Hoje Macau China / ÁsiaIrão | Pequenas concentrações assinalam morte de Mahsa Amini O aniversário da morte da jovem curda Mahsa Amini foi assinalado, no sábado, por pequenas e dispersas concentrações no Irão, onde o regime impôs fortes restrições de segurança. Segundo relata a agência espanhola EFE, nos vídeos publicados nas redes sociais por activistas iranianos ouvem-se gritos de “morte ao ditador” – em referência ao líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei – e o lema dos protestos “mulher, vida, liberdade”. Num desses vídeos, em Teerão, capital iraniana, duas mulheres sem véu sobem a uma plataforma, apoiadas por buzinas de carros. Os protestos aconteceram apesar da forte mobilização policial nas ruas. Fez no sábado um ano que Mahsa Amini morreu, depois de ter sido detida pela polícia de costumes iraniana por não estar a usar o véu islâmico, episódio que desencadeou inéditas manifestações cívicas contra o regime teocrático de Teerão, que reprimiu violentamente os protestos. A data foi assinalada em cidades como Teerão, Mashad e Rasht e em especial no território do Curdistão, de onde Mahsa era originária. No sábado, as autoridades impediram que a família da jovem celebrasse uma cerimónia no cemitério onde está enterrada, depois de terem detido temporariamente o seu pai. Na cidade de Nurabad, na província ocidental de Fars, dois homens numa moto atiraram contra as forças de segurança que se saldou na morte de um membro da ‘basiji’, a milícia islâmica mobilizada para impedir protestos. Os autores do ataque, que causou ainda três feridos, conseguiram fugir sem serem identificados, segundo a agênca oficial iraniana Fars. Este episódio e os protestos que se realizaram em várias cidades, ainda que tímidos, são as mais significativas expressões do descontentamento social desde Maio, quando três manifestantes foram executados pelo regime. Os protestos que se seguiram à morte de Mahsa Amini levaram milhares de manifestantes às ruas do Irão, exigindo o fim do regime, com um saldo de 500 mortos e milhares de detidos. Avisos e ameaças Nas últimas semanas, as autoridades iranianas intensificaram os avisos e as medidas repressivas numa tentativa de evitarem que o primeiro aniversário da morte de Amini se convertesse em novas manifestações. As autoridades iranianas comunicaram ontem a detenção, em três províncias do país, de várias pessoas que pretendiam “provocar o caos” e colaborar com “meios de comunicação hostis”, mas não adiantaram o número exacto. Amini foi detida pela polícia de costumes iraniana a 13 de Setembro de 2022, por alegado uso indevido do ‘hijab’, o véu islâmico, tendo surgido morta três dias depois, quando ainda estava sob custódia policial. Apesar da visibilidade dos protestos e da atenção internacional, o movimento cívico ainda não conseguiu ameaçar os alicerces do regime teocrático liderado pelo ayatollah Ali Khamenei.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Recuperação com aumento da actividade fabril e consumo Depois do abrandamento dos últimos meses, a economia chinesa ganhou uma nova dinâmica em Agosto à conta do aumento da produção fabril e da maior confiança dos consumidores A actividade nas fábricas da China acelerou e as vendas no sector retalhista aumentaram em Agosto, segundo dados divulgados na sexta-feira, sugerindo que a economia chinesa pode estar a ganhar fôlego, após ter abrandado nos últimos meses. Os números revelaram, no entanto, que a debilidade contínua no sector imobiliário, numa altura em que várias construtoras chinesas enfrentam uma grave crise de liquidez. O investimento em imóveis caiu 8,8 por cento, em Agosto, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Para aliviar a carga sobre os bancos, o Banco do Povo da China (banco central) anunciou na quinta-feira um corte de 0,25 por cento nas reservas obrigatórias para a maioria dos credores. Isto liberta mais dinheiro para empréstimos, “visando consolidar as bases para a recuperação económica e manter uma liquidez razoável e suficiente”, afirmou o banco central. O Gabinete Nacional de Estatística do país informou na sexta-feira que as vendas no sector retalhista aumentaram 4,6 por cento, em Agosto, em termos homólogos, após terem crescido apenas 2,2 por cento, em Julho. As vendas de automóveis subiram 5,1 por cento. Os consumidores tornaram-se mais cautelosos em relação aos gastos no ano passado, mesmo após a China ter abolido a política de ‘zero casos’ de covid-19, que abalou a actividade económica do país. A produção industrial cresceu 4,5 por cento, após ter subido 3,7 por cento em Julho. Foi a taxa mais rápida desde Abril. “No geral, em Agosto, os principais indicadores melhoraram marginalmente, a economia nacional recuperou, o desenvolvimento de alta qualidade avançou solidamente e os fatores positivos acumularam-se”, disse Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatística, em conferência de imprensa. Fu acrescentou que “ainda existem muitos factores externos de instabilidade e incerteza” e que a procura interna continua fraca, pelo que a “base para a recuperação económica ainda precisa de ser consolidada”. “As tendências em Agosto foram um pouco melhores do que o esperado”, disse Julian Evans-Pritchard, da consultora Capital Economics, num relatório. “O apoio fiscal reforçou o investimento, mas o verdadeiro ponto positivo foi uma recuperação saudável dos gastos dos consumidores, sugerindo que as famílias podem estar a tornar-se um pouco menos cautelosas”, disse. Jovens desempregados A economia da China expandiu 0,8 por cento nos três meses terminados em Junho, em comparação com o trimestre anterior, e abaixo dos 2,2 por cento registados entre Janeiro e Março. Isto equivale a uma taxa anual de 3,2 por cento, o que estaria entre o ritmo mais fraco em décadas. Cerca de um em cada cinco jovens trabalhadores está desempregado, um valor recorde, aumentando as pressões sobre os gastos dos consumidores. A recessão no mercado imobiliário, que se espalha por muitos outros sectores para além da construção e dos materiais, também pesou na recuperação da China.
