Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | China não aceitou pedido de demissão de Carrie Lam, escreve Financial Times [dropcap]P[/dropcap]equim não terá aceite o pedido de demissão da Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, apresentado no contexto dos recentes protestos relacionados com a lei da extradição. A notícia foi avançada este domingo pelo jornal Financial Times, que escreve que a Chefe do Executivo quis demitir-se “em várias ocasiões nas últimas semanas”, citando duas fontes próximas do processo. Uma das fontes, que o jornal afirma ter conhecimento directo da situação, disse que o Governo Central terá dito a Carrie Lam que ela teria de se manter no cargo “para resolver a confusão que ela criou”. “Ninguém mais pode resolver a confusão e ninguém quer ocupar o cargo”, adiantou a mesma fonte. Milhares de pessoas continuam a exigir que a proposta de lei da extradição seja suspensa por completo, mesmo que a Chefe do Executivo já a tenha considerado como “morta”. Entretanto, este domingo a polícia da região vizinha envolveu-se em confrontos com manifestantes durante um protesto de milhares de pessoas que exigem a renúncia de Carrie Lam e uma investigação sobre as queixas de violência policial.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Manifestantes voltam a exigir renúncia de Carrie Lam [dropcap]P[/dropcap]rotestos voltaram a encher ontem as ruas de uma cidade no norte de Hong Kong, exigindo a renúncia da Chefe do Executivo e uma investigação sobre as denúncias de violência policial, alargando as queixas contra os líderes do território. Muitos entre os mais de 10 mil manifestantes que marcharam em Sha Tin pediam eleições genuinamente democráticas, na antiga colónia britânica, enquanto um punhado também pediu independência. Os manifestantes exigiram uma investigação às queixas de violência policial em manifestações anteriores contra a lei de extradição. Alguns carregavam cartazes que diziam: “A polícia é mentirosa” ou “Defenda Hong Kong”. O protesto na cidade Sha Tin, no norte de Hong Kong, foi pacífico durante a maior parte do dia, mas registaram-se confrontos ao anoitecer, quando agentes da polícia com capacetes e escudos começaram a limpar as ruas, noticia a Associated Press. Centenas de manifestantes, muitos com capacetes e máscaras cirúrgicas, como protecção contra o possível uso de ‘spray’ de gás pimenta ou gás lacrimogéneo pela polícia, retiraram-se para um centro comercial, onde alguns atiraram guarda-chuvas e garrafas de água sobre a polícia que os seguiu. Segundo a Associated Press, houve repórteres que assistiram aos confrontos em corredores de vários andares do complexo comercial, nos quais manifestantes e polícias se agrediam com guardas-chuvas e agarravam nos capacetes uns dos outros. No sábado, a polícia usou bastões e gás lacrimogéneo para dispersar uma multidão de jovens manifestantes que pediam maior controlo sobre os empresários que visitam Hong Kong. Os críticos dizem que estão a prejudicar indevidamente as empresas locais. No passado dia 7 de Julho, um grupo de jornalistas de Hong Kong marchou até ao escritório de Lam para destacar as queixas sobre polícias que espancaram e obstruíram repórteres em manifestações anteriores. Os jornalistas entregaram uma carta endereçada ao comissário de polícia do território, a um funcionário. “Parece que atacaram deliberadamente os jornalistas”, disse Chris Yeung, presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaHuawei ainda não viu benefícios de trégua na guerra comercial [dropcap]O[/dropcap] presidente da Huawei, Liang Hua, disse que não “viu ainda mudanças”, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter prometido desbloquear a exportação de tecnologia chave para o grupo chinês das telecomunicações. A decisão “injusta” de colocar o maior fabricante de equipamentos de rede na lista negra do Departamento de Comércio norte-americano, restringindo as vendas ao grupo, está a prejudicar os fornecedores norte-americanos e clientes da Huawei em todo o mundo, afirmou Liang Hua, em conferência de imprensa. Washington tem pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de quinta geração (5G), a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com a espionagem chinesa. Em Maio passado, o Governo norte-americano emitiu uma ordem executiva que exige às empresas do país que obtenham licença para vender tecnologia crítica à Huawei, num golpe que se pode revelar fatal para o grupo. Após um encontro entre os líderes da China e EUA, Xi Jinping e Donald Trump, em Junho passado, os dois países anunciaram um período de tréguas, visando chegar a um acordo. Trump prometeu então levantar a interdição sobre as vendas à Huawei, mas Liang afirmou que “até à data”, a empresa “não viu mudanças tangíveis”. “Julgamos que a nossa empresa deve ser completamente retirada da lista negra”, afirmou. O presidente da Huawei afirmou ainda que, apesar daquelas restrições, as receitas do grupo aumentaram no primeiro semestre do ano, sem detalhar números. As restrições nas vendas ao grupo constituem também um golpe para os fornecedores norte-americanos de chips e outras tecnologias, já que a Huawei é um dos maiores clientes. Liang disse que a Huawei está decidida a responder à possível perda de acesso ao sistema operacional Android, da norte-americana Google. O grupo desenvolveu o seu próprio sistema operacional, o Hongmeng, mas até agora não o utilizou em nenhum dos seus telemóveis. “O sistema operacional e o ecossistema Android ainda são a nossa primeira escolha”, disse Liang. “É claro que, se os EUA não nos permitirem usá-los, poderemos, no futuro, desenvolver o nosso próprio Hongmeng como sistema operacional? Ainda não decidimos”, apontou. A Huawei também está a desenvolver os seus próprios chips e outras tecnologias chave, o que reduziria as compras de componentes fabricados nos EUA e ajudaria a proteger a empresa contra possíveis retaliações de Washington.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Quase 40 países apoiam China sobre discriminação de minoria Trinta e sete países, incluindo Rússia e Síria, apoiaram a China junto da ONU, após 22 Estados, principalmente ocidentais, terem enviado uma carta à organização a condenar a actuação chinesa sobre as minorias na região de Xinjiang [dropcap]O[/dropcap] grupo de 37 países, em que também constam a Arábia Saudita, a Coreia do Norte, o Qatar, a Argélia, a Nigéria e as Filipinas, escreveu igualmente uma missiva às Nações Unidos, documento esse que foi divulgado na passada sexta-feira pela China no último dia da 41.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra (Suíça). Na missiva, endereçada ao presidente do Conselho, Coly Seck, e à Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, os países signatários apoiantes de Pequim “congratulam a China pelas notáveis realizações em matéria de direitos humanos”. Segundo estes países, “o terrorismo, o separatismo e o extremismo religioso têm provocado enormes prejuízos para todos os grupos étnicos em Xinjiang (no noroeste da China)”. “Perante o grave desafio do terrorismo e do extremismo, a China tomou uma série de medidas contra o terrorismo e a radicalização em Xinjiang, nomeadamente a criação de centros de educação e de formação profissional”, prosseguiram os países signatários, realçando que “a segurança regressou” à região. O grupo de 37 países indicou ainda que a China convidou diplomatas e jornalistas a deslocarem-se a Xinjiang, defendendo que as recentes informações relativas à região “contradizem completamente aquilo que foi relatado nos ‘media’”. Em tom de conclusão, os países pedem à comunidade internacional para não avançar com acusações com base em “informações não confirmadas antes de visitar Xinjiang”. A outra carta Em Março, Michelle Bachelet disse que esperava ter “luz verde” de Pequim para ter “pleno acesso” a esta vasta região autónoma chinesa, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão. Após vários atentados atribuídos a membros da minoria muçulmana turcófona Uigures, o Governo chinês impôs fortes medidas de segurança neste território. A China é suspeita de ter colocado cerca de um milhão de pessoas em espaços conhecidos como campos de reeducação. Pequim nega tais números e prefere falar em “centros de formação profissional” destinados a ensinar conhecimentos e a impulsionar a luta contra a radicalização islâmica. Na quarta-feira, 21 países ocidentais (como Reino Unido, Canadá, França ou Alemanha) e o Japão enviaram uma carta à ONU para expressar a sua preocupação perante “relatos credíveis que dão conta de detenções arbitrárias (…), bem como de uma vigilância e restrições generalizadas, visando particularmente os Uigures e outras minorias em Xinjiang, na China”. Nessa carta, os países exortaram Pequim a permitir a liberdade de movimentos dos Uigures e de outras comunidades minoritárias.
