Tailândia | PM interino da Tailândia inicia dissolução do Parlamento

O primeiro-ministro interino da Tailândia, Phumtham Wechayachai, iniciou ontem um processo para dissolver o Parlamento, depois de o principal partido da oposição ter apoiado um candidato rival para a liderança do Governo.

Wechayachai “apresentou um decreto para dissolver a câmara”, disse à agência de notícias France-Presse Sorawong Thienthong, secretário-geral do Pheu Thai, partido da primeira-ministra destituída na semana passada, Paetongtarn Shinawatra.

Paetongtarn Shinawatra, filha do poderoso magnata Thaksin Shinawatra, foi destituída do cargo de primeira-ministra na sexta-feira pelo Tribunal Constitucional. A ex-líder foi suspensa do cargo em Julho, sob acusações de não defender a Tailândia durante um telefonema com o antigo primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, que foi divulgado na internet.

O Pheu Thai tinha tentado negociar a formação de um novo Governo com o principal movimento da oposição, o Partido Popular, que tem 143 lugares no Parlamento.

Este partido sucedeu ao Partido Move Forward (MFP), que conquistou o maior número de lugares nas eleições de 2023 na Tailândia. O Move Forward, acusado do crime de lesa-majestade, foi dissolvido, depois de fazer campanha para reduzir a influência militar e reformar as duras leis de lesa-majestade da Tailândia.

Mas o Partido Popular anunciou o apoio ao magnata conservador Anutin Charnvirakul, líder do partido Bhumjaithai, para se tornar o próximo primeiro-ministro do país. O Bhumjaithai fazia parte da coligação no poder, mas retirou o apoio a Paetongtarn Shinawatra, devido à disputa fronteiriça com o Camboja.

4 Set 2025

Rússia | Kremlin espera ironia de Trump sobre “conspiração” com Xi Jinping e Kim Jong-un

O Kremlin afirmou ontem esperar que o Presidente norte-americano, Donald Trump, tenha sido irónico ao acusar os líderes chinês, russo e norte-coreano de “conspirarem contra os Estados Unidos” durante um desfile militar em Pequim.

“Creio que o Presidente [dos EUA] disse isso com uma certa dose de ironia, quando afirmou que os três estariam a conspirar contra os EUA”, declarou Iuri Uchakov, conselheiro diplomático do Presidente da Rússia, citado pela imprensa estatal russa. “Quero esclarecer que ninguém conspirava nem tramava seja o que for”, sublinhou.

O comentário surgiu após uma publicação de Trump na rede Truth Social, em que escreveu: “Peço que transmita os meus mais calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto conspiram contra os Estados Unidos”, dirigindo-se ao Presidente da China, Xi Jinping.

A declaração do Presidente foi feita durante as celebrações em Pequim do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, marcadas por uma parada militar na praça Tiananmen e a presença de diversos líderes mundiais, incluindo Putin, Kim e o Presidente do Irão, Masud Pezeshkian.

Trump acusou ainda a China de “não reconhecer” o sacrifício dos soldados norte-americanos na guerra contra o Japão. Na véspera, Xi e Putin reuniram-se, durante a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, realizada na cidade costeira de Tianjin, onde reiteraram o reforço da parceria estratégica sino-russa.

“As relações entre a China e a Rússia resistiram a mudanças no cenário internacional e tornaram-se um exemplo do que devem ser as relações entre potências”, afirmou Xi, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV.

4 Set 2025

Ikea | Preços baixam na China para atrair clientes e enfrentar concorrência

O grupo sueco Ikea anunciou ontem um investimento de 160 milhões de yuan para baixar preços na China, procurando atrair mais clientes e enfrentar a concorrência local, num contexto de fraco consumo e desaceleração económica.

De acordo com o portal económico chinês Yicai, a filial chinesa da cadeia de mobiliário já investiu aproximadamente 673 milhões de yuan com esse objectivo ao longo dos últimos dois anos.

A empresa planeia lançar centenas de novos produtos e abrir lojas de menor dimensão em várias cidades chinesas, que funcionarão também como centros de pedidos e oferecerão serviços de ‘design’ personalizado. Analistas citados pelo mesmo meio sublinham que o mercado retalhista chinês continua a ser “altamente competitivo” e que o sucesso passa por “desenvolver produtos mais acessíveis”.

“Continuamos a investir para baixar os nossos preços na China em comparação com outros países. (…) A China é um dos países onde mais estamos a investir”, afirmou à agência Bloomberg o director de operações do Ingka Group, que controla a maioria das lojas Ikea a nível mundial.

A Ikea enfrenta actualmente na China um contexto marcado pela fraca procura dos consumidores, pela crise no sector imobiliário e pela desaceleração da economia, num ambiente em que marcas locais oferecem móveis semelhantes – muitas vezes inspirados no estilo da Ikea – a preços mais baixos e através de plataformas de comércio electrónico.

Apesar de a Ikea ter reduzido preços globalmente, os descontos na China são particularmente relevantes, sendo este um dos 10 principais mercados da empresa, representando 3,5 por cento das suas vendas globais. Além disso, a China é também uma base de produção importante para o grupo sueco.

3 Set 2025

Nuclear | China ao lado do Irão no conflito com Europa

Pequim reitera o apoio a Teerão depois da acção da Alemanha, França e Reino Unido que visa repor sanções contra a República Islâmica

 

A China manifestou terça-feira apoio ao Irão no conflito com a Europa por causa do programa nuclear de Teerão num encontro em Pequim do Presidente Xi Jinping com o homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian.

A China “respeita o direito do Irão de utilizar a energia nuclear para fins pacíficos” e procura uma solução para a questão nuclear iraniana que “tenha em conta as preocupações legítimas de todas as partes”, afirmou Xi.

O líder chinês disse também que a China, que ameaça invadir Taiwan se a ilha declarar a independência, se opõe ao uso da força para resolver conflitos.

“O uso da força não é a forma correcta de resolver disputas. A comunicação e o diálogo são a única via adequada para alcançar uma paz duradoura”, disse Xi a Pezeshkian, de acordo com uma reportagem da televisão estatal chinesa CCTV.

A China, principal parceiro comercial do Irão, declarou que se opõe a uma iniciativa da Alemanha, França e Reino Unido que poderá resultar na reposição de sanções contra a República Islâmica. Os três países europeus accionaram na semana passada um mecanismo que iniciou um processo de 30 dias para reimpor as sanções que foram suspensas há 10 anos.

A decisão surgiu após semanas de avisos sobre as alegadas violações por parte do Irão do acordo de 2015 com as grandes potências, que visava limitar o programa nuclear de Teerão. As sanções foram suspensas no âmbito do acordo.

Os países ocidentais acusam o Irão de pretender dotar-se de armas nucleares, um objectivo negado por Teerão, que reclama ter o direito de possuir um programa nuclear civil. “A China valoriza o compromisso reiterado pelo Irão de não procurar armas nucleares”, disse Xi a Pezeshkian de acordo com a televisão chinesa, também citada pela agência de notícias espanhola EFE.

