Hong Kong | Lancôme reabre lojas após protestos

Com medo dos protestos, fecharam-se a sete chaves na quarta mas ontem reabriram. Tudo por causa do cancelamento de um concerto de Denise Ho por, dizem, “motivos de segurança”. Denise acha que foi pelas suas convicções politicas. O Global Times, que iniciou a polémica ao criticar o evento, rejubilou por a Lancôme levar em consideração o público da China continental

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] empresa de cosméticos Lancôme reabriu ontem as suas lojas em Hong Kong, após ter fechado portas na véspera devido a protestos por a marca ter cancelado um concerto da cantora local, crítica da China, Denise Ho.
Segundo o South China Morning Post, Denise Ho instou na sua página no Facebook toda a gente a erguer-se contra o que chamou de “terror branco que se tem vindo a espalhar” pela sociedade e a lutar pela liberdade de expressão.
Na terça-feira, a cantora pediu explicações à marca francesa por a Lancôme, que pertence ao grupo L’Orèal, lhe ter cancelado um concerto, alegadamente devido às suas convicções políticas.
Na quarta-feira, devido à marcação de protestos, as lojas e pontos de venda da marca estiveram fechados em Hong Kong, assim como os escritórios da L’Orèal.
Entretanto, foi lançada uma petição na Internet para apelar ao boicote dos produtos Lancôme.
O concerto promocional de Denise Ho, agendado para dia 19, foi cancelado após reacções negativas nas redes sociais da China continental ao apoio da artista ao Tibete e a movimentos pró-democracia como o Occupy Central (de Hong Kong).
Em comunicado, a cantora considerou a situação “extremamente lamentável”, indicando estar a ser castigada por defender os seus direitos e afirmar as suas convicções.
No domingo, a Lancôme disse que o evento tinha sido cancelado devido a “possíveis motivos de segurança”.
O balcão de venda da marca no maior centro comercial de Times Square, em Hong Kong, foi encerrado, assim como o centro de beleza que a marca possui no mesmo edifício, depois de se saber que tinha sido convocado um protesto nas imediações.
O organizadores do protesto, todavia, avisaram que poderão promover outras iniciativas se não houver resposta da marca.
“O objectivo deste protesto é mostrar ao mundo que devemos manter-nos juntos e, através do boicote [aos seus produtos], mostrar à Lancôme e à L’Orèal que não se podem focar apenas no mercado chinês”, afirmou Avery Ng, da Liga dos Sociais-Democratas, um dos 12 grupos que participaram nos protestos na tarde de quarta-feira.

Agitação na rede

Entretanto, foi também lançada uma petição na internet para apelar ao boicote dos produtos da Lancôme que já reuniu mais de 4.000 assinaturas.
A reacção dos internautas chineses surgiu em resposta a uma publicação do jornal de Pequim Global Times, no microblogue Weibo. O jornal questionou o evento, acusando a empresa de cooperar com “veneno de Hong Kong” e “veneno do Tibete”, ou seja, com uma apoiante da autonomia de Hong Kong e do Tibete.
Alguns internautas chineses começaram, então, a apelar a um boicote à Lancôme. Após o anúncio do cancelamento do concerto, surgiram novas ameaças de boicote, desta feita do ‘outro lado da barricada’.
O Global Times reagiu à notícia, dizendo que a marca francesa revelou “sabedoria” ao cancelar o concerto. Para o jornal, “os motivos são óbvios”: “Aparentemente, a Lancôme tomou mais em consideração os sentimentos do público da China continental, porque a China representa um mercado muito maior do que Hong Kong”. “Como empresa, deve procurar ganhos comerciais, uma sabedoria que deve revelar em situações complexas”, escreveu

10 Jun 2016

Tailândia | Primeiro país da Ásia a erradicar transmissão de VIH de mãe para filho

A Tailândia fez jus à fama dos seus serviços de saúde erradicando a passagem do vírus VIH de mãe para filho. Além disso, os esforços concertados no país levaram também à redução do número de mulheres infectadas: passou de 15 mil casos em 2000 para 1.900 em 2014 – uma descida de 87%

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Tailândia tornou-se no primeiro país da região da Ásia-Pacífico a erradicar a transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e a sífilis de mãe para filho, informou ontem a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A OMS também reconheceu o país asiático como o primeiro com um grande número de afectados que consegue o que a organização qualificou como um “feito extraordinário” e “um passo crucial para reduzir a epidemia do VIH”.
“A Tailândia mostrou ao mundo que o VIH pode ser derrotado”, disse o director regional para o sudeste da Ásia da OMS, Poonam Khetrapal Singh, em comunicado.
Aproximadamente 21 mil crianças nascem anualmente com VIH na região da Ásia-Pacífico, onde existem cerca de 200 mil menores afectados.
Segundo a OMS, mulheres infectadas com o VIH têm entre 15 e 45 por cento de probabilidade de transmitir o vírus aos seus filhos durante a gravidez, parto ou durante a amamentação, mas o risco diminui para 1% se durante estes períodos lhes forem administrados anti-retrovirais.
De acordo com o Ministério da Saúde da Tailândia, 98% das mulheres com VIH tem acesso a anti-retrovirais e a transmissão do vírus de mãe para filho foi reduzida a menos de 2%.
As autoridades tailandesas estimam que em 2000 aproximadamente mil crianças tenham sido infectadas com VIH, número que diminuiu cerca de 90% em 2015, até aos 85 casos em todo o país, onde um universo de 450 mil vivia com este vírus em 2014.
Além de conter a transmissão do VIH entre mãe e filho, a Tailândia também conseguiu reduzir o número de mulheres infectadas: passou de 15 mil casos em 2000 para 1.900 em 2014 – uma descida de 87%. A OMS destacou que o sistema de saúde pública da Tailândia garante o acesso universal aos cuidados médicos e que o mesmo cobre o tratamento de VIH, tanto para tailandeses como para a população imigrante.
“A Tailândia deu a volta à epidemia e transformou a vida de milhares de mulheres e crianças afectadas pelo VIH”, disse o director do programa da ONU contra a sida, Michel Sidibé, no mesmo comunicado. “O progresso da Tailândia mostra o que se pode alcançar quando a ciência e a medicina são apoiadas com um significativo compromisso político”, acrescentou.
A OMS fez o reconhecimento antes de a ONU reunir ontem representantes de todo o mundo para tentar acelerar a luta contra a sida e de modo a que se atinja o objectivo de erradicar a epidemia antes de 2030. Essa meta – fixada em 2015 nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável adoptados pela ONU – chega depois de se ter conseguido, nos últimos anos, conter e reduzir a propagação da sida em todo o mundo.

10 Jun 2016

Pequim garante redução da produção de aço

Com agências

Reduzir, sim, mas o Ministro das Finanças vai avisando que a economia planeada é história. Por isso, as reduções têm de se submeter ao mercado pois, argumenta, “mais de metade dos fabricantes de aço são privados”. Mas, pelo sim, pelo não, lançou uma campanha de verificação de consumos energéticos das unidades fabris. Quem gastar demais pode vir a fechar a porta

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China quer reduzir ainda mais o excesso de capacidade de produção na indústria do aço mas com base nas forças do mercado e não nas metas estabelecidas pelo governo, declarou o Ministro das Finanças, Lou Jiwei, na segunda-feira, no início do diálogo anual de alto nível entre a China e os Estados Unidos.
A China dá grande importância ao corte da capacidade industrial excessiva e tomou medidas para eliminar 90 milhões de toneladas de capacidade de produção de aço, disse Lou em uma conferência de imprensa.
No entanto, descartou a possibilidade do governo estabelecer uma meta quantitativa.
“A China tem dito adeus à economia planificada, por isso o governo não pode ditar às indústrias nada a esse respeito. Mais de metade dos fabricantes de aço do país são privados”, indicou.

Quem gasta demais, fecha

Na sequência das tentativas de redução de capacidade, Lou Jiwei anunciou ainda o lançamento de uma investigação para recolher informação sobre o consumo de energia nas siderúrgicas do país.
Segundo o jornal oficial Shanghai Daily, a campanha, promovida pelo Ministério da Indústria e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, encarregada da planificação económica do país, requer a supervisão dos governos locais e uma auto-avaliação das próprias empresas.
Pequim exige a todos os governos e siderúrgicas que recolham dados sobre o consumo de energia das empresas até finais de Junho, para serem entregues antes do dia 10 de Julho.
As empresas que apresentem níveis de consumo energético superiores ao permitido oficialmente para o sector deverão corrigir esse problema ao longo dos próximos seis meses, com a possibilidade de o prazo ser prorrogado por três meses.
As firmas que não cumprirem com aquela meta serão encerradas, informa o jornal.

