Veículos eléctricos | Pequim critica UE por aumentos de taxas

A China criticou ontem possíveis aumentos pela União Europeia (UE) das tarifas de importação de veículos eléctricos do país asiático, considerando que tal é proteccionismo e prejudicial para os interesses europeus.

“Isto vai contra os princípios da economia de mercado e as regras do comércio internacional, e prejudica a cooperação económica e comercial entre a China e a UE, bem como a estabilidade da produção automóvel global e das cadeias de abastecimento”, referiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, em conferência de imprensa.

A declaração de Lin Jian, citado pela agência France-Presse (AFP) ocorreu ainda antes da divulgação de um comunicado da Comissão Europeia, que ontem ameaçou aumentar, a partir de 4 de Julho, estas tarifas de importação por ter concluído que houve práticas desleais de Pequim em benefício de construtores chineses.

Em comunicado divulgado durante a manhã, o executivo comunitário indicou que, provisoriamente, as importações de veículos eléctricos da BYD passarão a ser taxadas em 17,4 por cento, da Geely em 20 por cento e da SAIC em 38,1 por cento, sendo estas as marcas incluídas na amostra investigada.

Com base nas conclusões do inquérito, a Comissão estabeleceu, a título provisório, ser “do interesse da UE remediar os efeitos das práticas comerciais desleais detetadas, mediante a instituição de direitos de compensação provisórios sobre as importações de veículos eléctricos provenientes da China”.

Para Bruxelas, a cadeia de valor dos veículos eléctricos da China beneficia de subvenções injustas, o que está a causar uma ameaça de prejuízo económico aos construtores da UE.

Para além dos três mencionados no comunicado, outros construtores chineses de carros eléctricos que cooperaram com a investigação, mas não foram incluídas na amostra serão taxadas em 21 por cento e as que não cooperaram em 38,1 por cento.

13 Jun 2024

Hong Kong | Pequim acusa activistas de “comportamento odioso”

O grupo de seis activistas exilado no Reino Unido é acusado de conspirar contra a China e Hong Kong e de colocar em risco a segurança nacional

 

A China acusou de “comportamento odioso” seis activistas de Hong Kong que vivem no exílio no Reino Unido e cujos passaportes foram cancelados ontem pelo governo da antiga colónia britânica. “Nathan Law e os outros estão há muito envolvidos em actividades anti-China e anti-Hong Kong”, disse Lin Jian, porta-voz da diplomacia chinesa.

“O seu comportamento desprezível pôs seriamente em perigo a segurança nacional, prejudicou os interesses fundamentais de Hong Kong e afecta o princípio de ‘um país, dois sistemas’”, acrescentou.

Num comunicado, o secretário para a Segurança de Hong Kong disse que “todos eles continuam a praticar actos e actividades que põem em perigo a segurança nacional depois de terem fugido para o Reino Unido”.

Os activistas são Nathan Law Kwun-chung, fundador do partido político Demosisto e antigo deputado, Simon Cheng Man-kit, cofundador do grupo “Hong Kongers in Britain”, o sindicalista Christopher Mung Siu-tat, o advogado Johnny Fok Ka-chi, Tony Choi Ming-da e Finn Lau Cho-dik.

Além do cancelamento dos passaportes, Hong Kong também proibiu os seis activistas de acederem a fundos no território, vender ou comprar bens imóveis na cidade e criarem ‘joint-ventures’ ou parcerias.

A polícia de Hong Kong alertou no comunicado que qualquer pessoa que ajude algum dos activistas a contornar estas medidas “comete um crime e arrisca uma pena de prisão por sete anos, em caso de condenação”.

Um porta-voz do Governo de Hong Kong descreveu as medidas como “um forte golpe” contra “estes criminosos fora-da-lei procurados”.

As autoridades acusaram os activistas de “fazerem comentários alarmistas para difamar e caluniar a Região Administrativa Especial de Hong Kong” e de continuarem “a conspirar com forças externas”.

Tudo por tudo

Em Dezembro, a polícia de Hong Kong tinha oferecido recompensas no valor de um milhão de dólares de Hong Kong por informações que conduzam à captura de cinco activistas residentes no estrangeiro, acusados de crimes contra a segurança nacional. Os activistas procurados vivem no exterior desde que Pequim impôs uma lei de segurança nacional a Hong Kong, em 2020.

No início de Maio, o Ministério Público britânico acusou o director do escritório comercial de Hong Kong em Londres e dois outros homens de terem ajudado as autoridades da região chinesa a recolher informações no Reino Unido.

A 3 deste mês, o Ministério da Segurança do Estado da China disse ter detido dois chineses por alegadamente fazerem parte de um plano de espionagem lançado pelos serviços secretos do Reino Unido MI6.

Em Julho de 2023, o activista Finn Lau, um dos alvos das medidas anunciadas ontem, disse à Lusa que Portugal deve suspender o acordo de extradição com Hong Kong, após a entrada em vigor da nova lei de segurança nacional.

Portugal e a República Checa são os únicos dois países da UE que ainda têm acordos de extradição em vigor com a região chinesa.

13 Jun 2024

Morreu o microbiologista japonês que descobriu as estatinas aos 90 anos

O microbiologista e bioquímico japonês Akira Endo, que descobriu as estatinas, que revolucionaram a prevenção e o tratamento de doenças cardiovasculares, morreu aos 90 anos, revelou um dos seus ex-colaboradores à Agência France Presse (AFP).

O cientista japonês morreu na quarta-feira passada, disse à AFP Keiji Hasumi, outro bioquímico japonês de quem Endo foi mentor e que com ele trabalhou. “Era uma pessoa dura e rigorosa, muito perspicaz. Conseguia ver a essência oculta das coisas”, afirmou Hasumi.

Nascido a 14 de Novembro de 1933, numa família de agricultores em Akita, no norte do Japão, Akira Endo desde muito jovem ficou fascinado pelos efeitos dos cogumelos e outros fungos nos seres vivos.

Essa paixão não o abandonou e, na universidade, leu uma biografia de Alexander Fleming, o médico e biólogo britânico que descobriu em 1928 o primeiro antibiótico, a penicilina, isolado de um fungo.

Em 1957, ingressou na empresa farmacêutica japonesa Sankyo como microbiologista e dedicou-se ao metabolismo lipídico e à biossíntese do colesterol.

De 1966 a 1968 realizou pesquisas no Albert Einstein College of Medicine, em Nova York. Surpreendido com o grande número de idosos e pessoas com sobrepeso nos Estados Unidos, percebeu a importância de desenvolver um medicamento para baixar o colesterol.

De volta a Sankyo, no Japão, Akira Endo retomou o estudo dos cogumelos e bolores, convencido de que abrigavam o segredo para bloquear enzimas que participam da biossíntese do colesterol.

O investigador passou dois anos a analisar os compostos químicos de 6.000 espécies de fungos para tentar confirmar a sua teoria, até à descoberta, em 1973, da mevastatina, o primeiro representante da classe das estatinas cuja capacidade era de reduzir o nível de LDL (colesterol mau) no sangue.

Só em 1987 é que o laboratório americano Merck & Co lançou a primeira estatina comercial – a lovastatina. Mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo tomam este tipo de medicamentos, cujo mercado vale cerca de 15 mil milhões de dólares.

Reacção excessiva

Na sequência da sua prescrição massiva, as controvérsias sobre os efeitos secundários nocivos ou ineficácia multiplicaram-se em muitos países, o que tem desencorajado muitos pacientes de tomar estes medicamentos.

