Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping quer potenciar relações com Macron [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, expressou ontem a vontade de potenciar as relações bilaterais com Emmanuel Macron, que venceu as presidenciais francesas de domingo, e classificou o país europeu como “parceiro estratégico” de Pequim. “A França foi o primeiro país ocidental que estabeleceu relações diplomáticas com a nova China”, disse Xi, citado pela agência oficial Xinhua, recorrendo ao termo que descreve a República Popular da China, fundada em 1949. “A China quer esforçar-se em conjunto com a França, um parceiro estratégico, para promover as relações íntimas e duradouras a todos os níveis”, acrescentou. Xi Jinping afirmou que as relações bilaterais com o país europeu têm um significado estratégico e uma influência internacional “muito importantes” e que se desenvolveram de maneira “sã e estável” durante os últimos anos. China e França, ambos membros-permanentes do Conselho de Segurança das ONU, são países com uma “responsabilidade importante na paz e desenvolvimento globais”, disse. “Manter relações bilaterais estáveis não só favorece ambos os países e povos, mas também a paz, estabilidade e prosperidade mundial”, acrescentou. O socialista liberal Emmanuel Macron venceu no domingo Marina Le Pen, de extrema-direita, na segunda volta das eleições presidenciais em França, com 66,06% dos votos.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Advogado chinês diz que foi alvo de lavagem cerebral [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal na China disse ontem que o advogado de direitos humanos chinês Xie Yang se declarou culpado de subversão contra o Estado, admitindo que foi “erradamente alvo de lavagem cerebral” durante uma visita a Hong Kong. O tribunal em Changsha, capital da província de Hunan, disse que Xie afirmou que recebeu formação duas vezes em Hong Kong e uma vez na Coreia do Sul, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), que também cita a agência France-Presse. Questionado pelo juiz sobre o tipo de treino, Xie respondeu que era “lavagem cerebral dos pensamentos constitucionais ocidentais”, de forma a “descartar o sistema existente e desenvolver o constitucionalismo ocidental na China”. O tribunal disse também que Xie referiu o nome de duas organizações em Hong Kong, que alegadamente forneceram o treino. A RTHK, todavia, disse que não conseguiu encontrar os contactos de nenhum dos dois grupos mencionados. O advogado foi ainda citado como tendo admitido que enviou mais de 10.000 mensagens através da rede social Weibo, habitualmente descrita como o Twitter chinês, e que essa acção fazia parte de uma campanha de difamação contra o Governo, sistema judicial, legislação chinesa e sistema político. O tribunal disse ainda que o Xie, de 45 anos, se declarou culpado de perturbar os procedimentos do tribunal. Do confessionário Num vídeo divulgado na conta oficial do Weibo do tribunal, Xie disse que não foi torturado quando fez a confissão durante uma investigação pela polícia e procuradores, contrariando uma declaração anterior da sua família, a qual afirmava que o advogado tinha confessado crimes sob tortura, nomeadamente “privação do sono, longos interrogatórios, pancadaria, ameaças de morte e humilhação”. Na sessão de tribunal de ontem, Xie disse que as autoridades respeitaram plenamente os seus direitos. Xie foi preso em Julho de 2015, juntamente com centenas de outros advogados e activistas, no âmbito da maior repressão registada em Pequim contra o movimento de direitos humanos na China. O caso de Xie ganhou particular proeminência em Janeiro, quando a sua família divulgou os seus relatos de tortura na prisão, desencadeando uma declaração de preocupação por parte de 11 governos ocidentais. Vários apoiantes de Xie também foram detidos nos meses recentes, incluindo o seu antigo advogado de defesa.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Termina campanha para presidenciais antecipadas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul viveu ontem o último dia de campanha de uma eleição presidencial marcada pelo caso “Rasputine”, que forçou a renúncia da Presidente Park Geun-hye levando a eleições antecipadas e ajudou Moon Jae-in a liderar as sondagens. O escândalo conhecido por “Rasputine” está centrado em Choi Soon-Sil, uma amiga da ex-Presidente Park Geun-hye, suspeita de ter usado pessoas para obrigar os grandes grupos industriais do país a “doar” quase 70 milhões de dólares (a duvidosas fundações por si controladas. Às eleições de terça-feira concorrem 13 candidatos, que cumpriram ontem os últimos actos da campanha que começou no dia 17 de Abril e terminou à meia-noite de ontem. O candidato do Partido Democrático, Moon Jae-in lidera, 42,4% das intenções de voto, segundo as últimas sondagens, realizadas na quarta-feira já que a lei eleitoral do país não permite sondagens nos últimos cinco dias de campanha. Seguem-se o centrista Ahn Cheol-soo, do Partido Popular, e o conservador Hong Joon-pyo, do Partido da Liberdade (da ex-presidente Park Geun-hye, com 18,6% das intenções de voto cada um. Cerca de 42,4 milhões de sul-coreanos são chamados para votar na eleição do Presidente da república para um mandato de cinco anos. Corrida às urnas As últimas presidenciais, realizadas em Dezembro de 2012, tiveram uma taxa de participação de 75,8%. Esta é a primeira vez que a Coreia do Sul usa o sistema de voto antecipado numas eleições presidenciais, o que levou já milhões de eleitores a votar. Até sexta-feira, de acordo com a Comissão Nacional Eleitoral, um número recorde de mais de 11 milhões de sul-coreanos, cerca de 26,06% do eleitorado, já tinham votado. Esta foi também a primeira vez que o Tribunal Constitucional ratificou a destituição de um Presidente. Park Geun-hye, deposta a 10 de Março devido à sua implicação no caso “Rasputine” e actualmente em prisão preventiva, foi a primeira Presidente mulher da Coreia do Sul. Foi eleita em 2012 no meio de uma onda de nostalgia conservadora pelo seu pai, o ditador Park Chung-hee, que governou o país durante 18 anos (entre 1961 e 1979) marcados por um rápido crescimento económico e abusos contra os direitos humanos.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim insta a Taipé a libertar pescadores chineses detidos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês pediu às autoridades taiwanesas que libertem os pescadores chineses detidos no sábado e que investiguem o incidente no qual dois dos seus cidadãos foram feridos por disparos da guarda costeira taiwanesa. Membros da guarda costeira de Taiwan feriram dois pescadores chineses com balas de borracha e detiveram outros cinco por “pescarem ilegalmente em águas taiwanesas”, segundo informação no sábado sobre o mais recente incidente que ocorre na zona, em plena tensão entre Pequim e Taipé. An Fengshan, porta-voz do escritório de Assuntos para Taiwan do Conselho de Estado chinês, instou Taipé a “respeitar o facto de que os pescadores de ambos os lados do estreito (da Formosa) estão há muito tempo a pescar nessa área” e pediu às autoridades da ilha para que respeitem os seus direitos e tomem medidas para que estes incidentes não voltem a acontecer, segundo a agência de notícias Xinhua. Os guarda costeiros taiwaneses dispararam quando o pesqueiro chinês tentava escapar, depois de receber ordem para parar e ser inspeccionado, explicaram as autoridades da ilha. Segundo Taipé, as incursões dos pesqueiros chineses são habituais nestas águas, o que habitualmente leva a confrontos entre ambas as partes, uma relação que piorou desde a chegada ao poder da Presidente Tsai Ing-wen, do independentista Partido Democrata Progressista.