Hoje Macau China / ÁsiaChina vai sancionar empresas dos EUA envolvidas na venda de armas a Taiwan [dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje que vai impor sanções às empresas norte-americanas envolvidas na venda de armamento a Taiwan, cuja soberania é reivindicada por Pequim. “A venda de armas a Taiwan pelos Estados Unidos constitui uma grave violação das normas fundamentais do Direito Internacional e das relações internacionais”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, dias depois do Departamento de Estado norte-americano ter anunciado um acordo de venda de armamento com aquele território insular na ordem dos 2,2 mil milhões de dólares. “A fim de proteger os interesses nacionais, a China vai impor sanções às empresas norte-americanas envolvidas nesta venda de armas a Taiwan”, referiu o representante, citado num comunicado, mas sem especificar a abrangência das medidas. Antes deste comunicado, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, já tinha advertido que os Estados Unidos (EUA) estavam “a brincar com o fogo” ao ter negociado com a ilha de Taiwan, afirmando que com esta política a administração norte-americana estava a imiscuir-se num assunto interno da China. “Os separatistas de Taiwan actuam contra a História e contra o povo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, após um encontro com o seu homólogo húngaro, Peter Szijjártó, em Budapeste, exigindo a Washington que respeite o princípio de uma só China. “Se os Estados Unidos gerarem novos problemas nas relações com a China, as suas acções irão voltar-se contra eles”, avisou Wang Yi, fazendo ainda referência à passagem da líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, pela cidade norte-americana de Nova Iorque. Ainda em Budapeste, o ministro chinês defendeu que os Estados Unidos não deviam ter permitido esta visita e deviam suspender todos os contactos oficiais com a ilha. Tsai Ing-wen, do Partido Democrático Progressista, pró-independência, realizou uma paragem de duas noites em Nova Iorque, a caminho das Caraíbas, onde irá visitar aliados de Taipé naquela região. Em declarações em Nova Iorque, a líder taiwanesa afirmou hoje que o povo daquele território “nunca se sentirá intimidado”. Embora Tsai Ing-wen tenha visitado os EUA em outras ocasiões, esta foi a sua primeira viagem como líder de Taiwan a Nova Iorque, onde o território insular mantém uma representação consular e comercial não oficial, próximo da sede das Nações Unidas. Taiwan não é membro da ONU, mas 17 países continuam a manter relações diplomáticas com a ilha. O itinerário de dois dias de Tsai Ing-wen em Nova Iorque, aprovado pela administração norte-americana, incluiu um encontro com representantes de empresas de Taiwan e um jantar com membros da comunidade taiwanesa radicada nos EUA. A actual administração norte-americana, liderada pelo Presidente Donald Trump, tem intensificado os contactos diplomáticos com Taiwan e, segundo o executivo de Taipé, o recente acordo para a venda de armamento demonstra o apoio de Washington perante a ameaça chinesa. As relações Estados Unidos/China estão actualmente seriamente deterioradas por causa da guerra comercial que Pequim e Washington têm vindo a travar desde o ano passado. Taiwan reclama a sua independência da China desde a guerra civil de 1949, mas é vista por Pequim como uma província separatista.
Hoje Macau China / ÁsiaDelegação norte-americana vai à China retomar negociações comerciais [dropcap]U[/dropcap]ma delegação comercial dos Estados Unidos vai à China “num futuro muito próximo” para retomar as negociações entre os dois países e tentar encerrar a guerra comercial que já dura há um ano, disse hoje um conselheiro norte-americano. Robert Lighthizer, representante norte-americano para o Comércio, e Steven Mnuchin, secretário do Tesouro norte-americano, vão liderar a delegação, disse ao canal de televisão CNBC Peter Navarro, um dos principais conselheiros para a área do comércio do Presidente norte-americano, Donald Trump. As negociações entre Estados Unidos e China para acabar com a disputa comercial recomeçaram – após uma interrupção abrupta em Maio – na reunião entre Trump e seu homólogo Xi Jinping à margem da cimeira do G20, em Osaka, no Japão, final de Junho. Navarro recusou-se a dar detalhes sobre as negociações. “Estamos num período de discrição”, disse apenas o conselheiro do Presidente Trump. Na quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos acusou a China de não comprar produtos agrícolas norte-americanos, como Pequim havia se comprometido. Trump declarou no final da cimeira do G20 que havia concordado em congelar a imposição de tarifas aduaneiras punitivas sobre 300 mil milhões de dólares em importações de produtos chineses ainda não sobretaxados. Em troca, o Presidente norte-americano disse que a China iria “comprar uma incrível quantidade de alimentos e produtos agrícolas, num período muito breve”. Pequim divulgou hoje os números de seu comércio externo em Junho. As exportações chinesas caíram em Junho (-1,3%) em relação ao mesmo período no ano passado. No entanto, mantiveram-se em crescendo em maio (+ 1,1%), apesar das novas taxas alfandegárias impostas a muitos produtos chineses exportados para os Estados Unidos. Quanto às importações, continuaram a sua queda em Junho (-7,3%) muito mais pronunciada do que o esperado pelos especialistas entrevistados pela agência Bloomberg (-4,6%).