Contudo, segundo uma meta-análise publicada em 2022 no European Heart Journal, tendo em conta 176 estudos sobre o tema e com base em dados de quatro milhões de pacientes, a intolerância às estatinas é sobrestimada e sobrediagnosticada.

Akira Endo recebeu várias distinções pelo seu trabalho pioneiro, incluindo o Prémio Albert Lasker para investigação médica e clínica, em 2008.

12 Jun 2024

Crime | Polícia detém suspeito de ataque a quatro professores norte-americanos

Um suspeito foi detido na China na segunda-feira após o aparente esfaqueamento de quatro professores universitários norte-americanos, anunciou ontem a polícia chinesa, que considerou a situação “um caso isolado”.

“O suspeito, de nome Cui, foi detido no próprio dia” do ataque ocorrido na segunda-feira num parque de Jilin, informou a polícia desta cidade chinesa, num comunicado, acrescentando que o homem em questão tem 55 anos.

Os ataques a cidadãos estrangeiros, especialmente ocidentais, são raros na China, onde as ruas são geralmente muito seguras a qualquer hora do dia.

A Cornell College University, no estado de Iowa (centro dos Estados Unidos), disse na segunda-feira que estes quatro norte-americanos trabalhavam como professores num estabelecimento de ensino superior e participavam num intercâmbio académico na China, tendo ficado feridos durante um “incidente grave”.

Um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano falou mesmo de “um ataque com facas em Jilin”, uma cidade no nordeste da China, localizada na província com o mesmo nome.

Além dos quatro norte-americanos, um turista chinês, que tentou intervir, também ficou ferido. “A polícia considera que este é um caso isolado. Uma investigação está em curso”, disse Lin Jian, porta-voz da diplomacia chinesa.

Vídeos não verificados divulgados nas redes sociais estrangeiras desde segunda-feira mostram várias pessoas no terreno a receber tratamento, com manchas de sangue nas roupas e no chão.

“A China é geralmente reconhecida como um dos países mais seguros do mundo. Sempre tomou medidas eficazes e continuará a tomar medidas relevantes para proteger eficazmente a segurança de todos os estrangeiros na China”, assegurou Lin Jian.

12 Jun 2024

Wang Yi reúne com Lavrov sobre cooperação dos dois países e do BRICS

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reuniu-se na segunda-feira em Nizhny Novgorod com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, sobre os laços bilaterais e a cooperação do BRICS.

Observando que a recente visita do Presidente russo Vladimir Putin à China foi um grande sucesso, Wang, disse, citado pela Xinhua, que os dois lados devem implementar plenamente o importante consenso alcançado pelos líderes dos dois países e intensificar a cooperação em vários campos sob a orientação estratégica dos chefes de Estado dos dois países.

O desenvolvimento das relações entre a China e a Rússia é uma escolha estratégica feita pelos dois lados com base nos seus respectivos interesses fundamentais, alinhando-se às tendências globais e à maré dos tempos, disse Wang, acrescentando que não visa a terceiros e não será perturbado por forças externas.

A China está disposta a trabalhar com a Rússia para manter o foco estratégico, explorar o potencial de cooperação, responder às pressões externas e promover o progresso sólido e sustentável das relações bilaterais, disse o responsável chinês.

Intitulando o grupo BRICS como uma plataforma importante para a unidade e a cooperação entre os mercados emergentes e os países em desenvolvimento, Wang assinalou que o mecanismo ampliado do BRICS desempenhará um papel crucial na criação de um sistema de governança global mais justo e razoável.

Wang enfatizou que a China está disposta a apoiar totalmente o trabalho da Rússia com a presidência do BRICS, trabalhar em conjunto para consolidar a parceria estratégica do BRICS, promover a unidade e o autoaperfeiçoamento do Sul Global, fazer uma voz mais poderosa para defender o multilateralismo e promover o desenvolvimento comum, de modo que a “cooperação do BRICS maior” possa ser bem iniciada.

Frutos da cooperação

Lavrov disse que, durante a visita do Presidente Putin à China, os chefes de Estado dos dois países definiram o curso para o desenvolvimento das relações Rússia-China e alcançaram novos frutos de cooperação estratégica.

A Rússia está disposta a trabalhar com a China para implementar o importante consenso alcançado pelos chefes de Estado dos dois países, intensificar os intercâmbios de alto nível, aprimorar a cooperação em vários campos e, em conjunto, tornar os Anos de Cultura Rússia-China um sucesso, disse Lavrov.

Os dois lados também trocaram opiniões sobre as atuais situações internacionais e regionais, incluindo a crise da Ucrânia.

12 Jun 2024

Timor-Leste | Crianças trabalham para aumentar rendimentos da família

Em 2016, a UNICEF indicava que mais de 50 mil crianças trabalhavam em Timor-Leste. A situação ainda é bastante visível em todas as capitais de municípios do país, fazendo parte de uma tradição enraizada e sustentada pela pobreza. O Provedor da Justiça e dos Direitos Humanos, Virgílio Guterres, que também trabalhou durante a infância, pede acção ao Governo de Díli

 

João (nome fictício), de 16 anos, é um dos muitos jovens timorenses que trabalha para aumentar o rendimento para ajudar a família a conseguir comprar comida e combater a pobreza, que persiste em Timor-Leste Conduz em Liquiçá, a cerca de 31 quilómetros de Díli, um “tum-tum” (equivalente a um ‘tuk-tuk’ em Portugal), comprado pela tia, que lhe paga mensalmente 50 dólares por trabalhar várias horas por dia, às vezes das 06h até às 19h. “Trabalho para ajudar a minha mãe e para conseguir ir à escola”, disse à Lusa João, perante os olhares curiosos e o “gozo” dos seus colegas de profissão, também jovens, por estar a falar com um “malae” (estrangeiro, em tétum).

Em Díli, Mário (nome fictício), também com 16 anos, vende pacotinhos de amendoim para “levar dinheiro para casa”. Vai à escola, mas gosta mesmo é de futebol, da selecção de Portugal, do Ronaldo e do Messi, explicou à Lusa.

Na capital timorense, as crianças e jovens que trabalham são visíveis ao início da manhã ou ao final da tarde, trabalhadores-estudantes, que no seu tempo livre vendem vários alimentos, incluindo amendoins, ovos cozidos, pipocas, para engrossar o parco rendimento das famílias.

“É uma situação muito preocupante. Consideramos que o nosso país é democrático, onde o direito e as liberdades do cidadão são garantidas e onde a Constituição atribui uma obrigação ao Estado para garantir que os seus cidadãos, especialmente as crianças, gozem do seu direito de brincar, de desenvolver-se e o Estado tem obrigação de proibir o trabalho infantil”, afirmou o Provedor da Justiça e dos Direitos Humanos, Virgílio Guterres.

“Infelizmente, continuamos a viver nesta situação, muitas crianças na rua, muitas a envolverem-se no trabalho infantil”, lamentou o provedor timorense.

Segundo Virgílio Guterres, persiste também ainda a tradição de envolver os filhos e as filhas nas actividades para sustentar a família.

“Eu no passado também ajudei a minha família a fazer negócio, mas agora estamos noutra era, num novo regime, onde há garantias constitucionais e, como provedor, vejo com grande preocupação esta situação”, afirmou.
Para o Provedor da Justiça e dos Direitos Humanos, os sucessivos Governos do país falharam em desenvolver sectores como a educação, saúde e agricultura, principalmente desde que Timor-Leste começou a utilizar o dinheiro do Fundo Petrolífero.