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Duas pessoas condenadas a 20 anos de prisão por acidente [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] justiça chinesa condenou duas pessoas a 20 anos de prisão pela avalancha de escombros que soterrou um parque industrial e matou 73 pessoas há dois anos no sul do país, informou ontem o diário China Daily. O acidente ocorreu na cidade de Shenzen em 2015 e os tribunais chineses concluíram agora que foi resultado de subcontratações irregulares, de uma gestão deficiente, corrupção e outras negligências. Quarenta e cinco pessoas no total foram condenadas neste caso, entre as quais Long Renfu, o presidente da empresa Shenzen Yixianglong, a gestora do armazém de detritos de obras em que houve a avalancha, e Meng Jinghang, antigo director do Departamento de Gestão Urbana de Shenzen. Ambos foram condenados a 20 anos de prisão, no caso de Long, “por causar um sério acidente e subornar funcionários governamentais” e, a respeito de Meng, por “aceitar subornos e por abuso de poder”. Além disso, os tribunais multaram-nos em 10 milhões de yuans e oito milhões de yuans, respectivamente, segundo o diário, que não especificou as sentenças dos demais funcionários e empresários envolvidos no caso. O Governo chinês já determinou num relatório anterior que o acidente, considerado muito grave, foi devido a erro humano, uma vez que foi permitido o depósito excessivo de detritos de construções e, ainda, à falta de um sistema de esgoto eficaz no local. O acidente ocorreu no dia 20 de Dezembro de 2015 e destruiu 33 edifícios e causou euros e causou perdas económicas de 880 milhões de yuans.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Primeiro grande avião fabricado no país já voa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro grande avião de passageiros fabricado pela China realizou sexta-feira o seu voo teste inaugural, com partida de Xangai, num importante marco para o país, que ambiciona concorrer num mercado dominado por fabricantes ocidentais. Desenvolvido pela estatal chinesa Commercial Aircraft Corp. (Comac), o modelo C919 visa competir com o Boeing 737 e o Airbus A320 nos aviões de até 160 assentos. A empresa tinha planeado que o C919 começasse a voar em 2014 e que as primeiras encomendas fossem entregues em 2016, mas foi sucessivamente adiando devido a problemas com os fabricantes. O desenvolvimento de um avião comercial para voos de longa distância insere-se nos objectivos de Pequim de transformar o país numa potência tecnologia, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, de acordo com o plano “Made in China 2025”. A Comac diz ter já 570 encomendas, sobretudo de companhias aéreas chinesas estatais. Os poucos clientes estrangeiros que pretendem comprar o modelo chinês incluem a GE Capital Aviation Services e a Thailand’s City Airways. Bao Pengli, vice-director do departamento de gestão de projectos da Comac, afirmou na quinta-feira que a empresa fabricará dois aviões por ano, até 2019, até estar certa de que pode realizar um voo seguro e só depois iniciará produção em série. O avião terá entre 155 e 175 lugares e capacidade média para fazer viagens de 4.075 quilómetros. Da criação A Comac disse que mais de 200 empresas chinesas e 36 universidades estiveram envolvidas na pesquisa e desenvolvimento do avião. Mas o C919 conta também com tecnologia estrangeira, incluindo nos motores, que são fabricados pela CFM International, uma ‘joint venture’ entre a norte-americana General Electric e a francesa Safran Aircraft Engines. O primeiro avião fabricado pela China, o bimotor para uso regional ARJ-21, transportou passageiros pela primeira vez em Junho de 2016, oito anos depois do primeiro voo teste. Aquele modelo rivaliza com aviões fabricados pela brasileira Embraer SA e a canadiana Bombardier Inc. Nos últimos anos, o país asiático mostrou ser capaz de absorver tecnologia estrangeira com rapidez. Em duas décadas, passou de importador de aviões militares russos para produtor de jactos. Na indústria ferroviária de alta velocidade ou no sector das energias limpas, as empresas chinesas passaram de colaboradores a concorrentes mais rapidamente do que antecipavam as empresas estrangeiras.
Hoje Macau China / ÁsiaDez mil agentes mobilizados para 20.º aniversário da transferência em Hong Kong [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ez mil agentes policiais vão ser mobilizados em Hong Kong para as cerimónias do 20.º aniversário da transferência de soberania do Reino Unido para a China, noticiou sexta-feira o jornal South China Morning Post. Mais de um terço de toda a força policial da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) vai garantir a segurança dos líderes, incluindo o Presidente da China, que vão assistir às cerimónias, acrescentou o diário. Durante a visita de três dias, Xi Jinping deverá empossar à chefe eleita do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam. Primeira mulher a desempenhar o cargo, Carrie Lam foi eleita, a 26 de Março, por um comité formado por 1.200 membros de diversos sectores da sociedade. A transferência de soberania do Reino Unido para a China realizou-se a 1 de Julho de 1997. O South China Morning Post destacou a realização, na próxima semana, de um exercício policial antiterrorista de grande dimensão. Com o nome de código ‘Hardshield’, o exercício vai juntar 29.000 agentes ao longo de cinco dias, tendo por objectivo garantir que as forças de segurança se encontram preparadas para qualquer cenário, incluindo ataques terroristas. Outras acções No final do mês, as forças de segurança de Hong Kong vão realizar outro exercício antiterrorista no aeroporto internacional da RAEHK, estando previstos mais para Junho, com treino no terreno para testar medidas de controlo de motins e novos equipamentos, disse o jornal. Na quarta-feira, a polícia antiterrorista de Hong Kong afirmou que extremistas inspirados pelo grupo extremista Estado Islâmico podem estar infiltrados na cidade, indicando estar sob alerta para evitar a ocorrência de ataques praticados por ‘lobos solitários’. Apesar de manter em moderado o nível de alerta terrorista, por não haver informações específicas sobre uma ameaça concreta ou relativamente à iminência de um ataque, a polícia advertiu que o perigo é real.