Hoje Macau China / ÁsiaUE/Eléctricos| Pequim adverte para impacto de investigação sobre subsídios A questão dos veículos eléctricos, levantada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é mais uma pedra no caminho das relações entre a China e a o velho continente. Pequim avisa que a investigação em curso vai ter consequências negativas O Governo chinês alertou ontem para o “impacto negativo” nas relações China – União Europeia suscitado pela investigação lançada sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes chineses de veículos eléctricos, que as autoridades na Europa consideram gerar concorrência desleal. Esta medida, “tomada em nome da ‘concorrência leal’”, é “abertamente proteccionista” e “vai ter um impacto negativo nas relações económicas e comerciais entre a China e a União Europeia”, advertiu um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quarta-feira a abertura de uma investigação sobre os subsídios que a China concede aos seus fabricantes de veículos eléctricos, cujos preços são “artificialmente baixos”, devido a estes apoios públicos, o que causa prejuízos às empresas europeias. “Os mercados mundiais estão inundados de veículos eléctricos chineses mais baratos e o seu preço é mantido artificialmente baixo graças a enormes subsídios estatais”, explicou Von der Leyen, num discurso sobre o Estado da União. O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, responsável pelo comércio, anunciou no mesmo dia que se deslocará à China na próxima semana para discutir a questão dos subsídios atribuídos aos veículos eléctricos. Nos últimos meses, a França, em particular, tem vindo a defender uma Europa mais assertiva face às práticas da China. Outros Estados-membros da União Europeia, incluindo a Alemanha, cuja indústria automóvel tem na China o seu principal mercado, estão preocupados em estragar a relação com Pequim. As empresas europeias “são frequentemente batidas no preço por concorrentes que beneficiam de enormes subsídios públicos. Não podemos esquecer-nos o quanto a nossa indústria de painéis solares sofreu com as práticas comerciais desleais da China”, afirmou o Presidente da Comissão Europeia. A diplomacia chinesa frisou que a vantagem competitiva do país foi “obtida através de trabalho árduo” e é “resultado de inovação tecnológica ininterrupta”. Explosão de vendas As exportações de veículos eléctricos pela China mais do que duplicaram (+110 por cento), entre Janeiro e Agosto, segundo dados da Associação de Fabricantes de Automóveis da China (CAAM) difundidos na quarta-feira. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros eléctricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. Cinco das dez marcas de veículos eléctricos mais vendidas no mundo são agora chinesas. A maior é a BYD, que fica apenas atrás da norte-americana Tesla. O domínio chinês alarga-se também à indústria de baterias. As chinesas CATL e BYD são os maiores fabricantes mundiais. Pequim mantém ainda forte controlo no acesso a matérias-primas essenciais, incluindo terras raras. Ainda desconhecidas da maioria do público europeu, as marcas chinesas estiveram presentes em grande número no Salão Automóvel de Munique, na Alemanha, no início deste mês. As fabricantes de automóveis chinesas têm vindo a travar uma guerra de preços nos últimos meses, numa altura em que os chineses estão a reduzir as suas despesas, devido ao abrandamento da economia do país, colocando ainda mais pressão sobre as marcas europeias.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Confirmada visita de cardeal Matteo Zuppi a Pequim O Governo chinês confirmou ontem que o cardeal Matteo Zuppi, encarregado pelo Papa Francisco de promover a paz na Ucrânia, “vai visitar em breve” o país asiático. A Santa Sé anunciou na terça-feira que o cardeal estaria na China entre quarta e sexta-feira. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que o representante do Governo chinês para os Assuntos Eurasiáticos, Li Hui, vai reunir-se com Zuppi, embora não tenha dado mais pormenores sobre a agenda do representante papal. Li visitou a Ucrânia em Maio, onde afirmou que “todas as partes têm de criar condições para acabar com a guerra” e “iniciar conversações de paz”. Mao disse que a China “sempre esteve empenhada em promover a paz” e que está “disposta a desempenhar um papel construtivo” no desanuviamento das tensões. De acordo com o Vaticano, a visita de Zuppi “constitui um novo passo na desejada missão do Papa de apoiar medidas humanitárias e procurar caminhos que possam conduzir a uma paz justa”. Em Maio passado, o Papa Francisco criou uma missão de paz para procurar iniciativas que “contribuam para reduzir as tensões no conflito na Ucrânia” e confiou-a a Zuppi, um conhecido mediador e também arcebispo da cidade italiana de Bolonha. Nos últimos meses, Zuppi deslocou-se à Ucrânia para se encontrar com o Presidente ucraniano, Volodymir Zelenski, e depois voou para Moscovo, onde foi recebido pelo presidente da Federação Russa para os assuntos de política externa, Yuri Ushakov. A China e a Cidade do Vaticano não têm relações diplomáticas oficiais e existem disputas sobre a nomeação de bispos no país asiático.
Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Xi Jinping eleva relação para nível máximo no protocolo O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou ontem a elevação da relação entre a China e a Venezuela para o mais alto nível protocolar, durante uma reunião em Pequim com o homólogo venezuelano, Nicolás Maduro. “Estou muito satisfeito por anunciar a elevação das relações entre a China e a Venezuela para o nível de parceria estratégica nos ‘momentos bons e maus’”, disse Xi Jinping, citado pela televisão estatal CCTV. Este é o mais alto nível das relações com a diplomacia chinesa. Apenas alguns países, incluindo Paquistão, Rússia ou Bielorrússia, têm direito a este tratamento. Xi recebeu Maduro com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar, no Grande Palácio do Povo, o edifício monumental contíguo à Praça Tiananmen. Pequim é a quarta paragem de Maduro, na deslocação de sete dias à China, após visitar as cidades Shenzhen e Xangai e a província de Shandong, de onde partiu num comboio de alta velocidade para a capital chinesa. O governante, que já visitou a China cinco vezes desde que ascendeu ao poder – a última em 2018 -, vai permanecer no país asiático até quinta-feira. A China tem sido um parceiro estratégico da Venezuela e esta visita visa reforçar ainda mais a cooperação em vários domínios, nomeadamente económico, tecnológico e diplomático, segundo uma porta-voz do Governo chinês. Pequim mantém relações próximas com o Presidente venezuelano, que se encontra isolado na cena internacional. A China é um dos principais credores da Venezuela, cujo PIB afundou 80 por cento, nos últimos dez anos, devido a uma grave crise económica. Crítico feroz dos Estados Unidos, Nicolás Maduro elogiou a China como um país “sem um império hegemónico que chantageia, domina e ataca os povos do mundo”.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Japão | Pyongyang lança dois mísseis balísticos A Coreia do Norte lançou ontem dois mísseis balísticos que caíram no Mar do Japão, numa altura em que o líder Kim Jong-un está na Rússia para um encontro com o Presidente Vladimir Putin. A Guarda Costeira do Japão, citando o Ministério da Defesa de Tóquio, disse que se tratou de dois mísseis balísticos e pediu aos navios ao redor da costa japonesa que tomem cuidado com a queda de objectos. O porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, disse aos jornalistas que os mísseis “parecem ter caído fora da zona económica exclusiva do Japão”, acrescentando que os detalhes do lançamento estão a ser analisados. Também o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que os mísseis foram disparados “entre as 11:43 e 11:53”, a partir de uma área em Sunan, onde fica o aeroporto internacional da capital norte-coreana, Pyongyang. “As nossas forças armadas reforçaram a sua vigilância em antecipação a outros lançamentos, ao mesmo tempo que permanecem prontas para intervir em estreita colaboração com os Estados Unidos”, indicaram os militares sul-coreanos Apertos de mão O lançamento acontece numa altura em que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está na Rússia para um encontro com o Presidente russo Vladimir Putin. As agências de notícias oficiais russas avançaram ontem que Putin e Kim já se encontraram, com um aperto de mão, na base espacial de Vostochny, na região de Amur, no extremo leste da Rússia. Kim chegou à estação ferroviária de Vostochny vindo da Coreia do Norte no seu comboio especial blindado, de onde foi transportado para a base espacial numa limusine. De acordo com a imprensa oficial russa, Putin recebeu o líder da Coreia do Norte, dizendo estar “muito feliz” com o encontro, enquanto Kim agradeceu o convite para visitar a Rússia, “apesar de [Putin] estar ocupado”. Os dois líderes irão primeiro visitar a base espacial e depois conversar, durante cerca de três horas, sobre “relações comerciais” e “assuntos internacionais”, no segundo encontro bilateral desde 2019, avançou a imprensa estatal russa. Na comitiva de Kim seguem os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, bem como altos funcionários militares, tais como o diretor do Departamento Industrial de Munições e também o Secretário para a Ciência e Educação do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, ligado ao programa espacial norte-coreano. O Kremlin afirmou que a cooperação bilateral ou os laços comerciais estarão na agenda do encontro entre Kim e Putin, bem como “questões sensíveis” que não serão partilhadas publicamente, o que é interpretado como uma confirmação de que os dois líderes irão discutir intercâmbios militares. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Lim Soo-suk, disse que Seul está em comunicação com a Rússia enquanto acompanha de perto a visita de Kim. “Nenhum Estado-membro da ONU deveria violar as sanções do Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte, ao envolver-se em comércio ilegal de armas, e certamente não deve envolver-se numa cooperação militar com a Coreia do Norte que mina a paz e a estabilidade da comunidade internacional”, disse Lim, numa conferência de imprensa.
