Hoje Macau China / ÁsiaCoreias | Seul pede a Pequim para mediar aproximação entre Pyongyang e Moscovo A visita de Putin à Coreia do Norte vem adensar as preocupações de Seul que pede a intervenção do Governo chinês para garantir a paz regional A Coreia do Sul está “profundamente preocupada” com a visita do Presidente russo à Coreia do Norte e pediu à China que actue como mediador na aproximação entre Pyongyang e Moscovo, declarou ontem o Governo sul-coreano. “As tensões na península coreana resultantes do reforço da cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte são contrárias aos interesses da China e pedimos à China que desempenhe um papel construtivo em prol da paz, da estabilidade e da desnuclearização da península”, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano. O texto é um resumo de uma reunião, na terça-feira, entre funcionários dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, da Coreia do Sul e da China, em Seul, e foi publicado horas antes do encontro entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Em resposta, a China disse que “não haveria qualquer mudança na sua política em relação à península coreana e que iria desempenhar um papel construtivo na resolução da questão da península”, referiu ainda o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano. Pouco depois da publicação deste texto, Putin e Kim reuniram-se na capital norte-coreana, com o objectivo de assinar um novo tratado de parceria estratégica. Proximidade e afastamento Outro dos objectivos da viagem é a criação de um “sistema recíproco de comércio e pagamentos não controlado pelo Ocidente”, de acordo com um editorial publicado na terça-feira pelo diário norte-coreano Rodong. As trocas entre Pyongyang e Moscovo intensificaram-se desde a cimeira, na Rússia, em Setembro, e acredita-se que, desde então, Pyongyang forneceu milhares de contentores de armas a Moscovo, utilizadas na Ucrânia. Em troca, o regime terá obtido assessoria para o programa de lançamento de satélites espiões.
Hoje Macau China / ÁsiaUNICEF | Conflito em Gaza converteu-se numa guerra contra as crianças A directora regional da UNICEF para o Médio Oriente e o Norte de África disse na segunda-feira que o conflito na Faixa de Gaza converteu-se em uma “guerra contra as crianças”, sendo já “um cemitério de meninos e meninas”. Adele Jodr, que dirige esta antena regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância, acrescentou que “provavelmente todas as crianças vão ficar traumatizadas, porque passaram por algo que nenhuma criança deveria passar”, ao falar durante uma cerimónia em Tóquio. As declarações da dirigente da UNICEF foram feitas durante um evento em Tóquio e transmitidas pela televisão pública japonesa NHK. Jodr sublinhou que “sempre que há um ataque, há crianças mortas, porque Gaza tem uma população muito jovem concentrada numa zona muito pequena”. Acrescentou que existem 37 mil crianças que sofrem má nutrição grave e que 17 mil ficaram órfãos, o que as sujeita a riscos de abusos e exploração. Existem ainda muitos outros que sofreram feridas graves, inclusive perda de algum membro, circunstâncias que lhes podem ser fatais, dada a situação crítica do sistema de saúde na Faixa de Gaza. “Se estivessem num lugar normal, onde houvesse um hospital normal, um hospital equipado com os fornecimentos e o material médico necessário poderiam ter-se salvado”, disse. Por tudo isto, Jodr, que é libanesa, reclamou um cessar-fogo imediato e o envolvimento da comunidade internacional para que a ajuda necessária chegue às crianças que precisem. O balanço mais recente das autoridades de saúde da Faixa de Gaza é de 37.347 palestinianos mortos, dos quais mais de 15.700 são crianças, desde o início da ofensiva militar lançada por Israel, a 7 de Outubro.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Aprovado casamento entre pessoas do mesmo sexo A Tailândia tornou-se ontem o primeiro país do Sudeste Asiático a adoptar o “casamento para todos”, numa votação histórica no Senado, celebrada como “vitória” pela comunidade LGBT+. A favor do texto votaram 130 senadores (quatro contra, 18 abstenções) e o documento vai ser agora apresentado ao rei Maha Vajiralongkorn para publicação no jornal oficial real, o que significa promulgação. “Hoje, o amor venceu o preconceito”, declarou o activista Plaifah Kyoka Shodladd, que participou na elaboração da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo. As celebrações limitaram-se ao hemiciclo, mas estavam previstas festividades para o final do dia no centro de Banguecoque. Antes da votação, Tunyawaj Kamolwongwat, deputado do partido pró-democracia Move Forward, saudou-a como “uma vitória do povo”, trazendo “um sorriso” a um período político turbulento. O casamento para todos gerou um consenso inédito num reino dividido entre o bloco conservador, que apoia o Exército e o rei, e a oposição progressista, que é apoiada pela geração mais jovem. A comunidade LGBT+ goza de grande visibilidade no país onde a religião budista é maioritária. Desde que a Holanda, o primeiro país a celebrar uniões entre pessoas do mesmo sexo em 2001, mais de trinta países em todo o mundo legalizaram o casamento para todos. Na Ásia, apenas Taiwan e o Nepal aprovaram legislação semelhante. A nova legislação visa alterar as referências a homens, mulheres, maridos e mulheres para termos neutros em termos de género, como “indivíduos” e “parceiros matrimoniais”. A lei prevê também conferir aos casais do mesmo sexo os mesmos direitos que os casais heterossexuais em termos de adopção e herança.