Hoje Macau China / ÁsiaAir China encomenda 20 aviões à Airbus [dropcap]A[/dropcap] companhia aérea estatal chinesa Air China anunciou hoje a compra de 20 aeronaves à construtora europeia Airbus, do modelo A350-900, num valor total de 6.537 milhões de dólares. Num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, a companhia aérea detalha que os aparelhos serão entregues entre 2020 e 2022 e que o pagamento será dividido em parcelas. A Air China reserva ainda a opção de alterar a ordem dos últimos cinco aviões pelo modelo A350-1000, que tem capacidade para mais passageiros, mas não divulgou se, nesse caso, o custo final vai variar. A empresa explicou que a compra melhorará a sua capacidade de transporte em quase 10% e descartou os impactos na liquidez do grupo. A Air China, uma das maiores companhias aéreas do país asiático, tinha 669 aeronaves de passageiros, no final do ano passado – 329 da Airbus e 335 da norte-americana Boeing. Em Maio passado, a empresa e outras duas grandes companhias aéreas do gigante asiático, a China Southern e a China Eastern, reivindicaram uma compensação à Boeing, pelas perdas resultantes de deixarem de utilizar o modelo 737 MAX, a pedido das autoridades de avião civil da China. A decisão foi tomada logo após o acidente da Ethiopian Airlines, em 10 de Março, que causou 157 mortos. Aquele acidente e o da companhia aérea indonésia de baixo custo Lion Air, em Outubro de 2018, desencadearam uma crise na empresa norte-americana, que suspendeu as entregas do 737 MAX, proibido nos espaços aéreos de praticamente todos os países. Especialistas acreditam que uma falha num sensor activou o sistema de controlo do voo, em ambos os acidentes, o que acabou por causar a queda. No último dia da exposição aérea Le Bourget, realizada recentemente, em Paris, a Airbus anunciou contratos para a venda de um total de 181 aviões, enquanto a construtora norte-americana se ficou pelos 35.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas reage a resolução da ONU ameaçando com “consequências” [dropcap]O[/dropcap] Governo filipino assegurou que terá “consequências de longo alcance” a resolução aprovada ontem pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para abrir uma investigação sobre os abusos cometidos pelas autoridades durante a guerra contra as drogas. “Não vamos tolerar qualquer forma de desrespeito ou actos de má-fé”, alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Teodoro Locsin, em comunicado, acusando os 18 países que votaram a favor de serem “os piores inimigos” das Filipinas ou “falsos amigos”. Teodoro Locsin salientou que a resolução, com 14 votos contra e 15 abstenções, não foi “adoptada universalmente”, portanto, a sua validade é “altamente questionável”. O Conselho dos Direitos Humanos da ONU pediu ontem a realização de um “relatório completo” sobre as Filipinas e as alegadas transgressões em matéria de direitos humanos cometidas pelas autoridades daquele país, nomeadamente no contexto de uma campanha anti-drogas. O pedido do Conselho dos Direitos Humanos da ONU consta numa resolução aprovada no seio daquele órgão com sede em Genebra que integra 47 países. Com 18 votos favoráveis, 14 contra e 15 abstenções, a resolução, defendida pela Islândia, foi adoptada com o apoio dos países da União Europeia (UE), do Canadá e da Nova Zelândia. Visão abrangente O ministro filipino acusou os países que apoiaram a resolução – entre eles Espanha, Itália, Reino Unido, Argentina, México, Peru ou Uruguai – de votar incitados por “informações falsas de fontes que vendem as suas mentiras por dinheiro”, em alusão às organizações de direitos humanos que fizeram campanha pelo sim antes da votação. “Esta resolução não é um triunfo dos direitos humanos, mas sim uma paródia”, afirmou o chefe da diplomacia das Filipinas. A resolução do Conselho salienta que “desde o anúncio da campanha anti-drogas nas Filipinas, em meados de 2016, têm existido denúncias do assassínio de milhares de traficantes e de alegados consumidores de drogas”. Segundo as autoridades filipinas, 5.300 pessoas foram mortas pela polícia ao abrigo desta campanha, mas as organizações de defesa dos direitos humanos acreditam que este número pode ser multiplicado por quatro. A resolução do Conselho pede à Alta Comissária para os Direitos Humanos, a antiga Presidente chilena Michelle Bachelet, para preparar “um relatório escrito abrangente sobre a situação dos direitos humanos nas Filipinas”. O texto também insta o Governo filipino a “tomar todas as medidas necessárias para prevenir execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados, para realizar investigações imparciais e levar os responsáveis à justiça”. A Amnistia Internacional também pediu à ONU que investigasse os assassínios “sistemáticos”.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Pedido para acabar com violações a muçulmanos junta 22 países Um total de 22 países apresentou ontem ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU um pedido para que a China acabe com detenções arbitrárias e violações contra muçulmanos na região de Xinjiang, anunciou ontem a Human Rights Watch [dropcap]A[/dropcap] posição tomada perante o organismo da ONU para a defesa dos direitos humanos é classificada pela Human Rights Watch como “inédita” e apela também à cooperação da China com a Alto comissária das Nações Unidas Michelle Bachelet e outros especialistas da organização e à permissão de acesso à região em causa. “Vinte e dois países pediram à China que acabe com o horrível tratamento dado aos muçulmanos em Xinjiang”, afirmou o director da Human Rights Watch (HRW) em Genebra, John Fisher. “A declaração conjunta é importante não só para a população de Xinjiang, mas também para todas as pessoas do mundo que dependem do organismo da ONU para os direitos humanos para travar até o mais poderoso dos países”, explicou. Os países expressaram a sua preocupação face a relatórios de detenções arbitrárias em larga escala, vigilâncias generalizadas e outras violações contra uigures (povo de origem turcomana que habita principalmente a Ásia Central) e outros muçulmanos em Xinjiang. Os 22 Estados apelaram à China para que “permita acesso verdadeiro a Xinjiang” aos observadores independentes e das Nações Unidas e pediram à Alto comissária da ONU que informe com regularidade o Conselho dos Direitos Humanos sobre a situação. Nos últimos anos, organizações de direitos humanos, como por exemplo a HRW, e vários órgãos de comunicação social denunciaram a existência de campos de “educação política” em Xinjiang, onde cerca de um milhão de uigures e outros muçulmanos turcomanos são detidos sem passarem por qualquer processo legal. Uma vez detidas, estas pessoas são sujeitas a doutrinação política, maus tratos e, por vezes, a tortura. O Governo chinês ora nega a existência de abusos, ora procura justificar a sua conduta como parte de uma estratégia nacional contra o terrorismo. Mais do dobro Em Março, na sua Revisão Periódica Universal – um registo regular do estado dos direitos em cada país da ONU – a China solicitou que fossem retiradas do seu registo as críticas a abusos de direitos. “O país tentou manipular a avaliação, fornecendo descaradamente respostas falsas sobre questões críticas como liberdade de expressão e Estado de Direito, e pediu a delegações que não comparecessem a um painel sobre direitos humanos em Xinjiang ‘no interesse das relações bilaterais’”, adianta a organização. Para a HRW, o facto de muitos países estarem agora dispostos a pedir uma avaliação independente internacional mostra o cepticismo em relação às declarações da China sobre a situação em Xinjiang. A última posição conjunta tomada acerca da China no Conselho dos Direitos Humanos da ONU foi liderada pelos Estados Unidos, em Março de 2016, e juntou 12 signatários. A quase duplicação do número de signatários mostra um aumento das preocupações internacionais com a situação em Xinjinag, considerou a HRW. A posição conjunta ontem divulgada foi assinada pela Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Holanda, Islândia, Irlanda, Japão, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Reino Unido, Suécia e Suíça. “Os governos estão a reconhecer cada vez mais o sofrimento de milhões de pessoas em Xinjiang, com famílias separadas e a viver com medo e um Estado chinês que acredita que pode cometer violações em massa sem qualquer contestação”, disse o director da HRW em Genebra. “A posição conjunta demonstra que Pequim está errado em pensar que consegue escapar ao escrutínio internacional dos seus abusos em Xinjiang”, defendeu John Fisher, garantindo que “a pressão vai aumentar até que os aterradores abusos acabem”.