Hoje Macau China / ÁsiaMoscovo | Wang Yi reúne com Lavrov na próxima semana O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, vai deslocar-se a Moscovo no dia 18 de Setembro para se reunir com o homólogo russo, Sergei Lavrov, anunciou ontem a Rússia. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zajarova, indicou que durante a reunião “será abordado um vasto leque de questões relativas à cooperação bilateral”, num anúncio feito quando decorre a visita à Rússia do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un. “Será dada atenção à questão do fortalecimento das interações na esfera internacional, com ênfase no trabalho conjunto nas Nações Unidas, nos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, na Organização de Cooperação de Xangai (OCS), o G20, o Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) e outros fóruns”, explicou. Da mesma forma, enfatizou que Lavrov e Wang manterão uma “troca detalhada de pontos de vista” sobre a guerra na Ucrânia, incluindo a possibilidade de um acordo de paz, e formas de garantir a estabilidade e a segurança na região Ásia-Pacífico, conforme relatado pela agência de notícias russa Interfax. A China apresentou em Fevereiro um plano de paz para a Ucrânia, composto por doze propostas, num dos seus esforços para alcançar uma solução política para a invasão russa, desencadeada em Fevereiro de 2022 por ordem do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Hoje Macau China / ÁsiaChinesa Huaxin passa a liderar Cimentos de Moçambique A chinesa Huaxin, que opera 300 filiais em 10 países, vai passar a liderar a empresa Cimentos de Moçambique, segundo informação do negócio de compra publicado pela Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC) moçambicana. De acordo com a deliberação de não oposição da ARC à concentração de actividade em causa está a aquisição pela Huaxin Cement, através de uma subsidiária (grupo Huaxin Hong Kong), de 100 por cento das participações detidas pela espanhola InterCement Company, que por sua vez detém participações em empresas sul-africanas e moçambicanas, incluindo, através da Natal Portland Cement (NPC), 95,74 por cento da Cimentos de Moçambique. A Cimentos de Moçambique tem como actividade o fabrico e venda de cimento e detém 100 por cento do capital social das empresas Cimentos de Nacala e Cimebetão Moçambique, além de 3 por cento na Sociedade de Desenvolvimento do Corredor de Maputo (concessionária do transporte e logística no sul do país). Segundo a deliberação da ARC, que não refere valores envolvidos no negócio, a Huaxin Hong Kong é uma subsidiária integralmente detida pela Huaxin, por sua vez constituída na China e com 300 filiais em mais de 10 províncias e cidades chinesas e noutros nove países: Tajiquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Camboja, Nepal, Tanzânia, Zâmbia, Malaui e Omã. O grupo actua nos mercados de fabrico e venda de cimento. “A Huaxin dedica-se igualmente à fabricação de agregados e betão, actividades de gestão de resíduos, e possui o seu próprio equipamento de pré/coprocessamento de cimentos e resíduos com tecnologia própria”, refere a ARC, acrescentando que o grupo chinês tem ainda experiência no fabrico de sacos de cimento, tijolos, argamassa e produção de betão de desempenho “ultraelevado”, sendo o “primeiro e o principal promotor na China”. Novas oportunidades De acordo com a ARC, Moçambique conta actualmente com 16 fábricas de cimento, sendo três do período anterior à independência, da Cimentos de Moçambique, com uma capacidade de produção global instalada de 7.689.500 toneladas por ano. Dessas, nove funcionam na província de Maputo. No parecer sobre este negócio, a Direcção Nacional de Indústria refere que a materialização de um novo projecto de investimento na Cimentos de Moçambique, em Nacala, “vai possibilitar o surgimento de novos postos de trabalho, a disponibilidade de clínquer, importante matéria-prima para a produção de cimento”, bem como a “redução da dependência externa, resultando assim no aumento da poupança de divisas”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim adverte que compra de armas vai empurrar a ilha “para o limiar da guerra” O governo chinês volta a alertar as autoridades de Taiwan de que qualquer caminho rumo à independência está condenado ao fracasso e só poderá ter consequências desastrosas para o povo da ilha A China advertiu ontem o partido no poder em Taiwan que a compra de armamento aos Estados Unidos “só vai empurrar” a ilha “para o limiar da guerra” e “trazer desastres” ao povo do território. A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo), Chen Binhua, denunciou numa conferência de imprensa que, desde que o Partido Democrático Progressista (DPP) chegou ao poder, em 2016, o orçamento e as despesas de armamento da ilha aumentaram todos os anos. Segundo a porta-voz, que citou artigos de imprensa, entre 2020 e 2022, Taiwan foi o principal comprador de armas dos Estados Unidos e o orçamento de Defesa do território para o próximo ano vai ser o dobro do que era há oito anos. “Avisamos solenemente as autoridades do DPP que qualquer tentativa de alcançar independência pela força não alterará o nosso firme compromisso de resolver a questão de Taiwan e de conseguir a reunificação completa da China”, disse Chen. A porta-voz acrescentou que qualquer tentativa desse género “será inútil à luz da formidável força [da China] na salvaguarda da sua soberania e integridade territorial”. No mês passado, o governo da ilha propôs aumentar os gastos com a defesa em 3,5 por cento, para atingir 606,8 mil milhões de dólares taiwaneses (17,41 mil milhões de euros) ou cerca de 2,5 por cento do PIB (produto interno bruto) de Taiwan, em 2024. Seria o maior orçamento de Defesa de sempre do território. Face à escalada das tensões com a China, o serviço militar obrigatório foi também alargado de quatro meses para um ano, em Março passado. Jogo territorial A China tem enviado navios de guerra, bombardeiros, aviões de combate e aviões de apoio para o espaço aéreo perto de Taiwan quase diariamente, na esperança de esgotar os limitados recursos de defesa da ilha e reduzir o apoio à líder pró-independência do território, Tsai Ing-wen. Taiwan vai realizar eleições presidenciais no próximo ano.