Ucrânia | Li Hui aborda guerra com o Cardeal Matteo Zuppi

O diplomata chinês conversou por telefone com o representante do Vaticano em busca de soluções de paz para o conflito na Ucrânia

 

O representante especial do Governo chinês para os assuntos euro-asiáticos, Li Hui, agradeceu ontem o “empenho contínuo” do Vaticano em apaziguar o conflito na Ucrânia, durante uma conversa por telefone com o Cardeal Matteo Zuppi.

Durante a chamada, Li expressou apreço pelo “empenho contínuo do Vaticano na mediação da crise e na prestação de assistência humanitária”, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Como enviado do Papa Francisco para a guerra na Ucrânia, Zuppi elogiou, em nome do pontífice, os “esforços incessantes” do Governo chinês na promoção da “paz e do diálogo” e de uma “solução política” para o conflito, segundo a mesma nota.

As duas partes também trocaram “pontos de vista sobre a situação actual” da guerra e sobre o processo de negociações de paz, lê-se no comunicado.

Li e Zuppi encontraram-se em Pequim em Setembro do ano passado, apesar de o Vaticano e a China não manterem relações diplomáticas desde 1951 e de o país asiático ter uma igreja “patriótica” oficial e uma igreja clandestina fiel a Roma. A visita do cardeal a Pequim marcou um avanço no processo de aproximação entre as duas partes.

Por todo o mundo

Li Hui visitou recentemente a Indonésia, África do Sul e Brasil para “trocar impressões com membros importantes do ‘sul global’ sobre a actual situação” na Ucrânia. O diplomata visitou também a Ucrânia, Polónia, França, Alemanha e Rússia em Maio passado para, segundo Pequim, “comunicar com todas as partes sobre uma solução política” para a guerra.

Li encontrou-se entāo com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem avisou que “todas as partes têm de criar condições para acabar com a guerra” e “iniciar conversações de paz”.

Desde o início do conflito, a China tem mantido uma posição ambígua, durante a qual tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia, com a qual tem continuado a aprofundar as suas trocas comerciais.

16 Ago 2024

Mediador americano em Beirute para tentar conter escalada com Israel

O mediador norte-americano Amos Hochstein iniciou ontem em Beirute uma série de reuniões com as autoridades libanesas para tentar conter o clima de tensão entre o movimento xiita Hezbollah e Israel.

Hochstein chegou à residência do presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, também líder da formação xiita Amal, um dos principais aliados do Hezbollah, para participar na primeira reunião oficial do dia, após a qual deverá fazer declarações à imprensa.

Os receios de um conflito aberto no Líbano voltaram a aumentar há duas semanas, depois de ataques atribuídos a Israel terem matado o comandante máximo do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute, e o líder político do movimento islamita palestiniano Hamas Ismail Haniyeh em Teerão.

O conselheiro norte-americano, que mediou o acordo histórico que permitiu ao Líbano e a Israel demarcarem as suas fronteiras marítimas em 2022, deslocou-se várias vezes à capital libanesa desde o início do fogo cruzado entre o Hezbollah e o Estado judaico, em Outubro passado.

A última destas deslocações, em meados de Junho, coincidiu também com a intensificação dos confrontos na fronteira entre as forças israelitas e o Hezbollah, poucos dias depois de um atentado bombista ter matado um alto comandante xiita no sul do Líbano.

Nessa viagem, Hochstein afirmou que “um cessar-fogo em Gaza ou uma solução diplomática alternativa poderia também pôr fim ao conflito na Linha Azul”. A chamada Linha Azul é a linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em Junho de 2000.

Dois em um

Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado transfronteiriço desde 8 de Outubro de 2023, um dia depois do início da guerra em Gaza, nos piores confrontos entre as duas partes desde 2006.

O Hezbollah integra o chamado “Eixo da Resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.

A visita de ontem do mediador norte-americano ocorre na véspera de uma reunião prevista para Doha ou para o Cairo, na qual os Estados Unidos da América, o Qatar e o Egipto pretendem forçar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, o que poderia também travar a frente libanesa.

O Hamas já afirmou que não vai participar nas negociações de cessar-fogo, exigindo um “compromisso claro” do Governo de Israel, que terá acrescentado novas exigências para um acordo de tréguas.

14 Ago 2024

Tribunal Constitucional da Tailândia destitui primeiro-ministro por violar ética

O Tribunal Constitucional da Tailândia destituiu ontem o primeiro-ministro, Srettha Thavisin, acusado de violar as regras éticas previstas na Constituição ao nomear um ministro que foi condenado a uma pena de prisão em 2008.

Os juízes decidiram, por cinco votos a favor e quatro contra, “pôr termo” ao cargo de Srettha, declarou o juiz Punya Udchachon, ao ler a deliberação, segundo a agência francesa AFP. Strettha disse que respeitava a decisão do Tribunal Constitucional, apesar de não ser a que esperava.

“Respeito a decisão. Repito que, durante quase um ano neste cargo, fiz o meu melhor para governar o país com honestidade”, declarou aos jornalistas ao chegar à sede do Governo em Banguecoque. “Não me resta qualquer autoridade. A autoridade está agora com o primeiro-ministro interino”, acrescentou, citado pelo jornal tailandês Bangkok Post.

O tribunal considerou Strettha culpado por ter nomeado no final de Abril como ministro das Finanças Pichit Chuenban, que foi condenado em 2008 a seis meses de prisão por um crime de tentativa de suborno de funcionários judiciais. A queixa foi apresentada ao tribunal por um grupo de 40 antigos senadores eleitos pela extinta junta militar (2014-2019).

Outras quedas

A decisão surge uma semana depois de o mesmo tribunal ter dissolvido o Move Forward, o partido vencedor das eleições de 2023, que foi impedido de governar pelo Senado, segundo a agência espanhola EFE.

Strettha Thavisin, 62 anos, chegou ao poder há quase um ano, depois de liderar uma coligação do partido Phue Thai, o segundo mais votado, com vários partidos, incluindo dois ligados à antiga junta militar.

A destituição de Srettha faz cair todo o gabinete e a Câmara dos Representantes terá de escolher um novo líder, para o que não tem, em princípio, qualquer prazo, o que poderá paralisar o país do Sudeste Asiático.

Os ministros manter-se-ão em funções, com o vice-primeiro-ministro Phumtham Wechayachai a desempenhar as funções de primeiro-ministro interino, segundo o Bangkok Post. O afastamento do primeiro-ministro e a dissolução, na semana passada, do Move Forward suscitaram críticas generalizadas por aquilo que é visto como uma judicialização da política.

O Move Forward reapareceu na passada sexta-feira com um novo nome, Partido Popular, e continua a ser a principal força da oposição, segundo a EFE. A segunda maior economia do Sudeste Asiático, habituada a crises cíclicas, tem uma longa história de instabilidade e de intervenção no sistema político por parte dos militares ou do poder judicial.

Caracteriza-se também por profundas divisões entre o bloco militar/monarquia e o movimento progressista, de acordo com a AFP.