Hoje Macau China / ÁsiaDezenas de soldados norte-coreanos atravessam fronteira com a Coreia do Sul Várias dezenas de soldados norte-coreanos atravessaram a fronteira com a Coreia do Sul antes de se retirarem depois de tiros de advertência do exército sul-coreano, anunciou ontem o Estado-Maior sul-coreano. “Dezenas de soldados norte-coreanos atravessaram a linha de demarcação militar e recuaram para norte depois de terem sido disparados tiros de aviso” pelo Sul, declarou o Estado-Maior. A incursão ocorreu poucas horas antes da chegada do Presidente russo, Vladimir Putin, à Coreia do Norte para uma rara visita de Estado. Noutro incidente, vários soldados norte-coreanos ficaram feridos quando minas explodiram perto da fronteira, disse a mesma fonte. Os soldados realizavam trabalhos de desminagem e de colocação de minas ao longo da fronteira, mas “sofreram numerosas baixas em resultado de repetidas explosões de minas terrestres durante o trabalho”, de acordo com um responsável do Estado-Maior sul-coreano. Apesar disso, os militares do Norte “parecem estar a prosseguir as operações de forma imprudente”, acrescentou a mesma fonte. Nos últimos meses, a Coreia do Norte tem estado a trabalhar no sentido de desmantelar as estradas e os caminhos-de-ferro que ligavam o país ao Sul quando as relações entre os dois países eram melhores. Pyongyang está também a reforçar as fortificações do lado norte-coreano, ao colocar minas, construir novas barreiras antitanque e limpar grandes áreas florestais, ainda de acordo com os militares do Sul. “As actividades da Coreia do Norte parecem ser uma medida destinada a reforçar o controlo interno, nomeadamente ao impedir as tropas norte-coreanas e os norte-coreanos de desertarem para o Sul”, declarou o chefe do Estado-Maior. Esta é a segunda vez em menos de duas semanas que soldados norte-coreanos atravessam a linha de demarcação intercoreana, que separa os dois Estados. Tensões acumuladas A 9 de Junho, soldados norte-coreanos entraram por breves momentos em território sul-coreano, retirando-se após avisos sonoros e tiros de advertência dos soldados sul-coreanos. As duas Coreias estão separadas por uma zona desmilitarizada (DMZ) com quatro quilómetros de largura. Os lados norte e sul-coreanos da DMZ estão fortemente fortificados, mas a linha de demarcação propriamente dita, situada no meio desta zona cheia de minas, está apenas assinalada de forma simples. As relações entre o Norte e o Sul atravessam actualmente um dos períodos mais tensos dos últimos anos. Os dois países continuam tecnicamente em guerra, tendo o conflito de 1950-1953 terminado num armistício e não num tratado de paz. Nas últimas semanas, Pyongyang enviou para a Coreia do Sul centenas de balões carregados de lixo, como pontas de cigarro, papel higiénico e excrementos de animais. A intenção de Pyongyang era retaliar contra o envio, por associações de desertores do Norte, de balões com panfletos hostis a Kim Jong-un e à família do líder, dólares, além de séries e música sul-coreanas. O Norte e o Sul também instalaram altifalantes perto da fronteira com o objectivo de retomar as emissões de propaganda, suspensas desde 2018.
Hoje Macau China / ÁsiaToyota | Presidente reeleito apesar de escândalos Akio Toyoda foi ontem reeleito presidente do conselho de administração da Toyota, mas não sem queixas, uma vez que alguns accionistas o consideraram responsável pelos escândalos na certificação de veículos. O presidente, de 68 anos, foi reeleito na assembleia geral anual realizada na sede do grupo na cidade de Toyota, mas o índice de aprovação só será publicado hoje, disse um porta-voz à agência de notícias France-Presse. No entanto, o resultado poderá ser inferior ao do ano passado (85 por cento) e ainda mais distante dos anos anteriores, quando era director-geral. Duas grandes empresas internacionais de consultoria em matéria de votação em assembleias gerais, Glass Lewis e Institutional Shareholder Services (ISS), recomendaram que os accionistas do gigante japonês automóvel votassem contra a reeleição de Toyoda este ano, por considerarem o dirigente o principal responsável pelos escândalos recentes. Nos últimos anos, foram divulgadas irregularidades nos testes de certificação de veículos para o mercado japonês no seio do grupo, primeiro em algumas das filiais e, desde o início de Junho, na própria Toyota. Embora o impacto financeiro destes casos seja pouco significativo para o grupo, prejudicaram a imagem no Japão, onde a Toyota gostava de se considerar um modelo de boa governação. No ano passado, Toyoda entregou as rédeas da gestão a Koji Sato, de 54 anos. Mas alguns observadores apontaram que Akio Toyoda, neto do fundador do grupo, pode ainda interferir nas decisões nos bastidores.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Ex-PM acusado de difamar monarquia O antigo primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra foi ontem formalmente acusado de difamar a monarquia. Shinawatra apresentou-se no Ministério Público pouco antes das 09:00 e o processo de acusação foi concluído, disse, em conferência de imprensa, o porta-voz do gabinete do Procurador-Geral Prayuth Bejraguna. O advogado de defesa Winyat Chatmontree disse aos jornalistas que Shinawatra está pronto para começar o processo judicial e tem preparado um pedido de libertação sob fiança do antigo governante. A lei sobre a difamação da monarquia é punível com três a 15 anos de prisão, sendo uma das legislações do género mais severas do mundo. Shinawatra esteve em exílio autoimposto desde 2008, mas regressou à Tailândia em agosto para cumprir uma pena de oito anos. Em Fevereiro, saiu em liberdade condicional do hospital, em Banguecoque, onde passou seis meses a cumprir pena por crimes relacionados com corrupção. Depois do regresso à Tailândia, o gabinete do Procurador-Geral indicou ter recuperado uma investigação sobre a alegada violação, há quase nove anos, da lei de lesa-majestade. Em 2016, Shinawatra foi acusado de violar a lei por comentários feitos a jornalistas quando estava em Seul, na Coreia do Sul, um ano antes.