À vista de todos

Em Timor-Leste, a maioridade atinge-se aos 17 anos e o código de trabalho prevê que a idade mínima de admissão ao trabalho é de 15 anos, mas os menores entre os 13-15 podem prestar “trabalho leve”.

Segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que cita dados recolhidos pelas autoridades timorenses em 2016, 16,1 por cento das crianças e jovens entre os cinco e os 17 anos estavam empregadas, sendo a prevalência maior em áreas rurais. Daquelas 16,1 por cento, 12,5 por cento, ou seja, cerca de 52.651 crianças, representavam trabalho infantil e 3,6 por cento (15.037 crianças) representavam formas permitidas de trabalho.

“Vendo a situação em Díli e em todas as capitais de municípios, simplesmente não podemos negar” os números, disse Virgílio Guterres, salientando que não se pode aceitar nem “50.000, nem cinco crianças” a trabalhar. O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil assinala-se amanhã.

11 Jun 2024

Mar do Sul da China | Filipinas rejeitam notificar Pequim sobre operações

As Filipinas rejeitaram notificar Pequim sobre as operações nos postos filipinos no mar do Sul da China, uma exigência que Manila descreveu como “absurda, sem sentido e inaceitável”.

“Reafirmamos o nosso compromisso de defender os nossos direitos soberanos e a nossa jurisdição sobre o atol de Ayungin”, disse o conselheiro de Segurança Nacional filipino, Eduardo Año, referindo-se ao atol também conhecido como Ren’ai Jiao na China. O atol “está dentro da nossa Zona Económica Exclusiva (ZEE), conforme reconhecido pelo direito internacional e pela sentença arbitral de 2016”, acrescentou Año, num comunicado divulgado nas redes sociais no sábado à noite.

Em Julho de 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu a favor das Filipinas sobre a soberania no atol de Scarborough, que fica a menos de 321 quilómetros da ilha filipina de Luzon e estaria dentro da ZEE de Manila, de acordo com o direito internacional.

Pequim não acatou a decisão, alegando razões históricas para a reivindicação de soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, uma reivindicação que entra em conflito com as da Indonésia, Vietname, Malásia e Brunei.

Na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China exigiu que as Filipinas notificassem Pequim, “com a antecedência relevante”, das operações no atol de Ayungin, para permitir a entrega de abastecimentos ao destacamento no Sierra Madre, um antigo navio militar encalhado desde 1999 para reivindicar a soberania de Manila.

“Não precisamos e nunca precisaremos da aprovação da China para nenhuma das nossas actividades” em Ayungin, defendeu Año, qualificando a proposta chinesa de “absurda, sem sentido e inaceitável”. “As nossas operações são realizadas dentro das nossas próprias águas territoriais e ZEE (…) Não seremos dissuadidos por interferências ou intimidações estrangeiras”, assegurou o dirigente filipino.

11 Jun 2024

Lacticínios | Empresas chinesas pedem investigação a subsídios europeus

Várias empresas estão “a preparar provas” para solicitar ao Governo da China a abertura de uma investigação aos subsídios da União Europeia a algumas exportações de laticínios

 

A imprensa oficial chinesa adiantou que algumas empresas nacionais vão entregar provas ao Governo Central para que sejam investigados os subsídios atribuídos pela União Europeia no que toca à exportação de produtos lacticínios.

Numa mensagem publicada, no sábado, na rede social X (antigo Twitter), que está bloqueada na China continental, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o Global Times, citou uma fonte não identificada “com conhecimento do sector”. A notícia surgiu num contexto de crescentes tensões comerciais entre a China e Bruxelas.

Em 26 de Maio, o Global Times publicou uma mensagem semelhante, citando também uma fonte não identificada “com conhecimento do sector”, que garantia que empresas chinesas iriam pedir uma investigação antidumping contra importações de carne de porco da UE.

Dias antes, a Câmara de Comércio da China na UE disse ter sido “informada por especialistas do sector” de que Pequim estaria a ponderar aumentar as taxas alfandegárias sobre veículos com motores de grande cilindrada, em preparação contra a possível decisão da UE de penalizar os eléctricos chineses.

Em Outubro, Bruxelas abriu uma investigação sobre os subsídios públicos que Pequim concede aos veículos eléctricos, por temer que o mercado esteja a ser inundado por veículos com preços “artificialmente baixos”. A decisão mereceu o protesto de Pequim, que a descreveu como um caso de “proteccionismo flagrante”.

Várias frentes

A UE deverá informar este mês os exportadores chineses se irão impor tarifas adicionais aos veículos eléctricos.
A imprensa estatal da China recordou que, em 22 de Maio, o Ministério do Comércio chinês anunciou uma investigação antidumping contra as importações de copolímero de polioximetileno, um material frequentemente utilizado pelo sector automóvel, proveniente dos EUA, da UE, do Japão e de Taiwan.

No mesmo dia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês garantiu que “o desenvolvimento e a abertura da China à Europa e ao mundo é uma oportunidade, não um risco”, e que o proteccionismo “não pode resolver os problemas da UE”. “A UE e a China devem resolver questões económicas e comerciais concretas através do diálogo e de consultas”, disse o porta-voz do ministério, Wang Wenbin.

11 Jun 2024

Brasil | Visita a Pequim resultou em mais de 4,2 mil milhões de euros em créditos

O Governo brasileiro anunciou que a missão oficial à China resultou em 24,6 mil milhões de reais (4,2 mil milhões de euros) em créditos, incluindo recursos destinados a obras de infra-estrutura

 

Segundo o comunicado emitido pelo Governo brasileiro, o vice-Presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, encontrou-se na sexta-feira com o Presidente da China, Xi Jinping, encerrando a visita oficial de quatro dias à China.

“Concluímos esta missão à China com resultados muito satisfatórios. Garantimos mais de 24,6 mil milhões de reais em financiamentos para projectos diversos no Brasil, com foco significativo na reconstrução do Rio Grande do Sul”, afirmou Alckmin.

Na sua passagem pelo país asiático, o vice-Presidente brasileiro reforçou o compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e a preservação do ambiente, realçando que o Brasil é um país estável, com uma economia em expansão e que, recentemente, aprovou reformas como a tributária, que facilitam ainda mais os investimentos no país.

Ao receber Alckmin no Palácio do Povo, Xi Jinping destacou que “China e Brasil são parceiros e irmãos que avançam juntos com a mesma vontade e aspiração”, refere-se no comunicado. O Presidente chinês afirmou que “as relações China-Brasil transcendem o escopo bilateral e servem como paradigma para promover a união, cooperação dos países em desenvolvimento, e a paz e a estabilidade do mundo”.

Sobre os recursos anunciados, o Brasil destacou um memorando de entendimento assinado entre o Ministério das Finanças e o Banco Asiático de Investimentos e Infra-estrutura (AIIB), no valor de até 5 mil milhões de reais (877 milhões de euros), para apoio de emergência ao estado brasileiro Rio Grande do Sul, atingido por fortes chuvas e que deverá iniciar um amplo processo de reconstrução.

Outros 4 mil milhões de reais (702 milhões de reais) em crédito serão concedidos pelo Banco de Desenvolvimento da China (CDB) para o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) do país sul-americano, para projectos na área das infra-estruturas, incluindo relacionados com as mudanças do clima e a economia verde.