14 Ago 2024

Imobiliário | Moody’s volta a descer nota da Vanke

A agência de ‘rating’ Moody’s desceu a classificação da dívida da Vanke, o segundo maior promotor imobiliário da China, para “B1”, numa nova despromoção, depois de ter sido desclassificada para o estatuto de “lixo”, em Março.

A Moody’s afirmou que a descida da classificação reflecte o agravamento das perspectivas da Vanke nos próximos seis a 12 meses, face à fraqueza das vendas e à pressão sobre as margens, de acordo com um comunicado.

A agência disse acreditar que as vendas do promotor vão cair cerca de 30 por cento em termos homólogos, este ano. Até agora, a previsão era de 25 por cento, mas o valor caiu 35 por cento, nos primeiros sete meses do ano, para cerca de 147 mil milhões de yuan.

A isto junta-se uma nova queda de 20 por cento, até 2025, acrescentou o relatório, ao considerar que o controlo dos investimentos para proteger a liquidez vai implicar uma diminuição das vendas, com os descontos que teria de oferecer como estímulo a afectar também as margens de lucro.

As obrigações da Vanke passam assim de “Ba3” (“têm elementos especulativos e estão sujeitas a um risco de crédito significativo”) para o escalão de “B” (“são especulativas e estão sujeitas a risco de crédito elevado”).

Embora o vice-presidente da Moody’s, Kaven Tsang, assinale “riscos financeiros devido às necessidades substanciais de refinanciamento da Vanke”, reconheceu igualmente a “capacidade demonstrada para obter financiamento garantido a longo prazo junto dos bancos chineses”, o que “alivia parcialmente os riscos”.

A agência considerou que o plano de redução da dívida da Vanke será insuficiente se não for acompanhado de uma venda de activos que seria marcada pela incerteza da crise do mercado imobiliário chinês.

14 Ago 2024

Presidente Xi Jinping apela à conservação da água

O Presidente chinês Xi Jinping incentivou os voluntários ambientais a promoverem a conservação da água e a contribuírem para a modernização da harmonia entre a humanidade e a natureza.

Antes do segundo Dia Nacional da Ecologia da China, que se assinala hoje, Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, fez as observações numa carta de resposta aos voluntários do reservatório de Danjiangkou, na cidade de Shiyan, Província de Hubei, no centro da China, indica o Diário do Povo.

Danjiangkou é a fonte de água para a rota intermediária do Projecto de Transposição de Água Sul-Norte da China. Xi deu instruções importantes quando a primeira fase da rota começou a fornecer água em 2014.

Na última década, mais esforços foram canalizados para a protecção da qualidade da água do reservatório, com a participação activa de funcionários e residentes, incluindo voluntários ambientais. Recentemente, os voluntários escreveram a Xi para destacar os seus serviços e expressar a sua firme determinação em proteger a qualidade da água no reservatório.

Na carta de resposta, Xi elogiou o esforço dos voluntários, afirmando que a ampla participação pública ajudou a tornar “a água na área do reservatório mais clara, as montanhas mais verdes e o ambiente mais bonito”.

Haja harmonia

Observando que o projecto de desvio de água tem uma importância estratégica e é crucial para o desenvolvimento a longo prazo e para o bem-estar da população, Xi pediu esforços persistentes para proteger o ambiente ecológico das fontes de água.

Xi incentivou os voluntários a motivar mais pessoas a conservarem conscientemente os recursos hídricos e a trabalharem juntos para construir uma China bonita, de modo a aumentar a contribuição para a modernização da harmonia entre a humanidade e a natureza, acrescenta o Diário do Povo.

Na carta de resposta, Xi também estendeu também as suas sinceras saudações aos trabalhadores e voluntários da protecção ambiental de todo o país.

14 Ago 2024

Tencent | Lucro do grupo subiu 72% no primeiro semestre

O grupo tecnológico chinês Tencent registou um lucro líquido de 89,519 mil milhões de yuan no primeiro semestre de 2024, um aumento de 72 por cento, em termos homólogos.

 

Na declaração de rendimentos enviada ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa indicou que o seu volume de negócios aumentou 7 por cento, em relação ao mesmo período do ano anterior, para 320,618 mil milhões de yuan. No segundo trimestre do ano, o lucro líquido da empresa aumentou 82 por cento em termos homólogos, enquanto as receitas subiram 8 por cento.

A empresa afirmou que os resultados obtidos entre Abril e Junho “demonstram os pontos fortes” daquilo a que chama a sua estratégia de “plataforma mais conteúdo”, destacando o regresso ao crescimento do segmento dos videojogos na China e a aceleração do crescimento dos títulos internacionais.

Aquilo a que a Tencent chama “serviços de valor acrescentado” (jogos de vídeo e redes sociais), a sua principal fonte de receitas com 49 por cento do total, aumentou o seu volume de negócios em 6 por cento, em termos homólogos, no segundo trimestre.

Esta evolução supera a recuperação da segunda maior actividade, o segmento das ‘fintech’ (tecnologia financeira) e dos serviços às empresas (+4 por cento), mas a divisão que regista o crescimento mais rápido é a da publicidade ‘online’, que aumentou 19 por cento, impulsionada pelos anúncios nos serviços de vídeo, e representa agora a mesma percentagem das receitas totais do grupo.

O abrandamento do negócio das ‘fintech’ deve-se, segundo a empresa, ao menor volume de negócios proveniente dos pagamentos comerciais, devido à moderação do consumo na China, e à diminuição das receitas provenientes de empréstimos, em resultado de medidas de controlo mais rigorosas para o sector.

Números astronómicos

A popular rede social WeChat – o equivalente chinês do WhatsApp – fechou o mês de Junho com cerca de 1.371 milhões de utilizadores activos mensais, um número que representa um aumento de 3 por cento, em relação ao mesmo período de 2023.

No comunicado, a maior empresa por capitalização bolsista na Bolsa de Valores de Hong Kong afirma ter recomprado um total de 52,3 mil milhões de dólares de Hong Kong em acções no primeiro semestre do ano. As acções da empresa subiram um pouco mais de 26 por cento até agora este ano.

Para o futuro, a Tencent prevê investimentos concentrados nas suas plataformas e em tecnologias como a inteligência artificial para “criar um novo valor comercial e responder melhor às necessidades dos utilizadores”.

Numa breve mensagem incluída na declaração de rendimentos, o fundador e presidente da Tencent, Pony Ma, celebrou o “sucesso contínuo” da empresa tecnológica e comprometeu-se a continuar a “criar valor para os accionistas e para a sociedade, promovendo activamente a inovação, respondendo às necessidades da comunidade e contribuindo para um futuro sustentável para todos”.