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | “Kuala Lumpur tomou a sua decisão”, disse o PM Anwar Ibrahim O país asiático prepara a sua candidatura ao grupo de emergentes fundado em 2006 pelo Brasil, Rússia, Índia e China, tendo a África do Sul aderido em 2011 e mais recentemente contando também com a adesão do Egipto, a Etiópia, o Irão e os Emirados Árabes Unidos A Malásia decidiu candidatar-se a membro dos BRICS e vai começar a preencher a documentação oficial em breve, disse o primeiro-ministro Anwar Ibrahim. O líder da nação do Sudeste Asiático, de 77 anos, mencionou a decisão numa entrevista ao jornal chinês Guancha, publicada no domingo. “Tornámos a nossa política clara e tomámos a nossa decisão. Vamos iniciar o processo formal em breve”, afirmou Anwar. “Estamos a aguardar o resultado final e o feedback do governo sul-africano”. Anwar também mencionou ter abordado o assunto num encontro recente com o Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. A organização foi fundada em 2006 pelo Brasil, Rússia, Índia e China, tendo a África do Sul aderido em 2011. Em Janeiro, o BRICS admitiu oficialmente o Egipto, a Etiópia, o Irão e os Emirados Árabes Unidos (EAU), mas decidiu manter o nome actual. A potencial adesão de Kuala Lumpur à organização teria um significado estratégico, uma vez que uma das mais importantes rotas marítimas do mundo – o Estreito de Malaca, que liga o Pacífico ao Oceano Índico – está localizada entre a Malásia e a ilha indonésia de Sumatra. Jogo de equilíbrios De acordo com Anwar, a Malásia está “aliviada” pelo facto de o mundo já não ser unipolar e da ascensão dos BRICS e da China, em particular, ter oferecido “um vislumbre de esperança de que existem controlos e equilíbrios no mundo”. O Ocidente quer “controlar o discurso” no mundo, mas “não podemos continuar a aceitá-lo porque já não são uma potência colonial e os países independentes devem ser livres de se exprimir”, disse o primeiro-ministro malaio. No início deste mês, o embaixador russo na China, Igor Morgulov, afirmou que cerca de 30 países manifestaram o desejo de aderir aos BRICS. Na vizinhança da Malásia, a Tailândia, o Sri Lanka e o Vietname já fizeram propostas ao grupo. A cimeira dos BRICS de 2024 está prevista para Outubro em Kazan, na Rússia.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas para carros eléctricos vão “minar transformação verde da UE” A China defendeu ontem que as tarifas impostas pela Comissão Europeia aos veículos eléctricos chineses vão prejudicar a “transformação verde do bloco comunitário” e a resposta global às alterações climáticas. “As tarifas vão distorcer as cadeias de abastecimento automóvel globais e prejudicar os consumidores da União Europeia (UE). Além disso, vão prejudicar o próprio processo de transformação verde da UE e a resposta global às alterações climáticas”, afirmou, em conferência de imprensa, o porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do país asiático. Li Chao acrescentou que “o proteccionismo comercial não é a saída” e as tarifas “vão impedir o desenvolvimento saudável a longo prazo das empresas da UE”. A China “apoia activamente as empresas do sector automóvel em todo o mundo a participarem numa concorrência leal e a manterem a estabilidade das cadeias de abastecimento”, acrescentou, afirmando esperar que a UE “seja prudente, respeite as leis económicas básicas e as regras da Organização Mundial do Comércio e ouça também a própria indústria”. Qualidade garantida À margem da conferência, Li defendeu que a indústria de veículos de novas energias se desenvolveu “muito rapidamente” na China e fornece “um grande número de modelos de alta qualidade”. “São muito bem recebidos pelos consumidores nacionais e estrangeiros. A chave para este rápido desenvolvimento reside na aplicação da lei, no respeito pela concorrência no mercado e na nossa persistência na abertura. Além disso, o conceito de desenvolvimento ecológico está profundamente enraizado na sociedade, tornando-se uma tendência, e a indústria automóvel seguiu esta tendência orientada para o consumidor”, afirmou. De acordo com Li, foi a “plena concorrência do mercado” que levou as empresas a aumentar “o investimento em I&D [Investigação de Desenvolvimento], criando vantagens competitivas na China”. O responsável sublinhou que empresas como a Tesla, a Volkswagen e a BMW não hesitaram em “investir na produção de veículos eléctricos na China”. As declarações surgiram depois de a Comissão Europeia ter anunciado, na quarta-feira, tarifas adicionais de 21 por cento, em média, sobre as importações de veículos eléctricos provenientes da China, na sequência de uma investigação aos subsídios atribuídos pelo Governo chinês, lançada em Outubro do ano passado. Cinco dias depois, o Ministério do Comércio chinês anunciou uma investigação ‘antidumping’ (concorrência desleal) contra algumas importações de carne de porco e derivados da UE, numa resposta antecipada às tarifas impostas por Bruxelas aos veículos eléctricos chineses.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | NATO provoca “discórdia” A República Popular da China acusou a NATO de provocar a discórdia condenando directamente os comentários do secretário-Geral da organização, Jens Stoltenberg sobre o alegado apoio de Pequim à guerra da Rússia na Ucrânia. “Instamos (o Secretário-Geral da NATO) a deixar de culpar os outros e de semear a discórdia, e a não deitar ‘achas para a fogueira'”, disse Lin Jian, porta-voz da diplomacia chinesa. Lin Jian, numa conferência de imprensa de imprensa em Pequim, sugeriu que Stoltenberg deve “fazer algo de concreto para uma resolução política da crise”, referindo-se à guerra na Ucrânia. “A realidade é que a China está a alimentar o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e, ao mesmo tempo, quer manter boas relações com o Ocidente”, disse o líder da NATO. “A menos que a China mude de rumo, os aliados vão ter de impor um preço. Deve haver consequências”, defendeu Stoltenberg. Relativamente à questão da Ucrânia, Pequim apela regularmente ao respeito pela integridade territorial de todos os países, o que inclui implicitamente a Ucrânia, mas também apela à consideração das preocupações de segurança da Rússia.
Hoje Macau China / ÁsiaChina à frente dos EUA no fabrico de energia nuclear A China está a construir reactores nucleares mais rapidamente do que os EUA e as empresas nucleares de Pequim estão 15 anos à frente das suas congéneres americanas no que diz respeito à mais recente tecnologia de reactores, de acordo com um novo relatório de um grupo de reflexão americano. Actualmente, a China tem 56 reactores nucleares em funcionamento e outros 27 estão em construção, afirma a Information Technology & Innovation Foundation, com sede em Washington, num relatório publicado na segunda-feira. Com o objectivo das autoridades de Pequim de concluir entre seis e oito novas centrais nucleares por ano num futuro próximo, os autores do relatório prevêem que a China terá mais centrais operacionais do que os EUA até 2030. No entanto, a China já está à frente dos EUA no que diz respeito aos chamados reactores de “quarta geração”, refere o relatório. A primeira central de quarta geração do mundo – a central Shidaowan-1, de 200 megawatts, arrefecida a gás, na província chinesa de Shandong – entrou em funcionamento em Dezembro, com a Administração de Energia Nuclear da China a vangloriar-se de que “90% da tecnologia da nova central foi desenvolvida na China”. “A China está provavelmente 10 a 15 anos à frente dos Estados Unidos no domínio da energia nuclear”, afirma o relatório. Olhando para o futuro, parece provável que a China utilize esta capacidade interna estabelecida como base para exportações competitivas de reactores, tal como a sua estratégia de “dupla circulação” conseguiu noutras áreas, como os veículos eléctricos e as baterias.” Os EUA continuam a ter mais centrais nucleares operacionais do que qualquer outro país, com 94 reactores operacionais contra 56 da China. No entanto, a China triplicou a sua capacidade nuclear na última década, acrescentando tanta energia em 10 anos como os EUA em 40. Em 1973, o então Presidente dos