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Putin e Kim Jong-un vão debater “questões sensíveis” O Presidente da Rússia e o líder da Coreia do Norte vão debater “questões sensíveis” que não serão divulgadas, importantes para “os interesses” dos dois países, informou ontem o Kremlin. “Como é óbvio, sendo vizinhos, os nossos países também cooperam em áreas sensíveis, que não devem ser objecto de qualquer divulgação ou anúncio público. Mas isto é bastante natural para Estados vizinhos”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos meios de comunicação social locais a partir de Vladivostok, no extremo oriente russo. Peskov indicou que as conversações entre Vladimir Putin e Kim Jong-un vão incluir questões relacionadas com as relações bilaterais e a cooperação, os laços comerciais e económicos e os intercâmbios culturais, bem como os assuntos internacionais e regionais, mas também as “questões sensíveis”. “Para nós, o importante são os interesses dos nossos dois países e não os avisos de Washington”, afirmou, num comentário aos avisos dos EUA sobre a cooperação técnico-militar entre os dois países, de acordo com a agência de notícias russa Interfax. Na semana passada, o diário norte-americano The New York Times noticiou que Putin estaria interessado em comprar artilharia e mísseis antitanques norte-coreanos, possivelmente para Moscovo usar na Ucrânia. Em troca, Pyongyang gostaria de receber tecnologia de satélites ou submarinos nucleares, e ajuda alimentar. Já em Vladivostok, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russos, Andrei Rudenko, afirmou que a questão do fornecimento de ajuda humanitária à Coreia do Norte poderá ser um dos temas a abordar entre Putin e Kim. Peskov acrescentou que a Rússia também está disposta a prosseguir as conversações sobre as sanções ocidentais a Pyongyang, se “os camaradas” norte-coreanos quiserem abordar esta questão. Cara a cara Sem avançar o dia e o local onde decorrerá o encontro, o segundo desde Abril de 2019, o porta-voz do Kremlin acrescentou que haverá negociações entre as duas delegações que acompanham os dois líderes, “uma comunicação” entre Putin e Kim e um jantar oficial em honra do líder norte-coreano. “Não estão previstas conferências de imprensa”, disse. O comboio de Kim atravessou a fronteira com a Rússia na manhã de terça-feira, de acordo com o Ministério da Defesa Nacional sul-coreano e a televisão estatal russa. De acordo com fotografias publicadas pelos meios de comunicação norte-coreanos, Kim está acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Choe Son-hui, e da Defesa, Kang Sun-nam, e por representantes militares, incluindo o director do Departamento de Munições Industriais, Jo Chun-ryong, e Pak Thae-song, secretário para a Ciência e a Educação do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, ligado ao programa espacial norte-coreano.
Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Maduro em Pequim na quarta paragem de visita oficial O líder venezuelano chegou ontem a Pequim depois de passagens por Shenzhen e Xangai e pela província de Shandong. Na capital chinesa, deverá reunir com o Presidente chinês Xi Jinping O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou ontem a Pequim, quarta paragem de uma visita de sete dias à China, após visitar as cidades Shenzhen e Xangai e a província de Shandong, informou a televisão estatal. O governante, que já visitou a China cinco vezes – a última em 2018 -, vai permanecer no país asiático até ao dia 14. Nenhum dos dois países divulgou a agenda da visita, mas Maduro deve reunir na capital chinesa com o Presidente da China, Xi Jinping. Na segunda-feira, Maduro disse, em Shandong, que está a procurar fechar negócios entre empresas públicas e privadas do seu país e daquela província do nordeste da China. Em Xangai, Maduro reuniu com a ex -Presidente do Brasil Dilma Rousseff, que lidera actualmente o Novo Banco de Desenvolvimento, fundado pelo bloco de economias emergentes BRICS, visando financiar o desenvolvimento de infraestruturais no país em desenvolvimento. Maduro destacou a importância da relação entre a Venezuela e os BRICS e sublinhou que o bloco e o banco de desenvolvimento têm na Venezuela “um parceiro, um aliado e um amigo”. A visita do líder venezuelano à China ilustra o fortalecimento das relações entre os dois países. A China tem sido um parceiro estratégico da Venezuela e esta visita visa reforçar ainda mais a cooperação em vários domínios, nomeadamente económico, tecnológico e diplomático, segundo uma porta-voz do Governo chinês. Laços reforçados A chegada de Maduro foi precedida pela visita da vice-presidente executiva do país latino-americano, Delcy Rodríguez, que reuniu na quinta-feira passada com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, para analisar questões bilaterais e impulsionar acordos económicos e comerciais entre as duas nações. As relações entre a Venezuela e a China estreitaram-se durante a era do falecido Presidente Hugo Chávez (1999-2013) e continuaram a ser reforçadas nos últimos anos sob o governo de Maduro.
Hoje Macau China / ÁsiaG20 | Biden define como “não hostil” reunião com PM chinês O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse no domingo que teve uma reunião “não hostil” com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à margem da cimeira do G20, em Nova Deli, na Índia. Numa conferência de imprensa em Hanói, capital do Vietname, Joe Biden revelou que se encontrou com Li Qiang na cimeira do G20, referindo que os dois conversaram sobre a “conferência em geral” e as oportunidades para o chamado “Sul Global”. Até então, não se sabia que o Presidente dos Estados Unidos se tinha encontrado com o primeiro-ministro da China. Um dos seus conselheiros de política externa, Jon Finer, disse no próprio dia não ter informação sobre conversas entre Joe Biden e Li Qiang. O G20 esteve reunido no fim de semana numa cimeira em Nova Deli, capital da Índia. O G20 reúne as 19 economias mais desenvolvidas ou emergentes e a União Europeia. A União Africana passou a fazer parte do grupo desde sábado, não tendo sido ainda mencionada a alteração do nome para G21. Em declarações aos jornalistas, em Hanói, o Presidente dos Estados Unidos considerou que a situação económica da China torna menos provável a invasão de Taiwan. Durante a conferência de imprensa, Biden foi questionado sobre o abrandamento do crescimento económico da China e se este poderia levar o governo chinês a agir de forma mais agressiva em relação a Taiwan, chegando mesmo ao ponto de invadir a ilha. “Não creio que isso faça com que a China invada Taiwan, pelo contrário”, respondeu o Presidente dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaSingapura | Nove feridos após incêndio no motor de avião da Air China Nove passageiros ficaram feridos depois de um incêndio no motor de um avião da Air China, no domingo, ter lançado fumo para a cabina do aparelho, que aterrou em Singapura, de acordo com o aeroporto da cidade-estado. O Airbus A320, com 146 passageiros e nove tripulantes, fez uma aterragem de emergência por volta das 16:15 de domingo, informou o Aeroporto de Changi numa declaração na rede social Facebook. O voo tinha partido de Chengdu, capital da província chinesa de Sichuan. Nove pessoas sofreram ferimentos ligeiros relacionados com a inalação de fumo e escoriações durante a evacuação do aparelho, segundo a mesma nota. O piloto declarou a emergência após ter detectado fumo no porão de carga dianteiro e num lavatório. O fumo ofuscou as luzes do avião e as assistentes de bordo pediram aos passageiros para manterem a calma e permanecerem sentados, depois de alguns se terem levantado, notou um passageiro a meios de comunicação chineses. O incêndio no motor esquerdo foi extinto após a aterragem do avião, de acordo com a imprensa chinesa. Uma investigação preliminar indicou que a causa foi uma falha mecânica no motor, informou a Air China num comunicado publicado ontem nas redes sociais.