A culpa foi da crise

Lou Jiwei contestou ainda as críticas dos Estados Unidos da América e União Europeia ao excesso de capacidade de produção da China, afirmando que há “muito exagero” sobre este tema.
Durante a oitava ronda do Diálogo Estratégico e Económico China – EUA, que decorreu até ontem, em Pequim, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, afirmou que aquele problema “tem o efeito de distorcer e danificar os mercados globais”.
Lou recordou que boa parte do excesso de capacidade de produção na indústria pesada chinesa se deve ao plano de estímulo massivo lançado por Pequim após a crise financeira global, em 2008, quando o país se tornou no motor da economia mundial, representando mais de 50% do crescimento.
“Nessa altura, o mundo aplaudiu a decisão da China e louvou o seu contributo para impulsionar o crescimento económico global”, assegurou, enquanto “agora, o mundo aponta para a China e diz que o excesso de capacidade é um obstáculo para o planeta, mas não dizem o mesmo quando a China contribui para o crescimento global”.
O ministro assegurou ainda que Pequim “está a abordar com seriedade o problema do excesso de capacidade”, com uma redução da sua capacidade produtiva de aço a rondar os 90 milhões de toneladas anuais, em 2015, e planos semelhantes para os próximos exercícios.
O 8º Diálogo Estratégico e Económico China-EUA é realizado num momento em que o excesso de capacidade de aço se tornou um importante desafio global.
Os produtores de aço dos Estados Unidos recorrem cada vez mais a medidas comerciais e à protecção tarifária para superar um mercado desacelerado, uma prática a que se opõem fortemente os exportadores chineses.

8 Jun 2016

Hong Kong | Activistas pró-democracia absolvidos

[dropcap style=’circle’]Q[/dropcap]uatro jovens activistas pró-democracia de Hong Kong, incluindo Joshua Wong, um dos líderes do movimento Occupy Central, foram ontem absolvidos da acusação de obstrução à polícia durante um protesto.
Wong, de 19 anos, foi o rosto do que ficou conhecido como o Movimento dos Guarda-Chuvas, que levou à paralisação de zonas de Hong Kong durante mais de dois meses em 2014, com protestos nas ruas exigindo eleições totalmente livres para a escolha do chefe do Governo.
“O resultado deste julgamento prova que se tratava de uma perseguição política”, disse Wong, após o veredicto do primeiro de muitos casos contra si.
O jovem foi levado a tribunal devido a um protesto mais pequeno em Junho de 2014, antes das grandes manifestações, em que dezenas de pessoas se reuniram junto ao edifício da representação oficial de Pequim na cidade.
Os manifestantes opunham-se ao “Livro Branco” da China que reafirmava o seu controlo sobre Hong Kong, chegando mesmo a queimar uma cópia do documento.
Wong, o líder estudantil Nathan Law, e os activistas Raphael Wong e Albert Chan foram todos acusados de obstrução à polícia, que pode ser punida com penas de prisão de dois anos.
Os quatro declararam-se inocentes e foram absolvidos pelo tribunal.
Cerca de 20 apoiantes reuniram-se junto ao tribunal antes de a decisão ser conhecida, transportando guarda-chuvas amarelos, o símbolo do movimento pró-democracia de Hong Kong. “Não vamos baixar a cabeça perante as autoridades da China”, disse Law, antes de entrar no tribunal.

Mas há mais…

Num caso distinto, Wong foi julgado por uma manifestação em que os estudantes entraram dentro do recinto do complexo governamental, a 26 de Setembro de 2014, impulsionando protestos maiores que, dois dias depois, resultaram no lançamento, pela polícia, de gás lacrimogéneo contra a multidão.
A decisão deverá ser conhecida no final deste mês.
Wong enfrenta também acusações relacionadas com um protesto em Mong Kok, onde aconteceram os confrontos mais violentos do Occupy.
Wong e Law foram ainda detidos no mês passado após tentarem parar, em plena estrada, a caravana onde seguia Zhang Dejiang, que preside à Assembleia Nacional Popular.
Os dois foram libertados sob fiança.

8 Jun 2016

Japão | Rapaz sai do hospital após ser abandonado numa floresta

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] rapaz de sete anos que sobreviveu durante quase uma semana após ser abandonado pelos pais numa floresta teve ontem alta do hospital, acabando com um drama que cativou o Japão e acendeu o debate sobre disciplina infantil.
A polícia disse que os pais não vão ter nenhuma consequência por terem abandonado Yamato Tanooka como castigo por atirar pedras, apesar da revolta pública generalizada.
Yamato estava muito alegre quando saiu do hospital municipal de Hakadate no norte da ilha de Hokkaido.
Com um boné preto de basebol, parou a sorrir e acenou à multidão de jornalistas e curiosos. Segurava uma bola de basebol feita em papel que tinha mensagens de apoio escritas. Quando lhe perguntaram o que queria fazer, disse: “Basebol!”. Sobre se queria voltar à escola, respondeu com entusiasmo: “Quero ir!”.
Depois de alguns minutos, que incluíram aplausos, o seu pai levou-o para uma carrinha e foram embora.

Processo disciplinar

O rapaz sobreviveu durante seis noites sozinho depois dos pais o terem deixado na estrada de uma montanha, no dia 28 de Maio, perto de bosques onde existem ursos.
Muitos japoneses ficaram indignados com o casal, que disse ter forçado o filho a sair do carro para lhe dar uma lição depois de ele ter atirado pedras a carros e a pessoas.
O pai disse que voltou atrás cinco minutos depois para o ir buscar mas não o encontrou.
O caso acendeu o debate no Japão sobre disciplina parental. Algumas pessoas pediram compreensão para os pais, mas a maioria condenou a atitude excessiva.
“Não vamos considerar isto um caso criminal”, disse à AFP um porta-voz da polícia de Hakkaido, acrescentando que o caso seria apenas encaminhado para a segurança social.
Toru Numata, um advogado que lida com casos violência doméstica e abuso, disse à AFP: “Considerando os factores por detrás do caso, as hipóteses de tornar o caso processável são muito pequenas”.
Numata disse que o foco seria provavelmente a saúde mental do rapaz e o possível trauma do episódio.
Depois de Yamato ter deixado o hospital, as redes sociais celebraram a sua recuperação, e uma pessoa escreveu no Twitter: “Que bom que ele foi salvo… Dêem-lhe muitos beijos”.
Mas alguns mostraram-se incomodados com a grande cobertura dos media.
“Os media precisam de andar atrás dele?”, escreveu um utilizador. “Era melhor deixarem-no em paz”.
A equipa de salvamento e os soldados passaram dias a vasculhar as florestas da montanha depois de Yamato ter desaparecido.
A criança foi finalmente descoberta na passada sexta-feira, abrigada numa cabana de um campo de treino militar a cinco quilómetros do sítio onde foi abandonada.
Yamato estava desidratado e foi levado para o hospital.
A polícia interrogou-o durante uma hora no hospital, na segunda-feira, acompanhado pela mãe e pelos médicos, informou o jornal Tokyo Shimbun.
O diário citou o que o rapaz disse à polícia: “Eu andei sozinho e não encontrei ninguém”, acrescentando que às vezes parava para descansar e chegou à cabana quando estava escuro.
Yamato manteve-se quente ali, durante as noites frias, ao dormir entre dois colchões. Bebeu água de uma torneira, mas não tinha nada sólido para comer.
O pai, Takayuki Tanooka, de 44 anos, disse na segunda-feira que pediu desculpa ao filho e que o rapaz o perdoou.
“Eu disse-lhe: ‘O pai fez-te passar por um período difícil. Desculpa’”, disse Takayuki à rádio TBS.
“E depois, o meu filho disse: ‘Tu és um bom pai. Eu desculpo-te’”, acrescentou Tanooka.

8 Jun 2016

Pequim e Washington à procura de entendimentos

Ontem e hoje Pequim acolhe mais uma edição do Diálogo Estratégico e Económico China-EUA. Na mesa estão as diferenças e a procura de entendimentos entre as duas potências mundiais sem esquecer os mais recentes apertos às ONGs, o excesso de produção industrial e a Coreia do Norte

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Diálogo Estratégico e Económico China-EUA que decorre em Pequim e reúne entidades governamentais de ambas as partes abriu ontem com Xi Jinping a exultar a importância de superar as diferenças enquanto que do outro lado do Pacífico, os EUA alertam para questões do excesso industrial, as restrições às ONGs e as sanções à Coreia do Norte.
O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem à gestão de “diferenças dificilmente evitáveis” entre a China e os Estados Unidos da América de uma forma “pragmática” e com base na confiança e respeito mútuos.
No discurso que abriu a oitava ronda do Diálogo Estratégico e Económico China – EUA, Xi afirmou que ambas as potências devem cooperar, ao invés de competir entre si, assegurando que as soluções podem ser encontradas, desde que os “esforços sejam redobrados”. Quanto às diferenças que não podem ser resolvidas no momento “temos de geri-las de uma forma pragmática e construtiva, colocando-nos no lugar do outro”, disse. Para Xi, China e EUA podem alcançar consensos desde que sigam “os princípios do respeito mútuo e igualdade”.
Sem mencionar o aumento de tensões no Mar do Sul da China, que Pequim reclama na quase totalidade, Xi pediu uma maior coordenação bilateral em assuntos vinculados com a região Ásia-Pacifico em que “o vasto Pacífico devia ser um cenário para a cooperação inclusiva e não um campo para competir”, afirmou.
O presidente chinês reviu ainda a evolução dos laços bilaterais sino norte-americanos desde que ascendeu ao poder, há três anos, e sublinhou que a relação cresceu em “amplitude e profundidade”, mas instou as duas partes a reforçar a comunicação para evitar “juízos estratégicos errados”.