EUA, Richard Nixon, apelou à construção de 1000 centrais nucleares até ao ano 2000, numa tentativa de diminuir a dependência dos EUA em relação à energia estrangeira, na sequência da crise petrolífera de 1973. Entre as décadas de 1970 e 1990, foram construídos muitos reactores, mas o boom nuclear desvaneceu-se quando os preços mundiais do petróleo estabilizaram e a extracção de gás de xisto explodiu no início da década de 2000. Política de sucesso De acordo com a Administração de Informação sobre Energia dos EUA, a central nuclear americana média tem agora 42 anos. Dois novos reactores entraram em operação em uma usina na Geórgia em 2023 e 2024, mas ambos foram concluídos com anos de atraso e biliões de dólares acima do orçamento, e nenhum reactor adicional está em construção em qualquer lugar do país. O sucesso da China é o resultado de “financiamento estatal, [uma] cadeia de fornecimento apoiada pelo Estado e um compromisso estatal para construir a tecnologia”, escreveu o analista da indústria Kenneth Luongo no relatório. Os bancos estatais chineses podem oferecer empréstimos a empresas de energia com taxas de juro tão baixas como 1,4%, permitindo-lhes construir centrais por cerca de 2.500 a 3.000 dólares por quilowatt, cerca de um terço do custo de projectos recentes nos Estados Unidos. “É consensual que os EUA perderam o seu domínio global no domínio da energia nuclear”, escreveu Luongo.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA tentaram provocar Pequim para atacar Taiwan e espalharam desinformação sobre vacinas chinesas Xi Jinping disse que os Estados Unidos tentaram provocar os militares chineses para que atacassem Taiwan, mas que Pequim não mordeu o isco, noticiou o Financial Times no sábado, citando fontes De acordo com pessoas alegadamente familiarizadas com o assunto, Xi fez as observações durante uma reunião privada com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Abril de 2023. O Presidente chinês também terá transmitido aos seus funcionários as preocupações sobre as alegadas tentativas de Washington de levar Pequim a invadir a ilha autónoma O Financial Times descreveu os comentários de Xi a von der Leyen como a primeira vez conhecida em que ele disse a um líder estrangeiro que os EUA estavam a tentar incitar Pequim a invadir Taiwan. O Presidente chinês explicou ainda que um conflito com os EUA seria prejudicial para a China e faria descarrilar os seus planos para um “grande rejuvenescimento” até 2049. O projecto, também conhecido como “sonho chinês”, visa criar um “país socialista moderno, próspero, forte, democrático, civilizado e harmonioso”. Há muito que a China acusa os EUA de fomentar as tensões sobre Taiwan e denuncia a venda de armas de Washington a Taipé. Pequim também protestou contra as visitas de altos funcionários norte-americanos à ilha, incluindo a antiga Presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, alegando que isso viola a soberania da China. Neste contexto, a China efectua regularmente exercícios militares no Estreito de Taiwan. Em 2022, Xi afirmou que, embora Pequim procure uma reunificação pacífica com a ilha, “não está empenhada em abandonar o uso da força” para atingir esse objectivo. Em Março, o chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, almirante John Aquilino, sugeriu que as forças armadas chinesas estariam preparadas para invadir Taiwan em 2027. As autoridades de Pequim negaram ter quaisquer planos a curto prazo para usar a força contra a ilha, acusando os EUA de “exagerar a narrativa da ameaça chinesa”. O Presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que Washington defenderia Taiwan se esta fosse atacada pela China, embora tenha posteriormente admitido que a resposta exacta “dependeria das circunstâncias”. Desinformação dos EUA sobre vacinas chinesas Por outro lado, um relatório da Reuters revelou que o Pentágono espalhou desinformação sobre as vacinas Sinovac na Ásia no auge da pandemia. Marcello Ferrada de Noli, professor emérito de epidemiologia na Suécia e antigo investigador da Harvard Medical School, disse à que a alegada campanha nas redes sociais do Pentágono sobre a vacina chinesa contra a Covid foi provavelmente uma tentativa de suprimir a concorrência. A Reuters, citando ex-oficiais militares dos EUA, relatou no início desta semana que os militares dos EUA realizaram uma campanha secreta de desinformação para desacreditar a vacina Sinovac da China em 2020-2021. A campanha concentrou-se nas Filipinas, usando contas falsas nas redes sociais que se faziam passar por moradores locais para criticar a vacina chinesa, bem como kits de teste e máscaras faciais produzidas pelo país. A campanha terá assim evitado que muita gente se vacinasse atempadamente e provocado milhares de mortes. Posteriormente, terá alastrado a outras partes da Ásia e do Médio Oriente. De acordo com de Noli, embora as campanhas anti-vacinas sejam frequentemente descritas como tendo por objectivo impedir totalmente as pessoas de serem vacinadas, no caso das vacinas chinesas e russas tratava-se de uma questão de rivalidade. “Em vez disso, penso que o objectivo foi desencorajar marcas específicas de vacinas produzidas na Rússia e na China para vender a esses países vacinas produzidas por empresas americanas ou pelos seus associados na Europa”, afirmou, salientando que tanto os EUA como a UE têm “contactos directos com as grandes empresas farmacêuticas”. De Noli referiu que a campanha noticiada pela Reuters está longe de ser o único caso em que os EUA procuram desacreditar as vacinas produzidas na China ou na Rússia. Por exemplo, ele lembrou um relatório altamente divulgado de 2021 do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA que revelou que as autoridades de saúde americanas sob o então Presidente Donald Trump haviam trabalhado para desencorajar o Brasil de comprar a vacina Sputnik V fabricada na Rússia. De acordo com de Noli, estes casos de concorrência desleal são “muito graves do ponto de vista da epidemiologia e do controlo de infecções”, especialmente porque a Sputnik V foi a “primeira vacina disponível no mundo e claramente eficaz”. Biden igual a Trump De acordo com a Reuters, a campanha contra a Sinovac começou sob a administração Trump e continuou durante meses na presidência de Joe Biden, e só foi interrompida na Primavera de 2021. Os porta-vozes que representam Trump e Biden não quiseram comentar o assunto. Um alto funcionário não identificado do Pentágono reconheceu a campanha, mas não forneceu mais detalhes. Uma porta-voz do Pentágono não confirmou a existência da campanha, mas disse que os militares dos EUA “usam uma variedade de plataformas, incluindo as redes sociais, para combater esses ataques de influência maligna dirigidos aos EUA, aliados e parceiros”. Alegou ainda que a China tinha lançado uma “campanha de desinformação para culpar falsamente os Estados Unidos pela propagação da COVID-19”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou, num e-mail enviado à Reuters, que não ficou surpreendido com o relatório, uma vez que há muito que afirma que Washington espalha desinformação sobre a China.