14 Ago 2024

Tóquio | Avião de carga 747 faz aterragem de emergência

Um avião de carga Boeing 747 com destino a Los Angeles regressou ontem ao Aeroporto Internacional de Narita, um dos dois aeroportos de Tóquio, para uma aterragem de emergência, levando ao encerramento temporário de uma das pistas.
O voo 7106 da companhia norte-americana Atlas Air voltou ao aeroporto à 01:10, depois de ter sido detectada uma avaria no sistema hidráulico.
O avião Boeing 747 tinha um pneu furado e uma roda partida e, devido ao acidente, a pista A do aeroporto foi encerrada durante cerca de sete horas, noticiou a agência japonesa Kyodo.
Nenhum dos sete tripulantes do avião de carga ficou ferido, indicou o gabinete do aeroporto do Ministério dos Transportes.
Este acidente ocorreu horas depois de um outro, registado no mesmo aeroporto na segunda-feira, em que um Boeing 787 da Singapore Airlines apresentou problemas técnicos na aterragem, provocando o encerramento da pista B do aeroporto durante cerca de 50 minutos.
Nenhum dos 276 passageiros ficou ferido.
Os bombeiros detetaram fumo branco proveniente do motor esquerdo do avião comercial, depois da aterragem e o Ministério do Território, Infraestruturas, Transportes e Turismo do Japão disse terem sido encontrados restos de pneus na pista onde pousou.

14 Ago 2024

Afeganistão | Governo talibã afunda país na pobreza

Três anos após o regresso dos talibãs a Cabul, o Afeganistão tem uma economia de “crescimento zero”, com a população atolada na pobreza, uma crise humanitária que se agrava e sem esperança de melhoria num futuro próximo.
Em 2021, o novo governo herdou uma administração estabelecida. Os preços baixaram, a moeda aguentou-se bem, a corrupção deixou de ser um fenómeno sem precedentes e a cobrança de impostos melhorou.
Acima de tudo, a segurança regressou, criando um clima propício à actividade empresarial. Após 40 anos de guerra, as mercadorias e as pessoas podem agora deslocar-se em segurança de Cabul a Herat, a oeste, e de Mazar-e-Sharif, norte, a Jalalabad, leste.
Mas o Produto Interno Bruto (PIB) sofreu uma contracção violenta, de 26 por cento em 2021 e 2022, segundo o Banco Mundial, que antecipa que “o crescimento será nulo nos próximos três anos e o rendimento ‘per capita’ diminuirá devido ao crescimento demográfico”.
A ajuda ao desenvolvimento praticamente cessou porque o governo não é reconhecido por nenhum país e a ajuda humanitária foi reduzida, além de um terço dos 45 milhões de afegãos sobreviverem com pão e chá, enquanto o desemprego é maciço.
O Afeganistão, rico em minerais, tem também um grande potencial agrícola, mas sofre de fuga de cérebros, falta de infra-estruturas, de conhecimentos especializados estrangeiros e de financiamento.
“A guerra está a encontrar parceiros estratégicos”, disse à agência AFP Sulaiman Bin Shah, vice-ministro do Comércio na manhã em que, em Agosto de 2021, os talibãs entraram em Cabul e que é atualmente consultor de investimentos.
Cabul encontrou alguns: “com a Rússia, a China, o Paquistão, o Irão [e as repúblicas da Ásia Central], estamos a cooperar muito”, afirmou ontem, com satisfação, Ahmad Zahid, vice-ministro do Comércio e da Indústria.

Do dia a dia

A AFP perguntou aos afegãos em Cabul, Herat e Ghazni como vivem actualmente.
Wahid Nekzai Logari foi membro da Orquestra Nacional e deu concertos de sarenda, um instrumento de cordas tradicional, e de harmónio, até à Índia. “Sustentei toda a minha família. Tínhamos uma boa vida”, diz o afegão de 46 anos, na sua modesta casa num subúrbio de Cabul.
“Com a criação do Emirado Islâmico, a música foi proibida. Agora estou desempregado”. Para alimentar a família de sete pessoas, conduz ocasionalmente um táxi. Actualmente, ganha apenas 5.000 afegãos por mês (65 euros), um quinto do que ganhava com os seus concertos.
“Os talibãs revistaram a minha casa, como todas as outras em Cabul. Viram os meus instrumentos. Eu disse-lhes que já não os tocava e eles não os partiram. Ninguém nos disse: já não podem tocar música, mas vamos arranjar maneira de alimentarem a vossa família”, lamenta.
Durante quatro anos, Abdul Wali Shaheen quis “morrer como um mártir” nas fileiras talibãs. Depois da vitória, trocou o lança-foguetes por um computador no Departamento de Informação e Cultura de Ghazni.
“Não estava tão stressado como agora”, admite o antigo ‘mujahid’ de 31 anos. “Tenho mais responsabilidades para com o público. A única coisa que fazíamos era fazer a ‘jihad’, mas agora é mais difícil”, diz.
O salário de 10.000 afegãos é suficiente para alimentar a família de cinco pessoas. “Dou ao Emirado um 1/10 dos meus rendimentos nestes três anos. Tudo está a correr bem e temos esperança no futuro”, diz.
Cita o regresso da segurança, “um grande sucesso”, e a expropriação de terrenos e edifícios públicos ocupados ilegalmente. No entanto, admite que existem “lacunas”, que espera que “sejam colmatadas”.
“A paz deve continuar”, conclui.

14 Ago 2024

Bolsa | Negociação cai para valor mais baixo desde 2020

O volume de negócio nas praças financeiras da China continental caiu na segunda-feira para o nível mais baixo desde Maio de 2020, face ao abrandamento económico e ao aumento da procura por obrigações do Tesouro, noticiou ontem a agência Bloomberg.
Na primeira sessão da semana, a negociação combinada nas bolsas de valores de Xangai e Shenzhen fixou-se no equivalente a cerca de 69,1 mil milhões de dólares. Este valor conjunto é o mais baixo desde o final de 2019.
As bolsas de Xangai e Shenzhen caíram ao longo de 2022 e 2023. Até à data, este ano, os seus índices de referência caíram 3,58 por cento e 11,17 por cento, respectivamente. O índice CSI 300, que agrupa as 300 principais acções destes dois mercados, desceu 1,99 por cento desde o início de 2024 e está agora 42,86 por cento abaixo do seu pico, registado em Fevereiro de 2021.
Esta situação, juntamente com a persistente crise imobiliária, limitou as opções dos investidores, que passaram a procurar obrigações do Estado – também influenciadas pelas expectativas de cortes nas taxas -, o que alarmou os reguladores.
Este mês, a taxa de rentabilidade das obrigações a 10 anos atingiu um mínimo histórico de 2,12 por cento, depois de as autoridades chinesas terem adoptado medidas que a Bloomberg considerou “altamente invulgares”, como uma ordem aos bancos rurais da província de Jiangxi, no sudeste do país, para não satisfazerem as mais recentes ordens de compra de títulos do Estado.
Na sequência das intervenções, as taxas de rentabilidade recuperaram para cerca de 2,25 por cento, embora alguns analistas apontem este facto como mais um golpe na transparência e, consequentemente, na confiança dos investidores internacionais em títulos de dívida pública do Estado chinês.

