesa, Xie Feng, e posteriormente com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.

Segundo a mesma fonte, a diplomacia chinesa vai deixar claro aos Estados Unidos os seus “princípios de desenvolvimento das relações” entre os dois países, com uma “atitude firme para proteger a sua soberania” e exigir que os Estados Unidos “parem de se intrometer nos assuntos internos da China”.

O Departamento de Estado dos EUA já anunciado, na quarta-feira, a visita, que visa, segundo o comunicado, “manter conversas sinceras” com a China e “administrar com responsabilidade” a relação entre as duas potências.

O encontro entre Sherman e Xie é o primeiro presencial entre emissários de alto nível dos Estados Unidos e da China após a cimeira realizada em março passado, no Alasca, na qual o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o chefe das relações externas do Partido Comunista Chinês, Yang Jiechi, protagonizaram uma tensa discussão.

Esta semana, os dois países trocaram acusações sobre ciberataques. As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se, nos últimos anos, devido a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos na questão dos direitos humanos ou sobre o estatuto de Hong Kong e Taiwan e a soberania do Mar do Sul da China.

23 Jul 2021

Covid-19 | Índia rejeita estudo que aponta para 10 vezes mais óbitos que os dados oficiais

As autoridades indianas rejeitaram ontem as conclusões de um estudo que refere que o número real de mortes por covid-19 seja dez vezes maior do que os dados oficiais.

Segundo um estudo, divulgado na terça-feira e publicado por Arvind Subramanian, antigo conselheiro económico do governo indiano, e dois investigadores do Centro para o Desenvolvimento Global e da Universidade de Harvard, o excesso de mortes – a diferença entre os óbitos registados e os que seriam esperados em circunstâncias normais – ronde entre três e 4,7 milhões entre janeiro de 2020 e junho de 2021.

Para o Ministério da Saúde indiano, o relatório “assume que todos os números de excesso de mortalidade são mortes por covid-19, o que não é baseado em fatos e é totalmente falacioso”.

A Índia, que calculou sempre a baixa mortalidade de cerca de 1,5% causada pela covid-19 em comparação com outras nações afetadas, questiona os métodos de cálculo do CDG.

“A extrapolação das mortes foi feita na audaz suposição de que a probabilidade de que uma pessoa infetada morra é a mesma em todos os países, descartando a interação de fatores diretos e indiretos, como raça, etnia, constituição genómica, níveis de exposição associados a outras doenças e imunidade desenvolvida por essa população”, criticou.

Porém, o Ministério da Saúde não deu detalhes sobre as causas que poderiam ter causado o excesso de mortes.

O estudo recorreu a três métodos de cálculo: dados do sistema de registo civil, que regista nascimentos e mortes em sete estados, testes de sangue que mostram a prevalência do vírus na Índia, juntamente com as taxas globais de mortalidade devido à covid-19, e um inquérito económico a perto de 900.000 pessoas, realizado três vezes por ano.

A Índia é o segundo país do mundo com mais casos de covid-19, depois dos EUA, contabilizando mais de 31 milhões de infeções desde o início da pandemia, de acordo com o último balanço da Universidade norte-americana Johns Hopkins.

23 Jul 2021

Autores de livros infantis detidos em Hong Kong por alegada sedição

Cinco membros de um sindicato de terapeutas da fala de Hong Kong foram detidos, acusados de sedição, por uma série de livros infantis sobre uma aldeia de ovelhas que resiste aos lobos, disse hoje a polícia.

As detenções foram efetuadas pela unidade de polícia responsável pela aplicação da lei da segurança nacional. De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), as autoridades acusam três mulheres e dois homens, com idades entre os 25 e 28 anos, de “conspirar para publicar, distribuir, mostrar ou copiar publicações sediciosas”.

Segundo as autoridades, o grupo procurou “incitar o ódio do público, especialmente das crianças pequenas, contra o Governo e o poder judicial de Hong Kong, e encorajar a violência e as ações ilegais”, escreveu a polícia, em comunicado.