Hoje Macau China / ÁsiaChina espera que Europa “retire os óculos da ideologia” A China espera que a Europa “retire os óculos da ideologia” e respeite regras para evitar o “lançamento de políticas e iniciativas anti-globalização e exagero do conceito de segurança nacional”, segundo o embaixador do país em Portugal. Numa conferência em Lisboa, Zhao Bentang, abordou ontem como a “chamada ‘redução dos riscos’ é uma falsa proposta” e que a “cooperação económica e comercial entre a China e a UE (União Europeia) é bem fundamentada, frutuosa e promissora”. “Espera-se que a parte europeia retire os óculos coloridos da ideologia, exclua a interferência externa, adira à autonomia estratégica, e forme uma percepção independente e objectiva da China”, afirmou o embaixador, para quem deve ser continuada uma “política proactiva e racional”, além do respeito por “normas básicas de uma economia de mercado” e cumpridas as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) para “evitar o lançamento de políticas e iniciativas anti-globalização e exagero do conceito de segurança nacional”. O diplomata defendeu ainda que os novos produtos energéticos resultam de “vantagens comparativas e da lei do mercado”, garantindo que não existem subsídios proibidos pela OMC. “Para a nova indústria de energia da China, o ‘excesso de produção’ é um disparate, é um pretexto para o proteccionismo”, adiantou o mesmo responsável, recusando ainda que haja ‘dumping’, uma vez que os “preços de exportação também estão em conformidade com as leis do mercado, não há problema de dumping”. Perdas a dobrar Na sua intervenção, o embaixador considerou, assim, que “defender a bandeira do desenvolvimento ecológico e, ao mesmo tempo, usar o bastão do proteccionismo para restringir as exportações chinesas” como veículos eléctricos “é uma atitude típica de dois pesos e duas medidas”. Zhao Bentang argumentou que essa atitude “não só prejudicará a transformação ecológica da economia mundial, como também os esforços globais de combate às alterações climáticas, resultando numa situação de dupla perda”. Na semana passada, a China tinha avançado que “reserva o direito” de apresentar uma queixa à OMC depois de a UE anunciar possíveis aumentos das tarifas de importação de veículos eléctricos chineses. Em comunicado divulgado na quarta-feira, o executivo comunitário indicou que, provisoriamente, as importações de veículos elétricos da BYD passarão a ser taxadas em 17,4 por cento, da Geely em 20 por cento e da SAIC em 38,1 por cento, sendo estas as marcas incluídas na amostra investigada. A Comissão estabeleceu, a título provisório, ser “do interesse da UE remediar os efeitos das práticas comerciais desleais detectadas, mediante a instituição de direitos de compensação provisórios sobre as importações de veículos eléctricos provenientes da China”. Para além dos três mencionados, outros construtores chineses de carros eléctricos que cooperaram com a investigação, mas não foram incluídas na amostra serão taxadas em 21 por cento e as que não cooperaram em 38,1 por cento. Guerra e paz Na conferência de ontem o diplomata afirmou ainda como Pequim “compreende o impacto da crise ucraniana nos povos da Europa”, não sendo a China “nem criadora nem parte ou participante”, mas que tem “desempenhado um papel construtivo na promoção de uma resolução pacífica da crise” e fornecido apoio humanitário à Ucrânia. Sobre o conflito israelo-palestiniano, a “China insiste em que a saída fundamental (…) reside na criação de um Estado palestiniano independente”. “A história tem provado repetidamente que a causa principal da repetida instabilidade da situação israelo-palestiniana é a falta de aplicação efectiva das resoluções das Nações Unidas, a erosão contínua da base da solução de dois Estados e o desvio do processo de paz do Médio Oriente do caminho certo. A China está pronta a reforçar a cooperação com todos os países amantes da paz e a contribuir para o restabelecimento da paz no Médio Oriente”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Fitch aponta investimento em fábricas da UE face a tarifas A agência de notação financeira Fitch disse esperar que a indústria automóvel chinesa invista em fábricas europeias, face ao anúncio da União Europeia (UE) sobre potenciais aumentos das tarifas de importação de eléctricos chineses. Num relatório divulgado na passada quinta-feira à noite, a Fitch previu que as fabricantes de automóveis chinesas se adaptem às “crescentes tensões comerciais” no segmento dos veículos eléctricos “diversificando a produção”. A agência disse que o sector automóvel da China “provavelmente irá diversificar as instalações de produção a nível mundial, uma tendência nos últimos anos”, incluindo “construir fábricas na UE e países vizinhos”. A Comissão Europeia anunciou na passada quarta-feira um aumento das tarifas de importação de veículos eléctricos chineses para “remediar os efeitos das práticas comerciais desleais detectadas”. “As altas tarifas compensatórias propostas podem prejudicar as perspectivas de crescimento das montadoras chinesas na UE”, admitiu a Fitch. De acordo com a Federação Europeia de Transporte e Meio Ambiente, a fatia de veículos eléctricos fabricados na China atingiu 19,5 por cento em 2023, se forem incluídos veículos de marcas estrangeiras, referiu a Fitch. A agência acredita também que as empresas chinesas irão procurar aumentar o investimento “em mercados alternativos”, nomeadamente aqueles “com barreiras comerciais mais baixas”, assim como formar parcerias e ‘joint ventures’ com parceiros locais. A Fitch sublinhou que as fabricantes “com destinos de exportação diversificados têm mais probabilidade de suportar os riscos de crescentes barreiras comerciais” e apontou o exemplo da BYD, cujos principais mercados de exportação incluem o Brasil, Tailândia e Israel. As exportações de automóveis da China aumentaram 34,7 por cento em Abril, em comparação com o mesmo mês de 2023, sendo que os veículos a gasolina ou gasóleo ainda representam mais de 70 por cento, com a Rússia a ser o destino principal, disse a agência.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim permite à guarda costeira deter estrangeiros em águas disputadas A China revelou no sábado um conjunto de regras que permitem à guarda costeira deter estrangeiros, sem julgamento, durante um período máximo de 60 dias, em águas disputadas no mar do Sul da China. Pequim alega razões históricas para reivindicar a soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, algo que entra em conflito com outros países, incluindo Indonésia, Vietname, Malásia e Brunei. A guarda costeira chinesa pode, desde sábado, deter, sem julgamento, estrangeiros “suspeitos de terem violado a organização de entradas e saídas fronteiriças”, de acordo com o novo regulamento, publicado na Internet. O documento prevê um período de detenção de até 60 dias para “casos mais complexos” e “se a nacionalidade e a identidade [dos detidos] não forem claras”. “Os navios estrangeiros que tenham entrado ilegalmente nas águas territoriais chinesas e nas águas adjacentes poderão ser abordados nos termos da lei”, acrescenta o regulamento. Para reforçar as suas reivindicações territoriais, a China tem utilizado barcos e embarcações rápidas para patrulhar as águas e recifes do mar do Sul da China e construiu ilhas artificiais militarizadas em águas próximas das Filipinas. O chefe do exército das Filipinas, general Romeo Brawner, disse a jornalistas na sexta-feira que as autoridades de Manila estavam “a discutir uma série de medidas para proteger os pescadores”. Os pescadores filipinos “não devem ter medo, mas continuar as suas actividades normais de pesca na nossa Zona Económica Exclusiva” (ZEE), disse o general. “Temos o direito de explorar os recursos da