14 Ago 2024

Viagem | Wang Yi em périplo regional para aprofundar relações

O líder da diplomacia chinesa visita o Mianmar e a Tailândia onde irá manter contactos com ministros dos Negócios Estrangeiros de vários países do sudeste asiático

Wang Yi, membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) e ministro dos Negócios Estrangeiros da China, visitará o Mianmar e viajará para a Tailândia para co-presidir à 9.ª Reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da Cooperação Lancang-Mekong e participar na Discussão Informal entre os Ministros dos Negócios Estrangeiros da China, Laos, Mianmar e Tailândia, entre 14 e 17 de Agosto.
Sobre a visita de Wang ao Mianmar, um porta-voz do Ministério Negócios Estrangeiros da China disse, citado pela Xinhua, que o objectivo é aprofundar a cooperação bilateral mutuamente benéfica em vários campos, consolidar o estreito vínculo de amizade entre os dois povos e promover a construção da comunidade China-Mianmar com um futuro compartilhado.
Como amiga e vizinha do Mianmar, a China segue estritamente o princípio de não interferência nos assuntos internos de outros países, apoia os esforços do Mianmar para manter a estabilidade, fomentar a economia e melhorar a subsistência da população, além de fornecer ajuda construtiva para que as partes no Mianmar resolvam adequadamente as diferenças através de consultas políticas dentro da estrutura da constituição e de outras leis, acrescentou o porta-voz.

Outras colaborações
Sobre a Cooperação Lancang-Mekong (LMC, sigla em inglês), o porta-voz disse que se trata de um tipo inovador de mecanismo de cooperação regional entre a China, o Camboja, Laos, Mianmar, Tailândia e Vietname, caracterizado por colaboração, consulta e benefício compartilhado. Desde o seu lançamento em 2016, o mecanismo tem produzido resultados frutíferos, contribuindo efectivamente para o desenvolvimento económico e social dos seis países do Lancang-Mekong e trazendo benefícios tangíveis para seus povos.
O porta-voz afirmou que, nos últimos anos, sob a orientação estratégica dos líderes da China e dos países do Mekong, Camboja, Laos, Mianmar, Tailândia e Vietname anunciaram em conjunto com a China a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado. Todos os países da região do Mekong estão engajados na construção de uma comunidade com um futuro compartilhado, tanto bilateralmente com a China quanto multilateralmente, sob o mecanismo LMC.
A China espera trabalhar com os países do Mekong na Reunião dos Negócios Estrangeiros da LMC para analisar o progresso da cooperação, fazer um balanço da experiência passada e planear os próximos passos para transformar a região de Lancang-Mekong num exemplo de cooperação de alta qualidade da inciativa Faixa e Rota, um pioneiro na implementação da Iniciativa de Desenvolvimento Global, um pioneiro na implementação da Iniciativa de Segurança Global e um pioneiro na implementação da Iniciativa de Civilização Global, e formar uma comunidade ainda mais próxima com um futuro compartilhado para os países de Lancang-Mekong, acrescentou o porta-voz.
À margem da reunião da LMC, a convite da Tailândia, Wang participará da Discussão Informal dos Ministros das Negócios Estrangeiros da China, Laos, Mianmar e Tailândia para trocar opiniões sobre a situação regional, combate conjunto aos crimes transfronteiriços e outras questões, disse o porta-voz.

14 Ago 2024

Japão | Tempestade tropical Maria atinge a maior ilha

A tempestade tropical Maria atingiu ontem o norte do Japão, com o equivalente a dois meses de chuva em 24 horas, disse a Agência Meteorológica do Japão (JMA).

Classificada como “tempestade tropical severa”, um nível abaixo da categoria “tufão”, Maria atingiu a costa por volta das 08:30 perto da cidade de Ofunato, na região de Iwate, no nordeste de Honshu, maior ilha do arquipélago, acrescentou.

As autoridades locais não registaram feridos, mas aconselharam 315 mil habitantes a sair da zona, enquanto cerca de duas mil pessoas passaram a noite em abrigos.

“Os residentes da região afectada são aconselhados a estar atentos a aluimentos de terras, transbordamentos de rios e inundações nas zonas baixas”, advertiu a agência.

A tempestade já levou ao cancelamento de vários voos no norte do Japão. A Japan Airlines avançou que tinha cancelado 78 voos domésticos, afectando 7.039 passageiros. A transportadora japonesa ANA foi forçada a cancelar oito voos, noticiou a emissora pública NHK.

As ligações ferroviárias regionais também foram interrompidas, mas o comboio de alta velocidade continuou a funcionar. A tempestade Maria foi acompanhada por ventos com rajadas de 126 quilómetros por hora (km/h). Está agora a deslocar-se para noroeste a uma velocidade de 15 km/h e deverá atingir o mar do Japão esta noite.

O total médio de precipitação na região em Agosto foi de 177,9 milímetros. No entanto, já caíram 362 milímetros de precipitação na cidade de Kuji, o nível mais elevado desde o primeiro registo de precipitação efetuado pela JMA, em 1978.

13 Ago 2024

Hong Kong | Justiça confirma condenação de activistas

O tribunal de última instância de Hong Kong confirmou ontem a condenação de sete dos mais proeminentes defensores pró-democracia da região semiautónoma chinesa, por participarem num dos maiores protestos antigovernamentais em 2019.

Numa decisão co-redigida pelo juiz lusodescendente Roberto Ribeiro, o Tribunal de Última Instância de Hong Kong rejeitou a última tentativa de recurso apresentada pela defesa dos sete arguidos.

Jimmy Lai, fundador do extinto jornal Apple Daily, Martin Lee, presidente e fundador do Partido Democrático, e cinco ex-legisladores, incluindo a advogada Margaret Ng, tinham em 2021 sido originalmente considerados culpados tanto de organizar como de participar na manifestação.

Jimmy Lai, Lee Cheuk-yan, Leung Kwok-hung e Cyd Ho foram inicialmente condenados a penas de prisão entre oito e 18 meses. Martin Lee, um octogenário apelidado de “pai da democracia” da cidade, Margaret Ng e Albert Ho foram condenados a penas de prisão suspensas.

Em Agosto de 2023, os juízes do Tribunal de Recurso anularam unanimemente as condenações relacionadas com a organização da manifestação, mas mantiveram as condenações por terem participado nessa manifestação.

Os sete activistas recorreram, alegando que as penas não eram proporcionais ao crime alegadamente cometido e a acusação representava uma restrição excessiva da liberdade de expressão e de reunião. Os arguidos sublinharam ainda que a marcha de Agosto de 2019 foi relativamente pacífica.

O preço a pagar

As acusações surgiram na sequência de uma manifestação em Agosto de 2019, na qual terão participado cerca de 1,7 milhões de pessoas, que saíram às ruas de Hong Kong, cidade com cerca de sete milhões de habitantes, para exigir maior democracia e a responsabilização da polícia.

Depois da decisão do tribunal, Margaret Ng escusou-se a fazer comentários antes de ler a sentença. “Queremos apenas aproveitar esta ocasião para agradecer às nossas equipas jurídicas e a todas as pessoas que nos apoiaram durante todo o tempo”, disse aos jornalistas.

Todos os condenados já cumpriram as penas no âmbito deste processo. Mas Lai, Leung, Ho e Lee Cheuk-yan continuam detidos, uma vez que também foram alvo de outra acusação ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020, na sequência dos maciços protestos.