Do outro lado da mesa

Por seu lado, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, transmitiu à liderança chinesa a sua preocupação com a nova lei daquele país para regular o trabalho das ONG estrangeiras, que considera ter ficado “debilitado”.
No seu discurso de abertura Lew advertiu que a resolução deste assunto será importante para a relação bilateral entre as duas potências em que defende o papel das organizações não-governamentais na abertura e integração da China na economia mundial e a sua contribuição para cobrir as necessidades humanas básicas e incrementar o “êxito económico” do país. Ao mesmo tempo manifesta a sua preocupação “porque a China recentemente aprovou uma lei para administrar as ONG estrangeiras que debilita aqueles fundamentos, ao criar um ambiente pouco favorável para as ONG estrangeiras”, considerou.
O mesmo responsável disse também que o presidente dos EUA, Barack Obama, e o seu homólogo chinês, discutiram pontos de vista diferentes relativamente às ONG, sendo que “resolver isto será importante para uma relação bilateral”, assinalou o secretário do Tesouro.

Excesso de produção

No plano económico, Lew destacou o processo de transição que atravessa a economia chinesa, a segunda maior do mundo, e qualificou como “essencial” o país colocar em marcha as reformas para a redução do excesso de capacidade industrial, a abertura de mais sectores ao investimento estrangeiro e o desenvolvimento do mercado de capitais. “O excesso de capacidade tem o efeito de distorcer e danificar os mercados globais”, disse, aplaudindo a decisão da China em tomar medidas para combater o problema.
Pequim anunciou, no início do ano, planos para reduzir este excedente de produção na indústria do aço e do carvão chinesa, que desde há quatro anos resultam numa queda consecutiva dos preços.

E na Coreia do Norte

O Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, assegurou que é “imperativo” continuar a pressionar a Coreia do Norte e apelou à China para trabalhar na mesma direcção que os Estados Unidos.
Na presença do conselheiro de Estado chinês, Yang Jiechi, e o vice-primeiro ministro, Wang Yang, anfitriões do encontro, o responsável sublinhou a “necessidade” de ambos os países estarem “firmemente juntos”, no que toca ao regime norte-coreano.
“Recentemente trabalhámos juntos para adoptar as sanções do Conselho de Segurança da ONU mais fortes de sempre impostas à Coreia do Norte, em resposta às sucessivas violações deste país de resoluções passadas”, recordou Kerry, em referência às medidas adoptadas após os ensaios nucleares realizados por Pyongyang.
A China, um país que até há poucos anos referia a sua relação com a Coreia do Norte como sendo de “unha com carne”, começou a aplicar estas sanções em Abril. Porém, na semana passada, o Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu uma delegação do país que lhe reiterou a aposta no desenvolvimento de armas atómicas.
“Não há qualquer motivo para que qualquer país necessite de avançar para a criação de mais armas nucleares”, assinalou Kerry, acrescentando que “o mundo está a avançar na direcção oposta”.
Os secretários norte-americanos de Estado, John Kerry, e do Tesouro, Jack Lew, encabeçam a delegação norte-americana, enquanto o lado chinês está representado pelo conselheiro de Estado Yang Jiechi e pelo vice-primeiro ministro Wang Yang.

7 Jun 2016

China | Grupo Suning compra 70% do Inter de Milão

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] grupo chinês especializado no retalho de electrodomésticos Suning confirmou ontem a compra de 70% do clube italiano de futebol Inter de Milão, por 270 milhões de euros.
Fundado em 1990 por Zhang Jindong, um dos homens mais ricos da Ásia e membro do principal órgão de consulta do Governo e do Partido Comunista da China (PCC), o Suning torna-se assim o primeiro grupo chinês a deter uma participação maioritária num clube dos cinco principais campeonatos europeus.
Em comunicado, o grupo escreve que esta aquisição permitirá “estudar a experiência e conceitos avançados do futebol da Europa”, ao mesmo tempo que “abrirá a porta do campeonato italiano a jogadores chineses”.
“Terá um valor incalculável para o futuro do futebol chinês”, realça.
Em Dezembro passado, o Suning comprou o Jiangsu Sainty, nono classificado da Superliga chinesa, a uma empresa de têxteis com o mesmo nome, e ‘baptizou-o’ de Jiangsu Suning.
No início do ano, o clube contratou os brasileiros Alex Teixeira, por 50 milhões de euros, e Ramires, por 30 milhões, a primeira e terceira contratação mais cara de sempre na China, respectivamente.
A imprensa chinesa avança ainda que o grupo está em negociações para comprar a Stellar, uma das maiores agências de jogadores de futebol do mundo.
A entrada de grandes grupos chineses no futebol coincide com o desejo de Pequim de converter o país numa potência futebolística à altura do seu poder económico e militar.
O presidente chinês, Xi Jinping, assumiu já o desejo de ver a China qualificar-se para a fase final de um Mundial, organizar um Mundial e um dia vencê-lo.
Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China figura em 82.º no ‘ranking’ da FIFA, atrás de muitas pequenas nações em vias de desenvolvimento.

7 Jun 2016

Tiananmen | Activistas detidos por relembrar o 4 de Junho

Quatro e seis são ainda números tabu na China continental. Juntos são a data da manifestação em prol da democracia que aconteceu em 1989 e que resultou em massacre. Hoje é uma data que não existe na história do continente e que as autoridades continuam a abafar. No assinalar do 27 aniversário do acontecimento, Pequim deteve seis activistas

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ábado passado assinalou-se mais um aniversário do massacre na Praça da Paz Celestial. Tiananmen recebia em 1989 milhares de jovens que se manifestavam, em tom de esperança, em prol da democracia. Numa data ainda hoje tida como tabu na China continental, 4 de Junho de 2016 assinalou mais um reforço ao silêncio com a detenção de seis activistas.
A polícia chinesa deteve vários activistas, enquanto outros estão sob vigilância no 27.º aniversário da repressão aos protestos pró-democracia na Praça de Tiananmen, na China, disseram grupos de Direitos Humanos.
Seis activistas dos Direitos Humanos, incluindo o poeta Liang Taiping, estão presos desde quinta-feira, após terem participado numa cerimónia particular comemorativa do “4 de Junho” de 1989, data do aniversário da repressão aos protestos pró-democracia em Pequim, afirmou a ONG chinesa Weiquanwang.
Os activistas foram presos pela polícia por suspeita de “fomentar a agitação e provocar desacatos”, disse a ONG, que também informou que outro activista “desapareceu” nos últimos dias na capital chinesa.
Quase três décadas passadas sobre a repressão na Praça de Tiananmen, o regime comunista continua a proibir que se faça qualquer menção sobre o assunto nos órgãos de comunicação social e na Internet, além de proibir que seja tratado nos livros escolares e de impedir qualquer debate.

Cerco apertado

À semelhança dos anos anteriores, “As Mães de Tiananmen”, uma associação de pais que perderam os seus filhos, foram colocados sob uma apertada vigilância policial.
Zhang Xianling, cujo filho de 19 anos foi morto em 1989, disse à agência de notícias AFP que quando foi a um cemitério de Pequim, com uma dúzia de outros pais para visitar os túmulos dos seus filhos, foram cercados por polícia à paisana. Adianta ainda que “Temos estado sob vigilância desde a semana passada (…) 30 (polícias à paisana) estavam no cemitério”.
“As Mães de Tiananmen” escreveram ainda uma carta aberta sob os “27 anos de terror e asfixia” a que têm sido submetidas onde consta em divulgação por Organizações Não-governamentais de Direitos Humanos na China que “nós, famílias das vítimas somos espiadas e vigiada pela polícia. Somos seguidas e mesmo detidas e têm confiscado e apreendido os nossos computadores”, continuando com “O governo ignorou-nos, finge que o massacre de 4 de Junho, que chocou o mundo inteiro, nunca aconteceu na China, e recusou-se a responder aos nossos apelos, enquanto os nossos compatriotas perdem gradualmente a memória do que aconteceu”. A carta refere ainda que o grupo foi avisado de que as visitas à casa da fundadora do grupo, Ding Zilin, com 79 anos, mas que tem problemas de saúde, seriam impedidas entre 22 Abril a 4 Junho. “Aqueles que querem visitá-la devem solicitar permissão e podem fazê-lo só depois da aprovação pela Secretaria de Segurança Pública de Pequim e não podem ser acompanhados por familiares de outras vítimas”, lê-se na carta.

Outras manifestações

Entretanto em Hong Kong e apesar do anúncio do afastamento da região dos acontecimento de 89, a vigília de sábado contou com cerca de 125 000 pessoas no Parque Vitória, menos 10 000 que no ano passado.
O parlamento de Taiwan, por sua vez, assinalou pela primeira vez, a repressão do movimento pró-democracia em 1989, na praça Tiananmen, em Pequim, pedindo ao novo governo para levantar a questão dos direitos humanos com a China. As relações entre as duas margens do estreito da Formosa conheceram um arrefecimento com a vitória, nas eleições de Janeiro, da nova presidente Tsai Ing-wen do Partido Progressista Democrático tradicionalmente independentista. As autoridades da ilha já pediram a Pequim para tirar as lições de Tiananmen, mas esta foi a primeira vez que o parlamento assinalou aqueles acontecimentos, um dia antes do aniversário, a 4 de Junho. Os deputados do DPP, alguns membros do KMT e o dissidente chinês no exílio Wu’er Kaixi observaram um minuto de silêncio e assinaram uma moção em que é exigido ao governo que “expresse as sérias preocupações de Taiwan sobre a necessidade de reparar os incidentes de 4 de Junho num momento apropriado”. Em Macau o Largo do Senado foi palco também da tradicional vigília que contou com algumas centenas de pessoas.