região”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Seis mortes em inundações e deslizamento de terras Pelo menos seis pessoas morreram na sequência de inundações e deslizamentos de terras provocados por fortes chuvas numa região remota do nordeste da Índia, disseram sexta-feira as autoridades locais à agência noticiosa AFP. Cinco pessoas estão também desaparecidas em Sikkim, um estado no sopé dos Himalaias que faz fronteira com a China e é popular entre os turistas indianos. “O nível da água no rio Teesta subiu muito acima do nível de perigo na manhã de quinta-feira, causando sérios danos nas estradas e perturbando o trânsito”, disse à agência France-Presse Gopinath Raha, um alto funcionário do governo estadual. As zonas do norte de Sikkim ficaram “isoladas do resto do país”, disse à AFP Sonam Dichu, um agente da polícia do distrito de Mangan. “Muitas casas foram arrastadas”, acrescentou. A agência estatal de gestão de catástrofes disse que estão em curso operações de socorro, embora atrasadas pelos danos causados também nas redes de telecomunicações. O governo regional de Sikkim está a trabalhar “para prestar todo o apoio possível às vítimas e às famílias afectadas”, disse o ministro-chefe do estado, Prem Singh Tamang. No ano passado, inundações repentinas ao longo do mesmo rio, provocadas pela rebentação de um lago glaciar, causaram danos consideráveis em estradas e pontes em Sikkim. O norte da Índia tem sofrido várias ondas de calor sucessivas desde o final de Abril, prevendo-se que a vaga de calor continue por mais alguns dias na capital Nova Deli e noutras grandes cidades. A cidade de Prayagraj, no estado de Uttar Pradesh, registou uma temperatura máxima de 47,1 graus, informou quarta-feira o Departamento Meteorológico Indiano. No mesmo dia, o serviço alertou para uma “elevada probabilidade” de novas vagas de calor nos Estados de Bihar, Jharkhand e Uttar Pradesh. “As pessoas vulneráveis devem ser extremamente cautelosas”, advertiu em comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Banco central reduz compra de dívida pública O banco central japonês anunciou sexta-feira um corte na compra de títulos de dívida pública, em mais um passo rumo à progressiva normalização monetária, depois de um aumento das taxas de juro em Março. O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu, por oito votos a um, reduzir a compra de dívida “para garantir que os rendimentos dos títulos de longo prazo sejam formados mais livremente nos mercados financeiros”. O banco central não divulgou pormenores sobre o corte no volume de compras, que actualmente ronda os 6 biliões de ienes (cerca de 35,4 mil milhões de euros), de acordo com um comunicado publicado no final da reunião mensal de dois dias da instituição. O BoJ, que detém mais de metade dos títulos de dívida pública em circulação, convocou uma reunião do grupo interno responsável pelos mercados obrigacionistas, com data ainda a definir, durante a qual vai ser debatida a “conduta futura”. A instituição prometeu escutar os participantes do mercado de dívida e de outros especialistas e elaborar, antes da próxima reunião mensal, marcada para 30 e 31 de Julho, “um plano detalhado para reduzir o montante das compras para os próximos um ou dois anos”. A decisão de reduzir as compras de obrigações foi bem recebida pelos mercados financeiros como mais um passo no sentido da progressiva normalização monetária, depois de mais de uma década de taxas de juros negativas. A decisão surge numa altura em que o rendimento da dívida soberana japonesa de longo prazo se encontrava nos níveis mais elevados há mais de uma década, levantando preocupações sobre os custos dos empréstimos no Japão.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Tensões no país “podem amanhã estender-se à Ásia oriental”, diz PM japonês Fumio Kishida discursou na Cimeira da Paz, em Genebra, que reúne quase cem líderes de países e organizações para discutir soluções que possam pôr fim à guerra imposta pela Rússia à Ucrânia O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, alertou no sábado, na Cimeira de Paz organizada pela Suíça para procurar soluções para a guerra russa na Ucrânia, de que as tensões causadas na Europa pelo conflito “podem amanhã estender-se à Ásia Oriental”. Kishida sublinhou o apoio do Japão à Ucrânia desde o início da invasão, há mais de dois anos, com a imposição de severas sanções à Rússia, reforçadas na passada quinta-feira com um acordo de assistência assinado entre ele e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Apraz-me ver que tantos países se reuniram aqui hoje com o objectivo comum de alcançar a paz na Ucrânia, uma paz que deve ser duradoura e assente nos princípios da Carta das Nações Unidas, que não admite justificação alguma para alterar o ‘statu quo’ pela força ou a coerção”, declarou. O chefe do executivo nipónico indicou que o Japão está especialmente interessado em cooperar num dos três pilares de discussão da cimeira, o da segurança nuclear, e expressou também a intenção de colaborar com a Ucrânia na segurança do seu abastecimento de electricidade e na remoção de minas terrestres nas zonas de combates. O leste da Ásia é uma das regiões com mais tensões latentes do planeta, devido a conflitos por resolver como os que existem entre as duas Coreias ou entre Taiwan e a China. A busca pela paz A Suíça acolheu entre sábado e domingo a Cimeira para a Paz na Ucrânia, que junta representantes de quase uma centena de países e organizações, mas sem a participação da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso. Portugal foi representado pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e também pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. O objectivo da conferência, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, é “inspirar um futuro processo de paz”, tendo por base “os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz assentes na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional”. A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente. A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infra-estruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014. Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram, entretanto, a concretizar-se.
Hoje Macau China / ÁsiaJustiça | Cinco anos de prisão para activista que impulsionou movimento #MeToo Um tribunal chinês condenou sexta-feira a cinco anos de prisão a jornalista Huang Xueqin, impulsionadora do movimento #MeToo na China, detida em Setembro de 2021 e posteriormente acusada de “incitar à subversão do poder do Estado”. “Huang Xueqin foi condenada a cinco anos de prisão”, indicou uma associação que a apoia numa publicação na rede social X (ex-Twitter), na qual se acrescenta que a jornalista “declarou perante o tribunal que vai recorrer” e que o activista Wang Jianbing foi condenado a três anos e meio de prisão pelas mesmas acusações. A associação Free Huang Xueqin & Wang Jianbing precisou que o tribunal confiscou os bens da jornalista e que o veredicto inclui a privação dos direitos políticos de Huang durante quatro anos após a sua libertação da prisão. Huang, de 36 anos, foi uma das vozes mais proeminentes do movimento #MeToo na China, relatando casos de denúncia e contando as suas experiências como vítima de assédio sexual numa agência noticiosa. Também criou um blogue na aplicação de mensagens WeChat para realizar inquéritos sobre assédio no local de trabalho. Tanto Huang como Wang – um activista dos direitos dos trabalhadores – foram acusados pelas suas acções em reuniões que organizaram para debater o feminismo, questões laborais e direitos LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero). A jornalista foi detida um dia antes de se deslocar ao Reino Unido para fazer um mestrado.