Fogo inimigo

O Irão suspendeu a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o órgão de supervisão nuclear da ONU, depois de Israel ter lançado uma guerra de 12 dias contra o país em Junho. Israel procurou destruir as capacidades nucleares do Irão, que também foi atacado pelos Estados Unidos com o mesmo objectivo.

A Organização de Cooperação de Xangai, em que participam China, Irão e Rússia, alertou na segunda-feira contra os esforços para reinterpretar a resolução das Nações Unidas que aprova o acordo nuclear iraniano de 2015.

“Qualquer tentativa de interpretar erroneamente ou reinterpretar arbitrariamente esta resolução irá minar a autoridade do Conselho de Segurança” da ONU, disseram os 10 líderes eurasiáticos após uma cimeira realizada em Tianjin, na China.

A China e a Rússia são membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, juntamente com a França, o Reino Unido e os Estados Unidos, no quadro da ordem mundial nascida há 80 anos.

3 Set 2025

II Guerra: 80 anos depois, honrar a História com compromisso para a paz

Xinhua

Marcando o 80.º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Antifascista Mundial, 3 de setembro de 2025 é um dia solene para a China e o mundo honrarem a história e os mortos, e reafirmarem a busca pela paz e justiça.

Há oitenta anos, enfrentando um ambiente extremamente difícil, o heróico povo chinês lutou e venceu uma guerra formidável contra a agressão japonesa. Mais de 35 milhões de soldados e civis chineses foram mortos ou feridos na guerra, deixando para trás um legado duradouro de sacrifício pela paz global.

Esta vitória marcou um ponto de viragem: para a nação chinesa, pôs fim a uma espiral de declínio que durou um século e abriu as portas para o rejuvenescimento; para o mundo, garantiu a derrota do fascismo.

Um antigo ditado chinês diz: «Não faças aos outros o que não queres que façam a ti mesmo». Tendo suportado invasões e opressão, o povo chinês passou a abraçar um compromisso ainda mais forte com a paz e a justiça.

Na Conferência de Bandung de 1955, a China promoveu a abordagem de «procurar pontos em comum e deixar de lado as diferenças», incentivando a unidade e a cooperação entre as nações recém-independentes. A conferência sinalizou o despertar político do mundo em desenvolvimento e mostrou o compromisso da China em promover relações internacionais mais igualitárias.

Nas décadas seguintes, a China apoiou firmemente os movimentos de libertação nacional em todo o mundo: apoiando a independência da Argélia, ajudando o Vietname a resistir à interferência dos EUA, expressando solidariedade com o povo palestino, opondo-se ao apartheid na África do Sul e assim por diante. Tudo isso deu um significado prático ao espírito do internacionalismo.

Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a China participa activamente na mediação de questões delicadas, promove a resolução pacífica de diferenças e disputas entre países e sempre foi uma construtora da paz mundial. A China defende firmemente o sistema internacional centrado na ONU e trabalha activamente por uma ordem internacional mais justa e equitativa.

Nas últimas décadas, o rápido desenvolvimento da China também criou oportunidades para o mundo em geral. Desde a sua reforma e abertura, a economia da China cresceu mais de 300 vezes, tornando-se a segunda maior economia do mundo. Durante anos, a China contribuiu com cerca de 30% para o crescimento económico global anual. Na era da globalização económica, a China não é apenas uma beneficiária, mas também uma promotora e contribuinte fundamental para a prosperidade global.

Entretanto, quase 800 milhões de chineses saíram da pobreza, representando três quartos da redução da pobreza mundial no mesmo período. Em 2021, o presidente chinês Xi Jinping anunciou que a China havia alcançado uma «vitória completa» na sua luta contra a pobreza. Assim, a China cumpriu a meta de erradicação da pobreza estabelecida na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, 10 anos antes do previsto.

Como o maior país em desenvolvimento do mundo e membro natural do Sul Global, a China vincula estreitamente o seu próprio desenvolvimento aos sonhos de revitalização de um grande número de países em desenvolvimento.

A Iniciativa Faixa e Rota (IFR) conectou a Ásia, África, América Latina, ilhas do Pacífico e outros países com novas oportunidades de desenvolvimento. Estradas, ferrovias, portos e projectos de energia trouxeram benefícios tangíveis, enquanto programas de treinamento e inovações digitais abriram novos caminhos para a modernização.

O mundo de hoje está a passar por mudanças nunca vistas num século. A recuperação global continua frágil, a diferença de desenvolvimento aumenta, os desafios ambientais pioram e a mentalidade da Guerra Fria ainda persiste. Neste contexto, uma questão importante que todas as nações enfrentam é: que tipo de mundo devemos construir e como?

A China propôs a visão de construir uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade. Através de iniciativas como a IFR, a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global, a Iniciativa de Civilização Global e a Iniciativa de Governação Global, a China promove a cooperação em matéria de crescimento, paz e segurança, bem como o intercâmbio entre os povos. Os seus esforços reflectem um compromisso com a inclusão, o benefício mútuo e o respeito pela diversidade e conquistaram amplo apoio internacional, especialmente entre os países em desenvolvimento.

O firme compromisso da China com o desenvolvimento pacífico e a cooperação mutuamente benéfica está profundamente enraizado na sua civilização milenar. A história mostra que a maré da paz e do desenvolvimento não pode ser revertida. A China permanecerá no caminho do desenvolvimento pacífico e trabalhará arduamente para construir um futuro comum mais brilhante em conjunto com todas as nações.

3 Set 2025

China celebra 80º aniversário do fim da II Guerra Mundial com enorme parada militar

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou hoje que o “rejuvenescimento da nação chinesa é imparável”, durante uma parada militar em Pequim que contou com os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

“O rejuvenescimento da nação chinesa é imparável e a nobre causa da paz e do desenvolvimento da humanidade triunfará certamente”, declarou Xi, num discurso perante dezenas de milhares de pessoas na Praça de Tiananmen.

“O mundo volta a enfrentar uma escolha entre a paz e a guerra, o diálogo e o confronto”, acrescentou o líder chinês, num momento de crescentes tensões geopolíticas e desafios à ordem internacional do pós-guerra.

Num discurso breve, Xi recordou as vítimas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e apelou à erradicação das causas da guerra, para evitar a repetição da História. A principal mensagem, contudo, foi de afirmação do papel da China no mundo: “O povo chinês é um povo que não teme a violência, é autossuficiente e forte”, disse.

“Seguiremos o caminho do desenvolvimento pacífico e trabalharemos de mãos dadas com os povos de todos os países para construir uma comunidade de futuro partilhado para a humanidade”, sublinhou. A parada teve início após o discurso de Xi, com tropas a marchar em passo ritmado na avenida Chang’an, para a revista do chefe de Estado, que também preside à Comissão Militar Central.

Xi percorreu o alinhamento militar numa limusina preta clássica, saudando os soldados e colunas de mísseis e veículos blindados, enquanto estes respondiam em uníssono com lemas como “Servimos o povo”.