6 Jun 2016

Jack Ma diz que Alibaba diz está a cooperar com investigação dos EUA

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]ack Ma, o fundador do gigante chinês do comércio electrónico Alibaba, afirmou ontem que a sua empresa está a “cooperar activamente” com investigações à contabilidade do grupo pelo regulador do mercado de valores dos Estados Unidos.
Em declarações à agência oficial chinesa Xinhua, Ma disse que o Alibaba forneceu a informação solicitada pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos EUA e que saúda a investigação.
O Alibaba afirmou num comunicado enviado à bolsa de Nova Iorque no início deste mês que o SEC lançou uma investigação “para saber se houve alguma violação das leis federais de valores mobiliários”.
Entre outras questões, o regulador norte-americano requereu informação sobre a contabilidade da Cainiao, empresa de logística do grupo, e sobre as práticas do Alibaba durante o “Dia dos Solteiros”, o maior evento promocional de vendas ‘online’ na China.
“A melhor forma de resolver estas dúvidas é através da transparência e diálogo”, afirmou Ma à agência Xinhua, acrescentando que é difícil para alguns investidores norte-americanos entender o modelo de negócio do Alibaba.
Entretanto, o maior accionista do Alibaba, o grupo japonês SoftBank, anunciou esta semana que vai vender pelo menos 7,9 mil milhões de dólares da sua participação no Alibaba, numa altura em que tenta reduzir o seu endividamento.
O próprio Alibaba anunciou que vai comprar 2,0 mil milhões de dólares das acções detidas pelo SoftBank. “O Alibaba tem dinheiro que chegue e está optimista sobre os lucros futuros”, afirmou Ma.

6 Jun 2016

Mar do Sul da China |Washington e Pequim trocam “galhardetes”

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o sábado, os Estados Unidos ameaçavam “a tomada de acções” na palavra de Ashton Carter, secretário da Defesa norte-americana. Ontem, Pequim respondeu dizendo que não vai ter receio dos “problemas” naquela zona.
Em causa a construção pela China numa ilha reivindicada pelas Filipinas no Mar do Sul da China.
“Espero que estes desenvolvimentos não ocorram, porque caso contrário vão resultar na tomada de acções tanto pelos Estados Unidos, como por outras partes na região, as quais vão ter o efeito de não só aumentar a tensão como de isolar ainda mais a China”, disse Carter numa cimeira de segurança em Singapura.
A China, por seu lado, denunciou as “provocações” norte-americanas nas disputas territoriais no Mar do Sul da China.
“Os países estrangeiros devem ter um papel construtivo sobre esta questão, não o inverso. A tensão no Mar do Sul da China tem-se agravado por causa das provocações de alguns países, que perseguem os seus interesses egoístas”, disse o almirante Sun Jianguo, durante uma cimeira sobre segurança em Singapura.
E o almirante foi ainda avisando que “não causamos problemas, mas não temos medo dos problemas”.

Gigante controlo

Segundo informou em Abril a imprensa de Hong Kong , o ‘gigante’ asiático estabelecerá um posto em Scarborough Shoal, um território situado a 230 quilómetros da costa filipina.
Pequim reclama a soberania de quase todo o Mar do Sul da China. Nos últimos meses, construiu ilhas artificiais capazes de receber instalações militares em recifes disputados pelos países vizinhos.
Apesar dos protestos de Manila, a China passou a controlar efectivamente o Scarborough Shoal, em 2012, ao estacionar navios de patrulha na área e expulsar barcos de pesca das Filipinas.
Segundo uma fonte citada pelo jornal South China Morning Post, aquele posto permitirá a Pequim “aprimorar” a sua cobertura aérea no Mar do Sul da China, sugerindo planos para construir uma pista de aterragem.

6 Jun 2016

Banco Asiático de Investimento terá 100 países membros

O Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), a primeira instituição financeira internacional proposta pela China, vai alargar o número de países membros de 57 para cerca de 100, anunciou ontem o presidente Jin Liqun.
Em declarações ao jornal oficial China Daily, Jin disse que 30 países aguardam a adesão ao BAII e mais 20 indicaram já uma “intenção firme” de fazer parte da instituição.
Caso se concretize, o BAII ultrapassa assim o Banco Asiático de Desenvolvimento, criado pelo Japão em 1966, e que conta com 67 membros, 19 dos quais exteriores à região da Ásia-Pacífico.
Com uma participação de cerca de 13 milhões de dólares, Portugal é um dos 57 países fundadores do BAII, que no conjunto integra 14 países da União Europeia.
O Brasil é o nono maior accionista, com uma quota de 3.181 milhões de dólares e o único membro em todo continente americano.
Proposto pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013, aquela entidade é vista como uma reacção do Governo chinês ao que considera o domínio norte-americano e europeu em instituições globais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Gigantes de fora

Entre as grandes economias do planeta, apenas Estados Unidos da América e Japão não fazem parte, mas Jin frisou que “a porta continua aberta”, acrescentando que as empresas daqueles países serão tratadas de forma “igual e justa”, destaca o China Daily.
Segundo o antigo vice-ministro das Finanças da China, o banco irá anunciar a primeira rodada de projectos de infra-estruturas este mês, e a segunda e terceira no final deste ano.
O BAII vai também estender o financiamento a países exteriores à Ásia com “fortes relações económicas” com o continente e, para além de infra-estruturas, irá também financiar projectos nos sectores educação, saúde e planeamento e gestão urbana.
Com sede em Pequim, o BAII tem um capital inicial de 100.000 milhões de dólares (30,34% pertence à China) e é assumido como o principal instrumento de financiamento da iniciativa chinesa “Uma Faixa e Uma Rota”, um gigante plano de infra-estruturas, que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático.

2 Jun 2016

Portugal quer ser um “ponto estratégico” da Rota Marítima da Seda

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ortugal quer ser um “ponto estratégico” da iniciativa chinesa Rota Marítima da Seda, disse o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista ontem publicada pelo jornal oficial do Partido Comunista da China (PCC).
“Portugal está disposto a mover, em conjunto com a China, todas as diligências, no sentido de se tornar um ponto estratégico da Rota Marítima da Seda”, frisou Rebelo de Sousa, numa extensa entrevista publicada na versão impressa do Diário do Povo e na edição digital em português, inglês e chinês.
Aquela iniciativa, anunciada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013, refere-se a um gigante plano de infra-estruturas, que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático.
Segundo as autoridades chinesas, vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas, cerca de 60 por cento da população mundial.

Local apetecível

Neste aspecto, Rebelo de Sousa frisou o “elevado grau de operacionalidade” e a “localização privilegiada” do porto de Sines, na costa ocidental portuguesa, como “porta de entrada” para a Europa.
“Este porto encontra-se numa fase de atracção de investimento e acredito que poderá oferecer inúmeras vantagens a eventuais parceiros chineses”, disse.
Desde que a China Three Gorges comprou 21,3% da EDP (Energias de Portugal), em 2011, a China assumiu-se como um dos maiores investidores em Portugal, adquirindo participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca.
O chefe de Estado português destacou a relação de “complementaridade” no sector energético, “especialmente nas árceas produção e eficiência energética e energias renováveis”.
“Os investimentos levados a cabo por empresas chinesas neste sector traduziram-se em resultados palpáveis para ambos os lados”, frisou ao jornal oficial do PCC.
Para Rebelo de Sousa, existe hoje um número considerável de acordos assinados entre os dois países, nas “mais diversas áreas”, enquanto o número de visitas oficiais “tem aumentado, não só em quantidade, mas também em qualidade”.
No ramo da investigação científica, porém, o Presidente da República considerou que “existe ainda uma larga margem de progressão”, apesar de “centros de pesquisa das universidades dos dois países terem avançado com alguns programas de cooperação”.

Atracção sínica

Rebelo de Sousa, que revelou ter uma “atracção” pela China, disse ainda que Portugal sempre primou pelo reforço da colaboração entre empresas chinesas e portuguesas nos mercados de Angola, Moçambique e outros países de língua oficial portuguesa.
E propôs que ambos os lados avancem com um mecanismo de cooperação para operar em terceiros mercados, nomeadamente em África ou na América do Sul.
“As empresas portuguesas e chinesas podem trabalhar juntas nestes mercados nos sectores das infra-estruturas e energia”, indicou.
Quanto ao estatuto de Portugal como membro fundador do Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), a primeira instituição financeira internacional proposta pela China, Rebelo de Sousa disse ao Diário do Povo que deseja que este sirva para aproximar Portugal de outros países da Ásia.
Fontes oficiais portuguesas estimam que a China investiu 10 mil milhões de euros em Portugal, desde 2012.
Fundado em 1948, na província chinesa de Hebei, o Diário do Povo tem uma tiragem diária superior a 2,5 milhões de exemplares e 300 milhões de visualizações na edição digital.
Não é o único órgão estatal chinês, mas logo junto à recepção nota-se o seu estatuto singular: quatro fotografias exibem os homens que lideraram a China, desde 1949, a ler atentamente o jornal.
Mao Zedong, o fundador da República Popular que dirigiu o país ao longo de 27 anos, e os seus sucessores – Deng Xiaoping, Jiang Zemin e Hu Jintao – estão lá todos.
Desde Setembro passado, o Diário do Povo ocupa um edifício de 33 andares construído de raiz no moderno e cosmopolita CBD (Central Business District) de Pequim, e emprega actualmente cerca de 10 mil pessoas.
 