Hoje Macau China / ÁsiaTerrorismo | Hong Kong em alerta devido a potencial ameaça de ‘lobos solitários’ [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia anti-terrorismo de Hong Kong afirmou que extremistas inspirados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) podem estar infiltrados na cidade, estando sob alerta para evitar a ocorrência de ataques de ‘lobos solitários’. Apesar de manter em moderado o nível de alerta terrorista, por não haver informações específicas sobre uma ameaça concreta ou relativamente à iminência de um ataque, a polícia da antiga colónia britânica advertiu na quarta-feira que o perigo é real, de acordo com o jornal South China Morning Post. O alerta surgiu depois de especialistas em segurança terem instado as autoridades de Hong Kong a elevar a consciencialização pública relativamente à ameaça de terrorismo global e a recrutar mais “olhos e ouvidos”. A ameaça na Ásia tem estado patente nos últimos meses com ataques no Bangladesh, Indonésia, Malásia ou Paquistão. Vantagens tecnológicas A superintendente Leung Wing-sheung afirmou que grupos extremistas, como o EI, têm tirado plena vantagem da Internet e das redes sociais para disseminar uma ideologia radical, colocando a Região Administrativa Especial chinesa numa posição vulnerável. “Hong Kong é uma cidade de informação avançada, onde as pessoas podem aceder facilmente na Internet a materiais promocionais relacionados com terrorismo”, disse Leung Wing-sheung, citada pelo mesmo jornal, indicando que qualquer pessoa pode ser um potencial extremista independentemente da nacionalidade. “A cidade tem tido um enorme fluxo de passageiros internacionais, o que oferece vantagens aos combatentes estrangeiros para entrarem e se infiltrarem aqui”, advertiu, apontando que Hong Kong pode ser um alvo potencial, na medida em que acolhe muitas instituições e representantes globais. No ano passado, as Nações Unidas estimaram em cerca de 30 mil o número de combatentes terroristas estrangeiros, de mais de uma centena de países, activamente envolvidos em acções do EI, da Al-Qaida e grupos associados.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim diz que quer manter laços de amizade com Pyongyang [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China diz que continua comprometida em manter laços de amizade com a Coreia do Norte, face aos sinais de deterioramento nas relações entre os dois aliados devido à insistência de Pyongyang no seu programa nuclear. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Geng Shuang afirmou ontem que a posição de Pequim “em desenvolver uma boa vizinhança e cooperação amigável com a Coreia do Norte é consistente e clara”. Geng reagia a um comentário difundido pela agência noticiosa oficial norte-coreana contendo uma rara crítica directa de Pyongyang a Pequim. A Korean Central News Agency aponta que os “comentários irresponsáveis” da China sobre o programa nuclear do país estão a testar a paciência de Pyongyang e podem ter “consequências sérias”. O artigo cita comentários difundidos pela imprensa estatal chinesa, acusando esta de inventar “desculpas esfarrapadas para dançar ao ritmo dos Estados Unidos” e culpar Pyongyang pelo deterioramento das relações bilaterais. “A China não deve mais testar os limites da paciência da RPDC”, lê-se no comentário, que usa a sigla para o nome oficial do país, República Popular Democrática da Coreia. Pequim “deve antes pensar bem nas graves consequências de derrubar o pilar das relações” entre os dois países, acrescenta. O artigo não é atribuído a nenhuma agência ou funcionário do Governo e o escritor é apenas identificado como Kim Chol. Ainda assim, é raro ler uma crítica directa da Coreia do Norte dirigida à China. Anteriormente, a agência norte-coreana optou por fazer uma crítica velada, optando por se referir à China apenas como um “certo país vizinho”. Má imprensa Entretanto, a imprensa estatal chinesa tem feito críticas frequentes a Pyongyang. Em editorial, o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista Chinês, avisa ontem que as acções da Coreia do Norte ameaçam o tratado de não-agressão assinado entre os dois países em 1961. A publicação apela ao regime para pôr fim aos seus testes nucleares. “A China não vai permitir que a sua região nordeste seja contaminada por actividades nucleares da Coreia do Norte”, afirma. O jornal avisou já em edições anteriores que a China poderia cortar o fornecimento de petróleo ao país vizinho, caso este persista com os testes atómicos. Esta semana, o Diário do Povo afirmou também que as ambições nucleares da Coreia do Norte “colocam o próprio país e toda a região em grande perigo”. Apelos presidenciais O Presidente chinês, Xi Jinping, abordou ontem a situação da Coreia do Norte numa conversa por telefone com o seu homólogo filipino, Rodrigo Duterte, que destacou o papel de Pequim em assegurar a paz na península coreana. Xi apelou a todas as partes envolvidas para que exerçam contenção e regressem ao diálogo e negociações, visando a desnuclearização da península coreana, segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. O porta-voz de Duterte, Ernesto Abella, afirmou que os dois líderes trocaram pontos de vista sobre questões regionais e o líder filipino apelou à paz e estabilidade. Abella disse que Duterte “referiu o importante papel desempenhado pela China na promoção da paz na península coreana”. A conversa por telefone entre Xi e Duterte surge depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter também falado com o líder filipino, no sábado, expressando o compromisso de Washington para com a aliança entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaChina cria o seu próprio Wikipedia, mas cibernautas não podem escrever ou editar [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China está a compilar a sua própria enciclopédia ‘online’, que rivalizará com o Wikipedia, mas deverá apresentar a versão oficial dos acontecimentos históricos sensíveis, não permitindo aos cibernautas escrever ou editar as páginas. No “Wikipedia chinês”, apenas académicos e especialistas seleccionados pelas autoridades poderão adicionar ou alterar informação, em mais um esforço do regime chinês para controlar o conteúdo disponível na Internet. Os académicos afirmam, no entanto, que são guiados apenas pela verdade e rigor e que, em caso de haver diferença de opinião, esta deve ser resolvida por um comité, segundo Zhang Baichun, editor chefe da secção de história da ciência e tecnologia. “Claro, a ciência não provém de uma votação democrática. Para convencer os outros, terás que apresentar provas incontestáveis”, disse à agência Associated Press. Manual de instruções A elaboração de 300.000 páginas nas áreas da ciência, literatura, política e história é directamente gerida pelo departamento central de propaganda do Partido Comunista Chinês (PCC), que guia a opinião pública do país através de instruções dadas à imprensa, firmas da Internet e ao sector editorial, para além de supervisionar a educação. Pequim tem-se esforçado por controlar a opinião pública perante o ‘boom’ do número de cibernautas do país – são já mais de 700 milhões -, que podem comentar notícias e informação sensível ou difundir fotografias de protestos nas redes sociais. Ferramentas como o Google, Dropbox e Youtube, ou as redes sociais Facebook e Twitter estão bloqueadas no país. A versão em chinês do Wikipedia está também censurada no país. Jiang Lijun, editor-chefe da Encyclopedia of China Publishing House, empresa contratada pelo Governo para fazer a enciclopédia ‘online’, revelou que haverá páginas sobre líderes políticos e sobre a história do PCC. Jiang recusou, porém, comentar como são retratados eventos como a Revolução Cultural, ou a sangrenta repressão dos protestos pró-democracia em Tiananmen. Qiao Mu, um analista independente sediado em Pequim, afirmou que a enciclopédia chinesa será “muito diferente” do Wikipedia, devido à necessidade de estar em concordância com a versão oficial do Governo. “Se não quiser ser bloqueado na China, o editor terá que aceitar a censura, seja através de autocensura ou censura pelas autoridades”, afirmou.