O evento contou com a exibição de mísseis, caças modernos e outros equipamentos militares, muitos dos quais mostrados ao público pela primeira vez, num sinal do crescente peso que a China quer assumir no palco internacional. A cerimónia começou com uma salva de 80 tiros de artilharia e a execução do hino nacional, “Marcha dos Voluntários”, composto em 1935 durante a resistência à invasão japonesa.

Xi chegou à Porta de Tiananmen com os convidados de honra, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Os três subiram juntos à tribuna de honra, após saudarem individualmente cinco veteranos da Segunda Guerra Mundial, alguns com mais de 100 anos.

Durante o desfile, o Presidente norte-americano, Donald Trump, questionou, nas redes sociais, se Xi reconheceria o contributo dos soldados dos EUA no conflito, e ironizou: “Transmita os meus calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto conspiram contra os Estados Unidos da América”.

Na sua intervenção, Xi não mencionou os Estados Unidos, mas agradeceu o apoio dos países estrangeiros que ajudaram a China na resistência contra a invasão japonesa.

O desfile, além de mostrar força militar, visa também reforçar o apoio interno ao Partido Comunista e projetar a China como alternativa à ordem internacional dominada pelos EUA desde o pós-guerra.

Milhares de pessoas assistiram à parada a partir de zonas delimitadas na Praça de Tiananmen, acenando bandeiras vermelhas enquanto coros entoavam canções patrióticas como “Defender o Rio Amarelo” e “Não há Nova China sem o Partido Comunista”.

3 Set 2025

Ucrânia | Putin recusa acordo de paz por questões de segurança

O Presidente russo reafirmou ontem em Pequim a recusa em comprometer a segurança da Rússia com um acordo de paz com a Ucrânia, que Moscovo invadiu em Fevereiro de 2022. “É uma decisão da Ucrânia escolher como garantir a sua segurança”, afirmou Vladimir Putin durante uma reunião com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, transmitida pela televisão.

“Mas a sua segurança (…) não pode ser garantida em detrimento da segurança de outros países, incluindo a Rússia”, acrescentou, repetindo um argumento que tem usado desde que ordenou a invasão do país vizinho.

A Ucrânia, que pediu a adesão à NATO, a que a Rússia se opõe, pretende obter garantias de segurança para dissuadir Moscovo a invadir de novo o país no quadro de um acordo que permita o fim da guerra em curso.

A Ucrânia recebeu garantias de segurança em 1994, no âmbito do Memorando de Budapeste, que assinou com a Rússia, os Estados Unidos e o Reino Unido em troca do arsenal nuclear soviético estacionado no seu território. O acordo não impediu a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2014, quando anexou a Península da Crimeia e patrocinou um movimento separatista no Donbass (leste), e em Fevereiro de 2022.

Putin e Fico estão em Pequim para assistir ao desfile militar que celebrará os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a que presidirá o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping (ver páginas 10-11).

Assistirá também ao desfile, entre outros convidados, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, que chegou ontem a Pequim num comboio blindado proveniente de Pyongyang, numa das suas raras viagens ao estrangeiro.

Fantasias europeias

Ao encontrar-se com Fico, Putin afirmou que as suspeitas de que a Rússia planeia lançar um ataque contra outro país europeu além da Ucrânia são “um disparate completo que não tem absolutamente nenhum fundamento”.

Putin acusou os europeus, a quem chamou de “especialistas em filmes de terror”, de tentarem provocar continuamente “histeria sobre a suposta intenção da Rússia de atacar a Europa”, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

O líder russo disse que “qualquer pessoa em sã consciência sabe perfeitamente que a Rússia nunca teve, não tem e nunca terá o desejo de atacar ninguém”. “Trata-se de uma provocação ou de uma completa incompetência”, afirmou Putin, também citado pela agência espanhola Europa Press.

Insistiu novamente que o conflito na Ucrânia não começou com a invasão de 2022, mas sim com um alegado “golpe de Estado” em Kiev em 2014, quando o presidente pró-russo Viktor Yanukovych foi deposto por um movimento pró-europeu.

Reafirmou também que a entrada da Ucrânia na NATO é inadmissível, enquanto nunca se opôs à entrada do país vizinho na UE, algo que Fico também apoiou. Putin acusou a Aliança Atlântica de tentar absorver “praticamente todo o espaço pós-soviético”, o que inclui a Ucrânia. “Tínhamos de reagir”, afirmou, aludindo à decisão de mandar invadir a Ucrânia.

Margem de manobra

Apesar das divergências, Putin admitiu haver margem para um consenso sobre as garantias de segurança exigidas por Kiev. Disse que esse foi um dos pontos discutidos com o homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, no encontro inédito que mantiveram no Alasca, em 15 de Agosto.

Putin mostrou-se aberto a colaborar com os Estados Unidos noutras frentes, em particular na gestão da central nuclear de Zaporijia, considerada a maior da Europa e tomada pelas forças russas há mais de três anos. “Se as circunstâncias o permitirem, poderíamos cooperar a três na central”, afirmou, com vista a uma potencial aliança entre a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos.

3 Set 2025

Seul diz que dois mil norte-coreanos morreram no conflito na Ucrânia

Cerca de dois mil soldados da Coreia do Norte morreram no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, de acordo com informação divulgada ontem pelos serviços de informação militar da Coreia do Sul.

Em Abril, “estimaram o número de mortos em pelo menos 600”, mas, com base em estimativas actualizadas, “agora estimam o número em cerca de dois mil”, disse o deputado Lee Seong-kweun aos jornalistas após uma reunião com o Serviço Nacional de Inteligência (NIS, na sigla em inglês da Coreia do Sul.

Durante a reunião à porta fechada do comité parlamentar de inteligência, o NIS estimou que Pyongyang enviou até ao momento cerca de 15 mil soldados para a Rússia.

De acordo com deputados dos dois principais partidos, citados pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, o NIS acredita que a Coreia do Norte está a preparar um terceiro destacamento de cerca de seis mil homens, incluindo mil sapadores que já chegaram à frente de batalha.

A agência de notícias oficial norte-coreana KCNA noticiou no sábado que o líder norte-coreano Kim Jong-un tinha conversado no dia anterior com familiares de soldados mortos nos combates contra a Ucrânia em apoio da Rússia. Kim já se tinha encontrado com alguns deles na semana anterior, noutra cerimónia pública em homenagem aos militares.

Laços apertados

A Rússia e a Coreia do Norte consolidaram os laços bilaterais, através da assinatura de um pacto de defesa mútua no ano passado, durante uma visita do Presidente russo a Pyongyang. Em Abril, a Coreia do Norte confirmou, pela primeira vez, que tinha enviado um contingente de soldados para a linha da frente na Ucrânia, para combater ao lado das tropas russas.