Hoje Macau China / ÁsiaArgentina agradece a Pequim após restruturação de troca cambial A Argentina agradeceu “a confiança depositada no plano económico do Governo” depois da China ter concordado em restruturar o pagamento de cinco mil milhões de dólares de uma troca cambial. “A renovação do ‘swap’ [troca cambial] é um alívio para o sistema financeiro e contribui para a limpeza do balanço do banco central” argentino, disse na passada sexta-feira o gabinete do Presidente Javier Milei, num comunicado. Isto porque a Argentina estava a enfrentar este pagamento numa altura em que o Banco Central da República Argentina (BCRA) tinha reservas monetárias de apenas 29,2 mil milhões de dólares, maioritariamente constituída por passivos. O BCRA anunciou na passada quarta-feira que chegou a acordo com o homólogo chinês para estender por um período de 12 meses o pagamento, que estava previsto até ao final de Junho. “O vínculo de respeito entre os dois países é fundamental para o desenvolvimento comercial e a prosperidade de ambas as nações”, disse o Governo da Argentina. Em Junho de 2023, o Governo de Alberto Fernández renovou e ampliou um acordo de troca cambial, que permite cobrir a exposição ao risco, com a China, no valor de 18,6 mil milhões de dólares. O acordo permite o pagamento das importações argentinas da China na moeda chinesa, o renmimbi, para ajudar a manter o nível das reservas internacionais. Milei declarou o alinhamento na política externa com os EUA, Israel, a União Europeia e o “mundo livre” e, por outro lado, manifestou-se contra a promoção de “pactos com comunistas”, em referência à China, embora sem interferir em relações comerciais privadas. A ministra dos Negócios Estrangeiros argentina, Diana Mondino, visitou a China com uma comitiva da tutela da Economia no final de Abril, e a imprensa local afirmou que Milei estava a ponderar viajar para o país asiático após a restruturação da troca cambial. Recordes a não bater Na quinta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um empréstimo de quase 800 milhões de dólares à Argentina e disse que o programa de estabilização da economia do país está “no bom caminho”. A decisão do FMI surgiu um dia depois de a câmara alta do parlamento da Argentina ter aprovado uma proposta de Milei que prevê uma reforma do Estado, apesar de tumultos que deixaram cerca de dez feridos. A Argentina continua a enfrentar uma inflação recorde, ainda que tenha continuado a desacelerar em Maio, para 4,2 por cento em termos mensais, o valor mais baixo em dois anos e meio. No entanto, em termos anuais a inflação continua a ser muito elevada, 276,4 por cento, numa tendência que se acelerou após a desvalorização da moeda argentina, o peso, imposta por Milei no final de 2023. A economia da Argentina deverá contrair 2,8 por cento em 2024, de acordo com uma previsão do FMI, após uma recessão de 1,6 por cento registada em 2023.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Li Qiang promete mais pandas e pede “terreno comum” à Austrália A chamada “diplomacia do panda” ganhou terreno na Austrália com a confirmação pela voz do primeiro-ministro chinês do empréstimo de um novo casal de animais à escolha das autoridades australianas A China vai emprestar à Austrália um novo casal de pandas gigantes, anunciou ontem o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que apelou ainda à “procura de um terreno comum” entre os dois países. O empréstimo dos dois pandas gigantes Wang Wang e Fu Ni ao jardim zoológico de Adelaide, no sul da Austrália, acordado em 2009, termina em breve, numa prática também conhecida como “diplomacia do panda”. “Wang Wang e Fu Ni estão longe de casa há 15 anos. Acho que eles sentiram muitas saudades de casa e por isso irão retornar à China antes do final do ano”, disse Li Qiang no zoológico, a primeira paragem da visita a Austrália. “Mas o que posso dizer é que iremos fornecer o mais rapidamente possível um novo par de pandas igualmente bonitos, encantadores e adoráveis”, assegurou o primeiro-ministro, acrescentando que Pequim apresentará uma lista de candidatos a Camberra. “É bom para a economia, para os empregos no [estado da] Austrália do Sul, para o turismo e é um símbolo de boa vontade, e agradecemos por isso”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong. De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza, que actua na área de protecção ambiental, restam cerca de 1.860 pandas gigantes, principalmente nas florestas de bambu das regiões montanhosas da China. Graças aos programas de conservação, a União Internacional para a Conservação da Natureza retirou o panda da categoria “em perigo” no final de 2016. No entanto, permanece listado como vulnerável na lista vermelha de espécies ameaçadas. No bom caminho Após a visita ao zoológico, Li Qiang almoçou no Penfolds Magill Estate de Adelaide, um restaurante do sector vitivinícola, um dos mais afectados pelas tensões comerciais entre os dois países. Em Março, a China levantou tarifas alfandegárias impostas em 2020 ao vinho da Austrália, que afectaram muito as exportações para o país asiático, que chegaram a atingir 1,2 mil milhões australianos de dólares por ano. “No último mês, desde que a proibição do vinho foi levantada, vendemos 86 milhões de dólares australianos em vinho à China”, disse ontem o ministro do Comércio da Austrália, Don Farrell. “As relações entre a China e a Austrália voltaram ao bom caminho após um período de reviravoltas, gerando benefícios tangíveis para os povos de ambos os países”, disse Li Qiang, de acordo com um comunicado da embaixada chinesa. “A história provou que o respeito mútuo, a procura de um terreno comum, pondo de lado as diferenças, e a cooperação (…) é um passo importante para o desenvolvimento das relações entre a China e a Austrália”, acrescentou. A visita do alto funcionário chinês à Austrália é a segunda etapa de uma digressão diplomática pela Oceânia que o levou primeiro à Nova Zelândia.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | França também quer tarifas sobre painéis solares e turbinas eólicas A França vai envidar esforços para obter validação dos países da União Europeia sobre as tarifas de importação aos carros eléctricos chineses, pretendendo ainda medidas semelhantes para os países solares e turbinas eólicas importadas daquele pais asiático. Esta posição foi assumida pelo ministro da Economia e Finanças francês, Bruno Le Maire, numa entrevista, ontem, à emissora Sud Radio. “Cada Estado-membro tem de perceber que deve ser restabelecida esta relação de força” com a China, afirmou o governante, confirmando que a França vai votar a favor da proposta anunciada esta quarta-feira pela Comissão Europeia de aplicação de tarifas de importação de veículos eléctricos chineses em até 38,1 por cento, por considerar que os apoios dados distorcem a concorrência com os fabricantes europeus. Bruno Le Maire disse ainda que o seu país vai tentar convencer os outros Estados-membros de que nesta questão faz falta uma maioria qualificada, em particular a Alemanha, que se tem manifestado contra, por recear retaliações por parte da China, que é o principal mercado de destino das exportações alemães, em particular da indústria automóvel. O ministro francês – que está em campanha para as eleições legislativa antecipadas em França, nas quais a extrema-direita se posiciona como favorita propondo um programa proteccionista na vertente económica – disse ainda esperar que a Comissão Europeia faça o mesmo relativamente aos painéis solares e turbinas eólicas importadas da China.