Hoje Macau China / ÁsiaMaior pirata informático mundial de banda desenhada japonesa detido nas Filipinas [dropcap]A[/dropcap]s autoridades filipinas anunciaram hoje a detenção de um fugitivo japonês, de 28 anos, considerado o maior pirata informático do mundo de banda desenhada nipónica (Manga), acusado de causar prejuízos ao sector de mais 2.600 milhões de euros. Romi Hoshino dirigiu, entre Janeiro de 2016 e Abril de 2018, o site “Manga Mura”, no qual disponibilizou ilegalmente cerca de 60 mil séries de Manga e novelas gráficas japonesas. Segundo as autoridades, este site japonês recebia uma média de 100 milhões de visualizações mensais. O japonês, conhecido no mundo ‘online’ como “Zakay Romi”, foi detido no domingo no aeroporto de Manila, enquanto tentava embarcar num voo para Hong Kong, informou o Departamento de Imigração das Filipinas. Perante as indicações de que Hoshino poderia estar escondido nas Filipinas, a embaixada do Japão em Manila pediu ajuda às autoridades filipinas para o localizar, uma operação que foi realizada com a ajuda da Interpol em Tóquio. “A sua presença no país é um risco para a segurança pública”, disse o comissário do Departamento de Imigração, Jaime Morrente. Hoshino tem nacionalidade alemã e israelita e, por essa razão, a embaixada japonesa já entrou em contacto com a missão diplomática alemã em Manila para o deportar para o Japão, explicou Jaime Morrente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina pede aos EUA que cancelem “imediatamente” venda de armas a Taiwan [dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem aos Estados Unidos que “cancelem imediatamente” uma venda de armamento a Taiwan no valor de 2,2 mil milhões de dólares e aprovada pelo Departamento de Estado norte-americano. “Devemos evitar mais danos nas relações sino-norte-americanas”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, em conferência de imprensa. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana. Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen do Partido Democrático Progressista, pró-independência, em 2016, e afirma que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China. Desde o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, que as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo taiwanês se intensificaram, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável que a China invada Taiwan. A venda, que inclui 108 tanques e 250 lançadores de mísseis terra-ar, foi notificada ao Congresso dos EUA, que tem agora 30 dias para se opor, o que parece improvável. Esta não é a primeira vez que os EUA vendem armas a Taiwan, apesar da oposição de Pequim. “A China pede aos Estados Unidos (…) que cancelem imediatamente o projecto de venda de armas a Taiwan e que travem qualquer vínculo militar com Taiwan”, disse Geng. “Devemos evitar minar ainda mais as relações sino-americanas, a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, acrescentou. A venda coincide também com uma altura em que a relação entre Pequim e Washington se deteriora, face a uma guerra comercial que dura há um ano. “A venda de armas pelos Estados Unidos a Taiwan é uma violação grave dos princípios fundamentais do direito internacional e das relações internacionais”, disse Geng Shuang. “O lado chinês exprime a sua profunda insatisfação, bem como oposição resoluta, e já protestou oficialmente com Washington”, apontou. Washington, que rompeu relações diplomáticas com Taipei em 1979 e passou a reconhecer o Governo de Pequim como o único representante da China, continua a ser o maior aliado de Taipé e o seu principal fornecedor de armas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Activistas prometem mais protestos apesar de lei polémica ser dada como “morta” [dropcap]O[/dropcap] principal grupo que está na base das manifestações nas últimas semanas em Hong Kong desvalorizou o facto de a chefe do Governo ter declarado hoje a “morte” da lei da extradição e prometeu novas manifestações. Estas palavras “não significam nada de novo”, disse a porta-voz da Frente Civil de Direitos Humanos, Bonnie Leung, em conferência de imprensa, numa alusão à declaração da chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, que deu como “morta” a lei da extradição, que provocou uma série de protestos maciços desde 9 de Junho. “Eu considero a lei da extradição morta”, disse Lam durante uma conferência de imprensa, acrescentando que os trabalhos de preparação desta medida foram “um completo fracasso”. Na opinião de Bonnie Leung, a líder do Governo da antiga colónia britânica não garantiu que a lei vai ser completamente abandonada: “Lam ainda se recusa a dizer que remove a iniciativa”, afirmou. “Se as nossas cinco exigências não forem ouvidas por Carrie Lam e pelo seu Governo, a Frente Civil de Direitos Humanos continuará a realizar manifestações e comícios”, sublinhou a porta-voz. A activista exigiu a retirada definitiva do projecto de lei, a demissão de Carrie Lam, que os protestos não sejam identificados como motins, a libertação dos detidos e a abertura de uma investigação sobre a violência policial. Esta última reivindicação já foi aceite pela chefe do executivo que, na sua declaração aos jornalistas, anunciou a criação de um comité de investigação independente para supervisionar a acção da polícia durante os protestos que se verificaram na cidade durante o último mês. “Como é que o Governo pode pedir aos manifestantes que respeitem o Estado de Direito, quando ele próprio não o faz?”, questionou a activista. Bonnie Leung criticou ainda a acção policial no último domingo, cujos agentes “se recusaram a mostrar os seus crachás de identificação ou usar uniformes no exercício das suas funções”. Durante as manifestações de domingo, seis manifestantes, quatro homens e duas mulheres, entre os 20 e os 66 anos, foram detidos. Dos seis, um foi detido por se recusar a ser identificado e os restantes por “obstrução e agressão de um agente no exercício das suas funções”, adiantou a polícia de Hong Kong, em comunicado. Desde o início dos protestos, a 9 de Junho, registaram-se 71 detenções, sendo que 15 ocorreram após a invasão do parlamento no dia 1 de Julho, segundo dados avançados pelo movimento pró-democracia à agência de notícias EFE. A organização não-governamental Amnistia Internacional (AI) também já se pronunciou sobre as palavras proferidas hoje por Carrie Lam, considerando-as de “vagas”. “A recusa de Lam em reconhecer as consequências fatais da lei extradição promete continuar a inflamar a situação em Hong Kong”, disse em comunicado o director da organização não-governamental em Hong Kong, Man-kei Tam.