O líder norte-coreano cruzou ontem a fronteira com a China a bordo do seu comboio blindado, rumo a Pequim, para participar numa importante parada militar com os presidentes chinês e russo. O líder norte-coreano estará em Pequim para participar no desfile militar, que se realiza hoje e contará também com a presença do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O Kremlin declarou recentemente que está a considerar a realização de uma cimeira bilateral entre os dois líderes, em paralelo com o desfile. O NIS espera que Kim compareça no desfile ao lado de Xi Jinping e Putin e indicou ainda a possibilidade de ser acompanhado pela mulher, Ri Sol-ju, e pela influente irmã, Kim Yo-jong.

O serviço acrescentou que o regime de Pyongyang está a planear um grande desfile militar para Outubro, em comemoração do 80.º aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores, o partido único da Coreia do Norte.

3 Set 2025

Cooperação | Rússia, China e Mongólia assinam acordo para gasoduto Força da Sibéria 2

A Rússia, a China e a Mongólia assinaram ontem um memorando juridicamente vinculativo para a construção do gasoduto Força da Sibéria 2, que permitirá a entrega anual de 50 mil milhões de metros cúbicos de gás russo à China.

O anúncio foi feito pelo presidente da gigante energética russa Gazprom, Alexei Miller, após a reunião entre os líderes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da Mongólia, Ukhnaa Khurelsukh, realizada em Pequim, à margem das celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

Miller sublinhou que a construção do gasoduto Força da Sibéria 2 e do chamado gasoduto União – Oriente, que inclui o trajecto de trânsito pela Mongólia e as infraestruturas correspondentes em território chinês, será “o maior projecto mundial no sector do gás, tanto em dimensão como em volume de investimento”. O acordo prevê o fornecimento de gás natural russo à China por um período de 30 anos.

Paralelamente, a Gazprom assinou com a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) um acordo para aumentar o fornecimento através do gasoduto Força da Sibéria, dos actuais 38 mil milhões para 42 mil milhões de metros cúbicos por ano.

Estes dois projectos reforçam a crescente cooperação energética sino-russa, num contexto de afastamento progressivo da Rússia dos mercados europeus, após as sanções ocidentais impostas pela invasão da Ucrânia, e da estratégia chinesa de diversificação do aprovisionamento energético.

Embora Pequim exclua a formação de uma aliança formal com Moscovo, tem prestado apoio político, diplomático e económico à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia.

A parceria é vista como forma de Pequim assegurar estabilidade nas fronteiras terrestres no norte e nordeste da China e garantir o fornecimento energético, permitindo ao país asiático concentrar recursos nas áreas onde enfrenta maior pressão dos Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Estreito de Taiwan e o Mar do Sul da China.

3 Set 2025

Moeda | Yuan atinge valor mais alto face ao dólar desde eleição de Trump

O yuan valorizou para o nível mais alto face ao dólar norte-americano desde a eleição de Donald Trump, num sinal de que Pequim está disposta a permitir um fortalecimento gradual da moeda chinesa.

Desde o início do ano, o yuan valorizou 2,3 por cento face à moeda norte-americana, fixando-se nos 7,14 yuan por dólar. Segundo analistas citados pelo jornal britânico Financial Times, a valorização da moeda poderá ter implicações nas negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos.

Durante o seu primeiro mandato, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a acusar Pequim de manipulação cambial.

“É um sinal para os Estados Unidos”, afirmou Mitul Kotecha, responsável pela estratégia cambial do banco britânico Barclays. “A China quer mostrar, de boa-fé, que não pretende desvalorizar a moeda”, acrescentou.

Apesar do fortalecimento, o yuan tem tido um desempenho inferior ao de outras moedas importantes este ano, como o euro e o iene, que valorizaram 13,2 por cento e 6,2 por cento, respectivamente, face ao dólar.

O economista-chefe do banco de investimento Goldman Sachs para a Ásia-Pacífico, Andrew Tilton, sugeriu que as autoridades norte-americanas podem estar a incentivar vários países a permitirem a valorização das suas moedas.

A relativa estabilidade do yuan face ao dólar, que se encontra em queda, beneficia as exportações chinesas, mas aumenta a pressão sobre os sectores industriais de outros países, cujas moedas mais fortes encarecem as exportações para os EUA.

3 Set 2025

Xi pede ao PM paquistanês que garanta protecção dos projectos chineses

O Presidente da China, Xi Jinping, apelou ontem ao Paquistão para tomar “medidas concretas e eficazes” que garantam a segurança de cidadãos, projectos e instituições chinesas no país, após vários ataques contra trabalhadores chineses.

Durante um encontro em Pequim com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, Xi afirmou que “a China e o Paquistão são amigos na adversidade e irmãos” e que “uma relação sólida entre ambos contribui para a paz e o desenvolvimento regionais”, segundo um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.

O chefe de Estado chinês reiterou o apoio de Pequim à “unidade, ao foco no desenvolvimento e ao fortalecimento nacional do Paquistão”.

Sharif garantiu que o seu Governo “não poupará esforços para proteger a segurança do pessoal, dos projectos e das instituições chinesas” em território paquistanês. “Cada geração de paquistaneses recorda a ajuda desinteressada da China. Nenhuma força pode quebrar esta amizade inquebrantável entre os nossos dois países”, afirmou.

Em Outubro de 2024, dois cidadãos chineses morreram e mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas num atentado suicida no aeroporto de Karachi, no sul do país. Em Março do mesmo ano, outro atentado semelhante causou a morte de pelo menos cinco trabalhadores chineses e um paquistanês, envolvidos na construção de uma central hidroeléctrica em Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa.

Na mesma região, em Março do ano passado, cinco engenheiros chineses e um condutor paquistanês morreram noutro ataque suicida.

Pedras no caminho

Estes atentados têm sido um obstáculo ao aprofundamento da parceria sino-paquistanesa, sobretudo no plano económico. A China comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares (em infraestruturas no Paquistão, no âmbito do Corredor Económico China – Paquistão (CPEC), integrado na Iniciativa Faixa e Rota, que visa ligar o sul e o centro da Ásia a Pequim.

Shehbaz Sharif participou no domingo e na segunda-feira na 25.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), realizada na cidade chinesa de Tianjin. O líder paquistanês assistirá hoje ao desfile militar em Pequim que assinala os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, evento que contará com a presença dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, entre outros.

3 Set 2025

Parada | China exibe poder militar em desfile pelo fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico

A parada militar destinada a assinalar o fim da segunda guerra mundial no Pacífico conta com a presença de vários líderes mundiais da Ásia, da América Latina e da Europa de Leste. Xi Jinping irá passar revista às tropas

 

Caças furtivos de última geração, mísseis balísticos avançados e tanques equipados com drones vão desfilar em Pequim, hoje, para assinalar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

O evento vai contar com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e dos líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, além de vários outros chefes de Estado de países da Ásia, da América Latina e da Europa de Leste.

O único representante da UE vai ser o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que afirmou querer “prestar homenagem a todos os que se sacrificaram na luta contra o fascismo” e ao povo chinês.

A capital chinesa encontra-se sob apertadas medidas de segurança há várias semanas, com detectores semelhantes aos usados em aeroportos nas entradas de edifícios públicos e patrulhas permanentes em viadutos e pontos estratégicos da cidade.