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | ACAP acredita em acordo sobre subsídios a eléctricos O secretário-geral da ACAP sublinhou ontem que a decisão da União Europeia (UE) em aumentar as tarifas para a importação de veículos eléctricos da China não é final e que permite às partes chegarem a um entendimento. Em declarações à Lusa, Helder Pedro registou que vê “uma abertura da Comissão Europeia” para que esta e a China, junto da Organização Mundial do Comércio (OMC), possam “negociar e chegar a um entendimento” sobre os subsídios de Estado à produção de veículos eléctricos chineses. “O ideal é haver, digamos, uma liberdade de circulação e que não haja, digamos, este tipo de situações que vão discriminar aquilo que são os vários construtores presentes no mercado”, disse. Helder Pedro assinalou que esta medida pode ainda ser cancelada e tem cariz provisório, prolongando-se até Novembro. “O que está em cima da mesa são medidas provisórias da Comissão Europeia, que vão ser aplicadas entre 4 de Julho e 4 de Novembro sobre alguns construtores. Até lá irão a Comissão Europeia – a Europa, no fundo –, e a China, o Governo chinês, no âmbito da Organização Mundial do Comércio, negociar, dialogar, no sentido de ultrapassar a situação e ver se no fim do período provisório, em Novembro, se continuarão ou não a aplicar estas tarifas”, explicou. O responsável da associação está confiante que o bloco europeu e o gigante asiático vão alcançar um acordo para que possam “cessar estas medidas”. Balança descaída A ACAP entende que este é um assunto que diz respeito a subsídios de Estado e que “não se trata de ‘dumping’, que são processos mais graves”. Estes subsídios, de acordo com Helder Pedro, “não são iguais para todos os fabricantes chineses e também não se aplicam a todos”. Para a decisão, segundo o secretário-geral da associação automóvel, também deve ter pesado a “grande disparidade” entre as importações e as exportações de veículos eléctricos de e para a China. “Em 2023, a União Europeia importou 438 mil veículos eléctricos e exportou 11.500”, referiu, apontando que “os números são muito desproporcionais para a União Europeia”. Para Bruxelas, a cadeia de valor dos veículos eléctricos da China beneficia de subvenções injustas, o que está a causar uma ameaça de prejuízo económico aos construtores da UE. A Comissão Europeia abriu no ano passado uma investigação a estas subvenções, uma investigação que o porta-voz governamental chinês Lin Jian considerou ontem ser “um caso típico de proteccionismo”. “Isto vai contra os princípios da economia de mercado e as regras do comércio internacional, e prejudica a cooperação económica e comercial entre a China e a UE, bem como a estabilidade da produção automóvel global e das cadeias de abastecimento”, referiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, em conferência de imprensa. Bruxelas contactou ainda as autoridades chinesas para discutir estas conclusões e possíveis formas de resolver a questão, mas caso as conversações com as autoridades chinesas não conduzam a uma solução eficaz, estes direitos de compensação provisórios serão introduzidos a partir de 4 de Julho através de uma garantia cuja forma será decidida pelas alfândegas de cada Estado-membro.
Hoje Macau China / ÁsiaAcções da filial eléctrica do grupo Evergrande caiem 27% após alerta sobre confisco de activos As acções da filial de veículos eléctricos da construtura chinesa Evergrande chegaram a cair 26,7 por cento em Hong Kong, após esta alertar para o possível confisco de activos por parte das autoridades devido a dívidas. Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong na quarta-feira à noite, a Evergrande NEV admitiu que as autoridades da China exigiram, por escrito, o pagamento de cerca de 1,9 mil milhões de yuan no prazo de 15 dias, embora a empresa garanta que irá recorrer da decisão. A 22 de Maio, a Evergrande NEV já tinha revelado que as autoridades chinesas exigiam a devolução deste valor, correspondente a subsídios, depois de não ter conseguido iniciar a prometida produção em massa dos seus veículos eléctricos. No final de 2023, a empresa tinha fabricado 1.700 unidades do seu primeiro veículo, o Hengchi 5, e entregue quase 1.400. Caso o recurso seja rejeitado, “o grupo ficaria exposto ao risco de ‘recuperação obrigatória’ de terrenos, edifícios e maquinaria que seriam utilizados para o reembolso de incentivos e subsídios”, o que teria um impacto significativo na situação financeira e operações da empresa. No final de Maio, os administradores judiciais do grupo Evergrande alegaram ter encontrado um possível comprador para adquirir até 58,5 por cento da filial de veículos eléctricos. A Evergrande NEV foi forçada a interromper a produção na sua fábrica em Tianjin, no norte da China, devido a uma “grave escassez de fundos”. A empresa registou em 2023 prejuízos líquidos de 11,9 mil milhões de yuan, um valor elevado que, no entanto, foi 57 por cento inferior ao do ano anterior. Já em 2021 a Evergrande NEV tinha cancelado planos para uma segunda listagem, na bolsa de Xangai, por falta de liquidez para manter todas as operações. Aquém das expectativas Antes de ter sido detido e colocado em prisão domiciliária por “suspeitas de actividades ilegais”, no ano passado, o fundador do grupo, Xu Jiayin, tinha apontado a filial de veículos eléctricos como a grande esperança para salvar o conglomerado. A Evergrande NEV deu a si própria “três a cinco anos”, quando foi fundada em 2019, para se tornar o fabricante “mais poderoso” de carros eléctricos do mundo. A sobrevivência da marca está agora em jogo, enfraquecida pelos problemas da empresa-mãe e pelas fracas vendas. A justiça de Hong Kong ordenou no final de Janeiro a liquidação da Evergrande a favor dos credores estrangeiros, uma decisão que poderá não ser reconhecida na China continental, onde se encontra a maior parte dos activos do grupo. A Evergrande, com um passivo de cerca de 330 mil milhões de dólares, entrou em incumprimento há mais de dois anos, depois de sofrer uma crise de liquidez devido às restrições impostas por Pequim ao financiamento de promotores imobiliários com elevado nível de dívida.
Hoje Macau China / ÁsiaInflação | Índice na China permanece em 0,3% em Maio O índice de preços no consumidor na China, principal indicador da inflação, subiu 0,3 por cento em Maio em termos anuais, um valor semelhante ao registado em Abril, foi ontem anunciado. O indicador, divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas chinês (NBS), ficou abaixo das expectativas dos analistas, entre os quais a previsão mais generalizada apontava para uma inflação de 0,4 por cento em termos homólogos. Numa base mensal, os preços no consumidor caíram 0,1 por cento. Os especialistas esperavam que o indicador permanecesse inalterado em comparação com Abril, pelo segundo mês consecutivo. Este é o quarto mês consecutivo em que a China regista inflação em termos anuais, depois de, no final de 2023 e no início deste ano, ter registado uma tendência deflacionária, também durante quatro meses. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. O estatístico do NBS Dong Lijuan apontou factores sazonais para explicar os números, incluindo o aumento dos preços de alguns alimentos devido às chuvas torrenciais no sul do país e a queda dos preços turísticos após os feriados do Dia do Trabalhador, 1 de Maio. Dong sublinhou que a inflação subjacente, medida que exclui os preços dos alimentos e da energia devido à sua volatilidade, aumentou 0,6 por cento em termos homólogos em Maio. A inflação anual permanece, no entanto, longe da meta de 3 por cento fixada pelo Governo da China.