13 Ago 2024

Ucrânia | Pequim pede a Kiev e Moscovo para reduzirem tensões

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China apelou ontem a “todas as partes” envolvidas no conflito entre Rússia e Ucrânia para “reduzirem a tensão”, face à incursão de forças ucranianas em território russo.

A diplomacia chinesa apelou, num comunicado publicado no seu portal, a três princípios: “evitar a expansão do conflito”, “evitar a escalada militar” e “abster-se de atiçar as chamas do confronto”. “A China continuará a trabalhar com a comunidade internacional para promover uma solução política para a crise”, lê-se na mesma nota.

A Rússia está a lutar pelo sexto dia consecutivo contra as forças ucranianas que entraram na região de Kursk na terça-feira, provocando um êxodo em massa de russos das cidades fronteiriças. De acordo com os dados de domingo, pelo menos 84.000 pessoas deixaram as aldeias perto da fronteira ucraniana em Kursk nos últimos dias.

Desde o início do conflito, a China tem adoptado uma posição ambígua sobre a guerra na Ucrânia, apelando ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, e ao respeito pelas “preocupações legítimas de segurança” de todas as partes, numa referência à Rússia.

Pequim também negou que tenha vendido armas à Rússia e garante que mantém uma relação comercial “normal” com Moscovo, com quem intensificou as suas trocas comerciais nos últimos dois anos.

12 Ago 2024

China | Saída de investimento estrangeiro atinge nível recorde no segundo trimestre

O investimento directo de empresas estrangeiras na China caiu cerca de 14,8 mil milhões de dólares, entre Abril e Junho, na maior saída de investimento estrangeiro desde que há registo, segundo a agência Bloomberg.

Os dados, divulgados pela Administração Estatal de Câmbio (SAFE), mostram também que os passivos de investimento directo da balança de pagamentos – um indicador que acompanha o novo investimento estrangeiro no país, registando os fluxos de dinheiro ligados a entidades estrangeiras na China – caíram 4,6 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano.

Trata-se de um aprofundamento da tendência descendente registada no ano passado, quando os dados da SAFE revelaram o crescimento mais lento do investimento estrangeiro na China em três décadas, após uma queda de 82 por cento, em termos homólogos.

O valor de 2023 foi de 33 mil milhões de dólares, uma queda significativa em relação a 2021, quando a China bateu o seu recorde de receção de investimento estrangeiro com cerca de 344 mil milhões de dólares.

De acordo com projecções da agência Bloomberg, se a tendência registada no primeiro semestre deste ano se mantiver ao longo do segundo semestre, 2024 será o primeiro ano a registar um fluxo líquido negativo de investimento estrangeiro desde que a série histórica começou em 1990.

Apesar dos esforços de Pequim para atrair e reter investimento estrangeiro, factores como o aumento das tensões geopolíticas ou taxas de juro mais elevadas em outros países – tornando-os mais atractivos para a detenção de fundos do que na China – explicariam esta tendência.

Além disso, sectores específicos como o automóvel também reduziram o seu investimento, neste caso devido à rápida transição da China para os veículos eléctricos, o que fez com que alguns fabricantes estrangeiros reduzissem ou retirassem investimentos, notou a Bloomberg.

Os dados da SAFE podem também reflectir a evolução dos lucros das empresas estrangeiras ou a dimensão das suas actividades na China.

Conjunto de riscos

Os dados anteriormente divulgados pelo Ministério do Comércio, que não incluem os lucros reinvestidos e são menos voláteis do que os números da SAFE, apontavam para que o novo investimento directo estrangeiro na China no primeiro semestre tivesse atingido o seu nível mais baixo desde 2020, quando eclodiu a pandemia de covid-19.

A baixa procura interna e internacional, os riscos de deflação e os estímulos insuficientes, juntamente com uma crise imobiliária que ainda não terminou e a falta de confiança no sector privado são algumas das principais causas que os analistas citam para explicar a situação na segunda maior economia do mundo.

Perante esta situação e a queda do investimento estrangeiro, as autoridades chinesas renovaram várias vezes a sua promessa de maior abertura e condições iguais face à concorrência interna.

12 Ago 2024

Eléctricos | Pequim soma mais de 10 milhões de pontos de carregamento para veículos

O desenvolvimento da indústria de carros eléctricos no país segue a bom ritmo com um aumento de estações de carregamento na ordem dos 53 por cento, face ao mesmo período do ano passado

 

A China tem agora mais de 10 milhões de pontos de carregamento para veículos eléctricos em todo o país, entre os quais 3,2 milhões são estações públicas, de acordo com dados oficiais ontem divulgados.

No total, a China concluiu a instalação de 10,60 milhões de estações de carregamento até ao final de Julho, o que representa um aumento de 53 por cento, em termos homólogos, informou ontem a televisão estatal CCTV, que citou dados da Administração Nacional de Energia do país.

Entre estes, 3,209 milhões são pontos de carregamento públicos e os restantes 7,394 milhões são privados.

De acordo com a CCTV, nas cidades do leste do país, incluindo Hangzhou e Xangai, as autoridades estão a tentar expandir a utilização de estações de carregamento partilhadas, “o que permite aumentar a eficiência destes pontos em três vezes”.

Foram também construídas estações de carregamento ultra-rápido nas auto-estradas que ligam as cidades centrais de Chengdu e Chongqing, enquanto o país está agora a tentar acelerar a instalação de pontos de carregamento nas zonas rurais.

Aposta eléctrica

Segundo Zou Peng, secretário-geral executivo da Aliança para a Promoção de Infra-estruturas de Carregamento de Veículos Eléctricos da China (EVCIPA), o país tem “a maior rede de serviços de carregamento e partilha do mundo”.

“A potência total de carregamento e partilha ultrapassou os 160 milhões de quilowatts, que podem actualmente satisfazer as necessidades de carregamento de mais de 24 milhões de veículos de energia nova”, afirmou.

Numa tentativa de promover este tipo de energia automóvel e reduzir a grave poluição nas cidades chinesas, as autoridades de várias províncias anunciaram, nos últimos anos, todo o tipo de medidas, incluindo medidas fiscais, para promover a utilização de carros eléctricos.

A taxa de penetração dos veículos eléctricos no mercado atingiu 25 por cento em 2023 na China, em comparação com 15 por cento na Europa e 8 por cento nos EUA, de acordo com um estudo publicado no ano passado pela empresa de consultoria global Bain & Company.

12 Ago 2024

Bloomberg | Fundador da dona da Temu é o homem mais rico da China

O fundador da empresa de comércio electrónico chinesa Pinduoduo, operadora da conhecida plataforma Temu, Colin Huang, também conhecido como Huang Zheng, é o homem mais rico da China, segundo o índice de milionários da Bloomberg.

Com uma fortuna de 48.600 milhões de dólares, Huang superou Zhing Shanshan, o magnata de água engarrafada, que ocupava o primeiro lugar desde Abril de 2021, de acordo com a mesma fonte, citada pela Efe.