2 Jun 2016

Shenzhen | Novo incidente na central nuclear de Ling Ao

Já tinham acontecido dois este ano. Um em Janeiro, o outro no mês passado. Da central dizem que foi insignificante. De Hong Kong, o organismo que supervisiona a central, dizem não existir razão para alarme. Todavia, um especialista avisa que o risco das centrais nucleares é a complacência, o que pode ter acontecido neste caso que acontece mesmo aqui ao lado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] central nuclear de Ling Ao, mesmo junto a Hong Kong e Macau, na cidade vizinha de Shenzhen, registou o terceiro acidente operacional este ano. O evento foi classificado de grau 0, mas um especialista diz que o facto de nada ter acontecido foi pura sorte.
A informação divulgada ontem pelo South China Morning Post adianta que o incidente ficou a dever-se a um sistema de alarme defeituoso, segundo informação divulgada pelos responsáveis da unidade. Na terça-feira, o pessoal de serviço da Central Ling Ao descobriu que o alarme do sistema de refrigeração a água falhou pois, após ter sido desactivado, não voltou a ser ligado. A ocorrência deu-se na Unidade 1 da Fase II da instalação nuclear.
Ao relatarem o incidente conforme preconizado nos regulamentos, os Serviços de Segurança da central garantem que o alarme foi restaurado imediatamente e que o facto não afectou nem os trabalhadores, nem qualquer equipamento. Os níveis de radiação na fábrica durante o período em que ao alarme esteve desligado também foram considerados normais, segundo a mesma informação.
“Investigações posteriores revelaram que o alarme foi desactivado numa operação de rotina e depois não voltou a ser ligado” segundo um porta-voz da central.
O incidente foi classificado “abaixo da escala”, ou nível 0, querendo isto dizer que não interferiu com a operação em segurança da unidade, a saúde dos trabalhadores ou populações e ambiente vizinhos.
Todavia, este ano já tinham ocorrido dois incidentes do mesmo nível em Ling Ao.
O primeiro ocorreu em Janeiro e ficou a dever-se ao encerramento inesperado de uma conduta de ar, o segundo, acontecido apenas o mês passado, resultou de uma acumulação fora do vulgar largas quantidades de camarão tipo krill numa conduta de entrada de água.
Ho Chung-tai, presidente da Comité Consultivo de Segurança Nuclear de Hong Kong, entidade que monitora esta e a central de Daya Bay, onde Hong Kong se abastece, disse não existirem razões para alarme pois o incidente não afectou as operações.
Mas o engenheiro Albert Lai Kwong-tak da Professional Commons disse que o facto de nada sério ter acontecido foi pura sorte. “E se não tivessem descoberto? A segurança nuclear não pode ser baseada na sorte.”
Lai afirmou ainda que o maior risco para as centrais nucleares é a complacência.
“Muitos operadores acham que como tudo tem sido seguro até agora, vai ser seguro para sempre. Por isso baixam a guarda”, avisou.
Entretanto, grupos ambientalistas como o Greenpeace expressaram a sua preocupação sobre a segurança das centrais próximas de Hong Kong e de Macau, alertando para os desastres de Chernobyl e de Fukushima.
Em resposta a uma questão colocada na quarta-feira pelo deputado Kenneth Leung na sessão do conselho, o chefe da segurança de Hong Kong, Lai Tung-kwok disse que existem canais de comunicação e de cooperação regulares entre as autoridades de Hong Kong e de Guangdong para “trocas e revisões periódicas de acontecimentos como a monitorização das centrais nucleares e notificação das medidas tomadas”.

27 Mai 2016

China e Índia enfrentam vasto problema de saúde mental

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de um terço da população chinesa e indiana sofre de problemas mentais, mas apenas uma pequena fracção recebe tratamento médico adequado, indicam estudos ontem divulgados pela revista britânica “The Lancet”.
Há mais pessoas com problemas mentais, neurológicos ou relacionados com o uso de substâncias nos dois países mais populosos do mundo do que em todos as economias desenvolvidas combinadas, indicam as investigações.
Este problema agravar-se-á nas próximas décadas, especialmente na Índia, onde deverá afectar um quarto da população em 2025.
A China está já a enfrentar uma rápida subida de problemas de demência, uma tendência relacionada com o envelhecimento da população, fruto das políticas de controlo da natalidade iniciadas há mais de 35 anos.

Não há condições

Nenhum dos dois países está equipado adequadamente para enfrentar as necessidades relacionadas com a saúde mental, de acordo com relatórios publicados nas publicações médicas “The Lancet” e “The Lancet Psychiatry” e “China-India Mental Health Alliance”, divulgados pela agência France Presse.
Na China, apenas 6% das pessoas com problemas de saúde mental, como depressão, desordens relacionadas com a ansiedade, ou com o abuso de substâncias e demência procurou ajuda médica, indicam as investigações.
“A falta de assistência médica nas zonas rurais” é especialmente grave, explica Michael Phillips, um dos coordenadores das investigações e professor na Emory University em Atlanta e na Jiao Tong University em Shangai.
Mais de metade dos doentes com desordens psicóticas graves, como a esquizofrenia, não são diagnosticados e muitos menos recebem tratamento, acrescenta o investigador.
Na Índia, a percentagem da população com problemas mentais que recebe tratamento é igualmente pequena, o que contrasta com taxas acima de 70% verificadas nos países desenvolvidos.

No campo ainda é pior

A divisão entre as economias desenvolvidas e estes gigantes populacionais é também expressiva no que concerne os orçamentos empregues no tratamento das doenças mentais. Enquanto na China e na Índia, os orçamentos de saúde consagram menos de 1% à saúde mental, nos Estados Unidos, por exemplo, este valor ascende quase a 6% e em França e na Alemanha alcança os dois dígitos.
Tanto a Índia como a China lançaram recentemente políticas de supressão de necessidades relacionadas com as doenças mentais, mas a realidade no terreno mostra que há ainda muito caminho a percorrer.
“As carências de tratamento, especialmente nas zonas rurais, são muito grandes”, afirma a propósito da Índia Vikram Patel, um professor na London School of Hygiene and Tropical Medicine.
Mas na China a realidade não é diferente. Deverá demorar décadas para que cada um destes países resolva estas necessidades, concluem os estudos. Os investigadores sugerem que um largo conjunto de praticantes tradicionais na Índia e na China podem ser treinados para reconhecer problemas de saúde mental e ajudar com tratamento.

20 Mai 2016

China | Parceria assinada com Moçambique tida como única fora da Ásia

Pequim assinou um acordo de cooperação com Moçambique como nunca foi visto fora da Ásia. Esta amizade, que vem desde a guerra de independência, resulta agora em apoios sínicos que vão do armamento um gigante plano de infra-estruturas colocando Moçambique como um ponto vital da nova Rota da Seda

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Acordo de Parceria e Cooperação Estratégica Global, assinado na quarta-feira pelo Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, torna Maputo num caso único para a diplomacia chinesa fora da Ásia.
Além do país africano, apenas Camboja, Laos, Birmânia, Tailândia e Vietname – todos países vizinhos da China – celebraram o mesmo tipo de acordo com Pequim.
Aquele documento, que estabelece os 14 princípios que deverão nortear as relações bilaterais, prevê fortalecer os contactos entre o exército, polícia e serviços de inteligência dos dois países.
Pequim compromete-se assim a ajudar Maputo a reforçar a capacidade de Defesa nacional, salvaguardar a estabilidade do país e formar pessoal militar.
Estipula ainda o comércio de armamento, equipamento e tecnologia, numa altura de renovada tensão político-militar entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Durante as conversações entre Xi e Nyusi, decorridas no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim, o Presidente chinês lembrou o papel da China na libertação nacional de Moçambique.
“A amizade [entre os dois países] surgiu da luta conjunta contra o imperialismo e o colonialismo”, sublinhou.
A China apoiou os guerrilheiros da Frelimo na luta contra a administração portuguesa e foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com Moçambique, logo no próprio dia da independência, 25 de Junho de 1975.

Acordo de primeira

No aspecto económico e comercial, o mesmo acordo dedica ainda uma cláusula à iniciativa chinesa Rota Marítima da Seda do século XXI.
Aquele termo refere-se a um gigante plano de infra-estruturas que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático.
Neste sentido, os dois países devem cooperar nas áreas transporte marítimo, construção de portos e zonas industriais portuárias, aquacultura em mar aberto e pesca oceânica.
A China divide em 16 categorias os acordos de parceria que estabelece com países estrangeiros.
No caso de Portugal, por exemplo, Pequim assinou, em 2005, um Acordo de Parceria Estratégica Global, note-se, sem o termo cooperação.
Filipe Nyusi realiza esta semana a sua primeira visita oficial à China, o principal credor de Moçambique.
Desde 2012, a China aumentou em 160% o financiamento a Maputo, segundo dados citados pela imprensa moçambicana.
A descoberta recente de empréstimos de 1,4 mil milhões de dólares que não foram contabilizados nas contas públicas ou reportados ao Fundo Monetário Internacional (FMI) descredibilizou Moçambique perante os mercados financeiros e doadores internacionais.
Já a descida do preço das matérias-primas levou a uma depreciação de 35% da moeda local, enquanto as reservas em moeda estrangeira caíram 25% no ano passado.
Em declarações aos jornalistas, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhang Ming, disse na quarta-feira que “a China vai ajudar [Moçambique] neste momento difícil (…) fornecendo tecnologia, equipamento e até apoio financeiro”.
Zhang recusou-se, no entanto, a adiantar valores: “Como não se pergunta a idade a uma mulher, não se pergunta o valor a um comerciante”, justificou.