Hoje Macau China / ÁsiaCantora de Hong Kong pede apoio internacional contra erosão de autonomia face à China [dropcap]A[/dropcap] cantora de Hong Kong Denise Ho pediu ontem apoio à comunidade internacional e à imprensa contra “a erosão” da autonomia de Hong Kong em relação à China, depois de meses de protestos contra uma lei sobre extradição. Denise Ho, também conhecida por ser activista LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) salientou, numa sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que Hong Kong “é, provavelmente, o único lugar no mundo que está a enfrentar o enorme poder que é actualmente a China”. O discurso de Denise Ho no Conselho dos Direitos Humanos foi interrompido pelo representante da China, situação muito rara naquela assembleia. A interrupção aconteceu quando a cantora e activista defendia que a lei de extradição para a China “irá remover o mecanismo que protege Hong Kong da interferência do Governo chinês”. Nessa altura, o representante da China, Dai Demao, pediu para ser feito um “ponto de ordem” na mesa e afirmou que mencionar “Hong Kong à margem da China” é uma “afronta ao princípio de ‘Uma só China’ e aos princípios da Carta das Nações Unidas. Alguns segundos depois, Dai Demao interrompeu de novo a cantora para protestar contra as suas “alegações infundadas sobre o modelo ‘Um país, dois sistemas’”. “Irá a ONU convocar uma sessão de emergência para proteger o povo de Hong Kong, tendo em conta os abusos?” e “a ONU retirará a China deste Conselho de Direitos Humanos?”, questionou Denise Ho a seguir às interrupções. Algumas horas antes da intervenção, Denise Ho também pediu, em entrevista à agência AFP, aos Estados Unidos para apoiarem os protestos de Hong Kong sobre “direitos humanos” e “democracia”. De acordo com os movimentos pró-democracia, a adopção de uma lei de extradição destas põe em risco os dissidentes e críticos do regime comunista de Pequim, que passa a poder “ir buscá-los” a Hong Kong para os processar na China.
Hoje Macau China / ÁsiaAI pede à ONU investigação sobre guerra contra as drogas nas Filipinas [dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional pediu ontem ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que abra uma independente sobre os milhares de filipinos mortos em nome da guerra contra as drogas no país. Num relatório apresentado ontem, a Amnistia Internacional (AI) denunciou que as vítimas da guerra contra as drogas, iniciada pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte, desde que tomou o poder em 2016, é direccionada principalmente aos mais pobres. Os seus nomes são fornecidos por autoridades locais sujeitas a “imensa pressão” da polícia para entregar um fluxo constante de suspeitos, acrescentou. “Pior, os que aparecem nas listas de observação parecem estar lá indefinidamente, sem terem como serem removidos, mesmo que tenham seguido o tratamento e tenham parado de consumir”, sublinhou a AI. A organização não-governamental apoia desta forma um projecto de resolução proposto pela Islândia ao Conselho, apoiado maioritariamente pelos países ocidentais. O Conselho de Direitos Humanos da ONU deve votar o texto islandês nos próximos dias, embora as Filipinas tenham pedido à comunidade internacional para que não se intrometesse nos seus assuntos internos. “As tentativas dos países estrangeiros de interferirem na maneira como este Governo mantém a paz e a ordem não são apenas uma afronta à sua inteligência, mas também uma violação da sua soberania”, disse o porta-voz do presidente Salvador Panelo. Mais de cinco mil suspeitos ligados ao tráfico ou ao consumo de drogas, na sua maioria pobres, morreram em supostos confrontos armados com a polícia, motivando reacções de governos ocidentais, especialistas da ONU e defensores dos direitos humanos. Segundo dados de várias organizações de direitos humanos,esse número deve ser multiplicado por quatro. Suprema apreciação Duterte negou ter ordenado as mortes, embora tenha ameaçado publicamente as pessoas ligadas ao tráfico e ao consumo de estupefacientes. Os milhares de mortes motivaram a apresentação de duas queixas no Tribunal Penal Internacional. O Supremo Tribunal ordenou que o procurador-geral divulgasse documentos sobre a campanha antidrogas, incluindo a lista de pessoas mortas em raides policiais efectuados entre 1 de Julho de 2016 a 30 de Novembro de 2017, bem como registos sobre muitas outras mortes suspeitas ligadas à droga, no mesmo período, e que estavam a ser investigadas pelas forças de segurança.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaRelatório | Hong Kong considerada “autocracia fechada” com declínio democrático O terceiro relatório do V-Dem Institute, divulgado este domingo, é demolidor para o panorama político de Hong Kong. O território é classificado como uma “autocracia fechada” e caiu no índice de democracia liberal entre 2008 e 2018. Quanto à China, está apenas dez pontos acima da Coreia do Norte, que ocupa o fundo do índice. A China é também acusada de perturbar a democracia em Taiwan com a difusão de informação falsas [dropcap]O[/dropcap] Governo de Carrie Lam leva nota negativa no terceiro e mais recente relatório do V-Dem Institute, um think-tank sediado no departamento de ciência política da Universidade de Gotemburg, na Suécia, e que tem como objectivo medir os níveis de democracia em todo o mundo. Os resultados relativos a 2018 não são animadores para o território vizinho: em dez anos, ou seja, entre 2008 e 2018, Hong Kong piorou a posição no ranking de democracias liberais e mereceu a classificação de “autocracia fechada”. O documento, que tem como título “Democracy facing global challenges (Democracia enfrenta desafios globais), dá a posição 107 a Hong Kong, enquanto a Coreia do Norte ocupa o último lugar da lista, com 179 pontos. A região vizinha também leva nota negativa no que diz respeito à exclusão por grupos socioeconómicos, algo que, de acordo com os autores do estudo, “está relacionado com baixos níveis democráticos”. Neste sentido, o estudo revela que a RAEHK enfrenta um problema sério de elevada exclusão destes grupos. A China está também classificada como uma “autocracia fechada”, tendo piorado, em dez anos, a sua posição no índice de democracias liberais. Ao longo de uma década, o país hoje liderado por Xi Jinping está apenas dez pontos acima da Coreia do Norte. Em termos de confiança no regime político, e dentro do grupo de países com confiança na ordem dos dez por cento no índice da democracia liberal, a China está no fundo da lista, ao lado de países como a Coreia do Norte, Laos, Arábia Saudita e Camboja. Além disso, a China é também criticada pelos autores do estudo como um dos países que mais informação falsa espalha, com Taiwan como principal alvo. “A China tem vindo de forma activa a espalhar falsas e erradas informações no estrangeiro, tendo Taiwan como um dos seus principais alvos. Ao fazer circular informação errada nas redes sociais e investindo em meios de comunicação taiwaneses, a China procura interferir nas políticas internas e engendrar uma unificação completa.” O relatório revela que os observadores “reportaram muitos exemplos de campanhas de desinformação por parte da China”, uma vez que o país “providencia fundos para que os media adoptem uma linha mais pró-Pequim nos seus trabalhos jornalísticos”. Os investigadores chegaram a essa conclusão quando observaram que “a maior parte dos meios de comunicação social de Taiwan providencia diferentes apresentações dos mesmos eventos”. “Uma vez que os taiwaneses consomem bastante informação online, a estratégia de desinformação chinesa acaba por resultar numa fracturação da informação online, o que tem um impacto negativo na democracia de Taiwan”, lê-se ainda. Nesse sentido, Taiwan surge ao lado da Letónia como “os dois países com piores pontuações” ao nível da difusão de falsa informação por países estrangeiros, sendo que ambos os países são considerados pelo V-Dem Institute democracias liberais. “Pouca abertura” no Myanmar Um olhar sobre o panorama político em alguns países do sudeste asiático permite concluir