João Luz China / Ásia MancheteAnálise | Tensão entre Washington e Pyongyang em crescendo À medida que a Península da Coreia é palco de uma autêntica parada militar, o regime de Kim Jong-un recusa inverter o caminho de aumento da capacidade nuclear e ameaça partir para a guerra. Do outro lado, Donald Trump prevê que possa estar no horizonte um grande conflito na região, enquanto Pequim procura pôr água na fervura [dropcap style≠’circle’]“A[/dropcap] descuidada provocação militar norte-americana está a empurrar a Península Coreana para uma situação de guerra nuclear”. As palavras são da KCNA, a agência noticiosa oficial da Coreia do Norte e representam mais um passo na escalada da retórica agressiva entre Pyongyang e Washington. Apesar do isolado regime ser pródigo em ameaças, desta feita enfrenta um panorama geopolítico diferente, com um presidente na Casa Branca que quer projectar força no xadrez internacional. A situação tem vindo continuamente a aquecer, em particular depois de dois bombardeiros B-1B Lancer norte-americanos terem sobrevoado a Península da Coreia num exercício militar com forças da Coreia do Sul e do Japão na passada segunda-feira. Apesar disso, a Coreia do Norte manteve a firme resolução de continuar com os testes nucleares, contrariando as exigências das Nações Unidas e ignorando o belicismo inerente à nova Administração norte-americana. Além disso, Pyongyang reagiu à presença na região do submarino com capacidade nuclear, USS Michigan, em tom intimidatório. “No momento em que o USS Michigan tentar algo estará votado a um destino miserável e tornar-se-á num fantasma subaquático que nunca voltará à superfície”, foi a mensagem veiculada pelo site de propaganda norte coreano Urminzokkiri. Esta escalada de tom aconteceu apesar de Trump, em entrevista à agência Bloomberg, ter dito que seria uma “honra encontrar-se com Kim Jong-un”, caso estivessem reunidas condições para tal. Estas declarações foram contextualizadas pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que esclareceu que para tal encontro se realizar será preciso ver-se uma mudança de posição de Pyongyang mas, para já, “não estão reunidas as condições necessárias”. Entretanto, o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, reiterou que a única forma de travar a proliferação nuclear na Península da Coreia, e de manter a paz e a estabilidade, é através de diálogo. Pequim insiste na via diplomática como a única solução viável e insta ambas as partes a encetar negociações de paz com a maior brevidade possível. Independentemente das recomendações de Pequim, Kim Jong-un parece preparar-se para mais um teste nuclear na base de Punggye-ri. Resposta chinesa Depois de Xi Jinping ter testemunhado a prontidão com que Donald Trump deu luz verde para o lançamento de mísseis contra uma base militar síria durante o encontro entre ambos, a dúvida é o que pode fazer Pequim para prevenir um confronto que parece inevitável. Neste domínio, é de realçar que não interessa à China que os Estados Unidos reforcem a presença militar às suas portas. Uma das espinhas encravadas na garganta de Xi Jinping é a instalação de um sistema antimísseis norte-americana na Coreia do Sul. Como tal, Geng Shuang, do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês exigiu a retirada imediata do sistema antimísseis que Washington anunciou estar pronto a funcionar para proteger o solo sul coreano de uma possível agressão do norte. Porém, de acordo com um oficial de defesa ouvido pela agência France-Presse, o sistema antimísseis ainda está numa fase inicial da capacidade de intercepção de projécteis. O mesmo oficial indicou que será necessário ainda adicionar hardware para que esteja completamente funcional. Tal incremento deverá ser implementado no final deste ano, apesar da discordância chinesa. Durante uma conferência de imprensa o representante chinês referiu que serão tomadas medidas para defender os interesses de Pequim, não especificando qual a resposta chinesa. Não é segredo que a China considera a crescente presença americana na região como uma ameaça ao seu território, apesar de tanto Washington, como Seul, reiterarem que a instalação o sistema antimísseis é uma resposta preventiva face aos testes nucleares norte-coreanos. Neste capítulo importa salientar que esta instalação foi decidida ainda durante a Administração Obama. Num artigo publicado por um think tank americano a presidente do comité de assuntos internacionais do Congresso Nacional do Povo, Fu Ying, achou “irrealista a possibilidade do líder norte-coreano sucumbir perante a pressão de sanções internacionais”. Fu Ying também considera pouco plausível a esperança norte-americana e sul coreana de que o regime de Kim Jong-un colapse com o estrangulamento das vias que financiam o país. Estas declarações vão ao encontro da posição oficial de Pequim, que apontam o regresso à mesa das negociações como a única solução para o diferendo. A representante chinesa redobrou os pedidos da administração de Xi Jinping para uma “dupla suspensão”, o que parece o melhor de dois mundos. Por um lado, Fu Ying apela à suspensão dos testes nucleares e de mísseis por parte de Pyongyang, assim como ao cancelamento dos exercícios militares norte-americanos em parceria com a Coreia do Sul. Lu Chao, da Academia Liaoning de Ciências Sociais, disse ao South China Morning Post que a possibilidade aberta por Trump para se encontrar com Kim Jong-un representa uma saída positiva para a crise coreana. Lu reiterou que este é um problema que só poderá ser resolvido por ambas as partes, acrescentando ainda que não considera plausível que o líder norte coreano queira mesmo começar uma guerra com os Estados Unidos. Réplica Internacional Entretanto, Washington encontra-se em negociações com Pequim para uma resposta forte do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Normalmente, a organização tem condenado os testes nucleares de Pyongyang e imposto sanções mais pesadas a cada teste realizado. Porém, a posição da Casa Branca parece apontar numa direcção diferente da tradicional. De acordo com um porta-voz da delegação americana citado pelo South China Morning Post, “estão a ser equacionadas opções de resposta às provocações” do regime de Kim Jong-un. Nesse aspecto, o Secretário de Estado, Rex Tillerson, disse na reunião das Nações Unidas que “as resoluções habituais não são uma opção”, compelindo o Conselho de Segurança a actuar antes que Pyongyang o faça. Importa salientar que a Primavera é uma altura de recorrente escalada de tensão na região, uma vez que coincide com uma série de aniversários patrióticos que Pyongyang costuma celebrar com demonstrações de poderio bélico. Em contrapartida, também os Estados Unidos costumam realizar exercícios na zona em parceria com as autoridades de Seul. Porém, este ano, a nova Casa Branca aumentou os meios com o destacamento de um submarino equipado com um sistema de mísseis guiados e uma frota com porta-aviões. Além disso, a retórica de Washington parece apontar para uma mudança de posição para uma resposta mais musculada, à medida que crescem os receios de que a força militar norte coreana tenha capacidade para atingir território americano. Estes receios foram ventilados por algumas vozes do Partido Republicano, relembrando os discursos que anteciparam outras guerras, noutros quadrantes. Também Kim Jong-un parece mais indiferente do que o seu pai, e avô, em relação à posição de Pequim, o seu maior aliado no plano internacional. Noutro quadrante, Vladimir Putin apelou à contenção de forma a reduzir os níveis de tensão. Os próximos tempos poderão ser determinantes quanto ao futuro da Ásia. Apesar da região ser palco tradicional de tensões bélicas com foco na Coreia do Norte, os líderes que comandam actualmente Washington e Pyongyang têm-se mostrado actores algo imprevisíveis no contexto geoestratégico. Outro factor de risco parece ser a relativa perda de influência de Pequim, que tem agido como fiel de uma balança que ameaça partir-se.