20 Mai 2016

Hong Kong | Cinco detidos durante visita de dirigente chinês

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]inco pessoas foram detidas ontem em Hong Kong, num protesto relacionado com a visita do “número três” do regime chinês.
Entre os detidos está um líder estudantil de um movimento pró-democracia, Joshua Wong.
Os cinco foram detidos quando se preparavam para tentar deter uma caravana de carros onde seguia Zhang Dejiang, o presidente da Assembleia Nacional Popular da China que ontem terminou uma visita a Hong Kong.
Os cinco detidos entraram, a correr, numa estrada que tinha sido evacuada para a caravana passar.
Joshua Wong tinha um cartaz com a palavra “autodeterminação” e os cinco manifestantes foram detidos antes da chegada dos carros.
Todos pertencem ao movimento criado por Joshua Wong, que confirmou as detenções e colocou na internet um vídeo com o ocorrido.

Outras detenções

Na terça-feira, a polícia tinha também detido sete membros do partido pró-democracia Liga dos Sociais Democratas por colocarem faixas de protesto em espaços públicos, incluindo colinas e viadutos.
Zhang Dejiang disse na quarta-feira que a autonomia de Hong Kong será preservada.
Num jantar com deputados da região, a que não compareceram os pró-democratas, o dirigente chinês garantiu que Hong Kong não será “continentalizada” por Pequim.
O princípio “‘um país, dois sistemas’ é do maior interesse para o país e para Hong Kong. O Governo central vai implementá-lo sem hesitação. A sociedade de Hong Kong pode estar completamente descansada”, afirmou.
Antes do jantar, o dirigente chinês reuniu-se com deputados, incluindo quatro pró-democratas que no final do encontro disseram que “a atmosfera geral foi muito civilizada” mas não houve nada de novo.
Cerca de 200 manifestantes pró-democracia e pró-China juntaram-se na quarta-feira nas imediações do local onde Zhang jantou. Outras 100 tinham-se já manifestado de manhã noutro local onde estava Zhang.
A associação de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch disse na quarta-feira que as autoridades de Hong Kong “limitaram fortemente” a oportunidade da população expressar as suas críticas durante a visita do “número três” do regime chinês.
A organização disse também que as autoridades locais deviam desafiar Zhang Dejiang a “assumir compromissos concretos para respeitar a autonomia de Hong Kong em matéria de direitos humanos e democracia”.
A visita de Zhang Dejiang é a primeira deslocação de um importante responsável chinês ao território desde os protestos pró-democracia que paralisaram partes da cidade em 2014.
A deslocação a Hong Kong ocorre numa altura em que aumenta a preocupação na região de que as liberdades possam estar em risco e em que a falta de reformas políticas gerou novos grupos que defendem a ideia da independência da cidade.

20 Mai 2016

Hong Kong | “Número três” chinês promete ouvir reivindicações

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]“número três” do regime chinês, Zhang Dejiang, prometeu ontem ouvir as reivindicações políticas da população de Hong Kong, no primeiro dia de uma visita à antiga colónia britânica.
Zhang, presidente da Assembleia Nacional Popular, o parlamento chinês, é o mais importante responsável chinês a visitar Hong Kong nos últimos quatro anos, numa altura em que aumenta a preocupação no arquipélago de que as liberdades do período britânico possam estar em risco.
A visita já foi aliás criticada pelo impressionante dispositivo de segurança mobilizado, que implica, nomeadamente, manter quaisquer manifestações longe do dirigente chinês.
Várias organizações pró-democracia convocaram uma marcha para quarta-feira contra a crescente influência de Pequim.
Zhang Dejiang chegou a meio do dia de ontem ao aeroporto, onde foi recebido pelo chefe do executivo, Leung Chun-ying.
Num breve discurso na pista, o dirigente chinês disse iniciar a visita num “espírito de boa vontade” e transmitir “as saudações calorosas e bons votos” do presidente da China, Xi Jinping.
“[Escutarei] as pessoas de todos os estratos da sociedade quanto às suas sugestões e petições sobre a aplicação do princípio ‘um país, dois sistemas’”, disse, referindo-se ao sistema de que gozam Hong Kong e Macau desde a reunificação com a China, respectivamente em 1997 e 1999, e que assenta numa ”ampla autonomia” em relação a Pequim.
A visita de Zhang, oficialmente para uma conferência económica, é considerada por observadores como um gesto para acalmar as tensões e o dignitário tem nomeadamente previsto reunir-se com deputados pró-democracia.

18 Mai 2016

Pequim pressiona Tóquio contra ideias de militarismo

Aproveitando a vista de Obama a Hiroxima, a China aproveitou para dizer ao Japão para não pensar em militarismos de novo pois só trazem sofrimento. A visita do Presidente americano, entretanto, está a ser utilizada para retomar as ideias de desnuclearização global

A China instou o Japão a não tomar o caminho do militarismo de novo, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros esta quarta-feira durante o seu comentário à visita que o presidente Barack Obama fará a Hiroxima.
“Esperamos que, ao convidar outros líderes a visitarem Hiroxima, o Japão mostre ao mundo que nunca mais vai seguir pelo caminho do militarismo, facto este que infligiu forte sofrimento ao seu próprio povo, aos povos dos países vizinhos e ao resto do mundo” disse o porta-voz Lu Kang em conferência de imprensa.
“As duas bombas atómicas que os Estados Unidos lançaram sobre Hiroxima e Nagasaki antes do final da segunda Grande Guerra Mundial esmagaram as ilusões militaristas dos japoneses de uma vez por todas, causando enormes perdas humanas”, disse Lu.
Os civis japoneses que sofreram com as bombas nucleares merecem toda a nossa simpatia, disse ainda.
“Uma importante lição que a segunda Grande Guerra nos deu é que devemos usar a história como um espelho, prevenir que a tragédia da guerra aconteça novamente e fortalecer a ordem internacional do pós-guerra,” acrescentou Lu.

Reavivar a desnuclearização

A viagem a Hiroxima do presidente Barack Obama, é uma oportunidade para reavivar o debate sobre o desarmamento nuclear no mundo, disseram nesta quarta-feira as autoridades da cidade.
Obama poderá perceber pessoalmente o impacto que o bombardeamento nuclear de 1945 teve sobre a cidade, explicaram aquelas fontes oficiais.
A 27 de Maio, Obama ficará na História como o primeiro Presidente americano em exercício a visitar Hiroxima, anunciou na terça-feira a Casa Branca, salientando, todavia, que o objectivo não é apresentar desculpas por uma decisão tomada por Harry Truman há 71 anos.
Obama, que viajará ao Japão para uma cimeira do G7, visitará o local onde ocorreu o primeiro bombardeamento nuclear da história acompanhado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
“Espero que aqui, em Hiroxima, Obama proponha medidas concretas na direcção de um mundo sem armas nucleares”, declarou a presidente da câmara de Hiroxima, Kazumi Matsui.
Aproximadamente 140.000 pessoas morreram devido à bomba nuclear lançada no dia 6 de Agosto de 1945 pelos Estados Unidos às 8h15 locais. Dezenas de milhares morreram pela explosão da bola de fogo e outras devido aos ferimentos e doenças provocados pelas radiações nas semanas, meses e anos posteriores.

13 Mai 2016

Pequim aperta o cerco a críticos da economia

Pequim tem vindo a efectuar pressão sobre os média e todas as opiniões divergentes da linha do Partido, mas os analistas económicos vinham a passar incólumes. Agora a festa acabou e até há executivos de Hong Kong a darem o dito por não dito

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egundo o Wall Street Journal, as autoridades chinesas têm na mira um novo grupo de alvos: economistas, analistas e repórteres de negócios com opiniões pessimistas sobre a economia chinesa. Os reguladores do mercado financeiro, censores dos média e outras autoridades do Governo Central têm alertado verbalmente comentadores cujas posições públicas sobre a economia não estão em sintonia com as declarações optimistas do Executivo, dizem oficiais e comentadores económicos a par do assunto.
Lin Caiyi, economista-chefe da corretora Guotai Junan Securities Co., que tem falado abertamente sobre o crescimento da dívida das empresas, o excesso de oferta de imóveis e o enfraquecimento da moeda chinesa, recebeu uma advertência nas últimas semanas, segundo fontes não divulgadas. Foi a segunda vez. O primeiro aviso veio do regulador de valores mobiliários e o mais recente, segundo as mesmas fontes, do departamento de conformidade de uma empresa estatal, que disse à economista para evitar comentários “muito pessimistas” sobre a economia, principalmente em relação ao câmbio.
Pressionados por reguladores financeiros empenhados em estabilizar o mercado, os analistas de acções nas correctoras estão a ficar receosos de emitir relatórios criticando empresas de capital aberto. Pelo menos um centro de estudos chinês foi orientado pelas autoridades a não levantar dúvidas sobre um programa do Governo para reduzir as dívidas das empresas públicas.