Em Março último, Huang já tinha sido identificado pelo Hurun Report, reconhecida como a versão chinesa da revista americana Forbes, como o empresário tecnológico mais rico da China, ultrapassando assim Pony Ma, da Tencent, e Zhang Yiming, da Bytedance, empresa que detém a rede social de partilha de vídeos curtos, TikTok.

Huang fundou a Pinduoduo em 2015, uma plataforma de comércio electrónico conhecida no gigante asiático pelos seus produtos a preços muito baixos e grandes promoções.

Em 2022, a Pinduoduo iniciou a sua expansão internacional sob a marca Temu, que, segundo a imprensa local, registou vendas de 20 mil milhões de dólares no primeiro semestre de 2024 – superando o valor total do ano passado, de cerca de 18 mil milhões de dólares.

A Temu expandiu rapidamente a sua presença para 75 países após o seu lançamento em Setembro de 2022 e concorre com rivais chineses como a Shein, TikTok Shop ou a filial internacional da Alibaba, AliExpress, dando-se a conhecer pela oferta de produtos com preços muito baixos.

A Temu enfrenta actualmente o escrutínio das autoridades da União Europeia (UE) ou dos Estados Unidos, que ponderam impor taxas alfandegárias a este tipo de plataformas chinesas que vendem a preços baixos.

12 Ago 2024

China | Rede roubava cadáveres para usar ossos em enxertos dentários

Uma rede criminosa foi acusada de roubar mais de 4.000 cadáveres de crematórios e laboratórios médicos na China para utilizar os ossos em enxertos dentários, avançou na sexta-feira a imprensa local.

O caso foi inicialmente exposto por Yi Shenghua, presidente do escritório de advogados Beijing Brave Lawyer. Segundo o representante, a polícia de Taiyuan, na província de Shanxi, norte do país, está a investigar as alegações de que os ossos foram utilizados para produzir enxertos ósseos alogénicos, normalmente feitos com ossos retirados durante uma cirurgia.

Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, um porta-voz da procuradoria municipal de Taiyuan confirmou que os procuradores estão a investigar as alegações de que uma rede criminosa “roubou e revendeu cadáveres com fins lucrativos”.

O porta-voz recusou-se a revelar mais pormenores, dizendo apenas que a investigação ainda precisa de mais tempo, uma vez que o caso é “bastante complicado”. A indústria funerária estatal chinesa está actualmente no centro das atenções devido a uma série de detenções.

Citado pelo portal de notícias chinês Thepaper.cn, Yi disse que as provas lhe foram transmitidas por um “informador” e que sāo “autênticas”.

Uma publicação sua nas redes sociais referiu que uma empresa chamada Shanxi Aorui Biomaterials é suspeita de comprar ilegalmente cadáveres e membros das províncias de Sichuan, Guangxi e Shandong e de os utilizar para produzir enxertos ósseos.

Segundo o presidente do escritório de advogados, a empresa ganhou 380 milhões de yuans durante este período, principalmente com a venda dos ossos para enxertos dentários.

Os enxertos alogénicos são utilizados quando os pacientes não têm densidade óssea suficiente para os enxertos, mas o osso é normalmente retirado de pacientes que consentem ser submetidos a operações como a substituição da anca.

Sem limites

A polícia apreendeu mais de 18 toneladas de ossos e mais de 34.000 produtos semiacabados e acabados, de acordo com documentos publicados por Yi. O suspeito, de apelido Su, que era director-geral da empresa, confessou ter roubado mais de 4.000 corpos humanos de crematórios em Yunnan, Chongqing, Guizhou e Sichuan.

Funcionários dos crematórios de diferentes cidades alegadamente desmembraram os corpos para que pudessem ser transportados para a empresa de Su para serem processados, indicam documentos do processo. Os documentos referem ainda que outros 75 suspeitos foram detidos durante a investigação.

As autoridades estão também a analisar as alegações de que o centro de fígado do Hospital Universitário de Qingdao, em Shandong, vendeu ilegalmente cadáveres à empresa.

12 Ago 2024

Automóveis | Vendas caiem em Julho. Exportações aumentam

As vendas de automóveis na China registaram uma queda de 10 por cento, em Julho, em termos homólogos, informou na sexta-feira a Associação de Automóveis de Passageiros da China, enquanto as exportações aumentaram cerca de 20 por cento.

No total, foram vendidos 1,6 milhões de automóveis de passageiros no país asiático, um declínio de 10 por cento em relação ao ano anterior. As exportações de veículos de passageiros fabricados na China aumentaram mais de 20 por cento, para 399.000 unidades.

Mais de metade dos veículos vendidos em Julho foram eléctricos e híbridos.

Para tentar aumentar a procura, o governo alargou os incentivos para encorajar os condutores a trocarem os seus automóveis mais antigos, a gasolina e a gasóleo, por veículos eléctricos.

Embora as vendas globais de automóveis tenham permanecido fracas, as vendas de veículos eléctricos aumentaram quase 30 por cento em Julho em relação ao ano anterior, para cerca de 991.000. Desse total, 887.000 foram vendidos na China e 103.000 foram exportados.

As vendas dos fabricantes de automóveis estrangeiros estagnaram ou caíram este ano, o que demonstra a intensa concorrência de preços num mercado saturado.

A quota de vendas de automóveis detida pelos fabricantes chineses tem vindo a crescer rapidamente e atingiu dois terços de todas as vendas de veículos em Julho, uma vez que as vendas dos seus veículos aumentaram 10 por cento, segundo o relatório.

A maioria dos veículos vendidos na China entre Janeiro e Julho tinha preços entre 100.000 yuan e 150.000 yuan, disse a associação da indústria.

A BYD exportou 31.000 veículos eléctricos e híbridos em Julho, enquanto as exportações da Tesla totalizaram 28.000, segundo o relatório.

12 Ago 2024

Evergrande | Liquidatários intentam acção judicial contra auditor PwC

Os liquidatários da empresa chinesa Evergrande intentaram uma acção judicial contra a empresa de auditoria PwC em Hong Kong pelo seu papel na adulteração das contas do gigante imobiliário, informou na quarta-feira a Bloomberg News.

A acção faz parte dos esforços para recuperar os investimentos dos credores depois de um tribunal de Hong Kong ter ordenado, em Janeiro, a liquidação da Evergrande, o antigo gigante imobiliário da China.

Uma vez que a Evergrande está sediada na China continental, onde as leis são diferentes das de Hong Kong, a administração do grupo indicou que a decisão do tribunal não teria qualquer impacto nas suas operações na China continental e, de facto, continuou as suas actividades, apesar de uma dívida estimada em mais de 300 mil milhões de dólares.

A PwC e a PricewaterhouseCoopers Zhong Tian LLP – a sucursal da empresa de auditoria no continente – foram citadas numa acção judicial intentada em Março, informou a Bloomberg com base em documentos judiciais. As acções judiciais visam a “negligência” e as “deturpações” da PwC nos seus relatórios sobre as demonstrações financeiras da Evergrande relativas a 2017 e ao primeiro semestre de 2018, segundo a Bloomberg.