Hoje Macau China / ÁsiaPM chinês pede que China e Reino Unido lidem adequadamente com divergências O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse no domingo que a China e Reino Unido devem lidar adequadamente com as divergências, respeitar os interesses centrais e as principais preocupações um do outro. Tanto a China quanto o Reino Unido são grandes economias mundiais, intimamente ligadas economicamente, disse Li ao reunir com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, à margem da cimeira do G20, indica o Diário do Povo. Ambos os lados devem esforçar-se para trazer mais benefícios um para o outro e para o mundo com laços estáveis e mutuamente benéficos China-Reino Unido, disse Li, acrescentando que a China está pronta para trabalhar com o Reino Unido para aderir ao respeito mútuo, tratarem-se como iguais, ver o desenvolvimento um do outro objectivamente, melhorar a compreensão mútua e a confiança e promover o desenvolvimento estável e de longo prazo das relações China-Reino Unido. Os dois lados devem aderir à cooperação aberta, defender e expandir os interesses comuns, disse o primeiro-ministro chinês, observando que ambos os países são defensores, praticantes e beneficiários do livre comércio, e os dois lados devem opor-se conjuntamente à mistura de comércio e cooperação económica com política e segurança, promover a construção de uma economia mundial aberta, defender o sistema de comércio multilateral com a Organização Mundial do Comércio no seu núcleo e garantir a estabilidade e o fluxo suave das cadeias industriais e de suprimentos globais. Os dois lados devem lidar adequadamente com as diferenças, manter o espírito de inclusão e aprendizado mútuo e respeitar os interesses centrais e as principais preocupações um do outro, disse Li, citado pelo Diário do Povo. O responsável afirmou ainda que a China dá as boas-vindas ao Reino Unido para continuar a expandir a cooperação prática com a China e está disposta a aprofundar a cooperação com o país em áreas como comércio, investimento, desenvolvimento verde, intercâmbios culturais e interpessoais e ciência e tecnologia, de modo a apoiar e promover conjuntamente o desenvolvimento sustentável global. Por outro lado Sunak, por sua vez, disse que o Reino Unido respeita a história e a cultura da China e atribui importância ao papel significativo da China no sistema internacional. O Reino Unido, disse, está disposto a conduzir diálogos construtivos e francos com a China, fortalecer a cooperação prática em áreas como economia e comércio e ciência e tecnologia, lidar adequadamente com as diferenças, enfrentar conjuntamente as mudanças climáticas e outros desafios globais e construir relações estáveis e mutuamente benéficas Reino Unido-China.
Hoje Macau China / ÁsiaEuropa | Li Qiang descarta conflito de interesses O primeiro-ministro chinês recusa a ideia de que haja um conflito de interesses entre o velho continente e o gigante asiático, preferindo enfatizar as boas relações sino-europeias que contribuem para a estabilidade global e a prosperidade do continente euro-asiático Situadas nos extremos opostos da Eurásia, não há conflito geopolítico entre a China e a Europa, muito menos um conflito de interesses fundamental, disse no domingo o primeiro-ministro chinês, Li Qiang. A China está pronta para trabalhar com a Europa para promover o desenvolvimento sólido e constante da relação bilateral, afirmou Li, ao reunir-se com o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, à margem da cimeira do G20. Como a China e a Europa são duas forças, mercados e civilizações importantes no mundo, as relações sino-europeias influenciam a estabilidade global e a prosperidade do continente euro-asiático, avaliou Li, citado pelo Diário do Povo. O governante acrescentou ainda que a China espera ver uma Europa próspera e estável e está pronta para trabalhar com o lado europeu para permanecer comprometida com a sua parceria, fortalecer ainda mais o diálogo e os intercâmbios, aprofundar a cooperação de benefício mútuo e lidar adequadamente com questões sensíveis, para promover o desenvolvimento sustentado, saudável e estável das relações China-Europa e injectar estabilidade e energia positiva neste mundo turbulento. Li destacou que ambos os lados devem fortalecer a orientação estratégica. Como este ano marca o 20º aniversário da parceria estratégica abrangente China-UE, o primeiro-ministro chinês espera presidir a nova ronda da cimeira China-UE em conjunto com Michel e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Bem comum O desenvolvimento da China é uma oportunidade, não um risco para a Europa e ambos os lados devem continuar a abrir-se e a cooperar para benefício mútuo, assinalou o primeiro-ministro. Não importa se agora ou no futuro, Li prometeu que a China é e continuará a ser um amigo e parceiro confiável da Europa. O país está disposto a trabalhar com a Europa para melhorar o diálogo e a negociação, discutir o estabelecimento de mecanismos relevantes para promover a confiabilidade e a estabilidade das relações económicas e comerciais bilaterais, exaltou, dando boas-vindas a mais empresas europeias que queiram investir e operar na China. Michel, por seu lado, ressaltou que a UE está disposta a ser uma amiga e parceira sincera, confiável e construtiva da China. Uma China próspera é boa para a UE e para o mundo em geral, e a UE não tem intenção de conter o desenvolvimento chinês, garantiu Michel. A UE mantém-se fiel ao princípio de Uma Só China e está disposta a trabalhar com o país para realizar uma cimeira UE-China bem-sucedida, aprofundar o diálogo e a cooperação em vários domínios e enfrentar conjuntamente desafios globais como mudança climática, saúde pública, segurança e estabilidade.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Joe Biden de visita ao país para reforçar laços O reforço dos laços económicos e tecnológicos com o Vietname está no topo das prioridades da visita do Presidente norte-americano, Joe Biden, em plena disputa de influência com a China na região do Indo-Pacífico. Joe Biden chegou ontem ao Vietname, depois de participar na reunião dos líderes do G20 em Nova Deli, na Índia, que marcada pela ausência do seu homólogo chinês, Xi Jinping (ver Grande Plano). Num momento de tensões crescentes com Pequim, o líder norte-americano assinará um acordo de parceria estratégica com o Vietname, disseram fontes com conhecimento do acordo ao jornal Politico, sob condição de anonimato. O acordo permitirá uma nova colaboração bilateral que impulsionará os esforços do Vietname para desenvolver o seu sector de alta tecnologia em áreas que incluem a produção de semicondutores e inteligência artificial. Ambos os campos são áreas de competição entre os Estados Unidos e a China. Segundo analistas, o estabelecimento desta parceria estratégica dará aos Estados Unidos um estatuto diplomático que o Vietname reservou a poucos países, como China, Rússia, Índia e Coreia do Sul. “Se os Estados Unidos estiverem no mesmo pedestal que a China, isso significa muito para Pequim, mas também para o