Não creio em bruxas mas…
Embora as evidências da repressão sejam informais, ela parece ser generalizada. Os órgãos do Governo Central não responderam a pedidos de comentário ou não quiseram comentar. Observações sobre a economia e notícias sobre empresas, ao contrário daquelas sobre política ou iniciativas sociais, têm sido relativamente poupados às restrições, num reconhecimento do próprio Executivo de que um fluxo mais livre de informações contribui para a vitalidade da economia.

Chinese President Xi Jinping talks about how the Chinese symbol for the word "people" resembles two sticks supporting each other as he speaks Tuesday, Sept. 22, 2015, at a banquet in Seattle. Xi was in Seattle on his way to Washington, D.C., for a White House state dinner on Friday. (AP Photo/Ted S. Warren)
Chinese President Xi Jinping talks about how the Chinese symbol for the word “people” resembles two sticks supporting each other as he speaks Tuesday, Sept. 22, 2015, at a banquet in Seattle. Xi was in Seattle on his way to Washington, D.C., for a White House state dinner on Friday. (AP Photo/Ted S. Warren)

Contudo, Pequim voltou a agir para retomar o controlo da narrativa económica do país depois de equívocos cometidos no ano passado no mercado de acções e na política cambial, que levaram os investidores a duvidarem da competência do Governo para gerir uma economia em franca desaceleração.
Esse tipo de controlo via alertas ameaça limitar ainda mais as informações sobre a segunda maior economia do mundo e a agravar a ansiedade de investidores já desconfiados das estatísticas e declarações do Governo.

Um cerco que aperta
“Um debate vigoroso entre os economistas e a confiança do público nesta conversa é essencial para a China navegar com sucesso nas águas agitadas da economia”, diz Scott Kennedy, vice-director do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, sediado em Washington.
Um aperto generalizado no controlo sobre a sociedade tem vindo a desdobrar-se nos últimos anos, à medida que o presidente chinês Xi Jinping tenta fortalecer o Partido Comunista e angariar apoio popular para uma transição económica acidentada, depois de décadas de rápido crescimento. Os alvos escolhidos até agora foram advogados activistas, personalidades das redes sociais, organizações estrangeiras sem fins lucrativos e membros do partido que criticam políticas.
Embora as restrições impostas aos média estrangeiros sempre tenham sido rígidas, têm vindo a tornar-se ainda mais severas, com uma lista de publicações estrangeiras a verem seus sites bloqueados dentro da China, incluindo o The Wall Street Journal.
Algumas autoridades de escalão mais baixo descrevem uma mentalidade de perseguição que estaria a ganhar momento entre os líderes do Governo e as altas autoridades da China, diante do pessimismo sobre a economia local manifestado no início do ano por investidores internacionais, como George Soros. Em reuniões de cúpula realizadas nos últimos meses, algumas autoridades de primeiro nível defenderam a repressão a qualquer crítica que pudesse incentivar os estrangeiros a apostar contra a China nos mercados, dizem autoridades a par das discussões.

Dourar a pílula
No início do ano, Xi Jinping visitou os três grandes meios estatais de notícias do país — a agência Xinhua, o jornal “Diário do Povo” e a CCTV — para orientá-los sobre a necessidade de alinhamento com o discurso do Partido, “contar a história da China direito” e elevar a influência do país no mundo.
Isso, disseram jornalistas chineses, resultou em pressão não só para evitar tópicos críticos, mas também para produzir artigos positivos sobre a economia.
Um caso ilustrativo ocorreu num evento em Hong Kong, onde Gao Shanwen, economista-chefe da correctora Essence Securities Co., disse a investidores que “muitos dados oficiais não eram confiáveis” e que a economia chinesa ainda enfrentava “grandes problemas”, segundo pessoas que estiveram no evento.
Os comentários chegaram às redes sociais e, dois dias depois, Gao emitiu uma nota na sua conta pública de WeChat dizendo que os comentários foram “inventados”. Posteriormente, o Executivo divulgou um relatório sem críticas à economia chinesa. Solicitados para comentarem o facto, nem Gao nem nenhum outro representante da empresa fizeram qualquer comentário sobre o assunto.

6 Mai 2016

Lei reguladora das ONG estrangeiras aprovada

A Assembleia Nacional Popular aprovou ontem a lei que regula o trabalho das Organizações Não Governamentais (ONG) estrangeiras a actuar no país, e que poderá pôr em causa a sua manutenção no continente.
Apesar das duras críticas da União Europeia e dos Estados Unidos da América, foi aprovada com 147 votos a favor e um contra.
O texto ainda não foi publicado, mas a proposta de lei, avançada pela agência oficial Xinhua no início desta semana, previa que o trabalho das ONG passe a estar dependente da aprovação da polícia.
Englobadas neste regime estão as instituições de caridade, associações empresariais, instituições académicas e outras organizações estrangeiras a actuar na China que serão obrigadas a trabalhar em parceria com agências controladas pelo Governo chinês.
O projecto de lei outorgava poderes à polícia para interrogar o director ou representante de uma ONG a “qualquer momento” e estipulava que as autoridades possam interromper qualquer actividade que coloque em perigo a segurança nacional.
Segundo a Xinhua, o mesmo documento apontava a criação de uma “lista negra” das ONG que “incitem à subversão” ou “separatismo”, prevendo a proibição de operarem no país.

Ligações perigosas

Segundo dados oficiais, existem cerca de 7.000 ONG estrangeiras a operar no país, em áreas tão diversas como o meio ambiente, ciências, educações ou cultura.
Nos últimos anos, a imprensa estatal chinesa tem acusado as ONG estrangeiras de ameaçar a segurança nacional ou tentar desencadear uma “revolução colorida” contra o Partido Comunista Chinês.
Em Janeiro passado, as autoridades chinesas detiveram e deportaram um activista sueco, co-fundador da ONG China Action, que oferecia assistência jurídica a advogados que recorriam ao sistema judicial chinês para tentar punir abusos das autoridades.
Desde que o actual Presidente chinês, Xi Jinping, ascendeu ao poder, no final de 2012, o número de presos políticos na China quase triplicou, enquanto o controlo sobre a sociedade civil tornou-se ainda mais apertado

2 Mai 2016

Pequim “não permitirá deterioração da segurança na península coreana”

O Presidente chinês não quer ver a península coreana transformar-se num cenário de guerra e pede calma às partes. Mantém-se firme na implementação das sanções da ONU, quer ver a península desnuclearizada mas desconfia dos mísseis americanos. E volta a garantir que o Mar do Sul… é da China

O Presidente chinês, Xi Jinping, assegurou ontem que o seu país “não permitirá a deterioração da segurança na península coreana”, após as últimas provocações de Pyongyang, e instou todas as partes “a manter a calma”.
Xi, que falava durante a inauguração em Pequim do quinto fórum ministerial da Conferência para as Medidas de Interacção e Construção da Confiança na Ásia (CICA), apelou ainda a um “regresso à mesa de negociações”.
A China está “comprometida com a paz e a segurança na península coreana”, afirmou Xi, acrescentando que Pequim não permitirá que a região “mergulhe na guerra e no caos”.
A Coreia do Sul prevê que a Coreia do Norte faça o seu quinto teste nuclear nos próximos dias. Os anteriores ocorreram em 2006, 2009, 2013 e Janeiro de 2016.
Xi Jinping garantiu que a China implementou “plena e absolutamente” as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte, após o teste nuclear de Janeiro, seguido de um ensaio encoberto de mísseis balísticos.
As sanções incluem a inspecção obrigatória dos carregamentos para o país, a restrição nas exportações de materiais, o embargo ao comércio de armas ligeiras e a proibição de venda de combustível aeroespacial.

Desconfiar dos americanos

A China é o aliado mais importante da Coreia do Norte e é responsável por 90% do comércio externo daquele país. Até há pouco tempo, as relações entre Pequim e Pyongyang eram descritas como “unha com carne”.
Xi afirmou que a China promoverá a desnuclearização da península “através do diálogo e das consultas”, enquanto Pequim se opõe a sanções unilaterais impostas pela Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão.
Outra preocupação da China diz respeito à instalação do sistema antimísseis norte-americano THAAD na península coreana, que acusa de ter como verdadeiro alvo o país.
Xi reiterou a sua “visão de segurança para a Ásia”, insistindo que os problemas da região “devem ser resolvidos entre os asiáticos”, numa crítica velada à interferência dos Estados Unidos da América, que nos últimos anos reforçaram a presença militar na região.

Mare Nostrum

O Presidente chinês referiu-se ainda às disputas territoriais que a China mantém com outros países no Mar do Sul da China, defendendo que “devem ser resolvidas através de negociações com os países envolvidos”.
Xi defendeu a postura da China, independentemente da decisão do Tribunal Internacional de Haia, que aceitou mediar o caso a pedido das Filipinas, que disputa a soberania de várias ilhas com o Continente.
Pequim reclama a soberania de quase todo o Mar do Sul da China. Nos últimos meses, construiu ilhas artificiais capazes de receber instalações militares em recifes disputados, total ou parcialmente, pelas Filipinas, Vietname, Taiwan, Malásia e Brunei.
Estabelecida em 1992, a CICA dedica-se à segurança regional e conta actualmente com 26 países membros da Ásia e sete Estados observadores, entre os quais os EUA e o Japão.