A Evergrande, que entrou em incumprimento em 2021, tornou-se emblemática da crise no mercado imobiliário da China.

As autoridades chinesas e de Hong Kong estão interessadas na PwC, que foi auditora da Evergrande durante mais de dez anos, antes de se demitir em 2023, na sequência de desacordos sobre a auditoria das contas da empresa relativas a 2021.

A PwC e a Evergrande não quiseram comentar. A negociação das acções da Evergrande em Hong Kong está suspensa desde Janeiro.

9 Ago 2024

Faixa e Rota | Embaixador considera “fundamental” inclusão do Brasil

O embaixador chinês em Brasília disse na quarta-feira que China e Brasil “não devem estar satisfeitos com o estado actual da cooperação” e descreveu a adesão brasileira a um importante programa da política externa chinesa como “fundamental”.

Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, Zhu Qingqiao, que participou num evento do Conselho Empresarial Brasil – China, em São Paulo, na véspera do 50.º aniversário das relações entre os dois países, defendeu que a inclusão do Brasil na Iniciativa Faixa e Rota seria uma “demonstração de estabilidade” na “relação de cooperação de longo prazo”.

Designada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, a iniciativa adquiriu, na última década, dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa, incluindo quase todas as nações da América Latina.

As empresas chinesas construíram portos, estradas, linhas ferroviárias, centrais eléctricas e outras infra-estruturas em todo o mundo, numa tentativa de impulsionar o comércio e o crescimento económico. O programa cimentou também o estatuto da China como líder e credora entre os países em desenvolvimento.

O Brasil tem, no entanto, enviado apenas diplomatas de baixo escalão para participar nos fóruns em Pequim, contrastando com vários dos seus países vizinhos, que se fizeram representar por chefes de Estado ou de Governo.

“A adesão poderia trazer benefícios mútuos e facilitar a identificação de sinergias entre a procura brasileira e os interesses chineses nos sectores mais estratégicos”, afirmou o embaixador.

“Acreditamos que a iniciativa é altamente consistente com a estratégia de desenvolvimento do Governo de Lula da Silva, como os planos de reindustrialização, as rotas de integração sul-americana e o projecto de aceleração do crescimento”, acrescentou.

Na América do Sul, apenas o Brasil, Colômbia e Paraguai ainda não aderiram à iniciativa de Pequim.

Em particular, as autoridades brasileiras procuram financiamento para obras que ajudariam o Brasil a conectar-se com o Oceano Pacífico, especialmente o porto de águas profundas em Chancay, no Peru, que foi construído com financiamento chinês e deve ser inaugurado em Novembro.

“Penso que as empresas chinesas estão muito interessadas em envolver-se de alguma forma” na ligação do Brasil a Chancay, explicou o embaixador chinês, citado pelo SCMP. A crescente influência da China no Brasil e na América Latina tem, no entanto, levado a advertências por parte de Washington.

Termos não convencem

Em Maio passado, a chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Laura Richardson, em visita ao Rio de Janeiro para exercícios militares conjuntos, disse à imprensa local que “as democracias do Brasil e dos Estados Unidos partilham uma história de 200 anos, enquanto a parceria com a China tem apenas 50 anos”. “Como democracias, respeitamo-nos mutuamente. Respeitamos a soberania uns dos outros”, disse.

Richardson alertou que Brasília terá de prestar atenção às “condições impostas” por Pequim, no âmbito de uma possível adesão à Iniciativa Faixa e Rota.

“O que aprendemos é que a iniciativa parece muito boa na superfície, mas há muitas letras miúdas”, acrescentou. “É preciso ler as letras miudinhas para ver todas as condições e como a soberania é retirada ao longo do tempo se os empréstimos não forem reembolsados e coisas do género”, alertou.

Em resposta, a embaixada chinesa acusou Richardson de “adoptar uma mentalidade típica da Guerra Fria” e de seguir uma “lógica hegemónica”. Na América Latina, os EUA utilizaram a “democracia” e os “direitos humanos” como pretexto para “atacar, sancionar e interferir nos países da região”, acrescentou-se no comunicado da embaixada.

9 Ago 2024

Tailândia | Dissolvido partido da oposição e banido líder

O Tribunal Constitucional da Tailândia decidiu ontem dissolver o partido pró-democracia Move Forward, sob a acusação de tentar desestabilizar a monarquia, e banir da actividade política o seu líder Pita Limjaroenrat por dez anos.

“O Tribunal Constitucional votou por unanimidade a dissolução do (partido) Move Forward e a interdição por dez anos dos membros da comissão executiva que exerceram funções entre 25 de Março de 2021 e 31 de Janeiro de 2024 (…)”, incluindo Pita Limjaroenrat, declarou o juiz Punya Udchachon.

Depois de ter vencido as eleições gerais do ano passado, o partido Move Forward não conseguiu formar governo porque os membros do Senado, na altura um órgão conservador nomeado pelos militares, se recusaram a apoiar o seu candidato a primeiro-ministro. O Move Forward passou então a liderar a oposição.

A Comissão Eleitoral apresentou uma petição contra o partido progressista depois de o Tribunal Constitucional ter decidido, em Janeiro, que este devia deixar de defender alterações à lei, conhecida como artigo 112º, que protege a monarquia de críticas com penas que podem ir até 15 anos de prisão por cada infracção.

Nas alegações apresentadas junto das instâncias judiciais tailandesas, o partido argumentou que o Tribunal Constitucional não tem jurisdição para se pronunciar e que a petição apresentada pela Comissão Eleitoral não seguiu os trâmites por não ter proporcionado uma oportunidade de defesa antes de o caso ser apresentado à justiça.

O tribunal garantiu ser competente e que a sua decisão anterior, a de Janeiro, era prova suficiente para a Comissão Eleitoral apresentar o caso sem ter de ouvir mais provas do partido.

Procura-se casa

À luz da sentença agora conhecida ainda não é claro o destino dos restantes deputados não executivos, mas Pita já tinha declarado à agência noticiosa Associated Press que o partido assegurará uma “transição suave para uma nova casa”, ou seja, um novo partido.

Os deputados de um partido político dissolvido podem manter os seus lugares no parlamento se mudarem para um novo partido no prazo de 60 dias.

Esta acção judicial é uma das muitas que têm suscitado críticas generalizadas e que são vistas como parte de um ataque de vários anos ao movimento progressista do país por parte das forças conservadoras que tentam manter o seu controlo sobre o poder.

8 Ago 2024

MNE condena assassinato do líder do Hamas em conversa com homólogo egípcio

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, condenou ontem o recente assassinato no Irão do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, durante uma conversa com o homólogo egípcio, Badr Abdelatty.

Wang, que expressou a sua “preocupação com a contínua crise humanitária causada” pelo conflito em Gaza e alertou que “a violência apenas perpetua um ciclo vicioso de retaliação”, propôs uma iniciativa em três etapas para resolver a situação.