O desfile, marcado para as 09:00, terá cerca de 70 minutos de duração e envolverá 45 formações militares, incluindo um sobrevoo de aviões de guerra.

Xi Jinping vai discursar na praça de Tiananmen e passar revista às tropas do Exército de Libertação Popular (ELP), no que será também uma demonstração de força num momento de crescente desconfiança face ao Ocidente, incertezas geopolíticas agravadas desde a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e disputas territoriais com vários vizinhos.

Fontes do Ministério da Defesa indicaram que grande parte do armamento exibido será mostrado ao público pela primeira vez, sendo toda a tecnologia de fabrico chinês. O jornal de Hong Kong South China Morning Post noticiou que poderão ser exibidos mísseis com capacidade nuclear.

Últimas novidades

Song Zhongping, antigo instrutor do ELP, referiu ao mesmo jornal que o país poderá apresentar novos sistemas de ataque hipersónico de precisão capazes de “contrariar eficazmente adversários poderosos, incluindo os Estados Unidos”, como os mísseis DF-17, DF-26 (alcance superior a 4.000 quilómetros, apelidado de “Assassino de Guam”), JL-3 (lançado a partir de submarinos) e YJ-21 (concebido para ultrapassar sistemas avançados de defesa naval).

Entre os destaques esperam-se também tanques adaptados a veículos aéreos não tripulados (drones), aviões de alerta antecipado KJ-600 e caças furtivos de última geração. De acordo com Pequim, a invasão japonesa causou mais de 35 milhões de vítimas entre civis e militares chineses mortos e feridos, representando um terço das baixas totais da guerra.

Trio em destaque

O destaque da cerimónia será a presença conjunta de Xi, Putin e Kim Jong-un, este último numa rara deslocação ao estrangeiro – a primeira desde 2019 – para reforçar os laços com Pequim, num momento em que Pyongyang tem aprofundado a cooperação militar com Moscovo.

Estarão ainda presentes o Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, o líder da junta militar de Myanmar (antiga Birmânia), Min Aung Hlaing, o Presidente do Irão, Masud Pezeshkian, e o primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, entre outros dirigentes do Sudeste Asiático, incluindo representantes de Camboja, Vietname, Laos e Malásia.

Pequim procura apresentar-se como um parceiro mais estável e fiável do que os Estados Unidos, numa região onde é o principal parceiro comercial colectivo. Entretanto, a cidade continua sob vigilância apertada. Guardas patrulham pontes e viadutos, medida de segurança recorrente desde 2022.

3 Set 2025

Afeganistão | China apresenta condolências e oferece ajuda após terramoto

A China apresentou ontem “profundas condolências” pelo sismo de magnitude 6 que atingiu o leste do Afeganistão, causando pelo menos 800 mortos e cerca de 2.700 feridos, e ofereceu ajuda para a recuperação.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun transmitiu ainda a “sincera compaixão” de Pequim às famílias das vítimas mortais e aos feridos, manifestando confiança de que “o povo afegão, sob a liderança do Governo, superará o impacto do desastre e reconstruirá os seus lares”.

O sismo de magnitude 6 na escala aberta de Richter ocorreu às 23:47 (e foi seguido por pelo menos dois abalos de magnitude 5,2.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro do sismo situou-se a 42 quilómetros de Jalalabad, capital da província de Nangarhar. O hipocentro, a apenas oito quilómetros de profundidade, agravou o nível de destruição.

A ONU e a Cruz Vermelha afegã já mobilizaram operações de emergência, enquanto as autoridades receiam que o número de vítimas aumente à medida que as equipas de resgate consigam aceder às aldeias mais isoladas da cordilheira do Hindu Kush.

2 Set 2025

Ucrânia | Putin reconhece esforço diplomático da Turquia em reunião com Erdogan

O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu ontem os esforços de Ancara para resolver a guerra na Ucrânia, durante uma reunião com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, numa cimeira na China.

“Reconhecemos aos nossos amigos turcos a importante contribuição para os esforços políticos e diplomáticos com vista à resolução da crise na Ucrânia”, afirmou Putin, citado pela agência de notícias oficial russa TASS, à margem da 25.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, que decorre na cidade chinesa de Tianjin.

O líder russo lembrou as três rondas de negociações directas realizadas em Istambul entre delegações da Rússia e da Ucrânia, encontros que permitiram avanços em “diversos problemas práticos no plano humanitário”, nomeadamente acordos de troca de prisioneiros.

“Estou confiante de que o papel essencial da Turquia vai continuar a ser necessário nestes assuntos”, acrescentou. Erdogan destacou o desenvolvimento das relações bilaterais nas áreas do comércio, do turismo, do investimento e energia.

O chefe de Estado turco expressou esperança de que as conversações entre o Azerbaijão e a Arménia conduzam a uma paz duradoura e que a estabilidade no Cáucaso vá ao encontro dos interesses mútuos da Turquia e da Rússia, de acordo com um comunicado da Presidência turca.

Erdogan renovou também o convite a Putin para visitar a Turquia. “A minha proposta continua válida. Esperamos recebê-lo no nosso país o mais brevemente possível. Mantemos uma relação sincera e baseada na confiança”.

O Presidente turco acrescentou que os laços entre os dois países “podem continuar a desenvolver-se sem serem afectados pelas circunstâncias actuais”.

Apesar de a Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) ter emitido em 2023 um mandado de captura contra Putin, a Turquia não é signatária do Estatuto de Roma nem reconhece a jurisdição do tribunal. Os dois líderes abordaram também outros temas da actualidade internacional, incluindo a situação no Médio Oriente e no Norte de África.

2 Set 2025

Redacções de todo o mundo protestam contra assassínio de jornalistas em Gaza

Mais de duas centenas de órgãos de comunicação de 50 países, entre os quais a agência Lusa e o jornal Público, bloquearam ontem as primeiras páginas e interromperam as transmissões, exigindo o fim do assassínio de jornalistas em Gaza e acesso ao enclave.

Organizada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pelo movimento de campanhas Avaaz e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a acção foi apresentada como o primeiro “protesto editorial em grande escala” da história moderna coordenado em simultâneo por redacções em todos os continentes.

“Jornais impressos terão capas inteiramente pretas com uma mensagem marcante. Emissoras de TV e rádio interromperão a programação com uma declaração conjunta. Portais ‘online’ apagarão suas ‘homepages’ ou exibirão ‘banners’ em solidariedade”, referiu a organização, em comunicado.

A Lusa manteve em manchete na sua página online durante todo o dia uma fotografia da guerra em Gaza com as palavras do director geral da RSF: “Ao ritmo em que jornalistas estão a ser mortos em Gaza pelas forças de defesa de Israel, em breve não haverá mais ninguém para manter o mundo informado”.

O número de jornalistas mortos em Gaza ultrapassa os 210 desde 07 de Outubro de 2023, segundo dados da RSF, o que faz deste “o conflito mais letal para repórteres nos tempos modernos”.

A organização assinala que “Israel tem impedido a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza há quase dois anos, deixando apenas os jornalistas palestinianos para reportar sob fogo”.