resto da região e do mundo. Isso significa que a relação EUA-Vietname percorreu um longo caminho desde 1995”, quando os dois países estabeleceram relações diplomáticas, disse Derek Grossman, analista de Defesa do ‘think tank’ Rand Corporation e ex-oficial da inteligência, ao jornal Washington Post. Marcar posição Se, por um lado, o acordo serve como um contrapeso dos Estados Unidos face ao crescente poder económico, diplomático e militar da China na região, por outro lado, “serve a propósitos simbólicos e substantivos” do Vietname, disse Le Hong Hiep, membro da instituição de investigação Yusof Ishak Institute, com sede em Singapura. “Isto é o Vietname a garantir que pode equilibrar as duas potências [China e Estados Unidos] e manter a sua própria autonomia”, avaliou Gregory Poling, director do programa do Sudeste Asiático no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, citado pelo Washington Post. O acordo entre os Estados Unidos e o Vietname coincide ainda com um aumento da tensão entre Hanói e Pequim devido a disputas territoriais de longa data no Mar do Sul da China. Contudo, apesar de o acordo ajudar a aumentar a influência norte-americana na região Indo-Pacífico, Biden pode esperar acusações de hipocrisia por defender uma política externa baseada em valores, ao mesmo tempo que reforça laços com um Estado repressivo e autoritário de partido único como o Vietname. “A situação dos Direitos Humanos no Vietname tem vindo a piorar, e não a melhorar. Há definitivamente pessoas por aí que ficarão chocadas com este acordo, que verão isto como uma forma ‘realpolitik’ de fazer as coisas contra a China, ignorando ao mesmo tempo a situação agravada dos Direitos Humanos no Vietname”, observou Grossman.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Nicolás Maduro quer ajuda para inclusão da Venezuela Maduro, que está na China até quinta-feira, releva o facto de a Venezuela possuir as maiores reservas de petróleo do mundo para integrar o grupo dos BRICS, que diz ser “o motor da esperança” mundial O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu o apoio da China para que o país seja incluído no grupo de economias emergentes BRICS, que descreveu como “o grande motor da esperança para um mundo diferente”. Numa entrevista à agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Maduro propôs à China três acções para aprofundar a relação com a América Latina e as Caraíbas, entre as quais destacou o “fortalecimento dos BRICS” através da adesão da Venezuela. Na entrevista, transmitida no sábado pelo canal estatal venezuelano VTV, o chefe de Estado sublinhou as contribuições que a nação poderia dar ao BRICS, por ser o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, além de outros minerais importantes. A Venezuela é um dos 23 países que manifestaram formalmente interesse em aderir ao BRICS, fundado em 2010 pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Numa cimeira realizada no mês passado, os fundadores concordaram em expandir o bloco com a entrada da Argentina, Arábia Saudita, Egipto, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irão. Maduro defendeu ainda o reforço da relação entre a China e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), assim como a expansão do “grupo de defesa da Carta das Nações Unidas para uma reforma da ONU”. Por outro lado, o Presidente venezuelano disse ser necessário para a China continuar a aumentar os seus investimentos na América Latina e nas Caraíbas para fortalecer as relações com a região. Acordos em Pequim Maduro, que esteve no país asiático em 2018, iniciou na sexta-feira uma visita oficial à China, que se prolongará até 14 de Setembro. Também na sexta-feira, o Governo venezuelano anunciou que ambas as nações assinaram um acordo sobre a “cooperação, desenvolvimento e modernização de zonas económicas especiais”. A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, tinha iniciado na terça-feira uma viagem a Pequim, que incluiu um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, na quinta-feira. No âmbito da visita, foi assinado um acordo entre o Centro de Oceanografia por Satélite da China, a Agência Bolivariana de Actividades Espaciais e o Instituto Venezuelano de Investigação Científica, para desenvolver investigação na área ambiental e criar “respostas eficazes” às alterações climáticas. Como parte da agenda, Rodriguez reuniu-se com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do grupo BRICS, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, para explorar opções de cooperação económica. Pequim é um dos principais credores da Venezuela, cujo produto interno bruto (PIB) diminuiu 80 por cento em 10 anos devido à crise económica. As relações entre Venezuela e China, consolidadas durante o mandato do falecido Presidente Hugo Chávez (1999-2013), foram reforçadas nos últimos anos durante o Governo de Maduro, num contexto de crescente isolamento internacional da nação sul-americana.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Tóquio lança foguete com sonda para primeira alunagem japonesa Um foguetão que transporta a sonda lunar SLIM, com a qual o Japão pretende realizar a primeira alunagem do país, descolou ontem, após três adiamentos desde o final de Agosto devido a condições climáticas desfavoráveis. De acordo com a transmissão ao vivo do lançamento, o 47.º foguetão H2A, operado pela Mitsubishi Heavy Industries, deslocou conforme previsto, às 08h42, de uma base em Tanegashima, no sudoeste do país. A sonda lunar SLIM separou-se com sucesso do foguete H2A, com 53 metros de comprimento e quatro de diâmetro, cerca de 45 minutos após a descolagem, provocando uma explosão de alegria e aplausos no centro de controlo. A sonda, apelidada de ‘Moon Sniper’ (Atirador Lunar), deverá entrar na órbita do satélite natural da Terra daqui a cerca de três ou quatro meses e deverá pousar dentro de seis meses. A JAXA pretende pousar a SLIM a um máximo de 100 metros do alvo, para evitar encostas íngremes e terrenos irregulares, até porque as zonas adequadas para explorar as regiões polares da Lua “estão limitadas a uma área muito pequena”. Se conseguir pousar na Lua, o Japão será o quinto país a fazê-lo, e os dados obtidos serão utilizados no projecto internacional norte-americano Artemis, que visa o pouso de astronautas na Lua e, em última instância, a exploração de Marte. A descolagem do H2A foi acompanhada ao vivo por mais de 35 mil pessoas na plataforma YouTube, sinal do entusiasmo gerado por esta dupla missão. O H2A transportou também um novo satélite de observação espacial de raios X, denominado XRISM, colocada em órbita ao redor da Terra, 13 minutos após o lançamento, para investigar a evolução do universo e do espaço-tempo. O satélite irá explorar os ventos dos gases de plasma que sopram através das galáxias, um vestígio do nascimento e morte de estrelas. O estudo dos raios X emitidos por este gás pode ajudar a traçar um mapa de como se foi espalhando pelo universo.