que a situação também piorou nos últimos dez anos em, pelo menos, sete regimes autocráticos. A Tailândia transformou-se mesmo numa autocracia fechada, desde que uma Junta Militar tomou o poder, lembra o relatório. Neste âmbito, em dez anos, a Tailândia registou uma “substancial ou significativa” redução da liberdade de associação, de expressão e da igualdade perante a lei. No Myanmar, onde recentemente foram presos dois jornalistas da Reuters por escreverem sobre a perseguição movida aos Rohingya, houve apenas uma “frágil melhoria” ao nível de eleições limpas, liberdade de associação e de expressão, polarização da sociedade. O relatório dá ainda conta que, no Myanmar, “os grupos que estão alinhados com o antigo regime, tal como os militares, continuam a exercer uma influência importante”, tendo em conta que grupos sociais minoritários, como os Rohingya, “estão sujeitos a uma repressão sistemática”. No país, em geral, “a abertura (do sistema político) tem sido limitada”, escrevem os autores. Também as Filipinas integram o grupo dos países em risco de terem uma pior democracia nos próximos anos, uma vez que ocupam um pior nível nas previsões para 2019/2020 face ao ano de 2017/2018. É também referido o caso do Sri Lanka, onde se registou “um processo eleitoral democraticamente pobre, o que desafiou novamente o progresso democrático” do país. “No Sri Lanka, a transição para a democracia renasceu com a surpreendente vitória eleitoral de Sirisena sobre o veterano líder Rajapaksa, em Janeiro de 2015, e muitos aspectos democráticos registaram melhorias.” O relatório apresenta como exemplos o facto de “o sistema judicial ter comprovado a sua independência”, embora “muitos outros aspectos se mantenham frágeis, como a liberdade de imprensa e questões igualitárias”. A Índia, que sempre foi considerado um país exemplar ao nível da participação cívica, e que neste estudo consta no grupo da erosão das democracias liberais, registou “substancial e significativa redução da liberdade de expressão, da polarização da sociedade e populistas no poder”. Na Índia, bem como na Bulgária e Brasil, houve “ataques ao pluralismo dos media, à liberdade cultural e académica e substancial polarização da sociedade, que em pontos chave está mesmo a piorar”. Nestes três países “está a tornar-se cada vez mais perigoso ser jornalista, como mostram os indicadores deste relatório e também do relatório dos Repórteres Sem Fronteiras, tendo em conta o número de jornalistas que morreram”. Na Índia, o Governo liderado por Narendra Modi “usa leis ligadas à sedição, difamação e ataques terroristas para silenciar as críticas”. Além de fazer referência à situação política no Brasil, depois do impeachment à presidente Dilma Rousseff, em 2016, e à vitória de Jair Bolsonaro, o relatório do V-Dem Institute dá também conta da degradação democrática nos Estados Unidos. No país, “o presidente Trump ataca constantemente a oposição bem como os media, e parece estar empenhado em reduzir as liberdades civis e a supervisão das instituições, tal como os tribunais e o parlamento”. Ainda assim, “as instituições americanas parecem estar a resistir a estas tentativas a um nível significativo”, tendo em conta a vitória dos democratas nas eleições intercalares no ano passado, que levaram a um reforço do poder parlamentar para travar determinadas medidas do Executivo de Trump, republicano. O V-Dem Institute declara que “continua a tendência de autocratização (no mundo), embora os níveis globais de democracia não estejam em queda livre”. Um total de 24 países “estão agora a ser severamente afectados pelo que se pode chamar de uma ‘terceira onda de autocratização’, onde se incluem países já referidos acima, como é o caso do Brasil, Índia e Estados Unidos, sem esquecer alguns países da Europa de Leste, como é o caso da Bulgária, Hungria e Polónia, entre outros.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePolícia de Hong Kong faz seis detenções no último protesto contra lei da extradição [dropcap]S[/dropcap]eis manifestantes, quatro homens e duas mulheres, entre os 20 e os 66 anos, foram detidos no domingo à noite em Hong Kong na última marcha contra a controversa lei de extradição, informou hoje a polícia. Dos seis, um foi detido por se recusar a ser identificado e os restantes por “obstrução e agressão de um agente no exercício das suas funções”, adiantou a polícia de Hong Kong, em comunicado. Desde o início dos protestos, a 9 de Junho, registaram-se 71 detenções, sendo que 15 ocorreram após a invasão do parlamento no dia 1 de Julho, segundo dados avançados pelo movimento pró-democracia à agência de notícias EFE. A marcha de domingo, que reuniu 230 mil pessoas de acordo com os organizadores (56 mil segundo a polícia), terminou à frente da estação ferroviária de alta velocidade de Kowloon às 17h30, uma manifestação que, em geral, decorreu de forma pacífica e ordeira. Esta manifestação também foi a primeira, desde o início dos protestos a 9 de Junho, a acontecer no bairro de Kowloon, área peninsular e comercial da cidade, muito frequentada por turistas chineses. O destino final da marcha levantou receios de que ocorressem incidentes, já que a polémica estação ferroviária de alta velocidade é um dos principais símbolos da presença de Pequim na cidade, já que faz fronteira com a China continental e é monitorizada pela forças de segurança chinesas. Após o protesto, vários milhares de manifestantes invadiram o distrito comercial de Mong Kok e bloquearam algumas ruas da cidade, actos que levaram os agentes a formar um cordão policial e a carregar sobre os manifestantes. Por volta da meia-noite, as forças de segurança já haviam conseguido dispersar a maioria dos manifestantes.
Hoje Macau China / ÁsiaConfrontos entre manifestantes e polícia anti-motim em Hong Kong [dropcap]A[/dropcap]lguns participantes na manifestação deste domingo em Hong Kong contra um projecto de lei que permite a extradição de suspeitos de crimes para a China envolveram-se em confrontos com elementos da polícia anti-motim no bairro de Mongkonk. Segundo relatos de um jornalista da agência AFP, os manifestantes defenderam-se com guarda-chuvas da carga policial, que aconteceu após um frente a frente de cerca de 20 minutos entre as duas partes, durante o qual a polícia apelou, com recurso a megafones, para que o grupo de cerca de 300 manifestantes, usando máscaras e na sua maioria jovens, dispersasse. Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo em Hong Kong contra um projecto de lei que permite a extradição de suspeitos de crimes para a China, pedindo também a demissão da chefe do Governo local, Carrie Lam. O protesto atravessou, segundo as agências de notícias internacionais, o distrito peninsular de Kowloon, uma zona comercial visitada por muitos turistas, a maioria dos quais com origem na China continental. Esta é a primeira manifestação na antiga colónia britânica desde o ataque à sede do Conselho Legislativo, no dia 1 de Julho, quando o território comemorava o 22.º aniversário da transferência de soberania. Apesar de se terem realizado inúmeros protestos desde esse dia, todos têm acontecido na ilha de Hong Kong, onde fica o principal distrito financeiro. Os manifestantes, quase todos vestidos de preto, empunham cartazes com frases como “Juntos, de pé” e “Não à extradição para a China” ou “Carrie Lam, demissão”, descrevem as agências de notícias AFP e EFE. De acordo com a Associated Press, a polícia colocou grandes barricadas, bloqueando a entrada principal da estação para impedir qualquer tentativa de entrada forçada. Após o ataque ao Conselho Legislativo, que ocorreu na noite de segunda-feira, agudizou-se a crise política em Hong Kong, com várias manifestações pacíficas, mas também uma série de confrontos violentos com a polícia. Os protestos obrigaram a chefe do Governo a suspender a discussão da proposta de lei e a pedir desculpas à população. Contudo, Carrie Lam recusou-se sempre a retirar definitivamente a proposta de lei. Desde o início das manifestações, foram presas 71 pessoas, segundo avançaram à EFE fontes do movimento pró-democracia.