O CBD e BNDES acordaram também um crédito de 3,6 mil milhões de reais (632 milhões de euros) para acções de investimento do BNDES. Fechando a lista de novos investimentos, BNDES e AIIB assinaram uma carta de intenção para negociação de uma nova linha de crédito, no valor de 1,3 mil milhões de reais (228 milhões de euros).

Já o Banco de Exportação e Importação da China (Eximbank) e o Banco do Brasil assinaram um acordo de empréstimo de 2,5 mil milhões de reais (439 milhões de euros) para facilitar o comércio e a cooperação bilateral.

O Banco do Brasil assinou um acordo com o CDB para uma linha de crédito de 2,5 mil milhões de reais (439 milhões de euros), que deve permitir o aprofundamento da cooperação pragmática entre Brasil e China. Durante a missão brasileira à China, foi formalizado ainda um financiamento de 5,7 mil milhões de reais (mil milhões de euros) do New Development Bank (NDB), o banco do Brics, para a reconstrução do Rio Grande do Sul.

Relações seculares

O Governo brasileiro acrescentou que a missão liderada por Alckmin regressa ao país com um acordo para venda de 120 mil toneladas de café brasileiro, o equivalente a 500 milhões de dólares (463 milhões de euros), para a rede de cafés chinesa Luckin Coffee.

A Sinovac, fabricante de medicamentos que produziu a vacina Coronavac, deverá investir 500 milhões de reais (87,7 milhões de euros) para desenvolver, em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vacinas no país sul-americano.

Os dois países celebram este ano 200 anos de relações diplomáticas. De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008.

O mercado chinês foi destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, atingindo 104 mil milhões de dólares (95,5 mil milhões de euros), sobretudo graças a produtos alimentares e matérias-primas. A China, por seu turno, mantém investimentos no Brasil que rondam os 40 mil milhões de dólares (36,8 mil milhões de euros), que nos últimos anos se têm centrado sobretudo na área energética.

11 Jun 2024

Pelo menos seis mortos após explosão num barco de pesca nas Filipinas

Pelo menos seis tripulantes filipinos morreram e seis foram resgatados com vida após uma explosão que atingiu o barco de pesca em que trabalhavam no mar, próximo da província filipina de Cebu, disseram ontem autoridades da guarda costeira.

Os tripulantes sobreviventes, incluindo o capitão do navio filipino F/B King Bryan, ainda estavam a ser tratados no hospital ou traumatizados demais para relatar aos investigadores o que desencadeou a explosão e o incêndio a bordo do navio na noite de quarta-feira, a cerca de oito quilómetros da cidade de Naga, na província de Cebu, disseram autoridades da guarda costeira filipina.

Um dos tripulantes feridos estava em estado crítico num hospital em Cebu, referiu ainda a guarda costeira.

Vídeos e fotos divulgados pela guarda costeira mostraram chamas e fumo a sair do barco de pesca, enquanto as equipas de socorro examinavam as águas na escuridão. Os tripulantes com queimaduras foram transportados para um local seguro pelo pessoal da guarda costeira.

O barco, de casco de madeira e que tinha estabilizadores de bambu, aparentemente apresentou problemas no motor antes da explosão e do incêndio tomarem o navio, ferindo vários tripulantes e forçando outros a saltar para o mar em pânico.

Um rebocador que passava no local ajudou a apagar o incêndio e uma operação de busca e resgate da guarda costeira foi lançada, disseram autoridades filipinas.

Cenas recorrentes

O barco de pesca estava no mar desde domingo, tendo passado pelas zonas costeiras de Gilotongan, Cawayanan, Masbate em busca de pescado. Os acidentes marítimos são comuns no arquipélago filipino devido a tempestades frequentes, barcos mal conservados, sobrelotação e a falta de cumprimento dos regulamentos de segurança.

Em Dezembro de 1987, um ‘ferry’ sobrelotado, o Dona Paz, afundou após colidir com um navio-tanque carregado de combustível, matando mais de 4.300 pessoas, o incidente marítimo que provocou mais mortos a nível global, excluindo em cenários de conflito armado, ficando o Dona Paz conhecido como o Titanic asiático.

7 Jun 2024

Timor-Leste | Xanana apela a jovens para deixarem as “ditas” artes marciais

O primeiro-ministro de Timor-Leste pediu ontem aos jovens timorenses, residentes no país e na diáspora, para deixarem de praticar as “ditas” artes marciais e rituais. O apelo de Xanana Gusmão surgiu na sequência de uma rixa entre dois grupos rivais em Fátima, que resultou num morto. A Conferência Episcopal Timorense também condenou a violência

 

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, está preocupado com a influência que as artes marciais e rituais têm nos jovens timorenses, tanto em solo nacional como no estrangeiro. “Este apelo que estamos a fazer é para deixarem as tais ditas artes marciais”, afirmou Xanana Gusmão, que lembrou ter ocorrido uma redução da violência desde que as artes marciais e rituais foram suspensas no país.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas na Presidência timorense, no final de um encontro com o chefe de Estado, José Ramos-Horta, durante o qual foram discutidos os incidentes registados, no domingo, em Fátima (Portugal), que envolveram jovens timorenses e que provocaram um morto e quatro feridos.

Em Novembro passado, o Governo timorense tinha suspendido a aprendizagem e a prática das artes marciais, devido aos graves incidentes registados no território, tendo renovado a suspensão em Abril.

Xanana Gusmão condenou os acontecimentos em Fátima, nos quais estiveram alegadamente envolvidos dois grupos de artes marciais (o 22 e o 77). O incidente envolveu cerca de 40 jovens, provenientes de vários locais de Portugal, incluindo Lisboa, Setúbal e Leiria, e deveu-se a “diferenças entre os dois grupos”, acrescentou.

“Ontem [quarta-feira] decidimos, se a família assim o requerer, trasladar o cadáver para Timor”, disse também o primeiro-ministro timorense. Nos confrontos morreu um jovem timorense do município de Aileu.

O primeiro-ministro disse também que a Polícia Judiciária portuguesa está a investigar e que todos os envolvidos devem ser expulsos e regressar a Timor-Leste para “incutir em toda a sociedade timorense que é preciso deixar de vez” as artes marciais.

Absolvição divina

A Conferência Episcopal Timorense lamentou ontem e censurou os confrontos entre timorenses registados no domingo em Fátima, que provocaram um morto, e apelaram aos jovens para “fazer o bem em qualquer país onde estejam”.

“Nós, os bispos de Timor, manifestamos a nossa mais firme censura a qualquer forma de violência, que não pode ter lugar na sociedade em que vivemos e muito em particular no Santuário de Fátima”, refere, em comunicado, a Conferência Episcopal Timorense.

Em causa estão os incidentes registados domingo em Fátima, que envolveram timorenses de dois alegados grupos de artes marciais, que provocaram um morto e quatro feridos.

“Queremos realizar, com este gesto público, um pedido de desculpas ao povo português, à Conferência Episcopal Portuguesa, em particular à Diocese de Leiria e aos seus fiéis, aos moradores e peregrinos do Santuário de Fátima pelos actos daqueles jovens, que perturbaram o sossego e a sacralidade do Santuário de Fátima”, pode ler-se no comunicado.

Os bispos de Timor-Leste apelaram também aos jovens timorenses para que “rompam com as ondas e a espiral de violência. Que os jovens, em geral, vivam a sua fé cristã, se respeitem e amem uns aos outros e unam esforços para fazer o bem em qualquer país onde estejam”.