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Novos regulamentos para reforçar censura na internet aprovados [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China anunciou novos regulamentos para reforçar o controlo sobre os conteúdos publicados ‘online’, que entrarão em vigor em 1 de Junho, segundo informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. A medida foi avançada pela Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês), que passa assim a regular os serviços noticiosos na Internet, um papel exercido até agora pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado. Os novos regulamentos estabelecem que o editor e redacção dos portais de informação do país devem ser aprovados pelas autoridades, a nível nacional e local, e devem ser formados pelo Governo Central. Os serviços de notícias terão que assegurar que “seguem a linha do Partido Comunista [Chinês]” e cumprem determinadas medidas de “emergência” que o regime impõe, como publicar apenas informação oriunda de meios oficiais em caso de desastre natural ou outros assuntos sensíveis. Os regulamentos são aplicáveis em artigos sobre política, economia, informação militar ou diplomática em blogues, páginas da Internet, fóruns, motores de busca, redes sociais e outras plataformas que difundem notícias, detalha o CAC. A agência Xinhua afirma que o objectivo destes novos regulamentos é “promover uma cultura sã na Internet e salvaguardar os interesses nacionais e públicos”. A China é o país com o maior número de cibernautas no mundo – mais de 700 milhões – mas também um dos que exerce maior censura na Internet. Ferramentas como o Google, Dropbox e Youtube, ou as redes sociais Facebook e Twitter estão bloqueadas no país.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Presidente pede novo modelo de interacção com Pequim [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, pediu à China para colaborar com Taiwan e iniciar um novo modelo de interacção que preserve a paz no estreito da Formosa, informou ontem o diário local Lienhe Bao, citado pela agência Efe. Tsai instou Pequim a confrontar-se com “novas realidades, novas interrogações e novas formas” nos laços bilaterais e na situação do estreito da Formosa, numa entrevista ao diário. “Recordamos à China que umas relações estáveis no estreito são benéficas para todos, incluindo Taiwan, a China continental e outros países da região”, acrescentou a responsável. A Presidente taiwanesa apelou a Pequim para mostrar uma maior flexibilidade em relação à ilha, ao mesmo tempo que reiterou o seu compromisso na “manutenção do status quo”, o que pode interpretar-se como uma promessa de Taiwan de que não pretende declarar a independência. Momento delicado As relações entre Taiwan e a China não atravessam o seu melhor momento devido à insistência do gigante asiático para que Tsai aceite o chamado Consenso de 1992 (uma só China e duas interpretações sobre a definição do país) como condição para a restauração das relações e afrouxamento das pressões internacionais sobre a ilha. Desde a tomada de posse de Tsai, há quase um ano, Pequim tem levado a cabo todo o tipo de manobras que pretendem demonstrar a ruptura entre as partes, desde a deslocação de navios e aviões militares para as proximidades da ilha até ao veto da participação de Taiwan em reuniões internacionais. A presidente da Fundação taiwanesa para as Relações no Estreito, Tien Hung-mao, declarou esta semana que o Governo taiwanês está a estudar uma mudança na sua política em relação à China.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de um milhão de traficantes e toxicodependentes entregaram-se à polícia filipina [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos 1,2 milhões de toxicodependentes e traficantes de droga entregaram-se às autoridades em dez meses da “guerra anti-droga” iniciada pelo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, informou terça-feira a polícia filipina. A polémica campanha contra o narcotráfico lançada por Duterte já causou milhares de mortos, com as organizações não-governamentais (ONG) pró-direitos cívicos e direitos humanos a afirmarem que a polícia filipina executa consumidores e passadores de droga, bem como elementos das suas famílias. O director de operações da Polícia Nacional (PNP), Camilo Cascolan, disse terça-feira que 1.266.966 pessoas se entregaram e foram enviadas para prisões ou centros de reabilitação. O responsável falava no fórum “Números Reais”, em Quezón, no qual as autoridades pretendem dar uma nova imagem da campanha contra a droga, que tem recebido muitas críticas a nível internacional. Dos números Vários especialistas dos organismos policiais filipinos defenderam a campanha, revelando dados que mostram um elevado número de detenções e uma forte redução do crime. Segundo a polícia filipina, desde finais de Junho de 2016 – quando começou a campanha – foram detidos 64.917 suspeitos de crimes relacionados com droga, no decorrer de 53.503 operações policiais. O número de delitos em todo o país desceu de 134.958 ocorrências para 96.398 neste mesmo período (uma redução de 28,5%). As violações caíram 45% e os assaltos desceram para metade (face ao mesmo período do ano anterior). No entanto, os homicídios subiram 25%. As autoridades estimam que existam quatro milhões de toxicodependentes nas Filipinas (cuja população é de cem milhões de habitantes). As ONG indicam que mais de 8.000 pessoas – alegadamente suspeitos de crimes – foram mortas no decorrer de operações policiais ou executadas por patrulhas de bairro ou “justiceiros”. Questionada sobre o número exacto de mortes na sequência da “guerra anti-droga”, a polícia filipina disse que há 5.691 homicídios sob investigação (num total de 9.432 homicídios registados desde Julho último), afirmando que desconhece quantos estão relacionados com a campanha de Duterte. A polícia disse apenas que 2.692 suspeitos foram abatidos pelos agentes – supostamente por terem resistido à prisão. Outros 1.847 homicídios estão relacionados com assuntos de drogas.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos Humanos | Enviado da ONU diz ter sido perseguido na China [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m representante da ONU para os Direitos Humanos afirmou que foi perseguido na China por agentes de segurança disfarçados durante uma visita oficial ao país, e que alguns activistas que encontrou terão sofrido ameaças e retaliações. Philip Alston, relator das Nações Unidas para a pobreza extrema e os direitos humanos, afirmou que a conduta de Pequim está em conflito com a liberdade necessária para os especialistas da ONU avaliarem situações e preservarem a confidencialidade das fontes. As dificuldades constam de um relatório final sobre a sua missão à China, realizada em Agosto passado, e enviado à agência Associated Press. O mesmo será entregue em Junho ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas. O mesmo relatório revela avisos por parte do Governo chinês para que Alston não estabelecesse contacto directo com organizações da sociedade civil para marcar encontros, requisitos do Governo para que apresentasse detalhes sobre encontros privados e perseguições por agentes de segurança disfarçados de cidadãos. Alston disse que o Governo o avisou e a activistas considerados “sensíveis” para que não se encontrassem e que uma reunião foi cancelada depois de a pessoa em causa ter sido colocada sob custódia. O porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Geng Shuang rejeitou comentar o relatório, afirmando que não o leu, mas disse que o Governo “apoiou” os pedidos de Alston para entrevistar pessoas durante a visita.