Hoje Macau China / ÁsiaEstação de comboios de alta velocidade para a China é palco de novo protesto em Hong Kong [dropcap]M[/dropcap]anifestantes contra o Governo de Hong Kong querem manter a pressão sobre o executivo com uma manifestação, hoje, perto de uma estação controversa de onde partem comboios de alta velocidade para a China continental. É a primeira manifestação na antiga colónia britânica desde o ataque à sede do Conselho Legislativo, no dia 1 de Julho, quando o território comemorava o 22.º aniversário da transferência de soberania. Os organizadores prometeram que o próximo protesto contra a proposta de lei de extradição – desta vez com o objectivo de apelar à compreensão dos visitantes da China continental – será “pacífico e racional”. Citado pelo jornal South China Morning Post, o organizador Ventus Lau sublinhou que o objectivo é apenas encorajar os visitantes do outro lado da fronteira a apoiar a causa dos manifestantes, tendo rejeitado qualquer ato violento contra a estação de West Kowloon. “Não encorajamos ou esperamos que qualquer manifestante entre na zona portuária do continente. Não seremos tão ingénuos ao ponto de arriscarmos sermos enviados para o continente, tenho certeza que ninguém o fará”, disse Lau. Durante semanas, Hong Kong mergulhou numa crise política desencadeada por um projecto de lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China. A aversão ao documento resultou em maciças manifestações pacíficas, mas também numa série de confrontos violentos com a polícia. Os protestos obrigaram a chefe do Governo a suspender a discussão da proposta de lei e a pedir desculpas à população. Contudo, Carrie Lam recusou-se sempre a retirar definitivamente a proposta de lei. Os manifestantes exigem a retirada definitiva da proposta, uma investigação independente sobre a utilização de gás lacrimogéneo e balas de borracha pela polícia, uma amnistia para os detidos e a demissão da líder pró-Pequim de Hong Kong, Carrie Lam. Os defensores da lei argumentam que, caso se mantenha a impossibilidade de extraditar suspeitos de crimes para países como a China, tal poderá transformar Hong Kong num “refúgio para criminosos internacionais”. Os manifestantes dizem temer que Hong Kong fique à mercê do sistema judicial chinês como qualquer outra cidade da China continental e de uma justiça politizada que não garanta a salvaguarda dos direitos humanos. A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respectivamente, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”, precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa. Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.
Hoje Macau China / ÁsiaMulher do ex-chefe da Interpol detido na China processa a organização policial [dropcap]A[/dropcap] mulher do ex-presidente da Interpol Meng Hongwei, detido na China por corrupção, moveu um processo contra a organização policial internacional, noticiou hoje o jornal South China Morning. De acordo com o diário de Hong Kong, que cita dois dos advogados de Grace Meng, a queixa foi apresentada junto do Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia (Holanda). Acontece menos de três semanas depois do ex-líder da Interpol ter confessado, a 20 de Junho, que aceitou mais de dois milhões de dólares em subornos, segundo um tribunal chinês. Grace Meng quer que o tribunal com sede em Haia decida se a Interpol cumpriu com as suas obrigações após o desaparecimento do marido, em Setembro do ano passado, durante uma deslocação a Pequim. “A Interpol não conseguiu proteger e ajudar a minha família e é cúmplice dos actos ilícitos do seu país membro, a China”, afirmou Meng, em comunicado citado pelo Morning Post. “Apesar das ameaças da Interpol para que não falasse, anuncio que avancei com um processo judicial” contra a organização, acrescenta a nota divulgada pelos advogados. A equipa de representantes legais de Meng integra quatro pessoas, incluindo o holandês Rutsel Martha, ex-director de assuntos jurídicos da Interpol, confirmou o próprio ao jornal de Hong Kong. O jornal também cita uma resposta da Interpol, em que a organização descreve as alegações de Meng como “infundadas”. “Estes procedimentos de arbitragem são confidenciais. Portanto, não podemos abordar as especificidades do processo, excepto para dizer que contestamos as alegações”, acrescentou. Meng Hongwei desapareceu subitamente em Setembro do ano passado, durante uma deslocação a Pequim, mas a China só ordenou formalmente a sua detenção a 24 de Abril deste ano. Meng, de 64 anos, foi vice-ministro da Segurança Pública até Novembro de 2016, altura em que foi nomeado para dirigir a organização policial internacional, com sede em Lyon, França. A escolha de Meng foi na altura celebrada por Pequim, que tem vindo a reforçar a sua presença em organizações internacionais. Mas o então chefe da Interpol perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China, em 25 de Setembro passado. O tribunal disse que Meng abusou do seu poder, inclusive enquanto vice-ministro da Segurança Pública e chefe da polícia marítima, favorecendo terceiros, em troca de subornos. Embora não seja claro quando é que a sentença de Meng será proferida, a confissão garante que será condenado. Assumir a culpa e expressar arrependimento pode resultar em punições ligeiramente mais leves, mas a China tem sido célere em condenar à prisão perpétua altos quadros acusados de corrupção. A mais ampla e persistente campanha anti-corrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista. A lei chinesa estabelece que a polícia tem a autoridade de manter incomunicáveis e em local secreto, por um período até seis meses, suspeitos de crimes contra a segurança nacional, ou acusados de terrorismo ou suborno, um regulamento que em muitos casos se aplica a dissidentes ou activistas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Mais de um milhão de animais abatidos devido a peste suína A peste suína que se propagou na China, com efeitos inflacionários a nível mundial, resultou já no abate de 1,2 milhões de porcos, mas a disseminação “abrandou bastante”, informaram ontem as autoridades chinesas [dropcap]O[/dropcap] vice-ministro chinês da Agricultura Yu Kangzhen admitiu, em conferência de imprensa, que a situação é “complicada e grave”, apesar dos esforços para conter o surto. Yu revelou que o Governo está a desenvolver uma vacina para combater a doença, mas que vai ser “um longo caminho a percorrer”. O responsável garantiu, no entanto, que “o surto de peste suína na China abrandou significativamente”. “Esse é um facto indiscutível”, afirmou. A carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60 por cento do total do consumo de proteína animal no país. Dados oficiais revelam que os consumidores chineses comem 55 milhões de quilos de carne de porco por ano, de longe o maior mercado do mundo. O país produz anualmente 430 milhões de porcos. A actual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do Leste e Rússia, antes de chegar à China, em Agosto passado. Inicialmente, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar por todo o país. Apenas a ilha de Hainan, no extremo sul da China, e as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, não registaram ainda casos. Os fornecedores estão a preencher a lacuna com o aumento das