O Presidente timorense, José Ramos-Horta, condenou também, quarta-feira, numa declaração feita no enclave de Oecússi, os incidentes em Fátima e aconselhou as autoridades portuguesas a expulsarem os cidadãos timorenses envolvidos, segundo a imprensa timorense. Segundo José Ramos-Horta, grupos ou elementos das artes marciais já tinham criado problemas em Inglaterra e na Irlanda do Norte.

7 Jun 2024

Guerra | Kiev pede à China que adira a cimeira de paz

O ‘número dois’ da diplomacia da Ucrânia, Andriy Sybiha, pediu ontem, em Pequim, ao Governo Central que participe na cimeira de paz marcada para 15 e 16 de Junho, na Suíça.

O primeiro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano falou com o homólogo chinês, Sun Weidong, sobre a situação na Ucrânia e os preparativos para a cimeira, de acordo com um comunicado da Embaixada da Ucrânia na China.

No encontro, Sybiha disse que a participação da China na cimeira seria uma “excelente oportunidade para contribuir de forma prática para a conquista de uma paz justa e duradoura na Ucrânia”.

O dirigente defendeu que a “única base para alcançar tal paz” é a fórmula defendida pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Zelensky exige a retirada da Rússia de todo o território da Ucrânia, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014, e as regiões de Donetsk, Lugansk (leste), Kherson e Zaporijia (sul), anexadas em Setembro de 2022.

Sun e Sybiha sublinharam a importância de aderir aos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, incluindo o “respeito mútuo pela soberania e integridade territorial”, indicou a nota ucraniana.

Num outro comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China referiu que Sun destacou a importância de “manter o respeito mútuo e a sinceridade nas relações bilaterais” e acrescentou que ambos os países devem “focar-se nos interesses fundamentais e de longo prazo dos respectivos povos”.

Sybiha manteve também um encontro com o enviado especial chinês para a região da Eurásia, Li Hui, no qual foram novamente discutidas as relações entre a China e a Ucrânia, bem como a guerra no país europeu.
A 31 de Maio, o país asiático tinha dito que seria difícil participar nesta cimeira se a Rússia não fosse convidada, declaração aprovada por Moscovo.

7 Jun 2024

Fitch prevê queda do valor das transacções de casas novas na China até 20% este ano

Quebras entre 15 e 20 por cento no valor das transacções de casas novas no mercado imobiliário chinês.

Esta é a previsão avançada ontem pela agência de notação financeira Fitch, já tendo em consideração as políticas de estímulo implementadas pelo Governo Central. A Fitch disse acreditar que a venda de casas novas pode cair para 8,3 biliões de yuan em 2024, reflectindo um declínio de 10 a 15 por cento na área vendida e uma queda de 5 por cento no preço médio de venda, de acordo com um relatório divulgado pela instituição.

O valor das transacções de imóveis novos das 100 maiores empresas imobiliárias do país caíram cerca de 45 por cento em termos anuais em Abril, após uma queda de 46 por cento em Março, indicam dados da consultora China Real Estate Information Corp. Uma tendência muito mais negativa do que as previsões anteriores da Fitch, que apontavam para uma diminuição de 5 a 10 por cento no valor das vendas, e “reflecte uma maior pressão descendente” nos preços das habitações, disse a agência.

A 17 de Maio, a China anunciou novas medidas para revigorar o sector imobiliário, depois de os últimos dados terem mostrado que os preços da habitação caíram quase 10 por cento desde o início do ano.

As autoridades reduziram a entrada para hipotecas e o limite mínimo das taxas de juro para a primeira e segunda habitações e instaram as administrações locais a comprar aos promotores imobiliários terrenos não urbanizados ou imóveis não vendidos.

Casas vazias

Várias das maiores cidades do país, incluindo a capital financeira, Xangai, também suspenderam as restrições às transacções de imóveis, que caíram 24,3 por cento em 2022 e mais 8,5 por cento em 2023, medidas por área útil. Estas medidas “poderão ajudar a estabilizar as vendas (…), até certo ponto”, nas maiores cidades da China, mas em outras zonas o impacto “será provavelmente muito mais limitado”, previu a Fitch.

O número significativo de habitações não vendidas em muitas cidades chinesas “está a restringir a liquidez dos promotores” imobiliários e também “a pesar na confiança dos compradores”, sublinhou. A Fitch disse acreditar que a procura média por habitação na China ronda este ano um total de 800 milhões de metros quadrados, “significativamente inferiores aos dos anos anteriores, sugerindo que a tendência de consolidação do sector” pode continuar.

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter restringido, em 2020, o acesso ao financiamento bancário para os promotores que acumularam um elevado nível de dívida. Uma questão que preocupa Pequim pelas implicações na estabilidade social, já que a habitação é um dos principais investimentos das poupanças das famílias chinesas.

No início de Abril, a Fitch baixou a perspectiva para a economia chinesa para negativa, face aos “riscos crescentes” para as finanças públicas devido à transição para um modelo de crescimento menos dependente do imobiliário.

7 Jun 2024

Cooperação | Vice-presidente do Brasil procura na China mais investimento

O vice-presidente do Brasil disse ontem em Pequim que quer aprofundar a parceria estratégica com a China e promover “investimentos recíprocos para geração de emprego, renda e desenvolvimento” para os brasileiros

 

Durante uma visita oficial a Pequim, o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, apontou como objectivo fundamental aprofundar a cooperação com a China de forma a captar “investimentos recíprocos para geração de emprego, renda e desenvolvimento” no Brasil.

Geraldo Alckmin disse na rede social X (antigo Twitter) que a meta a alcançar é “trazer prosperidade e combater a pobreza”.

O governante brasileiro participou, na quarta-feira e ontem, na sétima reunião plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). O também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços brasileiro sublinhou que o encontro “marca os 20 anos da Cosban, os 50 anos das relações diplomáticas entre os dois países, e traça uma estratégia para o futuro”.

Alckmin destacou que a balança comercial com a China cresceu 17 vezes, de nove mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros) em 2004 para 157 mil milhões de dólares (144,2 mil milhões de euros) em 2023, “Nos próximos 50 anos, queremos aprofundar esta parceria estratégica, acrescentou o vice-presidente.

Alckmin iniciou na terça-feira uma visita oficial à China acompanhado de uma comitiva de 200 empresários do país sul-americano.

Rota a seguir

Em Abril de 2023, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, realizou uma visita oficial à China para marcar o início do terceiro mandato.

A segunda comitiva do Governo sul-americano a visitar Pequim, liderada por Alckmin e o ministro da Casa Civil brasileiro, Rui Costa, deve tratar da inclusão do Brasil no iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’.

Durante a visita oficial da comitiva brasileira à China, que decorre até amanhã, também deverão ser assinados acordos bilaterais no plano consular, agrícola, de investimentos e de combate às alterações climáticas. Os 200 empresários brasileiros terão como missão principal o reforço comercial nas áreas da agricultura, indústria, finanças, transição energética e mercados capitais.

De acordo com dados oficiais, a China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2008. O mercado chinês foi destino de 30 por cento das exportações brasileiras em 2023, atingindo 104 mil milhões de dólares (95,5 mil milhões de euros), sobretudo graças a produtos alimentares e matérias-primas.