Em declarações à Lusa, a directora de informação da agência de notícias portuguesa afirma que esta “não podia ficar indiferente e junta-se assim a este protesto mundial”.

“Como jornalistas, não podemos assistir impávidos aos assassínios deliberados ou colaterais dos jornalistas que, enfrentando todos os riscos e ameaças, deslocações sistemáticas, fome e até a morte, testemunham e informam o mundo sobre o que se está a passar em Gaza. Na sua guerra contra este enclave, Israel também faz guerra ao jornalismo e ao direito a informar e de ser informado”, sustenta Luísa Meireles.

Contra a notícia

Citado no comunicado, o director geral da RSF, Thibaut Bruttin, alerta que “não é apenas uma guerra contra Gaza, é uma guerra contra o próprio jornalismo. Jornalistas estão a ser mortos, alvo de ataques e difamados. Sem eles, quem vai falar da fome, quem vai denunciar crimes de guerra, quem vai expor genocídios”, questiona.

O director de campanhas da Avaaz, Andrew Legon, diz que “Gaza se está a transformar num cemitério de jornalistas” porque “o governo de extrema-direita de Israel está a tentar concluir o massacre no escuro, sem o escrutínio da imprensa”.

“Se as últimas testemunhas forem silenciadas, as mortes não cessarão – apenas deixarão de ser vistas. É por isso que estamos unidos hoje: Não podemos e não vamos permitir que isso aconteça”, afirma.

Os ataques mais recentes contra jornalistas em Gaza ocorreram em 25 de Agosto, quando forças israelitas bombardearam o complexo médico al-Nasser – um conhecido ponto de encontro de repórteres – matando cinco jornalistas. Duas semanas antes, outros seis jornalistas foram mortos num único ataque.

2 Set 2025

Bielorrússia | Fazer parte da SCO é uma “escolha estratégica”, diz Lukashenko

O Presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, disse ontem que fazer parte da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) é uma “escolha estratégica” para o país, ao intervir na 25.ª cimeira do bloco.

“A Bielorrússia orgulha-se de ter-se tornado membro de pleno direito da SCO há um ano. Isto está em consonância com os nossos interesses fundamentais a longo prazo e abre oportunidades adicionais e amplas áreas de cooperação”, afirmou o líder, na reunião dos líderes dos países membros da OCS, no nordeste da China.

De acordo com a agência estatal bielorrussa Belta, Lukashenko destacou que a SCO “é justamente considerada uma das organizações internacionais mais representativas e influentes da Eurásia” e afirmou que “é natural que novos Estados procurem aderir à organização”.

A Bielorrússia “apoia a expansão da SCO com novos membros e parceiros, aqueles que partilham incondicionalmente os valores e fundamentos do ‘espírito de Xangai’: respeito e confiança mútua, igualdade, diálogo e um compromisso com o desenvolvimento comum”, referiu

Lukashenko interveio na reunião após ter mantido no domingo um encontro bilateral com o Presidente chinês, Xi Jinping. Nessa reunião, Lukashenko afirmou que a Bielorrússia “é um parceiro firme e um amigo sempre fiável para a China” e sustentou que “nenhuma força pode deter o desenvolvimento e a revitalização” do país asiático.

O líder bielorrusso assegurou que Pequim “mantém uma posição imparcial nas questões internacionais e regionais” e “dá importantes contribuições para a paz e a estabilidade no mundo”. O Presidente bielorrusso assistirá, na quarta-feira, em Pequim, ao desfile pelo 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, no qual a China exibirá o seu poderio militar.

2 Set 2025

SCO | Índia com “Tolerância zero” contra terrorismo, separatismo e extremismo

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, apelou ontem à adopção de uma política de “tolerância zero” contra o terrorismo transfronteiriço, o separatismo e o extremismo, durante a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO).

Segundo a imprensa indiana, Modi afirmou que o terrorismo “continua a ser a maior ameaça à paz regional” e propôs a criação de um quadro abrangente ao nível da SCO para combater o financiamento de grupos terroristas e a radicalização, com base nas experiências de “desradicalização” aplicadas na Índia.

O chefe do Governo indiano alertou para os “desafios emergentes” enfrentados pelos Estados membros, como o ciberterrorismo e o uso de dispositivos não tripulados, e defendeu que a organização deve responder a estas ameaças.

Modi valorizou os progressos registados no âmbito da Estrutura Regional Antiterrorista (RATS) da SCO, bem como os esforços para reforçar a conectividade económica e os intercâmbios culturais, segundo o jornal India Today.

“A Índia sofre com o flagelo do terrorismo há mais de 40 anos. Recentemente, vimos o seu pior rosto em Pahalgam”, afirmou, referindo-se ao ataque ocorrido em 22 de Abril na Caxemira administrada pela Índia, que provocou 26 mortos e desencadeou uma ofensiva militar indiana contra o Paquistão.

As tensões entre Nova Deli e Islamabade têm marcado as divergências internas da SCO nos últimos meses. A reunião de ministros da Defesa da SCO, realizada em Junho na cidade chinesa de Qingdao, terminou sem uma declaração conjunta devido a desacordos entre Índia e Paquistão sobre a definição de terrorismo.

Cimeira abrangente

Modi afirmou ainda que a Índia tem tido um papel “muito positivo” como membro da SCO e que a sua visão para o bloco assenta em “três pilares fundamentais: segurança, conectividade e oportunidade”.

Apenas órgãos de comunicação dos países membros da SCO têm acesso directo à reunião, enquanto o resto da imprensa se encontra numa sala separada, onde apenas foi transmitido o discurso do Presidente chinês, Xi Jinping.

Modi reuniu-se no domingo com Xi, que afirmou que a China e a Índia devem ser “parceiros e não rivais”, após anos de disputas entre as duas maiores potências da Ásia. O dia de ontem foi centrado na reunião entre os líderes dos países membros, mas incluiu também uma sessão alargada com a presença de responsáveis de organizações internacionais e líderes de países convidados.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, foram assinados vários acordos nas áreas da segurança, economia e cultura, naquela que Pequim descreve como a cimeira “mais abrangente” desde a fundação da SCO.

2 Set 2025

SCO | Xi Jinping lamenta “sombras da Guerra Fria” em cimeira

A cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, que reúne em Tianjin figuras como Vladimir Putin, Narendra Modi ou António Guterres, arrancou com um discurso do Presidente chinês a apelar à paz e à equidade e justiça internacionais

 

O Presidente chinês lamentou ontem a persistência de “sombras da mentalidade da Guerra Fria, hegemonismo e proteccionismo”, durante a sessão alargada da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai.

No discurso de abertura da reunião, que contou com líderes de países associados como a Turquia e representantes de organismos internacionais, Xi Jinping defendeu “derrubar muros e não construí-los” e promover “a integração”, numa alusão indirecta aos esforços de dissociação económica liderados pelos Estados Unidos.

O chefe de Estado chinês sublinhou a importância de “opor-se ao unilateralismo”, reforçar a estabilidade global e “defender firmemente o estatuto e a autoridade das Nações Unidas”.