Hoje Macau China / Ásia“Uber dos camiões” chinês já vale mais de mil milhões de dólares [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] “Uber dos camiões” chinês, Huochebang, que liga camionistas a empresas que precisam de transportar as suas mercadorias, vale já mais de 1.000 milhões de dólares, informou ontem a revista Caixin. A ronda de financiamento, liderada pelo motor de busca Baidu – o Google chinês-, permitiu à Houchebang arrecadar 156 milhões de dólares. A empresa assegura que poupa mais de 60.000 milhões de yuan anualmente em combustível aos cinco milhões de camionistas do país, maximizando cada deslocação. O capital recebido pela Houchebang servirá para expandir os seus negócios de serviços de camiões, alargar a sua base de usuários e contratar mais pessoal, segundo fonte da empresa citada pela revista de informação financeira Caixin. A empresa foi fundada em 2011 com o apoio do gigante chinês da Internet Tencent e conta actualmente com 2,6 milhões de veículos registados e 2,3 milhões de condutores. O seu sucesso consiste em ligar a indústria do transporte com camiões, um sector que na China se encontra fragmentado e é composto sobretudo por camionistas independentes, que representam 75% dos carregamentos comerciais do país. Além do seu negócio de transporte, a Huochebang também está a acumular dados sobre o consumo de combustível por quilómetro e de despesas com portagens, que utilizará para oferecer serviços financeiros aos camionistas.
Hoje Macau China / ÁsiaASEAN evita críticas a Pequim sobre mar do Sul [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s líderes dos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), reunidos no sábado numa cimeira, em Manila, abstiveram-se de condenar a política de Pequim no Mar do sul da China, no comunicado divulgado domingo. Rodrigo Duterte, chefe de Estado das Filipinas, país que ocupa a presidência rotativa do bloco, difundiu um comunicado de 25 páginas sobre a reunião de sábado que não contém, no entanto, mais do que declarações vagas sobre o contencioso do Mar do sul da China. “Tomámos nota das preocupações manifestadas por alguns dirigentes sobre os recentes desenvolvimentos na zona”, refere o comunicado da ASEAN, bloco formado pelas Filipinas, Birmânia (Myanmar), Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname. A nota, citada pela agência noticiosa francesa AFP, não faculta detalhes sobre a identidade dos líderes em causa ou a natureza das preocupações apresentadas. Disputas antigas Pequim defende ter direitos de soberania sobre a quase totalidade do Mar do Sul da China, uma via marítima estratégica pela qual passam um terço do petróleo negociado internacionalmente, onde quatro membros da ASEAN (Brunei, Malásia, Filipinas e Vietname) e Taiwan também têm reivindicações territoriais. Pequim, que usa como fundamento, uma linha que surge nos mapas chineses desde 1940, tem investido fortemente em grandes operações na zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas. Rodrigo Duterte tem adoptado uma postura diferente do seu antecessor, Benigno Aquino, que iniciou, aliás, um procedimento contra Pequim junto do Tribunal de Arbitragem Permanente de Haia em 2013 depois de, no ano anterior, a China ter tomado o controlo do atol Scarborough, tradicional zona de faina de pescadores filipinos, e face às disputas pelas ilhas Spratly, também localizadas no mar do Sul da China. Em Julho do ano passado, o tribunal deu razão às Filipinas, considerando ilegítimas as reivindicações chinesas sobre áreas que Manila considera parte da sua zona económica exclusiva. Contudo, pese embora o veredicto, Duterte optou por centrar-se no restabelecimento de laços com a segunda economia mundial. Tanto que antes da cimeira de chefes de Estado e de Governo da ASEAN afirmou desde logo que não iria levantar o tema da disputa territorial com Pequim, levando os seus críticos a acusá-lo de subserviência. O comunicado divulgado este domingo “reafirma a importância da manutenção da paz, da estabilidade, da segurança e da liberdade de navegação e de voo” no mar do Sul da China. Também coloca em evidência a necessidade de “contenção”, defendendo que deve ser “evitada qualquer acção susceptível de complicar a situação”. O próximo encontro dos líderes do bloco regional realiza-se em Novembro, estando prevista a presença do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Só os dez países da ASEAN formam um bloco de 625 milhões de habitantes (mais do que os cerca de 500 milhões da União Europeia), que pretende chegar a um Produto Interno Bruto conjunto de 4,7 mil milhões de dólares em 2020 (e tornar-se na quarta potência económica mundial dentro de 15 anos.