A China, por seu turno, mantém investimentos no Brasil que rondam os 40 mil milhões de dólares (36,8 mil milhões de euros), que nos últimos anos se têm centrado sobretudo na área energética.

7 Jun 2024

Natalidade | Tóquio lança aplicação de encontros para travar queda

As autoridades da região metropolitana de Tóquio vão lançar este Verão uma aplicação de encontros, numa tentativa de travar a queda da taxa de natalidade no Japão.

Para se registarem na aplicação, os potenciais utilizadores terão de fornecer documentos que comprovem que são solteiros e qual o rendimento anual, assim como assinar uma declaração em que garantam estar à procura de casamento.

“Percebemos que 70 por cento das pessoas que se querem casar não participam em encontros nem estão em aplicações de procura de parceiros”, disse à agência de notícias France-Presse, na terça-feira, um funcionário do governo de Tóquio responsável pela nova aplicação.

“Queremos dar-lhes uma pequena ajuda” com a nova ferramenta, que se encontra actualmente em fase de testes, acrescentou.

Várias autarquias do Japão organizam regularmente eventos de encontros entre solteiros à procura de casamento, mas o plano de Tóquio para lançar uma aplicação vai mais longe.

O projecto de Tóquio gerou comentários negativos nas redes sociais japonesas, com um cibernauta a perguntar: “O governo devia fazer isso com os nossos impostos?”. Mas outros disseram que se sentiriam mais seguros ao usar uma aplicação oficial.

Constante declínio

O número de casamentos no Japão em 2023 foi de 474.717, a primeira vez que o número caiu abaixo de meio milhão desde a Segunda Guerra Mundial.

Este declínio tem sido chave na queda da taxa de natalidade no Japão, uma vez que os nascimentos fora das uniões legais permanecem extremamente baixos, cerca de 2 por cento, disse a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, num relatório publicado no início de 2024.

A taxa de fertilidade no Japão caiu em 2023, pelo oitavo ano consecutivo, para um novo mínimo histórico de 1,2 por mulher, de acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, Trabalho e Previdência.

Por província, a taxa de fertilidade mais baixa foi registada em Tóquio, com 0,99, sendo a região metropolitana da capital a única a ficar abaixo de 1.

Além disso, a idade média das mães no Japão foi, pela primeira vez, 31 anos. Em 2023, o país registou cerca de 727.300 nascimentos, uma diminuição de 5,6 por cento, pelo oitavo ano consecutivo. Por outro lado, o número de mortes no arquipélago há 17 anos que é superior aos nascimentos e no ano passado foi o dobro.

O Governo do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, deverá aprovar o aumento dos abonos de família e a criação de um fundo estatal para garantir os recursos financeiros necessários para o apoio à educação dos filhos.

Entre as medidas estão a duplicação do subsídio mensal por criança para 30 mil ienes a partir da terceira criança, o alargamento da cobertura do auxílio dos 15 até aos 18 anos, e o acesso a creche para todas as crianças, independentemente da situação profissional dos pais.

6 Jun 2024

Ministro do Comércio chinês reúne-se com ministro da Economia português

O ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, e o ministro da Economia português, Pedro Reis, conversaram na terça-feira para discutir medidas de promoção das relações económicas e comerciais bilaterais, indicou a agência estatal Xinhua.

Wang expressou a disponibilidade da China para colaborar com Portugal na implementação dos resultados da 6.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, também conhecido como Fórum de Macau, realizada em Macau no início deste ano.

Em relação à questão da concorrência leal, o responsável criticou as recentes medidas de protecção comercial tomadas pela UE, que, segundo ele, interromperam severamente a cooperação industrial mutuamente benéfica e afectaram a confiança das empresas chinesas que investem na Europa.

Wang observou que o proteccionismo não é uma solução viável, mas um perigoso beco sem saída.

O ministro pediu ainda conversas igualitárias com a UE sobre as preocupações económicas e comerciais e defendeu uma concorrência justa baseada numa cooperação ampliada para melhorar as relações económicas e comerciais sino-europeias.

No mesmo tom

O ministro português Pedro Reis concordou com as opiniões de Wang, dizendo que expandir a cooperação e a concorrência justa são caminhos certos para combater o proteccionismo comercial. O responsável luso sublinhou a necessidade de uma cooperação reforçada entre as empresas chinesas e portuguesas para contribuir com mais energia positiva para o desenvolvimento económico global.

Reis manifestou ainda a vontade de Portugal de reforçar a cooperação com a China em áreas como investimento mútuo, comércio de produtos agrícolas e alimentares, intercâmbio interpessoal e colaboração no mercado de terceiros, com o fortalecimento do papel do Fórum de Macau.

6 Jun 2024

Brasil | Vice-presidente iniciou ontem visita oficial à China

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin, iniciou ontem uma visita oficial à China acompanhado de uma comitiva de 200 empresários do país sul-americano.

Segundo informações divulgadas pelo Governo brasileiro, a visita da comitiva a Pequim é outra demonstração de “relevância ao importante aliado chinês” e tem a ambição de reforçar a cooperação comercial bilateral.

Em Abril do ano passado o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, realizou uma visita oficial à China para marcar o início de seu terceiro mandato.

A segunda comitiva do Governo sul-americano a visitar Pequim, liderada por Alckmin e o ministro da Casa Civil brasileiro, Rui Costa, deve tratar da inclusão do Brasil no acordo Uma Faixa, Uma Rota, que será tema de debates no VII encontro da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, presidida pelos vice-presidentes dos dois países, a decorrer hoje e amanhã.

Durante a visita oficial da comitiva brasileira à China, que decorre até sábado, também deverão ser assinados acordos bilaterais no plano consular, agrícola, de investimentos e de combate às alterações climáticas.

Os 200 empresários brasileiros terão como missão principal o reforço comercial nas áreas da agricultura, indústria, finanças, transição energética e mercados capitais. Em 2023, a China confirmou-se como o maior parceiro comercial do Brasil e como principal destino das exportações brasileiras, que cresceram 16,5 por cento e atingiram 105,75 mil milhões de dólares, quase um terço de todas as exportações do país sul-americano.

4 Jun 2024

Sonda descola da Lua com amostras da face oculta

A sonda chinesa Chang’e 6 descolou ontem com êxito da superfície lunar, transportando amostras do lado mais afastado da Lua, um feito considerado inédito, noticiaram os meios de comunicação estatais.

A “sonda chinesa Chang’e-6 descolou da superfície lunar na manhã de ontem, transportando amostras recolhidas no lado mais distante da Lua, um feito sem precedentes na história da exploração lunar humana”, disse a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, citando a Administração Espacial chinesa.

A Chang’e 6, lançada no início de Maio do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na ilha tropical chinesa de Hainão (sul), pousou como planeado na imensa bacia Aitken, no polo sul lunar, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no sistema solar, afirmou a Administração Espacial chinesa.

Esta missão é a sexta do programa chinês de exploração da Lua Chang’e, nomeado em homenagem à deusa chinesa da Lua, e será a segunda a trazer amostras lunares de volta à Terra, após uma primeira no lado próximo do corpo celeste, em 2020.

Na nova missão, o módulo irá usar um braço mecânico e um perfurador para recolher até dois quilogramas de material de superfície e subterrâneo, a enviar de volta à Terra numa cápsula que está actualmente a orbitar a Lua.

À espera

A cápsula deve regressar à Terra e aterrar nos desertos da região da Mongólia Interior, no norte da China, por volta de 25 de Junho. As missões para o lado distante da Lua são consideradas mais difíceis porque exigem um satélite de retransmissão para manter as comunicações.