“Alcançar um cessar-fogo abrangente, promover a administração pós-crise do território sob o princípio do ‘domínio palestiniano sobre a Palestina’ e implementar efectivamente a ‘solução de dois Estados'”, são as três etapas, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

A China “continuará a apoiar a justiça internacional, a reforçar a solidariedade com os países árabes e a trabalhar com todas as partes para evitar uma deterioração do conflito”, disse o chefe da diplomacia chinesa, que apelou a que não se apliquem “dois pesos e duas medidas” à situação em Gaza.

Abdelatty lamentou a “dificuldade acrescida em chegar a um acordo de cessar-fogo após o assassinato de Haniyeh, o que pode desencadear uma guerra em grande escala na região”.

O representante egípcio sublinhou que a região “não pode suportar mais conflitos e agitação” e que a comunidade internacional “deve trabalhar em conjunto para evitar uma deterioração”. Abdelatty saudou os esforços de Pequim para “facilitar a reconciliação interna palestiniana”, expressando o desejo do Egipto de “manter uma cooperação estreita com a China para evitar o agravamento do conflito”.

Surpresa fria

Haniyeh “morreu em resultado de um ataque sionista traiçoeiro”, afirmou um comunicado do Hamas, prometendo que Israel “não ficará impune”. O líder do Hamas, que vivia em auto-exílio no Qatar, estava de visita a Teerão para assistir à cerimónia de tomada de posse do reformista Masoud Pezeshkian como presidente do Irão, que ameaçou retaliar.

Em Pequim, o Hamas assinou recentemente uma declaração em que se compromete com a formação secular da Fatah, com a qual tem estado em conflito desde 2007, e com outras facções palestinianas a formar um “governo temporário de unidade nacional” com autoridade sobre todos os territórios palestinianos (Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental).

A China tem reiterado repetidamente o seu apoio à “solução dos dois Estados”, mostrando a sua “consternação” perante os ataques israelitas contra civis em Gaza.

Funcionários chineses realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.

8 Ago 2024

Mar do Sul | Exercícios militares perto de recife disputado

A China anunciou ontem que está a realizar um exercício militar no Mar do Sul da China, perto do recife de Scarborough, uma ilhota controlada por Pequim, mas reivindicada por Manila, num contexto de tensões bilaterais recorrentes.

Estas manobras oficiais do Exército, pouco frequentes em torno deste recife, surgem numa altura em que as Filipinas lançaram dois dias de exercícios marítimos e aéreos conjuntos com os Estados Unidos, Canadá e Austrália na região.

Esta actividade militar de ambos os lados surge após vários incidentes nos últimos meses em torno de ilhotas no Mar do Sul da China cuja soberania é reivindicada por Pequim e Manila.

A China está a “conduzir uma patrulha de combate conjunta no mar e no espaço aéreo perto da ilha de Huangyan”, o nome chinês para o recife de Scarborough, disse a unidade de operações do sul do Exército num comunicado.

O objectivo da operação é “testar as capacidades de reconhecimento e de alerta precoce, de manobra rápida e de ataque conjunto das suas tropas”, afirmou.

“Todas as actividades militares que perturbam a situação no Mar do Sul da China, criam pontos de tensão e comprometem a paz e a estabilidade regionais estão sob controlo”, sublinhou o Exército chinês, numa aparente referência às manobras actualmente conduzidas pelas Filipinas com os seus aliados ocidentais.

A China reivindica a posse de uma grande parte das ilhas e recifes do Mar do Sul da China. Outros países vizinhos, como o Vietname, as Filipinas, a Malásia e o Brunei, têm reivindicações concorrentes e por vezes sobrepostas.

Águas bravas

Em 2012, Pequim assumiu o controlo do recife de Scarborough, onde se está a realizar o exercício militar. Desde então, a China tem enviado navios que, segundo as Filipinas, assediam a sua frota e os pescadores que tentam aceder a esta zona.

As actuais manobras que envolvem as Filipinas, os Estados Unidos, a Austrália e o Canadá estão também a decorrer no Mar do Sul da China, segundo um porta-voz do Exército filipino, sem especificar a sua localização exacta.

De acordo com um comunicado de imprensa da Marinha dos Estados Unidos, este exercício conjunto tem como objectivo “apoiar” a emergência de uma “região do Indo-Pacífico livre e aberta”.

Esta expressão, frequentemente utilizada pelos Estados Unidos, refere-se a uma zona da Ásia-Pacífico livre de influências hegemónicas. Uma forma velada de criticar a China e as suas reivindicações territoriais na região.

Nos últimos meses, as tensões entre a China e as Filipinas atingiram níveis que não se registavam há vários anos.

Têm sido frequentes os confrontos verbais e físicos em torno do atol de Segundo Thomas. Os soldados filipinos estão aí estacionados num navio militar que foi deliberadamente encalhado por Manila em 1999 para afirmar a sua reivindicação de soberania.

Este diferendo entre a China e as Filipinas está a alimentar o receio de um potencial conflito que poderia levar à intervenção de Washington, devido ao seu tratado de defesa mútua com Manila. A China acusa regularmente os Estados Unidos de apoiarem deliberadamente os países que competem consigo em matéria de reivindicações territoriais, a fim de contrariar a sua ascensão.

8 Ago 2024

Hiroshima | Recordados mortos no aniversário da primeira bomba atómica

A cidade japonesa de Hiroshima recordou ontem as cerca de 140 mil vítimas mortais da primeira bomba atómica, com um minuto de silêncio observado no momento exacto em que o ataque ocorreu, há 79 anos.

A homenagem foi realizada às 08:15 no Parque da Paz, localizado perto do centro da explosão nuclear, após soar o sino que marca todos os anos o bombardeamento. Foi nesse momento, a 6 de Agosto de 1945, que o avião B-29 Enola Gay da Força Aérea dos EUA largou o ‘Little Boy’, nome com que os Estados Unidos baptizaram a primeira bomba nuclear lançada contra um alvo inimigo.

O minuto de silêncio foi assinalado no âmbito de uma cerimónia em que participaram o autarca de Hiroshima, Kazumi Matsui, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e para a qual foram convidados dignitários estrangeiros de mais de uma centena de países, bem como bem como representantes de organizações internacionais como as Nações Unidas ou a Organização Internacional de Energia Atómica.

A bomba lançada sobre Hiroshima, no oeste do Japão, tinha uma potência equivalente a 13 quilotoneladas de TNT e explodiu a cerca de 600 metros acima do nível do mar, muito perto do local onde hoje se situa o Parque da Paz, causando a morte imediata de cerca de 80 mil pessoas.

O peso da guerra

O balanço mortal aumentou para perto de 140 mil até ao final de 1945, embora o número exacto de vítimas causadas pelo bombardeamento e os efeitos subsequentes da radiação seja desconhecido.

A 9 de Agosto de 1945, três dias após o ataque a Hiroshima, os EUA lançaram uma segunda bomba nuclear sobre a cidade de Nagasaki, levando à rendição do Japão, seis dias depois, e pondo fim à Segunda Guerra Mundial. As duas cidades japonesas permanecem até hoje os únicos alvos de bombardeamentos nucleares contra alvos civis na história da humanidade.

7 Ago 2024