Os cinco detidos fazem parte do Sindicato Geral de Terapeutas da Fala de Hong Kong, disse fonte policial à AFP. A polícia disse ainda que congelou 160.000 dólares de Hong Kong.

O sindicato publicou nos últimos meses três livros eletrónicos ilustrados, com o objetivo de explicar o movimento pró-democracia às crianças, descrevendo os militantes como ovelhas que vivem numa aldeia rodeada de lobos.

O primeiro livro, intitulado “Os protetores da Aldeia das Ovelhas”, explica a enorme mobilização popular em Hong Kong, em 2019, contra uma lei de extradição que permitiria que suspeitos de crimes fossem enviados para a China para enfrentar acusações.

O segundo, “Os Guardiões da Aldeia das Ovelhas”, conta a história de uma greve lançada pelo pessoal de limpeza da aldeia para protestar contra os lobos, que deixam resíduos por todo o lado.

Na introdução, explica-se que se trata de uma referência à greve que o pessoal médico de Hong Kong iniciou em 2020 para exigir o encerramento das fronteiras com a China continental, a fim de proteger o território, no início da pandemia.

A última obra, “Os 12 corajosos da Aldeia das Ovelhas”, sobre um grupo que foge de barco, para escapar aos lobos, é uma referência clara aos 12 ativistas pró-democracia, incluindo o luso-chinês Tsz Lun Kok, detidos em agosto de 2020, quando a lancha em que seguiam com destino a Taiwan, onde procuravam asilo, foi interceptada pela guarda costeira chinesa.

22 Jul 2021

Tribunal de Hong Kong nega liberdade sob caução a editores do extinto jornal Apple Daily

O Tribunal de Kowloon Ocidental, em Hong Kong, recusou hoje libertar sob caução quatro ex-editores do extinto jornal Apple Daily, crítico de Pequim, acusados de violar a lei da segurança nacional, informou a cadeia pública de televisão RTHK.

Trata-se do editor associado Chan Pui-Man, do responsável da secção em inglês do diário, Fung Wai-kong, do ex-diretor-executivo Lam Man-chung, detido na quarta-feira, e do editor Yeung Ching-kei, todos acusados de conluio com forças estrangeiras, alegadamente por pedirem sanções contra dirigentes de Pequim e de Hong Kong.

Para este tipo de crime, a lei da segurança nacional prevê penas que podem ir até à prisão perpétua. Segundo a agência de notícias Efe, os quatro estão acusados por factos que remontam ao período entre julho de 2020 e abril de 2021.

O juiz Victor So rejeitou o pedido de libertação apresentado pelos advogados de defesa, afirmando que não há elementos que permitam concluir que os quatro “não voltarão a cometer mais atos que ponham em risco a segurança nacional”. A audiência foi adiada até 30 de setembro.

Conhecido pelas críticas ao Governo chinês e ao Executivo local, o diário foi obrigado a encerrar em 24 de junho, após 26 anos de existência, depois da detenção de vários funcionários e do congelamento dos bens do grupo de comunicação a que pertencia.

Em 17 de junho, mais de 500 polícias invadiram as instalações do jornal, numa operação que resultou na detenção de cinco responsáveis e no congelamento de bens no valor de 18 milhões de dólares de Hong Kong de três empresas ligadas ao Apple Daily.

Fundado em 1995, o Apple Daily foi um firme apoiante do movimento pró-democracia e dos protestos antigovernamentais que abalaram o território em 2019. O proprietário do diário, o magnata Jimmy Lai, cumpre atualmente uma pena de vários meses de prisão pela participação nas manifestações, e enfrenta ainda acusações por “conluio com forças estrangeiras”. Cerca de mil empregados do grupo de comunicação detido por Lai perderam o emprego, incluindo 700 jornalistas.

22 Jul 2021