2 Mai 2016

Empresas chinesas querem porto português para canalizar mercadorias para a Europa

O embaixador da China em Portugal disse na quarta-feira que o Governo chinês está a estimular as empresas de transporte marítimo chinesas a encontrarem um porto em Portugal para canalizarem mercadorias para o mercado da União Europeia (UE). “Portugal é porta de entrada para a Europa e oceano Atlântico. A cooperação pode ser reforçada na área das infraestruturas. Nesta estratégia há vários projetos importantes”, disse Cai Run, numa referência à iniciativa estratégica “Uma Faixa, uma Rota” lançada por Pequim em 2013 e dirigida à Europa.
“Estamos a estimular as empresas de transporte marítimo a encontrarem um porto em Portugal, como um foco para a distribuição de mercadorias para o mercado da UE. Muitas empresas portuguesas também estão a procurar novos canais para a exportação dos seus produtos para a China”, assinalou Cai Run.
Durante o debate, o embaixador chinês destacou as “profundas relações pragmáticas em todos os âmbitos” entre os dois países, quando se celebra “o início da segunda década do estabelecimento da parceria estratégica global sino-portuguesa”.

7 mil milhões e a subir

Cai Run recordou que o comércio entre os dois países “cresceu 8,58% em 2015 face ao ano anterior” e revelou que Portugal já recebeu “mais de sete mil milhões de euros de investimento chinês, o quinto maior destino de investimento chinês na Europa”, para além de o investimento português na China também registar um “desenvolvimento estável”.
O diplomata sublinhou que a iniciativa estratégica “Uma Faixa, uma Rota” vai ser reforçada, com mais de 70 países interessados em participar no projeto.
“Portugal é um dos 57 membros fundadores do Banco asiático de investimento em infraestruturas, o objetivo é interligar o plano de investimento da União Europeia à iniciativa ‘Uma Faixa, uma Rota’”, disse.
A “cooperação trilateral” entre a China, Portugal e países lusófonos foi também salientada pelo representante de Pequim, nomeadamente a importância da 5ª conferência ministerial do Fórum Macau, que se realiza este ano na Região Administrativa Especial chinesa e que vai juntar a China e os países de língua portuguesa em contactos oficiais e empresariais.
O embaixador também vaticinou um reforço da cooperação empresarial bilateral na área ciência e inovação, e prognosticou a “tecnologia científica” como “ponto de crescimento” na futura cooperação bilateral.
“As empresas [estatais chinesas] ‘Three Gorges’ e ‘State Grid’ já estabeleceram um centro de investigação conjunta com os parceiros EDP e REN”, recordou a propósito.

O que a China quer

No início da intervenção, e numa referência ao “desenvolvimento da China”, Cai Run tinha enunciado alguns dos objectivos da liderança de Pequim: Garantir até 2010 uma sociedade “confortável” para os 1,3 mil milhões de chineses, e “aprofundar as reformas nas áreas política, social, cultural, e na construção do próprio Partido Comunista Chinês, incluindo intensificar a reforma estrutural no lado da oferta, assegurando um crescimento económico médio-alto”.
De acordo com o embaixador, em 2015 a economia chinesa teve um crescimento de 6,9% e pela primeira vez o sector dos serviços representou metade do PIB, atingindo 50,5%.
Informou ainda que o consumo contribuiu 66,4% para o crescimento económico na China, “tornando-se pela primeira vez o maior dos três motores de crescimento, à frente do investimento e exportação”, num país que “deu um contributo de 25%” para a economia global. Cai Run admitiu que o seu país ainda tem um “logo caminho” pela frente: “A nossa meta é que até 2020 o PIB e o rendimento ‘per capita’ dupliquem em relação ao 2010”.

22 Abr 2016

Papéis do Panamá: Hong Kong é via para contornar restrições

[dropcaap]A[/dropcap] operação “Papéis de Panamá”, que revelou um alegado esquema gigantesco de evasão fiscal, evidenciou Hong Kong como um centro de criação de empresas “offshore”, utilizadas por chineses do continente para transferir capital além-fronteiras.

Segundo novos dados revelados ontem pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), os escritórios na China da Mossack Fonseca, a firma de advogados panamiana no centro do furacão, criaram 16.300 empresas de fachada.

O caso reacendeu o debate sobre os meios utilizados pelas classes abastadas da China para salvaguardar as suas fortunas e fugir às restrições cambiais impostas por Pequim.

Devido à proximidade ao continente chinês e à liberdade que caracteriza o seu sistema financeiro, a ex-colónia britânica funcionará mesmo como uma plataforma.

“Os chineses estão a transferir o seu dinheiro para fora devido ao abrandamento da economia”, disse à agência France Presse Andrew Collier, director do centro de investigação Orient Capital Research, com sede em Hong Kong.
“O mercado imobiliário está em declínio em muitas zonas do país e existe apreensão com a campanha anti-corrupção e o impacto que poderá ter na segurança do capital na China”, explicou.

Através da subfacturação de bens exportados a partir de Hong Kong ou da subvalorização das importações para a cidade, é possível gerar dinheiro extra, que é depois colocado em contas “offshore”, explica Collier.
“Muita gente refere que existem imensas facturas falsas de produtos transaccionados entre a China e Hong Kong, e que Hong Kong está a ser utilizado como uma via para retirar capital do país”, descreve.

Esquema em movimento

As empresas chinesas podem então obter dinheiro em moedas estrangeiras junto dos bancos chineses, destinado a pagar produtos importados, mas sobrestimando o montante necessário, que é depois movimentando para contas na cidade.

“É muito difícil para um banco distinguir quais facturas são verdadeiras ou falsas”, considera Collier.
Pequim limita o montante de capital que pode ser transferido por pessoa além-fronteiras a 50.000 dólares por ano, mas através de contas secretas em Hong Kong é possível superar esses valores, explica à AFP o investidor David Webb.

Webb argumenta que a cidade carece de transparência no seu mercado de capitais e nas empresas que aí se registam, em parte porque não quer afastar o negócio alimentado pela China.

“Adoptaram a política do ‘não perguntes, nem digas nada’, sabendo que a epidémica corrupção no continente é a origem de muitos dos negócios”, refere.

“Estão preocupados que [mais regulação] reduza a quantidade de negócios e a atractividade de listar empresas em Hong Kong”.

A China limita a quantidade de dinheiro que cada turista pode levar para fora do país a um máximo de 20.000 yuan e o equivalente a 5.000 dólares em moedas estrangeiras.

As restrições geram, entretanto, o fenómeno designado de “mulas do dinheiro”: contrabandistas que carregam cintas de notas coladas ao corpo ou em malas através das alfândegas.

Outro esquema envolve a emissão de cheques em moeda estrangeira por bancos ilegais na China em troca de yuan, a moeda chinesa.

Lojas de câmbio em Hong Kong servem também de facilitadores para transferir dinheiro para fora. “Enquanto maiores são as restrições impostas pelo Estado, em qualquer país, à movimentação de capital, maiores são os fluxos financeiros ilegais”, conclui Webb.

8 Abr 2016

Pequim | Centro financeiro expande-se para o subsolo

O jornal Beijing Youth Daily apurou na reunião de oficiais do centro financeiro da capital chinesa, que teve lugar na quarta-feira passada, que um megaprojecto de cinco anos de duração está já em curso. O projecto em questão é um corredor subterrâneo de vários pisos, onde irão existir infra-estruturas dedicadas ao comércio, redes de transportes, acessos para pedestres e automóveis, parques de estacionamento, entre outros. A primeira fase da construção, nas imediações da região norte do centro financeiro, foi já concluída.
O corredor subterrâneo será o maior empreendimento no núcleo do centro financeiro da capital chinesa. Deverá ter uma extensão de 400 metros entre o norte e o sul, e 500 metros entre as extremidades este e oeste. No total serão construídos cinco pisos. A secção na região norte do centro financeiro, cujos trabalhos de construção foram já concluídos, perfaz apenas 5% da totalidade do projecto.
De acordo com o responsável do comité de gestão do centro financeiro, o primeiro piso será destinado ao trânsito de pedestres e à actividade comercial. Após darem entrada no local, as pessoas poderão percorrer a rua e visitar os vários edifícios ali presentes. Estará ainda prevista a inclusão de uma estação de metro nas imediações. O segundo piso deverá ter uma auto-estrada, um passeio pedonal, e um parque de estacionamento. O terceiro piso, para além de garagens, será dedicado a dispositivos de aquecimento e outro tipo de maquinarias eléctricas. O quarto e quinto pisos serão reservados para unidades de protecção civil e garagens.

Mais verdura

Para além deste empreendimento, o centro financeiro já começou a mover diligências no sentido de aumentar a área de arborização e da presença de plantas para uma área total de cinco hectares. A presença de elementos de decoração urbanística aquáticos deverá ser também mais proeminente na Praça Xiachen.

8 Abr 2016