A Organização de Cooperação de Xangai “deve defender a equidade e a justiça internacionais, opor-se claramente ao hegemonismo e à política de poder, e tornar-se um pilar da multipolaridade e da democratização das relações internacionais”, afirmou Xi.

“Queremos, com todas as partes, defender a justiça, seguir o caminho certo e proteger os frutos da vitória na Segunda Guerra Mundial”, acrescentou.

Mais cedo, Xi presidiu à reunião dos líderes dos Estados-membros da organização, onde pediu uma “globalização inclusiva” e defendeu o sistema multilateral de comércio, com a Organização Mundial do Comércio (OMC) como “eixo central”, depois dos efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos.

Apelos e agradecimentos

Na mesma sessão, o Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu os “esforços” da China, Índia e outros parceiros da organização para encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia, mas voltou a responsabilizar o Ocidente, afirmando que “as tentativas de incorporar a Ucrânia na NATO são uma das causas da crise”.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, apelou, por sua vez, para a adopção de uma política de “tolerância zero” face ao “terrorismo transfronteiriço, separatismo e extremismo”.

A Organização de Cooperação de Xangai, fundada em 2001, integra China, Rússia, Índia, Paquistão, Irão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão, e abrange cerca de 40 por cento da população mundial.

O grupo não possui cláusulas de defesa mútua, ao contrário da NATO, e apresenta-se como um fórum para a cooperação política, económica e de segurança. O bloco conta ainda com países observadores e parceiros de diálogo como Egipto, Turquia, Myanmar (antiga Birmânia) e Azerbaijão.

2 Set 2025

Ucrânia | Modi diz a Putin que paz é “clamor de toda a humanidade”

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou ontem que o estabelecimento da paz na Ucrânia é um “clamor de toda a humanidade”, ao reunir-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, na cimeira de Tianjin.

“Saudamos os esforços recentes para alcançar a paz e confiamos que todas as partes terão uma postura construtiva nesse sentido”, disse Modi, referindo-se à guerra na Ucrânia, de acordo com imagens do encontro transmitidas pela televisão estatal russa.

O líder indiano insistiu que “é necessário encontrar vias para pôr fim ao conflito o mais depressa possível e restabelecer a paz”, no final de um encontro à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai.

“Esse é, precisamente, o clamor de toda a humanidade”, resumiu, acrescentando que a Índia e a Rússia trocam regularmente opiniões sobre o conflito. Modi sublinhou ainda que a Índia e a Rússia “sempre avançaram lado a lado”, mesmo nos momentos mais difíceis.

“A nossa estreita cooperação é importante não só para os povos dos nossos países, mas também para garantir a paz global, a estabilidade e o bem-estar”, afirmou, acrescentando que Nova Deli aguarda com expectativa a visita de Putin à Índia para a 23.ª cimeira bilateral, agendada para Dezembro.

2 Set 2025

Tóquio | Modi diz que Índia e Japão vão “moldar o século asiático”

A Índia e o Japão vão “moldar o século asiático”, vaticinou sexta-feira o primeiro-ministro indiano, numa visita a Tóquio que deverá garantir elevados investimentos japoneses na Índia e o reforço dos laços bilaterais de segurança. “A parceria entre a Índia e o Japão é estratégica e inteligente. Com uma lógica económica, transformámos os nossos interesses comuns em prosperidade partilhada”, disse Narendra Modi num fórum económico em Tóquio.

“A Índia é o trampolim das empresas japonesas para os países do Sul. Vamos moldar o século asiático para estabilidade, crescimento e prosperidade”, salientou Modi. A visita de Modi ao Japão, antes de seguir para a China, vai ser uma oportunidade para Tóquio anunciar investimentos na Índia de 10 triliões de ienes (58 biliões de euros) nos próximos 10 anos, de acordo com relatos da imprensa citados pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Ambos os países estão sujeitos a tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Índia e o Japão, membros da aliança Quad com os Estados Unidos e a Austrália, vistos como um baluarte contra a China, também deverão actualizar a declaração de 2008 sobre cooperação em segurança.

Depois do Japão, Modi viajou para a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, na China, organizada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e que conta também com a presença do chefe de Estado russo, Vladimir Putin.

Esta é a primeira visita de Modi à China desde 2018. Índia e China disputam influência no sul da Ásia e enfrentaram-se num conflito fronteiriço mortal em 2020. A reaproximação começou em Outubro passado, quando Modi se reuniu com Xi pela primeira vez em cinco anos, numa cimeira na Rússia.

1 Set 2025

Tailândia | Phumtham Wechayachai assume cargo de primeiro-ministro

Após a deposição de Paetongtarn Shinawatra da liderança do Governo tailandês devido à divulgação de uma conversa telefónica considerada pouco ética com o antigo primeiro-ministro do Camboja, o vice-primeiro ministro, de 71 anos, assumiu interinamente o poder

 

O até agora vice-primeiro ministro da Tailândia, Phumtham Wechayachai, assumiu sábado, de forma interina, o cargo de primeiro-ministro, na sequência da destituição da chefe de Governo Paetongtarn Shinawatra, por decisão do Tribunal Constitucional. Phumtham Wechayachai, de 71 anos, tomou posse durante uma reunião especial do Conselho de Ministros, após a destituição do anterior governo, que continua em funções, conforme explicou Chousak Sirinil, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro, citado pelo Bangkok Post.

A primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, foi deposta na sexta-feira pelo Tribunal Constitucional por falta de ética num telefonema com o antigo primeiro-ministro do Camboja Hun Sen, cujo teor foi divulgado ‘online’. Phumtham Wechayachai já exercia funções de primeiro-ministro interino desde 01 de julho, data em que Paetongtarn Shinawatra tinha sido suspensa do cargo.

De acordo com o porta-voz do governo tailandês, a Câmara dos Representantes vai reunir-se entre quarta-feira e sexta-feira para eleger um novo primeiro-ministro, cargo que poderá ser ocupado pelo partido Pheu Thai ou pelo partido Bhumjaithai. O Tribunal Constitucional destituiu Paetongtarn Shinawatra, após considerá-la culpada de “negligência ética grave”, por críticas à actuação do Exército numa conversa telefónica com o ex-primeiro-ministro cambojano Hun Sen, em plena tensão entre os dois países, cujo conteúdo foi recentemente divulgado.

No áudio de cerca de 17 minutos, Paetongtarn Shinawatra referiu-se a Hun Sen como “tio”, em sinal de respeito, e “opositor” ao tenente-general Boonsin Phadklang, que dirige um comando militar tailandês, posicionado na fronteira com o Camboja.

Paetongtarn, que admitiu que a voz divulgada na rede social Facebook era a sua, pediu desculpa publicamente pelo áudio, e explicou que, com o que disse, tentava diminuir a tensão na fronteira entre os dois países, que havia aumentado desde o final de março, após um breve confronto entre os exércitos, no qual um soldado cambojano morreu.