Hoje Macau China / ÁsiaDirector da CIA em Seul para “reunião interna”, diz embaixada dos EUA [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director da CIA, Mike Pompeo, estava ontem na Coreia do Sul para uma “reunião interna” e não para reunir com dirigentes sul-coreanos, afirmou a embaixada dos Estados Unidos, numa altura de tensão na península. O jornal sul-coreano Chosun Ilbo tinha noticiado que Pompeo, que foi nomeado em Fevereiro para liderar os serviços secretos norte-americanos, tinha chegado durante o fim de semana a Seul e tinha participado em reuniões à porta fechada com o chefe dos serviços secretos sul-coreanos e representantes da presidência. Citando várias fontes próximas dos serviços secretos, o jornal escreveu que o director da CIA informou os seus homólogos sobre a política norte-coreana da administração Trump e avaliou a situação interna da administração norte-coreana. O Chosun Ilbo também refere que Pompeo falou sobre as perspectivas da relação americana-coreana na sequência das eleições presidenciais sul-coreanas agendadas para 9 de Maio. Um responsável da embaixada dos Estados Unidos confirmou que o director da CIA estava na Coreia do Sul, mas informou que o seu programa era muito limitado. “O director da CIA e a sua mulher estão em Seul para uma reunião interna com as forças norte-americanas na Coreia do Sul e responsáveis da embaixada”, disse. “Ele não se vai encontrar com nenhum responsável da Casa Azul nem nenhum candidato”, acrescentou, sem adiantar detalhes sobre o programa de Pompeo. A Casa Azul é o local da presidência sul-coreana. Tempos difíceis Esta visita decorre num clima de tensão relacionado com os programas nuclear e balístico de Pyongyang, numa altura em que a Coreia do Norte, que voltou a lançar novo míssil no sábado, poderia estar a preparar um sexto teste nuclear. Estas tensões são igualmente alimentadas pela retórica incendiária de Donald Trump, que disse estar preparado para “tratar” sozinho do problema norte-coreano se a China não controlasse o seu vizinho turbulento. O Presidente norte-americano suscitou igualmente a consternação em Seul, ao indicar que a Coreia do Sul devia pagar pelo sistema antimísseis norte-americano actualmente em fase de instalação. A implantação do THAAD suscitou a forte oposição de parte da opinião pública sul-coreana e a irritação da China, que vê o dispositivo como um atentado à sua própria soberania. “Há questões bem mais importantes do que o dinheiro”, refere um editorial do Chosun Ilbo, que acusa Trump de “minar a confiança” com as suas exigências financeiras.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim pede fim dos exercícios militares americanos na Coreia do Sul [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China voltou ontem a pedir aos Estados Unidos para pararem com os exercícios militares na Coreia do Sul, num momento em que existe um agravamento do clima de tensão entre Washington e o regime norte-coreano. “A continuação dos testes nucleares viola as resoluções da ONU, mas as manobras militares em redor da península [coreana] também não respeitam as resoluções da ONU”, declarou ontem o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterando o apelo para o fim dos exercícios militares conjuntos dos exércitos americano e sul-coreano. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês falava numa conferência de imprensa em Berlim após um encontro com o seu homólogo alemão, Sigmar Gabriel. As autoridades de Seul anunciaram exercícios conjuntos com um porta-aviões americano que é aguardado em breve naquela região. Washington mobilizou o porta-aviões nuclear USS Carl Vinson e respectiva escolta para a península coreana, onde deverá chegar até ao final da semana. “O perigo que novos conflitos ecludam a qualquer momento é grande, é por essa razão que apelamos a todas as partes que mostrem sangue frio e evitem qualquer acção ou palavra que possa levar a novas provocações”, declarou Wang Yi na capital alemã. Questionado sobre os riscos de um eventual conflito armado, o ministro chinês considerou que “mesmo um risco de 1% não pode ser tolerado” porque uma guerra teria consequências “inimagináveis”. Pára tudo Pequim tem defendido nas últimas semanas uma solução que tem por base a ideia “suspensão contra suspensão”, ou seja, o regime de Pyongyang deve interromper as suas actividades nucleares e balísticas e Washington deve parar com as manobras militares comuns com a Coreia do Sul, exercícios anuais considerados pela ‘vizinha’ Coreia do Norte como uma provocação. Os Estados Unidos rejeitaram o plano chinês e voltaram a insistir que a China, um aliado tradicional de Pyongyang, pressione o regime norte-coreano, que tem intensificado os avisos e as ameaças a Washington. Responsáveis norte-americanos já avisaram que todas as opções, incluindo militares, estão “em cima da mesa”. Pequim, que continua a defender que a solução da mútua suspensão é “a única opção viável”, desafiou Washington a avançar com “uma melhor proposta”. Sobre a influência de Pequim sobre o regime norte-coreano, o ministro chinês afirmou em Berlim que é limitada. “A Coreia do Norte é um Estado soberano e deve decidir por si mesmo se quer ou não parar com as suas actividades nucleares”, argumentou Wang Yi. “Naturalmente, também acreditamos que estas actividades não são do interesse da Coreia do Norte”, acrescentou o ministro, sublinhando que Pyongyang justifica as suas acções com a “ameaça americana”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas recusam abordar disputas territoriais na cimeira da ASEAN [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas afirmou ontem que não levantará o tema da disputa territorial com Pequim relativa ao Mar do Sul da China na cimeira do Sudeste Asiático, levando os seus críticos a acusá-lo de subserviência. A cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) decorre até domingo em Manila, capital das Filipinas, e contará com a presença dos chefes de Governo e de Estado de países como Birmânia (Myanmar), Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname. As Filipinas obtiveram no ano passado uma vitória num tribunal arbitral, que não reconheceu como válidas as pretensões históricas de Pequim quanto a territórios disputados no Mar do Sul da China. O Presidente Rodrigo Duterte afirmou ontem que a decisão arbitral é uma questão que apenas diz respeito às Filipinas e à China, não aos outros membros da ASEAN. Os críticos de Duterte consideram que o Presidente filipino deveria abordar o tema na cimeira, para pressionar Pequim a aceitar a decisão e a reconhecer o Estado de Direito. Vários outros membros da ASEAN – o Brunei, a Malásia e o Vietname – disputam também com a China o direito ao arquipélago Spratly, entre outras ilhas, no Mar do Sul da China. As Ilhas Spratly são muito ricas em recursos energéticos. Na agenda do encontro da ASEAN – que celebra o seu 50.º aniversário – estará a integração comercial do bloco asiático com as grandes economias do continente, como a China, o Japão e a Índia, como resposta à saída dos Estados Unidos do Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP, na sigla em inglês). Trata-se da primeira cimeira da ASEAN desde que os Estados Unidos anunciaram a retirada em definitivo do TPP, a 23 de Janeiro último. Esta sexta-feira haverá uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e no sábado realiza-se a cimeira de chefes de Estado e de Governo. Bloco de peso A perda de peso do TPP (ao qual pertencem o Brunei, a Malásia, Singapura e Vietname) trouxe um novo fôlego político à iniciativa chamada Associação Económica Regional Integral (RCEP), criada pela ASEAN em 2012 e apoiada pela China. Na prática, a RCEP seria um tratado de livre comércio entre a ASEAN, a Austrália, a China, a Coreia do Sul, a Índia, o Japão e a Nova Zelândia, que juntos representam aproximadamente 40% do PIB mundial e quase metade da população do planeta. Só os dez países da ASEAN formam um bloco de 625 milhões de habitantes (mais do que os cerca de 500 milhões da União Europeia), que pretende chegar a um PIB conjunto de 4,7 mil milhões de dólares em 2020 e tornar-se na quarta potência económica mundial dentro de 15 anos. O próximo encontro dos líderes do bloco regional realiza-se em Novembro, estando prevista a presença do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As Filipinas, país no qual estão activos vários grupos terroristas e rebeldes, rodeou a cimeira da ASEAN de fortes medidas de segurança, num dispositivo que inclui 41 mil polícias e militares, bem como corte de estradas e restrições no espaço aéreo.