Entre as recentes conquistas espaciais da China estão a exploração de Marte e a construção da estação espacial Tiangong, para onde regularmente envia tripulações. A ambição espacial da China continua a crescer, com a possibilidade da Tiangong se tornar na única estação espacial em funcionamento, depois de a Estação Espacial Internacional, tal como previsto, ser retirada em 2031.

A China tem como objectivo colocar uma pessoa na Lua antes de 2030, o que a tornaria a segunda nação a fazê-lo depois dos Estados Unidos.

4 Jun 2024

Epoch Times, jornal da Falun Gong, acusado nos EUA de branquear capitais

A empresa de media anti-China Epoch Times estava no centro de um esquema fraudulento de lavagem de dinheiro e criptomoeda envolvendo dezenas de milhões de dólares, afirmou o departamento de justiça na segunda-feira ao anunciar a acusação de seu director financeiro Bill Guan. O executivo de 61 anos “conspirou com outros para participar num esquema transnacional extenso para lavar pelo menos cerca de 67 milhões de dólares de fundos obtidos ilegalmente”, de acordo com um comunicado do escritório do procurador dos EUA do distrito sul de Nova Iorque.

As receitas reverteram para a empresa e para o enriquecimento pessoal de indivíduos, incluindo Guan, que pode ser condenado a 70 anos de prisão por uma acusação de conspiração para cometer branqueamento de capitais e duas acusações de fraude bancária.

O gabinete do procurador afirmou que as acusações não se relacionavam com as actividades de recolha de notícias do Epoch Times, com sede em Manhattan, uma empresa de comunicação social popular entre a direita conservadora pela sua cobertura frequentemente conspiratória da política e dos assuntos mundiais e pelas críticas abertas ao partido comunista chinês.

Guan é acusado de ser o mentor de um esquema em que geria a equipa “Make Money Online” da empresa de comunicação social no estrangeiro, segundo o departamento de justiça. “Sob a gestão de Guan, os membros da equipa e outros usaram criptomoeda para comprar conscientemente dezenas de milhões de dólares em receitas de crimes, incluindo receitas de benefícios de seguro-desemprego obtidos de forma fraudulenta, que foram carregados em dezenas de milhares de cartões de débito pré-pagos”, disse o comunicado.

As receitas foram então alegadamente “lavadas” através de uma determinada plataforma de criptomoeda e transformadas em moeda digital a 70 a 80 cêntimos por dólar, disseram os procuradores. Os membros da equipa utilizavam então informações de identificação pessoal roubadas para abrir contas e canalizar os lucros para essas contas e, posteriormente, para contas em seu próprio nome.

Teia de mentiras

Guan, de Secaucus, Nova Jersey, mentiu aos investigadores sobre a origem do dinheiro quando estes começaram a investigar um aumento extraordinário de 410 por cento na receita anual do Epoch Times de aproximadamente US $ 15 milhões para cerca de US $ 62 milhões, alega ainda o comunicado. Guan afirmou que o aumento dos fundos provinha de “donativos”, e que Guan “escreveu uma carta dirigida a um gabinete do Congresso afirmando falsamente que os ‘donativos’ constituíam ‘uma parte insignificante das receitas globais’ da empresa de comunicação social”.

Em Outubro do ano passado, a NBC News noticiou um aumento ainda maior da base de receitas do Epoch Times, de 685 por cento em dois anos. A investigação da NBC mapeou a ascensão da empresa de uma publicação obscura e marginal a uma potência conservadora num período relativamente curto de tempo, a ponto de direccionar milhões de dólares para a fracassada campanha de reeleição de Donald Trump em 2020.

Um relatório de 2021 publicado no Guardian incluía o Epoch Times entre uma série de meios de comunicação social norte-americanos ligados ao Falun Gong, um movimento que se opõe há décadas ao governo chinês. Um dos objectivos da empresa, sugeria o relatório, era amplificar os esforços dos republicanos para ligar Joe Biden e o partido democrata ao Partido Comunista Chinês (PCC) e endurecer a opinião pública dos EUA contra a China.

4 Jun 2024

Ucrânia | Zelensky nas Filipinas para promover cimeira de paz

O Presidente da Ucrânia visitou ontem as Filipinas, um dia depois de participar num fórum de segurança regional em Singapura para promover a cimeira mundial de paz, marcada para a próxima semana, na Suíça.

Volodymyr Zelensky, cuja viagem a Manila não foi anunciada oficialmente pelo seu gabinete ou pelas autoridades filipinas, reuniu-se com o homólogo, Ferdinand Marcos, que expressou todo o apoio possível para resolver o conflito no país europeu, informou a televisão filipina ABS-CBN.

O líder ucraniano compareceu, de surpresa, no domingo no Diálogo de Shangri-La, o principal fórum de segurança e defesa da Ásia, para pedir apoio dos países da Ásia-Pacífico para a cimeira mundial de paz que vai decorrer, de 15 a 16 de Junho, na estância suíça de Bürgenstock.

No discurso em Singapura, Zelensky manifestou “a decepção” por alguns países, como a China, não terem confirmado a presença na cimeira e acusou Moscovo de tentar “fazer descarrilar” os esforços para alcançar a paz. O Presidente ucraniano afirmou que 106 países e organizações confirmaram a participação na cimeira, que não deverá contar com a presença de representantes de Pequim e Moscovo.

União de ferro

À margem do Diálogo de Shangri-La, Zelensky encontrou-se com o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, a quem agradeceu o “apoio político e de defesa vital dos EUA à Ucrânia”.

Esta é a segunda visita do líder ucraniano à Ásia desde o início da guerra na Ucrânia devido à invasão russa em Fevereiro de 2022, depois de ter participado na cimeira de líderes do G7 no Japão em Maio de 2023.

Zelensky procura durante esta viagem impulsionar a cimeira na Suíça e exaltar “a diplomacia” como o principal instrumento para pôr fim a uma “guerra cruel” que matou dezenas de milhares de pessoas.

4 Jun 2024

Japão | Sismo de magnitude 5,9 volta a atingir centro do país sem causar vítimas

Um sismo de magnitude 5,9 atingiu ontem, sem causar danos significativos ou vítimas mortais, a península de Noto, no centro do Japão, onde a 01 de Janeiro um outro sismo causou 260 mortos. O sismo aconteceu às 06:31, com epicentro na ponta da península de Noto, referiu a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês).

As autoridades referiram que o abalo causou o desmoronamento de três habitações, mas sem causar quaisquer vítimas. Nenhuma anomalia foi detectada nas centrais nucleares do país, garantiu o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi. O sismo foi seguido de várias réplicas, incluindo um abalo de magnitude 4,8.

“A área está sujeita a atividade sísmica há mais de três anos, incluindo o terramoto de magnitude 7,6 ocorrido em 1 de Janeiro deste ano. Isto deverá continuar num futuro próximo, por isso continuem a ter cautela”, lembrou a JMA. A agência também reiterou os perigos que aluimentos de terra e quedas de rochas podem causar na península de Noto, riscos reforçados pela chuva que se tem registado na região.

Situado no cruzamento de várias placas tectónicas ao longo do chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, o Japão é um dos países com maior actividade sísmica do mundo. Mais de 2.200 terramotos foram sentidos no arquipélago no ano passado, incluindo 19 sismos de magnitude igual ou superior a 6,0, de acordo com a JMA.