importações, implicando uma reorganização dos mercados de proteínas globais e o aumento dos preços na Ásia e na Europa. As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país. Estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15 mil porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros. Visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”, a abertura do mercado chinês deverá agora ter efeitos inflacionários em Portugal. A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump acusa China e Europa de manipulação de moeda [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou ontem a China e a Europa de jogarem “um grande jogo de manipulação da moeda” para competirem com o seu país, salientando que os norte-americanos devem igualar esse esforço. Numa mensagem na rede Twitter, Donald Tump frisa que os Estados Unidos devem agir. “A China e a Europa estão a fazer um grande jogo de manipulação de moeda e a injectar dinheiro nos seus sistemas para competirem com os Estados Unidos. Temos de igualar ou continuar a ser totós que se sentam e olham educadamente enquanto outros países continuam a jogar seus jogos, como fizeram durante tantos anos”, refere na mensagem. O Departamento do Tesouro norte-americano referiu, em Maio, que nenhum país corresponde aos critérios para ser rotulado como manipulador de moeda, embora o relatório tenha colocado a China e outros oito países numa lista de observação. Enquanto candidato nas eleições de 2016, Trump acusou repetidamente a China de manipular a sua moeda. No entanto, depois de assumir o cargo, o Departamento do Tesouro emitiu cinco relatórios sobre o assunto, exigidos por lei a cada seis meses. Em cada relatório é dito que nenhum país cumpriu os critérios para ser rotulado como manipulador de moeda.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Reino Unido convoca embaixador chinês devido a comentários O embaixador chinês no Reino Unido, Liu Xiaoming, foi ontem convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido na sequência dos protestos ocorridos em Hong Kong, segundo uma fonte diplomática britânica [dropcap]L[/dropcap]iu Xiaoming deveria ser recebido no final do dia de ontem no Ministério, indicou a mesma fonte, logo após o diplomata chinês pedir a Londres que se abstenha de qualquer “interferência” sobre a sua antiga colónia, palco de manifestações. Até ao fecho da edição não foram noticiadas informações quanto ao resultado da reunião. “Acho que a relação (entre Londres e Pequim) sofreu com a interferência do Governo britânico em Hong Kong”, afirmou o embaixador chinês numa conferência de imprensa transmitida pela SkyNews. “Espero que o Governo britânico perceba as consequências e abstenha-se de novas interferências que possam prejudicar ainda mais a relação” entre a China e o Reino Unido, acrescentou. Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, expressou o “apoio inabalável” do seu país a “Hong Kong e às suas liberdades” no dia de aniversário do retorno deste território para a China. “Nenhuma violência é aceitável, mas HK [Hong Kong] DEVE preservar o direito a protestos pacíficos sob a lei, como centenas de milhares de pessoas corajosas mostraram hoje”, indicou Jeremy Hunt na sua conta da rede social Twitter. Referindo-se às declarações de Hunt, o diplomata chinês considerou “muito decepcionante quando altos responsáveis desse calibre mostram o seu apoio a pessoas que infringem a lei”. Palavras ditas “Mensagem ao Governo chinês: as boas relações entre os países baseiam-se no respeito mútuo e no respeito pelos acordos juridicamente vinculativos entre si. Esta é a melhor maneira de preservar as excelentes relações entre o Reino Unido e a China”, escreveu hoje Jeremy Hunt no Twitter, em resposta às declarações do embaixador. Hong Kong é desde há quase um mês palco de protestos, contra uma proposta de lei que permitiria extraditar criminosos para a China. A presidente do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, decidiu suspender as discussões sobre a proposta, mas recusou retirar definitivamente, prolongando as manifestações. A ocupação do Conselho Legislativo ocorreu no mesmo dia em que se assinala o 22.º aniversário do retorno de Hong Kong à China.
Hoje Macau China / ÁsiaEquipa especial de Pequim em cidade vizinha de Hong Kong desde início dos protestos, diz SCMP [dropcap]U[/dropcap]ma equipa especial de Pequim está estacionada na cidade chinesa de Shenzen desde a primeira grande manifestação em Hong Kong, para monitorizar a situação e evitar um possível derramamento de sangue, noticiou ontem o South China Morning Post. O jornal escreve que desde o dia 9 de Junho que se encontra uma equipa especial para avaliar os factos no local e caso seja necessário manter a estabilidade social na antiga colónia britânica e evitar um banho de sangue, devido à escalada de tensão nos protestos contra a lei de extradição. “O Governo Central aprecia muito o trabalho da polícia de Hong Kong e acredita que eles lidaram bem com a pressão e com os protestos, especialmente a forma como lidaram com a operação de limpeza no Conselho Legislativo sem causar derramamento de sangue”, disse uma fonte governamental ao jornal, referindo-se à intervenção policial após a invasão do parlamento de centenas de manifestantes na segunda-feira. “Na terça-feira eles [equipa especial] ainda se encontravam em Shenzhen a avaliar a situação e a discutir o caminho a seguir”, disse a mesma fonte, acrescentando que a estratégia passa por “evitar a escalada dos confrontos e manter a calma, mas continuar firme em relação às questões principais”. Na segunda-feira decorreu a marcha anual pela democracia no 22.º aniversário do regresso do território à China. Centenas de manifestantes partiram vidros e destruíram gradeamento para entrar na sede do parlamento. Uma vez lá dentro, pintaram ‘slogans’ nas paredes, reviraram arquivos nos escritórios e espalharam documentos no chão. Os manifestantes dizem que a chefe do executivo, Carrie Lam, não respondeu às suas exigências, apesar dos vários protestos nas últimas semanas. Ao final da noite a polícia interveio finalmente, depois de avisos feitos aos manifestantes que insistiram em manter-se junto ao edifício e dentro das instalações onde se reúnem os deputados de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaPortuguês detido em Tóquio com 69 cápsulas de droga que tinha ingerido [dropcap]U[/dropcap]m português foi detido na segunda-feira no Aeroporto de Haneda, em Tóquio, Japão, por tentar contrabandear estimulantes que tinha ingerido, noticiou hoje a agência de notícias nipónica Kyodo, que cita uma fonte policial. A polícia divulgou que foram recuperados 673 gramas de estimulantes do corpo do português. A droga encontrada possui um valor de mercado estimado em 40 milhões de ienes, segundo as autoridades, e estava contida em 69 cápsulas. O homem de 42 anos viajava de Frankfurt para Tóquio e remeteu-se ao silêncio, segundo a polícia. As forças de segurança explicaram que foi obtido um mandado para recuperar as cápsulas depois de o português ter-se recusado a ser alvo de uma inspecção alfandegária em Haneda. Este acabou por ser submetido a uma TAC (Tomografia Axial Computadorizada) num hospital, que detectou os invólucros, e as cápsulas foram recuperadas nos dias seguintes.