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Agência de ‘boys band’ admite abusos sexuais a menores durante décadas A presidente de uma agência de talentos japonesa, especializada em bandas masculinas, admitiu ontem, pela primeira vez, décadas de abusos sexuais de jovens artistas pelo seu tio e antecessor na liderança da Johnny & Associates. Numa conferência de imprensa, Julie Keiko Fujishima anunciou a demissão e “pediu profundas desculpas às vítimas, pessoas afectadas e fãs”. A demissão surge uma semana depois de uma investigação interna ter confirmado abusos sexuais “repetidos e continuados” cometidos durante décadas por Johnny Kitagawa, cujo número exacto é desconhecido. O relatório, baseado em entrevistas com 41 supostas vítimas e executivos de agências, recomendou a demissão de Fujishima, que sucedeu a Kitagawa em 2019, argumentando que ela sabia há muito tempo das acusações, mas “não investigou”. Fujishima será substituída na presidência por Noriyuki Higashiyama, antigo membro do grupo musical Shonentai, actor e apresentador de televisão há muito representado pela agência Johnny’s, que também pediu desculpas publicamente às vítimas. “As vítimas e as suas famílias sofreram física e mentalmente durante muito tempo. Quero enfrentar esta situação e tenho a firme intenção de lidar com esta questão com sinceridade e com todo o meu esforço”, disse Higashiyama, na conferência de imprensa. Tanto a anterior presidente como o novo líder não falaram sobre que procedimentos possam ser introduzidos para proteger os artistas ou se será prestada compensação financeira ou apoio psicológico às vítimas. Desde 1988 que vinham sendo publicadas alegações contra Kitagawa, uma figura poderosa no entretenimento japonês. No entanto, o fundador da Johnny & Associates, que morreu em 2019, nunca foi acusado de qualquer crime. Monstro sob protecção O caso voltou à ribalta em Abril, quando o músico japonês de origem brasileira Kauan Okamoto se tornou a primeira alegada vítima a vir a público e a permitir tanto a publicação do seu nome como da sua fotografia. No Clube de Correspondentes Estrangeiros em Tóquio, Okamoto, que assinou um contrato com a Johnny’s quando tinha 15 anos, disse ter sido abusado em pelo menos 20 ocasiões e ter visto colegas seus a serem também abusados. O músico disse que, durante o período em que esteve na agência, entre 2012 e 2016, Johnny Kitagawa terá abusado de entre 100 e 200 menores. Nas redes sociais surgiu uma campanha de boicote da Johnny’s, incluindo das empresas que assinaram contratos de publicidade e patrocínio com os artistas geridos pela agência. Alguns críticos sublinharam que a imprensa japonesa permaneceu em silêncio durante décadas face às alegações, sugerindo que temiam retaliações e perder o acesso aos artistas geridos pela Johnny’s. De acordo com as acusações, Kitagawa regularmente convidava jovens cantores e bailarinos, muitos deles ainda menores, para dormirem na sua mansão, onde eram depois pressionados a terem sexo com o magnata.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália | PM vai a Pequim para melhorar relações O primeiro-ministro da Austrália anunciou ontem a sua intenção de visitar a China ainda este ano, depois de uma reunião com o homólogo chinês que marca esforços de Camberra melhorar os laços bilaterais. “Quero visitar a China antes do fim do ano para comemorar o 50.º Aniversário da histórica visita do ex-primeiro-ministro Gough Whitlam”, disse Anthony Albanese, citado num comunicado oficial. Albanese e o primeiro-ministro chinês Li Qiang reuniram-se ontem em Jacarta, à margem da 43.ª Cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), sob presidência indonésia, com Camberra empenhada em ultrapassar tensões com Pequim. “Mantivemos uma conversa franca e construtiva, saudando os progressos em curso na estabilização das nossas relações bilaterais e o compromisso renovado entre os nossos dois países. Ambos concordamos sobre o valor de expandir a cooperação em áreas de interesse comum”, referiu Albanese. Na mesa da reunião estiveram questões como os obstáculos comerciais existentes entre os dois países, litígios consulares e a questão dos direitos humanos. “Disse ao primeiro-ministro Li que continuaríamos a cooperar onde for possível, discordar sobre o que tínhamos que discordar e envolvermo-nos nos nossos interesses nacionais”, afirmou Albanese, referindo que foram igualmente abordados temas relacionados com a segurança regional e internacional. A relação entre a China e a Austrália começou a agravar-se em 2017, quando Camberra apontou o que disse ser interferência chinesa na política australiana e, no ano seguinte, proibiu a implantação de redes 5G por empresas chinesas por motivos de segurança. Os laços bilaterais evidenciaram melhorias desde a chegada ao poder do Partido Trabalhista, no ano passado, com as autoridades chinesas a retirarem no mês passado a tarifa de 80,5 por cento que impunham à cevada australiana.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Liu Guozhong em Pyongyang para celebrar aniversário do país Uma delegação chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu Guozhong vai visitar a Coreia do Norte, onde participa, no sábado, nas comemorações do 75.º aniversário da fundação do país, informou ontem a imprensa estatal norte-coreana. A visita ocorre numa altura em que informações apontam para uma deslocação do líder norte-coreano, Kim Jong-un, à Rússia, para reunir com o Presidente russo, Vladimir Putin. O encontro deve incluir negociações para a venda de armas norte-coreanas a Moscovo, visando reabastecer as reservas russas, drenadas pela guerra contra a Ucrânia. A Agência Central de Notícias da Coreia, órgão oficial de Pyongyang, disse que a visita da delegação de Liu vai realizar-se a convite do Partido dos Trabalhadores, partido único da Coreia do Norte. A agência não especificou os eventos em que as autoridades chinesas vão participar ou se vão reunir com Kim. Um funcionário do Governo dos Estados Unidos disse na segunda-feira que Washington espera que Kim faça uma viagem à Rússia este mês para reunir com Putin, numa altura em que o Kremlin tenta adquirir equipamento militar para usar na guerra na Ucrânia. A reunião pode acontecer já na próxima semana na cidade de Vladivostoque, no leste da Rússia, onde Putin deve participar num fórum económico, que decorre entre domingo e quarta-feira. Em troca pelo fornecimento de granadas e outras munições, a Coreia do Norte pode pedir fontes energéticas e alimentares e tecnologias de armamento avançadas, dizem analistas. Há preocupações de que a transferência de tecnologia russa possa aumentar a ameaça representada pelo crescente arsenal de armas nucleares e mísseis de Kim, concebidos para atingir os Estados Unidos e os seus aliados asiáticos, a Coreia do Sul e o Japão.