Tradição familiar

Depois de semanas de tensão entre os dois países, começou a 24 de Julho um confronto armado entre os exércitos da Tailândia e do Camboja em vários pontos da fronteira, que durou cinco dias e causou pelo menos 44 mortos. Há uma semana, o pai de Paetongtarn e antigo primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra foi absolvido no processo em que era acusado de crime de lesa-majestade.

O bilionário, de 76 anos, podia ter sido condenado a 15 anos de prisão. Paetongtarn é o terceiro membro da família Shinawatra a ser afastado da chefia de governo, depois do pai e da tia Yingluck Shinawatra, ambos derrubados por golpes militares.

1 Set 2025

Alibaba | Lucro sobe 78% no 1.º trimestre fiscal

A gigante tecnológica Alibaba registou um lucro de 43.116 milhões de yuans no primeiro trimestre fiscal terminado em Junho, o que representa um aumento homólogo de 78 por cento, divulgou sexta-feira a empresa. As receitas subiram 2 por cento para aproximadamente 247.652 milhões de yuans.

A Alibaba atribuiu os resultados positivos ao foco estratégico em negócios chave como o comércio electrónico ou as grandes apostas do grupo, a computação ‘cloud’ e a inteligência artificial (IA). A divisão de inteligência na ‘cloud’ do grupo beneficiou da “forte procura de IA”, tornando-a um dos “pilares estratégicos” de investimento para a Alibaba, que procura “aproveitar oportunidades históricas e impulsionar o crescimento a longo prazo”.

Dos diferentes segmentos em que o grupo divide o seu negócio, a IA na ‘cloud’ apresentou o maior aumento de receitas no primeiro trimestre fiscal (+26 por cento), representando agora quase 13,5 por cento da receita total. Entretanto, as actividades de comércio electrónico na China, onde se destacam os seus populares portais Taobao e Tmall, que representam mais de metade (56,6 por cento) da receita, registaram um crescimento de 10 por cento face ao ano anterior.

A divisão do comércio internacional, como é habitual, apresentou um melhor desempenho, com portais como o AliExpress, a apresentarem um crescimento de 19 por cento. O mesmo não se verificou nas restantes divisões da empresa (-28 por cento), onde se destacam a cadeia de supermercados Freshippo e as subsidiárias de logística e serviços de saúde Cainiao e Alibaba Health.

1 Set 2025

SCO | Wang Yi reúne-se com António Guterres

A Cimeira de Tianjin acolhe líderes como o Presidente russo, Vladimir Putin, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi e o Secretário-Geral da ONU, entre outros

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reuniu-se com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na cidade portuária de Tianjin, neste sábado. Guterres está em Tianjin para participar na Cimeira 2025 da Organização de Cooperação de Shanghai (SCO, na sigla em inglês).

Observando que o cenário global passa por profundas mudanças e que o mundo está numa encruzilhada sobre que caminho seguir, Wang, também membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China, afirmou que o papel da ONU deve ser fortalecido, e não enfraquecido, indica o Diário do Povo.

A melhor maneira de comemorar o 80.º aniversário da fundação da ONU é defender a visão correcta da história da Segunda Guerra Mundial, aderir ao multilateralismo e apoiar o papel central da ONU nos assuntos internacionais, disse Wang.

A China apoia a ONU na construção de um sistema de governança global mais eficaz através de reformas para trazer um futuro brilhante de paz, segurança, prosperidade e progresso para o mundo, acrescentou. A comunidade internacional enfrenta novos desafios, pois o unilateralismo e a política de poder minam seriamente a ONU e o sistema multilateral, observou Guterres.

Os países do Sul Global, com a China como representante, estão a desempenhar um papel cada vez mais importante na promoção da paz e do desenvolvimento globais, disse o secretário-geral, elogiando o compromisso da China com o multilateralismo e seu forte apoio à ONU.

Bem-vindos ao grupo

O Presidente chinês manifestou ontem apoio à adesão da Arménia e do Azerbaijão à Organização de Cooperação de Xangai, num encontro com os líderes dos países, que assinaram um acordo este mês para cessar décadas de confrontos.

Em reuniões separadas com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, e com o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, Xi Jinping assegurou que a China apoia a adesão dos dois países à Organização de Cooperação de Xangai, de acordo com declarações divulgadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Durante os encontros, Xi apelou para o reforço da cooperação em vários domínios com os países do Cáucaso. Os dois líderes encontram-se em Tianjin para participar na 25.ª cimeira da SCO, na qual participam também o Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, entre outros líderes.

A COS tem entre os membros China, Rússia, Índia, Paquistão, Irão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão, que representam cerca de 40 por cento da população mundial, além de países observadores e parceiros de diálogo, incluindo Arménia e Azerbaijão, desde 2015. Ambos já manifestaram vontade de se tornarem membros de pleno direito. O grupo não tem cláusulas de defesa mútua, ao contrário da NATO, e apresenta-se como um fórum de cooperação política, económica e de segurança-

1 Set 2025

Ucrânia | Rússia interessada em negociações mas mantém ataques

A Rússia rejeitou ontem críticas da União Europeia (UE) sobre o empenho em negociações, afirmando estar interessada em procurar a paz, mas assegurou que continuará a atacar a Ucrânia até alcançar os seus objectivos.

“As forças armadas russas estão a cumprir a missão. Continuam a atacar alvos militares e paramilitares”, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, após críticas da UE a bombardeamentos em Kiev que causaram pelo menos 14 mortos e danificaram a embaixada europeia.

“Ao mesmo tempo, a Rússia continua interessada em prosseguir o processo de negociação, a fim de alcançar os objectivos que foram fixados por meios políticos e diplomáticos”, afirmou, citado pelas agências de notícias France-Presse (AFP) e espanhola EFE.

Pelo menos 14 pessoas morreram e 48 ficaram feridas na madrugada de ontem em Kiev devido a um ataque massivo russo com 629 ‘drones’ e mísseis contra o território ucraniano, declararam as autoridades ucranianas. O balanço anterior indicado pelas autoridades locais era de oito mortos e 45 feridos.

Entre os mortos estão três crianças, disse o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko, citando dados preliminares. Espera-se que os números possam aumentar, enquanto as equipas de resgate permanecem no terreno para resgatar as pessoas presas sob os escombros.

Foi o primeiro grande ataque combinado russo a Kiev em semanas, enquanto os Estados Unidos lideram os esforços de paz.

Segundo a agência de notícias AFP, a Rússia disparou 598 ‘drones’ e 31 mísseis balísticos e de cruzeiro contra a Ucrânia num novo ataque massivo durante a madrugada de ontem, citando dados da Força Aérea ucraniana num comunicado.

De acordo com dados preliminares, 563 ‘drones’ de combate e ‘drones’ de distracção, assim como 26 mísseis, foram abatidos ou bloqueados, segundo a Força Aérea ucraniana. Os ataques atingiram a parte central de Kiev, uma das poucas vezes em que os ataques russos atingiram o coração da capital ucraniana desde o início da invasão em larga escala em Fevereiro de 2022.

29 Ago 2025