A grande maioria causa poucos danos, sobretudo devido à aplicação de normas de construção antissísmicas extremamente rigorosas no Japão, cuja população tem também uma elevada consciência das medidas de emergência face a desastres naturais. No entanto, muitos edifícios, sobretudo em zonas rurais como Noto, estão degradados e, portanto, vulneráveis a fortes sismos.

4 Jun 2024

Seul | Anunciada suspensão de acordo militar de 2018 com Coreia do Norte

As constantes provocações de Pyongyang, que ultimamente tem enviado balões carregados de lixo para a Coreia do Sul, levaram Seul a suspender o acordo militar entre os dois lados

 

A Coreia do Sul vai suspender totalmente o acordo militar de 2018 com o Norte, numa tentativa de reduzir as tensões entre os dois países, anunciou ontem o Conselho de Segurança Nacional sul-coreano.

Seul já tinha suspendido parcialmente este acordo no ano passado, na sequência do lançamento de um satélite espião em órbita por Pyongyang, mas o Conselho de Segurança Nacional disse que ia pedir ao Governo para “suspender totalmente” aquele acordo militar “até que a confiança mútua entre as duas Coreias seja restaurada”.

No domingo, a Coreia do Norte comprometeu-se “a suspender” o lançamento para a Coreia do Sul de balões cheios de lixo, desde beatas de cigarros a excrementos de animais, depois de ter lançado várias centenas deles nos últimos dias. “Vamos suspender temporariamente a dispersão de resíduos de papel através da fronteira”, declarou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, acrescentando que “esta contramedida tinha sido eficaz”.

Desde terça-feira, cerca de mil balões foram lançados por Pyongyang em direcção ao país vizinho, incluindo 600 no domingo, de acordo com o Estado-Maior da Coreia do Sul, com Seul a denunciar a acção como de “baixo nível” e a ameaçar com retaliações.

Na manhã de domingo, o exército sul-coreano contabilizou entre 20 e 50 balões por hora no ar. Os balões aterraram nas províncias do norte da Coreia do Sul, incluindo Seul e a região adjacente de Gyeonggi, que no conjunto albergam quase metade da população do Sul.

A Coreia do Sul declarou que a iniciativa norte-coreana violava o acordo de armistício que pôs fim às hostilidades entre as duas Coreias em 1953, apesar de não ter sido encontrada qualquer substância perigosa nos balões.

O Estado-Maior sul-coreano pediu à população que evite “qualquer contacto” com estes resíduos. “Os nossos militares estão a conduzir operações de vigilância e reconhecimento dos locais de lançamento dos balões, controlando-os por reconhecimento aéreo e recolhendo os destroços caídos, dando prioridade à segurança do público”, acrescentou.

Presentes envenenados

No início da semana, Pyongyang afirmou que os balões eram “presentes sinceros” e tinham como objectivo retaliar contra o envio de balões carregados de panfletos de propaganda contra o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Em 2020, o parlamento sul-coreano aprovou uma lei que criminaliza o envio de panfletos para o Norte. Mas a lei, que não foi respeitada pelos activistas, foi anulada no ano passado por violar a liberdade de expressão. Kim Yo-jong, a irmã de Kim Jong-un, afirmou esta semana que os norte-coreanos estavam simplesmente a praticar a sua liberdade de expressão.

A campanha de balões surge depois de analistas terem afirmado que Kim Jong-un tinha ordenado testes de armas antes de as enviar para a Rússia para a guerra na Ucrânia. De acordo com o Ministério da Defesa sul-coreano, Pyongyang enviou cerca de 10.000 contentores de armas para Moscovo em troca de conhecimentos russos sobre satélites.

4 Jun 2024

China rejeita condicionar outros países para evitarem participar na cimeira de paz na Ucrânia

A China negou ontem “ter pressionado” certos países para que não participassem na Cimeira de Paz na Ucrânia, contrariando comentários do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no fim de semana.

“Utilizar a política da força não é o estilo da diplomacia chinesa (…). A posição da China é aberta e transparente e, em nenhum caso, exercemos pressão sobre outros países”, disse à imprensa Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Falando à margem de um fórum de segurança em Singapura no domingo, o Presidente Zelensky acusou a China de trabalhar para impedir países de participarem na Cimeira de Paz na Ucrânia, marcada para Junho na Suíça.

Dois dias antes, Pequim tinha dito que seria difícil participar nesta cimeira se a Rússia não fosse convidada, declaração aprovada por Moscovo. “A China espera sinceramente que esta conferência de paz não se torne uma plataforma para criar confronto entre campos”, disse ontem Mao Ning.

“Deixar de participar na conferência não significa que rejeitemos a paz (…). E mesmo que alguns países decidam participar na conferência, isso não significa necessariamente que estejam a esperar um cessar-fogo e o fim dos combates. O mais importante é uma acção concreta”, declarou o porta-voz chinês.

Pé de igualdade

A China afirma ser neutra nesse conflito, mas nunca condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022 e recebeu várias vezes o Presidente russo, Vladimir Putin, no seu território desde o início da guerra. Pequim apela regularmente ao respeito pela integridade territorial de todos os países, o que implicitamente diz respeito à Ucrânia, mas também apela à consideração das preocupações de segurança da Rússia.

“A China sublinhou repetidamente que a conferência de paz deve ser reconhecida tanto pela Rússia como pela Ucrânia, que todas as partes devem participar em pé de igualdade e que todos os planos de paz devem ser “objecto de uma discussão justa”, lembrou Mao Ning. “É difícil para a China participar nessa reunião precisamente porque acreditamos que estes três pontos podem não ser alcançados nesta reunião.”

Mais de uma centena de países e organizações comprometeram-se a participar na cimeira, de acordo com Zelensky, que instou os países da região Ásia-Pacífico a aderirem.

4 Jun 2024

Portugal | Hong Kong promove tecnologia financeira

O secretário para os Serviços Financeiros e Tesouro de Hong Kong, Christopher Hui, vai visitar Portugal para promover a tecnologia financeira da região administrativa especial chinesa.

“A visita tem como objectivo promover o vibrante cenário ‘fintech’ [tecnologia financeira] de Hong Kong e as mais recentes inovações financeiras para um ecossistema Web3 sustentável”, disseram as autoridades do território, em comunicado, acrescentando que Christopher Hui partiu no domingo à noite para uma visita aos Países Baixos, a Espanha e a Portugal.

A Web3 ou Web3.0 refere-se ao desenvolvimento da Internet através da descentralização, criptomoedas, activos digitais e tecnologia ‘blockchain’. A ‘blockchain’ é um registo descentralizado de transações, uma base de dados digital, subjacente à Bitcoin e a outras criptomoedas, mas que possui o potencial para suportar uma grande variedade de negócios.

O Governo de Hong Kong disse que Christopher Hui pretende promover, durante a visita, “o desenvolvimento da indústria e pagamento através de activos digitais, pagamento e a ‘tokenização’ de activos do mundo real”, a representação de activos físicos por digitais.

O secretário vai manter reuniões bilaterais com dirigentes governamentais dos três países, de acordo com a mesma nota. Antes de regressar a Hong Kong, a 8 de Junho, Hui vai ainda participar em diversos eventos e recepções em Amesterdão, Madrid e Lisboa para conhecer líderes de instituições financeiras, bem como comunidades ‘fintech’ e empresariais.

4 Jun 2024