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações | Queda de 8,8% em Agosto As exportações da China diminuíram 8,8 por cento em Agosto face ao mesmo mês do ano anterior, anunciou ontem a Administração Geral das Alfândegas do país asiático, ainda assim uma queda menor do que a esperada. De acordo com os dados oficiais, denominados em dólares e utilizados como referência por analistas internacionais, as exportações chinesas caíram mais do que as importações, que diminuíram 7,3 por cento em comparação com Agosto de 2022. Os números são melhores do que esperavam os analistas, que previam uma queda de 9,2 por cento nas exportações e de 9 por cento nas importações. A alfândega chinesa apresentou também ontem dados do comércio exterior denominados em renmimbi e que costumam apresentar divergências dos divulgados em dólares devido às oscilações cambiais. As exportações chinesas fixaram-se em cerca de 2,04 biliões de yuan em Agosto, menos 3,2 por cento em termos anuais. Pelo contrário, as importações subiram 1,6 por cento, para cerca de 1,55 biliões de yuan. No total, o valor das trocas comerciais entre a China e o resto do mundo caiu 2,5 por cento em termos anuais em Agosto, totalizando cerca de 3,59 biliões de yuan. O excedente comercial chinês fechou Agosto em cerca de 488 mil milhões de yuan, uma redução de 8,2 por cento face ao registado há um ano. Nos oito primeiros meses de 2023, o comércio entre a China e o resto do mundo sofreu uma diminuição de 0,1 por cento, com as exportações a crescerem 0,8 por cento e as importações a caírem 1,3 face ao mesmo período do ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Restringir comércio com Pequim é “vontade política” , dizem empresários Empresários alertam para a falta de sentido de algumas decisões políticas que tentam condicionar os laços económicos e comerciais estabelecidos entre o Ocidente e a China A tentativa de reduzir dependências económicas e comerciais face à China por parte dos países ocidentais, que vêm ensaiando uma estratégia comum, “choca” com as forças de mercado e é “inerentemente política”, advertem empresários. “Uma fragmentação [nos laços comerciais com a China] não está a ser impulsionada por motivos económicos. É tudo político”, disse Steve Hoffman, presidente executivo da Founders Space, uma das principais incubadoras e aceleradoras de ‘startups’ do mundo, com sede em São Francisco, na Califórnia, numa visita recente a Pequim. “Em termos económicos não faz sentido nenhum”, observou à agência Lusa. A estratégia de reduzir riscos no comércio com a China foi inicialmente delineada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e, mais tarde, adoptada pela Administração norte-americana. Em Maio passado, o grupo G7, que reúne as principais economias ocidentais, vincou aquele objectivo num comunicado conjunto. Trata-se de uma moderação da retórica anterior, que apontava para a completa “dissociação” face à China. As empresas ocidentais podem fazer negócios com o país asiático, mas com algumas salvaguardas: vetar a venda de tecnologias críticas com potenciais utilizações militares e reduzir dependências nas cadeias de abastecimento. No entanto, os custos, dificuldades e o choque entre os interesses das empresas e dos países constituem obstáculos à sua aplicação. “Os Estados Unidos estão sob pressão das suas empresas: Microsoft, Apple ou Intel não querem reduzir a sua exposição à China”, apontou Steve Hoffman. Em causa, estão condições “muito difíceis de replicar” em outras partes do mundo, apontou. A China detém abundante mão-de-obra especializada, serviços logísticos e infraestrutura altamente desenvolvidos, além de um mercado consumidor composto por 1,4 mil milhões de pessoas. O país é, assim, em simultâneo, o maior produtor e principal mercado para os iPhones da norte-americana Apple. Várias outras marcas internacionais enfrentam igual dependência. Terreno irresistível Apesar dos apelos dos governos ocidentais às empresas para que reduzam a sua presença no país, nos últimos meses, a gigante suíça de automação industrial ABB inaugurou em Xangai uma fábrica de robótica de última geração, num investimento avaliado em 150 milhões de dólares, e a fabricante automóvel alemã Volkswagen anunciou que vai adquirir uma participação de 4,99 por cento da marca chinesa Xpeng por 630 milhões de euros, visando o desenvolvimento conjunto de veículos eléctricos. A fabricante automóvel alemã, cuja quase metade dos lucros globais provém do mercado chinês, anunciou também que vai investir mil milhões de euros na criação de um novo centro de inovação na China. Fernando Colaço, um português que fundou uma empresa de ‘design’ e programação em Pequim, reconheceu à Lusa que há “forças políticas” que procuram afectar a parte empresarial, mas que a “força dos mercados” continua a ser “determinante”. “A parte empresarial continua atenta à China”, explicou. “As empresas sabem que precisam da China e querem assegurar a sua posição no mercado chinês”. No átrio do Hilton Beijing Capital Airport, um amplo espaço coberto em mármore, com colunas e painéis de madeira ornamentados em estilo chinês, Steve Hoffman, que começou a visitar a China em 2015, alertou para os perigos da “desglobalização”. “Quando a interdependência é total, ninguém quer agitar as águas”, descreveu. “As tensões geopolíticas vão sempre existir”, notou. “Mas, se a tua economia depende dos outros, vai existir sempre muita pressão para não exacerbares essas tensões”.
Hoje Macau China / ÁsiaTempestade tropical Haikui força retirada de 294 mil pessoas no sudeste da China A tempestade tropical Haikui forçou a retirada temporária de 294 mil pessoas na província de Fujian, no sudeste da China, onde causou graves danos materiais e agrícolas, informou hoje a imprensa local. Segundo as autoridades locais, citadas pela agência noticiosa oficial Xinhua, o tufão afetou desde terça-feira quase 1,6 milhões de pessoas na província, que tem 38 milhões de habitantes. Quase 10 mil hectares de culturas foram danificados e mais de 2.500 casas foram total ou parcialmente destruídas, resultando numa perda económica direta de 5 mil milhões de yuan. Entre terça e quarta-feira, a precipitação em 65 localidades ultrapassou os 250 milímetros, com um máximo de 548,9 milímetros na cidade de Gaishan, superando o recorde local estabelecido pelo tufão Longwang, em 2005. Quase 60 mil pessoas foram mobilizadas para participar em tarefas de emergência até às 20:00 locais de quarta-feira. Huang Zhigang, especialista citado pela agência, disse que mais chuvas fortes são esperadas nos próximos dois dias em algumas áreas de Fujian, o que pode causar deslizamentos de terra, transbordamentos de rios e outros desastres. As autoridades locais informaram na quarta-feira que 49 reservatórios entre os 420 do município de Fuzhou, capital de Fujian, ultrapassaram os limites de volume, e que mais de 80 locais do centro urbano sofreram graves inundações, com acumulações de água de até 1,4 metros no solo. De acordo com estatísticas divulgadas recentemente pelo ministério de Gestão de Emergências da China, 8,8 milhões de pessoas no país foram afetadas por desastres naturais em agosto, incluindo 168 pessoas que morreram ou desapareceram e 547 mil que foram retiradas. A China sofreu durante o verão algumas das chuvas mais fortes e inundações mais mortais dos últimos anos. Dezenas de pessoas morreram, inclusive em áreas montanhosas periféricas de Pequim.