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Americana condenada a três anos e meio de prisão [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou a cidadã norte-americana Sandy Phan-Gillis a três anos e meio de prisão por espionagem e revelação de segredos de Estado, informou ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post. Phan-Gillis, de 55 anos, foi detida em Março de 2015, quando acompanhava uma delegação de empresários de Houston, cidade do Estado norte-americano do Texas, e tentou entrar na China continental através de Macau. A norte-americana encontra-se num centro de detenção e não planeia recorrer da sentença, segundo John Kamm, director da Fundação Dui Hua, uma organização não-governamental especializada em seguir casos de presos na China. O período que Phan-Gillis passou detida corresponde a mais de metade da pena a que agora foi condenada pelo Tribunal Popular Intermédio de Nanning, pelo que pode obter já liberdade condicional e ser deportada. Uma porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Pequim explicou ao jornal que o julgamento decorreu à porta fechada e que um funcionário consular foi impedido de assistir. Normas de lado No ano passado, o grupo das Nações Unidas para as detenções arbitrárias criticou a China por não ter respeitado “as normas internacionais relativas ao direito a um julgamento justo e à liberdade e segurança”. Phan-Gillis permaneceu durante seis meses num lugar secreto e mais tarde foi transferida para um centro em Guangxi, província no sudoeste do país. A sua detenção só foi anunciada em Setembro de 2015, quando as autoridades chinesas revelaram que a suspeita “pôs em perigo a segurança nacional”. A norte-americana tem origens no sul da China, mas nasceu no Vietname. Numa carta enviada desde a prisão, a mulher assegurou que a sua detenção teve motivações políticas e não criminais.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul instala partes sistema antimíssil norte-americano [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou ontem ter instalado partes do controverso sistema de defesa antimíssil norte-americano, um dia depois da Coreia do Norte ter exibido o seu poderio militar, com exercícios de artilharia com fogo real. Em comunicado, a Coreia do Sul indicou que partes não especificadas do sistema defesa antimíssil norte-americano (THAAD) foram implantadas, e que Seul e Washington têm impulsionado o andamento dos trabalhos de modo a que esteja operacional em breve para lidar com as ameaças por parte de Pyongyang. A agência noticiosa sul-coreana Yonhap detalhou que foram instalados seis lançadores, incluindo alguns para serem usados para interceptar mísseis e pelo menos um radar. O trabalho com vista à montagem ainda este ano do sistema defesa antimíssil norte-americano desagradou a Coreia do Norte, mas também a China e a Rússia. Seul, à semelhança de Washington, garante que tem objectivos meramente defensivos, mas Pequim, por exemplo, considera que o THAAD e o seu potente radar têm capacidade para reduzir a eficácia dos seus sistemas de mísseis. A Coreia do Norte realizou exercícios de artilharia com fogo real de grande dimensão na terça-feira por ocasião do 85.º aniversário do seu exército, segundo Seul. Fontes do Governo sul-coreano, citadas pela agência Yonhap, indicaram na terça-feira que se acredita que o simulacro, realizado perto da cidade de Wonsan, pode ter sido um dos maiores exercícios com fogo real levado a cabo até à data pela Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaAmnistia Internacional quer ASEAN a tomar posição contra mortes nas Filipinas [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ara a AI, os líderes do bloco, composto por dez nações, devem considerar se as mortes constituem uma grave violação da Carta da ASEAN, particularmente do compromisso de defesa dos direitos humanos. A organização não-governamental (ONG) indicou que até 9.000 pessoas foram mortas, pela polícia ou pessoas armadas, desde Julho, no âmbito da campanha do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, contra o tráfico de droga nas Filipinas. “À medida que o número de mortos aumenta, também aumentam as provas relativas ao papel das autoridades filipinas no derramamento de sangue”, disse Champa Patel, director da AI para o Sudeste Asiático e Pacífico. Patel considerou “um escândalo” que a cimeira da ASEAN decorra nas Filipinas e devia levar o Governo a realizar de imediato “uma investigação independente e eficaz” às mortes extrajudiciais. Numa carta aberta ao ministro da Justiça filipino, Vitaliano Aguirre II, a AI pediu às autoridades para realizarem uma investigação imediata e imparcial a todas as mortes relacionadas com o tráfico de droga, e processarem os suspeitos, independentemente do cargo que ocupem. Negas estatais O porta-voz presidencial filipino Ernesto Abella disse que “os alegados homicídios extrajudiciais não são apoiados nem aprovados pelo Estado”. As operações policiais seguem protocolos definidos e quem não respeita o protocolo responde perante a lei, disse. De acordo com Abella, o Senado filipino realizou uma investigação independente e não encontrou quaisquer provas de execuções aprovadas pelo Estado. Na segunda-feira, o advogado filipino Jude Sabio entregou documentos ao gabinete da procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), no qual acusa Duterte de ter causado a morte de mais de 8.000 pessoas na guerra anti-droga. As Nações Unidas, a União Europeia, os Estados Unidos, assim como numerosas organizações de defesa dos direitos humanos têm expressado preocupação sobre as alegadas execuções extrajudiciais.
Hoje Macau China / ÁsiaMinistro japonês demite-se após comentário ofensivo sobre desastre de 2011 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro da Reconstrução japonês, Masahiro Imamura, apresentou ontem a demissão, um dia depois de ter feito um comentário considerado ofensivo sobre o maremoto de 11 de Março de 2011. Numa reunião do Partido Liberal Democrata (PLD, no poder), Imamura, de 70 anos, disse ter sido uma sorte que o desastre de 11 de Março de 2011 tenha atingido o nordeste do país em vez da área metropolitana de Tóquio. O ministro afirmou que o desastre causou prejuízos nas infra-estruturas sociais avaliados em 226.000 milhões de dólares, um impacto que teria sido muito maior caso a zona da capital tivesse sido afectada, de acordo com os meios de comunicação social japoneses presentes na reunião, na terça-feira. Imamura retratou-se pouco depois e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pediu desculpas por um comentário “extremamente inapropriado” e “doloroso” para aqueles afectados pela tragédia. O novo ministro da Reconstrução vai ser Masayoshi Yoshino, natural da prefeitura de Fukushima e ex-vice-ministro do Ambiente, indicou a agência noticiosa Kyodo. Imamura dirigia a pasta da Reconstrução desde a mais recente remodelação do Governo de Shinzo Abe, realizada em Agosto passado. O Ministério foi criado em 2011 para se ocupar da reconstrução das zonas afectadas pelo maremoto de 11 de Março desse ano, e dos problemas relacionados com o acidente nuclear desencadeado na central de Fukushima. Outros dislates A oposição nipónica tinha pedido, no início do mês, a demissão de Imamura, por o político ter afirmado, durante uma conferência de imprensa sobre o apoio aos deslocados de Fukushima, que as pessoas que se retiraram voluntariamente da zona e não regressaram, apesar do levantamento das ordens de evacuação, se devem defender sozinhas. “É sua própria responsabilidade, a sua própria escolha”, disse o então ministro para defender a decisão do Governo central de cessar a assistência financeira aos cerca de 26 mil “deslocados voluntários”, residentes que saíram voluntariamente das zonas em torno da central que não foram legalmente definidas como zonas obrigatórias de evacuação. Muitas dessas pessoas não têm intenção ou não têm possibilidades de regressar às suas casas devido sobretudo a preocupações relacionadas com a radiação e dificuldades financeiras. Aproximadamente 40.000 pessoas continuam ainda deslocadas devido àquele que foi o segundo pior acidente nuclear na História, a seguir ao desastre de Chernobil, na Ucrânia, em 1986. O desastre de 11 de Março de 2011 no Japão causou 15.893 mortos e 2.553 desaparecidos, de acordo com o balanço oficial.